Era segunda-feira, 8h30min da manhã e eu não aguentava mais aquela aula chata de história, sabia que se ficasse ali por mais cinco minutos, teria um treco. Enquanto a professora ditava palavras a serem grifadas no texto, levantei da cadeira e pedi para ir ao banheiro (desculpa mais usada por quem quer dar um passeio pela escola), como sempre, ela deixou, sai da sala quase que correndo.
Caminhei um pouco, pensando em como eu podia estar dormindo agora e não nessa aula chata. De repente, resolvo entrar no banheiro pra checar o visual e, como de costume, estou com cara de sono. Depois de ajeitar o cabelo, já na porta do banheiro, dou de cara com me olhando, ele é meu amigo desde a primeira série. Nota: estamos no primeiro ano do ensino médio, não chegamos a ser melhores amigos, mas, às vezes, andamos com a mesma galera. Ao ver ali me encarando, levo o maior susto:
- Ta querendo me matar de susto é, garoto? – disse, enquanto ele ria.
- Não é pra tanto, vai, – disse ele entre risos. Nota: só ele me chama de , não sei o porquê, mas desde sempre ele me chama assim.
- Também fugiu da aula de história? – disse, quando ele finalmente parou de rir.
- Sim, mas não foi por causa da aula chata, foi por outro motivo... - dizia ele, enquanto eu o encarava.
- E eu posso saber qual é esse motivo ou é confidencial?
- Pode. Na real, eu só sai depois que te vi sair – dizia ele, enquanto eu ficava cada vez mais confusa – Você não vai entender se eu te explicar...
E quando eu menos esperava, ele enterrou uma mão em meu cabelo e colocou a outra em minha cintura, empurrando-me até a parede e me beijando de um jeito que eu achei que ele nunca pudesse me beijar.
Fiquei sem reação, meu amigo de uma hora para a outra resolveu me beijar. Com as mãos em seu peito, rompi o beijo e o afastei, ainda recuperando o ar, perguntei:
- O que é que deu em você, ?
- Desculpa, , eu não conseguia mais esconder o que sinto... – ele fez uma pausa e continuou – eu te amo, !
Meu Deus, o que é isso? está apaixonado por mim!
- Como assim, que história é essa? - eu perguntava, ainda tentando entender.
- Eu te amo, . Desde a primeira vez que eu te vi aquele dia na porta da sala de aula. Você estava com o cabelo solto, uma franja na altura das sobrancelhas, conversando com suas amigas. Naquele dia, o dia em que nos conhecemos, eu me apaixonei por você. Na época, eu não sabia o que fazer, então, me calei durante esses anos, cada dia eu gostava mais de você, até que agora, eu não consegui mais aguentar, eu tinha que te dizer o que eu sinto! – Enquanto ele falava, meu coração ficava mais e mais apertado, eu tinha que dizer que também o amo – Me desculpe pelo beijo, não sabia como eu podia me declarar a você...
- , isso é realmente verdade? Você gosta de mim desde a primeira série? – perguntei, enquanto tentava me acalmar. Nunca fiquei tão nervosa.
- É sim, eu te amo – disse ele, enquanto meu coração dava mil pulinhos
- Nossa, nunca imaginei ouvir isso de você... – Estava a ponto de gritar.
- Sei que nos últimos dias não temos nos falado tanto, mas queria conversar com você, esclarecer tudo isso... – E, de repente, ouvimos a voz da idiota da professora de história perguntando se queríamos falta ou voltaríamos para a sala.
Enquanto voltávamos para a sala de aula, disse baixinho a :
- Me encontre na biblioteca hoje no primeiro período da tarde, daí poderemos conversar.
Ele apenas fez um gesto em concordância com a cabeça. A partir dali, a aula ficou cada vez mais demorada, estava muito nervosa com nosso “encontro”. Quando o recreio começou, fui ao bar da escola com minhas amigas, já é costume. Quando contei a elas o que aconteceu quando saí da sala de aula no período anterior, elas começaram a pular de felicidade. Só elas sabiam como eu gostava do .
Nos períodos seguintes, eu olhava o relógio de cinco em cinco minutos – como pode demorar tanto? – Quando a aula finalmente acabou, fui correndo para casa e eu tinha uma hora e meia até meu “encontro” na biblioteca. Chegando em casa, almocei o mais rápido possível e fui me arrumar – pois tinha que estar linda – resolvi por uma calça jeans, uma blusa com um casaco por cima e meu all star. Estava pronta. Peguei um caderno qualquer e avisei minha mãe que ia para a escola. Durante o caminho, fiquei pensando no beijo, sempre sonhara com ele e agora, de uma hora para a outra, havia sido beijada por .
Chegando à escola, fui direto para a biblioteca que, por sorte, estava vazia. Coloquei meu caderno em uma mesa qualquer e fui para as estantes de livros, ver se eu achava algo interessante. Quando me dei conta, lá estava na minha frente, esperando que eu notasse sua presença.
- Ah, oi, – eu disse, já sentindo as borboletas no estômago.
- Nossa... – disse ele de queixo caído.
- Nossa... O quê? – perguntava, enquanto ele tentava voltar a si.
- Você está linda, – disse ele, enquanto dava um sorriso tímido.
- Ah, obrigada, você também está muito bonito, ! – E estava mesmo. usava uma calça jeans escura, um all star e um moleton preto. – Então, acho que aqui não terá ninguém para nos atrapalhar, né?
- É, acho que não mesmo – dizia ele, enquanto olhava meus olhos. – Bem, antes de qualquer coisa, eu quero que você saiba que eu te amo desde a primeira vez que nos vimos, exatamente como eu te disse hoje de manhã. Eu sei que, talvez, você não sinta o que eu sinto por você, mas eu sei que, se você veio até aqui, é porque tem algo a dizer também... – Enquanto ele falava, eu olhava para seus olhos com um bobo sorriso no rosto, eu também o amo!
- Eu tenho uma coisa para te dizer também, . Não sei nem como eu posso começar... – fiz uma pausa, enquanto ele olhava para mim com aquele lindo sorriso dele – bem, eu vim até aqui para ouvir tudo o que você tiver para me dizer, mas eu também tenho que te dizer, eu... Gosto... Muito, muito mesmo de... Você – eu disse gaguejando – eu acho que eu estou apaixonada por você, ... – Quando eu acabei de falar, um imenso sorriso se formou em seu rosto. Nunca o vi tão feliz. Ele olhou bem em meus olhos, pedindo permissão, e novamente me beijou. Dessa vez não rompi o beijo de imediato e o correspondi. No meio do beijo, nós dois sorrimos como se nada mais importasse, apenas nós dois. Agora, que não foi uma surpresa, percebi que ele tinha o melhor beijo de todos, que ele sim me faria feliz. rompeu o beijo e olhou em meus olhos, agradecendo por estar aqui com ele.
Ele se afastou e disse:
- , você aceita ser minha namorada? - Quando ele acabou de falar, fiquei bamba. , o meu grande amor, me pedindo em namoro!
- Bem, não sei se para isso são necessárias palavras, acho que gestos são melhores – eu disse, enquanto o puxava para perto de mim, o beijava surpreendendo-o do mesmo jeito que ele me surpreendeu hoje de manhã. Como eu já esperava, ele correspondeu ao beijo e ficamos ali, apenas curtindo um ao outro por alguns minutos.
De repente, ouço um barulho parecido com um despertador, me viro para o lado e me deparo com meu quarto, meu despertador tocando e finalmente me dou conta que foi apenas um sonho.
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