Hook Me Up
História por Lê Oliveira e Carol Mello

I'm tired of my life
I feel so in between
I'm sick of all my friends
Girls can be so mean

- Então, como vocês podem ver, o pênis, quando ereto, tem em média 15 centímetros.
- Ah, professora, acho que no meu caso é bem mais!
- Eu não teria tanta certeza assim, Brad.
Todos começaram a rir como hienas, e eu acompanhei, de maneira um pouco mais tímida. Hanna era ex de Brad, e não perdia uma oportunidade de tirar sarro dele.
Estávamos no meio da aula de biologia, anatomia para ser mais exata, e as piadinhas sobre sexo eram constantes. Por mais que eu risse, eu queria ir além, eu queria ser parte daquilo. Afinal, eu tinha dezesseis anos e possivelmente era a única virgem dali.
- Poupe-nos dos detalhes, senhorita Carlton! - a senhora Martin pediu à Hanna, mas com um ar de riso nos lábios.
Brad a encarava com ódio, mas o sorriso esperto não desapareceu do rosto dela. Senhorita Martin nos passou uma lição de casa e logo em seguida o sinal da saída tocou. Assim como habitual, eu e minhas duas melhores amigas fomos para o portão do colégio esperar por nossos pais. Adivinhem sobre o que elas estavam conversando? Sexo. Acho que às vezes elas esqueciam que eu ainda era virgem. Coloquei meus fones de ouvido e deixei que continuassem conversando.
Acreditem, eu morria de vontade de perder a maldita virgindade. Eu tinha curiosidade sobre a sensação, e também queria poder conversar sobre isso com minhas amigas. O problema era que nenhum relacionamento meu durava o tempo necessário para algo assim acontecer. E como agora eu me encontrava solteira há um tempo, a chance de que eu perdesse a virgindade antes da formatura eram praticamente nulas, afinal, faltavam apenas dois meses até o baile.
- É o meu pai. Até amanhã, meninas! - ouvi Courtney dizer e acenei para ela, que foi a caminho do Toyota Corolla preto estacionado do outro lado da rua.
- Me conta, , qual é a dessa cara de luto? - Emily, minha outra amiga, me perguntou. Tirei meus fones e comecei a rezar mentalmente para que minha mãe chegasse logo. Por mais que ser virgem me deixasse agoniada, não era algo sobre o que eu gostava de conversar com as outras pessoas.
- Você sabe, Em, isso de eu ainda ser virgem me incomoda um pouco.
- Pois não deveria. Cada pessoa tem seu tempo.
- Eu sei, e sinto que o meu já chegou, mas não tenho competência suficiente para dar um passo importante como esse.
- Para de besteiras, ok? Eu perdi há pouco tempo e não vejo problemas nisso.
Ah, tá, diz a garota que chegou saltitando em minha casa para me contar que finalmente tinha transado com seu namorado. Eu não disse isso, claro.
Ouvimos uma buzina conhecida vindo do outro lado da rua. Era minha mãe. Dei um aceno de cabeça significativo para Emily, que retribuiu com um sorriso, e atravessei a rua correndo para chegar à minivan vermelha de minha mãe, porém, antes de eu conseguir alcançar o outro lado do asfalto, uma freada brusca de uma BMW preta me fez parar meu caminho de supetão.
O coração acelerou com o quase-atropelamento e fiz a maior cara de morte possível, virando-me para o motorista retardado que possivelmente arrancava a vida de pedestres desavisados por aí. E então eu soltei todo o ar de meus pulmões quando vi quem era o dono do veículo.
, pai de , um terceiranista realmente gato (que tinha a quem puxar). Ele me encarou com uma expressão entediada, como se a errada ali fosse eu, e eu acabei por revirar os olhos quando entrou no carro e eles sumiram de vista.
Demorei um pouco pra voltar à realidade, e então fui encontrar minha mãe.
- Você não presta atenção pra atravessar a rua não, ? - ela foi logo disparando, sem perceber que eu pegava meus fones de ouvido. Logo, a única coisa que eu via eram seus lábios se movendo, e vez ou outra eu mexia a cabeça para fingir que estava ouvindo. Logo chegamos em casa. Eu não estava realmente com fome (leia-se: saco para aguentar meus irmãos menores e meu pai na mesa do almoço), então decidi que comeria alguma coisa mais tarde. Subi pro meu quarto, jogando minha mochila na cama, e liguei a TV em um canal qualquer, apenas para utilizá-la como barulho de fundo enquanto eu usava o computador.
Me conectei à internet, e enquanto esperava o MSN abrir (o que levava eras, todos os dias), prestei atenção no programa da TV à cabo.
- E estamos aqui com a sexóloga Thiara Martinez, que vai esclarecer algumas dúvidas sobre ejaculação precoce e a falta de apetite sexual.
Falta de apetite sexual, sério? Eu mesma, que nunca havia experimentado, já tinha vontade só pelo que ouvia falar por aí... Como alguém pode ter isso?
- Em algumas pessoas, a falta da atividade sexual interfere na saúde, autoestima e humor. - disse a sexóloga, jogando seus longos, negros e brilhantes cabelos para trás. Maldita. Deve dar tanto que até o cabelo fica bom.
Mirei meu reflexo no espelho, fazendo um bico ao constatar meu cabelo quebradiço e sem vida, prendendo-o num coque frouxo logo em seguida.
Alcancei o controle da TV e mudei de canal. Parecia que as pessoas haviam tirado o dia para falar de sexo.
Parei num canal onde um filme qualquer passava, com o Justin Timberlake no elenco. Adoro. Voltei minha atenção para o computador, respondendo de má vontade uma prima distante que usava um emoticon por letra.
E então, quando ela me disse que tinha uma novidade incrível para me contar, e logo em seguida mandou a bomba, eu tive a certeza de que aquilo era uma conspiração. Um sinal do céu. O Cosmos querendo me dizer que estava na hora, que eu deveria fazer.
Minha prima de QUATORZE ANOS havia perdido a virgindade com o vizinho nerd.
Ela... Quatorze anos. Vizinho nerd. Sexo. Eu... Dezesseis anos. Ninguém. Desespero.
Dei esc na janela de conversa e me virei para a televisão.
Justin Timberlake fazia uma proposta indecente para a atriz realmente linda que contracenava com ele. E em poucos segundos eles começam a transar.
Chegara a hora. Eu perderia minha virgindade.
Mas... Com quem?

I'm gonna find a way
Nothing left to say

Liguei para as minhas duas amigas e em pouco menos de uma hora elas estavam comigo. Courtney mexia em seu Facebook enquanto Emily estava deitada em minha cama, com as pernas para cima. Eu, nervosa, em pé.
- Vocês precisam me ajudar. - disparei. Se eu falasse tudo de uma vez, talvez não sentisse tanta vergonha. - Eu quero perder a virgindade. Tipo, urgente. - as duas me olharam um pouco assustadas.
- Mas...
- Eu sei, não tenho namorado, é feio dar pra qualquerum, mas eu não aguento mais a curiosidade. Não aguento mais ser a única virgem.
- Isso vai ser demais. - Emily bateu palminhas, sentando-se corretamente. Alcançou minha mochila, abrindo-a e retirando meu caderno e meu estojo.
- O que você vai fazer? - Courtney questionou.
- Vamos fazer uma lista dos possíveis "Quebradores do Selo". - ela disse e nós rimos enquanto ela intitulava uma folha do caderno. - Ok, ... O que você tem em mente?
- Hm... - sentei-me ao lado dela, olhando para minhas pernas. - Que tal...
- ! - Courtney disse como se descobrisse algo muito interessante. - Jogador de lacrosse, malhado, bonito, popular...
- Clichê demais! - Emily comentou. - Ele é escroto e só faz por fazer.
- E quem disse que eu quero casar? - eu ri. - Coloca o na lista. - Minha amiga fez o que eu pedi enquanto eu tentava pensar em mais alguém. - . - falei em seguida, vendo Courtney fazer uma careta. - O que foi? Ele é bonitinho demais!
- Bonitinho demais, docinho demais, nerd demais, menininho demais... - Courtney contava nos dedos.
- Eu acho o fofo. - Emily deu de ombros. - Mas ele também deve ser virgem. - riu em seguida.
- Não tem problema. Ele é uma graça. Coloca aí. - Emily assentiu e colocou o nome de na lista.
- Quem mais? - Courtney perguntou animada.
- ? - sugeriu Emily, e eu a olhei boquiaberta.
- Com certeza! Cheiroso, com cara de homem e simpático! - falei sorrindo, enquanto Emily anotava.
Passamos mais um tempo pensando em nomes, e no final, depois de uns três reajustes, haviam quatro nomes na lista.
, , .
- Mas e aí, como vamos escolher qual deles? – perguntei, analisando a versão final da lista.
- Dã, você nunca ouviu falar de encontros? – Courtney falou ironicamente, revirando os olhos. Arregalei os meus para ela.
- Espera, eu vou me encontrar com quatro garotos?
- Qual é o problema? Todo mundo faz isso! São só alguns encontros, .
Ponderei a ideia por alguns segundos. Ela tinha razão, todo mundo fazia isso hoje em dia. Mas, eu queria fazer parte do todo mundo? Do todo-mundo-não-virgem, sim. Então, nesse caso, eu também deveria entrar para a lista do todo-mundo-tem-vários-encontros.
- Ok, vocês venceram. Quando começamos?
Elas trocaram um sorriso cúmplice que eu conhecia bem. E eu, não posso negar, sorri também.

Já haviam se passado dois dias desde o dia em que fizemos a lista e, consequentemente, um encontro. Emily, que devia ser uma das pessoas mais entrosadas da escola, conseguiu falar com os quatro garotos e agendar os quatro encontros, um para cada dia da semana. Eu havia começado pelo , o encontro de ontem. Não posso dizer que foi ruim, mas também não posso falar que foi um sucesso.
Como nós três já sabiamos, ele era fofo, mas fofo demais. Conversamos durante quase um hora em uma lanchonete que ficava próxima a escola, e quando mencionei a Britney, ele teve um mini surto e disparou a falar sobre ela. Saí do encontro com a leve impressão, mas só leve, de que ele era um gay não assumido e só tinha aceitado o encontro para fazer uma vista. Quem diria?
Hoje, quarta-feira, seria a vez do . Iríamos a um lugar novo que tinha sido aberto no shopping, de comida japonesa. Eu particularmente não era muito fã, mas dava pra encarar. Na verdade, eu estava surpresa por ele não querer ir direto para um motel.
Eu estava na aula de química, a última aula antes do intervalo, quando um bilhetinho foi arremessado em minha mesa. Era da Courtney.
precisou remarcar. O encontro de vocês será às 17h, não às 14h.”
Bom, pelo menos ele não cancelou, né? Escrevi um “ok” e joguei o papelzinho de volta para a Courtney. Continuei a copiar a matéria que o senhor Briggs havia passado no quadro e pensando no que faria durante aquelas três horas, já que eu já tinha dito para minha mãe que não estaria em casa e que ela poderia limpá-la hoje. Eu realmente precisava comprar algumas coisas, maquiagens e afins, então não seria uma má ideia passar a tarde no shopping mesmo, até o horário do encontro.
O sinal para o intervalo finalmente soou e fui com as meninas para o refeitório. Chamei-as para irem ao shopping comigo, mas Courtney tinha pilates e Emily iria sair para caminhar com a irmã. Nisso que dá ser a única sedentária – além de virgem – do grupo.
O resto da manhã se arrastou tranquilamente, nada fora do comum. Quando a aula terminou, me despedi das meninas e fui direto para o shopping, a pé mesmo, já que não era tão longe. A fome que eu sentia e a playlist do meu iPod fizeram a caminhada ser rápida, e em menos de vinte minutos eu estava almoçando um gigantesco BigMac que faria com que eu me sentisse culpada mais tarde.
Passei as próximas duas horas perambulando pelas lojas, comprando algumas coisas e cobiçando outras. Olhei no relógio e ainda eram 16h20, ou seja, ainda faltavam mais de quarenta minutos para o chegar no shopping. Ainda dava tempo de passar em mais alguns lugares, e então me lembrei do aniversário da minha mãe, que era dali a duas semanas. Como eu tinha tempo sobrando, entrei em uma joalheria para dar uma olhada nos preços. Minha mãe era apaixonada por brincos, e eu a presentava com um todos os anos.
- Boa tarde, em que posso ajudá-la? – eu estava olhando um brinco de ouro que tinha um pequeno brilhante quando ouvi a voz masculina dizer, às minhas costas.
- Oi, eu estou procurando brincos para... – me virei para olhar o homem e me surpreendi ao ver quem era. Era . Por favor, não me xinguem por ter ficado sem fala. Qualquer mulher sensata ficaria.
- Para...? – ele me lançou um olhar intrigado. Meu Deus.
Retome a consciência, !
- Para minha mãe! Isso, para minha mãe.
riu com o meu nervosismo, fazendo com que eu ficasse mais nervosa ainda, consequentemente. Tentei sorrir, mas com certeza só tinha conseguido dar um sorriso amarelo ridículo e ficar com uma cara de retardada maior do que a que eu já tinha.
- Venha aqui, vou te mostrar alguns modelos. Aliás, qual é o seu nome, senhorita?
Que cavalheiro!
- .
- Ah, já sei porque eu estava te achando familiar! Quase te atropelei esses dias, não foi?
Meu Deus. Ele se lembrava. Meu estômago revirou e eu dei um sorriso amarelo, totalmente envergonhada por ser naquele momento uma adolescente ridícula que não olhava para os dois lados antes de atravessar a rua.
- Na verdade, sim. – respondi, sem graça – Me desculpa, a culpa foi totalmente minha.
- Não se preocupe! – me lançou um sorriso que me deixou de pernas bambas. Deveria ser proibido alguém ser tão charmoso – E então, quer ver os brincos? - perguntou, indo para trás dos balcões de vidro.
- Sim, por favor. - falei sorrindo.
- Alguma preferência? - perguntou, se abaixando abrindo as gavetas onde haviam os panos com as joias.
- Dourado. - falei pensativa, observando-o dobrar as mangas da camisa social preta e demorando meus olhos em seu Rolex no pulso direito. - Não muito grande... - continuei falando. - E também não muito caro. - diminuí meu tom de voz, envergonhada.
Ele se levantou novamente com um par de brincos dourados em forma de gota nas mãos. Haviam pequenas pedrinhas brilhantes ao redor da joia. Era perfeito.
- Isto é realmente lindo. - falei, vendo-o sorrir de canto. - Quanto custa? - perguntei, enquanto ele repousava os brincos no balcão.
- Cento e oitenta. - ele falou, cruzando os braços enquanto eu engolia em seco. Poxa, eu ia gastar cento e oitenta dólares das minhas economias em um par de brincos?
- Er... Eu acho que...
- Sua mãe gostaria deles? - perguntou, apoiando-se com os cotovelos no balcão e encarando-me com aquelas íris muito bonitas. Eu pigarreei, tentando me lembrar de como falar.
- Sim, ela adoraria. - falei sincera. - Mas eu não tenho esse dinheiro.
- Me responda uma coisa, ... - ele falou, sorrindo para duas mulheres que acabaram de entrar na loja e estavam sendo atendidas por uma moça. - Você estuda com o meu filho, não é?
- Temos algumas aulas juntos, senhor ...
- Me chame de . - falou rapidamente. - Faço por cento e trinta. O que acha?
Mordi o lábio. Ainda estava caro, mas um desconto de cinquenta dólares num par de brincos tão lindo seria difícil em qualquer outro lugar.
- Tudo bem. Vou levar. - falei sorrindo e ele fez o mesmo.
- Mary! - ele disse, consultando o relógio de pulso. Uma garota baixinha de cabelos claros apareceu atrás dele. - Embrulhe para presente. - apontou para os brincos. - Cento e trinta, ok? Preciso sair. Tenho jiu jitsu em meia hora. - ele sorriu para mim e eu fiquei imaginando como seria seu corpo malhado por baixo daquela roupa social. Eu assenti e ele saiu, despedindo-se de alguns funcionários.
A mocinha que estava me atendendo me guiou até o caixa, e enquanto ela digitava alguma coisa no computador, eu vi uma foto de , e uma mulher morena e realmente linda, abraçados em um porta retrato ao lado de um pequeno vaso de flores no balcão de pagamento.
- é o dono desta loja? - perguntei, e a moça me olhou.
- Era da mulher dele. - a mocinha respondeu. - Mas a senhora Lilian faleceu há dois meses. - esclareceu e eu mordi o lábio. - O sr. passa pouco tempo aqui. Ele, na verdade, é médico. Mas está de plantão essa semana, só trabalha depois da meia noite.
Eu assenti com a cabeça, pegando minha carteira e pagando pelo par de brincos. Saindo da loja, olhei para o relógio e faltavam quinze para as cinco. Resolvi ir para o local onde combinara com .
Sentei-me numa das mesas na praça de alimentação, colocando todas as minhas sacolas numa cadeira vazia ao meu lado. Por um minuto, senti-me ansiosa, afinal, era extremamente popular e só saía com garotas lindas. Não tinha ideia de como aceitara sair comigo.
Esperei mais alguns minutos e logo chegou. Ele estava lindo - como sempre - em um jeans preto e camiseta azul clara, os cabelos ainda molhados. Cumprimentou-me com um beijo no rosto e sentou-se na cadeira que estava à minha frente.
- Você está muito bonita! - ele me elogiou, sorrindo. Agradeci e sorri de volta, e então aquele silêncio constrangedor reinou. – Você quer... Hm…Comer alguma coisa?
- Claro!
- Vou pegar o cardápio, então. Pode ser do Chili’s?
- Por mim, tudo bem!
levantou-se da mesa e foi até o restaurante de comida mexicana, que estava um pouco longe da mesa que eu havia escolhido. Me distraí observando as pessoas que estavam na praça de alimentação, e me sentindo um pouco nervosa com aquele encontro, confesso. Afinal, eu nunca tinha dito mais que “oi” para o , e agora iríamos dividir uma porção de nachos ou tacos.
Senti algo vibrar ao meu lado e me virei, assustada. Era uma mensagem no celular de . Juro, eu não sou intrometida, mas o celular mostrava a mensagem na tela, e não pude evitar de ler. Era de uma tal Kelly.
”Ei, gato, muito obrigada por essa tarde um tanto... Quente. Repetimos amanhã? Beijos para você, onde você quiser.”
Precisei me controlar para não quebrar o iPhone em mil pedacinhos. Respirei fundo e contei até dez, e quando olhei novamente, ele estava voltando para a mesa.
- Desculpe-me pela demora, eu estava...
- Dando uns amassos com outra garota? – interrompi , usando o melhor tom cínico que fui capaz de produzir.
- Ahn? Do que está falando?
- Pelo amor de Deus, , não se faça de desentendido, eu sei exatamente o porquê de você ter mudado o horário do encontro. Kelly, não é? Ela está bastante satisfeita, pelo que pude ler na mensagem que ela mandou.
Nem todas as palavras do mundo poderiam descrever a cara de tacho que ele fez.
Permaneceu imóvel por alguns segundos, acho que tentando compreender que seu plano tinha dado errado. Quando voltou a falar, estava vermelho de vergonha.
- Olha, , eu...
- Poupe suas palavras, , seus atos falam por você. Tenha uma boa tarde.
Sem olhar para trás, saí andando em direção à saída. Por favor, não interpretem mal o meu chilique. Não estou triste, abalada, arrasada ou qualquer outro sinônimo, pelo contrário, eu poderia beijar os pés da tal Kelly por ter mandado aquela mensagem. Quero perder minha virgindade sim, mas não estou tão desesperada a ponto de fazer sexo com um cara que desmarca um encontro por uma transa garantida.
Coloquei meus amados fones de ouvido e fui direto para casa, acompanhada pelo entardecer. Deixei de fora dos meus pensamentos e foquei meus pensamentos no dia seguinte, afinal, agora eu tinha que me preocupar com os dois possíveis “quebradores do selo” que ainda restavam. Amanhã era a vez do meu encontro com o . Eu com certeza não acharia ruim se com ele as coisas dessem certo.
Cheguei em casa e, como já era costume, fui direto ligar o computador. Quando entrei no msn, Courtney e Emily estavam online, loucas para saber o porquê de eu ter chegado tão cedo em casa. Criei uma conversa em grupo e quando contei-lhes o que havia acontecido, “canalha” e “desgraçado” foram palavras que não poupamos em digitar pelos próximos cinco minutos.

Courtney: Mas, mudando de assunto porque esse babaca não merece tanta atenção, está ansiosa para amanhã? Fala sério, o é um gostoso.
Sorri ao ler aquilo. Sim, eu estava ansiosa.
: Para ser sincera, estou bastante ansiosa. Tomara que dê certo com ele. Se continuar no mesmo ritmo dos outros dois encontros, morrerei virgem e dona de quinze gatos.
Emily: Para de bobeira! Além do mais, se não der certo com ele, tem o .
: E se não der certo com o ...
Emly: Ainda tem uns 500 garotos decentes na escola. Aff, , para de ser pessimista!


Por um lado, a Emily tinha razão. Respirei fundo, falei mais um pouco com elas e depois me despedi, dizendo que iria tomar banho. É, de fato eu precisava.
Remexi nas sacolas de compras que eu havia trazido do shopping, procurando o shampoo novo que eu tinha trazido, e uma pequena caixinha caiu de dentro de uma delas. Era o par de brincos que comprei para minha mãe. Mordi os lábios ao lembrar do senhor . Ou, como ele tinha me dito para chamá-lo, . Caramba, fala sério, existia alguém mais gostoso no mundo? Com certeza não, nem mesmo o filho dele.

Acordei um pouco mais animada do que o normal. Me arrumei para a aula, vestindo uma blusinha rosa bebê frente única, calça jeans e sapatilha branca. Fiz uma trança no cabelo, anotando mentalmente que eu precisava cortá-lo ou logo ele alcançaria minha bunda. Desci as escadas cantarolando alguma canção do The Maine, dei um beijo demorado na bochecha de minha mãe e me alimentei com uma maçã.
Saímos de casa e eu aumentei o volume do rádio do carro ao constatar que a mesma música que eu cantarolava anteriormente estava tocando ali. Minha mãe sorriu ao me ver batucando nas próprias pernas.
- Por que essa felicidade, filha? - perguntou e eu sorri pra ela.
- Nada especial. Quinta feira é um dia gostoso. - comentei. - E sábado é o seu aniversário. O que vamos fazer de bom?
- Hm... Nada demais... Não gosto de comemorar o fato de estar ficando velha, . - ela respondeu dando de ombros.
- Você vai fazer trinta e sete anos mãe, e tá mais inteirona que eu. - bufei. - Vamos fazer alguma coisa sim, senhora. Nem que seja apenas um almoço em família. - comuniquei vendo-a sorrir e assentir em resposta, estacionando o carro em frente ao colégio. Mandei um beijo no ar e desci do carro, pendurando minha bolsa amarelo-ovo em um dos ombros e indo em direção aos portões. Logo, me encontrei com Courtney, que bebia água em sua garrafinha neon.
- O chegou cedo hoje. - ela disse animada. - Está mais gato do que de costume. Onde vocês vão se encontrar, mesmo?
- Boa pergunta. - respondi, sentindo meu estômago dar uma cambalhota. Eu teria de falar com , se quisesse que o encontro acontecesse.
- Então vá perguntar. Ele tem os dois primeiros tempos no laboratório de química. - ela disse, balançando a própria cabeça para confirmar mentalmente se o que havia dito era certo.
- Eu não vou na sala de aula do menino perguntar onde é que vamos nos ver. - rolei os olhos.
- Ótimo, então eu vou. - Courtney deu de ombros enquanto caminhávamos pelo corredor.
- Não, deixa que eu vou. - me dei por vencida batendo a mão na própria testa.
Ao longe, vi rindo em sua rodinha de amigos e rolei os olhos. Courtney segurou uma risada quando ficou me observando enquanto passávamos. Ele parecia querer dizer algo, mas eu preferi não perder meu tempo olhando. Passamos pelas portas de metal que separavam o corredor do laboratório, e eu me senti imensamente tentada a bater ali e perguntar se podia falar com , porém, me lembrei que a hora do intervalo seria muito mais apropriada para isso e sorri aliviada, contando meus planos à Courtney. Logo, Emily se juntou a nós com mil fofocas sobre a falsa virilidade de .

Para o meu infortúnio, a hora do intervalo chegou mais rápido do que eu estava esperando. Emily, Courtney e eu nos sentamos em nossa mesinha habitual, bem no centro do pátio. Elas dividiam um sanduíche e eu tomava minha dietcoke de sempre, enquanto observávamos as pessoas.
- vindo! - sussurrou Emily, fazendo-me erguer os olhos à procura dele. - Alarme falso. - disse em seguida, recebendo um empurrão de Courtney. Eu ri.
- Oi? - uma voz masculina disse atrás de mim e as meninas sorriram cúmplices. Arregalei os olhos e me virei, dando de cara com uma cabeleira castanha e cacheada. Levantei-me num impulso, sorrindo de volta ao ver que parecia tão acanhado quanto eu, com as mãos nos bolsos da bermuda jeans. Ergueu seus olhos azuis em minha direção enquanto eu admirava a perfeição de seu rosto, tão parecido com o pai... - Tudo certo, ? - perguntou ainda sorrindo, com sua voz rouca e me fazendo abafar um suspiro.
- Tudo, claro. - Tudo, claro? Não podia ao menos perguntar se o menino também tava bem?
- Então... Só pra confirmar... Vamos mesmo dar uma volta hoje?
- Vamos, vamos sim! - respondi rápido demais, fazendo um movimento exagerado com as mãos e derrubando a latinha de refrigerante que estava em cima da mesa, fingindo que não havia visto o pequeno acidente. também preferiu fingir, para não me deixar desconfortável.
- Certo. Você pode me passar uma SMS depois com o seu endereço? Vou estar de carro à tarde, então posso te pegar. - ele disse, bagunçando a frente do cabelo com as pontas dos dedos.
- Com certeza. - respondi. Ele me lançou um último sorriso, saindo dali em seguida. Fiquei estática por alguns segundos, até ser acordada por gritinhos histéricos atrás de mim. Voltei a me sentar. - COMO EU VOU MANDAR SMS PRA ELE SE NÃO PEDI O NÚMERO? - falei mais alto do que deveria, batendo na própria cabeça.
- Eu tenho o celular dele, retardada, e para de gritar. - Emily balançou a cabeça, pegando meu celular que estava posto à mesa e digitando alguma coisa. - Pronto, enviado. - disse depois de alguns segundos.
Agora, era só esperar até que as horas passassem.

O relógio no criado-mudo do meu quarto mostrava 14h45 no visor, ou seja, faltavam apenas quinze minutos para que viesse me buscar. Dei uma olhada no espelho para analisar o meu look final e gostei do que vi. Eu estava com um vestido coral soltinho, que terminava um pouco acima dos joelhos, rasteirinha nude, bolsa da mesma cor e acessórios dourados. Uma maquiagem leve e um rabo de cavalo bem alto - penteado escolhido por Courtney e Emily - finalizavam o visual. Tenho de confessar, eu havia me arrumado mais para este encontro do que para os outros.
Aproveitei aqueles quinze minutos para me... Preparar mais um pouco, eu posso dizer.
Liguei o computador e acessei alguns sites que o Google me mostrou quando pesquisei "primeira vez". Os primeiros resultados eram sites mais técnicos, e todos diziam praticamente a mesma coisa: use camisinha, ou você se tornará a próxima estrela da MTV no programa 16 andPregnant. Muito eficiente.
Quando passei para sites mais... Demonstrativos e femininos, descobri que também diziam quase a mesma coisa: homens adoram sexo oral. Será que eu teria de fazer logo na minha primeira vez? Não considero isso algo anormal, sei que é bastante comum, mas não posso dizer que a ideia me agrada completamente e não me dá um pouquinho de nojo.
Perambulei por mais alguns sites e logo ouvi uma buzina. Dei uma última olhada no espelho e fui para a rua, despedindo-me de minha mãe no caminho, que pediu para que eu não chegasse tarde. Vi o familiar Corolla - aquele que quase passou em cima de mim - estacionado do outro lado da rua e encostado nele, esperando para abrir a porta do passageiro para mim. Ele estava lindo, como sempre, em um jeans básico e uma camiseta cinza.
- Oi! - cumprimentei.
- Oi, ! - respondeu com o sorriso. Lindo, eu devo ressaltar.
Nos cumprimentamos com um beijo no rosto. Entrei no carro enquanto ele dava a volta para entrar também. Me senti um pouco ansiosa, afinal, ele poderia ser o cara com quem eu perderia - finalmente - a minha virgindade.
- E então, pra onde vamos? - perguntei quando ele deu partida no carro.
- Pensei em irmos aà Starbucks que fica aqui perto, tudo bem por você?
- Claro! - ele ainda por cima tinha bom gosto.
- Tem certeza? Fiquei pensando na mensagem que você me mandou. Fiquei preocupado se talvez você quisesse fazer algo... Diferente.
- Ahn? Do que você está falando, ?
Lancei-lhe um olhar confuso. tirou o celular do bolso, abriu a tal mensagem e me mostrou.
Ah. Meu. Deus. Eu iria matar a Emily.
"Moro na Silverstreet, número 254. Ah, não se esqueça de levar camisinhas, gato! ;)"
Eu devia estar da cor do meu vestido, ou até pior. Meu Deus, que tipo de menina ele deve estar achando que eu sou? Uma desesperada por sexo!
Ok, talvez eu estivesse um pouquinho desesperada, mas eu nunca faria aquele tipo de coisa.
- Nossa, , nem sei como começar a me desculpar! Foi a Emily quem mandou essa mensagem, eu não imaginava que ela fosse fazer uma coisa dessas, que vergonha!
Para o meu alívio, ele deu uma risada bem humorada.
- Fica tranquila, eu acredito em você. Só fiquei um pouco assustado, mas não tem problema.
- Acredite, eu não sou assim. - eu também ri. E omiti a parte de que talvez ele fosse o escolhido para transar comigo pela primeira vez.
Percorremos o resto do caminho conversando sobre música e seriados, e descobri que ele tinha um bom gosto. Logo paramos em frente ao Starbucks, e ele abriu a porta para mim novamente. Escolhemos uma mesa do lado de fora e foi buscar nossos pedidos, depois de eu ter dito para ele o que queria. Ele não demorou para voltar, e logo voltamos a conversar assuntos como os que falávamos no carro. Ele realmente era muito legal, mas eu não sabia se conseguia me ver, você sabe, transando com ele.
Após algum tempo, o celular do tocou.
- Ah, é meu pai, eu preciso atender. Você me dá licença, ?
Assenti em resposta e ele atendeu. Não teve como saber o que eles falavam, já que só murmurava alguns "aham" e "claro, eu entendo". Lembrei-me do sorriso de , do modo como ele ria... Meu Deus, eu realmente estava pensando no pai do garoto com que eu estava saindo, enquanto nós estávamos saindo? Que tipo de garota eu era?
Ah, sim, uma desesperada para perder a virgindade.
desligou o celular após algum tempo e seu rosto não era dos melhores.
- Aconteceu alguma coisa? - perguntei, tentando não pensar nos lindos olhos que o pai dele tinha.
- Meu pai precisa do carro. Mil desculpas, , ele teve um imprevisto.
Me senti um pouco mal, afinal, não queria que o encontro terminasse ali. Mas não tinha outra alternativa que não fosse aceitar.
Voltamos para o carro e tomou o caminho de minha casa, quando seu celular tocou outra vez. Eu estava me irritando com aquilo. Toda hora éramos interrompidos por algo!
- Alô? Não, pai, eu não vou demorar! É que... Sim, eu sei! - ele bufou irritado. - Tudo bem, tchau. - colocou o celular entre as pernas e me olhou de soslaio. - Preciso pegar meu pai no shopping, ou ele vai ter um siricutico. Você não liga, né?
Se eu ligava? Eu estava rindo por dentro.
- Não, sem problemas.
No caminho até o shopping, conversamos sobre música. me contou que era um fã secreto de Amy Winehouse e eu achei aquilo muito fofo. Confessei a ele minha paixão por Adele e ele disse que devíamos fundar um fã clube.
E então, parado ali na calçada, usando uma camisa social rosa bebê e calça jeans, estava mais velho. parecia realmente apressado, e quando me viu no banco da frente, nos lançou um olhar curioso, porém não disse nada e tomou seu lugar no banco traseiro.
- Olá, . - falou e eu me senti quente por dentro, envergonhada. Sorri para ele e voltei a olhar para a frente. - Vocês estão num encontro? Me perdoem por atrapalhar, mas eu não o faria se não precisasse mesmo ir para casa buscar uns recibos importantes da joalheria.
- Sem problemas, senhor ! - me pronunciei ainda sem parar de sorrir.
- Pai, podemos deixar a na casa dela antes? É na Silverstreet, e depois o senhor me deixa no colégio, porque eu tenho treino de natação. - disse enquanto dirigia, e eu estava me sentindo uma intrusa ali.
- O colégio fica antes da Silverstreet e eu estou com pressa, realmente. Por que não fazemos o seguinte? - ele mexia em seu iPhone e falava sem nos olhar. - Você fica no colégio e eu levo pra casa.
- Tudo bem pra você? - sorriu, colocando uma das mãos em minha perna e fazendo carinho com o polegar. Fiquei meio sem reação, e então apenas sorri.
E mais rápido do que eu esperava, se despedia de mim com um beijo demorado no rosto, se desculpava pelos pequenos incômodos no encontro e dizia que me mandaria mensagem mais tarde. Segundos depois, seu pai tomava o lugar onde ele estivera, dando partida no carro e me lançando um sorriso de canto.
- Sua mãe gostou dos brincos? - perguntou enquanto parava no semáforo.
- Bom, o aniversário dela é no sábado, então eu ainda não dei o presente. - falei sem olhar para o lado, sentindo o perfume extremamente marcante que usava.
- Espero que ela goste. - ele sorriu me olhando nos olhos, fazendo com que um arrepio percorresse minha espinha. Não era possível que esse homem fosse tão perfeito, tão lindo.
- Eu também. Sinceramente acho difícil ela não gostar, você tem um bom gosto. - eu disse. Meu Deus, eu estava flertando com ele?
deu um sorriso de lado, ficando, se isso era possível, ainda mais sedutor.
- Eu só lhe mostrei o par, a decisão foi sua. Eu não mereço ficar com o mérito. Aliás, os brincos são tão bonitos quanto você, então, ela com certeza vai gostar.
Ok, o que estava acontecendo ali? Eu estava flertando com ele e ele estava flertando de volta? Que tipo de universo paralelo é esse? Nem preciso dizer, mas fiquei sem resposta. deve ter percebido, porque logo em seguida deu uma risada descontraída, como se quisesse que eu ficasse a vontade também.
- Não precisa ficar sem graça, . Só estou sendo sincero.
- Senhor ...
- , lembra? - ele interrompeu.
- Ah, claro! ... - eu devia estar parecendo uma boba, tentando assimilar a situação.
- Sim, ?
- Pode virar na... Na próxima esquina.
Acho que ele ficou desapontado, pensando que eu diria algo importante. assentiu. Estávamos parados num semáforo, que parecia demorar décadas para ficar verde.
- Você e meu filho tem a mesma idade?
- Não, ele é um ano mais velho.
- É mesmo? Você parece ser mais madura.
Essa poderia ter sido uma frase normal, se o modo como ele dissera não soasse tão malicioso. Devo ter corado novamente, pois senti minhas bochechas queimando.
- Deve ser coisa de menina. Sabe como é, dizem que nós amadurecemos mais depressa.
- Eu diria que é coisa de mulher então, . Você não é mais uma menina. E é uma mulher muito bonita, por sinal.
Ou ele realmente estava dando em cima de mim muito descaradamente ou eu estava tão desesperada por um homem que estava vendo coisas onde não tinha. Mas eu não estava assim. Estava?
Quando dei por mim, o carro já estava virando a esquina da minha casa.
- A casa laranja, por favor. - informei-lhe, tentando mudar de assunto.
Demorou apenas alguns segundos até que estacionasse o carro na porta.
- Muito obrigada, senhor... . Diga ao que...
Eu estava abrindo a porta do carro quando senti uma mão pressionando minha coxa e logo em seguida a voz de , me interrompendo.
- Dizer o que, ? Você realmente prefere o meu filho?
Seu olhar era insistente e, devo ressaltar, desejoso. O meu devia ser confuso e retardado, como sempre.
- Do que você está falando, ? - Para ser sincero, eu cansei de falar.
Só tive tempo de fechar os olhos quando vi se inclinar na minha direção, e logo senti seus lábios pressionando os meus e pedindo passagem para sua língua. Não hesitei para corresponder, e logo nossas línguas travavam uma batalha, em um beijo muito desejoso.
- E o seu compromisso? - sussurrei entre o beijo.
- Não importa.
Era a deixa que eu precisava. Eu já não tinha controle sobre mim, sobre meu corpo, sobre minhas ações. Passei minha perna direita sobre suas coxas, me segurou pela cintura e me sentou em seu colo, no banco do motorista. Ele passou a beijar meu pescoço, mordiscando vez ou outra, me fazendo suspirar. Desabotoei os primeiros botões de sua camisa, e logo ele se encarregou de finalizar o serviço, tirando-a por completo. Eu poderia dizer que estava no paraíso ao ver aquele abdômen definido.
- Sabe, ... - ele sussurrou ao pédo meu ouvido - Eu sempre via você de longe lá na escola, no portão com suas amigas... Sempre tão linda! E então eu via você atravessando a rua para entrar no carro, com seu caminhar tão sexy... Você não tem ideia do quanto me enlouquecia. Literalmente, afinal, tenho idade para ser seu pai. E agora tenho você aqui, nas minhas mãos... - ele apertou minha cintura de maneira deliciosa, me fazendo gemer baixinho - Logo após um encontro que você teve com meu filho. O quão irônico é isso?
passou uma das mãos por baixo de meu vestido, apertando um pouco minha coxa e levantando a barra da peça até a metade dela. Enquanto isso, com a outra mão, desceu a alça direita do meu vestido, depositando um beijo onde ela estava. Aquilo sim era um homem que sabia o que fazer. Sabia até demais.
- E ouvir você suspirar assim... - ele continuou - Me deixa louco. Será que consigo te deixar da mesma forma?
Ele subiu ainda mais sua mão, até chegar ao cós da minha calcinha. Passou o dedo por ele, vagarosamente, me fazendo ofegar. Meu Deus, devia estar na cara que eu era virgem.
- Acho que sim.
Era demais para mim. Sem aguentar mais aquela deliciosa tortura, puxei para mais um beijo cheio de desejo, enquanto ele puxava meu vestido para cima. Ajudei-lhe a tirar a peça, ficando apenas de lingerie e encostando-me no volante, já com calor. Ele deve ter gostado da ideia, já que passou a beijar a parte exposta de meus seios, acima de meu soutien. Minha respiração estava ficando cada vez mais rápida, e percebi que apenas estava me agradando. Eu também precisava agradá-lo. Porém, eu não era a pessoa mais experiente naquilo, obviamente. Trêmula, temia não saber o que fazer e acabar o desapontando. Isso não poderia acontecer. Não depois das coisas que ele me dissera e que eu custava para digerir.
Enquanto ele continuava beijando meu colo, desci um pouco sem jeito as mãos até o botão de sua calça, abrindo-o demoradamente e em seguida, com a ajuda do mesmo, que guiou minha mão direita, alcancei seu membro. Ainda com o auxílio de sua mão, segurei-o com certo cuidado e passei a massageá-lo devagar, sorrindo ao vê-lo soltar minha mão e repousar a cabeça no banco, fechando os olhos e mordendo os lábios. Ao contemplar seu rosto tão satisfeito com minha atitude, era eu quem sentia prazer.
- Espere, . - sua voz rouca sibilou e eu parei o que estava fazendo. - Não podemos continuar isso aqui. - sussurrou desapontado. Voltei sem graça para o banco que ocupei anteriormente, observando-o dar partida no carro.
Não trocamos muitas palavras enquanto ele dirigia. Vez ou outra, ele me lançava um sorriso de canto, que eu retribuía totalmente envergonhada e tentando cobrir meu corpo com o vestido em mãos.
estacionou atrás de um campo de futebol abandonado. Era um viaduto antigo, onde passavam poucos caminhões. Demorei-me um pouco analisando o local, mas logo fui surpreendida pela mão de , que me puxou lentamente para o banco de trás. Ele se deitou no mesmo, e eu não tive o que fazer a não ser deitar por cima dele, sentindo todo aquele calor anterior voltar ao meu corpo.
Me agarrou com uma velocidade impressionante, beijando-me demoradamente e apertando minha cintura e coxa de maneira com que eu soltasse suspiros por entre o beijo. Sem quebrá-lo, desci minhas mãos novamente até o cós de sua cueca, puxando-o sem jeito para baixo e começando, dessa vez, a masturbá-lo rapidamente, fazendo com que ele tivesse certa dificuldade em me beijar e contentando-me com as leves mordidinhas que ele dava em meu queixo enquanto estávamos naquela brincadeirinha.
Eu estava com muito medo do que poderia vir a seguir. Seria tão embaraçoso como eu pensava quando ele descobrisse que eu era virgem?
Preferi não pensar nisso. E então, o que veio em minha mente foi o maldito sexo oral que eu pesquisara. Será que se eu tentasse e fosse um desastre, ele diria algo? Quero dizer... Eu teria que arriscar, não é?
Desci meus beijos pelo seu peitoral e já sabia o que o aguardava, porque puxou meus cabelos para o lado, segurando-o em suas mãos como num rabo de cavalo e suspirando pesadamente enquanto eu descia sua cueca.
Encarei seu membro rígido à minha frente por alguns segundos, um pouco assustada. Um muxoxo me fez entender que não estava satisfeito com a minha pausa repentina. Aos poucos, aproximei meus lábios à ponta, lambendo delicadamente e então, aumentando a intensidade. Ele suspirou audivelmente quando sentiu minha boca envolvê-lo por inteiro, gesto que não durou muito pela forte náusea que me atingiu. Pedi calma a mim mesma, mentalmente, e voltei ao que estava fazendo, sugando-o com vontade e aumentando a velocidade de acordo com os movimentos dele próprio, que enlaçou suas mãos em meu cabelo com força e o puxava para cima e para baixo, sem delicadeza nenhuma, a fim de controlar a minha velocidade. Não posso dizer que foi a melhor experiência da minha vida, mas acho que me saí bem, já que estava ofegando e suando quando me puxou e me sentou novamente em seu colo, tomando meus lábios euforicamente, me beijando de maneira rápida e desejosa.
Senti sua mão percorrer minhas costas e mal notei quando ele abriu o fecho de meu soutien branco, deslizando as alças pelos meus ombros em seguida. Me afastei e ele retirou a peça por completo, lançando um olhar cheio de luxúria para meus seios quando finalmente os viu. Senti meu rosto queimar, afinal, nenhum homem havia me visto daquele jeito até hoje. levou uma mão ao meu seio direito, apertando-o e me fazendo gemer baixo, e logo levou sua boca ao meu seio esquerdo, sugando com força e dando leves mordidas vez ou outra. Minhas mãos bagunçavam seu cabelo, e eu já não conseguia mais segurar meus gemidos, já bastante audíveis. permaneceu algum tempo ali, revezando entre meu seio direito e esquerdo, e em seguida desceu seus beijos para minha barriga, indo diretamente para... Lá. Será que eu estava mesmo pronta para aquilo? Eu sentia seus beijos ao redor de minha intimidade, alguns por minha coxa, mas mal tive tempo para pensar se eu realmente queria ou não, porque logo sua língua alcançou meu clitóris e eu praticamente gritei de prazer. fazia movimentos circulares com sua língua, apertando minha coxa ao mesmo tempo, me levando ao delírio. Aquela era a melhor sensação que eu já tinha experimentado.
Não, me enganei.
A melhor sensação que eu já tinha experimentado ocorreu quando , não satisfeito com tamanha tortura, resolveu brincar com meu clitóris com a ponta dos dedos enquanto fazia movimentos de vai-vem com sua língua dentro de minha intimidade.
Fechei os olhos para aproveitar as sensações, mas antes que eu pudesse me dar por satisfeita, ele parou o que fazia e em seguida seus lábios se chocaram contra os meus, beijando-me numa velocidade impressionante.
A hora chegara. parou de me beijar e encostou a testa na curva de meu pescoço, e eu o senti posicionando-se em minha entrada. O calafrio que percorreu meu corpo não foi nada comparado às minhas mãos que começaram a tremer.
- Shhh... - ele disse, segurando minhas mãos. - Por que está tão nervosa? - sussurrou e eu mordi o lábio, não queria expor a verdade e me sentir tão imbecil. - Você... Por um acaso é...
- Sim. - respondi antes que ele terminasse a frase e fechei os olhos para não encarar sua expressão, qualquer que fosse.
Um silêncio predominou o carro e eu queria me suicidar. Porém, alguns segundos depois, ele disse simplesmente:
- Prometo que não vou te machucar.
O senti me invadindo lentamente, mais devagar do que eu gostaria, e mordi com força o lábio inferior, de olhos fechados, sentindo sua boca beijar delicadamente minha bochecha e testa. Refreei um gemido de dor/prazer, e permaneci imóvel.
Então aquela era a sensação?
Lentamente, continuou o que estava fazendo. Eu não sabia definir o que estava sentindo. Não doía tanto quanto eu imaginara, e o fato de eu não ter reclamado incentivou a aumentar sua velocidade gradativamente, e logo eu o acompanhava, movimentando meu quadril de encontro com o dele.
Eu sentia o suor escorrendo pelo meu peito e rosto, e não estava diferente conforme nos movimentávamos juntos. Ele suspirava e vez ou outra soltava um gemido quase inaudível, encarando-me incessantemente, sem soltar o peso sobre meu corpo. Tudo aquilo era medo de me machucar?
começou a suspirar cada vez mais descompassadamente e aumentou a velocidade, causando-me algum incômodo, mas eu não reclamaria. Ele parecia estar chegando ao seu ápice enquanto eu cravava as unhas em suas costas e sentia-me terrivelmente excitada apenas por encarar seu rosto que irradiava prazer. E então, trêmulo, ele me beijou ferozmente, ato correspondido por mim enquanto cruzava minhas pernas em suas costas, dando a ele liberdade para se movimentar como quisesse dentro de mim. Já não me incomodava mais e uma sensação gostosa tomava conta da boca de meu estômago. Senti meu corpo todo estremecer quando ele fechou os olhos com força, assim como foi seu movimento seguinte: forte e lento. Suspirou pesadamente sobre o meu rosto e continuou a movimentar-se devagar, arrancando um gemido de mim enquanto descia sua mão até meu clitóris, movimentando os dedos sobre ele circularmente sem parar de me invadir.
Naquele momento, eu queria gritar de prazer. Nunca sentira algo tão bom. Para sua felicidade, gemi sem pudor, e naquele momento, pude sentir que finalmente chegara ao fim.
Abriu seus olhos devagar e soltou-se cansado sobre mim, beijando-me suavemente nos lábios. Recostou a cabeça em meu colo e deitou-se parecendo cansado, acariciando minha barriga. Eu permaneci estática, acariciando seu cabelo e vendo-o respirar pesadamente.
Era isso, enfim. Eu havia perdido minha virgindade.
Eu perdera a virgindade com .
E fora muito melhor do que eu imaginei que seria.

Fim...?

Nota das Autoras:
Carol Mello:
Oi lindas, tudo bem? Eu e a Lê começamos essa fic de forma inesperada e ela não acabou como queríamos porque o prazo pro especial foi curto... Então, se vcs não gostaram, perdão, era pra ter sido um pouco melhor, mesmo. Mas quem sabe não podemos escrever uma continuação, né? Bom, comentem, digam o que acharam, mesmo q tenham odiado. Um beijo e até a próxima!

Lê Oliveira: Heeello, girls! Intenso, né? Eu sei! Mas qual é, Dia do Sexo, tem que extravasar mesmo HAHAHA Foi minha primeira fic em parceria, e eu não poderia ter conseguido parceira melhor que a Carol. Espero que vocês tenham gostado, mis amores, e não deixei de comentar! Beijinhos <3

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Nota da Beta: Qualquer tipo de erro encontrado nessa atualização, contacte-me por e-mail ou twitter, não utilizem a caixa de comentários. Obrigada, espero que gostem da fic. XX