I’m Afraid To Say I Love You
Escrita por: Juh
Betada por: Vanessa
- Feliz aniversário de dois meses de namoro, meu linduxo fofuchin.
- Ah, , deixa disso, sua grudenta. – eu repreendi minha amiga, que nesse momento falava no celular com o mais recente namorado.
- , ele é o Jonas. Eu tenho que mostrar que o amo, senão logo ele arranja outra! – Disse , tampando o bocal do celular.
Fiquei esperando enquanto respondia a minha amiga. Como podiam ser tão enjoativos? Mesmo assim, eu a amava muito, seria incapaz de ficar com raiva dela.
- Pôr no viva-voz? Ah, ok, então.
- Não, não, não, não, não... – Eu mexia os lábios sem som para , enquanto fazia gestos com as mãos à frente do pescoço.
- Oi, .
- Ah, oi, . Desculpa minha amiga e os apelidinhos um tanto quanto inadequados dela, mas ela é assim quando tá amando.
- Iiiiiih, , eu já falei pro que eles dois estão ficando grudentos demais! – gritou , do outro lado da linha.
Podia parecer loucura, mas toda vez que eu ouvia a voz de , meu coração batia muito forte. Era como se uma escola de samba estivesse ensaiando para o carnaval dentro do meu peito. Óbvio que eu não disse nada disso. O que eu realmente disse foi:
- ... – Meu Deus, eu sou uma retardada.
- ? – ele riu de mim. Ah, Jesus!
- Sim, sim, eles são muito enjoativos de vez em quando. Já falei isso pra um milhão de vezes. – eu finalmente havia saído do transe.
Enquanto e (e o metido do ) falavam no telefone, fui tomar água. Minha garganta estava seca, como sempre quando “falava” com o .
Tudo havia começado há anos atrás. Eu e nos conhecíamos desde o jardim de infância, e não eram raras as vezes em que nós discordávamos uma da outra. Mesmo assim, sempre fomos melhores amigas, e em uma coisa sempre concordávamos: amávamos os Jonas Brothers com todas as forças.
E um dia, aconteceu: estava andando pela rua, quando de repente esbarrou em um cara, e ao olhar para cima, reconheceu Jonas, o amor de sua vida. Não era preciso comentar sobre a reação extremamente doida dela, não é? Enfim, eles começaram a sair e, logo depois, a namorar.
Eu nunca consegui manter meus namoros por muito tempo. Meu amor desenfreado por Jonas acabava atrapalhando um pouquinho (ou muito) nos relacionamentos. E não é que eu não estivesse feliz por minha amiga estar namorando um Jonas, muito pelo contrário, eu estava delirante, mas será que a vida não podia sorrir um pouco para mim também?
E um não me faria mal nenhum.
-AHHHHHHH! ! ! , VEM CÁ, PELO AMOR DE DEUS!
Corri desesperadamente. não era de gritar por pouca coisa (apenas por ratos e fatos importantes), e isso me deixou desesperada, já que, de cara, descartei a hipótese de ratos na minha casa.
- O QUE FOI, ? TUDO BEM?
- Fala pra ela, . Anda, fala, meu amor!
Um momento de hesitação do outro lado da linha.
- Vai ter a festa de aniversário do aqui em Los Angeles, e eu consegui passagens de primeira classe pra cá, e convidei a para vir.
- E... – incentivou a garota, animada.
- E ela insistiu para eu te convidar para vir junto, então... Quer vir?
- Eu não sei, , ir aí para segurar vela para vocês dois e... AH, QUEM EU QUERO ENGANAR? VAI SER INCRÍVEL!
Os olhos das amigas brilhavam de contentamento e satisfação. Aquela viagem não ia ser nada menos que perfeita.
- Desculpe garota, mas você não pode mesmo ir.
- Como assim, senhora? Acha mesmo que eu vou ficar aqui no aeroporto só porque você disse que eu não posso ir? – Eu estava furiosa.
- Desculpe, senhorita, mas você não pode embarcar sem sua carteira de identidade!
- OH, TIA, VOCÊ VAI FAZER O QUE PRA ME IMPEDIR DE ENTRAR NESSE AVIÃO?
- , fica quieta, ela tem seguranças! – sussurrou para a amiga. – Olha, senhora, me desculpa mesmo, mas não há como você liberar a passagem dela? Ela estava com a identidade agorinha mesmo, mas sumiu! Olha, senhora, por favooooooor!
- Realmente é impossível, meninas...
Não queria prestar atenção em mais nenhuma palavra do que aquela mulher dizia. Merda de identidade. Tinha que sumir?
De repente, esbarrei em um peitoral (muito bom, por sinal). Merda, além de não poder embarcar eu ainda ia ficar pagando mico no aeroporto. Me odeio.
- Ah, achei você! – disse um rapaz que eu não conhecia que, aliás, era lindo. – Eu encontrei essa identidade no chão, estava até levando para o balcão de informações, mas acho que não preciso mais fazer isso, não é... ? – disse ele, depois de checar o nome no documento.
- Olha, cara, muito obrigada mesmo! Sem ela eu não ia embarcar para Los Angeles com minha amiga, e eu não sei como minha identidade...
- Espera, você vai para L.A.? – ele interrompeu. – Eu também vou! Legal, vamos embarcar juntos!
Eu olhava para o deus grego à minha frente, falando coisas as quais eu não prestava a mínima atenção, quase babando, quando senti um puxão no meu braço.
- , vamos embora e... Ah, oi! Eu não te conheço... Quem é ele, ?
- Não faço ideia, mas ele é legal, achou minha Identidade e vai para L.A. também.
- Ah, desculpa minha indelicadeza: Chad Barker! Você é a e ela é a...
- ! Prazer em te conhecer! Então, você é comprometido? Porque eu estou namorando um cara muito perfeito agora, mas tem certas pessoas aqui que não estão nem um pouco comprometidas e...
Corei severamente. O que pensava que estava fazendo, oferecendo-me a um desconhecido?
- CALA A BOCA, ! Er, desculpa, minha amiga tem problemas mentais. E se eu fosse você, ignorava tudo, TUDO, o que ela fala.
- Tudo bem, eu entendo. E não, não sou comprometido. – Disse ele, dando um meio sorriso malicioso e piscando para mim. Corei ainda mais.
Depois de embarcar no avião, quase pulei no pescoço de milhares de vezes durante toda a viagem, já que a garota não parava de oferecer-me para o deus grego. Foi a viagem mais longa da minha vida.
- Ah, Los Angeles, terra das possibilidades... O ar daqui carrega esperança e...
- , faz um favor à humanidade e fica quietinha? Agradecida.
- Hey, você me soou poética, .
- Isso é porque ela ama poesia e oferecer as amigas para caras bonitos durante vôos.
- Bom, se você quiser dar o seu número de telefone para o cara bonito para quem ela quis te oferecer, a gente bem que podia sair, se divertir, se conhecer.
- Tá aqui, Chad! – foi entregando o número do MEU celular sem a MINHA permissão. Eu ainda mato a , juro. – Agora eu e a precisamos ir, porque o já está aqui pra buscar a gente.
arrastou-me para o carro do Jonas, enquanto eu olhava para Chad com cara de retardada e acenava de maneira débil. Bem a minha cara mesmo, ficar pagando mico na frente dos bonitos.
A viagem de carro foi pior do que todos os telefonemas juntos. Os dois se beijaram o tempo todo, e os apelidos ridículos... Eu não sabia se ria, se chorava ou se vomitava para fora da janela do carro.
Ao chegarmos à mansão, desci do carro apressadamente, dirigindo-me ao porta-malas. Peguei minha mala e toquei a campainha.
- Oi... ?
- Eu, ! Seu irmão e a minha amiga tão num grude só e isso enche o saco. Posso entrar? – disse, tentando evitar transparecer a fã maluca que pulava dentro do meu coração, usando meu estômago como cama elástica, pedindo para ser liberta.
- Er, claro! Fique a vontade! Então, me dá essas malas aqui pra eu levar até seu quarto.
Depois de bem colocadas em nossos devidos quartos, descemos para o jantar. Na verdade, aquilo não era um jantar, mas um banquete enorme e delicioso, capaz de alimentar uma família inteira.
- Isso tudo é só para nós quatro?- não sabia para que lado olhar. Para todos eles havia comida.
- Sim, é tudo para nós! Não queríamos deixar vocês com fome, e depois dessa viagem toda... Não quero minha namorada fraca e esfomeada.
- Awn, seu lindo cuti-cuti que eu amo tanto.
- Alerta grude! – disse , com um sorriso zombeteiro maravilhoso pendendo em seus lábios. – Oh, meu cuti-cuti, coisa linda fofolete do meu s2. – concluiu, apertando as bochechas do irmão.
Mordi a bochecha para conter um riso.
- Gente, vocês estão ouvindo Invisible tocar?
- AH, , ME AJUDA A ACHAR MEU CELULAR!
Procuramos por todos os lados, enquanto os meninos riam da nossa cara. Fazer o que né, ele era namorado dela, não meu.
- Aqui, ! – disse , lançando-me o celular que estava ao seu lado o tempo todo.
- Alô? Oi, Chad! - E aí, eu queria saber se você gostaria de ir ao cinema comigo hoje. Daqui a umas duas horas.
Todos me olhavam com atenção, em silêncio, tentando ouvir o que ele dizia. Bando de fofoqueiros.
- Ah, cinema hoje? – repeti, para eles poderem saber do que se tratava. – vai ser legal! - Te pego aí pelas nove, então? Manda o endereço por sms, pode ser?
- Ok, então. – disse pra ele, querendo secretamente que o convite partisse do . – nos vemos mais tarde. - Até lá.
me olhou, deu gritinhos animados e me abraçou.
- Culpe a mim, amiga.
- Obrigada. – disse, insegura, abraçando-a.
O cinema foi legal. Ficamos rodando por mais algum tempo, até que ele me trouxe de volta até a mansão.
- Olha, foi muito bom hoje e...
- Temos que repetir isso. , eu gostei de você, gostei mesmo. Eu não quero correr o risco de não te ver mais. Você é a garota mais divertida que eu já conheci.
- Eu não... Eu não sei o que dizer. Claro, quando você quiser.
Foi aí que ele me beijou. Aquele Deus grego me beijou em frente à porta da casa dos Jonas, e eu fiquei imaginando no lugar dele.
- Nos vemos amanhã. – ele disse, antes de partir.
Vi a cortina da janela da frente balançar e um vulto se afastar. Será que a estivera espiando a cena? De dentro da mansão Jonas? Mas é claro que ela estava. Ou era ela, ou um dos meninos.
Meu Deus, essas são as férias mais loucas que eu já tive, e elas mal começaram ainda.
- Me conta tudo! – a nem deixou eu entrar no quarto direito.
- Ué, você não estava na janela espiando? Deve saber contar tudo melhor do que eu!
- , eu não estava na janela. Eu tava no quarto do vendo ele tocar violão.
Como é que é?
- Enfim, a gente saiu, foi no cinema, deu uma volta na praia e ele me beijou. Na porta de casa. Exatamente como nos filmes. – dei um suspiro pensando na imagem de me beijando. Claro que eu sabia que havia sido Chad, e não , mas sonhar não custava nada.
- Ah, que perfeito. E quanto à figura na janela?
- Eu estive pensando nisso, mas é provável que eu tenha imaginado coisas.
- Ou era o .
- Ou eu imaginei coisas.
- Ou era o !
- Vamos mesmo continuar nessa discussão? Eu imaginei coisas e ponto final!
- Como você quiser, então. Só não se esqueça da possibilidade de ter sido o .
- Vai dormir, vai!
Deitamo-nos e apagamos a luz. Olhei para a cama de solteiro ao meu lado. dormia tranquilamente. Eles até haviam oferecido dois quartos, mas eu e gostávamos de conversar até dormir. Ela estava pegando no sono, e o meu ainda não havia nem dado sinal de aparecer. Fiquei presa em meus devaneios, pensando sobre a possibilidade de ter sido na janela, e em como eu queria que tivesse saído com hoje... Essas coisas me mantiveram acordada por umas três horas. E então, eu apaguei.
- Bom dia, ! – era a única pessoa do mundo que acordava de bom humor.
- Ah, me deixa, .
- , levanta vai! Temos que ir pra praia, esqueceu que você vai encontrar com o Chad?
- Eu vou?
- É, você vai, ele te mandou um sms ontem à noite.
- Ah, é, eu vou.
Levantei com todas as forças que reuni, pus um biquíni, um short jeans, uma regata branca, amarrei os cabelos e pus um óculos de sol.
- Hey, meninas! Comam e depois vamos para a praia. Bom dia, amor. – disse , beijando levemente.
- Bom dia, ! – disse , entrando na cozinha todo animado, pegando uma fatia de pão para comer. – e bom dia, cunhada!
- Hey, ! – falamos as duas juntas.
Comemos e seguimos para a praia (que, por sinal, era do outro lado da rua). e pegaram uma bola e ficaram jogando vôlei. Eu assistia ao jogo, e via os lindos músculos expostos de movimentando-se, deixando ele o homem mais lindo que eu já havia visto. O suor escorria pela pele dele, mas ao contrário do que achava possível, isso só o deixou ainda mais lindo.
- Não sabia que era uma admiradora de vôlei de praia. – ouvi uma voz atrás de mim.
- AH, CHAD! MEU DEUS, QUASE ME MATOU DO CORAÇÃO!
Ele riu de mim, e pelo visto não só o jogo dos Jonas, como também as atividades de todos ao meu redor cessaram, assistindo minha humilhação pública.
- Desculpe! Eu posso ir embora, se você quiser. Ou então podíamos caminhar!
- Hey, , quem é ele? – havia algo diferente no tom de voz do . Ele foi seco, frio...
- , esse é o Chad. Chad, esse é o .
- Hey, ! Vamos então, ?
- Aonde vocês vão?
- Caminhar. Divirtam-se no jogo de vocês. – sair de perto do sem camisa e suado era mais difícil do que quebrar um coco com uma bala Sete Belo.
Assim que nos afastamos, Chad puxou assunto.
- , você tem, teve ou deu a entender que teria algo com o ? Porque se sim, é melhor pararmos por aqui.
- Você está louco? Não, nunca! Por quê?
- Qual é, vai dizer que não reparou o ciúme dele quando me viu com você?
- Você deve ter imaginado coisas, ele não sente ciúme de mim.
- Se você diz... – falou, pegando em minha mão.
Novamente, a caminhada foi divertida. Dessa vez, os beijos foram mais frequentes. Em nenhum deles eu ouvi anjos cantando, nem vi pombas voando ou nada daquilo que Hollywood diz acontecer quando se beija quem se ama de verdade.
Quando cheguei em casa, tive mais uma vez que explicar os mínimos detalhes para . Expliquei onde almoçamos, até onde caminhamos, quantos beijos... Enfim, tudo. Ela tinha mais curiosidade do que sangue dentro do seu corpo.
- , o ficou com ciúme de você.
- Você também? O Chad insistiu nessa história hoje, mais cedo. Vocês tem a imaginação muito fértil, isso sim.
- , me escuta: depois que você saiu, ele começou a reclamar de “que amiga você é, deixando ele sozinho com esses dois melados”. Aí ele disse que precisava arranjar uma namorada logo, e depois ficou emburrado o resto do dia. Sério, se isso não é ciúme, eu não me chamo .
- , escuta você: eu não vou me iludir com o . Ele é demais pra mim, eu já me conformei. Sim, eu o amo. Sim, toda a vez que eu beijo Chad, estou pensando nele. Mas e daí? Não vai passar disso, tenho certeza.
- Eu sou tanto quanto você e o namora comigo.
- Desiste, . Eu não vou criar expectativas com ele. Ele não me quer, e vocês todos têm imaginação fértil.
Eu não sabia, mas estava do lado de fora da porta, escutando tudo.
- O que achou desse, ?
- É perfeito, ficou lindo em você, como todos os outros.
- Me ajuda, amiga! Poxa, eu tenho que encontrar um vestido legal!
- , encare os fatos: você fica linda com qualquer vestido. O que você tá esperando pra escolher? Que fique mal em algum deles?
- , é sério! Me diz, qual deles você gostou mais?
- Sei lá, , prova o próximo vai. – disse ela, jogando-me um vestido azul.
Eu provei. Ele tinha simplesmente sido feito para mim! Eu nunca havia visto um vestido tão lindo quanto aquele. Havia tiras bem finas, o busto era bordado em pedrinhas extremamente brilhantes, ele era apertado até a cintura, e caía solto até o joelho, igual ao caimento do vestido da Marilyn Monroe.
- É esse, vou levar.
- Eu vou ficar com esse preto mesmo.
Saímos da loja e fomos direto para a Starbucks. Achei que um donnut não cairia nada mal.
- Mas, , por que você queria o vestido perfeito, se você não tem esperanças com o ?
PQP, ela me pegou.
- Porque o vestido é meu, quero ele perfeito. – que desculpa mais idiota. Alguém me mata, por favor? – olha, , a verdade é que eu quero que ele me note, sabe? Eu quero que ele veja que eu posso ser a garota da vida dele. Mas eu não quero me iludir, sabe?
- , tá na cara que ele gosta de você! Você e o Chad estão saindo há três semanas e meia, e o está cada vez mais emburrado! Você percebeu que ele quase nem fala direito com você? Ele está...
- Vindo. Quieta.
- Oi, meninas! – , animado, deu um beijo demorado na namorada dele.
- Oi, . – eu disse, tentando esconder minha confusão mental.
- Que seja. – murmurou - , eu vou embora, ok?
- Mas, ...
- Fui. – ele virou e foi embora.
- , dá pra você ficar logo com o meu irmão? Ele está se tornando insuportável.
- Você também não, . – saí correndo atrás do .
- ! , O QUE FOI? – gritei, correndo e me aproximando dele.
- Nada, . Eu só quero ficar sozinho. – ele parecia magoado.
- , você não está normal. Há dias que você vem me evitando, sendo grosso comigo, andando por aí mal humorado. Eu quero de volta o do começo das férias!
- Mas esse é aquele , só que ele está cansado de fingir estar tudo bem, ok? Me deixa, por favor.
Eu fiquei parada, vendo ele se afastar lentamente. Uma lágrima rolou pelo meu rosto, machucando-me como uma navalha.
O homem da minha vida estava magoado, e pelo jeito era comigo. Será que eu havia estragado tudo? Será que ele gostava mesmo de mim? Não, não era possível.
Mas e se fosse?
A festa de aniversário dele. O motivo pelo qual estávamos em L.A. finalmente havia chegado. Eu estava desesperada, mas não ia deixar isso transparecer.
Queria telefonar para Chad e pedir pra ele não vir, mas não me deixou. Ela disse que, do jeito que estava me tratando, tratando a todos, ele merecia isso. E não deixava de ser verdade.
Coloquei meu vestido azul, meu sapato prata. Os cachos do meu cabelo estavam amarrados atrás, deixando pendentes ao lado do rosto apenas duas finas mechas. Minha maquiagem estava leve, porém chique. Em outras palavras, eu nunca havia me sentido tão bonita.
E eu e tínhamos sorte de a festa ser na mansão, porque andar na rua com aqueles sapatos era complicado.
- Posso entrar?
- Entra, Chad.
Meu Deus, Chad estava deslumbrante. Provavelmente seria o cara mais lindo de toda a festa.
Mesmo assim, não era meu .
- Amor, você está linda! – fazia uma semana que ele estava me chamando de amor. Meu estômago embrulhava só de ouvir.
- Você também, Chad.
- Vamos? – disse ele, oferecendo-me seu braço.
- Mas é claro! - Falei, sem muito ânimo.
Descemos. Estava tudo tão perfeito! A decoração, a mesa de salgados, os convidados... Estava tudo maravilhoso, até entrar pela porta. Ele tirou todo o brilho da festa. Com certeza Chad não chegava nem aos pés de . Nenhum deles chegava. O que mais doeu foi ver o olhar dele para mim. Era um misto de repulsa e mágoa... Aquilo me fez muito mal.
Fiquei conversando com . Meu Deus, eu não tinha visto ele as férias inteiras! Ele estava viajando a negócios, uma surpresa para os fãs, pelo que entendi.
- Ele está aqui? – estava descrente. Aproveitou enquanto Chad ia pegar bebida para vir me interrogar. – Sério que você trouxe ele, ? Pro aniversário do cara que te ama? Aliás, do cara que você também ama?
- , eu...
- Isso não foi legal da sua parte, . Você está iludindo Chad e privando-se da chance de ficar com quem você ama, com quem também ama você.
- O tem razão, , tá na cara que você ama o , ok? Isso é muito óbvio. – disse .
- Como você sabe?
- Como o disse, tá na sua cara, garota. Olha, a tá vindo aí. Conversa com ela, e ela vai te dizer exatamente a mesma coisa.
- Nem precisa repetir a história. Pela cara de vocês eu entendi tudo. Sim, , todos já sabem que você ama o , menos o Chad e o . E todos sabem que o ama você, menos você e o .
- sempre foi o mais perdido. – disse . – Mas, enfim, , faz o seguinte: vai lá e diz pro Chad que você não quer mais nada com ele e depois vai falar com o . Ele está magoado, e você sabe disso.
- Sabe, , você está certo. Não é certo o que eu estou fazendo com o Chad. Muito menos o que estou fazendo comigo mesma. Muito obrigada! – disse, abraçando-o.
Assim que Chad voltou, eu o chamei para a sacada que havia na mansão.
- Chad, eu tenho que te dizer uma coisa.
- O que foi, amor?
- Para de me chamar assim, Chad, isso não ajuda em nada. Sabe, isso, essa coisa, nós dois... Não vai dar certo. Eu sinto muito, mas eu não consigo mais. Eu tentei muito, e eu me diverti ainda mais nesse tempo todo, mas não dá. Eu não posso mais ficar com você.
- É o , não é?
- É, infelizmente é. Eu simplesmente não consigo ser sua, porque o tempo todo tudo o que eu quero é ser dele. Sabe, dói demais isso, e eu não queria te magoar, mas eu realmente achei que eu pudesse enfrentar essa barra... Só que eu não consegui e...
- Shhh! – ele pôs o dedo nos meus lábios, aquietando-me. – sabe que você fica muito falante quando se sente culpada? – ele deu um sorriso torto que fez minhas pernas bambearem. – , eu sempre soube que você o amava, mas fui teimoso ao ponto de continuar insistindo. E sempre soube que ele também amava você, por mais que ambos sejam orgulhosos demais pra admitir. E vocês são feitos um para o outro.
- Mas você...
- Se você vai perguntar se eu estou magoado, a resposta é: sim, eu estou. Mas não com você. Comigo mesmo, por não ser bom o suficiente. Eu sei como é o coração, a gente não manda nos nossos sentimentos. Eu entendo isso. Só quero que saiba que nossa amizade continua, e que se você precisar de algo, ou um dia mudar de ideia, eu estarei aqui.
- Você é um doce, Chad.
- É, eu sei. Pena que ser um doce às vezes não é o suficiente.
Ele me deu um beijo na bochecha. Depois, afastou-se, em direção à porta. Quando ele virou para me olhar pela última vez, vi mágoa em seus intensos olhos verdes, mas no fundo, isso tinha que ser feito. E eu sabia que ele ia se recuperar, e logo estaria alegre e espontâneo como sempre fora.
- O que há de errado comigo? Por que eu não consigo amar quem me ama? – disse para mim mesma, apoiando-me com os cotovelos no corrimão, observando a paisagem do lado de fora, absorta em pensamentos.
Minha confusão mental era louvável, se me permitem afirmar.
- Eu sei como é isso. Estou passando exatamente por isso. – disse , parando ao meu lado. Ele estava tão lindo... Aqueles cabelos, aqueles olhos, o aroma que a pele dele deixava no ar... Tudo nele encantava-me. – Olha, , me desculpa por meu comportamento ridículo e inaceitável nos últimos dias.
- , não precisa...
- Shhh. – ele repetiu o movimento de Chad, pôs os dedos em meus lábios, aproximando-se de mim. Estávamos frente a frente agora. – Se você não me deixar terminar agora, pode ser que eu não tenha mais coragem de falar. Olha, eu fui um completo idiota, eu sei. Mas a culpa não foi minha.
Eu me exaltei. Do que ele estava falando? Estava querendo por a culpa em mim?
- AH, E A CULPA É DE QUEM, ENTÃO?
- Do meu coração, . - Ok, aquilo me chocou. - , eu te amo. Te amei desde o princípio. E eu teria dito isso antes, mas você saía toda animada com aquele tal de Chad. Vocês começaram a se ver com mais frequência, e eu estava perdendo você... E ao invés de falar pra você isso tudo, eu agi como um grosso. Eu só quero saber se você me perdoa.
- , você tem certeza...
- , dá uma chance pra mim? A única coisa que tenho certeza nesse momento é meu amor por você. Seria isso suficiente para fazer você me dar a chance de te fazer feliz?
- , eu nem sei o que dizer, eu... – a decepção foi tomando sua doce face. Por que ele estava se decepcionando antes da resposta? – eu aceito te dar essa chance, . Eu te amo, te amo cada dia mais... Sempre te amei, sempre foi você.
Nenhuma palavra mais foi dita. A face dele, banhada pela luz do luar, aproximava-se da minha cada vez mais, até estarmos a apenas alguns centímetros de distância. E então, a urgência dominou-me, e eu preenchi o espaço entre nós. Enrolei meus dedos em seus cabelos, enquanto minha outra mão pousava sobre o ombro dele. As mãos dele passeavam livremente por minha cintura, deixando um rastro de fogo por onde passavam. Foi, definitivamente, o melhor beijo da minha vida.
Afastamo-nos quando estávamos os dois arfando.
- E agora, seremos um casal grudentos como a e o ?
- Se você quiser, por mim tudo bem. – E, então, ele me beijou novamente.
E de repente, a confusão mental dissipou-se, dando lugar a um pensamento apenas: eu estava no lugar onde sempre quis estar.
FIM
n/a: Enfim, espero que tenham gostado.
Essa foi minha primeira fic interativa, por isso peço desculpas qualquer coisa.
Muito obrigada por lerem, pois sem leitores de nada adiantaria escrever fanfics.
Para quem quiser, o link do meu blog é Anything But Ordinary, e o twitter @JuuhBegnini.
Enfim, beijos para todos.
Juh