- null, acorda!
Ai que dor de cabeça... O que aconteceu? Quem ta me acordando tão cedo? Quem sou eu? Onde estou? Então me lembrei da noite anterior. Ninguém merece, eu to com enxaqueca. E das bravas.
- Quem é? – perguntei, ainda deitado.
- Qualé, eu não to do outro lado da linha! Se você abrir os olhos, vai ver quem é, inteligência! – com essa gentileza toda, só podia ser um dos meus irmãos. Mais qual deles?
- null? – perguntei, sem abrir os olhos. Eles pareciam estar grudados com Super Bonder.
- Ai, santo, o que você bebeu? – era o null. Droga, eu não tenho sorte mesmo.
- Só um pouco de cerveja... – respondi, me sentando – porque você ta me acordando?
- Não era pra me responder. E eu to acordando porque já são 3 horas da tarde, e hoje à noite temos show.
- Não, não temos, não. – respondi, voltando pra cama. Tá, eu adoro cantar e tocar guitarra, mas essa enxaqueca está me matando – Hoje vamos ficar dormindo. Os Jonas Brothers merecem um descansinho básico!
- Não desta vez. Além disso, já tivemos três meses de férias. Você escreveu músicas, e só. – ele abriu violentamente as cortinas, e a maldita luz entrou pela janela. Me cobri com o cobertor, MALDITO SOL, e aquele ser a quem chamo de irmão puxou o cobertor. E ainda fez o favor de pular em cima de mim – Agora FAÇA O FAVOR DE ACORDAR E TOMAR UM BANHO?
- Se você sair de cima de mim, quem sabe? – falei, empurrando null. Às vezes ele era tão insuportável quanto uma garrafa de refrigerante que não abre de jeito nenhum. Você está lá, com sede, e a porcaria da garrafa não abre.
- Quem sabe você escreva uma música legal pra hoje à noite? – ele falou.
- Ah claro, mas só depois de ganharmos na loteria! – respondi, tirando a camiseta – Sabia que letras perfeitas não nascem em árvores?
- Whatever (tanto faz) – null respondeu, saindo do quarto – A propósito, adorei essa “marquinha” no seu pescoço. E aposto que mamãe também vai adorar quando vir.
Corri até o espelho, e verifiquei o meu pescoço. Do lado direito, havia uma bolinha meio roxa, do tamanho de uma borracha. Caramba, o que, pelos céus, aconteceu ontem? Alguém me deu um chupão bem chupado. Ta grande, como eu vou esconder isso da imprensa? Ou pior, da minha mãe? Bom, tomara que esteja frio lá fora, assim posso usar um lenço ou cachecol.
Tomei um banho, escovei os dentes e lavei o rosto. Parecia que não dormia há dias, meus olhos estavam com olheiras e vermelhos. Minha boca estava meio rachada, então passei um treco que hidrata. Não sei o nome, nem quero saber.
Vesti uma roupa qualquer, coloquei um lenço no pescoço e desci as escadas. A casa estava bem silenciosa, com exceção aos barulhos vindos da cozinha. Entrei e vi null e null fazendo alguma coisa no fogão. Pareciam estar tentando cozinhar.
- Bom dia, Bela Adormecida – null falou – quer ovos mexidos?
- Valeu, mas hoje como cereal. – respondi, indo até a prateleira e procurando algum cereal decente – Gente, o que aconteceu ontem?
Os dois pararam de fazer o que estavam fazendo, e ficaram em silêncio. Olhei para eles, mas eles continuavam de costas para mim.
- Então...?
- Fomos a uma boate, – null respondeu, ainda virado de costas pra mim – e você bebeu um pouco.
- Um pouco não, acho que acabou com a vodka do lugar! – null falou, se virando para mim. null se virou também e fez uma cara repreensiva para null, que ficou calado.
- E...Você conheceu essa garota – null falou.
- Que garota? – perguntei, sentindo o lugar do meu anel começar a coçar. Será que quebrei a promessa?
- Uma garota chamada null.
– null respondeu – Você dançou com ela pela noite inteira...
- Não só dançou, se é que você me entende – null falou. Olhei para o meu anel.
- Você quer dizer que... – ergui a mão do anel, com medo do que ele iria dizer.
- Nãão, não – null respondeu – não que a gente saiba. Mas vocês se agarraram MESMO. MESMO, MESMO.
- Eu entendo o que significa mesmo, null. – falei, aliviado. Ainda bem, imagina se eu tivesse perdido minha virgindade antes de casar? Envergonharia todo o trabalho que tivemos para nos preservar – Mas só isso? Só nos pegamos?
- Bom...Vocês realmente se pegaram. Mas...Tem um pequeno problema. Um não, dois – eu fui até a pia para jogar o restinho de cereal, e então percebi que a janela estava fechada e a cozinha toda escura. Abri a cortina, e uma onda de flashes toma conta da minha visão. Acho que fiquei cego por um momento, e ouvi os passos apressados de null e null para fecharem as cortinas.
- Ah não, não me digam que... – Ferrou geral.
- Sim. Você foi fotografado bêbado e com uma garota que nem conhecia lá – null respondeu.
- Ai meu Deus! – me sentei na mesa, e comecei a bater minha cabeça nela. Não acredito que eu fiz isso! Logo eu? – E qual é o outro problema?
- Você convidou a garota para vir aqui hoje – null respondeu, e eu olhei pra ele, incrédulo.
- COMO É QUE É? EU CONVIDEI UMA GURIA QUALQUER PRA VIR NA MINHA CASA? – me levantei e fiquei andando em círculos, tentando raciocinar. Ai não, to ferrado. Ela era pelo menos bonita? Legal? Eu não sei, ESTAVA BEBADO DEMAIS PRA ME LEBRAR!
- Exatamente, maninho. E ela te deu um chupão que nenhum dos Jonas jamais levou. – null falou, sorrindo para mim – Parabéns por estar com uma marca no pescoço que dá pra ver de Marte!
- Cala a boca, eu to tentando pensar – falei, irritado. Ta, ela viria aqui... Eu deveria tentar explicar o que aconteceu? Como aconteceu? Mas como eu faria isso, se eu nem me lembro? Que droga! Esse erro vai custar muito caro... Ai santo, me ajude! – Ela é bonita? Quantos anos tem? É legal? Tem emprego? Estuda?
- COMO EU VOU SABER? – null perguntou – Você foi quem passou a noite com ela. Só sabemos o nome dela porque a amiga dela é nossa amiga.
- Ok, quando ela vai vir aqui? – perguntei, desesperado.
- Acho que no jantar... – null respondeu – Daqui a umas 3 horas.
- E onde estão papai e mamãe? – perguntei – E Frankie?
- Papai viu a burrada que você fez, e antes do dia clarear, levou mamãe e Frankie para viajarem por dois dias. Disseram que era o tempo de você ajeitar tudo.
- Quando disseram isso? – perguntei. Nem em um milhão de anos conseguia ver null ou null acordando antes das 6 da manhã.
- Deixaram um bilhete. – null me entregou um papel amarelado com a letra deitada que reconheci ser de minha mãe – Ótimo, nós temos 3 horas para preparar um jantar e deixar essa casa ao menos apresentável...
- Peraí... Você disse NÓS? – null perguntou, levantando uma sobrancelha.
- Sim, eu disse NÓS. Vocês deveriam ter me detido ontem para nada disso acontecer, mas não moveram um dedo. Agora vão me ajudar a arrumar a casa – falei, já pegando um livro de culinária na estante de livros.
- Que droga! – null falou, se sentando na mesa – Por que sempre que um se dá mal, os outros dois tem que ir junto?
- Porque somos irmãozinhos. – falei, sorrindo – null, qual receita você recomenda?
- Lasanha. – ele falou – Não é tão difícil e, se a gente começar agora, dá tempo de terminar em 1 hora.
- Ótimo. Comecemos então! – Me levantei, e fui até o armário procurar uma vasilha de vidro, enquanto null pegava a massa na dispensa e null pegava molho, tomate, presunto e queijo.
A coisa mais engraçada da vida: eu e meus irmãos tentando fazer uma lasanha. No fim, ela até ficou bonitinha, mas tivemos um trabalho digno dos deuses pra fazer. Muito difícil, acho que é por isso que as mulheres é quem fazem comida: elas tem mais paciência. Toda vez que tínhamos que esperar, null dava um chute na mesa. Eu só ficava observando, e null tentava controlar aquele delinqüente.
Terminando a lasanha, já botando no forno, colocamos um relógio para tocar e começamos a arrumar a casa. A sala estava cheia de roupas espalhadas, sacos de salgadinhos no chão e garrafas de refrigerante pela metade ou vazias.
- Qualé, o que vocês fizeram hoje de manhã? Parece que já estamos sozinhos há meses! – falei, catando algumas garrafas e as colocando num saco.
- Nós só comemos algumas coisas... – null pegou uma embalagem de pizza debaixo do sofá e a colocou no saco plástico – Afinal, temos que nos alimentar.
- E ter a energia necessária pra ajudar nosso irmão lesado que convida uma garota que acaba de conhecer para ir à nossa casa, – null resmungou, enquanto tirava algumas roupas sujas do sofá e as jogava no cesto de roupa suja – bem normal.
Terminamos de arrumar a sala, limpamos a cozinha rápido, mas quando íamos para os quartos, a campainha tocou. Ficamos os três sem reação, até que ela tocou de novo.
- Eu atendo! – null foi até a porta e olhou pelo olho mágico – É a querida null, com uma penca de fotógrafos. Deixa ela entrar?
- Não, deixa ela ser chateada. Por que você não aproveita e vai junto? – falei, já irritado com esse sarcasmo chatinho do null – Anda logo e abre a porta pra menina!
null abriu a porta rápido, e uma garota nem alta nem baixa, bem bonita entra na casa, usando um jeans, uma blusa apertada com uma jaqueta por cima. null vai ajudar null a fechar a porta, sendo empurrada pelos fotógrafos, e eu fico ali, plantado como uma pamonha, olhando para ela. Ela é linda mesmo. Devo ter ficado com uma cara muito dã, porque ela olhou pra mim e começou a tentar chamar minha atenção.
- Aloou, Terra para null? – ela falou, eu não me lembrava de ela ter uma voz tão bonita e melodiosa. Bem, eu não me lembrava de nada, então...Dá na mesma.
- O-oi – gaguegei. Que fraco! – Sou null.
- Eu sei. Nos conhecemos noite passada... – ela falou, enquanto null a ajudava a tirar a jaqueta – Mas pelo jeito você estava muito bêbado pra sequer se lembrar do nome da sua própria mãe.
Não respondi. Senti uma pontada de acidez na fala dela. Ela ficou me olhando e, quando null terminava de tirar o casaco, ela o recolocou.
- Desculpem se causei algum distúrbio pra vocês – ela falou, já indo para a porta.
- Aonde você vai? – perguntei, me sentindo muito idiota. Cadê a atitude, null?
- Aparentemente você não se lembra sequer do meu nome, null, – ela falou, olhando pra mim. Seus olhos eram lindos, mas pareciam ter uma barreira protetora, que não deixava ver através deles – não quero tomar seu tempo, vocês não têm um show hoje? Devem estar ocupados.
- Na verdade o show foi cancelado. – null falou – Cancelaram antes do null acordar, mas eu precisava de uma desculpa pra despertar essa preguiça aí – pelo jeito terei que matar o Joe mais tarde.
- Do mesmo jeito, desculpem pelo tumulto – ela já ia pegando na maçaneta, e meus irmãos olharam pra mim esperando uma reação. Apenas fui até ela e segurei seu pulso.
- Não vai embora não, null! – falei, sorrindo pra ela. Seus olhos ainda estavam do mesmo jeito, com a espécie de barreira – Eu estava sim um pouco bêbado, mas me lembro do seu nome e preparamos um jantar para você. Fique conosco.
- Você não se lembr...aaiii – null deu um chute na canela de null. Bem a tempo, aquela anta ambulante já ia falando besteira.
- Acompanha-me? – estendi meu braço para ela. Ela ainda me olhou por um tempo, depois resolveu aceitar o braço. Levei-a até a cozinha, e nos sentamos à mesa. null e null vieram logo depois, null mancando um pouco. Conversamos durante um tempo, essa null tinha um papo muito bom. O relógio tocou, e null retirou a lasanha do forno.
- Lasanha? – os olhos dela brilharam – Eu AMO lasanha!
- Então não vai deixar essa passar, não é? – falei, sorrindo pra ela. A barreira em seus olhos pareceu ceder um pouco. Algum progresso. Continuamos a comer enquanto conversávamos animados, até que o assunto voltou para a noite passada.
- O null dançou até o chão ontem! – null falou, rindo. null e null também riram, só eu fiquei calado – E você também, null!
- Eu dancei até o chão sim! Mas pelo menos me lembro – ela falou isso olhando pra mim. Não sei se era pra rir ou ficar sério, então escolhi um meio termo. Dei um sorriso fraco, quase imperceptível, e ela sorriu pra mim. Sorri de volta, e ficamos assim, sustentando o olhar um do outro. Não sei se null e null continuaram a falar, mas pra mim o mundo desapareceu, só existia eu e ela.
- null? null? – ouvi null chamar longe.
Continuei olhando para aquela garota misteriosa, e vi que estávamos cada vez mais perto. Ouvi um arrastar de cadeira, passos e silêncio. Continuava a observá-la, garota diferente, decidida, mas também meiga e divertida. Seus olhos pareciam me examinar inteiro, até que eles foram se fechando devagar. Fui fechando os meus também, e em pouco tempo senti os lábios dela. Lábios doces e hábeis, nos beijamos primeiro delicadamente, para depois avançar aos poucos. Abracei-a pela cintura, e ela passou suas mãos pelo meu pescoço, puxei ela pra perto de mim.
Ficamos ali nos beijando durante um bom tempo, mas, como dizem, o tempo voa quando estamos nos divertindo. Fomos então parando de nos beijar, foi então que percebi onde estávamos. Olhei para sala, onde null e null estavam sentados nos sofá, assistindo TV. Sorri para null, que retribuiu o sorriso, e fomos até lá.
- O que estão assistindo? – perguntei, como quem não quer nada.
- , mas pra que você se importa? Você já tem diversão garantida! – null falou, ainda olhando pra TV. Bia ficou vermelha, e eu comecei a rir com null.
- Vocês são muito divertidos, rapazes, mas eu vou dar uma volta com a minha amiga aqui – falei, puxando null pela mão.
- Mais tarde é a minha vez! – null gritou, enquanto saíamos de casa. null começou a rir, e eu a abracei pelo ombro. Não havia mais fotógrafos ali, os únicos persistentes haviam se encostado na cerca e estavam cochilando. Saímos de fininho e fomos até o canteiro do condomínio. Cheio de flores. A noite era regado e aí ninguém iria nos perturbar. Nos sentamos lá no meio, num lugar seco, e ficamos olhando para o céu.
- Está vendo aquelas estrelas ali? – eu apontava para uma constelação – Aquela é a Constelação de Touro.
- Sério? Como você sabe disso? – ela se encostou em mim, e eu sentia seu calor através da jaqueta.
- Eu inventei. – sorri para ela - E vê aquelas duas estrelas alinhadas?
- É mais uma constelação inventada? – null perguntou, me olhando.
- Não, essa é de verdade. Essa é a Constelação Olhos de null – olhei pra ela. null olhou para mim, e depois sorriu.
- Muito brega, mas eu gostei. – ela me beijou e depois se aninhou em meu braço – Apesar de me lembrar pouco na noite anterior, sinto que foi bom.
- Também. – falei, brincando com uma mecha de seu cabelo – Você se tornou especial para mim, de um jeito bem inesperado e diferente.
- E você idem, null. – null me olhou – Só espero que você não me magoe. Sabe como é, você é famoso e tal... – ela olhou para o céu, os olhos refletindo o brilho das estrelas - Só peço que não me machuque...
- Machucar você? Porque eu faria tal coisa? – perguntei.
- Não sei. E espero não ter que saber. – ela olhou para mim e sorriu – Eu gostei de você. Realmente gostei.
- Também gostei de você, null – nós nos beijamos, e em seguida voltamos para casa. Ainda ouvi um CLICK! no meio do caminho, mas deixei para lá. Era bom que fizessem isso, para que soubessem que null Jonas já está junto da garota misteriosa.
Então null foi para casa, e eu fiquei com meus irmãos.
- E aí, como ela é? – null perguntou, rindo – Tão ruim quanto pensava?
- Ela é maravilhosa! – falei, deitado no sofá, me lembrando dela – Simpática, romântica, divertida, legal, bonita, e ainda é nossa fã. Simplesmente o que pedi a Deus.
- Meu Deus, desse jeito parece até que já está apaixonado pela garota – null falou.
- Ela tem um nome, null! – falei, bravo. Os dois me olharam com uma cara estranha, depois se entreolharam, sorrindo – Nem inventem de me encher o saco. Ai não, já era...
- VOCÊ ESTÁ APAIXONADO PELA GAROTA! – os dois falaram juntos. Por isso é ruim ter dois irmãos que te conhecem bem até demais.
- Não estou, eu só...Gosto dela – falei, me levantando.
- Por favor, não invente essa – null falou.
- Você já a ama. E faz menos de 24 horas que a conheceu.
- Eu não a amo. Vou dormir, essa discussão é desnecessária.
- São oito horas, ô inteligente. Ah, eu me esqueci, – null enche muito as vezes – você tem hora certa pra dormir, por causa do sono de beleza... Boa noite, Bela adormecida.
- Vai se catar – falei, subindo as escadas. Pensei em null toda hora. Será que eu to apaixonado por ela? Não, que besteira. Há anos não me apaixono. Não será por alguém que basicamente acabei de conhecer.
Coloquei minha camisa sem mangas e uma calça branca, para em seguida me deitar. Acho que eu tava muito cansado, porque apaguei na hora.
Acordei com um despertador.
”When you look me in the eyes, I catch a glimpse of heaven, I find my paradise, when you look me in the eyes” (Quando você me olha nos olhos, eu encontro um pedaço do céu, eu encontro o meu paraíso, quando você me olha nos olhos)
Nossa, que coincidência. Esse toque me lembrou de toda a noite anterior: null, seus olhos, as estrelas, seus beijos, seu pedido. Tudo.
Me levantei, tomei um banho e lavei o rosto. As olheiras haviam desaparecido de leve, minha aparência estava bem melhor. Desci as escadas, encontrando a cozinha vazia. Comi qualquer coisa, peguei minha bicicleta e fui andar. Passeei por toda a rua, olhando para tudo e todos. Até comprei um jornal para ver se havia uma foto minha e de null. Lá na parte dos famosos, estava uma foto de nós dois de mãos dadas andando, e a legenda era “Garota de pub ou de null Jonas?”. Tanto faz, voltei pra casa e deixei o jornal na mesa. null e null acordaram mais tarde, e ficamos a tarde inteira sem fazer nada. Até que de noite, chamei null para ficar conosco.
Bom, as semanas seguintes foram no mesmo esquema, null sempre passando lá em casa para ficarmos um tempo juntos. As revistas já soltavam fofocas sobre o nosso suposto namoro, o que ainda não existia. Ela até que lidava bem com as revistas sempre ligando pedindo entrevistas e etc, parecia que não havia nada demais.
Por isso que eu adoro ela, além de vários outros motivos, claro.
E o mais engraçado, e perigoso, eram as minhas fãs atrás dela. Algumas até pediam que contasse como era o meu beijo, outras queriam simplesmente esquartejá-la. Eu ria muito quando ela me contava isso, e ela ria junto.
null e null viraram os irmãos dela. Eu não sinto tanto ciúmes deles, já que são meus irmãos, mas TODA HORA que eu vou falar com eles, ou estão mandando mensagem ou conversando por telefone com null. É meio estranho, mas ela já é basicamente parte da família.
Minha mãe, por incrível que pareça, adorou null. Geralmente ela implica com todas as minhas namoradas, mas com ela foi diferente. null inclusive ajuda minha mãe na cozinha, adora aprender receitas e fica conversando com ela bastante durante os jantares.
Meu pai também a adorou, inclusive já veio ter a famosa conversa de “pai para filho” comigo. Eu fiquei com riso contido a cada hora que ele a chamava de bela. Ele ficava “Ela é realmente muito bela, e não só por fora, mas por dentro também”, e eu apenas segurava o riso. É estranho ter alguém tão próximo de você, dos seus pais e dos seus irmãos que não seja da própria família, mas, como já disse, parece que null já é membro da nossa.
- null, onde vamos essa noite? – ela me perguntou, linda como sempre, enquanto caminhávamos pela rua comercial perto de minha casa. Eu decidi que vou pedi-la em namoro, já que já estamos há mais ou menos um mês juntos.
- A um lugar especial – falei, enquanto a guiava pela rua em direção a uma ponte de madeira ali perto. Ela passava por cima de um córrego, e era bastante romântica. Quando paramos em cima dela, segurei a mão de null, respirei fundo, e comecei.
- Só quero que você saiba que o último mês que passei com você foi inesquecível. Nunca me senti assim perto de nenhuma garota, null – nossa, falar o nome dela em voz alta é relaxante...
- Nem eu, null. Você é o primeiro garoto que eu realmente gosto em muito tempo – ela falou, sua voz calma e macia me acalmando. Eu a abracei, sentindo o aroma bom que saía do seu cabelo.
- Quer namorar comigo? – perguntei, acho que rápido demais. Ela se soltou de mim, e me olhou nos olhos. Ficamos nos olhando, até que ela abriu um daqueles lindos sorrisos que só ela dá.
- Claro! – eu a levantei do chão, abraçando-a pela cintura. Ela começou a rir, e eu também, e ficamos assim, até que eu a beijei. Nada melhor do que terminar um momento desses com um beijo.
Voltamos abraçados. Às vezes contando casos, às vezes rindo ou às vezes em silêncio. Mas um silêncio que não precisava ser preenchido, apenas silêncio. Para cada um refletir sobre algo que o outro falou, ou simplesmente olhar em volta. Quando chegamos em casa, null logo veio encher.
- E aí, como vão pombos? – perguntou ele, e eu comecei a rir. Há algum tempo ele vem me falando que nunca chamaria um casal de pombinhos, já que diminutivos pareciam desvalorizar as pessoas. Nunca entendi direito, mas acho que não é pra entender metade do que o null fala – Alguma fã maluca quis matar vocês hoje?
- Não, até que hoje foi bem normal. – null respondeu, tirando o casaco cinza que ela adora – Só algumas fãs ficaram nos espionando, mas nada demais.
- Raio de sol! – null gritou, vindo abraçar null. Esse é outro que não fala nada com nada de vez em quando – Mamãe preparou macarrão hoje para nós.
- Raio de sol? – perguntei, rindo – Que gay! (n/a: nada contra ;) )
- É...To com essa mania por causa de um filme retardado e antigo que assisti – ele falou, indo para a cozinha – Mãe, eles chegaram.
- null! null! – minha mãe veio correndo e nos deu um abraço – Espero que não tenham jantado enquanto estiveram fora. Preparei meu macarrão para vocês!
- Algum motivo especial? – perguntei, rindo.
- null e null me contaram, null. Parabéns a vocês dois! – ela nos deu outro abraço, e null corou um pouquinho. Olhei feio para null e null, que apenas sorriam – Apesar de já saber há algum tempo que isso aconteceria, fico muito feliz por isso!
- Obrigado, mãe – sorri para ela e segurei a mão de null.
- Ouvi a campainha? – meu pai. Ai não, ele também sabe? – Ah, vocês dois já chegaram! Parabéns! - ele também veio nos dar um abraço – Previsível, mas desejável. Que Deus os abençoe.
- Nossa, ta parecendo que eu e a null noivamos! – falei, e todos começamos a rir. Fomos para a cozinha e nos sentamos, até que Frankie desceu as escadas e pediu que null lhe ajudasse a comer.
- Não, Frankie, não incomode a visita – falou minha mãe, e eu ri.
- Tia, imagine! Seria um prazer dar de comer a um anjinho tão lindo como o Frankie! – ela falou, se levantando e servindo a comida de Frankie.
- Além disso, nem sei se a consideramos mais visita. – null falou – Ela praticamente mora aqui!
- Como se isso fosse indesejável – falou null. Nossa, que bajulação!
- Ai, null... – null falou, rindo. Continuamos a comer, até que null teve que ir embora. Insisti que a levasse até em casa, mas ela disse que tinha que passar na casa da avó antes.
- Boa noite então, null – adoro falar o nome dela. É tão divertido...
- Boa noite, null. – ela falou, rindo, dando ênfase no meu nome – Por que você me chama tanto pelo nome inteiro?
- Ah... null é um nome tão bonito, assim como você – clichê, mas funciona.
- Obrigada. – ela me deu um beijo – Te vejo amanhã.
- Até amanhã – respondi, enquanto ela ia em direção à calçada.
Fiquei a observando, até que vi uma moita ali perto se mexer. Pensei ser um bicho, então continuei observando a null. Ela andava tão graciosamente, olhando para frente e para os lados, casualmente. Seu cabelo voava com o vento, e seus olhos refletiam a lua. Era uma visão digna de Deus.
A moita se mexeu novamente, mais forte. null parou em frente a porta de seu carro (n/a: Se a história é com o Nick, finja que vocês já dirigem), parecendo se lembrar de algo, quando alguém saiu da moita. Era uma mulher. Ela olhou em volta, e me viu, parecendo louca. Eu fiquei com medo, mas esperei para ver o que aconteceria.
Depois me amaldiçoei tanto por ter esperado. Essa louca veio até mim e me beijou! Simplesmente assim, veio e PÁ! Me beijou! Dá pra acreditar? E esse não foi o pior. O pior foi ver a cara de decepção de null. Seus olhos, antes brilhantes e alegres, agora pareciam opacos e tristes, e seu sorriso desapareceu muito rápido. Geralmente deixava um vestígio, um sorrisinho, mas agora sua cara estava fechada.
Me soltei da garota o mais rápido que pude, mas parece que foi tarde demais. Um fotógrafo ainda estava ali, tirando milhares de fotos. Até que outros três saíram de lugar nenhum e começaram a me fotografar com a guria louca e a cara de null. Ai não...Ela se virou, andando firme para o carro. Corri atrás dela.
- null, não...Você entendeu errado! – falei, me sentindo novamente num filme antigo.
- Realmente, entendi errado mesmo. – ela falou, seu tom era muito, mas muito frio mesmo. Nunca a vi usar um tom assim com ninguém – Realmente, eu deveria ter esperado mais alguns segundos pra voltar e pegar o meu casaco. Simplesmente pra dar tempo da sua outra me ver e esperar um pouco antes de te agarrar.
- Não, me escuta...
- Me escuta você, null. Eu lhe pedi, com todo o meu desgraçado coração, que você não me machucasse desse jeito. Se fosse fazer algo assim, pelo menos terminasse antes, ou nem tivesse começado. Pelo jeito, palavras são inúteis, não é mesmo? – ela me perguntou, a calma e a frieza em minha voz me assustaram muito. Seus olhos estavam agora impenetráveis, e sua expressão tão fria quanto sua voz – Obrigada por me fazer de mim apenas mais uma em sua lista – ela entrou no carro. Bati na janela, mas ela deu partida e saiu rapidamente.
Fiquei olhando para a traseira do carro dela, nem percebendo que a quantidade de flashes a minha volta aumentava a cada segundo. Não acredito... Ela nem ao menos me ouviu. Mas também, eu não iria querer ouvi-la se a visse beijando outro cara no mesmo dia que a pedisse em namoro. Olhei para aquela vadia que estava na frente da casa, fazendo pose para as fotos.
- POR QUE VOCÊ FEZ ISSO? – perguntei, chegando perto dela. Sentia cada parte do meu corpo gritando que queria matá-la, estrangulá-la, parti-la ao meio e enterrá-la com os ossos de seus miseráveis ancestrais. Com toda essa raiva, mal percebi null e null saindo de casa.
- Porque alguém tinha que tirar aquela vadiazinha da sua vida. – a nojentinha respondeu, jogando os cabelos loiro-oxigenados para trás e fazendo biquinho – Ela não era pra você, querido null.
- EU VOU TE MATAR! - ah, se eu tivesse tido chance... Por sorte daquela oxigenada, null e null me seguraram a tempo e me levaram pra dentro de casa.
- O que aconteceu? – perguntou null, e senti a primeira lágrima descer pelo meu rosto. Que droga... Odeio chorar. Quando choro, meus pais e irmãos percebem que a coisa é séria, e ficam em cima de mim... Me sentei no sofá, e vi null e null se sentando de um lado e meus pais do outro. Frankie ficou na minha frente, ajoelhado, perguntando o que aconteceu.
- A null! Uma louca me beijou, na hora que ela tava voltando pra buscar...a...a...ja...jaque... – cara, eu tava GAGUEJANDO? Devo estar mal mesmo. - Ah, a jaqueta jeans que ela tanto ama, ficou aqui em casa. - Comecei a chorar mais, e null se retirou por um tempo, voltando com um copo d´água. Agradeci e bebi num só gole, para depois me encostar no sofá e fechar os olhos. Não acredito que isso está acontecendo comigo. Há 5 minutos, eu era o cara mais feliz do mundo, agora me sinto um lixo. Não, o fundo do lixo. Pior, o verme no fundo do lixo.
Pedi que todos me deixassem um pouco sozinho e fui para o meu quarto. Sentei na cama e fiquei olhando para o nada durante um bom tempo. Minha cabeça estava em branco, literalmente. Fui então até a minha janela, que dava para o telhado mais baixo. Não, eu não vou pular. Me sentei e fiquei olhando para lua, e vi a “Constelação null”, outra lágrima caiu.
- I wanted you here, by my side... (Queria você aqui, ao meu lado) – falei, baixinho. Não aguentava pensar que ela apenas partiu sem me ouvir. Tudo o que eu queria agora era ligar pra ela, mas não sabia o que iria dizer.
Bom, não custa tentar.
Peguei o telefone e disquei o número de sua casa. Tocou, tocou, tocou, tocou... Nada de atender. Liguei de novo, e de novo... Estou bastante repetitivo. Ela não atendeu, tentei seu celular.
- Tentando no celular, maninho? – null perguntou da porta.
- Claro... – respondi, bem baixo – Droga! – joguei o telefone na cama, e me sentei nela – Que droga, null... Que droga, que droga... Que droga.
- Todos percebemos que é uma droga, null. – pela primeira vez no dia, ele não falou em tom brincalhão. O que era um milagre, considerando que é o null – Uma perda, como disse papai. Se eu fosse você, ligaria amanhã. Hoje ela não atende ao telefone nem se fosse sua mãe.
- Mas... Por que comigo? Por que aquela idiota tinha que me beijar? Por que eu não entrei na hora que vi a maldita moita mexendo? Por que fiquei que nem um idiota lá esperando? Por que... – botei pra fora todas as perguntas que estavam me matando naquele momento, e null as ouviu pacientemente. Ele sabe ser um bom ouvinte quando necessário.
- Olhe, null, gostaria muito de te ajudar, mas não sou Deus. – ele falou – Agora tenta dormir um pouco, quem sabe amanhã ela te atende.
- Claro – respondi, indo para o banheiro. Tomei um banho gelado, coloquei uma calça leve e uma camiseta. Entrei no quarto e null já estava dormindo. Apesar de sempre que o null dorme antes que eu, eu tiro uma foto pra sacanear, hoje não estava nem um pouco a fim de fazer algo. Não depois disso tudo.
Me deitei e fiquei olhando para o teto, tentando ao máximo esvaziar minha cabeça. Mas as perguntas pareciam não querer de jeito nenhum deixar meus pensamentos. Que droga, tudo o que queria era dormir para esquecer um pouco tudo isso.
Parece que Deus estava com um pouquinho de dó de mim, pois logo depois de pedir isso, adormeci.
Agora eu andava por uma floresta sem fim. Ela era nevoenta e escura, as árvores eram altas e a grama era falha e marrom. Tudo dava um certo arrepio, até que ouvi alguém me chamar.
- null?
Corri em direção a voz, mas parecia que a floresta nunca acabava.
- null?
Me chamou de novo, e desta vez, acho que reconheci ser a voz de null. Corri mais rápido, até que vi uma luz. Continuei correndo, e cheguei ao mesmo lugar onde estávamos: a ponte do córrego. Em cima da ponte, havia uma espécie de névoa branca, pairando definida logo ali.
Fui chegando mais perto, tentando ver o que era aquilo. Até que reconheci o cabelo, apesar de meio transparente, lindo como sempre, os olhos e o rosto.
- null... – falei baixinho e, apesar da distância, ela olhou pra mim, parecendo me ouvir. Ela não sorriu, mas seu olhar expressava uma espécie de felicidade.
- null... – ela falou, e o vento pareceu carregar sua voz através das árvores. O vento começou a soprar, e a névoa de null se dissipava aos poucos. Recomecei a sentir o vazio que me dominou quando a vi partir, e então corri.
- NÃO! VOLTA! NÃO VAI EMBORA! DE NOVO NÃO...NÃO ME DEIXA! – comecei a chorar.
Tentei gritar de novo, mas minha voz agora não saía, e eu caí de joelhos. Parecia ter perdido a força em todo o meu corpo. Tudo começou a girar, e eu ainda tentava gritar, sem sucesso. Dei uma ultima olhada na ponte, no córrego, em tudo.
- null! ACORDA! – abri os olhos. Me sentia todo sujo, meu rosto molhado, minha garganta formigava, meus olhos ardiam, e então olhei em volta. Estava no meu quarto – Meu Deus, o que foi isso?
- null? – perguntei, e esfreguei os olhos. Não apenas null, também null, minha mãe, meu pai e Frankie – Hã? O que vocês tão fazendo aqui? O que aconteceu?
- Pesadelo, null – meu pai falou, e eu passei a mão pelo cabelo encharcado.
- Mais parece que correu a maratona. – null falou, e eu me sentei – Mas a diferença é que quando se corre, você não grita “null, null”, não chora ou parece um louco.
- null, agora não – minha mãe o reprimiu, e meus pensamentos clarearam. Lembrei-me da noite passada, e então olhei para meus pais. Eles pareciam tão preocupados quanto ontem.
- Eu...tava...gritando? – perguntei. Nunca gritei, falei ou qualquer coisa dessas durante a noite, sempre tendo um sono tranqüilo.
- Como num hospício. – falou null, e minha mãe o olhou furiosa – Desculpe.
- Preciso de um banho – falei, me levantando e indo para o banheiro. Quando me olhei no espelho, quase que saí correndo. Meus olhos estavam mais inchados e vermelhos que nunca, eu estava todo suado, minha blusa parecia ter sido manchada de vinho. Tomei um banho, e o vazio voltou. Me lembrei de null, dos seus olhos, seu sorriso, seu jeito, seus passos...Como eu farei para recuperá-la?
Vesti qualquer coisa que vi e desci as escadas, indo para a cozinha. Comi qualquer coisa, voltei para meu quarto e fiquei ali deitado. Senti meus olhos voltarem a lacrimejar, e senti raiva de tudo. Do meu choro, dos fotógrafos, da vadiazinha, de mim mesmo: tudo. Comecei a chorar, sentindo mais o vazio em mim. Tentei de novo o telefone, mas não atendeu. Fiquei a manhã inteira na cama... Ou foi o dia? Nem percebi a hora, quando resolvi me levantar. Eram 6h da tarde, e eu fiquei ali, deitado, como um vegetal inútil.
Peguei meu violão, e comecei a tocar algumas notas e acordes, sem prestar atenção. null... null... Não vai embora. Ah, os olhos dela quando estava indo... Estavam tão frios, tão opacos.
Tentei ligar para ela de novo.
- Quem é? – perguntou uma voz embargada, que reconheci ser a de null. Senti outra lágrima descer pelo meu rosto, só de saber que ela estava tão mal.
- null! Por favor, não desl... – desligou. Que droga, porque ela não me ouve?
- null, sobe aqui! – gritei, e ele apareceu rapidinho.
- Que foi?
- Me faz um favor?
- Dependendo...
- Liga pra null pra mim?
- Sorry, brother, mas ela me pediu pra não ligar pra ela por você. – null respondeu – E nem adianta pedir pro null. Ela também pediu pra ele.
- QUANDO VOCÊS FALARAM COM ELA? ELA TÁ BEM? – perguntei.
- Ta sim, na medida do possível, mas não quer te ver nem pintado de ouro. Disse que ta muito magoada.
- null, VOCÊ TEM QUE ME AJUDAR! – falei, quase gritando com ele – Ela tem que ouvir o que eu tenho a dizer. Por favor, me ajuda.
- Foi mal, mas não posso. Dei a minha palavra.
- Droga – caí na cama, com o rosto virado para o travesseiro. Não acredito que isso aconteceu, não pode ser...
- null, não esquece que hoje tem show.
- PUTA QUE PARIU, NINGUÉM MERECE – falei. Pela primeira vez, não estava nem um pouco a fim de cantar, tocar, o que fosse. Mas tinha que ir, afinal, o que são dois Jonas Brothers no palco?
Vesti a roupa da noite devagar, dei um jeito no meu cabelo e tentei parar de chorar. Meus olhos já estão ardendo, imagina se ficam vermelhos e eu não consigo tocar? Uma humilhação, e eu ainda levo meus irmãos junto.
Desci as escadas, e já fui para o ônibus estacionado perto da calçada. Ele ficava ali uma hora antes da gente sair, pra dar tempo suficiente de descarregar tudo. Instrumentos, etc.
Fiquei ouvindo meu iPod, e um tempo depois meus irmãos, meus pais e o nosso segurança entraram. No caminho, ninguém falou comigo. Até que ouvi alguém comentar que o show seria transmitido ao vivo.
- TRANSMITIDO AO VIVO? QUER DIZER, PELA TEVÊ DAS PESSOAS?
- Não, vai ser transmitido por carta, null. Francamente, a tristeza fritou o seu cérebro? – null falou.
- Ah, não enche! – respondi, e todos ficaram surpreendidos – A null pode ver o show! AH, EU TIVE UMA IDÉIA!
Todos ficaram me olhando, como se eu fosse louco. Bom, eu sou louco... Pela null. ELA VAI PODER VER O SHOW! Já sei o que vou fazer...
Corri para o camarim, tentei me arrumar um pouco mais. Só ajeitei um pouco a roupa, e fiquei esperando pelo começo do show. Estava muito inquieto, e meus irmãos fizeram de tudo para me acalmar, mas sem sucesso. Eu estava pensando nisso durante o dia, e não sabia se era uma boa idéia, mas agora parece ser a melhor idéia do mundo.
Peguei um papel, e escrevi alguns acordes nele, e entreguei para meus irmãos.
- Decorem isso, quando eu der o sinal, me acompanhem.
- Por que...?
- Porque eu estou pedindo.
Vieram até o nosso camarim para nos chamar, e eu me senti animado pela primeira vez no dia. Fomo até o palco, tocamos várias músicas, até que chegou ao fim do show.
- Gente, eu gostaria de dar um recado rápido. Vocês deixam?
Todos gritaram em concordância.
- Bom, se não sabem, eu estava junto de null, a garota mais incrível que conheci, e, por um ato realmente vergonhoso por parte de uma fã, eu a perdi. Vocês devem ter visto nas revistas, jornais, o que seja. Pois estou aqui para lhe dizer, null, null, que eu te amo muito, e que nunca te machucaria por nada. E essa música é pra você.
Dei o sinal para meus irmãos, e comecei a tocar, sendo seguido por eles. A letra estava praticamente pronta em minha cabeça, e então comecei a cantar.
“I phone you everyday
But I can’t see any light
Please, I just wanted to say
To explain what happened in that night
(Eu ligo pra você todo dia
Mas não consigo ver nenhuma saída
Por favor, só queria dizer
Explicar o que aconteceu naquela noite)
A really weird way
To meet you, to know you
But I have got to say
I really liked you
(Uma maneira bem estranha
De encontrar você, de conhecer você
Mas tenho que dizer
Eu realmente gostei de você)
Your way to walk
Your way to talk
You smile
You clothes, your stile
Your lips, your kiss
You’ve hypnotized me
Please, don’t go away
Until I say what I’ve got to say
(Sua maneira de andar
Sua maneira de falar
Seu sorriso
Suas roupas, seu estilo
Seus lábios, seu beijo
Você me hipnotizou
Por favor, não vá embora
Antes de eu dizer o que tenho a dizer)
Then we walked thru the night
You with me, by my side
Your hand in mine
Everything was allright
Because I was with you
(Então andamos pela noite
Você comigo, ao meu lado
Sua mão na minha
Tudo estava bem
Porque eu estava com você)
Standing on the bridge
Talking, smiling to you
You looked at me
And now I can only look at you
(Parados na ponte
Conversando, sorrindo pra você
Você me olhou
E agora só tenho olhos pra você)
Your way to walk
Your way to talk
You smile
You clothes, your stile
Your lips, your kiss
You’ve hypnotized me
Please, don’t go away
Until I say what I’ve got to say
(Sua maneira de andar
Sua maneira de falar
Seu sorriso
Suas roupas, seu estilo
Seus lábios, seu beijo
Você me hipnotizou
Por favor, não vá embora
Antes de eu dizer o que tenho a dizer)
I love you
Every part of my body
Miss you
Everyday
(Eu te amo
Cada parte do meu corpo
Sente saudade de você
Todo dia)
When you’re far away from me
I still be waiting for you
Even if pass a thousand years
I still be waiting for you
(Quando você está distante de mim
Eu ainda estarei esperando por você
Mesmo que passem mil anos
Eu ainda estarei esperando por você)
Your way to walk
Your way to talk
You smile
You clothes, your stile
Your lips, your kiss
You’ve hypnotized me
Please, don’t go away
Until I say what I’ve got to say
(Sua maneira de andar
Sua maneira de falar
Seu sorriso
Suas roupas, seu estilo
Seus lábios, seu beijo
Você me hipnotizou
Por favor, não vá embora
Antes de eu dizer o que tenho a dizer)
Say that I love you
As the sky need the blue
Say that I need you
As my heart miss you
I love you”
(Dizer que eu te amo
Assim como o céu precisa do azul
Dizer que eu preciso de você
Assim como meu coração sente saudades de você
Eu te amo) Respirei fundo, tocando o acorde final. Só espero que null esteja vendo isso.
- Bom, null, espero que você entenda o que aconteceu! Eu te amo demais!
Levei um leve susto quando ouvi um chiado baixo de microfone sendo ligado, e a voz que mais esperei ver pela noite e o dia inteiro soou pelo lugar.
- null, eu também te amo muito, desculpe por eu ter ido embora daquele jeito. Eu deveria ter te ouvido, mas naquela hora, milhares de coisas passaram pela minha cabeça, e não consegui pensar direito. Por favor, me perdoa? – Todos, até meus irmãos olharam para trás, e quando eu olhei, me senti mais feliz... null estava ali, os olhos cheios d’água, nas mãos o microfone, e estava sorrindo para mim.
- Claro que sim! – ela correu até mim, e nos abraçamos. A platéia explodiu em palmas, mas parecia que só existia eu e null ali – Não sabe o quando senti sua falta... Minha null.
- null, acredite – ela sorriu, as lágrimas rolando livremente pelo seu lindo rosto. Como eu estava feliz em vê-la – eu sofri mais que você. Não somente por não ter você comigo, mas por saber que você estaria com outra.
- Nunca estarei com outra. Agora, você é tudo para mim. – respondi, dando-lhe um beijo – Só tenho olhos para você.
N/a: Dedico essa fic a minha querida amiga (e xará) também APAIXONADA pelos JB, Beatrz V. Biiazuda, você sabe que é A amiga, né? E, claro, agradeço a todas que leram essa fic de um Jonas bêbado! Espero que tenham se divertido e, não se esqueçam, comentem! Quem sabe uma segunda parte básica...:D