Prólogo.

Novamente em mim. Era como se pudesse ultrapassar meu olhar e deixar de ver o que só meus olhos permitissem. Eu estava lá, totalmente vulnerável, sendo apenas o que eu nasci para ser, dele. Mas além de tudo, eu sabia que estava sendo irracional, louca, extremamente inconseqüente, quando por um ato de misericórdia a desembainhei, servindo oficialmente o prato principal do jantar; meu sangue.

Primeiro.

É simples, eu achava. Mesmo que ele me falasse que seria um pouco mais doloroso que simplesmente me fazer ser como ele.

- Não vou tirar de você o que Carlisle tirou de mim. Ele queria apenas me salvar, e eu vou simplesmente te matar. – Era o que ele sempre me falava e eu apenas emburrava e desistia de tudo, sem ao menos o olhar novamente – mesmo que por alguns segundos –.

Já era mais de nove horas, quando ouvi um leve sussurro do vento sobre minha janela; ele estava próximo. E majestosamente surgiu sobre meu quarto, como um suspiro e veio a mim mais encantador e sedutor que antes. Era como se eu fosse sua presa e ele estivesse atraindo-me até si para o que acredito ser um fim cheio de sangue e culpa. Mas eu via isso diferente, mesmo que a mescla de pensamentos imediatos rodasse minha cabeça de leve, para variar.
- Bom dia. – O tom aveludado rompeu o silêncio e senti o ar escasso ser cada vez menor sobre o meu pequeno quarto, no andar de cima da casa de .
- Bom... Dia. – Era falha e pulsante minha respiração cortando por imediato minhas forças, o fazendo esboçar vitoriosamente um sorriso sincero e comprimido, quase uma forma de dizer que nada além disso o tornava mais vivo.
- Posso até dizer que senti meu coração.- Ele zombava divertido, tocando minhas têmporas com suas mãos.
Senti percorrer por todo meu corpo e ansiosamente me aproximei dele, não me importando o quanto isso me custaria mais tarde. Já podia sentir o frio romper meu corpo e lentamente ele se desarmava todas suas defesas.
- ... – O ouvi sussurrar sem ao menos me impedir de um ‘bom dia’ mais correto, mais intenso, mais... real.

Eu precisava tanto dele quanto ele de mim, e já era claro, real e verdadeiro o fato dele não querer me sentir o mais longe o possível por motivos relevantes e surreais. Não seria meu sangue a muro sobre nós, não seria sua teimosia o mais sensato motivo para continuar com essa tortura e eu não aceitaria um não, mesmo que isso me obrigasse subornar outros vampiros.
Continuei a me aproximar dele sabendo que me arrependeria caso ele voltassem para ser lar de vidro, bem longe de mim. Mas não me importei quando delicadamente toquei meus lábios sobre seu nariz, roçando-os até encaixá-los sobre seus lábios. Eles permaneceram parados até que ele carinhosamente correspondeu com o mais sincero e reprimido beijo que já havia ganhando, como um prêmio por ser uma boa menina, como o melhor de todos eles, sendo para mim apenas o estopim delas, as minhas famosas borboletas.

Segundo.

Depois de dois dias de cama, devido a uma gripe, me fez prometer que não sairia de casa até que eu me sentisse realmente melhor. Eu gostava de como ele conseguia ser carinhoso comigo mostrando como estava preocupado, e mesmo que eu já tivesse dito para ele que me sentia perfeitamente bem, ele me fez concordar que esperaria pelo menos um dia para voltar as minhas atividades normais.
Não que eu tivesse muitas coisas para fazer, ou que minha agenda social estivesse lotada. Mas só em pensar que eu teria que ficar em casa, não por desejo mais por necessidade me fazia pensar nas possibilidades que poderia estar deixando para trás, em troca de um dia de prisão domiciliar. Já me sentia um pouco claustrofóbica.
Mas eu já comecei a me sentir melhor pela tarde, assim que a tarde chegou e eu o ouvi descer minhas escadas depois de terminar meu almoço.
- Boa tarde, . – Eu sentia que meu nome ficava mais agradável sobre seus timbres de veludo macio. Era como uma canção, tão agradável como a minha de ninar.
- Olá, Edward. – Ele sorriu ao me ouvir falar seu nome, e por mais idiota que pareça, meu coração lentamente aumentava sua velocidade, dando início a sentimentos comuns na presença dele.
- Gosto dessa blusa em você. – Ele tocou meu cotovelo com sua mão aberta, fechando-a lentamente sobre meu braço fraco e fino, que contrastava claramente com o seu forte e ornamental.
- Você gosta de me deixar sem jeito, seu vampiro sem coração. – Dramatizei ridiculamente, mas ainda sim consegui tirar um sorriso dele, que crescia lentamente sobre o canto de seus lábios.
- Sem coração? Quanta grosseria, . Mas acredite, não preciso que ele bata para saber que eu te amo mais que minha vida. – Sua intensidade era volúvel e incerta, mas eu sentia com clareza cada certeza sobre elas, mesmo que ele ainda me deixasse um pouco confusa.
- O que está pensando? – Ele aprofundava a imensidão do seu olhar sobre o meu e eu tornei a ficar sem palavras, perdida completamente no doce sabor de ter sua respiração junta da minha, seu corpo próximo do meu, e seus sentimentos focados em mim – mesmo que isso ainda me soe impossível -; um lugar que era visto como impossível para muitas.
- ? – Ele tocou com suas mãos meus ombros e eu ainda me perguntava onde minhas palavras haviam sido escondidas. Tornei a me concentrar antes de falar o que me veio a mente de imediato.
- Seja justo, silêncio por silêncio, somos iguais. É uma relação igualdade.
- Penso porque ainda não te deixei segura, sem mim.
- Penso como você é capaz de me deixar frágil, assim como sou.

Terceiro.

O telefone tocou e eu já suspeitava quem seria. Costumava ser sempre assim, era só eu pensar que Alice me ligava, e dizia sempre a mesma coisa: “Pode falar, .”, mesmo que na maioria das vezes ela soubesse do que se tratava, mas ela se preocupava em me escutar, mesmo que o assunto fosse banal e desnecessário. Entretanto, quando recebi a sua ligação naquela manhã, ela sabia que o assunto não seria divertido e leve para nenhuma de nós duas.
- Alice, preciso que você faça isso! – Eu insistia, mas ela não aceitava.
- , você não entende? Ele me odiaria, é mais difícil do que parece e mesmo que... Arg, eu não posso, entenda isso!
- Alice, não, não faça isso comigo, você precisa me ajudar! – Já estava desesperada, eu precisava, necessitava.
- Me desculpe, mas não posso! – Foi a ultima coisa que ouvi, antes que ela desligasse.
Eu estava arrasada, e nada que fizessem mudaria o jeito que me sentia. Era como se todo o tempo fosse pouco e quanto mais ele passava, mas me sentia longe dele e próxima de um fim que chegaria, e muito rápido. Era cruel a maneira que me faziam aceitar que era assim que deveria ser, e mesmo que não concordasse, era ainda mais cruel o modo que não aceitavam como eu me sentia. Aceitavam? Não, aceitava, pois era apenas Edward que se negava a fazer por mim o que eu mais desejava; a confirmação eterna que seriamos eternamente um do outro.
Eu apenas aceitei, para que não me sentisse mais triste e esperei silenciosamente até a noite, para me encontrar novamente com ele, para poder ter um momento de felicidade real. E logo que me despedi de , para ir dormir, o contemplei sobre minha cama, parado como uma visão celestial, mais belo que qualquer outro ser, mais perfeito que tudo, mais apaixonante que todos, mais meu que eu poderia acreditar.
- Porque você pediu para a Alice? – Senti o rancor nas suas palavras, que me acertaram em cheio.
- Porque você não quis fazer por mim. – Fui sincera, mesmo que me sentisse mal por deixá-lo chateado.
- Qual a vantagem? – Ele disse ainda chateado.
- Viver eternamente... Do seu lado! – Para mim parecia bem óbvio.
- Mas viver como um demônio é o bastante para você? Satisfaz? – Ele não entendia, parecia confuso e atormentado.
- Se for ao seu lado, é o preço que pagarei com prazer. – Disse com firmeza, segura da minha vontade.
- Prazer? Você não sabe o que fala. – Ele se levantou, indo em direção da minha janela.
- Você que não me entende. – Fui atrás dele, com minha voz meio chorosa.
- Sh! Nada sobre isso, e aceite por hora, por favor, , me escute. – Ele tocou meus lábios com seus dedos, me olhando carinhosamente.
- Só você que vai ganhar com isso tudo. – Choraminguei abalada.
- Nem sempre a vida é tão justa, entenda. – Ele me abraçou com carinho, tentando compensar a dor que eu sentia.
Fui me deitar, sendo observada por ele e só senti a doce sensação do seu olhar desaparecer depois que o sol tomou meu quarto e o dia me dizia que algo aconteceria, mesmo que eu ainda não soubesse o que.

Quarto.

Seu vulto foi apenas o início, e eu ainda estava confusa do que realmente aconteceria. Eu já era capaz de ver seu rosto, e mesmo que a luz não o iluminasse o suficiente, já era o bastante para que eu pudesse ver seu peitoral marmorizado nu. O sorriso dele transpassava a escala do perfeito e seus caninos desenhados transportavam para mim uma sensação de estímulo viciante; era tentador. Gradualmente ele se aproximou, trazendo para si meu corpo, que permanecia ainda imóvel. Naquela posição, eu podia contemplar com clareza toda a intensidade que sua pele causava e como as voltas dos seus músculos conseguiam me deixar ser ar. Era tentador e proibido, e mesmo que a regra estivesse sido planejada com cuidado, eu podia ver com absoluta sutileza todo seu discurso ser desintegrado assim que senti o toque gélido de seus dedos sobre o cós do meu short.
Eu estava perplexa, mas para minha surpresa, Edward não estava disposto a parar. Ele delicadamente me deitou sobre minha cama enquanto voltava a tocar com seus dedos minha pele que estava sendo lentamente descoberta por ele. Seu olhar foi fixado em todo seu desejo, e eu apenas fechei meus olhos, sentindo o turbilhão que cada toque seu era capaz de causar. Ele foi envolvendo toda a situação com mistério e prazer e antes que pudesse me dar conta, meu short já havia sido tirado, junto com meu ar. Edward tornou a me olhar, e eu podia ver que ele estava se controlando ao máximo, mesmo que já estivesse fora de si.
Suas mãos voltaram a tocar minha cintura, subindo por dentro de minha blusa, tocando com desejo minha barriga. Senti meu corpo reagir de imediato por cada um daqueles toques, fazendo com que eu tornasse a senti-las borbulhando sobre mim. Suas mãos não desejaram parar, e eu só tornei a me recobrar do que estava acontecendo, quando ele com carinho, fez minha blusa cair ao nosso lado.
Deslizei minha mão sobre o cós da sua calça. Entrelacei meus dedos sobre seu passador de cinto, e cuidadosamente subi minhas mãos sobre suas costas desenhadas. Senti a sua respiração tocar meu pescoço e suas mãos descerem por minha cintura até minha coxa, onde ele pressionava as mãos. Tomei coragem e desabotoei sua calça, deixando que ele terminasse de tirá-la.
Seu olhar percorreu por meu corpo eu senti um frio subir até meu pescoço. Ele carinhosamente tocava minha pele e já podia sentir o calor gélido romper e nossas mãos permaneciam imóveis, esperando o início; que não tardaria.
Um sorriso singelo estourou sobre seu olhar e eu estava começando a entender o que meu amado vampiro queria. Era tão claro, e mais claro do que poderia supor, e por vontade e desejo concordei com a cabeça apenas sentindo ele segurar com força minha cintura, enquanto delicadamente me colocava por cima dele e fazia um caminho com seus lábios até os meus; não tardou para que eu sentisse o doce sabor gelado do mai delirante beijo, o melhor, o mais proibido. E foi daí que Edward começou, fazendo com que nossos desejos operassem até que eu pudesse sentir seu corpo pela primeira vez cansado.

Quinto.

Parecia um sonho, mas minhas roupas pelo chão faziam com que minhas dúvidas fossem exterminadas. Eu permaneci imóvel, tentando organizar na minha cabeça o que eu realmente havia passado e como tudo aquilo me fazia não acreditar. Como seria possível? Ele sempre foi tão controlado, certo e não estava disposto a correr riscos, mas o que me indicava que agora as coisas poderiam ser diferentes, e eu me permiti acreditar que Edward deixaria que meu maior desejo fosse realizado.
Assim que me dei conta, percebi que ainda não havia voltado para casa e era possível que não voltasse tão cedo. O que me deixou aliviada, pois naquela situação, era provável que o mínimo ele ficaria maluco, e me mandaria de volta para Reneé novamente.
Almocei de decidir sair com minha picape; já sentia saudades do ronco do seu motor e de como ela se movia lentamente pela ruas de Forks. Eu estava tão feliz, que não conseguia segurar minha expressão de felicidade, mesmo considerando o dia chuvoso e escuro.
Dei a partida e foi em direção da entrada, a rua estava vazia e molhada, multiplicando minha probabilidade de derrapar. Mas eu não me importava, já estava disposta a morrer, ou não. Na verdade não, mas se a vida fosse feita de prazer, acho que me considerava preparada.
Não que isso fosse importante, mas o fato é que eu estava preste a entrar na estrada quando um barulho atrás da minha picape chamou minha atenção, e rapidamente o vi parado ao lado do motorista, sorrindo encantadoramente, me olhando nos olhos.
- Para onde está indo? – Ele disse divertido, passando seu indicador por baixo do meu pescoço
- Sair? – Falei confusa, vendo o sorriso nos seus olhos.
- Vem, vamos dar um passeio! – Ele abriu a porta da minha picape, fazendo com que eu saísse dela.
- Para onde vamos? – Disse ainda confusa.
- Curiosa! Vocês humanos costumam ser assim. – Ele abriu a porta do carro para que eu pudesse entrar e eu apenas obedeci, hipnotizada.
Fiquei em silêncio, e ele sempre me olhava para ver se havia algo de errado comigo, mas eu ainda estava pensativa, tentando não enlouquecer de felicidade.
- ... – Eu adorava sua voz falando meu nome.
- Sim... – Deixei com que ele continuasse.
- O que te deixa feliz? – Olhei confusa, e ele apenas esperava minha resposta.
- Você. – Disse sem dúvida.
- Qual seu maior desejo? – Ele entrou meu olhar e eu apenas deixei que meu coração respondesse para ele.
- Ser como você. – Ele concordou com a cabeça e entrou por uma estrada de terra, que era desconhecida para mim.
O carro continuou por um caminho e apenas o barulho das rodas sobre o chão era ouvido. Ele não me olhou até que o carro estivesse estacionado perto de uma arvore alta com sua copa larga e antiga. Ele saiu majestosamente, estando ao meu lado meio segundo depois, abrindo a porta e estendendo sua mão para mim. Concordei e ele me colocou sobre suas costas e eu já sabia o que devia fazer.
Subimos rapidamente por árvores e para onde eu olhava, eu vi vultos borrados cada vez mais distantes. Ele estava rápido e quando me dei conta, já havíamos parado e ele estava me colocando não chão. Olhei ao meu redor e percebi que pisávamos em uma grande rocha que dava visão panorâmica de tudo ao seu redor. Ele me encarou sério e mais pálido que eu pensei que ele poderia ficar. Aproximou-me dele com rapidez e logo senti sua mão sobre meu rosto e seus olhos focados em mim. Seus lábios entre abertos buscavam algo e eu desejava secretamente que fosse os meus.
Suas duas mãos seguram minha cabeça e correram por meu pescoço. Ele tocou com seu polegar minha garganta e voltou a me encarar. Edward está silencioso, e eu não era capaz de falar, nem respirar, nem pensar, eu não era capaz de fazer mais nada, pois já sentia chegando mais próximo de mim o que nunca imaginei que chegaria.
Seus lábios se aproximaram do meu pescoço, se entre abrindo. O doce hálito dele batia contra minha pele pálida e eu já sentia meu sangue parar de correr, meus batimentos gelarem, meu coração de paralisar e elas, as mesmas de sempre, fervilhando em mim como sempre e agora eu me perguntava como seria; eu não me importava pois eu sabia que mesmo que o mundo parasse eu continuaria pulsando em meu intimo um amor que ultrapassaria alguns batimentos cardíacos.

FIM
Nota da autora: AMOOOORES! Depois de anos eu fiz a parte 2 da KMB, hehe. FELIZES? EIN EIN? Eu só tenho a agradecer a vocês por surtarem junto comigo, e acreditem que a cada comentário feliz de vocês me deixa cada dia mais e mais feliz! EU AMOOOO esse jeito lindo de vocês e só tenho a agradecer. De verdade, tanto que eu quero colocar o nome de cada uma aqui, que leu a KMB I e que me fez uma pessoa mais feliz! Então: Jess, Lari Yndi, Claudinha, xmilaa, Maah Mello, Lalynháh, Ana, Lólla, Larissa, Cyndria, Ana, Lumena, Claudia, Monique, Mayra Cibelly, Alexandrina, Vaah, Nicole, Srta Milla, Lara M, juud judd pattinson, Olÿ, Agdinha, Tati Schumacher, Carool e Fernanda. Para todas vocês meninas, MUUUUITO OBRIGADA! MESMO! Acho que vocês não têm idéia de como eu fico quando vejo um novo coments, sério.
Agora vamos para meu recado, explicando a fic, hehe. Eu a quis mais forte e com mais drama (não sei se vocês gostaram, mimimi). Mas como a Ana, a Lólla e a Larissa pediram restrita (e eu não sei fazer isso, ;-;) eu fiz ela com aquele cap 4 super quente (?) UAHSUHA Espero que tenha sido bom, aiaia, que coisa cruel.
Então, existe a possibilidade de KMB 3? SIM, caso vocês falem que vão querer, ok? Vou fazer se vocês quiserem e vai ser assim até vocês enjoarem, fechado? (:

Minhas outras fics:

Escarlate - Além do meu sangue
Kiss Me Butterfly I
I think we're alone now

Amo vocês, meninas. Obrigada por me apoiarem.
NÃO SE ESQUEÇAM DE COMENTAR!
(reclamações, brigas, apoio, recados, spam –rs-, idéias e etc: allyeenuk@gmail.com)
xx, Aly Danno.

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