Prólogo. Seu olhar capturava cada parte de mim. Cada centímetro meu parecia estar sendo dominado por ele; o único que sabia como eu me sentia, o único que me permitia sentir como em uma grande batalha. Batalha essa travada entre desejos e palavras amáveis, carinhos e controles. Minha alma pedia por mais dele, meu corpo clamava seus toques, mas não era do meu jeito, nossas limitações eram postas à prova a cada dia, me fazendo desejar cada vez mais ser como ele, imortal.
Primeiro. Seu olhar estava fixo em mim, me deixando incrivelmente corada. Essa era uma das capacidades de Edward, ele podia encontrar um jeito muito fácil de circular sangue por minhas bochechas. Mas não importava muito, eu gostava de como ele fazia pequenas coisas se tornarem grandes e perceptíveis demais.
Foi nesse enredo que ele me fez começar a senti-las. Não do jeito que estava acostumada, e sim, de um jeito novo. As borboletas agora brotavam para fora de mim, elas voavam, e só eu conseguia vê-las, ou não, de alguma maneira eu sentia que ele percebia tudo que estava acontecendo, sem ter que usar seu talento – em vão – para decifrar algo.
- O que foi, ? – ele sorria, o sorriso que eu tanto amava, aquele sorriso torto.
Não respondi, apenas enterrei minha cabeça sobre seu peito, enquanto brincava com o zíper do seu casaco, movimentando-o de baixo para cima, lentamente, respondendo sua pergunta com um impulso.
- , sabe que não precisa ficar com vergonha, não sabe? – uma risada divertida foi proferida por ele, mas não me mexi, nem um centímetro sequer, permaneci parada, sentindo seu aroma hipnotizante.
– , não vai falar comigo não? – ele me puxou para longe dele, não muito, mais o suficiente para me olhar nos olhos, clamando apenas alguma palavra.
- O quê? – não conseguir dizer nada além de uma indagação, que me soava um tanto quanto sarcástica demais.
- Você sabe o quanto é complicado para mim, não sabe? Não poder saber o que você pensa, não poder entender seus impulsos de maneira mais certa, não sabe? – seu olhar penetrou por minha alma, eletrizando todas as borboletas que poderiam estar dormindo, ou qualquer parte minha que estivesse adormecida. Foi como se ele tivesse me sacudido fortemente, deixando que tudo ficasse mais claro, mesmo que já estivesse.
- Sei... Mas... Edward, é melhor assim, acho que você não ia gostar de saber o que passa por minha cabeça, acredite! – sorri, tentando controlar meus batimentos cardíacos.
- Tente. Me diga o que se passa e eu te falo se gosto ou não. – ele sorriu novamente, tornando seu pedido ainda mais impossível... De negar. Mas resisti aos seus encantos, formulando a resposta mais decente, devido às circunstâncias.
- Não é tão fácil assim. Pense de uma perspectiva mais positiva. Não sei o que se passa por sua mente, nem você sabe o que se passa pela minha... Então... No final fica tudo mais justo. – ele me olhou calmamente, observando-me, antes de responder ainda com um ar divertido na sua voz de veludo.
- A diferença, , é que você nunca soube o que se passa na mente de ninguém, contrário a mim, que passei minha vida inteira sem parar de ouvir o que todos pensam. – concordei lentamente, sem mais saídas.
- Penso no fim... Aquele que eu vou ter, em breve... – olhei para baixo, sem coragem de encará-lo, não agora.
- Viver como um demônio nunca trouxe alegria para ninguém. – sua voz acabara de perder seu tom calmo e divertido, dando lugar a rancor e mágoa sincera.
- E de que adianta, Edward? O que são sessenta anos para você? NADA, absolutamente nada! Mas é o que me resta. – deixei que uma lágrima escapasse por meus olhos. Nota mental: Lembrar-me de parar de chorar quando estiver com raiva. - Mas serão o suficiente, acredite. – pela primeira vez não senti sinceridade sobre suas palavras, nem nada que me fizesse acreditar que realmente eu não precisava me preocupar.
- Não para mim, e duvido que seja para você também – continuei a olhar para baixo, sabia o efeito que essa conversa dava a ele.
- Não vamos mais falar sobre isso, está bem? – sua voz foi baixa, mas alta o suficiente para não ser apenas um pedido e sim uma ordem.
Entrelacei meus dedos sobre meus joelhos, trazendo minhas coxas para perto do meu peito, encaixando com precisão minha cabeça sobre o meio delas. Seu toque gélido passou por minha pele, dando a mim uma sensação de segurança e apreensão. Ele dedilhava minha pele tão carinhosamente que entendi tudo aquilo mais como um abraço apertado do que apenas toques.
- Você sabe o quanto eu te amo, certo? – ele disse por final, me obrigando a responder essa pergunta da maneira mais decente, olhando nos olhos dele.
O suficiente para me tornar como você? – Sim, Edward, eu sei. E você? Sabe o quanto eu te amo? – essa é a vantagem dele não ler meus pensamentos, aquela pergunta ficaria para outra hora...
Segundo. Em plena segunda-feira, estava animado.
Em menos de algumas horas ele viajaria com alguns amigos da reserva, na qual ele mesmo a intitulava como busca do melhor viveiro. Sua animação começou a me deixar contagiada, pois passávamos todos os momentos juntos discutindo o melhor tempo, horário da partida, melhor caminho, melhor barco a ser alugado e tudo que pudesse fazer parte da viagem.
Mesmo que pescarias sempre me fizessem ficar enjoada e irritada, dessa vez senti prazer por debater de maneira divertida tudo com , afim de fazer com que essa viagem realmente fosse maravilhosa.
- Tem certeza que não quer vir comigo, ? – ele me perguntou após uma nova remessa de opiniões sobre qual capa de chuva seria a mais apropriada.
- Obrigada, pai, mas como você mesmo sabe, pescaria nunca foi meu hobbie favorito – sorri me levantando e colocando os pratos sobre a pia, começando a lavá-los.
- Mas é que você me pareceu tão animada, e não sei se devo te deixar esses dias aqui sozinha. – ele parou bem ao meu lado, secando a louça que estava sobre o escorredor.
- Pai, não sou criança, lembre-sa! E se bem que estou animada porque não te vejo assim tão alegre faz tempo. Faz bem para a filha observar alegria no rosto do seu velho pai, sabia? – ri, percebendo o efeito que a palavra velho havia causado no , que se observava no reflexo da pia, agora seca.
- Está bem, mas não quero nem pensar no que sua mãe falaria se descobrisse. – ele seguiu para a sala, ligando a TV no seu canal de esporte casual.
- Ela não vai falar nada, porque não vai saber de nada. Vou dedicar esses dias sozinha para fazer tudo que eu preciso; ler alguns livros, dar uma faxina nessa casa, essas coisas. Fique calmo, pai, nada de festas na sua ausência, palavra de escoteiro. – fiz um sinal que para mim estava mais para ET do que escoteiro, me sentando ao lado do no sofá logo em seguida.
- Não seja boba, , mas você está namorando, e isso... Ah! Fico preocupado apenas. – ele não desgrudou os olhos da TV, mas senti que essa era uma daquelas horas que os pais conversam sobre aqueles assuntos que as mães que deveriam o fazer.
- Pai, não precisamos entrar nesse assunto está bem? Mamãe já o fez por você, não se preocupe. – sorriu aliviado, era nítido que aquilo seria completamente embaraçoso e difícil para ele.
- Então, , tenha juízo.
- Pode deixar! – selei meus lábios sobre seu rosto e segui para as escadas, eu precisava de um banho.
Terceiro. O dia chegou tão rápido que só me dei conta que era de manhã porque ele estava lá, como uma estátua de um deus da antiga Grécia, parado, me observando.
- Bom dia. – sua voz invadiu meu quarto, fazendo com que o frio desaparecesse, dando lugar a um calor sobrenatural.
- Bom dia, Edward. – ele sorriu para mim, se aproximando lentamente da beirada da minha cama.
- Dormiu bem? – sua indagação sincera sempre me fazia refletir a sorte que eu tinha por ter uma criatura tão perfeita como meu amado guardião.
- Acho que sim. Só queria que tivesse me acordado, gostaria de ter desejado boa viagem. – ele deu espaço para me levantar da cama, ficando agora sentada ao lado dele.
- Ele ficou com pena de te acordar, mas deixou um bilhete na cozinha. – concordei lentamente, tentando absorver tudo mais rapidamente.
- Me espera um segundinho? Aquelas coisas de humanos, sabe? – sorri e ele apenas concordou com aquele sorriso, o sorriso mais maravilhoso de todos, que me fazia querer acordar sempre para o observar.
Peguei minha necessaire e fui para o banheiro, fechando a porta logo atrás de mim. Prendi meu cabelo em um coque frouxo e escovei meus dentes com calma; precisava tirar aquela cara de sono. Abri a torneira e deixei que o barulho da água invadisse todo o pequeno banheiro da casa do . Deixei que uma quantidade se acumulasse nas minhas mãos, fechadas em formato de concha, e despejando toda a água, logo em seguida, sobre meu rosto. Repeti isso pelo menos umas três vezes, até sentir-me finalmente acordada.
Sequei meu rosto e voltei para o meu quarto, observando que ele ainda estava lá, como um sonho, como meu sonho.
- Pronto, agora estou mais apresentável. – sentei ao lado dele, tocando-o com as costas dos meus dedos.
- Está linda como sempre. – ele sorriu, apenas me olhando; senti um sensação de aconchego, como um abraço, passar por mim.
- Seu maior pecado é a mentira, Edward Cullen. – sorri para ele, mas ao contrário de mim, Edward não demonstrava reação alguma.
- Meu maior pecado é você, não culpe minha sinceridade, ela está intacta. – não havia reação nos seu rosto ainda, ele manteve seu corpo parado com um olhar indecifrável sobre mim.
- Você gosta de pecar então? – as palavras saíram mais como uma certeza, do que uma dúvida, eu já sabia sua resposta.
- Eu sou um demônio e seres como eu não têm perdão. O pecado está em mim, nasci tendo que pagar um grande preço, não serei perdoado, não mais. O que me custa um pecado a mais mesmo? Não que isso seja certo, você não deveria ter deixado, você corre perigo... Mas sou egoísta demais para te deixar ir. – nunca havia sentido ele assim, desse modo. Nunca pensei que o meu herói pensasse como um humano, o meu humano.
Não disse nada, eu não precisava dizer, não agora.
- ... – ele me despertou, então olhei para ele, mais uma vez. – Alice está querendo fazer compras amanhã, mas ela precisa de companhia. Ela disse que estará aqui às duas horas para te pegar, está bem?
- E se eu não puder ir? – sorri mais uma vez, Alice sempre era tão... Tão... Mandona.
- Ela já viu, você poderá ir. Se acostume, , ela é assim mesmo. – ele percebeu meu conflito e sorriu - Ela disse que você iria fazer isso, como sempre, Alice estava certa.
- Diga para ela que duas horas está ótimo, mas nada de exageros. – ele balançou a cabeça lentamente. Como eu, ele sabia que a palavra Alice vem naturalmente acompanhada da palavra exagero, é natural, inerente ao ser.
Decidimos descer para a cozinha, eu queria ver qual recado havia me deixado. Bem em cima da mesa estava um bilhete escrito às pressas, com sua caligrafia pesada.
, não te acordei porque sabia que não seria necessário. Fique bem, não vá a nenhum lugar perigoso, se cuide e juízo. Segunda eu volto, mas qualquer imprevisto me ligue, virei correndo. .
- Ele está mais preocupado com você do que comigo, sabia? – entreguei o bilhete na mão de Edward. Ele leu atentamente e sorriu, passando o indicador sobre a palavra juízo.
- Não entendo às vezes – ele ainda sorria, mas agora olhando para mim, fazendo com que meus ossos derretessem lentamente.
- Edward, você não entende? tem mais medo de ser avô do que tudo. Acho que ele só está mais tranqüilo porque me conhece, ele sabe que filhos não são o que eu quero. – apenas observei as expressões que ele dava a cada momento, em cada palavra minha, desejando silenciosamente saber o que se passava na sua cabeça. Sinceramente eu desejava isso, mesmo que precisasse abrir minha mente para que ele pudesse conhecer meus segredos, pelo menos, continuaríamos em condições iguais.
- Não importa... Muito. O mais importante agora é você se alimentar, certo? – ele pegou uma caixa de cereal no armário, enchendo uma tigela e a empurrando para mim. – Coma! – disse dando a colher na minha mão.
- Sim, senhor – obedeci enfiando a primeira colherada para dentro, mastigando rapidamente, e colocando logo em seguida outra e mais outras colheradas, até acabar com todo cereal. – Pronto!
- Você precisa comer mais devagar, , isso pode fazer mal, não pode? - me virei para observá-lo encostado sobre a pia. Como ele era lindo, tão lindo que chegava a doer.
- Não sei, acho que sim. Mas uma vez na vida não vai meu causar grandes estragos, acho. – levantei com minha tigela sobre as mãos, mas antes que eu chegasse perto da pia ele a tirou das minhas mãos, lavando-a para mim.
- Não precisava, Edward, eu mesma o faria.
- Shh... Deixa eu ser mais cavalheiro, vai? – ele sorriu com calma, secando sua mão sobre o pano de prato e se aproximando de mim, colocando suas duas mãos gélidas sobre meu rosto, aproximando seus lábios com calma, selando eles sobre os meus com cuidado, afastando-os rapidamente.
Cambaleei sobre os braços dele, sentindo que se meu coração não parasse de bater imediatamente, provavelmente eu morreria por excesso de bombeamento do sangue. Encostei minha cabeça sobre seu peito de mármore e fechei meus olhos, as sentindo brotar por mim mais uma vez. Fiquei lá, protegida sobre a fortaleza de pedra, apenas esperando com que elas se acalmassem mais uma vez.
Quarto. Não eram nem duas horas, mas Alice já estava com o Volvo de Edward parado sobre a vaga de . Sorri ao vê-la chegando, não podia negar, ela me fazia ter intensas saudades com mais freqüência que grande parte dos Cullens – tirando, obviamente, Edward.
Ela correu para meu quarto, me ajudou a escolher a melhor opção de roupa, já que, para minha sorte, ela sabia exatamente a temperatura, facilitando a minha escolha.
Duas horas em ponto ela acelerou o Volvo para fora da vaga, deixando rastros de pneu sobre toda sua extensão. Sorri ao sentir que ela não aceleraria ao ponto de me deixar paranóica – mesmo sabendo que nunca bateríamos em nada .
Em pouco mais de alguns minutos estávamos bem em frente de alguma loja no agitado centro de Sant’s Low*. Sorri para Alice, certificando-me de que minha carteira estava na minha bolsa. Saímos do carro e entramos na loja. Eu havia observado; ela era grande – não como as lojas em Phoenix, mas grande – e, para minha surpresa, as opções eram maiores do que eu poderia imaginar. Alice me puxou para um dos lados da loja, onde havia vestidos de todos os comprimentos e modelos. Não estranhei, pois para minha surpresa, eu realmente estava gostando daquele passeio, não por comprar roupas – pois não é uma das minhas atividades mais apreciadas – mas por estar do lado de Alice, que para mim era como uma irmã.
- – olhei em sua direção, encorajando-a para que continuasse –, o que acha desse vestido aqui? – ela pegou um vestido realmente muito bonito. Ele era azul, não celeste, não bebê, apenas azul, mais ou menos até a altura do joelho, um pouco maior, talvez, com um decote em V, não muito grande ao nível de mandar uma mensagem de 'olhem para meus peitos!' e nem tão pequeno ao nível de suéteres de inverno para idosos. Ele tinha bordados extremamente bonitos por toda sua extensão, chegando perto da borda do vestido mais ou menos. Resumindo, um vestido perfeito.
- Muito bonito! – sorri ao ver felicidade nos pequenos e expressivos olhos da minha vampira-irmã.
- Então veste, quero ver como fica em você – ela estendeu o vestido para mim com animação, mas apenas a encarei confusa.
- Não preciso de um vestido, Alice, é sério – sorri apenas, negando a peça de roupa. Não que eu não o quisesse, mas não o compraria para ficar em um cabide.
- Nunca se sabe quando vai precisar e, além do mais, você sabe que Edward ama azul em você, não custa, né? Vai, , veste ele, por favor! – peguei o vestido estendido em minha direção, tirando assim uma risada animada de Alice. Definitivamente havia algo por trás disso, mas apenas segui para os provadores.
- MARAVILHOSO, LINDO, AMEI! VAMOS LEVAR! – já disse que Alice pode ser animada demais às vezes? Exatamente! Ela costuma ter reações confusas demais para que eu entenda seu verdadeiro estado de espírito.
- Alice, não posso pagar por ele – anunciei ao olhar a etiqueta que caía na altura do meu peito.
- Ai, , eu que vou pagar, pára de ser chata! Vamos procurar um sapato agora... Hmmm, depois um colar, um brinco, uma pulseira, é, porque não, né? E depois o meu favorito, um belo prendedor de cabelo, aí podemos voltar! – a encarei perplexa.
- Alice... Você está doida, não? Para que preciso disso tudo? – voltei para a cabine para retirar o vestido e convencer ela que não precisava de um kit baile, não mesmo.
- Porque nunca se sabe, ... Nunca se sabe.
Saímos de Sant’s Low após muitos suspiros, gritinhos e palmas de animação por parte de Alice, que me obrigou a aceitar tudo, exatamente, tudo que ela desejava comprar para mim, mesmo eu falando que não ficaria com nada. Não gosto que ela compre tudo e, por vezes, me ofereci a pagar grande parte das coisas que agora estão sobre o banco de trás do volvo prata, mas como eu já imaginava, Alice tinha o dobro da teimosia e poder de convencimento de qualquer pessoa do mundo. Dobro? Muito mais, quarto! MUITO MAIS! Então desisti deixando que ela brincasse de boneca comigo.
Chegamos na casa de em menos de alguns minutos, que foram preenchidos por longos monólogos de Alice, que falava sem se importar que eu apenas concordasse com a cabeça ou murmurasse algo que nem eu mesma entendia.
Para minha surpresa, assim que estacionamos na vaga de , novamente, Alice saiu do carro a tempo de abrir a porta para que eu fizesse o mesmo.
- O que foi? – ela me encarou assim que olhei suspeita – Vamos... Ah, vem logo! – ela me puxou até meu quarto, se nenhum esforço maior.
- Tá, Alice, por que eu estou vestida assim? – me encarei no espelho. Eu usava o vestido azul, com sapatos pretos, não muito altos, mas o suficiente para me sentir ainda mais desconfortável. Também estava com os brincos, o colar e a pulseira que Alice havia me obrigado a colocar. Enfim, estava com tudo que ela me obrigou a vestir e experimentar nas últimas três horas.
Eu me encarava com um certa insegurança, quando escutei instantaneamente sua voz, sim, do meu guerreiro gelado, invadir todo o quarto, como um sussurro, o melhor de todos.
- Porque vamos sair, – Ele já estava no meu quarto, dois, um centímetro de mim, emitindo aquele doce hálito gelado sobre meu pescoço, me fazendo ter rodopios estomacais, os piores deles, os mais fortes... Os mais involuntários.
- Ah, você? Ela? Covardia! – mesmo parecendo completamente sem sentido, eu os encarava furtivamente, complô vampírico não era justo, não naquelas circunstâncias. Eu sabia que não era à toa toda aquela animação por parte da Alice, mas mesmo com todas as minhas suspeitas, Edward não podia agir assim, não desse jeito, me fazendo ficar mais estática e ainda mais... Desejando que eu pudesse realmente me mover.
- O que foi, ? Por que essa cara? Não quer ... – seu olhar o fazia parecer cada vez mais humano e mortal. Parecia que a simples alegria escapava dele, como o tempo de mim, toda vez que eu sentia os dias passarem. Ele me encarava e eu apenas balancei a cabeça, impedindo-o de continuar, antes que eu pudesse corrigir minhas reações instantâneas.
- Não é isso, só que... Vocês são terríveis – fiz ele soltar uma gargalhada depois de expressar toda 'minha indignação'.
Ele postou as mãos ao redor da minha cintura, me obrigando a ficar ainda mais parada e imóvel, sem ao menos perceber que Alice não estava mais no meu quarto. Ele respirou pesado perto do meu ouvido, sussurrando mais uma vez, com sua linda e dominadora voz de veludo.
- Vamos? – eu tinha forças apenas para concordar com a cabeça e deixar que meu vampiro controlasse de vez a situação.
Cinco. Descemos com calma pela escada até a porta e entrada. Ele abriu-a para mim, fazendo um movimento calmo com as mãos, em sinal de reverencia. Apenas o encarei, enquanto lentamente ele voltava à sua postura normal e irresistível.
Não sei na verdade se era eu, mas tudo estava tão lendo e calmo que as cenas pareciam acontecer com muita lentidão e sutileza. Eu não sabia como demonstrar a minha surpresa em meio àquela situação, mas de alguma maneira, ele parecia me entender.
- , diga algo antes que eu ache necessária uma visita ao hospital – ele sorriu, mostrando o canino, seu lindo e maravilhoso canino, me obrigando a sorrir juntamente.
- Aonde vamos? – foi a primeira coisa que passou por minha mente.
- Próxima! – ele ordenou, sem ao menos se preocupar.
- Por que não me contou disso?
- Surpresas te incomodam?
- Não muito. - admiti ainda intrigada
- Então já está respondida, próxima? – agora sim, ele parecia querer saber se havia mais alguma coisa que me deixava assim... Estática.
- Para onde vamos?
- Já pulamos essa antes, – concordei com a cabeça pensando – Se acalme, já estamos chegando. – concordei sentindo o carro parar lentamente até ficar imóvel perto de uma rua de mão dupla.
- Chegamos?
- Não, apenas vamos deixar as coisas mais interessantes. – ele passou os braços ao meu redor, fazendo-me parar de respirar. Então ele vendou meus olhos com um pano preto, me deixando completamente incomodada.
- Não reclama, , vai ser legal, eu prometo.
Decidi cooperar e fazer as coisas do jeito dele, deixar que ele me surpreendesse, como sempre. Apenas fechei meus olhos e aproveitei a viagem calma e silenciosamente, apenas escutando o barulho dos pneus sobre o asfalto e do ronco baixo que o Volvo prata vazia enquanto atravessava a noite. Passei grande parte do tempo me concentrando no cheiro forte de delírio que ele emanava. Não tem como explicar, tudo perto dele parecia mais atraente e dominador, eu realmente me sentia uma pequena presa sendo atraída pela melhor isca, o próprio predador.
O carro parou, deixando que o silêncio calmo dominasse. Respirei fundo, as sentindo brotar, mais uma vez, como sempre. Tentei controlar meus batimentos, mas foi em vão, pois logo suas mãos vieram ao meu rosto, e ele sussurrou assim, colando seus lábios sobre o meu ouvindo, fazendo-me enlouquecer.
- ... Chegamos! – apenas concordei com a cabeça, ouvindo a porta bater e a minha ser aberta automaticamente; ele já estava ao meu lado.
Ele passou as mãos sobre mim, me carregando, sem fazer esforço algum para isso.
- Não precisa me carregar, eu sei andar. – relutei. Sentia-me pior assim, encostando no seu peito de pedra, sentindo-o perigosamente perto.
- É mais seguro, acredite. Você cai com os olhos abertos, quem diria com eles fechados. – sua risada calma fez meu coração encher de alegria, mesmo eu ainda não entendendo o motivo, eu sorri de maneira sincera.
Ele me guiou de maneira calma e rápida, tão rápida que nem senti os possíveis degraus que devíamos ter subido. Logo senti meu pé tocar o chão, mas sua mão segurava minha cintura de maneira firme, impedindo-me que caísse – o que era muito, MUITO útil, pois toda aquela aproximação me deixava realmente sem o controle de grande parte dos meus membros.
- Pronto, , preparada? – Bastou apenas mais uma palavra, dita com sua voz de veludo, para me fazer perder todos os meus sentidos, ainda não acreditando como e por que eu merecia toda aquela felicidade.
Concordei com a cabeça e, imediatamente, ele tirou minha venda, mas permaneci com meus olhos fechados, esperando a hora certa de olhar...
- ? – essa era a hora, abri calma e lentamente meu olhos e percebi a mais bela surpresa que eu poderia merecer.
Minhas pernas falharam ao observar uma bela mesa posta, com apenas um prato de um dos lados e todas as outras louças necessárias para um jantar fino. Havia um piano de calda longa na outra extremidade, com um banco largo o suficiente para três ou mais pessoas se sentarem. Uma calma e deliciosa música começou a tocar no fundo, minha canção de ninar era delicadamente dedilhada sobre o piano, mas não aquele que estava do outro lado do gazebo de madeira, e sim, uma versão gravada, que era tocada pelo cd player.
Ele sorriu ao observar minha cara de surpresa e encanto, um misto de emoções distintas e confusas. Mas eram as únicas que sabia expressar ao observar todo o carinho e cuidado que ele depositava ao fazer pequenas, mas grandes coisas para mim.
- Vem, vamos sentar. – ele me encaminhou para a extremidade da mesa que havia a mesa posta e puxou a cadeira, para que eu pudesse me sentar.
- Onde aprendeu essa educação mortal mesmo?
- , você não consegue manter um nível de lucidez alto quando está impressionada, certo? – mais uma vez, elas voltaram invadir meu estômago, fazendo um 'bu'’, estourando de maneira tão forte que acabei perdendo o ar – , o que está acontecendo?
- Edward... Só são elas... Hm...
- Elas?
- Sim, as borboletas que invadem meu estômago sempre que estou com você, complicado de explicar.
- Borboletas?
- É, Edward, elas tomam conta de mim, não são borboletas reais, mas... As minhas. – apenas sorri, deixando que ele tomasse suas próprias conclusões.
- Entendo... Acho. Isso é bom? – ele ainda me parecia extremamente confuso.
- Relativamente. Mostra que você tem um grande controle em mim, mas não costuma ser bom para as pessoas que sentem elas. – ele levantou automaticamente, ficando ao meu lado imediatamente, me deixando completamente sem reação. Ele colocou as mãos sobre meu rosto me fazendo sentir mais um 'bum'.
- , caso eu tivesse como... Sentir as mesmas coisas que você sente, acredite, seria pior, muito pior, mesmo. Você me faz sentir algo que creio eu ser um bicho mais forte que as simples borboletas, um bicho que me faz querer ser cada vez mais humano, de querer ser cada vez mais certo para você. Que inibe minha natureza, que me faz crer em perdão, mesmo havendo um pecado. Me faz desejar o céu, pois é isso que você merece. O mesmo bicho que me faz ser apenas um homem completamente apaixonado por você.
Não soube o que responder, mas na verdade, nem queria, deixei que a fina camada de sossego tomasse conta do gazebo de madeira escura e a noite fizesse o resto. Apenas olhei nos seus profundos olhos de ouro líquido, me perdendo sobre sua piscina dourada. Era a melhor sensação de todas, sentir ele assim, ao meu lado, me protegendo – mesmo que muitas vezes de mim mesma –, me fazendo ser mais segura de mim. Não eram apenas as borboletas, nem minhas bochechas extremamente coradas, e sim, a satisfação de saber que o tempo poderia me tornar cada vez mais velha, mas que eu teria a esperança de tê-lo ao meu lado – mesmo sabendo que essa seria uma barreira facilmente quebrada. Não era de hoje que eu sabia que estava me tornando cada vez mais completamente, incrivelmente, totalmente, irrevogavelmente, intensamente, perdidamente apaixonada por ele; e isso continuaria até além do fim das minhas últimas pulsações.
Fim.
N/a: Todo mundo ficou meio inspirada com o crepúsculo, certo? UHSDIUS Acho que não fui somente eu não, mas meninas (meninos [?]) amadas do meu coração... essa é minha primeiríssima short fic, e estou muito feliz com o resultado final dela. Bem, passei MUITO tempo para fazer, pois eu sempre queria o melhor para ela. Acho que o final ficou bom e todos entenderam a idéia, certo? IUSHDIUSH Aposto que a Bella S. sente ALTAS borboletas no estômago quando ta com nosso vampiro mais que desejado (EU QUERO UM EDWARD .-.) hahaha. Mas bem, espero de coração que vocês curtam ela, porque de boa, essa fic é minha xodozinha 4ever <3 IUHSDUIHS Obrigada a você que leu, de coração, eu escrevo isso para vocês, eu passo noites sem dormir pensando como fazer uma fic legal para vocês, porque, de boa, EU AMO MUITO ISSO! Espero que tenha ficado bem parecido com a realidade crepúsculo, e caso haja um erro muito berrante, me avisem! Amo receber as críticas e incentivos de todas as leitoras do Fanfic Addiction, isso me faz crescer como escritora e pessoa. Er... Já ta grande isso aqui né? Quero apenas agradecer as pessoas mais mais importantes que tem me ajudado demais com todas as minhas fics: Rapha, Gabi e Fabi. A minha amada, AMADAAA Beta, a Juu, OBRIGADA POR TUDO DE VERDADE, ela é um anjo. E agradecer a vocês, mais uma vez. OBRIGADA.
xoxo, Aly.
Pergunta: Querem continuação de Kiss me Butterfly?
MSN: adamaceno_sk8@hotmail.com (pode adicionar SEM medo)