6. Nowhere left to run
Escrito por Elle S.
Revisão por Abby
Minha cabeça dava voltas e voltas, tudo parecia colorido e sombras passavam diante dos meus olhos enquanto meu coração batia forte demais, fazendo meu peito erguer e abaixar de forma quase violenta. Meus olhos estavam parados e sentia um suor frio escorrer dentro da camiseta, enquanto eu não sabia para onde ir.
Na verdade eu não tinha nenhum lugar para onde correr, nenhum lugar onde me esconder, onde fugir. E era exatamente por isso que eu estava tão dopado de drogas.
Se eu fosse para casa, sem dúvida a encontraria em uma bagunça indescritivel e minha mãe estaria jogada na cama, com várias garrafas de bebida e remédios à sua volta, formando o seu santuário, onde lá dentro tudo era perfeito e normal.
Não tinha casa de pai, para onde ir. Não tinha casa de avós. Mas tinha a casa dela. .
Não gostava nem ao menos de pensar o que aconteceria se me deixasse. Eu com certeza morreria. Ela era a unica capaz de me salvar, capaz de me fazer respirar são. Ver o mundo com os olhos limpos e conseguir achar algo bom nele. E não continuar drogado até os dentes, vendo apenas o que eu queria ver.
Corri pelas ruas sem saber ao certo o que eu estava fazendo. Eu tinha que encontrá-la. Eu sabia que a ultima coisa que queria no momento era me ver drogado, mas eu nunca ficara tão mal daquele jeito antes.
Ela tinha toda a razão em querer me deixar. Afinal, quem em sã consciência ficaria ao lado de um drogado sem futuro que nem tinha familia direito? era meu anjo, e tudo o que eu fazia era tornar tudo mais dificil para ela. Não era justo.
Mas eu também não conseguia deixá-la. Ela era tudo para mim, eu só tinha ela para me manter vivo e me agarrava a essa tábua de salvação como se fosse a unica coisa que eu tinha. E realmente era.
Finalmente eu cheguei à porta da casa de e toquei a campainha enquanto eu não conseguia parar quieto, mexendo as mãos, andando de um lado para o outro e sem parar de balançar a cabeça.
Não demorou muito e abriu a porta, soltando um palavrão quando me viu tão sujo e perturbado. Mas mesmo assim, ela me abraçou com toda a força possivel e deu um beijo no topo da minha cabeça, enquanto eu sentia as minhas pernas fraquejarem e meu corpo escorregou sobre o dela, a deixando mais alta que eu por algum tempo.
sentou-se na escada e deitou meu corpo em seu colo, acariciando meus cabelos com carinho, sem falar uma unica palavra que pudesse quebrar aquele momento. Eu sabia que eu não era forte o suficiente. Toda vez que via chorar por não conseguir mudar a minha realidade, jurava para mim mesmo que a deixaria ser feliz sem mim, mas nunca consegui fazer isso. Eu não podia deixá-la.
- Eu preciso de você, . Pra me salvar. - disse enquanto respirava fundo tentando manter meu coração batendo num ritmo um pouco mais lento. Mas parecia que a cada instante ele batia mais depressa quase dilacerando o meu peito.
- Até quando? Não posso aguentar masi essa situação.
Senti uma gota salgada de suas lágrimas cair em meu braço e quis chorar também. Chorar de arrependimento por estar causando tudo aquilo à ela. Mas eu não tinha mais lágrimas para chorar. Não tinha mais amor para dar. Todo o que eu tinha, já tinha dado a ela e agora nesse momento eu senti que não era o suficiente.
era o tipo de garota que precisava de um futuro, o que eu nunca poderia dar a ela.
Meu coraçao não desacelerava e eu comecei a enxergar tudo ainda mais turvo. Eu não tinha mais como correr, não tinha mais o que esconder. Eu sentia o fim tão próximo.
- ? ? Me responde.
Meu peito inflava rápido. Minha cabeça começou a rodar mais fora de orbita do que vinha rodando nos ultimos minutos. Sentia as mãos de tocarem meu rosto frio desesperada. Eu precisava dela. Ela era meu anjo. Minha unica salvadora.
Eu morreria se ela me deixasse. Eu morreria.
E me dei conta, então, com a força com que meu coração se debatia que eu estava morrendo. Eu exagerara. Eu procurara por aquilo. E sentir as mãos de tocando-me, tentando me fazer voltar, fez com que tudo tomasse sentindo.
Fez com que eu entendesse que eu não tinha para onde correr ou fugir. Eu não tinha onde me esconder. A não ser os braços de . Onde era o meu lugar, onde eu ficaria para sempre.
Para sempre.