E se eu dissesse à você que eu e passamos toda aquela noite na praia nos beijando, se amando, e fazendo promessas de amor um ao outro? E se eu dissesse à você que exatamente há uma semana daquilo tudo, estamos hoje aqui, sorrindo e vivendo tudo aquilo que não conseguimos viver quando fingíamos nos odiar sempre? E seu eu dissesse à você que não me arrependo de ter dito ao que o amava, que sempre o amei? E se eu dissesse a você que todo mundo, apesar de não entender nada, nos parabenizou e desejaram tudo de bom pra gente, e essas coisas fofas que todo mundo deseja quando alguém tá namorando? E se eu dissesse à você que tudo isso que eu acabei de dizer é uma bela de uma mentira? Pois é, é uma mentira.
Na verdade, passamos aquela noite na praia nos beijando, se amando, e fazendo promessas de amor um ao outro. Mas depois disso, nada! não voltou ao colégio por uma semana. UMA SEMANA! Eu me sentia a própria Bella Swan esperando por Edward Cullen depois de descobrir que ele era um vampiro! Não confundam. não é um vampiro! Mas disse que me amava, e bem, eu acreditei. E agora espero que todos saibam disso, que eu o amo e que ele me ama e que vamos viver felizes para sempre!
Foi organizado um churrasco na casa do para que todo mundo pudesse assistir ao clipe que passaria de noite na MTV. E eu vim! Claro que foi porque eu sou a estrela do clipe, e não porque eu queria desesperadamente encontrar , saber dele, vê se tava tudo bem. AFINAL UMA SEMANA, É UMA SEMANA! Meus pensamentos foram atrapalhados pela irmã da Maggie. Isso mesmo, ela não tem nome. E se tem ninguém sabe, já que absolutamente todo mundo a chama assim. Irmã da Maggie.
- Minha irmã e o meu cunhado estão aí! – ela disse, quase tropeçando numa cerveja que estava no meio do caminho. – Vem, gente! Vamos recepcioná-los.
“A Maggie desencalhou?” Eu pensei rindo. E bem, acho que todo mundo pensou isso, ou em algo parecido, já que uma multidão saiu do jardim e da piscina correndo, em direção ao portão. Apenas acompanhei todo mundo com o olhar. Não iria sair dali nem que me pagassem. E se chegasse a qualquer momento? Não, eu não iria perder essa chance. Maggie que fosse a merda com seu namorado. Há uma semana eu não pensava em outra coisa que não fosse . Em como ele me faz sentir única e amada, em como as mãos dele me tocam suavemente, com cuidado como se eu fosse frágil, sem que eu duvidasse um segundo de sua masculinidade. Ai, eu não parava de pensar em como era lindo, carinhoso e um... UM VERDADEIRO FILHO DA PUTA!
- Vem amorzinho. – Maggie falou puxando pela mão, para umas cadeiras próximas ao pequeno palco montado para um show da McFLY. Andei devagar até ficar de costas para a piscina e de frente para . Eu ia chorar, eu sabia que ia chorar. As lágrimas estavam vindo, eu podia sentir. O meu sangue pulsava tão rápido, que eu posso jurar a você: Eu mataria um, apenas pela raiva que eu estava sentindo. E esse alguém seria .
Eu olhei triste pra ele, que sustentou meu olhar, parecendo triste também. As lágrimas já estavam em meus olhos, e eu sentia que se piscasse choraria, mas de repente algo me puxou com certa força pra trás, me fazendo soltar um grito de susto. Fechei os olhos com força e quando os abri, vi apenas um borrão e depois muita água. Alguém havia me jogado na piscina, mas que grande filho da mãe essa pessoa é! Na verdade, agora as minhas lágrimas estavam misturadas com a água da piscina. Então, muito obrigada ao cavalheiro que me jogou na piscina!
Dei um impulso pra cima a fim de sair daquele lugar. Eu odiava piscina. Nunca fui boa em natação e nunca tive uma relação muito amigável com meu corpo. Nunca fui gorda, sei disso. Mas nem quando eu usava aquelas roupas grandes e folgadas eu gostava dele. O escondia a todo custo. Biquíni é quase como estar sem roupa, na frente de muitas pessoas. Não, não e não! Isso me lembrava tanta coisa. Tanta coisa ruim que eu não queria lembrar.
Saí da piscina com uma cara nada boa, indo diretamente para a saída. Minha roupa justa por conta da água, meu short quase entrando na minha pele de tanto que eu tava ensopada. Todos me olhavam como se eu fosse um tipo de extraterrestre. Mas que droga! Olhei pra que olhava com cara de safado pra mim. Peguei a toalha que Jimmy tinha jogado nas costas e me cobri. “SEU TARADO!” quis gritar pra ele. Saí em direção ao portão, não ficaria ali nem mais um minuto.
- , desculpa mesmo! – Olhei pra trás e descobri quem tinha me jogado. . Ele me olhava confuso, como se eu fosse matá-lo a qualquer minuto.
- Sem problemas! – eu disse tão baixo que acho que ele nem entendeu. Sorri fraco, e caminhei até a saída. Quando estava quase chegando ao portão percebi que tinha alguém correndo atrás de mim. Eu mataria agora mesmo. Ele veria, eu o encheria de porrada se ele tivesse a audácia de encostar o dedo em mim! E ele teve! Eu queria espancá-lo até a morte!
- QUE GRANDE FILHO DA PUTA VOCÊ É! – Me virei bruscamente, mas me afastei quando percebi que era quem estava ali – Ai, meu Deus, me desculpa, eu achei que fosse o . Nossa, desculpa mesmo... – as lágrimas rolavam pelo meu rosto e eu estava parecendo uma louca, tinha certeza disso. me abraçou tão rápido e tão forte que eu tive receio de abraçar de volta. Era como se ele soubesse que eu tava precisando de um. Eu me sentia tão idiota e tão fraca por acreditar em novamente. Eu queria sumir, apenas sumir. Pra sempre.
Depois do meu showzinho, me levou para a varanda, onde tinha umas cadeiras e uma mesinha. Ele me olhou sorrindo um pouco. Eu me sentia tão envergonhada.
- Olha, , me desculpa mesmo. Por tudo, por te chamar de filho da puta, por chorar e te abraçar tão forte que tenho quase certeza de que quebrou um osso da sua coluna. – Eu falei sincera e ele riu de mim. Sorri também. era lindo, e ficava ainda mais quando sorria.
- Não tem problemas. Mas se quebrou alguma coisa aqui, vou mandar a conta do médico pra sua casa, viu? – Eu sorri, achando graça naquilo. – Se não quiser contar, não conta!
Ele sorriu pra mim, mostrando os dentes. E eu não sei o porquê, mas senti que podia confiar nele. Naquele momento, tive certeza absoluta de que era uma pessoa totalmente confiável.
- Mas eu preciso! – falei mais baixo do que gostaria.
- Então fala! – ele pegou a minha mão, me passando confiança.
- No dia da gravação...
- Sexta! – ele disse olhando pra mim.
- Isso sexta, quando sai do ginásio do colégio... – contei toda a história para . Que prestava atenção em tudo, balançando a cabeça positivamente às vezes e em outras sorrindo leve como se sentisse tudo o que eu senti. Sorri sem graça ao terminar. Sentia-me tão envergonhada, achei que ele iria rir de mim a qualquer momento. Mas não riu. O que foi bom pra ele, eu ainda estava com raiva e com vontade de matar alguém. Se não fosse , seria com o primeiro que eu visse na minha frente. No caso, ! Ele fez uma careta. Na verdade acho que aquilo era pra ser um sorriso, mas nem de longe se parecia com um.
- Eu não sei o que falar! – ele confessou baixo. Eu sorri sincera. Eu não precisava ouvir nada, só de ter contado pra alguém já era um alivio enorme. Ele me puxou fazendo com que eu depositasse minha cabeça em suas pernas. Ele colocou meu cabelo pra trás, tirando ele do meu rosto. – Eu sinto muito.
- Por quê? – eu disse confusa.
- Fui eu quem deu a ideia da aposta. – Ele confessou, e o tom da sua voz me mostrava algo como arrependimento.
- Isso não diminui a culpa dele – falei fechando os olhos. Fiquei certo tempo ali, e tinha a impressão que havia sido tanto tempo que me perguntei se tinha ou não dormido. acariciava meu cabelo em silencio. Eu não sentia raiva de , e por um momento todo o lance que aconteceu antes do clipe sumiu da minha cabeça, como se minha história com tivesse começado depois disso. Eu não estava chateada com o por isso. Bem, não SÓ por isso, mas eu me forçava a não acreditar que ele havia mentido pra mim outra vez. Eu não conseguia entender. Eu me sentia tão estúpida!
- , a galera... – Abri o olho e vi que chegou à varanda sorrindo. Seu sorriso murchou assim que me viu. – Erm... A galera tá esperando lá dentro. E você também!
Ele disse e apontou pra mim. Eu ainda estava molhada e coberta com a toalha. Percebi então que já era de noite. Sentei-me, passando a mão pelos cabelos, que a propósito, devia estar horrível. levantou, e estendeu a mão pra mim sorrindo. Sorri e peguei na sua mão me sentindo mais confiante também. nos olhava confuso. Sabe de uma coisa? Eu realmente odeio !
Quando entramos na sala, todos gritaram e aplaudiram. Todo o sangue do meu corpo foi parar nas minhas bochechas. Eu poderia ser a rainha descolada do colégio, mas dentro de mim ainda guardava aquela antiga . Aquela que andava sempre envergonhada, que vez ou outra dava o ar de sua graça aqui e me fazia sentir tão envergonhada como se é possível sentir. Sorri totalmente envergonhada, sem mostrar os dentes. Sentei ao lado de , e passou por nós, direcionando olhares nada discretos.

Ao fim do clipe todos pularam e gritaram, eu não negaria que o clipe tinha ficado lindo, perfeito, e a última cena fazia lembrar-me de coisas nada legais. Saí de fininho, ainda enrolada com a toalha. Eu estava em outra sintonia, totalmente diferente. Não estava em clima de festa, animação. Dirigi todo caminho de casa em silêncio, eu podia sentir toda a tristeza me consumir novamente. E foi essa – a tristeza – a minha companhia de todo o final de semana. Sem dormir, comer, andar ou viver direito. Minha mãe e meu pai estavam em clima de comemoração também, tinham acabado de fechar um negócio importante internacionalmente. Acho que uma rede de hotéis teve interesse no hotel dos meus pais e vai levar o Golden’s Hotel para o Brasil. Enfim, todo mundo muito feliz da vida, e eu aqui, morrendo de tristeza por conta do idiota, cretino e todos os xingamentos existentes e não existentes no mundo, do . Que ele morra mil vezes. E que cada vez que ele morra, seja da pior forma possível.
Fiquei uma quase uma semana sem ir ao colégio, e por incrível que pareça, veio me visitar. Duas vezes. Me senti tão importante. Eu nunca recebi visita de amigos ou primos, nem nada do tipo. Quem me visitava geralmente era gente velha, tipo, avós, tios e tias. Sem falar que só me visitavam quando eu estava doente, ou era meu aniversário. Família boa essa a minha? Que nada! Mas parecia não ter vergonha da minha amizade, e a gente ria tanto, falávamos tantas besteiras, tanta coisa inútil. Mas era tão engraçado, tão gratificante; sabe aquele tipo de amizade que se vê em filme, onde todo mundo ri junto, joga pipoca um no outro e todas essas coisas fofas? É, nem eu! Antes do . Eu estava alegre e sentia que poderia voltar para o colégio no outro dia sem problemas.
me disse que estavam todos engajados no baile de primavera. Ele disse que se não tivesse chamado a Mandy, me convidaria. Pelo que eu entendi, tava rolando alguma coisa entre eles. Mandy era legal, já conversei com ela algumas vezes, e se ela gostasse realmente do tava tudo certo.

Cheguei ao colégio, e percebi que não havia mentido ou exagerado quando disse que parecia que todo mundo havia enlouquecido. O colégio inteiro cheio de panfletos e cartazes coloridos. Não havia uma só parede que não tivesse pelo menos um cartaz enorme. Eu me lembrava de alguns anos atrás. Lembranças nada legais que envolvia, a minha pessoa, um líquido no chão, nada que vocês não saibam. Esbarrei com Mark no caminho. Passei a mão no local dolorido e o olhei confusa.
- Preciso falar com você, ! – ele disse daquele jeito nojento de cafetão que ele tinha. Sorri irônica, dando um passo em sua direção.
- Pena que eu não tenho nada pra falar com você! – Fiz cara de quem acha aquilo realmente uma pena. E sai o empurrando com o ombro. Ele pegou no meu braço, bem forte, me machucando.
- Você que pensa, meu amor. Entra na sala, vamos conversar agora! – Ele disse me puxando com força pra dentro da sala. Quem esse filho da mãe pensa que é?
- Quem você pensa que é, seu filho da mãe? – Perguntei puxando meu braço. – Tá doendo, seu imbecil!
- Você ficou uma semana sem vir pro colégio. E não precisa dizer nada, eu não quero saber o porquê! – Ele falou se sentando da mesinha, mas que ogro nojento esse menino é! – O assunto é: Sabe que seu queridinho tá namorando com a Maggie, né? Bem, eu e Maggie também temos uma relação... Um tanto quanto... Íntima, podemos assim dizer.

EU NÃO ACREDITO! Dois sentimentos me invadiram por completo: a raiva e o gostinho da vingança, ambos por Maggie ter enganado . Eu quase podia sorrir com aquela notícia. Quase, se não fosse o fato de ter sido Mark quem me chamou aqui e, portanto, eu tenho a certeza de que ele pediria algo em troca por conta da informação.
- E o que você quer que eu faça em relação a isso? – Disse tentando mostrar o maior desinteresse possível.
- Quero que você seja minha namorada! – Ele disse, sorrindo.
- O que? – Disse pausadamente, tentando absorver tanta informação contida numa única frase.
- Isso mesmo, docinho. Vou ser seu namorado! – Depois dessa, o que me restou fazer, se não gargalhar? Sim, ri tanto que chorei. Ai, coitado!
- Ah, claro. E eu me caso com o príncipe William amanhã mesmo também, se você quiser! – Sorri irônica, ele não moveu sequer um músculo desde que comecei a rir. – O que você pensa, quando me diz isso?
- Eu penso que você vai dizer sim. – A calma dele estava me irritando.
- E por que eu faria isso? – falei óbvia.
- Porque se você não fizer isso, nós vamos humilhar seu querido , em público, no baile, com todo o colégio presente.
- Tudo bem, se precisar de ajuda é só me chamar! – Disse me virando, caminhando até a porta.
- Você acha mesmo que conseguirá passar por tudo aquilo que você passou? – Ele disse quando minha mão estava prestes a virar o trinco da porta. A pergunta me fez pensar, e chegar a conclusão em poucos segundos que... Não! não suportaria. Não que ele fosse fraco, mas é que nem eu sei como sobrevivi a tanta humilhação. Ele podia parecer forte, mas não era bem assim. Respirei fundo e me virei pra ele.
- E por que namorar comigo? O que tem haver com o ? – perguntei confusa.
- Absolutamente nada! – ele disse ainda calmo, sem mudar a expressão. Poderia dar um soco na cara dele agora mesmo.
- E então, é por pura maldade? – perguntei incrédula.
- Não é isso, sua idiota! – Ele falou nada gentil. – Minha popularidade tá fraca no colégio, tanto a minha, como a da Maggie. Precisamos namorar pessoas com popularidades maiores. Você sabe que pra sobreviver nesse colégio é preciso ser popular. Você sabe do que eu estou falando, não é mesmo? E o que é melhor do que namorar a Queen ? (n/a: desculpem pelo momento Gossip Girl, mas não consegui evitar >.<)
- Como é? – falei pausadamente, acho que precisaria que ele repetisse pra que eu entendesse. – Então, você precisa me namorar, assim como Maggie precisa namorar , para que sua popularidade aumente? – perguntei, tentando entender. E ele acenou positivamente. – Ah, vai pra merda, Mark. Mas que porra é essa?
- Você não precisa entender nada, só precisa fingir namorar comigo. Ou você acha mesmo que vai ser forte, assim como você foi, e aguentar todos os xingamentos e risadas? Você não perdeu nada, . Você era uma ninguém, tá? não, ele tem popularidade, é o rock star do colégio. Se você disser não, você vai acabar com a vida do , e de todos os outros quatro. A McFLY inteira vai pro buraco. Coisa feia, ... Acabar assim com os sonhos de quatro adolescentes britânicos!
- Seu idiota, imbecil, canalha! – Corri pra cima dele, que sem muito esforço me imobilizou em segundos. Se aproximou de mim, e disse baixinho.
- Você não é nem maluca de bater no seu namorado, não é mesmo? – Depois disso, ele me deu um selinho. Reprimi o embrulho no estômago e cuspi no chão, mostrando o quanto estava enojada.
Ele riu. ISSO MESMO, ELE RIU! De mim. Pegando minha mão com força, e caminhando até a porta, abrindo-a e me arrastando corredor a fora. Foram os dez minutos mais horríveis da minha vida. Todos nos olhavam com caras confusas, fazendo caretas e olhando nada discretamente para nossas mãos entrelaçadas. Isso me dava um sentimento nostálgico. Quase como um dejà vú, só que eu não conseguia lembrar o porquê daquela situação ser tão familiar pra mim.
Uma onda de memórias me invadiu, e eu não consegui lembrar de outra coisa que não fosse o dia em que eu e saímos pelos corredores do colégio de mãos dadas pela primeira vez. Os olhares, a repreensão eram quase as mesmas. Só que dessa vez, tinham um teor maior de confusão. Mark, claro, estava se achando o único e gostoso ali, sabe? Com um sorriso nada tímido em seu rosto, como se fosse invencível ou algo parecido. A vontade de lhe dar um soco na cara só aumentou, mas foi repreendida assim que meus olhos focaram os de uma pessoa, parado na minha frente. Eu podia ver a dor neles. Direcionei meu olhar para , que estava parado ao lado de , me senti ainda pior com seu olhar reprovativo. Comecei a pedir mentalmente que Mark passasse direto dos garotos. Meu olhar não tinha uma direção certa, do , para o chão, do chão para o , do para , de para o chão e assim vai. Mark, aquele grande filho da puta, parou bem em frente a .
- , eu posso falar com você? – falou me olhando de forma intensa, que me deu medo.
- Claro! – Falei, puxando minha mão. Mark a segurou com mais força, então eu a puxei usando toda a minha força o olhando feio. Ele apenas sorriu sem mostrar os dentes pra mim. VIADO!
- O que é que deu em você? – falou perplexo.
- Eu... Olha, , eu quero dizer que não é bem assim. Acredite em mim! Eu só não posso falar nada! – Eu disse rápido e me lançou um olhar confuso. – Eu não posso falar!
- Falar o quê? Que você fez aquele show todo, mas na verdade você tava interessada em Mark? Justo o Mark? Não que seja a melhor pessoa do mundo, mas o Mark é cúmulo de todos os cúmulos do mundo, !
- Eu sei, eu sei. Mas é que eu não posso contar nada pra você, nem pra ninguém! É o melhor pra todo mundo, acredite em mim! – Eu não estava falando coisa com coisa, eu sabia disso.
- Você falou tanto do , mas acontece que você é pior! – Ele falou num tom meio alterado. Mark chegou ao meu lado, como sempre sendo inconveniente, claro!
- Algum problema, gatinha? – Ele falou alto e se abaixou ficando na minha altura pra comentar alguma coisa no meu ouvido. – Você não falou nada, né?
- Não eu não falei, e não me chama mais de gatinha! – Falei alto e sai pisando forte.
Eu queria simplesmente matar o Mark. Quem ele pensa que é? Esse imbecil não era nenhum deus pra vir aqui e simplesmente mandar na minha vida. O que me confortava era saber que estava poupando sofrimento maior para . Seria sofrimento pra ele, e pra todo mundo da McFLY. Eu não suportaria.
Passamos quase uma semana e meia com essa palhaçada. Mark e eu, andando de mãos dadas pelo colégio, todo mundo achando que estávamos namorando. Só que esse acontecimento estava sendo esquecido, já que faltavam apenas dias para o baile de primavera. Os preparativos a mil. E também o fim do meu martírio, já que eu não precisaria mais namorar Mark depois do baile. Amém, Senhor! Não que Mark e eu havíamos combinado algo. Nada disso! Mas eu tinha tomado minha decisão, e não voltaria atrás.
Tem coisa pior do que uma quinta-feira com cara de domingo? Eu estava pensando em como me livrar de Mark, quando vim um tumulto no hall do colégio, vários alunos correndo até o local. Se eu sou curiosa? Não, nem um pouco. Fui até lá, claro. Espremendo-me, me apertando, empurrando as pessoas até chegar lá. Me deparo com a cena mais grotesca que vi na vida. e Mark se esmurrando e se batendo violentamente.
- PAREM, PAREM! – gritei tentando entrar no meio da briga. Percebi que estava ferido, meu coração bateu mais rápido. Maggie também gritava do outro lado, só que ela parecia se preocupar mais com o ogro do Mark. Vadia! entrou na briga e empurrou longe de Mark, enquanto Brian pegou Mark e o levou para o lado contrário, sorri pra Maggie que também sorriu. Fui atrás do e ela do Mark. Cheguei a uma sala, onde me disseram que estava. Ele estava sentando com um pano cheio de gelo no olho.
- Por que você não esta cuidando do seu namoradinho? – ele perguntou, cheio de ironia. Rolei os olhos, colocando minha bolsa do seu lado. Tirei algodão e um remédio de cor vermelha, que apesar de arder, cicatrizava rapidinho. Tinha uma trilha de sangue em sua boca, e eu precisava ajudá-lo.
- Porque estou cuidando de você! – disse simplesmente. Levei o algodão até sua boca, mas ele me impediu.
- Eu não quero a sua ajuda! – Ele falou, segurando minha mão firme.
- Problema seu! – Falei puxando minha mão e encostando o algodão no canto de sua boca com cuidado.
- Ai, cacete! Isso dói! – Ele falou alto empurrando a cabeça pra trás.
- Gay! – disse rindo, e ele voltou sua cabeça na posição normal. Encostei novamente o algodão em sua boca e dessa vez ele só fez uma pequena careta. Limpei o sangue em seu rosto, e o ajudei com o olho. Que estava inchado e roxo. Fiquei de frente pra ele, entre suas pernas ajeitando seu olho.
- Por que você tá namorando com ele? – perguntou baixinho. Eu suspirei.
- Porque sim. – Respondi simplesmente.
- Isso não é resposta! – Ele disse sorrindo de lado. Mas logo ficou sério. – Você não vê como isso dói em mim?
Eu quis me matar na mesma hora! GENTE, ISSO DÓI NELE! Sorri de lado, meio que alegre. Afinal, se dói nele, é porque ele sente ciúmes do Mark.
- Por que você não me responde? – Ele perguntou impaciente. – Olha, eu sei que errei, mas é que... É como se você não fosse a por quem eu me apaixonei!
- Como assim? – perguntei confusa.
- É como se você tivesse com o mesmo corpo e sorriso dela, só que possuídos por outra pessoa, ou por alguma coisa que possua corpos. – Ele disse confuso e eu ri.
- Não é como se eu fosse a mesma pessoa, . Eu mudei, eu não poderia continuar daquele jeito, simplesmente não podia!
- Mas eu a amava tanto! – Aquilo foi como um choque, um soco, ou algo BEM doloroso pra mim. Alguém reparou que ele usou o passado? Pois é. Ele usou. E eu reparei. Saí da sala, o deixei falando sozinho.

Os dias até o baile foram tão estranhos, tão monótonos e corridos ao mesmo tempo. Ao sábado eu estava super cansada! Meu acompanhante do baile? Mark, infelizmente. O tema do baile era Cassino, e estavam todos entusiasmados. Inclusive eu, por incrível que pareça. Desde aquele dia na sala não havia falado com . Eu sequer olhei para ele. Eu sentia raiva, medo, inveja da Maggie, ódio do Mark... Eu estava tão confusa, tão estranha. Pelo menos eu parei com aquela minha mania de dizer que odiava . Quer saber de uma coisa? Se você achou que eu ia dizer que o odiava sim, está muito enganado! Eu ia dizer: Eu não me importo mais com . Mudei minha frase de efeito, ok?
Conversa fiada a parte, tomei uma decisão difícil esses dias. Mas estou apostando todas minhas fixas nela! Conversei com e falei da minha decisão, sem deixar que ele soubesse da chantagem que Mark estava fazendo comigo. Ele não aguentaria e acabaria arrumando confusão. Chegamos ao baile, e de certa forma fomos atropelados por um tsunami de flashes. Sou uma estrela, sorry, queridinhos! O ginásio do colégio não poderia estar mais bonito. Mark logo me deixou de lado para tirar fotos e dançar. Eu prometi a mim mesma que aquilo iria acabar aqui, e acabaria!
Eu estava sentada do lado de fora em um banco, tomando um líquido verde, sozinha. Quando ouvi os acordes de Met This Girl, eu não pude deixar de derramar algumas lágrimas solitárias e dolorosas. Enxuguei as teimosas que insistiam em cair e me levantei pronta pra ir pra dentro do ginásio. A McFLY tava tocando num palcozinho improvisado. estava tão lindo... Meu coração chegava a doer, tamanho era o amor que eu sentia por aquele imbecil. Ele pareceu me perceber e me olhou sério. A próxima música tinha um acorde diferente de todas as que eu ouvi antes. estava sentado em um banquinho e sorriu fraco.
- O nome dessa é Bubble Wrap! – Ele disse enquanto começava a cantar.

This is the last time
(Essa é a última vez)
I give up this heart of mine
(Eu desisto desse meu coração)
I'm telling you that I'm
(Estou te dizendo que eu sou)
A broken man who's finally realised
(Um homem quebrado que finalmente percebeu)
You're standing in the moonlight
(Você está em pé sob o luar)
But you're black on the inside
(Mas você é escura por dentro)
Who do you think you are to cry?
(Quem você acha que é pra chorar?)
This is goodbye
(Isso é um adeus)

Lágrimas tristes caíram no meu rosto. Aquela música era feita pra mim, e eu sabia disso. Ele também estava desistindo, e isso doía mais do que eu própria ter desistido. Ele estava magoado comigo, eu lidaria com isso. Mas isso não pode ser pior do que vê-lo desmoronando. E enquanto aos outros garotos? Eu não poderia fazer ou falar nada. Logo isso acabaria, e eu poderia chorar sozinha em baixo do meu cobertor novamente!

I'm a little dazed and confused (Eu estou um pouco tonto e confuso)
life's a bitch, and so are you
(Mas a vida é uma puta, assim como você)
All my days are turning into nights
(Todos os meus dias viraram noites)
Cause living without, without, without you in my life
(Porque estou vivendo sem, sem você na minha vida)
And you wrote the book
(E você escreveu o livro)
On how to be a liar
(Sobre como ser uma mentirosa)
And lose all your friends
(E perder todos os seus amigos)
Did I mean nothing at all?
(Eu não signifiquei nada?)
Was I just another ghost that's been in your bed?
(Eu fui apenas outro fantasma que esteve em sua cama?)

O nó na minha garganta estava cada vez maior e eu sabia que podia chorar a qualquer momento. Ah, Deus! Eu o amava tanto, mas tanto. E o pior era não merecer cada palavra de raiva que ele pronunciava tão lindamente cantando.

Turn on the radio honey
(Ligue o rádio, querida)
Cause every single sad song you'll be able to relate
(Porque cada música triste, você conseguirá se relacionar)
This one I dedicate
(Essa aqui eu dedico)
Oooh don't get all emotional baby
(Não fique toda emocionada, baby)
You could never talk to me
(Você nunca pode conversar comigo)
You're unable to comunicate
(Você é incapaz de se comunicar)

Eu estava prestes a sair! Eu não queria continuar ali, parecia que todo mundo havia percebido que a música era pra mim. Não, ninguém me olhava ou sequer prestava atenção na letra. Eu o olhei triste, querendo não ter nascido. Caminhei lentamente pra trás, querendo sair dali o mais rápido possível. Jared, o motorista dos meus pais, já devia estar me esperando. Eu saí e as lágrimas me dominaram. Enxuguei meu rosto para que não houvesse perguntas de Jared. A única coisa que ouvi foram os últimos acordes, me dizendo que a música havia acabado.

… But you're black on the inside
(Mas você é escura por dentro)
Who do you think you are to cry?
(Quem você acha que é pra chorar?)
This is goodbye
(Isso é um adeus)
This is goodbye
(Isso é um adeus)

Estava caminhando até o carro quando ouvi alguém me chamar. Virei lentamente percebendo ali, perto de mim. Meu coração batia tão rápido que aposto que ele ouvia.
- A música... – Ele olhou para os próprios pés e depois pra mim. – A música era pra você!
- Eu sei! – Disse tímida.
- Você vai aonde? – Ele perguntou curioso.
- Pra casa. – Menti
- Você me magoou tanto. Na verdade, você ainda me magoa, sabe? Com esse namoro com Mark, as coisas que você faz e fala. Essa não é a . Não a MINHA !
- A música é bonita, . Mas você não pode julgar pelo o que você não sabe! – Eu disse e me virei.
- É isso que você faz! Sempre! Quando é pra tomar uma decisão, escolher entre si mesma e os outros, você sempre escolhe você! É isso que aconteceu quando começou a namorar com Mark... – ele falou tudo, praticamente cuspindo em mim.
- ! Volta aqui! Espera aí! ! – ouvi Mandy gritar, interrompendo .
- Oi, Mandy! – ela sorriu pra mim. Mandy era tão legal, ela merecia .
- Queria me despedir de você! me disse que você tá indo pra Bolton! – Eu sorri agradecida, a abraçando. – Vou sentir saudades!
- Eu também! – disse sincera. Ela sorriu e se afastou, voltando para o baile.
- Você vai para Bolton? – perguntou perplexo.
Eu havia decidido isso, acabaria a palhaçada do namoro hoje mesmo, e mudaria para Bolton. Passar uma temporada com a minha mãe. Longe do , do colégio, de todo mundo. Mudaria de colégio. E tentaria viver uma vida normal, sem culpa, vergonha ou qualquer outra coisa parecida. Seria um novo começo. Seria muito bom! Valeria a pena! TINHA que valer!




N/a: Tá aqui a sequência de Mine que virou Yours. Queria explicar as mudanças que aconteceram! Primeiro: Mine, não mais Mine porque existe outra fic com esse nome, e como a minha veio depois, teve que mudar de nome. Então quem quiser ler Yours, vou colocar o link lá em baixo. Segundo: Mudei o nome dessa também, chamei de His. E terceiro: ultima fic vai continuar sendo Ours, resolvi não mudar ela. Enfim, obrigada a todos que leram e comentaram. Lembrando, só entende His se ler Yours. Vou demorar um pouco pra publicar Ours, porque estou no terceiro ano e fica difícil conciliar colégio, cursinho, estudar, e ainda sou da comissão organizadora da minha formatura, então é tudo muito corrido. Então, vai demorar mais um pouco, afinal, to um pouco sem tempo. ‘Cês viram que eu to mocinha e diminui e MUITO o numero de perguntas? Em compensação, a fic ta enorme! 9 páginas acreditam? Quero agradecer a Leeh por aguentar a minha pessoa mais uma vez, tenho dó. Um beijo pra minha mãe linda que leu Yours e His, e gostou! Te amo <3. E é isso! Xoxo @caahq
Yours; Intoxicate Me Now

N/b: Qualquer erro na fic mande para leeh.rodriigues@gmail.com :) Não utilizem a caixa de comentários, por favor. Agradeço desde já.


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