Há alguns anos, um grupo de cinco amigos formou uma banda que teve sucesso renomado pela Inglaterra e pelo mundo. Essa banda tornou-se uma família só, mesmo cada um casando com determinada mulher, assim foram seus filhos, que cresceram juntos e adquiriram o amor pela música e o amor um pelo outro.
O vocalista teve um filho, Daniel Jones, o baixista também apenas um, Douglas Poynter, já o guitarrista teve um casal, e Harold Judd. Os outros dois optaram por não tê-los.
Os quatro, apesar da diferença de idade entre eles (Danny era o mais velho, apenas quatro meses mais velho que Harry, três anos mais velho que sua irmã , apenas uma semana mais velha que Dougie) eram inseparáveis, tinham o mesmo gosto pela música, eram rotulados como os filhinhos dos rock stars e sempre tinham que fugir ou posar para algum paparazzo.
Cresceram indo a grandes eventos acompanhando seus pais e enfrentando chatas entrevistas sempre com a mesma pergunta: “O que é ser filho de um rock star?”
Por trás dessa “fama”, paparazzi, entrevistas e eventos eles, tinham uma vida normal. Estudavam, faziam provas, namoravam e claro, sofriam por amor.
1. Um novo amigo
- DOUGIE, PÁRA! PÁRA! POR FAVOR! - gritava para seu amigo parar de fazê-la cócegas.
- Ah, não paro não, ninguém mandou você me ofender! – ele continuava com uma expressão safada enquanto apertava a barriga da amiga.
- Harry, faça alguma coisa! – pediu a garota.
- Você mereceu! – o garoto estava sentado no sofá próximo aos dois apenas rindo.
- Eu não fiz nada, só falei que a voz dele é engraçada... AAAI PÁRA! MORDER É MANCADA! – outro garoto que se aproximara havia mordido a menina – DANNY! É VOCÊ! NÃO É JUSTO!
Os dois largaram a garota, que se levantou rapidamente e correu para o sofá onde se encontrava seu irmão.
- Harry, eu não mereço isso, mereço? – encarava o irmão.
- , a voz do Dougie não é engraçada, só não é tão bonita quanto à do Danny.
- UHUL! Um ponto para mim! – Danny pulou esticando um braço com a mão fechada.
- Ei! – exclamou Dougie, o mais novo da turma – Eu não canto mal!
- Claro que não, dude! A gente só ta zuando, né gente? – Harry perguntou procurando a aprovação do amigo e da irmã – Não é? – repetiu.
Dougie olhou para os outros e se emburrou.
- Tá, você não canta mal, acontece que comparado a mim, - Danny pôs seu dedo indicador sobre o peito – todo mundo canta mal. – e deslizou seu dedo sobre o peito.
o observava boquiaberta. Dougie, ainda emburrado, sentou-se ao sofá e cruzou os braços.
- Dougie, é sério agora, era brincadeira, pronto.
- Agora você não me convence mais... – Dougie olhou para o lado oposto a .
- Olha, ela é baixa e sei lá, acho que a gente precisa de outra voz para acompanhar a do Danny, não só a sua.
- Por que você não canta? – Dougie virou-se para a garota abrindo um meio sorriso.
- Ah, não! Eu já disse que posso tocar piano, mas eu queria mesmo é ser empresária, não participar da banda. Ah, e eu gosto de compor também.
- Ok, gente – começou Harry – enquanto a gente não tem como resolver isso, vamos voltar ao ensaio.
A garota sentou-se no banquinho em frente ao piano, Harry, no de sua bateria. Dougie pegou seu baixo e Danny sua guitarra.
No meio da música em que tocavam gritou:
- PÁRA! – todos a observaram – Desculpa, gente. Eu errei. Não adianta, já disse que meu negócio é compor ou ser empresária. E entre piano e violão, eu escolho violão.
- Calma, . Você consegue. – Danny disse fazendo a garota sobressaltar-se e olhar fixamente para o garoto – Tenta você sozinha essa parte que errou.
- Vou tentar. – mexeu-se no banquinho e pôs-se a tocar. Depois de algumas notas e acordes, errou novamente. – Não dá, desculpe.
Harry, pensativo, rolava a baqueta nos dedos. Dougie tirou o baixo do pescoço e largou-se no sofá. Danny encostou a testa no microfone que estava no suporte e respirou fundo.
- Gente, vocês escutaram isso? – perguntou levantando-se do banco e indo em direção à porta.
- O quê? – perguntou Harry deixando uma baqueta cair de suas mãos.
Todos olharam curiosos para a garota. andou devagar até a porta.
- Mas o quê... – começou Harry, interrompido por .
- Shii... – fez a garota com o dedo indicador sobre os lábios.
abriu a porta e um menino loiro de olhos castanhos estava agachado recolhendo objetos caídos no chão. A garota pigarreou para chamar a atenção do menino.
- É... Oi, oi. Meu é... Nome meu... Meu no-nome é Thomas. Sou seu vizinho, desculpe aparecer aqui é que... Vocês estavam tocando? Vocês têm uma banda?
sorriu consigo mesma. ‘Que menino esquisito!’, pensou ela.
- Olá Thomas, prazer, meu nome é . Olha, a gente não é bem uma banda, não temos nem nome. Mas, a gente tava tocando sim.
- Oi. Quem é você? – Harry surgiu atrás da irmã.
- Harry, não seja grosso! – fuzilou o irmão com os olhos e voltou a atenção para o menino loiro.
- Thomas, esse é meu irmão Harry. – apontou para o irmão – Harry, esse é o Thomas.
- Pode me chamar de Tom! - o menino sorriu. Harry fez uma careta.
- É. Bem! Tom, você gosta de música? - perguntou .
- Então, é exatamente por isso que eu tava aqui na porta escutando, digo, eu estava. É, eu estava escutando vocês tocarem e eu toco de tudo. Gosto de piano. Vocês têm um piano não têm? Eu componho e gosto de cantar também.
- Sim, a gente tem um piano! – exclamou . – Entra! Por que você não mostra o que sabe?
Harry apenas olhava curioso à cena.
- Hum. Posso?
- Entra! – pediu .
O garoto segurava uma mochila com a parte de baixo rasgada e alguns cadernos e objetos pessoais na mão.
Danny levantou do sofá de onde estava e olhou para Tom de cima a baixo.
- Cara, você vai precisar de uma mochila nova!
Tom sorriu, acentuando sua covinha na bochecha e disse:
- Pois é, ela já estava bem velha.
- A propósito, meu nome é Daniel, mas pode me chamar de Danny. Você é o Tom, né? Eu escutei...
- É! E você quem é? – perguntou ao outro menino loiro.
- Ah. Eu sou o Dougie. – o garoto estendeu a mão a Tom.
- Então você toca piano, não é? – perguntou Danny.
- Toco.
- E canta também?
- Canto. Toco guitarra também.
‘Só não canta nem toca melhor que eu’, pensou Danny.
- Fique a vontade! – Harry disse, apontando o banquinho do piano.
- O que vamos tocar? Sabe, eu sou um pouco tímido e...
- Desencana Tom, eu sei que você vai conseguir, toca alguma coisa sua! – pediu a garota.
Thomas arranhou a garganta sentando-se ao banco do piano. Colocou suas mãos delicadamente sobre as teclas e pôs-se a tocar. Tocou uma música de própria autoria, segundo ele, chamava-se “All About You”.
- Ela ainda precisa de uns arranjos e com a guitarra fica melhor. – Tom explicou ao terminar de tocar.
- Você ta brincando... Você manda bem, cara! – exclamou Harry.
- É... Cara, que música. Se inspirou em alguém? – perguntou Danny.
- Ah, eu tinha feito para uma namorada, mas a gente terminou faz um tempo.
- Nossa, ela deve ter amado! – Disse levantando-se do sofá e pegando uma agenda sobre um móvel.
- Na verdade, ela nem chegou a ouvir... Ela terminou comigo antes que eu pudesse mostrar a ela.
- Uau! – foi a primeira coisa que Dougie disse após a música – Desde quando você toca?
- Eu sei lá, desde sempre! – Tom sorria, deixando sempre sua covinha a mostra.
- Assim como nós... Nossos pais são músicos, sabe como é...
- Sério? Que demais! Os meus nunca me apoiaram, aliás, acho que se eu não me tornar médico eles me deserdam.
- Não. Você nasceu pra ser músico! Assim como eu, claro! – disse Danny.
- Larga a mão de ser convencido Danny! – reprimiu-o – Agora Tom, passa seu telefone, e-mail...
- , ele é nosso vizinho! – avisou Harry.
- A gente pode precisar... Nunca se sabe! – ela entregou a agenda e uma caneta a Tom, que começou a escrever.
- Bom, eu vou indo... Preciso passar no mercado comprar umas encomendas da minha mãe. – o garoto fez careta – Foi bom conhecer vocês!
- Tom! – chamou Dougie – Onde você estuda?
- Ah, acabei de mudar para a Hairlignton High School. To no último ano. E vocês?
- Nossa, eu e a estudamos lá também. O Harry e o Danny fazem faculdade de música em Cambrigde.
- Legal! Então vejo você e a amanhã na escola. Até mais!
- Ei! – chamou Danny. – Acho que você vai precisar de uma mochila nova.
- É, você já disse isso.
- Bom, sempre é bom avisar!
- Valeu! – O garoto loiro deixou a casa com seu material na mão.
observou o garoto andar pela rua até virar a esquina e sumir de vista.
- Hum... A gosto desse Tom! Hein, ? – brincou Danny.
- Nossa, nada a ver Danny! – reclamou a garota.
- Mas bem que ele não parava de te olhar! – exclamou Dougie.
- Cala a boca, idiota! – irritou-se .
- Nossa, gostou mesmo dele hein, ! – Danny levantou-se e deu um tapinha nas costas da amiga.
- Nossa, nada ver esse garoto com ela... – disse Harry.
- Você só diz isso porque está com ciúmes! – zombou Dougie.
- JÁ CHEGA! EU NÃO QUERO SABER DESSAS BRINCADEIRAS IDIOTAS! EU NÃO GOSTO DESSE TOM E ELE NÃO GOSTA DE MIM! – possuía lágrimas nos olhos, o que espantou os garotos.
- Nossa, . Qual é? – Danny perguntou colocando a mão no ombro da menina.
tirou a mão de Danny do seu ombro e esbravejou:
- EU ODEIO ESSAS BRINCADEIRAS INFANTIS! CHEGA! E VAI EMBORA DANIEL! VOCÊ TA ME IRRITANDO!
- , não fala assim com o menino! – bronqueou Harry.
- Deixa, cara... Eu já estava de saída mesmo. Minha princesinha deve estar “naqueles dias”. – Danny deu um beijo na testa da garota, o que a deixou mais irritada, deu um tapa na cabeça de Dougie, bateu levemente nos braços de Harry e saiu pela porta.
- O que foi isso ? – perguntou Harry assim que o amigo deixou a sala.
- NADA! – e subiu as escadas correndo.
2. Confissão
fechou a porta com a força às suas costas e deitou de barriga para baixo em sua cama, estava visivelmente irritada. Dougie subiu as escadas para ir atrás da amiga. Bateu à porta.
- QUÊ? – gritou a garota de sua cama.
- , sou eu o Dougie, deixa eu entrar... O que aconteceu, hein? – A garota permaneceu em silêncio – ? – Não houve resposta – Eu vou ficar aqui até você abrir essa porta, nem que eu tenha que dormir aqui. Chega de dar uma de criança, vai. Não aconteceu nada de mais lá em baixo.
Dougie esperou por mais alguns segundos, quando, finalmente a garota abriu a porta.
- Entra – ela pediu.
sentou em sua cama de pernas cruzadas, seu amigo sentou-se de frente para ela.
- – começou Dougie -, não entendi isso!
- Onde está o Harry?
- Ele saiu. Pediu para eu vir falar com você enquanto ele ia comprar alguma coisa para comermos.
- Certeza que ele não ta aqui escutando a nossa conversa?
- ! – Dougie franziu o cenho.
- Responde minha pergunta – disse séria.
- Certeza! Não confia em mim, não?
- Confio, por isso mesmo que eu vou te contar o que está acontecendo. – Dougie mexeu-se desconfortavelmente na cama.
- , qual é o seu problema?
- Nós crescemos juntos, eu e você, passei mais tempo com você do que com meu próprio irmão. Promete que não vai contar a ninguém o que vou te dizer, nem para a ? – A garota olhou nos fundos dos olhos de Douglas.
- Prometo, mas fala logo! To ficando com medo. – Dougie comprimiu os lábios e não tirou seus olhos dos da menina.
- Bom, eu fiquei irritada com essa brincadeira que vocês fizeram insinuando alguma coisa entre eu e aquele Tom porque eu sou completamente apaixonada pelo Danny.
Dougie abriu a boca, mas continuou em silêncio. prosseguiu:
- Você vê como o Danny me trata? Ele age como se eu fosse um bebê perto dele, três anos de diferença não é nada, mas ele insiste em me chamar de ‘princesinha’, ‘amorzinho’, parece que ele sabe que eu gosto dele e vive brincando com os meus sentimentos. – Os olhos de se enchiam de lágrimas – A cada dia que passa parece que minhas chances com ele diminuem e com uma brincadeirinha dessas, ela pode se reduzir a zero.
Dougie fechou a boca e abriu-a novamente para dizer:
- Desde quando você gosta dele?
- Ai, não sei, acho que desde sempre. Eu sempre gostei dele. No início eu até pensei que fosse pelo fato dele sempre me proteger e me abraçar, me beijar e eu podia estar confundindo os sentimentos, podia ser só um carinho. E é normal uma menina pequena gostar do primo mais velho, por exemplo, mas a medida que eu fui crescendo, percebi que esse sentimento não mudara nada, pelo contrário ele fortaleceu e eu tenho certeza que é muito mais que um simples carinho entre irmãos.
Dougie parecia apreensivo, mas mantinha um olhar solidário sobre a garota.
- Mas , você já teve outros namorados! – revirou os olhos.
- Na verdade, ficantes – corrigiu. - Você queria o quê? Eu sou uma menina, tenho hormônios, ok? Você acha que eu devo ficar trancada no quarto por causa de um garoto que acha que eu acabei de sair da fralda?
- Você tem razão. – Dougie fez uma pausa – Nossa, , por que você não se apaixonou por mim? Seria tão mais fácil...
arregalou os olhos.
- Dougie, não vai dizer que você gosta de mim? – o garoto riu.
- Gosto, , gosto muito de você, mas não do jeito que você gosta do Danny. Mas o que eu quis dizer é que, pelo menos, eu não te trato feito um bebê e você teria mais chances. E você sabe muito bem de quem eu gosto. – respirou aliviada.
- Você ainda gosta da ? – ela perguntou.
Dougie fitou suas mãos que estavam apoiadas em suas pernas cruzadas e respondeu:
- Gosto.
- Dougie, conte a ela! – O garoto levantou a cabeça e encarou com um largo sorriso estampado no rosto.
- Ah, então conte ao Danny também. – fechou a cara.
- Você sabe que meu caso é bem mais complicado!
- Tem razão, mas eu ainda não quero contar nada pra ela. Já está muito bom o fato dela ter me aceitado como amigo.
- É, ela não ia com a sua cara – lembrou a garota.
Os dois ficaram em silêncio por um tempo até começar a chorar.
- ! – chamou Dougie – O que foi?
A menina chorava ao mesmo tempo em que ela mesma limpava, desesperadamente, as lágrimas que insistiam escorrer por sua bochecha.
- ! Pára com isso! – pediu o garoto. Ele tentou puxar os braços da menina para que ela tirasse as mãos do rosto, sem sucesso. Dougie a abraçou.
- Dougie – começou ela entre soluços -, por que isso tem que acontecer comigo, eu não podia simplesmente amar outro garoto? – ela soluçou mais alto – Queria tanto ter uma vida normal!
Dougie afastou a menina de seu peito, sua camiseta estava encharcada, olhou no fundo dos olhos dela e disse:
- Olha, eu não garanto que vai dar tudo certo, mas eu vou fazer o que eu puder pra que você fique feliz, nem que eu tenha que esfregar a cara do Danny no asfalto até convencê-lo de que você é a garota certa para ele. – esboçou um sorriso, as lágrimas ainda molhavam sua face.
- Eu te amo! – disse .
- Eu também te amo. – Ele abraçou-a novamente.
Os dois se separaram e disse com um sorriso torto no rosto:
- Desculpe pela camiseta.
- Ai, . Como se tivesse algum problema.
Alguém bateu à porta, era Roger Judd, pai de .
- QUÊ? – gritou a garota achando que era seu irmão.
- , o Dougie ta aí com você? – perguntou Judd.
- Tá, pai.
- Dougie, seu pai ta aí, te chamando pra ir embora.
- Okay, Roger. Já to indo! – Dougie fitou , ainda triste. – Você vai ficar bem? – perguntou.
- Vou – respondeu desanimada. Dougie beijou a testa da garota e deixou seu quarto com certo aperto no coração.
afundou sua cara num travesseiro e deixou que suas mágoas se libertassem, chorou baixo por muito tempo, até resolver tomar banho.
Secou rapidamente o cabelo com o secador e foi se deitar. Demorou, mas a garota finalmente dormiu. Sonhou com Danny, ele e ela estavam numa igreja, ela vestia um lindo vestido de noiva. Ele a esperava no altar com um lindo sorriso no rosto. O padre fez um longo discurso e finalmente perguntou se aceitava Danny como se legítimo esposo, “Sim!”, ela rapidamente respondeu. Na vez de Danny, ele disse “Claro que aceito, afinal isso é só uma brincadeira, não é? Ou melhor, um sonho, só um sonho! , você sempre será meu amorzinho!”.
acordou com um pulo, seus olhos encheram de lágrimas novamente. Eram 5:30, ainda tinha mais uma hora e dez minutos para dormir, todavia ela desperdiçou, pois ficou acordada.
3. Just Remember to Smile
vestiu sua camiseta do uniforme, branca com listras azuis na lateral, uma calça jeans e penteou seus cabelos. Desceu as escadas de sua casa e foi tomar seu café-da-manhã. Harry estava prestes a sair de casa.
- Bom dia, ! – cumprimentou-a – Já estou saindo senão eu perco o trem para Cambridge.
- Ta bom, Harry! – sua voz era rouca - Boa aula!
- Pra você também – ele respondeu saindo, deixando a porta fechada atrás dele.
Após tomar seu café rapidamente e escovar os dentes, pegou sua mochila no quarto e saiu de casa trancando a porta. Ela precisava ir até a estação de metrô para chegar à escola. Seus pais podiam pagar um motorista para levá-los à escola, ou dar um carro a cada filho (Harry até tinha um, mas o usava somente dentro da cidade, não para ir à universidade), dinheiro não faltava para isso, mas por opção de e Harry eles preferiam fazer o que a maioria fazia – usar transporte público -, eles já tinham atenção suficiente agindo de maneira comum, imagine se fossem um dos únicos a chegarem à escola com seus próprios carros ou se andassem por aí com motorista. Danny e Dougie aprovavam a idéia, assim como a seguiam.
andava tranquilamente, o caminho já era bem conhecido e ela não tinha pressa, tinha tempo de sobra, ela sempre foi rápida para se arrumar. Quando estava prestes a virar a esquina um garoto chamou pelo seu nome. Ela virou para o garoto e sorriu.
- Oi, Tom! – cumprimentou.
- , que bom que eu encontrei você, não sei se eu seria capaz de achar o caminho sozinho. - examinou-o ele segurava todo o material na mão. Ela sorriu.
- Você quer uma mochila emprestada? Acho que o Harry deve ter uma sobrando?
- Ah, bom, se tiver uma sobrando acho que eu aceito. Não deu pra comprar outra.
- Claro, afinal a sua rasgou ontem! – Ela riu baixinho. – Então vamos logo até em casa, senão a gente chega atrasado.
Os dois deram meia-volta e seguiram para a casa da garota. Eles entraram e deixou sua mochila no sofá, subiu as escadas correndo e entrou no quarto do irmão. Tom ficou esperando-a, apoiado no sofá. Rapidamente, desceu com uma mochila preta, cinza e vermelha nas mãos. Ela sorriu e disse:
- Sorte sua que o Harry adora mochilas, você precisa ver o estoque que ele tem no armário. – Tom riu.
Ele, desajeitadamente, guardou seu material na mochila.
- Assim que eu comprar uma nova, eu devolvo essa!
- Não tenha pressa! Agora vamos! – A menina sorriu. Tom ficou ligeiramente vermelho.
Dougie chegou à escola cedo, como sempre, entrou na sala vazia e pousou sua mochila na última carteira da última fileira encostada na parede. A música em seu fone de ouvido era alta. Ele sentou-se e encostou a cabeça na parede e fechou os olhos.
Os alunos foram chegando um por um e enchendo a sala de aula. Uma garota aproximou-se e deixou seu material uma carteira à frente, mas na fileira a direita da de Dougie. Ela puxou o fone de ouvido do garoto e deu-lhe um beijo na bochecha. Dougie demorou alguns segundos para raciocinar, sentiu como se tivesse tido uma síncope, olhou para a garota que sorria e piscou algumas vezes.
- Hello, Dougie, tem alguém vivo aí dentro? – ela gesticulou para a cabeça do garoto.
- Oi, ! – ele disse ainda um pouco perturbado. O lugar onde o beijara ainda formigava.
- Cadê a ? – ela perguntou.
- Deve estar chegando... – ele deu de ombros.
- Hum... Já volto – informou levantando-se e sacudindo seu cabelo -, vou ao banheiro. – Ela saiu deixando apenas o rastro de seu cheiro. Dougie ficou quase dopado.
entrou na sala sorrindo, Tom ao seu lado.
- Tom, essa é a sua nova sala, eu sento ali, ao lado do Dougie. – ela apontou para o menino loiro que parecia paralisado. – Acho que não terá problema se você sentar na frente dele.
- Está bem. – Os dois andaram para o lugar mencionado enquanto vários pares de olhos e cabeças os acompanhavam.
- Oi, Dougie – ela disse sorridente enquanto colocava sua mochila na carteira do lado, o menino não respondeu – Dougie?
Douglas sacudiu a cabeça e virou-se para a garota. Depois respondeu:
- Oi, ! Está tudo bem com você? – ele perguntou franzindo o cenho.
- Tudo ótimo! – sorriu.
- Hum... – Dougie olhou para Tom. – Bom dia, Tom!
Thomas virou-se para trás e cumprimentou Dougie.
entrou na classe um pouco antes do professor, correu para seu lugar e cumprimentou animadamente.
- Bom dia, turma! – disse o professor de biologia – Parece que temos um aluno novo – ele analisou um papel na mão -, Thomas Fletcher? Onde está Thomas Fletcher?
Tom, timidamente levantou a mão, vários olhares voaram para sua direção.
- Seja bem vindo, Fletcher! – anunciou o Sr. Beans.
- O-obrigado.
Sr. Beans deu início a aula e deu instruções para um trabalho em dupla.
- , vamos fazer juntas? – pediu , Dougie olhou curioso.
- , - começou – faz com o Dougie, eu vou fazer com o Tom – ela gesticulou para o garoto que se virou para ela ao escutar seu nome.
- Ah, tudo bem...
- Yes! – exclamou Dougie, e arregalaram os olhos. Ele comprimiu os lábios – É, ué, não vou ter que fazer com o Martyn, o esquisito – completou ele, omitindo verdadeiro motivo. Em parte era verdade, porque sempre que fazia trabalho com , ele fazia com Martyn, um menino que só sabe conversar sobre “Yugi Yo”, “Dragon Ball” e “Naruto”. Ele usava uns óculos fundo de garrafa, tinha uma risada esganiçada – principalmente nas horas erradas –, espiava todas as conversas da sala e sentia-se como amigo de infância de todos. Era educado, mas até demais, chegava até irritar, pois toda vez que derrubava a borracha, em um tempo de meia respiração ele já estava lá, agachado, para pegá-la. Como ele sentava-se próximo, pedia para fazer o trabalho com Dougie, a única parte boa era que ele podia dormir, tocar baixo, jogar video game, enquanto Martyn fazia todo o trabalho.
- Shiiu! – pediu – Ele ta olhando pra cá!
- Novidade – completou Dougie revirando os olhos.
- Então você, Dougie, vai com a e eu vou com Tom – confirmou em alto tom, para ter certeza de que Martyn escutara.
O trabalho era grande, assim todos tiveram que terminar em casa.
- Tom, faz assim, hoje depois do almoço você passa em casa e a gente termina o trabalho – dizia ao novo amigo –, a porta vai estar aberta, é só entrar.
- Combinado. – Tom sorriu, sua covinha acentuou-se novamente.
O sinal para o intervalo tocou, esboçou um sorriso e perguntou:
- Quer conhecer a escola?
- Claro.
Os dois levantaram-se de suas carteiras, ao mesmo tempo de e Dougie. Uma menina bonita de cabelos aproximou-se dos quatro, sorriu tímida e pronunciou-se.
- Ern... Oi, meu nome é ... É... – Ela parecia falar só com Tom, seus olhos brilhavam – Eu sou representante da turma, eu vim te perguntar se você já pegou os horários de aula e o calendário do semestre? – ela desviou o olhar para os pés.
- Não... – sua expressão mudara, ele não sorria mais, franzia a sobrancelha – Onde eu pego?
- Na monitoria. Eu te levo! Se quiser, claro. – Suas bochechas queimaram.
- Ah, tudo bem, não precisa, acho que eles me levam, obrigado . – A menina corou ao ouvir seu nome sendo pronunciado pelo garoto.
- Tom, - apressou-se a dizer – vá com ela pegar o que for necessário, a gente te espera na cantina – virou-se para – Você leva ele até lá também?
- Claro! – sorriu agradecida.
“Caramba, se eu recebesse pra trabalhar como cupido, já ganharia duas vezes, no mesmo dia!”, pensou sorrindo satisfeita.
e Thomas saíram em direção à porta, ela tropeçou antes de sair e Tom pôs as mãos em seus ombros perguntando se ela estava bem, Ba respondeu afirmativamente. Dougie riu.
- Vamos! – chamou-os sorridente, enquanto andava saltitante para a porta. Os dois a seguiram.
- Hum, vou ao banheiro – anunciou .
- De novo, ? – perguntou Dougie. franziu o cenho e passou pelo garoto batendo seus ombros nos dele.
e Douglas ficaram sozinhos no corredor.
- O que as meninas fazem tanto no banheiro? – Dougie perguntou sorrindo.
- Nem te conto! – repuxou os lábios e abafou um riso forçado.
Dougie fechou a cara e encarou amiga.
- – chamou.
- Hum – respondeu absorta.
- Como você consegue isso?
- Isso o quê? – Ela olhou o amigo, procurava em sua expressão a resposta para a pergunta.
- Você ta tão feliz. Ontem, quando eu saí da sua casa você tava tão triste. Achei que você ia estar mal hoje. – sorriu.
- Ah, Dougie, as meninas vivem chorando pelo mesmo motivo e vivem de TPM também, mas já pensou se dá de todas estarem mal no mesmo dia? E sem contar que as pessoas acabam sendo influenciadas com a energia que sai de você, se sua energia é ruim, todos à sua volta ficam mal, e você acaba piorando. Eu já chorei o que tinha que chorar ontem, hoje é um novo dia, bola pra frente. Estampe um sorriso no rosto e vai ficar tudo bem. É o que eu penso. Ninguém precisa ser infectado por minha tristeza e tem outra, eu não tenho motivos pra chorar, você ta aqui comigo!
Dougie sorriu ao escutar a última parte depois disse:
- Nossa, , você... Fala demais! - abriu a boca, seus olhos eram de indignação, ela deu um tapa no ombro do amigo. – Ai! – exclamou de dor – Por que me bateu?
- Eu aqui, expondo meus sentimentos para você, melhor, dando uma lição de vida e você diz que eu falo demais? Muy amigo você.
Dougie riu.
- Não, agora falando sério. Você é demais, qualquer outra garota estaria choramingando por aí, se fazendo de coitadinha só para chamar atenção.
- E é só isso que muitas delas querem mesmo: chamar atenção.
Dougie balançou a cabeça afirmativamente, comprimindo os lábios.
Uma menina agitada passou por eles e cumprimentou-os animadamente.
- Oi, Dougie! , tudo bem?
- Olá – respondeu educadamente.
- E aí, Queen, beleza? – cumprimentou Dougie sorrindo.
A menina pareceu explodir de emoção ao escutar seu apelido, ela abriu a boca para responder, mas ao invés disso, saiu correndo com um sorriso perdido no rosto e foi encontrar-se com as amigas.
- Dougie, você é muito mal!
- Ah, só matei uma menina da 5ª série do coração.
- E você parece adorar fazer isso.
- Um pouco. – Ambos riram.
- .
- Quê?
- Posso fazer só mais uma pergunta?
- Faz – respondeu olhando nos olhos de Douglas.
- Bem, você disse que não tem problema namorar outros garotos...
- Ficar – interrompeu .
-... Ficar com outros garotos. Certo?
- Certo – ela respondeu erguendo uma sobrancelha.
- Se isso não é um problema, por que ficou tão irritada com a brincadeira com o Tom, não faria diferença mesmo se você ficasse com o ele.
A garota hesitou um pouco antes de responder:
- É, você tem razão, mas é que tudo aquilo me confundiu um pouco, porque... Meio que... Bem, o Tom mexeu um pouco comigo. É isso! Eu não teria ficado irritada se o Tom não fosse tão bonito e atraente. – sentiu vergonha de suas próprias palavras, fitou a porta do banheiro e viu em frente ao espelho ajeitando o cabelo.
- Eu sabia! – exclamou Dougie.
- Ta, agora fica quieto que a ta vindo. – continuava envergonhada.
- Até que enfim!
Os três foram a até a cantina e encontraram Tom, ao lado de , que parecia estar exibindo um troféu a todos que passavam.
4. Hormônios
passou os dois próximos intervalos junto a Tom, , e Dougie. Os três últimos estranharam, já que a garota não tinha esse hábito, era sempre reservada, mas não reclamaram.
Era totalmente perceptível a queda dela por Tom, logo no primeiro dia do garoto na escola. Renderam boas risadas o jeito como ela ficava atrapalhada e muito parecida com Tom, que pareceu ser o único a não perceber as investidas de .
Após as aulas , Dougie, Tom e pegaram o metrô juntos na estação exatamente na esquina da escola.
- ! Dougie! – gritavam alguns alunos que passavam por eles na estação e acenavam com a mão. Ambos sorriram e acenaram de volta.
- Como vocês agüentam isso? – perguntou Tom.
- A gente acostumou, já – informou . – E eles também acostumaram com a gente.
- É, quando eles ficaram sabendo quem eram nossos pais, era uma falsidade só; todo mundo queria conversar conosco – completou Dougie.
- Mas você tinha que ver o Harry e o Danny – disse entrando pela porta do metrô -, eles criavam muito tumulto, se sentiam os astros da escola; as meninas viviam correndo atrás deles. – A garota revirou os olhos.
Tom riu, Dougie fez uma careta e repetiu a ação da amiga.
e Dougie desceram juntos - iria terminar o trabalho na casa do garoto -, e Tom desceram duas estações depois.
- Pode vir assim que terminar de almoçar, a porta estará aberta! – avisou a Tom, enquanto entrava pela porta de sua casa e o menino seguia reto para a sua.
Ele assentiu com a cabeça e sorriu.
Antes de abrir a porta escutou uma risada alta e rouca. Inconfundível. Era a risada de Danny.
Ela riu baixinho.
Ao entrar seu sorriso se desfez. Seu irmão, Harry, estava sentado no encosto do sofá, do lado de trás; os pés no chão estavam cruzados, assim como seus braços. Mas não foi isso que mexeu com o humor de .
Danny.
Danny estava sentado no sofá ao lado de uma garota linda e loira. Ele estava com as mãos em sua cintura e alternava beijinhos no queixo, nariz e boca enquanto riam, assim como fazem bobos casais apaixonados.
Harry, quando viu a irmã, inclinou a cabeça e ergueu uma sobrancelha.
- Hey! Algum problema? – perguntou.
- Não – respondeu seca.
Danny largou a loira e levantou-se.
- Hey, pequena – Danny cumprimentou , dando-lhe um beijo na testa. Ele virou-se para a garota no sofá – Essa é a , linda! A minha princesinha! – A loira sorriu amarelo para , que não deu a mínima e foi lavar as mãos no banheiro.
- A ta aí! – avisou Harry, quando a irmã tentou abrir a porta do banheiro.
- Hmm. Eu lavo a mão lá em cima! – Quando disse isso, , namorada de Harry, saiu do banheiro.
- Ah, oi, ! – cumprimentou .
- Oi, ! – respondeu desanimada. Ela gostava de , mas ainda estava perturbada pelo que vira.
- Nós vamos sair – avisou Harry.
- Aonde vão?
- Não sei, vamos andar por aí – respondeu, enquanto passava o braço pelos ombros da namorada e entrelaçava seus dedos aos dela.
não quis olhar quando os quatro despediram-se e saíram pela porta.
Depois de almoçar, ainda estava um pouco perturbada. Quando Daniel a chamava de princesinha era como uma canção em seu ouvido, mas no fundo doía.
“Por que ele não chama a namoradinha dele de princesinha?”, pensou ela.
Uma música não saía de sua cabeça, tanto a letra como a melodia.
sentou-se ao piano e tentou recordar-se das notas. Quando deu por si cantava:
-“It's all about you; It’s all about you, babe; It’s all about you…”
Tentou tocar a próxima parte, mas as notas para ela ainda não eram conhecidas. Começou novamente, mas parou na mesma parte. Ouviu passos atrás de si e depois alguém se sentou ao seu lado no banquinho do piano.
Tom não disse nada à garota, apenas sorriu e tocou para ela a parte da música que faltava.
- Uau! – suspirou.
Thomas olhou no fundo de seus olhos e disse:
- Há algo de errado com você, não há?
baixou os olhos.
- Não. Está tudo bem. Sua música é linda, sabia?
Tom riu baixinho; com uma das mãos ergueu a garota pelo queixo forçando-a a encarar-lhe. Na opinião do garoto ela era linda; possuía feições delicadas e seus cabelos eram de um brilho quase incomum.
também achava Tom bonito. Sua covinha era um charme e tanto, mas talvez nada comparada aos lindos olhos azuis e voz perfeita de Danny.
Sem nem ao menos a garota perceber, Thomas grudara seus lábios aos dela; fez um curto e leve movimento com a boca, mas foi impedido de continuar por , que delicadamente o empurrou com uma de suas mãos em seu peito.
Os dois ofegaram.
- Desculpe – pediu Tom rapidamente – Desculpe, , sério. – Seus olhos eram suplicantes.
- Tom. Olha, você é legal, bonito e tals, mas olha, não me leva a mal. Não gosto de você nesse sentido.
- Não, . Eu entendo perfeitamente, eu que fui um idiota. Desculpe. E, se quiser saber, eu também não sinto nada assim por você. Não sei o que deu em mim!
- Hormônios – afirmou .
- O quê?
- Ah, Tom, você sabe. Adolescentes têm disso. Tudo bem, você está perdoado.
~*~
Dougie e estavam deitados no chão da sala de TV. Ambos com livros abertos.
Dougie fitou a garota a sua frente. Os cotovelos no chão, os punhos junto às bochechas e os olhos percorriam as páginas do livro de biologia. De vez em quando ela pegava a lapiseira do chão e anotava em seu caderno, ponderava um pouco com uma pequena parte da caneta na boca. A boca de Dougie parava um pouco aberta quando olhava o decote da menina e quando seus cabelos caiam em cascata sobre seu rosto.
- O que foi? – perguntou ao ver o amigo paralisado olhando para ela.
- Er... Nada. – Dougie corou.
- Vamos, Dougie, trabalho, temos muitos exemplos de cada filo para procurar ainda!
- Esta bem, esta bem... – Ele revirou os olhos e voltou sua atenção aos livros.
“Era só o que me faltava”, pensou ele. “Trocar por anfíbios!”. Dougie bufou.
Eles continuaram o trabalho por um longo tempo. Depois que passou a última palavra do trabalho a limpo, deitou-se sobre o livro ainda aberto, esticando seu braço sobre ele e afundando sua cabeça. Sua mão estava próxima a de Dougie, deitado quase de frente a ela. Ele hesitou por um instante, mas pegou a mão da garota e começou a brincar com os dedos dela, mas seus movimentos eram delicados como carinhos. levantou a cabeça do livro e olhou o amigo.
- O que é isso, Doug?
Dougie parecia não ter percebido o que fazia, mas largou a mão da amiga e aproximou-se mais dela. Ele pôs uma mecha do cabelo dela atrás da orelha. parecia confusa.
- Douglas, o que está fazendo? – tornou a perguntar.
- Shiu – pediu Dougie enquanto acariciava o rosto dela com as costas da mão.
Com um movimento rápido e quase imperceptível, Dougie beijou , que no início correspondeu, deixando que o garoto quase deitasse sobre ela, mas depois o empurrou e levantou-se num pulo.
- DOUGLAS! – gritou. Seu rosto estava vermelho de indignação.
- Desculpe, . Me perdoa, mas é que... , bem... É, por favor, me escuta... Eu gosto de você. Sempre gostei! Eu só não resisti, você está tão bonita. – Ele, involuntariamente, olhou para o decote de .
A garota repuxou os lábios e murmurou:
- Malditos hormônios!
- O que disse?
- Nada. Estou indo! – avisou enquanto pegava suas coisas e saía.
5. Uns têm esperanças, outros sofrem por não tê-las.
e Tom passaram um bom tempo terminando o trabalho. Apesar do que acontecera mais cedo não houve constrangimento. Conversaram e riram normalmente. Ambos entenderam o que ocorrera. Eram só os hormônios adolescentes agindo.
- Sabe, . Acho que seremos bons amigos – conjecturou Tom.
- Com certeza! – Concordou e em seguida sorriu.
- Bom, eu estou indo. Vou a casa do meu primo para lhe dar aula de guitarra.
riu.
- Sério!? Você dá aula de guitarra?
- Só para meu primo, mesmo. – Ele sorriu.
- Então, ta. Boa aula! – desejou a garota a Tom.
Tom acabara de fechar a porta quando o telefone tocou. correu para atender.
- Alô?
- Oi, ! - Doug! Tudo bem?
- Ah, então, mais ou menos. E você? - Bem.
Fez-se uma pausa e os dois suspiraram. Depois disseram ao mesmo tempo:
- Preciso te contar uma coisa! – Eles riram.
- Você primeiro – pediu Dougie.
- Não, pode falar.
- Eu fiz uma cagada, . - Douglas, o que você fez? – mexeu-se no sofá.
- Humm – murmurou – eubeijeia. - O quê? – perguntou apertando os olhos.
- Eu beijei a , . Fiz a maior cagada da minha vida! Ela nunca mais vai falar comigo – concluiu.
A boca de abriu-se.
- Não! – ela exclamou. – Dougie, o que aconteceu depois? O que ela disse?
- Bom, ela disse alguma coisa como “Hormônios!” e saiu. riu.
- O que é engraçado? – perguntou Dougie indignado.
- Nada, desculpe. É que, talvez, ela não fique brava com você.
- Tomara – torceu Douglas. – Mas parece que você queria me contar alguma coisa também. começou a rir. De novo.
- ! Dá pra você me explicar!? – ordenou o garoto.
- Ta, tudo bem – ela disse ainda rindo. – Parece que você e o Tom tiveram a mesma idéia.
- Como assim? – sibilou Dougie.
- Ele me beijou, Doug. – revirou os olhos.
Dessa vez Dougie riu.
- Me explica isso – pediu.
contou toda a história ao amigo.
- Então vocês ficaram numa boa? Sem constrangimentos? – perguntou um pouco surpreso.
- Sim. – Ela sorriu. – Somos bons amigos agora.
- Achei que você o expulsaria depois disso! – Seu tom de voz era de indignação.
- Ta com ciúmes, Poynter?
- EU!? Claro, que não. - Que bom, pois você é e sempre será meu melhor amigo!
Eles ficaram em silêncio por alguns segundos.
- Então nós tivemos uma tarde agitada, não? - Pois é – concordou .
- Ei, e o Harry não viu nada? - Ah, ele saiu com a , o Danny e a namorada dele – informou com um nítido desânimo em sua voz.
- O Danny ta namorando!? – Dougie estava surpreso com a notícia.
- Aham...
- Ah... Eu sinto muito, . - Tudo bem. – Seu tom de voz era o mesmo de antes, desanimado, triste e quase sem esperanças. – O Harry chegou, vou desligar – avisou ela. – Tchau, Dougie. Até amanhã!
- Até. Beijo. - Beijo. – desligou o telefone e ajeitou-se no sofá, os olhos atentos a porta.
Harry foi o primeiro a entrar, trazendo pela mão. pôde escutar o pequeno diálogo entre Danny e sua namorada, Fane.
- Ah, amor, não quer mesmo entrar?
- Não, Danny, sério, preciso ir...
- Ah, tudo bem, então – lamentou-se Danny. – Não quer nem que eu leve você até sua casa?
- Oh, meu txuquinho, não precisa, fofo, já falei. Eu posso pegar o metrô aqui perto.
- Tuuudo bem. – Ele abriu um largo sorriso. – Vou ficar com saudade. – Fez um biquinho.
- A gente se vê amanhã, meu txuquinho!
Ele a puxou para perto e deu-lhe um selinho estalado. Ela saiu andando pela rua.
Toda aquela conversinha causou náuseas em ; ela não pôde reprimir uma careta quando Danny entrou.
- ! – Danny disse animado. - Estava com saudades!
Aquelas palavras não eram verdadeiras. Eram brincalhonas. A expressão da garota desmoronou, ela parecia sentir dor, mas tentava reprimi-la.
- Você parece mal – observou Danny. – Aconteceu alguma coisa?
- Não – mentiu.
Danny sentou-se ao lado dela no sofá. A garota olhava pra baixo. Ele curvou-se para que sua cabeça ficasse na direção da dela.
- Você tem certeza? Pode me contar! Detesto te ver assim. Você pode contar comigo, estou aqui pra te ajudar.
respirou fundo e, enfim, encarou o garoto.
- Eu estou perfeitamente bem. Não há nenhum problema. Só estou cansada; fiz um trabalho muito cansativo hoje a tarde – mentiu ela novamente. Em partes, na verdade.
- Hmmm – murmurou Danny. – Então ta, minha princesinha. Quando quiser falar é só me chamar.
- Danny, ela já disse que está bem, deixa ela – pediu Harry.
Danny olhou para Harry e assentiu, logo depois pegou a mão da garota e deu-lhe um beijo. cerrou os dentes para controlar-se.
- , vamos ensaiar amanhã, chame o Dougie e o Tom – informou Harry. – Estou pensando em ensaiar com o Tom todas nossas músicas prontas e irmos atrás de gravadoras.
assentiu e correu para quarto em seguida.
Thomas e foram, novamente, juntos a escola. Dougie e estavam em seus lugares de costume, mas rabiscava o caderno sem desviar o olhar, enquanto Dougie a observava. Ele parecia sentir dor e desolado.
sentou-se atrás dele, como sempre e ao lado de .
- Oi, Doug, ! – cumprimentou .
Tom fez o mesmo.
Quando responderam, os olhares de e Douglas se cruzaram e ambos fitaram o chão em seguida.
- Vocês ainda não conversaram sobre ontem? – cochichou para Dougie antes de o professor começar a chamada.
- Não. Ela nem falou ‘oi’ para mim.
comprimiu os lábios. Dougie recostou-se na parede e olhou para novamente, que acabara de responder à chamada.
No intervalo, chamou para ir ao banheiro.
- Chateada com o Dougie, pelo o que ele fez ontem? – perguntou .
- Não sei se estou chateada, acho que confusa – respondeu . – Não entendi direito porque ele me beijou.
revirou os olhos.
- Ele gosta de você, . É um motivo.
- Gosta!? – espantou-se. – Acho que não, foi só impulso causado pelos hormônios – tentou convencer-se.
- Vai por mim, ele gosta mesmo de você. E eu ficaria chateada se você parasse de falar com ele. Se não quer nada com ele, diz logo.
- É que eu não sei...
sorriu. Estava feliz; seu amigo tinha uma chance.
6. Pense um pouco em você
- Promete que quando sairmos daqui você vai cumprimentar o Dougie? – perguntou a enquanto caminhavam para o exterior do banheiro.
mordeu o lábio inferior e respirou pesadamente; depois respondeu:
- Prometo.
- E vai dizer que não está brava com ele e talvez dê a ele uma chance.
- Eu direi a primeira parte, mas a segunda não.
- Ainda não, só quando tiver certeza...
parou e teve que olhar para trás com olhos anciosos.
- , eu não sei de nada ainda. O Dougie é um cara legal, mas...
- Tá, tá, eu já sei; não precisa dizer nada. – revirou os olhos. – Só não pare de falar com ele que está ótimo.
sorriu e disse:
- Não vou.
~*~
- Eu queria mostrar mais uma música a vocês que eu fiz faz um tempinho – disse Tom enquanto ele, , e Dougie voltavam do intervalo para a classe.
- Ótimo! – aprovou . – Eu nunca te vi tocar.
- É mesmo! – concordou .
- Que tal se a gente for pra sala de música agora? – sugeriu Douglas.
- Mas e a aula? – questionou.
- É educação física agora – lembrou Dougie. – Ninguém precisa dela!
- Tem razão! Só vou chamar uma pessoa! – avisou .
Todos expressaram dúvida.
- Me esperem lá na sala que eu já vou.
e Dougie sentaram-se lado a lado, cada um em um pufe no chão. Tom sentou-se sobre um tapete vinho, o violão no colo.
entrou na sala com em seu encalço.
- Oi – disse tímida.
- Oie! – os três já presentes responderam em uníssono.
- Sente-se – pediu enquanto acomodava-se em outro pufe ao lado de Dougie.
- Er... Bem, - começou Tom – faz pouco tempo que eu fiz essa música, ela é triste, mas gosto bastante da melodia.
Todos assentiram para que ele prosseguisse.
Tom tocou a seguinte música:
She walked in and said she didn't wanna know (Ela entrou e disse que não queria saber) Anymore (mais) Before I could ask why she was gone at the door (Antes que eu pudesse perguntar o porquê, ela tinha saído pela porta) I didn't know, what I did wrong (Eu não sabia o que tinha feito de errado) But now I just can't move on (Mas agora eu não consigo seguir em frente)
Since she left me (Desde que ela me deixou) She told me (Ela me disse:) Don't worry (“Não se preocupe”) You'll be ok you don't need me (“Você ficará bem, você não precisa de mim”) Believe me you'll be fine (“Acredite em mim, você vai ficar bem”) Then I knew what she meant (Então eu soube o que ela quis dizer) And it's not what she said (E não era o que ela disse) Now I can't believe that she's gone (Agora eu não consigo acreditar que ela se foi)
I tried calling her up on her phone (Eu tentei ligar para ela…) No one's there, (Ninguém em casa) I've left messages after the tone... (Eu deixei mensagens depois do bip…) Really? (“Sério?”) Yeah man loads (É, cara, um monte)
I didn't know, what I did wrong (Eu não sabia o que tinha feito de errado) But now I just can't move on (Mas agora eu não consigo seguir em frente)
Since she left me (Desde que ela me deixou) She told me (Ela me disse:) Don't worry (“Não se preocupe”) You'll be ok you don't need me (“Você ficará bem, você não precisa de mim”) Believe me you'll be fine (“Acredite em mim, você vai ficar bem”) Then I knew what she meant (Então eu soube o que ela quis dizer) And it's not what she said (E não era o que ela disse) Now I can't believe that she's gone (Agora eu não consigo acreditar que ela se foi)
- Então, ela se chama “She Left Me”.
- Uau, Tom, ela é... triste – avaliou .
- Eu disse que era.
- Essa história da música, ela é real? – perguntou Dougie.
- Aham. Infelizmente. – Tom baixou os olhos.
- Sinto muito – disse Douglas.
- A menina da história, é a mesma da de “All About You”? – perguntou .
- Sim.
- Você gostava mesmo dela... – a menina lamentou.
- Acho que ainda gosto. Não sei, eu ainda penso nela...
Um silêncio se fez na sala.
apoiou o queixo em uma das mãos e suspirou, ao seu movimento, Dougie a fitou.
mordeu o lábio inferior e Tom deixou o violão de lado.
Quando o silêncio começou incomodar, levantou-se em um pulo e saiu correndo da sala.
- O-ou! – fez Dougie.
Tom mostrou os dentes numa careta.
- Vou falar com ela! – avisou enquanto fazia o mesmo que .
~*~
- Eu não sabia que ela gostava de mim – disse Tom a , Dougie e enquanto saíam da escola. – Tipo, eu conheci ela ontem!
- Eu tinha minhas suspeitas... – informou Dougie.
- Pra mim tava na cara! – completou .
- Pra mim também – concordou .
riu e disse:
- To indo, vejo vocês amanhã! – E seguiu seu caminho a pé até sua casa.
- Dougie, Tom, almoçam em casa hoje?
- Ok.
Os três pegaram o metrô na estação de costume. Era horário de pique, metrôs quase lotados.
e Dougie conseguiram sentar lado a lado, Tom ficou de pé a frente deles. Foram conversando durante o caminho.
- Ah, Tom – suspirou -, não sabia que você ainda gostava da sua ex.
Tom comprimiu os lábios.
- Seria legal se você desse uma chance a .
- ! – reprimiu Dougie.
- O quê?
Douglas revirou os olhos.
- Olha, – começou Tom -, não é uma má idéia, mas eu mal conheço ela e... Não posso dizer que vai ser algo fácil.
- Eu sei que não vai ser fácil pra você esquecer a garota, mas um romance agora vai te fazer bem, não acha?
- É, talvez.
~*~
- Olá! – cumprimentou Sra. Judd quando os três entraram em casa. – Então você é o famoso Tom? – perguntou ela a Thomas.
- S-sim – respondeu.
A mãe de Harold e deu um beijo em cada um e avisou em seguida:
- O almoço está na mesa.
Harry estava deitado no sofá da sala de TV, Danny no outro.
- Depois do almoço, ensaio! – gritou Harry esticando a cabeça para a porta que dava para a sala de estar.
Harry sentou-se a bateria pensativo, Danny jogou-se no sofá.
Tom, e Dougie saíram da sala de jantar e dirigiram-se ao encontro de Danny e Harry.
- E aí, pessoal! – cumprimentou Harry.
- E aí? – disseram , Dougie e Tom.
- Gente, o Tom tem mais uma música para mostrar a vocês! – avisou .
Tom arregalou os olhos.
- Vai, Tom, ela é perfeita! E eu sugiro um dueto com o Danny quando ele conhecer a música.
- Gostei dessa parte! – exclamou Danny mexendo-se curioso no sofá com os olhos brilhando.
- Ah, então ta...
E ele tocou novamente a música. deu os palpites de onde Danny deveria cantar após passarem a música para o papel.
Fizeram alguns testes.
- Nossa, ficou muito boa – avaliou Danny – , você é perfeita! Um dia eu ainda caso com você!
deu um sorriso tímido e baixou a cabeça.
- Até parece – murmurou ela.
- É verdade! Você é perfeita! – Danny sentou-se ao lado de no sofá e a abraçou.
Dougie tossiu alto. Harry apenas ergueu a sobrancelha.
- Minha princesinha! – ele voltou a dizer e beijou o topo da cabeça de .
A garota continuou com a cabeça baixa.
Douglas olhou a cena reprovando-a com um balanço de sua cabeça.
Eles ensaiaram mais algumas vezes a música. resolveu não dar mais palpites, só observou. De vez em quando baixava a cabeça, principalmente quando Danny punha a língua pra fora e balançava os cabelos suados enquanto tocava guitarra.
- Acho que já deu por hoje – disse Harry enquanto tentava acertar sua baqueta dentro de uma espécie de vaso que guardava outras baquetas.
Ele ergueu a sobrancelha quando a baqueta bateu na borda e caiu no tapete do chão.
- Dude, to acabado! – informou Danny – Eu já to indo pra casa porque combinei de sair com a Fane e acho bom eu tomar um banho antes. – Ele riu.
sentiu uma forte pontada no peito quando ouviu. Dougie jogou-se ao lado dela no sofá e, despreocupadamente, passou o braço sobre o ombro da amiga.
Ela sorriu fraco para ele.
- Tchau pra vocês! – Danny acenou com a mão para os amigos.
- Eu vou tomar um banho! – avisou Harry – Tom, Dougie, seu eu não ver mais vocês hoje, até amanhã!
- Eu já to indo também – anunciou Tom. – Tchau pra vocês, até amanhã!
- Tchau, Tom!
Dougie olhou no fundo dos olhos de e disse:
- Precisamos conversar.
franziu a sobrancelha.
- Olha, muito legal o que você fez por mim hoje. Você ter falado com a , fiquei muito feliz. E depois você deu maior apoio à . Você foi muito legal, sério. Mas , você não ta esquecendo de alguém, não?
analisou o chão pensativa. Depois perguntou:
- Quem?
Dougie revirou os olhos e disse:
- Ai, . Você, claro.
- Ham? – abriu a boca.
- Olha o que o Danny faz com você. Te trata feito uma criança e você deixa! Você aceita as brincadeiras numa boa, mas no fundo elas te machucam. Você é boa para convencer os outros, mas não é boa o suficiente para convencer a si mesma que está na hora de abrir os olhos do Jones.
- Quer saber? Você tem razão, Doug. Eu vou agir diferente... Eu fico feliz quando vocês estão felizes, mas acontece que eu nunca fico feliz por mim, eu nunca estou feliz verdadeiramente.
- É assim que se fala, dude! – Dougie deu um soquinho na amiga.
7. Boatos embaçam o caminho
No outro dia cedo, Tom apareceu a casa de antes do esperado. Ele tocou a campanhia; Harry abriu a porta.
- Oi, Tom – cumprimentou Harry.
Tom segurava uma mochila vazia, preta, cinza e vermelha nas mãos e nas costas uma mochila inteira preta.
- Oi, Harry. Trouxe sua mochila. Valeu!
- Ah, que é isso, Tom, nem precisava devolver! Pode ficar pra você se quiser! Agora você é da minha banda, cara.
- Valeu, Harry, mas agora eu já tenho a minha, mas esta aqui foi útil!
- Bom, então entrega pra , tenho que ir, tchau!
- Tchau!
Harry passou por Tom e este adentrou a casa.
- ? – ele chamou.
- Tom! Chegou cedo – observou a garota descendo as escadas.
- É. Eu vim devolver a mochila. Obrigado.
- Aaah. Magina! – sorriu. – Comprou uma nova?
- É, eu fui ontem ao shopping depois que saí daqui.
- Legal, gostei dela!
Tom sorriu, depois perguntou:
- Então vamos?
- Vamos.
~*~
Enquanto e Thomas andavam pelo corredor da escola, eles podiam escutar murmúrios incomuns de alguns alunos. Algumas vezes uns “Hmmm” mais altos, uns assobios e tosses forçadas.
Tom, apreensivo, fitou , que ergueu os ombros como resposta.
Ao entrarem na sala de aula encontraram cabisbaixa.
- ? – chamou . – O que houve, ? Algum problema?
e Thomas olhavam receosos para a garota de cabelos .
levantou o olhar à altura de Tom e . Seus olhos estavam marejados. franziu o cenho.
- ? – Tom chamou com cuidado, quando a garota não respondeu.
- Vocês... vocês estão mesmo namorando?
- O QUÊ!? – gritaram e Thomas ao mesmo tempo.
- É o que todo mundo está dizendo!
- Ah, então é isso o motivo dos murmúrios – avaliou .
- Então vocês estão mesmo... – recusou-se a terminar a fala.
- NÃO – negou .
- Não mesmo – reforçou Tom.
começou a rir; Tom e a fitaram.
- Essa escola é uma piada, ou melhor, as pessoas dessa escola! Cada uma!
sorriu fraco.
- Então é tudo mentira dessa gente?
- Claro que é, ! – respondeu .
- Desculpe, então!
- Tudo bem!
- Você não devia acreditar no que esse povo diz – disse Tom a .
- É mesmo – concordou . – O Dougie escutou essa? – virou a cabeça para procurar o amigo. – Ué, cadê o Dougie?
ergueu os ombros.
- Será que ele não vem, hoje?
- Pelo jeito não. Ele não chega sempre cedo? – perguntou Tom.
- Chega. Que estranho.
acabara de dizer a última frase quando seu celular vibrou em seu bolso. Ela olhou o visor e viu ser Dougie.
- É o Dougie! – ela avisou aos amigos antes de por o celular no ouvido. - Dougie?
- ? – Douglas chamou fraco.
- Doug? O que você tem? Sua voz está péssima.
- Pois é, . Cheguei em casa ontem e não parei mais de espirrar. Tô com uma febre maldita e minha garganta ta inflamada. - Nossa, Doug, que horror... Então, pelo jeito você não vem...
- Não... - Então, ta. Melhoras, nanico!
Dougie bufou ao telefone.
- Valeu, sorriso. riu. ‘Sorriso’ era um apelido que ele dera a ela, quando tinham nove anos.
Ela desligou o telefone e seus amigos a fitavam.
- Dougie está doente. Está com febre e com a garganta inflamada.
Todos expressaram compaixão.
entrou na sala após voltar do banheiro e viu os amigos.
- Oi, gente! – ela disse.
- Oi! – todos responderam.
- , você sabe do Dougie?
- Ah, ele acabou de me ligar; ele está doente.
- Hmmm – disfarçou sua preocupação.
- É melhor irmos sentar, o professor está entrando – sugeriu Tom. Ele olhou para e perguntou: - Por que você não senta lá com a gente hoje? O lugar do Dougie está vago.
sorriu realizada, seu coração disparou.
- Cla-claro! – ela respondeu, por fim.
Tom sorriu para ela e em seguida foi à sua carteira sentar-se.
~*~
- Doug ligou pra você pra dizer que não vinha? – perguntou a quando estavam no banheiro, durante o intervalo.
- É, ele ligou um pouquinho antes de você entrar na sala.
- Ah...
“Achei que ele ligaria para mim”, pensou .
riu maliciosamente; parecia poder ler os pensamentos da amiga.
- , você não escutou as fofocas sobre eu e Tom?
- Ah, escutei, mas não acreditei, claro.
- Ah, que bom, pois não acredite.
revirou os olhos.
- Eu conheço o povo dessa escola.
As duas riram concordando.
~*~
Pelo terceiro dia seguido, Danny e Harry saíram mais cedo da faculdade. Estava acontecendo um evento para a pós-graduação que obrigava a universidade a parar seus serviços uma hora mais cedo.
- Acho que vou buscar a , o Tom e o Dougie na escola, que ir? – perguntou Danny a Harry.
- Agora que você ganhou essa Tucson, você ta metido, hein? Não quer saber mais de vir de trem comigo e agora quer ir buscar minha irmã na escola só pra exibir o carrão, né? – zombou Harry.
Danny revirou os olhos.
- Você quer ir, ou não quer?
- Não, me deixa em casa primeiro.
Danny assentiu.
~*~
Danny chegou à escola de , Dougie e agora de Tom também; desceu do carro.
Ele vestia um casaco cinza escuro por cima de uma camiseta azul marinho. Usava uns óculos de sol ‘Ray Ban’ e em seus cabelos castanhos formavam leves cachos na ponta que esvoaçavam ao vento. Ele sorriu quando viu uma velha conhecida, da qual Danny não recordava o nome, vindo em sua direção.
- Danny Jones! – exclamou a garota de olhos tão azuis quanto os de Danny.
- Olá – ele disse sem jeito por ter esquecido o nome dela. – E aí, tudo bem?
- Tudo e você?
- Tudo ótimo!
A garota sorriu.
- O que você veio fazer aqui? Saudade do seu tempo de High School?
- Ah, saudade eu tenho, sim, mas só vim buscar a , o Doug e o Tom. Você já conhece o Tom?
- O namorado da ?
Danny franziu o cenho e inquiriu:
- Namorado!?
- É... A escola toda está comentando do novo namorado dela! Ele é bonito! – Ela sorriu ruborizada.
- Acho que não é namorado, não. Pelo menos eu não vi nada entre eles e também não me disseram nada... – Danny disse perplexo.
- Talvez ela não queira que você saiba, por enquanto... Acho que eu falei demais, deixa eu ir. Foi bom te ver, Danny!
- Foi bom te ver também... – Ainda não lembrara o nome dela.
Os dois sorriram e a garota partiu.
Não demorou muito para Daniel conseguir ver e Thomas vindo lado a lado em sua direção. andava na direção oposta para ir a sua casa.
- ! – Danny chamou.
viu Danny parado a alguns metros e puxou Tom ao seu lado para ir até o mais velho.
- Danny? O que você veio fazer aqui?
- Saímos mais cedo de novo e eu vim buscar vocês! – Ele sorriu satisfeito apontando para sua Tucson.
- Ah, o seu carro novo que eu ainda não tinha visto! Lindo, Ratleg!
- E está aqui prontinho pra te levar pra casa, princesinha.
revirou os olhos e repreendeu o amigo:
- Princesinha, uma ova!
Danny espantou-se.
- O que foi, pequena?
- Dá pra você parar de me chamar assim? Não sou seu bebezinho, Daniel! – cerrou os dentes.
- Tá, parei... – avisou Danny confuso.
“Pelo jeito aquilo que a garota... a... acho que Thaysa... isso, Thaysa! Acho que ela tinha razão, a e o Tom estão namorando e, por algum motivo, ela não quer me contar!”, pensou Daniel.
O moreno arqueou as sobrancelhas.
- Vamos, Danny! Ou você vai ficar aí viajando? – chamou .
- Tá, vamos! – Danny olhou em volta. – Mas peraí, cadê o Dougie?
- Doente... – respondeu Tom.
- Hmm. Vamos ter que ensaiar sem ele hoje.
e Tom concordaram com a cabeça.
Daniel deixou seus olhos pairarem nos dois a sua frente por alguns segundos, “Como eles conseguem ficar lado a lado sem fazer nada? Eles disfarçam bem!”, pensou.
8. Sinais
Quando Danny, e Tom chegaram a casa, Harry já estava sentado no banquinho defronte à bateria batucando alguma coisa.
- “Five Colors in Her Hair?” – perguntou Danny.
- Exato – respondeu Harry.
Danny sorriu.
- Essa música é perfeita! E eu também, preciso comer pra manter a forma.
- Exibido – denunciou a Danny.
- Você também é perfeita, lindinha!
fechou a cara.
- Cala a boca!
- Nossa, mas por que você está tão agressiva comigo? – Danny perguntou franzindo a testa para a garota.
- Ai, Danny, porque... porque eu não gosto que você fique me chamando de ‘lindinha’, de ‘princesinha’ sendo que você não acha isso de verdade.
- Mas é lógico que eu acho! – Danny deu uma olhadela para Tom, este não teve expressão alguma, o que fez Danny bufar. – Você é lindinha, minha lindinha!
- CALA A BOCA! – gritou.
Harry sobressaltou-se e arqueou ambas as sobrancelhas.
- , mas...
- Danny, só pára! Por favor!
- Me dá uma razão.
Daniel e ficaram encarando um ao outro por um período relativamente grande de tempo. pensava em uma resposta convincente para dar a Danny, que esperava ouvir a verdade, ou pelo menos o que ele achava ser a verdade.
Harry estava perplexo. Tom segurava-se para não entrar no meio dos dois e acabar com aquele vestígio de briga.
- Eu já te disse... – colocou uma mecha de seu cabelo atrás da orelha; estava nervosa.
- Não me convenceu! – Danny sorriu sínico e novamente fitou Tom, agora levemente ruborizado de apreensão.
Daniel riu por dentro.
abriu a boca de indignação e emitiu um som quase inaudível a Danny; e finalmente sua voz saiu:
- PROBLEMA SEU! – ela gritou.
- Já chega! – ordenou Harry. – Eu não estou entendendo essa briguinha infantil e idiota de vocês, o Tom está até vermelho de vergonha.
Danny riu alto, ninguém entendeu o porquê, a não ser ele mesmo.
- Não, tudo bem, Harry – tranqüilizou Tom.
- Vão almoçar e não briguem mais, por favor – pediu Harry. – E... Cadê o Dougie?
Ninguém respondeu.
- Alguém, por favor, pode me responder onde está o Dougie!? – Harry voltou a perguntar irritado.
- Ele tá doente, Harry – Tom finalmente respondeu.
Harold revirou os olhos.
- , você pode tocar no lugar dele hoje?
- Não sei – ela respondeu. – Depois do almoço eu te digo.
Ninguém falou nada durante o almoço. Danny dava olhadelas a e Tom, mas nada que pudesse revelar alguma aproximação entre eles, além de uma recente amizade, pôde ser observada.
decidiu que tocaria no lugar do Dougie, pelo menos teria uma distração para não pensar em Danny. Ela concentrou-se o máximo que pôde e não errou um acorde sequer.
- Ufa! Cansei. – Danny jogou-se no sofá após o ensaio.
- Meus dedos estão doendo. – sentou-se ao lado de Danny.
- Deixa eu ver isso – pediu ele, pegando a mão da garota e analisando seus dedos.
praticamente segurou a respiração.
- Eles estão um pouco vermelho, daqui a pouco passa. – Danny beijou a mão da garota.
A reação dela foi puxar rapidamente a mão para seu colo, apesar do toque dos lábios de Danny em seus dedos ter sido extremamente reconfortante.
- Não melhora em nada um beijo seu – mentiu ela.
- Argh, mas que menina chata!
- Mas que coisa vocês dois! Não agüento mais, Danny, vamos dar um rolê por aí, chama a Fane que eu chamo a ! – sugeriu Harry enquanto levantava-se e procurava pela chave do carro no bolso de um casaco, pendurado no porta-casacos atrás da porta.
- Ah, cara, a Fane tá visitando a avó dela que tá doente...
Harry ergueu uma sobrancelha e resmungou de maneira inaudível para Danny:
- ‘Visitando a avó que tá doente’... Sei.
- O que você disse? – perguntou Danny.
- Nada. Vamos sair só nós dois mesmo! – Harry puxou Danny pelo braço, fazendo-o levantar do sofá.
Daniel olhou de Tom para .
- E vamos deixar eles aqui, sozinhos? – ele perguntou apontando para os dois.
- E...? – Harry arqueou as sobrancelhas.
- Então você também não tá sabendo?
- Sabendo do que, Danny? – Harry perguntou impaciente.
- Aaah, nada. Vamos sair logo. – Danny saiu da sala e Harry foi atrás.
ficou atônita fitando a porta que se fechara.
- Sobre o que Danny estava perguntando? – Ela olhou para Tom esperando uma resposta.
- Hmm... Sei lá!
- Pera aí, será que ele escutou alguma fofoca hoje na escola, sobre nós? – sugeriu ela.
Tom passou uma mão no rosto e fechou os olhos.
- Nossa, pode ser... Será que ele acreditou?
- Claro, por isso que ele tava insistindo tanto em me tratar daquele jeito e exigindo uma explicação por eu reclamar... Ele tava vendo se você ia ficar com ciúmes ou coisa do gênero!
- Será!? – Tom sentou-se no sofá, ao lado de . – Pera aí, te tratando de que jeito?
- Ah, me chamando de princesinha, lindinha... Essas coisas...
- Achei que ele sempre fazia isso.
- Na verdade ele faz, mas... não com tanta freqüência e, bem, ele tava realmente me irritando, hoje.
- Hmm – fez Tom um pouco desconfiado.
~*~
chegou à escola no horário de costume, adentrou a sala de aula, imediatamente seus olhos voaram para o lugar onde Dougie costuma sentar, mas sua carteira estava vazia. Ela suspirou, foi até sua mesa e pousou seu material sobre a mesma, voltou a olhar a carteira do amigo e mordeu o lábio. Em seguida, foi até o banheiro, deu uma checada rápida em seu cabelo e voltou para a sala. E o lugar, que ela teve uma pequena esperança que pudesse estar preenchido, continuava vazio.
Hesitantemente, procurou por seu celular na bolsa e procurou o nome de Dougie em sua lista de telefones, antes de ligar sentou-se em sua carteira e fitou a porta por alguns minutos, alguns alunos entraram, mas nenhum que chamasse sua atenção, finalmente tomou coragem e apertou o botão verde do teclado do aparelho.
Tocou uma, duas, três, quatro vezes, até que Doug atendeu com a voz fraca e rouca:
- Alô? - Dougie?
- , é você? - Sim, sou eu. Como você tá?
- To péssimo, . Não consigo levantar da cama e você não sabe como tá doendo te falar cada palavra. exprimiu dor.
- Sinto muito te atrapalhar, eu só queria saber se você vinha...
- Não... - Não diga mais nada – interrompeu a garota. – Melhoras.
- Valeu.
~*~
percebeu que estava inquieta aquele dia, parecia estar alheia a tudo e algo a incomodava.
- O que você tem, ?
- Nada.
- Nada? – franziu o cenho.
- Hmmm... Você falou com o Dougie hoje?
- Não... Ele ainda tá doente?
- Ele tá muito mal.
- Sei. E você tá preocupada.
- Sim. - ruborizou.
sorriu.
- Vai até a casa dele!
- Não!
- Vai!
- Tá, eu vou...
bateu palminhas, feito uma criança. revirou os olhos.
~*~
Tom convidou para sentar-se no lugar de Dougie novamente, sem escrúpulos.
Sempre que tinham oportunidade, conversavam sobre alguma coisa. descobriu que Thomas toca gaita e tem um gato chamado Marvin.
- Hm, Tom? – chamou ela.
- Sim? – Ele sorriu para ela.
- Hoje eu vou almoçar num restaurante perto de casa e não tenho companhia, eu... queriasabersevocênãoquerircomigo!
Tom franziu o cenho e mordeu o lábio inferior.
- Não entendi, .
ruborizou ao escutar seu apelido.
- Quer almoçar? Comigo? Hoje?
Tom abriu um pouco mais os olhos.
- Não sei se eu posso, eu vou ensaiar hoje e...
- Não, Tom – interrompeu -, sem problemas, acho que hoje os meninos chegam mais tarde da facul, então dá tempo.
- Então está combinado! – Tom sorriu para .
piscou para a recém amiga e foi retribuída.
9. Nem tudo é um mar de rosas...
- ! Oi! – cumprimentou Sra. Poynter ao abrir a porta de sua casa e ver uma tímida fitando-a.
- Oi! É... eu gostaria de ver como o Dougie está...
- Ah, claro! Pode ir! Você sabe onde é, não é?
- Sei...
- A não veio com você?
- Ah, ela está ensaiando com os meninos, eu acho.
- Ah, claro... – Sra. Poynter deu um tapinha em sua testa e franziu os lábios enquanto fechava a porta. – Fique a vontade, .
- Obrigada – a garota agradeceu e subiu as escadas.
Ela deu uma batida de leve na porta do quarto.
- Entra – pediu Dougie.
A garota adentrou o quarto e olhou o amigo com certa compaixão em sua expressão. Dougie levantou-se um pouco, apoiando-se nos cotovelos.
Ele ficou surpreso ao vê-la; seus olhos brilhavam.
- !
Ela correu para a cama e colocou os travesseiros nas costas do amigo de modo que ele pudesse recostar-se e continuar na mesma posição.
- Obrigado – agradeceu ele.
apenas sorriu.
Eles ficaram em silêncio, encarando-se por alguns minutos.
- , é... que bom que você veio – ele disse com dificuldade e em seguida tossiu.
A testa de vincou-se de preocupação no mesmo instante.
- Dougie! Fique quieto, está bem?
- Mas, ...
- Shiiiu... – repreendeu-o . – Que teimoso, fica quieto!
Douglas sacudiu a cabeça positivamente; os olhos imitavam o de uma criança, assim como sua boca; levemente enrugada.
A garota inclinou-se com a mão estendida para o rosto do amigo, ela tocou-o com as pontas dos dedos, deslizou-os pela testa e em seguida por todo o contorno do rosto. Finalmente, pousou a mão inteira sobre a bochecha do garoto.
Dougie estava de olhos fechados e suspirou; sua respiração estava descompassada e o coração disparado.
- Parece que sua febre está baixa agora – observou .
Dougie abriu os olhos para fitá-la.
- Me sinto melhor agora... – Ele pôs a mão sobre o coração e sentiu as batidas aceleradas. Temeu que a garota pudesse escutá-las. – Ou não. – Seus lábios distorceram-se num sorriso brincalhão, o qual fez sorrir.
retirou a mão da bochecha do amigo e passou seu dedo indicador sobre o nariz dele, em seguida passou-os para os lábios – que costumavam ser rosados – pálidos.
- Eu gosto de você, Dougie – concluiu ela.
- Hã? – Ele fitou-a confuso.
- Eu gosto de você, do mesmo jeito que você gosta de mim. – Ela sentou-se na cama, ao lado de Dougie. – Lembra quando eu meio que te ignorava?
- Claro.
- Pois é. É que... eu... me sentia atraída por você. Só que metade das meninas da escola se sentem atraídas por você!
Dougie sorriu. sacudiu a cabeça negativamente, mas prosseguiu:
- Então eu achei primeiro que fosse bobagem, e também achei que, pela sua popularidade, você fosse um chato e metido que nem nesse seu sorriso.
O garoto desfez o sorriso na hora e olhou no fundo dos olhos de , pedindo que prosseguisse.
- Mas aí eu fiquei super amiga da e vi que você não era chato, mas eu não queria tentar nada e me arrepender depois.
- Por que você se arrependeria? Cof, cof! – Ele tossiu após a pergunta. – Desculpe.
- Porque... talvez... você não quisesse a mim, sendo que pode escolher qualquer uma naquela escola!
- Que idiotice, ! Voc... – A voz dele sumiu antes de falar o que queria.
- Dougie, dá pra calar a boca!
aproximou seu rosto ao dele. Suas respirações colidiram-se de tão próximos que estavam e seus lábios estavam quase se tocando.
- Acho melhor você não fazer isso agora – disse Dougie com a voz falha.
- E por que não? – perguntou surpresa pela reação de Dougie.
- Você pode acabar de cama que nem eu...
- Eu estou pronta para correr o risco. – Ela sorriu e voltou sua atenção para o lábio pálido de Douglas.
Ela beijou-o com ternura e com toda a delicadeza que lhe era possível naquele momento tão bom.
~*~
- Tom, você tem sido tão legal comigo esses dias! – disse a Tom enquanto almoçavam.
- Magina, ! Você também é muito legal comigo!
A garota estremeceu-se ao ouvir seu apelido sendo pronunciado por Thomas novamente.
Os dois fitaram-se e sorriram.
achou que era o momento certo para aquilo; ela viu que a mão de Tom repousava livremente sobre a mesa, um pouco hesitante, levantou sua própria mão do colo e colocou-a sobre a de Tom, mas o garoto puxou-a e fitou sem jeito.
ficou atônita.
- Desculpe – pediu ela, por fim.
Tom franziu o cenho.
- Olha, , eu sei que você gos... que você sente alguma coisa por mim. Eu também gosto de você, de verdade. Eu acho que você é uma menina que combina comigo e é uma ótima pessoa, só que... eu acho que ainda não estou pronto para outro relacionamento ainda. Você entende? – Ele curvou-se um pouco tentando ver a expressão de , que olhava para baixo, fitando a mão que tinha sido recusada por ele.
- Eu entendo – respondeu ela; a voz embargada.
- Eu sinto muito. Você... você não vai me ignorar só porque te dei um fora, vai?
A garota finalmente ergueu seu olhar para Tom e respondeu:
- Não, claro que não. Eu vou me sentir um pouco estranha, mas nunca vou te ignorar, Tom.
- Obrigado. Porque, mesmo assim, eu preciso da sua amizade, por enquanto, se não se importa.
- Tudo bem – ela disse, a expressão ainda triste.
Tom levantou-se, tirou um dinheiro do bolso, jogou-o na mesa e antes de partir, deu um beijo na testa de .
- Eu preciso ir ensaiar, desculpe.
apenas acenou com a cabeça.
~*~
Algumas semanas se passaram. E desde que Dougie melhorara a banda ensaiava mais pesado do que nunca, já que estavam decididos a ir atrás de uma gravadora.
Era difícil para Dougie um tempo a sós com . Sim, eles assumiram namoro. Eles ficavam juntos só nos intervalos dos ensaios e da escola.
estava super feliz por eles, mas uma dor a incomodava, toda vez que ela via em Dougie e o que ela queria para ela.
Tudo o que aconteceu no restaurante entre Tom e , foi relatado a ela no mesmo dia pelo amigo. Ela aprovou a atitude do garoto, mas todo dia, dava algum jeito de deixar os dois sozinhos para conversarem e avançarem o estágio da amizade.
Por enquanto e Thomas ainda eram bons amigos.
Danny ainda com sua namorada, a Fane. não gostava nada da garota, nem porque ela namorava o cara que devia ser dela, mas também porque achava que a loura enganava Danny.
E o dia tão ansiado pelos garotos finalmente chegou; eles iriam para a gravadora mostrar suas músicas.
- Aarrgh! Ela não atende! – reclamou Danny nervosamente.
- Quem? – perguntou Harry distraído com o cafuné que recebia de .
- A Fane.
- Ah.
- Eu disse pra ela que hoje era um dia importante e que eu queria sair com ela depois que a gente saísse da gravadora.
revirou os olhos e desenroscou as mãos do cabelo do namorado.
- Desiste – ela disse baixinho.
Danny a fitou.
- Como?
- Não fique aí se preocupando com ela, vocês têm que se focar em outra coisa mais importante hoje.
- Tem razão – Danny concordou decidido. – Cadê o Tom que não chega! Só falta ele!
- Calma, Danny, ele já deve tá chegando! – , que observava toda a conversa de pé, atrás do sofá, disse.
Alguém bateu à porta.
- Não disse? – correu para abri-la. – Tom! Estávamos te esperando.
- Ern... Desculpa a demora, pessoal. Nervosismo me dá dor de barriga – Thomas disse tímido.
Danny e Dougie riram alto, enquanto , Harry e repreendiam-nos com os olhos.
- Então, vamos! – apressou Harry.
~*~
- Há, há, há, há – riu o produtor da gravadora.
- O que foi? – perguntou Danny assustado.
- Vocês acham que alguém vai gostar de uma menininha esquisita com cinco cores no cabelo!? Há, há, há! Isso nem tá na moda!
- Você tá chamando a nossa música de engraçada!? – perguntou Dougie irritado.
- Na verdade, não. Ela é muito sem graça para a minha gravadora.
- Você vai ver o que é sem graça quando eu te der um soco bem no meio do seu nariz! – ameaçou Dougie levantando-se da cadeira onde estava, mas foi impedido por Harry de atingir o produtor.
O homem abriu um sorriso irônico.
- Olha o seu tamanho, garoto! Eu sei bem quem vocês são e quem são seus pais! Vocês acham que vão conseguir tudo só por causa do sucesso dos pais de vocês, mas não é bem assim, vocês precisam de talento, sabiam? É cada um que me aparece.
- Epa, calma aí, agora você me ofendeu! – protestou Danny. – A gente não veio até aqui porque achou que você aceitaria trabalhar com a gente por causa dos nossos pais, se eles quisessem, era estralar os dedos e a gente tinha uma gravadora! Mas a gente preferiu fazer como qualquer banda faz! E eu acredito no nosso talento, são anos de prática!
Danny e Dougie respiravam fundo para controlarem-se, enquanto Tom e Harry só olhavam indignados para tudo aquilo.
- “Anos de prática” – debochou o produtor. – Sinto-lhes informar que não é nem um quinto dos meus anos de prática. – Vocês precisam se tratar, sabiam? Um não esquece a ex-namorada; a garotinha de cinco cores no cabelo...
Depois dessa, a pele de Thomas adquiriu um tom avermelhado de raiva.
- O que estão esperando!? Saiam daqui, não sou babá de bebês chorões feito vocês!
Inesperadamente, Harry levantou-se e jogou sua baqueta no chão, com raiva, levantou-se e saiu. Dougie ameaçou partir pra cima do produtor, mas Tom o impediu, apesar de também estar com vontade de acabar com aquele homem.
Danny esperou até que os amigos saíssem, apontou o dedo para o produtor e aproximou bem seu rosto do dele.
- Você vai se arrepender de ter duvidado da nossa capacidade! – ele cuspiu as palavras e depois saiu.
e esperavam pelos garotos na recepção da gravadora, quando os viram “soltando fumaça”, as duas, por instinto, levantaram-se.
- O que houve? – perguntou a Harry.
- Esse cara é um idiota! Vamos embora daqui! – respondeu ele pegando a mão dela bruscamente.
Danny passou “voando” por todos e saiu sem dizer uma palavra. Logo que pisou na calçada seus olhos não puderam acreditar no que viam.
Era Fane, sua namorada Fane, beijando outro cara. Eles estavam sentados em uma mureta do lado de fora de um bar.
Seus amigos aproximaram-se de Daniel e puderam ver o que ele via, quando ele correu, mas não para a direção de Fane; foi para a direção oposta, onde havia outro bar, no qual entrou.
quis correr atrás dele, mas Harry segurou-a pelo ombro.
- Não, deixa ele sozinho ele tá nervoso; precisa de um tempo.
- Uma ova, Harry, ele vai beber, não tá vendo!? – protestou .
- Deixa, ele é maior de idade e sabe o que faz!
- Mas, Harry...
- Nada de ‘mas’, vamos!
- Hazz, deixa ela ir... Ele precisa conversar – pediu .
- Não! VAMOS EMBORA, !
assentiu uma vez, mas sabia o que faria, não deixaria seu amigo fazer aquilo.
10. A princesinha cresceu... e salvou o príncipe
Todos adentraram a minivan de oito lugares dos pais de Harry e ; ninguém estava com um humor suficientemente bom para ter uma conversa amigável, assim todos permaneceram calados durante todo o trajeto até a casa.
sacudia a perna impacientemente; tinha um plano em mente e ansiava chegar a sua casa logo.
Ao chegar, foram todos para a sala e jogaram-se no sofá.
O celular de Dougie tocou; era . Ele levantou-se e caminhou até a escada que dava para a garagem. foi atrás dele e empurrou-o de leve para que ele descesse a escada.
- Quero falar uma coisa para a – ela disse alto enquanto desciam.
Harry olhou para ela com a testa vincada. cutucou-o e o puxou para um abraço.
Dougie contou tudo a , confuso, enquanto fitava uma inquieta.
- É, , acho que a quer te falar alguma coisa.
parou subitamente e encarou Dougie com os olhos arregalados.
- Não, não, eu não quero falar nada...
Douglas ergueu uma sobrancelha e voltou a falar com , despedindo-se dela.
- O que é, ? – ele perguntou irritado.
- Shiiiu!
Dougie estava atônito.
- Eu estou saindo e você arranja uma desculpa.
- O QUÊ? – Dougie perguntou alto demais.
- Cala a boca, seu idiota! – ordenou , tapando a boca do garoto.
- Eu vou atrás do Danny, mas você diz que eu fui buscar a , ou qualquer outra coisa.
- Por quê? – Douglas tirou a mão de de sua boca.
- Harry vai vir atrás de mim se souber... Não tenho tempo para te dar explicações, Doug. – Ela deu um beijo na bochecha do amigo e entrou no único carro vermelho da garagem.
~*~
dirigiu até o bar onde vira Danny pela última vez e entrou decidida. Seus olhos percorreram rapidamente todo o local a procura do amigo. Ela pôde escutar sua risada, no canto, próximo ao balcão.
É claro que já era tarde; Danny estava em péssimas condições. Ela andou até ele e puxou-o pelo braço.
- Vamos pra casa, agora, Danny.
Daniel levantou a cabeça e encarou .
- Hã? Eu não saio daqui! – protestou com a voz arrastada.
- Daniel Alan David Jones! Vamos embora! Já! – ordenou ela mais uma vez, a voz bastante alta e imperativa.
Danny riu.
- Quanto ele deve? – perguntou ao dono do bar.
- Ele já pagou tudo – respondeu o senhor rabugento.
assentiu e ajudou Danny a se levantar, colocando o braço dele sobre seu ombro.
- , me dêxa! – pediu enquanto cambaleava pelo caminho.
- Cala a boca! – andava com dificuldade pelo peso do amigo em seus ombros.
- Quer que eu te ajude? – perguntou um rapaz alto que estava de pé ao lado da porta do bar.
- Por favor - respondeu.
O rapaz pegou o outro braço de Danny e passou sobre seu ombro, mesmo sobre protestos.
Eles foram até o carro vermelho, estacionado na esquina. O mais alto ajudou a colocar Danny no banco do passageiro.
- Obrigada – agradeceu.
- É... imagina! – ele respondeu olhando para o lado; os olhos cerrados.
olhou para onde ele mirava e perguntou:
- O que foi?
- Sei lá, achei que tivesse visto um... Ah, deixa pra lá, é besteira da minha cabeça!
estava muito preocupada com Danny para preocupar-se com qualquer outra coisa que fosse.
Ela entrou no carro e começou a dirigir.
- Muito bonito, Sr. Jones! Bebendo de novo!
- Não me enxe! – Danny apertou a testa com a mão.
- O que foi? – perguntou preocupada.
- Nada. – Danny parecia estar tomando consciência do que estava acontecendo. – , o que você está fazendo?
- Te levando pra casa! Espero que você esteja com a chave!
- Eu tô, mas... – ele arrotou e em seguida riu do som.
olhou rapidamente para ele e murmurou:
- Idiota!
O garoto passou a mão na barriga.
- Você tá passando mal? – ela perguntou.
- Não, não, eu tô bem! , você não devia ter vindo até aqui, me deixa em qualquer lugar e volta pra casa.
- De jeito nenhum! Eu vim te buscar e vou fazer o trabalho completo!
Danny inclinou-se para frente, apoiando a testa no porta-luvas.
- Então espero que não se importe se eu vomitar no seu carro.
- Daniel! Não dá pra esperar até chegar em sua casa? Estamos quase lá!
Ele fez que sim com a cabeça.
acelerou mais o carro.
Quando ela finalmente estacionou, correu para tirar o amigo do banco do passageiro. Ele apoiou-se nos ombros de novamente e os dois foram cambaleando até a porta. Com muita dificuldade, conseguiu abri-la e subiu as escadas, empurrando Danny.
Ele suava, então ele tentou arrancar a camiseta, mas precisou da ajuda da garota, cujo coração deu um salto mais alto, obrigando-a a respirar fundo.
Danny estava sentado na cama de seu quarto, com o observando. Ele levantou-se subitamente, mas quase caiu; o segurou.
- Banheiro! – disse ele.
Ela empurrou-o até o banheiro, as mãos passavam pelas costas nuas de Danny, ele foi direto para a privada e vomitou.
- , vai embora! – ele pediu.
- Não, vou ficar até que você melhore.
Ele vomitou novamente.
- Você não precisa ver isso, sério!
- Cala a boca! – engoliu a bile de sua garganta, fechou os olhos e deu descarga. – Sou forte o suficiente para isso! – ela disse, mais para si mesmo do que para Danny.
Quando ambos tiveram certeza de que ele não vomitaria de novo, o empurrou para o chuveiro de roupa e tudo e deixou que a água gelada escorresse por ele, que nem protestou.
não conseguiu tirar os olhos da água que escorria pelo peito nu de Danny. Não exatamente da água, mas do todo.
- Já volto – avisou ela.
Ela foi até o quarto do rapaz, pegou uma roupa seca e uma cueca e levou até o banheiro.
- Você consegue se trocar? – ela perguntou enquanto desligava o chuveiro.
- Claro.
esperou-o do lado de fora.
- Escove os dentes – ordenou assim que ele saiu.
Danny revirou os olhos.
- Não acredito que estou recebendo ordens de você!
ignorou.
Danny saiu do banheiro passando as mãos pelo cabelo molhado e todo emaranhado; ele não havia lavado, só deixou que a água gelada escorresse pelo seu corpo e levasse a ressaca.
- Sua cabeça dói? – perguntou.
- Por enquanto não, mas vai doer amanhã... E , sério, vai embora agora. Não preciso que você cuide de mim.
- Precisa, sim! – ela retrucou. – Você nem está andando direito!
E era verdade, Danny estava um caco.
- E você mora sozinho, alguém tem que ficar com você.
Ela levou-o até o quarto novamente e o deitou na cama, cobrindo-o com a coberta.
- – ele chamou baixinho -, tem uma coisa errada aqui...
- O quê? – ela perguntou puxando a bi-cama e sentando-se nela.
- Era eu que deveria cuidar de você, pequena, e não você de mim.
- Talvez eu não seja tão pequena quanto você pensa...
Danny pensou por um momento.
- Tem razão, você não é a mesma princesinha de sempre.
mordeu o lábio inferior e fitou seus pés.
- É... Não sou.
- Mas pra mim você sempre será uma princesa, pelo menos... – Seus olhos piscaram pesadamente.
sorriu.
- Durma, Dan...
Ele assentiu e fechou os olhos. No mesmo instante, sentiu seu celular vibrar no bolso; era de sua casa.
- Alô?
-, onde você tá? O Dougie disse que você tinha ido buscar a , mas já faz mais de meia hora que você saiu, onde é que vocês estão? - Hazz, eu não fui buscar a ...
- Como é que é? - Olha, é tarde agora pra você fazer qualquer coisa, mas eu estou na casa do Danny e...
- O quê? ! - Olha, não culpe o Dougie, está bem? Ele não sabia... Eu vou dormir aqui pra cuidar do Danny, ele tá mal... Amanhã a gente se fala.
Harry bufou do outro lado da linha.
- Até amanhã - ele respondeu entre dentes.
Quando desligou, olhou para Danny e viu que ele estava com os olhos abertos.
- Danny, dorme...
- Deita aqui comigo – pediu ele.
- O quê?
Danny ergueu a coberta que o cobria e fez sinal para que entrasse sob ela.
- Melhor não.
- Por favor, essa coberta não está me esquentando o suficiente. – Ele sorriu deslumbrante, fazendo o coração de saltar mais uma vez.
mordeu o lábio inferior, pensativa, mas não resistiu e entrou sob as cobertas. Danny deitou-se de barriga para cima e puxou a garota, de modo que ela aninhasse em seu peito.
- Boa noite – desejou ele. Fechou os olhos e mantinha um leve sorriso nos lábios.
ficou ali, com o ouvido sobre o coração de Danny. Nunca desejou tanto estar daquele jeito com ele. Ela sentia o peito dele subir e descer, numa respiração cada vez mais pesada de acordo com que o sono apoderava-se dele. A respiração dele colidia com a franja bagunçada da garota, a fazendo dançar levemente no ar.
sentia-se feliz e queria aproveitar ao máximo aquele momento, pois temia que no dia seguinte Daniel se esquecesse de tudo que lhe disse, e voltasse a ser o mesmo Danny machão que a acha uma criança.
11. Finalmente
Dougie e andavam abraçados pelas ruas londrinas, numa manhã rara de sol, quando exclamou:
- Ei, não é a e... o... Danny? – Ela apontou para uma pequena banca de jornal.
Dougie olhou para onde ela apontara com uma ruga entre as sobrancelhas. Os dois andaram até lá.
, receosa, pegou o jornal, pouco conhecido em Londres, e leu: Rebeldia Adolescente, em letras grandes, em baixo uma foto de Danny, sendo levado por e outro rapaz bastante alto.
- O que tá escrito aí? – perguntou Dougie, enquanto olhava a namorada passar os olhos pelo jornal.
revirou os olhos.
- Resumindo, tá falando que eles são um mal exemplo para os adolescentes. – Ela riu irônica. – Pura piada. Matéria mais ridícula.
Dougie tirou o jornal das mãos dela.
- Mas olha que jornal podre, quem é que lê isso? – Ele parou para dar uma lida ele mesmo. – Tão chamando o Danny de rebelde sem cura? Baseado no que? Um adolescente não pode ter um porre um dia? Mas que coisa! Esses jornalistas fazem tempestade em copo d’água... – Dougie irritou-se.
tirou o jornal da mão do garoto e colocou-o no lugar onde estava, puxou Dougie pela mão para mais perto de si, abraçando-o pela cintura. Ele era quase da mesma altura que ela; só um pouco mais alto.
- Shiiu, fica calmo, essas coisas são normais, você tem que se acostumar, afinal, um dia não vai ser esse jornalzinho que você vai estar na capa, mas sim, em todos os outros...
Douglas abriu um sorriso torto para ela, depois a deu um selinho, mas lambeu seus lábios, para que eles dessem maior intensidade ao beijo, ele cedeu, mas logo em seguida, afastou-a com as mãos e abriu um sorriso maroto.
- O quê? – a garota perguntou.
- Sabe o que é? Se tiver um paparazzo por aqui, eles vão publicar nossa foto com a manchete: Douglas Poynter come namorada na calçada.
revirou os olhos.
- Como você é exagerado!
- Mas é isso que eles fazem! Exageram.
Os dois riram, ainda abraçados.
- Mas falando sério agora. O pai da é meio bravo, capaz de brigar com ela. E o Harry então, capaz de falar que foi culpa da de terem fotografado eles.
- Relaxa. – soltou um braço do namorado e o puxou com o outro para continuarem a andar. – Não vai acontecer nada.
~*~
Quando acordou no dia seguinte, ela já não estava aninhada sobre o peito de Danny; estava encolhida no canto, enquanto ele roncava todo espalhado. Ela levantou-se devagar para não acordá-lo.
Foi até o banheiro, lavou seu rosto e fez um bochecho com Listerine(n/a: momento merchã).
Quando voltou para o quarto, Danny estava sentado sobre a cama bagunçada, ambas as mãos pressionavam suas têmporas.
- Danny? – chamou ela correndo até ele.
Rapidamente, Daniel tirou as mãos dos olhos e fitou a garota.
- ? – perguntou ele de olhos cerrados.
- Você tá bem? Tá com dor de cabeça?
Ele ponderou por alguns segundos.
- Você dormiu aqui?
A expressão de mudou subitamente, ela ficou aparentemente deprimida.
- Você não se lembra.
Danny coçou a cabeça.
- Não foi um sonho?
- Amm... Não.
Ele franziu a testa e apertou a lateral da cabeça com a parte interna do pulso, fazendo uma careta.
- Vou buscar uma aspirina – ela disse levantando-se.
- Não. – Danny segurou sua mão, impedindo-a de andar, fazendo olhar diretamente para onde ele a tocara. – Deixa que eu vou.
Com a voz falha, ela bronqueou:
- Pára de dá uma de machão, fique aí bem quietinho, que eu já volto.
Ela saiu e, minutos depois, voltou com um copo de água cheio e um comprimido na mão.
- Tome – disse entregando-lhe o que trazia.
- Obrigado.
- Disponha. – Ela sorriu.
Danny colocou o copo vazio no chão, ao lado da cama, depois fitou a garota e ficou pensativo.
A testa de vincou-se enquanto ela retribuía o olhar.
- O que foi? – ela perguntou.
Ele passou a mão sobre o peito e ponderou olhando para cima.
- , me dá um abraço?
- Hã? Por... por quê? – gaguejou ela.
- Quero ter certeza de uma coisa. – Ele a puxou para um abraço.
Uma mão segurava firme pelas costas, a outra pressionava a cabeça dela sobre seu ombro esquerdo, como se segurasse um bebê no colo.
- Então você dormiu mesmo no meu colo?
De imediato, não conseguiu responder, seu coração parecia querer sair pela boca.
- É... Não a noite toda, por quê? Na verdade foi você que pediu, porque a coberta não tava te esquentando e eu não quis, mas você pediu com jeito e...
- Eu gostei – concluiu Danny.
- Hã?
- Agora eu lembrei de tudo... Você me ajudando ontem, não parecia a mesma de sempre. Continuava a minha , bonita e perfeita, mas mesmo assim, outra .
- E você gostou dela?
- Muito. - Daniel fechou os olhos com força e sacudiu a cabeça. – O que eu estou dizendo?
- Eu... também gostei, da noite de ontem, eu digo. – sentiu suas bochechas queimarem ao dizer isso.
- Go... gostou? Me... mesmo? – Danny assustou-se e fitou a garota, ansioso.
- Olha, não foi legal eu ter que “te carregar”, você não um cara muito leve, sabe como é... Mas só o que você me disse ontem e depois o tempo em que eu fiquei escutando sua respiração e seu coração bater em baixo de mim, fizeram da noite de ontem a mais perfeita da minha vida até hoje. – Ela sentiu-se ruborizar mais uma vez, abaixou seu olhar, fazendo seu cabelo cair sobre o rosto.
Danny ficou atônito por alguns segundos, enquanto fitava a menina, depois se aproximou mais dela, fazendo suas pernas roçarem uma na outra. Ele tirou o cabelo de de seu rosto e prendeu-o atrás da orelha.
continuou cabisbaixa, suas mãos tremiam, quase no mesmo ritmo em que seu coração batia enquanto sentia a pele macia de Daniel na sua. Ele pegou a mão dela e esperou até que ela olhasse para ele, então seu olhar alterava-se entre os olhos e a boca de , ao mesmo tempo em que se aproximava, devagar, curvando-se ligeiramente, para que ficasse na mesma altura que ela, então, receosamente, beijou-a nos lábios uma vez, depois outra, e depois outra, quando resolveu intensificar o beijo, puxando pelas costas e convidando sua língua para brincar com a dele. Mas, de repente, ele parou e fitou-a. Ambos com respirações descompassadas.
- , me desculpe – pediu ele.
Ela espantou-se.
- Danny, você acabou de fazer o que eu mais desejei há anos!
O moreno franziu o cenho.
- , você... não tá namorando o Tom?
- O QUÊ? – perguntou ela perplexa. Em seguida, apertou a testa e contraiu a mandíbula. – Quem te contou isso? – irritou-se.
- Am... Thaysa... acho.
- Thaysa, Danny! Essa menina além de ser uma fofoqueira, ela tem a maior fama de roubar namorado das outras, e como você acreditou? Por acaso parece que eu namoro ele? Você já viu a gente se beijando, ou andando de mão dada? Danny...
- Tá, tá bom, eu já entendi, foi só uma fofoca, eu já entendi... – interrompeu Danny.
bufou.
- E por que você não me perguntou? Visse falar comigo. E por que eu esconderia de você? Alguma vez eu escondi?
Danny revirou os olhos enquanto ela falava e para fazê-la ficar quieta, deu-lhe mais um beijo.
praticamente teve uma síncope por ter sido pega de surpresa.
Daniel riu ao ver a expressão de assim que ele partiu o beijo. Ela estava chocada, mas ao mesmo tempo, parecia super satisfeita e feliz, como se não houvesse chão sobre ela. Ele a puxou pela mão e a levou até a cozinha. Serviu um belo café da manhã.
- Então você sempre gostou de mim? – perguntou Danny e depois deu uma mordida em sua waffle com geléia.
- Sim – confirmou tímida.
- Olha, eu confesso que eu nunca senti nada por você que não fosse amor fraternal, sabe? Eu sempre tive uma sensação de que eu devesse te proteger, porque você sempre foi a menininha entre nós. Minha família mora longe então você, o Danny e o Dougie, sempre foram a minha família e nosso instinto é amar a família. – Ele deu mais uma mordida na waffle. – Só que de uns tempos pra cá, quando você começou a brigar comigo, e quando eu achei que você tava namorando o Tom, você ficou tão...
- Tão? – encorajou .
- Ah... tão... hot, sei lá, não sei a palavra certa, mas, de certo modo, você ficou mais atraente. Toda vez que você brigava comigo, você mexia comigo. E ontem foi a última gota, você cuidando de mim, me fez perceber quem você é. E eu te enxergo com outros olhos agora.
sorriu intensamente, seus lábios pareciam uma risca só, em formato de meia-lua, de tão esticados que estavam, então ela começou a rir.
Danny a encarou perplexo.
- Perdi alguma piada? – perguntou ele.
- Tem geléia no seu nariz.
Ele levantou a mão para limpá-lo, mas o interrompeu, segurando-o pelo punho. Então ela aproximou-se dele devagar e lambeu-lhe o nariz. Danny fez uma careta, mas riu em seguida, puxando-a para um beijo.
Alguém abriu a porta da sala e os olhos de ambos arregalaram-se.
- Você não trancou a porta ontem? – perguntou Danny baixinho.
- Hmmm, não, desculpe.
Os dois ficaram atentos, apenas escutando.
- Danny? ?
- É só Harry. – tranqüilizou o moreno.
Eles escutaram Harry subir os três primeiros degraus da escada e depois fitaram as próprias mãos entrelaçadas.
- É... – começou Danny.
- Não, não vamos contar nada para o Harry ainda.
Daniel assentiu, soltando a mão da garota e depois gritou:
- Harry? Estamos na cozinha!
12. Filme, que filme?
- Legal isso o que você fez com a minha irmã, hein Danny? – perguntou Harry acusatoriamente.
- O quê? – Danny arregalou os olhos, assim como .
- Mas minha irmã também tem culpa, ela é muito teimosa!
- Hã? Por que teimosa, do que você está falando, Harry? – inquiriu Danny atônito.
Harold tirou um jornal do bolso do moletom e jogou sobre a bancada da cozinha. e Danny fitaram a manchete, ambos perplexos.
- Ah, é disso que você tava falando? – perguntou ; a voz com certo tom de alívio.
- Do que mais eu poderia? Jones, você é um irresponsável e você, , uma desobediente, quem mandou ir atrás dele, agora se o papai ver isso ele vai ficar uma fera.
- Olha aqui, Harold, se você não tivesse me impedido de ir quando eu quis, eu não teria deixado o Danny beber e nenhum paparazzo idiota teria tirado foto! – esbravejou .
Harry fechou a cara para a irmã e voltou a fitar Danny, mas ainda falava com ela.
- Eu achava que o Jones era maduro o suficiente para não beber até não se agüentar sobre as pernas!
Danny parecia não ligar para as acusações de Harry. Despreocupadamente, ele levantou-se do banco onde estava, tirou os pratos vazios da bancada e colocou-os na pia. Depois voltou sorridente para o lado de e disse a Harry:
- Ah, olha pra esse jornal, Hazz! Ninguém vai ler isso! No máximo algumas pessoas da escola da vão ler, espalhar, mas depois a notícia morre. Desencana! Seu pai também vai estar tão ocupado que eu duvido que isso vai chegar até ele.
Harry comprimiu os lábios e ponderou por alguns segundos.
- É, você tem razão. Mas não muda nada em relação a sua irresponsabilidade e a teimosia da .
e Danny reviraram os olhos.
- Vai, vamos fazer alguma coisa então. Como sempre fazemos nos finais de semana. Vamos dar um descanso à banda e esquecer o que aconteceu ontem. Que tal assistir um filme? – sugeriu Harry.
- Pode ser, mas só se for aqui em casa – Danny disse.
- Tudo bem! – concordou Harry. – , liga pro Dougie – pediu ele a .
- Posso chamar o Tom também? – perguntou ela.
- Claro que pode, chama a também e se quiser chamar a ... Acho que vou chamar a ... – Harry olhou para Danny. – Não, acho melhor eu não chamar a .
- Ué, por quê? – perguntou Danny.
Harry não queria ficar com a namorada, sabendo que seu melhor amigo havia “terminado” com a dele. Ele tentou achar uma desculpa, mas antes que dissesse alguma coisa, Danny percebeu o verdadeiro motivo.
- Harry, não se sinta mal em relação a mim, sério. Eu estou ótimo! Não vou ficar mal em ver vocês dois namorando. – “Mas não mesmo, já achei coisa melhor”, pensou ele.
Na casa de Danny não havia uma sala de TV e outra de estar como na de e Harry, era uma casa um pouco menor, já que ele morava sozinho. Mas era tudo bem arrumado, não porque Danny quisesse isso, ou contribuísse para isso, mas sua mãe pagava uma empregada para deixá-la em ordem e ela mesma passava por lá freqüentemente, sempre levando alguma decoração nova, ou qualquer outra coisa, principalmente relacionada a visitas. Ela sempre fora assim, sempre gostou de receber visitas e queria que seu filho fosse igual. Tudo que Danny precisasse para deixar seus amigos confortáveis, ele tinha, graças a sua querida mãe. Ela estaria orgulhosa de ver a sala enchendo-se do jeito que estava.
chegou junto com Dougie; Tom foi buscado por Harry, que aproveitou e pegou . Mas a chegada mais triunfal foi a de , a última a chegar.
Ela tocou a campainha e foi abrir a porta, nem ela conseguiu segurar seu queixo no lugar quando a viu. , que costumava deixar seus cabelos soltos e sempre ao lado do rosto, ocultando boa parte dele, estava com eles presos num alto rabo-de-cavalo, as pontas, antes retas, agora estavam desfiadas e agora uma franja que cobria suas sobrancelhas davam vida ao seu visual. Seu rosto agora era mais visível, oval e angelical, traços muito delicados, causados pelo nariz fino e a boca quase em formato de coração. Ela usava um shorts curto preto e uma blusinha regata na cor branca, nos pés, um all star de couro branco e cadarço preto.
disse um ‘oi’ tímido para , mas em seguida, quando viu Tom, entrou decidida na sala.
- Oi pessoal, o que vamos assistir? – perguntou ela, jogando-se sobre uma almofada grande colocada no chão por Danny, deixando um lugar vazio no sofá em L, ao lado de Tom.
Ela passou os braços por trás da cabeça e cruzou as pernas á sua frente, deixando o pé esquerdo no chão e o direito balançando-se no ar.
Tom olhou direto para suas pernas a mostra, engolindo em seco.
Danny riu baixinho enquanto sentava-se ao seu lado.
- Vai, Danny, pega um filme pra gente! – pediu quebrando o clima causado pela entrada triunfal de .
Ele levantou-se e foi até a estante olhar seus filmes.
- Hmmm... ‘American Pie: O último Stiffler Virgem’?
- Ah, tanto faz – pronunciou .
Danny olhou para os outros.
- Ah, quero ver ‘De Volta Para o Futuro’! – exclamou Dougie.
, Harry e Danny reviraram os olhos.
- Dougie, a gente já assistiu a esse filme no mínimo umas dez vezes – informou Harry.
- E...?
Harry tacou uma almofada em sua direção e depois sugeriu:
- Que tal uma votação?
Todos assentiram.
- Quem quer ‘De Volta Para o Futuro’, levanta a mão – pediu Danny.
Dougie, Tom e levantaram.
- Certo. ‘American Pie’ ganhou.
- , nem pra vota no filme que eu quero! – Dougie disse indignado a .
- Foi mal, Dougie, mas faz tempo que eu quero assistir esse ‘American Pie’, eu não vi ainda.
Douglas revirou os olhos.
Danny colocou o DVD no aparelho, mas antes de apertar o play, fechou as cortinas da casa, deixando-a mais escura e foi sentar-se ao lado de no sofá em L. Hesitou mais uma vez antes de apertar o botão e perguntou:
- Alguém quer um cobertor? Vou buscar um pra mim!
foi a primeira a responder:
- Eu quero!
Danny virou-se para ela e disse:
- Eu divido o meu com você. – Ele a fitou com uma expressão que demonstrava que o que ele acabara de dizer fosse óbvio.
sorriu para ele.
- Mais alguém?
- Traz um pra gente, por favor – pediu .
O garoto olhou em volta para ver se ninguém mais se pronunciaria, então saiu e voltou um minuto depois, trazendo dois edredons azuis, um em cada mão. Então ele jogou um para Dougie, sentado no chão ao lado de , e dirigiu-se para o sofá, sentando-se ao lado de novamente.
Então estavam todos arrumados para assistir ao filme. No sofá em L, apenas sentavam-se, Tom, e Danny. Os dois últimos, paralelos a TV, enquanto Tom estava deitado perpendicularmente a TV. No espaçoso chão da sala, revestido por um grande tapete felpudo e pelas almofadas que Danny espalhara, estavam Harry e , encostados ao sofá, na região onde Tom deitava; no meio do tapete, exatamente em frente a TV, Dougie e estavam deitados abraçadinhos, já cobertos pelo edredom; e na extremidade do tapete, permanecia na mesma posição.
Havia espaço para mais duas ou três pessoas no sofá, mas o tapete era mais atraente para os dois casais de namorados e por algum motivo, para também. e Danny aproveitaram a oportunidade para sentarem-se lado a lado no grande sofá, já que ele fora recusado.
’s POV:
Danny nos cobriu com o edredom enquanto me fitava com um olhar um tanto quanto malicioso.
Gostei disso.
Então finalmente ele apertou o ‘play’ e eu pude escutar o som saindo alto pelo sistema 5.1 da sala. Ele jogou o controle no sofá e enfiou ambas as mãos por debaixo do edredom. Uma delas procurou pela minha, quando a encontrou ele a puxou para si, colocando-a em seu colo. Virei para ele e sorri. Ele sorriu de volta. Aquele sorriso perfeito que eu amo.
Assistimos a uma boa parte do filme assim; ele acariciando minha mão e meu coração a mil por hora. Eu sentia uma energia sobre mim que parecia que nada mais acontecia a nossa volta. Nem respirar direito eu conseguia. Percebi que Danny também estava alheio a tudo, já que sua risada alta e escandalosa não havia dado o ar de sua graça até aquele momento.
Ele me puxou, fazendo-me deitar em seu peito de costas para ele. Danny me abraçou pela cintura.
Eu sentia sua respiração colidir em meu pescoço e em minha nuca. Sorte que o som do filme estava alto e ocupava a sala toda, assim ninguém seria capaz de escutar minha respiração ofegante.
Mais um tempo imóvel. E aquela pressão ainda sobre mim, excluindo-me do mundo a minha volta.
Danny parecia não ligar em me matar de falta de ar quando me deu um beijo um pouco abaixo da minha orelha. Eu estremeci e pude o sentir rindo baixo sobre mim. O movimento de sua barriga causou uma reação interessante desde o topo da minha nuca até o fim da espinha dorsal.
Então Danny encobriu nossas cabeças com o edredom e girou o corpo para me fitar. Eu não acreditei que ele fosse me beijar com o Harry a um pouco mais de um metro de distância e com todos os outros presentes na sala.
Mas ele fez. Foi um beijo lento e intenso. Suas mãos procuraram minha cintura por debaixo da minha blusa.
Nossos lábios causaram um som agudo quando Danny girou a cabeça. Eu achei o som um pouco alto demais, então eu separei meus lábios dos dele e abaixei o edredom, olhei pela sala preocupada se alguém teria escutado. Digamos que o filme também produzia esse som com bastante freqüência e alguns piores e o volume estava suficientemente alto para abafar o que nós causamos. E mesmo que não fosse suficiente; Tom estava com os olhos vidrados em alguma coisa na outra extremidade da sala e não era a TV, Dougie e também produziram esses sons algumas vezes, contando com a hora em que eu olhei para averiguar; Harry e estavam comportados, mas não o suficiente para não ficarem alheios; e estava longe o bastante para não ouvir.
Voltei a fazer o que eu queria. Assistir ao filme. Ora, mas é claro que não. Voltei a beijar o Jones.
’s POV Off
O filme acabou e e Danny recompuseram-se no sofá, voltando à posição de início, como bons amigos sentados lado a lado.
Todos foram até a cozinha fazer um lanche, quando disse.
- Bom, ontem eu conversei com o Tom pelo telefone e eu tive algumas idéias para vocês referentes à banda. Estão dispostos a ouvir?
- Si-sim – balbuciou Tom.
olhou para os outros esperando uma resposta e todos assentiram.
- Vamos até a sala – chamou ela. Saiu da cozinha na frente de todos, balançando seu cabelo preso pelo elástico.
Imediatamente, os olhos de todos os meninos presentes voaram para suas pernas que desfilavam na frente deles.
13. A nomeação
Todos se sentaram no sofá da sala, com exceção de Harry e , que se sentaram no chão, e de , que se posicionou em pé, de costas para a TV e de frente para os outros.
Tá, primeiro de tudo, qual é o nome da banda de vocês? – perguntou passando brevemente os olhos por cada um a sua frente.
Todos os sentados entreolharam-se apreensivos e ninguém respondeu a pergunta.
- Ah, como eu pensei – murmurou . – Como é que vocês querem ir atrás de uma gravadora se nem têm um nome? Não é a toa que o cara riu na cara de vocês. – Ela encarou os rostos envergonhados a sua frente. – Agora, vocês já pensaram em algum?
Dougie empertigou-se no sofá e respondeu sorridente:
- McFly!
- McFly? – perguntou virando-se para ele. – Da onde você tirou isso?
Antes que ele respondesse, disse com naturalidade:
- Eu gosto de McFly.
- Eu também! – falou Tom sobressaltando-se com a própria resposta repentina. Seus olhos fixos em , que sorriu e em seguida olhou para os outros.
- Valeu, Tom! – Dougie agradeceu satisfeito. – Não sei da onde eu tirei esse nome, mas ele vive na minha cabeça.
- “De Volta Para o Futuro”, Dougie – informou Harry revirando os olhos.
- Hã? – Dougie franziu o cenho. – Aaah... Foi lá mesmo que ouvi esse nome!
Harry balançou a cabeça negativamente e rolou os olhos mais uma vez, assim como e Danny.
- Mas então, o que vocês acham do nome? Alguém quer sugerir outro? – perguntou .
- Eu gostei. – parecia satisfeita.
- Eu também. – virou-se e deu um selinho em Dougie, que estava sentado ao seu lado.
Todos pareceram aprovar o nome, assentindo com a cabeça.
- Certo – começou -, Harry, Dougie, Danny e Tom – ela apontou um de cada vez -, vocês agora são a McFly!
Um silêncio se instalou enquanto todos tomavam consciência daquilo.
- Viva! – gritou . Todos a encararam. – Que foi? Tô feliz que agora vocês têm um nome!
Houve uma pequena explosão de risadas, não que eles tivessem achado alguma graça em , mas compartilhavam de sua alegria. Quando as risadas cessaram, anunciou:
- Mas não pára por aí. Eu estive pensando num meio de vocês arranjarem um contrato. – Ela sentou-se no chão e aqueles que estavam no sofá curvaram-se para fitá-la melhor. – Estive pensando em um pequeno show.
- Show? – Danny abriu um sorriso.
assentiu.
- Como presidente do Grêmio Estudantil, tenho autorização para promover eventos e arrecadar dinheiro em benefício dos alunos.
Harry empertigou-se no chão, ao lado de , a expressão iluminada; já entendera onde queria chegar.
- Eu organizo um evento qualquer, chamo uns “olheiros” de gravadoras; vocês tocam e arrasam!
- Você é incrível! – exclamou Tom.
ficou ruborizada, mas se recompôs rapidamente, sorrindo para os outros.
- É perfeito, ! – aprovou . – Aquela escola simplesmente ama o Danny e o Harry... – Dougie pigarreou interrompendo , que revirou os olhos e prosseguiu: - ... e o Dougie. Qualquer coisa que eles tocarem, a escola vai amar!
- Mas a gente não vai tocar qualquer coisa – protestou Danny. – Nós somos bons!
- Eu sei disso, Dan – disse sorrindo para ele.
- E então o olheiro já vai ver a reação da galera! – concluiu Dougie.
- Foi o que eu pensei! – estalou a língua.
- E onde é que você vai arranjar esses olheiros? – perguntou Tom e imediatamente todos fitaram esperando pela resposta.
- Eu tenho meus contatos – respondeu ela piscando marotamente para Tom.
Assim, eles passaram o resto da tarde discutindo sobre o show na escola e sobre o que tocar. não largou o celular e fez várias ligações.
- Acho que a gente deveria tocar um cover – sugeriu Dougie.
- Que tal “I Wanna Hold Your Hand”? – perguntou Danny.
- Naa… Prefiro “Don’t Stop Me Now” – contrapôs Harry.
- Claro que não! – Danny protestou. Dougie, ao seu lado, ergueu ambas as mãos na defensiva. – “I Wanna Hold Your Hand” é bem melhor pra cantar na escola! – replicou.
Harry franziu o cenho assim como os outros que observavam a discussão.
- O que que tem a ver? – ele perguntou irritado.
- Nada – confessou Danny -, mas eu quero “I Wanna Hold Your Hand” e pronto!
- Ai, tá, tá bom! – murmurou Harry e os outros riram. – Bebê!
Danny fechou a cara para ele.
O som de uma buzina adentrou pela janela.
- Minha mãe – anunciou . – Pedi que ela viesse me buscar. Já vou providenciar algumas coisas e vejo se marco essa festa já no fim da semana que vem; não nessa sexta na outra.
Então ela se despediu e saiu, deixando um Tom atônito na sala. Todos, automaticamente, viraram-se para ele.
- O quê?
- Essa – disse Danny -, não é aquela que dá o maior mole pra você, Tom?
- Exato. – foi quem respondeu.
- Caraca! – Daniel olhou de para Tom. – E você deixou ela escapar?
lançou um olhar significativo a Danny, que deu de ombros.
- Eu não deixei ela escapar – protestou Tom -, só pedi a ela um tempo pra pensar.
- Acho que você já pensou o suficiente, não? – riu Harry.
- Só por que ela está mais linda do que nunca e atraente de um jeito que eu não sei explicar? – perguntou Tom brincalhão. – Não, eu ainda acho que não. Sério, eu não vou lá falar pra ela que eu estou pronto só porque ela mudou o visual; quando eu realmente estiver, eu procuro ela.
- É isso aí, Tom! – vibrou . – Harry, vamos pra casa também? Preciso tomar um banho.
- Precisa mesmo! – caçoou Harry abanando o ar com a mão em frente ao nariz.
- Muito engraçado – ironizou ela. – Se bem que a última vez que eu tomei banho foi antes da gente ir à gravadora e eu estou com a mesma roupa desde então.
Dougie, que estava sentado ao seu lado, levantou-se num pulo e puxou com ele.
- Ah – suspirou , olhando para baixo. – Estou tão ruim assim? – ela perguntou cheirando a si mesma.
- Você pode tomar banho aqui – sugeriu Danny. – Eu te empresto uma camiseta.
- E por acaso você tem uma calcinha? – arqueou as sobrancelhas para Danny. – Não adianta tomar banho e continuar com a mesma.
- Olha, – começou Danny -, se você tiver sorte, talvez eu tenha uma calcinha aqui de alguma...
- Ah, Daniel! – interrompeu irritada. – Não quero uma calcinha de uma vadia e nem quero saber da sua vida sexual! – Ela levantou-se do sofá e subiu as escadas correndo.
- O foi isso? – perguntou Harry franzindo o cenho e fitando a irmã sumir pela escada.
- E eu sei? – indagou Danny, omitindo a verdade. – Vou lá atrás dela – ele anunciou e subiu.
Dougie coçou a cabeça impacientemente; o fitou e em seguida os dois voltaram a sentar.
- Essa ... Cada dia mais estranha – murmurou Harry. afagou seu braço.
sentou-se na cama de Danny, apoiou a cabeça em ambas as mãos, tapando os olhos. Em alguns segundos, foi possível escutar seus soluços, apesar de baixos.
Daniel entrou no quarto e viu chorando. Uma fraca dor lhe acometeu no peito.
- ... – chamou ele baixinho.
Ela não respondeu.
- Por favor, . Você não está chorando pelo o que eu disse, tá? Foi só uma brincadeira!
finalmente tirou o rosto das mãos e fitou Danny com os olhos marejados, enquanto ele sentava-se ao seu lado.
- Não chore por essa bobagem! Não tem calcinha nenhuma aqui!
- Não é por isso, Danny.
Danny vincou a testa.
- Então o que foi?
- Você não vai entender... Esquece.
- Tudo bem, mesmo por que, como você disse, são só vadias. Você vale muito mais pra mim e eu não quero te ver chorar. – sorriu fraco e Danny a abraçou. – E além do mais, você não precisa usar calcinha.
- Danny! – repreendeu-o dando um tapa no braço dele. – É isso que me preocupa...
- O quê? – Daniel não sabia onde queria chegar.
- O seu jeito de falar, de... de só pensar em sexo e... Bom, eu não estou pronta para te dar isso, então...
Finalmente Danny percebeu o motivo do choro.
- Então é isso? – ele perguntou perplexo interrompendo a garota. – Você tem medo que eu não te queira porque você não vai transar comigo?
não respondeu e ele entendeu como um sim. Danny sacudiu a cabeça com a boca entreaberta.
- Eu amo você, está bem? – ele disse acariciando o rosto de . – E o amor não está diretamente ligado ao sexo.
Danny puxou o queixo da garota para si e depositou um beijo em seus lábios, em seguida afastou-se e afagou o rosto macio de . Ela fechou os olhos e segurou a mão de Danny em sua bochecha. Então disse:
- Eu também te amo, Danny.
Os dois sorriram.
- ? – chamou Dougie aproximando-se da porta do quarto. e Daniel separaram-se imediatamente. – Então, Srta. Estressadinha – ele disse enfiando a cabeça para dentro -, Harry está te chamando! – avisou lançando um olhar significativo para a amiga.
bufou e saiu do quarto sem olhar para trás, passando rapidamente por Dougie, também sem encará-lo.
14. Visitas
Era muito cedo para ter tido aquele tipo de discussão com Danny; ela sabia disso, mas aquilo sempre lhe perturbara. Daniel tem muita experiência com mulheres, ao contrário dela, que nunca fora pra cama com ninguém. Se um dia ela conseguisse ter Danny, como agora, será que ele não desistiria ou procuraria saciar seus desejos em outro lugar? Ela sempre lhe perguntava isso.
Então ela esperava, do fundo do coração, que Danny tenha sido sincero.
Era domingo e não tinha nenhum plano do que fazer, diferentemente de Harry.
- , eu e a estamos indo ao cinema, quer vir com a gente? – Ele e sorriram para ela.
- Ah, tá – murmurou num tom irônico. – E ficar de vela? Muito obrigada, mas não.
- Certo. Então, tchau – disse Harry.
- Tchau, Hazz. Tchau, !
- Tchau – respondeu ela.
E ficou sozinha em sua casa. Apesar de ser um pleno domingo, seu pai trabalhava em algum lugar pelos seus milhares de projetos, juntamente com sua mãe, que não perdia um passo do marido e da banda dele.
- Tá, e o que eu faço agora? – ela perguntou a si mesma.
Antes que ela pudesse pensar numa resposta, seu celular vibrou no bolso da sua jeans. Ela sorriu ao ver o nome na tela.
- Oi, Danny! – ela disse animada.
- Eu estava pensando... Já que o Harry acabou de sair com a , será que eu não podia entrar? - Como você sabe que eles acabaram de sair?
Danny riu baixinho e respondeu:
- Por que você não abre a porta e eu respondo? - O quê? – indagou , mas em resposta escutou o tu, tu, tu do telefone e em seguida umas batidinhas na porta. Ela desligou o celular e dirigiu-se a porta com a testa franzida. Quando a abriu, viu Danny parado à sua frente recostado de lado no batente com o cotovelo, na mão ele girava seu celular; um sorriso maroto no rosto.
Danny, rapidamente, tirou o peso do braço e adentrou a sala de estar; puxou pela cintura com um dos braços e beijou-a com tal intensidade que a tirou do chão. Com a mão livre fechou a porta atrás dele e guiou até o sofá. Tropeçou numa das guitarras apoiada no suporte, mas continuou sem partir o beijo até se sentarem no sofá e separarem-se ofegantes.
- Danny, o Harry podia ter te visto! – advertiu com a voz bastante alterada.
- Ele não viu, relaxa. Meu carro está na rua de trás e fiquei escondido nos degraus da porta da casa do Tom.
sorriu.
- E por que você veio?
- Pensei em você a noite toda. Puxa, não sei como eu não percebi que eu te amava desse jeito – Danny gesticulou apontando para si e para repetidas vezes -, entende?
A garota assentiu. Danny voltou a beijá-la.
Eles passaram um bom tempo juntos, conversando sobre tudo. “Desde quando você gosta de mim?” foi uma das perguntas feita por Danny a , que respondeu o mesmo que ela respondera a Dougie semanas atrás e Danny inquiriu a si mesmo como nunca percebera. Até que achou melhor ele ir depois de fazerem um lanchinho na cozinha.
- Segunda-feira vou tentar sair mais cedo e te buscar na escola – avisou Danny já do lado de fora da casa, em frente à porta.
- Mas você vai ter que levar o Dougie e Tom – conjecturou . – E, provavelmente, Harry vai querer ir com você também se você sair mais cedo.
- Não importa, só quero passar mais tempo com você.
sorriu e mordeu o lábio inferior em seguida. Danny aproximou-se e deu-lhe um demorado selinho. Ele afastou-se novamente e disse:
- Até amanhã, porquinha!
- Por que porquinha? – perguntou indignada.
- Por ontem, não lembra? – Danny riu.
- Aaah – reclamou – cala a boca, garanhão.
- Gostei de garannhão! – Ele sorriu brincalhão.
revirou os olhos.
- Vai embora antes que o Harry chegue – ordenou ela.
- Sim, senhora. – Danny bateu continência, deu mais um selinho em e caminhou para a rua de trás, onde seu carro estava.
Não demorou muito até Harry chegar sozinho do cinema.
- Oi, Hazz! – cumprimentou sorridente.
- Tá tão feliz assim por quê? – Harry perguntou no mesmo tom alegre da irmã.
- Feliz? – tentou reprimir seu sorriso. – Ah, eu estou normal, como sempre.
- Você é bipolar – concluiu Harry. – E isso me assusta. – Ele ergueu uma sobrancelha.
riu.
- Ai, Harryzito, já era pra você ter se acostumado! – piscou para o irmão.
Harry riu e subiu as escadas para ir tomar banho.
O celular de tocou mais uma vez, ela ansiou que fosse Danny, mas ao olhar o visor viu que não era.
- Oi, Tom – ela atendeu com um tom de dúvida na voz e com a testa franzida.
- ? Será que você não pode passar aqui pra gente conversar? - Claro, Tom! Só um minuto.
- Okay. Tchau
Antes que pudesse bater à porta, Tom a abriu.
- Entra aí – pediu ele.
Por fora a casa podia ser parecida com a de Harry e , mas por dentro era muito diferente. Impecavelmente arrumada e decorada somente com cores claras.
Sua mãe, Debbie, estava sobre um divã verde piscina lendo um livro; seu pai estava na sala de TV assistindo a um filme.
- Pai? Mãe? – chamou Tom. – Essa aqui é a , de quem eu já falei – apresentou ele.
Os dois cumprimentaram-na educadamente.
- Você é mesmo filha do Judd? – perguntou Sr. Fletcher saindo da sala de TV.
- É, sou – ela respondeu tímida.
- Mande lembranças a ele. Sou um grande fã!
- Ah, obrigada. Eu mando, sim.
Tom puxou pelo punho até o jardim de sua casa.
- O que é, Tom? – perguntou . – Você tá me deixando curiosa!
- Nó somos amigos, não somos?
- Hã... – ergueu uma sobrancelha. – Somos, eu acho. Depende do que você disser ou fizer agora.
Tom riu.
- Só queria ter certeza se posso te perguntar uma coisa.
- Pergunta – pediu receosa.
Tom sorriu maroto, aguçando sua covinha da bochecha esquerda.
- Bom, Srta. Judd, eu queria saber se, por acaso, você e o Jones estão tendo alguma coisa.
- O QUÊ? – gritou espantada. – Digo... Hã? Por quê? – Ela paralisou como se estivesse petrificada.
- Bom, primeiro eu vi o Danny saindo sozinho da sua casa. Eu vi que ele estava se despedindo de alguém, não deu pra ver quem, e demorou bastante – ele reprimiu um riso -, podia ser o Harry, mas aí o Harry chegou alguns minutos depois.
- Ah, mas... mas, é... – balbuciou . – O Danny não pode conversar comigo? Ele é meu amigo também! Desde que nasci. E... Você tava nos espiando?
- Não. Eu não estava te espionando – Tom respondeu calmamente. – Vi pela janela do meu quarto enquanto compunha. E eu sei que o Danny é seu amigo, mas o que ele teria pra conversar com você durante a taaarde toda?
- Hãã... Sobre carros? Ou talvez, críquete?
- ... – Tom encarou-a com olhos severos e acusatórios.
- Ai, Tom, você me pegou. Eu fiquei com o Danny ontem e hoje ele foi lá em casa e a gente ficou de novo, só isso.
- Aah, mas não foi uma simples ficada...
- Como você sabe?
- Seus olhos brilham quando você fala dele – observou Tom.
sorriu ruborizada.
- É, eu sempre gostei dele.
Então ela contou toda a história ao amigo.
- Mas, Tom, pelo amor de Deus, não conte isso para ninguém – pediu .
- Tudo bem, eu não conto, mas por quê? Por que você quer esconder se você queria tanto isso?
- A gente combinou assim por enquanto.
Tom franziu os lábios e assentiu. Seu celular tocou e ele logo atendeu.
- Era a – informou Tom após desligar seu celular. – Ela já agendou nosso show na escola.
- Uau! Que legal! Como é que ela fez isso num domingo?
- Também não sei – respondeu. Ele olhou para cima e suspirou.
- Então Tom, já está pronto pra investir nela?
- É, acho que estou. Ela realmente me encantou.
- Espero que dê tudo certo daqui pra frente... Você e a ; e o show.
- Ah, eu também, eu também.
15. Reações
- Dougie, o que você tem? – perguntou a Dougie.
Os dois já estavam na sala de aula, esperando pela primeira aula daquela segunda-feira. Dougie no seu lugar de costume, ocupava o lugar de Tom em sua frente. Ela estava com o cotovelo sobre a mesa do namorado, o queixo apoiado na mão enquanto ela o fitava. Ele estava pensativo e irritado com algo.
- Nada, – ele respondeu rispidamente.
- Que coisa, Dougie. Você está assim desde sábado, quando a gente saiu da casa do Danny – reclamou ela. – Eu só quero te ajudar! Não precisa ser grosso comigo!
- Desculpa, . – Ele olhou preocupado para a namorada. – É que... não é nada que você possa ajudar... Eu só... só estou – ele abaixou o tom de voz, não queria realmente contar a – desconfiado de uma coisa.
cerrou os olhos e aproximou-se para escutar melhor.
- Desconfiado? – questionou ela. – Desconfiado do quê?
Dougie mordeu o lábio inferior.
- Eu não posso te contar. – Ele respondeu tão baixo que teve que quase colar o ouvido nos lábios dele para escutar.
- Ah, Dougie! – esbravejou ela. – Segredos pra cima de mim?
O garoto fechou os olhos e respirou fundo.
~*~
passou a noite extremamente bem. Quando acordou havia uma mensagem de texto em seu celular:
Tenha um bom dia! Vou estar pensando em vc... Eu te amo. XX Danny.
Ela se trocou mais rápido que o normal, como se isso fizesse o horário de saída do colégio chegar mais rápido.
Os papéis se inverteram aquele dia, já que ela passara na casa do Tom para irem juntos à escola.
Os dois entraram na sala de aula, já cheia de alunos, conversando animadamente; caminharam para o fundo de sempre, onde e Dougie cochichavam.
- Bom dia! – disse aos amigos.
Eles responderam, mas lançaram a ela um olhar que não considerou muito amigável, mas deu de ombros; nada podia abalá-la.
desocupou o lugar de Thomas e sentou-se na frente de , mas não virou-se para trás para lhe perguntar sobre o final de semana como sempre fazia.
Bateu o sinal para o intervalo e ainda não trocara nenhuma palavra com Dougie ou , que se levantaram rapidamente e saíram apressados. cerrou os olhos na direção deles.
- Eles estão estranhos, né? – Tom perguntou ficando de pé.
- Aham – ela murmurou ainda com os olhos cerrados fitando a porta por onde e Dougie passavam.
- Será que eles brigaram?
- Talvez – respondeu indiferente. – Mas acho que é outra coisa.
Tom deu de ombros, em seguida ergueu o olhar para o outro lado da sala e ficou paralisado, apenas observando. olhou para onde ele mirava e viu caminhando em sua direção. Ela estava pensativa e passava, distraidamente, a mão pelas pontas de seus cabelos .
- Oi, . Oi, Tom – cumprimentou ela. – Vou só dar uma palavrinha com Martyn – anunciou, então virou-se para o lado onde o garoto arrumava suas coisas para sair para o intervalo. – Martyn, oi! Será que eu podia conversar com você um minuto?
O menino robusto e de óculos encarou assustado e respondeu:
- Hã... Claro.
e Martyn saíram do meio das carteiras e foram para mais próximo da lousa, onde a garota entregou um papel a ele e explicou-lhe algumas coisas.
Tom ficou vermelho ao ver entregar aquele papel ao mesmo tempo em que enrolava o cabelo com os dedos.
- Tom, certeza que não é nada, relaxa – tranqüilizou .
- O quê? O que não é nada de mais? A conversando com o Martyn? Eu sei! – ele tentou disfarçar, soltando ar pela boca em seguida.
- Tom, até suas orelhas estão vermelhas!
- É mesmo!? – Ele tapou as orelhas com as mãos.
voltou sorridente até eles e disse:
- Olha, queria muito passar o intervalo com vocês, mas tenho muitas coisas para resolver.
- Mas, , você não disse que o show será só na ooooutra sexta? – perguntou .
- Sim, eu disse, mas quanto antes eu organizar tudo, menos chance de alguma coisa dar errado de última hora – respondeu ela. – E eu ainda tenho outras obrigações como presidente do Grêmio para cumprir.
- Ah, claro – murmurou . – Você tem razão.
despediu-se dos dois e saiu em disparada da classe. Thomas ficou perceptivelmente decepcionado.
- Eu só queria... conversar com ela – explicou ele quando percebeu o olhar de sobre ele.
- Você terá outras chances. – pôs sua mão no ombro do amigo e guiou-o até sua carteira para ele se sentar.
- Mas não vai ser durante essas duas semanas que antecedem o show. – Finalmente ele desviou o olhar da porta e fitou .
- Tenha paciência, assim como ela teve com você.
- Isso se a paciência dela já não esgotou! Eu demorei demais.
- Você teve seus motivos. E se ela realmente gosta de você, vai entender.
Tom fez que sim com a cabeça, mas ainda estava preocupado.
~*~
- Vai ter ensaio hoje? – perguntou Tom a quando saíam da sala na hora da saída logo atrás de e Dougie.
- Com certeza! – respondeu ela. – Harry disse que até vocês se apresentarem, vão ensaiar todos os dias.
Dougie despediu-se de e virou-se para verificar se e Tom o seguiam, então começou a caminhar para a escada que levava até a estação de metrô.
- Dougie, espera – pediu . – Acho que o Danny vem nos buscar.
- Ah, vem, é? – ele perguntou rispidamente olhando no fundo dos olhos da amiga.
- É, ele disse alguma coisa do tipo – respondeu em voz baixa. – O que você tem, hein? Nem falou comigo hoje.
- Nada. – Dougie olhou para cima. – Briguei com a .
- Hum... – não se convenceu da resposta.
- Aquele não é o carro do Danny? – perguntou Tom apontando para longe.
olhou para onde ele apontara com olhos ansiosos.
- É, sim!
Enquanto os três caminhavam até o carro, a porta deste abriu-se, fazendo o estômago de gritar de ansiedade, ou talvez fosse apenas fome. Mas quem saiu do carro, não era quem os três esperavam; era Harry, usando seus óculos de sol preferidos.
- Harry? – franziu o cenho. – Cadê o Danny?
- Na casa da Fane.
cerrou os dentes e seu coração foi a mil por hora. Tom pôs a mão em seu ombro. Ao seu movimento, Dougie olhou para os dois.
16. Confidências entre amigos e amantes [n/a: Coloque esse vídeo para carregar. Se quiser, claro xD]
“Tá, quem disse que o Danny podia ir à casa daquela garota promíscua? Ham? Ele tá lá fazendo o quê?” pensou . Ela respirou fundo três vezes e retribuiu o olhar de Dougie, mas que logo fitou o chão comprimindo os lábios. Ela, então, entrou no carro, sentando-se no banco do passageiro, enquanto Tom e Dougie ocupavam o banco de trás e Harry assumia a posição de motorista.
- Harry, você sabe, exatamente, o que o Danny foi fazer na casa da... da... Fane? – detestava pronunciar aquele nome, tanto que o fez com ódio.
- Olha, , ela ligou no celular dele e eles discutiram bastante, aí o Danny foi até a casa dela soltando fogo até pelas orelhas e me mandou vir aqui. – Ele deu de ombros.
sorriu satisfeita.
- Ele tinha que terminar com ela mesmo depois de sexta, né? – Dougie disse a . Foi a primeira vez que ele dirigiu-se a ela de um jeito mais amigável.
- É – concordou baixinho.
Harry olhou para ela assim que pararam no sinal, mas assim que a irmã retribuiu o olhar ele voltou-se para frente.
~*~
Só faltava Danny para eles começarem o ensaio.
, Harry, Dougie e Tom estavam na sala de TV assistindo a um documentário sobre golfinhos. Todos entediados.
olhou seu relógio de pulso.
- Harry, como é que o Danny vai voltar? Porque, afinal o carro dele tá aqui.
- Hmm... Sabe que eu não sei?
A garota revirou os olhos e levantou-se num pulo e foi sentar-se no sofá da sala de estar. Depois de alguns minutos, escutou um clic na porta. Ela ficou de joelho no sofá, apoiando-se no encosto. Danny entrou pela porta e ao ver no sofá, lançou um olhar significativo a ela, do tipo: “A gente conversa depois”. assentiu e voltou para a posição anterior.
Os meninos resolveram dar uma pausa ao ensaio. Dougie jogou-se no sofá onde estava, mas na ponta oposta; Tom fez o mesmo, mas no outro sofá; Harry foi atender ao celular na cozinha e Danny saiu para o quintal e sentou-se numa espreguiçadeira. esperou uns dois minutos e foi se encontrar com Danny no quintal.
Ela sentou-se na ponta da espreguiçadeira, ao lado dos pés de Danny, que lhe lançou um meio sorriso.
- Como foi lá?
Ele bufou.
- Eu terminei com ela, claro.
- Mesmo?
- Mesmo.
- E o que ainda tá te deixando aborrecido? – perguntou alisando a testa preocupada de Danny.
- Agora nada, mas a Fane me irritou profundamente.
- O que aconteceu? – franziu o cenho.
- Primeiro ela me liga, meu dia estava ótimo e ela o estragou, ela começou me xingar porque eu não ligava pra ela desde sexta. – Ele revirou os olhos.
- Por que será? – perguntou marotamente e Danny riu fraco.
- Aí eu discuti com ela, mas ela estava sendo muito difícil, ela não deixava eu falar, então eu resolvi fazer uma visitinha e terminei o que, para mim, já estava terminado.
- E ela?
- Ah, ela ficou puta da vida e deu o maior piti!
- Mesmo depois de ter te traído!? – perguntou espantada.
- Ela negou. – escancarou a boca. – É, ela foi capaz de negar, por isso que eu fiquei mais puto ainda. Eu to estressado e não to conseguindo nem tocar e cantar direito.
- Você está perfeitamente bem, Danny.
- E é por isso que dizem que o amor é cego.
revirou os olhos com um sorriso nos lábios.
- Mas também dizem que quando a gente tá muito irritado ou feliz com alguma coisa, a gente desconta na música.
- Pode ser, mas eu acho que nessas condições, é melhor escrever músicas e não tocar.
- Hmm... Tem razão.
- Eu sempre tenho. – Danny sorriu e piscou para .
- Besta! – deu-lhe um tapa no ombro e em seguida depositou um beijo em seus lábios.
- Sou besta, mas você me ama, né?
- Muito. – Os dois fitaram-se profundamente.
Tom apareceu atrás da espreguiçadeira branca e disse:
- Vamos voltar ao ensaio, Danny, ou a vai te prender aqui, garanhão?
Danny ergueu uma sobrancelha para , que avisou:
- Ele sabe sobre nós. – Antes que Danny reclamasse, ela prosseguiu: - Ele descobriu. Não fui eu quem contei. – levantou-se e entrou pela sala de estar, deixando Tom e Danny sozinhos no grande quintal.
Já fazia duas horas que o ensaio acabara, quando , depois da incômoda presença de Dougie, resolveu visitá-lo.
Quando passou pela sala, a caminho da escada que levava para a garagem, seu pai lhe gritou:
- Onde vai?
parou, subitamente de correr e respondeu:
- Fazer uma visitinha aos Poynter’s, vê algo incomum ou errado nisso?
Roger Judd riu.
- Na verdade, é estranho ele não estar aqui.
- Ele não fica mais aqui desde que começou a namorar a ...
- É... As coisas mudam, mas quando você tiver seu namorado, também vai se afastar um pouco.
As entranhas de riram.
- É... Talvez. Tchau, pai!
~*~ [n/a: coloquem a música! ^^]
This is who I am and this is what I like (Este sou eu e é disso que eu gosto)
GC, Sum and Blink and MxPx rocking my room (GC, Sum e Blink e MxPx tocando no meu quarto)
If you're looking for me I'll be at the show (Se você estiver me procurando, eu estarei no show)
I could never find a better place to go (Eu nunca conseguirei encontrar um lugar melhor para ir)
Until the day I die, I promise I won't change (Até o dia em que eu morrer, eu prometo, eu não vou mudar)
So you better give up (Então é melhor você desistir)
Sra. Poynter pediu que entrasse e permitiu que ela subisse até o quarto de Dougie. Assim ela fez.
I don't wanna be told to grow up (Eu não quero que me digam para crescer)
And I don't wanna change (E eu não quero mudar)
I just wanna have fun (Eu só quero me divertir)
I don't wanna be told to grow up (Eu não quero que me digam para crescer )
And I don't wanna change (E eu não quero mudar )
So you better give up (Então é melhor você desistir )
Cuz' I'm not gonna change (Porque eu não vou mudar)
I don't wanna grow up (Eu não quero crescer)
A música vinda por debaixo da porta era alta e misturava-se com o som que parecia ser do vídeo game. fez uma careta pelo mal-estar que essa mistura lhe causara. Ela bateu na porta, mas nada dela ser aberta; a garota previra isso, sendo assim, deixou sua educação de lado e abriu a porta.
Dougie estava vidrado no seu jogo de baseball pelo vídeo game, olhou rapidamente para e voltou sua atenção para a TV de LCD.
- Dougie? – chamou ela.
I like to stay up late, spend hours on the phone (Eu gosto de ficar acordado até tarde, passar horas no telefone)
Hanging out with all my friends and never being at home (Sair com todos os meus amigos e nunca estar em casa)
I'm impolite and I make fun of everyone (Eu sou mal-educado e gosto de tirar sarro de todo mundo)
I'm immature but I will stay this way forever (Sou imaturo, mas continuarei desse jeito para sempre)
Until the day I die, I promise I won't change ( Até o dia em que eu morrer, eu prometo, eu não vou mudar )
So you better give up (Então é melhor você desistir )
Sem resposta, ela adentrou o quarto, tropeçou num skate largado no chão e caminhou até o aparelho de som, desligando-o. Houve um protesto pela parte de Dougie, mas, novamente, sua atenção voltou-se para o baseball virtual.
- Dougie, preciso falar com você.
Ele ignorou-a.
- DOUGIE! – gritou. Andou decidida até a frente da TV e ficou defronte ao garoto.
- Ei! – reclamou ele mexendo-se de um lado para o outro tentando enxergar a TV.
- Desliga isso... EU QUERO CONVERSAR!
Dougie jogou o controle para o lado depois de pausar o jogo e bufou ao fitar .
- Fala.
sentou-se ao seu lado.
- Então, meu querido Dougie Lee Poynter, o que te incomoda?
- Hã?
- Não adianta disfarçar, você está bravo comigo.
Dougie respirou fundo então perguntou:
- Por acaaaso... você e... o... Danny... já deram o primeiro passo? Sé é que você me entende...
engoliu em seco e fechou os olhos; previra que aquele seria o motivo, Doug já desconfiava. Ela reabriu os olhos e respondeu:
- Sim.
- Eu sabia! – Dougie teve uma reação da qual não esperava. – Você finalmente consegue ficar com o Danny e nem vem me contar! Eu achei que eu fosse seu amigo!
A garota ficou sem fala por um momento.
- Doug, eu ia te contar, mas...
- Resolveu que eu não sou confiável para isso?
- Claro que não, Dougie! – Ela se exaltou. – Eu só não te contei nada ainda porque eu e o Danny resolvemos não contar a ninguém, por enquanto, e depois contaríamos primeiro para o Harry.
Dougie não respondeu.
- E tem outra, você está sendo um ótimo amigo me ignorando quando eu estou super feliz. Você tem o mesmo peso que o Danny para mim, se eu não estiver bem com você, eu não consigo ficar feliz nem tendo o Danny. E você sabia como eu queria isso, e agora que eu consegui, ao invés de você ficar feliz por mim, você simplesmente resolve me ignorar.
Dougie fitou o chão.
- Você tem razão – murmurou. Ele ergueu o olhar novamente. – Desculpa, . Eu fui um idiota mesmo. Você só fez o que achou que era certo e eu estraguei tudo.
- Tudo bem.
- Aaah, vem me dar um abraço! – Ele estendeu os braços. – Você está com o Danny!
Os dois se abraçaram e os olhos de encheram-se de lágrimas; nada fora do comum.
17. Backstage
contou a Dougie como tudo aconteceu; o beijo inesperado; o fato de Danny achar que ela estava com Tom; a visita do domingo e a conversa com Tom.
- Então o Tom soube antes de mim? – perguntou Dougie com olhos arregalados. – Agora eu fiquei magoado.
- Dougie, eu não tive culpa, como eu disse, ele descobriu sozinho, não tive como...
O garoto a interrompeu tapando a boca dela com a mão.
- Eu sei, estou só brincando!
esperou ele tirar a mão dele de sua boca para dizer:
- Agora, você e o Tom sabem e nada do Harry saber...
- Er... É, , meio que eu contei para a também, ela sabe que você gosta dele e que eu estava desconfiado.
- Você contou!? – perguntou exasperadamente.
- Desculpa, . Mas eu não tive como esconder. Ela veio com um "Segredos pra cima de mim, não!". – Ele imitou a voz dela. – Aí eu tive que contar.
- É, acho que eu sabia que isso aconteceria...
Dougie concordou com a cabeça e perguntou:
- E quando você vai contar ao Harry?
comprimiu os lábios.
- Não sei, exatamente. Quando eu e o Danny acharmos que é a hora certa. Provavelmente vamos esperar esse show que vocês farão.
- Nem me lembra dele. Já me embrulha o estômago.
ergueu uma sobrancelha para o amigo.
~*~
A semana foi passando. Os garotos da McFly estavam cada vez mais ansiosos; Dougie vomitara duas vezes naquela semana.
- Puxa vida, Dougie. Não é tão difícil assim. Está no seu sangue! – encorajou Danny.
- Pra você é fácil, Sr. Eu-amo-holofotes-Jones.
O final de semana chegou e foi quando pensou que finalmente arranjaria um jeito de ficar sozinha com Danny por mais de cinco minutos. Nada feito. Além de Harry exigir mais ensaios, também resolvera supervisioná-los. Ela conseguiu disponibilizar o anfiteatro da escola, o lugar onde seria o show, para ensaios, desde que fosse usado no final de semana.
A outra semana, que antecedia o show, podia ser tranqüila, já que os preparativos estavam prontos; o setlist completo, decorado e ensaiado. Mas não. Ela foi tensa. Mais vômitos de Dougie, desta vez, até Tom e Harry resolveram acompanhá-lo.
- Sério, assim não dá – reclamou Danny. – Eu vou até a farmácia comprar um calmante para vocês! – Ele largou a guitarra no sofá, piscou discretamente para e saiu.
- Eu preciso sair daqui também – anunciou ela, fazendo uma careta. – Danny, espera, vou com você! – Como se ele já não estivesse esperando.
E foi o momento mais longo que eles tiveram a sós. Um passeio empolgante, de mãos dadas, até a farmácia. Eles tiveram que ser bem discretos para evitar o ocorrido da saída do bar, quando Danny foi carregado por .
~*~
A escola estava perfeitamente decorada com panos brancos e roxos pendurados no teto, dando efeito de ondas. Foram espalhadas no grande ginásio poliesportivo mesas cobertas com tecidos da mesma cor da decoração, onde os trabalhos da turma de arte e carpintaria foram expostos, o pretexto usado por para a realização do evento.
Nas paredes, cartazes coloridos anunciavam a apresentação da banda “McFly”, criativamente produzidos pela turma da informática, liderada por Martyn. A essa altura, Tom já sabia o motivo da conversa – ato que ele ainda não conseguira fazer – de com Martyn.
- Dougie, certeza que você não vai vomitar? – certificou-se minutos antes deles entrarem no palco.
- Certeza, certeza, eu não tenho, mas acho que eu agüento.
revirou os olhos. Ela caminhou pelo backstage até onde Tom e Danny afinavam suas guitarras, puxou o moreno pelo braço para uma salinha mal iluminada, onde havia pedaços de tecidos no chão e uma bateria velha. Ela agarrou Danny pela nuca, puxou-o para si e o beijou como da primeira vez, mas com mais fervor. Enfim partiu o beijo e a mão da nuca subiu para o rosto, ela olhou bem no fundo dos olhos azuis dele e disse:
- Boa sorte.
Ele a puxou mais pela cintura.
- Depois disso, sou mais sortudo que qualquer irlandês.
- Danny, tá na hora! – chamou Tom. colocou as duas mãos sobre as clavículas de Danny, ajeitando sua camisa.
- Vai lá e arrasa! – ela disse.
- Deixa comigo! – Ele deu um selinho em e saiu da salinha.
saiu correndo de lá e desceu pela escada lateral do palco, ficando bem na frente da galera que se aglomerava no anfiteatro, que pela primeira vez estava sem poltronas. estava lá, com fones de ouvido com um microfone acoplado pendurado no pescoço; ela sorria, a expectativa estampada nele, assim como em , que acenou para ela.
Os garotos entraram no palco, a galera toda gritou, pulou animada e Danny apontou para ela de um jeito brincalhão. Eles anunciaram o cover dos “The Beatles”, para o delírio dos alunos.
Depois de algumas músicas, olhou para os lados e viu homens de terno, deviam ser os tais olheiros, pensou ela, porém alguns eram seguranças. estava falando com um e olhando para , quando a chamou, fazendo sinal para que fossem ao backstage.
- Ele insistiu em falar com você agora – explicou .
- Por que ele quer falar comigo?
- Ele é de uma gravadora e perguntou se você tem a ver com a banda, eu disse que sim, então ele insistiu em falar com você agora, porque ele precisa ir embora.
- Ótimo! – exclamou , mas parecia receosa.
O homem de terno dirigiu-se a :
- Então você é amiga deles? – sua voz era alta, já que os meninos ainda tocavam no palco. Ele olhou para . – Se importa se eu conversar sozinho com ela?
hesitou.
- Eu só queria um lugar mais silencioso, só quero lhe perguntar umas coisas da banda e pegar o telefone. – Ele olhou para os lados. – Que tal ali? – O rapaz apontou para a mesma sala iluminada onde e Danny estiveram.
- ... – chamou . – Não é melhor esperar os meninos?
- Ele precisa ir embora, não é? – perguntou a ele, que só confirmou com a cabeça.
Os dois caminharam até a salinha. O rapaz fechou a porta atrás dele, deixando um breu no local.
- Acho que não foi uma boa idéia – disse aflita.
- Foi uma ótima idéia, agora está do jeito que eu gosto!
recuou um passo.
- Do que está falando?
Ele aproximou-se.
- Por que você não está no palco? O lugar de meninas como você é lá na frente, não aqui, escondida.
- Desculpa, mas eu ainda não estou entendendo... – A respiração de estava alterada, o medo dominando-a.
- Eu vou te explicar melhor... – ele segredou no ouvido da garota.
Então ele colocou sua mão na coxa de , apertando-a com força e arrancando um grito dela, que foi logo abafado pela outra mão do homem.
- Não grite, garotinha, isso me deixa mais excitado.
foi empurrada para o chão, por cima dos tecidos rasgados, o rapaz sobre ela, que agora já enfiara sua mão por debaixo da saia que ela usava.
A essa altura, percebera a roubada em que estava, o temor agitava todas as suas entranhas, mas ela não podia gritar, ele não tirou a mão dele de sua boca, nem quando abriu os botões da blusa dela e atirou-a para longe. Ele abriu sua própria calça e começou a tirá-la com dificuldade.
18. I’ll hold you in my arms and everything is gonna be ok
tentou escapar do homem que lhe prendia no chão. Ela esperneou, socou as costas dele e mordeu-lhe a mão, mas nada que deu resultado; o homem era grandalhão e ela não pode pôde resistir ao peso dele. As lágrimas encheram-lhe os olhos, não havia escapatória.
Então várias coisas aconteceram quase ao mesmo tempo: a porta escancarou-se; gritou por socorro; Danny entrou correndo, agarrou o homem pela camisa, arremessou-o sobre a bateria velha e lhe acertou um chute no nariz, fazendo-o perder a consciência; Harry entrou correndo e gritou:
- CHAMA A POLÍCIA! ALGUÉM CHAMA A POLÍCIA, JÁ! – Ele correu até a irmã caída no chão, mas Danny chegou antes.
- , você tá bem? – perguntou ele, ajudando-a levantar com certo afoitamento; a raiva estampada pela expressão e movimentos.
, entretanto, ainda estava em estado de choque e não respondeu. Danny a abraçou.
- Harry, a blusa dela, acha a blusa dela! – pediu ele ainda aninhando a trêmula em seus braços.
Tom já estava na salinha, posicionado protetoramente ao lado de , segurando-a pela mão e, assim como Dougie, atento ao homem ainda desacordado no chão.
tremia muito e precisou de ajuda para colocar sua blusa que Harry trouxera e para abotoar os botões. Em seguida, ela voltou a abraçar Danny, agarrando-o pela camiseta como se disso dependesse sua vida.
Dois seguranças adentraram a salinha e pediram que todos saíssem enquanto eles tiravam o rapaz que, aos poucos, ia retomando a consciência.
- , tá tudo bem, tá tudo bem – sussurrou Danny no ouvido da garota.
apareceu e correu para a amiga.
- ! – gritou ela. – Você está bem?
- Ela está assustada ainda, mas já vai ficar bem – informou Danny.
procurou Dougie com os olhos.
- E você? Tudo bem? – Ela perguntou indo até ele.
- Meio enjoado ainda, mas já acabou, não tão bem como eu queria, mas acabou.
Todos fitaram o chão por um momento; abraçou Dougie e lhe deu um beijo no rosto.
- Vai dar tudo certo – encorajou ela.
- Nós chamamos a polícia, já, já ela chega – disse Harry.
- Harry, acho melhor eu levar a pra casa – sugeriu Danny. – Ela está muito assustada, não é uma boa hora para ela falar sobre esse assunto com a polícia. Vocês dão o depoimento de vocês e depois, se precisar, nós damos o nosso.
- É, Harry – concordou Tom –, ela precisa se acalmar.
Harold estava muito nervoso para pensar numa alternativa melhor, então concordou.
- Eu te espero na sua casa – avisou Danny.
Ele saiu do colégio com ainda agarrada firmemente em sua camiseta. Ela não disse nada durante o caminho; só tremia e chorava. Danny ficou extremamente preocupado com a reação que ela tivera.
Quando chegaram, Danny guiou até o quarto dela e sentou-a na cama, posicionando-se ao lado dela.
- , já está tudo bem, eu estou aqui, estamos na sua casa e estamos seguros aqui.
Ela o abraçou repentinamente e seus soluços aumentaram.
- Eu estraguei tuuudo – ela disse aprofundando o choro.
- Não, ... – Danny acariciou seus cabelos. – Você não teve culpa, aquele cara é um cretino.
Ela se afastou, limpando as lágrimas do rosto.
- Se eu não tivesse caído na armadilha dele, vocês não teriam que ter saído de lá correndo e poderiam conversar com os olheiros, ou então eu mesma poderia ter conversado com um de verdade. Eu fui muito burra, Danny! Eu deveria ter esperado por vocês... – voltou a chorar.
- , por favor... Como você mesma disse, foi uma armadilha, você não teve culpa de ter caído nela.
fitou Danny nos olhos, os dela estavam marejados e eram tristes; o garoto teve um impulso de colocá-la no colo e aninhá-la, acalmá-la, de dizer a ela que tudo ia ficar bem, pois ele nunca mais queria vê-la daquele jeito, mas antes que ele atendesse a essa vontade disse:
- Eu preciso de um banho, quero tirar essa inhaca dele de mim. – Ela levantou da cama, caminhou até o guarda-roupa, tirando de lá algumas peças de roupa.
Quando retornou ao quarto, depois do banho, Danny estava deitado em sua cama com os braços por baixo da cabeça e as pernas cruzadas a sua frente. Ela caminhou até ele, sentando-se no meio da cama.
- Obrigada por me salvar. – Sua voz melhorara muito. Ela pôs sua cabeça sobre o peito de Danny, que passou sua mão pela cintura da garota. – Obrigada mesmo.
- Não precisa agradecer – ele disse, então a puxou pelo queixo e a beijou. – Agradeça a , assim que nosso show acabou ela mandou a gente entrar logo porque ela desconfiava que tivesse alguma coisa acontecendo, então ela correu até a porta e gritou e o resto você sabe, eu acho.
- É acho que eu vi alguma coisa... – Ela o beijou novamente.
- Acho melhor a gente descer e esperar lá na sala.
- Aaah, eu quero ficar aqui... Tá tão bom. – encostou o ouvido na região do coração de Danny e esboçou um sorriso.
- É, também acho... Mas esse não é o jeito certo do Harry descobrir que estamos juntos.
bufou e levantou-se.
Assim os dois desceram e esperaram, sentados no sofá, por Harry. Um clic na porta avisou a chegada dele, mas Harold não estava sozinho, atrás dele entraram Tom e .
Danny levantou-se e perguntou:
- E aí, como foi lá? Prenderam ele?
- Sim – respondeu Harry.
correu até e a abraçou:
- , desculpa, você planejou todo esse evento e eu estraguei tudo, descuuulpa.
espantou-se.
- , você não estragou nada.
- Claro que estraguei, espantei todo mundo de lá antes da hora.
- Bom, mas eu consegui falar com um empresário que quer ver vocês.
- Sério!? – pergunto e ela e Danny esperaram, ansiosos, pela resposta, enquanto Tom e Harry sorriam.
- Sim, não lembro direito o nome dele, sei que o sobrenome é... – Ela olhou de soslaio para Tom –... Fletcher.
- Fletcher? – perguntou Danny. – É seu parente, Tom.
- Que eu saiba não.
- Tá, mas e aí – começou –, ele pegou nosso telefone, deu um cartão? – ela perguntou animada.
- Não... Essa é a parte ruim. Ele me garantiu que falaria com vocês numa festa.
- Que festa?
fitou Harry, que respondeu por ela:
- É a premiere de um filme, nossos pais foram convidados e acho que ele quer nos encontrar lá.
- Será que isso vai rolar? – perguntou .
- Não sei, mas acho bom irem todos vocês e levarem o Tom – disse . – Ele quer ver todos.
- Bom, uma festa nunca é má idéia... – avaliou Danny.
- Eu vou indo. Vou levar a pra casa – anunciou Tom. – Precisam de alguma coisa de mim? – Ele avaliou os rostos a sua frente, parando em . – , precisa de alguma coisa? Está tudo bem?
- Já to bem, Tom. Obrigada. Leve a para casa, ela deve estar cansada, não?
- Digamos que faz duas semanas que eu não descanso. – suspirou.
- Então vamos – chamou Tom. Ele despediu-se de Harry, Danny e e saiu seguido por .
- Acho que eu também vou – avisou Danny.
- Antes, Danny – disse Harry –, queria te agradecer.
- Por...?
- Por tudo o que você fez hoje; salvou a minha irmã daquele cara e a trouxe para casa. Valeu mesmo.
- Ah... – Danny olhou de soslaio para . – É isso que os amigos fazem. Protegem uns aos outros.
Danny abraçou Harry e depois , dando um beijo em sua bochecha. Ela segurou em sua camiseta, dificultando que ele partisse o abraço. Delicadamente, ele puxou a mão da garota de sua camiseta e olhou no fundo de seus olhos.
- Se cuida. – Danny saiu em disparada.
19. O provador esquentou?
- Harry? – chamou . – Hoje é sábado, o que vamos fazer? – Ela entrou no quarto do irmão, que estava concentrado em seu computador.
- Não sei – ele respondeu rapidamente, sem tirar os olhos da tela a sua frente. – , olha isso, saiu uma matéria do nosso pocket show de ontem na internet. A crítica foi muito boa. – Ele finalmente fitou a irmã, esperando por sua reação.
- Legal! E... o que falaram sobre aquele... pequeno imprevisto?
- Tem uma pequena nota falando que a polícia foi acionada ao final do evento, mas que a organização não quis dar nenhum tipo de informação. Agradeça a sua amiga, , ela fez um ótimo trabalho.
- É bom que o papai não saiba nada disso.
- Ele não vai saber...
- Harry, e a ? Eu nem vi ela!
- Ah, ela tá na Alemanha visitando uns parentes. Ela foi terça-feira, não te falei?
- Não... – ponderou por um instante. – Harry, quando é aquela festa? Você sabe?
- É hoje – ele respondeu com naturalidade.
- Hoje?! Eu nem tenho uma roupa pra ir!
Harry revirou os olhos.
Roger Judd colocou a cabeça na porta para dentro do quarto.
- Vocês vão mesmo na festa de hoje? – ele perguntou.
- Vamos – Harry respondeu.
- Tá, porque pelo o que eu entendi, o Dougie tá vindo trazer as pulseiras de acesso pra vocês.
- Ah, valeu pai. – agradeceu Harry. – Tá de folga hoje?
- Tô. Sua mãe tá dormindo, então não façam barulho.
e Harold bateram continência.
Alguns minutos depois Dougie chegou com as pulseiras.
- Minha mãe não vai, então vai sobrar uma para o Tom – informou ele.
- Legal. Mas, sério, preciso de roupa... – disse .
- Vai comprar – sugeriu Harry.
- Pois é isso mesmo que vou fazer.
correu para pegar a chave de seu carro no porta-chaves e desceu para a garagem, deixando Harry e Dougie atônitos na sala. Ela dirigiu por um caminho conhecido por ela há três anos mais ou menos, e, definitivamente, não era o caminho do shopping.
tocou a campainha e esperou por dez minutos, quando finalmente Danny abriu a porta. Ele estava apenas de samba canção, o cabelo cacheado estava todo bagunçado e os olhos cerrados pelo sono. Danny abriu um sorriso.
- O que faz aqui, gatinha?
- Vim te convidar pra fazer compras. – Ela o empurrou pelo peito nu para dentro da casa.
- Compras? – Ele torceu o nariz. – Esquece.
puxou Danny escada a cima.
- Dan, querido, não é uma simples compra, pois você vai estar comigo, entendeu?
Eles já estavam no quarto de Daniel, que coçou a cabeça e disse:
- Tá, mas o que exatamente vamos comprar?
- Você eu não sei, mas eu vou comprar um vestido pra festa de hoje.
- É hoje? Aquela festa?
- Aham.
- Certo. Você me espera tomar banho?
- Claro. – deu um selinho em Danny e deitou em sua cama.
~*~
Danny ainda estava com o cabelo molhado e cheirando a xampu, quando ele e entraram no shopping.
pegou a mão de Danny, que apertou a dela com carinho. Ele a fitou e disse:
- E se tiver algum paparazzo aqui?
- Não ligo. Acho que a gente deveria contar para o Harry mesmo. Se nos fotografarem hoje, a gente tenta manter ele longe da internet e conta pra ele depois da festa, que tal?
- Feito, mas, de qualquer modo, acho que num sábado como esse os paparazzi têm coisa melhor para fotografar.
concordou e eles andaram de mãos dadas pelos corredores do shopping, até pararem numa loja de vestidos.
- Acho que vou provar alguns aqui – anunciou . Quando viu a reação de Danny completou: – E você vai ficar aqui comigo para dar opinião.
Vários vestidos depois, sendo eles de várias cores e estilos, estava fitando-se pelo espelho usando um vestido azul turquesa, que lhe caía muito bem, o zíper das costas ainda aberto. Abruptamente alguém abriu a porta do provador e adentrou. segurou o vestido firme no peito enquanto observava, pelo espelho, Danny fechar a porta às suas costas. Ele estava ligeiramente pálido.
- Danny, o que você está faz... – Daniel tapou sua boca com a mão.
- Shiiiu... – fez ele. – Você não sabe quem veio provar vestido aqui. – Ele tirou a mão da boca de e ela virou-se para ele ainda segurando o vestido.
- Quem?
- A Fane.
revirou os olhos.
- Sei, e você tá fugindo dela?
- Não fugindo, só não quero olhar pra cara dela.
- Hum. – Sua expressão era severa. – Certo. Já que você tá aqui, fecha o zíper pra mim - pediu virando-se novamente para o espelho. Danny o fez. – O que acha? – Ela perguntou olhando para ele pelo espelho.
Danny não podia ver muita coisa, já que estavam apertados, sua cabeça sobre o ombro de .
- Quer saber? – perguntou ele. – Você está magnífica.
sorriu.
- Obrigada, Danny, mas, sério, é melhor você sair, a vendedora daqui a pouco bate aqui.
- Hmmm... – Daniel murmurou fazendo cara de despreocupado. Ele pôs sua mão na cintura de e a virou para ele. – Você está tão irresistível e esse lugar me intimida a fazer isso... – Ele apertou e puxou-a, a fazendo sair do chão, as pernas dela, imediatamente, envolveram seu quadril, mesmo com o vestido atrapalhando. Então ela foi prensada contra o espelho e Danny a beijou. Foi o beijo mais caloroso que eles deram até então.
puxou o cabelo de Danny para trás, fazendo-o inclinar a cabeça par trás e ela para frente, sobre ele, assim mordeu o lábio inferior dele, fazendo-o soltar um gemido abafado. A impressão que tiveram é que a temperatura daquele cubículo subira, pelo menos, 10ºC.
O beijo foi brutalmente interrompido por uma batida na porta.
- Está tudo bem aí, Srta. Judd? – perguntou a vendedora.
- Si-sim – balbuciou ofegante. – Estava com dificuldade em fechar esse vestido, mas já consegui, será que você pode buscar um tamanho maior?
- É o azul turquesa?
- É.
- Vou ver se tem, já volto.
Os dois escutaram os passos da vendedora se afastando e tiveram que segurar para não rir.
- Vou ver se você pode sair – anunciou e saiu do provador. Ela pode ver Fane provando um vestido preto e torceu o nariz. Enfiou a cabeça no provador e disse: – Vai logo, me espera lá fora.
Danny saiu correndo. esperou pela vendedora no interior no provador e nem provou o vestido que ela trouxera, já que o outro não tinha ficado apertado. Então ela acabou comprando um vestido rosa escuro cavado nas costas. Saiu da loja com a sacola na mão e viu Danny sentado num banquinho, provavelmente num devaneio.
- Que tal um sorvete? – a garota perguntou sobressaltando Danny.
- Vamos lá! – Ele se levantou e puxou pela cintura, fazendo-a andar ao seu lado.
- Espera aí! – exclamou quando chegavam à praça de alimentação. – Ali não é o Tom e a... ?
Danny cerrou os olhos.
- E tomando Milk Shake no mesmo copo? – completou ele.
- Ooown. Vamos lá falar com eles! – e Danny andaram até a mesa onde estava Thomas e . – Olha, Dan, são dois pombinhos.
ficou ruborizada e Tom sorriu envergonhado para .
- Então vocês se acertaram? – perguntou Danny.
- Er... – Tom olhou de soslaio para . – Estamos nos acertando, digamos assim.
- Que legal! – vibrou . – Vamos comprar nosso sorvete e sentar aqui com vocês.
Eles entraram na fila enquanto via acariciar o cabelo de Danny com as duas mãos e em seguida ele dar um selinho nela.
fitou Tom inquisitoriamente.
- É isso mesmo que você está pensando...
Harry seria, definitivamente, o último a saber sobre Danny e e isso seria depois da festa. Dúvidas rondavam sobre os quatro presentes no shopping sobre a reação de Harry a respeito desse assunto. Ele não era nada previsível.
20. Empolgação de festa
- Essa premiere é de que filme? – perguntou . Ela, Harry e Tom estavam no carro com seus pais a caminho da festa.
- "Lições de Vida" com o Rupert Grint – Sra. Judd respondeu.
- Rupert Grint?! O Rony Weasley? – perguntou empolgada.
- Ele mesmo.
soltou um gritinho e seus olhos brilharam.
~*~
- Ah, finalmente vocês chegaram! – exclamou Dougie próximo a orelha da .
- Qual o problema? – perguntou ela acariciando a orelha. Tom os observou curioso.
- Tem uma menina me enchendo o saco... Ela grudou em mim e tá me chamando de príncipe. Eu mereço?
- Ninguém mandou você ser tão gostoso! – Tom riu e Dougie fez cara feia. – Tá, e em que nossa chegada vai ajudar?
- Simples, finge que você é minha namorada!
- Nem pensar!
- Por favor... – Dougie fez cara de cachorro sem dono.
- Ai, Dougie, não sabe dá um chega pra lá numa garota?!
- Por favor?
- Ai, tá. Cadê a garota?
- Ali. – Dougie apontou uma garota que vinha na direção dele de e Tom.
- Eu vou dar um jeito nisso – disse . – Ei, você! – Ela dirigiu-se a menina. – É verdade que você está dando em cima do meu namorado? – apontou ameaçadoramente.
- E-eu... Ele é seu namorado?
- É! E eu quero que você fique bem longe, está entendendo? Estou de olho em você. – apontou dois dedos para seus olhos e em seguida para a garota.
- Tá, tu-tudo bem... – A garota afastou-se assustada.
- Ela não vai mais te incomodar – disse a Dougie.
- É por isso que eu te amo, namorada.
- A não vai gostar de escutar você falando isso!
- Nem o Danny!
olhou para os lados.
- Cala a boca! O Harry pode escutar.
- Foi mal, mas, cadê o Jones, afinal?
- Hm... Boa pergunta.
- Ele já deve estar chegando – disse Tom.
Os três acomodaram-se numa mesa depois de e Tom cumprimentarem o pai de Dougie, que se engajou numa empolgante conversa com os três Judd restantes. Eles também começaram a conversar, fazendo comentários sobre os atores do filme, e todos os outros convidados.
- ! – chamou Dougie desesperado.
- Sim?
- Rápido, aquela garota tá vindo, finge que tá fazendo alguma coisa comigo!
- Eu não disse pra ela ficar longe? – bufou. Ela virou-se para Dougie, pôs o cotovelo na mesa e a mão sobre o rosto do garoto, sorrindo para ele. Depois ela começou a acariciar os fios desfiados do cabelo loiro dele, impedindo que ele virasse para o lado e encarasse a garota.
- Ela foi embora? – segredou Dougie.
- Não, espera aí. – Ela abraçou Dougie. – Agora ri – pediu ela, enquanto enfiava a boca no cangote do garoto, fazendo-lhe cócegas.
levou um forte cutucão na costela por Tom, imediatamente, soltou-se de Dougie e fitou Tom inquisitoriamente que só apontou para frente.
- Olá – disse Danny Jones sério.
- Danny! – exclamou.
- Olha, cara, não é nada que você tá pensando – defendeu-se Dougie.
- Não estou pensando nada. Vocês são amigos, não?
- A gente só tava espantando uma garota que tava dando em cima do Dougie – explicou .
- Tudo bem, sério. – Daniel continuava sério.
olhou bem no fundo de seus olhos, ele parecia não ter levado mesmo a sério, a cena que vira, mas mesmo assim, continuava com a expressão severa. Ele sentou-se à mesa, ao lado de Tom.
A tensão sobre aquela mesa foi quebrada quando ouviram uma explosão de flashes próximo a porta de entrada do grande salão. Todos esticaram os pescoços para averiguar o que causara tal alvoroço.
- É o Daniel Radcliffe? – perguntou . – E quem é a namorada da vez? – completou.
Todos na mesa abriram a boca de perplexidade.
- Não... – murmurou Dougie.
- É a... a... – balbuciou .
- Fane – completou Danny.
- Caramba – disse Tom.
- Ele é só um dos jovens menores de 21 anos mais ricos do mundo. – pôs a mão na boca. – Onde é que ela conheceu ele?
- Não tô a fim de pesquisar – murmurou Danny voltando a fitar o enfeite da mesa.
- É, tem razão, nem eu. – sorriu para Danny, que retribuiu, o que foi um alívio para a garota.
Harry saiu da mesa onde estavam seus pais e dirigiu-se para a mesa dos amigos.
- E aí, Danny? – Harry cumprimentou. – Você viu quem tava com o seu xará milionário?
- Vi. – Danny revirou os olhos.
- Imaginei que você não se interessaria. – Harry sentou-se ao lado de Danny, no mesmo instante em que um homem se aproximou.
- Olha se não é a McFly! – exclamou ele. – Vocês não são tão bonitos de perto. – Harry ergueu uma sobrancelha. – Estou brincando. Vocês não são bonitos nem de longe.
- E você é... – disse um pouco ríspida, já que discordara da opinião do rapaz. Para ela os meninos eram lindos, sem exceção.
- Deixa eu me apresentar – começou ele apertando a mão dos cinco a sua frente. – Sou Matthew Fletcher – ele tirou um cartão do bolso do palito e largou-o sobre a mesa –, um dos dirigentes da "Prestige Management", trabalhamos com gerenciamento de bandas. Eu falei com a amiga de vocês, , acho, depois do show de vocês. Ela comentou alguma coisa?
- Comentou sim! – exclamou .
- Pois bem, eu assisti ao show e adorei vocês. Estou muito interessado em gerenciá-los.
Harry sorriu e fitou os outros.
- Ótimo! É só marcar uma reunião!
- Sim, sim, mas antes, eu queria que vocês tocassem uma música aqui. Sabe, queria avaliar como vocês se saem no improviso.
- Mas não estamos com os nossos instrumentos – disse Danny.
- Sei disso, mas creio que o pessoal da banda que vai tocar aqui essa noite pode emprestar. Vou falar com eles. – E ele saiu sem dizer mais nada.
- Isso aí! – vibrou . – Agora vocês vão lá e arrasam!
- Pra você que só vai assistir é fácil, né? – Dougie passou a mão na barriga. – Acho que preciso ir ao banheiro! – anunciou e saiu correndo da mesa.
- Pera aí que eu vou com você – pediu Tom correndo atrás de Dougie.
Danny revirou os olhos.
- Eu vou pedir uma dica aos nossos pais – anunciou Harry.
inclinou-se sobre a mesa até Danny.
- Hey, vocês vão mandar bem – disse ela.
- Eu sei.
- Danny, você não tá bravo comigo, tá?
- Não, .
A garota olhou para os lados para averiguar se ninguém os observava, aproximou-se mais de Danny e depositou-lhe um beijo de boa sorte.
Os quatro garotos subiram no pequeno palco do salão, após afinar os instrumentos.
- Vamos tocar uma música que se chama "Broccoli" – anunciou Danny.
Ao final da apresentação de duas músicas, eles foram bastante aplaudidos, com direito até do elogio de Rupert Grint e Daniel Radicliffe. E de seus pais, claro.
- No meu cartão tem o endereço e telefone – disse Matthew Fletcher. – Vejo vocês terça-feira às 18 horas. – Ele deu um tapinha nas costas do pálido Dougie e saiu.
correu em direção aos amigos e pulou no colo de Danny, sem nem perceber o que fazia. Ela o abraçou com força, parabenizando-o. Todos, a sua volta, fitaram a cena ligeiramente assustados, inclusive Harry. Danny colocou novamente no chão e lançou um olhar bastante significativo a ela.
- Epa. – olhou para as pessoas surpresas, então correu ao irmão e o abraçou do mesmo modo, mas sem pular em seu colo. – Parabéns, irmãozinho! – Depois abraçou Tom e Dougie, mas a essa altura, as pessoas que pararam para olhá-la, já estavam entretidos em outra coisa.
21. Harold Judd
Eram 4 horas da madrugada, quando , Harold e seus pais chegaram em casa. Às 5, o celular de , ainda dentro da bolsa que ela levara para a festa, tocou. Era Danny. Ela atendeu num sussurro. - , só liguei pra falar que amanhã eu vou falar com o Harry.
- Sobre nós? - Exatamente.
- Hum. Tá bom. - Mas eu quero estar sozinho com ele, então amanhã você pode vir aqui em casa e esperar até que eu resolva tudo. Pode ser?
- Pode ser. - Então, tá, vem aqui umas 2 horas.
- 2 horas eu estarei aí. - Eu te amo.
- Eu também te amo.
Os dois tinham um tom apreensivo e ansioso na voz; eles desligaram. rolou vários minutos na cama até conseguir dormir.
Danny’s POV On
tocou a campainha de casa, quando faltavam 10 minutos para as 2 horas. Pedi que ela ficasse a vontade em casa enquanto eu conversava com o Harry. Eu não estava muito certo do que aconteceria, Harry sempre fora muito imprevisível, e, apesar de não demonstrar muito, ele é muito protetor de . Eu conheço bem ele e sei que ele é capaz de fazer qualquer coisa por ela, e sem pensar duas vezes. Isso me incomodava e alguma coisa incomodava a também; percebi no olhar que ela me deu depois do beijo de despedida. Ela ficaria apreensiva em casa, mas eu precisava desse momento a sós com o Harry.
Dirigi até a casa dos Judd.
Toquei a campainha. Roger abriu a porta. Mau sinal. Harry deveria estar sozinho.
- Ah, oi, Danny! Estou indo lá na casa dos seus pais!
Beleza!
- Ah, não vou ter o prazer da sua presença?
Roger riu.
- Não, é uma pena, eu sei, mas sua mãe saiu com a minha mulher e as outras, então o clube do Bolinha tem que se reunir também.
- Claro. Divirta-se então!
Ele agradeceu, gritou por Harry, desceu pela escada da garagem despedindo-se de mim em uma espécie de continência.
Harry desceu despreocupado pela escada, quando me viu, ficou surpreso.
- Ratleg! – ele exclamou vindo em minha direção. Parecia feliz em me ver, mas eu não estava muito certo disso.
- Precisamos conversar – anunciei a ele.
Suas sobrancelhas uniram-se.
- Certo. O que foi?
Ou eu falava tudo de uma vez, ou eu não falava nada e ia embora correndo.
- Eu e a queremos namorar e só falta a sua aprovação.
- O QUÊ?! – Ótimo, ele estava gritando. Nada bom. – ? Minha irmã?
- Ela mesma.
Harry se sentou no sofá da sala. Eu o imitei.
- Você só pode estar brincando – debochou ele.
- Não. Eu amo ela.
- AMA, É?!
O que eu fiz de errado pra ele gritar daquele jeito e me olhar como se eu fosse um estuprador?
- Amo – respondi convicto, pelo menos eu estava até aquela hora.
- Pelo amor de Deus, Danny! Conheço você desde que nasci. Eu não vou deixar você namorar minha irmã do jeito que você namora todas as outras garotas. Você não vai fazer minha irmã de idiota. Ela não é um brinquedinho pra você levar pra cama e depois fingir que ela não existe.
Eu já fiz isso alguma vez?
É, talvez sim, mas é diferente agora.
- Harry! Eu não vou fazer isso.
- Ela é 3 anos mais nova que você.
- Ah, quanta diferença – eu disse irônico.
- Danny, achei que ela fosse como uma irmã para você!
- Eu também achei que fosse, mas eu descobri que amo ela de outro jeito e ela também me ama.
- Ah, ama nada! Ela gosta muito de você, sim! Mas não sabe separar os sentimentos.
Eu abri a boca de indignação.
- Então você não aprova nosso namoro?
- Claro que não!
- Quer saber? Não importa! – Levantei-me e me virei para sair, mas Harry me agarrou pela camisa, também levantando-se.
- Cadê minha irmã? – ele me perguntou.
- Tá em casa, esperando por mim.
- Olha aqui, você vai sair daqui, ir pra sua casa e falar pra minha irmã que não vai haver namoro algum.
- Você tá louco, é? – Desvencilhei-me dele com certa violência.
- Não. – Ele ponderou por um instante, mas atento a qualquer movimento meu e pronto para me impedir se eu quisesse sair. Mas eu não ia nem tentar, queria ver o que ele ia dizer. – Se você não terminar tudo com ela, você está fora da banda.
- O QUÊ?! Não pode me expulsar da banda!
- É melhor não duvidar disso. Posso não te expulsar, mas se você continuar a fazer minha irmã de trouxa, eu ligo para esse cara aqui – ele tirou o cartão de Matthew Fletcher do bolso – e digo que McFly acabou. Desistimos.
Abri a boca para protestar, mas ele continuou:
- Não duvide disso, Jones. Minha irmã é fruto proibido para você. Eu conheço sua ganância e persistência, por isso, não vou ligar em acabar com o que você presa muito para que você não acabe com a vida do que eu preso muito. Prefiro ficar sem banda a ter minha irmã enganada por você!
Meu coração disparara àquela altura. Comecei a ofegar e minha voz saiu fraca quando eu disse:
- Se é assim que você quer. – Saí de lá batendo a porta atrás de mim.
Danny’s POV Off
22. Coração de pedra
Do lado de fora da casa dos Judd alguém escutava pela porta. Era ; ela viu quando Danny saiu, mas se escondera atrás de um arbusto
quando ele passou. Ela entrou em seu carro assim que Danny deu partida no dele e o seguiu até sua casa.
Danny esperou alguns segundos, de cabeça baixa, antes de entrar em sua casa.
estava no sofá assistindo a um programa de comédia pela TV. Ela levantou-se num pulo quando escutou a porta sendo aberta; correu até
Danny sorridente, mas quando viu a expressão do garoto, estremeceu.
- O que foi, Dan? – ela perguntou pousando sua mão sobre o rosto dele.
Danny tirou a mão dela de seu rosto.
- Eu conversei com o Harry – ele disse sério.
- E...? – Suas sobrancelhas estavam como uma só.
- Ele abriu meus olhos. – Danny fechou a porta da casa e caminhou até o sofá da sala, sendo seguido por , mas ambos não se sentaram.
- Como assim?
- Ele acha que a gente foi rápido demais. – Uma parte disso até era verdade.
- Rápido demais? Como assim?
- Nós estamos confundindo os sentimentos, fomos rápidos demais, num dia éramos como irmãos e no outro estávamos nos beijando.
ainda não compreendera, mas seus olhos já estavam marejados.
- Danny, pode ter sido rápido pra você, mas você sabe que eu sempre te amei.
- É, talvez. Por isso que a gente não deveria namorar.
As lágrimas já escapavam dos olhos de .
- Você não me ama?
- Amo – Daniel tentava não olhar diretamente para os olhos da garota –, mas não desse jeito que você quer.
- Mas eu achava que você...
- Achava errado – Danny a interrompeu. – Eu também achava, mas a gente se confundiu, foi isso.
mordeu o lábio inferior e fechou os olhos, fazendo lágrimas escorrerem pelo seu rosto.
- Você... não pode... fazer isso... comigo. – disse com dificuldade, com a voz embargada e segurando-se para não soluçar.
- Posso. Tanto que já estou fazendo. Agora, por favor, você pode ir embora? – Ele fechou os olhos e fez sinal para a porta.
- Danny... Por favor, Danny – ela implorou.
- , quando eu abrir os olhos, eu não quero mais ver você na minha frente.
escancarou a boca, não podia mais segurar os soluços; saiu correndo da sala, as lágrimas encharcando seu rosto; correu até seu carro e apoiou
as duas mãos nele; ela chorava muito.
desceu de seu carro e foi correndo até .
- – ela disse baixinho.
Quando viu a presença da garota, enxugou suas lágrimas e fitou .
- ?! – Ela respirou fundo. – O que você tá fazendo aqui?
- Vim atrás de você, preciso te contar uma coisa.
- Desculpa, , mas não sei se estou num bom momento para conversar.
- , é importante, é sobre o que acabou de acontecer com você. Sobre o Danny e o Harry.
- Como você sabe sobre isso?
- Eu escutei os dois conversando, e é exatamente isso que eu tenho que te contar. – avaliou a expressão de . – Eu posso te falar
enquanto a gente anda, o Danny não precisa nos ver.
assentiu.
contou sobre a ameaça que Harry fez de expulsar Danny da banda e como Harry era, em grande parte, o culpado por tudo isso.
- Tá, , tudo bem, o Harry pegou pesado, mas se o Danny me amasse mesmo, ele não teria dado ouvidos. Por acaso o Harry é o dono da
banda? O Dougie e o Tom não teriam permitido, e outra, eu posso estar sendo um pouco cega, mas o Danny é o brilho da banda, sem ele McFly não
seria nada.
- É, mas ele também falou que ligaria para um cara e falou em alguma coisa sobre desistir, que estava tudo acabado.
- , o Danny teve sua chance de escolher, e ele escolheu. Preferiu ficar com a banda, nada mais certo.
suspirou.
- Eu vou te levar até sua casa com o seu carro – sugeriu ela. – Depois eu venho buscar o meu. Você não está bem o suficiente para dirigir.
- Não quero ir pra casa e ter que ver o Harry.
- É. – pensou por alguns segundos. – Vamos fazer o seguinte, a gente chega lá, eu toco a campainha enquanto você fica no carro, aí eu
levo o Harry para conversar em algum lugar e você entra e vai para o seu quarto.
assentiu. Seus olhos fixaram-se num ponto a sua frente e as lágrimas surgiram nele.
a abraçou, mas não foi capaz de dizer algo.
~*~
Harry correu para atender à campainha com o celular na mão.
- ! – exclamou ele dando um selinho na namorada. – Você está mais de meia hora atrasada! O que foi que aconteceu? Eu liguei no seu celular e você não me atendeu. Estava com saudades – ele a puxou pela cintura –, desde terça-feira que eu não te vejo. Como foi na Alemanha?
esperou pacientemente Harry parar de tagarelar.
- Vamos conversar – ela disse rispidamente.
Harry soltou sua cintura.
- O que foi, amor?
- Vamos pra algum lugar conversar?
- Não pode ser aqui em casa?
- Não, vamos! – Ela o puxou pela mão.
Os dois entraram numa Starbucks próxima e sentaram-se, pedindo um Caffé Mocca para cada um.
- Harry, você não devia ter feito isso com a sua irmã.
- Isso o que?
- Ter feito o Danny terminar com ela.
- Como você sabe?
- Não importa. Por que você fez isso?
- , o Danny não ama minha irmã, ele só ia usar ela.
- Como você pode ter certeza disso?
- Eu o conheço desde que nasci.
- Por isso mesmo. Você deveria confiar nele e também na sua irmã.
- Pelo amor de Deus, ! Eles não sabiam o que estavam fazendo!
- Ah, é? E você sabia? Você sabe o quanto sua irmã ama ele?
- Ela só se confundiu. Eu conheço ela.
- Conhece tão bem que nunca percebeu que ela sempre amou o Danny. Você nunca reparou como ela ficava quando ele a tratava feito criança?
- Você só pode estar louca. Os dois se gostam muito, eu sei disso, mas é só como irmãos. O Danny só pensa em transar. Eu namoro você há quatro
anos, já ele, nunca teve um namoro que durasse mais de duas semanas.
- Por que ele não havia encontrado alguém que ele amasse, ou alguém que o ame de verdade como a .
Os dois ficaram em silêncio. Harry olhou para o teto e bebeu um gole de seu café.
- Como eu já disse, , ela só acha que ama ele, mas ela é nova ainda, tá confundindo as coisas.
bufou.
- Por que ela não namora o Dougie? Eles já ficaram uma vez, por que não continuaram?
cerrou os olhos.
- Eles ficaram, quando? – perguntou ela.
- Ah, eles tinham uns doze anos, eles ficaram pra um tirar o BV do outro.
- Então, Harry. Eles eram só crianças e ela não ama o Dougie e ele namora.
- E daí? É mais sensato namorar o Dougie do que o Danny.
- Meu Deus, Harry! Você tem o coração de pedra! Agora eu quero só ver quando você chegar na sua casa e ver sua irmã trancada no quarto, chorando, se seu coração não vai amolecer um pouquinho e você vai tomar consciência do que fez! – Ela pegou sua bolsa, deixou um dinheiro sobre a mesa e saiu batendo os pés.
~*~
Danny estava deitado no sofá da sala de sua casa, assistindo a um programa ridículo de fofoca, mas nem ele percebera que seu próprio rosto apareceu na tela. Ele bufou ao se levantar para abrir a porta quando tocara a campainha; piscou algumas vezes para reconhecer quem era.
- ? O que você tá fazendo aqui?
- Posso entrar pra gente conversar um pouquinho?
- Ãã... – Danny olhou para trás de a procura de Harry. – Olha, , desculpa, mas não sei se você veio numa boa hora... Eu...
- Vim conversar sobre – disse logo.
O coração de Danny disparou por alguns segundos, o que dificultou mais ainda o seu raciocínio. Sem olhar para , ele abriu mais a porta para que ela passasse.
- Como... você... – começou Danny fechando a porta e virando-se para a menina.
- Sabe? – completou. – Bom, na verdade eu sempre desconfiei, mesmo antes de rolar alguma coisa entre vocês, e hoje eu escutei sua conversa com Harry.
- E... Sobre o que você quer conversar? – Danny coçou a cabeça; sentia-se um pouco desconfortável perto dela, já que eles não tinham muita intimidade, apesar de se conhecerem há muito tempo, mesmo antes dela começar a namorar Harry.
- Estou decepcionada com você, Danny. Acredito que você já percebeu que tomou a decisão errada, não?
Danny abaixou a cabeça e curvou-se para tentar enxergar os olhos dele. Então ele caminhou até as costas do sofá e recostou-se nele e fitou a garota em seguida.
- O que você acha? – ele perguntou realmente aflito.
- O que eu acho, Danny? – comprimiu os lábios e sacudiu a cabeça negativamente. – Eu acho que você ama ela, mas você se sentiu realmente pressionado pelo Harry e não soube interpretar o que seu coração estava dizendo.
Daniel pensou em . Lembrou-se da promessa que fizera, de que nunca deixaria que nada de mal acontecesse a ela, mas ele mesmo foi quem furou; na primeira oportunidade que teve, destruiu o coração dela.
- , você acha que o Harry seria capaz de me expulsar da banda? – ele perguntou.
- Olha, eu acho que ele seria capaz de tentar, mas ele nunca ia conseguir, os outros nunca iriam deixar isso acontecer.
- Foi o que pensei. – A voz dele saiu rouca e seu estômago deu uma volta de remorso e arrependimento. – Ela não vai me perdoar tão fácil, vai? – Danny olhou suplicante para , que engoliu e piscou sentindo o arrependimento de Danny em si.
- Olha – ela aproximou-se pousando sua mão no ombro do garoto –, não vai ser nada fácil. Ela ficou muito arrasada.
Daniel apertou os olhos com os punhos.
- Que idiota eu sou! – murmurou.
- Danny, eu sei que vai ser bem difícil vocês se reconciliarem, mas olha aqui – ela esperou Danny fitar seus olhos –, eu vou te ajudar no que for preciso. A também é como uma irmã mais nova pra mim, e eu sei que ela te ama, eu não vou desistir até que vocês estejam juntos de novo.
Danny sorriu fraco, mas demonstrando sua gratidão.
23. Isso é só o começo delas
recostou-se no sofá ao lado de Danny.
- Eu também conversei com o Harry. Ele pisou na bola. O que ele fez, na minha opinião, foi muito pior do que você fez.
- E o que ele disse? Ele admitiu que estava errado? – Danny fitou, curioso, .
Ela riu baixo.
- Não... Eu fiquei muito brava com ele, mesmo! Mas ele é um teimoso! Sabe o que ele disse? “Por que ela não namora o Dougie, eles já ficaram uma vez, por que não continuaram?”, como se fosse simples assim...
Danny franziu o cenho.
- Como assim? A já ficou com o Dougie?! Quando?! Hã? Por quê?!
riu nervosa.
- É... Hã... Você também não sabia? – Ela arregalou os olhos.
- Eu não! – Danny desencostou do sofá e caminhou para frente. – Ela nunca me contou isso! Eu vou matar o Dougie!
também levantou-se e posicionou-se de frente para Danny, pondo suas mãos nos ombros dele.
- Danny, acalma, está bem? Eles eram crianças... Mas não é isso que importa agora, concentre-se em reconquistar a , okay?
- Tem razão – ele respondeu, mas continuou com o cenho franzido.
soltou seus ombros.
- Olha, Danny, como eu já disse, eu vou te ajudar. Eu simplesmente não consigo brigar com o Harry; eu amo ele e você sabe disso, mas, com certeza, ele vai ficar sem alguns privilégios por um tempo, se é que me entende, até que ele admita seu erro e vá pedir desculpas a e depois ajude vocês a ficarem juntos novamente.
Danny sorriu.
- , eu não sabia que você era assim tão bacana e sacava tanto as coisas.
- Pois é, não duvide de uma pessoa quieta. Mas, Danny, eu conheço vocês há uns 6 anos.
- É... Mas é que eu nunca pude reparar muito em você, sabe? O Harry me fuzilava só quando eu falava “oi” pra você na escola.
- Ah, que exagero, Danny!
- É verdade! – Danny riu. – , acho que qualquer coisa que você pedir ao Harry ele vai fazer, ele é louco por você.
- Vamos ver, né, Danny?
- Eu tenho certeza!
revirou os olhos, mas no fundo acreditava que isso fosse verdade, ela iria fazer o Harry se arrepender.
~*~
dormiu com a roupa do corpo do dia anterior. Ao acordar, sua garganta estava seca; olhou o relógio, eram 5:30 da manhã; saiu da cama; pegou seu uniforme da escola e deixou-o no banheiro; desceu até a cozinha para beber um copo de água; voltou ao banheiro e tomou um banho bem demorado.
Depois de já vestida para a escola, tomou um café da manhã bem light, já que estava sem fome e deitou no sofá da sala para esperar o tempo passar.
Harry levantou e viu sua irmã deitada, toda encolhida, no sofá.
- ? – ele a cutucou.
A garota levantou-se assustada; pegou sua mochila; olhou no fundo dos olhos do irmão e deixou a sala pela porta de entrada da casa sem dizer nada; sentou-se sobre o meio-fio e fitou seu relógio de pulso, constou que ainda era um pouco cedo para chamar Tom, mas o fez mesmo assim.
- Oi, ! – cumprimentou Tom ao abrir a porta. – Veio cedo hoje! Alguma novidade? – ele perguntou animado enquanto trancava a porta as suas costas.
- Na verdade, não – respondeu indiferente. – Mas a gente pode esperar um pouco antes de ir se você quiser.
- Não, não. Podemos ir, já estou pronto mesmo! – Tom passou o braço pelo ombro de e eles caminharam pela rua até a estação de metrô.
~*~
- Oi, ! – cumprimentou Dougie animado com abraçada a sua cintura.
- E aí, Doug. Animado assim pra que? – ela perguntou num tom indiferente.
- ! A gente saiu em tudo qualquer site de fofoca! A gente nem tem contrato definido e McFly já está na mídia!
- Isso aí! – vibrou e sentou-se em sua carteira para evitar o prolongamento do assunto.
~*~
Na hora do intervalo, foi sozinha ao banheiro. Ela ficou um bom tempo fitando seu reflexo no espelho procurando por qualquer vestígio que denunciasse seu choro da noite passada. Satisfeita com a situação, deixou o banheiro, mas antes que passasse completamente pela porta, deu de cara com Thaysa, sua colega loira de sala.
- ! – exclamou a garota. – Nossa, eu vi você na internet, numa foto com o Danny. Vocês estavam na premiere do filme do Rupert Grint. A banda dele tocou lá também, né? Que demais? Ah, e foi muito bom o show deles aqui! Manda parabéns pra eles! – Thaysa não parava mais de tagarelar e estava ficando tonta, principalmente pela menção do nome “Danny”. – Minha irmã estudava na classe do seu irmão! E ela era louca pelo Danny! Vocês não namoram, namoram?
- Não... Somos só amigos mesmo – respondeu com a voz baixa.
- Aah. Ela era amiga deles, mas gostava muito do Danny e ele nunca deu bola pra ela, ele considerava ela como uma grande amiga e ele sempre ia lá em casa! Eu também gosto muito dele, é uma ótima pessoa, acho que vou falar pra minha irmã convidar eles pra um churrasco, sei lá, aí você pode ir e o McFly pode se apresentar, não ia ser demais?
- Ia... claro – sorriu amarelo.
- Bom, deixa eu ir... Manda um beijo pro Danny e pro Harry!
- Pode deixar.
encostou-se na parede ao lado da porta do banheiro e tentou voltar a órbita, já que o rosto de Danny a cegara depois de tanta menção ao seu nome, mas se não eram os rostos de Danny que a cegavam, eram sua lágrimas incontroláveis, que rolavam por seu rosto, ela tentou limpá-las, desesperadamente, com os pulsos, mas nada as faziam cessar.
Tom apareceu caminhando pelo corredor e avistou , sentada no chão e encostada na parede, chorando.
- ! – Ele correu até ela. – ... O que foi? – Tom levantou-a, segurando-a pelos cotovelos. soluçava, então Tom a aninhou em seu peito. – Vamos pra algum lugar conversar. – Os dois caminharam abraçados para o pátio da escola e sentaram-se num banco em formato de caracol. – Fala alguma coisa. – Tom pediu aflito.
limpou as lágrimas mais uma vez.
- O Danny terminou comigo.
Thomas escancarou a boca.
- Quando? – ele perguntou espantado.
- Ontem.
- Por que você não me contou antes? Bem que você estava diferente hoje mais cedo.
- Eu não quero deixar vocês mal.
- ... – Tom a abraçou.
Dougie e aproximaram-se correndo com caras de incompreensão.
- O que tá acontecendo? – Dougie perguntou olhando de Tom para .
- O Danny terminou com ela – respondeu Tom
levou a mão à boca soltando um gritinho. Dougie agachou-se em frente a e pousou uma mão sobre o braço dela.
- ... Por que você não disse nada?
afastou-se de Tom e virou-se para encarar o amigo.
- Você sabe que eu não gosto que os outros fiquem triste por minha causa.
- ! – exclamou agachando-se ao lado de Dougie. – Nós somos seus amigos e estamos aqui pra isso, pra te apoiar, não faz bem você guardar isso pra você. Agora, por que o idiota do Jones terminou com você?
- ! – repreendeu-a Dougie.
- O quê? Eu quero saber.
- ... Eu prefiro deixar isso pra depois, pode ser? – pediu .
- Tá... Tudo bem. – levantou-se puxando Doug consigo.
- A gente tem aula de educação física agora, que tal a gente ir indo para o ginásio? – sugeriu Tom.
- E a ? – Dougie olhou em volta a procura da garota.
- Ah, como sempre está resolvendo assuntos do Grêmio – respondeu Tom –, mas eu combinei de encontrar com ela lá no ginásio mesmo.
- Então vamos – disse desanimada, levantando-se do banco.
Ao entrarem no ginásio, eles subiram nas arquibancadas e sentaram-se. O lugar ainda estava cheio de cartazes que anunciaram o show do McFly na sexta-feira passada, mas o que mais chamou a atenção foi um cartaz diferente dos outros, mais como um pôster, que não estava lá antes, era bem maior e feito em tecido envernizado; ele exibia uma foto da apresentação da banda, na qual a figura central era Danny, cantando e tocando com um sorriso enorme no rosto. paralisou ao observá-lo e Tom compreendeu o que acontecia, então ele aproximou-se dela e a puxou, a fazendo deitar-se em seu colo. sentou no outro lado de e segurou sua mão. Dougie sentou-se no patamar de baixo, logo abaixo de , fazia carinho na mão da amiga e nos cabelos do namorado.
adentrou o ginásio e começou a subir pela arquibancada, mas quando viu praticamente no colo de Tom, parou imediatamente, espantada, então ela viu que a garota chorava e correu pra ela realmente preocupada.
- ! O que aconteceu? – perguntou ela olhando de Tom para , repetindo a ação de Dougie anteriormente.
- O Danny terminou com ela – respondeu.
- Não acredito – disse com compaixão sentando-se ao lado de Tom.
levantou a cabeça do colo do amigo.
- Eu vou embora – anunciou ela.
- , fica aqui! – pediu .
- Deixa ela! – exclamou Dougie. – Ela não precisa ficar aqui e aturar essa aula chata. Vai pra casa, , a gente fala pra professora que você tava mal.
- Valeu, Doug. Valeu, todo mundo. Eu não quero que vocês se preocupem comigo. Olha só pra vocês juntos, vocês deviam estar super felizes agora e eu tô fazendo vocês ficarem mal.
- , eu já disse que amigos são pra essas coisas! – insistiu .
revirou os olhos.
- Eu vou pra casa. – Ela desceu os degraus da arquibancada de gesso e saiu correndo do ginásio.
não pretendia pedir dispensa, queria fugir de lá sem dar explicações a ninguém. O pátio aberto da escola favoreceu para que isso ocorresse. Ela correu escada a baixo para a estação de metrô.
~*~
- DANNY! DANNY! ME ESPERA! – gritava Harry enquanto corria atrás de Danny no estacionamento da universidade.
Daniel parou e esperou Harry lhe alcançar.
- Não vai me dar carona? – perguntou Harry.
- Na verdade essa não era a minha intenção. – Danny voltou a andar.
- Ei! – reclamou Harry. – O que houve?
- Não me faça rir, Judd! Você sabe muito bem o que houve! Mas eu não tenho outra opção. – Danny abriu a porta do carro e fez sinal pra que Harry entrasse pela outra.
- Não estou entendendo essa sua ira.
- Você não é muito bom para entender sentimentos.
- Olha, Jones, se é sobre o assunto “você e minha irmã”, esquece, porque eu fiz o que era certo.
- É, esquece mesmo, porque a gente tem que ensaiar e ir para aquela porra de reunião!
- Você não precisa ir se não quiser.
- Se eu não for, não vai ter contrato.
Harry revirou os olhos.
- Convencido idiota!
- Crápula sem sentimento imbecil!
~*~
Dougie e Tom esperavam no sofá da sala de estar pela chegada de Harry e Danny. Dougie estava impaciente e batia com os pés no chão. A porta se abriu e ele levantou-se num pulo, assustando Tom.
Harry, bufando, foi o primeiro a entrar, mas Dougie esticou a cabeça para ver atrás dele.
- Jones! – exclamou ele com raiva caminhando ameaçadoramente na direção de Danny. – A gente precisa ter uma conversinha!
- Ah, é?! – Danny também posicionou-se ameaçadoramente para cima de Dougie. – Eu também tenho um assunto a tratar com você.
- Eu começo! – Danny ergueu as duas mãos a sua frente, como se estivesse rendido. – Você vai pagar por ter magoado a ! Seu idiota!
- Calma aí, Dougie. Quem você pensa que é pra falar assim comigo?
- Quem eu sou?! Alguém que te conhece há quase 18 anos e que não vai te perdoar por você ter feito mal a minha melhor amiga!
- Eu não quero falar nesse assunto.
- Mas vai falar – Dougie ordenou entre os dentes enquanto agarrava a camisa de Danny.
Danny arrancou com violência a mão do garoto de si.
- Não rela a mão em mim, moleque! – ele empurrou Dougie, que acabou caindo no chão.
24. Arrependido
- O que está acontecendo aqui? – entrou pela porta de entrada da sala.
Ao mesmo tempo, apareceu no topo da sala, preocupada após ouvir os gritos vindos de Dougie e Danny. Ela desceu correndo e ajudou Dougie, que fuzilava Danny com o olhar e tinha os dentes cerrados, levantar-se.
Ninguém respondeu.
- Cadê a ? – perguntou olhando para .
- Lá em cima – respondeu a garota.
- Fazendo o quê?
- É... – fitou Danny com desgosto. – Ela tá mal.
Danny suspirou e fitou os pés.
- Ela tá mal – repetiu fitando Harry significamente.
- Gente, o que estava acontecendo aqui? – perguntou .
- Nada, mas eu e Danny temos que ter uma conversa de homem pra homem – respondeu Dougie.
- Vocês vão conversar – disse Harry –, mas como pessoas civilizadas.
- Por mim... – Danny deu de ombros.
- Então vamos pra lá. – Dougie apontou para a sala de TV.
- Feito – concordou Danny.
- E nós também vamos conversar. –
puxou Harry pelo braço e entrou pela cozinha.
- Vem, Dougie. – Danny passou por Dougie e foi até a sala de TV.
- Dougie, olha, eu não vou dizer pra você que eu agi da maneira certa, mas deixa eu explicar o que aconteceu. – Danny esperou Dougie assentir e contou tudo o que aconteceu no dia anterior.
- Eu não acredito, Danny. Não acredito que o Harry foi capaz disso. – Dougie balançava a cabeça encabulado.
- Você deveria ter imaginado, ele sempre foi meio ciumento em relação aos namorados da
. Bom... com exceção de você, né? Você ele quer que namore a
.
- O quê!? – Dougie franziu a testa.
- Não se faça de desintedido, eu sei que você e a já ficaram.
Dougie revirou os olhos.
- Danny, a gente tinha o quê, 12 anos? Eu namoro, Danny, a é só minha melhor amiga, eu não vou nem quero namorar ela.
- Hum. Tá. – Danny ainda não se convencera.
Dougie revirou os olhos mais uma vez e voltou para a sala.
- Você viu, né Harry? Viu o caos que você provocou... – perguntou severamente.
- Eu... – começou Harry, apreensivo, fitando o chão para evitar o olhar severo de sua namorada.
- Sua irmã está lá em cima – apontou pra cima – chorando; o Dougie tá P da vida com o Danny. Tudo por quê? Por sua causa! – acusou ela.
- ... Eu... Por favor, não briga comigo. – Ele aproximou-se dela, pousando a mão na cintura de .
A garota afastou-se de olhos fechados e respirava fundo.
- Harry, vai pelo menos tentar conversar com a sua irmã.
- Tá, eu... – Harry foi interrompido pelo toque do telefone. Ele correu até a sala para atender. – Alô? - Oi, com quem eu falo? - perguntou a voz feminina vinda do telefone.
- Harold. - Harold, eu poderia falar com a , ela está aí?
Harry franziu o cenho.
- Da onde é? - É da Hairlignton High School, eu gostaria de saber se ela está bem, ela saiu daqui no primeiro intervalo e seus amigos me informaram que ela não passava bem. Você tem essa informação?
- Tenho. No momento ela está bem, obrigado. – Harry levou o telefone ao gancho antes de ouvir a resposta da mulher.
Sem falar nada, ele subiu as escadas de dois em dois degraus e bateu na porta do quarto de .
- Quem é? – gritou lá de dentro.
- Harry – ele respondeu, ríspido.
- VAI EMBORA! – a garota gritou e foi possível ouvir algo batendo contra a porta.
- , por favor, deixa eu conversar com você.
- NÃO.
Harry coçou a cabeça.
- ... – chamou mais uma vez. – Por que você foi embora mais cedo da escola?
- HARRY, EU NÃO QUERO FALAR COM VOCÊ, VAI. EMBORA. AGORA! – ela disse pausadamente cada uma das palavras.
chegou até Harry com Dougie ao seu encalço.
- Harry... Ela está muito chateada, é melhor você deixar ela em paz.
Harry suspirou.
- Tá. Eu... eu já to indo.
Dougie lançou um olhar hostil a Harry, quando este passou por ele.
ficou no quarto com e e os quatro meninos estavam novamente sozinhos na sala.
- Eu vou embora – anunciou Danny, levantando-se do sofá.
- E o ensaio?! – Harry perguntou sobressaltado.
- Olha, eu não tô no clima – cuspiu Danny.
- Ei, ei, ei – começou Tom. – Eu não disse nada até agora, mas, pessoal, eu sei que tá um clima pesado aqui, mas a gente tem uma reunião amanhã, e por mais que o cara já tenha visto a gente tocando, é melhor garantirmos uma apresentação perfeita para os caras da gravadora. Vamos deixar os problemas de lado.
- Tom, desculpa, mas eu também não tô no clima. – Dougie fitou Harry com raiva.
Tom bufou irritado e disse:
- Está bem, então! Eu vou pra casa, ligar pra minha namorada e relaxar, já que eu não posso relaxar fazendo o que eu gosto. Agora, se vocês estão a fim de ficarem enfurnados em casa, deixando que seus problemas tomem conta de vocês e esquecerem dos nossos objetivos, o azar é de vocês. – Ele pegou suas coisas e saiu batendo a porta com força.
Danny jogou-se no sofá e apertou as têmporas com as mãos.
- Olha, Harry – disse Dougie –, foi você quem provocou tudo isso.
A testa de Harry vincou-se e ele mordeu o lábio inferior.
- A minha intenção não era essa, Dougie... Eu só tava querendo proteger minha irmã. Eu achei que ela fosse superar logo, como ela sempre faz quando um namorado termina com ela, ou quando ela briga com alguém de quem ela gosta muito, eu também não achei que o Danny fosse ficar assim – ele fitou Danny, ainda na mesma posição no sofá –, irritado comigo, eu achei que ele não ia ligar e que já fosse dar em cima de todas as garotas da faculdade, mas ele não falou comigo hoje e dormiu durante as aulas e... – Harry soltou o ar pela boca.
Dougie pôs sua mão no ombro direito de Harry e disse:
- Cara, de boas intenções o inferno tá cheio. – Harry abriu a boca, indignado. – Esquece, você não vai pro inferno, não foi um bom conselho. O que eu tenho a dizer é que a ama o Danny desde criança e você acabou com o sonho dela. Boa sorte pra consertar isso. – Ele olhou de soslaio para Danny; andou até a ponta da escada e gritou: – ! Eu tô indo!
- Tá! – respondeu ela. – Mais tarde eu te ligo!
Dougie deixou a casa, com Harry e Danny sozinhos na sala.
- Danny – chamou Harry. – Me desculpa.
Danny finalmente levantou a cabeça das mãos.
- Agora é tarde pra se desculpar, Harry. Eu já te perdoei, mas a cagada já foi feita, eu errei. Talvez você consiga o perdão da , mas eu nunca mais vou ter.
- Não, Danny, a gente vai conseguir dá um jeito nisso, você vai ver! Um cara como você não pode desistir assim.
- Eu não desisti. Eu só acho... impossível.
25. Harry Judd 2
- E aí, McGuys! Como vão? – cumprimentou Matthew Fletcher, apertando a mãos dos meninos.
- McGuys? – perguntou Danny com a sobrancelha arqueada.
- É, ué. É isso que vocês são.
Dougie fez uma careta.
- Mas e aí, como estão? – indagou o produtor.
- Indo na medida do possível – Danny respondeu sem ânimo.
- Estamos ótimos! – ironizou Harry.
- Rá – fez Dougie.
Tom revirou os olhos.
- Xiii, vocês não estão num clima bom, parece que o que eu preparei pra vocês para daqui a um mês, isso se vocês forem eficientes, vai ser perfeito. Bom, mas precisamos acertar tudo com a gravadora. Creio que vocês trouxeram uns demos, certo?
- Sim. Aqui – respondeu Tom, entregando-lhe um CD.
Todos os meninos fitaram-no surpresos. Dá onde ele tirara aquilo?
- É, bem... na verdade são acústicas e só têm a minha voz, eu gravei com o meu aparelho que eu tenho em casa todas as nossas músicas só para termos esse demo. Espero que não se importem.
- Demais, Tom! – vibrou Harry. – Pena que não tem bateria...
- Hum... – murmurou Fletch. – Já é útil para uma análise, mas agora eu quero que vocês entrem naquela salinha – ele apontou para a sala de gravação, a qual era isolada acusticamente e possuía uma única parede de vidro que dava para o controle de gravação – e toquem qualquer coisa que eu vou chamar a equipe para ouvir.
~*~
- E aí, como foi lá? – perguntou a Dougie, enquanto este entrava em sua casa.
- A gravadora adorou nosso som, vai só fazer uns ajustes – respondeu Dougie. – Mas você não sabe da melhor parte!
- O quê?!
- Nós vamos para o Brasil!
abriu a boca.
- Sério? – ela perguntou incrédula.
- É! A banda vai e você também!
- Eu... eu vou também?! – Os olhos de brilharam.
- Vai, é claro que vai! Além de nós quatro, podemos levar mais oito pessoas, ou seja, dois convidados cada um. E como eu sei que o Danny não vai convidar a , porque mesmo se convidasse ela não ia aceitar o convite dele, eu mesma vou convidá-la.
- Aaaah! – pulou no pescoço de Dougie. – Isso é demais! Eu nunca saí do país!
- Bom, então tá na hora de você arranjar um passaporte.
- É pra ontem! – brincou . – Assim que meu pai chegar vou pedir pra ele providenciar as coisas.
- Você acha que ele vai deixar?
- Se não deixar eu faço greve de fome. - Dougie a censurou com o olhar. – Brincadeira. Eu sei que ele deixa. Ele gosta de você e gosta muito da e do Harry também.
- Ótimo. – Dougie deu um selinho em .
~*~
- , eu preciso conversar – Harry disse ao telefone para sua namorada. - Tudo bem. Você passa aqui?
- Passo. Daqui 10 minutos to aí. Beijo. -Beijo.
entrou no carro do namorado e ele lhe deu um beijo aflito e suplicante em seus lábios.
- Nossa, Harry – disse –, estou até com medo do que você quer falar comigo.
- É sobre a ... – Harry deu uma pausa. – E sobre o Danny.
- Ah. Ótimo. Você pretende ir a algum lugar pra conversar ou vai falar aqui mesmo?
- Não, não. Vamos para o shopping.
- , você tava certa. Eu... eu estou arrependido – confessou Harry.
- É, eu sabia. Mas o que você pretende fazer?
- Pedir socorro a você.
sorriu.
- O que eu posso fazer, Harry?
- Não sei, me ajudar primeiro a ter o perdão da minha irmã, depois o do meu melhor amigo e fazer os dois se juntarem novamente.
- Peraí, então você tá pedindo a minha ajuda pra ganhar na loteria, é isso?
Harry suspirou desanimadamente e apoiou a testa no braço que estava sobre a mesa e murmurou:
- Já era.
- Calma, Harry. Quem disse que ganhar na loteria é impossível? É claro que eu vou te ajudar. E os motivos são vários...
- E quais são? – encorajou Harry levantando a cabeça e erguendo a sobrancelha, curioso.
- O primeiro e mais importante... Eu te amo e vou sempre te ajudar no que você quiser. Segundo: eu também amo a ; não teria cunhada melhor. Terceiro: O Danny é um cara legal e a gente também se conhece há muito tempo. Por último, mas de longe o menos importante: eles se amam.
- Uau – surpreendeu-se Harry. – , você me deixou sem palavras. Eu... eu nem sei como agradecer.
- Agradeça se empenhando para que tudo dê certo.
- Pode ter certeza. – Harold pegou a mão de sobre a mesa e a acariciou. – O que a gente faz primeiro?
- “A gente” vírgula, Hazz. Você. É você quem vai conversar com o Danny primeiro.
- Olha, ele disse que já me perdoou, mas eu não senti que ele foi sincero, ainda mais porque ele continua hostil.
- Vai lá e fala que você está realmente arrependido e que você vai fazer de tudo pra concertar seu erro.
- E se ele não acreditar?
- Ué, aí você não pode fazer mais nada. Tem que ter paciência agora.
~*~
Danny correu para atender a campainha.
- Harry – ele disse sem ânimo.
- A gente pode conversar?
- Entra – Danny deu passagem ao amigo.
- Olha, eu não senti que você foi sincero quando disse que me perdoou e então eu vim aqui, implorar pelo seu perdão.
- Harry, não faça isso. Está tudo bem, sério.
- Eu vou fazer de tudo pra concertar meu erro. Eu quero você e minha irmã juntos de novo, Danny.
- Harry – Danny pousou sua mão sobre o ombro do outro garoto –, você não precisa fazer nada disso. Não adianta.
- Por favor, Danny. Me deixa ajudar.
- Não.
- Mas você vai pelo menos tentar, não vai? Você não vai desistir da minha irmã, né?
- Não. Isso nunca, eu só acho que não adianta você fazer nada. Eu tenho que fazer, eu preciso provar pra ela que tudo o que eu disse aquele dia foi uma mentira.
- Então faça isso, Danny. E dessa vez você vai ter o meu apoio, com certeza.
26. Estratégias Falhas
- Por que você não vai buscar a na escola hoje? – Harry perguntou a Danny. – A gente só vai ter aula à noite mesmo.
- É, eu vou fazer isso – Danny passou os olhos pela sala de sua casa.
- Aqui – disse Harry arremessando a chave do carro de Daniel.
- Opa, valeu. – Ele pegou a chave no ar e saiu.
~*~
- , mas eu quero que você vá! – dizia Dougie a enquanto caminhavam pelo pátio da escola em direção a estação de metrô.
parou.
- Dougie, eu não quero viajar para o mesmo lugar que o Danny. Nem pensar!
- , faça isso por mim, pelo seu amigo nanico que nunca fez mal a você. Por favor, a gente vai gravar nosso primeiro videoclipe, eu queria pelo menos o seu apoio. Eu prometo que o Danny não vai fazer nada que possa te machucar. Nem o Harry, vai!
- Eu vou pensar, está bem?
Eles voltaram a andar e Dougie parou subitamente fazendo Tom, que vinha logo atrás, trombar com ele.
- Danny – murmurou ele.
- O quê? – indagou .
Dougie apontou para frente e a garota revirou os olhos.
- O que ele tá fazendo aqui? Eu não vou entrar no carro dele – disse.
Danny os alcançou.
- Eu vim buscar vocês – anunciou.
- Tchau. – deu as costas e começou a andar, mas Danny a segurou pelo braço. – Me solta! Eu não vou embora com você!
- Por favor, , entra no carro.
- NÃO! – berrou ela. – E tira a mão de mim. – Seus olhos enchiam-se de lágrimas. Doía nela ter que ignorar Danny.
- Danny – chamou Dougie –, ela não quer, vai embora.
Danny fitou Dougie com raiva, virou-se para Tom e disse:
- Não deixa ela ir embora. Dougie, vem aqui um segundo.
Os dois afastaram-se de e Tom, que agora reconfortava a amiga num abraço.
- Dougie, você quer fazer o favor de cooperar?
- Do que você está dizendo?
- Você quer ver sua amiga feliz?
- Claro que quero.
- Então me ajuda, porra! Eu quero levar ela pra casa e depois conversar com ela, mas não tem jeito se você ficar empatando as coisas. Por acaso você não quer que a gente volte porque você quer ela pra você?
- Cala a boca! Claro que não, Jones! Ela ama você e eu amo a . Quantas vezes vou ter que repetir? Eu só não vou obrigá-la a fazer o que ela não quer.
- Por favor, Doug. Eu te imploro. Me ajuda. O Harry já é a favor, nós conversamos, agora eu só preciso reconquistar essa garota – seu tom de voz era suplicante – eu não tô pedindo que você me ajude a convencê-la de que eu mereço perdão, eu só quero que você não empate, tudo bem?
- Tá, desculpa, eu vou falar com ela.
Os dois voltaram.
- , vamos – disse Dougie puxando a amiga até o carro de Danny.
- Dougie, o que você tá fazendo? Eu não quero entrar aí.
- Vamos, . É só uma carona, não seja boba, você vai chegar em casa bem mais rápido.
- O que foi que ele te disse, hein? Ele está te influenciando, Dougie?
- Não custa nada, vamos.
saiu correndo, mas Daniel a alcançou, segurando-a pela mão.
- Por favor, – ele disse ofegante e baixo. – Não me ignore. Você está brava comigo, eu sei, mas não me ignore, não recuse uma carona minha. Só isso que eu te peço. Vamos conversar. Me dê uma chance de me explicar.
- Explicar, Jones? – perguntou também ofegante. – Não tem explicação. Você não vê que eu já entendi tudo? Não quero ouvir mais nada.
Ela voltou a correr e desceu pela escada do metrô.
Danny arrancou seu Ray-Ban que levava na gola da camiseta e jogou com raiva no chão.
- Merda! Daniel, você é um imbecil, um imbecil!
Dougie e Tom aproximaram-se.
- Ela foi embora? – perguntou Tom.
Danny não respondeu, apenas fitou a escada, com olhos marejados, por onde descera.
- Danny, tudo bem, eu sei que vocês ainda vão ficar juntos – confortou Tom.
- Eu só tenho medo da andando nervosa sozinha pelo metrô, vai saber até onde ela pode ir – disse Dougie.
- Cala essa boca, pelo amor de Deus – implorou Danny.
- Calma, vai ficar tudo bem. – Dougie começou a caminhar para o carro de Danny.
O mês foi passando e os meninos ensaiaram bastante para gravar o videoclipe de “Surfer Babe” em Fortaleza, capital do Ceará, Brasil.
continuava evitando Danny, o que deixava Harry muito angustiado e nervoso com a situação.
Na verdade, Danny até teve uma chance, mas não deu muito certo...
- Danny – disse Harry –, ela vai chegar e vai subir direto para o quarto, como sempre. E você vai ficar lá esperando por ela. A não vai ter escapatória, vai ter que falar com você.
- Será que isso é mesmo uma boa idéia? – Danny sentou-se no sofá e coçou a cabeça. – Eu não sei, e se ela ficar mais puta ainda.
- Não custa nada tentar, você vai ter que correr esse risco.
Daniel suspirou.
- Vai, sobe logo – ordenou Harry –, ela já deve estar chegando!
entrou em sua casa e nem reparou que Danny não estava presente, então subiu para o seu quarto. Quando abriu a porta, viu que alguém estava sentado na cadeira de seu computador.
Danny girou a cadeira para fitar a garota.
ficou paralisada sem saber o que fazer. Danny levantou-se rapidamente e fechou a porta do quarto.
- Por favor, , me escuta – ele pediu. – Só me escuta, você não precisa dizer nada, só deixa eu falar até o fim.
- Quem permitiu que você entrasse aqui? – perguntou ríspida.
- O Harry. Ele quer que a gente volte.
- Que piada! – debochou ela colocando sua mochila sobre a cama.
- É verdade, nós conversamos e ele está muito arrependido do que fez, ele acredita no nosso amor e precisa que você o perdoe.
- Eu o perdôo.
- Ótimo, mas não é dele que eu vim falar, eu vim falar que eu te amo.
- Veio tarde, você deveria ter falado que me ama antes, bem antes.
- Eu sei, eu sei que eu errei, que eu não devia ter dado ouvidos ao Harry, mas ele me pressionou, eu fiquei confuso, por favor, acredita em mim, eu nunca quis tanto uma garota como eu quero você.
revirou os olhos.
- Melhor – continuou Danny –, eu nunca quis tanto o perdão de alguém.
- Eu não... – A garota sentou-se em sua cama e não sabia o que dizer. – Eu não sei se posso confiar em você novamente.
Danny não disse nada, apenas sentou-se ao lado de e roubou-lhe um beijo. Ela ficou estática por alguns segundos, nem deu passagem ao pedido suplicante da língua de Daniel. Quando conseguiu raciocinar, não pensou duas vezes antes de acertar um tapa bem cheio na bochecha do garoto. Danny afastou-se e pousou a mão sobre o lugar que acertara.
- Sai... já... da... qui! – ordenou enquanto chorava e dava mais tapas nas costas de Danny. – Nunca mais faça isso. – Ela começou a chorar e bateu a porta com força quando o menino deixou o quarto.
Danny desceu a escada correndo e arrependido de ter tentado beijá-la a força. Isso só pioraria mais as coisas.
Ele sentou-se no sofá da sala e Harry, Dougie e Tom, fitaram-no apreensivos.
- O que aconteceu? – Harry perguntou aflito.
Danny começou a chorar e respondeu:
- Ela me deu um tapa.
- E tá doendo tanto assim? – Dougie questionou com um sorrisinho.
- Cala a boca, retardado! É claro que não, mas eu fiz uma cagada!
- O que você fez? – inquiriu Harry.
- A beijei a força.
- Danny! Não se beija uma menina a força quando você está tentando que ela te perdoe, isso é apelar e ela sabe disso. – Harry sacudiu a cabeça num ato de reprovação.
As lágrimas continuaram a cair dos olhos de Danny.
Tom levantou-se do outro sofá e sentou-se ao lado de Daniel, passando um braço sobre ele.
- Tudo bem, cara. Vai dar tudo certo.
Danny sacudiu a cabeça negativamente.
Todos ficaram em silêncio por um instante até Harry dizer:
- Cara, eu não te vejo chorando desde que tínhamos uns 5 ou 6 anos, ainda mais por uma garota!
Danny enxugou as lágrimas com a manga da jaqueta; Tom afastou-se dele quando este levantou.
- Vamos ensaiar, porque daqui uma semana: Brasil, lá vamos nós.
A próxima semana passou e Danny nem se atreveu a tentar falar com novamente, mas ficou bem satisfeito em saber que ela aceitara o convite de Dougie para ir ao Brasil.
Assim iriam: Os quatro garotos da banda, mais , , e . Danny não convidara ninguém e Dougie fora o único a aproveitar seus dois “convites”.
’s POV On
- Atenção, chamada para o vôo 7445 para São Paulo. Vôo 7445 para São Paulo.
Pudemos ouvir no aeroporto.
- É o nosso – anunciou Harry –, vamos indo, portão 21B.
Já havíamos passado por toda aquela burocracia de segurança e só faltava sermos chamados para entrar no avião.
- Atenções passageiras do vôo 7445 para São Paulo, ao escutarem o número referente ao seu acento, dirijam-se a fila em frente ao balcão B com passagens a mão.
- Que número é o seu? – Dougie me perguntou
- “20” – respondi indifernte.
- O meu também. – Ele revirou os olhos. – Por que não nos deram primeira classe?
- Dougie, larga a mão de ser ingrato, você já vai fazer uma viagem internacional totalmente de graça!
- Atenção passageiros com acentos de números 5 a 8.
- Nem vai demorar muito, está vendo? – animei-o.
- É, Dougie, relaxa um pouco. – o abraçou acariciando-lhe o braço.
Nem tínhamos conferido se íamos sentar lado a lado e nem com quem tava qual assento. Dentro do avião eu o achei um pouco pequeno para um vôo internacional, pois havia apenas duas fileiras de três assentos cada na classe econômica. Tinha ficado assim: Eu (na janela), um assento vazio e o Dougie; na fileira ao lado, Danny (no corredor), e ; exatamente atrás de mim, estava Harry com na fileira ao lado, estava Tom (no corredor).
- Doug, troca de lugar com o Danny e vem sentar aqui do meu lado – pediu .
Dougie fitou Danny.
- Tudo bem. – Danny levantou-se e sentou-se ao meu lado.
- Não, o lugar do Dougie era ali. – Apontei para o lugar do corredor.
- E daí? Eu peço para a pessoa que for sentar aqui pra trocar comigo porque estamos juntos.
- Pra mim nós não estamos juntos, dá pra você ir pra poltrona de lá?
- , por favor... – Ele foi interrompido por um garoto, que parecia ter a minha idade.
- É, licença, acho que esse é o meu lugar – ele disse.
Meu Deus, que garoto lindo! E que sotaque era aquele? Ele tinha o cabelo castanho claro, levemente crespo, todo repicado na ponta e bagunçado. Sua pele era de um moreno caramelado e seu sorriso era perfeito, com todos aqueles dentes brancos e retos. Seus olhos eram da mesma cor do cabelo e brilhavam como o sol.
- Então, é que nós estamos juntos se é que me entende – Danny parecia querer provocar o menino quando reparou que eu olhava boquiaberta para ele.
- Cala a boca! Sai daqui! – Dei um monte de tapas no braço de Danny até ele sair do meu lado.
- É... eu sento onde então? – O menino lindo perguntou.
Com muita raiva, Danny respondeu:
- Do lado dela. – Ele levantou-se e deu espaço para o garoto passar.
Assim que ele sentou-se ao meu lado, ele sorriu para mim e eu quase tive um treco.
’s POV Off
27. Coincidência, ciúmes, saudade, amor, ódio... Dentro de um avião...
O menino sentado entre Danny e analisou a expressão dos sois e perguntou em seguida:
- É, eu estou atrapalhando alguma coisa? – Ele virou-se para Danny. – Não me importo de trocar com você, se quiser.
- Não, não – respondeu logo. – O Daniel tem essa cara de emburrado mesmo, ele está muito bem.
Danny revirou os olhos como se fosse indiferente para ele, mas, no fundo, desejava intensamente não ouvir tais palavras rudes da garota.
O menino deu uma risadinha sem jeito.
- Você tem um sotaque diferente – observou . – Da onde você é?
- Eu sou do Brasil. – Ele abriu um belo sorriso.
- Ah! Então está voltando pra casa?
- Exatamente!
Os dois ficaram em silêncio por um tempo, enquanto as aeromoças faziam todo aquele ritual, no qual são dadas orientações de segurança e o piloto dava suas boas-vindas aos passageiros e informações sobre duração de viagem.
Quando só se podia escutar o som das turbinas do avião, que se preparava para decolar, e o recomeço de alguns murmúrios, o brasileiro disse:
- Acabei de me tocar que eu não perguntei o seu nome.
sorriu tímida ao perceber o olhar fixo do garoto nela.
- . E o seu é...?
- José Eduardo, mas me chame de Du, ou Edu, ou até mesmo Zé Edu, enfim, me chame como quiser.
Os dois riram.
Danny mexeu-se incomodado, cruzando os braços sobre o corpo e agarrando as mangas do moletom para não fazer qualquer besteira.
- É... Du? – chamou parando de rir. – De que parte do Brasil você é?
- Bom, na verdade eu sou de São Paulo, nasci e morei lá muitos anos, mas desde que meus pais se separaram, eu fui morar no hotel do meu tio em Fortaleza, sabe como é, eu disse aos meus pais que eu não estava a fim de ficar no meio da briga deles, aí eles me prometeram esse intercâmbio para a Inglaterra de um ano, mas mesmo assim eu preferi ir morar com meu tio. – José Eduardo sacudiu a cabeça. – Eu aqui desabafando minha vida pra você. Você nem quer saber sobre isso...
- Magina, pode desabafar, vai que eu posso ajudar em alguma coisa e... ‘pera lá, Fortaleza? Você mora em Fortaleza?
- É, por quê?
- Eu estou indo pra lá!
- Sério?! Que legal! Tá indo a passeio?
- Bom, eu sim, mas estou acompanhando a banda do meu irmão que vai gravar um videoclipe lá.
- Ah, que legal! Certeza que vai fazer muito sucesso!
- Tomara...
Assim que o avião ficou totalmente na horizontal, Danny, com movimentos bruscos, pegou o fone-de-ouvido do avião e pôs na orelha, a fim de não escutar mais aquela conversa entre os dois.
Du reparou em Daniel por um instante e voltou-se para novamente.
- Esse é seu irmão? – perguntou referindo-se à Danny.
- Meu irmão? Não... não... O Daniel é só um integrante da banda, mas não temos nenhum parentesco.
- Ah... – Du sorriu tímido. – No começo eu achei que vocês tivessem alguma coisa, sabe? Mas do jeito que vocês trocaram algumas grosserias e você mencionar estar com a banda do seu irmão, eu pensei que fosse.
- Hmmm... Mas ele é só um integrante da banda mesmo – repetiu ela.
Todos os passageiros puderam escutar o anúncio de que o jantar seria servido e, relutantemente, Danny retirou o fone-de-ouvido e abaixou a mesinha a sua frente.
- Em que hotel vocês vão ficar? – José Eduardo perguntou enquanto a aeromoça servia sua coca-cola.
- Ah, eu não sei o nome, sei que é um que fica num parque aquático e é onde os meninos vão gravar.
Eduardo começou rir.
- O quê? – perguntou confusa enquanto fitava aquele lindo menino rir.
- Eu não acredito! Vocês vão ficar no hotel do meu tio!
Daniel deixou sua faca cair.
- Sério? – perguntou desviando o olhar de Danny, que bufava ao pegar sua faca. – Nossa, isso é muita coincidência!
- Pois é! Legal, né?
- Muito.
Um tempo havia se passado após o jantar, algumas pessoas dormiam e outras assistiam ao filme que era exibido.
Danny estava de olhos fechados e novamente com o fone-de-ouvido. José Eduardo o cutucou.
- Daniel? – chamou receoso, não tinha absoluta certeza de que esse era o nome dele. Danny abriu os olhos indiferentemente. – Você pode me dar só uma licencinha para eu ir ao banheiro? Desculpa te acordar.
- Eu não estava dormindo – retrucou ele dando passagem ao outro.
Eduardo só assentiu e dirigiu-se ao banheiro.
acompanhara tudo com o olhar. Decididamente, Danny sentou-se ao seu lado. A garota estava um pouco sonolenta, mas mesmo assim foi capaz de protestar.
- Sai daqui, Jones!
- ... Por favor! Por que você trata melhor um menino que acabou de conhecer do que eu?
- Simples, ele não me fez sofrer!
- Ainda – completou Danny. – Do jeito que você tá dando bola pra ele, você pode se iludir, você não sabe o modo de agir de um brasileiro.
- E nem você! – retrucou. – E outra, eu não tô dando bola pra ele e nem vou me iludir, já aprendi isso com alguém – ironizou. – Agora vai para o seu lugar!
- Não, só quando o seu queridinho Du voltar e me tirar daqui.
bufou e virou-se de costas para Danny, encostando o rosto no pequeno travesseiro. A garota, que já estava sonolenta e sempre dormia rapidamente em viagens, acabou adormecendo. Danny sabia dessa sua fraqueza para viagens e também sabia como seu sono era pesado. Ele, então, pegou a mão da garota e entrelaçou seus dedos nos dela, encostou sua bochecha no ombro de e fechou os olhos; aspirou seu perfume e sussurrou:
- Eu te amo.
Se acordasse, aquilo não seria nada bom para ele, mas Danny sentia falta daquele cheiro, daquela sensação em tocar sua pele, e até mesmo do ritmo de sua respiração.
28. Joguinho de Danny
- O que é isso? – perguntou Du ao ver Danny naquela posição. – O que você está fazendo?
Danny levantou-se rapidamente.
- Cala a boca! – ordenou.
Eduardo franziu o cenho confuso.
Harry levantou-se do banco de trás ao escutar a ordem do amigo.
- O que está acontecendo aqui?
- Nada, Harry – respondeu Danny. – Não é nada, só falem baixo para não acordarem a . – Ele olhou suplicante para o amigo. – Eu só quero sentar-me ao lado dela.
- Senta, ué – Harold disse.
- Acho que ela deixou bem claro que não queria você sentado ao lado dela – avisou Eduardo.
Danny continuou a olhar Harry suplicante.
- Eu não sei quem você é – começou Harry a Eduardo –, mas eu prefiro que o Danny sente ao lado da minha irmã, ela pode precisar dele. – Ele lançou um olhar bastante rígido ao outro garoto.
- Tá, tudo bem, desculpe, eu sento aqui mesmo – Eduardo apontou para o assento do corredor.
Horas depois, os passageiros que estavam acordados já tomavam o café da manhã. acordou e olhou para o lado sorrindo.
- Danny? O que você tá fazendo?
- Tomando o meu café, ué – Danny respondeu erguendo sua xícara de café para a garota.
- Isso eu estou vendo – ela revirou os olhos –, mas o que está fazendo do meu lado? Esse é o lugar do Du.
- Ele nem está aqui, .
A garota curvou-se para frente para olhar no assento ao lado de Danny.
- Pra onde ele foi? – ela perguntou.
- Eu é que vou saber?
bufou e levantou-se, mas a mesinha que Danny usava para tomar seu café obstruía seu caminho.
- Eu quero sair – reclamou ela.
- Agora vai ter que esperar. Por que você não pede o café pra você também?
bufou novamente e sentou-se. Danny chamou a aeromoça e pediu que servisse o café para .
- Tá gostoso, tá? – Danny perguntou enquanto comia um pedaço de pão.
Ela o ignorou.
Ao terminar seu café, levantou-se novamente e pediu que Danny tirasse o pé de seu caminho.
- Vai ter que pagar pedágio – ele disse.
- O quê?
- Um beijo pela passagem.
- Ah, Daniel! Isso já é demais, você está insuportável, deixa eu passar!
- Tá – Danny respondeu indiferente e puxou o pé.
Quando deu o primeiro passo, Danny esticou as pernas novamente, fazendo a garota tropeçar e cair em seu colo. Ele riu.
- Arrrgh! Daniel, seu, idiota! – xingou entre os dentes enquanto tapeava o colo de Danny. – Não encosta mais em mim, seu imbecil! – Ela finalmente levantou-se e passou por ele irritada.
- , o que foi? – Dougie perguntou quando ela passou por ele.
- Você viu o Eduardo? – perguntou.
- É... Acho que ele foi se sentar mais atrás.
- Valeu.
José Eduardo estava sentado no fundo do avião, ao lado de outro garoto.
- Oi, Du – cumprimentou tímida. – O Danny te expulsou de lá?
Ele sorriu.
- Não, não, , na verdade eu vim pra cá, porque ele – apontou para o garoto ao seu lado –, o Felipe, tá aqui e eu nem sabia, eu o vi quando fui ao banheiro.
- Ah...
- Senta aqui, esse lugar tá vago, a menina que tava aqui foi pra outro lugar – convidou Du.
- Obrigada.
- Felipe, essa daqui é , conheci ela aqui no avião.
- Oi, prazer – cumprimentou Felipe.
- Prazer.
- Você acredita que ela vai ficar hospedada no hotel do meu tio? – José Eduardo perguntou ao amigo.
- Que legal!
- É.
- Du, você veio fazer o que na Inglaterra? – indagou .
- Intercâmbio normal, daqueles que a gente fica em casa de família e vai pra escola. – Ele sorriu.
- Ah, que legal! E você gostou?
- Muito. É uma experiência incrível!
Os três conversaram durante algumas horas, até o piloto anunciar que iriam pousar.
- Cadê minha irmã? – Harry perguntou quando todos os passageiros já deixavam seus assentos para descerem do avião.
- Com o tal de Eduardo, eu acho – Danny respondeu revirando os olhos.
- Realmente ela me perguntou dele – informou Dougie entrando atrás deles na “fila” para deixar a aeronave.
- Você vai no mesmo vôo que eu para Fortaleza? – perguntou a Eduardo.
- Hmmm, na verdade, não. Eu só vou amanhã para lá, vou passar essa noite com meus pais.
- Ah. – abaixou a cabeça visivelmente decepcionada, gostara da companhia do garoto. – Então a gente se vê amanhã.
- A gente se vê. – Du aproximou-se e abraçou a garota.
- Olha ela lá! – exclamou Tom.
- O que aquele garoto tá fazendo? – perguntou Danny avançando alguns passos.
- Danny, eu ouvi falar que os brasileiros são muito afetivos – informou . – Desencana, ele só tá dando um abraço nela.
- E por quê? – Danny irritou-se.
- Sei lá, meu, eles devem estar se despedindo – sugeriu Dougie.
- Despedindo nada – disse Danny. – Ele mora no hotel para onde vamos.
- Sério? – Dougie franziu o cenho.
- Sério.
- Eu vô lá chamar ela – anunciou Harry. Mas ele nem precisou, já vinha em sua direção.
- Vamos? Ou perderemos nosso vôo – disse ela ao passar pelo irmão. – Ainda temos que passar pela imigração.
Depois de passarem por mais uma burocracia, eles aguardavam na sala de embarque para o vôo até Fortaleza.
estava sentada ao lado de Dougie, ao seu lado , depois e Tom. Dougie lia um jornal esportivo.
- Olha – disse ele –, não tô entendendo nada do que tá escrito aqui, mas eu já ouvi falar nesse tal de Ronaldo, e dizem que ele é um craque no futebol.
Tom se esticou na ponta do banco.
- Este é o país do futebol, certo? Ah, e das bundas!
deu-lhe um tapa.
- Foi o que eu ouvi falar – reclamou Tom enquanto fazia careta.
- Esse Ronaldo parece ser bem bundudo – comentou Dougie analisando a foto do jornal.
- Bundudo? Ele é barrigudo, colega – corrigiu .
Todos riram.
- Olha só essa coxa! – reparou .
- ! – repreendeu Tom.
- Eu não disse que tinha gostado – defendeu-se ela.
- Oi! – Danny exclamou na orelha de sentando-se ao lado dela.
- Que susto! Idiota!
- Cadê o seu amiguinho? – ele perguntou num tom irônico.
- Ele vai amanhã, por quê?
- Nada, não tô falando nada.
- Então sai daqui.
- Quanta grosseria.
Um aviso para que os passageiros entrassem no vôo foi dado. levantou-se rapidamente. Estava cada vez mais difícil ficar ao lado de Danny, esse joguinho dele de garanhão estava dando certo, mas ela não cairia em tentação.
29. Onde está o Danny?
Dessa vez, sentou-se ao lado de e não houve reclamações por parte de ninguém.
Eles chegaram no fim da tarde ao hotel, todos ficaram maravilhados com a grandeza do local, a beleza natural e o clima.
- Eu preciso dormir – anunciou .
- Não vai nem aproveitar o dia de hoje? – perguntou .
- Nem pensar! Eu estou acabada, durmo até amanhã.
- Credo, você dormiu um bom tempo no avião – lembrou Danny.
- E daí? Eu estou cansada.
- É, eu também – concordou Harry. – Eu estou morto também, melhor a gente dormir, porque amanhã a gente começa a gravar.
Todos foram dormir. Dougie e ainda ficaram andando um pouco, mas logo foram cada um para o seu quarto. e , estavam num quarto só delas, Harry e Danny em outro e Tom e Dougie em mais um.
No dia seguinte, logo pela manhã, os meninos começariam a gravar no parque aquático, já as meninas resolveram tomar sol próximo à piscina de ondas.
- , quem era aquele tal de Eduardo que tava te abraçando lá no aeroporto? – perguntou a .
- Ah, eu o conheci no avião, ele mora aqui no hotel.
- Ah, e por que ele não tá aqui?
- Ele disse que passaria a noite com os pais lá em São Paulo, só não sei como, já que os pais dele são separados.
- Ah...
- Meu Deus, olha aquele tanto de menina! – exclamou apontando para onde os meninos gravariam o clipe e haviam muitos equipamentos.
- Eu mato o Dougie se ele olhar pra bunda de uma delas – comentou .
- E eu o Harry – acrescentou .
- Pode botar o Tom nessa lista aí também – pediu . – Ele tá mortinho se fizer qualquer coisa com elas.
- Gente, mas e se tiver no script que eles tenham de olhar? – perguntou .
- Eu espero que não! – disse .
- Nesse caso, depois que o diretor disser “corta”, eu vou ficar de olho – avisou .
riu.
- Qual é a graça? – Eduardo apareceu com um enorme e brincalhão sorriso no rosto.
- Essas meninas ciumentas aqui – explicou . – Chegou cedo!
- Eu saí cedinho de São Paulo.
- Ah, meninas – começou –, esse aqui é o José Eduardo, o que eu conheci no avião.
e ficaram boquiabertas e paralisadas. riu.
Eduardo estava com uma bermuda azul marinho e verde escura e sem camisa, com certeza o motivo do silêncio das duas meninas.
- Olá – ele disse.
- Prazer Eduardo, eu sou e essas são e , liga não, muito sol na cabeça não faz muito bem pra elas.
Eduardo riu tímido.
- Bom, eu vou dar um mergulho nessa piscina. Vocês descobriram a minha preferida, hein?
Ele saiu andando e as garotas o acompanharam com o olhar.
- Uau – disse finalmente.
- Ele é lindo, né? – perguntou .
- Aham – respondeu ainda olhando para a direção da piscina.
meneou a cabeça e estalou a língua.
- Ah, , o que foi, vai dizer que não achou ele bonito? – perguntou ao ver a reação da amiga.
- Muito novinho para mim, se fosse uns 3 ou 4, até 5 anos mais velho...
Eduardo voltou todo molhado e espirrando água pra todo lado.
- Ai, pára com isso – reclamou rindo.
- Foi mal, mas vocês vão fritar desse jeito.
- A gente tá precisando disso – afirmou .
O garoto sentou-se ao pé de na espreguiçadeira em que ela estava.
- Então vocês pretendem ficar deitadas aqui o dia todo? Eu posso mostrar os meus brinquedos favoritos desse parque, que tal?
fez uma careta.
- Preguiça. E o parque nem tá funcionando ainda... – ela disse.
Eduardo riu.
- É, me disseram que os estrangeiros de países mais frios ficam preguiçosos no calor tropical... Bom, mas eu vou buscar uma coisa que talvez te anime, eu já volto, não sai daí, é um pouco longe.
- Tá – concordou .
- O que será que ele foi fazer? – perguntou vendo José Eduardo distanciar-se.
- Sei lá – respondeu .
- Ele tá totalmente na sua – comentou sorrindo marotamente.
- Ai, tá nada – replicou .
- Tá, sim – reforçou .
- O Danny é que não vai gostar muito disso... – avaliou .
revirou os olhos.
- E falando nele... – fez sinal com a cabeça, apontando Danny e os outros meninos que iam até elas.
Harry sentou-se ao lado de em sua espreguiçadeira, Dougie e Tom deram um selinho em suas namoradas e correram para a piscina, Danny sentou-se onde Du sentara molhado minutos atrás. o ignorou, mas ele, pelo contrário, analisou o corpo da garota de cima abaixo, admirado.
ergueu seus óculos de sol e encarou Danny.
- Dá pra parar? – pediu ela.
- Hã? O quê?
- Parar de olhar, Danny.
Daniel se recompôs e adquiriu seu sorriso maroto dos últimos dias.
- O que é bonito tem que ser visto.
bufou.
- Danny vai pra lá, vai. – Ela apontou a espreguiçadeira que tinha ao seu lado.
- Seu pedido é uma ordem. – Danny levantou-se, mas quando daria seu primeiro passo, Eduardo passou por ele, esbarrando uma grande bóia amarela nele.
Du enfiou a bóia pela cabeça de e disse:
- Agora você tá presa, vem, vou te mostrar um escorregador muito bom com essa bóia.
ria, assim como Eduardo.
- Que susto! – exclamou ela.
- Vem! – Eduardo puxou a alça da bóia fazendo levantar.
Os dois já tinham se afastado um pouco do grupo quando ouviu o barulho de algo caindo, virou-se para ver o que era e Danny saía andando determinado até as meninas do clipe, sua espreguiçadeira tombada. A garota ficou boquiaberta encarando-o.
- O que foi? – Du inquiriu.
- Nada, só o Danny com mais um de seus ataques de mau humor.
- Ah. – Ele comprimiu os lábios. – Vamos? – chamou tirando a bóia de e puxando-a pela mão.
- Meninas, vocês viram o Danny? – Harry perguntou a , e .
Ele, Dougie e Tom tinham voltado para gravar mais uma parte do clipe, mas Danny não estava lá.
- A última vez que vi, foi a hora que ele saiu derrubando a espreguiçadeira – respondeu .
- Eu também. – Harry comprimiu os lábios. – O duro é que a gente precisa gravar essa parte logo, porque parece que vai chover e sem o Jones não dá, né? – Ele franziu o cenho.
- Calma, amor, vamos ajudar a procurar ele, né? – olhou para as outras duas esperando por resposta.
- Claro – e responderam em uníssono.
- O Dougie e o Tom já foram.
- Pra que lado? – inquiriu .
- Pra lá – Harry apontou adiante de onde estava a equipe de gravação.
- Então a gente vai pra lá!
- , aqui é enorme, vocês podem se perder!
- Hazz, se o Dougie conseguir não se perder, eu também consigo.
- Tá, tá – Harry riu. – Então vão, mas cuidado!
- Pode deixar! Tô levando meu Nextel, se ele aparecer por aqui, dá um toque.
- Okay. – Ele deu um selinho na namorada.
- Vamos, meninas, atrás do Ratleg!
- ! – correu em sua direção, sendo seguida por e . – , você viu o Danny? – ela perguntou ofegante.
- Não, por quê?
- Ele sumiu já faz um tempão está todo mundo atrás dele.
- Sério? – usou um tom de voz preocupado.
Deu um trovão.
- E vai começar a chover... – observou .
- Vai não, começou – disse com as mãos viradas para cima.
- Meninas – começou Eduardo –, vocês procuraram na praia?
- Ainda não – respondeu .
A chuva começou a apertar e eles começaram a ficar encharcados, bem, Eduardo e já estavam molhados.
- Acho melhor ninguém ficar por aí com essa chuva, vamos até a recepção do hotel, eu peço pra segurança ficar de olho por aí – sugeriu Du.
As meninas concordaram.
vestiu sua camiseta e seus shorts, guardando no bolso frontal, seu nextel.
Ao aproximarem da entrada do hotel, os meninos estavam lá, menos Danny, claro.
- E aí? – perguntou a Harry.
- Nada.
- , vamos lá na recepção comigo, a gente aproveita e pega toalhas – chamou Du.
assentiu.
estava debruçada no balcão, pensando aonde Danny poderia ter ido, enquanto Eduardo conversava com a recepcionista, quando uma briga começou na recepção entre dois caras muito grandes. A garota virou-se para ver o que acontecia, mas, ao mesmo tempo, um grandalhão empurrou o outro e este vinha para cima dela. Eduardo viu a tempo de empurrá-la. Os dois caíram no chão, próximos ao corredor do hotel.
- Ai! – gemeu , passando a mão na cabeça.
José Eduardo foi tirado de cima dela por alguém e pode ver Danny dar-lhe um soco no nariz, fazendo-o sangrar.
30. O poder da música [N/A: Ponha essa música, que eu sei que você adora, para carregar! ;P]
- DANNY! – gritou ainda caída. – Você tá louco? Por que bateu nele?
- Ele tava te machucando! – explicou-se Danny enquanto Du estancava o sangue do nariz com a mão.
- Ele acabou de me salvar!
O tio de Eduardo apareceu correndo e viu seu sobrinho com o nariz sangrando.
- Mas o que está acontecendo aqui? – ele perguntou em português.
- Uma briga, senhor – respondeu a recepcionista.
- E você estava envolvido, José Eduardo?
- Não, tio, eu só...
- Ande, saia logo daqui, vamos ter uma conversa! Passe pela enfermaria e vá direto para o seu quarto!
- Mas, tio...
- Nada de mas, anda! Sai já daqui!
não entendera nada da conversa, pois foi toda em português, mas ela sabia que o tio de Eduardo estava bem bravo.
- Viu o que você fez? – ela perguntou a Danny. – Agora ele está encrencado por ter me salvado!
- Te salvado nada, você está machucada. – Ele apontou para o pulso de que sangrava, devia ter batido em algum lugar com a queda. – E eu vi quando sua cabeça bateu no chão, vai ficar um belo de um galo.
- Teria sido muito pior se aquele cara tivesse caído em cima de mim. – Ela apontou para o brutamontes que quase lhe acertara. – Ele é o dobro do seu tamanho!
- Tá, tudo bem, mas se ele te machucar de novo, vai se ver comigo!
- Você não tem nada a ver com isso...
- Claro que tenho... – começou a caminhar. – Ei, , espera, por favor, quero te mostrar uma coisa! – Danny a puxou pelo antebraço.
- Não quero ver nada... Aliás, por onde você estava? Tava todo mundo te procurando.
- Eu estava preparando uma coisa pra você.
- Ah, é? O quê? Bateu seu record de mais telefones de meninas pegos em um dia?
Danny revirou os olhos.
- Não, eu não consegui falar com nenhuma menina, se quer saber.
- Nããão! Danny Jones sem coragem para falar com uma menina, o que tá acontecendo com você?
- Você, é isso que aconteceu na minha vida, foi eu perceber realmente você na minha vida e tudo mudou. Foi isso.
- Cala a boca – disse baixo.
- Eu calo, fico caladinho, só depois de você ver o que eu fiz pra você.
- Tá, tá, mas antes tenho que avisar que você apareceu.
- Não! – exclamou Danny. – Não fala nada ainda. Se não eles vão pegar no meu pé, por favor, eu preciso de alguns minutos com você.
suspirou.
- Tá, o que é?
- Vem aqui. – Danny a puxou pela mão e eles subiram por uma escada que dava para um lindo jardim.
A chuva já estava bem escassa, quase imperceptível.
- Uau! Aqui que você passou todo esse tempo?
- Na verdade, não, eu estava andando pela praia – Danny respondeu enquanto pegava um violão que estava encostado à parede. – Vim pra cá há uns vinte minutos, até eu escutar aquela gritaria lá embaixo.
’s POV On
Danny virou-se para mim com o violão e um papel em mãos, e que me entregou em seguida.
- Senta aqui – ele apontou uma espreguiçadeira acolchoada.
Eu me sentei e ele sentou-se ao meu lado com o violão no colo.
- É... você pode segurar o papel assim – Danny puxou meu pulso para perto dele – para eu poder ver melhor? – Ele sorriu. – Ainda não decorei todos os acordes, mesmo eu mesmo tendo os criado.
- Tá.
Naquele papel, um pouco úmido, pude perceber, havia o que parecia ser uma música com seus acordes.
Danny começou a tocar.
[N/A: Coloque pra tocar! ^^]
Eu fiquei arrepiada só na introdução, mas aí ele começou a cantar e meu coração disparou.
“I wonder what it's like to be loved by you (Eu me pergunto como é ser amado por você)
I wonder what it's like to be home (Eu me pergunto como é estar em casa)
And I don't walk when there's a stone in my shoe (E eu não ando quando há uma pedra em meu sapato)
All I know that in time I'll be fine (Só o que eu sei é que com o tempo eu ficarei bem)”
“I wonder what it's like to fly so high (Eu me pergunto como é voar tão alto)
Or to breathe under the sea (Ou como respirar embaixo do mar)
I wonder if someday I'll be good with goodbyes (Eu me pergunto se algum dia eu serei bom com despedidas)
But I'll be ok if you come along with me (Mas eu ficarei bem se você vier comigo)”
De repente, ele parou.
- Desculpa, eu errei. – Danny pigarreou.
Não tive como dizer algo, ou senão meu coração escapava pela boca.
Então ele voltou a tocar.
“Such a long, long way to go (É um longo, longo caminho para ir)
Where I'm going I don't know (Para onde eu estou indo, eu não sei)
Yeah, I'm just following the road (Yeah, só estou seguindo a estrada)
through a walk in the sun (Caminhando sob o sol)
through a walk in the sun (Caminhando sob o sol)”
“I wonder how they put a man on the moon (Eu me pergunto como eles colocaram um homem na lua)
I wonder what it's like up there (Eu me pergunto como é lá...)
I wonder if you'll ever sing this tune (Eu me pergunto se algum dia você cantará essa canção)
All I know is the answer is in the air (Tudo que eu sei é que a resposta está no ar)”
Danny alternava o olhar do papel para mim, mas eu só podia sentir isso, porque meus próprios olhos tinham parado em seus dedos, que dedilhavam as notas do violão com tanta habilidade.
“Such a long, long way to go (É um longo, longo caminho para ir)
Where I'm going I don't know (Para onde eu estou indo, eu não sei)
I'm just following the road (Só estou seguindo a estrada)
through a walk in the sun (Caminhando sob o sol)
through a walk in the sun (Caminhando sob o sol)”
“Sitting and watching the world going by (Sentado e olhando o mundo passar)
Is it true when we die we go up to the sky Whoa... (É verdade quando nós morremos, nós vamos para o céu?)
Whoa (Ooh)
So many things that I don't understand (Tantas coisas que eu não entendo)
Put my feet in the sand when I'm walking in the sun (Coloco meus pés na areia quando estou caminhando sob o sol)
Whoa... (Ooh…)
Walking in the sun (Caminhando sob o sol)”
“Such a long, long way to go (É um longo, longo caminho para ir)
Where I'm going I don't know (Para onde eu estou indo, eu não sei)
I'm just following the road (Só estou seguindo a estrada)
through a walk in the sun (Caminhando sob o sol)
through a walk in the sun (Caminhando sob o sol)
Yeah... (Yeah…)
Whoa... (Ooh…)
whoa... (Ooh..)
whoa... (Ooh…)”
Ele terminou e fitou meus olhos à espera de uma resposta.
- Danny, é... é... linda. Você escreveu toda hoje?
- Aham. E pra você.
- Pra mim? Ah... – Fitei o chão. – Eu não sei que dizer... Tô um pouco confusa.
- Então deixa eu te mostrar só mais uma coisa?
- O quê?
- Fica paradinha aí, não se mexe. Isso... Agora fecha os olhos.
- O quê?
- Fecha os olhos.
- Mas eu...
- Fecha, por favor?
- Tá. – Fechei os olhos receosa.
Senti sua respiração aproximando-se de mim. Eu não sabia o que fazer, alguma coisa me mandava sair de lá o mais rápido possível, mas outra, ainda mais forte, dizia para eu ficar, para eu aproveitar aquele momento. A mão de Danny entrou por debaixo de meu cabelo, segurando meu pescoço de leve e, com o dedão, acariciava minha bochecha.
Minha cabeça girava a mil por hora e eu pude sentir que seus lábios estavam próximos aos meus, quando alguém subiu as escadas correndo e, com o susto, empurrei Danny para trás.
- Du! – exclamei ao vê-lo e fui até ele.
- ! Você... Digo, vocês – Eduardo corrigiu quando viu Danny – acharam meu esconderijo, adoro vir para cá quando estou fugindo.
- Problemas com o seu tio?
- Ah, bem – suas sobrancelhas uniram-se –, eu resolvo isso depois.
- Ah. Eu sinto muito.
- Magina, eu é que peço desculpas, eu te machuquei, olha isso! – Ele apontou para o meu pulso machucado.
- Teria sido pior se aquele cara tivesse caído em cima de mim.
- É, tem razão... Mas o que acha de ir até a enfermaria fazer um curativo nisso aí?
- É, acho uma boa idéia. Danny, eu só vou... – Quando virei-me para onde eu e Danny estávamos sentados, ele havia sumido. – Ué? Você viu ele passando por nós? – inquiri a Eduardo.
- Não...
- Por que ele saiu? – franzi o cenho.
- Deixa isso pra lá. Vamos até a enfermaria.
Du pegou em minha mão e eu não me senti muito confortável com aquilo, sua mão não era tão acolhedora, ou protetora como a de... Ah, deixa pra lá...
- O que estava acontecendo entre você e o Daniel quando eu cheguei?
- Na-nada.
Du sorriu. Estranhamente ele já não estava mais tão bonito como antes.
A enfermeira do hotel fez um curativo no meu pulso e disse para eu ficar atenta à minha cabeça, caso ela doesse muito, ou eu sentisse náuseas, que seria melhor eu procurar um médico.
Nós deixamos a pequena enfermaria e caminhamos até a piscina do hotel.
- Como você está? Sua cabeça está doendo? Tá sentindo alguma coisa? – Du perguntava enquanto analisava minha expressão.
- Estou bem – respondi sorrindo. - Ah, me esqueci, e seu nariz?
- Tá normal, não foi nada, mas você parece preocupada...
- Não, magina...
- Você pode falar pra mim se estiver com algum problema... Eu posso tentar ajudar.
- Obrigada, mas eu estou bem. – Abaixei o rosto.
Eduardo puxou meu queixo para cima.
- Você não está bem – ele disse.
Eu não respondi. Ele, então, aproximou seu rosto do meu lentamente.
- Não. – Eu o empurrei de leve. – Desculpa.
Saí correndo e deixei Eduardo olhando atônito para mim. Senti meu nextel vibrar no bolso do meu shorts, era uma mensagem de . “Achamos o Danny, mas onde VOCÊ está?”
Continuei correndo e entrei pelos corredores do hotel, onde ficavam os apartamentos, fui até o que eu me lembrava ser o de Danny. Parei ao ver a porta entreaberta, escutei a voz de Harry.
- A gente perdeu muito tempo de gravação, Danny! A gente tem dias contados, aqui! Agora teremos que correr com as gravações e correremos o risco de não ficar bom e tudo por sua causa. Espero que esteja feliz!
Não escutei resposta de Danny.
- Eu vou deixar você aqui pensando no que fez! Aproveita, toma um banho e vai dormir, porque amanhã tem que estar todo mundo de pé às 5 horas, tendo acostumado com o fuso horário ou não.
Harry deixou o quarto e eu me escondi atrás de um vaso para que ele não me visse.
- Danny? – chamei quando entrei e o vi sentado na cama de costas para mim.
- ? – Ele assustou-se.
- Por que você saiu de lá sem falar nada? – perguntei sentando-me ao lado dele.
- Pra te deixar à vontade com o Du.
- Você me deixou bem desconfortável, isso sim.
Ele franziu o cenho.
- Olha, não me deixa mais sozinha, ok?
- Você não estava sozinha.
- Claro que eu estava.
- Não estou te entendendo...
- Você vai entender já, já... Só... Só fecha os olhos.
- Hã? Por quê?
- Jones, cala essa sua boca!
Danny colocou o dedo sobre os lábios, ficando em silêncio.
- Bom garoto, agora fecha os olhos. Muito bem... Fica quieto.
Fechei meus olhos também, mas eu sabia o caminho de cor de tantas vezes já percorrido; e como eu sentia falta de percorrê-lo. Grudei meus lábios nos dele e fui puxada pela cintura, senti tudo a minha volta girar e era como se eu fosse capaz de voar. Sentia-me leve, pois eu sabia que aquilo era o certo a fazer. Coloquei minhas mãos em suas costas e o puxei como num abraço, nossos lábios fortemente pressionados; eu não queria deixá-lo escapar. Só tirei meus lábios dos dele, porque doíam, enfiei meu rosto em seu peito, abraçando-o forte. Ele beijou toda a minha cabeça e acariciou minhas costas.
- Você me perdoa, ? – perguntou-me Danny. – Me perdoa pela besteira que eu fiz, eu te amo e você não sabe o quanto eu sentia falta disso.
- Eu sei, eu sei, eu também sentia.
Ele tirou meus braços de volta dele e me fez olhar para ele.
- Então estou perdoado?
- Você quer que eu te prove mais uma vez que sim depois disso?
- Hum... Na verdade, sim.
Ajoelhei-me na cama, colocando uma perna de cada lado de Danny, comecei a beijá-lo, puxando o seu cabelo enquanto ele acariciava minha cintura. Daniel virou-me, caindo sobre mim e beijou todo o meu pescoço. Acariciei seu rosto enquanto ele levantava um pouco sua cabeça e me encarava.
- Vamos parar por aqui – pedi. – Está bem?
Ele assentiu e me deu um selinho, rolando, em seguida, para ficar ao meu lado na cama. Entrelaçamos nossos dedos da mão e fitamos o teto do quarto enquanto arquejávamos.
31. A queda
- Acho melhor eu ir, antes que o Harry volte – disse baixinho a Danny.
Ele virou-se de frente para mim e passou sua mão sobre minha cintura.
- Não vai... Você não precisa mais esconder nada dele, ele já aprovou a gente, esqueceu?
- Ah, mas é tão divertido!
Ele riu de olhos fechados, exibindo seus belíssimos dentes. Senti meu coração falhar, talvez.
- Minha princesinha... – ele murmurou.
Antes eu não gostava que ele me chamasse desse jeito, mas eu confesso que senti muita falta disso.
- Você que é meu príncipe...
Danny ajeitou a cabeça no travesseiro aproximando mais o rosto e encostando seu nariz no meu.
- Talvez eu seja mesmo, e esteja vivendo um conto de fadas... Isso não pode ser real... – Ele estendeu sua mão e colocou-a sobre minha bochecha.
- É real, Danny, é real...
- Mas é bom demais pra ser verdade...
Estiquei-me para beijar-lhe.
- O que acha de tomar café-da-manhã escondido amanhã? Lá onde você tocou a música pra mim, o que acha?
- Eu não sei por que temos que nos esconder, mas tudo bem. Se estiver só eu você, não tem como não ser perfeito.
- A questão não é que temos que nos esconder, é questão de querer. Eu quero me esconder pra tornar tudo mais divertido.
- Você é mesmo uma criança...
Emburrei a cara.
- Ah, é? – sentei-me na cama. – Crianças não ficam deitadas na cama com homens mais velhos, então eu fui. – Levantei-me num pulo e Danny também levantou-se.
- Não, fica! – pediu ele.
- Te vejo naquele jardim, amanhã? Às 7 horas!
- 7?!
- É. Se bem que eu acho melhor às 6, já que eu acho que vocês vão levantar essa hora.
- Mas é muito cedo!
- Jones! Eu quero levantar numa hora em que não tenha ninguém acordado.
- Mas...
- Nada de mas! – Fui até ele e dei-lhe um selinho. – Às 7, então. Certo?
- Certo.
Deixei o quarto e fui correndo para o meu para me trocar para a janta.
’s POV Off
Já eram um pouco mais de 7 horas quando Harry levantou-se e olhou para a cama de Danny. Vazia. Ele caminhou até o banheiro e também não viu o amigo. Decidiu, então, abrir a porta do quarto, mas só para ver como estava o dia e tentar imaginar um motivo que fizesse Danny sair da cama cedo. Logo que a abriu, viu sua irmã correndo e que quase trombou nele.
- Hey, ! Onde vai com tanta pressa? – perguntou ele.
- Eu, é... Vou tomar café, oras! Pra onde mais eu iria?
- E por que tanta pressa?
- Aah... Eu estou faminta!
Harry franziu o cenho.
- Então tá, vai logo antes que te dê dor de estômago.
- Tchau! – voltou a correr.
Harry coçou a cabeça e observou a irmã correr.
- Danny? Danny? – chamou quando subiu a escada que dava para o jardim. Ela estava ofegante.
Danny estava sentado de costas para ela em uma espreguiçadeira, a mesma em que ele e sentaram-se no dia anterior. Na outra, à sua frente, estava uma bandeja com várias frutas, pães, suco, café com leite e outras coisas de café-da-manhã. Ele mexia impacientemente nas uvas.
- ? – Danny virou-se assustado. – Achei que você não vinha mais.
- Desculpa, Dan, desculpa mesmo – dizia enquanto caminhava até ele. – Eu acordei a enquanto me arrumava para vir e ela me prendeu lá, fazendo milhões de perguntas...
Danny a puxou pela cintura, quando ela já estava próxima, e a beijou lentamente.
- Tudo bem – ele disse. – Eu já assaltei o restaurante, mas não sei se você gosta dessas coisas, a gente pode ir lá buscar mais depois.
sentou-se ao lado dele.
- Não, não, eu tenho certeza que o que você trouxe está ótimo.
- É, considerando o meu bom gosto... – Danny sorriu maroto.
- Eee, mas já vai começar com a sua metidez? Olha que eu ainda posso te largar, hein?
- Ué, mas eu acho você linda, não acho?
corou.
- Ah, não sei... – murmurou.
- Bom, então estou afirmando que eu acho. Você é linda! Melhor, você é perfeita!
ainda estava corada e de cabeça baixa. Não tinha motivo de ela sentir vergonha, mas mesmo assim ela sentia-se um pouco constrangida com as palavras dele.
- E o que é que tem? – perguntou com a voz baixa.
- Ué, você tem que concordar comigo que meu gosto é bom!
o abraçou.
- Senti sua falta, sabia?
- Não mais do que eu senti a sua. – Ele beijou o topo da cabeça de . – Vamos comer? Minha barriga está roncando!
o fitou com um ar de reprovação. Ela pegou uma uva sobre a bandeja e enfiou na boca de Danny.
- Então come!
- Ei! – reclamou ele tentando tirar a mão de de sua boca.
Danny resolveu devolver na mesma moeda, pegando outra uva da bandeja e enfiando na boca de , que mordeu sua mão.
- Ai! Isso não é justo! – reclamou Danny.
começou a gargalhar e Daniel foi contagiado com sua risada, rindo junto a ela.
Eles finalmente tomaram seu café e desceram. foi na frente para ver se o caminho estava livre para os dois. Ela fez sinal para que Danny descesse, ele passou por ela a puxando pela mão.
- Agora tenho que ir lá gravar – anunciou. – Te vejo mais tarde.
comprimiu os lábios.
- Queria ficar mais com você...
- Eu também, mas infelizmente não foi por isso que atravessamos o oceano, não é mesmo?
- É... Boa gravação!
- Valeu! – Danny puxou o rosto de com ambas as mãos e beijou-a com urgência.
- , por que eu não te vi no café? – perguntou a , quando esta entrava em seu quarto e colocava seu biquíni.
- Como assim não me viu? – disse sorrindo e mexendo em sua mala.
- Você não estava lá, onde você se meteu?
- Eu estava tomando café! – segurava-se para não rir.
- Não tava não que eu não te vi! – apareceu na frente da amiga vestida com um vestidinho leve e seu biquíni por baixo.
- Você deve ter chegado quando eu já tinha terminado, eu não tava com muita fome, comi pouquinho e depois eu fui dar uma volta, ainda não conheci o hotel inteiro, você já?
- Hum... – murmurou desconfiada. – Eu já conheci bastante coisa no dia em que chegamos, eu andei bastante com o Doug.
- Tá vendo? E eu não posso conhecer?
- Não, claro que pode, eu só achei que eu encontraria com você no café...
- É, mas não encontrou...
revirou os olhos.
- Bom, eu vou tomar sol, você vai também?
- Vou. No mesmo lugar de ontem?
- Aham.
- Cadê a e a ?
- Estão no café ainda.
- Tá, então vai que já to indo.
assentiu e deixou o quarto.
olhou a sua volta com um sorriso maroto em seu rosto, fechou os olhos e saltou sobre sua cama de mola, enterrando o rosto no travesseiro, a fim de abafar um grito de alegria.
As quatro meninas já estavam em suas espreguiçadeiras tomando aquele sol quente pra burro, quando perguntou:
- Vocês ficaram sabendo do Eduardo?
- O que tem ele? – inquiriu erguendo seus óculos para fitar .
- Ah, eu vi ele de uniforme do hotel arrumando umas toalhas, aí ele disse que seu tio pôs ele para trabalhar.
- Por quê? – questionou.
- Eu acho que ele aprontou alguma e o tio ficou uma fera, ele não confirmou, mas acho que é isso – explicou . – Você sabe de alguma coisa, ?
- Eu? Não, não sei de nada não... – virou o rosto para o lado oposto. – Ei, onde os meninos estão gravando hoje?
- Por aí... – respondeu indiferente.
- Vamos dar uma espiada? – sugeriu .
- Ah, vamos... – concordou .
e também concordaram. Elas levantaram-se, puseram suas roupas e saíram à procura dos meninos.
Mais uma vez estava cheio de meninas de shorts curtos e peitões. olhou para todos os lados e viu Harry tendo sua maquiagem retocada – e a cena foi até cômica –, Dougie e Tom conversando e... Onde estava Danny? Não, ele não podia ter sumido de novo!
- Harry? – chamou correndo até ele. – É... Onde... É... Onde tá o Danny?
- Ah, ele não tá ali? – Ele apontou para uma estrutura de ferro que servia como um cenário.
estreitou os olhos para aquela direção.
- Não tô vendo ele!
Harry virou a cabeça fazendo a maquiadora fazer uma cara de reprovação.
- Ah, , sei lá, ele não vai sumir de novo, senão eu arranco o fígado dele, não melhor, os testículos!
A maquiadora fez uma careta.
- Está pronto, Judd – disse ela.
Ele sorriu.
- Ele já aparece – Harry afirmou indiferente.
caminhou até a estrutura que Harry havia apontado e escutou algumas vozes. Ela foi até a lateral e viu Danny e uma garota bem próxima a ele.
- Dá pra você me soltar? – perguntava Danny tentando desvencilhar-se da garota.
- Não, não dá! – a garota respondeu rindo. – Deixa eu te beijar, bonitinho. – Ela enfiou a mão sob os cabelos de Danny e encostou seus lábios aos dele. Danny a empurrou de leve.
- EEI! GAROTA, VOCÊ ESTÁ LOUCA? NÃO TÁ VENDO QUE ELE NÃO QUER NADA COM VOCÊ, SUA VADIA! – gritou caminhando até ela.
- Quem você pensa que é? – a brasileira perguntou num inglês carregado de sotaque.
- NÃO INTERESSA, SAI DE PERTO DELE! – a empurrou.
- ! – Danny gritou para ela e aproximou-se para afastá-la da outra.
- NÃO ENCOSTA EM MIM, DANNY, ESSA MENINA VAI VER SÓ! – gritava muito nervosa.
Há essa hora, muitos já se aproximavam e eles puderam ver quando a garota brasileira empurrou , fazendo-a torcer o pé violentamente e cair na piscina, que era bastante funda por causa do enorme escorregador que dava acesso a ela.
Danny correu para a borda da piscina e viu que não se mexia para voltar para cima, ele, então, pulou e colocou seus braços sob os dela, puxando-a para cima.
Harry correu para a borda da piscina e ajudou Danny colocar a irmã no chão. Ela parecia não respirar.
- CADÊ O SALVA-VIDAS DESSA PORRA DE PARQUE? ALGUÉM PODE CHAMAR UM? – Harry deu uns tapinhas no rosto de . – Pelo amor de Deus, alguém sabe fazer respiração boca-a-boca? ?!
Harry foi empurrado por um salva-vidas, que abaixou-se ao lado de e pressionou seu peito algumas vezes, depois grudou seus lábios nos dela.
32. Vivendo e aprendendo
Todos observaram tossir e cuspir água no chão. Danny ajoelhou-se ao lado do salva-vidas.
- ? Você tá bem? – perguntou ele passando sua mão sobre o rosto da garota.
tossiu mais algumas vezes e piscou pesadamente.
- Tá doendo alguma coisa? – o salva-vidas perguntou.
A garota fez que sim com a cabeça e pôs a mão sobre o peito.
- Ela deve ter engolido muita água – o rapaz explicou a Danny e aos outros que observavam a cena.
- Já estão trazendo a maca! – uma mulher informou.
- Sai do caminho, todo mundo! – ordenou o salva-vidas.
Danny não se mexeu.
- Saia de perto!
- Não, eu preciso ficar com ela – explicou Danny segurando a mão de .
- Ela vai ficar bem, rapaz, ela só precisa de alguns cuidados. Dê-me licença – pediu quando dois funcionários aproximavam com a maca.
Danny lentamente soltou a mão de e disse baixinho a ela:
- Você vai ficar bem...
assentiu e fechou os olhos vagarosamente. Sua cabeça e seu peito doíam. Ela não resistiu ficar de olho aberto durante o percurso, quando o abriu, estava deitada sobre a cama do seu quarto de hotel.
- Nossa, até que enfim você acordou! – exclamou Dougie que estava sentado ao pé da cama observando-a. – Tudo bem que a enfermeira te deu uns remédios e ela disse que você ficaria com sono, mas você precisava matar seu amigo do coração? Faz exatamente... – ele olhou no relógio – Quinze minutos que você está dormindo.
meneou a cabeça.
- Você disse remédio? – ela perguntou. – Enfiaram alguma coisa na minha veia? – analisou os braços desesperadamente, odiava agulhas.
Dougie riu.
- Não. Ninguém enfiou nada na sua veia, você que tomou, pela boca mesmo.
- Tomei? Eu não lembro...
- É, acho que água de piscina deixa as pessoas grogues... – Dougie ficou pensativo enquanto analisava o teto.
- Cadê os outros? – olhou à sua volta.
- Estão lá fora e devem estar com os ouvidos grudados na porta. Alguém tinha que ficar aqui dentro com você, claro que o Danny quis, a também, o Harry então... Mas eu disse que você era minha convidada então quem tem que garantir que você fique bem sou eu, mesmo o Harry sendo seu irmão e o Danny o... Aaaah – exclamou Doug, após tagarelar, dando um sorriso safado. – Então é verdade?
- Verdade o quê?
- Você e o Danny voltaram?
- É... Ãnn... Ele contou?
- Precisava? Você deu um ataque de ciúmes pra cima daquela menina, até ela sabe que vocês namoram...
- Mas a gente não namora... Eu só perdoei ele, mas, enfim, o que aconteceu com aquela bis... Digo, garota?
- Foi expulsa da gravação, ela não vai ser mais uma surfista do clipe.
- Ótimo!
- Eu vou chamar o Harry porque ele estava prestes a ter um filho, quer que eu chame o Danny também?
- Não, eu quero conversar só eu e ele depois.
- Tudo bem! – Dougie piscou. – Não dê mais susto na gente, garota. – Ele aproximou-se e deu um beijo na testa de .
- Vou tentar – prometeu ela piscando de volta.
Dougie caminhou até a porta e abriu-a.
- Hazz a...
Antes que ele pudesse terminar, Harry entrou correndo e praticamente pulou sobre a irmã. Doug fechou logo a porta para que Danny não entrasse, deixando-o emburrado do outro lado.
- ! zinha! Que bom, que bom que você está bem! Eu já dei um esporro naquela garota idiota que nem sabe falar inglês direito. E eu não acredito! Você e o Danny estão juntos de novo? Mesmo?
- Sim, Harry, agora pode sair de cima de mim? Tá doendo.
- Desculpa, desculpa, ! – ele pulou de cima dela. – Tá melhor? Dói alguma coisa?
- Tô bem. E o que deu em você e no Dougie que tão tagarelas, por Deus! Meus ouvidos vão começar a doer mais que os meus pulmões!
- Mas eles estão doendo? – Harry perguntou preocupado.
- Não, Hazz. Eu tô bem, juro. Eu quis dizer “mais do que meus pulmões doeram”!
- Ah, que bom! – Harry ficou parado, com um sorriso bobo no rosto.
Dougie estava encostado à porta e levou um susto quando esta foi aperta e Danny enfiou parte de seu corpo para dentro do quarto.
- Ah! Danny, Danny! – exclamou Harry. – Vamos, Dougie, vamos deixar os dois conversarem.
Doug, que ainda se recompunha após o susto, assentiu, dando um tapinha nas costas de Danny ao sair, já Harry abraçou o mesmo. Daniel fez uma careta.
Quando só havia Danny e no quarto, ele aproximou-se dela.
- Eu me sinto péssimo – murmurou.
- Péssimo? Por quê? – sentou-se na cama.
Danny caminhou até ela e sentou-se ao seu lado.
- Me sinto culpado pelo o que aconteceu com você.
- Não foi sua culpa... Aquela garota idiota que estava dando em cima de você e eu perdi as estribeiras, foi isso. A culpa é minha e daquela vadia e só. Você não teve culpa.
- Não, se eu não tivesse respondido ao chamado dela...
estreitou os olhos.
- Como assim, Jones?
- Não, é que ela me chamou para ir até lá, eu hesitei um pouco, mas eu fui, mas eu juro que não estava pensando em fazer nada com ela, se é que me entende, eu juro que foi pura curiosidade infantil e insolente, eu não pretendia nada, mas ela insistiu que eu fosse atrás daquele cenário para me mostrar uma coisa e o idiota aqui foi...
- É... Você poderia ter sido menos curioso, mas não diminui o fato de eu ter sido uma ciumenta doentia. Isso é só uma conseqüência para quem age dessa maneira que eu agi, mas elas podem ser muito piores, por isso serviu de lição, ou castigo, como preferir, a partir de hoje eu confio em você e não vou mais ser... Vou usar suas palavras: “infantil e insolente”. Eu prometo.
- Eu também confio em você. – Ambos sorriram um para o outro.
Danny beijou carinhosamente os lábios de e acariciou seu rosto, tirando alguns fios de cabelo que grudavam em sua bochecha.
A porta do quarto abriu-se.
- Awwnnn!! – exclamaram , e feito um coral natalino.
- Eles voltaram! – exclamou Tom sorridente correndo para os dois.
- ABRAÇO! – gritou Dougie empurrando Tom para cima do casal.
Harry ficou um pouco afastado e observou todos os outros abraçarem e Danny, mas não conseguiu resistir e juntou-se ao abraço grupal.
Alguém bateu à porta.
Demoraram a perceber a presença de José Eduardo. Dougie cutucou Tom, que cutucou , que cutucou e assim por diante.
- O que está fazendo aqui? – Danny perguntou num tom rude.
- Eu... eu vim ver se está tudo bem com a .
- Não está vendo que estamos numa confraternização entre amigos? – perguntou Danny no mesmo tom de antes. – Você não se encaixa nesse contexto.
Todos o observaram reprovando-o.
- Danny! – bronqueou . – Eu estou bem, Du. Obrigada por se preocupar.
- Legal, agora com licença! – Danny levantou-se e pôs suas mãos sobre os ombros de José Eduardo, conduzindo-o para a porta.
- DANIEL! – gritou, passando a mão no peito em seguida. – Será que acabamos de ter uma conversa à toa?
- Eu só acho que ele está atrapalhando, nós estamos entre amigos e não queremos um intruso no meio – explicou Danny.
- Na verdade, eu não me importo – comentou Dougie.
deu-lhe um tapa.
- Não se intrometa! – murmurou suficientemente baixo para só ele ouvir.
Dougie deu um gemido apenas com os lábios.
Danny bufou.
- Bem, desculpe então, já estou indo... – anunciou Eduardo.
- Espera, Du! – chamou . – É... Obrigada de novo por se preocupar e diga ao seu tio que eu agradeço todo o cuidado que a equipe de salva-vidas, ou seja lá o que tenha me ajudado, teve comigo, apesar de eu não lembrar de quase nada, mas tá valendo, eu sei que eles fizeram um bom trabalho, já que eu estou aqui, viva e totalmente sã.
- Certo. Eu vou passar o recado – Du disse sério e deixou o quarto.
suspirou.
- Bom, acho melhor a gente ir almoçar – sugeriu Tom. – Estamos mais atrasados do que nunca nas gravações agora.
- Ai, minha culpa, desculpa – pediu .
- , não é sua culpa! – tranqüilizou Harry.
- Eu sei que é.
- A culpa maior é minha – disse Danny. – Não tenha dúvida disso! – Ele sentou-se novamente sobre a cama de ... – Eu vou ficar aqui e a gente pede que tragam a comida aqui, tá? – Danny aproximou-se para beijar nos lábios, mas esta virou a cara e ele a fitou tristemente.
Os outros presentes no quarto perceberam a atitude da garota e lentamente, fazendo sinal um para o outro com a cabeça e dando tossidas discretas, eles deixaram o quarto.
- ... – chamou Danny. – O que foi agora?
- Você sabe – respondeu seca.
- Eu não sei, como eu vou saber? Você não fala nada!
o fitou novamente.
- Eu não falo nada, Danny? – perguntou.
Ele franziu o cenho.
- Não...
- Acabamos de ter uma conversa sobre atitudes infantis, eu prometi a você que eu não seria mais ciumenta, ou infantil, ou insolente e você acaba de agir assim.
- Assim como?
A garota revirou os olhos.
- Ciumento, infantil, besta, idiota, nojento... Quer mais?
- Por quê?
- Precisava tratar o Eduardo daquele jeito? Ele só queria ver se eu estava bem!
- E daí?
- Tá, é impossível conversar com você! Se você não consegue ser maduro o suficiente para namorar comigo então esquece!
- ! – Danny ameaçou falar, mas desistiu. Fitou o teto e finalmente prosseguiu: - Tá, desculpa, você tem razão, eu fui um idiota.
- Idiota, infantil, insolente, besta, ciumento, o que mais eu falei? Não lembro...
- Desculpa, desculpa, desculpa, você tem toda razão! Eu fui ciumento mesmo, mas eu só não queria que ele estragasse nosso momento mais uma vez. Não sei se você lembra... Nosso beijo poderia ter acontecido antes, mas fazer o quê.
- O importante é que já estamos bem, não é?
- Isso quer dizer que você me perdoou? – Dan ergueu uma sobrancelha.
- E eu tenho outra opção? É impossível não perdoar, você tem essa carinha de cachorro pidão, com esses imensos olhos azuis e esse perfume que me mata, sem contar esse seu sorriso e... – parou ao ver o sorriso de orelha a orelha de Danny. – Iii, já vi que fiz merda! Esqueci de citar esse seu jeito convencido...
- Eu tenho tanto poder sobre você assim?
- Nem vem, nem tente levar vantagem, nem sempre você vai conseguir!
Danny riu.
revirou os olhos e Daniel aproximou-se para beijá-la. Ao separarem os lábios, perguntou brincalhona:
- Será que eu vou viver minha vida inteira para te perdoar?
- Você não vai precisar mais...
- Tomara.
- Eu só sei que você vai viver a vida toda para cair aos meus pés.
- Há, há – deu uma risada forçada. – E eu sei muito bem que você também cai aos meus, Jones.
Danny deitou só do quadril para cima sobre , beijando-a várias e várias vezes, enquanto ria de alegria, fazendo a vibração de sua barriga na de , causar-lhe arrepios.
33. “Quando você menos esperar, estaremos juntos novamente.”
- Eu vou pedir que tragam a comida aqui, tá? – perguntou Danny dando um selinho em .
- Tá.
Danny levantou-se, foi até o criado-mudo e pôs o telefone no ouvido, mas antes que dissesse algo, alguém bateu à porta.
- Entra! – pediu , enquanto Danny espiava para ver quem era.
- Com licença, pediram para eu trazer esses pratos – anunciou um garçom num inglês quase perfeito.
franziu o cenho e escutou Danny dispensando a pessoa que havia lhe atendido pelo telefone.
- Obrigada – agradeceu . – Você pode pôr sobre aquele móvel, por favor? – Ela apontou para um móvel a sua frente.
O garçom assentiu, colocando as bandejas no local e deixando o quarto com um aceno de cabeça.
- Alguém deve ter feito os pratos e mandado trazer – avaliou Danny.
- Aposto que foi a .
- Eu acho que foi o Harry.
- É, também...
Danny foi buscar a bandeja sobre o móvel, que mais parecia uma escrivaninha bem grande.
- Hum... parece estar boa – comentou caminhando até a cama.
- Eu aposto que sim, como sempr... AAI, DANNY, LEVANTA! – gritou assim que Danny sentou na ponta da cama.
Ele arregalou os olhos e levantou-se assustado, deu a volta, colocando a bandeja de comida sobre a cama de .
- O que foi, ?
- Meu pé, você sentou no meu pé... – Ela passou a mão pela perna até o pé, e só aí reparou que ele estava enfaixado. – Esqueci que eu havia torcido, ai.
- Nossa, , desculpa – pediu Danny com a testa franzida. – Eu também tinha esquecido...
- Tudo bem, já está passando – tranqüilizou , mas mantinha uma expressão de dor. – Será que eu quebrei o pé?
- Não, a enfermeira fez uma radiografia, por sorte eles têm essa máquina aqui, você não lembra?
- Não... Eu não lembro de nada...
- Que estranho... Você bateu a cabeça?
- Que eu me lembre, não...
- De todo jeito você tava bem grogue mesmo, você bebeu muita água.
- Acho que foi por eu ter torcido o pé que eu não consegui nadar, eu só lembro de ter sentido muita dor.
- É, pelo jeito você teve muita sorte por não ter quebrado o pé.
- E graças a você eu não morri afogada.
- Era o mínimo que eu podia fazer...
Os dois sorriram.
- Vamos comer? Estou morrendo de fome – disse Danny.
- Demorou!
Danny entregou um prato de comida a e pegou o outro para ele, distribuindo os talheres e os guardanapos em seguida.
- Sabe, acho que todo mundo ficou tão empolgado com o fato da gente estar bem que até eles esqueceram do seu pé – deduziu Daniel.
- Será?!
- Você não viu a festa que eles fizeram.
- Mesmo eu estando desacordada?
- Você só dormiu depois dos remédios, e, mesmo assim, eles só fizeram festa essa hora, quando você já estava sã e salva, dormindo tranqüila... Eles me fizeram um baita de um interrogatório.
- E você disse exatamente o que? Que a gente tá namorando?
- A gente tá? – Danny deixou o garfo sobre o prato e fitou .
- Que eu saiba não, mas eu quero saber o que exatamente você disse pra eles.
- Eu só disse que você tinha me perdoado e estávamos numa boa... Só isso.
- Ah... O Dougie que se empolgou um pouco... – riu baixo e deu mais uma garfada na comida.
Danny ainda não tinha pego seu garfo novamente.
- Mas você não quer que a gente namore?
sorriu enquanto terminava de mastigar.
- É claro que eu quero – ela disse sem olhar para ele.
- Sério? Você... Você quer ser minha namorada?
A garota o fitou finalmente.
- O que você acha, Jones? Vamos ter que passar por toda aquela conversa novamente na qual eu digo o quanto isso é importante pra mim, por eu gostar de você desde sempre?
- Não, não, claro que não. Eu também quero que você seja minha namorada. Muito.
largou o prato de comida ao seu lado, na cama e sentou-se na de , ao lado de Danny. Ela o abraçou pela cintura e mordeu a ponta de sua orelha. Danny riu.
- O que está fazendo, sua doida? – perguntou ele.
tapou a boca dele com mão, virando seu rosto para ela, depois destampou-a para poder beijá-lo. Danny, sem partir o beijo, colocou seu prato no criado mudo e passou sua mão sobre a cintura da garota. segurou seu rosto com ambas as mãos partindo o beijo.
- Eu te amo – murmurou.
- Eu também te amo.
fitou o criado mudo.
- Agora termina de comer antes que esfrie.
- Você acaba com a minha graça desse jeito – Danny fez cara de decepcionado, pegando novamente o prato.
- Seu bobinho! – mostrou a língua.
entrou no quarto sem bater e ostentava uma expressão horrível.
- ! O que foi? – preocupou-se .
- Eu vou embora, tenho que embora o mais rápido que puder – disse com a voz embargada.
Danny largou seu prato, agora já vazio, sobre a bandeja e levantou-se, caminhando até .
- Me explica o que aconteceu... Você brigou com o Dougie? Você parece muito nervosa, é melhor sentar!
Danny e conduziram até a cama.
- Não é nada com o Dougie... É o meu irmão!
- O Frank? – indagou . – O que aconteceu?
- Ele tá internado com meningite, eu preciso ir visitar ele!
Danny passou o braço sobre os ombros de , acariciando de leve seu braço a fim de tranqüilizá-la, enquanto acariciava a mão dela.
- Meningite! Nossa, ! Mas ele vai ficar bem! – encorajou .
- Eu espero, mas eu preciso ir ver de perto... – suspirou.
- É, você tem razão – concordou . – E eu vou com você!
- O quê?! – Danny fitou surpreso.
- Eu vou com ela, dar apoio também.
- Ai, , brigada, mas se você não quiser...
- Não, eu vou! Também não vou deixar você viajar sozinha!
- Eu sabia que sempre posso contar com você, .
Danny estava visivelmente decepcionado. “Como assim vai voltar à Inglaterra?”. Mas ele não era capaz de mandá-la ficar, sabia que faria de tudo pela amiga.
Mais uma vez alguém bateu à porta.
- ? – chamou Dougie do lado de fora. – A tá aí?
- Entra, Dougie – pediu Danny. – Ela tá aqui.
- ! – exclamou Doug indo até ela. – O que aconteceu? Você atendeu o celular e depois sumiu, eu fiquei preocupado! Você estava chorando? O que houve? – Ele ajoelhou-se em frente à namorada esperando por resposta.
- Eu vou voltar à Inglaterra.
- O quê?! Por quê?! Como?! Quando?!
- Vai com calma aí, Dougie! – disse Danny segurando a risada e puxando o garoto para que ele se levantasse. – Deixa ela respirar um pouco, porque ela ainda tá muito nervosa.
- Nervosa? Mas nervosa por quê?
- Minha mãe acabou de ligar e disse que o Frank foi internado com meningite – informou .
Dougie estreitou os olhos.
- Pera aí, Frank, seu irmãozinho?
- É, ele mesmo. E por isso, eu e vamos voltar à Inglaterra pra eu poder ver como ele está.
- Mas, , você não precisa ir! O Frank é um menino forte, ele vai ficar bem! Não se preocupe!
- Doug, eu espero que você esteja certo. Espero mesmo! Mas acontece que eu quero, eu preciso ir, não vou ficar tranqüila aqui. E minha decisão já foi tomada!
- Se você quer assim, não sou eu quem vai impedir, mas eu tenho certeza que vai dar tudo certo.
assentiu, Dougie agachou-se novamente e a beijou.
E, de novo, bateram à porta.
Danny foi abri-la.
- A gente veio ver se estava tudo bem – anunciou Harry.
- O que aconteceu, ?! – perguntou ao ver Dougie abraçado à namorada.
- O meu irmão está internado com meningite e eu voltar à Inglaterra pra visitar ele.
- Voltar? – espantou-se .
- É, eu preciso ir ver como ele tá...
- Você tem um irmão? – perguntou Tom.
- Claro que ela tem, Tom – respondeu . – Ela já falou dele!
- Desculpa, mas eu não lembro...
- Bom, , eu acho que você está certa em voltar – avaliou Harry. – Se fosse comigo eu também iria, mas eu tenho certeza que vai ficar tudo bem.
- Eu espero. – suspirou e Dougie apertou o abraço.
- A gente tem que ligar na companhia aérea e adiantar a passagem – disse Harry. – A vai também?
- Vou, como você sabe? – surpreendeu-se.
- Eu conheço a irmã que tenho. – Harry sorriu convencido.
- A vai? – perguntou espantada. – Então também vou!
- Não, , fica, a só vai me fazer companhia, você deve ficar e ficar com a e seu namorado.
- Apoiada! – brincou Tom.
- Tudo bem, então, eu fico – concordou.
- , Dougie, vamos lá no meu quarto enquanto eu ligo pra companhia – chamou Harry. – Vamos, ?
, Dougie e assentiram e os quatro deixaram o quarto.
- Que horas a gente volta a gravar, Tom? – questionou Danny.
Tom olhou seu relógio.
- Daqui a 40 minutos.
- Ah, , eu não queria que você fosse embora... – lamentou-se .
- Nem eu – aprovou Danny.
- Gente, eu preciso ir apoiar minha amiga, não posso deixar ela sozinha num momento desses.
Todos assentiram em silêncio.
Harry conseguiu remarcar a viagem de volta de e à Inglaterra para o dia seguinte às cinco horas da tarde. Este vôo iria até São Paulo e de São Paulo elas sairiam às nove e meia até Londres.
No dia seguinte, enquanto os meninos gravavam, e , dirigiram-se à recepção para fazerem o check-out. Quando chegaram ao balcão, parecia que o funcionário capaz de falar mais do que “Desculpe”, “Por favor”, “Só um minuto” e “Com licença” em inglês não estava e elas tiveram que esperar ele ser localizado. Antes que ele pudesse chegar, Eduardo deu o ar de sua graça.
- Então é verdade que vocês vão embora? – perguntou ele.
- Oi, Du. É, infelizmente estamos indo daqui a pouco para o aeroporto.
- Ah, o que aconteceu?
- O irmão da foi internado e nós vamos visitá-lo.
- Ah, eu espero que ele melhore!
- Nós também! – afirmou e sorriu fraco.
- Já fizeram o check-out?
- Bem que queríamos ter feito, mas ninguém nos entende.
- Qual o quarto de vocês?
- 212 – respondeu .
- Marcos? – chamou Du em português. – Vai fazendo o check-out do quarto 212, por favor?
- Claro – respondeu o funcionário.
- Obrigado. – Du virou-se para as meninas e voltou a falar inglês. – Bom, acho que é aqui que a gente se despede.
- É, não tinha pensado nisso... – comentou .
- Foi bom te conhecer – disse Eduardo.
- Foi bom te conhecer também, José Eduardo.
- Credo parece que está brava comigo.
- Não, só quero repetir seu nome... Ele é bonito.
Eduardo riu.
- Bom, então... Tchau! – Du abraçou . – , também foi um prazer, apesar de não termos conversado muito.
- Foi um prazer, Eduardo! – repetiu sorrindo.
- Estão prontas? – perguntou Dougie, levemente sobressaltado com a cena, entrando na recepção.
- Sim – respondeu, soltando-se do abraço envergonhada.
Danny olhou feio para Eduardo, mas tentou disfarçar ao ver os olhos de sobre ele.
- Se cuida – disse Danny a antes dela entrar na sala de embarque.
- Pode deixar! Você também.
- Pode deixar. – Danny sorriu e puxou pela cintura. – Vou sentir sua falta nesses últimos dias.
- Vai passar logo, Dan.
- Tomara! – Ele a beijou.
arrumou sua bolsa sobre o ombro e virou-se, mas voltou-se para Danny novamente e disse:
- Ah, Danny, não faça nada que você possa se arrepender depois!
Danny sorriu.
- Você confia em mim ou não?
- Confio – respondeu prontamente.
- Bom, porque eu confio em você.
- Quando você menos esperar, estaremos juntos novamente.
Danny assentiu. mandou um beijo no ar para ele e seguiu pela porta da sala de embarque.
34. “O que houve com Danny?”
e pegaram um táxi do aeroporto de Londres e foram direto para o hospital onde Frank, o irmãozinho de , estava internado.
Chegaram ao local após 15 minutos e procuraram pelo quarto do garoto. A mãe de estava ao pé da cama e sorriu ao ver as meninas, o que transmitiu um imenso alívio a elas.
- Ele está se recuperando – ela disse. – Não passa por nenhum risco agora.
sorriu. Há muitas horas que ela não fazia isso. Estava muito aflita e preocupada.
- Isso é ótimo! – caminhou até o irmão, que dormia, e parou ao seu lado, fitando-o com olhos brilhando de orgulho do pequeno.
- Eu disse que ia dar tudo certo – disse . – Ele é pequeno, mas muito forte.
- De todo jeito eu tinha que vir e me sinto bem por isso. – olhou para a amiga sorrindo, transmitindo seu agradecimento.
- Mas agora vocês precisam de um descanso, meninas – analisou a mãe de . – Tome – ela estendeu um molho de chaves que acabara de tirar da bolsa -, vá pra casa com meu carro. Seu pai tem outra chave com ele e nós pegamos um táxi.
- Tem certeza, mãe?
- Tenho, vão. Seu irmão está bem, vai ter alta logo, logo. Não precisa mais se preocupar.
~*~
No Brasil, o diretor do filme declarou encerradas as gravações. Já estava satisfeito com o material que tinha.
Devido aos atrasos ocorridos durante o processo de gravação, o vôo de volta teve que ser remarcado e com esse novo agendamento, o que foi possível, os meninos tiveram um dia de folga e eles resolveram deixar o resort e conhecer um pouco da cidade.
Danny estava pensativo e um pouco aflito, esquisito na opinião de Dougie.
- Vamos almoçar aqui? – sugeriu Harry quando passavam por um restaurante de comida italiana.
- Eu não consigo dar mais nenhum passo de tanta fome! – Dougie passou a mão sobre a barriga fazendo uma careta.
As meninas, e , também concordaram, assim como Tom. Todos encararam Danny que torceu a boca e declarou:
- Eu não estou com fome ainda, vou dar mais uma volta. Eu compro um lanche por aí mais tarde.
Dougie franziu as sobrancelhas e Harry fitou Danny com curiosidade.
- Você está bem? – perguntou Doug.
- Tô bem, Dougie – Danny respondeu com certa agressividade. – Não posso não estar com fome?
- Bom, você costuma ser bem esfomeado – retrucou Dougie.
- Cala a boca!
Dougie, espantado, ergueu ambas as sobrancelhas e disse:
- Credo, Danny. Você tá estranho.
Danny revirou os olhos e deu as costas para Dougie.
- Encontro vocês no horário marcado aonde a van vem nos pegar – ele murmurou ao deixar a calçada para atravessar a rua.
Na própria recepção do hotel eles conseguiram uma van que os levassem para a cidade às 10 da manhã e os pegassem à uma da tarde para voltar ao hotel ou ir a algum lugar mais distante.
Era meio dia e eles só tinham uma hora para almoçar e ir ao local previamente combinado.
Danny já esperava sentado em um banco de cimento, ainda com a mesma expressão aflita, quando o pessoal chegou. Harry sentou-se ao seu lado.
- Você comeu? – perguntou ele.
- Uhum. – Danny afirmou com a cabeça e lançou um rápido olhar para o amigo.
- Tá precisando conversar?
Daniel não estava a fim de ter alguém o amolando e fazendo perguntas sobre ele e seus sentimentos. Esse tipo de conversa nunca o agradou. Sua vontade era de mandar Harry não amolar, mas ele considerava a preocupação do amigo, portanto foi capaz de ser educado, ao contrário do que foi com Doug.
- Não. Obrigado. – Ele sorriu brevemente.
~*~
’s POV On
Danny iria, finalmente, chegar do Brasil. Eu e iríamos esperar pelos meninos no aeroporto. Nós duas estávamos ansiosas. Acho que eu um pouco mais, não sei, mas algo me dizia que havia alguma coisa diferente.
Logo vi Harry empurrando um carrinho com duas malas, a dele e a de , presumo, que vinha logo atrás. Então ele apareceu, os olhos aflitos. Ou eram cansados? Não soube interpretar. Eu fiquei na ponta dos pés para vê-lo passar entre mães desesperadas esperando por seu filho chegar, namoradas mais desesperadas que eu e crianças curiosas até chegar até mim. Eu sorri intensamente, no entanto ele deu apenas um sorriso tímido, algo totalmente inútil, já que não há timidez entre nós. Eu omiti as perguntas que eu queria fazer a respeito, pois perguntas não me levariam ao meu verdadeiro objetivo, o qual tentei alcançar aproximando a minha boca da de Danny.
Foi uma frustração total quando minha boca “beijou” o ar e a dele minha bochecha.
O QUÊ?! É ISSO QUE EU GANHO? UM BEIJO NA BOCHECHA?
Eu bem queria ter perguntado isso, mas Danny saiu rapidamente do meu caminho e eu fiquei a ver navios, ou melhor, uma de cara emburrada andando até mim batendo os pés.
- Bá, oi! – cumprimentei animada.
Ela me abraçou por um segundo e me fitou séria.
- Você não sabe o que aconteceu! – ela exclamou passando a mão pelos cabelos.
- Ah, e eu digo o mesmo! – minha boca ainda salivava e tinha gosto de desejo.
Procurei Danny com os olhos e não o vi, só vi Dougie e abraçadinhos, conversando animadamente, inveja deles; Tom estava conversando com uma menina desconhecida. Ah, então lá estava a raiz do problema de .
- Adivinha quem a gente encontrou em São Paulo e com quem Tom veio conversando de lá até aqui?
- É... Uma velha amiga, a qual eu não conheço? – tentei.
- Aaah – bufou. – Antes fosse! É aquela ex-namorada dele!
Opa.
- Ann... Aquela ex-namorada?
- Ela mesma! E o Tom conversou com ela durante um oceano inteiro enquanto eu escutava Dougie ou falar da ou de Star Trek. – Ela fez uma careta.
Eu queria perguntar do Danny. Saber como ele estava, se ela percebera algo diferente nele, mas achei que seria mancada nesse momento.
- Mas você escutou alguma coisa sobre o que eles falavam?
- Depois de três horas eu resolvi dormir – com certeza ela estava exagerando –, acordei pra tomar café da manhã e agradeço por eles serem educados e não falarem de boca cheia. Mas eu ouvi pouco, ela tava contando a história da vida dela. – revirou os olhos.
- , mas eles só conversaram. Pelo o que eu sei, ela simplesmente deixou ele e ele queria explicações.
- Mas por que se ele tem a mim agora? Era pra ele ter superado.
É ela tinha razão.
Tom aproximou-se com um sorrisinho receoso. emburrou e virou a cara.
Eu que não ia ficar lá pra ouvir a conversa deles.
e Dougie sumiram, Danny também, e Tom discutiam e Harry e vieram até mim.
- – chamou Harry –, vamos pegar um táxi pra casa? Eu preciso dormir, aviões são totalmente não-dormíveis.
Eu franzi as sobrancelhas.
- Eu vim com meu carro – respondi sem emoção. Eu pretendia dar carona pro Danny e dar uns amassos, sabe como é.
- Ah. Achei que o aeroporto fosse longe demais pra uma barbeira como você. – Harry fez pose de fodão. Mostrei o dedo do meio pra ele. – Cadê o Danny?
- O Danny veio com vocês? – perguntei mordendo o lábio inferior ainda sonhando por o que eu não tive.
Harry arqueou a sobrancelha esquerda, igualmente a . Eu sabia que um dia ela ia aprender com ele.
- Você não viu ele? – Harry espantou-se.
É, eu também estava espantada.
Eu estava pasma.
- Ah, digamos que por dois segundos.
- Como assim? – Agora suas sobrancelhas pareciam uma só.
- Ele beijou minha bochecha e evaporou.
- Sua bochecha? – perguntou perplexa.
Eu apenas concordei com a cabeça, encarando-a de maneira igualmente perplexa.
- Eu sabia que ele estava diferente – comentou Harry.
- Então ele está diferente. Por que ele está diferente? O que aconteceu no Brasil? Alguém pode me dar uma explicação plausível para eu não ter ganho o meu beijo que merecia?
O que eu estava levando numa boa, estava fazendo até piada, já havia se tornado em uma tragédia.
Eu que não ia atrás dele pedir explicações.
’s POV Off
35. Teimosia
Harry e chegaram em casa e o almoço estava servido. A mãe deles os esperava.
- Harry! – exclamou ela ao vê-lo. – Como foram as gravações? Deu tudo certo? – Sra. Judd abraçou o filho com incalculável força.
- Deu, mãe – respondeu Harry enquanto recebia um beijo na bochecha e fazia uma careta, o que rendeu uma risadinha de . – Acho que vai ficar ótimo!
- Cadê a ?
- Deixei ela na casa dela – respondeu retirando seu casaco e jogando-o sobre o sofá da sala de estar. – Ela tava cansada e eu também estou.
também cumprimentou sua mãe e agradeceu mentalmente por ela não ter perguntado nada sobre Danny. Afinal ela não poderia, já que não sabia do ocorrido no Brasil. O pé machucado, que, aliás, já estava totalmente recuperado, foi uma simples torção ao descer a escada, segundo ela mesma. A desculpa foi completamente aceita pela Sra. Judd, pois ela mesma já quebrara o pé numa escada e vivia alertando os filhos quanto a isso. “Não adianta, você saiu de dentro de mim, ”, lamentou-se ela depois de receber a explicação.
- Então – começou Harry enquanto mastigava –, o que aconteceu entre você e o Danny no aeroporto? – Ele fitou a irmã curioso.
Sra. Judd também interessou-se pela resposta.
- Nada. – largou o garfo no prato, causando um estrondoso barulho. Sua mãe reprovou-a com o olhar. – Foi isso que aconteceu. Nada.
- Como “nada”? Então por que ele sumiu? – Harold arqueou uma sobrancelha.
colocou os talheres sobre o prato e afastou-o de si, pegando o copo de suco de laranja e tomando um gole. Depois respondeu:
- Foi o que eu te disse, Hazz – seu tom de voz era baixo e sem emoção –, ele chegou, me deu um beijo na bochecha e sumiu.
Harry colocou o cotovelo direito sobre a mesa, a mão para cima, onde segurava o garfo e encarou a irmã de maneira absorta, tentando decifrar o que ela dissera, tentando entender.
- Mas o que tem de tão “Oh!” nisso? – perguntou Sra. Judd fazendo um gesto com as mãos. – Vocês não tinham terminado?
- Eu preferia que ele tivesse passado reto por mim se fosse pra ser desse jeito – declarou , levantando-se da mesa. Sua mãe continuava sem entender. – Eu vou para o meu quarto – anunciou, dando o último gole de seu suco.
O telefone tocou antes que desse um passo. Os dois na mesa olharam para ela.
- Eu não vou atender – ela disse.
Harry levantou-se para atender e caminhou até a escada.
- Alô! Oi, Danny! – Harry encarou a irmã, que fez o mesmo, dando alguns passos para frente. – Ah, sério? ...Que rápido! ...Ah, sei... Tá. Tá bom, então! ...É, Danny... – Harry escutou um clic do outro lado da linha, o que significava que Danny havia desligado. – Ele disse que vai ter uma festa na casa dele, amanhã à noite porque os editores do clip querem nos mostrar uma prévia. – Apesar de ser uma notícia interessante, Harold a transmitiu sem qualquer emoção na voz.
- Hum – murmurou .
Ela deixou o local e subiu para o seu quarto.
- Pelo jeito ela não vai sair de lá tão cedo – comentou Harry sentando-se à mesa novamente.
- Harold, o que tá acontecendo?
- Ah, mãe, os dois se ajeitaram de novo lá no Brasil – Harry explicou dando de ombros.
- E ela está desse jeito por quê...
- Por causa do que ela disse que ele não falou direito com ela quando chegou de viagem, entende?
Sra. Judd apenas concordou com a cabeça e parou para pensar por uns segundos.
- Sabe – começou ela e Harry a encarou – foi difícil me acostumar ver a e o Danny juntos, ainda mais quando eles se amassavam no sofá, porque eu sempre via vocês e o Dougie como irmãozinhos, não só eu, mas o seu pai e o resto da banda, porém eu nunca fui contra, porque eu via nos olhinhos dela que ela gosta muito dele. Só que eu prefiro muito mais vê-los se amassando do que brigando, porque os dois saem machucados e eu amo os dois. Você me entende, filho?
Harry apenas assentiu. Depois que terminaram de comer, ele ajudou a mãe a tirar a mesa e depois subiu para uma soneca.
Eram 17 horas quando Harry saiu do seu quarto e passou pela porta do quarto de . Ele suspirou uma vez e resolver bater na porta.
- ? – chamou cauteloso.
- Pode entrar, Harry.
Lentamente, ele abriu a porta e viu a irmã deitada de barriga para baixo em sua cama, o braço estendido para o chão segurando o controle remoto da TV, a qual ela mudava de canal sem parar em um por mais de 2 segundos.
- O que você tá fazendo? – inquiriu Harry.
- Assistindo TV. – sacudiu o controle a sua frente, demonstrando que aquilo era óbvio.
Harry observou os canais passarem rapidamente pela TV e sacudiu a cabeça. Caminhou até a irmã, tirou o controle remoto de sua mão e sentou ao pé da cama.
- Por que você não liga pro Danny e conversa com ele?
- Não.
- Vocês vão ficar assim sem conversar? Sem saber o que aconteceu?
- Sim.
- ... – Harry tentou dizer alguma coisa, mas estava começando a achar que seria perda de tempo.
- Harold...
- Eu tento ser um bom irmão pra você, mas você não colabora.
sentou-se.
- O que você quer que eu faça?
- Vá falar com ele, não custa nada!
- Custa. Custa o meu orgulho. Ele que venha falar comigo, mas eu vou pensar antes de responder.
Harry revirou os olhos.
- Tá, então fique aí morfando e acabe com a pilha do seu controle remoto – ele devolveu o controle à e saiu do quarto.
Na manhã seguinte, decidiu que queria fazer algo a respeito de tudo que acontecera. Ela queria entender tudo aquilo. Queria saber se a razão de Danny não ter falado direito com ela era ela mesma, se o problema era puro e simplesmente dele ou havia uma terceira pessoa muito mal intencionada nessa história. Ela pegou o telefone e discou.
- Alô.
- Dougie?
- Oi, .
- Preciso de você. Aqui, agora.
- Tá, mas antes eu preciso acordar, são... Sete e meia da manhã.
- Tá, mas não demora. – Sua ânsia era perceptível em sua voz, por isso Dougie desligou o telefone sem dizer nada e se apressou.
largou-se sobre a cama com o dedo na boca, roendo o cantinho da unha, algo que ela não fazia há muito tempo.
- Uau! Já tá acordada! – Harry passava pela porta do quarto. – Bom dia. Já falou com o Danny?
bufou e tacou uma girafinha de pelúcia em seu irmão.
- Ah, não faça isso com o Ted – brincou Harry.
- Harold, não sei se você percebeu, mas eu não estou com humor para brincadeiras sem graça.
- Eu não sei se você percebeu, mas eu só estou tentando te animar um pouco.
- Harry, dessa vez a culpa não foi sua. Mas eu agradeço sua preocupação.
Harold rolou os olhos.
- Não é questão de ser culpado ou não, eu sou seu irmão e não gosto de te ver assim.
sorriu, mas antes que dissesse algo, a campainha tocou. Harry virou-se para a escada e escutou seu pai levantando-se do sofá.
- Hey, Judd! – Hazz escutou Dougie dizer lá de baixo.
- E aí, Dougie! O que te traz aqui tão cedo?
- O de sempre, sua filha!
Harry fitou a irmã de maneira inquisitória.
- Eu mandei ele vir – explicou ela.
Dougie subiu a escada.
- E aí – ele disse com a voz cansada.
- Hey, Dougiezito, meu nanico preferido! – cumprimentou Harry bagunçando o cabelo do amigo.
- Credo. Não sei pra que tanto bom humor. – bufou ao seu lado como se dissesse: “eu disse isso a ele”. – Sua irmãzinha me tirou da cama às sete e meia da manhã. Além de estarmos nas férias, é sábado!
- Você não estaria falando isso se soubesse o que aconteceu ontem no aeroporto. – alertou Harry.
Dougie mudou sua expressão e fitou .
- O que aconteceu?
- Vem, entra – chamou fazendo sinal para que ele entrasse em seu quarto. Com a mão na porta perguntou ao irmão: - Você entra, ou fica?
- Eu preciso tomar café.
Ela assentiu e fechou a porta.
Depois de explicado o ocorrido, Dougie, que estava sentado na cama, com pernas de índio, caiu para trás, deitando a cabeça no travesseiro.
- Eu sabia que ele tava estranho – ele comentou passando os braços por baixo da cabeça.
- Então ele tava estranho!? – puxou Dougie pela camiseta, fazendo-o ficar ereto novamente. – Me fala, Doug, o que você percebeu nele? Você sabe de alguma coisa?
- Calma, – Dougie tirou a mão de da sua camiseta cuidadosamente. – Olha, eu não sei de nada. Nós estávamos na cidade, aí ele tava estranho; não quis comer com a gente, comeu sozinho.
- Sozinho? O que você acha que ele fez enquanto estava sozinho?
- Não sei, mas não importa, já que ele estava estranho antes de ficar sozinho.
- Então, no hotel. Você ficaram o tempo todo juntos?
- Não, depois que gravamos, foi cada um para um canto.
- E você acha que foi aí que aconteceu alguma coisa? Tipo ele ter conhecido uma brasileira gostosa?
- – começou Dougie cautelosamente –, desculpa – ele pousou sua mão sobre a da amiga –, mas eu não sei de nada. O Danny tava cansado e eu acredito que ele tenha ido direto para o quarto. E, além do mais, o hotel estava praticamente vazio, nem bailarinas havia mais, pois elas não estavam nas últimas cenas gravadas.
Os dois ouviram um barulho na porta e, em seguida, Harry adentrou o quarto. Dougie ignorou sua presença e voltou-se à .
- Você deveria falar com ele, !
- Eu disse isso à ela – contou Harold.
- , não adianta você ficar fazendo teorias. Fale com ele. Aposto que ele teve um bom motivo.
- Que tal hoje à noite, na festa na casa do Danny? – sugeriu Harry. – Você não vai ter escapatória quando o ver, vai querer conversar.
- Tá. Tudo bem – concordou finalmente. – Mas talvez não seja uma conversa muito agradável. – Ela deitou a cabeça sobre as pernas de Dougie e suspirou.
36. Tudo vai se resolver, não vai?
- O Tom tá subindo! - Sr. Judd gritou do andar de baixo de sua casa.
- Você ligou pra ele também? – perguntou Harry à irmã.
levantou a cabeça das pernas de Dougie e arqueou uma sobrancelha.
- Eu só liguei para o Dougie.
Tom chegou bufando à porta do quarto.
- , eu... – ele começando arfando – preciso... da sua... ajuda!
Todos fitaram Tom curiosos.
- Tom – levantou-se da cama e puxou o amigo fazendo-o sentar onde ela estava e ficou de frente para ele –, o que houve?
- Eu preciso que você vá falar com a ! – Ele pegou suas mãos. – Por favor, . Eu te imploro. Eu já fiz de tudo, já me expliquei pra , mas ela não me escuta, ela não acredita em mim, mas ela vai escutar você.
, ainda com suas mãos sendo envolvidas pelas do amigo, abaixou-se para encarar os olhos de Tom.
- Tá, eu vou falar com ela se você me contar o que aconteceu entre você e sua ex.
- Não aconteceu nada. A gente só conversou. Você me entende, não é? Eu queria explicações, . Ela me deixou sem nenhuma explicação, eu precisava saber. – Sua voz e seus olhos transmitiam seu desespero.
- Eu sabia que ela tava puta – comentou Dougie. o reprovou com os olhos. – O que foi? Eu acho que foi um pouco mancada, ela ficou o vôo todo sozinha.
- Tá você tem razão – disse Tom. – Acontece que eu amo a e eu achei que ela iria entender.
- Você já disse isso a ela? – perguntou .
- Isso o quê?
- Que você a ama.
- Não – Tom confessou decepcionado.
- Você tá pronto para dizer? – esperou pela resposta olhando no fundo dos olhos de seu amigo.
Sem hesitação Tom respondeu:
- Estou.
levantou-se.
- Então vamos! Eu vou te levar até a casa dela, aí eu falo com ela primeiro enquanto você fica do lado de fora e quando eu te der a deixa você entra, combinado?
- Combinado.
Harry deu espaço para que os dois passassem e Dougie os seguiu até a sala.
- ? – ele chamou.
- Oi. – Ela o fitou sorrindo.
- Você tem certeza?
- Certeza do que, Dougie?
- Que você vai sair do jeito que está.
analisou seu corpo, certificando-se se havia alguma coisa errada.
- O quê?
- Ai, , esquece, você não existe.
A garota vincou a testa e foi até a garagem com Tom.
- Do que ele estava falando? – inquiriu Tom?
- Nada. Um probleminha com o Jones de novo. Depois eu te explico. Agora se concentra no que vai dizer. Nós vamos parar nua floricultura e escolher o buquê mais bonito, tudo bem?
Tom assentiu e ela deu a partida no carro deixando a garagem de sua casa.
E essa era . Como sempre colocava os amigos em primeiro. Deixava seus problemas de lado para resolver os deles. Isso era algo que nunca iria mudar. Porque, afinal, era só colocar um sorriso na cara que estava tudo bem.
Eles finalmente chegaram à casa de . desligou o carro e fitou Tom, que segurava um grande buquê de flores variadas.
- Está pronto? – ela perguntou.
- Acho que sim. – Ele consultou o relógio distraidamente.
- Nossa! – exclamou . – Eu esqueci desse detalhe!
Tom olhou confuso para ela.
- Que detalhe? – inquiriu.
- Que horas são?
- Hã... – Tom vincou a testa. – São oito e trinta e quatro.
- Nossa, é cedo. Será que ela já acordou?
- Ela costuma acordar cedo.
- É. Não custa tentar. Vamos!
tocou a campainha. Pai de os atendeu.
- Oi, , Tudo bem? – ele cumprimentou animado. Analisou Tom com olhos reprovadores e pronunciou: - Thomas.
- Oilá, Clint, será que a gente pode conversar com a se ela não estiver dormindo? – pediu .
- Ela tá acordada. No quarto. Pode... Podem subir. – Ele continuou com o mesmo olhar sobre Tom.
Fique aí – cochichou antes de bater à porta do quarto. – Fique ouvindo até sua deixa.
Tom assentiu e encostou-se à parede para que não o visse.
Ela abriu.
- , oi! – disse com um falso ânimo.
- Quero conversar com você – disse séria.
assentiu e pediu que a amiga entrasse, fechando a porta em seguida.
- Preste atenção – começou –, o que você faria se alguém que diz que te ama e que você também ama te abandonasse sem dar explicações?
- , o que você quer... Você veio aqui falar do Tom?
- Me responda, – pediu severamente.
- Eu ia querer explicações, depois de chorar por um mês sem parar.
- Tá, e o que você faria se o Tom te abandonasse?
encarou o chão pensou no que Tom significava para ela.
- Eu não consigo imaginar uma situação dessa. Ele... Ele nunca me abandonaria.
- Exatamente. Você lembra que no início quando você tava afim dele, ele preferiu não se envolver para saber se era certo?
- Aham. Por causa da ex-namorada.
- É, mas ele decidiu e escolheu ficar com você, pois ele esquecera a ex-namorada e estava pronto para um novo relacionamento, o que não significa que ele não precisasse mais de explicações. Um homem precisa saber por que ele foi rejeitado. – respirou fundo e caminhou até a porta. – E a pergunta mais importante: Você ama o Tom?
não esperava pela pergunta.
- Eu... Eu amo.
- E você já disse isso a ele? – repetiu a pergunta que fizera ao amigo.
- Não...
abriu a porta. viu Tom segurando aquele lindo buquê e abriu a boca, surpresa.
- , eu te amo. – Tom estendeu o buquê à garota.
Com lágrimas nos olhos, pegou o buquê e entregou-o imediatamente à para poder correr e abraçar Tom.
- Eu te amo, Thomas – ela disse ao ouvido dele.
Tom a apertou contra ele.
- Desculpa ter te deixado de lado no avião.
- Esquece isso, Tom.
Tom beijou os lábios de com ternura.
~*~
Já pronta para a festa de Danny, olhava-se no espelho decidindo se ia ou não. Quanto mais adiasse aquilo, melhor. Ela jogou-se na cama, derrotada. Seus pensamentos e decisões conflitavam com seu coração, mas aquela era sua hora, ela precisava dessa decisão e não seria fácil, nada fácil.
~*~
Danny’s POV:
Minha casa começou a encher com gente nem eu mesmo conhecia. Nosso empresário disse que eram pessoas influentes e importantes no mundo da música e na sociedade também e que eu devia apenas comprar mais cerveja, mais isso não era o problema.
A campainha tocou novamente, aquele som já estava mais irritante que alarme de despertador. Abri a porta e vi um Harry ligeiramente nervoso e ansioso.
- Desculpa, a se atrasou. – Ele entrou, passando reto por mim e indo falar com Dougie.
Eu fitei a porta vazia até que apareceu, lançando-me um olhar vago e triste. Eu finalmente sorri, pois era dela que eu precisava.
Finalmente eu estava preparado.
- – eu disse –, eu preciso falar com você. – Eu a abracei, mas ela não retribuiu.
- Eu também preciso falar com você, Danny.
Eu a puxei para dentro, fechando a porta em seguida.
- , olha – eu comecei, mas fui interrompido por Fletch.
- Danny, vem aqui, tem alguém que quer te conhecer.
Eu peguei uma mão de e olhei nos olhos, desculpando-me.
- Daqui a pouco a gente se fala.
Eu pude ver a decepção desenhada em sua expressão.
Olhei para os lados, nervoso, enquanto Fletch puxava meu saco para aquele cara. Eu queria me livrar daquilo logo; Quando me vi livre de um, veio outro cara falar sobre os novos modelos de Rolex que ele queria que eu e o pessoal da banda usasse pra fazer uma propagandazinha.
Quando finalmente nada podia obstruir meu caminho até , eu a achei indo para a cozinha.
- ? – chamei.
- Danny, até que...
- Danny! Vão passar a prévia agora! – Tom nos intercedeu, puxando-me pela camisa.
Eu caminhei até a sala, mas não me acompanhou. Eu a vi indo para o canto oposto ao meu.
A minha atenção alternava o telão montado para , sentada na poltrona mais distante. Seus olhos estavam foscos e olhar sem vida.
Depois daquela pequena apresentação, o meu sossego ficou mais distante. Todos os caras ficaram empolgados, Dougie desatou a falar, Fletch a planejar e o tempo foi passando e, finalmente, a casa esvaziando. Quando eu parecia estar sozinho, lá estava ela, sentada na mesma poltrona de antes. Ela esperava por mim. Apesar de tudo, ela escolheu me esperar.
Eu sorri e caminhei até a poltrona.
- Finalmente poderemos conversar – eu disse.
Ela sorriu fraco.
- É.
Eu a puxei até o sofá para poder sentar-me de frente para ela.
- Primeiro, eu sei que eu agi estranho no aeroporto e te devo explicações.
apenas assentiu. Eu continuei:
- Eu tinha motivos. Eu pensei muito lá no Brasil depois que você foi embora e eu tomei uma decisão. Você fez muita falta e sempre vai fazer enquanto não estiver comigo. – Eu respirei fundo. No fundo eu me sentia um idiota. – Você é uma garota especial e diferente de todas as outras. Você mudou o meu jeito de ver uma namorada. Então eu decidi que a nossa relação tem que ser diferente das que eu já tive. Mas antes eu precisava ter certeza e não queria estragar tudo. Por isso não falei com você no aeroporto. Quando eu estou com você, alguns dos meus sentidos somem junto com a minha razão e eu precisava ter certeza. Não de que eu te amava, mas se eu ia conseguir levar tudo isso pra frente sem te magoar.
- Danny, por favor, vá direto ao ponto – pediu –, pois eu não estou te entendendo.
- Tá. É o seguinte: eu resolvi tornar nosso relacionamento mais sério. – Apalpei o bolso da minha calça pra certificar-me se ainda estava lá. Peguei a mão de e a pus sobre a minha. – Sabe, outro dia estávamos de mãos dadas e eu reparei que seu dedo tem a mesma espessura que o meu.
- Danny...
- Shiii... – Tirei o pacotinho do meu bolso. – Isso tá no meu bolso desde lá do Brasil, comprei para demonstrar o quanto eu te amo e o quanto estou pronto para assumir esse namoro mais seriamente. – Entreguei o pacote.
Pela primeira vez naquela noite, eu pude ver seus olhos ganharem um pouco de vida ao fitarem aquele par de alianças prateadas. Uma lágrima solitária escapou de seu olho, então ela disse:
- Danny... Isso é lindo. Foi a coisa mais bonita que alguém já disse ou fez por mim, mas – eu detestei aquele ‘mas’ – a minha decisão já estava tomada e eu prometi a mim mesma que eu não ia mudá-la por nenhum motivo.
- , agora sou eu que não estou entendendo – declarei soltando suas mãos;
- Não dá mais, Danny.
- O quê?
- Nós dois. É impossível isso acontecer, entende? – Ela fez um gesto com a mão apontando nós dois. – Nunca daria certo. Nós não nascemos para ficarmos juntos.
- , você não sabe o que está dizendo... – queria convencê-la de que ela estava errada e que estava fazendo a maior besteira de sua vida. Eu não queria escutar aquilo.
- Posso não saber, pode ser besteira, mas eu cansei, meu coração cansou de tanta ilusão. Quando eu acho que vai dar tudo certo, você me magoa e me despedaça por dentro. Você podia ter pensado melhor na parte de me ignorar. Eu não leio pensamentos e nem sou vidente para saber o que você planejava. Você não tem idéia do que eu senti e não quero mais isso para mim. Por isso, Daniel, me escuta, eu estou terminando tudo aqui. A partir de agora vamos esquecer essa história maluca de amor e voltarmos a ser apenas amigos, irmãos, se preferir.
- , não... – Eu apenas senti seu perfume passar por mim e ela saiu correndo deixando todos os seus pertences para trás. Eu fiz o mesmo. – , ESPERA! – gritei, mas ela continuou a correr.
O vento gélido contornou meu rosto enquanto eu a seguia sob a noite fria de Londres.
Danny’s POV Off
37. O Desfecho.
’s POV:
Enquanto eu corria, pude ouvir os passos de Danny vindo atrás de mim. Contraí minhas mandíbulas e tentei esquecer aquela presença, pois isso só dificultaria minha decisão. Em seguida, tanto os meus passos quanto os dele foram abafados pelo som de um trovão, que, com ele, trouxe a chuva, que começou a cair em pingos grossos e penetraram em meu vestido, deixando-o mais pesado e dificultando minha corrida.
Virei à esquerda, mas deparei-me com um muro fechando o beco. Mesmo sabendo que eu não passaria direto por ele, corri em sua direção, na esperança de que Danny passasse reto. Apoiei-me virada para o lado que dava para a rua e percebi que a corrida tinha sido em vão.
Quando fitei o rosto de Daniel, confuso e cansado, não pude resistir e sucumbi às lágrimas, que eram imperceptíveis, pelo fato da água da chuva estar escorrendo por todo meu rosto e meu corpo.
Danny avançou um passo, tal atitude fez meus joelhos cederem e eu caí ajoelhada no chão, rendida, chorando alto e implorando mentalmente para que tudo aquilo não passasse de um pesadelo e eu acordasse naquele dia em que conheci Tom e contei tudo ao Dougie sobre Danny. Como eu queria ter guardado aquele segredo e conhecido outra pessoa que não me fizesse passar por tudo isso. Ele avançou mais e ajoelhou-se próximo a mim, estendendo seus braços para que eu me acalentasse neles. Eu não tinha mais forças para resistir a um pedido desses. Ele me abraçou. Sua camisa estava tão ensopada quanto meu vestido, mas isso não impedia que o calor proviesse até mim. Sua mão direita estava espalmada atrás da minha cabeça e a outra envolvia minha cintura com força, demonstrando proteção e talvez um desespero em não me deixar escapar. E talvez essa fosse minha intenção. Seu peito contraiu uma vez, depois teve alguns espasmos. Ele estava... Chorando? Ergui meu rosto de seu peito para olhá-lo. Sua expressão podia confirmar, mas a água da chuva não.
- Vamos voltar... – disse ele sem firmeza na voz. – Vamos acabar ficando doente nessa chuva.
Eu apenas concordei com a cabeça e ele me ajudou a levantar.
Caminhamos com o braço dele passado sobre meus ombros, porém calados.
- Vá tomar um banho quente – sugeriu Danny – ou você vai ficar doente. Pode usar o meu roupão e depois me dá seu vestido pra eu pôr na secadora. O que eu fiz? Ele tá arrasado!, pensei.
Abaixei a cabeça e fui até seu banheiro, me despi, entrei no chuveiro e tomei um banho quente sem lavar a cabeça, emaranhando ainda mais meu cabelo.
Vesti o roupão e peguei meu vestido molhado do chão. Ao abrir a porta, Danny estava parado em frente à porta sem camisa, o cabelo e calça molhados. Involuntariamente, abri a boca minimamente. Um peito nu e um cabelo bagunçado e, ainda mais, molhado, produziam esse efeito em mim.
Danny estava ofegante e visivelmente conturbado, desesperado.
- Eu... – comecei a dizer desviando o meu olhar dele – Vou levar o vestido pra secadora.
- Não. – Ele sacudiu a cabeça e tirou o vestido da minha mão. – Isso pode ficar pra depois. – Então jogou o vestido no chão do banheiro. – Vamos conversar.
- Danny, você ainda está molhado e eu estou de roupão.
Ele passou a mão pelo cabelo perturbado.
- A gente precisa conversar agora.
- Danny, você está nervoso, eu consigo ver isso. Não está em condições de conversar. Quando você se acalmar a gente conversa. – Peguei meu vestido no chão e passei por ele. Caminhei até a pequena área de serviço e coloquei meu vestido na secadora, ligando-a em seguida.
Daniel me seguiu.
- Por favor – pediu –, me escuta.
Virei de frente para ele e apoiei-me na secadora, olhando-o fixamente.
- Eu juro, juro que não vou te decepcionar outra vez... – Ele tentou continuar, mas não conseguiu. Fitou o teto e fez menção de sair, mas agarrei seu braço.
- Danny...
Ele lançou-me um olhar esperançoso.
- “Tanta verdade se perde no caminho do coração ao cérebro, do cérebro a boca, da boca à mão, da mão ao papel...” – recitei uma frase que eu lera em algum livro estrangeiro tempo atrás.
Danny franziu o cenho.
- O que você quer dizer com isso? – perguntou ele.
- Qualquer coisa que eu diga, ou escreva, nunca será a total verdade do que meu coração diz. – Fiz uma pausa, na qual só escutei a batida acelerada de meu coração e nossas respirações. – Meu coração diz que não quer te deixar.
Danny abriu um sorriso hesitante.
- E isso quer dizer que...
- Eu estava errada – completei. – Você é o amor da minha vida. Apesar do que passamos, eu não tenho capacidade de viver sem você.
Um suspiro aliviado escapou de Danny. Ele puxou meu braço, encaixando-me em um abraço.
- Eu juro que você não vai se arrepender disso!
Eu podia estar errada, eu podia sofrer novamente, mas eu queria correr esse risco novamente.
Por ele.
Por ele.
Depois de longos minutos abraçados, ele entrelaçou sua mão na minha e me levou até a sala todo sorridente.
- Acho que agora posso te entregar isso. – Ele abriu um longo sorriso enquanto pegava a caixinha caída sobre o sofá.
- Só se meu dedo for mesmo da mesma largura que o seu – brinquei.
- E é. Faz assim. – Ele ergueu sua mão, com os cinco dedos estendidos, na altura do queixo.
Eu o imitei. Danny aproximou sua mão da minha e encostamos nossos dedos, constatando que, realmente, eles tinham a mesma espessura.
Em um movimento rápido e até brusco, Danny me puxou para um beijo. Apertando-me pela cintura com uma a mão, a outra abria a caixinha, pelo que pude sentir nas minhas costas. Antes de partir o beijo, Danny soltou minha cintura e arrumou meu cabelo atrás da orelha enquanto me dava um selinho carinhoso.
Abri os olhos e a caixinha estava bem em frente aos meus olhos com um Danny todo orgulhoso segurando-a.
Ele colocou a aliança em mim e eu nele em seguida, cada um dando um selinho.
Então eu reparei que ele continuava molhado e eu de roupão.
- Olha o nosso estado! – disse eu. – Eu estou só de roupão e você... Bem você tá bem sexy com esse cabelo grudado na testa.
- Não tão sexy quanto você. Só tirar um nó e voilà, você está prontinha pra mim.
Sério, depois de uma espécie de reconciliação, Daniel Jones consegue fazer uma brincadeira depravada.
Eu disse Daniel Jones, então por que isso pareceu surpresa?
Acorda, .
Eu sorri de maneira safada para ele e aproximei minha boca de seu ouvido. Pude ver sua expressão ficar bastante interessada, surpresa e igualmente safada.
- Vai ter que esperar – cochichei.
Vi sua expressão desmoronar um pouco. Então mordi sua orelha e ele riu.
Já disse que a risada dele é uma delícia? Quase me arrependi de ter dito pra ele esperar.
- Faço tudo por você – ele disse. – Mas já que você não quer que eu desembrulhe meu presente, vamos lá trocar o embrulho.
Ele riu da sua própria piada e eu acabei rindo junto. Resultado de um casal bobo e apaixonado.
Danny me pegou no colo ainda rindo e me levou para cima. Deu-me uma camiseta sua para eu vestir.
Só pra constar: eu estava de calcinha todo o tempo, mesmo molhada, a única coisa que foi pra secadora foi meu vestido.
Depois de secos, sentamos em sua cama e ele me pôs em seu colo.
- Eu te amo – disse ele.
- Eu te amo – repeti.
Ele começou a me beijar, passando suas mãos em minhas costas e em meu cabelo; elas não tinham um rumo definido. Eu enfiei minha mão por debaixo de sua camiseta e acariciei seu peito e sua barriga. Ele beijou meu pescoço e eu fiz o mesmo, quando senti uma saliência debaixo das minhas pernas. Eu ri próxima a orelha dele um pouco constrangida.
Ele me abraçou.
- Desculpa – sussurrou.
- Tudo bem, isso era quase inevitável, não?
Ele não me respondeu, continuava me apertando em seu abraço.
- Tudo bem, Danny. Pode dizer para o seu... Soldado que eu ainda vou dar a chance dele.
Danny me soltou e já estava mais relaxado, digamos assim.
- Nós agradecemos.
Eu ri e voltei a beijá-lo.
’s POV Off
Algumas semanas se passaram e era o dia da formatura de Tom, Dougie, , e . Mas essa não era a única importância do dia. Coincidentemente, aquele dia foi o dia marcado para a estréia nacional do clipe “Surfer Babe”, aquele gravado em Fortaleza, na MTV britânica.
Com aquela “sutil” influência que Harry e Danny tiveram durante suas freqüências na escola, eles conseguiram um grande telão que exibisse o clipe durante a cerimônia e ainda descolaram um show para fazerem na festa. Mas é claro que ter dois formandos sendo integrantes da banda, ajudou muito.
A escola estava orgulhosíssima.
Tudo ocorreu conforme o planejado. O clipe foi muito bem recebido e aplaudido, meninas suspiraram pelos meninos e ainda correram atrás deles, o que deixou, , , e um pouco perturbadas. Mas não tinha com que se preocupar, pois, afinal, era com elas que eles iam pra casa.
E foi o que aconteceu. mentiu que ia dormir na casa de , mas na verdade, foi embora com Danny, é claro. Apesar de ela já ter dormido na casa de Danny outras vezes, aquela situação era diferente, em nenhuma das outras vezes eles namoravam, seu pai não permitiria que isso repetisse.
- Então você mentiu para os seus pais para vir dormir comigo, é? – perguntou Danny quando chegaram a sua casa, puxando pela cintura e a beijando.
Ela partiu o beijo.
- Foi por um bom motivo. Vamos subir?
Danny a fitou confuso.
- Tá.
pediu que Danny a esperasse sentado na cama. Ela entrou no banheiro e saiu segundos depois vestindo um roupão. O mesmo daquela noite semanas atrás.
- Te trouxe um presente – disse ela. – É só desatar o nó e voilà. Todinho pra você.
Danny abriu a boca admirado. E foi assim que se entregou a Daniel Jones pela primeira vez.
- Você sabe como fazer um homem feliz – foi a única coisa que Danny foi capaz de dizer.
FIM.
N/A(04/02/2010): É, eu sei, eu sei que vocês queriam cenas mais picantes ao decorrer da fic, mas, sinto muito, eu não sou boa em escrever esse tipo de coisa. Sério, eu não tenho muita experiência no assunto, tanto teóricamente, na escrita e, muito menos, na prática, cuja experiência é zero. Eu sou muito diferente de qualquer personagem de 17 anos de fic. Quem sabe depois de umas aulas, na escrita (para ser bem clara), com Leka Judd eu não consiga fazer alguma coisa?
Mas não é sobre isso que eu tenho que falar/digitar aqui.
Depois de 37 capítulos, um número nada legal, JRTSSS! chegou ao fim. Vou ser bem franca: não me orgulho em nada do início dessa fic. Era pééssima, só tinha falas. O enredo podia ser até bom, mas não foi muito desenvolvido no início. Depois eu até melhorei, mas ainda posso melhorar, por isso que eu não paro por aqui. Ainda tenho mais alguns projetos de fanfics. Vocês prometem que vão ler?
Não sei se vocês vão gostar do final. Eu morro de medo de decepcionar todo mundo e todo mundo me xingar.
A última n/a tinha que ser grande, né?
Obrigada a todas as meninas que leram! Mesmo, de coração! Adoroooo vocês.
XX
Lilá