O vestido de lantejoulas brancas e prateadas já chamava a atenção por si só, mas em volta de estava se formando um vácuo, pois as pessoas paravam de dançar para ficar olhando o pequeno show que ela fazia sem ter noção. Em um momento, ela tentou tomar o Martini que trazia na mão direita, mas o líquido escorreu pelo canto da boca carnuda e levemente avermelhada da garota.
Um sorriso meigo surgiu quando ela tentou limpar os lábios com o dedo indicador, provocando mais desastres com o Martini. Ela estava ali, bela e sozinha. Era Réveillon e todos os amigos foram passar a virada na praia, como estava solteira se antecipou e comprou um ingresso para o baile fechado em um dos salões do hotel mais caro da cidade.
A taça transparente deixava à mostra uma pequena azeitona verde, descansando no líquido incolor. fechou os olhos deixando-se levar pela coreografia que ela inventava aleatoriamente. Como uma bailarina ela ficou na ponta dos pés. As aulas de ballet que fazia da infância até hoje lhe ajudavam a ter movimentos flexíveis e equilíbrio incomum, além de postura.
Do outro lado do bar, um garoto observava-a com olhos gulosos, ele parecia despi-la sem pudor, na sua mente. Em questão de segundos, ele tomou a decisão de se aproximar da garota e na sua cabeça estava fixa a ideia de que ele a teria.
- Olá! - disse com sua voz grave, parando ao seu lado e segurando em sua cintura.
não respondeu a cortesia, apenas tirou a mão dele de seu corpo e virou o rosto em um gesto esnobe. O garoto não desistiu.
- Até parece! Dançando desse jeito, é claro que está à procura de alguém. - ele sussurrou em seu ouvido.
- Me deixa em paz! - se pronunciou, esquivando seu corpo das mãos do rapaz.
Ele era alto e forte. Os cabelos bem arrumados e os olhos pareciam pedras preciosas. Se não fosse tão antipático e insistente, com certeza teria aceitado seu convite para dançar e até algo mais, só que a garota estava muito bem sozinha, obrigada, e não queria companhia, muito menos de alguém que não sabia respeitar suas vontades.
- Sou . ! E você?
O homem não perdeu tempo e enlaçou suas mãos em volta do corpo pequeno e cheio de curvas da garota. pôs as mãos no peito dele, sentindo sob o tecido branco os músculos definidos do peitoral de , mas isso não foi o suficiente para afastar sua raiva. Ela o empurrava com força, mas o rapaz continuava em vantagem. Ele puxou-a para mais perto de si, fazendo seus corpos ficarem inteiramente colados e não estava gostando daquela aproximação. Os lábios dele estavam praticamente colados aos seus, ela podia sentir o cheiro de hortelã e bebida no hálito dele.
- Não interessa o meu nome! Agora me solta! - ela já estava irritada e planejando gritar a qualquer momento caso ele não atendesse seu pedido.
- O que é isso? Cadê seu clima festivo? Está chegando um novo ano, vamos comemorar.
curvou um pouco o pescoço e beijou , que virou o rosto com rapidez, mas ele continuou o caminho até sua boca. Ela estava indefesa, totalmente presa ao corpo maior e mais forte do rapaz, a única saída era apelar para o clichê de morder a boca dele.
não pensou duas vezes e fincou os dentes nos lábios de e por pouco não tirou sangue. Como que levando um choque soltou a garota com raiva, ele a empurrou xingando.
- Você é maluca! - os olhos que outrora levaram um pequeno elogio da mente de , se tornaram sombrios. agarrou a garota com força e esmagou seus lábios em um beijo agressivo. Ele já não queria proporcionar prazer, só mostrar para aquela garota idiota que ele mandava ali.
- Algum problema aqui? - uma voz masculina perguntou.
- Quem é você? - perguntou zangado, largando instantaneamente.
- O cara que vai te ensinar como respeitar uma garota!
fechou o punho e socou a cara de , a força foi tão grande que caiu no chão. O agredido partiu para cima de e tentou lhe bater também, mas o outro foi mais rápido e saiu do caminho. gritava e a multidão abriu um roda em volta dos três.
- Por favor, pare! Pare! - a garota implorava.
Logo apareceram os seguranças e nenhuma explicação foi o suficiente para convencê-los a deixar os três continuarem na festa. Foram expulsos.

***


- Não devia ter feito aquilo. - sussurrou , enquanto ficava com ela esperando o táxi. - Você se machucou?
- Acho que ele me acertou, está roxo? - aproximou o rosto dos olhos de que ofegou.
- Um pouco! Sua namorada vai perguntar o porquê desse olho roxo, o que vai dizer?
- Não vai não, não vou responder nada!
- Por quê? - o fitou, curiosa.
- Porque não tenho namorada.
- Ah! - exclamou a garota - Eu acho que devo desculpas e obrigada. Não teria sido pior se eu gritasse, mas pouparia você de tomar anti-inflamatório.
- Isso sim! Mas eu não teria me saído o herói da noite e nem estaria aqui com você.
ficou sem graça e sentiu o sangue fluir em sua bochechas rosadas artificialmente. Ela levantou os olhos e encontrou o dos de , ele lhe dava um sorriso agradável e a garota perdeu a compostura por um momento. Os lábios levemente curvados lhe convidaram para um beijo que ela não pode resistir.
jogou os braços no pescoço de e ele por sua vez retribuiu o beijo com vontade, empurrando para a parede mais próxima. A garota estava presa entre a parede e o corpo de , novamente indefesa, mas dessa vez estava bom. Ela soltou um gemido estrangulado quando lhe beijou o pescoço e abaixou a alça do vestido alcançando a pele fina do seu ombro.
Com um olhar devasso a garota puxou pelo pulso até um beco escuro e sem saída. Ali ela abriu os botões da camisa quadriculada de branco com azul e se deparou com uma camiseta também branca, ela levantou o tecido devagar tendo a visão do corpo do rapaz e se regojizando por estar ali com ele. por sua vez não se conteve e abaixou a outra alça do vestido de e sorrindo abertamente quando viu os poucos pelos do braço da garota se arrepiarem. estava com um sutiã tomara-que-caia preto com a abertura pra frente, mas eles não tinham tempo para tantas preliminares. enfiou o rosto no ombros fortes e largos de , dando leves mordidas e fazendo-o perder o ritmo da respiração. segurou nas coxas da garota e levantou-a, fazendo que ela cruzasse as pernas em sua cintura buscando apoio. abriu o zíper de com cuidado e ela mesmo fez questão de abaixar a boxer preta dele, massageando o membro nu de .
- Isso é loucura! - sussurrou rouca no ouvido dele, mas não respondeu.
Em minutos bombava devagar dentro de , ela gemia alto, mas se deu conta de onde estava e passou a morder o lábio inferior com força. estava em puro êxtase, ele fechou os olhos para sentir melhor o prazer e segurou um urro quando veio o gozo. Ele encostou as mãos na parede e bombou mais forte, sem perder o ritmo, pois por experiência sabia que mulheres demoravam mais para atingir o auge, só quando sentiu estremecer agarrada a seu corpo foi que ele parou e respirou mais calmo, ainda assim irregular.

envergonhada escondeu o rosto atrás de um espelho de mão, enquanto analisava o estrago que aquilo tinha feito em sua maquiagem e cabelo. Os olhos estavam borrados e alguns fios rebeldes tinham desprendido do coque bem feito, fora isso ela continuava impecável. observava a garota enquanto colocava de volta sua camisa xadrez que estava largada no chão e suja.
- Agora acho que temos intimidade para eu te oferecer uma carona. - brincou .
- Não, obrigada!
- Por quê?
- Se deu conta de quem nem sabemos nossos nomes e acabamos de fazer sexo, sem camisinha? - ralhou . Ela tinha gostado, mas havia sido perigoso.
sorriu e estendeu a mão em cumprimento.
- Sou ! O seu nome é...?
- . - a garota aceitou o cumprimento, mas ainda estava envergonhada.
- Aceita a carona agora?
- Não! Obrigada, preciso chegar ao hotel sozinha.
- Tem algum namorado lá? - desapontou-se .
- Não é isso! Tenho meus motivos...
- Tudo bem, já entendi. Eu espero você pegar o táxi. Mas porque está em hotel? Se é que posso perguntar...
- Claro que sim e a sua resposta é simples: não moro aqui. Sou brasileira e só vim para cá passar o fim de ano com meus amigos, mas eles todos estavam comprometidos, então menti dizendo que tinha um cara e fugi deles.
- Eles devem ter ficado irritados, afinal veio passar o fim de ano com eles! vagou até o ponto de táxi onde tinha um único, parado na fila. Ela correu até o motorista e garantiu sua volta pra casa. vinha loogo atrás com um rosto indecifrável.
- Tenho que ir! - disse a garota. - Me desculpe pelo olho roxo e pelo constrangimento de ser expulso, prometo compensar um dia.
- Já me deu a recompensa que eu queria. - sorriu de lado, fazendo corar. - Te vejo de novo?
- Não! - ela sorriu e entrou no táxi. Deixando um confuso e desolado para trás.
- Ah cara! Igual a essa você nunca mais vai encontrar. - sussurrou para si mesmo tomando o rumo em direção ao seu carro.

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