História de Amor
escrita por: Izzy Marks
betada por: Japeka



chegava com dificuldade ao túmulo elegante de seu falecido marido, ela já tinha por volta dos noventa anos, faleceu já fazia uns cinco, com noventa anos pra ser exata. disse:
- , meu querido, me ajude a descer da cadeira! – disse pedindo para o seu filho, um rapaz muito bonito de trinta e poucos anos, era a imagem cuspida de seu pai.
– Claro mãe! – pegou as mãos fracas de sua mãe, e ajudou a se retirar da cadeira.
– Mãe, as flores! – , sua filha mais nova de vinte e poucos anos, lhe entregou o buquê, que sua mãe trouxe para homenagear seu pai .
– Obrigada ! – disse pegando o buquê de flores da mão de sua filha, que tinha os traços da mãe quando jovem, e os olhos incrivelmente do pai.
– Mãe, a senhora tem certeza que quer ficar sozinha aqui? – perguntava com receio de deixar sua frágil mãe, ali naquele momento de pura emoção.
– Sim – disse tão baixo de olhos fechados que nem nem escutaram.
– Certeza mãe? – perguntou dessa vez, balançou a cabeça com rapidez, emocionada querendo chorar, fazendo-a entender.
– Vamos ! – fez um gesto com a cabeça para o irmão, para os dois irem embora e deixarem sozinha ali. – Eu te amo mãe – deu um beijo carinhoso no rosto da mãe, e deu outro em seguida.
– Eu te amo. – disse por fim e indo embora junto com deixando finalmente a sós.
respirou fundo e colocou as flores em cima do tumulo, e se sentou ali na grama bem verde, olhando para o lugar onde haviam escrituras com letra antiga que diziam - 2076” e mais embaixo havia gravado “But I’m here forever”. leu aquilo e deixou uma lágrima rolar, pegou uma carta que havia escrito, abriu e disse:
– Eu quero que essa seja a nossa ultima lembrança – Olhou a carta e começou a ler – Nós éramos jovens quando eu te vi pela primeira vez – deixou outra lágrima rolar, fechou os olhos para controlar e os abriu novamente – Eu estava na varanda, ao ar de verão...

flashback – 2009

Eu estava com minhas três melhores amigas conversando sobre algo qualquer, eu não conseguia prestar atenção no papo, estava distraída olhando para o jardim, pensando em como teria que me comportar nas festas de gala que meus pais preparavam, eu era a única filha do rei da Inglaterra, odiava aquilo, me sentia sufocada. Era verão, um dia bonito pra fotografar o jardim, isso era a coisa que eu mais gostava de fazer, eu tinha acabado de fazer dezoito anos, mas não senti nenhum pouquinho da liberdade que os dezoito pareciam oferecer. Meus pais iriam dar uma festa comemorativa do aniversário da cidade de Londres, e os responsáveis pela organização da festa estavam escolhendo os músicos que tocariam na mesma. As entrevistas para as bandas estavam sendo naquele momento. As meninas ficavam tagarelando enquanto eu fitava o jardim, distraída pensando em alguma coisa, até que algo, ou melhor, alguém me tirou do transe. Um garoto de cabelos bagunçados me chamou a atenção, ele estava entrando no salão do palácio com mais três garotos, eu fiquei olhando o rapaz que tinha um sorriso bonito, que conversava com um outro, esse cutucou o garoto que eu fitava, parecendo que havia percebido que eu estava olhando o seu amigo, nisso o dito parou de rir e olhou para a varanda, ou melhor, para a minha direção. Eu paralisei, fiquei muito sem jeito, não tinha onde me esconder. Eu respirei fundo e olhei de volta, o garoto ficou me olhando da mesma forma, parecia que se distraiu exatamente como eu. O seu amigo tirou-o do transe mais uma vez. Mas o garoto que eu olhava encantada deu um pequeno sorriso bobo pra mim, que sorri da mesma forma, mas mais sem graça ainda, ele assim continuou a andar pelo jardim, provavelmente indo pro salão.

– O que foi ? – perguntou, finalmente percebendo que estava fora do papo tão interessante dela e das meninas.
– Nada , nada. – Eu disse sorrindo ainda por causa do belo garoto.
, e se entreolharam desconfiadas percebendo que eu provavelmente estava com uma cara diferente.
– Então, vamos embora meninas? – disse pra e .
– A gente tem que comprar os vestidos pra festa da família Real, certo? – disse continuando, me fazendo rir.
– Vamos então! – Disse por fim. – Até daqui a pouco ! – disse mandando um beijo no ar para mim.
– Até ! – disse, mandando vários beijos no ar pra mim e seguindo .
– Até daqui a pouquinho ! – me disse por fim, mandando um beijo no ar pra mim também, que acenei para elas dando um sorriso.
– Até a noite meninas! – Eu disse vendo-as descer as escadas da varanda do palácio antigo.

A noite chegou finalmente, eu coloquei um vestido creme no melhor estilo do século XIX, esse era o tema da vestimenta da festa, estava com um penteado da época também, tomei coragem e desci a gigante escadaria para o salão de festa, lá tinha muitos famosos e anfitriões VIP’s dentro daquele salão, a maioria eu já conhecia.
, meu bem, venha conhecer John! - Meu pai me chamou cordialmente, assenti com a cabeça e fui conhecer o amigo de meu pai, eles ficaram falando coisas chatas, que eu não estava com a mínima vontade de saber, mas por educação fingi que prestava atenção, até que virei pra trás e lá estava o garoto do jardim, que não saía da minha cabeça, ele estava com uma roupa extremamente perfeita pra ele, eu não havia reparado, mas ele tinha os olhos mais incríveis que eu já pudera ver na vida, ele me viu e veio da multidão em minha direção, apenas me virei automaticamente e o olhei. Ele enfim chegou a mim e disse como se fosse um cavalheiro da época, fazendo reverência dizendo:

– Olá! – Fiz reverencia da mesma maneira, fazendo-o soltar um belo sorriso também.
– Majestade! – Ele fez reverência ao meu pai, que o cumprimentou cordialmente também. – Lorde! – John o cumprimentou da mesma forma. – O senhores me dariam permissão, pra dançar com a bela princesa? – O garoto se curvou em minha direção estendendo a mão.
– Claro! – Meu pai disse permitindo.
Olhei para ele, e olhei de volta para o belo rapaz, peguei na mão que estava estendida e ele me guiou até o salão que tocava músicas clássicas do século XIX. Ele pegou em minha cintura com a outra mão, me trazendo pra mais perto de si, respirei fundo com isso.
– A propósito, meu nome é , me chame de . - Nós conversávamos enquanto dançávamos.
– Prazer Senhor . – Eu disse sorrindo sem jeito, ele riu, ainda dançando comigo.
– Como eu disse, me chame de ! – Ele disse com a voz sedutora, pra mim.
– Está certo, ! – Eu disse, olhando-o nos olhos.
– Então, acho que você não precisa se apresentar né?! – disse em tom de obviedade.
– Adoraria, ter esse prazer. – Eu disse em meio tom desanimado, ele ergueu uma sobrancelha.
– Somos parecidos nisso! – Ele disse tentando igualar-se.
– Mas você, teve a chance de nascer uma pessoa comum, depois ficar famoso. – Eu disse, ainda dançando com ele.
– É mas... – Ele tentava achar outra resposta.
– E querendo ou não, você teve escolha, ninguém te obrigou a ter uma banda de sucesso internacional – Falei simplesmente, olhando dessa vez em seus olhos , nisso ele deu um sorriso torto com o canto dos lábios, me deixando sem jeito, voltei a encarar tudo menos seus olhos.
O tempo foi passando, e nós continuamos a conversar mais abertamente, era incrível como tinha o dom de me fazer esquecer dos meus problemas, e apenas me fazer sorrir com as coisas mais bobas da vida.
Ficamos conversando a sós na sacada do castelo, por um incrível milagre e não sentiram a nossa falta.
– É, é incrível. – Eu disse, concordando com o que ele havia falado, apoiei meus braços na sacada e fiquei fitando o céu, que por sinal estava super estrelado, , apoiou-se na sacada também, e ficou fitando o céu comigo, ficamos lá por alguns segundos em silêncio, apenas observando, até quebrar o silêncio.
– Você acredita, em contos de fada?
Eu não entendi a pergunta direito, mas respondi:
– Naquelas de Fadas, princesas, príncipes, dragões e coisa e tal? – Eu perguntei, olhando-o.
– Nessas histórias de amor, de princesas e sapos. – fez uma cara engraçada, me fazendo rir, e entender o que ele queria dizer.
– Eu acredito. – Eu disse sem graça, encarando o jardim. – Mas eu só não acredito em tudo, não acho que princesas, sempre tenham um final feliz, com o sapo que elas escolheram.– Eu disse com o tom de voz triste, ri baixo por um segundo.
ousou e se aproximou, levantou meu rosto com a ponta de seus dedos, e me fez encara-lo.
– Nem se esse sapo, virasse príncipe? – Ele disse com o rosto próximo do meu. Dessa vez eu ri mais uma vez, e disse o olhando nos olhos.
– E como esse viraria príncipe? – Perguntei, fazendo-o dar um daqueles sorrisos tortos, que eu estava cada segundo mais encantada.
– Bom... Dizem que com um beijo da princesa, o sapo vira príncipe. – Ele sorriu e me fez sorrir de volta.
Nisso ele se aproximou mais e eu não recuei, senti um arrepio que começava da ponta dos pés, ia subindo conforme ele se aproximava, quando os lábios quentes dele, tocaram os meus, eu senti como se tivessem soltado mais de mil borboletas no meu estômago, meu mundo naquele momento parou, eu esqueci de tudo, de onde estava, de quem era até, só de que estava ali, com o meu sapo, quero dizer, com o meu príncipe.

- O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI? – Era a voz de meu pai, era claro que ele estava gritando, nisso eu e nos largamos, nós estávamos completamente desconcertados pela situação que nos encontrávamos.
- O que vocês pensam que estão fazendo? – Meu pai estava furioso, um de seus amigos, tentava acalma-lo, parecia que ia agredir .
- Eu, eu... – simplesmente não sabia o que dizer, nunca pensou que haveria todo esse tumultuo.
- Acalme-se pai! – Eu entrei na frente de , nisso meu pai me tirou dali e me puxou pelo braço.
- Fique longe da ! – Meu pai disse por fim. Nisso ele saiu andando, voltando para o salão de festas, eu comecei a chorar e corri para a escadaria, eu chorava de soluçar, não esperava por isso, correu atrás de mim.
- Vai embora ! – Eu chorava desesperada, sentada na escadaria.
- Mas, ... – Ele tentou tocar meu rosto, eu não deixei.
- , por favor, vá embora é melhor. – Eu tentava segurar as lágrimas. Ele apenas me olhou ainda sem acreditar e foi embora. Seus amigos viram, provavelmente não entenderam nada, e foram junto.
Vi cruzar a porta de saída principal do salão, e subi as escadas chorando, me tranquei no quarto.
Chorei por horas, todos que batiam no quarto eu mandava-os embora, não queria ver ninguém, só queria ali. Passou-se a noite, eu só havia tomado banho, e comido qualquer coisa, me tranquei no quarto novamente, passou-se o dia e não saía de lá para nada, não queria ver meu pai.
Já era umas nove horas da noite, e eu escutei um barulho de pedra na vidraça da minha janela. Achei estranho e fui ver o que era.

- ! – Sussurrei baixo, e coloquei a mão na boca, com medo de que alguém escutasse.
Nisso ele fez sinal com a mão, me pedindo para descer no jardim. Balancei a cabeça, e pedi com a mão, que ele esperasse. Vesti meu casaco, e calcei uma sapatilha. Saí pela janela, me segurando pela árvore gigante que ficava ali.
– Cuidado! – disse com cara de preocupação, eu o olhei e balancei a cabeça, e fui descendo devagar pelos arbustos que ali haviam.
Quando cheguei perto, me pegou pela cintura e me desceu.
- O que você está fazendo aqui? – Perguntei finalmente. – Como você entrou aqui? Como? – Lhe bombardeei de perguntas.
Ele sorriu e me roubou um beijo leve antes de responder.
– Me leve a algum lugar, onde possamos ficar sozinhos.
Ele pegou minha mão, e nós corremos para outro lugar do jardim, que não havia ninguém. Enquanto me levava, ele respondeu.
– É que depois de ontem, seu pai não quer que o McFLY toque mais na festa. E eu e os outros viemos aqui, pra desmanchar o contrato. – Ele baixou a cabeça. – E eu aproveitei a chance pra te ver, pela ultima vez!
Coloquei o dedo no lábio dele, fazendo-o ficar em silêncio, ele me olhou nos olhos com isso. Nossos olhos estavam tristes, não queria que fosse assim. Ele me beijou mais uma vez, me abraçou pela cintura, e me deu um beijo profundo de despedida, isso me deixou mais angustiada.
– Eu preciso ir. – soltou a minha mão, meus olhos se encheram de lágrimas.
– Não, não vá, por favor. – Eu implorei com a voz, que quase não saía.

Ele me olhou pela ultima vez e foi embora, eu fiquei lá, comecei a chorar em silêncio, e entrei pela parte dos fundos do castelo, todos os empregados não entenderam nada, corri pela escadaria e subi para o meu quarto, eu havia acabado de chegar a uma conclusão, eu havia acabado de perder a única pessoa, que eu achei que tivesse tido.
Os meses foram se passando, e todos tentavam me convencer que não era para mim, e que eu nunca iria poder ficar com ele. Meu pai me dizia todos os dias que o nosso amor era impossível, eu não tinha outra vontade além de me trancar no quarto e pensar nele. Um ano se passou e eu nunca mais o vi, além de vê-lo na televisão às escondidas, eu era proibida de ver qualquer coisa relacionada a McFLY no palácio, nada me adiantava, eu não consegui tirá-lo de meus pensamentos, era meus sonhos, meus pesadelos, ele era a única coisa que eu tinha, a única coisa que me mantinha viva.
Eu já estava cansada de esperar, um ano já havia passado, eu ainda tinha esperanças de que um dia ele iria me buscar, minha fé já estava fraquejando.
- Vamos princesa, temos uma festa linda pra você ir. – A empregada, se sentou na cama e tentou me convencer. – A senhorita precisa se divertir um pouco. Vai ser aqui na redondeza de Londres.
- Tá bom, eu vou. – Eu disse, tentando sorrir. A empregada acariciou meu rosto.

Me vesti e fui na limusine real, meu pai, minha mãe, e eu ali. Fiquei olhando pela janela o caminho inteiro, havia carros de seguranças nos cercando, até motos com seguranças a nossa volta.
Desci do carro. Meu pai e minha mãe subiram no palanque que fizeram, meu pai fora fazer um discurso, eu fiquei ali atrás do palco, era a única que não prestava atenção no que ele dizia, quando vi um rosto familiar na multidão. Era ele, estava ali. Eu estiquei o pescoço pra ver se eu não estava imaginando, me viu, e fez a mesma coisa, tinha muitas pessoas entre nós. Ele começou a se mover na multidão. Eu fiz a mesma coisa, aproveitei a distração dos seguranças, e fui em direção a ele, comecei a correr e me desviar das pessoas, fazia a mesma coisa do outro lado, minha respiração já estava pesada, eu parei de correr, e lá vi ele, parado a poucos metros de mim, me olhando. Ele sorriu, recuperando o ar, sorri de volta e corri para os braços dele. Abracei-o com tanta força, que ele me levantou do chão, ficamos em silêncio, apenas sentindo a presença um do outro. Até que consegui falar no ouvido dele.

- me salve, eu tenho me sentido tão sozinha. – Eu continuei o abraçando, fechei os olhos e senti o cheiro bom que vinha da pele dele, era exatamente da forma que me lembrava. – Eu continuei esperando por você, mas você nunca veio. – Eu deixei que uma lágrima caísse. Ele apenas escutava e me abraçava com mais força, eu sentia que estava emocionado da mesma forma. – Isso está na minha cabeça, eu não sei mais o que pensar.
Ele parou de me abraçar e me olhou nos olhos, pegou uma caixinha de veludo que estava no bolso interno de seu casaco, e abriu. Tirou um lindo anel, com pedras cravejadas, ele se ajoelhou no meio da multidão na minha frente.
- Case-se comigo . – Ele segurava a minha mão. – Você nunca mais estará sozinha. – Ele colocou o anel no meu dedo, eu estava sem palavras. – Eu te amo, e isso é tudo o que eu sei. – Ele disse me olhando nos olhos. se levantou, ainda segurando minha mão. - Eu falei com seu pai, vá pegar o vestido branco! – Ele disse sorrindo pra mim. - Essa é uma história de amor, baby. Só diga sim! – Ele disse por fim.
Eu o abracei novamente, e o beijei, dei o beijo mais apaixonado que eu poderia dar na vida, ele me abraçou pela cintura e me levantou do chão, eu o abracei pelo pescoço, e nós sorriamos entre o beijo, era o momento mais feliz da minha vida.

Fim do flashback – 2009

terminou de ler a carta com os olhos cheios de lágrimas, ela colocou a carta em cima do túmulo de seu marido, e se deitou ali no gramado, fechou os olhos e pensou:
"Eu vou te amar para sempre".
Fechou os olhos e nunca mais os abriu. faleceu ali mesmo, com seus noventa anos, com a mesma idade de quando havia deixado-a. Ela morreu feliz, com a única pessoa que a amou de verdade, além de seus filhos.

Fim.


Agradecimentos: Eu sei que ficou meio dramática demais, mas eu adoro um romance :3, quero agradecer a beta, a gaab que me ajudou com o script, e a música da Taylor Swift que me inspirou nessa fic. COMENTEM por favor, quero saber a opinião de vocês *-*, beijones:*



comments powered by Disqus