I Miss U
Por: Stelah
Beta: Nelloba Jones


*** null's P.O.V. ***

- Alô, null? Sim, cara, já estou indo… Eu estou esperando uma amiga,vai demorar um pouco. - null não parava de me ligar, eles esperavam no Drink & Song, um dos nossos bares prediletos.
Eu estava esperando null. Nós nos conhecemos numa dessas festas da gravadora, ela fazia uma matéria para o seu programa de TV, Hi!Celebrity. Depois da entrevista, conversamos e tomamos uma bebida de morango.
- Demorei? - ela disse ao entrar no carro. - Você sabe, null não queria ficar com a babá e começou a fazer escândalo.
- Fique tranqüila, eu entendo. - eu disse ligando o carro.
-E a Jéssica?
-É... nós estamos brigados, ela quis dar um tempo...
- Sério? Nossa, mas acredito que vocês voltam logo, vocês se amam, não é mesmo?
Balancei a cabeça, concordando com null.
Quando chegamos ao bar, todos olharam espantados. Logo que null foi ao banheiro, null, o mais descarado, comentou:
-Tá bem na fita, hein! Quem é a gata?
- Que isso, gente, eu amo a Jéssica. - respondi.
- Então é tipo, uma ficante? Se for, depois doa pra mim. - null parecia entusiasmado.
Logo quando fui me explicar, ela chegou e mudamos de assunto.

Alguns dias se passaram, mas os caras ainda comentavam isso, eles achavam que tínhamos um relacionamento.
null foi o único que não comentou sobre o assunto, achei que ele estivesse afim da garota, e numa oportunidade em que estávamos sozinhos, decidi abrir o jogo:
- O que você acha da null?
- Por que está me perguntando isso, null?
- Sei lá, só pra saber...
- Você está afim dela, também...
- Qual o seu problema, null?
- Quer saber? Ela é incrível e não merece um cara como você, null!
- Ela não merece alguém como você, canalha! – gritei, calando null. - Você é um lixo, não tem um pingo de honra, não pode ser chamado de homem, seu covarde!
- Parabéns, Sr.Verdade. Você é sempre o dono da razão. - null se virou.
- Pode não ser sempre, mas hoje eu sei que tenho razão. - segurei o braço de null com força. - É ela, cara.
- Do que você está falando? Cara, você deve estar bêbado.
- Ela é a null, a mãe do... - antes que eu terminasse, null se ajoelhou no chão.
null começou a tremer, ficou pálido e seus olhos ficaram cheios d’água. Ele desmaiou.
Gritei e os meninos me ajudaram a socorrê-lo. Após alguns minutos, null acordou:
- Ela se lembra de mim? Eu quero ver meu filho. Você está saindo com ela?
- null, eu não tenho certeza. Eu não saí com ela, fica de boa. Mas o nome é o mesmo, e pelo que sei, ela tem um filho da idade que teria o seu...
- Você viu meu filho? Como ele é? Como ele se chama?
- Não o vi, mas sei que o nome dele é null. Ela disse que ele é incrível, ele sabe tocar null, que nem você, e é o craque do time de futebol da escola.
Arranquei um sorriso enorme de null, que dormiu um tanto mais tranqüilo.

*** null’s P.O.V. ***

Quando acordei, senti o peso de todos os oito anos sem null em minhas costas.
Acordei null e pedi que ele marcasse um encontro com null, sem que ela soubesse que eu iria em seu lugar.
Ela estava no local combinado, e vestia um vestido azul metálico. Quando me viu, ela se levantou e tentou fugir.
Corri atrás dela e puxei-a pelo braço:
- Eu estou aqui agora, Stéh.
- Não, null. Não preciso de você aqui agora. Eu sempre carreguei o nosso amor nas costas, mas dessa vez, não.
- Você estava tão perto esse tempo todo. Por que se escondeu de mim?
- Eu que pergunto, por que nunca procurou por mim e por seu filho? Bem, não devemos mais satisfações um pro outro.
- Mas null é meu filho, e você não vai tirar ele de mim!
Ela parou, e com os olhos cheios de lágrimas, olhou intensamente em meus olhos:
- Ele não precisa de você agora.
- Stéh, eu só quero ver ele.
- Eu vou tentar, null. Eu juro que vou tentar. - ela disse partindo.
Voltei para casa e null me encheu de perguntas:
- Como foi? O que ela disse? Você viu o null?
- Não null, não. - eu disse ao me sentar.

*** null’s P.O.V. ***

Passei por alguns sinais vermelhos, mal pude notar. As lágrimas embaçavam minha vista e eu só pensava em ir para casa e abraçar meu filho.
Abri a porta e null estava a minha espera. Ele me recebeu com um abraço apertado, como sempre fazia.
Fiz pipoca e assistimos a um filme. Sempre que fazíamos isso, null perguntava do pai, ele sentia muito a falta de um amigo, um companheiro, papel que null nunca fez.
- Mãe, quando o papai volta?
- Já disse que ele está viajando, querido.
- Mas eu o quero, mamãe. Os pais de todos os meus coleguinhas vão a seus aniversários, e eu queria que papai estivesse no meu.
- Logo, logo ele chega. Tenho certeza que ele estará para seu aniversário. Por que não escreve pra ele?
- Eba, vou escrever pro papai. - ele disse cantarolando enquanto subia as escadas à procura de algumas canetinhas coloridas e uma folha de papel.
Separei algumas fotos de null e mandei para null por correio, junto com a carta que nosso filho escreveu.

*** null’s P.O.V. ***

- null tem carta pra você! - gritou null.
Levantei correndo, de cueca, peguei a carta e me sentei no sofá. Todos se aproximaram de mim para ver. Dentro do envelope, um papel que dizia:

De: null null

Para: Papai

null, Mamãe disse que se chama assim, ela também disse que você está viajando. Promete que quando voltar vamos jogar futebol?
Sabia que daqui alguns dias eu faço oito anos? Eu posso pedir um presente? Eu queria um vídeo-game novo, mas não fala pra mamãe, porque ela sempre compra as coisas que peço pra você.
Eu sei tocar null igual você pai! E eu também sei tocar violão muito bem. A mamãe me ensinou a tocar uma música que ela disse que você sabe tocar, se chama “Perfect”, quando você voltar eu toco pra você ouvir.
Esse é meu desenho quando você não está aqui: =´(
A chata da mamãe quer que eu vá dormir. Beijo, te amo tá?


null null



Enxugando algumas singelas lágrimas, peguei algumas fotos que vieram junto com a carta no envelope. Eram fotos de null, ele tinha um sorriso lindo, os “caras” disseram que ele era muito parecido comigo.
- Ele é lindo, null! - minha irmã parecia orgulhosa do sobrinho.
- Olha ele tocando null! - null gritou.
- Nossa! Tá fazendo a mesma cara que o null quando toca. -null me abraçou, rindo.
Sorri e peguei a caneta mais próxima, escrevi para meu filho.

De: null null

Para: null

Filho, mamãe não mentiu quando disse que estou viajando, mas prometo que quando voltar, vamos brincar de tudo que quiser.
Não me esqueci de seu aniversário e vou entregar o seu presente junto com todos os outros que não pude lhe dar pessoalmente.
Irei te visitar quando sua mãe permitir, se quiser, claro.
Saiba que eu te amo muito (amo a mamãe também, mas é segredo nosso), e não vivo sem vocês dois.
Um beijão do papai!


PS: Trate de colocar um sorriso nessa carinha de null! =D

null null



*** null’s P.O.V. ***

null respondeu a carta mais depressa do que imaginei, o que me fez acreditar que ele realmente queria null por perto.
- Mãe, mãe! Olha, ele respondeu. - gritou null, segurando a carta com força, como se ela pudesse fugir.
O garoto leu a carta com os olhos brilhando, e quando terminou, se virou com um sorriso enorme:
- Assim tá bom, mãezinha?
- O que é isso, null? - eu disse em meio a gargalhadas.
- Pareço feliz? Papai disse que tenho que sorrir mais...
- Pára com isso, null!
- Acha que tenho cara de null? Papai disse que tenho cara de null.
- Desisto! Além de cara de null, você é bobinho igual o seu pai.
- Você errou a palavra mamãe. Não é bobinho, é gatinho.

*** null’s P.O.V. ***

- O que queria falar pra mim? - dei um susto em null, meio que sem querer, que jogava vídeo-game com null.
Ele pausou o jogo e me levou para um canto da sala:
- Cara, ouvi a Jéssica falando com a null no celular ontem.
- E o que elas estavam dizendo?
- Sei lá, que ela ia levar o null no shopping umas 2 horas da tarde. Alguma coisa desse gênero.
- Mas hoje?
- É, às 2 horas.
- E que horas são agora?
- 2:03!
Peguei minha carteira e dirigi até o shopping.
Chegando lá, procurei por todas as lojas, mas não a encontrei, então liguei para null:
- Não, eu não a vi em nenhum lugar!
- Ela não está aí!
- Mas você disse...
- Ela ia sair com a Jéssica e deixar o null com o... - antes que ele terminasse, desliguei o telefone.
Vi o meu garoto numa livraria junto com um cara que não conhecia. Corri desesperadamente e antes que pudesse falar algo, esse cara me segurou:
- Saia de perto do garoto!
- Ele é meu filho e nenhum palhaço como você vai me impedir de falar com ele.
O cara riu e chamou os seguranças da loja, alegando ser pai de null. Enquanto quatro homens me colocavam para fora, null, que assistia a cena assustado, enxugava as lágrimas em seu rosto.

*** null’s P.O.V. ***

- O que foi, moleque? Por que está chorando?
- Por que mandou meu pai embora?
- Sou eu quem faço as perguntas aqui, pirralho. Agora, vamos! - eu disse, puxando o braço de null.
- Eu não vou! - o pirralho gritou enquanto corria até a saída do shopping.

*** null’s P.O.V. ***

Quando abri a porta do carro, vi null correndo em minha direção pelo retrovisor.
O garoto me abraçou forte e disse:
- Eu te amo, papai.
Foi o momento mais precioso de toda a minha vida.
Coloquei null no carro e fomos para um campo de futebol.
Quando descemos, null me deu um belo sorriso, como o de sua mãe. Caminhamos até a trave do gol e ele questionou:
- Como agente vai jogar sem bola?
- Boa pergunta... - eu ri.
- Olha, a mamãe também veio jogar! - ele disse olhando para um carro nobre e preto.
null desceu do carro e se aproximou:
- Você desobedeceu ao null de novo, null? Já para o carro, vamos conversar quando chegarmos em casa! - ela gritou enquanto segurava o braço do garoto.
Ela esperou null entrar no carro para poder tirar satisfações comigo:
- O que está fazendo com meu filho, null?
- Que ótimo, você, me chamou pelo apelido...
- Eu estou falando sério! - ela disse me dando um tapa no rosto.
- É só um direito meu, querida.
Puxei null e a beijei. Mas ela me empurrou furiosa.
- Não está saindo com aquele cara, está?
- É só um direito meu, querido.
- Eu sei que ele não é tão bom quanto eu. - gritei enquanto ela entrava no carro.
Fiquei por lá até escurecer. Depois, fui dormir em um hotel, precisava de um tempo sozinho.

*** null’s P.O.V. ***

Ao chegar em casa, coloquei null de castigo, sem mais explicações.
Durante a noite, fiquei pensando em null e o quanto ele ainda me provocava suspiros. Mas há feridas que nem o tempo pode fechar.
Desci as escadas e null me esperava na sala de entrada. Ele era um dos homens mais desejados da cidade.
Ficamos um tempão sentados no sofá, nada mais que um beijo, apenas um.

*** null’s P.O.V. ***

Os meses se passaram e null autorizava minhas visitas ao null nos sábados.
Jogávamos futebol, vídeo-game, paquerávamos as garotas no parque, tudo que tínhamos direito!
null dizia que se divertia muito, eu sentia o mesmo. O ruim era ter que ouvir suas reclamações sobre o tal de null (eu queria esganá-lo), ele perguntava o motivo de eu deixar aquele canalha beijar minha esposa. Eu expliquei para ele, mas ele é teimoso, puro sangue null.

Um dia, depois de um show do SP, encontrei null e null numa boate. Ela negava seus beijos e ele parecia estar furioso.
Corri em direção a eles e dei um soco no rosto de null. Aquele filho da puta estava agarrando e agredindo minha esposa... Tá legal, ex-esposa.
Irritado, ele tentou revidar, mas fui mais rápido. Com um gancho, arranquei sangue de sua boca.
null ficou em silêncio, parada, enquanto null e null tentavam separar a briga.

*** null’s P.O.V. ***

null e null levaram null para fora.
Confesso que após aquela humilhação toda, me senti protegida e amada novamente. Era estranho pensar que aquele cara que me defendeu, que estava lutando por mim, em todos os sentidos, era null, o garoto que me deixou grávida em Montreal.
null colocou minha blusa em meus ombros e me abraçou:
- Força!
Era a palavra que eu precisava ouvir. Corri a procura null. Ele estava do lado de fora, conversando com os outros guys.
- null! - gritei.
Ele se virou, esperando palavras de ódio ou reprovação.
- Eu ainda te amo. - eu disse, abraçando-o.
- Eu juro que senti sua falta todo esse tempo. - null me puxou para um beijo, bem estilo “null”.

“Após todas as idas e vindas, o sofrimento, a saudade, a dor, a mágoa,veio o perdão. Mas, e o amor? Onde ele está?

O amor sempre esteve e sempre estará conosco. Não importa os obstáculos, o amor sempre prevalecerá!

Promete que não vai desistir de AMAR?”

Para os erros, perdão. Para os fracassos, uma nova chance. Para amores impossíveis, o tempo.


Fim



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