How They Broke Their Hearts
Autora: Luhh Jones
Betada por: Amy Moore




Capitulo 1

Flashback on

O cheiro agridoce invadia a cozinha. Ela dançava ao som de sua canção preferida, enquanto os estalos da fritura na frigideira eram abafados pela música, se misturando com a melodia. Suas mãos agitavam uma colher de silicone remexendo os bifes, esperando-os dourarem por completo.
Então, sem aviso prévio, o som ficou inaudível e uma batida no batente da porta da cozinha se estalou pelo ambiente. Ela se virou entusiasmada, sabendo quem era. Mas o sorriso formado se afrouxou quando avistou que a pessoa não era a que ela esperava.
- ? – perguntou, surpresa. O amigo abaixou o olhar e entrou no cômodo, sentando-se em uma cadeira. – Tudo bem? – perguntou, com uma pontada de preocupação vendo a reação do amigo.
- Tudo – ele soltou, com uma voz não muito firme. Suspirou e a garota sentou ao seu lado, esperando alguma reação. – Eu sei que você esperava que viesse, mas eu precisava vir antes. – Ele suspirou. Ela não disse nada; apenas esperou com uma grande quantidade de curiosidade. – e eu, especialmente , estamos meio complicados nessa situação. Mas eu preciso te contar. Eu não aguento te ver assim... – ele disse, suspirando no final. As palavras saíam como fardo de sua boca, como se despejá-las para fora fosse algo extremamente doloroso.
- Tudo bem, . – Ela se meteu. – Está tudo bem. Pode falar. – Então ela se levantou e desligou as bocas do fogão. Quando voltou a se sentar, o amigo grudou seu olhar no dela, entrelaçando seus dedos nos da amiga.
- Eu estou preocupado com sua reação sobre isso. Mas eu vou fazê-lo. está com , eles podem chegar a qualquer momento. – Ele sorriu fraco e ela começou a ficar alerta. Simplesmente esperou. – Bom. – Ele deu seu último suspiro e contou o que tanto o atrapalhava. – tem outra, quero dizer, outra mulher, . Ele está te traindo. – Ao terminar de falar, ele apertou as mãos da amiga, demonstrando que estava ali para qualquer coisa.
Quando as palavras bateram nos ouvidos da , seu coração encolheu, seu pulmão sufocou, seus dedos perderam a força, seu cérebro parou de mandar sinais para o corpo e lágrimas escorriam de seus olhos. Ela não tinha compreendido as palavras. Uma hora ele era tudo, e na outra ele era nada.
E foi como filme, nesse momento, a pegou nos braços e a porta da sala bateu. Ela não conteve suas ações, seu cérebro não era mais seu. Ela soluçava. Os olhos embaçados pelas lágrimas manchavam a camisa do amigo que a segurava.
- ? – Ela ouviu outro amigo em seu apartamento. Então ela sabia que precisava se recompor. Afinal, seu namorado não gostava o suficiente dela, então ela não precisava sofrer por isso. E ficaria muito preocupado vendo-a chorar assim. Ela se afastou de , limpando suas lágrimas em um guardanapo. – ? – ele perguntou de novo, entrando na cozinha. – Aí estão vocês. – Ele sorriu, mas viu de costas, as mesmas se mexiam para cima e para baixo em um movimento lento, ele a conhecia tão bem que jurava que ela estava chorando. Seu coração se apertou vendo-a assim. não era homem o bastante para ela. Era incrível como uma amizade de anos podia refletir nisso.
- ? – ele perguntou, chegando perto.
- Eu contei a ela – falou entre os movimentos do amigo. Então a se virou com os olhos um pouco vermelhos.
- Oi. – Ela sorriu. – Como vai, ? – perguntou com a voz fraca.
- Não finja que está tudo bem – ele falou, a repreendendo.
- Mas está. – Ela sorriu fraco novamente.
- ? – E então seu mundo caiu. Ele estava lá, olhando para ela. Olhando suas lágrimas. Ela dirigiu seu olhar para a porta e a expressão dele era de tristeza e arrependimento. Mas como ele poderia estar arrependido, se ele estava com outra?
- Hey, . – Ela sorriu pra ele. "Como você pode ser tão burra, ?", ela se perguntou. "Ele te traiu e você sorri pra ele? Sua idiota!", ela falava com sua consciência, enquanto ainda encarava o namorado.
- Podemos conversar? – ele perguntou e ela sacudiu a cabeça, aceitando.
- Vamos embora, falou e agarrou o braço do amigo, saindo do cômodo. Contra vontade ele foi, e a cozinha voltou a ficar silenciosa. Assim era aquele apartamento, somente com os dois, mas o clima era totalmente outro. Não tenso. sorriu novamente, tentando manter suas lágrimas dentro de si, enquanto sentou na cadeira que estava antes.
- – ele chamou. – Me desculpe – foram suas primeiras palavras. Ele a olhava, mas sabia que ela não se intrometeria. Ele a conhecia tão bem... Suspirou e voltou a seu foco. – Eu sei que não adianta muito falar isso, mas quero que você saiba. Eu não fiz por mal – ele continuou e a cabeça da virou uma massa de bolo, totalmente misturada sem saber como separar cada coisa da outra. Seus olhos abriam e fechavam tentando compreender as palavras do a sua frente. Suspirou e esperou. – Sei que você deve estar sofrendo, mas eu peço que não termine comigo. Eu te amo tanto, – ele voltou a explicar e ela suspirou, abaixando os olhos. Ela não queria suas desculpas. Ela se culpava, afinal, não era boa pra ele. Em todos os sentidos.
- Eu não tenho como não terminar nossa relação, – ela falou, seus olhos encontrando os dele; com dificuldade, ela continuou. – Afinal, se você me... – ela travou. – Você... – ela não conseguiu falar a palavra. – Quero dizer que eu não sou boa o suficiente – ela pulou a palavra e terminou seu pensamento. – Então é melhor...
- Não, . Não – disse , indo até ela e abaixando-se em sua frente, juntando seus dedos nos dela. Ela não impediu. Amava-o tanto que resistir a ele era pior que não comer brigadeiro. Se bem que ela ficaria sem comer brigadeiro se ele pedisse, mas não mais. As lágrimas dela não paravam de escorrer em seu rosto. - . Você não pode esquecer isso? – ele perguntou, tornando suas palavras um pouco mais afiadas. Ela arregalou os olhos e o olhou seriamente.
- Claro! – ela disse, sarcasticamente. Então se levantou e afastou-se dele. – Afinal, o que é uma noite com outra, não é? Dá pra perceber que não foi a primeira vez – ela disse, se alterando um pouco. O que era dificílimo. Ela confiava nele, e nunca sentiu necessidade de ser louca ou doentia com seu ciúme, o que afinal, ela não era. Mas agora ele tinha pegado em seu ponto fraco, aliás. Como esquecer?
- Não – ele disse mais alto. - Por favor... – ele pediu e ela bufou novamente.
- – ela chamou e sorriu. – Vamos terminar aqui. – Então saiu da cozinha e foi para a sala, se sentando no sofá. E voltou a chorar.
sentou ao seu lado e encaixou-a em seu ombro. Ela não impediu e sem som algum eles ficaram ali. Ela arruinava a camisa do rapaz enquanto ele a consolava.

Flashback off.

"I never meant the things I said
To make you cry, can I say I’m sorry?
It’s hard to forget, and yes I regret
All this mistakes"


varria a sala enquanto a música tocava. Ela sabia toda a historia daquela música, o trabalho para lançarem e a confusão que teve com os meninos. Ela sorriu ao lembrar, tentando não prestar atenção à letra. Era uma de suas favoritas, da banda de seus melhores amigos. Mas ela a odiava também pelo conteúdo que a trazia. Quando a voz de entrou na música, algumas gotas de água invadiram seus olhos, mas não as deixou cair. Lembrou de noites depois de noites quando e tentavam convencê-la a sair e aproveitar.
Quanto tempo ela ficou sem beber, mesmo? Bufou com isso e riu em seguida. . Era estranho, mas depois de , era como se ele fosse seu amor. Ela nunca contou para ninguém, afinal, eles eram sua família, seus amigos e seus irmãos, e se contasse para um, todos saberiam: incluindo . E tudo que ela não queria era criar confusão com ele.
terminou o serviço na sala e encostou a vassoura na lavanderia. Voltou para a cozinha e colocou uma lasanha, para o almoço, no microondas.
Era dois de março, exatamente um ano que não fazia mais parte da vida dela, bom, não como costumava ser, pois eles ainda conversavam; se viam e tudo mais. Ele continuava como ela o conheceu – mulherengo e jovial. Sorriu ao lembrar-se dele: seu sorriso suave e natural, os lábios, as mãos... Fechou os olhos parando de pensar assim. Quando invadiu seus pensamentos, o telefone da sala soou. Ela se assustou, mas foi atender ao aparelho.
- Alô? – perguntou, sem olhar o identificador de chamada.
- Hey, ! – uma voz divertida falou. – Estamos indo aí almoçar, é bom que tenha um bom rango! – Era . Ela gargalhou e concordou com a cabeça.
- Oops – disse baixo, rindo da própria idiotice. – Podem vir. Vou fazer mais comida – ela continuou sorrindo, mesmo ainda sabendo que ele não veria.
- Certo – continuou e depois de algumas risadas desligaram. entrou na cozinha e abriu o freezer novamente. Tirou todas as lasanhas que tinha – eram quatro. Precisava fazer compras novamente. Eles acabam com o estoque de comida congelada dela. Ela até cozinhava, mas ultimamente sentia tanta preguiça... O bom é que teria uma bandeja para cada menino, conhecendo do jeito que ela conhecia, uma bandeja ainda seria pouco. Então tirou mais duas caixas de pizzas do freezer, só por precaução, e quando eles chegassem perguntaria se aceitariam pizza a mais. Ela ria só de pensar que tinha tanta comida, sendo que morava sozinha. O bom é que ela se prevenia, já que tinha quatro "filhos", brincava.
Depois de uma lasanha já pronta, ela colocou no forno, para não esfriar. Esperava os amigos chegarem, enquanto cuidava da comida e colocava os pratos na mesa. Abriu a geladeira, sorte que ela tinha alguma coisa para beber. Eles eram um pouco rígidos. Gargalhou disso também.
Quando os garotos finalmente chegaram foram direto para a cozinha.
- Estou com fome! – reclamou e sentou em seu lugar. Era tão automático que eles já haviam estipulado lugares para si mesmos. Ela riu.
- Acalmem as lombrigas; só falta uma – ela falou, esperando o microondas apitar. – Tenho lasanhas. – Ela sorriu e os quatro assoviaram. Sorriu pra eles e tirou, as que tinham no forno. Eles não atacaram. Ela pelo menos tinha dado alguma educação para seus "filhos".
- Hey, pequenos – ela chamou, se posicionando na frente da geladeira a abrindo. – Eu não tenho muitas cervejas. – Ela tirou uma garrafa para cada garoto e uma garrafinha de água de limão para si. – Então superem. Eu preciso fazer compras – ela acrescentou.
- Não tem problema – disse, dando de ombros. nem respondeu, assim como .
- E eu sou homem de cerveja? – perguntou e todos riram. – Tudo bem, não quero resposta – ele disse, fazendo careta. O microondas apitou e enquanto conversavam colocava a ultima bandeja na mesa.
- Eu tenho pizzas, caso as lasanhas sejam poucas – ela acrescentou, começando a cortas os pedaços. – Quem vai ser o primeiro? – perguntou e os quatro levantaram as mãos. Ela gargalhou. - Okay, . – Ela pediu e o menino estendeu o prato pra ela, junto com a língua para os amigos.
- Não é justo! – reclamou.
- Eu, hein, gente – ela bradou. – Tem pra todo mundo. E é só por que ele está do meu lado – ela acrescentou e ele continuou a mostrar a língua para os amigos. – Para, ! – ela pediu e ele voltou sua língua pra dentro. Todos riram.
- – ela pediu e ele estendeu o prato, feito criança.
- Posso pegar queijo, ? – perguntou e ela acenou.
- Na geladeira – ela avisou e ele assentiu.
- , me dá o prato do ? – ela pediu e ele bufou.
- Ah, qual é! – ele falou como criança. – Ele nem na mesa tá! - E então estendeu seu próprio prato. Ela gargalhou e e ele começaram uma briga idiota. bufou e colocou outro pedaço no prato de . voltou com o pote de queijo e entendeu seu prato para a ex-namorada. Ela sorriu e colocou um pedaço no mesmo. E depois de se servir sentou na cadeira.
- Acho que nunca vou querer engravidar – disse pra si mesma, mas , e pararam de comer, a encarando. – O quê? – ela perguntou. não fez nada, nenhuma ação, nenhum olhar, nada.
- Você... Não quer ser mãe? – perguntou, espantado. Ela estranhou, será que ele queria ser pai? Justo ?
- Bom, cuidar de vocês me dá trabalho, imagina um bebê chorão – ela falou e gargalhou. Todos olharam para ele com a testa franzida, menos . Eles já tinham tido conversas desse gênero. Ela queria ser mãe, claro que queria. Mas era cansativo. Se seus quatro melhores amigos, homens feitos, precisavam de alguém, imagine um bebê que só chora e mama?
- Que foi? – perguntou. – Eu concordo com a – ele falou e a olhando mandou uma piscadela. Ela gargalhou e mandou um beijo no ar. "O que estou fazendo?", ela se perguntou. "O que ele está fazendo?", voltou a perguntar. "Bom, nós ainda somos amigos, não preciso me preocupar", e terminando seus pensamentos voltar a comer.


Capitulo 2

Flashback on

- Você tem que contar, . – pedia para a amiga. – Por mais que doa, ele é seu namorado, você não pode esconder coisas assim dele. – O tentava convencer a garota.
- Mas , ele pode não me querer mais. E se ele surtar? – ela perguntou, com sua voz trêmula.
- Você o conhece, . Ele não é disso. – a acalmou.
- Mentira. – Ela esforçou sua voz.
- Tudo bem, ele pode ser um pouco fora de controle, mas isso não quer dizer nada – ele terminou. suspirou, organizando a bagunça que seus pensamentos estavam. – Se quiser, eu vou com você - ofereceu. A garota levantou os olhos com um pequeno sorriso. E então concordou, cansada.
- Tudo bem, vamos lá. – Ela se levantou do sofá do amigo.
Os dois seguiram para fora da casa dele e com o carro foram até a casa de .
- Você tem certeza, ? – perguntou, insegura. Eles estavam em frente a porta da casa de .
- Você precisa ter, . Eu não quero te obrigar a nada, mas você sabe que vai ser melhor se ele souber. – Ela suspirou em seguida e fechou os olhos. "Ele tem razão. Além do mais, eu ficaria muito mais confortável sem ter que esconder algo dele". Ela pensou e abriu os olhos, decidida.
- Vamos fazer isso. – Ela sorriu e abriu a porta, apoiando-a.
A sala estava vazia. Ou ele estaria na sala de jogos, ou na cozinha. sorriu disso. Ele sempre seria uma criança.
- Vou ficar por aqui. – alertou e se jogou no sofá da casa do melhor amigo, ligando a televisão. Ela assentiu e foi à procura do namorado. Bateu na porta da sala de jogos, em seguida abrindo-a. A cena não foi nada interessante, não para . Era uma garota loira, muito mais bonita que , e a segurava nos braços, beijando qualquer milímetro de pescoço que ela tinha. A exclamou baixinho, e saiu dali batendo seu tênis gasto no chão, sem nenhum barulho. Passou pela sala, mas não disse nada, saiu correndo pela porta e não esperou . Ela queria correr, correr para esquecer. "Como pude ser tão burra? Como ele pode fazer isso comigo? Ele não dizia que me amava?" Ela falava consigo.
- ! – Ela ouviu lá de trás seu nome, mas ignorou. Apertou o passo e foi impulsionada para frente. – ! – Ouviu a voz de mais de perto. Aí ela notou; ele estava de carro ao lado dela. – Vamos, entre no carro – ele pediu, mas ela chacoalhou a cabeça. – Vamos, . – Ele pediu, mas ela negou de novo. – , entra – o de dentro do carro voltou a pedir. A garota suspirou e continuou correndo. Queria ficar sozinha e entender aquilo tudo. Ela estava disposta a revelar seu segredo mais obscuro que sua vida já teve, mas ele não estava disposto a saber. Pelo menos ele não podia mais saber.
E então a garota se perdeu. Importou-se em apenas fugir, e agora estava perdida.
- Sua idiota! – Ela berrava consigo mesma, naquela rua vazia. – Isso! Você merece morrer! – ela dizia entre as lágrimas que começavam a brotar de seus olhos. – Isso tudo é castigo! – ela voltou a berrar e então se sentou na calçada gelada, e desabou. Seu soluço era alto, mas ela não se importava por alguém escutar. Era quatro da tarde e ela queria estar em casa. Seus olhos não paravam de jorrar água, até que alguém apareceu ao lado dela.
- Hey. – A voz era conhecida. Levantou os olhos e viu sorrindo para ela. Ela engoliu todas as lágrimas que tinha retribuiu o sorriso.
- ! – Se levantou e correu até o amigo. Ele gargalhou da reação da amiga.
- Nossa, que recepção. O que você está fazendo aqui? – perguntou, repreendendo-a.
- Eu me perdi – ela disse, tímida. Ele riu. – E você? – ela estranhou, ele também estar naquele lugar sem nome.
- Eu tenho um amigo pra esse lado, te vi parada na calçada e deduzi que, como você só sabe o caminho da sua casa e do escritório, você tinha se perdido. – Ele riu, sapeca, e ela também.
- Pode me levar de voltar? – perguntou.
- Vamos lá – respondeu, seguindo para seu carro e a menina foi atrás. Ele abriu a porta pra ela, que sorriu, e por alguns segundos ela esqueceu o que sentia. Só de pensar que logo estaria em seu apartamento a fazia sentir-se melhor. Só que ela não esperava que quando ela e passassem pela porta de seu apartamento, ele não estaria vazio. O sofá escuro da garota estava ocupado por duas pessoas, seu melhor amigo e futuro ex-namorado. Suspirou e foi até a cozinha.
- O que faz aqui, ? – perguntou para o amigo.
- Ela se perdeu – o amigo explicou.
- Você saiu correndo de mim pra se perder? – perguntou, bravo, indo atrás da garota, na cozinha. Ela não respondeu; ao mesmo tempo em que estava errada, estava certa. Ela acabara de descobrir que seu namorado a traía, não gostava dela o suficiente. Suspirou. Seus pensamentos estavam todos embaralhados, como ela poderia se culpar? Ao mesmo tempo em que queria que a abraçasse, queria ficar sozinha e se culpar por tudo de errado que aconteceu entre ela e .
- Ela tá em casa agora, dude – se meteu. – Relaxa – ele acalmou o , mas em seguida teve uma pergunta. – Vocês estavam juntos? – perguntou, confuso.
- se dirigiu para a menina que estava parada olhando o balcão da cozinha. – Vocês precisam conversar. – Ela sabia que não era de que seu amigo falava. Ela suspirou e sabia que era verdade. – Vamos, . Eu te conto no caminho – e então se voltou novamente para a amiga. – Me liga – ele pediu e beijou a testa da garota. Ela assentiu e suspirou novamente. Escutou a porta da sala bater e procurou a coragem que queria para ir até lá. Mas não foi preciso, veio até ela.
- – ele chamou. Seus olhos encheram-se de lágrimas apenas pela voz perfeita dele chamar seu nome. Ele chegou mais perto, ela queria se afastar, mas não conseguia. Ele era tão seu como ela era dele. O amava tanto. E ele não. – Me desculpe – ele falou perto dela. – Não vou discordar do que você viu, mas... Eu realmente não acredito que fiz isso – ele se desculpou. – Eu te amo tanto...
- Mesmo? – as palavras afiadas dela saíram automaticamente. Ela não podia acreditar que mesmo a amando ele estava com outra.
- Sim. Se te faz sentir melhor, não cheguei a dormir com ela – ele disse naturalmente. A garota riu ironicamente.
- Ahn, . Obrigada por dizer. Estou muito melhor! – disse, debochando.
- Me perdoe – ele pediu. Ela respirou fundo e fechou os olhos. Podia perdoar, claro que sim. Mas eles nunca mais seriam o que eram. Ela se virou para despejar sua resposta em seu rosto, quando de surpresa ele selou seus lábios nos dela. Ela não pôde recusar e eles se beijaram. Um beijo de desculpas e muito sentimento. Ela soltou algumas lágrimas e se afastou dele, chorando. – – ele chamou de novo, então ela soltou seus soluços presos. – Desculpe, me desculpe. Eu odeio vê-la chorar – ele pediu, chegando mais perto abraçando a. Ela não recuou - de novo.
- Tudo bem – disse baixinho, medrosamente. Ele ouviu e a abraçou mais forte. Era impossível não chorar. Ela se lembrou do por que ter ido a casa dele mais cedo, pelo motivo. E agora ela não podia mais contar. Não tinha tanta confiança para tal. Imaginou o que seria se terminasse seu relacionamento com ele. Ela ficaria arrasada, não por ele. Mas por ela. Mas ela podia viver sem ele, certo?
- Obrigado, – pediu e continuou em seguida. - Me desculpe. Isso não se repetirá – ele disse, convencendo-se disso. Ele a amava, mas Tifany estava na casa errada e na hora errada.
Eles ainda estavam abraçados, mas a não conseguia parar de chorar. estava preocupado, se já estava tudo bem, por que ela chorava tanto?
- ? – o ainda namorado chamou. – O que é? Diga-me o que te incomoda que eu prometo esclarecer! – ele pediu preocupado. Se o problema ainda era ele com a outra garota ele podia explicar qualquer coisa. Ele só queria que a sua menina parasse de chorar, pois ele era a razão disso. Ela chacoalhou a cabeça com sua pergunta e se afastou dele. Seus soluços ficavam cada vez mais altos e ela não conseguia se recuperar. – Por favor – ele pediu, mas ela não conseguiu responder ou sequer se acalmar. Ela foi para a sala. Perguntava-se por que não conseguia ficar irritada, por que não conseguia berrar para o que ela sentia sobre vê-lo com outra mulher. Perguntava-se por que sua boca não soltava as palavras que ela estava disposta a dizer antes para ele.
- ? – ele chamou chegando perto dela, mas ela o afastou.

Flashback off.

"I don’t know why you’re leaving me
But I know you must have your reasons.
There’s tears in your eyes, I whatch as you cry,
But it’s getting late"


ouvia a música que seu ex-namorado dedicou a ela. As lágrimas tomavam conta e se arrependia completamente por ainda não ter dito seu segredo. era o único que sabia, o único que falava com ela sobre isso. Quando lhes era cabível. Ela sabia que não podia remoer seu passado, mas doía-lhe tanto. E não saiu de sua vida, como iria esquecê-lo?
Seu dia estava normal, ela tinha voltado do trabalho e escutava música na sala enquanto fazia palavras cruzadas. Era um de seus passatempos preferidos. Ela também gostava de escrever, mas precisava de concentração, e nesse momento sua cabeça estava muito avoada para ela se concentrar em algum historia romântica ou dramática demais.
Olhou o relógio na mesinha de centro da sala e suspirou: sete horas. tinha lhe prometido que ligaria para contar as novidades sobre a reunião que eles teriam com a gravadora. Ela já tinha ficado impaciente. Queria saber o que tinha ocorrido. Decidiu se ocupar com outra coisa, já que seu vocabulário do dia já tinha se esgotado em sua revista. Foi até a cozinha, começou a cozinhar, passar o tempo era bom. Ela tinha trocado a música e agora tocava outra que ela sinceramente adorava. Seus dedos ágeis temperavam o macarrão, em seguida colocando seu prato para uma boa refeição na mesa. voltou a ficar impaciente. Perguntava-se por que o amigo ainda não tinha ligado para ela. Então foi até ao andar de cima ver se tinha roupa suja. Era quinta-feira de noite, no dia seguinte precisaria trabalhar, era bom ter algo bom para vestir. Mas então deu de ombros novamente e grudou o celular em sua mão. Voltou a cuidar da massa e cogitou a idéia de ligar para . Mas deixou de lado novamente, talvez a reunião tivesse se estendido e ele ainda não podia atender.
Pegou ‘Dead as a Doomail’, de Charlaine Harris, e continuou a ler de onde tinha parado. Ela estava agitada, precisava se acalmar, e somente uma dose de Bill Compton e Sookie Stackhouse podiam fazer isso com ela, naquele instante. Tudo bem que nesse livro até eles voltarem a se falar demorava um pouco, mas ela não se importava, adorava o Alcide e quando Charles ia para Bon Temps por ordens de Eric, que Sam mandou Sookie pedir. Sua mente estava mais calma, sabendo que Bill merecia muita raiva de Sookie, ao mesmo tempo que ela merecia raiva de Bill e Alcide, apesar dela ter se defendido nas duas vezes. suspirou e demorou um pouco até ficar animada com toda aquela história criativa e aventurosa.
Ela estava na parte que Sookie ligava para seu segurador ir até sua casa, que tinha pegado fogo na noite anterior, quando o telefone de tocou. Ela deu um pulo de susto e atendeu surpresa.
- Alô? – então ela correu até a cozinha e viu sua panela. A água tinha fervido e um pouco saído da panela, bufou com isso.
- Hey, ! – Era . Então ela caiu na real e olhou o relógio que ficava na parede de sua cozinha. Oito e dez de noite. Suspirou.
- Demorou – cobrou do amigo, mas logo se arrependeu.
- Desculpe, . Nós demos uma passada em um pub e eu realmente esqueci de te ligar. E quando lembrei vim correndo para casa – ele se desculpou. Ela se sentiu culpada. Eles haviam saído para comemorar e ela tirou isso dele.
- Desculpe, . Não queria parecer intrometida – ela pediu triste. – Então você tem boas notícias para mim? – Logo continuou ainda com a voz baixa. Ela desligou o fogão e jogou um pano de chão sobre a água derramada.
- Tenho – ele disse feliz. – Fechamos o contrato do próximo CD – disse entusiasmado.
- Que ótimo, ! – ela disse, empolga. Ficou feliz por eles. McFLY, nome da banda deles, estava fazendo tanto sucesso que às vezes até ela era parada na rua. O que não a deixava confortável. – Parabéns. Para você e os meninos.
- Obrigado . Vamos sair amanhã para comemorar – ele disse. Ela sorriu fraco, mesmo sabendo que ele não veria. Foi automático.
- Divirtam-se – disse ela, sem muita empolgação. Adorava quando eles vinham tirar-lhe da solidão nas sextas, sábados, domingos.
- Isso inclui você, dona – ele falou, não aceitando negações. Ela gargalhou em resposta.
- Sem comentários – disse.
- Vou fazer um: esteja pronta às nove. – E então ele gargalhou da amiga. – É verdade, . Nós vamos buscá-la – ele disse aceitando nenhuma negação. Ela bufou em resposta sabendo que teria que sair com os amigos na noite seguinte.
- Tudo bem – disse contra vontade. – Vou ter que arranjar uma roupa adequada. – E então riu. – Isso, pode rir, . Garanto que está esperneando com meu problema – ele continuou rindo da amiga.
- Não imagino isso como um problema, – falou, voltando ao seu tom normal. – Garanto que você tem uma roupa para isso. Você sempre se veste adequadamente – ela tomou isso como um elogio.
- Obrigada, .
- Sem problema. – Era uma deixa para finalizarem a ligação. – Nos vemos amanhã – ele continuou.
- Tchau – e depois de alguns cumprimentos desligaram. Ela limpou a sujeira que a água tinha causado do chão, tendo sua vontade de comer acabada, em seguida jogou a água restante da panela na pia, fechando o pacote de macarrão que não usou. Não se preocupou em desarrumar a mesa, quem sabe almoçaria no dia seguinte. Involuntariamente bocejou, desejando apenas um banho e sua cama. Era relativamente cedo, ela sabia. Mas seu dia estava terminando, o sono estava vindo e era só isso que ela queria fazer: dormir.


Capitulo 3

Flashback on

- Chega, – a dizia entre lágrimas. – Eu não quero ouvir. Você não merece saber de nada sobre mim. Nada! – não conseguia se controlar.
- Eu te conheço, . Você quer me dizer.
- Mas não vou. Você não merece. Além do mais, por que você quer tanto saber? – ela perguntou, irritada. – Você simplesmente nem fiel é mais comigo. Por que devo me preocupar em te contar algo importante? – suspirou e esperou. Ela tinha razão. De todas as vezes que ela já o havia perdoado ele não tinha dado valor a nenhuma.
- Eu acho que você devia terminar com ele agora – falou da sala. A riu do comentário do amigo e berrou um palavrão para ele.
- . Você sabe que eu não fui eu mesmo – o namorado dizia, se aproximando cada vez mais da garota. – Eu não consigo viver sem você.
- , se afasta. Você só não consegue viver sem mim... Aliás, eu nem sei por quê. Tenho certeza que todas te dão ótimas refeições – ela disse, debochadamente. Fez careta e deu um passo para frente; queria sair da cozinha. Queria estar junto de , e na sala. Mas não foi possível: enormes dedos pegaram seu pulso e juntaram ao corpo dono daquelas longas mãos.
- . Por favor – pediu.
- , me solta – ordenou, brava.
- Me conte. Eu tenho o direito de saber – ele disse, um pouco raivoso.
- Não, você não tem. E não é a primeira vez que tento falar com você sobre isso. E parece que você nunca está pronto – ela disse, quase berrando.
- Como não? – perguntou, espantado. – Estou aqui, ! Querendo entender! – Ele apertou um pouco mais o pulso nem notar. – Estou te perguntando.
- Não neste sentido. Idiota! – ela continuou, ainda brava. – Me solta! – ela pediu e com a outra mão bateu no rosto do rapaz.
- Oucth! – ele exclamou, se afastando dela.
Sem dizer nada, ela foi até a sala se juntar com os amigos e ver qualquer coisa na televisão.

Flashback off.

"Was I invanding in, on your secrets? Was I too close for comfort?
You’re pushing me out, when I wanted in
What was I just about to discover? When I got too close for comfort
And driving you home, guess I’ll never know"


lembrava de todas as palavras daquela conversa. Foi tão difícil não desabar em choro e contar toda a verdade pra ele. Mas ela sabia, ele apenas sentiria pena e continuaria metendo chifres nela. Sorte que quando contou para ela, fora a última vez. Que ela soube, pelo menos. Ela estava dentro de seu closet e procurava alguma roupa bonita para sair com seus amigos. Por que ela deixou convencê-la? Tudo bem que não foi exatamente forçada. Aceitou mais pela ideia de que não estaria sozinha. Ela realmente não gostava de sair. Todo mundo olhando-a. Sabia que não era feia, mas odiava ser o centro das atenções. Sempre tentava passar despercebida. Apesar de que às vezes não era possível. uma vez a convidou para uma festa, essas de famosos que os meninos eram sempre convidados. Ela odiou ter todos olhando para ela. Primeiro: por estar com . Segundo: porque seu vestido nem era chamativo para ficarem olhando ela. Terceiro: as mulheres pareciam ter inveja ou de ou de seu vestido. Riu, lembrando. Foi cortejada por alguns homens: dispensou todos. Gargalhou novamente. Então, de repente, voltou ao presente e observou suas roupas.
Estava frio. Ela não queria usar salto.
Bufou. Pegou uma calça justa preta, junto de uma bata de manga cumprida por cima. Sapatilhas roxas que combinavam com sua bata e meias até os joelhos listradas. Ela gostava de roupas diferentes, mas discretas. Pegou sua bolsa preta e colocou tudo que precisaria. Estava terminando de retocar o alisamento no cabelo quando ouviu o interfone. Correu para baixo e pediu para os amigos subirem. Abriu a porta e voltou para seu quarto. Terminou de alisar as pontas dos cabelos e colocou um par de brincos. Ouviu risadas do andar de baixo e sorriu.
- Já desço – berrou de onde estava. Olhou-se no espelho e sentiu falta de pintura no rosto, então rapidamente se maquiou levemente. Sabia que deixava os meninos irritados quando ela demorava muito. Minutos depois sorriu pra si mesma. Pegou a bolsa e apagou a luz.
- Aleluia! – ouviu falar. – Pensei que tinha sido abduzida – ele disse, jogado no sofá.
- Exagerado – a disse, gargalhando.
- Está linda, – escutou dizendo do batente da cozinha. Ele estava comendo – só pra variar. Ela riu para ao amigo e olhou e que também estavam sentados no sofá.
Viu lhe lançado aquele olhar, um olhar que ela não via há um ano sobre ela. Ficou envergonhada.
- Vamos? – perguntou, tentando disfarçar.
- Está gata – elogiou e estendeu o braço.
- Essa vai ser a noite! – disse, empolgado indo até a porta. Seguidamente de e .
Então eles foram até o carro de , que era maior que o de e seguiram para a boate.
Eles passaram na frente de todos. Quando se é famoso, é sempre uma vantagem. riu consigo mesma ao entrarem no lugar. Era sempre o mesmo, pelo menos quando ia com os meninos. O lugar era escuro, com fumaça e luzes piscando o tempo todo. Eles subiram as escadas pra área VIP e pegaram uma mesa. Estava escrito "McFLY" com uma letra relaxada. rasgou o papel e jogou no chão. riu e sentou ao lado do amigo.
- Isso, aprende a poluir nosso globo, disse, repreendendo o amigo e só levou um dedo do meio. riu e sentou-se ao lado de . sentou ao lado dela e por fim, , que estava ao lado de .
- O clima tá bom! – começou e já pediu sua bebida. , e o acompanharam com a cerveja.
- Eu acho que vou vomitar – disse, começando a se sentir enjoada.
- Ahn, . Relaxa. Estamos com você – falou para a amiga.
- Eu sei – ela respondeu. – Mas daqui a pouco essa mesa vai encher de fãs. – A rolou os olhos, arrancando risada dos quatro amigos.
- Vamos curtir. Todos estão aqui pra isso, ninguém vai reparar na gente – disse, como se tivesse razão. olhou para ele, reprovando. – É serio, – ele enfatizou e a congelou. Tanto tempo que ela não ouvia se apelido de um jeito carinhoso sair da boca dele. Ela sorriu e timidamente foi até o balcão pedir um coquetel.
Não demorou muito para ela deixar a frescura de lado, tentar se divertir e comemorar com os amigos o contrato novo. Ela estava com o copo de coquetel de morango entre os dedos e dançava livremente olhando os amigos que estavam sentados. Não entendia isso deles, mas deixou pra lá, estava sendo bom relaxar um pouco. Tanto tempo sem ninguém: insegurança, trabalho e cuidar de casa. tinha razão: era ótimo se divertir, mas ela tinha muito receio em relação a isso. Deu de ombros e voltou a curtir o bate-estaca que ecoava na boate. Ela não gostava desse tipo de música, mas nesses momentos até que eram razoáveis. Seu coquetel acabou e ela foi até o bar novamente deixar o copo lá e antes que pudesse pedir qualquer outra coisa para tomar, ouviu uma voz em seu ouvido, fazendo-a congelar completamente.
- E aí, gata? – perguntou a voz. Ela arregalou os olhos involuntariamente e se virou. O dono da voz estava praticamente em cima dela que sorriu fraco e foi para o lado. – Quer dançar? – ele voltou a perguntar. Ela deu outro meio sorriso, negando com a cabeça. O loiro sorriu cinicamente e pegou o pulso dela. – Não vai machucar em nada – falou, juntando seus lábios com os ouvidos dela. Ela se arrepiou e o alerta dentro dela disparou. Afastou-se do loiro e seguiu até a mesa que estava sentada, precisava que algum de seus amigos estivesse lá, mas antes que ela pudesse atravessar a pista de dança, sentiu seu pulso sendo segurado. Suspirou e virou para ver o que era. O loiro riu para ela novamente. Ela disse alto e um pouco perto dele para que o loiro pudesse ouvir:
- Estou acompanhada – falou e um frio tomou conta de seu estômago. O homem a sua frente fechou os olhos e soltou o pulso dela. Ela suspirou, aliviada, e seguiu seu caminho para a mesa, mas estava fazia. Passou sua mão entre os cabelos e sentou em uma das cadeiras vagas, quando olhou ao redor o loiro estava sentando a sua frente. Ela bufou e pediu pra si mesma que o cara fosse embora. Por que cismas eram sempre com ela? Suspirou.
- Acho que seu acompanhante não está aqui. – O loiro sorriu, debochado. Ela não soube o que fazer e sorriu de lado. Então o loiro veio até mais perto e ela congelou novamente. – Eu não deixaria minha acompanhante sozinha, muito menos se fosse você – o loiro disse, provocativo. A fechou os olhos e suspirou. Até que ele estava sendo gentil.
- Eu estou acompanhada, por favor... – mas antes que ela pudesse terminar a frase, o loiro tocou seu queixo juntando os lábios com os dela. Ela, surpresa, não soube o que fazer, mas quando se tocou no que estava acontecendo, se distanciou do loiro, se levantando da cadeira. Ela teria descido às escadas à procura de ou , mas ele a segurou novamente.
- Algum problema? – e então ela viu um segurança ao seu lado. Sorriu, aliviada. – Ele está te incomodando, senhorita? – perguntou educadamente.
- Por favor, só queria que ele se afastasse – pediu, com a voz falha e o grandalhão acenou.
- Pode deixar. – O segurança sorriu simpático para ela e pegou o loiro pelos ombros.
Ela agradeceu para o segurança com um aceno de cabeça e suspirou, aliviada. Agora poderia sentar à mesa e tomar mais cuidado, se bem que ela não teve muita culpa. E sua roupa não era nem um pouco chamativa. Exceto por suas meias, mas lá estava escuro, não dava pra enxergar. Ela não tinha decote e muito menos pouco pano em suas pernas. Suspirou e se jogou na cadeira que estava segundos antes. Ela escutava a música cansativa, e ainda jogada em cima da mesa percebeu que alguém tinha sentado ao lado dela. Quando sua cabeça se levantou sorriu. Era . Ele sorria para ela, o cabelo bagunçado e a bochecha com marca de batom vermelho. Riu da expressão do garoto.
- Você tem batom na bochecha, – ela disse, mas ele não escutou. Ela tentou de novo, mas ele ainda não tinha escutado. Ela desistiu e chegou mais perto dele, levantando a ponta de seus dedos até a bochecha do antigo namorado. Arriscou e logo se arrependeu. A pele dele ainda era corrente elétrica com a dela. Suspirou e rapidamente, depois de ter limpado a marca do batom, voltou suas mãos para seu colo e os dois ficaram quietos.
- Você tinha razão. Vi algumas fã – sussurrou no ouvido de . Ela sorriu, fazendo sentir o ar sair da boca da menina. Involuntariamente ele rosou seus lábios no pescoço da . Ela fechou os olhos automaticamente, sentindo a pele dele contra a dela. Eles estavam assim, sentindo um ao outro, até que sentiu uma das mãos de em sua cintura, ela soltou um gemido e beijou o pescoço dela. Ela riu sozinha.
- Você gosta de provocar – ela soltou, não se arrependendo nem um pouco.
- Sei seus pontos fracos – ele retrucou, ainda mandando correntes elétricas para com seus lábios no pescoço da garota. A não mediu seus atos e enrolou seus dedos nos cabelos escuros dele.
- Isso devia ser crime – ela disse, ainda de olhos fechados.
- Enquanto você ainda conseguir formular frases, não é crime – ele respondeu, recebendo uma gargalhada em troca. – Eu gostaria de estar entre quatro paredes agora – acrescentou, mas logo se arrependeu, pois exatamente essas palavras fizeram o clique do bem na cabeça de acordar. Ela se soltou de e fitou os olhos dele. Ele viu o choque no olhar da antiga namorada, as pupilas dilatadas e as pálpebras arregaladas. Bateu em si mesmo internamente e suspirou. Não demorou muito para que ela saísse dali e fosse em direção ao banheiro feminino. Era ótimo que não tinha fila. VIP era bom por isso, também.
se olhou no espelho que compartilhava com mais duas garotas. Seus olhos estavam estranhos e sem pensar duas vezes afogou-os em água. Queria voltar a si. Como pôde se perder assim? Estava indo tão bem. Um ano, ela havia aguentado um ano! Suspirou e pegou uma toalhinha, enxugando o rosto e as mãos. Não se importou em ter tirado a maquiagem. Ela precisava ir para casa agora. Mas antes que pudesse pensar em como, uma loira dirigiu a palavra para ela.
- Hey, da meia listrada – ela falou, mal-humorada. se virou. – Tem um cara, bem gato ali fora. Quer falar contigo – ela disse, numa voz irritante e se enfiou em um cubículo. suspirou e organizou seus pensamentos para saber o que dizer para . Mas ao abrir a porta do banheiro não era que estava ali, e sim . Sorriu para ele e sem pensar duas vezes abraçou o amigo. Ele com certeza estranhou a reação da amiga, mas não se desfez do abraço.
- O que houve? – ele perguntou, ainda abraçado com ela. – Quando voltamos, estava cabisbaixo e disse que tinha feito uma burrada – ele continuou, sentindo a respiração forte da amiga. – Ele disse que você tinha ido ao banheiro. Você está bem? – ele perguntou e afastou a de si para ver seu rosto.
- Quero ir para casa – a disse. – Eu posso ir de taxi. Vocês não precisam acabar com a noite só por minha causa... – mas não deixou a garota terminar de falar, pois colocou um dedo sobre os lábios dela e sem nenhuma palavra a levou até a mesa deles.
Lá estavam , e , sentados e conversando. Quando e ela chegaram virou o rosto, o que fez bufar e revirar os olhos.
- Covarde. – leu os lábios de . Ela suspirou e sentou ao lado do .
- Eu vou para casa, mas vocês não precisam ir. A noite é uma criança – ela falou, sorrindo para todos, até . Ele deve ter entendido.
- Eu te levo – falou.
- Não – ela recusou e se levantou. Iria pedir para alguém da boate chamar um taxi.
- Eu te levo – se levantou, e antes que ela pudesse recusar, ele pegou sua mão, a puxando escada abaixo. Ela mandou um beijo para os três que ficaram e quando os dois chegaram ao piso de baixo, ela parou. – ...
- Você não precisa acabar com a sua noite por uma frase mal dita, – ela disse com dificuldade. O conhecia tão bem que se sentia mal pela própria burrada dele. – Fique; eu vou de táxi. – Ela sorriu para ele, que negou.
- Pelo menos me deixe redimir pelo que fiz – ele pediu tristemente. teria respondido algo rude, mas se calou. Não era hora nem lugar para eles brigarem. Então simplesmente acenou e os dois foram até o carro.

e chegaram ao apartamento dela. Ela já foi tirando a sapatilha e as meias pelo caminho, fazendo se lembrar de quando eles saiam. No elevador, ela costumava tirar os saltos, a meia e às vezes até o sutiã, com a declaração de: "passar a noite toda nisso incomoda". Ele riu das próprias memórias e sorriu ao ver a ex-namorada descalça abrindo a porta do apartamento.
Os dois entraram no mesmo e foi até a cozinha. A deixou as meias e as sapatilhas num canto da sala e seguiu .
- A propósito, – ela chamou e ele a olhou enquanto tirava uma cerveja da geladeira dela. O que a lembrou que precisava fazer compras. – Você nunca vai conseguir se redimir pelo que fez. Hoje, você não fez nada comparado... – não a deixou terminar, pois ele a silenciou com um beijo. se assustou, mas não conseguiu resistir. Ter em seus braços novamente era reconfortante. Era literalmente um sonho se tornando realidade - novamente. Mas ela não podia. Ele não merecia seu amor, merecia? Não fora fiel nenhuma vez que ela havia o perdoado. E agora não seria diferente. Ela ainda tinha um par de chifres na testa e parecia que não cansava em restaurá-los. Suspirou e se afastou de .
- ...
- , por favor – se meteu. – Me escute.
- Não, . Já conversamos tanto sobre isso... – ela teria continuado, mas a interrompeu com um de seus dedos nos lábios dela. Ela fechou os olhos, não acreditava que ainda tinha recaídas, que ainda precisava dele, do seu toque, suas palavras. Ele a enrolou em seus braços e a embalou.
- Só me escute – ele pediu e ela acenou, colada em seu tronco. – Eu não quero fazê-la lembrar do que fiz, muito menos de que fui infiel. Você já deve fazer esse favor sozinha, mas , eu queria te dizer que me arrependo todos os minutos por ter feito o que fiz. Por te machucar do jeito que machuquei. Eu não pensei em você, como sempre faço. Quero seu perdão.
- Você já tem meu perdão, . Você sabe – a disse à contra-gosto, se afastando dele.
- Tudo bem – ele suspirou. – Quero que você me dê mais uma chance. Eu te amo, poxa! Não consigo viver mais sem você – continuou.
- Você consegue, – ela retrucou e foi até a sala. – Eu não vou me sujeitar a ter mais um par de chifres na minha testa – continuou, pegando sua sapatilha e as meias, mas antes de subir as escadas, virou para o ex-namorado. – Eu não quero pensar que você me ama e no segundo seguinte saber que não. Não é a primeira vez, . Chega, pra mim chega – ela terminou e subiu as escadas.
- – ele foi atrás dela, até seu quarto. – Eu te amo. Você sabe que sim. Vamos recomeçar. Por favor – ele pediu, no batente da porta. Então, dentro do quarto de frente para o armário, ela se virou.
- Me responde uma coisa, – ela disse, em seu tom afiado. – Por que você me traiu? Eu não era boa o suficiente? O que elas tinham que eu não? – ela perguntou, com sua garganta falhando, o seu peito ardia e ela tinha medo da resposta. – Não, não me responda – ela se arrependeu de ter perguntado. – É melhor eu não saber.
- Nada, . Elas não tinham nada. Por favor. Entenda; eu fui totalmente burro! Por favor, você é melhor que todas elas juntas – mas quando fez essa comparação se arrependeu. Conhecia e pra ela não era nenhum elogio essa comparação. fechou os olhos, esperando a resposta dela, mas não ouviu nada. Então, quando os abriu, viu a ex-namorada abraçada em seu tronco chorando. Ele se amaldiçoou e foi até ela, abraçando-a. Pelo menos ele sabia que ela não recusava abraço algum, mas antes que ele pudesse manter contato com ela, ela deu um passo para trás. Ele fez uma careta e ela fungou.
- Eu não acredito que você disse isso, – ela respirou fundo e sentou em sua cama.
- Desculpe. Eu apenas quis dizer que você é perfeita. Metáforas nunca foram meu forte – ele se desculpou, recebendo um aceno em resposta. Tentou abraçá-la novamente, mas ela não deixou.
- Você gosta disso, não gosta? – ela perguntou. – Me ver chorando, para me abraçar, soltando todos meus hormônios ao seu favor – ela disse e se levantou. – Você não presta, . – Ela seguiu até o banheiro e molhou um algodão com um produto para tirar a maquiagem borrada. – Eu não sei por que você ainda perde tempo tentando reconstruir o que tínhamos, . Nunca vai ser a mesma coisa de antes – ela esfregava o algodão no rosto tirando a pintura que tinha feito horas antes.
- – ele chamou e entrou no banheiro. Parou ao seu lado, olhando-a pelo espelho. Eles ficaram se olhando por alguns segundos até que ele se lembrou e cortou o silêncio. – Leia isso – e colocou na mão desocupada da garota uma folha de papel dobrada quatro vezes. – Estarei esperando na sala – então ele deixou o quarto dela, fechando a porta atrás de si. Ela não continuou a tirar a maquiagem. Deixou o algodão ali e foi se sentar na cama. Suspirou e desdobrou o papel que havia lhe dado.

"Ahn. Oi, . Eu não sei como começar isso, afinal, não sei se vou te entregar. Bom, eu não quero que isso seja um deja-vu da primeira vez que te escrevi um bilhete. Mas você sabe que eu não sou bom em palavras. Então prefiro escrever. Então: eu queria dizer que eu te amo. Eu nunca quis te machucar como machuquei. Todas as garotas com quem eu te fui infiel não passaram de meras aventuras. E te digo, nenhuma chega aos seus pés dentro de quatro paredes. E você sabe disso.
, eu não consigo parar de pensar em como fui um estúpido por ter estragado nosso amor. Queria que pudéssemos recomeçar do zero. Obviamente você vai dizer para irmos devagar e você só vai querer dormir comigo de novo em dois meses. Eu não me importo. Eu não consigo mais ficar sem pensar em te beijar. Eu estou amando. E a sortuda – ou não, é você. Não sei se é bom ou não, mas... Eu preciso te ter comigo. Para sempre, .
Eu não me importo com que o vai dizer. Talvez ele brigue comigo e diga pra você não continuar comigo, quem sabe o me dê uma surra, assim eu vou aprender. Mas , uma última chance. A última. Eu prometo que vou te fazer feliz.
Eu gosto de lembrar de quando eu disse pra você que você era a única, e você respondeu da mesma maneira. Fico me perguntando se você ainda acha isso, porque eu ainda acho que você é única. Eu posso não demonstrar, mas é verdade.
Você ainda me quer?
, você me conhece, eu sempre fui péssimo para reconciliações, eu sempre digo coisas erradas e antes te entregar esse papel eu provavelmente terei dito coisas que te fizeram chorar ou ficar magoada. Desculpe. O que eu mais quero nesse momento é poder te beijar sem nenhuma restrição, problema e incerteza sua.
Eu te amo. E você?
Prometo que não irei desapontá-la.
."


deixava suas lágrimas escorrerem pelo rosto sem se importar. Ela olhou o relógio e marcava três e trinta e sete. Ela não se importava. Por que olhou o relógio? Amassou a carta contra o peito e soluçou. O que ela faria? Decidiu pelo menos descer até onde estava. Ele a ajudaria. Quando chegou ao andar de baixo ele não estava ali na sala, imaginando onde ele estava foi até a cozinha. Ele tomava água desta vez. Já que previa uma conversa tensa.
- – ela chamou com a voz fraca, carregando o pedaço de papel.
- Leu? – ele perguntou e ela concordou. não sabia como continuar então a primeira coisa que veio em sua cabeça foi a música que havia feito para ela. – And everything I felt for you, I wrote down in one piece of paper, the one in you hand, you won’t understand, how much it hurts to let you go – quando terminou, viu que a namorada ainda chorava. Foi até ela, dessa vez sem nenhum protesto de sua parte, e a abraçou. – Diga algo, – ele pediu, o que só a fez soltar mais lágrimas. Por que era difícil dizer sim? Por que era difícil satisfazer seu coração quando sua mente a obrigava a se afastar? prendeu os soluços e olhou para o ex-namorado. Sem esperar nenhuma reação dele, o beijou. Um beijo que ela queria há tanto tempo: de alívio, que fez seu coração respirar e bater normalmente novamente. Ela não conseguia responder com palavras, mas através de suas ações entenderia.
Ele a enlaçou em seu corpo puxando-a cada vez mais para perto de si, até que ela precisou de ar, devido a suas condições mentais e físicas. Sorriu para ele, abraçando-o em seguida, aconchegando seu rosto na curva do pescoço dele. Como ele sentia falta disso, seu cheiro, seu abraço, seu toque, seus lábios. a puxou para o sofá sem nenhuma interrupção de . Sentou-se com ela, aconchegando-se um no outro até que adormeceram: abraçados e quentes.

Capitulo 4

Flashback on

O verde das árvores passavam pela janela enquanto a curiosidade invadia por completo, empolgando-a. O sol brilhava no imenso azul, cobrindo o carro que andava na estrada. Ela olhou o namorado e sorriu para ele, que tinha uma expressão sapeca. Imaginou para onde ele estava a levando. Ela não gostava de surpresas não previsíveis. Bom, ela gostava de surpresas, mas que não a fizessem esperar demais. E eles já estavam naquele carro há aproximadamente uma hora. Ela estava curiosa.
- Pra onde você está me levando, ? – perguntou, denunciando sua ansiedade. O namorado riu, ele sabia que não faltava muito para ela perguntar isso. A conhecia tão bem que às vezes desistia de uma surpresa. – Você não está me levando para Harrow de novo, está? – sabia que Harrow era a cidade favorita de em toda Inglaterra por dois motivos: ela havia nascido lá e conhecido lá também. E em uma destas surpresas a levou para lá. Havia tanto tempo que não visitava a cidade que eles passaram um final de semana inteirinho lá. Ela recordou sua infância e chorou a morte da mãe. Mas havia sido uma surpresa maravilhosa, apesar de ela ter ficado o caminho todo tirando a paciência de . Contudo, valeu à pena no final.
- Não, . Não é tão longe. – Ele matou sua curiosidade, o que a fez mais tranquila. – Aliás, estamos quase lá – terminando a frase, virou seu rosto e tocou o queixo da namorada. Seus olhos estavam conectados, ela mergulhada na imensidão de seus olhos , ao mesmo tempo em que ele procurava se aconchegar nos olhos da . Quando percebeu que estava perdida precisou de uma grande luta para voltar.
- Olho na estrada – disse, gargalhando em seguida. Então riu, parando o carro. Exatamente no meio da rodovia. – ...
- Shh – ele pediu e passou por cima do freio de mão. Impulso leva a outro, fazendo-o colar seus lábios com os da namorada. Então, em um segundo, tinha esquecido onde eles estavam indo e que estavam no meio da rua. Ela sorriu entre o beijo, puxando o garoto mais para si. Suas mãos voaram para a nuca do rapaz, enquanto as dele já apertavam a coxa dela. riu exageradamente, o que fez estranhar.
- Fiz algo errado? – perguntou.
- Nada. – Ela ainda ria. – Eu só me dei conta que estamos no meio da rodovia. E cá pra nós, , estávamos muito bem indo até o seu lugar surpresa. - Ele riu, com ela suspirando em seguida.
- Você me broxou completamente agora. – Passou a mão nos cabelos da garota e voltou para o volante. Sorte que não tinha parado nenhum carro ali. voltou a andar com o carro ao som da risada da namorada.
- Me desculpe. Você podia ter encostado o carro, não parado no meio da estrada – ela se justificou. – Afinal, eu estou curiosa, ! Quero chegar logo no lugar – a disse, se agitando no banco do carona. riu da ação da namorada e chacoalhou a cabeça.
- Estamos chegando, – então ele colocou o carro em movimento de novo.
observava o lugar por onde eles passavam, até que parou em frente a uma praia pequena. As duas pontas estavam lotadas de pedras de vários tamanhos, onde o mar se estendia no meio. A areia fina e escura pela posição do sol, que estava quase se pondo, fazia o lugar ficar ainda mais bonito. A calçada com bancos era rodeada por àrvores que balançavam com o vento. ainda observava a paisagem com seus olhos brilhando.
- É lindo, . – Ela não conseguia parar de olhar. O fim do oceano era imenso e perfeitamente magnífico. – Onde estamos? – ela perguntou, curiosa. Não se lembrava se já tinha ido àquele lugar. Era tão bonito que ela não conseguiu ficar apenas olhando. Não se importou e abriu a porta do carro do namorado. Tirou os tênis rapidamente, jogando no pé do seu banco e saiu correndo, sem ao menos fechar a porta. gargalhou da reação da garota e seguiu-a. Ele fechou as portas e olhou sua correndo pela areia. Ela parecia uma criança, correndo e rindo sozinha, automaticamente seus lábios se curvaram em um sorriso apenas por vê-la desse modo: feliz e se divertindo. Então, sem esperar, ele a viu correndo em sua direção. Ele sorriu e ela se chocou em seu corpo, enrolando seus braços em seu tronco.
- Obrigada! – ela disse, ofegante. – Adorei, ! – Quando ela voltou a olhá-lo nos olhos, deu um sorriso sapeca e pegou a mão dele, o puxando. Segundos depois, eles corriam um atrás do outro naquela areia.
- Você sabe que eu vou te pegar, não sabe? – desafiou, gritando para a namorada que corria dele.
- Sei! – ela gargalhou e no mesmo momento parou, se apoiando em seus joelhos. , percebendo que não conseguiria frear sem cair em cima da garota, fechou suas mãos na cintura dela, impulsionando seu peso para o chão. Ela caiu em cima dele, rindo. – Você me pegou – ela gargalhou. sorriu sozinho. Como ela era criança, não podia negar sobre si mesmo, mas a achava tão radiante agindo daquele jeito. Saiu debaixo dela, deitando-a delicadamente na areia gelada e juntou seus lábios com os dela em seguida. Uma de suas mãos se encontrava em sua cintura, automaticamente acariciando a barriga dela. por um momento teve a luz acesa de sua cabeça. Nem um minuto a menos ela se afastou do beijo e gargalhou.
- Minha vez – empurrou e voltou a correr.
- Mas se é sua vez, você que me pega – gritou, ainda sentado na areia. Ouviu a garota gargalhar, ainda correndo até uma das pontas da praia. Ela parou, encostando-se em uma das pedras. a olhou, gargalhando, e se levantou, caminhando lentamente até sua garota. A mantinha um sorriso sapeca nos lábios, observando seu namorando caminhar até ela com o mesmo jeito safado. reluzia felicidade, os músculos relaxados apenas esperando o toque dele, o sorriso involuntário nos lábios, apenas por olhá-lo daquela forma, apenas por saber que ele estava ali. ainda sorria quando colou seu corpo no dela. Ela suspirou aliviada, fazendo o desejo de tocá-lo desvanecer. As células gritavam por mais contato. puxou o pescoço da para mais perto, diminuindo qualquer espaço entre eles.
Lábios unidos, troncos grudados, mãos coladas, respirações entrecortadas. Os dedos de passeavam entre os cabelos da namorada, ela simplesmente o abraçava, puxando-o cada vez mais pra perto. Entre o beijo precisou de ar, descolando as bocas, soltou um sorriso e esperou. O a olhou, tentando desvendar aquela cabecinha difícil, mas sorriu, se afastando. Pegou um pedaço de madeira que estava um pouco afastado dos dois e foi até a margem da praia. A garota simplesmente observou o garoto tentando perceber o que ele queria. Ele caminhava de um lado para o outro, arrastando o pedaço de madeira na areia. Os adornos eram inúteis para ; ela somente observava o jeito que ele se movia: graciosamente, calmamente, elegantemente. Então, sem nenhum aviso prévio, ele parou de costas, analisou os traços na areia e sorriu para o que estava escrito. nem se importou em olhar o que o namorado tinha feito, apenas quando ele se virou, correu até ela e se voltou para os desenhos novamente.
- Oh! – ela soltou, observando os traços que o namorado acabara de fazer. – ! – E então ela pulou no pescoço dele, grudando seus lábios nos dele novamente. Ele, por sua vez, era forte, porém, não esperava uma reação tão positiva da namorada; eles caíram no chão. Os dois gargalhavam, ao mesmo tempo em que distribuía inúmeros beijos por todo rosto de . – Te amo, te amo, te amo, te amo – ela dizia a cada beijo dado no rosto do namorado.

Flashback Off

"Remember when we scratched ours names into the sand
And told me you loved me
But now that I find that you’ve changed your mind
I’m lost for words"


enxugava as lágrimas, lembrando-se daquele dia, lembrando exatamente das palavras escritas na areia.

"Eu nunca vou te deixar. Te amo, .
e 4 ever"


Olhou ao seu redor e lembrou da noite passada. Estava realmente tudo bem entre ela e ? Então, por que ela se sentia como se ainda faltasse uma peça pra história finalmente dar certo? Suspirou e mudou de posição no sofá. Trocou o canal na televisão e decidiu pegar alguma coisa para o jantar. Olhou os armários e continuou com sua emergência: ir ao supermercado. Suspirou e pegou o telefone. Pediu yakisoba, voltando a assistir televisão. Quis colocar um de seus filmes prediletos, no exato momento que a campainha soou. Estranhou pela rapidez, mas então passou por sua cabeça que talvez não fosse seu jantar. Suspirou, indo até a porta. Se fosse alguém que ela não conhecesse, como teria entrado? Com certeza sabia o código de entrada. Provavelmente seria um de seus melhores amigos e, sem medo, abriu a porta. sorria como uma criança para ela, em troca ela o abraçou também sorrindo.
- Soube do que aconteceu ontem – ele disse, arrastando os dois para dentro do apartamento dela.
não pareceu assustada ou constrangida. Ela não se importava. era seu melhor amigo e sabia de tudo sobre ela, assim do modo que se sentia quando estava por perto. Passou por sua cabeça que era simplesmente algo para ela se distrair – ele sempre fora e sempre seria apenas seu amigo. – Como você está? – perguntou, percebendo que a amiga havia perdido a língua. Ela sorriu e foi se sentar no sofá, sendo seguida pelo amigo.
- Estou bem – foi sincera. – Eu apenas acho que falta alguma coisa – terminou.
- A transa? – perguntou, gargalhando em seguida. A deu um tapa em seu braço protestando.
- Não, ! Algo a mais, algo como... – então ela lembrou o que faltava. – A verdade – concluiu o pensamento e a frase de um jeito triste. O amigo entendeu o que ela quis dizer, porém só conseguiu ficar quieto, não sabia o que dizer sobre isso.
- Você vai mesmo contar?
- Se for realmente para nós voltarmos, contarei. Tentei milhões de vezes, ele precisa saber. Ficará tudo mais claro e resolvido – terminou, se encolhendo no sofá escuro da sala. Seu olhar parou em um ponto do chão e pensamentos correram por sua cabeça. Seria melhor contar, não é? Eles voltariam a ser sinceros um com o outro e saberia de tudo sobre sua vida. Ela tinha que contar para ele.
- ? ? – a chamou de seu transe interno. – Pediu comida? – Com essas palavras, o estômago da garota voltou a dar sinal de vida, enquanto se levantava, ouvindo a campainha soar.
- Pedi – respondeu ao amigo abrindo a porta.

Capitulo 5

"All this time you’ve been telling me lies
Hidding in bags that are under your eyes
And when I asked you I knew I was right"


Seu estômago revirava, o gosto amargo na boca não ajudava em nada, a sensação de sem chão só piorava a situação. Valeria à pena? Claro que valeria! Ela sabia o quão injusto havia sido com ela, e agora que as coisas estavam bem de novo, ela precisava contar outros exemplos de traição. Respirou fundo mais uma vez. e estavam na sala de jogos jogando vídeo-game. Perguntou-se por que não contava para eles também, perguntou-se porque na casa de , perguntou-se se estava agindo certo. Arrancou a incerteza como um de seus sentimentos e olhou novamente. Acenou com a cabeça; era melhor e ela estarem sozinhos, o amigo a respeitou e saiu da sala. não tinha dito nada, ainda. Ela sabia que logo ele ficaria sem paciência e começaria a fazer perguntas, mas enquanto o silêncio era grande, ela se preocupava em ter ar nos pulmões. Por um momento ouviu sua cabeça, deixando a frescura de lado e começou a falar:
- – chamou, ele levantou a cabeça a olhando profundamente nos olhos enquanto sorria. Ela poderia ir para a lua só com os lábios curvados do, agora então, namorado. – Eu preciso te contar uma coisa – continuou. A expressão do não foi de espanto.
- É o que você sempre quis me dizer? – perguntou calmamente. O ar começou a faltar nos pulmões de e ela apenas assentiu. Percebendo o mal que apenas pensar sobre este assunto lhe fazia, ela se sentou. – Okay, eu estou aqui. Pode contar. – a apoiou psicologicamente indo até a namorada, sentando em frente a ela, no sofá.
- Faz muito tempo – começou sua historia. – e eu nos conhecíamos desde pequenos. Como você sabe, meu pai nos deixou enquanto eu ainda era de colo – acenou, dando liberdade para a garota falar o que quisesse, no ritmo que quisesse. As mãos dele presas nas dela davam apoio físico. – Então, quando eu tinha cinco anos, mamãe se casou novamente. tinha nove na época, eu não me lembro direito, mas eu e ele fomos os daminhos. – Ela sorriu, lembrando-se da vaga imagem dela e do melhor amigo entrando no tapete branco da igreja no casamento de sua mãe. Então ela suspirou; queria pular a pior parte, queria dizer que era tudo fruto de sua imaginação, mas anos após anos ela não conseguia dizer que era fruto de sua mente. Ela tinha certeza que fora real, cada sentimento, cada tortura. Respirou novamente e olhou para o namorado, os mesmos cheios de lágrimas, e ela não se importava em deixá-las cair. – Eu tinha sete anos quando tudo começou. Eu tinha medo de dizer para , pois pensava que era normal os adultos fazerem isso. Eu falei uma vez para minha mãe, mas ela parecia não me ouvir. Quem sabe ela me achava muito nova, e sem saber do que estava falando – ela respirou mais uma vez e botou pra fora. – Meu padrasto me molestava, . Ele me estuprou diversas vezes até eu fazer 13 anos. – Ela suspirou enquanto as imagens, sensações e lágrimas inundavam-na. – Eu lembro que no mesmo dia que soube, ele me levou para sua casa, foi como se eu estivesse em um paraíso, onde ninguém berrava comigo, me batia ou coisas do gênero...
foi interrompida pelas mãos que estavam nas dela, pois no segundo seguinte que ela terminou de contar, as mãos não estavam mais lá. estava em pé no outro canto da sala, de costas. Então ela se sentiu sozinha de novo, o desespero tomou conta fazendo-a tremer soltando mais lágrimas que antes.
- ? – sussurrou, tentando se mostrar calma. Ela se levantou indo até o namorado, em desvantagem e com medo tocou o ombro do . No mesmo instante este se virou, agarrando o pulso dela, mostrando sua feição de raiva, dor e ódio. – ? – perguntou novamente com o rosto assustado, a voz falha e os olhos inundados.
- Por que não me contou? – Sua boca proferiu palavras em tom afiado. – Você mentiu pra mim! Isso é tão importante pra você que nem eu sei! Só o seu querido! isso, aquilo. Você não presta, ! – Sua boca mandava palavras afiadas para a garota que apenas se sentia como lixo fazendo lágrimas caírem cada vez mais forte de seus olhos. – Você é suja! Eu não acredito que dormi com você! – E após seu discurso sem sentido e razão, soltou o pulso da garota. Ela não conseguia se controlar; queria se fechar novamente, queria pedir desculpas, mas as palavras simplesmente não saíam. se dirigiu até a porta da sala.
- ! – ela chamou. – Eu... Eu não... Por favor! – As palavras doíam, andar doía, olhá-lo doía. Ela se sentia tão mal, tão mal por tê-lo feito de idiota; mas ela não podia deixar seu motivo de lado: confiança. – – pediu, ainda chorando. – Eu... – mas ela parou no mesmo momento em que o se virou.
- O quê? – ele perguntou com raiva. – Vai pedir pra eu ficar? Agora é você que está arrependida? Vamos ver como você se sente sem mim agora. – À medida que ele falava seus pés iam se aproximando da garota.
- Por favor! – ela disse tentando se acalmar. – Me – continuou tentando se acalmar. - Desculpe, eu só... – mas ela não conseguiu continuar, pegou seus dois pulsos a agarrando e prendendo-a na parede.
- Você gosta assim? – ele perguntou cinicamente ao mesmo tempo em que esfregava seu corpo no da garota de uma forma desconfortável.
- Nãããão – ela dizia, em meio a lágrimas, começando a se desesperar. Não acreditava que seu namorado estava fazendo isso, não podia acreditar. Tinha contado seu maior segredo a ele, mas parecia que não se importava. Ela berrou, pedindo que se afastasse dela. Berrou para que parasse. Suas lágrimas estavam lhe tirando toda energia que tinha para empurrar para longe. Seus olhos se fecharam, sentindo nojo de naquele momento. E então ela estava livre. Sua cabeça se levantou e ela viu e segurando , ao mesmo momento que abria os braços. Ela entendeu a mensagem e se enterrou ali. Finalmente pôde chorar em paz.

Capitulo 6

"But if you turn your back on me now
That I need you most but you chose to let me down, down, down
Won’t you think about what you’re about to do to
And back down"


A situação em que os cinco se encontravam não era comum, porém, também não era incomum. Já tinha acontecido antes, mas o clima não estava bom, muito menos suportável. estava no sofá e abraçava a amiga, que não parava de chorar um só segundo. e conversavam com sobre as atitudes do amigo, tentavam explicar como se sentia, apesar de nenhum saber exatamente como era. Situações separadas, sentimentos inexplicáveis, sensações inatendíveis.
Era como se um muro se formasse no meio da sala, onde três discutiam, enquanto uma chorava e o outro tentava afagar a que chorava. Como um filme.
- Não dá, ! Não, dá! – protestou e subiu as escadas, furioso.
- Volta aqui, ! – berrou em resposta, subindo as escadas atrás do amigo. olhou que acenou com um "eu cuido dela". não conseguia se controlar, mas não se importava. Assim como : se o que a faria melhor seria chorar – então que chorasse.
conseguia ouvir os berros do andar de cima e também. Ele fazia carinho em seus cabelos em uma mensagem de "tudo bem" e "eu não vou te deixar". Amigos são pra esses momentos, não são? Então, depois de um longo tempo, a casa já estava um pouco mais silenciosa e aos poucos o choro da foi encurtando. Uma das mãos da garota estava nas costas de e a outra no peito do mesmo, ela se apoiou nele e se afastou.
- Melhor? – o amigo perguntou, sorrindo. Sabia o que tinha acontecido. Sabia que não era a melhor pessoa, mas não tinha culpa. Era algo tão pessoal que se fosse ele... Deixou pra lá. Ele não conseguia imaginar isso com ele. A sorriu para o amigo e acenou com a cabeça, entretanto, ela não sabia se estava melhor. O peito ainda ardia, os olhos ainda queriam chorar. Ela precisava de . Suspirou e voltou a enterrar o rosto no colo do amigo. – Fique à vontade; você lava a camisa depois – o jovem disse, fazendo-a soltar uma bela gargalhada.
Ainda assim, ainda não tinha dito nada, mas não queria forçá-la. Simplesmente a deixou livre para o que quisesse. Os dois ficaram mais um tempo assim, afagando o cabelo de , enquanto a mesma apenas respirava fundo, deixando ainda lágrimas caírem dos olhos, molhando a camisa que futuramente lavaria.
- Vem, ! – os dois do andar de baixo escutaram a voz de . olhou o andar de cima, mas não o fez. Ela estava cansada, triste e sem qualquer tipo de energia para olhar para cima.
- ! – Dessa vez foi chamando.
- – a ouviu seu nome e virou o rosto, ainda se apoiando no peito de .
- Oi – a voz foi inaudível, seu sussurro foi apenas para ela própria.
- Podemos conversar? – ele perguntou, com um pouco de remorso, mas ela não podia ter certeza sobre isso. Estava incapacitada. Apenas acenou com a cabeça, mas não se esforçou para sair de sua posição. Jogada no sofá, abraçada com um dos seus melhores amigos. Se ficasse sozinha com não sabia o que podia acontecer. Tinha medo, tinha receio.
- Acho que vai ter que falar na nossa frente – sussurrou. deu de ombros, mas não gostou; queria conversar com sozinho. Sentou-se no chão em frente à namorada e o amigo.
- Me desculpe, – ele começou. – Mais uma vez. Mas se coloque no meu lugar. Você nunca me contou. Nada. Eu sempre pensei que fosse o único. – Ele tentou se explicar.
Os amigos tentavam ao máximo não se meter na conversa, sabendo que era um assunto dos dois. Porém, queria socá-lo, queria xingá-lo, queria que ele fosse embora. As palavras não estavam ajudando em nada.
- Eu não consigo entender porque você foi me contar só agora. Você precisa entender; eu não consigo, . Eu não consigo ficar com você sabendo disso. – Suas palavras foram como bombas no estômago de . Ela não sabia se ria ou se chorava, não sabia se estava feliz ou triste. Se estava fazendo cena, ou se era verdade. Perguntou-se se estava sonhando. Mas quando viu o rosto de e à sua frente, ela soube: estava falando sério. Ela não teve reação. Se afastou do peito de e olhou de costas.
- Você? – ela começou depois de quase uma tarde toda sem falar. – Você não consegue ficar comigo? – perguntou ironicamente. Então riu forçadamente, soltando algumas lágrimas. – Claro, porque quando a culpa é sua, é muito melhor colocá-la em outra pessoa! – ela cuspiu pra fora e se levantou com todo autocontrole que conseguiu. – Você tem alguma ideia do que é ficar sete anos tentando se esconder do seu padrasto pra que ele não te abuse, ? Você acha que eu me sinto bem em contar pra todo mundo? – ela tomou ar, limpando as lágrimas malditas que ainda invadiam seu rosto. – Olhe pra mim! – ela berrou, fazendo-o se virar. Seus olhos agora a encaravam com pena. – Sabe, você era o único! Agora eu não posso falar a mesma coisa sobre mim, não é? – ela provocou, fazendo-o fechar os olhos, mas antes que ele pudesse tomar o rumo do assunto, ela levantou a mão. – Eu não terminei! – ela pausou e pensou o que faltava dizer. – Você quer saber por que eu não te contei, não é? Então eu digo: porque eu tinha medo exatamente dessa reação que você esta tendo agora. E sabe, , se você não quer uma mercadoria estragada eu não ligo, mas fique sabendo: agora sou eu que não quero te ver nunca mais – terminou seu discurso e vitoriosamente sorriu por dentro. Ela ainda tinha o mínimo de autocontrole. Olhou a expressão de : pena, arrependimento e sofrimento; por um momento se importou, mas por outro não ligou.
Foi até a cozinha e se trancou no banheiro de lá. Olhou-se no espelho e outra onda de lágrimas a invadiu. Ela continuava sem acreditar em : no momento que ela queria o apoio dele, que ela finalmente quis dividir seu passado obscuro com ele, ele a chamou de suja, de defeituosa. Suspirou. Passaram momentos tão lindos, importantes, bobos e gostosos juntos. Por que tudo tinha que ser apagado com mulheres e passados? Suspirou e sentou no tampo do vaso. Apoiou as mãos no rosto e pensou no que faria daqui pra frente. Impossível acreditar que poderia contar com . Eles tinham ficado uma semana juntos depois que fizeram as pazes depois da boate, e agora estavam separados novamente. Mas antes que pudesse ordenar os pensamentos, ouviu uma batida na porta.


Capitulo 7

"Was I inventing in on your secrets?
Was I too close for comfort
You’re pushing me out, when I wanted in
What was I just about to discovered?
When I got too close for comfort
Driving you home
Guess I’ll never know"


- ! – Era a voz de . – ? – chamou novamente. A garota suspirou e abriu a porta. Ela não conseguia nem ficar no banheiro em paz?
- O quê? – perguntou com raiva. – Não posso sofrer sozinha? – disse, irritada, e saiu do banheiro, parando no meio da cozinha, se virou para o amigo. – O que foi?
- Bom, eu achei que você precisava de um amigo... – ele deixou a frase no ar, se sentiu mal por parecer que estava o tempo todo atrás dela. Só queria que ela ficasse melhor, não estava agindo da maneira correta. Acima de tudo eles eram amigos, não eram? E amigos ajudam uns e os outros. Por que não podia deixar a honra de lado e abraçá-la? Aliás, honra? Ela que a perdera, não ele. abaixou a cabeça, esperando a amiga dizer alguma coisa. se sentiu mal pelo modo que tratou o amigo, suspirou cansada e deu dois passos pra frente.
- Desculpe, – pediu. – Não sei como agir – soltou, sincera. Foi até a banqueta da cozinha e se sentou na mesma, apoiou a cabeça nos braços, fixando um ponto qualquer da pia a sua frente. – Eu não sei o que fazer, não sabia qual reação esperar de . Por um momento pensei que ele entenderia, e no outro ele me ofende – conforme as palavras iam saindo, as lágrimas da garota a invadiam novamente. – Ele me machucou por tanto tempo que pensei isso não ser nada pra ele. Eu que sou suja? Sendo que foi ele que me traiu? – ela suspirou e jogou a cabeça na pedra gelada que revestia a bancada. – Eu não sei o que pensar.
observou a amiga e suspirou, ele não era bom em conselhos, simplesmente soltava uma piada e a fazia rir, mas não era isso que ela precisava agora. Ele chacoalhou a cabeça e pensou no que diria, se dirigiu até ela, sentando-se ao seu lado, pegou uma de suas mãos e as apertou.
- O que você está sentindo, ? O que seu peito pede pra você fazer? – ele perguntou calmamente, quem sabe estava fazendo a coisa certa. A se espantou com a pergunta e calmamente se levantou, e olhando prestou atenção no que sentia.
O peito ardia, a dor da perda era tão grande... Ela se sentia vazia, seu segredo fora descoberto e ela se sentia nua, exposta. Seus dedos começaram a tremer, mas continuou a segurá-los. Voltou sua atenção pra dentro: o sangue pulsava cada vez mais rápido, seu coração pedia que voltasse atrás, que perdoasse, que sentisse.
- Ele diz pra eu voltar atrás, – a respondeu com a voz falha. – Dói, mas ele pede pra eu voltar atrás – ela repetiu, eles sabiam do que estavam falando. Ela suspirou e se jogou nos braços dele. – Mas e se não for certo? E se...
- Shh – a acalmou fazendo carinho em sua cabeça, de novo – Você nunca vai saber se não tentar – ele terminou.
O silêncio reinou entre os dois, e na sala também, pois eles não escutavam nada, nenhum som, nem vídeo-game. entrou em conflito interno, analisando suas opções. Ela já tinha dado tantas chances pra que não sabia se valeria à pena de novo. Só que ele não tinha se relacionado com ninguém durante um ano, ao menos ninguém importante. Ele tinha escrito uma carta a ela. Ele tinha pedido perdão. E ela? O que ela tinha feito? Apenas o culpado e o machucado. Quem sabe ela devesse perdoar também, mas então se lembrou que agora era que não a queria mais. Soluçou. continuava segurando-a. Então, quando ela finalmente tinha decidido o que fazer, seu nome foi chamado.
- ? – ela levantou no mesmo momento, olhando para a porta da cozinha com um pouco de esperança, porém não era . – Vamos? – perguntou com uma expressão não muito boa. A garota murchou, acenou com a cabeça e se levantou da banqueta. Limpou as lágrimas do rosto de qualquer jeito com as mãos. Despediu-se de e foi até . Este se encontrava com os braços abertos, fazendo se enterrar neles sem nenhuma vergonha.
Os dois se acompanharam para fora da casa, e continuavam lá dentro, quem sabe pra conversar com , ou simplesmente porque queriam – eles eram amigos, apesar de tudo.
- Vou te deixar em casa – ofereceu e a só concordou. Não sabia o que dizer, não sabia mais o que fazer. Os dois não trocaram uma sequer palavra até a deixar na porta do apartamento. – Você vai ficar bem? – perguntou, já sabendo a resposta.
- Eu vou sobreviver – ela sorriu e em seguida a porta se fechou entre os dois. Ela não se sentia mal por , sabia que ele sabia que adiantaria nada ele ficar com ela nesse momento. Ela só queria dormir, dormir e dormir. E foi o que fez.

Capitulo 8

O sol brilhava no céu, o azul claro sem nuvens inundava o teto de Londres enquanto passarinhos e pombos voavam e andavam pelas praças cheias de turistas e cidadãos britânicos. Parecia um dia lindo, comum e perfeito, porém, para certas pessoas não era.
- Você quer parar de drama? – o perguntou para o amigo que estava trancado em seu quarto. – Você devia pedir desculpas! – este bufou.
- Ah, ! Eu já pedi desculpas seis mil vezes. Ela que é muito exigente – ouviu do lado de dentro do cômodo.
- Claro! Exigente, por que você só traiu-a umas... seis vezes? – perguntou incerto.
- Seis? – a porta se abriu com o rosto do rapaz espantado. – Você contou? – Os olhos do agora estavam arregalados.
- Eu não sei, ! Chutei! Mas não deve estar longe disso! – o outro disse, emburrado. – Vai falar com ela? – perguntou, já impaciente.
- Não! – berrou e fechou a porta de novo. O se sentia mal por ter dito palavras tão rudes e pesadas para a, agora, ex-namorada. Lembrava dos olhos dela, do sofrimento, da tristeza. Ele a havia feito sofrer, de novo. E podia jurar que ela estava sofrendo neste exato momento também.

- Eu já disse, ! Ele não é de nada! – falava pra amiga na cozinha.
- É! – concordou tirando tudo de comestível da geladeira. – Você fez compras! – o moreno vibrou.
- Precisava me distrair – ela deu de ombros rindo.
- Hey! – se virou pra ela. – Pode por um sorriso nesses lábios! Você vai cozinhar! – ele pediu, tirando-a da banqueta.
- Vocês não vão querer almoçar, sério. Eu nem estou com fome – ela tentou se justificar.
- É, você está sem fome, desde quando? Semana retrasada? – perguntou, desaprovando.
- Não – ela colocou a língua pra fora e se rendeu. – Okay. Eu faço comida pra vocês dois – ela fez uma careta, recebendo assovios e gritos de alegria. – Estamos em um jogo de futebol? – perguntou, irônica. Sem querer saber a resposta abriu os armários. – O quê as crianças vão querer almoçar? – perguntou.
- PIZZA! – berrou.
- LASANHA! – falou no mesmo momento. A suspirou e gargalhou. Foi até a geladeira, colocou tudo que tinha tirado dentro de novo e pegou o almoço deles congelado, esse era o "cozinhar", ela sabia fazer lasanha e pizza, porém, demoraria muito. Então muito mais prático só descongelar e assar.
- Ok. Tenho para todos – ela disse tentando rir e continuou em uma discussão sobre estar sofrendo por , com e .

suspirou e se enterrou nos travesseiros de novo, ouviu o amigo resmungar do outro lado da porta, mas não se importou. Ele queria pensar. Ele sabia que estava errado, mas não podia estar sempre errado, podia? Havia se passado quase uma semana, e não se falavam e não se viam; nunca mais foi até o apartamento de , assim como ela não aparecera na casa dele.
Ele imaginava que e estavam lá no apartamento dela, ou a consolando, ou comendo, talvez até os dois. Ele queria estar lá para vê-la. Saber que ela estava bem. Suspirou e decidiu internamente o que fazer. Ele se levantou e abriu a porta do quarto, esperava ver ali com cara de bravo, mas não. Não se importou e desceu as escadas correndo, pegou os tênis no canto da porta de entrada e viu o amigo vendo televisão. Olhou o espelho ao lado da porta e tentou arrumar os cabelos, mas sem sucesso, não se importou.
- Vou ver – e rapidamente saiu da própria casa.
ouviu o amigo e na mesma hora foi atrás também. Ele tinha certeza que o amigo estava agindo certo.

O cheiro da comida quase pronta acalmava , a fazia sorrir, ainda mais com os amigos ali, próximos a terem um colapso nervoso se não comerem logo. Ela se sentia bem, apesar do vazio que tinha invadido-a de novo. Ele havia sido preenchido novamente, ela se sentia inteira, até que tudo desmoronou de novo. Ela não se arrependia por ter dito seu maior segredo, agora ele sabia, mas se sentia triste por não a entender, compreende-la.
tirou a pizza do forno e colocou na pia, colocou um quarto da pizza no prato de e esperou mais um pouco para a lasanha ficar pronta.
- Aqui, – anunciou e colocou o prato na frente dele. Ela foi até a geladeira e pegou o ketchup e todos os temperos que eles gostavam.
- Obrigada, mamãe! – ele agradeceu, fazendo a rir, ela colocou os tubos em frente a ele enquanto ouvia seu termômetro apitar.
Era vez de ser alimentado.
- Meu almoço! – o moreno disse batendo palminhas.
- Se eu não conhecesse vocês diria que são mesmo crianças – ela gargalhou. - O que me faz lembrar da banda... – ela deixou a frase no ar enquanto servia .
- Ahn. Nós vamos começar mês que vem só – disse dando de ombros com a boca cheia de pizza.
- Não fala de boca cheia, pirralho! – o mais velho alertou o amigo, que não se importou. – Vai ser de mais! – completou o assunto.
- Sucesso pra vocês – desejou colocando o prato de em sua frente.
- Você não vai comer? – este perguntou. A garota olhou os dois comendo e então se virou para a pia, só de pensar em engolir algo se estômago embrulhava. Chacoalhou a cabeça negando.
- Não me sinto...
- ? – ouviu seu nome na sala. Os três na cozinha pararam o que estavam fazendo na mesma hora. – ? – ela ouviu a voz dele, a voz suave chamando seu nome. Queria chorar de felicidade. Queria agarrá-lo e beijá-lo até não poder mais. Então ele havia a perdoado? Ou viera apenas para jogar na cara dela que não quer mesmo nada com ela? Ela murchou com esse pensamento, mas foi até a porta da cozinha que dava para a sala.
Quando ela entrou em seu campo de visão, quis se bater, se jogar da escada e rogar as piores pragas existentes para si próprio. Ela estava tão abatida, tão frágil, vulnerável. E o pior é que ele sabia que era sua culpa, abaixou os olhos dando dois passos pra frente. Ela não se mexeu, ficou ali esperando sua reação. Ele sabia o que se passava na cabeça dela, ela estava confusa em saber o que ele estaria fazendo ali. Se era para pedir desculpas ou culpá-la por tudo, de novo. Ele tentou sorrir se aproximando cada vez mais dela. Seus olhos não se desgrudaram momento algum, cada um observando os passos, ações e expressões do outro. respirou fundo e se rendeu, as lágrimas transbordaram de seus olhos ainda olhando os de . Em um movimento pequeno ela se enterrou nos braços do garoto e ficou ali. Soluçando e molhando sua camisa. Ela estava feliz, surpresa e aliviada.
- Eu te amo, – a garota soltou entre os soluços e lágrimas. se surpreendeu, tempos que ele não ouvia isso, praticamente um ano. Respirou aliviado e a apertou em seus braços, ele não a deixaria escapar, não de novo. Ele a tinha, finalmente, de novo e para sempre. E seria dele, até ele morrer. Ele ficaria com ela para sempre, sempre.
- Eu te amo, – ele respondeu a garota e soube: eles estavam bem novamente.
- Arranjem um quarto! – ouviu uma voz atrás de si, e gargalhou. Se distanciou de e limpou o que conseguiu das lágrimas. O garoto sorriu e acariciou seu rosto.
- , eu... – ela tentou começar um diálogo para explicar tudo que ainda continuava mal entendido entre os dois, porém, não deixou-a terminar. Tocou seus lábios, com um aceno de cabeça.
- Eu te amo, . Eu não me importo com o que aconteceu, eu não vou te deixar sofrer mais. Eu não suporto saber que você sofre por isso. Eu te amo, pra sempre e nunca mais você sofrerá, enquanto eu estiver ao seu lado – concluiu fazendo a chorar um pouco mais. Ela o abraçou e finalmente se sentia bem consigo mesma e com a relação que eles iriam construir dali pra frente.
- Eu vou escrever esse discurso pra mostrar pra ti depois, – o casal ouviu falar, enquanto passava pela porta da cozinha. – LASANHA! – ouviram-no falar segundos depois.
gargalhou, fazendo rir com ela também.
- Obrigada, – a garota agradeceu. – Eu queria apenas que você soubesse. Foi tão difícil contar, eu só esperava sua compreensão – ela desabafou.
- Estou aqui agora – eles estavam conectados pelos olhos, sem palavras, sem movimentos, apenas suas respirações e olhares. acariciava a bochecha da enquanto ela respirava fundo, essa era a parte que havia dito. Sorriu sozinha, sabendo que veria e tirou todo espaço entre seus lábios. E eles se beijaram, intensamente e profundamente. Com saudade e delicadeza.
- Arranjem um quarto! – ouviram novamente quem quer que tenha dito. gargalhou e pegou a, agora e para sempre, namorada, no colo, levando-a escada acima. e ainda se beijavam, até que se afastou.
- Seu quarto?
não respondeu, apenas voltou a beijar sutilmente. Eles voltaram a se mover e a ultima porta do corredor se fechou. E ali começaria outra historia, outros momentos e novas juras de amor.


N/A: GENTE!! Essa fic é uma realização. É a primeira (que conta pra mim) finalizada *--* Eu simplesmente adoro. É meu amor, definitivamente!
Espero que vocês tenham gostado! Beijos e comentem pra deixar uma autora feliz. *sorri de orelha a orelha*
NOV/2010.

N/B: Sério, que fanfic mais linda, não é? Eita, que me faz tão feliz e infeliz! Só ele pra fazer essa mistura ser algo bom *-*
Xoney, e agora? *-*
Parabéns, luhh, tá linda demais!
Comentem. Não demora, faz a autora feliz e evita possíveis sequestros - só um toque. Qualquer erro encontrado nesta fanfiction é meu. Por favor, me avise por email ou Twitter. Obrigada. Amy Moore xx


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