Bom, meu nome é , mas todo mundo me chama de , sou uma adolescente integrada nos estudos, ou melhor, quase. Toco violão nas horas vagas ou na minha maior parte do tempo, mas ainda sinto que falta alguma coisa. Tenho uma melhor amiga, , que, como todo mundo, às vezes fica futricando e agora nesse momento estava sendo a pessoa mais chata do mundo…
‘Acorde!’ Eu ouvi gritar e bater na minha porta.
‘Acorde!’ Ela não desisti.
‘Acorde, !’
‘Você já conseguiu isso, faz tempo.’ Falei calma, mas com vontade de batê-la de tanta raiva, abri a porta e vi com os olhos brilhando. ‘O que aconteceu?
‘Vai se arrumar, nós vamos numa cartomante!’
‘Tá louca?’ Falei finalmente abrindo os olhos.
‘Não, eu só preciso esquecer o Derek, e você... Ah, o ultimo que você namorou.’
Troquei de roupa tão rápido que deu impressão que eu estava esquecendo as calças, estava ansiosa pelo show do McFly e eu realmente consegui comprar aqueles ingressos, tudo o que eu queria é vê-los, não precisa ser de perto, é minha banda favorita e eu estava de férias da faculdade, algum problema?
Entrei no carro dela e nem deu tempo de fechar a porta e ela já havia engatando o carro, eu a olhava rindo e como que eu poderia arrumar uma amiga com menos parafuso que eu, quando chegamos, ela disse:
‘É aqui, e você vai primeiro.’
‘Porque eu primeiro?’ A olhei num tom injustiçado.
‘Porque sim, eu entro logo depois.’
Entrei na sala da cartomante, e logo coloquei a mão no nariz, lá cheirava esquisito, sentei-me à mesa e vi logo sentando do meu lado, dei um sorriso tipo “Te mato depois’’ e ela sorriu sem entender.
‘Bom dia.’ Surgiu uma velha com um vestido vermelho. ‘Quem vai começar?’
‘Ela.’ falou num tom desesperador.
‘Me deixe ver sua mão, mocinha.’ A velha queria comer minha mão, de jeito nenhum ela ia ver meu futuro. pegou minha mão e a colocou na mesa.
‘Huuuum. Deixe-me ver… Você tem uma grande missão pela frente.’
‘Qual?’ Falei sabendo que ela não ia responder.
‘Você é a reencarnação de um animal.’ Eu e a demos gargalhadas de até doer a barriga.
‘É melhor acreditarem em mim. Você quer conhecer um integrante de uma banda, acertei?’ Sim, ela acertou.
‘É... Como você sabe?’
‘A partir de amanhã, você estará com ele.’ Agora eu e a estávamos vermelhas de tanto rir.
‘Obrigada, mas eu já vou indo.’
‘E a tua amiga?’
Nem deu tempo da fazer a sua sessão porque eu não deixei, capaz dela falar que ela é reencarnação da minha vó.
‘Bom, obrigada pelo grande dia, amiga.’
‘Ta chegando o show do McFly, tá animada?’
‘Nunca tive tão animada na minha vida, eu vou dormir.’
Subi as escadas desejando somente a minha cama, era de tarde e eu estava com sono, estava de férias e eu precisava acordar tarde. Dormi na cama e não vi mais nada.
Acordei com o estomâgo roncando alto de tanta fome que eu tava, eu estava… Estava pequena, falei comigo mesma pensando.
‘E aí, garotão!’
me carregou e começou a passar sua mão na minha cabeça.
O que esta acontecendo, meu, eu estou sonhando? Na mesma hora tentei sair do colo dele, realmente era irresistível, mas eu precisava de um espelho, consegui sair e fui procurar um em qualquer canto daquela casa que eu nem sabia de quem era e onde era.
‘Oh, Danny! Seu cachorro tá doente?’ Ouvi gritar pelo Danny que estava na cozinha. Fui ao quarto que eu tinha certeza que era dele, e olhei para o espelho... Eu... Sou um cachorro!
Eu sou aquele cachorro do Danny!
Pulei na cama igual um cachorro mesmo, cheirei o travesseiro da cama desarrumada e deitei em cima dele, o cheiro dele realmente era bom igual todo mundo falava, mas eu queria sair de lá. Ele entrou apressado no quarto e gritou:
‘Chispa da minha cama!’ Acho que ele vai bater em mim, ele me pegou num tom que eu gostei e me colocou no chão, eu teria que aprender a mostrar felicidade, mas eu não sabia como. ‘O que você tem?’ Ele me olhou fazendo carinho no meu pescoço, mas que merda, não consigo fazê-lo parar. ‘Ta com fome?’ Pô, Danny já estava na hora, e pulei em cima de seu colo, ele me levou até a cozinha.
‘Acho que ele não esta doente, dude.’ Danny comentou com o . Virei para trás dos ombros dele e vi que e também estavam lá, eu queria gritar, mas no mínimo dei uns latidos. ‘Calma, garotão.’ Ele me colocou no chão e deu uma coisa que era nojenta pra mim comer, uma carne misturada, quem dava isso pro seu bichinho? Ah, tinha me esquecido, o Danny.
Comi pensando onde estaria , e na conversas dos meninos, eles realmente eram o que todo mundo comentava, eu já estava cheia de vê-lose eu sem papo, e subi no colo de .
‘Man, porque seu cachorro ta carente hoje? Dude, eu ainda não me esqueci do dia em que você mordeu minha perna.’
Quando eu ouvi isso eu saí apressadamente, eu não queria que me batessem, mas os meninos começaram a rir e eu comecei a fazer graça na cozinha, balancei o rabinho, deitava e rolava, eu gostava de ver Danny rindo de mim, mas ao mesmo tempo eu queria ser humana, não lembrava de muita coisa do que tinha acontecido no dia anterior. Eu tive que virar um cachorro pra conhecer o McFly, merda.
Danny saiu para o quarto dele, eu o seguia por toda a parte que ele ia, nunca tinha entrado num lugar que fedia e cheirava bom ao mesmo tempo, quando vi ele tirando a camisa, percebi que estava gostando daquela situação, eu queria subir naquela cama, mas eu não queria fazer ele parar de se arrumar pra gritar comigo, então sentei encostando minhas costas na parede, vendo ele, agora arrumar o cabelo, que eu sabia que nem ia sair do lugar. Eu senti que eu estava rindo por dentro, mas não sabia como expressar, aí me dei conta, que ia ficar sozinha naquela casa. ‘Eu já volto.’ Danny falou num tom carinhoso, mas eu sabia que ele não voltava tão cedo, o que eu ia fazer sozinha?
Comecei a chorar, uivar, tudo que eu tinha ao alcance, ele ficou irritado de tanto que eu gritava, os meninos me olhavam e não sabia o porque que eu estava fazendo aquilo.
‘Eu acho que ele quer ir também.’ falou colocando a mão no queixo com cara de pensativo. ‘Não vou levá-lo, ele vai se matar com o gato do .’
E só ouvi a porta batendo. Merda, eu vou ligar pra , subi naquele sofá e mordi o telefone, só queria saber como eu ia falar, eu só conseguia pensar, eu queria ir pra casa, apesar de eu adorar brincar com os meninos. Tentei discar o número da casa dela, mas minhas patas estavam grandes demais pra aqueles números pequenos. Com dificuldade, eu consegui.
‘Alô?’ Eu ouvi a voz de e fiz todo o som que eu poderia, estava desesperada.
‘Mais o que?!’ Ela gritava do outro lado. Depois ela falou umas palavras que eu rezei pra que eu não escutasse.
Não consegui deixar o telefone no gancho do jeito que estava. Danny ia pensar que eu era eu, e ia gritar comigo de novo, eu não sabia o que fazer naquela casa, não via a hora dele chegar e me colocar no seu colo de novo. Depois de umas duas horas, ele chegou morto de cansado, tirando o tênis que quase voou na minha cabeça e finalmente ele sentou, eu percebi que ele não estava sóbrio, e ele olhou para o telefone:
‘Usando o telefone de novo, hein!’
Eu abaixei a cabeça. Ele riu ‘Sobe aqui.’ Eu subi no colo dele e comecei a morder o rosto dele, ele estava rindo e eu percebi que eu adorava ser… O cachorro do Danny.
Ele foi para o quarto dormir e eu deitei na caminha que ele mesmo arrumou, lá era aconchegante, e não demorou nem 15 minutos para mim pegar no sono.
‘Bruce, aw, como você é lindinho, acorda meu amor!’ Eu senti uma mão gelada e magra no meu corpo, o carinho tava gostoso, acordei assustado, era a Laura.
‘Oi, faz o que aqui?’ Danny sorriu olhando-a. É mesmo fazendo o que?
‘Ah, vim ver meu astro.’ Laura apertou as bochechas dele. O que deu nesses dois de me acordar de manhã, e ainda por cima por ela?
‘Eu acho que o Bruce tá com fome.’ Falou Danny, me olhando deitar desanimada na cama.
‘Ah esquece ele, vamos dar uma caminhada?’ Ah, essa não, ela não liga que eu estou com fome!
‘Caminhar agora? Jamais. Tá começando um programa novo.’ Respondeu ele pegando um lanche para comer e sentando no sofá. ‘Vem aqui, amigão.’ Eu pulei no sofá tão alto que ele se assustou.
‘Sabe, acho que você é hereditário.’ Danny riu.
‘Bom você esta convidada para assistir a série com agente.’
‘Não posso, tenho drenagem mais tarde, tenho que ir.’ Laura deu um selinho em Danny e eu quase mordi o rosto dela, mas a cada dia que passava o medo dele me levar pro abrigo aumentava ainda mais, eu não podia ser um cachorro chato, daqui pra frente eu estava disposta a ser o cachorro mais legal do mundo pra ele, eu não posso decepcioná-lo.
‘Não vai querer o pão, tudo bem, eu vou comer.’ Danny me acordando do transe, começou a brincar comigo e eu tentei morder os dedos dele sem o deixar machucado, ele pegava a parte do pão menor para mim, porque será? Eu estava pensando em mil jeitos de avisar como eu estou, à minha familia, à matrícula na faculdade, mas não queria sair perto dele, eu tinha a sensação que por alguma razão eu acabava sendo útil lá, alguma coisa que eu preciso ajudar, mas não vou conseguir sozinha, eu quero a minha amiga.
‘ABRA AQUI!’ batia na porta desesperada, suas mãos ficaram vermelhas de tanto bater e a cartomante abriu.
‘O que você quer a essa hora, menina?’
‘Minha amiga sumiu! O que você fez com ela?’
‘Não fiz nada, eu não faço pessoas desaparecerem.’
‘Putz, era só o que faltava! Você até disse que ela queria conhecer um integrante de banda, você sabe do futuro!’
‘Que adolescente não quer conhecer o ídolo por aí? Era incrível a calma dela.’
‘Olha, eu vou procurá-la, porque eu a levei até você, e quando eu achá-la...Você estará presa.’
Ela saiu da pequena casa e engatou seu carro a fim de me achar naquela tarde.
Com toda sua raiva, ela foi deixando os cartazes de desaparecida. , desaparecida dia: 10 de Dezembro de 2008, às 10:00.
Mais informações no celular que ela colocou, estava com esperanças de me encontrar em menos de uma semana.
No dia seguinte, acordei com algo me enforcando de manhã... Era o Danny colocando a coleira no meu pescoço, eu não pude deixar de pular e ficar feliz.
‘Vamos passear?’ Parecia que ele lia meus pensamentos, não agüentava mais ficar presa naquela casa.
Depois que ele colocou a coleira em mim e abriu a porta eu fui com tudo pra calçada pra finalmente eu poder fazer xixi, por incrível que pareça eu estava morrendo de vergonha, fui no primeiro poste que vi, cheirei e percebi que não tinha a minha marca ainda.
Danny estava apressado pra chegar em algum lugar, e estava me sufocando por andar rápido, parou num parque, e finalmente foi um dono leal e me deu um pouco de água.
‘Ta bem, amigão?’ Eu lambi o rosto dele concordando, ele deitou na grama e começou a olhar o céu. ‘Sabe, Bruce, quando eu era pequeno, meus pais sempre me levavam aqui, e eu sempre pedia sorvete, era bom ver a família unida.’ Droga, ser cachorro não dá direito pra consolar. ‘Mas e aí quer fazer o que?’ Começou a dar tapinhas pra me encorajar, mordi ele nas mãos, chamando-o para brincar e corri ao redor do Hyde Park de Londres, com o Daniel Jones atrás de mim.
Was a long and dark December
(Foi um longo e escuro dezembro) From the rooftops I remember
(Dos telhados, eu me lembro)
There was snow white snow
(Tinha neve, neve branca)
Clearly I remember,
(Claramente, eu me lembro) From the windows they were watching
(Das janelas, eles estavam assistindo) While we froze down below
(Enquanto nós congelávamos lá embaixo)
When the future's architectured
(Quando o futuro é arquitetado) By a carnival of idiots on show
(Por um carnaval de idiotas em amostra) You'd better lie low
(Seria melhor você ficar quieto)
If you love me
(Se você me ama) Won't you let me know?
(Não vai me deixar saber?)
Cheguei ao ponto de não aguentar respirar, parei com a língua de fora descansando, enquanto o via ainda correndo atrás de mim, quando finalmente chegou perto, ele fez cócegas na minha barriga e eu prometi pra mim mesma que nunca mais faria isso em cachorro nenhum. Depois que o Danny retomou o fôlego, ele olhou para o relógio e revirou os olhos.
‘Vem, eu com a banda temos reunião em casa.’ Ele colocou a coleira em mim, e eu voltei triste para casa.
Quando chegamos, , e já estavam se matando no sofá.
‘E ai, galera, vamos tocar?’
‘Depois que o dar meu óculos agente vai.’ Falou fazendo cara de bravo.
‘Dude, dê o óculos dele! Antes que ele morra pra colocá-lo nessa porra de rosto.’ Falou com deboche.
Hum, a ia gostar de ver isso, pensei comigo, preciso falar com ela, vou aproveitar que eles não saem daqui, fui ao telefone do quarto do Danny, tentei discar o numero dela, e finalmente consegui.
‘Alô?’ Uma voz conhecida, é ela. Eu lati tudo que devia latir, os meninos não escutaram, e de novo ela xingou. Merda.
O telefone tocou e ele atendeu, era a barraqueira querendo xingar.
‘Alô?’ ‘Quem fala?’
‘Danny.’ ‘É você que esta ligando em casa sem parar dando trotes? Eu tenho mais coisas pra fazer e o senhor está me atrapalhando.’
Se ela soubesse que é o Danny Jones…
‘Desculpe. Deve ser meu cachorro brincando com o telefone de novo. Dudes, o Bruce não para de mexer naquele telefone! Bruce venha cá!’
É agora que eu morro. Fui até sala e abaixei a cabeça. ‘Por favor, não brigue com ele.’ Falou o me carregando. Ae, gosto ainda mais de você, esse meu pai não ta com nada, é.
‘Mas ele tem que parar de pensar que é humano e usar o telefone!’
‘Será que ele tem uma namorada?’ Falou rindo com a mão na boca.
‘Galera, temos que acertar os últimos detalhes do show aqui em Londres.’
‘Mas não tá tudo acertado? Tô com preguiça.’ deitou no sofá, me sufocando.
‘Mas ta chegando, eu tô meio preocupado.’ Falou com as mãos na cabeça.
‘Man, vai dar tudo certo.’ Falou Danny dando tapinhas nas costas do amigo.
Ah, merda, esse show que eu tenho o ingresso lá em casa, e, provavelmente, ele vai me deixar aqui sozinha, mas eu não vou ficar aqui, mesmo.
Fui até a outra sala e finalmente vi a maior janela da casa, é por aqui que eu vou naquele show, encontrar aquela cartomante e finalmente virar a de novo, e ser a única pessoa que já virou cachorro no mundo. Que original! Mas eu não posso sair daqui agora, será que tem alguém me procurando? Será que devo ligar pra de novo? Encher o saco até ela vim aqui me buscar? Mas não quero sair de perto dele.
‘Olhando a... Janela?’ Danny entrou no quarto com um copo de cerveja.
‘Tô te falando, brother, esse seu cão tá doente.’ entrou logo em seguida.
Merda. Eles pensam que eu tenho problema, o que um cachorro faria agora? O que o verdadeiro Bruce gosta de fazer com o Danny? E cadê ele? Já sei. Pulei no colo dele, balançando o rabinho sem parar.
‘Ah, ele não tá doente, dude! Ele tá com fome.’ Danny me deu aquela comida desgraçada e ainda por cima e colocaram cerveja nela... Sabe... Só pra ficar ainda mais gostoso. Depois dos meninos ficarem um pouco “alterados’’ pela bebida começou a contar suas piadas super engraçadas:
‘Na lua-de-mel, o marido diz a esposa para cada transa do casal eles colocariam um real em um cofre e depois de algum tempo teriam um bom dinheiro.
Alguns meses se passaram e o marido chamou sua esposa para abrir o cofre. E abrindo o marido ficou espantado havia notas 5, 10, e até de 50. O marido falou:
- Mulher o que é isso eu coloquei apenas notas de 1.
- Mas querido nem todo mundo é pão-duro igual a você!’
Tá, essa eu achei engraçado, pensei comigo.
Mas eu ria mais da risada do Danny do que da piada, ela ecoava por toda a casa. Depois de uma hora, eles já estavam roncando no sofá igual a quatro bebês, e essa era a hora de eu dormir na minha cama preferida, e lá posso tentar ligar pra mais uma vez.
Fui até o quarto pulei com dificuldade na cama, cheirei o travesseiro e comecei a rir por dentro, olhei para o telefone, mas fiquei com medo dela xingar outra vez, mas eu tinha que tentar, ela tinha que sacar que eu virei um cachorro, mordi o telefone que já estava com marcas dos meus dentes, é agora ou nunca, pensei comigo. ‘Alô?’
Lati igual uma desgraçada. ‘De novo, meu! Olha, vou procurar seu endereço pelo serviço e nos veremos em breve.’
E ela desligou na minha cara outra vez e eu fiquei o cachorro mais agitado que qualquer um, ela não seria capaz de vir aqui só parar xingar o Danny.
De manhã, escutei o barulho da campanhia, não... Não pode ser ela… Danny estava morrendo de sono e de ressaca e me falou com a voz abafada pelo travesseiro.
‘Bem que você podia atender a porta, Bruce…’
Ele só pode estar de brincadeira, eu também estou de ressaca, ok?
Ele levantou resmungando e foi direto para sala atender, eu fui logo atrás dele, o fazendo tropeçar pelos cantos, ele abriu a porta e meus olhos não deixaram de brilhar, era a !
Fui direto em direção dela pedindo pra que ela me carregasse, mas ela só me olhou torto, merda, , sou eu! E Danny parecia que ainda estava dormindo, foi quando ela percebeu…
‘Você é o… Danny Jones?’
‘Como? Quem te deixou entrar?’
‘Os seguranças. Olha, eu sou a pessoa pra quem seu cachorro liga todos os dias, parece que ele gosta de mim…
‘Se veio me xingar, tô de ressaca. Ele não vai mais fazer isso, mas tenho muitos compromissos e ele às vezes tem que ficar sozinho.’ Danny me viu mais uma vez lambendo a mão da .
‘Ele te conhece da onde? Nunca vi ele assim!’ Comecei a gritar novamente. não estava entendendo nada, apenas olhava para o Danny.
‘Minha amiga ia gostar de ver isso…’ Falou ela finalmente rindo.
‘Que amiga?’
‘A . É uma grande fã sua. Olha, eu aqui, meu!’
‘Preciso ir. Desculpe te acordar, e o Bruce é tão lindinho que dá vontade de levar pra casa. Bom dia pra você.’
‘Bruce deixa ela ir. Não tem problema. Bom dia pra você também.’
pegou o elevador tremendo, pois ainda não acreditava que tinha conhecido o integrante da banda, avisou o segurança que estava tudo bem e engatou seu carro, ainda não tinha desistido de me procurar, mas lembrou das palavras da cartomante… … É ISSO!
parou o carro no meio do trânsito. ‘A virou o Bruce! Mas eu não posso voltar lá, ele vai me matar, se bem que eu procurei ver se o estivesse lá, aí sim eu ia desmaiar bonito. Pare, , você precisa se concentrar! Eu vou pegar o Bruce, levar pra cartomante e ela vai desfazer essa merda.’
‘Bruce, a cada dia que passa você esta me decepcionando, o que você tem com aquela menina, dude?!’ Danny gritava comigo tomando banho, eu realmente não consegui ver nada, estava tudo embaçado mesmo e, ainda por cima, ouvindo sermões dele, eu não mereço isso... ‘Olha, eu pensei e pensei, e como eu ando muito ocupado, vou te levar para uma mulher para cuidar de você, até o show passar.’ Tá, ele só está brincando… Finalmente comecei a chorar outra vez. ‘Não adianta, você precisa de educação, e não fique assim, ela é amiga da Vicky, você vai se dar bem lá, e daqui a uns dias passo pra te pegar, combinado?’ Virei o rosto, não queria mais vê-lo, não entende que eu sou uma menina.
Danny arrumou minha cama e o cobertor, que já tinham meu cheiro em uma caixa pequena, deu pra ver o rosto dele que já estava arrependido, na verdade, eu não queria isso, imagina quantos cachorros vão estar lá, eu sou o Bruce!
Ele me pegou no colo, e me colocou no carro, eu nem fiquei na parte da frente, fui atrás. Eu estava puta da vida com ele e ele saiu mau humorado cantando o pneu do carro.
Quando chegamos, eu desci do carro e percebi que estava num pesadelo, ele me pegou no colo, e não tinha me falado que lá tinha 40 cachorros e a amiga da irmã dele tinha 50 anos.
‘Uh, então é esse o famoso Bruce?’ Não, imagina... Eu sou o Marvin, prazer.
Danny finalmente deu um sorriso naquela manhã, me olhando e eu o olhei com cara de pena.
‘Erm... Acho que não vou deixá-lo, nunca o deixei sozinho num lugar estranho.’
Dona Nice fez careta e respondeu gritando:
‘Não, senhor Jones! Você tem muitos compromissos! Eu cuido dele, pode deixar.’ E deu aquele sorriso amarelo, eu já estava com medo dela.
‘Ok… Se cuida, amigão, nos vemos depois do show de amanhã, combinado? Eu fiz aquela cara de novo e pensei que ele ia me pegar e levar embora, mas ele foi acordado do transe pela Nice.
‘Você tem alguma indicação?’
‘Erm… Deixe-o longe de telefones.’
Ela ficou com cara de taxo e eu se fosse humana estaria rolando de rir.
‘Sim… Ele vai ficar longe, bom show pra você amanhã, Jones.’
E então ele saiu, e sem olhar pra trás. Não vai nem me dar um tchau…
Quando Nice já estava virando para entrar em casa, Danny se lembrou:
‘Ah, esqueci de uma coisa!’ E me deu um beijo no rosto e eu retribui com uma lambida na bochecha. Ele limpou com a camiseta como sempre fazia, me deu um sorriso sincero, e acabou sumindo da minha vista.
‘E aí, Bruce, dando muito trabalho?’ O que me restava nessa hora era chorar, eu queria meu dono, eu quero o Jones, só isso.
Entrei na sala de Nice e lá tinha uma cachorra muito legal, pena que agente não pode bater um papo, e eu sou hétero, mocinha! Fui andando pela casa, tentando encontrar um modo de fugir, não posso ficar nem mais uma hora aqui. Olhei para o telefone que estava tocando e Nice atendeu, era a Vicky.
‘Acredita que hoje recebi um trote falando que vai ter uma bomba no show do McFly?’ Ela comentou rindo que deu para escutar de fora.
‘Oi, ah, não acredito! Essas pessoas há cada dia que passa estão mais loucas! Mas fique tranqüila querida não vai ter nada, é apenas um susto, são pessoas que não tem o que fazer.’ Ela desligou o telefone e percebeu que eu tava olhando.
‘Seu dono disse que você não pode usar o telefone. Acredita que deram um trote na Vicky falando que vai ter uma super bomba amanhã no show? Com essa quantidade de seguranças? Esse povo não tem jeito!’
Uma bomba! No show? Eu vou ir pra lá amanhã cedo, e quero ver não me deixar entrar. Passei a maior tarde da noite planejando a minha fuga do dia seguinte, eu não tinha a mínima ideia de onde eu estava na cidade, mas que eu ia chegar naquele show, eu ia.
Entrei num quarto e dormi numa caminha que Nice arrumou, era embaixo de uma janela, ótimo.
acordou mais agitada que nunca, ia na casa de Jones de novo e falar pra ele toda a verdade, se é que ele ia acreditar, pegou o carro e, como sempre, engatou errado.
Chegou em frente da enorme casa, desceu do carro e perguntou ao segurança:
‘Bom dia, sou eu de novo, erm... O Danny esta aí?’
O segurança a olhou num tom esquisito.
‘Não, senhorita , hoje é dia de show e ele tem um dia cheio, a casa fica fechada o dia todo.’
‘E o cachorrinho dele? Não deve estar sozinho, não é?
‘Não, ou ele levou o Bruce para o ensaio, ou ele deixou com alguém.’
‘Então… Você não faz ideia onde ele esteja? Quer dizer… Os dois.’
‘Desculpe, não tenho essas informações.’
voltou para casa afim de no caminho saber alguma noticia, mas de qualquer jeito, ela ia no show, afim de me encontrar lá, e foi se arrumar para o show.
Eu acordei com o sol na minha cara, atrasada, olhei ao redor e Nice estava alimentando os outros cachorros dela, eu não tinha tempo para isso. Fiquei mordendo aos poucos ao redor da janela de madeira, até ficar mole e eu poder ir empurrando com o nariz.
Fiquei meia hora até conseguir abrir a passagem para, pelo menos, a minha cabeça passar por lá. Pulei até a cama e fiquei de frente para a janela, passei minha cabeça devagar apertando tanto que eu senti arder, depois pulei direto para o jardim, estou livre!
This is the world that we live in
(Esse é o mundo onde vivemos) I feel myself get tied
(Eu me sinto sendo amarrado) This is the world that we live in
(Esse é o mundo onde vivemos)
Well maybe I was mistaken
(Bem, talvez eu esteja enganado) I heard a rumor that you quit this day and age
(Eu ouvi um rumor de que você abandonou esse dia e idade) Well maybe I was mistaken
(Bem, talvez eu esteja enganado)
Bless your body, bless your soul
(Abençoe seu corpo, abençoe sua alma) Pray for peace and self control
(Reze por paz e auto controle)
I gotta believe it's worth it
(Eu tenho acreditar que vale a pena) Without a victory
(Sem a vitória) I'm so sanctified and free
(Eu me sinto santificado e livre) Well maybe I'm just mistaken
(Bem, talvez eu esteja enganado)
Eu estava quase prestes a ser atropelada e não via sinal nenhum que eu podia sair dessa, não conhecia aquela parte da cidade, conhecia apenas um bairro de Londres! Eu precisava ver a história da bomba, não podia imaginar numa tragédia com os meninos, precisava de uma luz, quando vi… O carro da , lati tão alto que chamei toda a atenção, e quando finalmente ela me viu e abriu a porta do carro, parecia que eu ouvia meu coração acelerar. Ela sorriu até a orelha e eu pulei no carro, comecei a morder o rosto dela:
‘Chega, né, ! Promete nunca mais sumir assim, vaca! E agora vamos nesse show!’ Durante o caminho eu só ouvia a risada dela, me olhando e às vezes dando tapinhas de amigas, eu estava morrendo de saudades dela, ela me colocou nessa, e agora vai tirar, é. ‘, como você ia chegar no show assim? Voce é famosa agora, todo mundo ia querer pegar em você, eu vou dar um jeito da gente ir aos bastidores, é só falar que tô com você, já pensou? Não, eu também nunca pensei que isso fosse acontecer. Como o é pessoalmente? Sabe, sempre fui apaixonada por ele se eu vê-lo hoje, eu desmaio, meu.’ Ela simplesmente não parava de falar e eu não cansava de escutar. Chegamos numa enorme fila de quarteirões. É aqui o show, pensei comigo, e onde está o Danny?
me pegou no colo e entrou na recepção do grande Pub.
‘Oi, por favor, chama o Danny Jones pra mim?’
‘Mil meninas veio aqui falando mesma coisa que você, querida, espere a hora do show!’
‘E se eu falar que esse cachorro que está no meu colo é o dele?’
A lábia da às vezes me surpreende.
‘E se eu falar que não acredito?’
‘Olha, leve ele até eles, só quero dar o Bruce à ele.’
A moça chamou o segurança que me pegou no colo, ela deu um sorriso “espero aqui”. Ele fez um grande caminho até chegar nos ensaios dos meninos, eu decorei tudo. Estava chorando de emoção por dentro, lá era o lugar que eu queria estar, nesse dia e horário, realizei um sonho, pena que eu estou com quatro patas nessas horas.
‘Senhor Jones?’ O segurança me acordou quando os McGuys me olharam paralisados. ‘O cachorro é seu?’ Danny, acorda, fala algo.
‘Ele é meu, pô, erm... Aposto que fugiu, ele só me desobedece.’
‘Ele quer ver o show!’ Comentou rindo com .
‘Quem o trouxe aqui?’
‘Uma menina. Ela achou-o na rua, acho que estava a caminho daqui.’
‘Vou agradecê-la.’
Danny me deixou com os meninos coçando minha barriga e foi ao andar de baixo do pub agradecer à . Quando a viu ficou de novo paralisado, e ela resolveu falar:
‘Bom, queria pedir desculpas por aquele dia no telefone e que o Bruce está salvo, eu o trouxe até aqui, é um cachorro muito meigo.’
‘Valeu mesmo, não esperava isso de você.’ Danny respondeu rindo.
‘Bom, preciso me arrumar, aliás, eu também tenho ingresso para o show.
‘Sério?’
Nessa mesma hora ele deu a pulseira vip para assistir o show do palco, ela olhou a pulseira amarela e seus olhos brilharam.
Danny voltou para o ensaio e eu fiquei sentadinha onde milhões de fãs estariam daqui a algumas horas. Olhando acender o baixo, Danny afinar a guitarra, ficando cada vez mais nervoso, e ensaiando com a sua bateria.
‘Meninos, a moça já avisou à Nice que o Bruce está com você.’
Danny concordou e ainda não tinha me desculpado, eu preciso despistá-los mais uma vez pra procurar a tal bomba, se eu morrer... Todo mundo vai junto.
Aí, vi pela janela que já estava anoitecendo. Droga, tô nervosa! É tudo ou nada. Os meninos foram pro camarim dar o ultimo retoque e eu fui junto.
deu varias coisas pra mim comer, e eu fiquei realmente agitada. Essa era a hora do Danny me desculpar, subi no colo dele que estava no sofá bebendo, e comecei a chamá-lo para brincar, quero ver, dessa você não resisti, Jones, mas ele apenas me colocou de volta pro chão. Tô começando a achar que ele não gosta mais de mim, é.
‘Dez minutos.’ Quando eu ouvi isso quase vomitei, até parece que eu ia tocar lá, mas eu já conseguia ouvir varias fãs gritando e a banda de abertura não estava nada ruim. Danny se agachou a minha altura e finalmente falou comigo:
‘Olha, eu vou lá trabalhar, e, por favor, não faça besteira, promete? Vou deixar você aqui, vê se não bagunça.’ Concordei com ele, sentando de novo.
Ele e os meninos desapareceram da porta. Eu os acompanhei com os olhos até entrarem no palco, eu queria ir atrás, minha felicidade era tanta que eu estava me sufocando. Hora do show, galera.
Subi em cima do sofá e abri a porta com o nariz, vi o corredor vazio, certo, hora de descer. Preciso ver o que está por trás de tudo, despistei algumas pessoas que me olhavam sem acreditar, subi algumas escadas e finalmente estava embaixo do show, as poeiras caíam em mim sem parar, dos pulos dos meninos da música: One For The Radio, beleza, cadê essa bomba?
Comecei a morder todas as caixas que eu via e, finalmente, meus dentes quase quebraram com uma coisa pesada de metal. É essa, pensei, e depois mataremos a pessoa que teve a ideia de fazer isso, abri o pano que cobria o metal e vi que faltava apenas dois minutos pra mim salvar todo mundo que estava naquele pub.
Fio amarelo, vermelho, ou verde? Alguém me dê um sinal. Como posso saber? Se eu puxar o errado todo mundo vai pro brejo, inclusive o Danny… Quando me veio à cabeça a série que eu e ele sempre assistíamos de manhã, e às vezes a Laura nos atrapalhava falando das bobagens dela, hum, no episódio seis a bomba era formada… Apertei os olhos pra ver se lembrava e vi que restava apenas um minuto pra mim puxar qualquer fio, fechei os olhos, e pensei: é o fio vermelho!
Puxei ele com o dente colocando as minhas patas na minha cabeça caso alguma explosão acontecesse, mas eu só ouvi os solos do .
Rindo comigo mesma voltei para o show, afim de ver alguma coisa, e vi hipnotizada olhando para o palco, cheguei perto dei uma mordida no pé dela, ela me carregou e disse:
‘Conseguimos, !’ Eu lati concordando com ela. É , nós conseguimos. Missão comprida, pensei comigo.
‘Agora é só falar pro Danny que você é a , pra gente retomar tudo como era antes.’
Se ela soubesse que tinha uma bomba lá em baixo não estaria calma desse jeito, ah, umas das minhas músicas favoritas! Down goes another one começou a tocar e eu quase desmaiei. Eu ainda acho que não perdi os jeitos da .
Depois que o show acabou, ficou horas conversando com o no camarim, ela queria abraçá-lo quando ele ainda estava suado, ela sempre me falava isso. E finalmente, Danny veio falar “normal” comigo.
‘Oi, garotão.’ Passou a mão na minha cabeça, sorrindo. ‘Como você se comportou bem com a hoje, tenho uma surpresa pra você lá em casa!’ É bom que tenha mesmo, mano, acabei de salvar sua vida.
‘Erm… Danny, preciso te contar uma coisa e espero que você acredite.’ começou a falar mordendo os lábios quando estava nervosa. Eu já sabia o que ela ia falar, mas não queria que fosse agora, ela queria estragar o momento! E comecei a latir raivosa olhando pra ela.
‘O que, ?’
‘Erm. Nada, outra hora eu te falo.’
Danny me pegou no colo e a gente brindou por mais um show que virou sucesso, eu sei que estava lá, de algum jeito.
Na hora de ir embora resolveu levar , e, é claro, eu sentei na parte da frente do carro do Danny, adoro vê-lo dirigir e cantar ao mesmo tempo. Quando chegamos em casa eu estava exausta, mas mesmo assim não perdi o pique, ele me prometeu uma surpresa e eu quero oras. E ele me disse rindo:
‘Hoje, mas só HOJE, você pode dormir nessa cama, sem ninguém te xingar, e a noite inteira, topa?’
Eu não pensei duas vezes e pulei naquela cama macia e que só tinha o cheiro dele. Deitei bem no lugar dele, estava aproveitando mesmo, como vida de cachorro, aquele dia era o meu melhor, ser o Bruce é melhor que qualquer coisa.
Danny ficou olhando todo o meu show rindo, e deitou na cama, eu comecei a arranhá-lo:
‘Amanhã tenho que mandar lavar tudo isso…’ Ótimo, ele acha que eu tô fedendo agora.
Assistimos nossa série preferida comendo porcaria e, é claro, ele colocou cerveja na minha comida de novo. Marca registrada dele, quando pegamos no sono e eu não ouvi mais nada além do ronco dele.
‘AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHH’ ouvi o Danny gritar igual um louco me olhando, e eu de susto:
‘AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHH’
‘Quem é você?’
‘Quê? Ah, meu Deus! Eu tô falando! Eu tô peladaaa! Por favor, pega uma roupa pra mim?’ Perguntei escondendo meus seios.
‘Agente dormiu junto?’
‘Não! Eu te explico, por favor, só preciso de roupa!’
Danny foi até o armário e pegou uma camisa e uma calça dele para mim. Ele ficou me olhando com um enorme olho indo e voltando, eu vesti as roupas, e falei finalmente calma:
‘Eu sou o Bruce.’
‘Quê? Olha, você é alguma fã que por alguma razão invadiu minha casa? Como é o seu nome?’
‘Olha sou sua fã, . E não invadi, estava aqui ontem à noite. Eu sou o Bruce!’
‘Você tá louca?’ Ele perguntou erguendo uma sobrancelha.’
‘Olha, eu vou te contar, eu fui à cartomante com a e ela me disse que eu ia virar um animal! Acabei virando o Bruce! E nesses dias que passei ao seu lado foram os melhores da minha vida. Você sabe fazer alguém feliz, Danny. E ontem no show colocaram uma bomba bem embaixo do palco e eu a arranquei de lá, ela ia matar todo mundo!’
Danny ficou sem reação e boquiaberto.
‘Eu só posso estar sonhando.’ Falou andando de um lado pro outro.
‘Olha… Quero que você vá embora, você está mentindo pra mim.’
Eu não tive outra escolha, ele não ia acreditar em mim mesmo. Levantei da cama abotoei o zíper da calça e fechei os botões da camisa, prendi o cabelo enquanto ele fingia não estar me olhando pelo espelho.
‘Bom… Foi ótimo ter te conhecido, você não faz ideia.’ Eu dei um beijo no rosto dele que ficou vermelho rapidamente.
Ele não estava olhando pra mim, mas ao escutar o trinco da porta sendo aberto ele olhou com desdém. Eu a abri e saí sem dizer nada.
Andei pelo jardim dele olhando para trás, vê se ele correria atrás de mim arrependido, mas eu lembrei que isso não é um conto de fadas, ele não vai vir atrás de mim e eu não iria voltar lá.
Fiquei andando a caminho de casa olhando o céu azul num dia de manhã, esquecia de olhar a rua. O risco de ser atropelada estava enorme, mas eu não me importava, só não estava entendendo o porquê justo àquela hora eu virar… Eu.
Onde o verdadeiro Bruce está agora? Ou ele nunca existiu?
Bati a porta da já preparada para ouvir os gritos de felicidades dela, quando ela abriu a porta eu abri meus braços para o abraço mais apertado. Ela não falou nada, simplesmente abraçou, e eu abri a boca a chorar.
‘Hey, hey, porque tá chorando?’
‘Ele me mandou embora.’ Falei soluçando.
‘Por quê?’
‘Ele pensa que sou uma mentirosa!’
‘Calma, olha… Entra aqui, senta que vou pegar uma água pra você me contar direito.’ Sentei no sofá da sem conseguir parar de chorar. Danny realmente tinha me afetado, minha respiração já estava ofegante.
‘Então, por um minuto pare de chorar e me conte.’
‘O-n-tem a noite quando agente tinha chegado em casa, ele me disse que eu poderia dormir na cama dele. Falei com um sorriso de lado. Então agente dormiu e de manhã agora eu acordei humana! E ontem no show uns engraçadinhos esconderam uma bomba embaixo do palco! Eu que tirei de lá!’
‘ Bomba?’
‘Sim, , uma bomba.’
‘Bom, o foi muito simpático comigo, ele é maravilhoso.’
‘Argh, você não entende! Não era para mim acordar assim hoje.’
‘Porque será?’
Eu olhei para como se tivesse uma ideia:
‘Só tem um jeito de descobrir…’ “ELA” falamos juntas.
Pegamos o carro e corremos pra cartomante, assim eu ia saber porque eu virei um cachorro e porque virei humana de novo; e porque foi justo do Danny Jones, aquele homem que justamente eu não conseguia tirar da minha cabeça, ele tinha me xingado e eu não conseguia tirar aquela imagem de mim enquanto eu não esclarecesse tudo à ele.
Levei um susto com a buzina da e desci do carro. Nem batemos na porta. Eu entrei e a vi totalmente normal, parecia uma mulher trabalhadeira, mas eu queria pular no pescoço dela.
segurou minha mão e minha ira se abaixou, ela olhou para nós, deu um sorriso saudoso e falou:
‘Bom, já que entraram, sentem-se.’ Sentei com medo de olhar pros olhos dela, tomei coragem e comecei a conversa.
‘Então... Lembra de mim?’
‘Como se fosse ontem.’
‘Ta agora me fala o que você fez comigo! E porque eu virei humana logo hoje!’
colocou a mão na boca.
‘Primeiramente, bom dia pra vocês também, e tem certeza mesmo que não sabe por que virou a de sempre?’
‘Não. Você poderia me explicar?’ Falei ironicamente.
‘Que sacarmos, gente.’ Comentou mas ninguém olhou para ela.
A cartomante continuou:
‘Você virou um cachorro porque tinha uma missão, e quando essa missão é concluída você volta a ser o que era.
‘E porque tinha que ser logo eu? E logo o cachorro do Danny Jones?’
‘Hum, boa pergunta. Aposto que você adorou estar do lado dele.’ Eu ergui as sobrancelhas. ‘Olha, você foi a escolhida e cumpriu a missão, qual o problema?’
‘O problema é que agora ele me odeia! Ele não acredita em mim!’
‘Esperem, esperem!’ Interrompeu : ‘E se ela não cumprisse a missão?’
Eu não parava de olhar para ela e fiquei esperando uma resposta.
‘Se ela não cumprisse, alguma coisa de muito ruim ia acontecer.’
‘No caso, o show seria totalmente uma fraude ou eles seriam gravemente feridos. ‘Falei com os olhos finalmente fitando o chão.
‘Então, , ainda se arrepende de ter virado aquele cachorro?’ A cartomante perguntou isso e jogou uma carta na mesa, que se distinguia: Amor. !
‘Bom, eu preciso ir. Vamos !’
No caminho, veio para minha casa comigo. Ela disse que queria cuidar de mim.
Cheguei, deitei no sofá e só queria esquecer essa história, mas parecia impossível isso sair da minha cabeça, qualquer coisa me lembrava dele.
‘, o que você tem que fazer agora é tocar sua vida e esquecer, você conseguiu o que mais queria, o que nos duas queríamos, quantas meninas não gostariam de estar no seu lugar? Me diz?’
‘Você tá certa, preciso estudar, me formar, tocar mais.’
Agente ficou conversando no meu quarto e eu tirei a roupa de Danny que ainda estava no meu corpo, cheirei a camisa com a esperança de ainda o cheiro dele estar lá.
‘Bom, amiga, vê se descansa que amanhã você precisa estudar!’
‘Pode deixar, mamãe. Falei rindo pela primeira vez naquele dia.’
‘DANNY, DANNY! Abra essa porta!’ gritava o acordando com seu desespero. Ele levantou da cama e finalmente a abriu.
‘Essa é hora, dude? Faz semanas que não durmo até às 10!’
‘Tenho que te contar uma bomba.’
‘Bota bomba nisso.’ comentou brincando entrando na casa.
Os meninos sentaram no sofá e começou:
‘Man, alguém colocou uma bomba embaixo do palco no nosso show, antes de ontem e, o que a policia tá achando estranho, é que ela foi desativada por alguém. Tem marcas de dentes no fio e o que me deixa mais frustrado é que se alguém souber disso vão ficar com medo.’
Danny fitava o chão e nem sabia do que estava falando, depois da palestra dele, ele finalmente disse:
‘Deus, eu já sabia dessa bomba.’ Se levantou do sofá e olhou para a janela.
‘Sabia?!’ Perguntaram , e juntos.
‘Sim… Olhem em volta, não tá faltando alguma coisa?’
‘Uma loira gostosa?’ Perguntou .
‘Não imbecil.’ deu um pedala no amigo. ‘O Bruce!’
‘É, man, cadê ele?’ Perguntou o .
‘O Bruce, na verdade, era uma menina chamada . Eu acordei ao lado dela ontem, fiquei assustado e acabei brigando. Ela disse que uma cartomante fez isso e nesse tempo todo com a gente era ela que tava do nosso lado, de alguma forma descobriu que tinha bomba no nosso show e, com certeza, desativou, é isso.’
soltou uma gargalhada.
‘Cartomante? Menina?’
‘Eu vou bater nele.’ Comentou Danny
‘Você que dormiu com ela e esqueceu da vida brother.’
‘E o que você vai fazer agora? perguntou erguendo uma sobrancelha.
‘Hoje, quando acordei, vi que ninguém estava latindo do meu lado, sem dividir um lanche gorduroso que eu faço assistindo minha série favorita, sinto falta. Eu gostaria que o Bruce voltasse, eu iria deixá-lo dormir na minha cama quando quiser, mas ele é... A então… E agente brigou feio, quer dizer, eu briguei com ela! Ah, eu um idiota!’ Terminou Danny batendo na mesa.
‘Então… Vai pedir desculpas, oras.’ opniou.
‘Não posso, eu ainda estou com a Laura…’
‘Man, você não vai pedir ela em casamento, é desculpas.’
‘Preciso ir! Fechem tudo aí quando vocês saírem!’ Danny abriu a porta para sair.
‘Mas… Vai de pijama?’ Falou rindo.
‘Hum, merda.’ Ele finalmente colocou a roupa e nem quis pegar o carro, correu para o seu jardim e perguntou ao segurança:
‘Lembra da menina que foi embora daqui ontem?’
‘Sim, senhor.’
‘Aonde ela mora?
‘Rua Stanford, e… Boa sorte!’
Danny nem quis agradecê-lo, apenas saiu correndo atravessando a rua.
Ele já estava suando e parando de esquina em esquina para procurar a rua. Enquanto eu estava tomando banho para mais um dia na faculdade. Sequei o cabelo, coloquei roupa e passei algum perfume, que eu nem mais lembrava que o tinha, peguei os livros e olhei para o espelho, abri a porta e…
‘Danny?’ Ele estava ofegante, não conseguia responder.
‘Antes que me mande embora, eu tenho que te falar três coisas! Eu terminei com a Laura, erm… Eu acredito em você, desculpa por aquele dia e, terceiro, não posso mais viver sem você.’
Depois que ele disse isso, eu não sentia meus joelhos, ele estava suado e mesmo assim estava lindo. Era o Danny, , acorde!
Eu só consegui sorrir, larguei os livros na porta e o beijei como nunca tinha beijado ninguém. A gente terminou o beijo com uma mordida dele no meu lábio e eu não parava de sorrir.
‘Erm… Então, quer dar uma volta naquele parque de novo?’ Ele falou sorrindo e vermelho.
‘Hum, vamos, mas não quero que você faça cócegas na minha barriga de novo, aquilo dói, sabia?’ Falei rindo da cara dele.
‘Prometo.’
Ele pegou na minha mão, e agente desceu para a rua, como se nada estivesse acontecido…
‘Sabe, , eu acho que o tá afim da .
‘Ah, sério? Se ela souber disso agarra o em um minuto!’
Ele ficou rindo e me olhando como se já me conhecesse há anos.
‘A gente podia pegar outro Bruce, não?’
‘Se ele fizer metade do que eu fiz…’ E rimos e conversamos, até o dia escurecer.