I'm Sorry
Autora: Thais
Beta: Abby


A menina se encontrava sozinha, sentada no muro daquele estacionamento, novamente. Perdera a conta de quantas vezes, em menos de um mês, se encontrava naquele estado.
Simplesmente não dava. Aquele garoto conseguia a deixar louca. Conseguia a deixar sem sono e sem vontade de viver.
E quem era ele? . Também conhecido como o garoto que costumava alegrar seus dias, que costumava ser a pessoa mais amável do mundo e que, no momento, conseguira fazer com que sentisse um nada.
Ele era alto, tinha olhos e era incrívelmente encantador. Seu perfume cítrico a fazia enlouquecer, o jeito em que a olhava nos olhos, a deixava cada dia mais apaixonada e, sem contar, o modo em que suas mãos apertavam sua cintura, o que a deixava louca.

Flashback On | Dois anos atrás
- ?! Vem aqui, agora! – a garota gritava de seu quarto. Era o dia de sua formatura e de seus amigos. Todos já haviam saído e ido para a escola, onde haveria um baile, e os pais de , seu primo, não estavam. As únicas pessoas que habitavam aquela casa eram e , seu namorado.
- Fala, disse, aparecendo na porta do quarto e tirando a garota de seus devaneios. Ela percebera que o garoto estava estático e se deu conta de que era porque estava apenas de lingerie.
- Ei, meu rosto é aqui em cima! – disse, tentando chamar a atenção do namorado, que estava observando suas pernas.
- Dá pra colocar uma roupa? – o garoto disse, sem graça, sentando na cama e cobrindo a visão com uma almofada. riu dele e colocou seu vestido.
- Tá, mas você precisa me ajudar a subir o zíper, porque eu não sou elástica – ela falou e ele tirou apenas os olhos de trás da almofada.
- Tá bom – ele disse e chegou mais perto, ficando atrás da garota e subindo o zíper lentamente para não machucá-la e, quando terminou, deu um beijo em seu ombro, que estava descoberto, já que o vestido era tomara-que-caia.
Ele a virou de frente, fazendo com que ficassem extremamente perto um do outro. Beijou sua bochecha, seu queixo e, por último, a ponta de seu nariz. Ela fechara os olhos, somente para sentir seu toque. deslizou suas mãos pela lateral do corpo da garota, segurando firmemente em sua cintura, logo em seguida. abriu os olhos, e ficou encarando aqueles lindos olhos do garoto. Colocou suas mãos em volta do pescoço do mesmo e ficou fazendo carinho em seus cabelos. Ele sorriu docemente e olhou em direção a boca da menina, que estava bem marcada com um batom rosa claro. E então, selou seus lábios.
abriu caminho entre a boca dela lentamente, intensificando o beijo, e sentiu seu coração acelerar. Seus lábios se encaixavam perfeitamente e a cada toque do garoto, ela se arrepiava. Sentia como se não tivesse controle de seu próprio corpo quando estava perto dele. Ele foi a levando em direção a cama, lentamente, deitando-a e ficando por cima dela. Abaixou seu vestido lentamente, e observava cada parte de seu corpo. A garota se sentiu envergonhada por isso e tentou se cobrir com uma almofada, o que foi inútil. Ele olhou e sua direção, rindo.
- Que foi? – ele falou, voltando a ficar por cima dela.
- Não gosto de você me olhando desse jeito. – ela disse e sorriu, tímida. riu, achando graça na atitude da garota. Ele beijou sua bochecha e voltou olhar para ela.
- Você é linda, sabia? – falou, deixando-a mais corada ainda. – Mesmo toda vermelha – completou, fazendo-a dar um tapa ardido em seu braço. – Ei, doeu! – falou e os dois riram, então ele voltou a beijá-la.
- Ai, merda! – ouviram uma voz vinda do corredor e se entreolharam assustados. Se alguém os pegasse naquele estado seria, no mínimo, deplorável. levantou correndo e pegou seu vestido, entrando em seu closet. levantou-se e arrumou sua gravata, que estava torta. Parou em frente ao espelho e bagunçou seu cabelo, como quem não queria nada. – , você tá aí? – então a cabeça de apareceu dentro do quarto e olhou para o amigo. – Ué, o que você tá fazendo aqui? – perguntou, desentendido.
- Vim ver porque a tá demorando muito pra descer. Ela tá trancada dentro do closet faz uns dez minutos. – falou e viu o olhar desconfiado.
- Eu tô trancada porque não consigo fechar o zíper dessa droga de vestido! – ouviram uma voz vir de dentro do closet e riram.
- Bom, eu tô aqui porque esqueci de pegar o meu convite. Fiquei na fila por vinte minutos e, tcharan, esqueci a droga daquele papel maldito. Ótima essa escola que não consegue nem reconhecer os alunos.
- , você tá de terno e com o cabelo arrumado. É claro que não vão te reconhecer! – a voz vinda do closet novamente falou. O garoto bufou e saiu do quarto.
- Pode sair e deixa que eu subo esse zíper, senão a gente não vai sair daqui nunca – falou, encostando na parede, e saiu. Ele fechou o vestido rapidamente e sussurou no ouvido da garota. – Mais tarde a gente termina isso – ele falou, beijando sua bochecha, e surgiu na porta do quarto de novo, olhando desconfiadamente para os dois.
- Se não for demorar muito aí, vocês podem pegar carona comigo – falou, e o casal saiu correndo atrás do garoto.
Flashback Off | Dias atuais

Suspirou com as lembranças que vieram à sua mente e tentou controlar a enorme vontade de chorar. Desejou, com todas suas forças, que tudo voltasse a ser como era antes.
Lembrou-se de quando haviam se conhecido, há quatro anos. Havia acabado de chegar na cidade para ficar na casa de seus tios, pais de .
Ela era apenas a garota da cidade grande, a aluna nova. Já , era o veterano que arrasava com o coração das garotas da escola.
A primeira vez que se viram foi no estacionamento em que a mesma se encontrava, no momento. Era um lugar onde, geralmente, os amigos de seu primo se reuniam para passar o tempo.

Flashback On | Quatro anos atrás
Era o primeiro dia de na cidade e havia prometido lhe mostrar o local. Segundo ele, era para a garota se ‘familiarizar’ com a cidade calma.
A garota costumava morar em Los Angeles com os pais, porém, os mesmos precisaram ir a uma viagem de negócios e não podiam levar a filha. Com medo de que passasse fome, sua tia ofereceu para que ficasse em sua casa em Tempe, no Arizona.
Ela estava sentada no sofá, assistindo algum desenho bobo que passava na televisão, e surgiu do nada, pulando em cima da menina.
- E aí, priminha, vamos sair? – falou, apoiando sua cabeça na almofada que estava no colo de .
- Tá um calor desgraçado, tem certeza? – ela disse olhando janela a fora.
- Claro que tenho! Preciso te apresentar para a civilização! – ele disse, sorrindo. Ela acenou, concordando, e levantou do sofá num pulo, puxando-a e a empurrando para as escadas, resmungando para que fosse trocar de roupa.
Ela entrou no quarto e procurou seu shorts jeans de lavagem escura, vestindo-o, e colocou uma blusa branca com uma caveira estampada. Nos pés, estava seu inserapável all star branco. Desceu as escadas e viu o primo a olhar com cara fechada.
- Você vai assim?
- Assim como? – perguntou desentendida.
- Pelada desse jeito, oras. Olha o comprimento desse shorts! – ele falou, gesticulando e apontando para suas pernas. A garota riu e o empurrou em direção à porta.

Andaram alguns quarteirões em baixo de um sol quente e, antes que começasse a reclamar, chegaram em uma rua pouco movimentada. Lá havia um estacionamento abandonado, onde estavam algumas pessoas que aparentavam ter sua idade.
- , cara, a gente achou que você tinha morrido! – dois garotos chegaram perto deles. Assim que perceberam a presença da garota, começaram a fitá-la com curiosidade.
- Eu tava esperando a querida aqui se trocar – falou e os garotos não prestaram atenção. bufou e apresentou a garota. – Pat, , essa é a , minha prima. , esses... Ah, você já entendeu. – disse e saiu em direção a algumas pessoas que estavam sentadas encostadas num muro.
- Oi, ! – eles disseram animadamente.
- Oi! – falou tímidamente. Quis arrancar a cabeça de por tê-la deixado sozinha com dois meninos que não conhecia. – Vocês podem me chamar de , se quiserem.
- Certo, – Pat falou, atraindo sua atenção. – Vem cá, vou te apresentar pro resto das pessoas, já que seu primo é um incapaz e não faz as coisas direito! – e puxou a garota que ria até o lugar onde havia ido há poucos instantes.
- Ei! – disse, tentando chamar a atenção dos presentes, e foi ignorado. – Ô bando de imprestável, dá pra prestar atenção aqui? – falou elevando o tom da voz e chamando a atenção de todos ali presentes, menos de um garoto, que continuava com a cabeça abaixada, concentrado em seu celular. – Essa é a , prima do , e esses são , Halvo, Nick, seu primo e . – falou apontando para cada um dos presentes, que iam acenando para ela. O último garoto, que antes estava com a cabeça abaixada, olhou em sua direção, revelando dois lindos olhos . Seu cabelo estava bagunçado, de uma forma que ela julgou muito sexy, e usava uma calça jeans de lavagem clara, com uma blusa xadrez vermelha e preta de manga curta.
Depois de alguns segundos encarando o menino, voltou sua atenção ao grupo, que estava conversando sobre algo que não estava entendendo e voltou sua atenção a , que a olhava e fez um sinal para que sentasse ao seu lado. Ela hesitou, mas foi até onde o garoto havia indicado. Após alguns instantes em um silêncio constrangedor, ele começou a falar:
- Você não é daqui, né? – ele perguntou, ainda olhando para frente.
- Não – ela falou simplesmente. Sentiu-se incomodada com o silêncio instalado entre os dois novamente e passou a prestar atenção nos meninos. Pat estava tentando arrumar o fone de , que havia quebrado, quando surgiu do nada e deu um tapa nas mãos do garoto, fazendo com que o objeto caísse no chão. Então, num momento de raiva, Patrick saiu correndo atrás dele e , que enfim percebeu o que havia acontecido, saíra correndo atrás dos dois e, no momento em que foi atravessar a rua, um carro surgiu, quase atropelando o menino, que fez uma cara de desespero hilária. começou a rir com a cena, o que fez com que olhasse para ela, sentindo uma vontade de rir junto.
- Esse é o momento em que você deduz que todos nós somos retardados e decide que quer voltar para casa – ele falou, olhando para ela.
- Eu acho que consigo acostumar com isso – falou e olhou nos olhos do menino. Ele não desviou, pelo contrário, continuou fitando-a com a mesma intensidade de antes.
- , vem cá, vou te mostrar um negócio! – disse, cutucando-a e quebrando o contato visual dos dois, deixando uma envergonhada e um intrigado.
Flashback Off | Dias atuais

Ela riu, lembrando que era sempre que os atrapalhava nos momentos mais importunos, e lembrou também dos ciúmes que o primo havia desenvolvido depois que e se tornaram amigos. Ela até compreendia o garoto, uma vez que os dois faziam de tudo juntos. Eles realmente confiavam um no outro. Era como se fossem... Namorados.
Então suspirou e fechou os olhos. Parecia que havia tirado aquele dia para se torturar e não queria isso. Não queria pensar no garoto que havia a machucado tanto. Mas era inevitável. Não havia como não lembrar de como seu corpo reagia ao dele quando estavam juntos. Não havia como não lembrar da felicidade que havia sentido naquele dia, em especial.

Flashback On | Três anos atrás
e entraram no quarto escuro, ainda sem desgrudar os lábios que estavam juntos há um bom tempo. Ele empurrou a porta com os pés e a mesma bateu, fazendo um barulho estrondoso. Agradeceu mentalmente por seus pais estarem na cidade vizinha, em algum jantar de amigos.
Guiou a menina até sua cama e a pegou no colo, deitando-a delicadamente sobre a superfície fofa. Ele parou de beijar seus lábios e passou as carícias para seu pescoço. A garota estremeceu com o gesto e o empurrou levemente pelo peito. abriu os olhos e mirou a garota embaixo de si.
- Er... ... – falou, hesitando.
- O que foi? – perguntou, preocupado.
- Eu acho melhor a gente parar por aqui...
- Por quê? – a preocupação agora havia sido tomada por uma onda de confusão.
- Tá, é que... É que eu... – começou e levantou uma sobrancelha.
- Você... – disse, incentivando-a a falar.
- Digamos que eu não esteja... Preparada. – falou, corando, e abaixou a cabeça.
- Hey – ele disse, segurando seu queixo e fazendo-a olhar em sua direção. – Tá tudo bem. Não tem problema. – e sorriu, olhando para ela.
- Desculpa. – a garota falou abaixando a cabeça novamente.
- , - disse em tom de reprovação – eu já disse que não tem problema. E não precisa se desculpar.
- Tá, desc... – ia continuar, mas viu o olhar do garoto em sua frente e sorriu sem graça. Ele deitou a cabeça no travesseiro e colocou o braço em volta da garota, fazendo-a deitar em seu peito.
- Você quer que eu vá embora? – disse, levantando subitamente e fazendo se assustar.
- Você acha que eu quero? – perguntou e viu a cara de incerteza da garota. – Não, , é óbvio que eu não quero que você vá embora. – falou e bateu a mão no lado vazio do colchão. Ela deitou ao seu lado e fechou os olhos. Depois de alguns instantes em silêncio, o garoto a chamou. – ?
- Oi? – falou, olhando o menino em sua frente.
- Eu acho que você devia ser a minha namorada. – ele falou simplesmente e a garota arregalou os olhos. Ficou o observando por um tempo, com incredulidade, e abriu a boca várias vezes, vendo que nada saía.
- I-isso é um pedido de namoro? – falou, tentando conter o sorriso que queria aparecer em seus lábios.
- Não sei... É? – ele falou, divertido, fazendo a garota o encarar, séria. – , você aceita ser minha linda e fiel namorada? – ele falou, ajoelhando-se no colchão, a fazendo rir.
- Sim, , eu aceito ser sua linda e fiel namorada. – falou, ajoelhando-se em frente ao garoto. – E você, aceita ser meu lindo e fiel namorado? – ela disse, sorrindo.
- Sim, eu aceito. – ele disse e deitou novamente na cama, puxando a garota junto.
- Certo, agora você vai me fazer o favor de terminar o seu caso com o , sabe que traições não são bem vistas pelas pessoas – falou, fazendo-o rir, e depois o beijou delicadamente.
Flashback Off | Dias atuais

suspirou pela última vez e levantou daquele antigo muro. Limpou as lágrimas e encarou o celular, que tinham quatro ligações perdidas, todas de sua mãe. Sabia que não devia ter sumido daquele jeito, mas era o único jeito de conseguir ficar sozinha, sem que ninguém a perturbasse.
Começou a tomar o rumo em direção a sua casa e lembrou que aquele era o dia em que seus amigos estavam voltando de viagem e haviam combinado há semanas de se reunir para contar as novidades.
Ultimamente, sempre conseguia fugir das reuniões que marcavam. Inventava de ir visitar seus pais (já que agora morava junto com ), ou seus tios (que haviam mudado para uma cidade vizinha), mas dessa vez estava difícil de fugir. Pat a fizera prometer que iria e a mandava mensagens todos os dias, apenas para confirmar a presença da garota.

Chegou ao seu destino e procurou a chave em seus bolsos, abrindo a porta logo em seguida. Entrou na casa, largando o celular e o iPod em cima da mesinha encostada na parede, logo na entrada.
Subiu as escadas e foi até seu quarto. Quando entrou no mesmo, viu que estava com a cama bagunçada e tinha algumas roupas espalhadas. Sentiu vontade de deitar ali e dormir até não aguentar mais, porém a voz de sua consciência a fez lembrar que teriam visitas, e ela precisava arrumar a casa, que estava um caos.
Entrou no banheiro e tomou um banho quente, que relaxou todos os músculos de seu corpo, fazendo-a esquecer por um instante de todos seus problemas. Era inverno e a garota agora usava uma calça jeans escura, um moletom da GAP e nos pés, sua pantufa de vaquinha, que tanto adorava.
Saiu pela casa pegando roupas jogadas, latinhas de refrigerante em cima dos móveis e seus livros da faculdade espalhados pelo chão da sala. Não sabia o que faria se chegasse antes de conseguir arrumar o lugar. Estaria frita, definitivamente. Estremeceu com o pensamento e voltou ao que estava fazendo.

Depois de ter conseguido deixar a casa apresentável e de ter arrumado as louças que iriam usar, a garota sentou no tapete da sala com uma garrafa de vinho numa mão e na outra, uma taça.
Claro, estava se embebedando antes mesmo dos seus amigos chegarem. Esperava que seu humor melhorasse até lá, ou acabariam todos sentados em um círculo chorando e bebendo até não aguentar mais.
A bebida já começava a fazer efeito em seu corpo e a garota se pegou pensando no dia em que as coisas deixaram de ficar bem, deixaram de fazer sentido. Tentava a todo custo esquecer daquela noite maldita, mas a mesma sempre dava um jeito de aparecer em sua mente.

Flashback On | Três meses atrás
Estávamos todos reunidos na casa de , conversando comportadamente.
Mentira.
Estávamos todos bêbados e felizes, cantando e dançando na frente da televisão. Sentei no sofá para descansar um pouco, afinal, sou sedentária, não uma atleta. Falando em sedentarismo, cadê o ? Aquela tripa deve estar pegando mais bebida na cozinha. Olha, vou te contar, não é fácil ter um namorado alcoólatra. Em todos os lugares que vamos, ele bebe demais, o que não é legal, já que ele sempre acaba deitado no meio da rua, olhando pro céu.
Aliás, aquela vadia da Amber também sumiu. Espero que tenha bebido ao ponto de não suportar mais sua própria existência e que tenha ido se afogar na privada. Garota nojenta. Juro que se não fosse pelo gostar dela, já teria chutado a cara daquela cachorra há tempos.
, foco. Você tem que caçar o seu namorado perdido.
Fui até a cozinha ver se achava o dito cujo e, se ele não estivesse lá, aproveitaria para pegar mais bebida, já que o efeito estava passando e eu estava começando a ficar deprimida.
Assim que passei pelo batente da porta, acabei tropeçando numa garrafa que estava no meio do caminho. Chinguei aquele maldito pedaço de vidro mentalmente e assim que levantei a cabeça, me deparei com uma cena nada agradável.
Amber estava sentada na bancada da pia com no meio de suas pernas. Fiquei parada onde estava e acho que os dois perceberam que tinha uma pessoa além deles no local, já que pararam de se agarrar e olharam em minha direção.
Espanto. Essa era a expressão de .
Satisfação. Essa era a expressão de Amber.
Raiva. Essa era a minha expressão.
Flashback Off | Dias atuais

Acordou do transe em que estava quando ouviu a campainha soar. Colocou sua taça em cima da mesinha de centro olhando pela janela, vendo que já escurecera. Levantou, indo até a porta de entrada. Respirou fundo e fez a melhor cara de feliz que conseguira. Ela e separados por uma porta, após três meses sem se ver. A noite prometia.
Abriu a mesma, dando de cara com um Patrick sorridente e o resto de seus amigos conversando. estava atrás de todos. E continuava lindo. A garota riu levemente com seu pensamento. É claro que ele continuava lindo, quem saíra destruída daquela relação fora ela, não ele.
O único motivo pelo qual ele se encontrava ali, na porta de sua casa, era porque continuava amigo de todos os presentes. ainda não se conformava de como os amigos podiam acreditar nas mentiras que contava, estava óbvio que iria se fazer de vítima da história, após o que aconteceu.
“Ela que me agarrou!”, era o que havia falado a todos. Claro que a dúvida havia pairado sobre sua cabeça algumas vezes, mas só foi preciso que a imagem daquela noite aparecesse em sua mente para que tivesse certeza. Ele sabia o que estava fazendo.
Aliás, não fora a única que não havia acreditado na história, mas fora a única que não havia o perdoado. Afinal, o problema era entre os dois, não existia um motivo para que ninguém deixasse de olhar na cara dele.

Pat, vendo que a amiga estava meio perdida nos pansamentos, deu um passo à frente e a abraçou. A garota retribuiu o abraço, lembrando de como havia sentido falta de seu melhor amigo. Depois que ele a soltou, foi em sua direção, praticamente esmagando-a, a abraçou rapidamente e saiu correndo para ver se o seu quarto continuava inteiro e a deu um abraço de urso. Havia se esquecido de como era bom ficar perto deles. Não tinha sido fácil ficar um mês longe daqueles garotos. Depois de se soltar do abraço do amigo, estava prestes a virar de costas e...
- Er, oi... – ouviu a voz de soar ao fundo. Oi. me deu oi. Como ele tem coragem de me dizer oi? Eu fiquei trancada no meu quarto por um mês inteiro tomando sorvete direto do pote por culpa dele e vem com essa de oi, como quem não quer nada?, pensou. Olhou para o garoto e ficou por cerca de 5 segundos encarando-o, sem acreditar.
- Oi, – disse finalmente e deu as costas.
Claro que depois se sentiu culpada. Mas quem havia errado ali fora ele, não fora?

Passado um tempo da chegada dos garotos, estavam todos na pequena sala. Certo, nem todos. estava vendo televisão, arrumava a mesa para comerem, estava no quarto falando com a mãe, Pat e estavam conversando num canto e estava sentada na poltrona com (mais uma) taça de vinho em mãos.
Pausa. Pat e conversando num canto. O quão estranho aquilo soava?
ficou observando a cena com interesse, até que Pat olhou em sua direção e fez o mesmo. Não preciso dizer que seu copo pareceu mais interessante do que qualquer outra coisa naquela sala, certo?
Algum tempo depois do acontecimento, sentiu a almofada ao seu lado afundar, ouvindo o garoto que agora estava ao seu lado suspirar e congelou. Aquilo não ia dar certo.
- O que você quer? – perguntou, sem paciência.
- Eu? – perguntou, esperando a garota responder e, vendo que não ia o fazer, continuou. – Conversar, ué.
- Sobre o quê? – perguntou incrédula.
- Não sei. Tá todo mundo conversando, por que a gente não pode conversar também? – ele disse e ela o olhou, tentando entender o que acontecia na cabeça dele. Então, teve um estalo. Olhou rapidamente na direção de Patrick e o mesmo estava observando os dois, porém, assim que a viu o olhando, virou em direção contrária rapidamente.
- Você tá me zoando? – ela perguntou, ainda olhando para o amigo.
- Por que eu estaria?
- – disse e respirou fundo. – Você realmente quer que eu fale?
- Sim.
- Você me traiu. Na frente dos meus amigos. Ah, e da última vez que nós nos falamos, eu estava me controlando para não colocar fogo em você. – ela disse, tentando manter a calma.
- , eu já dis... – começou e a garota o cortou.
- Já disse que não foi culpa sua? Eu já ouvi essa história em todas as versões possíveis e nunca sei em qual acreditar. A única coisa que eu sei é que não, eu não acredito em você. – falou e viu o garoto abrir e fechar a boca várias vezes, sem conseguir pronunciar nada. – Ah, pra você é . – e saiu em direção a Patrick. – Eu te mato! – disse, apontando o dedo na cara dele e foi até a porta, antes pegando seu celular e um maço de cigarros. Ela precisava sair daquele lugar antes que ficasse louca.
- Ei, , aonde você vai? – perguntou chegando mais perto da garota.
- Vou ali fora um pouco. – falou e viu ele a fitar com desconfiança. Levantou sua mão, mostrando o que tinha ali e ele pareceu entender.

Desceu os degraus da escada que tinha logo na porta de entrada e foi até a lateral da casa, onde tinha um corredor com grama no chão, sentando-se ali mesmo. Acendeu um cigarro e tragou lentamente, sentindo a calma tomar conta de si. Então, o ar, que antes estava tomado pela fumaça, foi tomado por aquele tão conhecido cheiro. Inalou aquele perfume que, antigamente, costumava estar impregnado em todas suas roupas e em todos os lugares de sua casa. sentou ao seu lado novamente, tirou o cigarro que tinha em suas mãos e tragou.
- Sério? – disse olhando para ele.
- Como? – ele perguntou, enquanto soltava a fumaça de um jeito que julgou extremamente sexy.
- Você não vai me deixar em paz, né?
- Não – disse sorrindo para ela.
- Você é um idiota. – falou, encostando na parede. afundou o cigarro, que ainda estava pela metade, na terra fofa e encostou ao seu lado.
- Sabe, algum dia você vai ter que me perdoar... – ele falou sem olhar para ela. Suspirou e olhou para o lado, encarando-o.
Ele realmente continuava do mesmo jeito. Seus cabelos sedosos estavam bagunçados de um jeito que só ele conseguia fazer, seus olhos brilhavam, como sempre. Incrível como ele parecia não ter sofrido nada com a separação dos dois.
Ela, por outro lado, estava um caco. Seus cabelos estavam opacos e sem brilho, seus olhos estavam escuros e pareciam estar sem vida. Ela, definitivamente, se sentia um lixo perto dele.
E, apesar de tudo que a fizera passar, ela sentia falta dele. E como sentia.
- Eu... – começou a falar e parou, observando seus pés. olhou para ela, fazendo um sinal para que continuasse. – Eu não sei. – falou e olhou para ele.
- Gente? – gritou da porta e nenhum dos dois respondeu. Ele caminhou até onde estavam, parando na frente deles. – Er, eu tô atrapalhando alguma coisa?
- Não. – disse e levantou rapidamente, ficando ao lado do primo.
- Certo – disse desconfiado. – Vamos lá para dentro, a gente tem que decidir o que vai comer e essas coisas. – falou e viu ir em direção a entrada da casa. olhou para o amigo, que deu de ombros, levantando e seguindo a garota.
Esses dois são muito estranhos, pensou.

Já do lado de dentro da casa, encontravam-se os seis amigos sentados em roda na sala, decidindo o que iriam fazer naquela noite.
- Eu quero cupcakes! – Pat disse, com um brilho nos olhos.
- A gente precisa comer alguma coisa antes da sobremesa, animal – disse batendo na cabeça do amigo.
- Eu comprei os seus bolinhos, Pat, eles estão na geladeira – disse calmamente e viu o amigo levantar e sair correndo para a cozinha.
- Eu quero pizza! – disse, levantando as mãos para cima. Então, como se uma luz tivesse sido acesa na cabeça dos presentes na sala, todos concordaram. foi até a cozinha pegar a agenda telefônica, que estava no armário e deu de cara com Patrick sentado na cadeira, abraçado na caixinha em que estavam os bolinhos.
- Er... A gente vai comprar pizza... – ela falou, olhando-o com uma cara estranha. Ele apenas acenou com a cabeça e a garota voltou para a sala, pensando que o amigo precisava de algum tipo de tratamento urgentemente. – Certo, pizza de quê? – e ouviu seus amigos discutirem sobre os sabores. Após um tempo de discussão, chegaram a uma conclusão.
- Certo, mussarela, então? – perguntou a todos.
- Mas eu quero de pepperoni! – disse, fazendo sorrir. Aquela era a pizza preferida dos dois e lembrava-se que quando seus amigos saíam e os dois resolviam ficar em casa, sempre pediam uma pizza daquela, deixando sobrar somente a caixa, no final. A garota despertou de seus devaneios quando ouviu seu nome sendo chamado por e olhou para , que estava com cara de paisagem. É, parecia que os dois haviam lembrado da mesma coisa.

Após pedirem e comerem a pizza, a única coisa que podia ser vista naquela sala eram os pratos pelo chão e várias latinhas de cerveja espalhadas por aí. Todos os seis estavam sentados nos sofás, conversando sobre a viagem, planos futuros e coisas que costumavam fazer quando mais jovens...
- Eu lembro até hoje do dia em que tava todo mundo bêbado no estacionamento e a gente começou a cantar Oasis, aí a mulher da casa da frente veio perguntar se a gente tava precisando de ajuda, porque achou que estávamos pedindo por socorro – disse, fazendo todos rirem mais uma vez. Só faltava que eles saíssem rolando de tanto dar risada, era cada coisa bizarra que lembravam.
- Acho que eu passei a maior parte da minha vida naquele lugar, sério... – disse, tentando parar de rir.
- 8123 means everything to me... – cantarolou o verso de uma das músicas que haviam escrito.
- Falando em banda… - disse.
- Mas ninguém tá falando de banda – disse e fez uma cara de pensativo, atraindo a atenção de todos para si.
- Você entendeu – a garota disse, fazendo gestos com a mão. – Como vão as músicas?
- A gente tá escrevendo... – disse e foi interrompido por um levantando da roda subitamente e atraindo a atenção de todos. Ele tinha uma cara de que havia tido a melhor ideia de todos os tempos e, de repente, foi até a porta e saiu pela mesma, deixando os amigos com cara de paisagem. – É... – falou, ainda olhando para a porta. Então, entrou pela mesma, desta vez, com um violão. Foi até , puxou-a pela mão, tentando levantá-la.
- Que isso, homem? – a garota perguntou assustada.
- Levanta, quero te mostrar um negócio! – falou afobado e ela o fez, ainda sem entender. O menino pegou em sua mão, fazendo-a sentir um leve frio na barriga e a levou em direção as escadas.
Assim que chegaram no andar de cima, a empurrou até seu quarto e a menina, finalmente, parecera entender onde ele queria chegar.
- Olha, não sei o que você quer, mas isso não vai acontecer. – falou brava, o que fez o menino a olhar e dar risada. – Eu tô falando sério. Seríssimo. – disse e foi andando até a porta, quando sentiu lhe puxar levemente pelo braço. Ela ia abrir a boca para protestar, mas ele a impediu.
- Nah, fica quietinha! – disse tampando sua boca. E, novamente, o frio em sua barriga surgiu. Ele, definitivamente, precisava parar de fazer aquele tipo de coisa. – Olha, eu sei que pode parecer clichê ou idiota... – ele falou enquanto ela andava até sua cama. – Mas... É que...
- Você tá me assustando... – ela falou e um silêncio se instalou entre eles. foi até a cama e sentou-se em sua frente.
- Eu escrevi uma música para você... – ele falou meio incerto. , no momento, encontrava-se em choque. Uma música. Ótimo. – Ela foi escrita no dia em que... Bem, no dia em que a gente terminou. – falou e suspirou.
- , eu não acho que é uma boa ideia, sabe...
- Só ouve, por favor. – falou e viu a cara de indecisão da garota. – Não precisa falar nada. Se você não gostar, pode sair por aquela porta sem nem olhar na minha cara e eu juro que nunca mais vou te atormentar na vida, mas, por favor, me dá uma chance. Só uma! – implorou. ficou relutante por um momento e se aconchegou na cama.
- Tá bom, vai. – disse, vendo o garoto sorrir de lado e jogou uma almofada nele. Fez um gesto para que ele começasse e ouviu os primeiros acordes da música serem tocados.

(N/a: dá play nessa música!)

I'm fucked up again, I shouldn't drive tonight
(Eu estou fodido novamente, eu não deveria dirigir esta noite)
But I keep thinking of you
(Mas eu continuo pensando em você)
I hurt you again, I shouldn't lie tonight
(Eu te machuquei novamente, eu não devia mentir hoje à noite)
So the next few words are true
(Então as próximas poucas palavras são verdadeiras)

Ouviu a voz de soar junto com os acordes do violão e mirou o garoto em sua frente. Ele estava com os olhos fechados, totalmente concentrado na música. Era como se cantasse com a alma, sentia aquilo.
O primeiro verso a fez lembrar de tudo o que havia ocorrido naquela noite, foi como se tivesse voltado no tempo e estivesse vivendo tudo aquilo novamente.

Never again, never again, no
(Nunca mais, nunca mais, não)
Will I leave you high and
(Vou deixar você alto)
Never again, never again, no
(Nunca mais, nunca mais, não)

Never again, never again, no
(Nunca mais, nunca mais, não)
Will I leave you high and dry
(Vou deixar você alto e seco)
This time, I more than mean it
(Dessa vez, eu juro)

A garota olhava para baixo, ouvindo atentamente cada palavra. Olhou para ele novamente e viu que agora, mantinha seus olhos abertos e fixos nela, não como se estivesse cantando, mas como se estivesse falando aquilo para ela.
Sentiu-se envergonhada ao ver os olhos do garoto a fitarem com tamanha intensidade, mas não desviou o olhar nem uma vez. Queria que sentisse o que estava sentindo no momento. Queria que pudesse ver como se sentia por dentro. Queria que pudesse sentir a dor que sentiu naquela noite.

I'm sorry
(Me desculpe)
I'm not what you wanted
(Eu não sou o que você queria)
I'm sorry
(Me desculpe)
I'm sorry I let you down
(Me desculpe, eu te decepcionei)

I could use some poor excuse
(Eu poderia usar alguma desculpa esfarrapada)
Cause the hardest thing to say
(Porque a coisa mais difícil de dizer)
Oh, it's the hardest thing to say in the world
(Oh, É a coisa mais difícil de dizer no mundo)
I'm sorry, yeah, I'm sorry
(Me desculpe, yeah, me desculpe)

cantou o refrão olhando nos olhos de .
Ele estava ali, três meses depois do que havia acontecido e estava abrindo seu coração para a garota em sua frente. Era a mais pura verdade o que a música dizia.
Ele poderia ter explicado o que havia acontecido naquela noite. Poderia ter dado alguma desculpa. Podia ter falado algo que a fizesse acreditar.
Mas simplesmente não conseguia. Não havia como mentir para a pessoa mais importante de sua vida.

I'm messed up again
(Eu estou confuso de novo)
Thinking of times when I was lost in and you let me in
(Pensando nas vezes que eu estava perdido e você me deixou entrar)
But I'm only human
(Mas eu sou apenas humano)
And both you and I will know the way that this will end
(E ambos, você e eu sabemos como isso irá terminar)

deu um sorriso de lado enquanto cantava e sabia bem o porquê.
Lembrou de algumas vezes em que ele saía para beber com os garotos e aparecia do nada em sua casa, de madrugada. Ela sempre brigava com ele e fechava a porta em sua cara, mas nada disso adiantava, já que dois minutos depois, lá estava ele tocando novamente a campainha, desta vez, com uma flor (roubada do jardim de sua casa) nas mãos.
Não adiantava, mesmo quando estava brava, ele conseguia fazer com que um mínimo sorriso surgisse em seu rosto.

So I say never again, never again, no
(Então eu nunca mais, nunca mais, não)
Will I leave you high and
(Vou deixar você alto e)
Never again, never again, no
(Nunca mais, nunca mais, não)

Never again, never again, no
(Nunca mais, nunca mais, não)
Will I leave you high and dry?
(Vou deixar você alto e seco)
This time, I more than mean it
(Dessa vez, eu juro)
Yeah

I'm sorry
(Me desculpe)
I'm not what you wanted
(Eu não sou o que você queria)
I'm sorry
(Me desculpe)
I'm sorry I let you down
(Me desculpe, eu te decepcionei)

I could use some poor excuse
(Eu podeira usar alguma desculpa esfarrapada)
Cause the hardest thing to say
(Porque a coisa mais difícil de dizer)
Oh it's the hardest thing to say in the world
(Oh, é a coisa mais difícil de dizer no mundo)
Yeah I'm sorry
(Yeah, me desculpe)

Terminou de cantar e olhou para a garota em sua frente. Ficou apreensivo, tentando adivinhar o que passava por sua cabeça.
- Ainda faltam algumas coisas para terminá-la, mas... Eu queria que você a ouvisse antes de todo mundo, já que foi escrita para você. – disse, fitando a garota quieta em sua frente. Pegou a mão dela e voltou a falar. – Olha, eu não vou tentar desmentir o que você viu, eu não vou te dar nenhuma desculpa e eu não vou tentar fazer você acreditar em mim. Isso tudo é porque eu sei que errei e sei que fui um idiota, . Eu agi sem pensar e você não sabe o quanto eu me arrependo. Todos os dias eu acordo torcendo para que tudo aquilo tenha sido apenas um pesadelo, e quando eu olhasse para o lado, pudesse te ver ali dormindo comigo. Eu não pensei que eu poderia perder a pessoa mais importante da minha vida. – falou e suspirou. – E eu queria te pedir desculpa por isso.
Observou a garota em sua frente, que continuava calada. Aquele silêncio todo estava lhe deixando agoniado, já que não sabia o que a garota estava pensando.
- Pelo amor de Deus, fala alguma coisa, mulher! – disse em um tom de brincadeira. Talvez se descontraísse um pouco... Certo, também não funcionou.
A garota se mexeu um pouco na cama e, do nada, tirou o violão da mão do menino em sua frente, colocando-o no chão. O encarou pensativa, não sabendo ao certo o que fazer.
olhou para suas mãos, rezando para que não fosse estapeado até a morte, porém, seus pensamentos foram interrompidos quando duas mãos delicadas e macias tocaram a pele de seu rosto, fazendo-o olhar na direção da garota. Ela passou suas mãos para a nuca do garoto e o puxou levemente para perto de si. O olhou por uma última vez e selou seus lábios, surpreendendo-o. Ele fechou seus olhos, pensando em como havia sentido falta daquilo. Suas mãos, que antes estavam apioadas no colchão, agora haviam passado para sua cintura, apertando-a e puxando-a para mais perto. Sentiu o garoto abrir espaço entre seus lábios cerrados e seu coração acelerou involuntariamente, assim como suas mãos começaram a suar frio. Sorriu, sem parar de beijá-lo, pensando em como sonhava com o dia em que o teria em seus braços novamente.
Os dois se separaram e ficaram se olhando, ainda ofegantes. sorriu e o acompanhou.
- Isso quer dizer... – ele começou, aumentando seu sorriso e fazendo a menina suspirar.
- Tá, a gente pode tentar de novo... – disse e a deu um selinho, sentindo que poderia explodir de felicidade a qualquer momento. – E sim, eu te desculpo.
- Você não sabe quantas vezes eu sonhei em te ouvir dizer isso.
- E você não imagina a falta que fez. – disse, mexendo no cabelo dele. Então, ouviram um baque atrás dos dois e viraram-se para ver o que acontecia. A porta, que antes estava encostada, agora encontrava-se totalmente aberta e no chão, estavam , Pat, e amontoados.
- Pronto, imbecil, estragou tudo. – disse batendo na cabeça de , que estava por baixo.
- Eu? Foi o Patrick que me empurrou! – falou apontanto para o garoto que se levantava com cara de dor.
- Assim, sem querer interromper a discussão de vocês, mas... Posso saber o que tá acontecendo? – perguntou e viu todos os amigos olharem em direção ao casal.
- Nad...
- A gente queria ver se você ia voltar com ele ou estapeá-lo até a morte. – Pat disse simplesmente, recebendo um tapa na cabeça.
- E eu ganhei 20 dólares de cada um! Pode passar a grana aí, galera. – disse virando aos meninos, que resmungaram e pegaram a carteira.
- Vocês todos apostaram que eu ia bater nele? – perguntou, incrédula, vendo a maior parte acenar. – Você sabia disso? – ela perguntou a , que negou.
- Eu apostei que vocês iam voltar! – Pat disse recebendo o olhar de desconfiança de . – Quê? Você sempre gostou dele e ele sempre gostou de você, estavam separados porque eram idiotas.
- Ei! – o casal disse, repreendendo o amigo.
- Você já a pediu em namoro de novo? – perguntou ao amigo, que apenas negou com a cabeça. – Ah, poupe-me, vocês são muito lerdos. Vou ver minha novela, com licença. – disse, saindo do quarto. Todos se entreolharam e após isso, viraram para , esperando uma atitude do garoto.
- Que foi? – perguntou, recebendo um olhar de indignação dos amigos. – Eu tô esperando vocês saírem daqui. – disse e todos saíram do quarto rapidamente. – Aleluia!
- Coitados, disse, se divertindo com a situação, e um silêncio se instalou entre os dois. – Então...
- Quê? – perguntou, fingindo desententimento.
- ! – disse e o garoto a puxou pela cintura, sentando-a ao seu lado.
- Tô brincando, tonta. – ele falou, beijando sua bochecha. – , você aceita ser minha namorada de novo? – disse olhando em seus olhos.
- Aceito, claro que aceito! – disse sorrindo. Ela estava pronta para lhe beijar quando viu o garoto se levantar. – Ah, agora você vai me largar. – falou e ele riu, ajoelhando em sua frente. Então, tirou uma pequena caixinha do bolso de trás de sua calça jeans e a colocou em sua frente.
- Só que, dessa vez, é sério. – falou, abrindo a caixinha e revelando uma linda aliança de prata. – Então, você aceita mesmo? – perguntou, vendo que os olhos da garota em sua frente começavam a se encher de lágrimas.
- É claro que eu aceito! Sim, sim e sim! – ela disse se jogando em cima do menino, que caiu para trás, fazendo que os dois fossem parar no chão.
- Ai! – disse quando bateu a cabeça no chão. – Você estragou o romantismo! – disse e pegou o anel, colocando no dedo de e depois rindo.
- Ah, cala a boca e me beija! – ela disse rindo e o beijou. Ouviram várias risadas vindas de fora do quarto e olharam para onde vinha o barulho, encontrando seus amigos parados lá novamente.
- Que fofos! – disse e todos bateram palmas, fingindo emoção.
- Ai, estou emocionado. – Pat falou surgindo no meio da multidão e viram um brilho em seus olhos. – Vou comprar cupcakes para comemorar! – disse, fazendo todos rirem.
- Então vocês estão juntos de novo? – perguntou feliz ao ver o casal confirmar. – Legal, agora eu não vou mais ter que assistir seriados de drama de sexta à noite! – comemorou e sentiu uma almofada atingir sua cabeça. Olhou para a prima e teve uma ideia genial. – Montinhooo! – gritou e saiu correndo em direção ao casal, sendo seguido pelos amigos.
Naquele momento, se sentiu a pessoa mais feliz do mundo. Finalmente as coisas haviam voltado ao normal. Finalmente estava junto de seus amigos, como era antigamente. E, finalmente, tinha voltado com . Seu , aquele que a fazia feliz e que, tinha certeza, era o dono de seu coração.

Fim.


N/a: Oi, genteee! Ai, tô emocionada, minha primeira fic no site <3 e a primeira de romance que eu escrevi, é. Deem um desconto, hehe.
Espero que vocês tenham gostado e me desculpem por ter deixado o Pat fixo, mas era necessário. Deu pra perceber porquê, né? Haha
Não vou enrolar muito, só queria agradecer a Tati por ter me ajudado e me apoiado com a ideia da fic <333
Bom, é isso! Não se esqueçam de comentar, seria legal saber a opinião de vocês! :D>


N/beta: Nhooooin, que fic fofinha, gente! :3 Se vocês gostaram também, comentem! É rápido, indolor e de graça. E ainda vai fazer uma autora feliz! hehe



Nota da Beta: Erros? Envie diretamente para mim pelo email awfulhurricano@gmail.com ou através de um tweet para @mimdeixa (lembrando que eu NÃO sou a autora da fic). Não use a caixinha de comentários, por favor. xx Abby

comments powered by Disqus