I Will Always Be There
Escrita por Larissa Perez
Betada por Taty
O relógio marcava 6:00 da manhã. abriu os olhos e fitou o teto por um segundo antes de tirar a mão de baixo das cobertas e bater com força no despertador. Todo primeiro dia de aula era sempre igual, mas esse era diferente.
14 de fevereiro costumava ser um dia especial para todos os habitantes ingleses. Ela não entendia o porquê. Sentou-se na cama por alguns instantes, antes de abrir as persianas. Apertou os olhos, esperando luz, mas o sol mal havia saído. Arrastou-se até a porta do banheiro, tomou seu banho e abriu a porta do armário. Para que mesmo ela devia se arrumar para ir ao colégio? Pegou uma camiseta rosa clara, vestiu seus jeans batidos e calçou o all star preto. Estava penteando o cabelo quando a mãe bateu na porta.
'Querida! Ande ou vai se atrasar! Hoje é dia dos namorados! Não vai querer deixar os gatinhos londrinos esperando, né?’ E saiu rindo sozinha.
'Que coisa idiota.’ Foi o que a garota pensou. Pegou a mochila e desceu as escadas.
'Bom dia, mãe... Pai.’
'Bom dia, meu amor! Animada?’ O pai perguntou, enquanto passava manteiga no pão. lançou-lhe um olhar como resposta.
'Ok, desculpe. Quer carona?’
'Não, valeu, pai. To atrasada! Beijo!’ Ela falou, correndo para fora de casa. Pisou no cadarço desamarrado e acabou com o queixo na calçada.
'Droga!’ Gritou ainda deitada. ‘Ótimo jeito de começar o dia!’ Olhou para frente e viu e . era seu amigo desde os... 7 anos? E era o amor da sua vida desde... tanto faz.
', ta tudo bem?’ O amigo perguntou, agachando-se ao lado dela. O outro continuava parado, olhando-os.
'Aham. Foi só... um... cadarço.’ Ela completou. Olhou para , que sorriu. A única coisa que conseguiu fazer antes de sentir o rosto ferver foi abaixá-lo.
'Animada pro dia dos namorados, ?’ perguntou, enquanto amarrava o tênis dela. lançou-lhe o mesmo olhar que acabara de lançar ao pai.
'Já entendi.’ Ele respondeu, rindo.
'Vamos?’ disse descruzando os braços.
'Eu tenho que... ir ao mercado.’ A menina mentiu entre gaguejos.
', são 6:30. Que mercado?!’ Ele perguntou rindo.
'Erm... Tchau!’ Respondeu e saiu correndo. Quando já estava há uma boa distância deles, sentiu o queixo arder. Tocou-o levemente e viu o sangue no dedo. Suspirou fundo e seguiu, pelo caminho alternativo até a High England.
'Essa garota é meio estranha. Sempre achei isso.’ dizia enquanto ia com o amigo para a escola.
'Por quê? Ela é demais.’ respondeu.
'Eu sorri pra ela e ela nem pra dar um ‘oi’ ou sei lá...’ Chutou uma pedrinha.
', ela é tímida.’
'Mas eu falei com ela. Pra mim isso é ser estranha.’
'Cala a boca. Ela é demais. Você vai adorá-la.’
'Estranha.’
'Demais.’
'Cara, qual o problema com o dia 14? Qual o problema COM ELA?’ fez rir.
', ela não gosta. A não vê graça em comemorar uma coisa que...’
'...ela não tem.’
O garoto o olhou, sem entender nada.
'Se ela tivesse um namorado, ela gostaria do dia.’
'Ela não tem porque não quer, ok? E até parece que VOCÊ tem.’
'Nem você. E mesmo assim, nós não odiamos esse dia.’
Chegaram ao colégio. Corações espalhados por todo o colégio, faixas com ‘Happy Valentine’s day!’ escritas por todo o lado, pessoas sorrindo e se beijando. Bom dia, Londres!
olhou para um coraçãozinho grudado no armário e o arrancou, antes de abri-lo.
'HEY, MINHA FILHA! Você não pode arrancar esse coraçãozinho daí não! Tá pensando que isso aqui é o quê?’
A garota se virou, dando de cara com . Lançou-lhe o olhar-do-dia.
'Ah, é você.’
'Por enquanto. Se eu continuar a ver coraçõezinhos espalhados por esse colégio, em breve vou virar uma serial killer. Vou matar namorados. Ia ser divertido ver aquele sangue vermelho com hemácias em forma de coração escorrendo pela sala.’ Piscou os olhinhos. continuou com a mesma cara. ‘Desculpa.’ Ela falou, beijando o rosto da amiga. ‘Cadê e ?’
'OI, GATINHAS!’ As duas apareceram, abraçando-as. ‘Feliz dia dos namorados!’
ameaçou lançar mais um olhar, mas a interrompeu.
'Não precisa mais fuzilar ninguém, queridíssima.’
O sinal tocou.
Feliz aula-dos-namorados!
'Olá, querido !’ Harry berrou no ouvido do amigo, antes de ver e . ‘Hey, guys!’
'Oi, Judd. A gente tava falando da .’ falou.
'A ? Por quê?’
'Parece que o nosso aqui levou um fora.’
Harry o encarou antes de gargalhar.
'Tá de sacanagem!’
'Não ri, babaca.’ murmurou, enquanto pegava seu livro.
Sinal.
'Vamos!’ disse e os quatro foram direto em direção à sala.
'Eu sei, gente! Mas o que eu podia fazer? Ele me pegou desprevenida!’ contava.
'Ele te levou ao cinema pra assistir um filme romântico. Se você foi desprevenida, então você é mais do que idiota.’ disse, mexendo no cabelo.
'Agora você se arrepende, leza.’ falava.
'Nem me lembre. Que houve com o queixo?’
A menina tocou o queixo novamente. O sangue havia coagulado.
'Levei um tombo. Na frente do e do .’
'?!’ perguntou e a menina confirmou com a cabeça.
'Ouch!’ , fazendo careta.
'Falando neles...’ falou e olhou para a porta. Os quatro integrantes da banda de garagem mais desconhecida entravam na sala de aula. rapidamente abaixou a cabeça, tentando esconder o queixo machucado.
'Vou lá... Desejem-me boa sorte.’ disse, se levantando e indo em direção a .
Os outros três se sentaram. sorriu mais uma vez para , mas a reação da garota foi a mesma. Ele franziu a testa e se levantou, indo em direção a ela.
'Droga.’ Ela sussurrou para si. e fingiam conversar, mas estavam prestando atenção.
'Parece que machucou, né?’ disse, apontando para o machucado da menina.
'É.’ Ela respondeu rindo, nervosa.
Ele segurou o rosto dela de leve. A menina pôde sentir o corpo congelar. Quem foi mesmo que havia dito que o sangue se mantinha quente?
'Foi feio. É melhor você ir à enfermaria.’
'Não precisa, ta tudo bem! Sério, eu...’ Tarde demais. Ele já havia puxado a mão da garota.
Os dois saíram da sala.
'.’
'Erm. Oi, .’ Ela disse, tentando sorrir para ele. Por que era tão difícil não ser lerda?
'Nossa! Um sorriso! Olha o que eu consegui!’ Ele falou rindo. Ela riu, envergonhada.
'O disse que você era tímida. Eu pensei que ele tinha exagerado, mas não.’ Olhou para ela.
Todo o frio que ela havia sentido se transformava em fogo. Sentiu o rosto vermelho. Começou a rir. Por que tinha que rir quando estava nervosa?
'Que foi?’ Ele perguntou, rindo também.
'Nada não.’
'Então... Por que toda essa raiva com o dia dos namorados?’
Ela então esqueceu a timidez e lançou-lhe mais um da coleção de olhares.
'Não tenho raiva. É um dia comum. Só que essas pessoas idiotas acham que é especial. Não tem nada de especial. NA-DA.’
Ele a fitou por um segundo e riu.
'Chegamos.’
abriu a porta da enfermaria para a menina.
'Olá, Srta. Spinfire. A aqui machucou o quei...’ Parou ao ver a secretária desmaiar.
'Eu não entendo porque botam uma pessoa que desmaia com sangue pra trabalhar aqui’ A garota disse, rindo.
'Nem eu.’ disse, olhando ao redor. Pegou algumas coisas. ‘Eu cuido disso.’ Piscou para a menina, que se derreteu por dentro.
'Não, ! Isso arde!’ Ela gritou, tentando se livrar das mãos do garoto.
'Senta aí, mocinha!’ Ele berrou. A menina sentou-se na cama. passou um algodão no queixo dela.
'AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH!’
'Cala a boca, ! Pára de ser fresca!’
'Não é frescura. É dor!’
Ele riu, e continuou. ameaçou abrir a boca, mas ele rapidamente botou a outra mão sobre ela.
'Shiu!’ Ele fez, olhando-a nos olhos. ‘Prontinho. Acabei!’
'Obrigada.’ Ela agradeceu, sem graça.
'De nada.’ respondeu, dando um beijo no rosto da menina.
Depois ela não entendia porque os pés pararam de funcionar.
'Sr. , Srta. .’ A professora os cumprimentou. ‘Atrasados.’
apontou para o curativo no rosto da garota. A mulher, mal humorada, os mandou sentar.
'Conta AGORA.’ disse baixinho para . e olhavam para a cara da menina.
'Ele cuidou de mim.’ Ela falou, sorridente.
'ELE O QUÊ?!’ A menina gritou.
'Srta. , detenção. JÁ.’
se levantou. ‘Depois eu quero detalhes.’ Ela sussurrou para a amiga que riu.
'Harry!’ chamou o amigo, silencioso.
'Fala.’
'Detenção.’
'Oi?’
'É pra lá que eu vou.’ Ele disse antes de gargalhar alto.
Detenção.
'O que você fez?’
'Gritei.’ respondia ao interrogatório.
'Ok. Pode se sentar.’
A menina se virou, procurando um bom lugar para se sentar. A última cadeira da fileira do canto era ótima! Poderia dormir. Se sentou e fechou os olhos, apoiando o rosto na mesa.
'Oi.’ Ouviu alguém dizer. É claro que algum loser gostaria de encher o saco dela. Abriu os olhos e viu . Sorriu por dentro.
'Oi, . Que que você ta fazendo aqui?’
'O mesmo que você.’ Ele respondeu, rindo.
'Dormindo?!’
'Boa idéia!’ Os dois riram.
deitou-se novamente e fechou os olhos, torcendo para que o professor não a visse. Estava quase dormindo, quando sentiu a ponta de um lápis. Levantou.
'Você vai fazer alguma coisa na sexta à noite?’
Recreio. O maior sonho dos estudantes, exceto de . Recreio somado a dia dos namorados não resultava em algo bom, claro. Entrou na fila do almoço. Pegou um sanduíche de atum, uma coca, um iogurte de chocolate e foi até a mesa onde estava sentada lendo alguma coisa idiota.
'Olá. A senhora gostaria de alguma coisa?’
'Senta e olha isso, .’ Entregou o papel para .
'Passeio ao zoológico para comemorar o dia dos namorados. Macacos tacando coisas nas pessoas e tigres comendo carne crua me parece muito romântico.’
'É incrível como você tem o poder de estragar tudo que há de bom no mundo.’
'Cara, , você é um doce.’ Ela respondeu, jogando um beijo para a amiga.
e , que haviam entrado juntos, rindo, se sentaram junto com elas.
'Que é isso?’ perguntou, pegando o papel da mão de . fez a mesma coisa com ele.
'Passeio ao zoológico para comemorar o dia dos namorados. Ver golfinhos e passarinhos cantando me parece muito romântico.’
'Viu?’ falou, olhando para .
'Oi, galerinha feliz!’ Harry gritou, juntando-se a eles. ‘Já souberam do programa de sábado? Vamos ao...’
'...zoológico ver cobras engolindo bois. Já sabemos, Judd.’
', você não consegue parar de estragar as coisas?’
'Você é outro doce, Harry.’ Jogou um beijo para o menino, como havia feito com .
e se juntaram a eles.
'Oi, gente!’ disse, sentando-se. A menina fez o mesmo.
'Sábado eu e o vamos ao zoológico. E vocês?’ disse, sorrindo.
'Ui, apressadinhos.’ brincou.
'OOOOOOOI!’ gritou, sentando-se na mesa e jogando o suco de no chão. Ela o fuzilou com o olhar. ‘Vamos ao zoológico?’
'Claro! A que ta de doce.’ falou, fazendo cara feia.
O garoto a encarou.
'Claro! Vai ser lindo! Golfinhos e passarinhos cantando me parecem muito românticos!’ Ela falou, sorrindo.
'Ué?’ começou, mas pisou no seu pé e ele se calou.
Sinal. Fim do recreio.
Todos se levantaram, e puxou o braço de .
'Golfinhos e passarinhos cantando? Você TINHA que falar a mesma coisa que eu?’
'Eu não tive escolha. Zoológico me lembra babuínos.’
'É, babuínos não são românticos.’
Todos estavam saindo do colégio. já havia contado a , e que sairia com na sexta, e que iria ao cinema assistir o mesmo filme com . iria a uma reunião do comitê social do colégio e ficaria em casa comendo chocolate e assistindo ao DVD da Avril Lavinge pela milésima vez. As quatro ainda estavam se despedindo quando se aproximou.
', pode vir aqui um segundo?’
A garota encarou as amigas, que lançaram olhares incentivadores.
'Erm, claro.’
'Eu estava pensando se... Você teria alguma coisa pra fazer na sexta à noite.’
A garota piscou os olhos rapidamente. Não, não era um sonho/miragem/loucura. Sentiu o estômago revirar, e por um segundo, pensou que vomitaria em cima do all star. Respirou fundo, afastando o pensamento de estragar seu par de tênis preferido.
'Na verdade, eu iria dormir na casa da ...’
'Mas ela vai sair com o .’
'?! Eu disse isso? Eu quis dizer .’
'.’
'?’
'Reunião.’
'Não essa . É outra . É minha prima. Ela é escocesa e veio passar um tempo aqui na Inglaterra. Ela quer que eu vista uma daquelas saias quadriculadas. Não que eu vá usar, sabe? Você tem que vestir aquilo sem nada por baixo. E isso é estranho. E eu acho que só os homens usam isso, né? Mas, sabe, eu não gosto muito dessa coisa de sair sem nada por baixo. Fora que saia longa também é bem brega, nunca usaria uma coisa dessas, sabe? Eu acho...’
encarou o tênis azul marinho.
'Olha, se você não quiser sair, eu vou entender. Só tava querendo me aproximar de você, sabe? Você me parece uma garota muito legal e tudo mais. Não que eu não tenha percebido isso antes, por que eu JÁ tinha percebido. Só que eu não sou muito bom pra chamar garotas pra sair. Não que seja alguma coisa romântica nem nada, mas é que você poderia pensar que, sei lá, era um encontro. Por que, bem, eu sei que você não é muito fã de encontro de dia dos namorados. Namorados?! Não, eu quis dizer o peixe, sabe? Namorado, o peixe, do mar.’
'Entendo.’ Ela disse, balançando a cabeça lentamente. ‘Mas, bem, eu posso desmarcar com a minha prima.’
'Sério?’
'Aham.’
'Ótimo. Te pego às 19:30?’
'Ok.’
'Erm... Então, tchau.’
'Tchau, .’
E assim acabou a quarta-feira/14 de fevereiro/dia dos namorados/primeiro dia de aula.
estava sentada na bancada da cozinha, tomando seu leite quente. Era uma manhã fria e ela estava escondida no meio de um monte de lã.
'Bom dia, chata.’ David, o irmão mais velho dela, disse.
'Ah, bom dia, irmão super divertido.’
'Quer carona? Eu vou mais cedo pra faculdade hoje.’
A menina o encarou, desacreditada. Ele estava fazendo um favor para ela? Por livre e espontânea vontade? Não.
'O que você quer?’
O menino olhou para ela e sorriu.
'No caminho eu te conto, Mini .’
Ela pulou da bancada de mármore e o seguiu até o carro vermelho.
'Pode dizer.’
'Você sabe que a festa da faculdade é na semana que vem, não sabe?’
'Prossiga.’
'Então, tudo ta certinho, marcado e tudo mais.’
'Sim.’
'Só falta a banda do show.’
o encarou.
'Você não quer que eu cante, quer?’
'Não você. Eu quero aquela bandinha dos seus amigos. McSwim ou sei lá o que.’
'McFLY.’
'Por favor.’
Ela o encarou mais uma vez. Ele estava fazendo aqueles olhinhos azuis parecerem mais brilhantes. Não iria conquistá-la assim. Piscou.
'Ok! Mas eu quero carona por um mês!’
'Sim, senhorita!’
', falar sobre a cultura escocesa não foi a melhor coisa a fazer. E ele foi um amor, falando de peixes.’
'Exato: ele tava falando DE PEIXES.’
'Peixes são legais.’
'São peixes. Eles nem piscam os olhos, .’
', não importa. Eu vou sair com ele. Nem acredito. Mas não vai ser nada romântico.’
'Ah, claro! convida pra sair, mas não é romântico. Nem aqui, nem no Brasil!’
'Como assim?’ o encarou, confusa. Os dois estavam indo juntos para o colégio.
'Como assim que vocês se gostam desde... 8 anos?’
'Correção: EU gosto dele.’
a olhou, sorrindo maroto.
'Certo?’
'Ah, claro!’
', você me parece confuso.’
'Cala a boca.’
'Seria isso o resultado de ter aceitado sair com você na sexta?’
'Cala a boca.’
'Aonde vocês vão?’
'Eu vou levá-la a um restaurante que tem em High Wycombe.’
'AIQUELINDOS!’ Ela gritou, jogando as mãos para cima.
', menos.’
A menina piscou para ele, antes de entrar no colégio e ir em direção ao armário.
, e conversavam animadamente sobre os programas de sexta e sábado.
'Eu mal posso esperar, gente! Vai ser lindo dessa vez!’ Dizia .
'Claro, você ta preparada dessa vez.’
'Cala a boca, .’
'Cadê a ?’ perguntou.
'Morreu.’
'Se afogou.’
'Ai, gente, cruzes!’
'Shiu aê, . Vamos pra sala.’
estava pegando seus livros no armário quando viu um par de all star verde ao seu lado.
'Oi, Judd.’
'Hey, ! Tudo bem?’
'Sim e você?’
'Também... Então...’
'Diga.’
'Você acha que se eu der um buquê de flores pra ela vai gostar?’
A menina o encarou por um momento.
'Claro.’
'Ok. Obrigado!’
E observou Harry indo, feliz, em direção a sala de aula. Esperou algum tempo até seguir o mesmo caminho.
Chegou na porta e viu os sete amigos reunidos, enquanto não parava de falar.
'Alguém cala a boca dela.’ Falou, jogando a mochila em cima da carteira.
'Eu faria isso.’
', fica quieto.’ falou, dando um tapa no pobre garoto.
'Mas enfim, por que essa gritaria?’
'Nós vamos nos apresentar na festa da faculdade do David.’ disse, dando um beijo na bochecha da menina, que as sentiu enrubescer.
'Legal!’
ia falar alguma coisa, mas a professora chegou e os mandou sentar.
Recreio. Pelo menos não era mais 14 de fevereiro. Era pior. O dia seguinte ao dia dos namorados conseguia ser pior que o próprio dia. Era no dia seguinte que os casais melosos, que haviam acabado de dar/receber presentes, estavam mais melosos que o normal. Como se isso fosse normal. entrou no refeitório e sentiu o estômago embrulhar. Amor e cheiro de almôndegas não era uma combinação legal. Sentou-se em uma mesa vazia.
Estava de olhos fechados, imaginando vários namorados – o peixe – nadando ao seu redor. Sorriu sozinha.
'Sorrindo por que?’ perguntou, sentando-se ao seu lado.
'Eu não tava sorrindo, .’
'Yep. Eu viajei na maionese.’
o olhou, desacreditada.
'O que?’ Ele perguntou, confuso.
'Nunca fale essa expressão perto da na sua vida. Brega.’
, e Harry se aproximaram, sentando-se com eles.
', não vai comer?’
'Não.’
'Por quê?’
'Odeio almôndegas.’
'Eu amo.’ disse, comendo as suas. A garota o encarou com cara de nojo.
'Então vem comigo.’ a puxou pela mão. Antes que ela pudesse evitar, já havia empurrado a menina e eles estavam do lado de fora do colégio.
'Que horas acaba o almoço?’ O garoto perguntou.
'13:30.’
'Temos 30 minutos pra ir ao McDonald’s e voltar.’
riu.
'1,2,3 e já!’ E o garoto saiu correndo, deixando-a para trás. Antes que ele se afastasse muito, ela correu também. Em 57 segundos os dois estavam na fila.
'.’
'?’
'Ainda ta de pé pra amanhã, né?’
Ela sorriu.
'Aham.’
'Ótimo.’
Ela pediu um McChedar e ele pediu cinco McLanche Feliz.
', você tem 17 anos e come McLanche Feliz.’
'Shiu. Você tem 16 e ta com um curativo no queixo. Eu não tenho um curativo no queixo desde os 11 anos.’
'Não ria do meu sofrimento.’ Ela disse, jogando uma batata nele.
'Não to rindo do seu. To rindo do MEU. Eu lembro como se fosse hoje! Eu e o Harry estávamos jogando bola no parque da sua rua, e a gente apostou corrida. Acontece que eu tava com a bola na mão, larguei e tropecei. Acabei com o queixo na calçada, igual a você.’
'Não deve ter ficado tão feio assim.’
'Não ta feio.’
'Não, imagina!’
'Não consigo te imaginar feia.’ disse, rindo. A menina continuou séria. Ele se deu conta do que havia dito, e abaixou a cabeça, tímido.
'Quem foi mesmo que o chamou de tímido?’ disse e ele sorriu.
'Você não é tão melhor assim.’
'Sou sim.’
'Não é.’ Ele respondeu e olhou o relógio. 'São 13:28! Voemos pro colégio!’
Os dois se levantaram correndo e foram para o colégio.
'Harry, faz alguma coisa!’ gritava apavorada. A roda de alunos fuxiqueiros em volta de estava enorme. Harry tentava, inutilmente, segurá-lo.
'REPETE ISSO, SEU BABACA!’ Ele gritava para Oliver, que estava no chão. A boca dele estava sangrando e o nariz de também.
'Repito sim! tem pena de você! PENA!’
se soltou do amigo, que acabou com uma cotovelada no queixo. o segurou.
'Pena é o que eu sinto por você!’
', chega! Você sabe que isso não é verdade! Pára com isso!’ gritava, mas ninguém a escutava.
e entraram no colégio, e foram direto até a confusão.
', chega.’ falou, ao lado do amigo.
'Chega não, ! Esse Oliver é um idiota!’
'Oliver, chega.’ Ela falou para o outro, que parou.
'.’ Ele segurou o pulso da garota. ‘, não é isso que você ta pensando! Eu não... O me atacou, gata. Eu juro.’
'Oliver, chega. Essas suas mentirinhas baratas não me atingem mais.’ Ele apertou mais o braço dela.
'Não, . Você não pode acreditar neles!’
'Me larga.’ Ele segurou mais forte. ‘Eu mandei me largar, você ta me machucando.’
'Solta ela, Brightiger .’ disse, se metendo.
'Sai daqui, .’
rapidamente tirou do meio da confusão, e correu em direção ao amigo. , e Harry continuavam ali.
', sai daqui.’ disse, tentando afastá-lo da confusão.
'Amor, você tem que voltar pra mim!’ Oliver pedia, cada vez apertando-a mais.
'NÃO, OLIVER! ME LARGA! EU JÁ TO CHEIA DE VOCÊ TENTANDO ME CEGAR!’
'NÃO! NÃO! ISSO É MENTIRA, AMOR!’ Ele gritou, sacudindo-a.
não pensou duas vezes antes de dar um soco na cara do garoto. Oliver, caído no chão, tocou o lábio que estava sangrando. Se levantou, revidando.
'NÃO!’ gritou, botando as duas mãos na boca. segurava Harry, para que a confusão não aumentasse, e já estava ajoelhada ao lado de . O queixo do menino sangrava.
Oliver tentou dar mais um soco no menino, mas se levantou, dando um tapa na cara do garoto.
'Eu tenho nojo de você, Brightiger! Eu CANSEI de escutar suas mentiras estúpidas, de entrar toda vez nesse seu joguinho barato! Todo tempo que eu passei com você foi perdido. VOCÊ conseguiu estragar o que poderia ter sido o melhor ano da minha vida, mas não vai fazer isso de novo. NUNCA MAIS.’
A gritaria que dominava o corredor havia se calado.
'Você’ Oliver apontou para ‘vai se arrepender.’ Se virou, indo em direção à sala de aula, mas o inspetor McEvan o segurou.
'Diretoria. Os três.’ Disse, chamando e . ‘O resto, sala. JÁ!’ Gritou, fazendo o aglomerado de adolescentes que mascavam chicletes como ruminantes se espalhar.
'Briga.’ Dizia o diretor, enquanto anotava coisas na ficha dos três. ‘Ok. Oliver, você vai ficar 5 horas a mais todos os dias, e vai trabalhar na limpeza. , 3 horas, e vai ajudar na arrumação da biblioteca. , você fica 4 horas e vai ajudar no jornal.’
'Por que eu fico 5 horas e eles não?!’
'Sem perguntas. Os três, sala. AGORA.’
E os três meninos saíram da diretoria, mas antes que e pudessem dar um passo, Oliver puxou o braço de .
'Eu ainda não acabei com você, por que quando eu acabar, a MINHA gata vai ta comendo aqui na minha mão.’
'Vamos ver então.’ disse, se soltando do garoto e indo para a sala.
'!’ gritou, se levantando da cadeira no meio da aula de Química. Todos os outros alunos fizeram o mesmo, e a confusão de fofoqueiros começou. ‘AIMEUDEUS! O seu queixo! Vem!’ Ela falou, puxando-o pela mão.
continuava sentada na cadeira. Se recusava a olhar para .
'.’ Ele disse baixinho, ao lado dela.
', eu NÃO ACREDITO que você fez isso.’
'Desculpa, , mas eu não...’
'Não me importa! Você só brigou por causa do seu ego! Um idiota completo diz que eu sinto pena de você e você soca a cara dele?! Isso é ridículo, ! Eu me sinto uma mãe brigando com um filho por causa de uma estupidez.’
O garoto abaixou a cabeça. O professor, que já havia desistido de fazer os alunos se acalmarem, estava sentado, corrigindo provas.
'Desculpa.’
'Não dá pra ficar com uma pessoa que se preocupa tanto com a opinião dos outros a respeito do que devia ser só nosso!’
levantou rapidamente a cabeça. Ela disse ‘ficar com uma pessoa’? Ele havia perdido em uma briga o que ele havia conquistado em tantas outras? Não.
', me dá uma chance de te mostrar que eu...’
'Chance?! Pra você socar outra pessoa?’ Ela se levantou e saiu da sala.
e Harry foram em direção ao amigo.
'Ah, . Vai ficar tudo bem.’ disse, batendo no ombro do amigo.
'Não vai.’
', você vai conseguir dar a volta por cima. Vai ficar tudo bem.’
'Não vai. Nada vai funcionar sem ela comigo.’ Ele disse, e saiu da sala, assim como a menina.
Um silêncio havia se instalado entre e .
'.’ Ela começou. ‘Eu acho que tenho que te agradecer, né.’
Ele olhou para a menina, que abaixou o olhar depois de um tempo.
'Você não tem que me agradecer nada, . Eu não deixaria ele te bater.’
'Mesmo assim. Você nem tinha nada a ver com aquilo, e foi lá me defender. Obrigada, sério.’
'Nada, que isso! Eu faria aquilo por qualquer uma.’ Ela abaixou o olhar, desapontada.
'Não que você seja qualquer uma.’ Disse, segurando a mão dela. Os dois continuaram a descer as escadas em silêncio, de mãos dadas.
'Agora você ta igual a mim.’ falou, quebrando o silêncio.
Ele riu.
'É. Só que você não come McLanche Feliz.’
Ela piscou para ele.
'Não que alguém saiba.’
estava deitada em sua cama. Não agüentava mais olhar o celular e pensar em ligar para . De qualquer jeito, sabia que ele estaria com Harry em qualquer lugar, enquanto e estavam no colégio. Ouviu o toque do telefone e foi olhar o visor.
'’.
'Alô!’
'Oi, ! Aqui, eu, e estamos na minha casa. A gente vai fazer uma seção de cinema com chocolate, biscoito e pizza. Quer vir?’
'Claro! To indo.’
'Ok, você pode comprar refrigerante no caminho?’
'Abuso, posso.’
'Beijo então.’
A garota desligou o celular, vestiu um casaco e saiu. Entrou no mercado que havia no caminho e foi direto às prateleiras de refrigerante 2l.
'Coca, Pepsi, Fanta...’
'? ?’ Ouviu uma voz pouco familiar. Se virou e deu de cara com a menina que havia acabado de entrar na classe. Stacey Underbottom.
'Ah, oi! Tudo bem?’
'Aham. Eu tava procurando refrigerante light, mas acho que aqui não tem.’
'É, acho que não.’
'Tenho horror a não achar coisas.’
'Eu também! Ficar procurando e nunca encontrar.’
'Aham!’
As duas ficaram conversando por um tempo, até que acabou convidando Stacey para ir à casa de . Legal.
', pega os copos!’ gritou para a amiga que estava na cozinha, enquanto trocava de canal incansavelmente atrás da maratona de Tartarugas Ninja que iria passar. A campainha tocou.
', ATENDE!’
A menina veio correndo de dentro da cozinha. 'Você não faz nada, ! Abusada.’ Ela ignorou, enquanto a outra atendia a porta. deu de cara com e Stacey, uma menina da sala delas.
'Oi, gente! Tudo bem?’
'Oi, , querida!’ Stacey cumprimentou enquanto a anfitriã fazia sinal para que entrassem.
'Oi, !’ levantou o rosto e tirou os olhos da TV.
'Erm, oi. Tudo bom?’
'Aham. Gente, onde é o banheiro?’
'É a primeira à esquerda.’ Respondeu , vinda da cozinha.
As quatro observaram em silêncio a menina loira caminhar até a porta indicada.
'OQUEELATÁFAZENDOAQUI?!’ perguntou.
'A gente se encontrou no mercado, e eu a convidei. Desculpe, não sabia que tinha problema.’ respondeu, inocente.
'PROBLEMA?! , essa garota é a pior pessoa que eu conheço. Ela dá em cima do desde o ano passado!’ praticamente cuspiu as cordas vocais.
'Como assim ano passado? Ela é nova.’
se levantou do sofá.
'Ela não é nova. Ela é repetente.’
', essa garota é ridícula. Dizem que ela roubou um carro em Oxford ano retrasado. Como o pai é político, não queria manchar a reputação e se mudou pra Londres.’
A garota se sentou no sofá, atônita. Um longo silêncio tomou conta da sala.
'Eu... Eu trouxe uma ladra pra dentro da casa da minha melhor amiga?’
'Parece que sim, amor meu.’ Respondeu , o que fez rir. , por acaso, não achava graça.
'Não, gente. Relaxa. Ela é um doce.’ disse, tentando amenizar a situação.
'Tenho medo.’ falou. , que havia percebido a cara de , mudou de assunto. ‘, mas conta pra gente o que ta acontecendo entre você e o .’
Rapidamente a cara de foi de amiga preocupada para leoa raivosa.
'Aquele idiota! Estragou tudo que a gente tinha!’
'E vocês tinham alguma coisa?’ perguntou, confusa. A menina lançou-lhe um olhar típico de .
'Ele é ridículo, gente! Só por que aquele ser estúpido fala uma baboseira ele sai socando a cara das pessoas?! Ele tem 5 anos?’
', o sempre foi ciumento.’ disse. ‘Eu conheço ele há um bom tempo.’
'O caso é que não foi ciúmes! Foi egoísmo!’
Ouviram o barulho da descarga e da porta se abrindo.
'Desculpe a demora, lindas! É que essa saia ta meio apertada.’ Stacey disse, apontando para os quadris ossudos.
'Entendo.’ falou. Um silêncio se instalou na sala.
'Bom, vamos ao filme?’ disse, e as outras quatro concordaram.
', pára de ser gay. Vai com qualquer roupa.’ Harry dizia, sentado na cama do amigo. Ele e jogavam vídeo game. estava deitado na cama.
'Não posso ir com qualquer roupa, babaca.’
', querido, eu te quero de qualquer jeito!’ gritou, tentando imitar a voz de . Harry e ele riram. pareceu não ouvir.
', pára de ser idiota.’ falou.
'Não é ser idiota. Ela me deu o pior fora da minha vida.’
'Claro! Você socou a cara do pobre Oliver!’ gritou.
'Como se você não tivesse feito isso.’
'É, mas eu fiz por que ele tava machucando a . Não por que eu sou orgulhoso. Se bem que ela nunca vai me olhar como a .’
enfiou a cara no travesseiro de novo.
'HEY!’ Harry gritou, do nada.
'Po, seu gay! Quer me matar?’ berrou.
'Eu tive uma idéia que vai resolver o problema de vocês.’
'Mentira!’ falava, fingindo interessar-se pelas histórias de Stacey. continuava concentrada na TV e e jogavam adedanha.
'Juro!’ Stacey dizia, entre risadas. 'Bom, eu tenho que ir, lindinhas! Beijinho!’ Ela falou, jogando um beijo no ar e saiu.
', a próxima vez que você trouxer alguém que me faça falar tantas vezes a palavra MENTIRA eu te MATO.’ falou, se jogando no sofá.
abriu os olhos e olhou para o relógio. Ainda eram 5:40, mas não conseguia mais dormir. Era sexta feira. Ela havia esperado por aquele dia por tanto tempo, e de repente acontece. Fechou os olhos novamente e tentou dormir. Um século se passou e ela os abriu. 5:41. Desistiu de tentar conter a ansiedade e se levantou. Estava frio fora das cobertas, mas ela não ligou. Olhou por entre as faixas da persiana e viu um céu escuro e uma Londres deserta. Deliciou-se com a idéia de se divertir sozinha e sorriu. Vestiu os jeans de sempre, uma blusa azul bebê e calçou as botas. Pegou o sobretudo preto que estava pendurado. Sentiu a camurça roçar na pele. Abriu a porta do quarto e viu que os pais ainda dormiam, como esperava. Desceu as escadas, silenciosamente, e foi até a cozinha. A menina abriu o armário de madeira e pegou uma lata de leite condensado que a prima brasileira havia trago semana passada e o chocolate em pó. Abriu a lata e jogou o chocolate em pó dentro, misturando. Depois foi até a porta, com a lata na mão, e saiu. Sentiu o frio cortar-lhe a pele, mas não fez nada. Pensou em ir encher a paciência de , mas desistiu. Ela já estava tensa demais. Foi caminhando. Olhou para uma placa e viu escrito nela o nome da rua de . Dobrou onde a placa indicava. Comeu uma colherada. Foi caminhando lentamente. Parou ao ouvir passos.
Era coisa da cabeça dela? Olhou para trás, mas não viu nada. Provavelmente era. A família sempre foi assim. A tia avó jurava ter se casado com Napoleão. Ela ouvia passos. Uma colherada. Ouviu mais passos. Parou. Não era coisa da cabeça. Pensou em voltar para casa, mas não teria coragem de voltar a rua inteira novamente. Acelerou.
Passos.
Colherada.
Passos.
Colherada.
Passos.
Desesperada, parou. Olhou para frente e viu a enorme casa verde de , agradecendo por dentro. Pegou uma pedra e jogou na janela do garoto. Nada. Pegou outra e fez a mesma coisa. Dessa vez, o vidro rachou. Botou a mão na boca, vendo a besteira, quando um com a cara inchada e descabelado, botou a cabeça para o lado de fora. Sorriu ao vê-la.
', me ajuda, POR FAVOR.’ gritou. O menino fez sinal para que ela fizesse silêncio e voltou para dentro do quarto. ‘Filho da mãe! Não me deixa aqui sozinha! ? !’ Calou-se quando viu o garoto na porta.
'Shiu, . Vem cá.’
A menina hesitou um pouco. Ouviu outro passo, e virou-se. Sentiu a cara no chão quando viu aquilo: um gato.
'Ai, . Desculpe te acordar. É que eu tava caminhando e ouvi passos, mas era um gato idiota. AIMEUDEUS. Desculpa. Eu não devia ter vindo aqui te pentelhar. Vou embora.’ Ela disse, se virando e tocando a maçaneta. a puxou pelo braço, fazendo-a se virar.
'Você não precisa ir embora.’
'Não?’ Ela perguntou, confusa. Ele sentiu o sangue subir.
'Erm... Eu... Tenho medo de gatos.’
'Ahn sim.’ Ela riu.
'Vem comigo.’ Ele chamou, subindo as escadas. O garoto olhou para a lata na mão de . ‘Isso parece bom.’
'É a MELHOR COISA DO UNIVERSO. Você precisa provar.’ Ela falou, enchendo uma colherada e levando à boca do garoto. Ele estranhou, mas acabou aceitando. Não que fosse um sacrifício.
', você quebrou minha janela.’ Ele falou, rindo.
'Eu sei, eu vou pagar. Desculpa.’
'Não precisa, linda.’
'Eu tinha que ter calculado melhor a força. Mas eu nunca fui boa em física.’
'Nem eu. Sempre me ferro no final.’
'Eu também!’ Ela disse, rindo. Um silêncio tomou conta do quarto de .
'Bom, e o castigo?’
'AIDROGA! Começa hoje. Eu vou sair mais tarde do colégio. Não vai dar tempo de passar em casa antes de te buscar.’
'Erm, tudo... bem. Fica pra outra vez’ A garota sentiu a decepção.
'Não! Não, não precisa. Eu tive uma idéia.’
'Que idéia?’
'Segredo.’ Ele falou, fazendo mistério.
' , desembuche.’
'Não. Você vai estragar a surpresa.’
'CONTA AGORA, GAROTO!’
'JÁ DISSE QUE NÃO!’ Ele gritou, fazendo-a rir.
'Ah, é?’
'É.’
'Então não vai comer mais.’ disse, tirando a colher que botava na boca. ‘Agora é tudo meu.’
'Ah não! Pára com isso! Me dá!’
'Não. Não quer me contar? Fica sem.’
'AAAAAAAAH! NÃO MESMO!’ Ele berrou, partindo para cima da menina, e fazendo cócegas. deixou o chocolate derramar todo na cama, mas não sentiu. Quando a deixou respirar, os dois já estavam todos sujos.
', olha o que você fez!’
'Eu nada! Foi você aí, querendo me matar.’
'Argh! Vou tomar banho, chata. Vai também.’ Ele falou, jogando uma toalha para a menina. ‘Daqui a gente já vai direto pra escola, senão a gente se atrasa.’
'Ok.’
'a banho aqui no banheiro do quarto, que eu tomo lá embaixo.’
'Não precisa se incomodar!’
'Shiu!’ Ele falou, piscando e saindo do quarto. olhou ao redor. Viu a janela quebrada e riu. Entrou no banheiro.
'?’ Ela chamou-o. Nenhuma resposta. Resolveu sair e se vestir. O quarto estava vazio, como ela esperava. Ela se vestiu e enrolou a toalha na cabeça. Viu o iPod de e pegou-o, botando os fones.
'Vamos ver... Blink, Son of Dork, Avril Lavigne... McFLY!’ Clicou no nome da banda e viu a seqüência de músicas. ‘That girl’.
1,2,3,4
Went out with the guys
And before my eyes
There was this girl she looked so fine
And she blew my mind
And I wish that she was mine
And I said 'hey wait up cos I'm off to speak to her'
And my friends said
(you'll never get her)
But I didn't care
(you'll never get her)
Cos I loved her long brown hair
(you'll never get her)
And love was in the air
(you'll never get her)
And she looked at me
(you'll never get her)
And the rest was history
(you'll never get her)
Dude you're being silly cos you're never gonna get that girl
And you're never gonna get the girl
Riu, surpresa, ao ouvir a voz de . Ele cantava realmente muito bem!
We spoke for hours
(she) took off my trousers
(they)Spent the day laughing in the sun
We had fun
And my friends they all looked stunned yeah yeah
Dude she's amazing and I can't believe you've got that girl
My friends said
(she's amazin')
She gave me more street cred
(she's amazin')
I dug the books she read
(she's amazin')
And how could I forget
She rocks my world
(she's amazin')
More than any other girl
(she's amazin')
(yeah yeah)
Dude she's amazing and I can't believe you've got that girl
And I can't believe you got that girl
She looked incredible just turned 17
I guess my friends were right
She's out of my league
So what am I to do?
She's too good to be true
But 3 days later
Went round to see her
But she was with another guy
And I said 'fine'
But I never asked her why
But since then loneliness has been a friend of mine
My friend's said
(such a pity)
I let her slip away
(such a pity)
They tell me everyday
(such a pity)
That it will be ok (yeah)
(such a pity)
She rocks my world
(such a pity)
More than any other girl
(such a pity)
Dude its such a pity
And I'm sorry that you lost that girl...
And I'm sorry that you lost that girl
'Então, gostou?’ Ouviu a voz de .
'Aham! Vocês são melhores do que eu pensei!’
'Eu sei que somos. Eu tava falando de mexer nas minhas coisas.’ Ele falou, sorrindo de lado. abriu a boca, envergonhada.
'Ai, desculpa... Eu só... Foi horrível isso, mil perdões...’
'Hey! Eu to brincando. Pode mexer à vontade.’
'Não, sério. Me desculpa?’
'Só se você levar mais daquele chocolate hoje pro nosso encontro.’
A garota sorriu.
'Encontro?’
'Erm... Eu... Não, não. Eu quis dizer, encontro de amigos. Por que tem toda aquela história do peixe.’
'Sei.’
'Bom, já são 6:30. Vamos?’
'Vamos!’ E os dois saíram.
'Sr. e Sr. .’ O inspetor McEvan entrou na sala. ‘Só lembrando que hoje vocês ficam até mais tarde no jornal e na biblioteca.’
Um silêncio tomou a turma, e olhares irônicos foram lançados. Os dois garotos só assentiram com a cabeça. pôde ver que estava olhando para ela, mas tentou ignorar. sorriu para , que retribuiu.
'.’ Ele ouviu uma voz feminina chamando. Tirou os olhos de e se virou, para ver Stacey. ‘Se você quiser uma ajuda lá, hoje.’
'Não, valeu.’
'Sério. Eu achei muito fofo o que você fez por aquela garota. Eu queria mesmo poder te ajudar.’ Ela disse, sorrindo.
'Erm... Então ta.’
Ela se virou novamente para frente, satisfeita.
voltou a olhar para . Ela conversava com as amigas, rindo. Ele amava a risada dela.
', sossega esse rabo aí.’ falou, botando as mãos nos ombros da amiga, fazendo-a se sentar.
'Ai, gente. Eu preciso pular. Preciso botar pra fora toda essa ansiedade.’
', calma.’ disse, mexendo no cabelo.
'Não dá. Não dá. Hoje a gente vai organizar TUDO. A festa da faculdade ficou por minha conta. Vai ser demais! DEMAAAAIS!’
'Todo mundo já sabe, .’ falou.
'É. Hoje, antes da escola, quando eu saí do banho na casa do , eu ouvi uma música do McFLY no iPod dele.’ comentou casualmente. As três amigas a encaravam boquiabertas.
'Que foi, gente?’
'QUE FOI?!’ gritou, botando as duas mãos na boca logo depois de lembrar que estava em sala.
'O que você tava fazendo na casa do ?’ .
'ando banho?’ .
'E ouvindo o iPod dele?’
'Ah, gente. É que eu tive que tomar banho. A gente derramou chocolate na cama dele.’
'OQUEVOCÊESTAVAFAZENDONACAMADELE?’ gritou.
'Você é louca?!’ .
'Não, gente!’
'Você ta grávida?’ .
'Claro que não, !’
'Grávida?! Grávida?! GRÁVIDA?! AIMEUDEUS. É muita tensão pra minha cabeça. É festa, é banda, é Harry, é minha amiga parindo por aí. Eu não sei mais o que fazer. E essa cria é pra que mês?!’ exclamou, se sentando.
'Eu não to grávida.’ disse, estressada. ‘Ele só tava fazendo cócegas em mim.’
'Ai que alívio!’ suspirou.
'Ai ! Explica direito as coisas!’ falou, cruzando os braços.
'Po, que droga!’ exclamou.
'Que foi?’ Harry perguntou.
'Eu ainda não sei o que eu visto hoje, no cinema com a .’
Os três o encararam.
', cala a boca. Pelo menos vocês têm um encontro. A vai à uma reunião. Uma REUNIÃO.’
'Correção: eu não tenho um encontro.’ falou.
Harry arqueou a sobrancelha, estranhando, mas logo depois se lembrou da tal briga.
'Ah, dude... Você vai fazer o que o Judd sugeriu?’ perguntou.
'Vou. E você?’
'Vou. A gente tem que tirar algum proveito dessa droga de castigo, né?’
'Bom, e o zoológico? Tudo de pé, né?’ perguntou.
'É. Mas não vai ser tão legal. Não vou poder ficar andando de mãos dadas com a .’
'Como se eu ou o Harry pudéssemos, né Judd?’ perguntou, mas Harry permaneceu em silêncio. Os três amigos o encararam.
'Judd?’ chamou.
Nenhuma resposta.
'JUDD?’ , que parecia desesperado.
'AIQUESACO!’ Harry explodiu. ‘Eu comprei um buquê de flores pra e a gente acabou ficando.’
'ÉOQUE?’ gritou.
'Quando?’ .
'Hoje.’
'Harry, são 7:30 da manhã. Como você deu flores pra ela?’ perguntou.
'Eu ia deixar na porta da casa dela, mas quando eu abaixei pra deixar lá, ela saiu de casa e eu tive que entregar pessoalmente. O resultado foi bom.’
'Eu sou o único ferrado.’ suspirou.
'Nós, . Nós.’ .
O sinal de fim de aula bateu e os alunos saíam das salas, correndo. Só se falava do passeio do dia seguinte.
', eu passo na sua casa assim que sair da escola, ok?’ confirmou com a garota, enquanto os dois estavam na fila do bebedouro.
'Aham. Vou te esperar.’
'Ok.’ Ele sorriu satisfeito. 'Eu tenho que ir, senão eu atraso o nosso... Erm... Tchau.’
'Tchau.’ se despediu dando um beijo na bochecha do garoto.
', ta tudo bem se você for com a gente. Sério.’ tentava animar a amiga.
'Não. Sério. Não precisa estragar seu cinema com o .’
'Não vai estragar!’
'Claro que vai!’
'Então eu falto a reunião e você dorme lá em casa. Que tal?’ sugeriu.
'Não precisa, gente! Ta tudo bem, sério.’
e se entreolharam.
'Ok... Mas pode ligar pra gente, ta?’
'OOOOOOOK.’
'Cadê a ?’ perguntou.
'Ela foi pra casa, acho.’ respondeu.
'Já?’
'Já.’
'Bom, eu vou fazer o mesmo. Beijos.’ se despediu das amigas.
'Quer carona?’ ofereceu, apontando para a bicicleta.
'Claro! Uma honra andar nessa limusine.’
'Não sacaneia, .’
estava arrumando os livros por ordem alfabética. Não agüentava mais, e não conseguia se lembrar do livro que disse que leria na segunda. Sentou no chão, entre as estantes. Olhou o relógio, faltavam 2 horas. Encostou a cabeça em um dos livros e fechou os olhos.
'Hey, ! Por que você não me esperou?’ Ouviu a voz de Stacey.
'Ah! Desculpa, Underbottom! Eu esqueci.’
'Tudo bem.’ Ela sorriu. 'Por onde eu começo?’
'Começa me respondendo uma pergunta.’
Ela estranhou. 'Que pergunta?’
'Você sabe qual o livro que a ficou de ler na segunda?’
A garota arqueou uma sobrancelha. Claro que ela sabia.
'Não... Por que?’
'Bom, eu tive uma idéia, mas esquece.’
'Que idéia? Me conta. Eu posso te ajudar com uma visão feminina, e aí?’
Ele sorriu, agradecido. 'Ok. Vamos ver se você me ajuda.’
'Não, !’
'Por favor, Alex! To te pedindo.’ implorava para o editor chefe do jornal.
'Não dá, cara! O jornal é pra assunto do colégio! Se eu boto alguma coisa que não seja, o diretor me ferra.’
'Eu prometo que digo que eu fiz escondido.’
'Não!’
'Alex, por favooooooooooor.’
', não dá. Desiste, ok?’
'Cara, há quanto tempo você ta com a Gabriella?’
'8 meses.’ Alex respondeu, enquanto digitava alguma coisa no computador.
'Imagina se você perdesse ela.’
O garoto parou para encará-lo.
'É assim que eu to me sentindo, cara. Me ajuda, por favor.’ pediu mais uma vez.
'Argh! Qualquer coisa, você fez escondido!’
'Ok!’ O garoto gritou, dando um beijo no rosto do outro, que fez cara de nojo.
'Bom, eu tenho que ir Stacey. A ta me esperando.’ disse, botando o último livro na ordem.
'Ok. Vai lá! Eu vou tentar descobrir o livro que ela quer, ok?’
'Tá. Obrigado pela ajuda.’ Ele agradeceu, saindo da biblioteca.
', não sei o que vestir.’ dizia desesperada para a amiga que estava deitada na cama.
'Veste uma saia.’
'Mas com esse frio?’
'Então bota uma calça jeans.’
'Fica legal? Não, vai ficar muito comum. Vai parecer que eu não ligo.’
'Menos, .’
'Não, é sério. Preciso da sua ajuda, . Por favor.’ Ela pediu, fazendo cara de cão sem dono.
'AAAAAH OK!’ gritou, se levantando. ‘Vamos ver...’ Disse, com a mão no queixo, mexendo no armário da amiga. Tirou uma calça jeans clarinha e uma blusa verde clara. ‘Pronto! Vai ficar bom com o sobretudo preto.’
vestiu. ‘Ficou ótimo, amooooooooooooooooooor da minha vida! Não sei o que seria de mim sem você.’
'Eu sei. Você seria uma loser que anda igual a uma palhaça.’
'Também te amo.’
Ouviram tocar ‘Don’t tell me that it’s over’.
'É o meu.’ falou, pegando o celular. Sorriu ao ver o nome na bina. ‘.’
'Vai, atende!’
'Alô?’
'Alô, ? E aí?’
'Oi, .’
'Então... Eu to em frente à sua casa.’
olhou pela janela e viu o menino encostado no muro, acenando.
'Eu não gostei muito da idéia de jogar uma pedra na sua janela.’
'Ahn sim. Entendo. Você pode não ser tão delicado quanto eu.’
'Claro!’ Ele exclamou, rindo. A risada dele pelo telefone era diferente, gostosa, como se fosse uma criança.
'Desce?’
'To descendo.’ Ela respondeu, desligando o telefone.
'Vai lá. Boa sorte, .’ desejou, dando um beijo na bochecha de .
'Obrigaaaada. Aqui, pode ficar à vontade. Meus pais viajaram esse fim de semana, então a casa é toda sua. Quando eu voltar, te conto tudo.’
'Pode deixar. Não vou fugir daqui!’
'Ok.’ deu um beijo na bochecha da amiga e desceu as escadas, indo direto em direção à porta.
'Olá, senhorita. Pronta?’ perguntou, galanteador, oferecendo o braço.
'Prontíssima.’ Ela respondeu, aceitando.
'Por favor.’ Ele pediu, estendendo o braço e abrindo o portão.
'Obrigada, cavalheiro.’ disse, cumprimentando, segurando o sobretudo.
'Tá. Vem aqui.’ chamou. ‘Vira de costas.’
A garota se virou. ‘Agora fecha os olhos.’ Ele pediu, amarrando uma faixa nos olhos da garota.
'Não, ! Pára!’
'Não! Você vai estragar minha surpresa. Vem. A gente vai passar num lugar antes de chegar ao destino final.’ Ele a puxou pela mão, guiando a menina que estava totalmente cega.
Pararam em frente à casa dele. ‘Espera aqui, um segundo.’ Ele pediu, entrando correndo em casa. abaixou rapidamente uma parte da faixa e pôde ver a casa do garoto.
'Heeeey! Pode parando com a palhaçada!’ Ele chamou a atenção dela, enquanto fechava a porta, carregando o violão e uma cesta.
'Ok. Desculpe!’
'Ahn!’ Ele resmungou. ‘Sai, pára de roubar!’
'Ok, parei.’
'Vem, mas é pra ficar sem olhar!’ Pegou a mão da garota e atravessou a rua. ‘Chegamos!’
'Já?!’ Ela perguntou, rindo.
'Já.’ Ele respondeu, desamarrando a faixa do rosto da menina. O que ela viu foi uma casa abandonada. As paredes cinzas tinham a tinta descascando. O jardim já havia sido tomado por mato e provavelmente, cobras e lagartos. O telhado era velho e estragado por causa da umidade. Ela se sentiu decepcionada.
'Que horas são?’ perguntou.
'17:02’ Ela respondeu, sem olhá-lo.
'Vem!’ Ele pegou a mão da garota, levando-a para trás da casa. Lá havia uma árvore grande, imensa. Nela estava uma casa da árvore de madeira. Era a única parte que não parecia tão velha.
'Eu e meu pai fizemos essa casa quando eu tinha 12 anos. Eu sempre venho aqui. Sobe.’ Ele a chamou, subindo na frente. Ela botou os pés no primeiro degrau, meio insegura. Segundo, terceiro, quarto, quinto, sexto, sétimo, oitavo, nono. Eram só vinte e três. Olhou para cima e perdeu o fôlego. De lá, eles tinham a vista mais linda que ela podia imaginar! O sol estava se pondo, e eles podiam ver os prédios e casas com telhados dourados. O céu era uma mistura de azul, rosa, vermelho, ouro, amarelo e branco. Dava para sentir uma brisa fria e gostosa batendo. As folhas da árvore pareciam moldura de um grande quadro vivo. Podiam ouvir algumas aves ao longe, mas só isso. Lá em cima eles tinham silêncio total.
'Gostou?’ perguntou para a menina que ainda estava surpresa.
'Eu... Eu...’ tentava falar alguma coisa.
'É. Eu também fiquei assim na primeira vez.’
', isso é incrível.’ Ela disse depois de algum tempo apreciando. ‘É como se a gente pudesse se isolar de tudo. Como se só nós vivêssemos, sabe? Como se... se não existissem problemas, como se não existisse nada. Só a gente.’
O garoto ficou observando-a por um tempo, até que ela riu, sem graça.
'Eu devo ta igual a uma boba.’
'Não, não. Eu também acho isso. Como se... sabe? Só nós dois.’ Ele falou, pegando a mão da garota. Os dois ficaram um tempo em silêncio, de mãos dadas. Eles não precisavam de palavras, nem de risadas, nem de nada. Eles dois estavam ali e aquilo bastava. Não sei se foram segundos, minutos, horas... Foi o tempo deles.
'Bom’ disse depois desse tempo. ‘Eu trouxe outras surpresas.’
'Nossa! Você é um menino misterioso.’ Ela falou, brincando.
'Sim, você nem imagina!’ Ele exclamou, rindo, enquanto abria a cesta. ‘Temos sanduíche de atum, o seu favorito, chocolates, duas latinhas de coca.’
'Hmmmmmmmmmmmm! Menino preparado!’
'Claro, né!’ Ele falou, entregando a lata de refrigerante e o sanduíche para a menina.
'Acabou o festival de surpresas?’ Ela perguntou, tomando um gole de coca.
'Não.’ O garoto respondeu sério. ‘Falta uma só.’ Disse, pegando o violão.
'Música!’
'Eu escrevi essa música há uns meses... pra você.’ Ela pareceu surpresa, de uma maneira feliz. ‘Eu espero que você goste.’ falou, pegando a palheta. Olhou para ela, tímido, e sorriu de lado.
'Se chama No Worries.’
We ran through strawberry fields
and smelt the summer
time,
When it gets dark
I'll hold your body close to mine,
Then we'll find some wood
and hell we'll build a fire,
And then we'll find some rope and make a string guitar.
Chorus
Captivated by the way you look tonight the light is
dancing in your eyes
Your sweet eyes, Times like these we'll never forget,
Staying out to watch the sunset, I'm glad I shared
this with you, You set me free, Showed me how good my
life could be,
How did you happen to me, Yeahhh aww
And then I'll swing you girl until you fall asleep,
And when you wake up you'll be lying next to me,
We'll
go to Hollywood make you a movie star,
I want the the
world to know how beautiful you are,
Chorus
Captivated by the way you look
tonight the light is
dancing in your eyes
Your sweet eyes,
Times like these we'll never forget,
Staying out to watch the sunset,
I'm glad I shared
this with you, You set me free,
Showed me how good my
life could be,
How did you happen to me, Yeahhh aww
There are no secrets anymore,
Nothing we don't already know,
We've got no fears of growing old,
We've got no
worries in the world .
Ba ba ba ba ba ba ba
Ba ba ba ba ba ba BA
acabou de tocar, mas os dois permaneceram um tempo em silêncio, até que o quebrou.
'.’
'Ahn.’
'É... a coisa mais linda que alguém já fez pra mim.’ Ela falou, com os olhos úmidos.
'Sério? Eu... Eu tava com medo de você não gostar.’
'Como? É perfeita! Eu amei.’
'Que bom, ... Eu to muito feliz de saber que você gostou...’ Ele falou, ainda sem encará-la, envergonhado.
'Obrigada, .’ Ela agradeceu, inclinando-se para dar um beijo na bochecha do garoto, mas ele virou o rosto. A observou por um segundo, e beijou seus lábios.
'Eu... Desculpa.’ pediu.
'Não, não!’ Ela exclamou, segurando a mão do garoto, que a encarou confuso. ‘Eu... também.’ Aquilo foi o bastante para fazê-lo sorrir e dar-lhe outro beijo.
Eles ficaram um tempo juntos contando as estrelas que surgiam aos poucos no céu. Ele brincava com os dedos dela, e ela estava deitada com a cabeça no colo dele.
'.’
'Oi.’
'Como o tá?’ Ela perguntou, preocupada com o amigo. ‘Eu não conversei com ele desde a briga com a .’
'Ahn, ele tá mal, né ... Ele gosta muito dela.’
'Eu sei.’
'Mas ele vai fazer uma surpresa pra ela.’
'Sério? Me conta.’
'Não. Você vai ter que esperar.’ Ele disse, dando um estalinho nos lábios dela.
'!’ gritou, batendo no ombro do garoto. ‘Eu não acredito que você não sabe nem o ator!’
'Eu não prestei atenção e não me lembro de você ter prestado!’ Ele se defendeu.
'Mas é a segunda vez que a gente vê esse filme! Eu sei.’
'Sabe nada.’
'Sei sim.’
'Quem é?’
'Um gato...’ Ela disse, lembrando-se do ator.
'Eu não me lembro de ter trabalhado nesse filme, !’ Ele falou, apressando o passo, fingindo estar bravo. Ela correu atrás dele, abraçando sua cintura. ‘Eu não sei...’ Ela admitiu. Ele se virou, dando um beijo nos lábios da garota.
'.’
'?’
'Você...’
'Eu...’
'...e eu...’
'Nós dois.’ Ela terminou, rindo e dando um beijo na ponta do nariz de .
'Então ótimo! disse, saindo da sala de reuniões. Já passava das 22:00. ‘Ficamos combinados assim.’ Completou, abrindo a porta da escola e sentindo um vento frio. Ah, inverno!
'?’ Ouviu uma voz familiar e sorriu.
'Hey Judd.’ Ela cumprimentou, apertando o casaco contra si.
'Frio?’
'Um pouco.’ Respondeu, sorrindo. Harry a puxou para perto e abriu o casaco. ‘Entra.’ Ela o abraçou por dentro do casaco e sentiu que ele fechava o zíper em suas costas.
'Melhor assim?’ O garoto perguntou.
'Bem melhor.’ Ela respondeu, dando um selinho nos lábios do garoto. ‘Bem melhor.’
', pááááára com a palhaçada?’ pediu, rindo.
'Não é palhaçada. Qual é o problema? Eu gosto de cantar e gosto de Britney!’ Ele respondeu, voltando a cantar Toxic pelas ruas londrinas. As pessoas passavam e os olhavam como se tivessem problemas mentais. Não que eles não tivessem, mas já estavam acostumados a lidar com isso.
', eu vou pra casa. Chega de esquizofrenia por hoje.’
'EEEEEEEEEEEEPA!’ Ele gritou, puxando-a pela cintura. Mais uma vez as pessoas o olharam. ‘Eu te levo em casa.’
'Ok. Você não conseguiria ficar sem mim, né?’
'Não. Eu só sou um cavalheiro. Não é à toa que eu to trabalhando na biblioteca.’
'AAAh, vai ficar jogando na cara, é?! Se eu soubesse eu tinha te dado o soco, mas o Oliver teve esse prazer.’
'É. Parece legal andar por aí dizendo que uma menina te deixou um olho roxo.’
'Ai! Ia ser demais.’
'Não, não ia.’ disse, parando de rir.
'Ia sim!’ Ela rebateu, apertando a bochecha do garoto, que não conseguiu evitar a risada. Os dois continuaram a andar de mãos dadas, em silêncio, até que a pegou no colo.
'NÃÃÃÃÃÃO! MEBOTANOCHÃO!’ gritava, mas ele não ligava.
'Não to afim.’
', pára!’ Ela pediu, rindo.
'Paro.’ disse, dando um beijo na boca da menina. Ela encostou a cabeça no peito dele e deixou que ele a levasse no colo.
'.’ Ele chamou, depois de um tempo.
'Oi.’
'Você é demais.’ sussurrou em seu ouvido. Ela sentiu um arrepio e sorriu.
'Eu sei disso.’ A garota respondeu, na mesma maneira. Ele riu. ‘Você também.’
'Eu sei.’ Ele respondeu, dando outro beijo na menina. ‘Chegamos!’ Avisou, botando-a no chão.
'Obrigada, carro.’
'Não sou um carro.’
'É sim.’ falou, rindo e jogando os braços ao redor do pescoço dele.‘, obrigada.’
'Pelo que?’
'Por você ter feito esse sonho de presente pra mim.’ Respondeu, vendo o sorriso sincero no rosto dele. ‘Até amanhã?’
'Ah, é! Amanhã é o zoológico! Eu e os garotos passamos aqui e buscamos vocês quatro, ok?’
'Ok.’ Ela disse, se virando e entrando em casa. Ouviu tocando He Wasn’t e a voz esganiçada de por trás. Entrou no quarto e viu a TV ligada. O clipe da música estava passando. A amiga estava pulando na cama com um balde de pipoca na mão. O computador estava ligado e várias janelinhas de MSN tocavam, mas ela parecia não se importar.
'HE WASN’T WHAT I WANTED, WHAT I THOUGHT NOOOOOOO!’ gritava, pulando. Havia uma barra de chocolate pela metade em cima da bancada. começou a rir.
'AHN AHN! HEY HEY HEY!’ Elas gritavam juntas.
', cheeeeega!’ berrou por cima do som da TV. A amiga pareceu não escutar, o que a fez desligar a TV. As paredes já estavam pinks, o que indicava o fim do clipe. não ligaria.
'POR QUE VOCÊ DESLIGOU? EU AMO ESSE CLIPE, SUA VACA!’ Ela gritou, parecendo realmente irritada, o que fez rir.
'Posso falar?’ Ela perguntou, ainda rindo.
'Fala. Já estragou a magia mesmo.’ fez uma nota mental: nunca falar que um clipe tem magia.
'O fez uma música pra mim.’
'ELEOQUE?! CAAAASA COM ELE!’ berrou.
'A gente foi até uma casa que tem uma vista linda. Vimos o pôr do sol juntos, fizemos um lanche e ele tocou a música pra mim. É a coisa mais linda que eu já vi, !’
'Onde? Me leva lá?’
'Não. É um lugar nosso. Você não pode ir lá.’ respondeu, virando o rosto.
'AAAAH EGOÍSMO!’ A amiga reclamou. ‘Eu queria ganhar uma música também.’
'O já deve ter escrito milhões, mas você não parece se importar.’
ficou séria, abaixando o olhar.
'Não quero falar sobre ele.’
'Até quando, ? Você, eu e a população chinesa sabemos que vocês se amam.’
'Não parece que ele sabe, pra ter duvidado.’
', dá uma segunda chance pra ele. Você sabe que ele é incrível e que o que você mais quer é ficar com ele.’
'Mas ele nem leva isso em consideração, !’
', desculpa, mas isso que você falou agora foi puro egoísmo. Todo mundo sabe que ele é louco por você. Dá uma chance pra ele, amiga.’
'Mas e o medo de acontecer de novo? Ele só me deixou insegura.’
'Você tem que dar uma chance pra vocês, amor.’
'Não sei... Vamos ver.’
'Faz o que te fizer bem. O que me faz bem é comer chocolate!’ gritou, mudando de assunto e atacando a barra de chocolate. ‘Ah! Quase esqueci! A gente tem que ligar pras meninas. Os garotos passam aqui amanhã pra buscar a gente.’
'Não vou mais. Não quero encontrar o .’
'Pára com isso. Eu não quero encontrar o Oliver e nem por isso eu deixo de ir pra aula.’
'Só por que sua mãe te mataria.’
'Isso seria só um detalhe.’ A garota disse, piscando.
' ! Chega!’ gritava com a amiga que não se cansava de comer. ‘Já tá todo mundo pronto, só falta você e os meninos chegam em 5min.’
'Ain, ! Me erra que eu to com fome.’
'Ainda, ?’ perguntou entrando na cozinha da casa de . ‘Anda logo.’
'Que saco!’
', a casa é de tijolos. Por favor não me deixe desabrigada.’ falou, abrindo a geladeira.
'Vai se ferrar e pára de comer você também.’
'Não to comendo. Eu esqueci alguma coisa.’
'E a geladeira com isso?’ perguntou.
'Geladeiras me fazem pensar.’
'Geladeiras congelam meu cérebro.’ falou.
'OOOOOOOOOOI GALERINHA!’ Ouviram a voz de e o barulho da porta se abrindo. ‘Vamos?’
', querido, deixa eu te apresentar. , campainha, campainha, .’
'Nunca apertei campainha aqui.’ Ele revidou.
'Isso quando você não alcançava. Agora você é grandinho.’
'Cala a boca.’ Ele falou, entrando na cozinha. ‘Vamos, queridinhas? Tá todo mundo no... Oi, .’ parou de falar ao vê-la. Os olhares das amigas pausaram sobre ela.
'Oi, .’ Respondeu, seca. Um silêncio tomou conta do lugar.
'Boooom, acabei!’ disse, se levantando da mesa.
Os cinco saíram da cozinha indo em direção à sala. e Harry trocaram olhares tímidos, mas acabaram abraçados.
Haha. Como se ninguém soubesse.
', meu bebêzinho.’ gritou, pulando no colo do mais novo namorado.
'Minha lindinha.’ Ele disse, e os dois trocaram beijinhos de esquimó.
'Dá licença que eu vou ali vomitar e já volto?’ disse indo em direção à . Os outros seis saíram indo em direção ao carro. Ele não disse nada. Ela não disse nada. Só entrelaçaram os dedos e trocaram um sorriso sincero. Era como se estivessem vivendo um sonho. O menino a puxou para perto e beijou seus lábios. aproximou a boca da orelha do garoto e cantarolou a música que havia ganho.
'Você já vomitou?’ perguntou, irônica e os três entraram no carro.
', se der errado você tá ferrado.’ Harry disse para o amigo enquanto os dois iam mais atrás. e não desgrudavam os olhos um do outro. e estavam dando vontade de vomitar e não deixaria e sozinhos.
'Eu sei, mas não tem jeito. Foi a melhor coisa.’
', tudo pronto. Posso começar?’ Alex perguntou, aproximando-se deles. O garoto só confirmou com a cabeça e Alex começou a gritar.
'JOOOOOOOOOOORNAL DA ESCOLA, GALERA!’ Todos viraram sua atenção para ele. ‘VEEEEM QUE TEM NOTICIA NOVA!’
'Hoje é sábado, Alex.’ disse, abraçada a .
'Exato, .’ Ele confirmou, entregando um ao casal. Os dois sorriram.
'.’ chamou a garota que se virou.
'Que é?’ Ela perguntou como se estivesse falando com o gato de sua avó. Ela sempre odiara gatos. O garoto apenas entregou-lhe um exemplar do jornal.
A primeira página tinha uma foto dos dois, sorridentes. A manchete era ‘Me perdoa?’. riu ao ler e lançou um olhar ao menino, que parecia mais nervoso que nunca.
' , eu sei que o que eu fiz foi estúpido. Sei que eu sou um orgulhoso, sei que fui um egoísta. Sei disso tudo, mas a única coisa de que eu tenho certeza é que eu não consigo viver sem você. Sua risada faz mais falta do que você imagina. Me perdoa?
Com muito amor, do maior idiota do Reino Unido,
.’
A garota levantou os olhos do jornal e viu um sorriso quebrado no rosto dele. Sentiu uma gota de lágrima escorrer por sua bochecha.
'Perdôo.’ Ela disse, segurando a mão de . Ele encostou a bochecha na dela, enxugando a lágrima que ainda descia. Ela sorriu. ‘Mas você ainda é o maior idiota do Reino Unido.’
'Da Europa.’ Ele corrigiu.
'Do mundo!’ Ela exclamou e sorriu. ‘Não acredito que eu amo você, .’ ficou em silêncio. O sorriso feliz sumiu do seu rosto e ele não conseguia piscar. Parecia um dos namorados dos quais adorava falar. Passou pelo rosto dela a decepção de não ouvir nada em troca. ‘Eu... Erm...’ Ela gaguejou.
'.’ Ele começou, antes de botar o sorriso bobo no rosto. Típico do . ‘Eu amo você. Amo mais do que o ama a .’
se virou, zangado. ‘Ninguém ama alguém mais que eu.’
'Eu amo.’
'Não, não ama!’ Começou a discussão.
olhou ao redor procurando . Ela estava apoiada na grade dos babuínos.
'Babuínos, ?’ Ele disse, abraçando a cintura da menina.
'Eu sempre tive uma atração por eles.’ Ela falou sem tirar os olhos dos macaquinhos. ‘É como se... É que eu gosto muito daquele tom de rosa.’
Ele começou a rir e ela sentiu a risada dele. Fechou os olhos e apertou as mãos dele que ainda estavam ao redor de seu corpo.
'?’ Ele chamou depois de um tempo. Também havia fechado os olhos.
'Oi.’
'Eu gosto de girafas.’ Ele declarou.
'Pensei que você gostasse de peixes.’
Os dois saíram andando pelo zoológico de mãos dadas.
'.’ Eles ouviram uma voz familiar. A menina se virou, mas preferiu se manter de costas.
'Oi, Oliver.’
'Posso conversar com você?’ Ele pediu. Tentou sorrir. Parecia sincero.
'Agora não, por favor.’
'Eu prometo que é rápido.’
Ela suspirou fundo.
'Oliver, por favor. Eu não quero fazer isso agora, entende.’
Ele assentiu e ela se virou, voltando de encontro a .
'O que você quis dizer com agora?’ Ele perguntou, sério.
'Eu quis dizer que eu to vivendo um momento lindo e não vou deixar o Oliver estragá-lo.’ respondeu e sorriu.
'Agora não teve outro significado?’ O garoto perguntou. Ela desfez o sorriso. Passou a mão pelo cabelo dele e viu quando ele fechou os olhos. Ele sempre parecia tão seguro de si. Sempre confiante, mas a única coisa que ela enxergava era uma criança insegura e com medo. Não entendeu.
', mais cedo ou mais tarde eu vou conversar com ele, por mais que seja difícil, mas eu não quero que você pense que eu não quero fazer isso, por que eu quero. Por mais ridículo que ele pareça agora, o Oliv é um menino incrível. Ele não merece que eu o ignore, se todos os dias que eu precisei ele esteve ali, . Você tem que entender que ele vai ser sempre uma parte importante da minha vida.’ O garoto assentia calado. Parecia triste e continuava com medo. ‘Mas você é uma parte nova dela. Uma parte que eu não quero apagar.’ Ela completou, segurando no queixo dele e levantando seu rosto.
'Você também.’ falou, sorrindo levemente. segurou em sua mão novamente e eles continuaram caminhando.
abriu os olhos. Estava frio, mas sentia o edredom envolvendo seu corpo. Conhecia aquele edredom. Olhou para a cama de e viu a amiga deitada. Ainda dormia. e dividiam um colchão. O quarto da amiga estava escuro. Olhou para a janela e viu um céu branco. Yeah, Londres! Fechou os olhos novamente tentando dormir. Devia ser cedo. A menina olhou o relógio. 13:14. Elas nem haviam almoçado! Os pais de haviam viajado para passar o fim de semana em uma cidadezinha vizinha então a casa era só delas. Ela se levantou com cuidado para não acordar as amigas e foi até a cozinha. Abriu a geladeira atrás de alguma coisa comestível. A garota pegou um iogurte de morango e fechou a porta da geladeira. Pegou o celular e foi até a agenda. Sorriu ao ler o nome de na tela. Pensou em ligar, mas não queria chatear os amigos, já que sabia que eles estariam ensaiando. Faltava uma semana para a festa da faculdade e ela acompanhava todos os preparativos de perto, vendo enfartar quase três vezes por dia.
estava olhando pela janela, vendo a chuva cair, quando ouviu os passos das amigas atrás dela. Se virou, sorrindo.
'Estragou!’ falou, desanimando. ‘Nós íamos te dar um susto!’
'É. Buh!’ fez, rindo.
A menina fingiu ter se assustado.
'Vou ligar pro .’ disse, pegando o telefone.
'Eles tão ensaiando, .’ advertiu, fazendo a amiga botar o telefone no gancho de novo.
'Que vamos fazer?’ perguntou, se jogando no sofá.
'Maratona de Friends.’ falou, fazendo as meninas se animarem.
'Certo. Too Close For Comfort tá legal.’ Harry falou, escrevendo num papel. ‘É isso.’
e concordaram, mas só sorria igual a um idiota.
'Babaca, acorda!’ falou, estalando os dedos na cara do menino que se assustou. ‘A ainda não tá aqui.’
'Infelizmente...’ Ele disse, suspirando.
', vocês nem tão namorando ainda.’ falou, rindo.
'Quem te disse?’ rebateu, deixando os três amigos boquiabertos.
'Tão?!’ Harry perguntou e ele assentiu.
'Eu e a também.’ falou, como se ele e estivessem discutindo sobre quem é mais alto ou toca melhor.
'E eu e a há um tempo.’ Harry completou. Os três se viraram para , esperando que ele dissesse alguma coisa, mas ele continuou calado. Surpreso. Haha, .
'Eu e a ... Não sei.’
'Você quer?’ perguntou.
'Não sei.’
'Como assim não sabe?!’ perguntou, um pouco alterado. Não entendia , por mais que tentasse.
'Cara, eu não sei se eu quero me prender a uma pessoa que me faça sentir tão... sei lá, inseguro.’
'Inseguro?’ perguntou.
'É.’
'Você é doido? A gosta de você desde os 8 anos.’ falou, fazendo com que os amigos o encarassem, surpresos. ‘Eu acho...’
'Mas gente, eu... meio que tenho medo, sabe?’ continuou.
'Não?!’ Harry falou, levantando a sobrancelha.
'Gente, ela faz comigo o que ninguém nunca fez.’ Ele falou. Os três amigos o encaravam. ‘Quando eu to perto dela eu me sinto um idiota, burro. Bobo. Eu sinto como se eu tivesse 5 anos de idade e ela tivesse tanta coisa pra me ensinar. Gente, eu NUNCA gaguejei na frente de uma garota e isso já virou uma coisa normal agora. Quando ela me abraça eu esqueço o mundo. Esqueço os problemas. Ela é minha fortaleza. Eu acho tudo que ela faz engraçado, ela é forte. É segura, sei lá. Eu não quero depender de alguém tanto assim, sem saber que é recíproco.’
'Eu entendo, cara.’ falou. ‘Eu também me sentia assim.’
'Não sentia, . Ninguém sabe o quanto isso é forte.’ falou, calando os amigos.
'Gente, vou pegar meu livro, ok?’ disse, se afastando dos amigos. sorriu para Harry. Stacey, que passava na hora, sorriu por dentro.
A menina seguiu até a biblioteca e pegou o livro que havia esperado tanto para ler. Pegou-o da prateleira. A capa era dura, vinho. Era lindo e ela sorriu. Viu um papel cair de dentro e o pegou do chão. À medida que ia lendo, seu sorriso sumia e seus olhos umedeciam. Ela largou o livro no chão e saiu correndo em direção ao banheiro.
Se olhou no espelho e viu o que aquilo estava fazendo com ela. Como ele pôde ficar com Stacey assim... Ela pensava ter sido importante, mas não foi. Ouviu o sinal e lavou o rosto, entrando na sala. olhou para a menina e viu seus olhos inchados. Algo não estava certo.
'.’ Ele a chamou. ‘Tá tudo bem?’
'Cala a boca, seu idiota.’ Ela respondeu, se virando para a frente. encarou , perdido.
'.’ a chamou. ‘O que houve?’
Ela não respondeu. Só jogou o pequeno bilhete para o amigo.
'.’
'O que aconteceu com ela?’
'Alguém sabia do nosso plano de botar um bilhete no livro?’
'A Stacey. Por que?’
'Agradeça a ela pela ajuda.’ falou, entregando o papel ao amigo, que leu.
'Ela não pode ter acreditado nisso.’ Harry disse, acabando de ler o bilhete.
'Parece que sim.’ falou.
'A sabia. Ela vai explicar pra .’ Harry falou, tranqüilizando-o.
No intervalo, pegou seu sanduíche de atum, como sempre, e se sentou na mesa das amigas.
', isso é mentira, ok?’ disse.
'Não é, ! Não tenta esconder essa estupidez toda! Não vai dar certo.’
'Mas ...’ Ela foi cortada por que se aproximou da mesa.
', posso falar com você?’
'Não.’ Ela respondeu fria.
'Eu não fiquei com a Stacey, ok?’
'NÃO?! ENTÃO COMO UM BILHETE DE VOCÊS DOIS FOI PARAR ALI?! MÁGICA?!’
', eu não fiz nada. Você tem que acreditar em mim.’
'Acreditar em você?! , eu já perdi qualquer coisa parecida com a confiança que eu tinha em você.’
', isso é mentira! Você não pode fazer isso comigo!’
'Posso e vou!’
'Não, não pode!’ Ele falou, segurando-a pelo braço. se soltou dos braços de e o empurrou. ‘Some!’
Ele a olhou, balançou a cabeça e saiu. se sentou novamente. , e a olhavam.
'! Ele não fez nada!’ gritou.
'Não defende ele, por favor.’ Ela pediu, sentindo uma lágrima escorrer por seu rosto.
'Mas ele não fez... Ele ia te deixar um bilhete de amor, de surpresa. O Harry tinha me contado.’
levantou o rosto. Ficou um tempo em silêncio e saiu atrás de . Ele estava sentado na mesa de sempre.
'.’ Ela falou perto dele.
'Não quero falar mais nada, .’
'Desculpa, .’ disse baixinho. Sentiu o calor das lágrimas em suas bochechas e os olhares de Harry, e sobre ela.
'Some.’ Ele falou, assim como ela, e se levantou. Harry e foram atrás do amigo e ela se sentou ao lado de . Olhou para ele, suplicando ajuda.
'E agora, ?’ Ela perguntou. ‘Que que eu vou fazer sem ele comigo?’ Disse, chorando. Os soluços não a deixavam mais respirar, mas quem havia dito que ela fazia questão de respirar?! Encostou a cabeça no peito de , que a abraçou forte.
'Vai ficar tudo bem.’ Ele repetia, acariciando a cabeça da menina.
', quer ajuda hoje de novo?’ Stacey disse, chegando perto dele.
'Sai daqui, garota.’
', não faz assim.’ Ela pediu, botando a mão no rosto do menino. Ele se afastou.
'Eu tenho nojo de você, Stacey. O que você fez foi baixo.’ completou, antes de entrar na biblioteca, deixando-a sozinha.
esperava na porta do jornal. Uma hora de diferença que havia entre o tempo dos dois sempre demorava. Ele mexia no cadarço do tênis quando viu o amigo sair.
'Hey !’
'Hey.’ Ele respondeu, cabisbaixo.
', dá uma chance pra ela.’
'Não consigo, . Eu... não consigo.’
'Ela tava mesmo mal hoje.’ contou. levantou o rosto.
'Sério?’ Ele perguntou e viu o amigo assentir.
', tudo que você disse sobre o quanto ela é importante pra você e ser a sua fortaleza... Você já parou pra pensar que você pode ser a dela?’
'Ela teria confiado em mim.’
'E você teria confiado nela?’ perguntou. ‘Você já se botou no lugar dela?’
continuou a andar em silêncio.
'Cara, ela é muito importante pra mim. Você sabe que eu amo aquela menina mais que tudo. Eu to fazendo por ela o que ela fez comigo. To pedindo uma chance. Cabe a você dar.’
'Ou não.’ falou.
'Ou não.’ repitiu.
', já faz quase uma semana.’ disse para a amiga, enquando ela tirava alguns livros do armário. Estavam atrasadas e o corredor estava vazio.
', você tá evitando o . O que você queria?’
'Eu não to evitando o . Ele não me quer por perto.’
'Como se isso devesse significar alguma coisa.’
ficou um tempo em silêncio. ‘Não entendi.’ respirou fundo e se virou para a amiga.
'Ele não querer você por perto é óbvio, . Você fez com que ele se sentisse a pior pessoa do mundo e nem deixou ele falar alguma coisa. Mas isso não é motivo pra deixar de ir atrás. , VOCÊ errou.’
'Você tá certa.’ concordou. ‘Eu...vou agir.’
A hora do almoço nunca tinha sido tão cruel. Ela sentia arrepios. A idéia de comer seu sanduíche preferido era abominável. Os casais apaixonados estavam fazendo mal e ela não conseguia mais chegar perto de e . Até que ele entrou. e Harry vinham rindo de alguma idiotice. Novidade. Ela foi até eles e sentiu o quanto doeu ver o sorriso de sumir ao vê-la. Harry não esperou e foi até a namorada.
'Quero falar com você.’ disse. A cabeça baixa, a garganta embolada, os olhos úmidos. Ela já esperava.
'Não quero falar com você.’ Ele respondeu seco.
', eu preciso falar com você.’ Ela pediu. Segurou na mão do menino. Ele ficou em silêncio a observando. Aquele era o momento.
'Desculpa.’ Droga! Ela mal começou e já estava chorando. Burra! ‘Eu sei que eu devia ter te escutado, . Eu sei disso. Eu não tinha que ter dado atenção a Stacey, mas eu fiquei com medo. Fiquei com medo de ter que assistir meu sonho virar um pesadelo.’ Ela parou por um tempo e ele enxugou as lágrimas que não a deixavam em paz. ‘Desculpa, ... Se eu pudesse voltar atrás e refazer alguma coisa, eu teria te escutado e sido menos estúpida com você. Eu...’ As palavras sumiam. Cada vez mais estavam mais distantes. ‘Me desculpa, , por favor.’
'Desculpo.’ Ele falou. Não sorria de verdade. Não como ela. Sorria de lado, um pouco triste. Aquelas palavras não a fariam voltar ao passado. Ela botou as mãos no pescoço dele e aproximou o rosto, mas ele virou. ‘Eu te desculpo, , mas isso não significa que tudo vá voltar ao normal.’ A menina sentiu gelo cair sobre seu corpo. ‘Você é mais importante do que você imagina. Mais importante do que eu esperava que você pudesse ser, e é exatamente por isso que eu não posso simplesmente fingir que nada aconteceu. Eu não quero que seja assim, tão superficial. Não seria verdadeiro.’
assentiu com a cabeça e sentiu o menino abraçá-la.
'Amigos?’ Ele perguntou. sorria e aquilo a encorajava.
'Amigos.’
'Tensos?’ perguntou de mãos dadas com . O McFLY estava no backstage. Os amigos idiotas de David e o resto da faculdade estavam lá. não parava de andar para todos os lados. Parecia que os problemas com as luzes nunca se resolviam!
'Muito.’ falou.
'Meu mel, não fica assim.’ falou, dando beijinhos no menino.
'Pára com isso!’ pediu. ‘Alguém me empresta um saco? Preciso vomitar.’
'Cala a boca, !’ falou, batendo no braço do amigo.
'Judd, respira.’ falou, fazendo uma massagem que ela havia aprendido nos ombros do namorado.
'Respiiiiiiiiiiiro...’ Ele disse, respirando fundo.
'Boa sorte, gente!’ falou dando um beijo na bochecha de cada um. Parou em . ‘Boa sorte.’ Ela disse, mas continuou parada. Não sabia se o beijava ou não. Ele a puxou pela cintura, a abraçando forte.
'Você é minha sorte.’ Ele falou, esquecendo-se da amizade dos dois. 'Amiga.’
'Você também.’ Ela deu um beijo na bochecha do menino.
Os quatro subiram no palco e as quatro foram para sua mesa. Estavam animadas, cantavam junto com eles.
'Bom... Essa música é muito especial pro nosso amigo aqui!’ anunciou e Harry fez uma virada na bateria. o olhou sem entender.
'Se chama No worries!’ falou, sorrindo.
parou de respirar. Ela sabia que aquilo era surpresa para tanto quanto era para ela. Ouviu o inicio da música tocando.
'Canta, babaca.’ sussurrou para que se aproximou do microfone. A voz dele fazia com que não sentisse os pés. Por um segundo ela pensou que iria cair, mas segurou no braço de .
'Foi essa.’ Ela falou sem tirar os olhos de , que evitava encará-la. , e sentiram a importância da situação.
Ele evitava de todas as maneiras pousar o olhar sobre ela.
Ela não conseguia tirar o olhar dele.
Por um segundo eles acabaram se cruzando. pôde jurar ver um sorriso leve no rosto de . Imaginação: como ela é perversa às vezes. Tantas vezes.
'Mas e se eu virar melhor amiga dele?’ cogitava todos os possíveis fins de sua vida.
', vocês não vão ser melhores amigos em um mês, relaxa.’ tentava tranqüilizar a amiga. O castigo dele já havia acabado, e agora cada saída da escola parecia mais assustadora.
'E se ele não quiser mais ser meu amigo?’
'Aí ele vai querer ser seu namorado.’ disse.
'E se ele...’
'E se ele fugir para o circo, virar um palhaço, dormir com a mulher barbada e ficar passeando pela América Latina?! Você vai ser a mulher barbada.’ falou, perdendo um pouco da sua paciência. Como se ela fosse grande.
'!’ e a repreenderam.
'Que foi? Em pouco tempo tudo vai voltar ao normal, gente! Isso é óbvio.’ se defendeu.
'Quero poder confiar em você.’ disse, abrindo a porta da escola. Sentiu um vento não tão frio bater no rosto. O sol insistia em sair, mesmo com tantas nuvens. Um dia típico de Londres. As quatro passaram caminhando pelo enorme pátio.
'!’ Ouviram aquela voz. Ela não queria, mas se virou.
'Oi, Oliv.’ Ele sorriu ao ouvir a menina chamando-o pelo apelido. Ela olhou para o lado e viu os quatro integrantes do McFLY passando. Seu olhar se cruzou com o de e o sorriso dele sumiu ao ver Oliver perto dela.
'Posso falar com você?’ Ele perguntou, tomando novamente a concentração de .
Ela respirou fundo.
Bem fundo.
Bem fundo MESMO.
'Pode.’
'Me desculpa pelo ?’
'Isso já passou, Oliver.’
'Tudo já passou?’ Ele perguntou fitando os olhos dela.
'Tudo.’
'Não pode ter passado assim, .’ Eles caminhavam pelas ruas da cidade.
'Passou, Oliv.’ Ela parou. ‘As coisas passam. Você vai superar. Você é incrível, tenho certeza que tem um monte de garotas que amariam sair com você!’
'Mas eu quero você, !’ Ele disse, segurando o pulso dela. ‘Eu quero sair com VOCÊ. Só com você.’
'Oliv, me solta. Você tá me machucando.’ Ela pediu, forçando um sorriso.
'Volta pra mim, por favor!’ Ele a apertava mais e mais.
'Me solta!’ Ela já tentava de todas as maneiras se soltar dele.
'Não, ! Pára de fugir de mim!
'Eu não quero, não to fugindo! Me solta!’ Ela gritou, empurrando-o.
Se arrependeu assim que viu o carro que vinha naquele momento.
A última coisa que ele viu foi o carro.
A última coisa que ele ouviu foi o grito de .
A última coisa que ele sentiu gosto foi o sangue.
Do resto, ele lembra de ter ficado no escuro.
Oliver acordou sozinho num quarto branco. As cortinas eram brancas, as paredes eram brancas, o sofá era branco. Aquela brancura estava aumentando sua dor de cabeça.
Reconheceu um quarto de hospital.
Ele não sabia como havia parado ali. Não se lembrava de muita coisa. Estava tentando trazer alguma coisa a mente, quando viu uma enfermeira entrando no quarto. Ela sorriu.
'Ah, você já acordou!’ Ela exclamou. ‘Vou chamar sua amiga.’
Alguns segundos depois, ele viu entrar no quarto. Os olhos inchados, os cabelos despenteados, as roupas amarrotadas. Quem ligaria?
'Oliver!’ Ela exclamou.
'O que aconteceu?’ Ele perguntou. ‘Por que... eu não to sentindo as minhas pernas?’
Os olhos de se arregalaram.
'Oliv... eu...’
De repente ele se lembrou. Lembrou de o empurrando, do carro, da dor, do grito. Lembrou-se de ter tido medo de escuro.
'Foi você, !’ Ele gritou, interrompendo-a. ‘Eu to aqui por sua culpa! Eu não to sentindo as minhas pernas por que você me jogou na frente daquele carro!’
'Não! Foi um acidente!’
'Não tenta diminuir sua culpa, garota!’ Ele gritou.
'Mas não foi minha culpa!’ Ela se defendia. Já chorava muito.
'Você quase me matou! Sai daqui!’
'Não, Oliv! Me escuta!’
'Sai daqui agora! Você me dá nojo!’
Ela ficou parada, sem ação. Chorava muito. Deu dois passos para trás e saiu do quarto.
Ela precisava se sentir segura.
Precisava de um lugar onde ela se sentisse em paz.
Ela sabia do que ela precisava.
abriu as portas pesadas do hospital e desceu as escadas correndo. A cada segundo ela corria mais rápido, até que ela mal conseguia respirar. Soluçava muito e as lágrimas não a deixavam enxergar. Ela não fazia questão de ver nada.
Parou em frente a casa de e se virou. A casa abandonada continuava ali. Ela pulou o muro e foi direto até a árvore no jardim de trás. A casa da árvore continuava ali. Subiu as escadas correndo e parou ao chegar lá.
se virou ao ver ali. Ela chorava muito, mais do que qualquer outra vez.
', o que aconteceu?’ Ele perguntou, desesperado.
'!’ Exclamou, abraçando o pescoço do menino. Ele a abraçava forte e eu se sentiu mais segura.
'Meu anjo, o que houve?’
', eu fiz uma coisa horrível!’ Ela disse entre os soluços. ‘Horrível!’
'O que você fez?’
'Eu sou um lixo, !’
'Não, não é!’ Ele gritou, abraçando-a mais forte.
Eles não disseram mais nada por um tempo. não parava de chorar.
'Você não tem que falar nada agora, ok?’ disse no ouvido da menina. Ela assentiu, ainda com o rosto no peito do menino.
e continuaram por ali por mais algum tempo. Ela não conseguia parar de chorar e ele não se cansava de enxugar as lágrimas dela.
Ela deitou a cabeça no colo do garoto e fechou os olhos enquanto ele passava a mão em seu cabelo. Soluçou forte e ele beijou sua cabeça.
'Vai ficar tudo bem, linda.’ Ele sussurrava para a garota.
', você se importa se eu ficar aqui por mais um bom tempo?’ Ela perguntou e viu quando ele negou com a cabeça.
'Eu fico com você.’
'Você não tem que fazer isso!’
'Eu quero.’ Ele rebateu, calando-a.
Ela voltou a deitar a cabeça no colo do menino.
esperou até que os soluços não fossem mais tão fortes. Talvez umas horas, mas ele não tinha certeza. não chorava mais tanto quanto antes e respirava melhor.
'.’ Ele a chamou. Ela virou o rosto para ele.
'Oi.’
'Você pode me dizer o que aconteceu agora?’ Ele pediu.
Ela se sentou novamente e assentiu com a cabeça.
'Eu e o Oliver... Nós saímos para conversar. Ele começou a me machucar e eu o empurrei, mas tinha um carro passando na hora e...’ Ela voltou a chorar.
'Você não precisa continuar se não quiser.’ Ele falou, encostando a cabeça da menina em seu ombro. Ela ignorou.
'Ele me disse que tudo era culpa minha... E se... Se ele não voltar mais a andar, ? Vai ser por minha causa!’
'Não! , foi um acidente!’
'Mas e se não der tudo certo no final?’
'Vai dar.’
'Mas e se não der, ?’ Ela perguntou. Parecia uma criança e ele pôde se lembrar de quando havia dito que ele era a fortaleza dela. Ele sabia que era, pelo menos naquela hora.
'Se não der, então é por que ainda não é o final.’ Ele falou, beijando o rosto da menina. ‘Vem. Já tá frio e você não deve ter comido nada.’ Ele a puxou pela mão, ajudando-a a descer.
Ele se virou, andando, mas o puxou pela mão.
', você não tem que me agüentar desse jeito.’
'Eu quero.’ Ele falou.
'Eu não quero te chatear com os meus problemas, .’
'.’ Ele falou sério, passando o polegar pela bochecha dela. ‘Eu não vou te deixar sozinha. Seus problemas são meus também.’
Ela fechou os olhos, enquanto ele a guiava, segurando sua mão, pelo mato do jardim da tal casa e a levava até a porta de sua casa. Ela sabia que estaria segura.
entrou no quarto de . A cama já estava limpa, claro, mas ela teve a esperança de chegar lá e ver o lençol melado, assim como ela havia deixado da última vez.
'Toma um banho, . Vai te fazer melhor.’ O garoto disse, ainda de mãos dadas com ela. Eles já estavam dentro do quarto, mas nenhum deles queria soltar a mão do outro.
'Obrigada, .’ Ela sorriu para ele. Sentiu que ele soltava sua mão e botava em sua cintura. Aos poucos eles se aproximaram. Ela botou a mão no pescoço do menino e fechou os olhos. Podia jurar que flutuaria, até que sentiu as mãos dele saírem de sua cintura e ele deu um passo para trás.
'Eu vou pegar uma toalha pra você.’ Ele falou, meio desconfortável e saiu do quarto.
estava procurando uma toalha no armário. Já havia pego umas 300 mas nenhuma era boa. A verdade é que ele estava com medo de entrar naquele quarto com novamente. Por pouco ele não a beijou! Respirou fundo, pegou a toalha amarela com florzinhas que ela havia usado da última vez e subiu.
Quando chegou ao quarto, ela estava olhando para a rachadura na janela. Ela se virou assim que o ouviu entrando, e sorriu.
'Você ainda não consertou?’
'Erm... Não.’ respondeu. Parecia nervoso e passava a mão no cabelo de 5 em 5 milésimos de segundo. Ficaram um tempo em silêncio, até que ele entregou a toalha para ela e saiu do quarto.
sorriu de lado. Sabia que ele ainda gostava dela tanto quanto antes. Sabia que teria sua fortaleza para sempre. Entrou no banheiro e fechou a porta. Ela ligou a torneira e sentiu a água quente cair sobre sua cabeça. Fechou os olhos. Os problemas pareciam diminuir. Por um segundo a culpa que ela estava sentindo sumiu. Mas no segundo seguinte ela abriu os olhos e viu que estava na casa de . Lembrou-se de tudo e a sentiu a culpa voltar, dessa vez muito mais pesada. Ela estava ali, tomando banho quente na casa do garoto da sua vida, enquanto Oliver estava deitado numa cama de hospital sem sentir as pernas. Seria justo?
Ela desligou a torneira e se enrolou na toalha. Abriu a porta, deu um passo e parou. estava sentado na cama. Ele a olhava, sem ação. Ela não sabia o que fazer. Estava de toalha!
'Eu... roupas.’ conseguiu balbuciar.
Ele se levantou e entregou as roupas da menina. Ela sorriu agradecida e voltou ao banheiro. Ficou um tempo se olhando no espelho esperando aquilo passar, depois se vestiu e saiu. já não estava mais lá. Ela desceu as escadas e encontrou-o sentado no sofá, olhando a TV, que por sinal, estava desligada.
'.’ Ela chamou, fazendo-o levar um susto. Ele sorriu.
'Hey... Melhor agora?’ O garoto perguntou, abraçando-a.
'Eu tenho que voltar lá. , não é justo ele ficar lá e eu... aqui, com você.’ Ela falou. Olhou dentro dos olhos dele e ele pôde ver o medo dela.
'Eu vou com você, linda.’ Disse, sem deixar de abraçá-la.
', eu já falei. Você não tem que fa...’
'...zer isso. , eu já te disse que não vou te deixar sozinha.’
A menina fechou os olhos, agradecendo cada segundo por ter levado aquele tombo no dia dos namorados.
Ele segurou em sua mão e a puxou para fora de casa. Já estava escurecendo e um pouco frio. Ela se encolheu e a abraçou, fazendo com que o frio passasse. Os dois foram caminhando até o hospital abraçados. Ela sentia que choraria se ele não estivesse ali. Ele também.
Pararam em frente à porta. Ele apertou a mão dela e fez menção de dar um passo, mas a garota continuava ali, parada.
'.’ a chamou baixinho.
'Vamos.’ respondeu depois de um tempo.
Os dois entraram no hospital. Ela sentiu o estômago revirar, mas continuou.
'Boa noite.’ A recepcionista os cumprimentou, sorridente.
'Boa noite. Eu vim visitar um paciente. Oliver Brightiger.’
'Claro! Qual o seu nome, querida?’ A mulher perguntou sorridente, e se sentiu na obrigação de forçar um sorriso educado.
' .’
A moça então desmanchou o sorriso. 'Perdão, mas o Sr. Brightiger não autorizou sua entrada.’
A menina ficou em estado de choque.
'O que?!’ perguntou, deixando pela primeira vez a voz sair. ‘Como assim?’
'Depois que ele... pediu para que a senhorita deixasse o hospital, ele...’
'Ele expulsou a ?!’ quase gritou, chamando a atenção de alguns que estavam na sala. Olhou para a menina que abaixou o olhar. ‘Eu é que vou entrar lá.’ Ele disse, indo em direção ao elevador.
'Não! Não!’ A recepcionista o chamou. Ele voltou, pensando no problema que aquilo poderia gerar para ela. ‘O seu nome. Só posso autorizá-lo se o nome do senhor não estiver na lista.’
' .’ Ele falou, já sabendo que não seria autorizado. A recepcionista sorriu novamente.
'Pode ir, Sr. . Sala 346.’
'Obrigado.’ Ele agradeceu, saindo em disparada. se sentou na cadeira mais próxima. Enterrou o rosto nas mãos, mas não sentiu as lágrimas.
Agradeceu por isso. Agradeceu por .
procurava a sala certa. Estava com raiva, mas tentava não demonstrar. Sala 341, 343... Era o lado dos números ímpares. Se virou. Sala 342, 344... 346! Ele parou de repente. Botou a mão na maçaneta e entrou.
Oliver estava deitado, vendo algum filme de luta de 500 atrás. Moveu os olhos até .
'Vai embora.’ Ele mandou, voltando a atenção à TV.
'Cala a boca, seu estúpido.’ mandou, cerrando os punhos. Podia sentir a raiva. ‘Se você não tivesse aí eu juro que te matava, seu babaca.’
'O que você que, ?’ Oliver perguntou, se ajeitando na cama. Fingia tédio, mas tinha medo por dentro.
'O que eu quero? Que você pare de ser egoísta do jeito que você é. Você já viu o estado da ? Seu estúpido, quem mandou você expulsar a menina daqui?’
'Eu faço o que eu quero! Aquela vaca me jogou na fren...’
'LAVA A SUA BOCA ANTES DE FALAR DELA, SEU BABACA!’ gritou, dando um passo na direção de Oliver. ‘Você é uma pessoa barata, Oliver! Você acha certo tudo isso?’
'Você acha certo jogar o ex na frente de um carro?’
'Eu acharia se você tivesse morrido!’
'É, mas eu to vivinho! Pelo menos metade de mim, já que a sua namoradinha conseguiu fazer isso aqui!’ Ele gritou, apontando para as pernas.
'Eu tenho nojo de você.’ falou, olhando-o com cara de desdém.
'Quem é você pra falar de nojo, ? Voc...’
o interrompeu. ‘Eu tenho pena de você.’ Disse, saindo da sala.
Chegou na recepção e viu sentada. Ela se levantou rapidamente.
'Como ele tá?’ Ela pareceu preocupada.
'Vivo, infelizmente.’ Ele respondeu, abraçando-a.
'Ai, ...’ Ela resmungou, enterrando o rosto no peito do menino. Ele a abraçou.
'Shiu...’ Ele a acalmava. ‘Vai ficar tudo bem.’ Sussurrou em seu ouvido. Ela o apertou mais e ele fez o mesmo.
'Vem, vamos sair daqui.’ Ele a chamou, puxando-a pela cintura. Os dois tinham medo de separar o abraço. ‘Pra onde você quer ir? Eu te levo.’
'Não sei... Meus pais viajaram esse fim de semana.’ respondeu, insegura. Ele acariciou seu cabelo.
'Me leva pra casa da .’ Ela pediu. Ele apenas confirmou com a cabeça e os dois saíram caminhando, ainda abraçados.
', atende.’ pediu, ao ouvir a campainha da casa da amiga tocar.
'.’ falou.
'.’ .
'Sempre eu!’ disse, se levantando do sofá com um suspiro. Pareceu assustada ao ver chorando muito. Estava abraçada com , mas soltou-o assim que viu a amiga, indo direto abraçá-la.
'AIMEUDEUS.’ falou, abraçando-a. ‘O que houve, meu amor?’ Ela perguntou, mas não respondia. Só conseguia chorar mais e mais.
', o que aconteceu com ela?’ perguntou. abraçava a amiga junto com .
'O Oliver.’ Ele começou. ‘Ele quis conversar com a e acabou sendo atropelado, por acidente. Depois ele começou a gritar com ela, culpá-la e expulsou a garota de lá.’
'Ele não fez isso!’ exclamou. fez que sim com a cabeça.
'Não escuta ele, .’ disse a amiga. Os cinco se sentaram no sofá.
'Eu quero o .’ pôde dizer entre os soluços.
'Eu ligo pra ele.’ disse.
'Obrigada.’ A amiga agradeceu. se sentou ao seu lado e ela voltou a esconder o rosto no pescoço do menino. Ele a abraçou forte.
'.’ Ele a sussurrou em seu ouvido. ‘Por favor, fica bem. Me faz mais mal do que a você te ver assim. Ela levantou o rosto e viu os olhos de . Estavam tristes e suplicantes.
'.’ Ela falou, voltando a encostar o rosto no menino.
'Oi.’
'Você é a pessoa mais incrível que eu conheço.’
', não é hora de elogios. Se acalma, só isso.’
'Não é um elogio. Eu fui tão burra...’ Ela disse, soluçando alto.
'Shiu.’ fez e ela se calou.
Minutos depois os cinco, que estavam em silêncio na sala, viram um entrar desesperado na sala, seguido por um assustado e um Harry Judd altamente preocupado.
'O que houve com ela?’ perguntou, sentando-se do outro lado da menina. Ela soltou-se do abraço de , abraçando . o amaldiçoou de todas as maneiras por isso.
contou a história e eles pareciam cada vez mais estressados. Até , que foi o primeiro a saber, parecia ter mais e mais vontade de socar a cara de Oliver.
'Eu vou lá quebrar aquele idiota agora!’ disse, se levantando do sofá.
'Não, !’ A namorada o gritou. ‘O já foi lá e a não quer que ninguém vá lá agora. Ela precisa da gente aqui.’ Ela completou, olhando a amiga que tinha os olhos vermelhos e o rosto inchado.
'Dorme aqui hoje, .’ a chamou. ‘A e a vão dormir aqui.’
assentiu com a cabeça e respirou fundo. Já estava mais calma.
'Gente, pode ir. Já tá tarde e amanhã é sábado... Não quero ninguém agoniado comigo.’
', eu vou passar aqui amanhã de manhã.’ avisou.
', não precisa! Eu j...’
'Eu VOU.’ Ele deixou claro. Ela sorriu, carinhosamente, e assentiu.
'Então vamos?’ chamou os amigos e deu um beijo em .
'Eu te amo, meu melzinho.’ Ele falou.
'Eu também, ursinho da mamãe.’ respondeu.
'Vomito antes ou depois?’ Harry perguntou, abraçando a namorada.
'Agora.’ disse, dando um estalinho nele.
'Fica bem, ok?’ falou, dando um beijo no rosto de e um estalinho em .
, que ainda estava sentado, se virou para a menina.
'Então... tchau.’
'Tchau.’ respondeu baixo. Ela se virou para beijar o rosto do menino, mas ele deu um selinho nela. A menina ficou sem ação e parecia ter feito aquilo sem saber. Os quatro saíram.
'Então... vocês acabaram voltando?’ Harry perguntou para e os outros dois amigos o olharam, esperando uma resposta.
'Não, não!’ Ele respondeu depois de um tempo.
'Então o que foi aquele beijo de despedida?’ perguntou.
'Beijo?’ se fez de desentendido.
'É, , ninguém aqui é cego.’ disse.
'Eu... Sei lá. Eu meio que não sabia o que tava fazendo.’ respondeu, chutando uma pedrinha.
'É bom você descobrir.’ disse e Harry e assentiram com a cabeça.
'Como assim?’
riu.
'Como assim que você vai acabar confundindo a coitada da menina e os dois vão sair magoados.’ Harry explicou.
'E eu não vou deixar você magoar a .’ se meteu, sério.
'E nem eu vou fazer isso.’
'É bom mesmo.’ falou, fazendo uma careta de se-cuida-senão-você-vai-se-ferrar em direção a . assentiu com a cabeça e os quatro continuaram a andar e falar idiotices.
'E aí, ? Melhor?’ , que havia passado na casa da amiga para acompanhá-la até a escola, perguntou.
'Um pouco. Eu não voltei lá.’ respondeu. ‘Eu sei que ele vai começar a fisioterapia e já tá em casa.’ Sorriu fraco.
'Eu disse que as coisas iriam melhorar.’ Ele disse, abraçando a menina. O sorriso enorme e bobo de já a fazia sentir bem.
'Estão melhorando.’
'Yep.’
'.’ Ela chamou a atenção do menino.
'Fala.’
'O ... ele fala de mim?’ diminuiu um pouco o sorriso e botou uma mecha do cabelo de atrás da orelha.
'Fala, .’
'O que ele fala?’ Ela perguntou, esperançosa.
'Ele fala o que você já deve saber, . Fala que gosta muito de você e sente sua falta, mas que não consegue só esquecer aquilo com a Stacey...’
'Foi o que eu pensei...’
'Engraçado, porque ele consegue esquecer com que ELA fez.’ Ele falou para si, mas a menina o escutou.
'Ele o que?!’
'Ele o que o que? Nada!’ tentava desfazer a besteira.
' , eu te conheço melhor do que qualquer pessoa. Não adianta fazer esse teatrinho bobo. Ele desculpou a Stacey?!’ perguntou. Parecia brava e sentiu medo de morrer. Brincadeirinha.
'Ele... Aham.’ O menino murmurou.
'Ah, aquela filha da mãe! A culpa é dela! Só falta você me dizer que eles vão se casar na Itália e que ela tá grávida.’
O garoto ficou sério.
'ELES VÃO SE CASAR NA ITÁLIA?!’
'Não, leza.’
'ELA TÁ GRÁVIDA?’
'Não!’ Ele riu com a idiotice da pessoa. ‘Mas...’ Ficou sério novamente. mordeu o lábio e fez sinal com a cabeça, indicando para que ele continuasse.
'Eles ficaram.’
Ela ficou em estado de choque. Como ele pôde?
'Quando?’ Perguntou seca.
'Há uma semana, mais ou menos.’ O amigo respondeu.
UMA SEMANA?! Ele passou o fim de semana com ela, ajudando-a, consolando-a, e quando não estava com ela estava com STACEY?!
'Ele é um idiota.’ Ela falou.
'Eu sei.’ concordou.
Os dois entraram no colégio e cada um foi para seu respectivo armário.
pegava alguns livros do armário. Ainda não estava acreditando que tivesse ficando com aquela estúpida.
'Oi, .’ Ouviu a voz de alguém e fechou a porta do armário para ver a cara sorridente de um menino.
'Tchau, .’ Ela falou, virando-se.
'O que aconteceu?’ perguntou, confuso. Eles haviam passado o fim de semana juntos. O que era aquilo?!
'Você que podia me dizer. O que aconteceu HÁ UMA SEMANA?!’
'Uma semana? Sei lá, !’ Ele respondeu, sem se lembrar.
'Ah, é mesmo?! Você se lembra por que nós não estamos mais... estávamos brigados?! LEMBRA?!’
'Lembro, não sou idiota.’
'Ah não?! Por que parece.’
', qual é o seu problema?! Você tava bem o fim de semana todo! Que que aconteceu?!’
'Oi, fofo.’ Stacey cumprimentou , passando pelo corredor.
'Pergunta pra ela, FOFO.’ respondeu, deixando-o para trás. correu até ela, parecendo atrasado. Ela não o encarava.
'Ah, isso?!’
'ISSO.’
', você não tem nem o direito de reclamar. Você não pode me obrigar a ficar com você!’
ÉOQUE?! O que ele estava falando? Quem ele pensava que era? Depois de tudo, ele tinha que ser 'obrigado’ a ficar com ela?!
'E NEM VOCÊ.’
'Eu só me recuso a ficar com alguém em quem eu não confio.’
'E você confia nela?!’ parecia ter vontade de matar alguém, mas, segundo as normas da escola, não era permitido. Era uma pena.
'Confio.’ respondeu. Ela levantou as sobrancelhas. COMO ASSIM?!
', você tem problema mental?’
'Não, eu tenho bom gosto.’ Ela ficou sem ação.
'Ótimo.’
'Ótimo.’ Ele repetiu.
'Legal.’
'Legal!’
Os dois ficaram um segundo em silêncio e se viraram.
'Hey!’ cumprimentou e Harry, dando um estalinho no último.
'Oi, .’ respondeu seco. Ela olhou para Harry, procurando uma resposta, mas ele deu de ombros.
'O que houve?’ Ela perguntou.
'Houve que a sua amiguinha está dando um ataque de ciúmes.’
'Que amiguinha?!’ Ela perguntou confusa, se tocando logo depois. ‘Ahn sim. Por que?’
'Por que eu fiquei com a Stacey.’
'VOCÊ O QUE?!’ perguntou.
', calma aí!’ Harry tentou acalmá-la.
', você tem problema mental?’
'Não, e já me perguntaram isso.’
', você é um idiota.’ falou, desacreditada.
'Nisso eu tenho que concordar.’ Harry disse e o olhou.
'Cala a boca, Judd.’
'OLHA COMO FALA COM O MEU NAMORADO!’ A menina gritou.
e Harry a olharam com medo. MUITO MEDO.
'Desculpe.’ murmurou e Harry sorriu tão idiotamente quando perto de e a qualquer momento.
'Ele o que?!’ perguntou, enquanto não conseguia abrir a boca.
'Isso mesmo.’ confirmava o acontecido. Parecia brava, mas um pouco entediada.
'Cara de pau!’ exclamou.
'Eu sei. Idiota. Ele disse que confia na Stacey.’
'Mas é tudo culpa dela!’ não entendia. A professora entrou na sala, seguida por , , Harry, e , que se juntou às amigas.
Elas não precisaram dizer nada. Só trocaram olhares, e se entenderam.
', você é um idiota.’ falou para o amigo, enquanto este ajeitava os fios dos amplificadores para o ensaio.
'Cara, calma aí, ok?’ o defendeu. ‘O pode ter contado pra , mas quem fez a besteira aqui foi você.’
ficou sem palavras por um tempo. ‘Mas ele não tinha que ter falado nada!’
', relaxa.’ Harry disse. ‘Mas que o tá certo ele tá.’
ficou boquiaberto e lançou-lhe um sorriso como quem diz ‘viu?’.
'Ah, cara. E agora?’
'E agora que você não quis ficar com a .’ disse.
'É, . Vocês não tão juntos há um bom tempo, né?’
'Um mês e quatro dias.’ completou Harry.
'Por que você não vai conversar com ela?’ sugeriu.
'Por que?! Ela acha que pode mandar na minha vida assim, né? A gente ficou só dois dias.’
'Dois dias que você disse serem os melhores.’ se meteu.
'Ok, mas só dois dias.’
'Tá, chega! Vamos começar.’ acabou com a conversa.
continuava indo ao hospital. Depois de um tempo Oliver acabou aceitando que foi um acidente e a menina o ajudava com a fisioterapia com muita boa vontade.
Ela havia acabado de entrar no quarto do menino. Ele estava deitado, de olhos fechados.
'Oliv?’ o chamou.
'Hey, ! Entra.’ Ele a convidou, fazendo-a entrar no quarto.
'Como você tá?’ Ela perguntou, preocupada.
'Bem. Melhor que antes.’ Oliver respondia sorridente. ‘A fisioterapeuta disse que eu to avançando cada vez mais rápido. Hoje eu consegui dar três passos com o andador!’
'Mentira, Oliv! Isso é ótimo! Você tá melhorando muito! Daqui a pouco já vai estar no colégio de novo! High England te aguarda!’
'Bom, eu queria falar com você sobre isso. Eu já perdi umas duas semanas de aula e tudo mais e minha mãe acha que isso tá me prejudicando muito. Ela conversou com o médico e ele disse que tudo bem se eu voltasse a ir para a escola de cadeira de rodas.’
'Ótimo! Eu concordo com eles.’
'É, mas eu vou precisar da sua ajuda, . Pegar matéria perdida, ajuda com o elevador, isso tudo.’
'Claro, Oliv. Pode contar comigo.’ se mostrava disposta. Por dentro ela sabia que, além de ajudar um amigo, ela estaria incomodando de alguma forme, e isso havia se tornado seu passatempo preferido nas duas últimas semanas. ‘Quando você começa?’
'Eu tava pensando em começar nessa segunda. Minha mãe já conversou com o diretor.’
'Ótimo. Segunda eu passo na sua casa e nós vamos juntos, pode ser?’
'Pode.’ Ele sorriu agradecido.
se levantou e olhou o relógio. Eram 6:20 e ele estava atrasado, mas isso não foi um motivo para fazê-lo correr. Se espreguiçou, e abriu o armário, pegando uma camisa pólo listrada de azul marinho e bege, a calça jeans e o par de tênis puma. Se vestiu e desceu as escadas.
'Bom dia, meu amor. Você tá atrasado.’ Sua mãe o cumprimentou.
'Eu sei, mãe. Não vou comer.’ Ele avisou, pegando a mochila.
'Não? Vai sim, ! Faz mal ficar sem comer nad...’
'Eu como no colégio. Beijo.’ Ele disse saindo de casa.
Pegou a bicicleta e começou a pedalar em direção à High England. Em poucos minutos se viu em frente ao enorme pátio da escola. De longe, viu sorrindo. Se aproximou lentamente, dando um berro perto do amigo.
'Oi, !’
'Erm... Oi, .’ sorriu amarelo, deixando-o sem entender nada.
'Oi, .’ ouviu outra voz masculina e se virou, dando de cara com um Oliver sentado em uma cadeira de rodas. ‘Eu queria te pedir desculpas por tudo mais uma vez.’
'Ok...’ Ele murmurou, ainda surpreso.
'Não tinha coca, , então eu trouxe um...’ se calou ao ver entre e Oliver. ‘Ah, oi.’ Ela fingiu má vontade.
'Eu vou indo então. Tchau.’ acenou e lançou um olhar a , que entendeu perfeitamente.
'Erm... eu também! Depois eu falo com você, .’ Se despediu da menina, dando um beijo em seu rosto. ‘Tchau, Oliver!’
Oliver e ficaram um tempo em silêncio observando-os ir em direção à porta principal. O garoto riu.
'Qual é a graça, Oliv?’
'Vocês ainda brigados.’
'Isso não é engraçado.’ Ela fechou a cara.
', ninguém é idiota a ponto de não perceber que o só tá com a Stacey pra te deixar com ciúmes.’
A menina ficou um tempo em silêncio. Olhou novamente em direção à porta onde e estavam e viu o menino abraçando Stacey pela cintura, mas olhando em sua direção. Ao perceber que o olhava, ele disfarçou.
'C-Claro que não...’
'Aham.’ Ele riu.
'Oliver, quer parar?’ pediu, irritada.
'Ok, foi mal!’ Oliver disse, ainda rindo. ‘Vamos logo que eu não quero me atrasar!’ Ele pediu e os dois entraram no colégio.
', você tá sendo muito legal com o Oliver.’ dizia para a amiga, durante o intervalo.
'Eu concordo. Mas ele não merecia.’ a completou.
'Eu sei... Mas ele precisa de alguém.’
'Realmente.’ opinava sem prestar muita atenção à conversa das amigas. Escrevia alguma coisa em um papel.
'O que é isso, ?’ perguntou.
'Comitê social. A gente vai começar a organizar a festa do ano.’
'Hum... Alguma idéia?’ perguntou.
'Sim. Na verdade, esse ano a festa não vai ser uma festa. Vai ser um fim de semana em uma fazenda do interior de uma cidade que eu esqueci o nome.’
'Sério?!’
'Não, . To mentindo.’ a encarou com desprezo no olhar.
'Vai ser legal.’ opinou sem sorrir.
'Legal ou LEGAAAAAAAAAL?’
' somado a um fim de semana responderia à sua pergunta?’ falou, lançando um olhar para as amigas.
'Acho que sim.’ murmurou.
'Bom, gente, eu vou lá em cima buscar o Oliver na biblioteca e levar o menino pra aula.’
'Aham, . Você tá é abusando da chave do elevador que você ganhou!’ a acusou, fazendo as outras rirem, concordando. Ela mandou um beijo no ar às amigas e saiu andando em direção ao elevador.
Apertou o botão e se encostou na parede até que chegasse. Ao ver as luzes, ela abriu a porta.
'Heeeey! Me dá uma carona, por favor!’ Ouviu uma voz pedindo, vendo o rosto de logo depois. ‘Ah, é você.’ Ele disse decepcionado.
'É, sou eu.’ respondeu com cara de cínica.
'Não precisa mais.’ Ele disse, se virando.
'Eu sei. Eu posso ter o elevador pra mim, obrigada.’ Ouviu a voz de . Era incrível como a menor provocação fazia-o sair de si.
'Eu quero sim.’ disse, voltando.
'Não quer nada!’ rebateu, empurrando-o em direção à porta. Tarde demais. Ela já havia se fechado. ‘Ai, droga.’ Ela sussurrou para si e sorriu vitorioso.
Um silêncio tomou conta do lugar. De repente as luzes se apagaram e deu um grito de susto. O elevador parou de se mover.
'Não, não, não!’ gritou, apertando todos os botões do elevador.
'Ai, pára, ! Você vai é piorar se ficar apertando isso.’
'Falou a menina dos elevadores.’
'Ah, sim! Falou o menino dos elevadores!’ Ela rebateu.
'Posso não ser elevador, mas te levei às alturas.’ disse, rindo.
', você podia ter ficado sem esse trocadilho tosco. E você é um convencido.’
'Convencido nada!’ Ele respondeu.
'Convencido sim. Você se acha demais.’ disse, se sentando no chão e vendo fazer o mesmo.
'Ah, claro. Me lembra de perguntar isso pra Stacey.’
'Pode deixar que eu te lembro. Você pode confiar no que ela disser, ela é a garota verdade.’
'É, assim como você.’ Ele respondeu, sarcástico.
'Eu? Quando foi que eu menti pra você, ?’ Ela perguntou, irritada.
'Quando você fingiu que confiava em mim!’
'Eu fingi?! É muito fácil pra você falar, né? Você só vê a parte que eu desconfio de você! Queria ver você no meu lugar!’
'Eu não teria te acusado de nada! Queria ver VOCÊ no MEU lugar!’
'Eu não teria ficado com aquela idiota!’
'Ah, me poupe, !’
'Você é tão idiota, !’
'Idiota?! Você aí tendo um ataque de ciúmes de Stacey e eu sou idiota?!’
'Ciúmes?! Você que fica com ela pra tentar me deixar com ciúmes! Planinho mal feito!’
'Planinho?!’
'É! Só por que você tem ciúmes do Oliv!’
'Eu?! Cala a boca, ! Eu só não to com você porque EU não quero!’
'ÉOQUE?! Você ACHA que eu ficaria com você, ?!’
'Em dois tempos.’
'Nos seus sonhos.’
'Tá duvidando?!’
'ESTOU!’ Ela o desafiou.
Antes que pudesse perceber, as mãos de já estavam eu sua nuca e os lábios juntos. Ela puxava o cabelo dele de leve.
De repente as luzes se acenderam e o elevador subiu, fazendo-os se afastar.
'Seu louco!’ Ela gritou, passando a mão na boca. ‘Você sai agarrando as meninas pelo colégio assim?!’
'Eu?!’ se defendeu. 'Você que me agarrou!’
'Ah, cala a boca, seu tarado!’ gritou, saindo do elevador.
marchava em direção à biblioteca. Tinha muita raiva, mas principalmente dela mesma. Por mais que tentasse se enganar, conseguia mexer com ela mais do que o normal. Abriu a pesada porta de madeira e viu Oliver sentado em sua cadeira de rodas, lendo algum livro.
'Hey.’ Ela falou baixinho ao chegar perto do menino, ainda atordoada.
'O que houve?’ Oliver perguntou, achando graça do estado da amiga.
'Houve? Houve nada, Oliv.’ Ela forçou um sorriso, fazendo-o rir alto.
'O que o fez?’
suspirou, se jogando em uma cadeira. Se entregou.
'Me beijou.’ Ela disse e Oliver começou a rir mais alto ainda.
'Sabia! Como assim?’
'Elevador. A gente ficou preso no elevador, começamos a discutir, eu disse que ele nunca ficaria comigo de novo e ele me beijou.’
'Então tá tudo bem, né? Digo, vocês fizeram as pazes depois disso.’ Oliver disse, meio confiante de si.
'CLARO QUE NÃO! Aquele idiota acha que pode sair me agarrando!’ gritou, se arrependendo logo depois, quando sentiu os olhos da bibliotecária a repreendendo.
'Sei.’ Oliver respondeu. ‘Vamos logo que eu não quero me atrasar.’ Ele a chamou e os dois saíram da sala.
'VOCÊOQUE?!’ exclamou enquanto ele e os três amigos caminhavam em direção à casa de . O McFLY ensaiaria lá.
'Beijei a .’ repetiu já ficando entediado.
'Cara, você tem problemas mentais? Vocês nem se falam.’ falou.
'Só se for pra se xingarem.’ Harry completou e viu e concordarem com a cabeça.
'Mas... Sei lá! Ela me desafiou aí eu fui lá e dei um beijo naquela garota!’ exclamou.
'Você ainda gosta dela.’ concretizou.
'OQUÊ?!’ gritou. ‘Tá louco, ? Eu odeio aquela idiota.’
', você gosta dela.’ concordou com o amigo.
'Caras!’ disse, olhando em direção a Harry, procurando ajuda. Tudo o que ele viu foi o amigo dar de ombros, tendo que concordar.
'Ah, vocês tão é de sacanagem com a minha cara!’
', ta na cara. Você deu um beijo nela, no meio da gritaria.’ Harry falou e completou. ‘No elevador.’
'No escuro.’ disse, inocente, fazendo os três se virarem para ele.’
'Cala a boca, .’ mandou.
'Mas...’
', cala a boca.’
'Mas Judd!’
'!’ gritou fazendo-o se calar.
Os quatro chegaram à casa do garoto, que abriu a porta.
'HEEEY! ALGUÉM AÍ?’ gritou, mas não recebeu resposta. ‘É. Somos só nós mesmo. Vamos comer?’
'NESTE SEGUNDO!’ Harry berrou, pulando até a cozinha como um macaco.
'Judd, relaxa. A comida não vai acabar não.’ disse, jogando a mochila em cima do sofá e se sentando logo em seguida. ‘Parece um babuíno.’
'A gosta de babuínos.’ comentou, em um pequeno transe, fazendo com que e se entreolhassem e começassem a rir.
'E ele neeeeem gosta dela!’ Harry gritou vindo da cozinha. Trazia um ímã de geladeira na mão. ‘Camarão?’
'Yep.’ concordou.
'Ah, não!’ gritou. ‘Eu quero calabresa.’
'Cala a boca, .’ falou.
'Alô? É três pizzas...’ Harry começou o pedido mas foi interrompido pelo grito os três amigos. ‘QUATRO!’
'Erm... Quatro pizzas família de camarão.’
'A minha é de calabresa, droga!’ disse, dando um tapa na cabeça do amigo.
'Desculpe, são três de camarão e uma de calabresa.’ Harry corrigiu. Esperou até que a atendente que, pela voz, devia ter cerca de 50327 anos e ser magra como uma porca prenha. Gracinha.
'Ok. Agora é só esperar!’
'Todo mundo sabe que tem que esperar, .’ falou.
'Eu sei. Só queria falar alguma coisa.’ rebateu e recebeu o olhar de cala-a-boca-você-é-idiota-assim-sempre-?
'Tem sorvete aí?’ perguntou.
'Tem, mas vocês não vão comer.’ respondeu, pouco antes de ver os três amigos indo em direção à cozinha e voltarem com dois potes de sorvete dois litros. ‘Hmm... Creme e morango. Meus preferidos.’ declarou.
'Eu prefiro menta com chocolate.’ falou.
'A também.’ – inocente, como sempre – mencionou, recebendo outro olhar como o anterior. ‘Que foi?’
'Nada!’ Harry disse, levando uma colher de sorvete de creme à boca. ‘Vocês já sabem da festa desse ano?’
'Não. O namorado da diretora do comitê social aqui é você, Judd.’ falou.
'Bom, não vai ser uma festa.’ O garoto continuou. ‘Vai ser um fim de semana em uma fazenda em algum lugar perdido.’
'Atlântida?! Sempre quis ir lá! Ou El Dourado.’ disse. Mais olhares. ‘Que foi?! Não falo mais nada nesse lugar!’
deu uma gargalhada e continuou a conversa. ‘Quando vai ser?’
'Não sei. Acho que daqui a umas duas semanas.’
'Cool.’ comentou, não muito interessado. Um silêncio tomou a sala, até que deu um pulo.
'A GENTE PODIA TOCAR LÁ!’
Os outros três se entreolharam e botaram sorrisos ansiosos nos rostos.
'Vou falar com a .’ Harry disse, quando a campainha tocou.
'FOOD!’ gritou, se levantando e indo até a porta. Abriu e os quatro puderam sentir o cheiro de pizza invadindo o ar. pôde fechar os olhos.
'São...’ O entregador olhou um papel. ‘...três famílias de camarão e uma de calabresa?’
'Yep.’
'São 30£.’
'Ok.’ se virou. ‘, passa o dinheiro.’
'DINHEIRO?!’ gritou, se desencostando do sofá. ‘Por que eu vou pagar?!’
'Por que a última vez eu que paguei. Anda logo, .’ se meteu e viu um emburrado tirar as 30£ da carteira e entregar a , que sorriu vitorioso.
'Aqui.’ Ele deu o dinheiro ao entregador. ‘Valeu.’ O garoto sorriu, antes de fechar a porta.
'Comiiiiiiiiiida...’ disse, indo até a mesa. Cada um abriu sua caixa. Estavam ainda cortando a primeira fatia, quando a campainha tocou novamente.
'Ué! Pizza extra?!’ disse, indo até a porta novamente. O que ele viu foi uma e uma sorridentes e com DVDs nas mãos.
'OLÁ!’ Elas exclamaram. ‘Como hoje é sexta, nós pensamos em vir aqui ver filmes e ligarmos pra todo mundo.’
'Claro! A gente vai ensaiar agora e depois vemos. Vocês podem assistir o ensaio.’ falou, beijando a namorada.
logo fechou a cara quando ouviu a palavra ‘ensaio’. Os três entraram na casa.
'Hey!’ As duas cumprimentaram os amigos.
'OOOOOI!’ Eles responderam, se virando. A reação de ao ver foi a mesma da garota. ‘Ah, você.’
'Eu.’ Ela disse, sorrindo, sarcástica.
'Bom, querem comer?’ Harry perguntou.
'Hmmmm!’ fez.
'Bom... O que temos no menu?’ perguntou.
'Temos pizza de camarão.’ respondeu, como um cavalheiro. Passou pela cabeça das duas meninas que, se estivesse ali, ela morreria.
'Ah, eu quero!’ logo disse, pegando uma pizza da caixa de , que pareceu aborrecido por ter um pedaço a menos.
'Eu não como camarão.’ riu.
'Ah, não tem problema!’ Harry disse. ‘O nosso amigo aqui pediu calabresa!’ Ele sorriu para que fechou a cara mais ainda.
'Ahn... Não quero. Obrigada, Harry.’
'A pizza é minha, não dele.’ disse.
'E é exatamente por isso que eu não quero.’ Ela rebateu. respirou fundo para não responder e mordeu sua pizza. A sala estava novamente em silêncio quando os seis ouviram um barulho estranho. Vinha da barriga de .
'O que é isso?! O que você fez com a minha melhor amiga? , você ta aí dentro?!’ falou, rindo.
'Come logo, .’ disse. olhou para , que acabou dando de ombros. A garota se esticou até ele e pegou uma fatia.
'Obrigada.’ Ela sorriu amarelo.
'De nada.’ Foi o que ela ouviu ele murmurar. Ou, pelo menos, pensou ter ouvido.
'Bom, vocês vão à tal fazenda na festa do ano?’ A garota perguntou, saboreando a calabresa.
'Vamos.’ , para a surpresa de todos, foi quem respondeu. ‘A gente ta pensando em tocar lá. O Judd aí ia falar com a .’
'Sério?!’ perguntou, animada. ‘Vai ser demais!’
'Vai! Vou tocar alguma música pra você, .’ disse.
'Ohn! Que lindo!’ exclamou. ‘Não disse que o ia escrever uma música pra você?! Eu disse pra você quando o escrev...’ Ela se calou ao lembrar-se da situação.
Um silêncio constrangedor tomou a sala e e trocavam olhares, um se escondendo do outro.
'Bom...’ Harry quebrou o silêncio. ‘Vamos ao ensaio?’
O McFLY, que já não era mais a segunda banda mais desconhecida da cidade – uma nova banda chamada Busted havia sido criada – acabou seu ensaio, que foi composto por Saturday Night, Ignorance, Room on the Third Floor e Surfer Baby.
'Chega!’ Harry gritou, se levantando da bateria. ‘Meus braços não agüentam mais!’
'Judd, você não vai nem agüentar um show.’ disse.
'Cala a boca, . Minha tendinite piorou, ok?’ Ele rebateu, fechando os olhos.
'Bom, vamos ligar pras meninas?’ perguntou e concordou com a cabeça, pegando o celular. Sabia que e estariam estudando na casa de .
'Alô? , vem pra casa do . A gente vai fazer um festival de filmes. Ok. Ok. Não. Ok. EUSEI!’ riu. ‘Ok. Beijo.’ Ela desligou o celular. ‘Elas tão vindo.’
'Ótimo.’ disse. Era um milagre! Já era a segunda vez que ele a respondia no dia. ‘Vou fazer pipoca.’ Ele disse, indo até a cozinha.
'Quero beber alguma coisa.’ disse e deu um pulo.
'ESQUECIOREFRIGERANTE!’ Olhou para a amiga. ‘Melhor amiga do universo... Vai botar uma garrafa 2l na geladeira?’
Ela levantou o queixo, negando. Ele piscou os olhinhos brilhantes e sorriu ao ver saindo do mini estúdio.
'Onde tem refrigerante aqui, ?’ perguntou, abrindo o armário de baixo da pia. a olhou, confuso. Ela estava falando com ele?
'Na dispensa.’ Ele disse. A garota foi andando até a dispensa. Tentou abrir a porta, mas estava emperrada.
', abre pra mim? Ta emperrada.’ Ela pediu, vendo o garoto se aproximar. Ele deu um puxão na porta. Nada. Tentou de novo. Nada. Suspirou e lançou um olhar cansado para a garota, que riu, fazendo-o rir de lado. Deu outro puxão, desta vez, fazendo a porta abrir em um baque, fazendo-o cair de bunda no chão.
estendeu a mão para ajudá-lo a levantar. Em um puxão os dois foram para dentro da dispensa, batendo a porta, sem querer.
'Droga.’ murmurou, tentando abrir a porta. ‘Emperrou de novo.’
'Ah, tá de sacanagem?!’ perguntou.
'Não!’ Ele riu, nervoso. ‘Que saaaaco!’
'Grita o .’ Ela disse, chegando perto da porta. ‘!’ gritou, ouvindo risadas como resposta.
'Gostaram da surpresa?’ e puderam ouvir a voz de do outro lado da porta, acompanhada pela risada alta de Harry.
'Pára de babaquice, ! Abre isso!’ gritou de volta, dando um soco na porta. Ouviram as risadas aumentarem.
'Não! Aproveitem como no elevador!’ gritou e, desta vez, as risadas foram extremamente altas.
'Você contou pra elas?!’ perguntou à , surpreso.
'Até parece que você não contou pra eles.’ Ela rebateu, fazendo-o se calar.
respirou fundo, sentando-se no chão. ‘Eles não vão abrir essa porta tão cedo. É melhor se sentar.’ Ele bateu com a mão ao lado dele.
'Legal.’ Ela disse, sentando-se. ‘Sentar entre Ponynter e um monte de miojo.’
'É melhor do que nada.’ Ele disse, rindo junto com ela. já havia esquecido como a gargalhada dele era gostosa. Ela sentiu ódio de gargalhadas.
'To com fome.’ Ele declarou.
'O que não falta aqui é comida, !’
'Eu quero biscoito.’ disse. pôde ver seus olhos brilharem ao avistarem um pacote de cookies.
'Cookies.’ Os dois falaram juntos, maravilhados com as gotinhas de chocolate da foto na embalagem. se levantou para pegar, mas tomou um banho de frustração ao perceber que não alcançava a prateleira.
'Não!’ Os dois falaram juntos, rindo. se levantou, fazendo o mesmo que ele. Nada. Esse era o problema de dispensas enormes e pessoas lezadas como estarem juntos: nunca havia uma escada onde se precisa.
'Tive uma idéia!’ disse, coçando o queixo e observando atentamente cada centímetro da estante. Botou um pé em uma prateleira e a mão em outra. Foi escalando uma prateleira, até seu pé escorregar e ele bater com as costas na parede oposta.
'Sabia que isso não ia dar certo.’ disse, em meio a uma risada.
'Tive uma outra idéia!’ disse, novamente.
'Mesmo, gênio?’
'Yep.’ Ele disse, sorrindo sapeca para a garota, que não entendeu.
'Que foi, ?’ Ele riu, antes de pega-la pela cintura e levantá-la. ‘NÃO! ME BOTA NO CHÃO! ME BOTA NO CHÃO!’ se debatia, e mal conseguia respirar de tanto rir.
'Calma, ! Pega o pacote!’ Ela parou de se mexer, esticando o braço até a prateleira. Não alcançava. ‘Não dá. Me sobe mais.’ Ela pediu, sentindo as mãos de descerem um pouco mais, e ela ficando maior. Esticou o braço. Nada. Esticou mais um pouco. Ela tinha que conseguir, a fome era imensa. Esticou mais um pouco, pegou o pacote e...
'Ai, !’ gritou, caída no chão, em cima do garoto. Os dois riam incontrolavelmente.
'Pelo menos nós temos comida.’ Ele disse, rindo. Ela concordou, saindo de cima do garoto, e se sentando ao seu lado. Ele fez o mesmo.
A garota pegou um cookie do pacote e fechou os olhos. ‘Gênio foi o inventor do chocolate.’
'Tenho que concordar. Você ta certíssima.’
Ela abriu os olhos, e riu de lado, vitoriosa.
'Dessa vez eu to certa, né?’
'Como assim ‘dessa vez’?
'Ué, eu não tava certa quando você ficou com a Stacey?’
'Ah, não!’ resmungou. 'De novo não, !’
'Ok. Parei.’ Ela riu, pegando outro biscoito do pacote e rindo das migalhas que deixava cair, como uma criança.
', eu só fiquei com ela... sei lá por que.’
'Eu sei.’
'Sabe?!’ Ele riu, e pegou mais um cookie.
'Sei.’ Ela sorriu.
'Por que?’
'Pra me deixar com ciúmes.’
'Faz um favor, claro que não!’ riu.
'Ahn, não.’
'Não.’ Ele repetiu. Desta vez sorrindo de lado e olhando para , que ria, de rabo de olho. Ele pegou mais um biscoito.
pegou o pacote da mão dele, mas sentiu-se dominada pela tristeza ao ver só farelos.
'Ahn... Acabou.’ Ela resmungou, largando os ombros.
sorriu para ela. 'Pode comer.’ Ele estendeu o último biscoito para ela.
'Não, . Você vai ficar com fome.’ Ele não disse nada, só estendeu novamente o biscoito. pegou o cookie da mão dele e mordeu metade.
'Abre a boca.’ Ela riu, vendo abrir a boca, e jogou a outra metade do biscoito ali. Ele mastigou, rindo.
'HMMMMMM! Esse foi o melhor.’
'Foi.’ Ela concordou e riu.
'Eu não acredito que vocês fizeram isso!’ ainda disse, logo antes de botar um punhado de pipoca na boca.
'Eles vão matar vocês. Isso se não pensarem que a gente ta no meio dessa armação toda!’ advertiu, rindo.
'Isso se um não matar o outro lá dentro.’ ironizou. Algum filme com Shane West passava na TV, mas eles não se preocupavam em assistir.
'Se bem que eles tão até muito quietinhos.’ Harry comentou, vendo os outros concordarem e rirem.
'E nós também. Vem aquiiii, meu docinho de morango!’ fez biquinho para a namorada, que se sentou em seu colo.
'Não começa, . A casa do só tem dois banheiros. Não dá pra quatro pessoas dividirem o mesmo centro de vômito.’ riu.
'Cala a boca, .’ A amiga mandou, ainda no colo de .
'Bom, mudando de um assunto nojento para um interessante, , nós temos um pedido pra você.’ disse e viu a menina olhar para Harry com uma cara curiosa.
'A gente queria tocar lá na fazenda.’ O namorado da menina declarou.
'Ótimo! Eu só tenho que falar com o resto do comitê, mas eu que mando naquela droga.’ Ela riu. ‘Vocês se comprometem a levar os instrumentos, né?’
'Não, ! Eles vão comprar uma bateria, duas guitarras e um baixo no meio do mato!’ disse, rindo.
'Shiu aê.’ pôs o indicador na boca, fazendo sinal de silêncio para . ‘Não me lembro de ter te visto no palco, ok?’
'Não fala assim com ela, !’ disse, abraçando .
'Cala a boca, .’ Harry mandou, fazendo o mesmo com a namorada.
'Eu queria ter uma câmera naquela dispensa!’ disse.
'A gente podia ter pensado nisso antes, hein!’ concordou com a namorada.
'Mas não pensamos.’ Harry deu de ombros.
'Então o jeito é esperar.’ concluiu.
e riam de alguma piada idiota que ele fizera, quando o celular da garota começou a tocar. Ela olhou no visor e sorriu ao ler o nome de Oliver.
'Um segundo, . Tenho que atender.’
Ele deu de ombros e começou a dar nós no cadarço do tênis.
'Alô?’
'? Sou eu!’
'Hey, Oliv!’
apertou mais forte o cadarço ao ouvir o nome do garoto.
'Hey! Onde você ta?’
olhou ao redor e demorou um pouco para responder.
'Erm... To no shopping.’
'Ahn sim. Eu tava pensando em ir ao cinema. Queria companhia. Está disposta?’
'Ahn, Oliv... Desculpa, hoje não dá. Tenho que estudar... Tem provas finais aí, né. Já é quase férias de verão!’
'Ah! Você estuda depois!’
'Não, sério, Oliv... Não dá. Eu te ligo se conseguir acabar cedo, ok?’
'Ok, então... Um beijo!’
'Beijo!’ respondeu, desligando o celular. Sentiu que a encarava. Olhou para ele, mas percebeu o garoto desviar o olhar para o cadarço de novo.
'O que foi, ?’ Ela perguntou, mas não recebeu resposta. ‘?’ Ela o chamou, ainda sem resposta. Cutucou o joelho do garoto, que estava encostado no seu. Desta vez, ele a olhou.
'Por que você mentiu pra ele?’
'Por que eu sei que ele não iria gostar de saber que eu to com você, presa numa dispensa.’ Ela riu, mas ele não. ‘, eu não quero ficar chateando o Oliver com uma bobagens dessas...’
'Eu sou uma bobagem, então?!’ a encarou.
'Não foi isso que eu falei, !’
'Mas foi isso que você deu a entender.’
', a gente nem ta junto! Que obrigação eu tenho de sair falando pras pessoas que to presa com você em uma dispensa de 1,5m²?’
'Nenhuma. Você ta certa. Do mesmo jeito que eu não tinha a obrigação de não ficar com a Stacey.’
', pára de misturar as coisas! Não tem nada a ver uma coisa com a outra! A Stacey inventou aquela história toda!’
'E o Oliver te machucou! E me deu um soco por que eu fui te ajudar. E fez com que eu o ficássemos 10142 horas a mais naquela escola!’
'Ele só tava passando por uma fase! Ele não faria uma coisa dessas agora, !’
'Ahn, claro!’
', chega, ok? Tava tudo ótimo! A gente tava se falando e eu não quero mais brigar com você!’
'Então por que você ta com ele?!’
'Que?! , eu não to com o Oliver!’ Você é que ta com a Stacey!’
'A gente não ta mais junto, ok? Você não pode falar o que não sabe!’
'E EU NÃO FIQUEI COM NINGUÉM DEPOIS DE VOCÊ! VOCÊ TAMBÉM NÃO PODE FALAR O QUE NÃO SABE!’ gritou, enterrando o rosto nas mãos logo em seguida. ficou em um pequeno transe. Depois de alguns segundos, ele sorriu para ela.
'Sério?’
só confirmou com a cabeça, ainda com o rosto escondido. Ele levantou-o pelo queixo.
'Desculpa por isso, ok?’
'Ok...’ Ela sorriu, aliviada. Sentiu o garoto se aproximar para um abraço. Eles ficaram ali, juntos, por um tempo, em silêncio.
'?’ sussurrou em seu ouvido, ainda abraçado a garota.
'Hm.’
'Você ainda gosta de mim, né?’ Ele perguntou, tímido, fazendo-a pular. Era um susto bem grande.
'Por que, ?’ Ela perguntou.
'Por que eu ainda gosto de você.’
sorriu, alegre por ouvir aquilo. Era bom saber que, por mais estranhas que as coisas estivessem, ainda tinha para ela.
'Gosto.’ Quem sorriu naquele momento foi ele.
Daí surgiu a dúvida clássica na cabeça de duas pessoas confusas: ele gosta dela, ela gosta dele, então por que eles não estão juntos?
Dez minutos se passaram desde a última vez que havia olhado o relógio. Havia se passado uma semana desde que ele e haviam voltado a se falar. Stacey ainda tentava puxar papo, o que não era novidade. Ele olhou novamente o relógio. Faltavam 2 minutos para o sinal que marcaria o início das férias. Eles teriam a tão esperada viagem dentro de uma semana e o McFLY já estava sendo anunciado por toda a escola.
olhou para e depois olhou o relógio. Faltava 1 minuto e alguns segundos. Passaria rápido. Olhou para que, como em toda aula de História, estava babando em cima do livro, pensando em – ao contrário do que ele falava - . Harry mexia no celular. Devia estar mandando uma mensagem para . olhou novamente para . Ele já estava fechando o livro.
'Sr. , as férias de verão ainda não começaram! Abra o livro, por favor.’ O professor pediu, fazendo com que o garoto suspirasse e abrisse o livro novamente. Qual era mesmo a página? Havia alguns desenhos de babuínos e namorados – o peixe – na página correta. Era... 285? Ele abriu e confirmou sua suspeita ao ver os desenhos ali. Quem visse aquilo pensaria que ele tinha a idade mental de uma criança de 3 anos. Mero engano, já que Harry insistia em dizer que ele era de uma criança de 1 ano e meio. olhou o relógio.
'!’ Ele o chamou, silenciosamente. Fez um sinal com a cabeça.
'!’ o acordou de seu transe-estou-apaixonado-por--.
'Harry!’ Ele chamou o outro. Os três já tinham sua atenção em .
’10, 9, 8...’ Ouviam os livros se fechando e podiam sentir a alegria dominando as pessoas. ‘...7, 6, 5...’ O professor guardou o apagador e esfregou as mãos nos jeans azuis, como em todo final de aula. ‘...4,3,2...’ Todos se levantaram. ‘...1!’ A felicidade foi geral. Todos os alunos se espremiam em direção à porta. Parecia uma manada de rinocerontes passando por uma pequena fresta entre duas rochas em meio a Savana Africana.
'!’ Ouviram chamá-lo.
'!’ a abraçou. ‘Féééééééérias!’ Ele a levantou, fazendo com que a melhor amiga risse.
'Férias, meu lindinho!’ disse, abraçando e dando-lhe um BEIJINHO DE ESQUIMÓ.
'Mal começam as férias e vocês já querem me deixar diabética com tanto açúcar.’ riu.
'Um dia, quando nós morrermos, vocês vão sentir nossa falta!’ falou.
'Isso se eles perceberem que existe um mundo ao redor do casal Augusto e Cristina.’ Harry riu, recebendo um sinal carinhoso com a mão de .
'Mas...’ olhou para a namorada, confuso. ‘O nome deles não é esse.’
'É nome de novela mexicana, burro!’ riu.
'Eu não assisto.’ disse, fechando a cara para o amigo, arrancando risadas de todos.
'Tive uma idéia!’ Harry gritou. ‘Vamos fazer uma mini festa lá em casa hoje? Meus pais viajaram essa semana, nem sei quando eles voltam. A gente podia comprar comida, alugar DVDs, fazer pipoca... Vocês dormem por lá mesmo. Tão afim?’
'Claro!’ respondeu animada.
'Combinados então!’ confirmou. ‘Que horas?’
'Ahn... Umas 18:00 vocês vão pra lá, pode ser?’
'Ok.’ sorriu. ‘Meninas, vocês passam a tarde lá em casa?’
'Pode ser.’ disse.
'Vamos logo então. Beijos, McFLY!’ As meninas se despediram, caminhando em direção à casa de .
'Ah!’ A garota fez, se lembrando de alguma coisa. ‘Vou chamar o Oliv.’
'Chama sim.’ sorriu para a amiga, que pegou o celular e discou o número da casa do garoto. Ninguém atendia. Estranho, já que sempre havia alguém lá. Discou o celular. Chamava, chamava. Até que ela ouviu a voz animada de Oliver.
'Alô?’
'Oliv?’
'Hey, ! Tudo bom?’
'Aham! Escuta, eu e as men...’ Ela foi interrompida.
', eu tenho que te falar uma coisa.’
'Fala, ué.’
'Eu... To no aeroporto.’
Ela riu. ‘Pra que?’
'Eu vou pro EUA.’
'Sério? Legal, quando você volta?’
'Eu não vou voltar, .’ Ela tomou um banho de água fria.
'Mas... Como... Oliv.’
'Eu vou morar na Califórnia com o meu primo, . Eu já tava pensando nisso há um tempo. Só que, depois do acidente, eu tive que esperar...’
'Por que você...’
'.’ Ele a interrompeu. 'A gente ficou junto mais um tempo, como amigos. Eu sei que você me ajudou muito, muito mesmo. Eu não queria que a gente ficasse passando nossos dias sabendo que eu iria embora e tal... Eu tenho que continuar, né?’
Ela sorriu. Era bom saber que Oliver realmente havia mudado.
'É.’
Os dois ficaram em silêncio um tempo, um ouvindo a respiração do outro. , e , ao lado da amiga, já a olhavam, preocupadas.
'Eu vou sentir sua falta, Oliv.’ Ela falou, por fim.
'E eu vou sentir a sua. Demais.’
'Demais. Promete que vai me ligar sempre que der?’
'Prometo. Promete que nunca vai me esquecer?’
'Prometo.’
', eu amo muito você. Obrigado por ter me mostrado o que eu tinha que fazer e por ter ficado comigo no momento mais difícil da minha vida...’
'Oliv, não precisa agradecer. Eu te amo.’
'Bom, eu tenho que ir... Check in, sabe como é.’ Ele riu.
'Então ta.’ Ela sentia as lágrimas rolarem pelo rosto. Lágrimas de felicidade. ‘Boa viagem.’
'Obrigado.’
'Aproveite a Califórnia. Beijo.’
'Beijo!’ Ele desligou o telefone, mas ela não. Ouvia o silêncio vindo do celular, como se ainda tivesse Oliver ali. Respirou fundo antes de fechar o flip.
'O que houve, ?’ perguntou.
'Ele vai morar... na... Califórnia.’ Ela respondia, enxugando os olhos.
'OOOOhn, meu amor...’ disse.
'Ele nunca vai te esquecer.’ confortou a amiga. ‘Abraço em conjunto!’ Ela disse, e as quatro se abraçaram juntas, rindo. Quebraram o abraço, dando de cara com uma criança, que as olhava com medo.
'Ahn, sim. A gente ta no meio da rua.’ riu, e as quatro continuaram a caminhar, até que parou e voltou até a criança. Bateu com a mão em sua cabecinha.
'Não larga a escola, docinho, por pior que ela seja.’ Ela voltou até as amigas, que começaram a rir.
E as quatro amigas foram caminhando e cantando até seu destino.
'Po, , desce dessa droga!’ Harry gritou rindo para o amigo que se pendurava em uma árvore. Já estava ficando escuro, e eles iam comer pizza do lado de fora da casa, na churrasqueira, em frente à piscina. riu ao ver o namorado cair.
'Essa pizza vai demorar anos!’ se jogou no colo de , que deu um pequeno pulo. ‘AAAI, neném! Não se joga em mim, que me machuca!’ Ele resmungou.
'Ain, desculpa, amor meu!’ Ela disse, dando vários beijinhos pelo rosto do namorado. revirou os olhos e riu, sentando-se ao lado da amiga, em frente à . Os dois se olharam por um segundo e trocaram sorrisos tímidos.
A campainha tocou e eles sorriram. 'Harry, a casa é sua, ok?’ o lembrou, fazendo com que o garoto suspirasse e fosse atender a porta. Segundos depois eles viram um Judd sorridente e com 5 caixas de pizza nas mãos voltando em direção à churrasqueira.
'Comida!’ gritou como uma criança e os oito se espremeram nos bancos ao redor da mesa. A piscina já refletia uma lua que teimava em aparecer.
'Vamos ver...’ começou, abrindo as caixas. ‘Essas 4 aqui são de camarão. e , a de calabresa é essa.’ Ele empurrou a caixa, que ficou entre os dois. Todos abriram as caixas e o cheiro que a mistura de ovos e farinha fazia tomou o ar. ‘HMMM...’
', amor, deixa eu limpar sua boca!’ disse rindo e passou o guardanapo pela boca do namorado, que parecia uma criança.
'Ai gente, to tããããão animada pra viagem!’ declarou, soltando gritinhos e sacudindo as mãos.
'Você sempre ta, .’ riu, e a menina o ignorou.
'Já é daqui a duas semanas! Parece que foi ontem que a gente fez a reunião!’
'Vai ser demais!’ comemorou. ‘Meu bebezinho vai tocar, né?’
fez que sim com a cabeça. ‘OOOHN!’ A namorada gritou, jogando os braços ao redor do pescoço do namorado.
'Gente, C-H-E-G-A!’ gritou, rindo.
'Apoiada, !’ Harry concordou com a amiga, apertando sua mão.
'Gente!’ chamou a atenção dos amigos. ‘Alguém vai buscar o chocolate? Quero um doce.’
'Eu vou, abusado.’ disse, se levantando e entrando na casa.
'Eu quero um também!’ gritou, mas não obteve resposta. ‘Eu acho que ele não ouviu. , você ta mais perto. Vai lá pra mim?’
'Nem pensar! Depois que eu fiquei uma tarde inteira na dispensa eu não faço mais nada por vocês!’
fez cara de ofendida, mudando logo para sou-um-bebê-e-preciso-de-carinho-com-chocolate. A amiga a olhou desconfiada, mas se rendeu logo depois, respirando fundo e se levantando.
'Hey, !’ o chamou, sorrindo. ‘Onde tem chocolate?’
'Não sei. Também to procurando.’ Ele riu. ‘Deve ter na dispensa.’ Eles se olharam e riram.
'Então eles que venham buscar! Eu não me arrisco!’ disse.
'Nossa! Foi tão ruim assim passar uma tarde trancada em um cubículo com ?’
'Não, né!’ Ela riu.
'Então não há o que temer!’ Ele bateu a mão no peito, tirando risadas da menina. ‘Vem.’ Ele a puxou pela mão até a portinha. Eles pararam em frente à ela.
'Abre você.’ pediu, rindo.
'Você.’ rebateu.
'Nós dois juntos.’
Os dois botaram a mão na maçaneta, rindo depois que ela abriu facilmente. pegou algumas barras de chocolate. ‘Pronto.’ Sorriu.
'Obrigada.’ Ela agradeceu, se virando.
'!’ Ele a chamou, puxando seu braço, fazendo-a ficar de frente para ele.
'O... Oi.’ Ela respondeu, tensa. Sentia a respiração do menino bem perto.
'Nada não.’ Ele sorriu e deu um leve beijo nos lábios da garota, saindo em seguida.
Ela sorriu.
'Não! Não! NÃO!’ gritou, escondendo o rosto no peito de .
'Calma, !’ a acalmou. ‘Ela não morreu.’ Ele explicava o filme de terror que eles assistiam juntos.
Um silêncio se instalou na casa e todos tinham sua atenção focada na tela da TV.
'AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH, FILHODEUMAÉGUAPRENHA!’ gritou, com medo, abraçando , que não parava de rir, assim como os outros.
'Calma, !’ Ela disse, ainda rindo. ‘É só um filme, amor.’
'Não faz isso, !’ gritou.
'Fazer o que?’
'Esconder a verdade do . Ele tem que saber que alguém pode vir aqui de noite.’
'ÉOQUÊ?!’ O garoto gritou com os olhos arregalados e as risadas aumentaram.
'Pára, !’ brigou. ‘Ela ta mentindo, ok, amor?’
'Ok...’ Ele se acalmou. ‘Você é uma idiota.’ Xingou , que deu língua.
'Cala boca aí!’ Harry ordenou, concentrado no filme, assim como .
'Não pentelha, Judd!’ reclamou, ainda abraçado à uma aterrorizada.
'NÃO FALA ASSIM COM O MEU NAMORADO QUE EU TE DESÇO O SARRAFO, TÁ OUVINDO?!’ gritou, fazendo todos se calarem. Sorriu logo depois. ‘Obrigada, docinho.’ Ela agradeceu, voltando a olhar a TV.
'?’ chamou a namorada em um sussurro.
'Hm.’ Ela fez, ainda olhando o filme.
'Você acha que a faria alguma coisa comigo?’ Ele perguntou, inocente, fazendo a garota gargalhar.
'Eu ouvi, .’ comunicou, rindo, sem tirar os olhos da tela.
'Ain, não! Não! NÃO!’ gritou, apertando a perna de . ‘Não! Estragou o filme! Esse povo não sabe mais fazer cinema, não! Me poupe!’ Ela reclamava, boquiaberta com a falta de qualidade do cinema britânico. Irônico, se você for pensar em Xuxa e os Duendes.
'Ah, falou a Spielberg!’ brincou.
'Pelo menos eu tenho noção, neném.’ Ela riu.
'Hey! Olha a intimidade!’ reclamou.
'É! Não pode me chamar de neném, gatinha.’ retrucou, brincalhão.’
'Hey! Olha a intimidade você também!’ o repreendeu, fazendo com que todos o olhassem. sorriu de lado, marota.
'Tá achando que é quem, ?’ Ela perguntou, arqueando a sobrancelha.
'É, . Fica na sua aí.’ reclamou.
'Cara, você tem namorada! Para de sentir ciúmes da minha.’
'Da sua?!’ Harry perguntou e ele ficou vermelho.
'Não falo mais nada!’ Ele se emburrou, e as risadas triplicaram. se encostou no sofá, fazendo bico e cruzando os braços.
'OOOOHN!’ riu, apertando a bochecha do garoto. ‘Não fica assim não, docinho.’ Ela deu um beijo no rosto dele.
A semana se passou, baseada em comida com alto teor de glicose e gordura trans – delícia! -, piscina, sol, pele ardendo, ensaios da banda, risadas, pessoas descascando, praia e esse tipo de coisa que todo ser humano normal faz em férias de verão. Ninguém agüentava mais esperar pela viagem e não parava de reclamar de supostos carrapatos estrela infectados que estariam lá, fazendo com que seu armário parecesse um estoque de repelente contra insetos para alguns norte-americanos urbanos e destruidores de meio ambiente que querem conhecer a Amazônia. Bom, na verdade não era nada que um saído das telinhas mexicanas não pudesse resolver.
O despertador tocou e abriu os olhos, logo reconhecendo o teto da casa do melhor amigo. Olhou para baixo e viu babando no travesseiro. Sentou-se no colchão do amigo, balançando-o de leve pelo ombro.
', acorda, chato.’ Ela o chamou. abriu os olhos e resmungou alguma coisa que traduzia-se por ‘sai daqui que o seu cabelo ta arrastando na minha cara.’
'Bom dia...’ O garoto resmungou, esfregando os olhos. se levantou, voltando minutos depois com uma bandeja na mão.
'Dois sanduíches e suco de pêssego.’ Ela sorriu. Os dois comeram em silêncio, ainda sonolentos.
'Vou tomar banho.’ Ele avisou, vendo-a assentir com a cabeça.
voltou um tempo depois, com uma escova de dente da boca e os cabelos pingando. Fez sinal para que ela fosse tomar banho e saiu da porta do banheiro, indo lavar a boca no banheiro de baixo. A garota abriu o chuveiro e sentiu a água fresca cair sobre sua cabeça. Era ótimo se refrescar naquele verão escaldante.
Saiu vestindo seu short jeans desfiado, uma blusa do Blink 182 e o par de all star rosa, já gasto. Os cabelos molhados e o cheiro de banho ainda tomavam conta dela.
'Pronta?’ , que já estava animado, perguntou, assim que viu a amiga descer a escada. Ele carregava a última mala para o carro.
'Mais que nunca!’ Ela sorriu.
'Se ela soubesse o que ta esperando por ela lá...’ Ele disse para si mesmo.
'Oi?’
'Nada não.’ Ele sorriu, disfarçando – mal, em seu estilo . ‘Vamos?’ O garoto abriu a porta do carro para ela. abriu o porta luvas e tirou o porta CDs de lá.
'Vamos de que?’ Ela perguntou.
'Hum... Beatles?’
'Apoiado.’ Ela sorriu, botando o CD para tocar.
'Cara, e se não der certo?’ perguntava a Harry e , nervoso. Não parava quieto um único segundo.
'Fica calmo, ! Vai dar certo!’ Judd o tranqüilizou. , e chegaram nesse momento.
'E aí? Tudo pronto?’ perguntou e viu um aflito assentir com a cabeça.
'Deus! , se acalma! Ninguém vai morrer aqui não!’ gritou.
'Não?’ riu.
Eles viram o carro de se aproximar. Podiam ouvir ele e cantando I Wanna Hold Your Hands. respirou fundo e os outros cinco correram até o carro, vendando os olhos de antes mesmo que ela pudesse dar por si.
'Que isso, Jesus?’ Ela perguntou espantada.
'Surpresa!’ gritou.
'Surpresa?!’
'Cala a boca, !’ deu um tapa no garoto.
'Gente, alguém me explica o que ta acontecendo aqui, por favor?’ A menina pediu rindo, enquanto eles a levavam para não-sei-onde.
'Tá preparada?’ perguntou.
'Pra que?!’
'Tá sim!’ Harry confirmou, se afastando rapidamente, e desamarrou a faixa que havia no rosto da amiga.
O que ela viu foi o McFLY, com os instrumentos montados, e no microfone.
', eu não sei se você lembra disso, mas...’ Ele falou, tímido e nervoso ao mesmo tempo. Tocou os primeiros acordes de No Worries, fazendo a garota explodir em lágrimas no mesmo instante.
Os quatro tocavam juntos, sorriam. cantava e a olhava ao mesmo tempo.
'The light is dancing in your eyes, your sweet eyes!’O garoto sorria para ela. não podia acreditar! Não conseguia evitar as lágrimas que insistiam em cair como nunca. Ela sorria ao mesmo tempo em que cantava junto com a música.
'We’ve got no worries in the world!’ finalizou e lançou-lhe um sorriso enorme. ‘ , quer ser minha namorada?’ Ele pediu enquanto os outros ainda cantarolavam os ‘ba,ba,ba,ba’ do final da música. Ela sorriu mais ainda, como se isso fosse possível.
'Quero, ! Eu quero ser sua namorada!’ gritou em resposta e pulou no colo no mais novo garoto comprometido do Reino Unido. A essa altura, os alunos já estavam ali em volta, batendo palmas e assobiando.
'Te amo, ta?’ Ela falou em seu ouvindo, ainda abraçada a ele.
'E eu te amo.’ Ele respondeu, levando-a para dentro do ônibus no colo, como uma noiva.
E eles tiveram a melhor viagem de suas vidas.