Faltava pouco tempo para o show. Estava no camarim afinando o violão, até que uma empregada chegou para colocar as toalhas na mesa. Uma empregada cheia de curvas, com um uniforme meio curto... estranho.
Não era uma empregada. Era ela.
Soltou o cabelo presos no coque e jogou para um lado.
- Não, , agora não, vai embora por favor, eu tenho um show pra fazer. - andava em direção a uma parede, sem perceber.
- Eu não fiquei uma delícia de empregada, ? - ela se aproximava.
- , para, por favor. - eu falava desesperado.
- Eu sabia que você ia adorar! - ela falava enquanto me puxava contra o seu corpo.
Ela beijava o lóbulo da minha orelha. Cedi, era meu ponto fraco.
- E essa porta tá trancada? -eu falava enquanto ela beijava o meu pescoço e as minhas mãos passeavam pelas suas pernas.
- Sim, a chave está na porta. - ela me calou com mais um beijo.
- , só faltam três minutos. - me chamava.
- Ahnnn tá, vai lá e arrasa.
- HEY! Para me apertar, sua tarada.
- E você é um santo, não é?
- Tchau. - dei mais um beijo nela - Vê se não some, fica com a gente.
- Vou ver se posso. Anda, vai!
Saí do camarim correndo e fui direto para o palco, onde meus irmãos me esperavam.
Cap. 1
Flashback On
As férias de verão acabaram e tudo começou outra vez. Agora eu estou no segundo ano, mas isso não muda nada, afinal. Eu vou ser aquele mesmo nerd ignorado pela escola quase inteira e que as garotas saem de perto, principalmente por Melanie, minha paixão platônica.
Cheguei ao meu armário, onde um garoto popular derrubou os livros e cadernos que estavam em minhas mãos. Juntei tudo e ouvi o início da música Toxic, da Britney. E reparei nos pés vestidos com uma sandália alta rosa, com uma flor cobrindo alguns dedos dos pés, que eram acompanhados por um par de pernas incríveis mostrada por um short branco um pouco curto. Junto com uma blusa de listras coloridas de frente única. Ela tinha um belo sorriso no rosto levemente maquiado.
- Olha, fofinho, você pode olhar as minhas pernas à vontade, mas toma cuidado para os seus olhos não pularem nelas.
- Ah, er... - me disse levantando – desculpa.
- Normal, cara. Meu nome é .
- O meu é , mas pode me chamar de .
- Hm, e você pode me chamar de , você é legal. - ela disse abrindo o armário - ai, cadê o meu horário?? No Brasil era mais fácil.
- Wow, uma novata brasileira falando comigo, que honra!
Outro sorriso enorme. Eu não estava lá muito acostumado com isso, principalmente na escola.
- Bom, qual é o número do seu horário, ?
- Quatro.
Minha vez de abrir um sorriso gigante.
- É o mesmo que o meu!
- Bate aqui, ! - andamos em direção à sala.
- E então, por que você não veio na primeira semana?
- Trotes de início de ano letivo.
- Ahn. Meu pai pediu para proibirem, pelo menos para mim. Até teve uns que tentaram, mas eu falei: "Eu NÃO quero participar da PORRA do trote. Vou ter que dar golpes de capoeira pra fazer vocês entenderem?" Aí eles saíram correndo! - quase morri de rir do jeito que ela falava a história, falando com as mãos.
- Eu até sei quem são! Vou preferir ser seu amigo, é mais... seguro.
Os caras que tentaram o trote eram enormes. Fiquei imaginado o medo deles.
- Chegamos! , eu não vou ficar sempre junto nas aulas, é tanta gente para falar! Mas eu vou estar sempre por perto! Tchau!
Ela se sentou com aquele grupo de garotas que me ignoravam. A Mel começou a falar com ela.
- Heey, senta aqui, .
- Você tava falando com aquilo?
- Aquilo se chama , Ash.
- Sei lá ele é tão... - ela me olhava - estranho.
- Esse negócios de vocês não falarem com os nerds é uma bobagem sem tamanho. Vamos mudar de assunto, eu não quero discutir com ninguém.
(...)
No refeitório, ela conversou com outras pessoas e andou para a nossa mesa. Enquanto se aproximava da mesa, vários olhares de reprovação a cercavam. Ela colocou a bandeja na mesa e revirou os olhos.
- QUAL É O PROBLEMA DE SENTAR NESSA MESA? ALGUÉM QUER RESPONDER EM VOZ ALTA O MOTIVO? - ela falava com o refeitório inteiro que ficou em silêncio.
- WOOW - foi a única coisa que nós quatro conseguimos dizer.
- Eu sou poderosa, não é? - ela se sentou e abriu a coca.
- Ahaaam.
Bom, agora eu não era o único que ficava abobalhado perto dela.
- E então, ? Me apresenta!
- Bom, , esse é o Matt e esses dois são meus irmãos e .
Matt era tão nerd quanto eu. Já e , eram mais "normais".
- Irmãos, que legal!
- E nós temos uma banda chamada Jonas Brothers.
- Vou ser a fã nº 1, . E o Matt?
- Ele arranja lugares para a gente tocar.
- Tipo empresário? OOLHA, empresário da próxima maior banda jovem do mundo!
- Ah, que isso, ...
- Por que não, ? Se for para sonhar, que seja alto!
Cap. 2
's POV
Observei nessas semanas como as pessoas se enganam com as aparências e como deixam de conhecer pessoas tão legais por motivos bobos. Isso me deixa... mexida. Garotos populares que acham lindo zoar outros alunos. Em meio a tudo isso, conheci pessoas fofas e simpáticas nesse colégio onde já dizem que tenho uma forte influência sobre os meus colegas.
era incrível, mas se escondia no cabelo meio bagunçado, na roupa certinha. Ele até queria mudar, mas tinha um certo medo. Eu percebia que a única menina que falava com ele era eu e isso o incomodava.
Era terça-feira e já havia duas semanas que eu o conhecia. E eu precisava de uma pessoa que nos ajudasse. Peguei a Esther, uma yorkshire que a Amy esqueceu na minha casa (sim, ela consegue fazer esse tipo de coisa), e fui ao McDonald’s com ela para tomar um Top Sundae. Meu sorriso se abriu: encontrei a pessoa que ajudaria com o , na parte externa da lanchonete. Peguei o meu sorvete e me aproximei sem que ninguém percebesse.
- Hey!
- OI!! - eles fizeram coro.
- Você é a Melanie ou a ?
- A , mãe. - falou.
- AHNN...Na verdade, eu acho você mais legal que essa outra aí! - a gente riu muito.
- A senhora é...
- Denise, só não me chama de senhora, eu não gosto.
- Nem eu!
Eles saíram para pagar o lanche.
- Bom, Denise, eu preciso conversar contigo.
- Claro, eles já vão na frente mesmo. ! Vai pra casa na frente, depois eu vou.
Eles foram embora e eu comecei a falar.
- Seus filhos são incríveis, especialmente o !
- Ah, obrigada!
- Ele sempre foi assim, tão... tímido?
- Ô, até demais, ele até tenta vencer isso, mas...
- hmm, eu acho que ele se esconde um pouco também... - joguei uma indireta.
- Nas roupas, cabelo... eu até tentei mudar isso.
- Tem garota que nem fala com ele...
- Bando de burras. - falamos juntas.
- Quem sabe uma ajuda de uma estrangeira resolve isso?
- Você tem um plano?
Assenti com a cabeça
A semana passou voando! Já era sexta-feira e eu precisava colocar o meu plano em ação.
- AULA DE MATEMÁTICA! Agora é hora de falar com você.
- Você só se aproveita de mim, hã? Sempre perto de mim nas aulas de exatas, nas outras...
- E pra que serve um BFF nerd, hein?
- Aproveitadora!
- Eu sei, honey. Você tá ocupado no sábado?
- Não... Bem, tem o ensaio da banda, mas é só às seis da tarde.
- Perfeito. Vamos ao shopping e depois ao ensaio.
Os seus olhos denunciavam que ele estava quicando por dentro!
- Então combinado, . A gente se encontra no ponto de ônibus e eu vou te buscar com o carro.
- Ahn, não, vamos de ônibus. Vamos combater o aquecimento global.
Ele fez uma cara estranha de desconfiado.
- Tá né, se você prefere... Essa conta tá errada, .
(...)
Sábado havia chegado e as horas passavam numa velocidade assustadora, afinal eu tinha acordado tarde. Abri o guarda-roupa e escolhi um vestido verde-bebê, que tinha uma fita que amarrava no pescoço e começava no decote com bojo. Era acima do joelho, não muito colado ao corpo. Passei um delineador, rímel e um gloss levemente dourado.
Cheguei ao ponto e comecei a ouvir uma música no celular (Out From Under - Britney). Uma pessoa chegou e me olhou de baixo para cima, como sempre.
- Voz bonita, ! A roupa então...
- Ah, obrigada! Eu amei a calça jeans e o all-star.
Sinal que ele estava se esforçando. O que matava era a camisa...
Fiz sinal para o ônibus.
As pessoas que estavam nele olhavam com estranheza os dois passageiros. "Como esse cara todo estranho conseguiu uma gata dessa?" olhares diziam. sorria, satisfeito.
Chegamos ao ponto e fomos até a saída do ônibus.
- Sabe, , meus óculos estão largos. Estranho né?
- Nossa, muito.
Enquanto ele descia a escada, o ônibus deu uma arrancada o que fez os óculos dele voarem para o meio-fio. Isso foi melhor do que eu imaginava!
- MEUS ÓCULOS!
Cap. 3
- Calma, . - eu segurava o braço dele.
- Eu acho que ele está na calçada! - falou, totalmente cego.
Chutei os óculos para a rua discretamente.
- O seu óculos já era. Acabou de ser atropelado duas vezes.
- AI, MAS QUE MERDA!- ele respirou – Desculpa, .
- Tudo bem, eu entendo. Segura a minha mão e confia em mim.
Entrei no shopping para concluir a segunda parte do meu plano maléfico. Ao chegarmos perto de um salão, eu inventei uma desculpa para entrar.
- Er, a Mel tá vindo em nossa direção, .
- OMG, é muito castigo para um dia só. Me esconde, ela não pode me ver cego.
- Claro! - levei para o salão - Senta nessa cadeira.
Era uma cadeira que estava no fundo do salão, para o caso de algum conhecido passar. A dona do salão era Sally, mãe de uma amigona da escola, que tem o mesmo nome que ela. Eu já tinha explicado o caso do , o tipo de cabelo, qual corte ficaria legal...
- Ela entrou no salão.
- Então pede para alguém fingir que está cortando o cabelo, eu pago, vai lá !- ele falava desesperado, tadinho...
- Pronto, achei. - pisquei para Sally - Obrigada por fazer esse favor, moça!
Fui para o sofá do salão, que estava meio cheio. Pouco tempo depois, advinha quem apareceu lá?
- Amiga, você por aqui? - abracei Melanie, fazendo com que ela ficasse de costas para o fundo do salão.
- Pois é, Mel, resolvi fazer uma coisinha...mas tá meio cheio o salão.
- Ah, mas vale a pena. Que tal fazer alguma coisinha com formol? Vai ficar lindo!
Formol no meu cabelo? Que naja!
- Não, meu bem, acho que só vou fazer uma reconstrução capilar... Meu cabelo adora isso!
- Ahn, tá bom então. Acho que vou dar uma voltinha para ver se esvazia um pouco esse salão! Tchau.
- Bye, Melzita!
Fui em direção à cadeira do , depois de ter pagado o corte.
- Pronto, ela já foi!
- Ufa, ainda bem! - ele passou a mão no cabelo - Engraçado, parece que tem menos cabelo.
Ele parecia outra pessoa. Consegui disfarçar a minha reação na voz, embora meus olhos mostrassem isso. Sorte que ele estava cego.
- Ah, impressão sua. Agora vem, preciso fazer você enxergar.
Chegamos à ótica que era no outro lado do shopping. Fiz com que ele se sentasse e pedi as lentes que eu havia encomendado.
- , abre os olhos. - pedi para ele - Olha para cima.
A atendente colocou as lentes
- Ai, graças a Deus, tô enxergando de novo! Obrigada, !
Ele me olhou de novo. Principalmente para as pernas e o decote.
- Imagina, .
Agora dava para ver como ele ficou. Uma boca linda, desenhada, um nariz perfeito e olhos puros, bonitos, com luz. Sedutores.
- Er..., por que você tá me olhando desse jeito?
Peguei o espelho da mesa.
- Por causa disso. - virei o espelho para ele.
- Meus óculos...Meu cabelo...
- Eu vou ser bem clara: Eu fiz você ficar cego. Pedi pra sua mãe alargar os óculos sem que você percebesse. E eu fiz questão de vir de ônibus para que seus óculos caíssem enquanto saísse dele. E falei que a Mel estava no shopping só para fazer você entrar no salão. O pior é que ela apareceu mesmo... Mas não te viu.
Ele ouviu tudo em silêncio, sério. E saiu da ótica.
Cap. 4
- Olha, , eu sei como você deve estar se sentindo. - eu andava atrás dele - Mas foi necessário. Mas se você quiser voltar a ser aquele rejeitado de antes tudo bem, tá? Eu vou sumir, desaparecer da sua vida agora mesmo!
Ele não parou de andar, mesmo estando meio desorientado. Eu lutava com as duas lágrimas que queriam cair. Peguei as duas com os dedos e voltei para a ótica.
- Que pena que não deu certo, . Ele ia ficar mais lindo do que já estava.
- Ah, tudo bem. Eu tentei ajudar. - abri a carteira. Mas pouco tempo depois estava do meu lado.
- Me desculpa, ? Vou continuar com tudo isso.
- Por quê?
- Já tão quase tirando a minha roupa só de me olhar, tá dando medo!
Fiquei com pena, afinal ele não estava nada acostumado com isso, né.
- Deixa que eu te protejo dessas taradas, . E aí? Vamos escolher óculos novos?
- Cabelo, óculos, sapatos e tênis... Agora a gente vai pra minha parte favorita: ROUPAS!
Comecei a pegar as roupas que eu achava que ficariam boas nele.
- Calça skinny? Não é meio gay não?
- Claro que não, seus irmãos usam.
- É por isso mesmo que eu estou perguntando.
- Tá, chega. Vai para o provador e veste essas roupas, na ordem que eu deixei. - eu ia empurrando ele para o provador mais distante, assim como no salão.
Cada roupa escolhida era como uma revelação. E por incrível que pareça, ajudou muito gostando de tudo.
- Pronto!
- Lindo também. Vai levar!
- Er..., já tá acabando? É que isso tá cansando e eu já vesti um monte de roupa.
- Mas eram as últimas mesmo,. Já decidiu com o que vai vestir depois que eu pagar tudo?
- Aham.
- Então se veste rápido e vamos embora.
(...)
Ele estava um tempão lá, pelo menos para mim parecia. Me levantei da cadeira e andei até a cabine. Abri a cortina.
- Se for possível você se vestir logo eu agrad...
Simplesmente perdi o autocontrole. Empurrei para dentro da cabine, puxei ele para mim e o beijei.
/'s POV
Cap. 5
Aquela reação foi uma surpresa para mim.
Na verdade, eu tinha uma queda por ela, mesmo gostando da Mel. Isso não importava muito no momento, e sim o que estava acontecendo naquele momento.
- , anda logo. Já são 4h50 e o ensaio é as 6.
Ela pagou as coisas e eu coloquei uma das roupas novas. Finalmente ela quebrou o silêncio.
- Wow, perfeito. Vem comigo.
Agora além de quase tirarem a minha roupa com os olhos, fuzilavam a , invejando-a. O contrário também acontecia muito.
- Legal isso, né?
- Eu tô amando.
- Então vai lá comprar uns salgadinhos e um copão de pão-de-queijo pra mim. Se você quiser compra outro, tá?
- Tá bom, . Que mão fechada você!
- Eu não, só não quero dividir, ué. Entra na fila que eu te espero por perto.
Fiz isso e alguém me chamou.
- Hey, gato.
- Oi, Melanie, tudo bem? - era a primeira vez que eu realmente falava com ela.
- Como você sabe meu nome?
- Deve ser por que eu estudo na mesma escola que você. Eu sou o , lembra?
- Não, peraí! O nerd? - eu assenti com a cabeça - Mas você tá tão diferente... Mais bonito.
- Vamos dizer assim que eu ajudei. - apareceu do nada.
- Próximo? Qual é o seu pedido, delícia? - a atendente foi duplamente fuzilada.
- Salgadinhos e dois copões de pão-de-queijo, pra viagem.
- A gente se fala, . Tchau, !
- Tchau, Mel. - só a respondeu.
Ela pegou o que eu pedi e fomos em direção à saída do shopping.
- Nem acredita que ela falou com você, não é?
- Ela me chamou de gato... - disse, completamente retardado.
- Só gato? Isso é uma ofensa. - eu ri - Amor platônico por ela, acertei?
- É.
- E uma queda de andares junto com atração física por mim.
Fiquei vermelho. Como ela sabia disso?
- Quando a sua mãe falou da Mel e de mim, eu meio que tinha percebido isso.
O ônibus chegou e nos sentamos no alto, perto da porta.
- A parte da atração física eu percebi naquela hora. Desculpa, tá?
- Tudo bem.
- Também, você tava todo gostoso, só de boxer pr...
As pessoas do ônibus se viraram para ouvir a conversa. Peguei rapidamente um óculos escuro tipo aviador que compramos.
- Ser for possível falar mais baixo, eu agradeço.
- Foi mal.
- Eu nunca pensei que o meu primeiro beijo seria daquele jeito.
- SEU PRMEIRO BEIJO? CÉÉÉÉÉUS!
Todo mundo no ônibus ficou abismado. Até o motorista.
- Ops, fiz de novo. Melhor a gente voltar a falar quando descermos do ônibus.
Chegamos ao ponto. Pedi que ela me esperasse no ponto, enquanto eu pegava o meu carro e a minha guitarra, já que a minha casa era próxima ao ponto. Buzinei e ela já estava dentro do carro, um Hilux Prata.
- Nem sabia que você tinha carro.
- É que eu vou pro colégio no carro do , uso pouco.
- Ah, isso explica esse brilho do carro. Bom, eu vou colocar uma música aqui no celular. More Than A Woman (Bee Gees), que tal?
- Perfeita, .
Enquanto ela cantava a parte solo da música, eu cantava as partes com coro e cantávamos juntos a refrão. Ficamos nisso até chegarmos à garagem de Matt, que era bem grande. Além dele e os meus irmãos, a maioria dos integrantes da banda estava lá. pediu para ouvir primeiro o que eles estavam falando e entrar primeiro.
jogava a pandeirola para cima toda hora; tocava uma melodia sem letra; Jack rodava a baqueta na mão enquanto conversava com Garbo e Matt ligava as caixas de som enquanto falava com Ryan.
- 6h15 já! Onde o se meteu? Vou ligar para ele.
- Não precisa, . - ela entrou na garagem
Preciso falar da reação de todos ao vê-la naquele vestido?
- Bonita roupa!
- Obrigada...
- Me chama de Garbo.
- Ah, sim. Vem, !
Entrei na garagem.
Cap. 6
Matt conseguiu levar um choque enquanto ligava a caixa de som; Jack ficou de queixo caído e deixou uma baqueta cair; e jogou a pandeirola para cima, e ela caiu em cima da cabeça.
Eu estava usando um All Star preto, uma calça preta e uma blusa salmão de gola V. Simples, mas comparado à como eu era antes...
- , esse não é o meu irmão. Você não o esqueceu no shopping?
- Claro que sou eu, !
- E o cabelo, os óculos...
- Os óculos foram atropelados, depois eu conto o resto. Tudo foi um plano da !
- Ca-ram-ba. Que poder! - Ryan comentou.
- E aí, vai me apresentar o pessoal ou não?
- , esse é Ryan, o tecladista; Jack, o baterista; o Garbo você já sabe quem é; só faltou o Jonh Taylor.
- Não falto mais! ?
- Aham, sou eu. O que quer ouvir, mademoiselle?
- Hmmm... Que tal vocês tocarem Vertigo do U2 e emendar numa música de vocês?
(...)
When you love someone
And they break your heart
Don't give up on love
Have faith, restart
Just hold on (hold on)
Hold on
Hold on!
Ela batia palmas para nós!
- Vocês são profissionais, as músicas são ótimas, o que as gravadoras estão esperando para correr atrás de vocês?
- É sobre isso que eu quero falar com vocês. Eu fui na Hollywood Records. Eu estava com uma roupa parecida com a do .
- Nossa, mudança gradual de visual?
- Por aí, . Eles gostaram do material, mas precisam de fotos de vocês juntos e outras músicas.
- Opa, eu faço isso! Se juntem. - pegou a câmera do Matt
- Isso, linda! Agora uma só com os meus irmãos favoritos!
Ela tirou uma de cada um de nós três. Depois tirou uma foto só da e uma outra de nós dois.
- Bom, agora é só torcer! Alguém quer salgadinho?
Ainda bem que deu para todo mundo.
Já era noite de um domingo irritantemente tranquilo. Liguei o computador e entrei no Mensseger.
εïз diz:
Heey! E o seu domingo.
J diz:
O de sempre, : almoço, videogame... E o seu?
εïз diz:
Fiz um almoço, brinquei com a Estrela, estudei como uma louca e agora estou aqui.
J diz:
Wow, que agitação.
εïз diz:
Pois é. E a sua mãe, como foi a reação dela?
J diz:
Ela ficou pulando de alegria! /euri
Te mandou um beijo e um abraço enorme. E eu dei o cartão de volta para ela.
εïз diz:
Own. Mande outros para ela!
J diz:
Pode deixar .
εïз diz:
, você sabe que várias pessoas vão se aproximar de você só por causa da sua aparência.
J diz:
Ahaaamm.
εïз diz:
Então, tenta não se enganar com as pessoas, certo?
J diz:
Sempre, . Quer ir de carro com a gente?
εïз diz:
SIM. Vou adorar!
J diz:
Então tá combinado. Boa noite e bons sonhos comigo.
εïз diz:
Bons sonhos eróticos comigo.
J diz:
GAROTA!
εïз diz:
Brincadeirinha. Tchau!
Eu adoro esse lado atirado dela.
Tive um sonho estranho. Estava caminhando numa estrada, que se dividia em duas. De um lado, estava Mel, com os cabelos loiro-escuros e olhos verdes, com um vestido azul. Do outro estava , com o vestido de sábado, só que vermelho e mais colado ao corpo.
- ?
- Fala, .
- Você ainda não contou tudo o que aconteceu.
- É isso aí.
- Argh. me deu um beijo.
- Como, onde? Você não sai daqui sem resposta.
Que Saco.
- Provador da loja. Antes que vocês perguntem, eu estava vestido. - eles me olharam com uma cara estranha - Tá, vai, eu tava sem blusa.
- Será que se eu virar nerd, ela vai me dar um banho de loja e um beijo de brinde?
- Não, .
- Chato, nem deixa eu sonhar.
- E então, vamos logo? Hoje eu dirijo. - pegou as chaves do carro.
Chegamos à casa da , que era na rua de trás da nossa.
apertava a campainha toda hora.
- EU TÔ CHEGANDO! - ela disse correndo pelo pequeno jardim, com os cabelos voando.
- Tá linda, .
- Normal, . - ela entrou no carro.
- Convencida...
- AHAM! Bom, no próximo domingo a gente vai ficar junto! Eu vou na casa de vocês, ou vocês vão na minha, sei lá...
- Com certeza o domigo fica melhor com você. - falamos juntos.
- OWN, desse jeito eu vou acabar me apaixonando por vocês três!
- Mas você sempre vai ter um favorito, .
- Talvez, ...
Quando chegamos, coloquei uma música alegrinha no celular.
- Nossa, o , até escolheu trilha sonora
- Claro, . Vai ser tão legal andar pelo estacionamento juntos, nós quatro.
desligou o rádio e saímos do carro. Tudo estava normal até eu sair do carro.
Todos pararam. e na ponta, eu e andando entre eles. Andávamos para o corredor confiantes e felizes.
Cap. 7
Se passaram quatro dias, e muitas coisas mudaram desde eu entrei no colégio no início daquela semana. Melanie agora sempre estava falando comigo, perto de mim. Parou de me evitar e agora conversamos sobre tudo; e eu acabava ficando ainda mais apaixonado por ela, se isso era possível.
Nós entramos num corredor que ia em direção ao pátio. Ela parou de andar.
- Acho que eu preciso conversar contigo sobre uma coisa...
- O que, Mel?
- Nós. Sabe, desde que eu te vi no shopping no sábado eu... não consigo parar de pensar em você.
Fiquei chocado, afinal eu sempre a imaginei falando isso, mas agora estava acontecendo de verdade.
- Você deve estar se perguntando por que eu nunca falei com você antes dessa mudança. Você falava com tão poucas pessoas... eu... eu também não falava contigo por medo do que as minhas amigas achariam disso. Enfim, perdi muito tempo com essa bobagem, não é?
- Dois anos, pra ser exato.
- Então - ela chegou ainda mais perto de mim - a gente poderia recuperar o tempo junto. O que você acha?
Respondi essa pergunta com o beijo que eu sonhei por tanto tempo.
's POV
Entrei em um dos vários corredores da escola com o e o grupo de teatro.
- Então, , seria tão legal se você participasse! - Falou a Mary
- Tem umas dinâmicas ótimas.
- E não é só isso, Ben. Ajuda a lidar com as situações da vida.
- É você sabe BEM disso, não é, ?
- Mas foi usado para o bem e deu super certo!
- Ok, vocês me convenceram.
- UHUUL! Você vai ver como vai ser bom, .
- Para tudo, gente. - Mary interrompeu - Quem é aquele que está beijando a Mel?
- É o , gente - falei normalmente.
- Gente, que babado!
- Eu acho que eles não combinam... e pensava que ele gostava de ti, .
- , nós somos apenas amigos e ele é apaixonadíssimo pela Mel há um bom tempo. Mesmo que a gente ache que ela não é uma boa pessoa para ele, não podemos ficar protegendo o o tempo todo.
Saí do colégio. Estava com uma fome enorme e ainda tinha que fazer o almoço...
Quanto ao namoro da Mel com o , eu não me preocupei tanto, mesmo sentindo um aperto no coração.
Quem convive com ela mais que duas semanas conhece seu verdadeiro caráter.
/'s POV
Um mês se passou e eu ainda estava namorando a Melanie. Ela julgava as pessoas pelas aparências, além de ser má com todos a sua volta. Por causa dela eu mal vejo a , mesmo ela sempre aparecendo por lá. E eu morro de saudades da voz, do cheiro, da risada dela...
Atendi a porta e deixei Mel entrar. Eu beijava e abraçava-a, mas não havia nada de verdadeiro. Até quando eu ia ficar nisso?
- Nossa, que cheiro bom, ! O que você tá fazendo?
- Pizza! A doce eu já acabei de fazer, agora a salgada tá no forno.
- Own, que lindo, amor! - ela sentou perto de mim no sofá.
Ficamos conversando... Na verdade ela ficou falando várias coisas aleatórias que eu fingia prestar atenção até que ouvi um barulho na cozinha
- Fica aqui, eu vou ver o que é.
Na verdade eu fui ver quem era. Era a minha visão preferida, só que na versão Lolita: Chinelo com laço, um short jeans e uma camisa do Mickey e trança no cabelo. Devorando a pizza de chocolate e côco.
- Oi, tio. - disse ela, que estava sentada na bancada da cozinha. Ela sorriu com os lados da boca ainda sujos de chocolate.
- ! Quantos anos você tem, treze?
- E você, tem trinta e dois?
- Como você parou aqui, pra quê?
- Eu conheço a sua casa inteira, Jonas, entrei pelos fundos. E eu estou aqui para uma "missão de salvamento".
- Acho que Deus ouviu as minhas preces! - rimos baixo para que a Melanie não viesse.
- Todo mundo vê que você não ama mais ela, . Já sabe como ela é, mas não tem coragem de terminar... - eu fiz que sim com a cabeça - e eu vim salvar a pátria, como sempre, certo?
- Certíssima.
- Então - ela olhou fundo nos meus olhos - me beija.
Aquele sim era o melhor beijo, o dela. O que fazia o tempo parar, o que me inspirava. Ela me prendeu junto a ela com as pernas, enquanto eu segurava sua cintura.
- , por que você demor... VOCÊ?
CAP. 8
A tensão invadia aquela cozinha. Mas parecia muito a vontade olhando pra uma Mel furiosa e ficando em pé, do meu lado.
- Eu sabia que uma hora ou outra você viria tentar acabar com o nosso namoro, . Fique sabendo que não vai conseguir.
- Ahaam... - pegou outro pedaço - Pronto, alguém quer um pedaço?
Mel não aguentou e deu um tapa na . Mas isso não a afetou de modo algum.
- Você tá bem?
- Ótima. Agora quem tem que falar é você.
sumiu rápido. Mel já estava no sofá da sala, furiosa.
- Melanie, para de desviar o olhar para mim.
- Eu quero olhar na sua cara.
- Tanto faz. Olha, na verdade eu já queria acabar com esse namoro desde a primeira semana. Eu imaginava que você fosse uma pessoa especial que só não tinham reparado em mim por causa da roupa, mas acho que só a "mudança de estilo", o fato do colégio todo passar a falar mais comigo te interessava. Ou você vai dizer que é mentira?
- Ok, chega de ouvir discursinho de você, isso me irrita.
Melanie atravessou a porta e deu de cara com a , que deu uma rasteira nela. Por uns segundos eu pensei que Mel tinha perdido a consciência.
- Isso foi pelo tapa, fofinha. E para você nunca mais tratar como troféu quem te ama, garota!
- Você me paga, !
- Tá, agora para de se fazer de vítima, se levanta e vai embora. AGORA!
bateu a porta.
- Missão de salvamento concluída!
- MINHA HEROÍNA!
Levantei e girei-a no alto.
- , abre a porta. Isso. ?
- Dona Denise. - ela abraçou a minha mãe.
- Conseguiu?
- Com sucesso absoluto!
- Peraí, vocês tava armando isso?
- Hmm, pode se dizer que sim, .
- Aaah, por isso que você insistiu tanto pra gente ir no mercado, no shopping quase o dia todo, mãe.
- É, , mas foi bom, não?
- FOI ÓTIMO. - eu, e .
- Então. - falou - bora comer pizza?
CAP. 9
Depois de ter botado as coisas e a cozinha em ordem, e também parando de ficar cantando uma música que estava grudada na nossa cabeça, começou a contar tudo o que aconteceu.
- Tirou a pizza do forno e ainda ofereceu? Você só pode ser louca, .
- E eu ia ficar desperdiçando uma delícia dessas, ? Não, além disso eu sou educada.
- Credo, , tá comendo essa pizza como se fosse a última do mundo!
- , ele sempre faz comida bem assim? - ela disse enquanto comia mais uma fatia de pizza.
- Nossa, você não viu nada! E você?
- Ah, me viro, afinal moro sozinha.
- Mas por quê?
- Ah, para... amadurecer, ser independente, sair a hora que eu quero e...
Eu e os meus irmãos nos entreolhamos.
She got her own thing
That's why I love her
Miss independent
Won't you come and, spend a little time
Eu cantava enquanto os dois batucavam na mesa.
- Oi, amor, oi, meninos...e você é...
- ! - fizemos coro.
- Ahhn, é você! Você é muito falada aqui, sabe? E cadê aquela outra?
- Ah, eu terminei com a Melanie, pai.
- Fez bem, . Garota chata! – a gente quase chorou de rir com o jeito que ele falou.
- Sabe, acho que isso poderia dar umas ótimas músicas para a banda, que tal?
- Ótima ideia, !
Tirei mais uma pizza do forno e peguei um caderno e canetas, enquanto e
pegavam os violões.
(...)
Já eram umas sete e meia da noite e eu já tinha escrito duas músicas com os meus irmãos e duas sozinho.
- Caramba, desse jeito vocês vão fazer um CD inteiro aqui.
- É que você tá ajudando muito, .
- Então eu sou a musa inspiradora de vocês, ?
- Er... não.
- Poxa...
- Ok, você é.
- OBA, OBA. Então toquem essa daqui pra eu saber como ficou.
I got a rep for breakin' hearts
Now I'm done with Superstars
And all the tears on her guitar
I'm not bitter
Now I see everything I'd ever need
Is the girl in front of me
She's much better
TRIIIIIIIIIIM!
- Quem será?
- Alô? Sim é Paul, pai deles. Aham. Quando, a que horas? Ah, sim, um instante. - ele pegou um bloco de notas - Sim, sei onde é. Até logo, boa noite!
- Quem era, pai?
- Era da Hollywood Records, . Eles querem fazer um teste com vocês.
- Que dia vai ser?
- Depois de amanhã, no sábado. Três da tarde.
- Droga, não vou poder ir junto, tô ocupada... Mas que música vocês vão apresentar?
- Please Be Mine.
Acho que ela sacou logo o que estava também querendo dizer.
- Parece ser linda!
- Então, vai ser essa!
voltou a olhar o relógio.
- Bom, pessoas, preciso ir!
- Aaah, já?
- , você pode dormir aqui.
- Não precisa e eu não quero incomodar. Além disso, eu moro perto, na rua de trás.
- Então eu te levo, .
- Ok, .
Nos despedimos e andamos em direção à casa dela.
CAP. 10
Ficamos sem falar nada até chegarmos lá.
- Aconteceu muita coisa hoje, não?
- É mesmo, foi um dia bem intenso... Ainda bem que só aconteceram coisas boas.
- É, , ainda tem mais uma coisa para eu te dizer.
- O que?
- Você... aceita namorar comigo?
- Er......
- Já sei. É não, né?
- , calma. Você mal saiu de um namoro e...
- Isso não vem ao caso, .
- Continuando o que eu estava falando, eu vou pensar, me dá um tempo. Por favor?
- Promete que não demorar para me responder?
- Hmm, prometo. - ela me abraçou e me deu um beijo no rosto - Até mais, Jonas.
's POV
Sexta-feira. Cheguei na escola com os Jonas, como sempre, a diferença é que voltou a andar com a gente, tudo voltou ao normal.
Aula de história. Sentei junto com um grupo de meninas, colegas minhas, que estavam virando a cara para mim.
- OK, vocês devem ter ouvido a versão da Mel primeiro. Fala sério, vocês acham que se o amasse mesmo ela, teria me beijado?
- Mas não precisava ter batido nela, .
- Eu não bati, ok?
- Mas ela vai chegar mais tarde por causa dos machucados e...
- É mentira, Ash, eu só me defendi de um tapa, nem foi grande coisa. Senão eu teria admitido.
- Hmmm. - falaram juntas.
- Eu duvido que a Mel nunca traiu pelo menos uma de vocês. Bom, pensem sobre ela, ok? Tchau, meninas. - Fui me sentar perto da Lisa.
- Oi, tempestade!
- Legaaal, virei uma x-man agora... Já sabe que a escola inteira sabe o que aconteceu, né?
- Mas pela versão da Mel, isso é preocupante...
- Que nada, . Todo mundo te adora e sabe que a Mel exagera.
- Own... Você acredita que o me pediu em namoro?
- SÉRIO? Você aceitou, né? FALA QUE ACEITOU!
- Ainda não, Li. Vou fazer o sofrer só mais um pouquinho.
/'S POV
Cap. 11
- Parou, parou, parou! Desculpa gente, eu errei.
- , desse jeito não dá. Esse é o nosso último ensaio e você tá errando direto.
- Se a tivesse aceitado logo esse bendito pedido...
- Ele não estaria errando desse jeito. - completou
- Eu estou fazendo um esforço enorme para não errar, ok? Vamos tocar só mais uma música e parar, já cansou né?
- Concordo, .
(...)
A manhã de sábado voou e chegamos no prédio trinta minutos adiantados. Eu, meus irmãos, meu pai, o Matt e banda ficávamos mais ansiosos na sala de espera, até que meu celular tocou.
Amor da minha vida, daqui até a eternidade.
- Desliga esse celular, cara.
- Não, , é a .
(...)
Sete da noite. A casa estava extremamente quieta, embora todos estivessem em casa. Uma campainha impaciente tocou e eu atendi.
- Surpresa! Eu tr...
Dei um longo beijo nela. Sabe aqueles que param o mundo, borboletas no estômago, frio na barriga? E eu achava que isso era pura frescura...
- Trouxe... uns...Dvd's. - falava entre os beijos
- Ótimo! Quais?
- Calma, , deixa eu respirar um pouco...
- Olha, já te deixei sem ar.
- Claro, roubou todo o meu oxigênio. - ela levantou uma sobrancelha - E aí, entro ou não?
- Ah, foi mal. - dei passagem para ela entrar.
- Oi, senhor Paul.
- Oi, !
- E os outros, cadê?
- e devem estar jogando um videogame e a minha mãe foi ali.
- Hmm, então vou lá na cozinha fazer uma pipoca, até logo,
Meu pai esperou ela entrar na cozinha para falar.
- , já contou a ela.
- Ainda não... Vai ter um momento certo.
- Você quem sabe. Vai lá!
Enquanto eu ia para a cozinha, eu ouvia o que se passava por lá.
- AH QUE SUSTO!
- Nossa, , tá devendo?
- Uns três dólares na cantina. Faz um mês...
- O que você está procurando? Eu e o te ajudamos.
- Preciso de sacos de papel, tipo de pão francês.
- Está aqui, . Mas pra quê?
- Pra fazer a pipoca, ué. - ela ia colocando os grãos no saquinho.
- Alguma ajuda, ? - cheguei na cozinha.
- Pra fazer pipoca? Não, já tem esses dois.
- Mano, a fez pipoca de um jeito tão er.. diferente.
PIIIIIIIIII
- , pega dois potes grandes de pipoca?
- Nossa, tudo isso?
- É que eu como rápido... - ela encheu um pote.
Enquanto ela fazia, a gente conversava.
- Ok, chega de por hoje. Agora ela é minha.
- e sua mania de monopolizar as pessoas..
Eu ri da cara do .
- Tchau amores!
- Tchau, .
Subimos com os potes e a coca-cola.
- Bom, , esse é o meu quarto.
- Nossa, , quantos livros.
- Bom, eu já li a maioria...
- Wow. E pra que livros de HTML e Linguagem em C?
- Para distrair, ué. Nem me olhe com essa cara, eu sempre gostei disso, eu ainda sou nerd.
- E não era pra eu me espantar com isso... Nem com os livros organizados por assunto e ordem alfabética.
- E quem é esse barbudo ruivo?
- Ahh, é o Nando Reis, lá do Brasil. Você vai gostar.
- E então, qual a gente vê primeiro?
- MOULIN ROUGE!
- Tem um menos melado?
- Aqui tem Cantando na Chuva, 007 o espião que me amava, 007 Cassino Royale, O Ilusionista e o que você viu. - ela falou meio contrariada.
- Não escolheu filme demais não, ?
- Ah, dúvida né... Mas eu sei qual você vai escolher primeiro.
- Cassino Royale. - falamos juntos.
Ela ligou o DVD e apertou o play.
(...)
- Acabou...
- Minha vez de escolher,, hmm... CANTANDO NA CHUVA!
- Ok, você venceu. Tem um tempão que não vejo esse.
Enquanto nós víamos o filme, a cantava junto. Numa dessas músicas, ela cantou olhando para mim.
All I do the whole night through
Is dream of you
And with the dawn
I still go on dreamin' of you
You're every thought
You're everything
You're every song I ever sing
Summer, winter, autumn and spring.
And were there more
Than twenty-four hours a day,
They'd be spent in sweet content
Dreamin' away
When skies are gray
Skies are blue
Morning, noon and nighttime too
All I do the whole day through
Is dream of you...
- Já te falei que acho lindo ver você cantando?
- Acho que já, .
Ela me deu um selinho e olhou para a minha mão direita.
- Nossa, que anel lindo! Nunca tinha visto!
- Meus irmãos também usam.
- Sério? E por quê?
- Herança de Familia. – menti.
- Ahn... só isso mesmo? - parecia que ela tinha percebido.
- Se você quiser que eu pare o filme para falar disso...
- Que exagero, claro que não precisa. Sabe... já pensou se você tivesse que fazer um filme tipo esse que a gente está vendo, musical?
- Não faria nem por um decreto, danço muito mal.
- Ia ser engraçado, .
Depois desse, vimos o dvd daquele barbudo. Não lembro muito do que vi, mas gostei.
'S POV
Começou a tocar Luz dos Olhos e percebi que já estava dormindo, afinal já devia estar tarde. Peguei o espelho que estava na minha bolsa e fiquei olhando por um bom tempo o reflexo de nós dois, como se eu quisesse gravar essa imagem na mente. Ele parecia um anjo.
Saí de perto dele lentamente para não acordá-lo, e ele literalmente desabou na cama. Afaguei o cabelo dele e o beijei no rosto. Saí do quarto e desci as escadas tentando fazer o mínimo de barulho possível. Mas havia ainda uma outra pessoa acordada.
- Oi, . - disse , desligando a tv.
- Só você tá acordado?
- É, meus pais pediram para te levar para casa.
- Nem precisava. Você tá com sono, e sono com volante não combina nada...
- Que isso, , é um prazer te levar. - ele deu uma piscada linda.
Entrei no carro e notei um olhar meio triste nele.
Como disse, tinha um anel igual ao dele. Cortei o silêncio falando disso.
- Lindo anel. O me disse que é herança de família.
- É sim.
- Hmm. - senti que ele ia falar alguma coisa, mas se segurou.
- Você vem amanhã?
- Vou dar uma passada por lá, . E pode deixar que o seu irmão não vai me monopolizar, ok?
Ele deu uma risada gostosa... ainda assim meio triste.
- Chegamos! Boa noite, . - dei um beijo no seu rosto
- Boa noite, .
Entrei em casa e pensei: durante o namoro do , eu e éramos inseparáveis, como se ele substituísse um pouco a falta que estava fazendo para mim. Na época, eu tinha medo que começasse a se apaixonar por mim, e acabar não sendo correspondido.
Tomara que seja só impressão minha.
/'S POV
's POV
Estacionei o carro na garagem e fiquei lá para poder tocar violão sem incomodar ninguém. Precisava me distrair e, principalmente, tirar a da minha cabeça. Comecei a escrever uma música.
(...)
Cap 12
.
O domingo chegou, e no final da tarde, também. Linda e alegre como sempre.
- Oi.
- Oi, , entra!
- Tô entrando...!!
- AMOOR!
Cada vez que eu via os dois juntos, eu me sentia mais culpado. Eu não deveria sentir por ela nada além do que amizade, os dois eram feitos um para o outro; e o namorado dela era meu irmão.
- Por qual jogo nós começamos?
- Calma, , eu tenho uma composição nova.
- SÉRIO? Toca logo ela, . Cante também, você quase nunca faz isso...
Sorri. E fiquei com mais saudade ainda do tempo que o namorava Melanie.
Take my hand tonight
We can run so far
We can change the world to anything you want
We can stop for hours just staring at the stars
They shine down to show us
That you know when the sun forgets to shine
I'll be there to hold you through the night
And we'll be running so fast we can fly tonight
And even when we're miles and miles apart
You're still holding all of my heart
I promise it will never be dark
I know, we're inseparable
We could run forever, if you want it to
And I would not get tired
Because I'd be with you
I keep singing this song
Until the very end
We have done all these things
You know when the sun forgets to shine
I'll be there to hold you through the night
We'll be running so fast we can fly tonight
And even when we're miles and miles apart
You'll still be holding all of my heart
I promise it will never be dark
I know, we're inseparable
I would give it up
To never let you fall
Cause you know, we're inseparable
I would give it all
Just to show you I'm in love
Cause you know, we're inseparable
You know when the sun forgets to shine
I'll be there to hold you through the night
We'll be running so fast we can fly tonight
And even when we're miles and miles apart
you'll still be holding all of my heart
I promise it will never be dark
I know, we're inseparable
- , a gente precisa conversar depois. - disse, meio séria.
Mas sobre o que ela falaria? Sobre .
- Ai , que linda! Amei.
- Ah, obrigado, .
- E então, o que a gente vai jogar mesmo? - lembrou.
- Ah, vai ser um jogo novo, se chama RockBand.
- Algo me diz que esse é a cara de vocês... Posso escolher quem vai tocar o quê?
- Claro, !
- Hmm, Nick vai para a bateria; Joe fica com a guitarra; eu fico com o baixo e Kevin canta.
- Heeeeeeeey, garota, por que vai tocar baixo?
- Porque é legal!? Ciúmes do Garbo?
- Acho que sim, ! - confirmou - Mas... engraçado, , você bagunçou a banda toda...
- E essa é a graça, . Vamos começar?
(...)
Levei a em casa a pé.
- Acho que deu para perceber que o está apaixonado por você. Até o reparou...
- Ai. Eu não queria que isso acontecesse, isso me dói, sabia?
- , - abracei-a de lado - não é culpa sua.
- Tecnicamente... Eu queria achar uma solução.
- E nós vamos encontrar.
- Então... Me beija,
Cada beijo da era como uma droga pesada: você sempre vai querer mais. E eu já estava perto de perder o meu controle.
- , - ela me beijou de novo – por que você não fica aqui em casa? Olha, a gente vê um filme.
- Sério, eu não posso, tenho um monte de coisa pra estudar, e...
- Sempre essa desculpa hein? POR FAVOR! - ela me deu mais um beijo.
- Vão ter oportunidades, .
- Tudo bem, então... Boa noite.
- Boa noite, linda.
(...)
Era véspera de feriado, o dia que receberíamos o resultado do teste. E a banda toda estava lá em casa, roendo as unhas de ansiedade, até que o telefone tocou.
TRIIIIIIIIIIIIIM
Corri para atender.
- Residência da família Jonas? Com Jonas. Sim, estou escutando. - pausa - Ok, em uma hora estaremos aí. Até logo.
- , e a resposta?
- CORRAM PARA O CARRO AGORA!
(...)
Lá, no escritório da gravadora, a banda foi contratada! E de cara, querem um clipe de uma de nossas músicas. Saí de lá e liguei para ela.
- Oi, amor! FALEM BAIXO QUE EU ESTOU NO TELEFONE!
- Quem tá aí, ?
- O grupo de música e o pessoal do teatro, metade de cada.
- E nem pensa em me chamar, né?
- Claro que eu ia te chamar, ô possessivo! Mas e a resposta da gravadora?
- NÓS FOMOS CONTRATADOS!
- SÉRIO? GEEEENTE, OS JONAS FORAM CONTRATADOS! - do outro lado eu ouvia uma comemoração e os parabéns dados a banda.
- A gente pode passar aí?
- Vocês devem passar aqui, tá todo mundo na piscina, tem churrasco e...
- Você nunca me disse que tinha piscina em casa.
- Pois é, eu tenho.
- Ok, amor, já estamos chegando. Beijo.
- Outro, bye.
(...)
- Finalmente chegaram!
E eu reparei no biquíni da , rosa flúor com um pouco de bojo. Sempre discreta...
e babando por causa dela, como sempre.
- Vocês vão entrar na piscina ou continuar fazendo uma mini? - perguntou, rindo.
Eu joguei os dois na água e voltei a conversar com ela.
- Ah, , eu nem demorei tanto assim.
- Só o bastante pra sentir a sua falta. - ela correu e pulou na piscina, e eu fiz a mesma coisa.
(...)
Depois de ficar na piscina, comer, etc., a banda (que chegou pouco depois de nós três) tocou algumas músicas. Quando todo mundo foi embora, ainda ficamos mais com ela.
Cap. 13
's POV
Era segunda, e lá estava eu andando pelos corredores do colégio sozinha, o que era raro, quando um ser saltitante começou a falar comigo.
- OI OI OI.
- Er, oi?
- Você é a ?
- Sim, florzinha, eu mesma. Você é...
- .
- Então me fala sobre você.
- Bom, eu sou brasileira como você!
- É, deu pra perceber.
era parecida comigo em várias coisas, inclusive sotaque; nós duas somos de uma mesma cidade.
Falamos tanto que perdemos um tempo de aula.
- O jeito é pegar matéria, relaxa, .
- Hm. Mas me fala de uma coisa... Aqueles dois que você estava falando hoje, você namora um deles?
- Sim, o de camisa azul-marinho. O outro é solteiro.
- UFA. - eu ri da comemoração - Como ele se chama?
- Jonas, tá no segundo ano e...
- SÉRIO? EEEEEEEEEEE... - ela quicava e falava um 'E' sem fim.
- Tá, calma. - parei ela - Qual é o número do seu horário?
- Peraí. - ela abriu a agenda - Eu me enrolo tanto com esses horários.
- Nem fala, no início eu também ficava assim.
- Horário 2.
- Olha, você tem metade das aulas com ele. - eu li o horário - Não pula e me ouve. Você vai pegar o segundo tempo de história dele. Começa a se apresentar calmamente e pede a matéria. Eu disse CAL-MA-MEN-TE.
- OK, não vou esquecer. Beijos e MUITO obrigada.
- Imagina, você caiu do céu. Pelo menos pra ele.
Ela foi toda alegre para a aula. Recebi uma mensagem do :
Cap. 14
Algum tempo depois...
- Alô?
- Oi, , sou eu.
- Eu quem?
- !
- AHHN TÁ... Desculpa, é que acordei meio lerda.
- Eu nem tinha percebido... E então, você lembra do que aconteceu há seis meses?
- Hmm, er...Difícil...
Ela ficou pensando por um tempão.
- Nós começamos a namorar, .
- SÉRIO? Seis meses?! Já?!
- Pois é.
- Como eu não pensei nisso? Desculpa por esquecer...
- Imagina,. Você é muito ruim com datas.
- E então, o que pretende fazer hoje?
- Vou te levar para dois lugares que você vai amar... mas não conhece!
- Legal, , agora eu tô morrendo de curiosidade!
- As sete eu passo aí.
- OK, estarei esperando. Te adoro.
- Também te amo, tchau. - fechei o celular e mudei de rádio.
- Porra, , eu tava escutando a notícia.
- Qual, , aquela do temporal que tá pra vir há duas semanas e nada?
- Essa daí mesmo, e tá vindo pra cá.
- Estão falando isso há séculos, desencana.
(...)
Buzunei e ela logo apareceu, com um vestido frente única florido.
- Oi, .
- Oi, .
- Você tá lindo(a). - falamos juntos.
- Bom, você não acha melhor a gente entrar no carro logo?
- Tá. - abri as portas e nós entramos.
- Isso é para você, . Abre logo, afinal era para ter te dado isso semana passada.
O presente dela era uma palheta personalizada, com a marca da banda e a minha assinatura, uma em cada lado.
- Nossa, ... é lindo, obrigado. Sua vez! - entreguei o meu a ela.
- É a primeira cópia?
- Não, é uma edição especial do nosso CD. No momento só você tem.
- Que luxo, matarei suas fãs de inveja!
Dei partida no carro e algum tempo depois estava no restaurante brasileiro que abriram no bairro vizinho.
- Engraçado, , eu conheço uma pessoa que se tivesse um restaurante, decoraria assim mesmo. - ela disse sentando à mesa
- E é?
Uma moça se aproximou da mesa e disse:
- Boa noite, meu nome é Rebeca! Sejam b... PRIMA?
- REBECA? NÃO ACREDITO! - as duas abraçaram por um tempão - Que saudades de você!
- , como você tá linda, mulher!
- Você também tá deliciante, Rê. Bom prima, esse é o !
, essa é a Rebeca, minha prima.
- Oi!
- Caramba...você é mais lindo ainda ao vivo, como pode?
Nem preciso dizer que a fuzilou a prima com os olhos.
- Er, posso roubar a sua namorada por um instantinho?
- Ok, mas não demorem.
'S POV
A minha tia e a minha prima são duas cozinheiras de mão cheia, e tinham, um sonho de abrir um restaurante. Só não imaginava que elas iriam atravessar o atlântico para fazer isso.
- ... então minha mãe ganhou um prêmio em dinheiro no concurso, comprou este lugar com três andares e aqui estamos nós.
- Uau prima, agora a gente vai se ver sempre.
- Sua tia vai amar ver você. No segundo andar, tem uma boate que toca tanto músicas brasileiras quanto americanas; e no ultimo nós duas moramos. Mas e o namoro?
- Ah Rê, ele é um amor... e tem dois irmãos tão lindos quanto ele. Um é solteiro.
- WOW, serio? O-BA. Ah, e a família toda está preguntando por você, com saudades.
- Ah, nem fala, também tenho saudade deles...
- Outra coisa: eu reparei que seu namorado usa um anel. É de pureza?
- Hãn?
- Explico: tem uma igreja que a pessoa faz um juramento de que só vai 'dormir' com outra pessoa quando casar.
- AAHN NÃO, o dele é de família mesmo. Senão ele teria me contado, pra que ele esconderia isso de mim?
- Medo de te perder, prima.
- Pra quê? O mundo sabe o quanto eu amo esse garoto.
- Então diga para ele. Afinal nós duas já estamos aqui há dez minutos.
- Verdade, eu vou lá. Eu passo aqui quando minha tia estiver, ok.
- Claro, , eu te espero.
/ 'S POV
- AÊ VOLTOU! Pensava que só voltaria no ano 3000.
- Exagerado. - ela sentou na mesa e logo depois jantamos.
(...)
Depois de comer, fomos para a parte de cima do restaurante. Enquanto a se jogava na pista, eu dançava bem pouco. Até que um bom tempo depois, o lugar começou a esvaziar e a tocar uma música lenta.
- O senhor me concede essa dança?
Impossível recusar um pedido desses.
Às vezes se eu me distraio
Se eu não me vigio um instante
Me transporto pra perto de você
Já vi que não posso ficar tão solta
que vem logo aquele cheiro
Que passa de você pra mim
Num fluxo perfeito
Enquanto você conversa e me beija
Ao mesmo tempo eu vejo
As suas cores no seu olho tão de perto
e me balanço devagar
Como quando você me embala
O ritmo rola fácil
Parece que foi ensaiado
E eu acho que eu gosto mesmo de você
Bem do jeito que você é!
Eu vou equalizar você
Numa frequência que só a gente sabe
Eu te transformei nessa canção
Pra poder te gravar em mim
Adoro essa sua cara de sono
E o timbre da sua voz
Que fica me dizendo coisas tão malucas
E que quase me mata de rir
Quando tenta me convencer
Que eu só fiquei aqui
Porque nós dois somos iguais
Até parece que você já tinha
O meu manual de instruções
Porque você decifra os meus sonhos
Porque você sabe o que eu gosto
E porque quando você me abraça
O mundo gira devagar
- Preciso te dizer uma coisa.
- Fala. - olhei nos seus olhos.
- Eu te amo, muito. – sorri.
- Eu pensava que você nunca iria dizer isso.
E nos beijamos apaixonadamente.
E o tempo é só meu
Ninguém registra a cena
De repente vira um filme
Todo em câmera lenta
E eu acho que eu gosto mesmo de você
Bem do jeito que você é
Eu vou equalizar você
Numa frequência que só a gente sabe
Eu te transformei nessa canção
Pra poder te gravar em mim
Eu vou equalizar você
Numa frequência que só a gente sabe
Eu te transformei nessa canção
Pra poder te gravar em mim
Cap. 15
A música acabou e saímos de lá; só estava a prima da , que se despediu da gente. Entramos no carro, liguei o rádio numa música qualquer e a olhava o céu com uma cara estranha.
- , olha como tá o tempo.
- Ih, nós vamos pegar uma chuva.
- Só chuva? Acho que não...
Conforme o carro andava, o vento aumentava de uma forma absurda, grandes
árvores se entortavam com a força da ventania. Até que gritou.
- TEM UMA TELHA DE ALUMÍNIO VINDO NA NOSSA DIREÇÃO!
Desviei. Essa foi por pouco.
- , não é melhor parar esse carro?
- Não, . A não ser que você queira voltar voando para o restaurante, literalmente.
- AI MEU DEUS!
- Não precisa fazer essa cara, a gente já tá cheg...
- UMA PEDRA! - Desviei novamente.
(...)
Algum tempo depois chegamos perto na rua da minha casa, que não sofreu muito com a ventania. Porém, duas árvores (uma de cada lado) fecharam a minha rua. O jeito foi ficar na casa da , que só teve algumas plantas do jardim atingidas pelo temporal.
- Pronto, chegamos. - ela acendeu a luz, que piscou várias vezes - A GELADEIRA!
Ela conseguiu desligar antes que tudo se apagasse de vez. Da cozinha ela voltou com um copo d'agua e se sentou no meu lado no sofá.
- , essa foi a melhor noite da minha vida.
- Da minha também, . Mesmo com aquele temporal.
- Ah, mas até que foi legal essa parte!
- Porque não era você que tava dirigindo! Sem falar dessa falta de luz...
- Ah, eu gosto quando a luz acaba, ... Os sentidos aumentam, o beijo muda... Quer ver?
Ela beijou o lóbulo da minha orelha e passou a mão na meu peito, até chegar aos meus ombros. Eu também beijei a sua orelha e seguei a sua cintura, fazendo ela ficar ainda mais perto de mim. Nos beijamos lentamente, assim como ela me puxou para o seu lado, até que eu reuni forças para falar.
- , eu preciso te contar uma coisa agora.
- Tá, o que é?
- Lembra desse anel? - peguei na mão dela.
- Claro, que é de família.
- Não, eu menti. É um anel da pureza.
Houve um breve silêncio até ela falar
- E você não me fala NADA!! - e se levantar do sofá.
- , deixa eu explic..
- Você mentiu pra mim sobre uma coisa superimportante como essa! Você me conhece há mais de oito meses e sabe muito bem que eu odeio mentiras!
- Eu tinha medo de perder você, , por isso não contei.
- Agora eu tenoo uma boa razão pra terminar contigo. Pra quê continuar se você não confia no amor que sinto por você? - ela subiu as escadas correndo - E NÃO ME SIGA!
's POV
Nunca pensei que ele esconderia isso de mim. Não está claro que e não o deixaria por causa de uma bobagem dessas?
E a minha cabeça está fervendo. Não que eu achasse isso careta, eu respeito embora eu não tenha a mesma opinião, mas... Mentir?
Eu amo ele... mas não vou perdoar tão cedo essa mentira, vou me vingar, nem que seja só um pouco. Como vou fazer isso? Provocando-o ao máximo!
Me enxuguei e abri a minha gaveta de camisolas. Escolhi um short-doll preto, a parte de cima tinha um bojo rosa e preto, rendado.
Logo depois, bateu na porta. Eu peguei a roupa de um dos meus colegas da aula de teatro, que dormiu aqui junto com o grupo todo e esqueceu a roupa de dormir. Eles sempre esquecem alguma coisa aqui. Abri a porta.
- , eu...
- A segunda porta à esquerda é o banheiro. Toma banho e dorme. - entreguei as coisas e bati a porta na cara dele.
Me sentei na mesa de estudos, acendi uma luminária à bateria e tirei o diário e o meu caderno de crônicas. Eu precisava escrever urgentemente.
/ 's POV
Parabéns, ! Mentiu para ela sobre isso e agora o namoro está por um fio. Se eu tivesse coragem de ter contado logo a ela naquele dia... Agora não tem mais jeito; preciso concertar o que fiz o mais rápido possível.
Saí do banheiro tropeçando em várias coisas, até porque a luz não tinha chegado. Eu ia direto para a sala, até que a luz que vinha no quarto da me chamou a atenção. Fiquei na porta, olhando ela escrever. Ia me aproximar devagar para tentar ler o que ela escrevia.
- Fique aí onde está. - ela terminou de escrever e guardou os cadernos numa gaveta trancada à chave.
- , me perdoa. Por favor.
- Não sei se devo, . - ela se levantou da mesa e andou em minha direção.
Além de linda e sedudora, estava usando um outro perfume ainda mais atraente.
- Eu juro, prometo que não minto dessa forma.
- Quem jura, mente. "People change and promisses are broken", sua música, lembra?.
- , - abracei ela pela cintura e levantei o seu queixo, fazendo ela me olhar - eu sei o que é viver sem você, e eu não quero que isso aconteça de novo.
Ela pensou por um tempo, olhando pro chão e respirando fundo.
- Ok, , você está perdoado.
Beijei intensamente a . Meu namoro estava salvo.
- Tecnicamente perdoado.
No momento, eu não tinha entendido esse aviso. Mudei de assunto.
- Eu não sabia que você escrevia, .
- Poucas pessoas sabem, e prefiro que continue assim. Morro de vergonha.
- E eu, vou poder ler?
- Claro, pega a chave. - ela me mostrou a chave, que ela jogou dento do sutiã.
- , isso não tem graça. - ela riu.
- Ah , tem sim! Outra coisa: como hoje eu estou muito legal, você dorme na minha cama. - a dela era daquelas bem grandes - A não ser que você prefira o quarto que virou depósito ou um sofá meio duro...
- É, melhor ficar por aqui mesmo.
- Foi o que eu pensei. - apagou a luminária e se deitou.
- Eu não vou desistir de ter você sem ter que casar contigo. - ela falou baixo, não era para ser escutado.
- E você não vai conseguir isso sem casar comigo.
- Então , temos um impasse.
E dormimos separados.
CAP. 16
Acordei abraçado com , que ficava ainda mais linda nos meus braços. Levantei com o cuidado de não acordá-la e tomei um banho.
Depois disso, fui para a cozinha da e tive uma ideia brilhante. Mas primeiro eu tinha que ligar para casa.
- Alô?
- Oi, , é o .
- ? Nossa finalmente ligou!! Você tá bem? Aonde?
- Está tudo bem e eu estou na casa da . - ele repetiu isso pra todos.
- UFA, ainda bem.
- Já ia chamar a polícia...
- E eu que já roí todas as unhas de preocupação?
Eu ouvia as vozes do , do meu pai e da minha mãe no fundo.
- , manda um beijo pro povo, de tarde eu chego aí.
- Já foi mandado, . Manda um beijo pra . Tchau.
Desliguei o telefone para executar a minha ideia.
's POV
Acordei lentamente com um cheiro bom que me deu uma fome, e uma voz conhecida cantando uma música desconhecida para mim. Rapidamente arrumei a cama, tomei um banho e ajeitei o meu cabelo. Coloquei um short laranja e uma camisa com um trecho de uma música da Pitty.
Desci a escada devagar, fui até a cozinha, onde eu vi um totalmente concentrado fazendo comida e cantando, ainda com o short e a camiseta que ele dormiu, junto com um avental. Ô VISÃO DO PARAÍSO!
I don't wanna fall asleep
'Cause I don't know if I'll get up
And I don't wanna cause a scene
But I'm dyin' without your love
Beggin' to hear your voice
Tell me you love me too
'Cause I'd rather just be alone
If I know that I can't have you
- Bom dia, dorminhoca! Já é meio-dia.
- Não... brinca.. - é, eu fiquei bem retardada depois daquela visão - E você, acordou que horas?
- Quando a luz voltou e às onze, acho. Vim ligar a geladeira.
- Obrigada.
- De nada, amor. E, já que eu vi que tinha peixe, eu tô fazendo, tá?
- Cara, você é inacreditável! Pode ter certeza que seu conceito aumentou e muito comigo.
Ele me deu um sorriso lindo e me beijou.
- OLHA, vai acabar queimando a comida, hein?
Me sentei numa cadeira da mesa de jantar e falamos sobre várias coisas, menos o que aconteceu ontem, lógico.
Depois de comermos o almoço (eu até esqueci do café-da-manhã) e lavar a louça juntos, colocou a roupa de ontem e desceu.
- Tem certeza que você não quer ficar mais um pouco?
- Não, , eu tenho que ir. Minha família não me vê desde ontem.
- Ah, tudo bem... Manda um oi para o povo, ok?
- Claro!
Ele me deu um abraço forte e foi embora.
/'s POV
(...)
Mais tarde, eu contei tudo o que aconteceu
- Nossa cara, isso foi péssimo.
- Deveria ter contado antes.
- No final das contas, deu tudo certo. Mesmo com aquele "Tecnicamente Perdoado". - lembrei do que ela tinha me falado antes de dormir, mas não falei para eles.
- Isso quer dizer: "Eu te perdoei, mas não pense que eu esqueci disso".
- Essa foi uma boa tradução, .
- Também acho, .
- Depois que eu liguei, eu cozinhei pra ela e...
- BOOA, MANO!
- A simplesmente é fascinada por homens que cozinham.
- Isso me lembrou uma coisa...
- O quê, ?
- A mamãe pediu pra que você ajudasse ela na cozinha por causa do almoço de amanhã.
- Nossa, pra amanhã?
- Esqueceu, ? Aniversário da nossa vó, a família inteira vem pra cá.
- Ai, já vi que vou passar o dia inteiro na cozinha. - rolei os olhos.
- É, . - colocou a mão no meu ombro - Ninguém mandou você cozinhar tão bem.
- Olha, a gente vai no mercado comprar algumas coisas, até.
- Até.
(...)
J diz:
Heey viciada!
diz:
Eu não sou viciada.
Mas e você, como tá?
J diz:
Morto de cansaço, cozinhei o dia todo.
diz:
Oh, tadinho! Te exploraram por causa do almoço né?
J diz:
Eu já te convidei?
diz:
Há séculos. Mas o tempo vai ficar bom pra eles virem?
J diz:
Aham, só vai fazer frio.
Mas e você, o que fez hoje?
εïз diz:
Arrumei o quintal, escrevi, comi estudei e estou aqui.
Toca aquela música que você tava tocando de manhã pra mim? POR FAVOOR!!
J diz:
CLARO!
(...)
diz:
Linda demais, .
J diz:
Culpa sua que me inspira.
εïз diz:
Você também me inspira, - e muito.
J diz:
Ah, e acabaram de chegar aqui.
diz:
OI, MEUS GATINHOS.
Ah, lembrei de uma coisa: quando que estreia o clipe de vocês?
J diz:
Ah não sei, é num domingo desse mês.
- Estreia amanhã.
- SÉRIO? - eu e falamos.
chama a atenção
, estreia amanhã! Vai ser que música mesmo?
J diz:
Year 3000
(...)
diz:
Vou sair, tô morrendo de sono...
J diz:
Ok, vai dormir
diz:
Até logo. Você vai ter uma surpresa nesse almoço.
J diz:
Que surpresa?
está offline
's POV
Acordei tarde por causa do frio. Depois de tomar banho e tomar um suco, escolhi a roupa: um casaco xadrez, vermelho e preto, com mangas longas e justas, que terminava abaixo da cintura; uma skinny preta; e um all-star preto, de cano alto. Fiz um rabo de cavalo para o lado e uma maquiagem leve.
Logo depois, chegou para sairmos juntas.
- Wow, , você vai num almoço de família ou vai fazer figuração em algum filme da Audrey Hepburn?
- Nossa, exagerei. - ela rodou o vestido usado com uma meia-calça preta e uma bota de cano curto, com salto.
- Não, só me sinto mal vestida. Bora!
Andamos algumas quadras e apertamos a campainha.
- Oi, meninas! Sentem aí que os meninos já descem e só falta os avós deles chegarem.
Cumprimentei os familiares, alguns já me conheciam, outros não. E estes fizeram as perguntas de sempre: de onde você é, quais são as intenções com o meu sobrinho etc. Apresentei a todos.
Depois disso, os três desceram.
- Oi, amor!
- Oi, ! HAHA, adorei essa camisa!
Era uma camisa da banda Muse.
- E você tá linda como sempre. - falou no meu ouvido e eu corei.
- Oi, .
- Nossa, você parece que saiu de um filme, . - vez dela corar.
- E o clipe, pessoal?
- Vai passar uma da tarde. - , mas a tv vai ficar ligada.
- Aahn, estamos ansiosas.
- Então, eu vou pegar um refri na geladeira, .
- Vai lá, . - disse enquanto subia para pegar pilhas para o controle.
/'s POV
Como eles moram numa cidade mais distante, meus avós chegaram por último. Eles não nos veem desde as férias de verão, mas nós sempre ligamos para eles.
- MEUS NETINHOS! - minha vó falou.
- OI, VÓ! - e falaram e abraçaram eles
- Os meus amorecos estão tão grandes e lindos.
- Obrigada, vó!
- E o meu netinho nerd? - até minha vó me chamando de nerd.
- Estou aqui!! - disse descendo rápido as escadas.
- ?
- Não, não é o meu neto! E os óculos... - os avôs riam com a cara dela.
- Bom, os óculos foram esmagados por um ônibus...
- Mas e a roupa, o cabelo... Tem garota por trás disso, ?
- Claro! Eu sou , namorada dele!
- Olha, menina, parabéns! Como você fez isso?
- Eu conto... mas no almoço, todo mundo tá louco pra comer.
- Que bom, eu tô também! - o meu avô falou.
(..)
's POV
Agora, eles começaram a contar algumas coisas que já aconteceram na família, como quando Kevin prendeu a cabeça na geladeira, quando Nick subia numa mesa e fingia que era um cantor no palco (isso com pouquíssimos anos de vida) ou como Joe era viciado no Barney.
Ah família... Sempre ferrando os integrantes mais novos!
Depois disso, eu e a falamos sobre o Brasil e como era a nossa vida até aqui.
(...)
- E então, quem vai lavar a louça?
Todos aumoticamente olharam para . Coitado.
- OK, eu tô indo...
- Eu vou junto! - andei até a cozinha, junto com ele.
- Ufa, alguém se ofereceu.
- Nossa, é sempre assim?
- Não, depois eu arrasto e pra cá.
- Não vai ser preciso, .
- Credo, você gosta tanto de lavar louça assim?
- E quem disse que eu vou lavar louça?
E o meu celular começou a tocar 3x5 do John Meyer
- , o que você vai fazer? Minha família inteira tá na sala e...
- Shhh. Fecha os olhos e ouve a música
Beijei lentamente ele e puxei para mim. Os beijos se tornaram intensos, nós dois já tínhamos derrubado várias panelas até eu sentar na bancada da cozinha, abraçando ele pelas pernas enquanto bagunçava o seu cabelo. Já segurava a minha cintura e beijava a minha orelha.
A música estava terminando, quando ouvimos um 'CA-HAM' e nos separamos rapidamente
- Er, bom... A gente veio ver se vocês dois não estavam demolindo a cozinha.
estava morto de vergonha e eu, rindo, feliz da vida.
- Enfim seres, por que nos chamam?
- O CLIPE VAI PASSAR AGORA! ANDEM.
Antes de ir para sala, falei para :
- Então, a chave é a música.
/'s POV
(...)
Depois do clipe (que todo mundo adorou), estava na sala ouvindo os meus avós falando sobre o tempo deles, eu, , e falávamos sobre o lado escritora da .
- Eu já sabia disso há algum tempo, , mas não podia contar de jeito nenhum.
- Ah, entendo.
- Ela escreve bem, ?
- Cara, ela é incrível! Você viaja na história, se emociona, .
- Será que a gente consegue ler também?
- Não, . Muito difícil ela deixar.
- Tanto que a gaveta é fechada a chave.
Lembrei de quando eu a vi escrevendo. Só acordei quando gritou.
- LEMBREI DE UMA COISA!!!
- Calma.
- Respira.
- E para de quicar no sofá.
- Não tem o The Trying Times Journal?
- Tem, e daí?
- Daí que eles estão procurando um novo cronista.
- Nossa, seria perfeito se ela trabalhasse nisso!
- Jonas, eu tenho um plano!
CAP. 17
's POV
Três dias depois nós fomos à casa da .
- OI, AMORES! E o ?
- Vem logo, ele tá ajudando na cozinha. - falou.
- Own.
- Ô, , eu nunca tinha reparada nessas persianas. - disse fechando-as, para que passasse com a escada sem ser visto.
- Hm. Mas pra quê fechar?
- Muita claridade pros meus olhos. Vou lá em cima, tá?
- Tá. - ela fez uma cara desconfiada.
Segui até o quarto, enquanto e distraiam ela.
Abri a janela e entrou com cuidado, mas bateu a cabeça na parede. Ô nerd mais enrolado!
- Ai!
- ! Agora eu vou querer que você me levan... Calma, espera!
- Mas não era para levantar agora? - pulei para ver se a chave estava em cima do guarda-roupa.
- Vem até aqui e me levanta.
Ele fez isso e eu consegui pegar a chave, até que ele ameaçou espirrar.
- , não esp...
Como eu esperava, ele espirrou e nós dois caímos no chão, fazendo muito barulho.
- QUE BARULHO É ESSE DE OSSO CAINDO?
- EU CAÍ! TÁ TUDO BEM!
- Foi mal .
- Tudo bem, , até agora tudo está dando certo. Eu vou descer e o liga a impressora. Você tá muito enrolado. Fica atrás da porta.
- Ok, tô esperando. - ele pegou o caderno de contos e começou a ler.
Desci as escadas.
- Nossa, , pensava que você tinha caído dentro do vaso!
Fiz um sinal para subir.
/'s POV
Enquanto não chegava, eu fiquei lendo sentado o caderno dela.
- , me dá o caderno.
- Peraí, só falta um pouco para acabar...
- Não me obrigue a ser ignorante.
Nem escutei ele de tão concentrado.
- AI! Não precisava me chutar. - dei o caderno a ele, colocando na página que me falou.
- Claro que precisava.
Depois de copiadas, desci com as folhas e a escada para ir embora, tendo o cuidado de deixar tudo na lugar. Quando eu estava passando pela frente da casa, falou:
- Para quê essas persianas fechadas? Vou abrir.
- NÃO! - os três gritaram.
- Tá bom...
Entrei no carro e fui até o jornal entregar a crônica da . Agora é só esperar o resultado desse esforço todo, que sairia daqui a duas semanas – e a reação dela.
(...)
Nós quatro estávamos no sofá da sala, esperando que a campainha tocasse, o que aconteceu algum tempo depois. Abri a porta para uma séria.
- Jonas e Silva, vocês sabiam que invasão de propriedade é crime?
- Mas …
- Shh. Não terminei.
Houve uma pausa e nós abaixamos a cabeça. Aquilo tudo não tinha adiantado para nada.
- E, por causa disso, vocês estão olhando para a nova colunista do The Trying Times Journal!
- PARABÉÉÉÉNS! - falamos juntos.
- , sua palhaça, eu pensava que você ia dar um esporro homérico na gente.
- É para isso que servem as aulas de teatro. Mas me contem como vocês conseguiram isso?
- Foi tudo ideia minha. Nós fechamos a persiana para entrar no quarto, eu subi para pegar a chave junto com ele e tirou cópia de uma crônica que eu escolhi, porque não conseguia parar de ler.
- A pessoa fica muito tempo vendo filme de ação, dá nisso!
- E você não vai agradecer a mim também?
- Claro, ! Obrigada por tudo, eu te amo!
E nos beijamos.
Flashback Off
CAP. 18
Dois anos e meio se passaram, e muita coisa mudou.
Nossa banda é famosa em todo o mundo, fazemos shows e temos fãs em todo lugar; fizemos um filme e há um mês nós lançamos nosso terceiro álbum.
Já , se tornou uma famosa escritora - e um dos principais motivos de compra do The Trying Times Journal. Lançou um livro de crônicas e o primeiro dos cinco livros contam uma história que mistura o tempo de hoje com o passado.
Como podem ver, nossas carreiras decolaram - ao contrário de nosso namoro.
Depois de tantas brigas, ciúmes e distância nos separando, resolvemos (ela resolveu, na verdade) terminar e ser somente amigos. Para esquecê-la, namorei outras garotas lindas e famosas; mas não duravam muito, por que sempre dava um jeito de acabar com tudo. Já ela, permaneceu solteira. Até conhecer Gary.
's POV
Gary chegou na minha rua há sete meses atrás, tentando esquecer da sua noiva, Marine, quando eu tinha terminado com . Ele é loiro, de olhos esverdeados, lindo. E nós dois resolvemos ficar juntos para esquecer dos nossos ex-namorados e isso nos une ainda mais. Por isso, eu moro agora junto com ele. A minha casa me lembrava demais o ,e isso me perturbava.
/'s POV
- Oi, manos, foi mal o atraso!
Eu estava com um sorriso bobo no rosto, e logo os dois souberam o porquê dele.
- A gente poderia cantar I Miss You do Blink 182.
- Tá muito em cima, .
- Que nada, . Eu começo tocando com o violão e depois a banda me acompanha.
Entramos no palco.
(...)
estava na entrada do palco, já com um vestido jeans, de onde sempre vê os shows.
E a banda tocava do jeito que imaginei.
Where are you? And I’m so sorry
I cannot sleep, I cannot dream tonight
I need somebody and always
This sick strange darkness
Comes creeping on so haunting every time
And as I stared, I counted
Webs from all the spiders
Catching things and eating their insides
Like indecision to call you
And hear your voice of treason
Will you come home and stop this pain tonight
Stop this pain tonight
Eu cantava olhando várias vezes para ela, que me olhava com uma mistura de reprovação e encanto.
Don`t waste your time on me you`re already
The voice inside my head ( I miss you I miss you)
Don`t waste your time on me you`re already
The voice inside my head ( I miss you I miss you)
Don`t waste your time on me you`re already
The voice inside my head ( I miss you I miss you)
Don`t waste your time on me you`re already
The voice inside my head ( I miss you I miss you)
's POV
Abracei a banda toda com saudades, afinal não nos víamos há quatro meses. Entrei na van junto com .
Na pizzaria, todos contaram o aconteceu nesses meses.
- A nem precisa falar que lançou mais um livro que é sucesso de vendas!
- E vocês? Já leram né?!
- Sempre que a gente tem um tempinho...
- Garbo, JT, Ryan e Jack, na próxima vez eu vou perguntar em que capítulo estão, hein?
- Sim, senhora! - Garbo disse.
De repente, enquanto eu observava e juntos, o me falou:
- Nossa, que anel lindo!
- É de noivado. - respondi, deixando perplexo.
- Noivado? - me olhou estranha - E como ele conseguiu isso?
- Bom... - lembrei e editei a história.
Flashback On
Acordei com um Gary sorridente, esperando ansiosamente que eu acordasse.
- Bom dia! Que sorriso é esse? - me sentei na cama.
- Bom dia, amor! Tenho uma proposta.
- Qual? - abri uma caixinha com um anel deslumbrante dentro.
- Aceita se casar comigo?
- Gary... Você sabe muito bem que eu não quero me casar!
- , já estamos morando juntos há seis meses, não vai mudar nada. E se não der certo, nos separamos, simples.
- Mas...
- , esquece ele de uma vez. Não é isso que você quer?
Pensei e logo depois aceitei, beijando Gary.
Flashback Off
- E foi isso.
A essa altura, já tinha se retirado da mesa.
- E é para quando?
- Daqui a duas semanas, . Vocês vão, né? Por favor...
- Claro, , a gente dá um jeito.
- Ótimo, mas... não quero que vá, vocês entendem, não é?
- Ele não vai querer.
Dei os convites para quem estava na mesa.
(...)
Saí de lá e esperei um táxi.
- , você não pode se casar com ele.
- Eu quero, eu posso e eu vou, .
- Olha, , eu realmente nunca vou te entender. Se você vai se casar, por que você invadiu meu camarim e me beijou daquele jeito?
- Pra me despedir, só isso. - falei sem olhar para ele.
- Ah, claro. - ele ficou bem perto de mim - E eu posso apostar que você não fica assim perto dele. - 1x0 para . Respiração falhando, coração aos pulos...Quando eu tentei me afastar dele, me puxou contra ele, me dando um beijo.
- . - ele me disse olhando profundamente nos meus olhos - Tudo o que estiver ao meu alcance para acabar com seu casamento, eu vou fazer. Assim como você fez com os meus namoros, diretamente ou não.
Entrei correndo em um táxi.
(...)
You said move on
Where do I go
I guess second best
Is all I will know
Cause when I'm with him
I am thinking of you
Thinking of you
What you would do if
You were the one
Who was spending the night
Oh I wish that I
Was looking into your eyes
Legal, estou chorando. Que lindo...
- Senhor, - falei com a voz afetada pelo choro - você pode tirar desta música?
- Claro, toma uns lenços de papel.
- Obrigada.
- Ele é seu ex, não é?
- Sim.
- Olha, moça, eu nem te conheço direito, mas vou te dar um conselho.
- Qual?
- O seu coração só vai ficar em paz quando você resolver segui-lo.
Fiquei em silêncio até chegar "em casa".
- ?
- Como o senhor sabe meu nome?
- É que a minha filha adora os seus livros. Você pode fazer uma dedicatória nesse que comprei?
- Claro! - fiz isso e saí do carro, me despedindo.
Por coincidência, Gary estava chegando em casa ao mesmo tempo que eu. Corri e me joguei em cima dele, que me pegou e girou. Nós beijamos.
- O que te deu hoje?
- Ah, Gary, eu não sei!
A verdade é que ele é um dos meus melhores amigos e eu tinha somente carinho por ele; isso era recíproco.
- E então como foi o show? - ele abriu a porta.
- Ótimo, como sempre.
- E ele?
- Tocou I Miss You, do Blink 182.
Nos sentamos no sofá.
- Indiretas por meio de música. Típico dele.
- Ciúmes, fofo?
- Impossível não sentir. - ele olhava para outro lado qualquer.
- Me olha. Eu vou me casar contigo e não pretendo mudar de ideia. Mesmo que queira fazer algo para isso não acontecer. Tá, mudando de assunto: o que você fez hoje?
- Trabalhei muito, visitei a minha mãe e encontrei Marine por acaso. E falei para ela sobre o noivado.
Cabelos longos e ondulados. Olhos de um azul incrível. Rosto e corpo perfeitos. Essa é a ex do meu noivo.
- E...
- Você sabe, ela não desistiu de voltar. Mas é contigo que vou me casar, certo?
Nós entrelaçamos as nossas mãos.
/'s POV
Conferi mais uma vez o endereço e apertei a campainha. Ela abriu a porta e ficamos nos olhando por algum tempo, até eu dizer:
- Você é Marine Stevens, não?
- Eu mesma. E você é o Jonas! Nossa você é lindo pessoalmente.
- Você também. - eu olhava distraído para as belas pernas...
Foco, , foco.
- E então, quer o Gary de volta?
Ela abriu a porta para mim.
- É tudo o que venho querendo há seis meses...
- E eu estou aqui para te ajudar. - me joguei no sofá.
- Não entendo, .
- , minha ex, vai se casar com ele e...
- ARRÁ! Sempre soube que vocês tinha namorado!!!
- Posso continuar?
- Er, claro.
- É o seguinte...
's POV
- Esse! É esse vestido!
- Como a minha nora tá linda!
- Caraca, amiga, deu vontade de casar agora.
O vestido era banco com detalhes metalizados, com alças, justo até a cintura; a parte de baixo era rodada, feita com o tecido do véu, um pouco volumoso. Eu girava vestida com ele, com os cabelos soltos.
- Você tá linda, amor! - Gary gritou na janela.
- NÃO OLHA! - a fechou correndo as janelas.
- Ah gente, que bobag...
- Não é bobagem,.
- Ok, sogrinha...
- Incrível como essa semana passou rápido, não é?
- Verdade, Rebeca, tô com um frio na barriga...
- Você não vai pular de paraquedas, vai casar.
- Pra mim dá no mesmo. Só faltam quatro dias.
- E onde vai ser a lua de mel, norinha?
- NO BRASIL! Vai ser maravilhoso, e as malas já estão prontas.
/'s POV
- ...então você pega o carro, as malas e chega quando eu der o sinal.
- Melhor impossível, só quero ver a cara da mãe dele, ela me odeia! - ela ria muito.
- Qualquer dúvida, me liga.
- Não vai ser preciso. Até o dia.
Entrei no carro e segui pra casa.
ajudou muito falando sobre essa viagem.
Me lembrei de como nós terminamos.
Flashback On
- Já que você disse que não daria para me levar na turnê europeia, por que não avisou que chegaria mais tarde?
- Eu estive muito ocupado, .
- Ah, sempre essa resposta, não é? Para a Lovato, a Cyrus ou a Gomez você tem tempo.
- Qual é , você sabe que não é assim.
- É assim, . Quantas vezes você retornou minhas ligações? Se foram três vezes, foi muito. Você está me deixando de lado.
- Claro, eu venho de longe para ver você e sou recebido com um monte de reclamações! E você também está me trocando pelo seu trabalho.
- Agora a culpa é minha? Lógico que vou falar com a Step Meyer e o Riordan, são meus amigos. Já que o meu namorado mal se comunica comigo!
olhava para longe, como se estivesse vendo uma solução. Por fim, ela respirou fundo e disse:
- , falando sério, nós não temos a mesma sintonia de dois anos atrás. Estou cansada disso.
- Eu também.
- Já que é assim... Estou terminando com você.
- , não exagera...
- Seremos somente amigos, vai ser melhor assim.
- Você não está falando isso...
- Estou, . Agora, você pode falar comigo quando quiser.
- ...
Ela não me escutou; já estava longe.
Flashback Off
's POV
- Já falei que não gosto de andar vendada.
- Calma, , falta pouco.
Andei mais um pouco e Rebeca tirou a venda.
- SURPRESAA!!!
Além de e Rebeca, todas as minhas amigas do colégio, faculdade e do jornal estavam reunidas, com presentinhos na mãos e alguns garçons bonitos passando com salgadinhos.
- OK, o que é isso?
- Ah, , vai dizer que não sabe?
- É um chá de panela, querida.
- Isso não se faz quando alguém vai ter filho?
- Nesse caso seria chá de bebê, desinformada.
- Na verdade, serão duas festas juntas..
- Duas, Mary? Então...
- Sim, , vai ter despedida de solteira, pode pular!
- Ahan, , com os garçons.
- Eita, parem de ler meus pensamentos e vamos começar a festa!
Dei um grito animado.
Cap. 19
Acordei lentamente com um frio enorme na barriga com o que aconteceria hoje: o meu casamento. Antes de ir, escrevi sobre tudo o que passava na minha cabeça naquele momento. Já no SPA, eu me relaxei, pensando como Gary deveria estar naquele momento. E eu deveria estar mais empolgada.
De tarde, eu já estava pronta - e atrasada-, com uma maquiagem rosada, leve e brilhante, que combinava com o vestido. Os cabelos com prancha estavam presos num coque, com véu e grinalda. Entrei no carro em direção a igreja, com um buquê nas mãos e do meu lado.
Saí do carro e as portas da igreja se abriram. Sorri para Gary, que estava longe, e os vários amigos que estavam lá. Respirei fundo, contrariada por ter entrado com a Marcha Nupcial, que eu odeio. Isso deve ter sido coisa da mãe do Gary...
Mas a música acabou, e logo fiquei perto do meu futuro marido.
(...)
Quando estava começando a benção das alianças, eu comecei a ouvir uma música que me lembrava . Eu até achei que fosse coisa da minha cabeça. Coloquei a aliança nele, com a sensação de que estava forçando o meu destino.
You warned me that
You were gonna leave
Never thought
You would really go
I was blind
But baby now I see
I Broke your heart
But now I know
That I was being such a fool
And I didn't deserve you
E o padre fez a fatídica pergunta:
- Se tiver alguém contra sesse casamento, fale agora ou cale-se para sempre.
E apareceu na porta da igreja, calado e imóvel.
I don't wanna fall asleep
'Cause I don't know if I'll get up
E um filme passou na minha cabeça.
A primeira vez que me viu, ainda com aquele visual de nerd.
A alegria dele quando andava comigo, deixando vários garotos com uma inveja imensa.
O plano maluco que fiz para mudar o visual dele.
And I don't wanna cause a scene
But I'm dyin' without your love
Nosso primeiro beijo e a primeira vez que o vi cantando e tocando.
A saudade que fiquei dele enquanto namorava Melanie.
O nosso beijo de reencontro, junto com o pedido de namoro.
Quando eu via dormir tranquilo, no meu ombro, num espelho.
A contratação da banda.
Beggin' to hear your voice
Tell me you love me too
O aniversário de três meses, a briga e a reconcliação
Ele cozinhando na minha cozinha, cantando distraído
A casa da familia Jonas, da qual eu praticamente fazia parte.
'Cause I'd rather just be alone
If I know that I can't have you
Os shows que eu ia.
E principalmente, o frio na barriga, o coração que disparava toda vez que o via e o sentimento de estar completa - coisa que eu nunca iria sentir com Gary.
E então, como se eu tivesse tirado uma venda dos meus olhos, tomei uma decisão; só tive tempo de pedir desculpas rapidamente ao Gary, que me disse "vai!" com o olhar.
So tell me what we're fighting for
'Cause you know that truth means so much more
'Cause you would if you could, don't lie
'Cause I give everything that I've got left
To show you I mean what I have said
I know I was such a fool
But I can't live without you
Levantei o vestido para correr em direção a e o beijei por um longo tempo, sem me importar com o que os convidados (e até mesmo a mãe do Gary) estavam pensando naquele momento. E tudo o que eu sentia por voltou, com muito mais força que antes. Olhei fundo nos seus olhos.
- , se eu te dissesse que eu me apaixonei por você de novo, você acreditaria?
- Claro, . É por isso que eu estou aqui!
Nós dois sorrimos largamente.
- Se não fosse toda a papelada, eu me casaria contigo agora!
- Mesmo? E aquela história de odiar casamento e...
- Esquece. Eu não quero perder você de jeito nenhum.
- Já que é assim, não tem problema. Já está com o nossos nomes.
Fiquei boquiaberta por um bom tempo.
- C-como você fez isso?
- Bom, , ele fez a maioria das coisas, mas eu também ajudei muito.
Marine falou, já com Gary o seu lado. Como deveria ser.
- Então vocês...
- ...planejaram tudo? - Gary completou minha frase.
- Só me resta desejar boa-viagem para os dois então!
Abracei rapidamente Marine e Gary, e eles entram num conversível vermelhos, felizes da vida. Antes de ligar o carro, Marine fez um gesto para a mãe do seu namorado, junto com uma careta.
Eu e rimos muito disso.
Com todos esses acontecimentos, não foi preciso explicar nada: quem não concordava com a minha atitude, foi embora. Enquanto isso, ligava para os meus sogros, a banda e outros amigos dele.
E começamos a arrumar a cerimônia do nosso jeito, rapidamente.
Soltei o cabelo, deixando-o meio bagunçado, ondulado; depois, escolhemos as novas músicas do casório. Minha família adorou a minha troca de noivo; afinal todos gostavam mais do .
Os meus sogros e outros parentes chegaram rápido, junto com a banda; e eu pude entrar novamente na igreja, desta vez com a música certa e o noivo certo.
(...)
- E eu vos declaro marido e mulher! Pode beijar a noiva.
Nos beijamos ao som de vários aplausos e saímos debaixo de uma chuva de arroz e pétalas de rosa. Entrei no carro do , ao lado dele, que dirigia.
- Olá, senhora Jonas! - ele me deu um sorriso enorme, lindo, e uma piscada.
- Olá! Bom ter esse apelido de volta...
- Agora não é mais apelido,.
- Sabe, , quando você apareceu ali, na porta, passou um filme na minha cabeça. Um filme seu, pra ser exata.
- A música deve ter ajudado. Foi a mesma que eu cantei quando eu resolvi cozinhar para você, lembra?
- Claro, você acha que eu me casei contigo pra quê? Eu lembrei disso também.
Ele fez uma cara falsa de despeito.
- Oh, estou me sentindo usado! Você não vale nada, !
- Mas você gosta de mim, fazer o quê. - olhei as unhas.
- Ainda bem. - estacionou o carro e me beijou.
Saímos do carro de mãos dados em direção a festa. Lá, até o bonequinho loiro do bolo, que estava vestido de noivo e com uma prancheta na mão, foi substituído por um moreno, que com uma mão segurava uma guitarra vermelha e com a outra segurava a cintura de uma noivinha com cadernos e canetas segurados pelo braço. Ideia da , claro.
(...)
Fiquei no segundo andar do grande salão, e chamei todos os que estavam solteiros para pegar um buquê.
- Gente, aproveitem que vão ser dois buquês! 1, 2, 3, e...
O primeiro foi Garbo que pegou; o segundo, e Rebeca pegaram juntos.
E a festa foi como a maioria das festas de casamento: boas, alegres e inesquecíveis.
(...)
Um bom tempo depois, saímos da festa do mesmo jeito que entramos. O carro não estava decorado nem nada; afinal nenhum de nós gostava disso, muito menos do trabalho que ia dar depois para lavar...
- E então, vai me levar para onde?
- Calma, você já vai descobrir.
O caminho começou a ficar cada vez mais familiar.
- Minha casa? - ele saiu do carro e deu a volta para abrir o carro para mim.
- Nossa casa, . E eu ainda
tenho as chaves, lembra?
Do nada, me carrega no colo até a porta, que ele abriu e fechou.
- Certo, já entramos. E agora, posso andar com as minhas pernas?
- Não, isso faz parte do plano.
- Ah não, você não vai me carregar escada acima correndo!
Eu mal tinha terminado de falar e ele já tinha feito isso.
- Louco!
- Shh. Fecha os olhos.
- Hmmm... Pronto, fechei!
- , eu sei que você está olhando. Deu trabalho fazer isso, sabia?
- Tá, calma...E agora?
Ele só me largou dentro do banheiro do meu quarto.
- Não abre nem por um decreto essa porta. Até logo!
Dei um beijo rápido nele e o deixei ir.
Mesmo depois de um bom tempo, o meu banheiro estava bem arrumado, inclusive com as coisas que eu uso sempre. E vi um embrulho, com um bilhete.
,
Beijos,
(...)
- E então, posso sair ou não?
- Agora você pode.
Abri a porta e nem reconheci o meu quarto de tão bonito que ele estava. Tinha até umas velas e umas pétalas de rosas no chão.
Enquanto eu olhava o quarto, ele olhava o meu espartilho rosa, com rendas pretas e meias da mesma cor. me puxou para bem perto dele e segurou uma perna minha de forma que encaixasse no seu quadril. E o meu ar foi embora.
- Saudades de te ver assim. - ele falou no meu ouvido.
Nós beijamos com paixão e pressa, inclusive derrubando algumas coisas. Até que eu pensei uma coisa e parei.
- , para, preciso fazer uma coisa. Me dá sua mão direita.
Ele me olhou com uma cara de quem não tava entendendo nada. E, como eu pensava, ele ainda estava usando o tal anel.
- Acho que não tem muito sentido você estar usando isso. - tirei o anel, que voou longe.
Ele riu.
- Você me interrompeu só pra isso?
- Tem ideia de quanto tempo eu queria fazer isso?
- Tem outra coisa também que eu quero falar há um tempão.
- O quê?
- Cala a boca e me ama. - ele piscou pra mim com um sorriso malicioso.
E voltamos a fazer o que eu tinha parado.
E, depois de tanto tempo e de tanta coisa, ele finalmente reconheceu quem é o seu verdadeiro amor, e quem realmente o amava.
Como sempre fazia quando queria ficar sozinha, ela estava perto de um lago pensando na sua vida e naquele que ela sempre amou, mas a via somente como melhor amiga.
E, como se a força do seu pensamento tivesse atendido algum pedido seu, lá estava ele, não muito distante dela.
Pelo olhar ela percebeu que ele finalmente a amava da mesma forma que ela. Correu ao encontro dele, que não via há meses, ficando bastante próxima dele. Eles se olharam profundamente, sentindo a respiração um do outro, até que...
CRAC!
- CRIANÇAS!
Fui até a sala ver o estrago. Mais um vaso se fora...
- Foi o , mãe!
- Foi eu, mas a ideia de correr foi da !
- Não foi não, você bota a culpa em mim porque eu sou mais nova!
E ela começou a chorar, mas por outro motivo.
- Mãe, eu quero o papai aqui agora!
- Eu também, mãe. - disse , sério e triste.
- Olha gente, o voo deve ter atrasado, vocês sabem que isso pode acontecer. - falei, enrolando os cacos num jornal.
- Mas e agora, a gente brinca de quê?
- Que jogo vocês não brincam há um tempão?
- Hmm, o batalha naval! - os dois subiram as escadas e eu fui com eles para pegar esses e outros jogos, para conseguir terminar de escrever.
Finalmente eu ouvi o barulho da porta se abrindo.
- Fiquem aí, crianças, não quero ver ninguém correndo pela escada!
- Mas, mãe, você vai correr agora.
- Eu sou adulta e posso correr. - levei uma bela topada assim que terminei de falar isso, perto da escada. Até riu junto com a e o .Ele parou de colocar a mala para dentro e quase corri em direção a ele, que me abraçou forte e me beijou por um longo tempo.
- Mais um dia fora e eu ia ficar louco de saudade daqui.
- Mais um dia fora e a nunca mais
pararia de chorar.
E esfregamos nossos narizes ainda abraçados.
- PAAAAAIIII..
- Assim não. Desçam as escadas como a mamãe falou.
Desceram sem correr, mas ainda com pressa. E correram para abraçá-lo. Todos nós fomos pro sofá.
- E aí, pai, tem presente pra mim?
- Tem, mas DEPOIS eu dou pra vocês.
- E, pai, você vai cozinhar para gente, né? Por favor! - pedia de um jeito irrecusável, com os olhos brilhando.
- Mas vocês não me disseram que eu estava cozinhando melhor?
e ficaram em silêncio e saíram do sofá. tentava segurar o riso, sem sucesso.
- Amor, estar melhorando não quer dizer que está ótimo.
- Cozinhar pra mim é uma coisa... tensa. Por isso que chamei a Rebeca pra ficar aqui uns dias.
- Tsc, tsc, aproveitadooora...
- Mas e o pessoal da banda?
- Todos bem, te mandaram abraços. Ah, e a vai ter filho por volta do dia 27 de setembro.
A viajava sempre com a banda toda, mas eu não podia fazer isso sempre.
- Sério? Rebeca também! Essas duas são fogo, se casam juntas e vão ter filho no mesmo dia!
- É. , você não tá lembrando de nada especial?
- Já era pra você ter desistido, , eu não lembro de nada que eu deveria.
- Verdade, ficar tentando isso desde quando te conheci, há dez anos, é burrice.
Nós rimos e eu peguei no ar a informação.
- AHN? Como assim dez anos?
- Somos casados há oito. tem cinco anos e tem quatro. - ele me entregou um pacote pequeno.
- Nossa... o tempo voou!
Eu abri o pacote. Nele, havia um cordão e um pingente médio de coração, gordinho, de ouro rosa. Dentro do pingente, havia duas fotos: de um lado uma de nós dois; do outro, dos nossos filhos.
- é.. lindo! - eu falava encantada e emocionada com o presente.
- Eu me lembrei tanto de você quando vi esse colar que eu trouxe. E eu tenho um parecido, só que é prata e retangular. - ele me mostrava.
Eu ia beijá-lo, mas e sentaram entre nós dois.
- Não está na hora de vocês dois irem para a cama não?
- Amanhã não tem aula, mãe.
- Então eu deixo vocês verem um pouco de Tv.
- Ih, não tem nada de legal. Melhor ficar aqui mesmo.
- Por mim tudo bem.
Ele me beijou totalmente sem jeito, de língua. Coisa que os dois acham super nojento.
- Eca, vou sair daqui antes que eu vomite.
- Tchau, pai! - puxava pelo braço.
Piscamos um para o outro.
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