Fechei a porta segurando o choro. Sabia que era o certo, não tinha mais como ficar ali, onde era tão injustiçada, precisava deixar tudo e reviver algo que existisse. Ao virar vejo sua forma, olhando para mim em meio à tanta água. Seu rosto ensopado e com o cabelo grudado igualmente a sua roupa. Onde fica a parte do bloqueio mental mesmo? Onde me controlo e deixo as minhas emoções irem embora? Funcione! Será que isso é o suficiente pra ele ir embora? Será que isso é realmente algo da minha mente? Deixe mais algumas gotas caírem, deixe mais algumas lembranças boas chegarem... Deixe que alguém me belisque e o real caia sobre meus ombros; pelo menos será verdade.
Capítulo 1 - Behind Blue Eyes
Sentei na minha cadeira, pelo menos era o que a Hilda me contava. Ninguém mesmo sentava nela enquanto eu tava lá. Até a chamam de Cadeira do . Isso é a recompensa em vir toda segunda semana do mês no mesmo lugar. Sei que preciso mudar, mas não consigo. Não posso deixar essa vida de merda de lado. O mundo não me entende, a vida não gosta de mim e por que eu devo aceitar os limites que ela me impõe? Nada de abaixar a cabeça e deixar mais um final de semana sóbrio, mas afinal... Qual foi o último dia que passei em casa, jantando com meus pais? Bom, faz um tempo.
Bebidas e mais bebidas se empilhavam em cima da mesa a minha frente. Mulheres e mais mulheres esfregavam os seus corpos ao meu. Nada mais me satisfazia. Todos os mesmos casos, as mesmas mulheres, nada de novo. Preciso mudar meu repertório urgentemente! Mas já que aqui estou, aqui que vou poder relaxar. Mais algumas cervejas, alguns copos de vodka e assim vou estar pronto pra fazer sexo com a próxima que me aparecer. Sexo é o que me relaxa, além da droga, é claro.
30 minutos se passaram, não posso deixar de levar alguém pra cima. Gostei da ruiva que passou e me olhou com cara de ‘você tem dinheiro, quero te mostrar meu útero’. Ela passou novamente, dessa vez não deixei escapar. Sem fazer muito mais que um assobio, ela começou a dançar na minha frente, com aquela calcinha rosa, que mal dava para ver o seu elástico, se é que tinha alguma coisa tampando. Ao se empoleirar no meu colo, não tive reações: ela puxou meu cabelo pra trás e beijou meu pescoço. É essa! E menos de dois minutos estamos no quarto 3, com minha cueca no chão e suor na testa.
– Acorda, filha! – odeio quando meu pai me acorda feliz, quem acorda feliz, pai querido?
– Pai, – disse meio sonolenta – pode falar... Estou acordando.
– Você não vai acreditar o que acabaram de me falar! – ao ver pela animação dele, com certeza não era nada sobre minha mãe não estourar o cartão de crédito. – Me ligaram de Londres, querida, fui promovido! – aquela palavra começou a ecoar em minha mente: promovido, promovido... – Não é ótimo?
– Pai, não sei o que dizer.. – promovido, promovido – mas como aconteceu? Vamos nos mudar? Eu vou ter que deixar a minha vida toda aqui? E a escola? Meus amigos? Pai, você sabe que não podemos ir... Ou podemos?
– Podemos, querida. Eu fui promovido porque eu fui o planejador da última campanha da empresa. Foi comentada em todos os pólos nos últimos dois meses. Então o Cal, diretor da empresa em Londres, mandou me chamar. – ele fez uma pausa, ainda bem... Não tava respirando muito bem – Essa época as aulas vão começar lá. Sei que você não anda muito bem com as suas notas na escola por causa do ...
– Já conversamos sobre isso – eu o interrompi – ele não tem nada a ver.
– Que seja, mas não podemos deixar isso passar só por causa do seu namoro. – infelizmente ele tinha razão. Era o sonho do meu pai, uma vida toda em torno de dar o melhor que podia pra mim e minha mãe. – Posso contar com você nisso, ?
– Tem jeito de recusar? Eu sei que isso era tudo que você queria, não sou eu que vou estragar seu sonho...
Meus pensamentos ficaram longe, pensando como seria me separar de toda uma vida, mesmo que eu não seja grandes coisas, mas tinha amigos, namorados e... uma vida!
Ele se limitou a sorrir e me dar um abraço apertado, aconchegante. Meus medos se foram, porque eu ia fazer tudo de novo, ia ser uma nova e, além de tudo, ia morar em LONDRES!
A história de se mudar ficou matutando em minha mente, até me encontrar com no portão do colégio. Não contei pra ele de primeira, mas ele reparou que tinha algo de errado. Tentou tirar de mim até o último instante, mas eu só contei na hora do intervalo. Isso foi um erro... Porque tudo que eu não precisava era que ele me desse as costas. Ele não entendeu direito! Ele simplesmente achou que EU queria deixá-lo: injusto. Não fui correr trás dele, me juntei às minhas amigas e contei para elas, que no próximo final de semana eu ia. Foi um festival de lágrimas,mas tinha que ser feito. Elas compreenderam muito mais que meu namorado. Vai saber.
Meu celular tocou e vi que era uma mensagem... Dele. Dizia: “Amor, mais tarde eu passo na sua casa. Precisamos conversar. Não estou no colégio”. Fim.
Fui confusa pra casa, na esperança de logo encontrá-lo, mas essa não foi a única vez que me enganei com ele. Comecei a encaixotar minhas coisas e outras colocando na pilha de doação, estava tudo muito movimentado em casa. Faltavam 5 dias para a mudança.
finalmente bateu na porta do meu quarto, não sei onde ele andara, mas seus olhos estavam vermelhos. Sem dizer muito, ele entrou e me beijou. Tinha alguma coisa estranha nele, não sei dizer direito o que era: afinal, eram tantas coisas juntas.
Os dias passaram como horas. E quando me dei conta, minha casa estava vazia, apenas com um sininho na porta. E fomos nós pro aeroporto, sem despedidas, sem choros e sem melodrama exatamente como eu queria.
Por mais difícil que fosse eu não pude esquecer da carta das minhas amigas, tinham algumas partes manchadas – talvez por lágrimas – e várias caligrafias. Sentirei falta das risadas, sentirei falta dos abraços e também das conversas intermináveis. Uma parte importante: não terminei com , prometi e foi prometido que seríamos fiéis, confiança foi a base de tudo.
Mais um dia nesse inferno, onde ninguém me entende. Na escola as meninas se jogam, mas nada tem a me dar. Em casa, as coisas são quase as mesmas... Meus pais andam mais ocupados que aqueles telefones que eu consegui no bordel semana passada. E agora meu pai vem com um papo que tenho que ir à festa de apresentação do novo gerente de imagem da empresa dele. Saco! Preciso encher a cara, ou então não fico nem mais que dois minutos nessa droga de festa. Essa semana passou muito rápido, nem reparei se dei uns tequinhos ou fiquei liso. Preciso analisar isso melhor. Preciso me concentrar pra não voar no pescoço do Mourice, ele não entende que água não faz parte do meu corpo e quando eu digo vodka, é vodka e não água gaseificada com limão! Chega de ficar em casa, duas horas por dia é minha cota limite. A rua está me chamando, clamando meu nome como teu rei, se bem que posso ser mesmo. Ela brilha ao me ver, ela agita ao me ver, e quando eu piso nela então... NINGUÉM me detém!
Capítulo 2 – On my own
A viagem até que foi tranquila, assim que consegui um sinal, mandei uma mensagem pro celular do . Preciso trocar de celular, como as pessoas daqui – meus futuros amigos – me ligarão? É, preciso trocar.
Pegamos o táxi até a Hill Park, onde fica a nossa nova casa. Estava viajando em meus pensamentos quando o carro parou. Havia um lindo bosque em frente de casa, e ela era grande, com 3 andares. Victor, meu pai, prometeu pra mim o último andar, inteiramente! Vou levando as caixas do caminhão de mudança pra dentro, todos fazem isso; em especial levo as do meu quarto e arrumo tudo do meu jeito. Agora tenho um andar pra mim, preciso decorá-lo do meu jeito. Depois eu decido as coisas que tenho que comprar, enquanto isso vou dar uma volta no bairro, respirar algo diferente do que caixas com poeira e madeira nova. Desço os lances da escada e procuro minha mãe, não a vejo, mas deve estar por aí, ajudando na mudança. Ao passar pela cozinha, vejo um envelope preto, em cima do balcão. Abra, abra: – sussurros em minha mente me obrigavam a olhar – e abri.
O convite da festa de apresentação do meu pai, onde ele seria anunciado ao seu novo cargo. Eu iria, fato. Mas eu não poderia ir com calça jeans e all star. E agora?
Adoro o vento em meu rosto, por mais frio que seja. Afinal de contas, o que isso ia mudar no meu ser? Nada, exatamente nada. Esse vento faz parte de mim, e é a única coisa boa que realmente eu tenho: o nada. Meus momentos são bons, e aqui, na Tower Bridge, é um dos poucos lugares que eu penso e sou quem devo ser. Aqui é o único lugar que eu vejo meus erros, que me sinto culpado pelas coisas que me causam. Apesar de não admitir, sei que erro muito. Ninguém precisa saber e ninguém vai. Será que posso colocar mais um na conta de quantas vezes eu pensei em me jogar daqui? A essa altura, a queda seria fatal. Sem volta, sem dor.
Chega desse pensamento, principalmente quando você sente algo vibrando no seu bolso – Será que ninguém vai me deixar em paz? – meu celular, maldito, por que toca logo agora?
– , sou eu . – ótimo! Tudo que precisava era que ele me ligasse – Cara, vamos sair, todos juntos, você tá a fim? – como se ele não soubesse a resposta.
– Quem vai? – suspense sempre é bom.
– Eu, , e : o pessoal de sempre. Vamos, cara, vai ser bom pra você.
– Bom pra mim? Como se algum de vocês fosse me dar um conforto e me matar...
– Já falei pra você que nunca vamos fazer isso. – ele me interrompeu brusca e friamente. – Você vai?
– Você acha que eu vou sair com vocês? Não.
Desliguei o telefone, sem dar chances de ele respirar. Sair com e sua namoradinha e um casal a mais? De jeito nenhum. E se essa merda tocar novamente, eu jogo lá embaixo, simples.
Capítulo 3
Antes de sair, decido procurar meu pai. Afinal, se vamos a uma festa, principalmente a da empresa dele, tenho que ir arrumada. Ou seja, com vestido novo. Escuto barulhos lá fora, então vou ao encontro deles, provavelmente eles devem estar terminando de tirar as coisas do caminhão, para livrá-lo. Passando pela sala, vi 3 coisas penduradas em uma arara: um terno, – dava pra ter claramente – um vestido e um casaco de pele. Não to colocando fé na parte do casaco de pele. É meio salmão, meio marrom... Não sei se é por causa do plástico mais escuro, mas não posso ficar na dúvida.
Abrindo espaço entre as caixas abertas, fechada e entulhos no chão, eu cheguei perto da arara e vi um terno e DOIS vestidos. Será que um era pra mim?
– Esse é seu. – disse meu pai encostado na porta. – Sabia que você não ia resistir e abrir. Eu te vi lá fora.
– Pai, você sabia da festa e não me contou nada? Pensei que fosse na outra semana.
– Pois é, eu acabei sabendo por acaso, mas ficou muito em cima da hora pra eu deixar você ir comprar o vestido, se não era mais uma semana no Brasil – ele riu e eu também.- Abra, acho que você vai gostar.
Não pensei duas vezes, e retirei o plástico. Era lindo e da cor salmão. No estilo grego, com pedrinhas douradas no único ombro que se prendia no cabide. A parte de trás era maior que a da frente, fazendo umas pequenas ondulações na borda. Simplesmente lindo!
– Obrigada, pai. – fui ao seu encontro com os braços abertos esperando os eu abraço.
Odeio gravatas! Isso não serve pra mim, e não sei porque ainda tento usá-las. Odeio festas do meu pai. Juntando tudo isso dá o quê? Uma festa comigo de smoking. Era tudo que eu menos precisava. Ainda bem que e resolveram vir aqui. Logicamente pelo fato da bebida, ninguém gosta de ir às festas do meu pai.
Sento-me na cadeira, estrategicamente, em frente da mesa de centro, onde há mais duas à frente. São basicamente as únicas com alguma mesa na frente. Então, creio que estou no lucro. Ao menos se eu sair bêbado, eu vou estar.
Uma hora se passou e a festa já estava cheia, com uns 30 copos de vodka pra cada um de nós três. Vamos misturar tudo agora! Chegou a hora de aloprar a festa, ou seja, precisamos de 2 garrafas de vodka, hortelã e gelo, e quem sabe um pouco de uísque num copo pra mim, só pra me divertir. Onde está o uísque? Logicamente com Mourice!
Ele nunca me atende quando eu quero, vou ter que ir ao seu encontro.
Dou meus passos, pego o uísque e volto em direção da mesa mais alegre – literalmente – da festa. Escorrego na porcaria de degrau que tem no meio da sala – Pra que um degrau no meio da sala, senhor? – e deixo cair meu uísque... Em cima de alguém; a notar pelo grito, não foi, com toda a certeza, alguém que trabalho pro meu pai.
AAAAAAAAAAAH! O que foi isso que caiu em cima de mim? Droga, droga, droga! Meu vestido está manchado com esse treco amarelo. Olho pra cima e vejo um sujeito muito do metido – sei disso porque estava rindo de mim – derrubou essa substância desconhecida em cima de mim. Que nojo! Quem ele pensa que é? Agora ele está rindo de mim, e eu com cara de ridícula.
– Anda, peça desculpas! – disse nervosa.
– Você acha que eu vou pedir desculpas? Pra você? – então voltou a rir. Definitivamente estava bêbado. Não vou dar moral pra esse ser.
– Seu idiota, estragou meu vestido! – virei dando as costas pra ele.
Onde era o banheiro mesmo? Se não me engano, era naquela porta branca ali. Não... Aqui é a cozinha. Quem sabe a próxima. É, é nessa. Joga água, joga água na mancha. Isso daqui a pouco vira uma música de comercial de tira manchas. Mas pelo menos tirou, só ficou molhado. O lado bom foi que caiu quase na barra do vestido, e a maior parte ficou escorrendo na minha perna. Será que meu pai vai me deixar ir pra casa? É bem provável que não, e acho que nem vou tentar. Tentarei ficar o mais longe daquele imbecil que me derrubou esse... Sei lá o que seja. Distância não me parecia a melhor palavra, mas era a única que eu queria para aquele garoto. Distância, distância.
Capítulo 4 – Give him up
Primeiro dia de aula, que dia adorável. Lá estava eu no corredor barulhento de uma das mais famosas escolas de Londres, com o típico uniforme britânico, mas diferente das outras garotas, minha blusa não estava dobrada como a saia e em meus pés não tinha sapatilhas caras de uma grife importante e sim um par de all star velhos.
– Hei, mocinha, – olhei pra trás e vi uma senhora com os óculos na ponta de seu nariz arrebitado – o blazer não foi feito pra ficar na cintura. – tentei argumentar dizendo que a saia era curta de mais e por isso o blazer estava ali, pra nenhum garoto ficar me olhando como se fosse comida, mas sabia que o argumento não ia colar.
– Desculpa – disse apenas. Droga de ingleses perfeccionista.
Coloquei o blazer e segui em direção à sala que indicava a minha grade de horário que a pouco tinha pegado na secretaria. Bufei e olhei a porta, pois é, , você esta preste a entrar em uma sala onde não conhece ninguém e será atenção de todos por causa de seu estranho sotaque. Abri a porta de madeira e vi um senhor me olhar com um livro nas mãos; como previa, todos me olharam no mesmo estante... Como se houvesse uma placa de néon em minha cabeça.
– Senhorita Vecchi, suponho – o senhor olhou um papel em sua mesa de vidro – bem-vinda ao colégio, mas, por favor, sente em um lugar, a aula já começou – senti minhas bochechas corarem pela vergonha.
Andei pelo corredor e vi apenas uma cadeira vaga, do lado parecia um garoto já que seu rosto estava encostado e seus braços, o tampando; suspirei e me sentei ao lado dele, me amaldiçoando por não ter chegado mais cedo.
– Senhor Stanford, se eu falar mais uma vez pro senhor prestar a atenção na aula, terei que pedir que vá para a direção. – Calma aí, Stanford... Eu conhecia esse sobrenome, ah sim: é o nome da empresa em que meu pai trabalha... Oh, meu Deus! Virei meu rosto lentamente encontrando o mesmo rosto do garoto que derrubou a maldita bebida em meu vestido. Seus olhos encontraram os meus formando um sorriso cínico.
– Você – murmurei irritada, ele direcionou o olhar pro professor, sem me dar ouvidos. Levantei meu braço atraindo a atenção do professor de historia.
– O que houve, senhorita Vecchi? – seu tom foi sem paciência.
– Professor, eu gostaria de trocar de lugar.
– Por que, senhorita Vecchi? – porque o idiota aqui do meu lado é um completo arrogante e sem educação, que nem pediu desculpas depois de ter derramando um líquido sem identificação no meu lindo e perfeito vestido.
– Bem... Er – era lógico que não falaria a verdade, se não no primeiro dia de aula viraria a piada da escola.
– Prefiro que continue ai, você ainda não tem matéria e Stanford falta mais às minhas aulas do que aparece, passei um trabalho semana passada e assim não perco meu tempo com cada um de vocês dois. Irão continuar juntos até o final do ano e serão a dupla do trabalho que no final da aula explicarei aos dois, agora, por favor, deixe-me terminar de ler o texto – escutei o mesmo riso de sábado ao meu lado.
– Fique quieto – disse secamente, fechei meus punhos e lutei contra a grandiosa idéia de sair correndo da sala.
Alguém já disse que na hora de uma refeição, é bom ter silêncio? Porque olha, silêncio não parece ser bem-vindo no refeitório: zunidos pra tudo que era lado, risos, conversas, gritinhos e afins. Parecia que eu estava em um jogo do Chelsea contra o Arsenal. Vi uma distante mesa onde havia um garoto com o cabelo que podiam ser confundidos com o fogo, de tão ruivos que eram, e ao seu lado uma garota com os cabelos loiros e ondulados perfeitamente, caminhei lentamente até a mesa.
– Posso me sentar? – perguntei, o ruivo levantou o olhar de seu Ipod e me encarou. Em seguida sorriu fazendo com que um alívio me atingisse.
– Claro – me sentei em uma das cadeiras e coloquei minha bandeja na mesa. – Sou Jeff – ele estendeu sua mão e a segurei, sorrindo educente, seu sotaque era parecido com o meu.
– Brasileiro? – perguntei com esperança.
– Sou, – ele sorriu mais ainda – pelo visto não sou o único – ele disse como uma indireta a menina ao seu lado que sorriu rolando seus olhos.
– Sou , prazer. – a cumprimentei também – Então, chegou hoje?
– É – dei os ombros.
– Tenho certeza que está com dificuldades de se acostumar – Jeff disse, o olhei e suspirei.
– Confesso: o primeiro dia não tá sendo como imaginei – riu.
– Não se preocupe, algo comum, em Saint Flauter – ri e olhei meu suco.
– Nem é isso, eu sou uma pessoa muito azarada, e o destino ainda não me dá uma força. Bem, descobri que o meu parceiro das aulas de história é nada menos que um garoto que não suporto, um idiota.
– Quem? – Jeff perguntou com certa animação.
– Eu não lembro o nome dele, mas é um tal de Stanford – no mesmo estante Jeff se engasgou com seu refrigerante, me fazendo rir.
- Stan... Stanford? – Jeff disse perplexo, como se não acreditasse – Está falando sério?
– Tô, por quê? – perguntei olhando que parecia ainda ter a feição normal.
– É o garoto mais cobiçado do colégio, a super estrela do futebol daqui e o garoto problema – ela deu os ombros, levantei meu rosto sorrindo e encontrei o tal me olhar de longe, senti um arrepio, seu olhar parecia ter labaredas de chamas de raiva.
– Em minha opinião é apenas um idiota que quer chamar a atenção – um barulho de uma cadeira sendo arrastada ecoou por todo refeitório, atraindo a atenção de todos, menos a minha.
Abri a porta do refeitório bruscamente assustando um garoto que tinha a menção de abri-la, passei minha mão por meu cabelo bagunçado e apenas parei quando percebi que o prédio já estava distante. Balancei minhas mãos e olhei pros lados, precisava me acalmar, mas como iria? Olhei pro portão da escola e o vi fechado, normal. Olhei pro bosque e vi o porteiro fumando seu cigarro, sorri maliciosamente e comecei a correr em direção à escola, olhei pra trás e não vi ninguém que poderia me dedurar, tirei meu palito e subi no muro, pulando. Levantei-me do chão limpando minhas mãos de terra, comecei a andar tranqüilamente pela rua, tirei minha gravata e pendurei em meu pescoço, dobrei as mangas do blusão do uniforme e entrei em uma viela escura.
Olhei pra trás, pra ter certeza que ninguém estava me seguindo, vi uma sombra se distanciar da parede.
– O que quer? – escuto a voz grave e arrastada de Reid.
– Como sempre – falei sério, coloquei minha mão no bolso da calça e tirei uma boa contida de dinheiro – tudo – disse simplesmente, vi um sorriso se formar no rosto de Reid, ele tirou de sua mochila um pacote de papel, o puxei de sua mão e joguei o bolinho de dinheiro nele.
– Se continuar a se achando o engraçadinho, Billy irá falar com você, moleque – sorri no mesmo modo que ele.
– Sou eu que faço esse lixo andar, então abra o bico e vai ver o que acontece com você, – dobrei o pacote e o segurei firme – otário! – dei as costas e sai daquela imunda viela.
– He's gonna cheat night after night, another girl, another drink – murmurei o trecho de give him up, bati meu pé no ritmo da música enquanto olhava um livro na estante da biblioteca, dei um passo pra trás e acabei esbarrando em alguém, me virei e vi uma garota loira.
– Me desculpe, eu não prestei a atenção.
– Sem problemas – sua voz era meio melosa e irritada.
– Sou Vecchi, a “novata” – me apresentei por educação, seu olhar irritada mudou completamente, pude perceber por seu sorriso estranho.
– Sou Bess Lee.
Capítulo 5 – Therapy
– Então? – minha mãe perguntou assim que entrei na cozinha, me sentei no banco e peguei uma maçã.
– Ah, acho que foi– sorri – bom. – minha mãe sorriu, parecia aliviada, já que quando sai para a escola, ela parecia mais tensa que eu. Ela até perguntou se eu queria a companhia dela até lá, claro que falei não. Não queria acabar com a minha reputação no primeiro dia de aula. Bem, queria eu ter uma. – Conheci algumas pessoas bem legais – mordi a maçã e olhei em direção a janela que dava pro jardim. – Sabe quem estuda na Saint Flauter? – olhei pra minha que desviou o olhar do prato de salada.
– Quem?
– Stanford.
– Seu pai me contou quando te matriculou lá – levantei uma sobrancelha.
– E ninguém ia me contar? – minha mãe largou a faca e suspirou.
– Ficamos com medo de você ficar com um pé atrás, ele tem muitos problemas com bebida e drogas – ela não parecia tão animada quanto antes.
– Mãe, por Deus, isso é só uma desculpa pra ser todo revoltadinho; e outra, desde quando um empresário iria permitir isso do próprio filho? Pra mim, é mimado e quer chamar atenção! – me levantei da cadeira e segui pra porta da cozinha
– Gostaria que fosse verdade – minha mãe murmurou. Rolei os olhos e sai da cozinha, seguindo na direção da escada.
Em casa, sem nada pra fazer. Peguei o meu saquinho, fui pro banheiro e me olho no espelho. “Essa é a sua imagem: como todos te vêem”. Meu pai sempre me dizia isso. Para ele é fácil. Pra mim não, ninguém me enxerga como deveria, ninguém me escuta como eu quero. Todos distorcem as minhas palavras; e é por isso que eu estou aqui, em frente ao espelho me vendo com os olhos vermelhos e com o cabelo mais desgrenhado que o normal.
A minha roupa estava meio suja por causa do muro, mas foda-se, quem se importa com uma mancha de lodo e uns borrados de lama? Ninguém se importava comigo, iam se importar com a minha roupa? Poupem-me.
Capítulo 6
Às vezes gostaria de saber quem foi que inventou esse uniforme de educação física, parecia que eu tinha roubado o short de uma criança de cinco anos e a blusa de uma de 11; sentia-me desconfortável com essa roupa apertada, mas parecia que eu era a única, já que as outras garotas ainda tinham a capacidade de diminuí-los mais ainda.
– – escutei meu nome, me fazendo acordar de meus pensamentos.
– Oi – olhei , que estava segurando uma bola de futebol.
– Vamos? – ela apontou com a cabeça pra quadra, olhei Jeff que parecia querer rir de trás do monitor de seu notebook.
– Er... – cadê a desculpa, ? Vamos lá! Pense, ou ira pagar mico na frente de todo mundo.
– Ok, vem logo, – me levantei e escutei o risinho de Jeff, fechei a tela de seu notebook, recebendo um olhar de assustado, mostrei a língua e desci pela pequena escada ao lado, prendi meu cabelo em um rabo de cavalo e cruzei meus braços em frente a .
– Eu não sei jogar – murmurei, ela sorriu.
– Aqui ninguém sabe, senão estaríamos ali. – ela olhou para os alunos que jogavam no time da escola – Agora pare de enrolar e vamos, antes que o professor comece com sua lição de moral – soltou a bola que foi direto no pé de Bess, sorri e a acenei pra ela, recebendo um curto sorriso. Olhei, ainda parada, a bola passar pelos pés das garotas com agilidade.
– Ótimo – murmurei recebendo a bola, passei pra , que parecia se divertir com minha dificuldade.
– Vamos lá, – escutei o tom animado de Jeff, o olhei com um olhar irritado, o fazendo baixar seus braços.
– ! – por Deus, ninguém me esquece! Quando virei meu rosto vi a bola vindo em minha cara, em segundos eu estava deitada no chão sentindo meu rosto latejar de dor, me sentei e levei minha mão até minha testa.
– Ai! – disse depois de séculos, mas além do machucado, algo estava me irritando: uma risada irônica estava se destacando em minha mente até das outras.
Levantei-me do chão e vi rindo, marchei até ele e o vi ainda rindo.
– Você não perde a oportunidade – ele colocou o irritante sorriso em seus lábios. – Idiota – o empurrei mais forte que pensei, fazendo-o cair sentado no chão.
Todos os risos se cessaram no mesmo momento, os olhos azuis de pareciam ter raiva nesse momento.
– Desc... – em um movimento rápido ele se levantou na intenção de partir pra cima de mim, me encolhi pelo medo. Sim, senti medo, quem não sentiria? Quando um cara forte vem pra cima de você com raiva? Quando seus olhos fitaram os meus, seu braço que estava no alto desceu lentamente.
– Os dois, pra diretoria. – escutei a alta voz do professor que se encontrava na porta.
– Senhor Stanford, não me importa se foi uma brincadeira, minha paciência com o senhor está se esgotando... – eu só escutava blábláblá, estava nem ai pra o que o diretor estava falando, só prestava atenção no “” e no quanto a minha história era uma farsa.
– Senhor Keefer, – escutei a irritante voz da secretária, fechei meus punhos e olhei a janela, tentando ao máximo não olhar os olhos de – Os responsáveis já chegaram – escutei um gemido abafado de ao meu lado.
– Mande-os entrar. – em pouco tempo, a senhora Vecchi estava ao lado de olhando sua testa vermelha, e ao meu lado, alguém que meu pai deve ter mandando, respirei fundo e sai da sala irritado com tudo aquilo.
Sentei-me no velho sofá de couro e olhei a parede de vidro que dava pra piscina e pro antigo bloco abandonado. O barulho na madeira velha atraiu minha atenção, levantei meu rosto e vi caminhando em direção à saída.
– Hey! , – a chamei fazendo-a parar e se virar em minha direção – olha, foi mal... – ela riu me deixando sem entender.
– Vai se ferrar, Stanford, eu não quero escutar as desculpas falsas de um idiota como você que daqui a pouco estará rindo com seus amigos.
– Eu só ia me desculpar! – disse já irritado.
– Guarde suas desculpas, então – ela deu as costas e seguiu em direção ao prédio principal.
Comecei a balançar minha mão tentando controlar a raiva que parecia tomar cada parte de meu corpo, por que eu tinha sido tão retardado a ponto de pedir desculpas, se a culpa para dela? Minha reação foi apenas... Uma defesa. Acho que agora sabia com quem estava se metendo, porque eu pude perceber o medo em seus olhos e sua reação. Agora sim, sabia que tinha o domínio novamente.
Capítulo 7 - Dirty little secret
O dia ontem passou como um borrão, melhor assim. Precisava apagar toda e qualquer lembrança daquele ser repugnante tentando ter alguma compaixão comigo. Entrando na sala pra minha aula de história, – olha que ótimo: com como meu parceiro! – parei na porta e vi com uma menina do mesmo tamanho dela, com cabelo castanho, porém um pouco abaixo do ombro. Resolvi conversar com ela, antes de entrar e ter que aturar o digníssimo ser.
– ! – chamei a sua atenção.
– , que bom que você está viva e não-expulsa. – ela riu e me abraçou. Admito, eu também ri. – Essa é ; , essa é .
– Então você é a menina que tentou bater no , que quase foi expulsa e que chegou do Brasil? – como ela sabia isso?
– Ela também é amiga do Jeff – explicou , como se lesse meus pensamentos.
– Ah, então está explicado. Prazer em te conhecer, .
– Digo o mesmo, . – ela abriu um sorriso, ela parecia ser uma pessoa legal. – Mas , voltando ao assunto: você viu a Bess hoje?
– Eu vi! Ela conseguiu diminuir ao máximo a saia. Ela realmente não é alguém que você queira ter do lado, a não ser as suas abelhas.
– Calma aí, a Bess Lee? – interrompo falando.
– Sim, você já a conhece?
– É, eu esbarrei com ela na biblioteca. Ela não tem uma reputação tão boa quanto eu achava.
– Ela nem reputação tem, . – me explicou – Essa é aquela que passa na mão de todo o time de futebol e depois sai como líder de torcida pela sua aparência.
– Eu pensei que ela era uma pessoa legal. – fiquei realmente chocada com aquela revelação.
– O único que falta na lista dela é o , – olhou logo pra mim quando disse aquele nome – ela tá tentando, vamos rir quando ele disser não.
– , como você sabe que ele vai dizer não? – repreendeu .
– Você já o viu dando bola pra qualquer uma dessa escola, ?
O sinal bateu, mas aquela pergunta no ar me deixou intrigada: o jogador de futebol mais cobiçado da escola não tinha nenhuma namorada e não dava bola pra ninguém? Estranho...
– Como falei na aula passada sobre o trabalho, quero o máximo de informações e que suas explicações sejam as melhores... – a voz do professor parecia ficar abafada com o som da caneta de batendo na mesa, respirei fundo “fica calma” disse a mim mesma, o olhei pelo canto dos olhos e vi seu rosto em direção à janela que dava pra piscina – E espero que a dupla de seja a melhor – saltei da cadeira ao escutar a voz do professor próxima, o olhei – continuando, quero que comecem os trabalhos agora – encarei o professor a minha frente.
– Obrigada! – murmurei quando o vi dar as costas, abri meu caderno e olhei – Se não quer fazer o trabalho ótimo...
– Eu não disse nada – seu tom foi seco, ‘calma, calma, pensa em coisas felizes’ – Quer começar por qual? – olhei minhas anotações.
– Georgina – disse rapidamente, o olhei e vi seus olhos encararem sua folha em branco – bem, é mais simples e rápido, assim você se livra logo de mim – ele abriu seu irritante sorriso.
– Se quisesse me livrar rápido de você, não estaria aqui e sim lá fora dando graças a Deus.
– Pela conversa acho que o trabalho está em andamento. – o professor apoiou suas mãos em minha mesa – Espero que o trabalho de vocês seja o melhor – Está certo, esse professor só podia estar brincando com a minha cara: ele me coloca com o garoto que não suporto e me manda fazer um trabalho que não tinha entendido nada, ainda pra completar quer que seja o melhor? Ah! Claro, ele vai ver o melhor, se é que vou conseguir fazer alguma coisa com .
– Esse professor é uma mala, ele não larga do meu pé – comentei apontando a colher pra , que ria, Jeff parecia mais concentrado na lista de convidados pra sua festa do que pro mundo.
– , o que acha dessa Marie? – ele estava com três convites em sua mão.
– É uma líder de torcida bem popular, – dá os ombros – mas tem o Alan.
– Já chamei – continuei perdida com o assunto entre os dois.
– Por que tanta importância a uma festa? – perguntei, atraindo os olhares surpresos dos dois – O quê?
– Não quero me gabar, mas as minhas festas são as mais esperadas do ano, as pessoas se matam pra ir a elas...
– Ok, nem tanto – disse rindo, sorri.
– E é a única festa que Stanford comparece – olhei a minha frente e vi Bess com seu uniforme de líder de torcida.
– Querida, acho que a educação você deixou ali na porta, melhor você buscar a pouca que resta – Jeff disse ironicamente.
– Meu convite – Bess praticamente se deitou na mesa com seu curto uniforme levando os olhares masculinos até ela, Jeff, sem humor, praticamente jogou em cima dela – Obrigada, até mais, – ela acenou com seus dedos e voltou pra sua mesa.
– Por que a convida? – perguntou antes dos outros.
– Alô, a madrasta dela é Lisa Lee – uma ninguém em meu mundo – ela pode me ajudar a me colocar no mundo da moda – rolei os olhos e comi meu sanduíche, o mundo que me encontrava agora era tudo que não queria: os populares.
– Às vezes parece que você joga forçadamente – fechei minha mochila e a joguei no banco de metal do vestiário.
– Tá quase isso – disse sem menor paciência a .
– Você não pode desistir, , você é o melhor dos nossos jogadores – sem ao menos dobrar as mangas do blusão, coloquei a mochila nas costas e sai do banheiro, deixando com seu discurso.
Atravessei o campus e fui até o bloco abandonado, bati na porta e olhei pra trás, ninguém me olhando, entrei naquele lugar com cheiro de mofo e cruzei meus braços, olhando Marcos se levantar do sofá rasgado.
– O dinheiro. – falei logo, ele tirou do seu bolso um pacote, puxei logo de sua mão – Da próxima vez que demorar, não olhe mais pra minha cara – ele baixou seu olhar, sai do lugar calorento e mal cheiroso, caminhei até o portão e sai daquele inferno chamado escola.
Virei na mesma viela de sempre, tomando cuidado com os alunos da escola, tirei o pacote de dinheiro de meu bolso e joguei para Billy, que estava sentado no imundo chão – Agora vê se não liga mais lá pra casa, ou se não, alguém terá sérios problemas, entendido?
– Como você quiser – o segurei pela gola de sua camisa velha, o deixando nas pontas dos pés.
– Eu não to aqui de brincadeira, – ele sorriu – quer ficar sem os dentes? – perguntei levantando uma sobrancelha.
– E você, sem sua namoradinha? – não entendi quando ele disse, olhei pra trás e vi parada me olhando estranhamente, parecia ter dor em seus olhos, soltei Billy e me virei por completo.
– – murmurei seu nome, mas alguém passou por ela a puxando, droga. Andei até a saída da viela e a vi caminhando com o olhar pra trás. Por que eu não corri e a forcei a ficar com a boca calada? Por que eu estava aqui parado igual a um tolo a olhando? Por que algo dizia que ela não iria fazer mal algum a mim?
Capítulo 8 - All the right movies
A semana passou e ninguém falava de outra coisa a não ser a festa do Jeff. Tive alguns sonhos com naquela viela escura, mas nunca contei pra ninguém o que vi e ele nunca tentou falar comigo sobre isso – ainda bem, porque se não ele ia ouvir poucas e boas. Estava realmente tentando esquecer aquela cena, mas parecia impossível!
Em casa, peguei a minha roupa separada pra festa mais cobiçada do ano: um vestido preto, colado até o quadril com um babado na barra, salto e a máscara. Ainda não entendi muito pelo o porquê da máscara, mas Jeff falava que era pra dar mais emoção e que era pra ninguém se identificar e acontecer de tudo – tudo.
Aquele salto me incomodava, mas era pequeno comparado com os que tinha comprado.
Como ainda não tinha carro, ficou de me buscar e irmos. Ela se atrasou uns 5 minutos, mas logo depois que terminei de colocar o batom, escuto a buzina de sua BMW.
– Você está linda, – ela disse assim que entrei no carro – Jeff vai sentir orgulho de você, assim como eu! – admito, corei um pouco.
– Realmente. – a voz vinha do fundo e era , não me lembrava que ela vinha com a gente – Tive que vir com , meu carro não liga desde ontem! Queria te fazer uma surpresa vindo atrás.
– Oi, , amei a surpresa!
Dava pra ouvir a música da mansão do Jeff duas casas antes de chegarmos à dele. E quanto mais nos aproximávamos do portão – branco com algumas trepadeiras – mais se via gente! Quantas pessoas ele devia ter chamado?
Acho que mais 30 minutos e eu já posso ir pra casa, – bêbado – acho que dá tempo pra todos me verem e depois comentar sobre a minha presença nessa festa. Será que e não percebem o quanto isso me irrita? Bebida liberada, mulheres me querendo... Afinal, nem tenho como reclamar tanto.
Ainda estou com na cabeça, será que ela viu alguma coisa? E se viu, será que contou pra alguém? Não fiquei muito a fim de perguntar, porque se ela viu alguma coisa, contou... E agora é só falar da infeliz que ela aparece? Ela colocou a máscara, tola. Deveria colocar antes de entrar se não queria ser reconhecida. Como ela virou pra direita, em direção a pista, vou colocar a minha e chegar de mansinho e tentar tirar alguma informação dela.
Ao efeito do álcool dancei na pista, e por causa da máscara ninguém viu ou estranhou. Eu não reconhecia ninguém, a não ser o Jeff com aquele cabelo ruivo estava dançando em cima de uma das caixas de som - capaz de ser com efeito de álcool também. Dancei, como nunca dancei na vida, e fui chegando cada vez mais perto de , que me olhava estranhamente e fazia caras e bocas quando as amigas dela faziam algum comentário sobre qualquer um que ali passava.
Quando finalmente estava cara a cara com ela, coloquei minha mão em sua cintura e ela não hesitou em colocar a mão em meu obro – acho que por causa da máscara. A cada remexida de seu corpo, chegava mais perto. Nunca vi ninguém dançar daquele jeito: ela tinha jinga, ritmo e sabia exatamente onde cada parte do seu corpo deveria se mover. Ficamos com os narizes esbarrando no do outro.
Ela tentou tirar a minha máscara, sabia o que isso ia causar e, mesmo sem falar nada, não deixei. Ela então falou alguma coisa que ficou muito abafada com o som da música. Afinal o que eu estava esperando? Estava dançando com ela há uns 15 minutos e nada, ‘vamos, !’ Alguma coisa me disse. Então eu fui!
Subi uma mão até o seu pescoço e depois em direção a nuca, puxei seu corpo todo para deixá-la mais perto do meu, - tirando os dois centímetros de distância – virei um pouco minha cabeça pra direita e a dela para minha esquerda e ela simplesmente completou, encostando os meus lábios aos dela. E ali ficamos.
Ah! Que beijo era aquele, Senhor! Eu não sou muito de ficar beijando qualquer um em cada festa que vou, mas esse menino me parecia... Diferente. E o mais legal é que eu não sei quem ele é e ele me atraiu; mesmo sem dizer uma palavra, tudo que ele me passava era que a única coisa que o prendia naquela festa era a minha pessoa. Dança e beijo, beijo e dança. Adorei o ciclo vicioso que isso se formou. E durante um dos beijos eu fui até o seu pescoço e sussurrei em seu ouvido:
– Que tal irmos ao jardim?
Ele apenas acenou com a cabeça. Por que ele não dizia nada? Não importo, no final da noite eu vou me despedir dele e tentar esquecer que ele não me disse o seu nome – e nem disse mesmo.
Ele me virou em uma das muretas e ficou na minha frente enquanto eu encostava nela. Aquele beijo me deixava nostalgiada, não sentia vergonha de beijar aquele garoto quando as pessoas passavam. Afinal, estávamos de máscara, quem nos reconheceria?
Em um dos beijos, ele colocou a mão em meu rosto e tentou tirar a máscara, mas eu não fiz o mesmo que ele na pista de dança. Afinal o que eu iria perder?
Separei-me um pouco dele, e desamarrei a fita que prendia em meu cabelo, tirando a máscara e a deixando em cima da mureta em que eu estava encostada. Ele ficou meio surpreso – será que ele sabe quem sou?
Ele me olhou, fitou bem e encostou de leve em meus lábios. Ele começou a fazer o mesmo movimento que eu fiz pra tirar a máscara e quando levantou a cabeça... Não podia ser! Era o : o desgraçado que odeio! O único na extensão do planeta terra que eu não poderia estar beijando! O que foi que eu fiz?
– Eu não estou acreditando – o empurrei pra longe de mim, a felicidade que parecia transbordar em mim tinha se acabado em um estalar de dedos, ou melhor, em um tirar de máscaras – Como... Você... – ele parecia se divertir com a situação, com a minha raiva e indignação, respirei fundo e fechei os olhos, ‘quando você abrir seus olhos, estará a sua frente, um projeto de príncipe encantado’.
Abri meus olhos e ainda estava a minha frente com seu irritante sorriso.
– Até parece que não gostou – abri minha boca como se quisesse falar algo, mas o que poderia falar? Falar que não gostei, que foi algo qualquer? Estaria mentindo pra mim mesma, para minha infelicidade. Pois é, , isso que dá beijar qualquer um que aparece jogando charme.
– Você sabia? – perguntei entre os dentes, ele deu os ombros.
– Você deveria ter colocado a máscara ainda fora da casa, espertinha – sem pensar, levantei minha mão acertando em cheio seu rosto, o estalo que fez pode ser ouvido pelas pessoas próximas de nós. Me arrependi? Rá, nem um pouco.
– Não chega mais perto de mim, seu idiota – parecia que ele não tinha sentindo nada, isso me irritou mais ainda. Peguei minha máscara e a segurei com força.
Olhei para ele, que continuava parado no mesmo lugar, respirei fundo e passei, mas sua mão segurou meu braço, em um movimento rápido, ele me prendeu em seus braços e me beijou novamente. O que eu fiz? Nada, apenas o beijei.
– Hey!... ? – me distanciei de e olhei com a boca aberta me encarando – O meu Deus! Quer dizer: , o Jeff ta... Ta te chamando – olhei apenas de relance e fui à direção de sem olhar pra trás, não queria olhar os olhos dele.
Um estalo de vidro sendo quebrando chamou minha atenção. Olhei pro lado e vi Bess em pé com as mãos sujas de um líquido escuro, quando ia perguntar se estava bem, me puxou.
– O que aconteceu ali? – ela perguntou, logicamente, referindo a mim e .
– Por favor, , não conte pra ninguém – pedi num suplico.
– Sem problemas, mas olha, acho que essa seria a noticia do ano: Stanford beijando a novata.
– !
– Desculpa, confie em mim. Não falarei com ninguém – concordei com o rosto e vi Jeff dançando animadíssimo no meio da pista de dança, sorri na intenção de esquecer o ocorrido, mas era impossível.
Capítulo 9 – Someone like you
Nem uma palavra sequer foi dita quando passei por no barulhento corredor da escola, melhor assim. estava cumprindo o trato, não tinha comentado com ninguém sobre o ocorrido, ainda bem, menos problemas na minha calma e tranquila vida.
– Você tem um trunfo nas mãos e não quer usar, nunca vi isso! – comentou enquanto eu folheava as páginas do meu livro de matemática, levantei meu olhar.
– Se continuar com essa história de trunfo eu me levanto daqui – ela sorriu.
– Desculpa – voltei minha atenção ao livro, coloquei minhas mãos na mesa, fazendo meu lápis cair no chão, me abaixei e o peguei, quando me levantei levei um baita susto ao ver em pé na minha frente com braços cruzados.
– Se quer me matar, mata de uma vez e não fica dando susto – voltei a olhar o livro.
– Quero conversar com você – ele disse num tom baixo, mas mesmo assim atraiu olhares de algumas pessoas que estavam na biblioteca; não sei se por estar falando comigo, ou por ele estar em uma biblioteca.
– Não tenho nada pra conversar com você – murmurei.
– Eu não quero lhe arrastar a força, – ele disse mais baixo ainda, o olhei – eu não estou brincando – olhei , que se fingia de surda, suspirei e me levantei da cadeira fechando meu livro, passei por ele e sai da biblioteca.
– O que foi? – perguntei, ele fechou a porta e me olhou.
– Não adianta fingir de desentendida. – olhei ao redor e o voltei a encarar – Eu sei que o aconteceu não vai mudar nada em relação a nós, mas eu queria esclarecer as coisas...
– Não precisa – droga, minha voz saiu mais falha que imaginei.
– Precisa...
– O que aconteceu ontem foi nada pra você e que você não tá nem aí pra mim, blábláblá, mas alguma coisa? – cruzei meus braços.
– Tecnicamente seria isso. – ele continuou sério – Por que raios você não abre a boca já que não me suporta? Você pode acabar comigo em segundos – dei os ombros.
– Por que acabaria com você se não receberia nada em troca? – ele sorriu.
– Faz sentido...
– Olha, eu tenho muita coisa pra fazer – baixei meu olhar e fitei meu all star, quando voltei a encarar , vi seu rosto próximo demais, fechei meus olhos ao senti-lo beijar meu rosto.
– Eu to precisando desse livro, juro que depois converso com vocês – abri o sorriso que ninguém resistia, Jeff olhou .
– Tudo bem, – ele me entregou – mas agora vê se conversa com a gente – guardei meu livro que há pouco Jeff tinha pegado de minhas mãos.
– Mas agora eu tenho que ir, tenho aula de biologia – beijei o rosto de cada um e sai correndo, já estava atrasada, e não estava a fim de ser pega pela inspetora.
Parei no meio do caminho quando vi Bess perto da piscina, ela levantava seu pé em direção à água. Olhei pra trás e corri em direção a ela – Bess? Você está bem? – ela lentamente levantou seu olhar com um sorriso estranho.
– É claro, querida, – sorri – apenas deixei cair minha pulseira na água, na verdade alguns idiotas esbarraram em mim, assim, resultando esse desastre – ela apontou pra piscina.
– Que pena. Bem, nem me arrisco a pegar já que tenho medo – Bess riu.
– Ora que tolice, é apenas água – a olhei, sorri e me aproximei da borda e vi algo brilhar no fundo.
Coloquei minha mão no chão, mas senti alguém encostar em mim, me fazendo perder o equilíbrio me levando a piscina. Entrei em completo desespero ao não conseguir tocar meus pés no piso, comecei a me debater, mas nada acontecia, parecia que a superfície ficava mais longe ainda, fiquei atordoada ao não ver Bess.
Começou a faltar ar em meus pulmões em segundos, uma agonia me invadiu pedindo mais oxigênio. Morte foi a primeira palavra que surgiu em minha mente, parei de me debater e senti meu corpo afundar mais ainda, era isso...
– Me dá logo essa garrafinha – puxou a garrafa de minha mão e jogou a água em mim, sacudi o cabelo molhado e olhei em direção da piscina por reflexo, vi a água se movimentando.
– Hoje tem aula de natação? – perguntei olhando e na minha frente.
– Não, por quê? – sorri.
– Vou pegar o engraçadinho – riu, saímos do campo e caminhamos até a piscina, coloquei meu pé na borda e olhei pra dentro da água.
– Merda – foi a última palavra que disse antes de mergulhar na funda piscina.
Encarei com os olhos fechados, a segurei pela camisa e a levei pra fora d’água. se assustou, mas logo me ajudou a tirá-la; sai da piscina e me ajoelhei ao lado do corpo dela, me aproximei de seu nariz sentindo a respiração falha, rapidamente pressionei minhas mãos em seu peito, depois de duas tentativas a encarei já preocupado.
– Vamos lá, – sussurrei, pressionei minhas mãos mais uma vez, dessa vez começou a tossir, pro meu alívio, em um movimento, ela se sentou e agarrou minha blusa encharcada, a abracei sem pensar, encarei que parecia não estar entendendo nada.
– Quem é essa menina, ? – foi que perguntou, não dei importância nenhuma a sua pergunta, continuava a tossir, parecia que a qualquer momento iria desmaiar.
Passei meus braços por suas costas e a levantei do chão, levei uma de minhas mãos até sua cabeça e comecei a andar em direção à enfermaria, deixando os dois falando sozinho, quando entrei no corredor, consegui atrair mais atenção do que de costume.
– Oh, meu Deus, é a – escutei a voz de Jeff assustada, abri a porta da enfermaria com um pouco de dificuldade, olhei a enfermeira sentada na sua cadeira e deitei na maca.
– Cuide dela... Agora! – falei entre os dentes, a enfermeira pulou da cadeira e foi até , que segurava a minha mão e tremia por causa de suas roupas molhadas, minha respiração continuava falha, talvez por causa do meu nervosismo.
Capítulo 10
Depois que a enfermeira cuidou de – que não tinha nada de grave, apenas frio – eu decidi levá-la para casa. O mínimo que eu posso fazer é ajudar. Ela relutou um pouco e falou que ia voltar como sempre, mas ela estava morrendo de frio e não podia deixá-la só. Acho que salvar a vida de alguém realmente muda o seu modo de pensar.
Fui em direção ao meu carro com do meu lado. Ela estava bem melhor do que na hora que a levei a enfermaria. E por incrível que pareça, estava até conversando comigo.
– Eu não entendi muito bem, a Bess estava lá e quando olhei pra cima, nenhum sinal dela. – Abri a porta do carro pra ela entrar. Enquanto isso, algumas garotas, que estavam no estacionamento, olharam.
– Relaxe, , não tente lembrar de nada. – Olá, médico!
Fechei a porta do carro e me dirigi até o meu lado e junto com as líderes de torcida, estava Bess no campo aquecendo as pernas, como fazia todas as terças junto com as outras torcedoras.
Liguei o carro e fui pra sua casa, enquanto ela me dizia o caminho. Ela era uma pessoa muito legal depois que perdeu o ódio sobre mim. Fiquei meio perdido nos pensamentos e quando ela disse:
– , por que você estava naquela viela? – ótimo! Ela agora vai me dar um sermão... Voltará a ser insuportável!
– , você está ficando legal comigo, não estrague isso, por mim. – acho que vai colar!
– Eu sei, mas é que eu quero entender... Você tem tudo pra ser o melhor, ! E fica jogando tudo fora por causa de... – a voz dela meio que falhou – por drogas!
– Eu sei muito bem que estou fazendo! – falei me alterando, mas recompus – E se você não quiser falar comigo depois que eu te deixar em casa, tudo bem. Só saiba que eu não vou parar, porque só quando eu estou no efeito, eu me sinto bem.
– Eu não vou te impedir, mesmo que ache certo, mas você tem que ter noção o quanto tá perdendo com isso...
Olhei pro lado, conversa finalizada. E virei a esquina e finalmente chegamos na casa dela. Ela abriu a porta do carro, mas eu segurei a sua mão que estava mais perto de mim.
– , - ela me olhou – eu... Gostei da festa. – ora, o que é isso? Você está se perdendo pela novata insuportável?
– Eu também gostei, insuportável – e então ela me se inclinou e me deu um beijo na testa – Te vejo amanhã?
– Amanhã. – então ela saiu do carro e acenou na porta de casa.
Capítulo 11
– Eu não consigo me lembrar de nada do que aconteceu – olhei Jeff, que ainda tinha o olhar preocupado.
– Bess por perto e você na piscina se afogando é muito estranho.
– Ela deve ter ido buscar ajuda – disse dando os ombros.
– , de santa essa garota não tem nada, você devia ficar de olho nela, é serio – sorri.
– Não se preocupe Jeff, eu não sou boba.
– Mas é ingênua! – ele me abraçou – Te vejo no refeitório – e saiu andando, suspirei e entrei na sala, pra minha surpresa, não encontrei . Uma onda de desânimo me atingiu. Sentei em minha cadeira, tirei meu matérial de minha mochila e abri meu caderno, olhando as anotações que fiz na aula passada.
– Me desculpe – escutei o murmurro ao meu lado, sorri e olhei pro lado vendo se sentar, ele abriu sua mochila e tirou seu caderno, acredite, era a primeira vez que eu tinha visto seu caderno.
puxou sua cadeira pra mais próximo da minha – diferente de um tempo atrás, que ele tentava ficar o mais distante possível de mim. Seu braço passou por trás de minha cadeira, deixando sua mão encostar em meu braço.
– Não se preocupe – disse, voltando a olhar meu caderno.
– Então, onde começamos? – ri e o olhei.
– Calma aí: cadê o ? – abri minha boca de espanto – Você é o irmão gêmeo dele? – ele riu – Eu sabia que ele tinha um segredo, e era você – apontei pra ele.
– Já chega, engraçadinha – sorri.
– Tudo bem – o encarei e vi que seus olhos não estavam mais avermelhados, podia ver seus olhos azuis perfeitamente, eram tão encantadores, de uma cor incrível, parecia que eu estava encarando o mar de tão azuis.
– O que foi? – acordei do transe e peguei meu lápis.
– Nada. – disse sem graça, me concentrei e mostrei minhas anotações de Georgiana e Victoria – Eu não achei nada de diferente para serem comparadas. As duas tiveram poder, tinham conhecimento sobre a política, bem, única coisa que sabemos de diferente de Victoria, foi que ela se casou por amor com seu primo-irmão e foi ela que pediu ele em casamento.
– Uau.
– Pois é, foi isso que o povo naquela época falou – sorri e encarei seus lábios, ele direcionou seu olhar até o meu e sorriu também.
Olhei a mesa que estava com seus amigos, suspirei e voltei a tentar prestar atenção na conversa de Simon, mas não dava. Pareciam zunidos em meus ouvidos, me levantei de minha cadeira chamando a atenção de todos à mesa, peguei minha bandeja e caminhei em direção a mesa de , atravessando todo o refeitório. Cada mesa uma atenção, como é típico quando sou eu. Puxei a cadeira em frente a de e me sentei, atraindo os olhares daqueles que não estavam entendendo nada.
– Ok, o que você esta fazendo aqui? – Jeff foi o primeiro a se pronunciar.
– Conhecendo novos ares, não posso? – riu baixo, fazendo Jeff ficar mais sem graça – E você, senhorita afogada, como está? – perguntei com um tom de ironia na voz.
– Bem, e você, senhor herói? – levantei o olhar e me recostei na cadeira a olhando.
– Herói? – sorri – Acho que estou mais pra vilão, não acha? – perguntei ameaçador, ela sorriu.
– Se fosse vilão, você ficaria me olhando enquanto eu morria, não acha? – perguntou no mesmo tom que o meu. era a única a nos olhar divertida com a situação e a rir das caras de e de Jeff.
– Mas não fui eu que fiz aquilo, você não morreria pelo um ato que fiz, assim salvei para ter a bela chance – sorri encarando seus encantadores olhos castanhos.
me encarou com um sorriso em seu rosto, fazendo todos sem entender absolutamente nada.
Capítulo 12 - Where The Lines Overlap
O está muito diferente comigo, agora ele parece alguém razoavelmente legal. Agora estamos conversando, rindo e Jeff está começando a estranhar isso... Não é só ele: o resto do colégio, todos, sem exceção!
continua com a sua promessa de não contar nada que aconteceu no jardim de Jeff. Melhor assim, pelo menos se não caísse na boca dele, não iria cair no ouvido de ninguém. Numa quinta-feira fiquei pra ver o treino de futebol com – ela começara a namorar – e ela queria ficar em um treino pra gritar pra ele.
Acabei levando um livro pra ler, será que vou usá-lo? Mesmo longe, reconhecia e ele acenava toda vez que fazia alguma coisa legal. Realmente é bom ver algum amigo meu feliz, acabo me transbordando disso também. E com tanta gritaria não consegui ler nem duas frases do meu livro – não calava a boca!
Comecei a reparar melhor nos jogadores e estava lá... E fez um gol! Ele olhou pra mim – pra mim mesmo? – e apontou. Bom, o gol foi pra alguém naquela arquibancada, mas só tinha , eu, as líderes em baixo e um grupo muito distante de meninas conversando. Então dava pra resumir que era pra mim ou pra ; e ela estava com , então... Era pra mim.
– , foi pra você – quase gritou ao meu lado.
– Ah é! Claro – o apito soou – Vai ver o , eu vou embora. – nos despedimos e cada uma foi pra um lado.
Quando cheguei ao final da arquibancada, acenei para Bess, que não fala comigo direito desde que caí na piscina e ela retribuiu. Quando virei pra sair do campo, esbarrei em alguém e quando olhei pra ver quem era, vi que era – suado e nojento!
– Me espera tomar banho? – acenei a cabeça, agora a companhia dele era legal e principalmente a sua carona no final da aula.
Ele se inclinou e beijou minha bochecha, bem perto da minha boca e eu senti meu rosto ficar vermelho, então ele sorriu, aquele mesmo sorriso sarcástico que eu sempre odiei.
Voltei pra arquibancada e esperei ele terminar o banho, aproveitei e li o meu livro. Ele era em português, o que me fez sentir falta do... ! Muito tempo que não falava com ele. E agora estou meio que saindo com , tenho que conversar com ele. Mais tarde mexo no computador e ajeito as minhas coisas, não da pra namorar com a distância de um oceano.
Se fosse cronometrar, não daria menos de 10 minutos e já voltara. E tive que rir dele: o blusão do colégio estava abotoado errado e o cabelo pingando. Então desci e fomos andando pelo mesmo caminho que ele viera.
– Você poderia demorar mais e, sabe, secar o cabelo – disse rindo.
– É charme. – rimos juntos. – Arruma pra mim?
Oi? Ele ta pedindo pra eu ajeitar o cabelo dele? Vai que é sua, . Tá, vamos fazer o enorme sacrifício. Virei-me e me coloquei na ponta do pé pra conseguir arrumar todo cabelo dele e, quando terminei, ele estava me olhado nos olhos. O encarei também e sorri. Ele retribuiu e colocou a mão em minha cintura e se aproximou colocando os lábios nos meus. Agora era oficial: eu estava com . Mesmo que ele não ache o mesmo, eu creio que se nos beijamos a hora que eu quiser, é, no mínimo, ficando e bem, acho que isso era algo comum para Stanford.
Continuamos nosso caminho e agora ele me abraçava e sempre tentava roubar um beijo, mas eu não deixava, dependendo da quantidade de pessoas. Imagina se isso cai na boca do Jeff!
– Não se preocupe, , eu tenho uma ideia. – foi quando ele me parou no meio do caminho do estacionamento.
– Que ideia?
– Vem comigo. – ele segurou minha mão e entrelaçou nossos dedos. Ele estava me levando pro bloco que estava desativado.
– Você ta me levando pra onde? – ele não respondeu... Apenas continuou andando. Passamos do bloco desativado e paramos num jardim grande, atrás dele. Era enorme, mas parecia um pouco abandonado. Talvez estivesse mesmo. Ele abriu a mochila e tirou uma toalha de lá.
– Você já estava planejando isso? – perguntei
– Sim, o falou que a ia ao treino com você. Então resolvi armar isso pra gente ficar... À vontade.
– É lindo, , – me virei pra ele e o abracei – obrigada.
Ela estava gostando de tudo – um jardim e uma toalha vermelha – não era muito, mas foi o que consegui em 1 hora. Aquele abraço me esquentou um pouco e o beijo no pescoço me enlouqueceu e a beijei. Aquele beijo me fazia esquecer de tudo. Era uma droga. Sentamo-nos na toalha, nos beijamos mais e conversamos, até que começou a esfriar.
Decidimos voltar pra casa e fomos pro estacionamento, aproveitando que não tinha muitas pessoas, nos beijávamos assim que possível.
No carro, ela me contou como era no Brasil, percebi que ficou meio triste quando falou da sua antiga escola, mas não perguntei. Talvez saudade, quem sabe. E assim que a deixei em casa, meu celular tocou... Era uma mensagem – provavelmente de ou querendo saber onde eu estava – era de . “Amanhã” era tudo que dizia.
Em casa, fui direto pro meu quarto, tomei um banho relaxante e me deitei na cama. Pensei naquela tarde com e o quanto eu mudei depois que essa garota apareceu. Ela é um doce na boca de criança, pra mim. Aquela coisa que sempre trás um sorriso. E com ela por perto, não penso mais em me drogar, acho que ela me encanta de mais a ponto de me deixar concentrado em alguma coisa. E, em anos, finalmente sinto que encontrei meu lugar, ou quem me entenda, ou os dois.
A noite foi caindo e eu não saí da cama, quando finalmente desci, jantei e voltei pra me deitar, vi um saquinho no banheiro. Tudo veio à mente, mas nada o suficiente pra usá-lo. Então peguei e joguei na pia. Foi difícil ver tudo aquilo indo embora, tudo aquilo que um dia foi minha vida e que nada iria me tirar, porém alguém tirou. E esse alguém me esperava amanhã na escola.
Capítulo 13, Take my Hand (The Cab)
Estava encarando o pátio à minha frente há meia hora já, os fones em meus ouvidos pareciam calar todos os barulhos ao meu redor. Levantei-me e puxei minha mochila, caminhei no silencioso corredor até o auditório, descobri em uma de minhas sextas-feiras que era o único lugar “abandonado” do colégio. Larguei minha mochila em uma poltrona e me sentei em outra qualquer. Olhei meu relógio e vi que faltavam alguns minutos, fechei meus olhos e tentei me concentrar na música.
– Olá – os fones foram tirados de meus ouvidos, me chamando a atenção; olhei os olhos azuis de a centímetros dos meus, sorri e o beijei. – Pensei que você não ia aparecer – ele se agachou em minha frente.
– Bem, eu cheguei cedo.
– Hum, alguém deve ter atrasado meu relógio, já estava pensando em ir embora – ele olhou seu relógio.
– Mas não importa – o puxei pela gola de seu palitó ao encontro de meus lábios. Pois é, , as coisas mudaram bastante ao seu modo, puxando o garoto, se escondendo, que te viu quem te vê, heim?
As mãos de tocaram meus ombros para tentar manter o equilíbrio, mas derrepente o barulho da porta sendo arrastada me chamou a atenção. Olhei assustada pra que parecia também estar, se fôssemos pegos, iríamos pra direção e todos saberiam sobre nós. levantou seu olhar e me puxou, me fazendo cair da cadeira.
– Desculpa – ele disse, comecei a seguir ele pelo chão, que situação ridícula, . me olhou quando chegou à outra porta, me levantou e segurou minha mão correndo, olhei pra trás e vi o vigilante no palco – Vem! – começou a correr e me levar.
– Espera – disse já bufando, ele olhou pra trás, parecia surdo, porque continuava a correr mais rápido, o nervosismo me levou a desatar a rir. Quando entramos no corredor principal da escola, todos nos encaravam, largou minha mão e parou de correr; coloquei minhas mãos nos joelhos e continuei a rir, caiu no chão ainda cansado.
– Certo, estão fugindo da forca? – levantei meu olhar e encontrei Jeff.
– Na-não – respirei fundo e tentei controlar o riso.
– Qual é a piada? – apareceu com .
– Os dois apareceram aqui correndo! – Jeff falou.
– Eu encontrei a enquanto corria do vigia – disse se levantando.
– Típico – sussurrou.
– É? É claro – concordei.
– Podemos ir agora? Temos que nos preparar pro pub – me puxou do meio de todos.
– Pub? – Jeff riu.
– Por que acha que a sexta-feira é a mais esperada aqui? – ele me olhou – Noite de pub, dançar e beber, meu amorzinho – ri, e segui os dois sem olhar e .
O lugar, ou melhor, o pub, era incrível, à direita ficavam algumas mesas de sinuca e à esquerda, as mesas, e no meio a pequena pista de dança com um velho jukebox.
– Depois falo com você – sussurrou saindo do meu lado e indo a direção aos garotos, procurei por meus amigos que logo os encontrei rindo em uma mesa, sorri e caminhei até eles.
– Olá – todos me encararam.
– , você não morre tão cedo – se levantou me dando passagem pra sentar em uma das cadeiras.
– O que os senhores estão falando sobre mim? – semi-serrei meus olhos – Se for sobre alguma morte, sério, não foi a minha culpa! – levantei minhas mãos rindo, Jeff colocou seu copo na mesa e me encarou.
– Estamos comentando sobre a mudança repentina de Stanford, de nervosinho a calminho – meu sorriso diminui, encarei que parecia se divertir.
– Pois é, estava lembrando, que, caramba, eu nunca tinha visto o rir, sério – comentou.
– Eu tenho a resposta, e ela esta aqui senhoras e... Senhoras – levantei meu olhar e vi Bess com um vestido curto, Jeff bufou e a olhou – Um nome, – sorri tentando ser simpática.
- Querida – a chamou, Bess a olhou – o veneno ta escorrendo, pelo canto da boca – começou a rir como Jeff.
– Engraçada você, já escutou o ditado, quem rir por último...
– É retardado – completou rindo mais ainda.
– Idiotas – Bess deu às costas irritada.
– Coitada, gente – falei tentando controlar ao riso por causa de .
– Ninguém a chamou aqui – deu os ombros, bebendo.
– Mas sabe, até que ela tem razão – no mesmo instante todos olharam assustado pra Jeff – Ah... Vão dizer que nossa amiga aqui não tem algo a ver com a mudança de ? – olhei do outro lado e o vi se divertindo com os amigos, direcionei meu olhar a que me encarava séria.
- Ok, o que vou contar não pode sair daqui de maneira alguma, – olhei e Jeff – entenderam?
– Palavra de escoteira – olhou , que deu os ombros.
– Enfim – respirei fundo – eu to ficando com o – a frase saiu tão rápida e embolada que nem eu mesma entendi.
– O quê? – Jeff me olhou sem entender.
– Eu estou ficando com o – a boca de e Jeff se abriram na mesma hora.
– Oh meu Deus! – levou a mão à boca – Eu sabia! – ela apontou para mim – desde o jogo de futebol, que ele apontou pra você.
– Ele apontou pra você? – Jeff perguntou ainda assustado.
– Isso não tem nada a ver – disse rindo.
– faz um gol, aponta pra você e não tem nada a ver? – me encarou – Você veio de que planeta? Tem noção de quem é ele?
– Um garoto qualquer, com alguns problemas – dou os ombros.
– E eu sou a rainha da Inglaterra – olhei Jeff – , se toca, por isso que Bess esta assim: nunca ficou com ninguém da escola, se ficou, mandou a garota calar o bico ou ela saiu da escola ou se lá; mas enfim, ele NUNCA ficou com ninguém, e ninguém NUNCA conseguiu mudar ele, quantas vezes foi chamado na sala da direção por causa de drogas? Mas desde que você chegou isso não aconteceu mais, caramba, eu conheço desde que entrei na escola, e nunca o vi rir como hoje, com você ou até mesmo conversar tanto...
– – a voz de me fez sobressaltar da cadeira o olhei – vai querer algo? – ele perguntou um pouco alto por causa da música e das pessoas conversando ao nosso redor.
– Um refrigerante. – ele levantou uma sobrancelha – O quê?
– Nada, senhorita pureza – ele deu as costas e seguiu em direção ao bar.
– Viu, – olhei Jeff – é isso que eu to falando, , você é uma santa... Aonde... Aconteceu? – Ele perguntou baixo.
– Na sua festa – que respondeu, me poupando.
– Você sabia? – perguntou.
– Bem...
– Quando ela foi me chamar, ela... Hum, interrompeu.
– Idiota! – falou, a olhou feio – Não to mentindo.
Depois de vários papos, nos resolvemos ir dançar como todos, e ainda estavam na parte de sinuca.
– Tenho inveja de você – olhei Jeff, que parecia estar pouco bêbado.
– Por quê? – passei minhas mãos por seus cabelos ruivos.
– Ora, todas as garotas sonham pegar um loiro maravilhoso como – rolei os olhos.
– Esse papo de novo... – ele riu e me rodou.
– Vai ser por muito tempo – ele apontou com a cabeça pra trás de mim, me virei dando com , sorri e me aproximei dele, suas mãos tocaram minha cintura e meus braços passaram por seu pescoço.
– Contou a eles? – encarei seus olhos.
– Se não contasse iriam acabar descobrindo, não acha? – ele olhou pro lado e depois pra mim.
– Possivelmente, ainda mais tendo como amigo o mais fofoqueiro da escola.
– Não fale assim de Jeff – ele riu.
– O que posso fazer quando se é verdade? – ele aproximou de mim e beijou meus lábios, sorri e puxei pra mais próximo, me distanciei logo e o encarei - Vou pegar algo pra nós – concordei com o rosto e o vi distanciar, reparei que já estava com , ela parecia uma criança contente ao lado dele, estava conversando com perto das mesas, talvez por isso tenha vindo até mim; já Jeff estava ainda dançando animadamente no meio de todos.
Algumas figuras naquele lugar eram familiares, todos do colégio, a maioria popular, mais um sinal de que estava em um mundo que não era meu.
– Está sozinha? – um cara sussurrou em meu ouvido, me virei e encontrei um moreno com um copo de bebida nas mãos.
– Não – disse enquanto via se aproximar mais ainda de mim.
– Que pena – coloquei minhas mãos em seus ombros e tive a menção de empurrá-lo, mas obviamente ele era mais forte.
– Já chega, eu não quero! – disse, mas ele parecia bêbado demais pra entender, sua mão segurou meu pulso forte, me machucando – Você está me machucando, me solte! – em segundos vi o corpo do cara no chão, olhei pro lado e vi , com os punhos fechados.
– Não escutou ela falar? – o moreno se levantou em um movimento rápido pra cima de , que levou um soco no rosto, tentei me meter no meio pra separar, mas não conseguia, apenas mandava os dois pararem.
– , para!– berrei, os dois continuaram a se socar mesmo com meus gritos, e surgiram no meio do pessoal e cada um segurou um, minhas mãos já estavam tremulas de tanto nervosismo, olhei ao meu lado com um olhar assustado, atrás dela estava Bess com um olhar estranho, como de uma... Vitória.
arrastou para fora e eu fui com ele pra ver se estava bem – logicamente que não. Ele se meteu numa briga por minha causa e eu tenho que fazer alguma coisa pra ajudar. Ele ficou tossindo se apoiando na parede quando falei pra voltar e avisar que iríamos embora. Ele tentou relutar, mas eu peguei as chaves em seu bolso e fomos em direção ao estacionamento.
– Você não precisa ir comigo, – ele falou meio entre dentes, talvez por causa da dor.
– O mínimo que eu posso fazer pro meu herói. – sorri e ele também.
– Agora eu sou herói? – ele entrou no carro.
– É, eu to achando que sim, mas não esqueço que você ainda quer me matar. – ele deu uma gargalhada e fomos pra casa dele.
Chegando lá posso chamar um táxi e ir ou então posso caminhar, nem é tão longe e a noite está agradável. Estacionei o carro em frente da casa dele e o ajudei a subir as escadas. A última vez que estivemos juntos lá não foi muito agradável, mas como Jeff disse, as coisas mudaram muito e eu causei tudo isso no .
– Entra um pouco, não tem ninguém em casa pra me ajudar a subir as escadas e minha barriga ta doendo um pouco.
Para que mesmo ele foi entrar na briga? Por minha causa, e agora eu tenho que ajudá-lo a subir escadas. Minha vida se tornou isso: estar com , correndo, se escondendo ou ajudando a subir. Agora eu to com ele, tenho que ser um pedaço dele... Acho que ele seria um pedaço de mim também.
Eu nunca tinha subido lá e era incrível – como o resto da casa – e um pouco sombrio, parecia que ninguém mexia em nada há anos e que as coisas estariam ali desde que começaram a morar lá. Anotar isso pro meu apartamento: sempre mudar as coisas de lugar.
– , ia ser muito chato você me ajudar a entrar no banho? – ele deu um sorrisinho.
– , olha só o que você ta me pedindo! Daqui a pouco você ta me levando pra tomar banho com você! Não, eu vou embora.
– , ai! – quando ele gemeu, eu voltei.
– Você está bem? – abaixei pra ficar cara a cara com ele.
– Estou, mas eu preciso de ajuda.
Não tinha escolha, ou era ajudar ele ou deixá-lo com dor. Ele endireitou o corpo e eu tirei a camisa dele. Nunca tinha reparado, mas ele tinha uma tribal no braço direito que ia até o cotovelo. E o corpo dele era magnífico, me senti incrivelmente obesa e feia do lado dele. Ele tinha músculos perfeitamente definidos, mas nada muito exagerado e tudo proporcional.
Ele viu que eu estava reparando, riu um pouco e se abaixou pra tirar a calça. Virei-me e fui ligar o chuveiro pra ele. Ele veio atrás de mim e passou os braços na minha cintura.
– Obrigada, . – e beijou meu pescoço: maldito, pescoço é injusto!
– , eu acho... – como se resiste àqueles beijos e aqueles músculos tão perto de si? Simples: não resiste, deixa levar.
Aos poucos, ele foi me virando e os beijos e mãos ficando mais e mais fortes e intensos, enlouquecendo tanto ele como eu.
Só fazia isso, e agora eu e ela no banheiro do meu quarto... Não sabia o que fazer – pela primeira vez na vida eu estava indeciso. Ela me beijava e arranhava um pouco as minhas costas, enquanto beijava seu pescoço. Ela parou um dos beijos e olhou bem nos meus olhos e eu devolvi, do mesmo jeito. Não sei muito bem que isso queria dizer, mas a beijei com toda a minha vontade e ela do mesmo jeito; passando a mão nas suas costas, levantei um pouco da sua blusa e ela não hesitou em nenhum momento, abri uma brecha no beijo para tirá-la e até que ajudou.
Mais e mais beijos e passei a mão na sua coxa, desci até a parte de trás de seu joelho e subi até encaixar em meu quadril, isso fez com que ela ficasse na ponta do pé, mas não paramos de nos beijar. Fiz isso com a outra perna e a levei até a cama.
A deitei devagar, ela me olhou – agora parecia um pouco nervosa – e logo depois sorriu. Joguei um pouco do meu corpo em cima dela e fui sussurrar em sua orelha:
– , tem certeza? – ela só balançou a cabeça, mas quando fui tirar o peso dela, ela me puxou de volta.
– Eu não tenho experiência, então... Não me culpe se alguma coisa acontecer de errado. – a voz dela tremeu um pouco e depois soltou um risinho de nervosismo.
– Te prometo que nada vai dar errado. – sai de cima dela e a puxei pra fora da cama.
Nos beijando, tirei a sua calça e o resto da roupa – dela e minha. A deitei novamente na cama e coloquei o preservativo. Ela realmente começou a ficar branca e acabei rindo da situação, não ajudou muito, mas em poucos segundos voltamos onde paramos e continuamos...
Capítulo 14 Smother Me
Senti os raios solares baterem em meus olhos fechados, passei minhas mãos por meus olhos e os abri, dando com o teto branco, suspirei e virei meu rosto encontrando a cama vazia ao meu lado; sentei-me nela rapidamente, olhei pelo quarto sem nenhum sinal de . Passei minha mão em meu cabelo tentando arrumá-lo, me levantei da cama e peguei uma blusa cinza do , que estava jogada em cima de uma cadeira, uma porta atrás de mim, que não tinha conhecimento, se abriu, era ... Com um pão na boca.
Levantei uma sobrancelha com a curiosa cena, ele sorriu e comeu todo o pedaço, ri e o vi se aproximar de mim; dei um passo pra trás e mais outro até que cai sentada na cama levando ele ao riso.
– Está com medo de mim? – ele se sentou ao meu lado e me puxou ao seu encontro.
– Um pouco – ri e o encarei, sorrindo, ele sorriu e colocou uma mexa de meu cabelo pra trás.
– Descobri que meus pais não estão em casa, então estou livre de ordens, e já que hoje é sábado...
– O que você vai fazer, Stanford? – perguntei o olhando séria.
– Não se preocupe, apenas quero levar você a um lugar, estranho, mas importante.
– Mas agora? - perguntei me deitando na cama tentando enrolar.
– Sim – ele se deitou ao meu lado o encarei e vi fazendo careta, escondi meu rosto sorrindo.
– Tudo bem, agora tira essa careta feia – tirei minhas mãos do rosto e o olhei, vi seu sorriso que tanto me irritava há um tempo atrás, o abracei forte – odeio esse sorriso.
– Eu sei.
– Preparada? – perguntei ainda com as mãos tapando os olhos de , suas mãos estavam por cima da minha, pareciam trêmulas de ansiedade.
– Olha, se eu não sair viva, pelo menos avisa aos meus pais que amo muito eles? E que... Ah sim, eu tentei viver o máximo...
– , eu não vou te matar, por Deus – rolei os olhos, ela segurou mais forte minhas mãos, também segurei as suas e distanciei de seus olhos. Lá estávamos nós, em Tower Bridge.
– Nossa – ela disse com os olhos brilhando.
– Bem, era aqui que eu passava horas tentando esquecer da minha vida... Perturbada – coloquei minhas mãos no bolso da calça jeans, se virou e me encarou.
– E agora? – dei os ombros.
– Têm coisas pra ocupar o tempo pra pensar nessa vida – ela se virou pra frente novamente encarando a paisagem.
– Coisas – ela repetiu.
– Na verdade uma coisa me tirou parte dessa vida – tirei minha mão de meu bolso e passei meu braço pelos ombros de .
– Parte?
– Não tenho certeza se um dia terei um motivo pra retornar, as coisas não são fáceis, .
– Eu sei, mas saiba que a coisa vai fazer o máximo pra estar aqui – sorri.
– Nunca dei ouvidos pro meus amigos e nem pros meus pais, odiava quando alguém me dava sempre lição moral, e estou aqui com uma garota, que me faz... Sorrir.
– A diferença que eu não fico dando lição de moral, porque todos nos sabemos o que queremos de nossas vidas, talvez você só estivesse perdido – me abraçou, a abracei e suspirei.
Cheguei à minha casa rindo a toa, e minha mãe nem reparou que eu tinha feito tudo, menos passado o dia no andar de cima.
– Filha, nem ouvi você acordando. – sorri mais um pouco.
– Eu decidi ir pra Tower Bridge hoje, aproveitar a manhã de sábado. – ela continuou cortando os legumes. – Foi ótimo – falei antes de ela falar alguma coisa – vou subir, quando o almoço estiver pronto me avise.
– Eu chamarei, mas acho que você vai cair pra trás quando eu te falar o que eu andei sabendo...
– Você ficou sabendo de quê? – até dei uns passos pra trás, o que ela soube?
– Ontem eu recebi uma ligação muito importante, acho que você não vai acreditar... Adivinha... – ela falou animada.
– Mãe, se não for o papa, o Harry Potter ou a rainha, eu não quero adivinhar.
– Ah! Você é muito chata! Não gosta de uma brincadeira de vez em quando; – eu tentei sorrir, mas estava apreensiva com o que ela poderia estar sabendo – Foi o .
Na mesma hora eu congelei e lembrei que ainda tinha um... Namorado. Meu Deus! Um namorado! E eu com ...
Acho que ele está fazendo o mesmo, afinal estou aqui a um bom tempo e nenhuma ligação dele, nenhum recado ou mensagem. Então acho que ele seguiu a vida, assim como eu estava fazendo. Não tem o que se preocupar; quando me virei minha mãe continuou:
– Ele me disse que talvez venha pra cá, no próximo final de semana. – continuei sem falar nada, só virei e subi até meu quarto.
Não estou errada em seguir a minha vida, não é? Anda, , não se culpe por fazer algo que está gostando e se apegando tanto. Afinal, todos sabem o quão bom isso está sendo pra mim e pra – principalmente pra ele. Foi quando meu celular tocou e me tirou dos penSamentos que estava, enquanto estava sentada no meu sofá e o som da televisão mal fazia efeito.
– Alô?
– , sou eu, Jeff – obrigada, querido amigo!
– Sim, diga...
– Você está bem? Parece meio...
– Estou ótima! Depois eu te conto os detalhes, mas o que houve? – tentei me alegrar um pouco e me concentrar um pouco mais.
– Só queria saber onde você passou a noite! Eu te liguei um monte de vezes e você não retornou nenhuma. – o que eu diria agora?
– Eu... Estava cansada. – menti. Ninguém precisava saber da minha vida pessoal.
– Cansada... Sei. – ele pareceu um pouco suspeito, mas não continuou com assunto – Bom, então é isso. Segunda-feira a gente se fala melhor. Beijos. – desliguei o telefone, retornando rapidamente ao meu mundo.
Capítulo 15 - Don't wake me up
Algumas semanas se passaram depois daquela noite maravilhosa com , desde então o fato de estarmos juntos não era mais problema pra ninguém, mesmo que sempre que estamos nos escondendo pra ficarmos mais a vontade, alguém nos atrapalhava.
Estava esperando por hoje há algum tempo, seria a apresentação do trabalho de história e indo em direção à sala, vi com , na porta, me esperando.
– , você não vai acreditar o que o grêmio veio falar com a gente!
– Me diz logo, eu to precisando entrar pra passar o texto com o ... O que eles falaram pra vocês? – disse, parecendo animada.
– A festa de final de ano vai ser na quadra interna e a nossa organização foi escolhida para o baile! Você acredita? – disse , animada.
– Não acredito! Que ótimo, garotas! – abracei cada uma – Se precisarem de ajuda, eu estou aqui.
– Não precisamos – se apressou – nós vamos ser como diretores: só mandar, mandar e mandar! Ah! Que orgulho de nós duas, – e depois riu.
– Então, me deixa ir - o sinal bateu – já está na hora. – nos despedimos e cada um foi pra sua sala.
já estava na sala e me esperava sorridente, não resisto mais aquele sorriso aquecedor e lindo, então retribui, tirando a mecha de cabelo que caiu no meu rosto.
– Bom dia, a... . – ele disse, acabou corando um pouco. E vou fingir que não percebi que ele se segurou para não me chamar de amor.
– Bom dia, . Preparado para apresentar o trabalho?
– Não, mas sei que você vai me ajudar quando começar a gaguejar! – ele riu e beijou a minha bochecha. Na mesma hora o professor entrou. Ele se afastou piscando, levantou o braço e acenou um pouco para que o professor o visse.
Colocando as suas coisas na mesa, ele olhou meio torto pra e fez sinal com que falasse, enquanto todos terminavam de se arrumar em suas carteiras.
– Professor, quero saber se podemos começar. – olhei imediatamente pra ele, em sinal de reprovação.
Não sabia muito bem o que tava fazendo, mas era um crânio, ia se virar muito bem, mesmo que eu tenha que apenas segurar os papéis pra ela não se perder.
– Bem, o nosso trabalho é saber o que a rainha Vitória, a duquesa Georgiana e a princesa Diane têm em comum. – começou a falar, a olhei notando seus braços atrás de seu corpo, suas mãos não paravam quietas, sorri e encarei novamente a turma – Além do poder, do conhecimento na política e nas personalidades bem marcantes, as três tinham algo que na corte é algo difícil de ser verdadeira – me olhou.
– As três sempre estiveram atrás do amor, Georgiana, mesmo com suas filhas, correu todos os riscos pra manter sua relação com * escondido – olhei pelo canto dos olhos que baixou o rosto sem graça – até que foi descoberta pela própria mãe.
– Já Victoria, ela fez algo totalmente, hum, curioso pra sua época: depois de assumir o trono com apenas 18 anos, pediu a mão de Albert, seu primo-irmão, em casamento, já que os dois se amavam.
– E por fim, a princesa Diana: ela sempre achou que Charlie fosse seu... – olhei .
– Amor – ela sorriu.
– Isso, bom, se casaram e – rolei os olhos – tiveram filhos...
– Lindos – sussurrou, mas sendo o máximo pra turma escutar e rir, a olhei, mas como se não tivesse percebido, ficou encarando a porta.
– Mas depois de algum tempo, Charlie acabou com os sonhos de Diana, que se separou e começou um relacionamento com um outro homem, que morreu.
– Enfim, resumindo, nós achamos ao bem comum nas três, algo que sempre lutaram pra ter, que com isso a felicidade também. – cruzei meus braços, e coloquei um sorriso tímido no rosto ao escutar os aplausos.
– Bom, vocês estão de parabéns, confesso que me surpreendi. É, senhor Stanford, o único trabalho que o senhor me entregou desde que lhe dou aula e o senhor saiu muito bem. Finalmente vou poder lhe dar uma nota maior que sua prova. Parabéns, senhorita Vecchi.
Voltamos pros nossos lugares para ouvir as outras duplas, puxei a carteira de mais pra perto e passei minha mão pelo seu ombro. De vez em quando, quando o professor olhava pro outro lado, eu roubava um beijo dela. Ela sempre me dava um beliscão e dizia que não conseguia ficar longe dela e que era nojento – ela me ama.
Hoje, estava mais pensativa que nunca – principalmente depois que seu celular tocou dois minutos antes do sinal da aula de história tocar – e estava meio cabisbaixa. Paramos no refeitório e ela me disse que iria ao banheiro com – que nos acompanhou até lá – e eu fui pra mesa com as mochilas delas. Peguei o celular da pra ver o que tinha deixado ela triste. Sentei na mesa, ao lado de Jeff que estava mexendo em seu telefone também.
– Esse celular não é da ? – perguntou ele.
– É, mas eu quero saber por que ela está tão calada. Desde que o seu celular tocou quando saímos da aula de história – olhei o aparelho e vi que o menu estava em português, droga – coloca nas mensagens – entreguei a Jeff sabendo que ele tinha morado um tempo no Brasil.
– Se sobrar pra mim você vai ver – ele pegou o celular depois de comer seus murf.
– Hey! O que foi? – perguntou quando fechei a porta do banheiro, me virei e a olhei.
– Eu to perdida, ! – minha voz já estava embargada, ela entreabriu a boca sem entender – O ... – comecei a chorar pelo meu nervosismo – ele ta vindo.
– Quem é , ? Você esta me deixando nervosa. – respirei fundo e tentei controlar minhas lágrimas.
– Quando eu vim pra cá, eu deixei um namorado no Brasil, mas ele nunca mais deu sinal de vida.
– Meu Deus, ... E o ?
– Eu não contei nada e nem vou. – me abraçou antes que eu começasse a chorar – Eu não quero o fazer sofrer. – abracei mais forte.
– , fica calma, você não tem culpa. – me distanciei de e limpei minhas lágrimas.
– Claro que tenho, eu deixei uma pessoa no Brasil que me considera namorada, venho pra cá e arranjei outra pessoa, que mudou a vida de cabo a rabo por minha causa, !
– Ah, agora não é hora de se lamentar, você dá um fora no cara e fica com o produto melhor. – ri da maneira que falou – Agora limpa esse rosto e vamos voltar antes que alguém note a nossa ausência – concordei com o rosto e fui até a pia, me olhei no espelho e apenas limpei as lágrimas que ainda rolavam por meu rosto.
já estava a minha espera na porta, passei por ela e abri a pesada porta de madeira, dando de cara com , seu rosto estava nada amigável.
– Aconteceu algo? – perguntei vendo indo embora com uma cara de preocupada, tirou de seu bolso meu celular me mostrou a tela, era a mensagem de .
– O que é isso, ? – ele perguntou secamente, era o mesmo tom que ele usava antigamente comigo. Meu coração parecia que ia sair pela boca de tão acelerado que estava. Vamos lá , as suas desculpas maravilhosas que sempre estavam na ponta da língua – Estou esperando.
– O é um amigo, ele ta vindo pra cá, nesse final de semana. – disse num tom firme, sorte.
– É verdade? – peguei meu celular com calma e sorri.
– Claro – enquanto havia um sorriso em meu rosto, havia a tristeza dentro de mim. Aproximei-me de e o beijei, ele me encarou.
– Eu confio em você – ele colocou sua mão em meu rosto – e muito. – minha vontade nesse momento era única: falar na cara de , que nada que ele estava pensando sobre mim, era verdade, eu era apenas... Uma farsa.
Capítulo 16, I Hate Everything about you
Quando o sinal bateu, avisando o fim das aulas, eu já estava no corredor com o olhar pedido a espera de , me senti em um filme, onde todos passavam rapidamente por mim e eu parada no meio de todos. A mensagem de tinha mudado meu ânimo, tinha tirado a felicidade que corria por mim.
– Hey! – olhei pro lado e vi , de repente tudo ficou calmo novamente, como um passe de mágica, coloquei o meu melhor sorriso.
– Oi – o abracei forte, senti seu perfume me atingir.
– Está bem? – ele perguntou num tom risonho, me distanciei dele e o encarei ainda sorrindo.
– Claro que estou – segurei sua mão e o puxei, ele se colocou do meu lado, me abraçou e beijou o topo de minha cabeça. Era isso, apenas manter a calma, que tudo iria ficar bem como estava... Ou não.
– – parei de andar na mesma hora, meu coração parecia que tinha parado no mesmo estante, segurei firme a mão de e me virei, vendo no portão, nada mais nada menos que... !
– Quem é? – escutei perguntar, lentamente meus dedos foram se afastando da mão de enquanto se aproximava de mim, até que minha mão bateu na barra de minha saia.
– Amor, que saudades! – não, não, não. Era um sonho, ou melhor, um pesadelo, vai lá , você tem chance de correr e se esconder de tudo, tem chance de contar a verdade a , ou melhor, fingir que nem conhece o indivíduo moreno à sua frente.
– Er, oi. – sussurrei com a voz falha, tinha um olhar estranho de não estar entendo nada, até pelo meu grande azar, tudo que menos esperava ocorreu: me beijou na frente de todos, incluindo , que se distanciou incrédulo.
Coloquei minhas mãos no ombro de e o distanciei. Vi que meus amigos me olhavam assustados, não eram só eles que estavam nesse estado, eu também estava. Jeff negou com o rosto e se distanciou indo em direção a , fez o mesmo como . Vi o olhar de , ela estava entendo, possivelmente ela deve ter contado a . Voltei a olhar que tinha um grande sorriso em seus lábios.
– Vamos sair daqui, por favor – disse num tom baixo.
Eu estava lutando com as lágrimas, coisa que não fazia há anos, já que sempre fui forte o bastante pra não entrar em situações como essas, mas como pôde? Como eu pude confiar tanto nessa garota, que mentiu pra mim, mentiu todos os dias que eu tentava ser o melhor pra ela. Por que não a deixei naquela piscina? Nada disso teria acontecido, eu não me tornaria um idiota e não passaria por essa vergonha na frente de todos, eu era um otário mesmo.
– Pensei que nunca mais iria ver a sua cara – olhei pro lado e vi Billy encostado em uma parede fumando um cigarro, olhei pros lado e fui até ele.
– O que quer? – perguntei baixo.
– Ta chorando, é, Riquinho? – ele riu, sorri ironicamente, fazendo ele parar.
– Me passa o que você tem – mandei sem delongas.
– Eu...
– Agora – disse mais firme fazendo ele estremecer, abri o bolso da frente da mochila e peguei minha carteira, tirei todo o meu dinheiro e o entreguei pegando o volumoso pacote – Vê se some da minha vista – guardei o pacote e atravessei logo a rua indo em direção ao afastado estacionamento. Então era isso, o velho de volta.
Capítulo 17 - Ignorance (McFLY)
Meus pais pareciam contentes com a presença de à mesa, eu era a única a acreditar que nada disso estava ocorrendo. Minha feição era séria, meu prato ainda estava intacto, minha fome parecia que tinha sumido.
– Não vai comer, querida? – minha mãe perguntou animada, sorri timidamente e respirei fundo.
– Eu vou tomar um banho e dormir, a escola me cansou – me levantei da mesa não dando oportunidade de ninguém falar, fez menção de se levantar, mas logo lancei um olhar que fizesse ele se sentar novamente.
Subi as escadas para meu apartamento e fechei a porta, encostei meu rosto na porta e deixei as lágrimas rolarem. Como eu queria que estivesse ao meu lado agora com aquele sorriso desajeitado, o calor de seus braços em volta de mim e sua risada, mas como poderia ter ele aqui se foi a ele que magoei? Burra, mil vezes burra. Meus pensamentos de quanto eu era burra foram interrompidos por meu celular, apenas estendi o braço e peguei meu celular que estava na mesinha de vidro – Alô? – disse.
– Está chorando? – era .
– Não, estou de palhaçada rindo da minha situação – suspirou – Me desculpa.
– Não tem problema, pode falar o que quiser desestreçar.
– Será que ele vai entender?
– Bem, pelo conheço de Stanford, ele deve estar nesse exato momento bebendo pra esquecer tudo. Ele apenas irá perdoar depois dessa bebedeira, se ele sentir algo por você, por que se não, desculpa, , mas espero que tenha aproveitado muito esse tempo – ri pelo tom engraçado de . Desencostei minha testa da porta e caminhei pro sofá onde me deitei olhando o teto.
– E o resto? Jeff, e ?
– Não se preocupe com eles agora, só acho que você tem que mandar esse carinha de volta pra terra dele logo.
– Eu vou providenciar isso... Mas e ?
– Eu contei a ele, entendeu, por isso ficou ao meu lado, ele já disse que se precisar do apoio dele pode chamar sem se preocupar – sorri.
– Vocês são uns amores, obrigada.
– De nada, tenho que ir agora, minha aula de ballet já vai começar, até amanhã, e vê se descansa, por favor.
– Tudo bem, boa aula – desliguei o celular e me afastei da porta.
Fui pra cozinha pegar um copo de água e voltei pra sala, quando olhei pra porta, encontrei , me sentei no sofá.
– Parece que você não esta feliz comigo aqui – passei minha mão por meu cabelo.
– Na-não – ele se sentou ao meu lado e me encarou, ele não era mais o garoto que eu gostava tanto, que lutei entre unhas e dentes pra ter ele ao meu lado, era apenas um estranho na minha vida, alguém que fez parte de um passado que estava guardado.
– Eu passei a semana toda pensando nessa surpresa, espero que tenha gostado – ele sorriu.
– Claro que gostei – sorri também. Mentira, odiei! se aproximou de mim e me beijou, separei rapidamente dele me levantando – Você não se incomoda de ficar aqui sozinho, não é? Estou com um baita de um sono – ele concordou com o rosto, entrei no meu quarto e respirei aliviada.
Encarei-me no vidro da porta da varanda de meu quarto, meus olhos estavam vermelhos como meu nariz, estava sentado em minha cama já que minhas pernas pareciam ter perdido as forças, um sorriso malicioso estava em meus lábios, às batidas na porta tinham parado. Como sempre meu pai tinha mais do que fazer do que se preocupar com seu filho problemático. O rádio alto era como um calmante, a música parecia me tirar de meu estado fúnebre, me levantei com todas as minhas forças e caminhei até a parede de vidro que dava pro Parque Hyde, o dia estava bom pra ir ao encontro de Hilda, talvez minha cadeira estivesse sentindo minha falta.
Capítulo 18 - Something more (secondhand serenade)
Sentia-me uma estranha naquele colégio, parecia que eu era o assunto da escola pelos olhares que recebia a cada passo que dava, não estou de brincadeira, nunca recebi tanto olhar e comentários, pode pensar que é coisa da minha cabeça, mas não.
– O que aconteceu? – perguntei a parado em seu armário, ele me olhou.
– Se prepara, Bess falou pra todos o que aconteceu – abri minha boca sem acreditar.
– Está brincando, né? – ele fechou a pequena porta de ferro.
– Gostaria, mas não. A cobrinha não iria perder a oportunidade, tenho que ir, se cuida – concordei com o rosto e o vi se distanciar, olhei ao redor e nenhum rosto que gostaria de encontrar, entrei na biblioteca, sabia que estaria ali escondida atrás de seus livros como sempre.
– Preciso falar com você – me sentei ao lado dela, baixou seu livro e me olhou.
– Sou toda ouvidos.
– Eu não sabia que isso ia acontecer, eu não queria o mau de ninguém e nem brincar com os sentimentos de ninguém, mesmo tendo sido isso ao aparecer nos olhos dos outros, por favor me entenda.
– Tem certeza que é a mim que deve falar isso? , eu não estou chateada com você, um pouco, mas não se preocupe comigo – ela sorriu e me abraçou sorri e a abracei. – Você deve desculpas a outra pessoa e arrumar briga com mais uma outra – ela me disse piscando e apontando a cabeça pra janela, que dava pra ver as líderes de torcida treinando.
– Você acha que eu devo mesmo falar com ela? Não é mentira, mas não era isso que eu queria – disse meio confusa com tudo.
– Claro! Aquela cobra não deve sair com ar de superior, ! Vai lá e arranca aqueles apliques malditos da cara dela. – o sinal batéu, ou seja, hora de ficar sentada e tentar estudar – Depois que a aula acabar, vou lá com você.
Esse vento na cara era tudo que eu precisava, e era um alívio ter alguém que estava do meu lado: nem que seja apenas o vento que me açoitava e o frio que me abraçava. Por mais que eu não queria pensar nisso, a imagem de sendo beijada por aquele cara, não saia da minha cabeça. E toda vez que eles se beijavam, era uma lágrima a mais que rolava em meu rosto.
Meu celular tremeu em meu bolso, não o peguei de primeira, ele simplesmente me tirara da imersão e de todo aquele estado fúnebre que eu estava. Então eu o tirei e vi que era uma mensagem de , apaguei. Não acho que ela tenha alguma coisa pra me dizer a não ser desculpas e isso, realmente, me faria ficar digno de pena.
Era tudo o que eu menos precisava. E pra que não tenha mais que ver isso e me sentir pior. Fiquei brincando com ele na beira e “sem querer” ele caiu.
O sinal da hora do intervalo tocou e assim que sai da sala vi e com caras de quem estavam esperando guerra e muito sangue. Fomos em direção ao refeitório e, como sempre, vimos Bess se esfregando em alguém. fez uma cara de nojo, assim como eu fiquei seria e apenas me limitei a andar.
Quando chegamos perto, ela nos notou, saiu do colo do rapaz e me olhou com a cara mais lavada do mundo.
– Oi, e... Como é mesmo o nome de vocês? – ela olhou com cara de nojo pras minhas amigas. Elas não responderam e Bess deu um risinho.
– Bess, por que você contou pra todo mundo o que houve ontem? – perguntei um pouco nervosa, minhas mãos estavam suando, mas involuntariamente se fecharam.
– Eu? Eu não contei nada, , você está ficando maluca. – ela olhou pro lado e começou a rir.
– Você sim, sua naja! – olhei com raiva pra ela e ela só se limitou a levantar uma sobrancelha. – Quem você pensa que é pra ficar falando de mim, com suas amiguinhas? – não olhei a cara de nem de , mas provavelmente elas estavam rindo, porque Bess ficou super séria.
– Quem você pensa quem é pra falar assim comigo? – ela fez um leve bico – Foi pra você aprender a não roubar o homem que é meu, por direito. – ela deu um leve empurrão em meu ombro e quando fez isso... Não pensei duas vezes e levantei a mão pra ela.
Ela se encolheu toda e segurou minha mão. Ouvi um sonoro “Bate logo nela” de algum lugar atrás de Bess. Então ela se recompôs e se virou, andando...
– Não fique tão satisfeita com isso, Bess Lee, – eu disse quase gritando – o que é seu ainda está guardado; mais cedo ou mais tarde, você vai pagar tudo o que está fazendo.
Virei, se ela falou alguma coisa eu não ouvi, pois todos estavam me aplaudindo, como se tivesse ganhado o Oscar ou o premio Nobel da paz! Finalmente estava em paz comigo, agora só falta o responder minha mensagem. O mínimo que posso fazer é me desculpar e decidir com quem ficar e a primeira opção não era o .
Capítulo 19 – Fall for you
– Hey!! – tentei controlar minha respiração, me olhou e veio até mim atravessando o campo de futebol – Cadê o ? – tinha corrido da minha sala o mais rápido possível.
– Ele esta por aí, o técnico liberou ele cedo – tombei no chão pelo meu cansaço.
– Eu preciso falar com ele – se abaixou.
– Mas parece que ele está te evitando – ri irônica.
– Parece? Eu só quero explicar tudo – segurou minhas mãos e me levantou – Eu vou pro refeitório, eu tenho que acabar com isso hoje – ele concordou com o rosto, o abracei e me distanciei indo em direção ao refeitório.
Abri a porta dupla e caminhei até a minha mesa, me sentei na cadeira e suspirei.
– Ele não quer me ver.
– Falou com ele? – perguntou com a boca cheia recebendo um olhar nada agradável de Jeff.
– Não – coloquei minhas mãos em meu rosto.
– É melhor desistir, não vale ficar lutando por algo que outro não quer – escutei .
– Eu não vou desistir dele – disse entre os dentes – e não quero. – tirei minhas mãos e olhei – Me dê suas chaves.
– O quê? Não, não e não, você não está em um estado bom. Não vou entregar as chaves do meu bebê – continuei a olhar – Eu quero ele amanhã inteiro, se não vou querer um novo – me levantei e peguei as chaves, sai do refeitório e olhei Bess que me mandou um beijo falso. Andei até o estacionamento e entrei no carro, bem se não estiver vivo até amanhã bebê da , eu não terei como pagá-lo, então espero que tenha aproveitado esses dias com ela, liguei o carro e sai do estacionamento.
Se está me evitando, irei até ele. Apertei meus dedos no volante e tentei andar o mais rápido possível, passei esses dias tentando encontrá-lo, essa era a última chance.
Olhei a mansão em minha frente e vi o carro de parado, toquei a campainha e olhei a porta sendo aberta por um mordomo.
– Sim?
– Eu quero falar com o – o mordomo abriu o portão e me olhou.
– O senhor Stanford não está bem.
– Eu sei disso – passei pelo mordomo e entrei na casa que já estive uma vez antes, diferente do silêncio, havia uma música alta vindo do segundo andar.
– Senhorita... – me virei
– Não se preocupe comigo – subi as escadas rapidamente, olhei a porta de onde via o alto som, abri a porta e encontrei deitado na cama. Me aproximei lentamente e vi que estava dormindo, fui até o som e o desliguei, me aproximei da cama novamente e me sentei nela, coloquei o rosto de em meu colo, passei minhas mãos por seu cabelo e sorri sentido uma lágrimas descer por meu rosto; segurei sua mão e entrelacei nossos dedos, me encostei na cama e continuei a olhá-lo.
Como uma pessoa que sempre teve tudo que queria poderia acabar com a vida por causa de drogas e bebidas? Nunca entendi o motivo de , lembro que achei que era um desculpa, mas sei que é maduro o suficiente pra ter motivos, mas por quê? E pra quê?
Abri meus olhos ao senti uma mão junto a minha, me sentei na cama em um pulo, olhei pro lado e me surpreendi ao me deparar com dormindo, ela estava encostada na cama com o rosto levemente virado, me aproximei dela e a encarei.
– – a chamei baixo – – chamei novamente, seus olhos se abriram lentamente, quando encontrou os meus ela saltou da cama – O que está fazendo aqui? – perguntei em um tom duro.
– ...
– O que está fazendo aqui? – perguntei mais serio.
– Você não me deixou alternativa – parecia que a qualquer momento ela iria chorar, me levantei da cama sentindo minha cabeça latejar, caminhei até a porta e a abri, me virei e vi parada, seus olhos já estavam cheios de lágrima, parecia uma criança com esse olhar triste.
– Vamos, faça isso, vai ser mais fácil – disse.
– Mesmo que você não queira me escutar eu vou falar – fechei a porta e cruzei meus braços – Eu não queria contar quem era o já que achei desnecessário por ele nunca mais ter ligado pra mim desde que cheguei aqui, quando recebi a mensagem eu ia contar a você...
– Então por que mentiu? – as lágrimas começaram a rolar por seu rosto angelical.
– Por que eu ia te contar depois, – seu tom aumentou, como se houvesse indignaçao.
– Eu confiei em você .
– Eu sei, mas me perdoe. Isso me afetou, eu não queria mentir, mas nunca achei que estaria na porta do colégio – ela se aproximou mais de mim.
– Não me importo mais – mentira! Baixei meu olhar para o chão.
– Mas pra mim importa – ela aumentou o tom de voz – Eu vim até aqui, encontrei você no estado mais deplorável que eu pude imaginar.
– Não pedi isso – levantei o olhar e fitei a parede.
– É, eu sei – a olhei e vi que ainda chorava.
– , por favor, vai embora – pedi novamente – Você volta a ter sua vida com seus amigos que eu volto a ter a minha.
– Não.
– E por que não? – perguntei sem entender.
– Porque eu to desistindo de um cara que me quer bem, por você – abri minha boca sem acreditar – , não importa o que fale, mas eu não vou desistir de você, eu disse que sempre estaria ao seu lado e sempre vou estar... – em um movimento rápido a puxei até mim e a beijei.
Eu não posso acreditar que fui perdoada com aquele beijo, ele tinha um hálito diferente do normal, mas não me importei: era aquilo que eu precisava nesse momento. Deixei-me levar, e senti as lágrimas escorrem no meu rosto, mas não eram as minhas. O acompanhei, sabia o quão importante era esse momento e não seria eu que separaria ou simplesmente acabaria. Deixei que aquele beijo sufocante me preenchesse e que a força de me entregar a ele fosse compreendia por – não demorou muito e ele me deitou na cama, onde, sem demoras, estávamos muito mais que esquecendo as lágrimas.
Capítulo 20 – Secrets
Encarei a água em minha frente, a lua estava tão cheia e linda, o céu claro dando espaço as estrelas. A cozinha era toda branca com os móveis em preto e a bancada de mármore a minha frente com uma fruteira e dentro de um compartimento secreto ao lado da geladeira.
– Voltei – beijou meu pescoço me fazendo encolher, olhei a sua mão e vi um pote de Nutella – Minha especialidade, encontrar Nutella na despensa – sorri e observei se sentar no banco do meu lado, ele se aproximou mais e passou seu braço por meu ombro. Fomos caminhando até a porta da varanda e sentamos na mesa em frente a piscina.
– Gostei dessa vista – disse olhando pela enorme varanda.
– Obrigado – o abracei e suspirei – Como vai ser depois? – o olhei e voltei a admirar a lua.
– vai embora daqui algumas semanas – se arrumou no banco, percebi o desconforto ao escutar o nome de .
– Você vai falar sobre nós? – voltei a olhá-lo.
– Bem, eu não pensei sobre isso, não sei se é necessário já que ele vai embora.
– Mas pode voltar – dei os ombros.
– Eu vou conversar com ele antes de ir, não se preocupe com isso – me levantei do banco baixando a camisa de , era a mesma que da última vez, acho que ela já poderia ser considerada minha – Está na minha hora, se atrasar mais um pouco meus pais ficam preocupados.
– Eu te levo em casa – o olhei assustada.
– Não, não precisa – ele se levantou me fazendo levantar o rosto.
– Eu levo – ele disse firme, cruzei meus braços e comecei a bater o pé, ele riu da minha cara e se aproximou de mim – Estressadinha – em segundos me pegou, me colocando em seu ombro.
– – gritei batendo em suas costas, ele saiu da varanda, passou pela casa, subiu os degraus e entrou no quarto com tranqüilidade, parecia que meus tapas eram carinhos, já que não sentia nada – , me solta – gritei.
– Querido – escutei a voz de uma mulher, fiquei muda no mesmo estante, me colocou em pé em sua cama, olhei a porta e vi uma mulher loira e elegante – Não sabia que estava com visita – me sentei na cama sentindo a vergonha me atingindo.
– Mãe, essa é a – disse sorrindo, a senhora Stanford colocou um simpático sorriso em seus lábios finos.
– Bom conhecê-la, querida – sorri.
– Igualmente.
– Estarei no meu escritório, se precisarem de algo, e preciso conversar com você depois – ele concordou com o rosto, a porta foi fechada fazendo se virar em minha direção, ele me pegou em seus braços, prendi minhas pernas em sua cintura e o encarei.
– Que vergonha – ele riu.
– Não se preocupe, minha mãe é legal, ela também queria conhecê-la – sorri, me colocou no chão já que eu precisava me arrumar.
– Andou falando de mim? – ele deu os ombros e pegou meus tênis, coloquei minha saia e me sentei na cama.
– Uma mãe desconfia quando o filho muda de comportamento, fui obrigado a falar a verdade. – ele se sentou no chão e colocou um par do all star em meu pé, ri com a cena me lembrando de quando eu era pequena e precisava da ajuda da minha mãe. sorriu e colocou o outro tênis, ele amarrou os cadarços e me olhou, me aproximei dele e beijei sua testa.
– Você vai ao meu jogo amanhã, né? – o olhei.
– Jogo? – ele colocou seu típico sorriso.
Olhei a bola vindo em minha direção, a dominei sem muito problema e caminhei com ela olhando pros lados, vi um jogador do time adversário vindo, chutei com força pra que se encontrava do outro lado do campo, olhei pra arquibancada e vi em pé no meio de tantos, sorri perceber que realmente ela estava ali.
– Hey!! – olhei a minha frente, acordei do transe e voltei a andar em direção ao campo adversário.
– Foi mal – murmurei a ele, ele concordou com o rosto e começou a correr em direção a Simon que tinha perdido a bola, gritou meu nome, corri atrás do jogador adversário e roubei a bola com um pouco de dificuldade já que em seu braço estava a faixa de capitão.
Corri com a bola em direção ao gol, os pedidos de passe deixaram pra trás até que em pouco tempo a bola estava rodando na rede, levantei meus braços e sorri, me abraçou e bagunçou meu cabelo, olhei pra arquibancada e vi sorrindo, mas o que me chamou a atenção foi à figura loira pulando ao lado dela, era , parecia doida, quando me virei vi da mesma forma que ela. Caí na gargalhada e voltei pra minha posição.
– Acabou! – Will gritou quando a saída de bola foi feita, Simon roubou a bola e jogou pra ele que deu um chute forte assim fazendo o juiz apitar. Levantei os braços e sorri alegremente por mais uma vitória, estávamos na final mais uma vez.
– Parabéns, cara – deu leves tapas em meu braço.
– O trabalho foi do time – tirei minha camisa e coloquei em meu ombro, olhei a procura de e o vi comemorando com os outros – Já volto – concordou com o rosto e foi até o encontro com do resto do time, atravessei o campo e fui até o técnico.
– Parabéns – o técnico parabenizou cada um que passava por ele, peguei uma garrafinha d’água e bebi a metade de uma vez.
– Parece que o capitão do time está de volta – olhei Bess ao meu lado com sua roupa de torcida, afastei a garrafinha de meus lábios e sorri, mas não pra ela e sim pra que estava descendo a arquibancada, passei por Bess entregando minha garrafinha e fui em direção a .
– – Jeff, e pararam no mesmo estante, se virou e me olhou, caminhei até ela e beijei seus lábios, ela sorriu e se afastou de mim.
– Você esta todo suado – ela fez uma cara de nojo, dei os ombros e beijei seu rosto.
– Ah, ah, ah, ah! Esperem um pouco aí – se meteu no meio de nós – Vocês não estavam brigados até... Ontem?
– Ontem é passado – disse, a olhou.
– Por isso que você foi devolver o meu carro – em um movimento rápido apontou o dedo pra mim.
– Caramba, às vezes me assusto com sua inteligência – disse divertido, ela riu sem emoção nos olhos, um sorriso estranho brotou em seus lábios.
– Que bom que vocês estão juntos novamente – ela nos abraçou pelo pescoço.
– Ela não é normal – sussurrou.
– – escutei a voz de , só isso pra calar , olhei que parecia feliz com tudo.
– Ainda tem um tempo pra mim? – perguntei abraçando pela cintura.
– Não, tenho que estar em casa antes do jantar, desculpa.
– Não tem problema, espera eu voltar? – ela concordou com o rosto, me distanciei e segui os outros que estavam indo pro vestiário.
– Não sabia que você tinha voltado com a – disse.
– Ninguém sabia.
– Amanhã te vejo – tentei me afastar, mas parecia que não queria de modo nenhum, ri e beijei o canto de seus lábios, abri a porta na brecha e desatei a rir pela cara de – Desculpe – sussurrei, ele sorriu. Virei-me e peguei as chaves de casa em minha mochila, abri a escura porta e encontrei a casa com as luzes apagadas, fui até a cozinha e vi um bilhete no balcão. Eu e seu pai fomos ao mercado, o jantar esta dentro do forno.
- te amo
Coloquei o bilhete de volta no lugar e peguei um copo d’água, subi as escadas para meu pequeno apartamento, abri a porta e vi tudo escuro como o restante da casa, coloquei minha mochila no chão e tirei meus sapatos.
– – levei um susto ao ver se levantando do sofá.
– Que susto, o que esta fazendo no escuro? – liguei as luzes e fui pra cozinha, onde deixei o copo.
– Se divertiu? – perguntou se sentando em um dos bancos de madeira, olhei ele e o vi sorrindo, isso me matou por dentro. Ele estava tão feliz, enquanto eu aqui enganando ele.
– Sim, o time do meu colégio ganhou – sorri e me sentei em um banco do seu lado, continuou a me encarar.
– Volto pro Brasil daqui a uma semana – ele suspirou.
– Já? – perguntei.
– Sim, mas eu não quero voltar com a nossa relação assim – concordei com o rosto – Eu vim pra cá achando que encontraria a minha namorada, acabei achando uma garota que parece que é uma estranha e sei que você ta achando isso de mim. , eu amo muito você, não quero que a distância acabe com o que construímos com tanta demora – segurou minhas mãos e sorriu docemente – Eu não quero perdê-la – parabéns, , olha o que está fazendo, olha no que se meteu, realmente, você é uma pessoa muito boa.
– , as coisas não são como antes – sussurrei, ele suspirou.
– Mas o que eu sinto por você não mudou – cala a boca, garoto!
– Eu imagino, mas quando você for, será mais difícil de tentar colocar tudo nos trilhos – ele levantou uma sobrancelha.
– Você não vai voltar pro Brasil? – abri a boca, essa realmente era uma resposta que eu não sabia.
– Eu não sei, mas provavelmente não, aqui posso fazer meu futuro melhor que no Brasil – se levantou um pouco e pressionou seus lábios contra os meus, sua mão tocou meu rosto, meu rosto se transformou em uma feição de dor, distanciei meus rosto do seu e o encarei.
– Vai dar tudo certo – ele disse se levantando, gostaria eu que desse tudo certo, que entendesse que não sinto nada por ele, apenas vejo ele como um velho amigo.
Quando tudo parece que vai certo, sempre há algo pra atrapalhar. decidiu começar a me levar pro colégio, e todos ficavam fofocando as nossas custas – porque meu caso com é muito mais que assumido pra todos, menos pra ele. , vocês está criando um monstro, e se ele resolver conhecer seus amigos? E se ele resolver aprofundar em sua vida? Começar a sair com você? Ele já decidiu que ficaria mais umas semanas indeterminadas, pra ver se conseguia a “velha namorada de volta” e isso estava começando a me incomodar.
– , isso não está certo – começou com os seus discursos, que ficaram cada vez mais frequentes, e que sempre acabávamos rindo de tudo no final. – Quando você vai falar com o pobre do ? Ele ainda está esperando você mudar, oras!
– Eu sei, mas eu não estou achando uma forma menos agressiva de falar com ele. – essa hora eu deveria ter corado e olhei pra baixo.
– , você tem que arrumar isso logo, o também está esperando por você, pela sua resposta... Falando nisso, você encontrou com a Sra. Stanford, não foi? – oi?
– Como você sabe disso? Ah... ! – ela concordou com a cabeça – Ela é linda, mas agora a gente tem que ir, os meninos devem está esperando a gente.
Rimos e andamos até o campo pra ver o e o jogando; quando subimos as escadas encontramos ... ?
– ! – gritou pra ela nos olhar e assim que fez, ela sorriu e acenou chamando a gente pra ir até lá.
– O que você faz aqui? – foi a primeira coisa que me veio a cabeça. Sei que gosta de futebol, mas nunca a vi num treino do time da escola; pra mim o lance dela era os tios ricos de times grandes.
– É... Sabe, meninas... – ah, ta demorando de mais pra pensar – Eu estou meio que saindo com o . – Ela riu meio com vergonha.
– QUÊ? – por que é sempre a escandalosa? – Eu não acredito que vocês estão juntos! Nós três, amigas, com os melhores do time de futebol - deu um tapinha nas nossas costas – Quem imaginou isso, hein? – eu já, num sonho, mas não vou contar.
Continuamos vendo o jogo e, simultaneamente, as lideres de torcidas também. Com os preparativos pro baile de final de ano, elas não podiam mais usar a quadra interna, a menos que queiram arriscar a sair com um martelo na cabeça – onde eu assino pros treinos serem lá dentro?
O treino finalmente acabou e quando estávamos nos vestiários, veio com a noticia que estava namorando com , o que causou um pouco de tumulto – Por que as pessoas pensaram que ela era lésbica? Vou procurar saber disso depois.
, , e agora, estavam nos esperando, mas pra isso teríamos que driblar as líderes de torcida que estavam em nosso caminho.
– ! – ouvi alguém me chamar, me virei – Eu! – vi que era Bess, fiz minha melhor cara de desgosto e esperei ela chegar.
– Hoje foi o seu melhor treino. – ela falou, enrolando o cabelo na mão e chegando cada vez mais perto.
– Que bom. – seco, acho que foi o fim, não?
– Mais tarde vai ter uma festa, particular, lá em casa... Claro que você foi avisado, – fui, mas a minha vontade de ir era igual às chances de eu ir pra Malásia: zero – Você vai, não?
– Eu acho não. Tenho coisas melhores pra me preocupar – puxa, as pessoas se esqueceram como eram os cortes. Ouvi me chamando atrás de mim – Eu tenho que ir, se cuida.
– ! – ela passou a mão na minha nuca e tentou me puxar.
Aquela maluca está perdendo o juízo; já não bastava tudo que fez e agora está aí, em frente da minha... Namorada tentando me beijar, era o fim! A empurrei pra trás, o que fez todos a olharem depois de seu gritinho estérico. Em menos de dois segundos todos meus amigos estavam do meu lado e ela gritando qualquer coisa que não consegui entender.
parou do meu lado, meio que com nojo daquela cena e simplesmente deu o dedo do meio pra ela e me puxou pelo pescoço e me beijou. A peguei no colo e fiz questão de que ela olhasse toda a cena.
A coloquei no chão, todos ficaram esperando a reação de Bess, que se limitou a dar um sorriso sarcástico. Mandou um beijo e deu tchau, se virando; fizemos o mesmo e começou a contar a versão da história vista por eles. Acho que está muito tempo namorando a , isso seria coisa dela.
Bess
– Tirou foto, não foi? – era isso que eu precisava, Alex acenou com a cabeça fazendo que sim – Finalmente essa tal de Vecchi vai ver o que é bom! Vamos jogar na mesma moeda, queridinha...
Capítulo 21 Holiday (boys like girls)
Hoje não vim com pra casa, e sim com , já que iríamos fazer um trabalho e ela finalmente ia conhecer meu apartamento. Enrolei-me um pouco com as chaves, o que fez rir, – ela não agüenta qualquer descuido e sempre me faz rir também – vai ver por isso que eu a amo tanto.
Abri a porta e deparei com flores – tulipas rosa – na minha cara! Levei um baita susto. Só que nem eu, nem rimos. abaixou as flores e me beijou na bochecha. Limitei-me apenas em olhar pra baixo e fez o mesmo.
Fomos pra cozinha, e seguiu. Deveria mesmo ser entediante ficar um bom tempo dentro de casa, sem fazer nada. Mas ele tinha total liberdade de ir e vir – e ir.
– Então você é a ? – disse, me entregando as flores – A fala muito bem de você, sabia?
– Fala? Bom, não é isso que ela me diz... Seria mais fácil se ela não mentisse de vez em quando – ela deu um risinho, que me fez rir também.
– Não, a não mente! – Céus, o que ele está falando? Acho que essa é a hora de dizer tudo.
– Então, como eu estava falando... – atrapalhou meu penSamento e me fez virar toda a atenção pra ela. – O baile está quase chegando e a decoração está a melhor de todos os tempos. – e quem liga? Eu quero mandar embora, você pode deixar? – Todos trabalhados no branco e preto. Nada de vestidos comuns, ta?
– Baile? – argumentou – ... Você não me falou de baile nenhum.
– É... Eu estou ouvindo isso agora, fez uma surpresa pra mim, não foi ? – ela olhou meio sem entender, mas depois se tocou no que eu estava falando e concordou com a cabeça enquanto mordi a maçã em cima da mesa. – , o almoço ainda não está pronto, tem como esperar?
– To com fome, poxa! Preciso disso pra crescer forte e inteligente. – revirei os olhos e tirei nosso almoço, estrategicamente, coloca no forno.
Ainda não entendi direito o porquê de a minha mãe me chamar pra almoçar com ela, em plena quarta-feira, mas mesmo assim eu fui e ela estava me esperando, enquanto mexia em seu notebook.
– Mãe! – chamei sua atenção, foi quando ela me olhou e sorriu pra mim que fechou o precioso dela.
– Filho, senta. Como você demorou! – em torno de 3 minutos, pois é, minha mãe é super controlada em termos de horários – Eu já pedi o nosso almoço: o seu favorito.
– Tudo bem, – o que menos me importava mesmo era a comida, e sim o que ela tinha pra me falar – O que você quer comigo, mãe?
– Isso não são modos, ... – ela respirou fundo e se concentrou no que iria dizer – Mas não estamos aqui pra brigas e sim pra discutir o seu futuro.
– Meu futuro? – levantei uma sobrancelha e cheguei mais perto da mesa.
– Sim, querido, essa menina... , não? Pois então, eu sei o quanto você está mudando por ela, e digo isso quando eu percebo os seus lindos olhos azuis e vejo que você está comendo direito.
– Mãe, não vamos entrar nesse assunto, pelo menos não agora.
– Me deixa terminar, querido. – o garçom chegou com os nossos pratos. – Eu quero que você continue assim – ótimo, agora eu não posso terminar mais com a , mesmo se eu quisesse – Ela está sendo ótima para você, e acho que deveria continuar assim.
Comecei a comer, eu estava um pouco nervoso com o que ela diria, mas afinal, se fosse só isso ela ficaria totalmente despreocupada.
– É só isso? – minha mãe acenou com a cabeça – Então relaxa, mulher, eu estou bem com ela, quem sabe eu a chame pra morar lá em casa. – acho que foi por causa da notícia e ela engasgou.
– Não acha um pouco cedo?
– Mais ou menos, mas se você faz tanta questão que eu fique com ela, que tenha que ser do meu jeito. – ela riu e eu também.
Então continuamos a nossa conversa, entre risos e histórias – Juro que ainda sinto falta disso, e que quanto mais vezes fizermos isso, melhor.
Pensar. Era a única coisa fazia durante o dia, pensar no meu bem estar, pensar no bem estar de e de , eu só tenho 18 anos e com tanta responsabilidade em minha cabeça, sei que você deve esta pensando em decidir em ficar com um, é fácil é claro, mas quando não é você que esta vivendo essa situação. Pode parecer como em novelas ou você pode decidir pelo fator beleza como nos seriados que contém um triângulo amoroso, diferente de mim, não vivo um triângulo amoroso, amo apenas uma pessoa, e ? Bem, ele é uma pessoa adorável, não nego. Mas me completa, me faz feliz como nunca me fez. Sei que você deve esta se perguntando, mas e se você não tivesse conhecido ? Continuaria viver minha vidinha sem graça a espera que me fizesse feliz um dia...
– Senhorita ? – levantei meu rosto de meu caderno onde havia desenhos de exclamação por toda página – Você saberia me responder?
– Desculpa professor, eu não prestei atenção – ele concordou com o rosto.
–Foi o que percebi... Para os alunos, como a senhorita dorminhoca, irei explicar novamente por que Hitler queria tanto ter o poder...
– Você parece longe – sussurrou, virei meu rosto e viu o seu próximo, sorri e encarei seus olhos – Aconteceu alguma coisa... Hum com ele?
– Não, eu só não dormi direito.
– Por quê? – ele perguntou espantado, sorri.
– Não se preocupe, não tem nada a ver com isso, estou apenas preocupada com um trabalho que fiz com , tenho receio que a tonta não veio – ele sorriu e voltou a olhar pra frente. Ufa!
– Acho estranha essa festa – Jeff disse analisando o convite dourado.
– Medo de perder o posto das melhores festas? – perguntou rindo, comi uma colherada de meu sorvete e dei os ombros.
– É apenas uma festa – disse.
– Você vai, não é? – perguntou com os olhos brilhando como de um cachorrinho de rua.
– Não posso – rolou os olhos.
– Leve-o, oras – a olhei, todos na mesa já sabia o motivo que eu não poderia ir.
– Está louca? Imagina quando eu chegar à festa com , e todos perceberem que é ele o meu namorado, ele me matará se souber o que estou fazendo com ele.
– Chifrando? – foi direta, a olhei ameaçadora fazendo a pequena criatura loira se encolher.
– Não sei por que raios não terminam – Jeff disse colocando o convite na mesa colorida da soverteria.
– Porque não foi você que teve escutar coisas lindas e tocantes; eu já tenho um plano, e você esta careca de saber qual é, não falarei nada até o dia que ele embarcar – Jeff bufou e comeu seu sorvete.
– Mande-o levar você a festa e buscar, ele não desconfiaria assim – disse, todos a olharam – O quê?
– Acho que foi a idéia mais inteligente que teve hoje – disse num tom falso de admiração.
– Idiotas – falou com o sorvete na boca fazendo todos rir.
– Com quem vai ao baile? – levantei meus olhos do monitor do meu notebook e olhei jogando videogame, me arrumei no banco da cozinha e suspirei.
– Um amigo, por quê? – ele negou com a cabeça e me olhou.
– Nada – ele voltou a olhar a televisão.
– Er, , você poderia me levar a uma festa? – coloquei o meu melhor sorriso e o vi me encarar.
– Levá-la a uma festa? – ele perguntou com um tom estranho – , não acha que nós estamos com problemas sérios pra resolver entre a gente, e você quer ir a uma festa? – ele se levantou e desligou a TV.
– Nós podemos resolver agora – fechei o notebook e o empurrei lentamente pro lado.
– Não, não podemos – me levantei e fui até a porta da cozinha.
– O que aconteceu? – perguntei sem entender seu humor, seus ombros se baixaram, ele veio até mim e me abraçou fortemente; o abracei apoiando meu queixo em seu ombro.
– Nada – ele se distanciou um pouco e me beijou, não correspondi da mesma forma que ele, ao me olhar vi um brilho em seus olhos – Sai comigo?
– Agora? – perguntei com um tom de reprovação, ele deu os ombros.
– Pra festa – sorri timidamente.
– Tudo bem – ele me soltou me deixando passar. Mas que droga , que droga!
Acho que todo mundo já escutou falar da lei de Murphy, certo? Pois é, essa brilhante lei sempre esta ao meu lado. Quando penso que nada mais pode dar errado, sempre dá. resolveu me acompanhar na festa, ele nunca gostou de ir a festas, sempre preferiu ficar em casa lendo um livro.
“É uma boa oportunidade de conhecer seus amigos” foi à desculpa que recebi depois de fazer a cara mais assustada do mundo – o que eu poderia falar? “Não, não quero que você vá por que , o carinha que eu é meu namorado, e não você, estará lá.” – Não me chamo pra falar isso, e não tenho problemas mentais.
Quando cheguei à casa da garota que estava dando a festa, reconheci o carro de e de , ótimo eles já estavam lá, caminhei com a cara mais sem graça do mundo até dentro da casa, algumas pessoas encararam .
– ... E ? – o olhou sem entender, abri um sorriso nervoso e a acompanhei até onde os outros estavam, me olhou assustado pela presença de .
As mãos dele fecharam em um punho, que certamente iria matar uma pessoa se atingisse alguém, pela raiva que estava.
– Bem, essa é a – apontei pra ela – você já conhece – se aproximou e beijou o rosto de – e , meus amigos e namorados das duas, e um amigo – levantou a mão para cumprimentá-lo, mas a apenas a encarou, deixando o sem graça.
– Olá, povo! – Jeff cuspiu toda a bebida em sua boca, certamente o gesto mais direto.
– Jeff, esse é – Jeff sorriu e o cumprimentou.
– eu vou cumprimentar as outras pessoas, mas já volto – ele concordou com o rosto.
– Mas que... – cutuco antes que ela continuasse.
Distanciei-me de todos e fui até o segundo andar, onde parecia o lugar mais vazio, me encostei a uma das paredes e baixei meu rosto.
– O que ele está fazendo aqui? – perguntou, levantei meu rosto e o encarei.
– Me desculpe, eu tentei fazer com que ele ficasse em casa – ele concordou com o rosto e se aproximou de mim, coloquei minhas mãos em seu pescoço e o beijei – Eu não vou poder ficar muito tempo com você.
– Mas... – sorri.
– Apenas hoje – ele sorriu e beijou meu rosto, encostei meu rosto em seu ombro e suspirei – e, por favor, não quero nenhuma confusão – escutei a risada de .
– Não se preocupe com isso, irei me controlar – fechei meus olhos e respirei fundo.
– , - o encarei – não bebe – ele tirou o sorriso do rosto.
– Você acha que eu iria fazer isso?
– Não, mas eu só estou pedindo antes que algo lhe faça fazer isso – beijei seus lábios e me distanciei, desci as escadas e vi com .
Parei do último degrau e observei ao longe, ele parecia animado conversando com os garotos, pelo menos isso.
– Se divertindo, querida? – olhei Bess a minha frente, o que logo chamou atenção além do seu batom de uma cor gritante era seu vestido vermelho curtíssimo e seu salto enorme.
– Sua mãe como uma estilista deve ter uma grande vergonha de ter uma filha como você – disse descendo o último degrau.
Assim que realmente me comparei tive a impressão de estar sempre básica demais: eu estava vestindo apenas uma calça jeans preta, uma blusa simples cinza e um salto considerável.
– Pode ter vergonha, mas minha conta bancária faz toda essa minha terrível tristeza de não ser o orgulho de mamãe passar. – semi-serrei meus olhos e a olhei com uma cara de nojo – Vi que seu namoradinho esta ai... Não espere, não é seu namorado? – ela sorriu sarcasticamente – Você é poderosa. Hem, queridinha.
– Por que você não faz o seguinte: some da minha vida? – disse entre os dentes.
– Só vou sumir da sua vida quando for meu – ela apontou seu dedo pra ela, sorri.
– Só que ele é meu e a mim que ele ama, ele nunca vai lhe amar - ela tirou o sorriso dos lábios – Nem a sua conta bancária vai conseguir que ele fique do seu lado, sua biscaté.
– É o que veremos, garota...
– Está acontecendo alguma coisa aqui? – olhei .
– Não, não se preocupe.
– ? – pronto, príncipe Willian só falta você aparecer agora.
– Acho que a novata tem mais coisas a resolver do que eu – Bess passou por mim esbarrando em meu ombro.
– Ela te fez alguma coisa? – perguntou, neguei com o rosto, ele segurou minha mão enfrente a .
– Acho que você tem melhor companhia – disse com um tom irritado se afastando. Maravilha, grande ... Príncipe Willian, é serio, você ainda pode aparecer.
– Hey!! – continuou a andar, olhei pra trás pra ver se não estava mais me seguindo – Hey!! – gritei mais ainda, tinha me evitado a festa toda, a maioria das vezes que o olhei estava com um copo de bebida na mão. Agora que tinha decido ir embora era uma boa oportunidade de ir falar com ele – Stanford – ele se virou no mesmo estante.
– Ele está lá te esperando – disse num tom calmo, diferente como pensei, tirei seu copo de sua mão e o deixei cair sem me preocupar. Segurei seu rosto e encarei seus olhos.
– Me desculpe por ter feito você passar por isso, eu errei em ter concordado...
– Amanha a gente conversa, – seu continuava calmo e sereno. Ele segurou minhas mãos e distanciou.
– , sua coisa, o garoto ta te esperando a mais de dez minutos no carro – disse atrás de mim, puxando meu braço, me virei e a olhei.
– Já estou indo – ela concordou com o rosto me soltando.
– Eu quero que saiba de uma coisa: – voltou e sussurrou pelas minhas costas – eu estou cansado de dividir você com outro alguém – o olhei assustada.
- – murmurei, mas começou a me puxar. Então lembra a teoria? Nunca desconfie dela.
Capítulo 22 - Vegas Skies
– Mas que... Droga – fechei o armário de que tentava fechá-lo alguns segundos, seu olhar se direcionou ao meu – Obrigada – dei os ombros e segurei sua pesada mochila.
– Me desculpe por ontem – disse um pouco sério, ela sorriu e começou a caminhar ao meu lado.
– Eu que peço desculpas – ela abriu a porta do esquecido ginásio, parecia um inferno aquele lugar, a única diferença é que não tinha labaredas de fogo e sim alunos estressados e imperativos.
– Sempre desconfiei que a escola era realmente um inferno – disse fechando a porta atrás de mim.
– – apareceu descalça a nossa frente – Por favor nos ajude, eu acho que vou pirar, Jeff não esta nem aí, só quer saber do celular e parece que esta fora de si conversando com .
– Mas é você a responsável – disse enquanto tirava seu blazer.
– Olha aqui, eu estou implorando ajuda se me negar não olhe para a minha carinha fofa, nunca mais, senhorita Vecchi – era realmente algo cômico ver tentando parecer autoritária, aquela pequena e loira garota não conseguiria nem controlar uma turma de crianças ainda mais adolescentes irritados pela perca de tempo por causa da dança.
– Eu resolvo isso – disse, segurei a mão de e puxei em direção ao palco, ela me encarava sem entender – Atenção! – berrei, nesse estante lembrei quando era pequeno e ia ver meu avô nos desfiles militares pela cidade – Olha aqui, quem não está a fim de dançar ou algo do tipo, pode sair, ninguém precisa de fracos aqui – me cutucou e me empurrou;
– Desculpe pelo ogro, cada menina irá escolher seu par, meninas! – rolei os olhos e vi a animação pela ordem – Viu? – jogou seu cabelo.
– ? – olhei pro lado e vi a menina – Meu par faltou hoje, bem, eu... Eu poderia dançar com você? – olhei que um sorriso nos lábios.
– Sim, ele pode, mas apenas hoje, é meu único par – ela me empurrou em direção à garota que parecia que iria explodir de felicidade.
– Ah obrigada! – ela desceu do palco e a segui, parei do meio da quadra, olhei a menina ruiva se aproximar de mim e se colocar em forma pra valsa fiz o mesmo e esperei como os outros pela música.
Que chatice, por que eu estava aqui? A sim, por respeito aos meus amigos que estariam nessa papagaiada toda. De repente o som do velho piano pode ser escutado por todos, direcionei meu olhar ao palco e vi , sentada de costas a todos e tocando o piano, me surpreendi é claro, já que ela nunca tinha mencionado isso... Talvez por que eu nunca tenha perguntado.
– Ela é tão invejada – a garota sussurrou.
– Por quê? – perguntei para não deixar sua frase pairar pelo ar.
– Ela é linda, inteligente e simpática.
– Hum... – rodopiei a menina e a vi voltar até a mim.
– Troca – escutei a voz de .
– Obrigada – a menina se separou de mim, apenas fiz um aceno com o rosto, Jeff surgiu em minha frente me fazendo rir.
– Desculpa, mas a lei é restrita – disse o fazendo bufar, foi a próxima a aparecer, sorri aceitando como par.
– Não sabia que tocava piano – comentei.
– E tão bem – ela concordou com o rosto, permaneci calado até escutar a voz de novamente, e assim foi por uma hora, trocas e mais trocas de par e parecia estar gostando de mostrar seus dotes a todos.
– Foi produtivo hoje o dia – disse baixo balançando meus dedos, concordou com o rosto e beijou mais uma vez meus lábios.
– Quer almoçar comigo? – concordei com o rosto e peguei meu blazer – Hoje descobri que metade do colégio tinha o sonho de falar comigo.
– Não é dançar? – perguntei andando ao seu lado.
– Bem, elas só falaram “não acredito que estou falando com você, é um sonho” não mencionaram que estavam dançando comigo – ri.
– Entendi – ele sorriu e tirou suas chaves do bolso da calça, senti alguém me abraçar por trás e vi com em suas costas, ri e olhei com vindo logo atrás.
– Demoraram, hem – Jeff murmurou ao meu lado, o abracei pelo ombro e beijei sua bochecha. – Han, ? – levantei meu olhar e vi , seus olhos não estavam mais calmos como sempre e ao seu lado estava Bess com o sorriso mais deslavado que já vi. Soltei-me de Jeff e fui até ele.
– O que está fazendo aqui? – perguntei baixo, ele levantou sua mão me mostrando uma foto, era minha e de , olhei Bess, como ela podia?
– É esse aí, né? – passou por mim, me fazendo parar no mesmo estante de pensar em como matar Bess sem me sujar tanto.
– , para! – me meti em sua frente, mas ele me empurrou. quando me viu cambaleando veio em direção a e o socou na barriga.
– Está doido? – me firmei em pé e fui até os dois, era maior que e um pouco mais forte, mas era inteligente e ágil por causa da luta que por tanto tempo treinou.
– Os dois, parem agora! – empurrei e o encarei.
– Ele te empurrou! – disse num tom de indignação.
– Eu to bem... – me empurrou e partiu pra cima de na mesma hora que o viu levantar a mão, como eu soube?
Era simples grito histérico de , em questão de segundos os dois estavam no chão, e , como sempre, os protetores de tentava separá-los, quando vi os dois separados e o lábio de cortado, não me movi em direção aos dois e a sim de Bess que parecia com medo, prendi meu cabelo pelo caminho e sorri mais ironicamente que podia.
– Olá! – troquei meu anel de dedo.
– O que você pensa que vai fazer? – ela perguntou.
– Você parece satisfeita, planejou tudo isso – ela deu os ombros.
– Inteligência... – dei um murro na cara dela.
– Isso que é inteligência – seu choro alto pode ser ouvido por todo a rua. Ótimo, o circo estava armado, e tudo que você menos queria aconteceu, sua mentira foi descoberta e agora , você esta definitivamente ferrada.
– Por que você na me contou antes? – perguntou gritando.
– Porque não queria fazer você triste – disse em um tom comum, tentando pensar que não estaria triste por eu estar no carro de e não o dele.
– Não queria me fazer triste? Eu vim do Brasil pra cá tentando encontrar minha namorada e encontro uma garota sem graça! – ri e o olhei, ele não parava de berrar dês que começou a falar – Pare de rir, você acha engraçado a minha infelicidade.
– Por isso que não te contei – berrei de volta, ele me olhou surpreso já que eu jamais usei esse tom com ele – Você ficou sem dar sinal de vida, e foi o tempo que encontrei a pessoa que amo mais do que ninguém, fiquei quieta por que eu amo você , mas amo como um grande amigo, só que eu só fui perceber agora, eu não fui falsa com você – ele riu.
– Seus pais sabem que você esta namorando um drogado? – o olhei espantada.
– Como sabe disso?
– Então é verdade, sua amiga Bess me contou - fechei meus olhos e o abri colocando a mão na porta – Para o carro! – ele me olhou – Não estou brincando – ele parou me deixando sair, olhei pra porta aberta e olhei assustado – Eu só queria o seu bem – ele saiu também
– Você acabou comigo, , acabou com tudo que eu planejava pra nós.
– Por esses motivos que não planejo o futuro, pra não sofrer frustrações...
– Quando você voltar para ele, eu não estarei mais em sua casa. – concordei com o rosto – Mas estarei a sua espera quando perceber que ele não presta.
– Viva a sua vida, e não a expectativa, se um dia eu voltar pra você será pra perguntar se poderei contar mais uma vez com meu antigo melhor amigo – atravessei a rua entrando no Hyde Park, olhei pra trás e vi ainda o carro parado, cruzei meus braços tentando conter o vento frio que corria pelas árvores do enorme parque.
– Me de logo esse saco de gelos, Magri – disse puxando o saco de gelo da empregada que parecia estar dormindo ou com medo de mim – Mulher doida – disse num tom rude, ela saiu da cozinha me deixando sozinho.
– Não é modos de tratar alguém, – escutei a voz em um tom alto de minha mãe.
– Me desculpe – sussurrei, coloquei o saco em meu rosto e fechei meus olhos.
– O que aconteceu? – seus dedos tocaram meu ombro me fazendo me virar.
– Nada – disse simplesmente.
– Não sou tola ou cega! Você se meteu em briga novamente, ? – fechei meus olhos.
– Você pode ir pro seu trabalho, eu estou bem – algumas vozes na sala fizeram eu e minha mãe olharmos pra porta.
– O senhor não quer... – apareceu praticamente empurrando Mourice em sua frente.
– – seu rosto estava vermelho, não era por choro, talvez por frio.
– Ah, olá, querida – minha mãe disse com certeza alegria – Vou deixar os dois sozinhos.
– Obrigada, senhora Stanford. – minha mãe saiu da cozinha me deixando sozinho com que veio logo pro meu lado.
– Eu terminei com ele, disse a verdade – tirei o saco de gelo do meu rosto que parecia estar dormente.
– E qual é a verdade? – perguntei tocando a ponta de meu dedo em meus lábios sentindo uma leve ardência, ela pegou o gelo e colocou no local.
– Era melhor ver no espelho – continuei a olhar – Eu falei tudo que eu queria, descobri que foi Bess que armou tudo.
– Hum, já imaginava.
– vai entender um dia.
– Espero – concordei, ela sorriu e me abraçou.
– Você esta evoluindo.
– Recebo isso como um elogio? – perguntei sem entender.
– Bom, sim – ela se afastou – Se fosse a tempo atrás teria que vim com seguranças pra não levar pedrada ou algo do tipo.
– Não comemore – disse num tom baixo fazendo ela se assustar.
– Como assim? – ri e a abracei, não importa o que tenha feito, era do meu lado que ela estava e só isso importava, não me importa como, mas era em meus braços que ela estava e era a mim que era queria.
– quebrou o controle – escutei a voz de .
– Quebrei nada – se distanciou e me olhou sem entender.
–É, eles estão aqui – disse sem animação – , se estiver quebrado melhor correr – berrei, escutando o grito dela, começou a rir e pegou a bolsa de gelo colocando dentro da pia, beijei seu rosto fazendo ela sorrir.
– Cara não da pra ir pra outro lugar? – escutei .
– Eu tô na minha casa – disse como se fosse óbvio.
– Mas tem visitas – apareceu, rolei os olhos e vi indo em direção aos dois.
– Então como foi lá? – perguntou, ela deu os ombros e o olhou.
– Normal, espero que no fim tudo de certo...
– Ok, mas a melhor parte disso tudo foi Bess chorando com a cara roxa – ri e passei pelos três.
– Ela mereceu – comentei antes de chegar à sala de tv completamente bagunçada – Quem não arrumar irá sofrer as conseqüências – berrei escutando uma correria.
- – o chamei passando minhas mãos por seu cabelo bagunçado, ele estava dormindo com seu rosto apoiado em minha perna desde que todos foram embora – – chamei novamente vendo seus olhos se abrirem lentamente.
– Hum – ele se virou e me olhou, ri baixo e toquei minha mão em seu rosto.
– Eu tenho que ir, já está tarde – ele se virou e ainda sonolento.
– Dorme aqui – sorri.
– O que eu ganho com isso? – ele me olhou.
– Eu – ri e beijei sua testa – Sou um grande prêmio.
– Literalmente – deixei meu corpo cair no enorme sofá preto, se colocou ao meu lado e me abraçou, encostei meu rosto em seu peito e fechei meus olhos, entrelacei nossas pernas nos deixando mais próximo possível – Hoje foi um dia longo – murmurei sentindo o cansaço bater.
– Durma, – ele sussurrou, me aconcheguei o mais possível que podia, em questão de segundos cai em um leve e bom sono.
Capítulo 23 - I must be dreaming
– Mãe? – gritei fechando a porta da sala, andei como sempre até a cozinha e vi minha mãe em uma cadeira na beira da piscina lendo um livro, abri a porta de vidro e caminhei até ela, me sentei em uma parte livre e a olhei – Tudo bem?
– Comigo sim e com você? – coloquei uma mecha de meu cabelo pra trás de minha orelha.
– Mãe...
– Como pode, ? Trair o , um menino tão legal com você, ele esta muito abatido.
– Calma aí, você é a minha mãe, que eu saiba quer o meu bem – ela fechou seu livro.
– E qual é o seu bem?
– Fcar com o , e eu não quero mais falar sobre esse assunto: já é algo esclarecido – beijei o rosto de minha mãe e me levantei.
– , eu não quero você com esse menino – ri, só me faltava essa.
– Desculpa, mas não vou fazer isso.
– Ele não é direito – cruzei meus braços e a olhei.
– É? O que é direito? não é o que falou ou o que a senhora escutou, eu convivo com ele e eu sei como ele é! Mãe, não fale de algo que você não tem certeza.
– – ela chamou minha atenção.
– Confie em mim como você sempre fez, eu te dou uma oportunidade para provar que eu estou certa.
– E qual seria? – sorri imaginando a cena.
– Um jantar? Está louca ? – perguntou baixo enquanto se aquecia pra Ed. física.
– Só assim terei a confiança de minha mãe – ele me olhou enquanto mexia meus braços.
– Eu não sei como me comportar em frente aos seus pais, eu vou estragar tudo – ri pelo seu nervosismo aparente.
– Relaxa, você vai conseguir – me sentei no primeiro degrau da arquibancada atraindo sua atenção.
– Vai ficar aí? – dei os ombros.
– Tenho que me preparar para ficar todo esse tempo sentada aqui – cruzei minhas pernas.
– Fraca – mostrei a língua e o vi distanciar.
– Senhorita Vecchi – vi a velha secretária do diretor parada na porta – O direto a aguarda – nesse mesmo estante parecia que um holofote estava sobre mim por causa de todos os olhares que recebi, suspirei e me levantei de meu lugar.
Caminhei até senhora e a segui em direção ao prédio da secretaria; bati na porta do diretor e entrei encontrando o meu único motivo que acaba com meu dia: Bess Lee.
– O senhor me chamou?
– Pode se sentar – o diretor disse num tom agradável.
– Imagino o porquê que estou aqui, não irei perder tanto tempo.
– Então pode me explicar como agrediu a senhorita Lee dentro da escola – abri minha boca e olhei o rosto marcado de Bess, minha vontade era de dar pulos de vitória pelo dano que fiz, podia me considerar uma santa agora, todas as garotas desse colégio podiam construir uma estatua minha com o emblema “: a magnífica”... – ?
– Ah – acordei de meus pensamentos – Senhor, o que aconteceu não foi dentro da escola e sim fora.
– Mas estavam com o uniforme – Bess colocou um sorriso vitorioso nos lábios; se fosse ela não comemoraria.
– Sim, estávamos, mas a senhorita Lee contou por que fiz isso?
– Ela relatou que não sabe o motivo, que a senhorita tem uma perseguição por ela – ri baixo.
– Certamente o senhor não foi informado, direito, a senhorita Lee veio aqui por um assunto de caráter pessoal, eu lhe dei um soco por não agüentar mais as tentativas de Bess me separar de MEU namorado, algo inútil para tomar seu tempo não acha, diretor?
– Francamente, Bess – agora era eu que tinha o sorriso nos lábios, podemos voltar à idéia da estátua? Não seria nada mau pra uma novata que acabou com a rainha da escola em alguns meses.
– Mas diretor...
– Irei chamar seus responsáveis até aqui, você me ocupou um tempo importante para nada. , pode voltar a sua aula, mas fique o aviso que não permitirei isso novamente.
– Sim, senhor. Se precisar de mais alguma coisa – dei uma última olhada para Bess, parecia que ela iria explodir de tanta raiva. Fechei a porta e passei pela sala onde havia vários alunos do primeiro ano, é incrível essa idade, acham que são livres por estarem no ensino médio, ah, pessoas ingênuas! Sai do prédio e olhei pros lados sorri e comecei a dançar por mais uma vitória da heroína !
– ? – parei de dançar e me virei vendo com uma cara meio que assustada.
– Er, oi?
– Você está bem? – ri sem graça.
– To sim – ele concordou com o rosto e seguiu seu caminho, conselho a não fazer dancinhas de vitória na escola, isso pode ser meio... Constrangedor.
A festa de fim de ano finalmente está pra vir, no próximo final de semana, e me convenceu que devo usar algo melhor que meu all star – sendo que eu não concorde – e quase me obrigou a comprar um vestido com ela e .
Então fomos a três lojas antes de entrar em uma mais pro centro; ficamos loucas assim que entramos. Fomos direto pros vestidos curto: viu um preto fosco, com algumas pedras pratas, todo justo ao corpo; pegou um lilás, de um ombro só e babados na ponta; e eu peguei um vermelho, com um decote que a minha mãe não gostaria que eu usasse normalmente.
Fomos aos provadores e quando eu coloquei o meu, vi que tinha que se esse e não aquele preto sem graça da primeira loja. E gritei minhas amigas:
– , vocês estam vestidas? Eu estou saindo. – e sai, quando as vi, me deu vontade de falar que as minhas meninas cresceram, mas ia ser de mais – Vocês estam lindas!
– Olha só quem fala, - enquanto dizia isso, me virou – Você está um arraso! Tenho certeza que depois de hoje, nunca mais vai te largar.
– Não iria mesmo querendo – falei e demos risadas. – Vamos comprar esses mesmo, mas ... Acho que tenho uma surpresinha pra você.
– Pra mim? Não... Não gosto de surpresas.
– Eu garanto – disse piscando pra – Você vai gostar, e muito.
Pagamos nossos vestidos e viramos pra esquina, enquanto contava as novas histórias de , eu parei exatamente onde eu queria: no salão.
– Essa era a sua surpresa? Vamos, , não temos tempo de depilação. – caçoou
– Não, não vi me depilar – protestei –, vim fazer a surpresa de .
– O que você quer dizer com isso, senhorita Vecchi? – levantou uma das sobrancelhas.
– Você vai ser a nova ruiva. Vamos virar as panteras. – e ri mais um pouco.
– Se você prometer nunca mais dizer isso, eu pinto – protestou , eu me limitei a balançar a cabeça.
Eu juro que não imaginei que ficasse tão linda depois que pintasse o cabelo, até teve que parar com as piadas de sempre e elogiá-la, porque estava simplesmente linda! Aproveitamos e fizemos à unha, estávamos prontas pra sábado chegar. Saímos animadas e lindas do salão, e fomos pro carro de .
– Mais tarde vai ser o jantar, estou preocupada com isso...
– Relaxa, tenho certeza que vai levar uma erva pra vocês – , cala a boca! Mas é impossível calar alguém como ela. – Tá, desculpa. Ele vai se sair bem, tenha certeza.
– É, , – completou – vai dar tudo certo.
– É o que espero.
Meu coração estava dando pulos, parecia que eu tinha novamente onze anos e que estava preste a dar meu primeiro beijo, mas eu só ia jantar com os pais da garota da minha vida, nada de mais... Tenho que relaxar! Aquela água sempre quente e maravilhosa que caia no meu corpo me ajudou e concentrei finalmente o que iria fazer.
Coloquei meu blusão, calça jeans e um tênis limpo. Minha mão tremia bem menos que a uma hora atrás. Entrei em meu carro e fui indo pra casa de , não iria demorar e eu estaria com a família Vecchi.
Toquei a campainha e em poucos segundos ouvi a senhora Vecchi pelo vidro.
– Entre, – ela sorriu pra mim.
– Obrigada.
– Você poderia chamar pra mim? O jantar está quase pronto e ela ainda está lá em cima. Acho que só você pra apressá-la. É só subir aquela escada. – ela apontou o lugar e fui. Etapa número um concluída. Cheguei sem falarem mal de mim ou me baterem. Agora ... Essa eu tiraria de letra.
– ! – chamei. E ouvi uma batida alta lá dentro, abri a porta pra ver se alguma coisa tinha acontecido, mas só estava sentada no sofá, apenas de toalha, olhando o dedo.
– Bati o dedo – ela reclamou comigo.
– Tinha que ser. – sorri e fui até ela e a beijei. Ela se levantou e continuou o beijo. Por que aquela toalha está gritando pra ser tirada? Os pais dela estavam aí, de jeito nenhum, toalha malvada. – Vá se arrumar, sua mãe disse que o jantar já estava quase pronto.
– Não ligue se ela for meio cruel com você, ela só vai te testar.
– Vou me controlar. E, além disso, trouxe algo pra você. – surpresa! Controlei-me pra não contar nada. E fui ao bolso e tirei uma pequena caixa. Ela olhou pra mim, sorriu, pegou a caixa e abriu. – Parabéns.
– Mas hoje não é meu aniversário, bobo. – ela abriu e vi a pulseira que minha mãe escolheu: prata com alguns pingentes. – Obrigada, eu amei.
Ela se virou e foi em direção do quarto, achei melhor não segui-la. E então sentei no sofá e comecei a reparar naquela casa, separada da de baixo. Era exatamente como me contara, do jeito dela... E tinha um vídeo-game! Liguei e comecei a jogar.
O tempo voou com o Guitar Hero na tela, e quando vi estava com uma calça jeans apertada, uma blusa de gola “v” branca, um dos seus milhares de all stars e a pulseira que acabou de ganhar de mim.
– Vamos descer?
Sentados na copa, o Sr. Vecchi me olhou seriamente, quando eu cheguei não tinha reparado nele, mas ele disse que reparou bem em mim. Tentei deixar o nervosismo passar, mas aquele silêncio incomodava. Então comecei a falar:
– me contou que o senhor é um ótimo desenhista, Sr. Vecchi.
– Ah! – ele disse limpando o canto da boca – Certamente ela deve ter exagerado, mas eu tenho alguns dons, e o senhor?
– Eu jogo futebol, mas não sei se isso pode se dizer uma habilidade, não acha?
– Claro que é! – interveio – E, , você é ótimo.
– Exagero, mas obrigado, ...
– Eu acho que você deveria ter mais que isso – Victor falou levantando uma sobrancelha – sabe, se o namoro de vocês está serio, do jeito que me falaram, você deveria garantir um futuro pra minha filha, Stanford.
– Pai! Não exagera, estamos namorando e não vamos casar tão cedo, se é que vamos casar, né!
– , ele tem razão... – todos os olhares se viraram pra mim, até a senhora Vecchi ficou espantada – Eu estou com você, no seu futuro, tenho que ter algo a mais que um time de escola. É, e quem disse que não vamos casar?
Eu acho que fui longe de mais, se engasgou e depois tomou um gole de seu suco, me deu aquele sorriso perfeito e segurou a minha mão. Eu acho que provei o que a mãe de queria saber: não vou lagar essa menina tão cedo, pelo menos o quanto mais eu puder tê-la, eu vou ter.
Depois disso, as conversas melhoraram bastante, e até consegui fazer uma piada engraçada e Victor disse que iria usar no trabalho. Bom sinal!
Capítulo 24 - Broken Arrow
Já era quinta-feira, então, toda a escola estava agitada, e os únicos comentários eram sobre o baile. , principalmente, só falava da decoração que seria a melhor do século! quase estava batendo nela – não era o único – e , estava super despreocupada. E agora, mais que nunca, estava atraindo muitos olhares, por causa do seu cabelo e o que fazia quase pirar, mas ainda bem que ele tinha cabeça no lugar.
E comigo, , estava cada vez mais amoroso e compreensivo. Acho que o jantar realmente pode mudar o ponto de vista dose cabeças-de-prego.
– , não se esqueça que hoje tem treino – me lembrou .
– Pode deixar, amor. – ele até que gostava quando falava “amor” em português e tentou arriscar, ficou fofo, mas não muito bom e acabou desistindo. – Vou com e , como todos os treinos!
– Você poderia me esquecer – Só vi a cara de colocando o dedo na boca e fingindo que estava vomitando.
– Se você não parar com esse romance vai acabar com a nossa graça – beijei sua bochecha e sai andando.
– Podemos esconder o corpo depois! – ele gritou enquanto eu virava e via aquele sorriso maldoso – É só combinar hora e local!
– Você tem que cortar esse açúcar no relacionamento, to ficando com cáries por vocês dois, sério! – ela riu e quase que me empurrou pra dentro da sala de aula.
Quase no mesmo instante o meu celular tocou, aproveitei que não tinha entrado muito e voltei pro corredor e o peguei no bolso. Conhecia muito bem aquele número... .
– , tem como você ligar outra hora, eu estou na escola...
– , - ele interrompeu – o meu... Pai! – e então começou a chorar. Essa hora eu realmente me preocupei. A única hora que o vi chorar foi... Quando sua avó morreu. – Ele se foi, ... Ele morreu! – então ele voltou a chorar e uma onda de calor invadiu meu corpo.
– ... Você está bem? – ah, que pergunta! É claro que não – Calma, respira. Conte-me o que aconteceu...
Não sei se preferiria nunca mais ouvir a voz de , ou se continuava a ouvir. Tudo que ele dizia era doloroso e me fazia lembrar meu passado recente. O pai dele, um grande amigo, que sempre ajudou com nosso relacionamento agora estava sem vida. O que poderia fazer? Lágrimas começaram a escorrer no meu rosto quando contava a história, entre interrupções de choro e soluços.
Desligar o telefone foi difícil pra ele – e posso dizer que pra mim também. Mas eu não podia parar minha vida por isso, mesmo que eu quisesse; então mandei meus pêsames e tive que desligar porque a cara da professora de química não era as das melhores.
Meu nariz inchado não escondeu muito o jogo e a minha falta de atenção em tudo naquela sala estava muito mais que aparente. Nem conseguiu me consolar completamente, mas eu tinha que esquecer isso.
Hoje, diferente dos outros dias, eu não passei na sala de ou de ninguém pra irmos juntos ao refeitório; na verdade, eu fui sozinha. E me sentei, como um zumbi no banco da mesa. Não demorou muito e veio correndo ao meu lado. Abraçou-me e aquele perfume me acalmou. Em seu ombro, chorei mais um pouco.
– , me deixa terminar tudo antes que você me condene – disse, me afastando do corpo dele e me levantando da mesa – podemos ir pra um lugar mais reservado? – se levantou e me seguiu até o prédio abandonado, mas parei no meio do caminho, no vasto campo verde – Hoje o telefone tocou e era . O pai dele morreu – segurei pra não chorar mais – e eu gosto muito dele. Não quero brigar com você, eu não estou me sentindo bem... Entenda: falei com ele apenas por causa do pai, só.
– Como? de novo, ? – não posso acreditar que esse moleque ainda não saiu da minha vida, será que vou ter que matá-lo? – Como você pode fazer isso comigo, ? Depois de tudo que passei por você!
– , é sério, eu não quero brigar com você... – ela estava com os olhos vermelhos, isso era injusto!
– Sério? Não parece! Por que você me trouxe aqui? Sabia muito bem o que ia acontecer! Você estava traindo a minha confiança, você sabe disso!
– Não fala besteira, ! Eu só falei com ele hoje, e foi por um bom motivo!
– Nada te da o direito de me TRAIR, de trair a minha confiança e me fazer papel de idiota em frente de todos! – há quanto tempo ela estaria com isso? Esse jogo estava começando a fazer sentido.
– Não é nada disso, . Você sabe que eu te amo, não penso em há séculos! Você tem que acreditar em mim! E eu te trouxe aqui porque não queria mais chorar na frente de todo mundo e poder contar com você pra me ajudar!
– Cala a boca, ! Você está perdendo a noção do que está falando...
– VOCÊ ESTÁ PERDENDO A NOÇÃO! – ela gritou e me interrompeu – Não vê que eu estou mal? Eu acabo de perder alguém querido e você vem com ciúme bobo? Se toca, Stanford. – ela falou exatamente igual a quando me odiava, virei a cabeça e analisei o que estava se passando e ela acompanhou – Não... Eu não queria dizer desse jeito...
– Não se dirija mais pra mim, você teve tudo que eu consegui te dar e jogou tudo fora. A única coisa que eu queria é poder estar te ajudando com a tua perda, mas você fez tudo ir pro água abaixo – me virei e fiquei de costa pra ela, olhando campo de futebol – Você só foi mais um caso, nem foi tão difícil de ter... – mais um soluço de . Como posso continuar com uma farsa?
– ...
– Eu estou falando sério, srta. Vecchi: não faça mais parte da minha vida, não quero mais continuar com alguém que não sabe o que quer e que não decide o que tem de melhor ou o que é melhor pra ela. – voltei meu rosto, mais uma vez pra vê-la e tirei do bolso a maior surpresa – Eu te amei, mas a partir de agora eu te odeio. Hoje eu ia te fazer mais uma surpresa, mas acho que você pode fazer sua própria escolha onde colocar esse anel – joguei a caixinha no chão – tchau, “amor”.
Até onde a imaginação das pessoas pode ir? Até quando elas vão se enganar, só pra serem as primeiras ou as mais beneficiadas na história? Você só percebe isso quando o lado ruim, o que a corda arrebenta, está virado pra você. E dessa vez eu cai sem ter ninguém pra me levantar.
Limpei minhas lágrimas quando vi a porta do elevador ser abrir, o corredor claro estava vazio, eu fiquei parada ainda dentro do pequeno lugar pensado se o que eu iria fazer era o certo, eu iria desistir de tudo que conquistei, das novas e grandes oportunidades que ganhei por causa de alguém, um alguém que eu pensei que me amava tanto quanto eu, que cheguei a sonhar com um futuro distante, que tolice a minha. Mas ora, se eu quero isso, é por que é o certo, não é?
Saí do elevador e caminhei até o número do quarto que estava anotado em baixo do nome no bloquinho de minha mãe, suspirei olhando a porta branca e apertei a campainha, esperei alguns minutos até que a porta a minha frente foi aberta por com os olhos vermelhos.
– – o abracei fortemente – O que aconteceu? – me distanciei dele e limpei minhas lágrimas que voltaram a cair.
– Eu quero ir com você pro Brasil no sábado – disse confiante, ele me olhou assustado.
– Como...Como assim?
– Eu briguei com o , eu não quero mais olhar na cara dele.
– Então foi sério agora – ele sussurrou.
– Ele não me entende, acha que é o centro de tudo, as coisas que ele me disse... – respirei fundo – Eu jamais pensei que iria sair da boca dele, depois de tudo.
– Você não pode decidir algo desse tipo com cabeça quente – neguei com o rosto.
– Eu sei o que quero, por favor deixe-me ir com você, eu imploro.
– Tudo bem, , mas eu só quero saber, eu fui o motivo? – concordei com o rosto, coloquei minha mão no bolso do blazer da escola tirando a pequena caixinha de veludo preta – Meu Deus, me desculpe – dei os ombros e sorrir sem humor.
– Por causa de você tive uma prova de amor verdadeira do : a falta de confiança – me abraçou novamente me provando que eu sempre poderia contar com ele, por que ele sempre foi e sempre será meu velho amigo.
Capítulo 25 - The first one (Boys Like Girls)
A companhia dos amigos às vezes é o melhor remédio para situações em que nem mesmo você consegue ficar bem sozinha.
- Entrem – abri mais a porta para , Jeff e entrarem.
– Pela sua cara algo muito sério aconteceu – Jeff foi o primeiro a falar, caminhei até o sofá e me sentei, tentei colocar um sorriso simpático em meus lábios, mas como eu conseguiria se eu estou próxima a dizer adeus as pessoas mais fantásticas que encontrei?
– Você sumiu ontem e não apareceu no treino – comentou.
– Tem a ver com ele? – perguntou.
– Olhem, deixa eu explicar de uma vez.
– Isso ta me dando medo – comentou num sussurro.
– Eu vou voltar pro Brasil – Jeff arregalou seus olhos castanhos e desatou a rir.
– Certo, querida, mas brincadeira tem hora – o cutucou.
– Ela não esta rindo – e comentou, ele parou de rir e me olhou.
– Você quer dizer que está nos deixando? Esta falando que vai voltar pro Brasil e nos abandonar? – parecia a única a entender, mesmo com seu tom de voz falhada – Você não pode fazer isso, não tem o direito – uma lágrima escorreu por seu rosto, apesar de ser a mais calma e calada, eu tinha um carinho grande por já que sempre esteve do meu lado, além de .
– Eu tenho motivos.
– O ? – perguntou irônica – Só por causa dele?
– Olha...
– Ele é um motivo de você ir pro Brasil e nos três não somos um motivo de fazer você ficar? – perguntou irritada, como eu não pude ver isso?
– Por favor, me entendam, eu não vejo mais razão de estar aqui – Jeff se levantou.
– era o único motivo então? Nos éramos os palhaços?
– Tudo bem, já que vocês não me entendem eu vou explicar...
– É você que não entende – Jeff me interrompeu, fechei os olhos e respirei fundo.
– Cala a boca – disse rispidamente, fazendo ele se calar, abri meus olhos e o vi me olhar assustado novamente – , você não ama o ? – ela concordou com o rosto sem saber o que isso ia levar – Então imagine esse amor maior ainda, que esse amor você tudo na sua vida, e de repente esse amor... Fosse embora.
– Eu também iria, não iria sofrer sozinha – ela disse séria.
– Então você me entende, eu amo vocês acima de tudo, vocês são meus amigos, as melhores pessoas que já encontrei, mas não posso continuar aqui depois de tudo que aconteceu.
– Ele te magoou muito? – perguntou, a olhei.
– Muito, , muito mesmo – ela me abraçou me fazendo sentir um grande conforto, algo que precisava muito, senti a mais me abraçar, era que agora estava chorando como uma criança – Obrigada.
– Eu não quero que outra amiga entre no meu lugar – disse chorando, sorri e me distanciei.
– Não se preocupe, é impossível encontrar alguém como você.
– E eu? – Jeff se pronunciou.
– Acredite, também – ri – Eu não quero que ele saiba disso...
– Você vai quando? – perguntou limpando suas lágrimas com a manga de seu casaco.
– Sábado.
– Mas e o baile? – perguntou sem emoção.
– Não poderei ir, mas quero ver as fotos depois – disse num tom calmo.
– Ah! sentirei tanto a sua falta – a abraçou novamente.
– Amanha não irei à escola, tenha muitas coisas para serem arrumadas.
– Quer ajuda? – Jeff se pronunciou.
– Não obrigada, não quero incomodá-los... Bem é isso, quero agradecer por terem me aturado esses meses e por terem feito parte da melhor época de minha vida – era isso, sonhos e futuro no lixo, quem mandou ter sido tão tola, senhorita ?
Última dia de aula, maravilha, o dia que todos os alunos lembram das besteiras que fizeram, das conquistas que tiveram em mais um ano, para o terceiro o ano de despedida, resumindo: o pior dia do ano na minha opinião, gente chorando se abraçando e dizem o quanto se amam, uma completa palhaçada da parte de cada um.
– E aí, tudo bem? – perguntou baixo.
– Tô bem – disse fechando minha mochila e me levantando da cadeira, olhei a mesa de , ela não tinha vindo hoje e parecia que ninguém queria falar o porquê e nem falar normal comigo, mas estava nem aí.
– Hum, todos os alunos sentados, por favor – olhei o professor que estava na porta deixando ninguém passar, me sentei na cadeira novamente e respirei fundo, por que raios ele impedira de sair quando mais quero? – Eu vou liberar logo vocês, mas antes de tudo eu quero ter a última conversa – todos se sentaram e olharam o professor de história – Esse é o último dia de vocês aqui nessa escola, sei que muitos estiveram aqui por esses três anos, outros entraram há pouco, mas fazendo uma grande diferença – tive completa certeza que ele notou a mesa o meu lado, mas logo suspirou ao vê-la vazia – Quero dizer que foi um enorme prazer trabalhar com vocês, podem acreditar que foi quase uma missão, já que cada um tem já sua personalidade formada, mas eu só quero lembrá-los de uma coisa, quando vocês saírem por essa porta, vocês não serão os mesmo: serão adultos, futuro desse mundo, onde cada coisa será importante, então lembrassem de cada aprendizado esse ano, não precisa ser apenas da escola, mas na vida. Lembra-se de cada coisa nova que aconteceram em suas vidas, cada sentimento novo ou uma pessoa nova, lembra-se que quando saírem por essa porta nada será mais igual a quando vocês entraram, vocês serão vitimas de vocês mesmo já que não terão mais ninguém para mandar e desmandar em suas atitudes, agarrem seus sonhos com toda força, por que sonhos serão importantes agora, onde tudo é agora ou nunca – o professor colocou um sorriso em seu rosto – Mais uma coisa: não deixem amigos ou amores irem embora agora, porque eles serão importantes... Bem, podem ir – espere: impressão minha ou ele disse isso tudo pra mim?
– Hey! Vamos – apontou com o rosto pra porta, concordei e caminhei até a porta.
– Foi um prazer trabalhar com você esse ano, senhor Stanford – olhei pra trás e vi o professor acenando, acenei com o rosto e sai da sala.
– Professor louco – sussurrei, sorriu e seguiu em direção ao refeitório, abri a porta e olhei o formigueiro chamado refeitório, as coisas estavam mais estranhas que o normal, mas e daí? Segui até a mesa de sempre e me sentei em meu lugar atraindo a atenção de todos.
– Só pode ser brincadeira – disse irritada a olhei e vi seus olhos cheios de raiva – Depois de tudo você ainda tem a cara de pau de se sentar aqui? – levantei uma sobrancelha.
– Cara, é melhor você sair – disse baixo.
– O quê? Por que eu tenho que sair? Ah claro, eu sempre sou o vilão da história, não é mesmo? Entendo, , a mocinha que foi ofendida quando eu disse a verdade – se levantou e jogou o suco dela em mim, me levantei e fiz menção em partir pra cima dela.
– Seu idiota, você é um babaca mesmo, ela nunca mentiu pra você – ri.
– Não sabia que ela tinha advogados agora, ela não sabe se defender sozinha? Deve ser por isso que aquele idiota do ex dela ainda está aqui – me segurou – E você? Pensei que era meu amigo – disse mais irritado possível, os olhares já estavam em nossa mesa, com certeza eu tinha acabado com o último dia de todos.
– Eu sou seu amigo, só quero que saia daqui – ele apontou pra porta, olhei , mas ele estava sentado ao lado de .
– Tudo bem, eu saio – disse puxando minha mochila e susurrando – Certo, duvido que ela tenha contado a verdade.
– Não importa o que tenha falado, eu confio nela – disse seria e com seu tom calmo de sempre.
– Vai, – disse mais uma vez, neguei com o rosto e me virei, sai do refeitório em silêncio, mais uma vez sozinho, , mais uma vez abandonado por todos.
– – senti uma mão em meu braço, estava pronto para berrar mais vi Bess, a pena foi maior do que humilhá-la.
– Fala logo – disse ríspido.
– Então... Sabe, eu queria saber se você quer ir ao baile comigo? – a olhei e vi seu sorriso irritante. Por que não? Coloquei um sorriso irônico nos lábios e dei os ombros.
Foi estranho ver minhas amigas se divertindo e se arrumando pra ir ao baile; sabe? Eu deveria estar fazendo o mesmo, mas graças ao , eu estou só ajudando e me alegrando um pouco: grande parte por causa de .
– Vocês estão lindas! – disse meio triste, mas não demonstrei isso.
– Você está mentindo, mas eu não vou reclamar, porque eu realmente acho que estou linda – protestou .
– Reclama não – protestou – não é muito de falar isso dos outros, então estamos lindas! – todas rimos e isso foi tranqüilizador. Afinal, meus últimos momentos aqui seriam lembrados pra sempre, e nunca vou me esquecer dessas malucas e nem de Jeff, afinal, eles estão sendo tudo pra mim!
Eu bem que achei que ia mandar melhor que simplesmente espalhar papel crepom por todo o salão. Eu pensei que iria gostar, mas não dava. Estava cada vez menos ligando pras coisas e seriamente pensando em fazer tudo que fazia, voltando a ser aquele chato e monótono garoto que ninguém se importava.
Bess estava sorrindo e acenando pra todo mundo, e eu, estava sendo um prêmio em exposição pra ela. Todos que passavam por nós, nos olhavam – pra mim e por conseqüência, ela – e ficavam sérios, como se eu tivesse feito a coisa mais errada do mundo. Afinal, por que eu tinha que ser tão julgado? Quem eram essas pessoas pra falar o que eu estou fazendo? Se estou aqui com Bess, a garota mais escrota do mundo, é porque tenho razões e ninguém tinha a ver com isso.
As músicas começaram a melhorar e ficarem mais animadas, mas eu não queria me levantar então fiquei na mesa, comendo e bebendo. Bess, ao contrário, balançava seus braços como se tudo aquilo fosse legal ou interessante. E foi quando me dei conta que vi 6 pessoas paradas na porta: , , , , Jeff e mais uma menina que eu não sei bem o nome. Eles sorriam e acenavam compulsivamente para todos os lados... Até olharem pra mim. E as coisas mudaram seriamente.
, com a cara bem séria, veio andando pra mim, não se importando muito com as pessoas que tentava falar com ela durante o caminho.
– Você... Você não tem um pouco de noção e NÃO vir pra festa?
– Até onde eu sei – disse calmamente, me levantando – a festa é da escola, e como eu sou estudante, eu posso vir e com quem eu quiser, não acha?
– Ah! É assim? Você vem com a pessoa mais insuportável, detestável e banal desse lugar, ao invés de correr atrás da ? Você tem noção do que ela pode estar fazendo nesse exato momento? – ela falou tudo extremamente alto, e muitos olhares se viraram pra gente.
– Provavelmente não nessa festa – disse em tom final – Mais alguma coisa a acrescentar?
– Aaah! Seu idiota! – e então tentou me bater, mas no mesmo instante, como se previsse isso, a segurou – Eu não deveria estar falando isso, mas já que estou aqui... – ela parecia ter se acalmado no mesmo estante – esta indo embora pro Brasil, – nesse mesmo estante tudo a minha volta se movimentou em câmera lenta.
– O quê? – perguntei um pouco assustado, a largou e a olhei – Do que esta falando?
– está indo pro Brasil com o , ela está fazendo isso por sua culpa – olhei do outro lado e vi seu olhar triste, então era verdade.
– Ela... Ela já foi? – perguntei ainda assustado.
– Não, eu... Eu não sei, olha eu não deveria ter falado nada – larguei meu copo em cima da mesa e passei por esbarrando nela, atravessei o salão e vi Bess parada na minha frente.
– Onde pensa que vai? Iremos ser coroados daqui a pouco – ela disse em uma voz mais irritante possível.
– Meu lugar não é aqui, nem com você, sério, Bess, acho que já deu você correndo atrás de mim, vê se cresce e acha outro otário pra sua coleção – seus olhos encheram de lágrimas, mas dessa vez não estava nem aí, passei por ela e continuei meu caminho, sabia que tinha que ser rápido, já que estaria indo embora.
Capítulo 26 - Your guardian angel
Então é isso, eu vou indo e não voltarei, mesmo pra visitas, acho que isso ia acarretar muitas coisas. Enquanto arrumava minhas últimas malas, descia com as prontas. Admirando meu apartamento, definitivamente senti um aperto no peito e senti uma vontade de chorar, mas me controlei, afinal... Já fiz tudo que tinha que fazer. Quando olhei pra janela, pra me certificar que tinha encaixotado tudo, vi que estava começando a chover. me acordou e me fez relembrar que tínhamos apenas alguns minutos pra irmos ao aeroporto. Então coloquei minha escova de dente e fechei a última mala, peguei minha bolsa e desci. Atrás de , fui lentamente, aproveitando cada sensação daquela casa.
Agora era uma parte chata: a despedida dos meus pais; difícil, mas necessária.
– Mãe, está tudo pronto... Está na hora de ir.
– Ah! Minha filha! – minha mãe me abraçou e passou suas mãos em meu cabelo – Sentirei muito a sua falta! Assim que se pai tiver alguma folga, iremos te visitar, está bom?
– Isso mesmo, filha – meu pai saiu atrás do balcão da cozinha – Iremos assim que der, não se preocupe – e me abraçou.
– Vou sentir a falta de vocês. Te amo, mãe. Te amo, pai.
– Também te amamos, filha. – e o último abraço.
Afastei-me lentamente e ouvi um raio lá fora, a chuva aumento, com certeza. Me dirigi à porta e me acompanhou, parecia que queria muito ir...
Fechei a porta, segurando o choro. Sabia que era o certo, não tinha mais como ficar ali, onde era tão injustiçada; preciso deixar tudo e reviver algo que exista. Ao virar vejo sua forma, olhando para mim em meio a tanta água. Seu rosto ensopado e com o cabelo grudado igualmente a sua roupa. Onde fica a parte do bloqueio mental mesmo? Onde me controlo e deixo as minhas emoções irem embora? Funcione! Será que isso é o suficiente pra ele ir embora? Será que isso é realmente algo da minha mente? Deixe mais algumas gotas caírem, deixe mais algumas lembranças boas chegarem... Deixe que alguém me belisque e o real caia sobre meus ombros; pelo menos será verdade.
– ! – a forma gritou – Você não pode fazer isso!
– Você ouviu alguma coisa? – perguntou , mas eu sabia exatamente de onde vinha e quem era.
– É... É o ! – parei e olhei , com certo espanto no rosto.
– Eu não sei, , acho melhor irmos e não darmos ouvido a ele. Eu vou guardar as coisas no carro, precisamos ir. – não respondi nada, e quando virei pra chuva, estava vindo em minha direção. Fiquei paralisada ao vê-lo todo ensopado.
– O que você esta fazendo aqui? – perguntei alto por causa da chuva, ele ainda estava parado em minha frente como se procurasse a resposta.
– Eu não posso deixar você fazer isso – ele disse em um sussurro, olhei e o vi olhando para .
– Depois de tudo você vem me dizer isso agora? – perguntei ainda alto – Você me magoou muito , e essa foi a única escolha que tive: ficar longe de você o máximo possível.
– Me desculpe – o olhei mais assustada, será que era ele ali em minha frente?
– Me desculpe? É só isso? Você me julgou da pior maneira possível, não confiou em mim quando mais precisei de você, !
– Por favor, fique, estou pedindo – baixei meu rosto e olhei novamente – Eu sei que magoei você muito, eu errei, eu confesso, eu me arrependi e não estou mentindo, me de uma chance.
– Mais uma? Quantas chances terei que lhe dar, ?
– Só mais uma e prometo que não irei fazer você sofrer, eu te amo, – minhas lágrimas não eram vistas por causa das fortes gotas de chuvas.
– Vamos, – disse impaciente.
– , para você me amar tem que amar a si mesmo – disse por fim, escutei seu soluço.
– Mas como eu posso me amar se você foi tudo em mim e agora esta indo embora... Por minha causa? – nesse instante toda raiva que tentava ter de foi embora, em um impulso corri até ele e o abracei, senti seus braços se passerem em volta de mim, ele me abraçou o mais forte que pode. Afastei e o olhei nos olhos.
– Eu não quero me enganar novamente, . Acho que você tem que aproveitar bem a última chance que estou te dando – cheguei mais perto, pra mais um abraço, mas ele me afastou.
– A última e a única que vou precisar pra ter fazer feliz, novamente. – e então me beijou. Atrás de gente, ouvi um tossir alto e nos viramos. Era , no alto da escada, nos olhando.
– Eu acho que vou voltar sozinho, não?
– ... – Falei.
– Um dia iremos lá – me interrompeu – Fique tranqüilo, cara.
– Estarei esperando. – ele até sorriu e olhou as malas – E o que eu faço com isso?
– Deixa aí, temos uma festa pra ir.
– Uma festa? – olhei assustada – , como você quer que a gente vá pra festa, assim?! – olhei para nós, ensopados, direcionei o meu olhar a ele e como sempre o seu sorriso irritante estava em seus lábios.
Depois de uma hora até secar os cabelo, fomos ao baile, em meu carro. veio também, afinal, não tinha nada melhor a fazer mesmo. Quando passei, abraçado com , a menina que estava na porta, arregalou os olhos e sorriu pra . Ela abriu o restante da porta entre aberta para nós e se afastou.
Quando entramos a música tinha mudado para your guardian Angel e passei meu braço por ela e a puxei pra uma dança, viu e na mesa e foi até eles.
A pista se abriu pra gente, e todos ficaram olhando e em cima do palco, estavam e , de bocas abertas, olhando pra gente. Limitei-me a sorrir e girei , para poder ver suas amigas que deram um sorriso gigantesco ao vê-la (digamos que estava espetacularmente linda com aquele vestido).
– Pessoal! – disse , nos interrompendo – vamos falar quem foi que ganhou como rei e rainha do baile – Todos chegaram pra frente e ficamos esperando me chamar e Bess. – Primeiramente, queria agradecer a todos pro virem e passar meu blog... Sabe, ele não está muito bom, mas da pra rir...
– ! – protestou – Vamos às coroas? – ela concordou com a cabeça, mas pelo jeito não iria desistir do blog. – O rei do baile é... Stanford! – houve aplausos – ok, ok, pessoal... Agora vamos ver quem foi a rainha...
– Pois é, , e a rainha do baile é... Meu Deus! Não acredito! – se aproximou de fazendo ela se assustar também, houve um suspense e todo mundo se entreolhou – a rainha do baile é Vecchi! – não foi só ela que ficou espantada, mas todos aplaudiram e subi com no palco pra recebermos as coroas.
Deixamos no aeroporto e se conteve na despedida, o que foi bom; a levei até em casa e, como se fosse muito difícil, ela me convenceu de ficar, por que estava tarde e blá, blá, blá.
– Vamos acordar seus pais, vamos entrar em silêncio – ela concordou com a cabeça e me levou até seu apartamento.
Sabe aquela sensação boa de dever cumprido? Pois é, eu estava exatamente com esse sentimento. Mas ainda faltava alguma coisa... Coisa que eu lembrei quando ela foi procurar a chave dentro da bolsa e vi brilhar no seu dedo um anel dourado. Então as palavras foram se encaixando novamente na minha mente e disse:
– ... Espere. – ela me olhou, calculando os meus movimentos – Eu... Você está usando o anel que eu te dei. – ela olhou pro dedo e sorriu – Então, mesmo que voltasse pro Brasil, você estaria comigo?
– Não seja meloso, , mas eu gostei do presente... E, sim, queria estar com você... A onde for.
– Depois eu sou o meloso – respondi e desci um degrau, ela riu e abriu, finalmente, a porta – Você realmente quer que eu fique? – ela se virou, jogou a bolsa ao lado da porta e jogou o corpo em cima do meu, colocando seus braços no meu ombro.
– Não, queria você bem longe de mim, Stanford – ela sorriu e me beijou – Vamos entrar?
Sem dizer nada, puxei sei corpo pro meu e ela entrelaçou as pernas na minha cintura e a levei pra dentro, fechando a porta no meio do beijo; então entramos no seu quarto...
Capítulo 27 - Band aid
10 anos, 10 rápidos anos se passaram, milhares de coisas aconteceram, sonhos realizados e lições aprendidas. Aprendi em todo esse tempo, que mudanças são feitas a cada dia e que cada uma tem um propósito: algumas para o bem, outras, para o nosso azar, ruins. Comigo foi para melhor, conheci pessoas que não tinha a noção da importância que elas teriam em minha vida. Algumas, pensei, que seriam apenas conhecidos, hoje em dia são como irmãos. Claro, que no decorrer da vida você sempre vai ter certezas de uma coisa que logo depois vai mudar de idéia e ver que estava errada. Uma prova? Stanford. Quando o conheci achei tudo de ruim sobre ele, um idiota. Mas como podemos perceber, tudo mudou, vamos dizer 360 graus. Tenho que dizer que muitos acharam ser loucura, dois jovens de 18 anos noivos, meus pais se assustaram um pouco, mas enfim, por que perder tempo quando não era necessário? Depois de ter terminado a faculdade resolvemos nos casar, comprar um apartamento pra nós dois e foi fantástico ter uma sensação tão boa, tudo do modo que queríamos, parecia diferente, era mais maduro e responsável, me deixando cada vez mais feliz.
E nossos amigos? Ah sim, eles. Nunca mais me deixaram em paz! Incrível como eles também ficaram juntos: e cada dia mais melosos, e sempre ‘’normais’’, Jeff tinha decidido seguir a carreira da mãe, assim, muito trabalho e pouco tempo de descanso. Mas a amizade sempre foi à mesma e, é claro, , ele decidiu voltar para Londres e achei ótimo ter meu amigo de sempre por perto. Resumindo, cada um encontrou seu caminho, mas sempre estamos unidos, por que sabemos que essa amizade é verdadeira, não importa se não temos tempos por causa de nossos trabalhos; sempre estamos um perto do outro.
Bom, aí já se foram 10 anos desde o dia que pisei na terra da rainha, hoje com 28 anos, parece que tudo foi ontem, que a melhor parte da minha vida começou.
– – escutei alguém me chamar, levantei meu rosto do computador e olhei pra porta, vi segurando um copo com suco – Vamos?
– Já estou indo – disse sorrindo, voltei a olhar o monitor e suspirei, baixei meu olhar até o teclado e sorrir mais ainda.
– Chegou ao final? – perguntou já ao meu lado, dei os ombros.
– Como poderei escrever o fim se a nossa história ainda não chegou lá? – ele concordou com o rosto.
– Então não coloque um ponto final, e, sim uma vírgula, oras – me levantei da cadeira e deixei alí a história aberta – Vem, temos que ir antes que o pestinha venha chamar – ri e segui .
– Não fale assim deles – segurou minha mão e me guiou até o primeiro andar de nossa nova casa, passei pela porta da sala chegando ao jardim, vi , com Marie em seu colo, e com seus gêmeos correndo em volta dela, Jeff na tentativa de não derrubar a câmera e com Suzan e sua enorme barriga.
– Estão todos aqui? – Jeff perguntou arrumando a câmera, olhei pros lados.
– Cadê... – antes que eu pudesse perguntar senti alguém abraçar minhas pernas, olhei pra baixo e vi Josh com um sorriso enorme, sorri e o peguei no colo, me abraçou e beijou o rosto do filho – Agora sim.
– e , por favor, tentem controlar seus filhos – lançou um olhar mortal ao Jeff.
– Eles estão quietos – ela disse orgulhosa.
– Eu sei, mas é pra ficarem parados, minha querida - ri e olhei que brincava com os cachos da filha – Ok, isso vale para todos, então vamos lá, um, dois, três – Jeff apertou o botão e saiu correndo, em direção ao lado de Suzan, olhei e sorri sentindo o flash atingir meu rosto.
As vezes quando encontramos alguem e não suportamos ela, talvez seja o destino dando algum sinal.
Por que nem sempre iremos amar a pessoa que estará em nosso lado pra sempre de primeira vista, acredite que tudo seja possível, por que quando se acredita, acontece e voce nem percebe.
The End
nota das autoras: Bem, estamos aqui depois de todos os capítulos para agradecer a todos os leitores que acompanharam a nossa primeira fic, ficamos realmente muito felizes de saber que teve gente que gostou, só tínhamos a opiniões de nossos amigos, então foi meio estranho esperar as opiniões de vocês. Ah serio, nos não sabemos o que escrever, apenas queremos agradecer muito, mas muito mesmo vocês, por cada comentário elogiando o desenrolar da história. Ana e Marcelle. nota da beta: EU AMEEEEEEEI O FINAL DA FIC GENTE! Amei mesmo *-* Por culpa minha ela não foi enviada mais rápido e peço desculpas :( Mas valeu a espera né? Ficou linda! Parabéns às autoras lindas que escreveram e tiveram tanta paciencia comigo! Muito obrigada às leitoras que não me jogaram pedras pela demora hihi. Vamos esperar mais obras dessas duas ai! beijoooos ;; qualquer errinho já sabem -> /kaah.jones/ xx.