I'll hold you in my arms. I'll take the pain away. Thank you for all you've done. There's nothing I would't do, to hear your voice again. Sometimes I wanna call you, but I know you won't be there. Nós nunca pensamos que o ‘pra sempre’ pode ter um fim. Nunca mesmo. Que a verdade seja dita: é muito bom viver o que é BOM sem se preocupar com todo o resto. Mas essa não seria a forma certa a se viver? Apenas aproveitar o que é bom da vida?
Perguntei-me isso por anos e anos...
Posso ver que minha vida só valeu a pena por um curto período de tempo. Um ano para ser exato.
E isso que você está prestes a ler, é o meu último desejo. Minha última chance de esclarecer tudo o que aconteceu comigo. E de pedir perdão, a todos que feri.
Flashback
- , você está pronto meu filho? – disse uma senhora de uns cinqüenta anos abrindo a porta do quarto do menino.
- Mãe, eu ainda não entendi por que eu preciso ir. – falou fazendo careta.
- ! Não quero mais discutir isso com você. Esse evento é importante para a carreira do seu pai. E não será tão difícil passar a noite na casa dos ...
- Mas mãe, por que eu não posso ficar? – O menino se levantou emburrado.
- , nós já discutimos isso. E eu sinceramente, não quero mais falar sobre. Então termine de se arrumar logo que já estamos atrasados. – A mulher saiu do quarto deixando o menino sozinho.
- Não é possível! Já tenho 17 anos e ainda tenho que ficar na casa de amigos da família quando meus pais vão passar a noite fora! Como se eu precisasse de babá. – ele resmungou dando uma última olhada no espelho e saindo do quarto.
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
O pai de bateu com o dorso da mão na porta da casa de número 37 e esperou que alguém abrisse. O que não demorou muito.
- Olá, James... – um homem grisalho abriu a porta – ...Elizabeth e pequeno .
- Já tenho dezessete anos, sabe? – disse displicente.
- , calado. – murmurou sua mãe entre os dentes.
- Bom, vamos entrando! Emma e estão na sala. – O homem grisalho, Robert, convidou a família para entrar.
- Oh, Robert... Estamos atrasados, podemos deixar isso para a próxima? – James respondeu educadamente.
- Claro, James. Boa sorte! – o homem puxou pelo braço e fechou a porta. O menino ficou observando a porta da casa fechada por um tempo, até que Robert o tirou do transe:
- Vamos . Estávamos no meio de uma partida muito emocionante de xadrez. – disse sorrindo.
O menino bufou e seguiu o dono da casa, entrando na sala bem mobiliada e iluminada por um lindo lustre de cristal. Sentada em uma almofada vermelha com um vestido de seda azul estava a filha mais velha da família .
- Olá, ! – Disse Emma se levantando do sofá onde estava sentada – Como está?
- Estou bem, Senhora , obrigado.
- Venha , sente-se. – Robert disse se sentando e apontando um lugar no sofá para – Você se lembra da minha mais velha?
- Tenho nome, sabe pai? – a menina se pronunciou.
- Mas é lógico! - a mãe da menina disse - Se esqueceu, que antes de ir para a Austrália com a tia, eu a levava para a casa dos para que os dois pudessem brincar, Robert?
- Oh, perdão. É verdade. - O marido concordou.
- E além do mais... - ela se dirigiu a - ...vamos à mesma escola.
- Vamos? – murmurou para si.
- Creio que temos aula de literatura juntos, né ?
- Hum... Er, claro. – disse sem graça. Como ele podia estudar com uma menina como e nunca ter reparado nela? /Flashback
Me lembro como se tivesse conhecido ontem mesmo! Nunca fui capaz de encontrar tal beleza em outra mulher. O que mais me fascinava nela era seu olhar infantil, tinha a cabeça de uma mulher mas um jeito de criança que encantava até o mais rancoroso dos homens. E eu adorava ainda mais quando aquele olhar era dirigido a mim. Eu adorava estar perto dela, adorava poder tocá-la. E adorava quando ela se preocupava.
Flashback
- – uma voz estridente gritou ao longe. – , me espere!
O menino parou de andar e se sentou na calçada abraçando as pernas. O dia estava frio e nublado, uma terça-feira horrível.
- O que aconteceu? - perguntou se sentando ao seu lado. – Por que o Dixon vez isso com você?
- Por nada . – O menino ficou vermelho.
- Por nada? POR NADA! - ela irritou-se – Então quer dizer que ele lhe deixou com um tremendo olho roxo e de nariz sangrando, por NADA!
- Sim. Por NADA. Ele é um idiota não vê, ?
- Você é pior que ele! Muito mais idiota!
- Ah é? E por que isso, senhorita ?
- Porque não vê que eu estou aqui para ajudá-lo! Porque não confia em mim. Preocupo-me com você, ...
- Obrigado. - ele se levantou corado. – Tenho que ir.
- Não vai me dizer o que houve? – perguntou triste.
- Depois... – ele voltou a andar em direção a sua casa – ?
- Hum?
- Quer sair comigo sexta-feira? Podemos ir ao Lago Wilson se quiser...
- Lago Wilson? – ela corou – Hum, ok... /Flashback
Desde o dia em que a conheci, não tirava da cabeça a idéia de levá-la comigo ao lago Wilson. Era lá que todos os casaizinhos da cidade passavam as sextas a noite, lógico que só depois de tomarem um sorvete ou talvez um refrigerante no Papas&Mamas. Fui um tanto abusado chamando-a assim de surpresa para sair comigo. Mas eu realmente gostava daquela garota, algo nela me prendia. O seu cheiro, seu sorriso, seu modo de mexer no próprio cabelo...tudo. Eu sentia que já não poderia viver sem ela. Necessitava de para sobreviver. Ela era a droga e eu o viciado. Por ela fiz coisas que não creio que faria por outras pessoas.
Como por exemplo na noite que fomos juntos ao Lago Wilson, peguei o carro do meu pai emprestado, ele amava aquele carro! Tinha um ciúme danado. E logicamente, ele não soube que eu peguei o carro.
Mas valia a pena! E aquele dia foi um dos melhores da minha vida.
Flashback
parou o carro bege de seu pai em frente a casa da família , estava na janela o esperando. Robert abriu a porta com Emma ao seu lado, caminhou até a porta da casa cumprimentando-os e esperando por .
- Olá. – ela pareceu entre seus pais com um vestido rosa de alças. Uma visão do paraíso segundo
- Você está linda. – ele disse corando de leve – Podemos ir? – perguntou estendendo a mão para a menina.
- Não voltem muito tarde. – Robert mandou.
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
- Quer passar no Papas&Mamas? – perguntou ligando o carro.
- Não estou com fome, . Obrigada.
tremeu. Ela queria ir direto para o lago? Essa era uma das coisas que ele mais gostava nela. Sua atitude.
- Quer...Quer ir para o lago?
- Se não se importar. – Ele tremeu mais uma vez. Porque ela sempre tinha que parecer indiferente? - Hum, ?
- Está tudo bem, ?
- Sim... – ela pigarreou – Porque me chamou para ir ao lago Wilson?
O menino entrou em desespero. Como dizer a ela que a amava? Ela iria rir dele! Ele mesmo, por diversas vezes, riu de si mesmo. Mas, não havia outra explicação... E ele não aceitava mentir para ela. Era fato, que em pouco mais de um mês, encantou de todas as formas. Ele precisava dela para viver. Como uma droga. Ela era o seu tipo preferido de droga. Sutil, mas quando você se dá conta já está completamente dependente.
- Achei que seria legal. - ele disse olhando com atenção a estrada.
A menina não disse mais nada, apenas ficou observando as árvores, que se tornavam borrões, graças a velocidade do carro. Acordou de seu transe, quando percebeu que havia estacionado o carro, a menina o observou com o canto dos olhos e percebeu que ele fazia o mesmo. Ficaram assim por um tempo. Mas tinha uma personalidade forte. E como dizia: ela não podia ficar calada por muito tempo.
- ...
- Desculpe. - ele falou baixo - Eu não deveria ter lhe convidado para vir aqui. Foi muito atrevimento. Posso te levar para casa, se quiser. - ele voltou a ligar o carro
- Não! - ela quase gritou - Eu quero ficar aqui com você, .
- O quê? - ele a olhou, pela primeira vez na noite, nos olhos.
- Eu... - ao longe ouviram um som de trovão, com certeza cairia uma tempestade aquela noite - Eu... - olhou em volta e viu que eles eram os únicos no Lago, onde estariam os outros casais? - Eu... Tenho medo de trovão, ! - eles ouviram outro trovão, que fez a menina estremecer, e quase que automaticamente, tocar a mão de . Que estremeceu também, mas pelo toque macio nas mãos de .
- Calma, eu estou aqui. - ele disse apertando a mão dela. - Vou sempre estar aqui.
- Promete? - ela parecia prestes a chorar.
- Prometo. - ele beijou a testa da menina e a puxou para mais perto dele, enconstando sua cabeça em seu peito. Embora , estivesse com medo que fosse capaz de ouvir seu coração batendo feito louco dentro de seu peito. /Flashback
Aquela chuva só acabou mais de uma hora depois! Cada vez que trovoava eu sentia tremer em meus braços. Todas as vezes que chovia, eu sempre ficava abraçado a ela. Acabou virando um costume. Que eu gostava. Muito.
Mas mesmo com a chuva, tudo o que aconteceu aquela noite foi perfeito. Tudo com ela sempre era perfeito. Não importava as circunstâncias, se chovia, nevava, fazia um calor insuportável. Nada no mundo podia atrapalhar.
Na semana seguinte ao nosso encontro no Lago Wilson, tomei coragem e resolvi chamá-la para jantar. Esse sim, seria um encontro digno de uma mulher como . Esse seria o melhor encontro da minha vida.
Flashback
Começo da Abril, não estava muito frio, nem muito quente, aquela noite. O céu estava lindo. Uma linda lua cheia brilhava no alto das cabeças de e , que andavam pela rua. Não havia mais ninguém andando na rua da casa do Barão Langdon. A rua do porto.
Eles não diziam uma palavra, mas não era preciso. Era um silêncio gostoso. Palavras não podiam descrever o que cada um sentia. estava nervoso, mas tentava aparentar estar calmo, e sempre com sua falsa indiferença.
- ! Olhe! - ela gritou apontando para o reflexo da lua no mar. - Não é lindo?
- Sim. É lindo. - ele disse chegando perto dela e encostando de leve suas mãos.
A menina virou para encará-lo e pegou em sua mão. que sempre tomava a atitude primeiro. Deixando , sem saber o que fazer. Mas naquela noite, ele sabia o que fazer.
- . - ele a chamou, fazendo-a olhá-lo - Eu... Seria muito ruim se eu lhe beijasse agora?
- Talvez... - ela o olhou timida - ...eu não seja boa nisso.
- Impossível. - ele disse se aproximando.
, pousou uma das mãos no pescoço de a trazendo para perto e encostou seus lábios, a menina sentia o coração no esôfago, ela não estava muito diferente de que poderia sair correndo e pulando feliz, a qualquer momento. /Flashback
Fui me apaixonando cada vez mais. O que fazia o meu estômago ferver de emoção, as malditas borboletas não me deixavam em paz! Porém, depois de um tempo, rinocerontes passaram a sambar em meu estomago... E a sensação era cada vez melhor.
Em pouco tempo eu amava aquela mulher e necessitava dela. E isso às vezes, causava inveja... Flashback
- Você sabe que eu sempre estarei com você, ? - ele perguntou olhando-a nos olhos.
- Quero muito acreditar, mas... - ela parou de falar rapidamente e encarou o chão. - Hoje...Quando...
- Não comece de novo! - ele a cortou irritado. Devia ser a centésima vez que ele explicava que Lou Ann Gordon era uma invejosa mentirosa e mal amada. Quando se tratava de Lou Ann, ele não economizava nos 'elogios'.
- Eu te amo. AMO, ? Tem noção, do peso desse sentimento? Do valor? - a menina o encarou, sem saber o que dizer, e ele continuou - E eu sempre estarei com você. Não importa quais as circunstâncias. Eu só queria que fosse recíproco esse sentimento. Apenas isso... Mas parece que não.
- O que... O que te faz pensar isso? - ela mal podia falar. Amava mas que a ela mesma, e isso desde quando eram pequenos e sua mãe a levava a casa dos para brincarem.
- Estou aqui, olhando em seus olhos, dizendo que a amo. E a única coisa que você faz é pensar na Lou Ann! - ele se sentou na calçada, encarando a rua movimentada.
- E eu estou aqui para dizer que a Lou Ann, é uma invejosa mentirosa e mal amada, e que nós não podemos perder nosso tempo falando dela. - ela se sentou, rindo sapeca, ao lado do menino - Eu te amo - ela disse uma única vez.
O menino sorriu de lado, e a abraçou com um dos braços, a trazendo para perto e deitando sua cabeça em seu ombro.
- Sempre estarei aqui. - ele murmurou antes de beijar-lhe o topo da cabeça. /Flashback
Eu não me cansava de dizer que a amava. Era tão bom poder dizer em voz alta! E depois poder ver o sorriso de felicidade dela, de ver a luz em seus olhos. Ela era o meu meteoro. Brilhava mais que o sol. E iluminava a minha vida.
Flashback
Fim de setembro, Londres nunca passara por uma tempestade de neve como essa. Algumas pessoas ficaram presas em casa, pois a neve não deixava que abrisse ao menos a porta. Mas era acostumada a pular a janela de seu quarto, no segundo andar, e descer pela macieira que ficava em baixo da janela do quarto de seus pais.
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
- ? O que você faz aqui? - Elizabeth abriu a porta. - Seus pais sabem que está aqui?
- Não, tia Lizzie. Por favor, não conte a eles! - a menina implorou - Eu preciso ver como o está! Por favor!
- Não posso fazer isso ! Sua mãe deve estar preocupada. - Elizabeth começou a subir as escadas, para o segundo andar, com ao seu encalço.
- Você não deveria ter saído, não vê como está forte essa nevasca? Veio andando? - Elizabeth se assustou. A menina balançou a cabeça concordando - Não sei o que se passa com essa juventude... - murmurou. - Bom, está dormindo, creio eu. - A mulher abriu a porta do quarto do filho, e pôde ver dormindo sereno, em sua cama. Ele estava um tanto pálido e isso a assustou.
- Vocês têm certeza de que ele está bem? - ela perguntou se aproximando do menino.
- O médico disse que mais uma semana e ele já melhora. Não precisa se preocupar. - Elizabeth sorriu. - Venha, vou ligar para sua mãe e fazer um chá.
- Eu gostaria de ficar um pouco com ele. Se importa, tia Lizzie? - encarou a 'tia'. E recebeu um "claro" sincero de Elizabeth. se voltou a e passou uma das mãos pelo seu rosto. - Deus, nunca mais o deixe ficar assim. Não é justo. Eu não poderia...
Não foi capaz de terminar a própria frase, os soluços eram inevitáveis. Lágrimas caiam de seus olhos sem que ela ao menos percebesse.
- Calma. - disse fraco, apertando a mão de contra o seu rosto - Eu estou bem, minha pequena. Não se preocupe.
- ? - ela balbuciou - Como você se sente? Precisa de alguma coisa? Quer que eu chame a sua mãe? Seu médico? - ela já não sabia mais o que oferecer a .
- Quero, você. - ele sorriu - Quero você aqui comigo. - apertou mais forte a mão da menina que tremeu. - Pode ficar aqui comigo?
- S-sim. Claro. Vim para isso mesmo. - Como ele amava, essa falsa indiferença...
- E sou eu que tem que cuidar de você. - disse rindo.
- Aaaah! Calado, ! - , sentou na beirada da cama, suas pernas tremiam - É a minha vez de cuidar de você.
- Mas eu sempre serei o seu herói, certo?
- Sempre. /Flashback
E por um bom tempo eu me esforcei para isso. Para ser o herói dela. A ajudei quando seus pais se separaram, o que foi um choque para todos, eu fui seu ombro amigo. Quando brigava com as amigas, motivos bestas sempre, eu que secava suas lágrimas. E era eu que espantava todos os seus medos. E como recompensa, recebia o amor sincero da mulher que eu amava. Mas de todas as coisas... Só houve uma que eu não fui capaz de impedir.
Flashback
Fazia um ano que e estavam juntos. O menino resolveu comemorar, convidando-a a ir jantar no mesmo restaurante que foram no primeiro encontro dos dois. No dia do primeiro beijo. Era o dia mais feliz da vida de ambos.
O jantar foi maravilhoso. As típicas e incansáveis juras de amor de e os olhares brilhantes de a ouvi-las.
No fim do jantar, ao contrário do que sempre acontecia, não havia 'roubado' o carro do pai, então como estava tarde resolveram ir de táxi. Estava frio e com certeza não queria ser o responsável se pegasse uma gripe. Ainda mais agora que estavam a poucas semanas da formatura. Ainda mais agora que ele estava finalmente terminando de planejar como a pediria em casamento.
Entraram no táxi, e o motorista sorriu carrancudo. Com certeza havia sido um dia difícil e longo. pensou em como tinha sorte de ter . Com ela, os piores dias pareciam passar voando, e no fim pareciam não ser tão ruins...Ela de fato iluminava a vida do rapaz. Ela mostrou a ele como era amar e amar de volta.
- Pode acreditar que a formatura está assim tão próxima, ? - perguntou olhando desatenta pela janela do táxi - Nem se parece que vamos finalmente escapar do colégio. - ela riu. - Recebeu a carta de Oxford?
- Não. Ainda não... - ele passou um dos braços pelos ombros da menina - Mas acho que até o fim da semana chega. Estou nervoso. - ele fechou os olhos.
- Calma, você sabe que será aceito! - passou a mão no rosto do namorado.
- Ainda não sei, porque não se candidatou a nenhuma! - ele a encarou sério - Escreve tão bem, poderia tentar fazer jornalismo!
- Não posso. Você sabe... - ela riu fraco. E voltou a olhar pela janela, admirando a beleza de Londres no fim do ano.
fez o mesmo. Londres era realmente linda no fim do ano.
, após um tempo, passou a observar o motorista que murmurava algumas coisas e dava leve socos no volante. Instintivamente, puxou de leve para perto de si. Talvez fosse melhor descer do táxi e pagar outro. O motorista parecia nervoso.
- ? - ela chamou e apontou com a cabeça para o motorista. compreendeu na hora.
- Hum...O senhor...
não pode terminar a frase, sentiu seus olhos arderem graças a uma luz forte vinda do lado direito, do lado onde estava sentada. Pode ouvir um grito, com certeza, ouviu barulho de pneus freando, ou ao menos tentando, a luz forte estava cada vez mais próxima. O que poderiam ser considerados segundos, pareceram horas. Ele sentiu um peso cair sobre o seu corpo o jogando com tudo para o lado direito do carro. Fechou os olhos e rezou para que estivesse bem. Para que nada de ruim houvesse acontecido. Rezou para que tudo fosse um sonho. Mas não, não era.
Após um tempo, ele pode ouvir pessoas falando alto e alguem dizer: " Liguem para a emergência!" Nessa hora, teve certeza que não era sonho, era real.
Abriu um dos olhos, com medo do que iria ver. O cabelo comprido de estava sobre o seu peito, o menino passou a mão pelos cabelos da amada, até poder sentir seu rosto, acaricio-lhe de leve a bochecha, mesmo sem poder olhá-la, e perguntou se ela estava bem. não sabia se era o barulho das pessoas gritando a sua volta, mas não podia escutar a resposta de . Se ao menos as pessoas podessem falar mais baixo!
- ?! - ele tentou se mexer, para poder olhá-la, mas sentiu seu corpo inteiro doer. - , meu amor, está bem? Me responde!
Não podia ser. Não era possível.
- ! - o menino gritou com toda a força que pode juntar em seu corpo fraco - Por favor... ... - ele sentiu seu estomago dar um nó, e sua garganta secar. - Eu te amo. - Ele sussurou. acariciou mais uma vez o rosto da menina e deixou que as lágrimas que ele estava evitando caíssem pelos seus olhos.
Ao fundo ele ouviu sirenes, e pessoas gritanto: 'Aleluia!'. "Aleluia? A mulher da minha vida, morreu. E vocês gritam aleluia?" o menino pensou com raiva.
- Tem um menino aqui! - um homem disse chamando os outros paramédicos - Olá, meu nome é Jim. Qual o seu?
- - ele respondeu seco - Chegou tarde demais Jim. Quem deveria ser salvo, não pode mais.
O paramédico o olhou com uma sobrancelha arqueada e então pode ver o cabelo de sob o peito de .
- Sinto muito, - Jim, forçou um sorriso. Odiava "perder alguém em seu turno". - Bom, vou fazer o possível para tirar você daí.
- E o motorista? - ele perguntou com um pouco de rancor em sua voz - Ele está vivo?
Jim levantou a cabeça e olhou seu companheiro de trabalho, tentando tirar o corpo do taxista.
- Hum... Creio que não.
- Que bom. - sorriu sarcástico. /Flashback
Daquela noite, não lembro muitos detalhes. Tenho memória seletiva. E dessa noite, nada vale a pena lembrar. Pior dia da minha vida. Motorista maldito! Não se assuste... Não fico feliz com a morte do pobre homem... Mas... Não sei se é possível explicar!
Por muito tempo me culpei por não ter percebido antes que o homem estava perturbado, ou por não ter pego o carro do meu pai, como eu sempre fazia. Eu deveria ter ouvido que queria ir a pé... Talvez ela ainda estivesse aqui comigo.
O que me confortou por muito tempo, foi saber que ela morreu na hora. Não sentiu dor alguma. A batida foi tão forte que ela nem ao menos teve chance.
O motorista do outro carro, não teve culpa de nada, caso você esteja se perguntando. O taxista, estava entrando na contra-mão, quando Jared, sim eu sei o nome e sou amigo do outro motorista até hoje, fez a curva. Jared, me ajudou muito no começo. Ele se sentia culpado, por algo que obviamente não era culpa dele. E assim fomos ficando amigos.
Hoje, sou casado com sua irmã, Kirsten, e tenho um filho chamado David. Mas, por mais horrivel que isso possa parecer, por mais que Kirsten me faça feliz, por mais que ame minha família, sinto falta de cada nascer do sol da minha vida. Sinto um aperto no coração, cada vez que me lembro dela, e as vezes posso jurar sentir sua presença. Sei que ela olha por mim. Sei que ouve meu choro, pedindo por perdão. Por não ter podido salvá-la aquela noite. E quase posso ouvi-la dizendo: ' pelo menos uma vez na vida, eu tinha que ser a sua heroína, e não você o heroi.'
Mal sabia ela, que só o fato de me amar e de me fazer feliz, de me fazer sentir especial para alguem, já bastava. Apenas isso, já havia me salvado. Ela era minha heroína sempre. Meu meteoro. A iluminação da minha vida. E quando ela se foi, quando o clarão passou, meus olhos estavam cegos, e eu não podia ver nada. Só alguns rastros de luminosidade, que faziam meus olhos arderem em lágrimas e meu estômago embrulhar. Só Deus sabe, como foi difícil, fingir que não haviam rastros de luminosidade, para que eu pudesse começar minha vida de novo. Ignorando completamente a pequena luminosidade que me tirava a razão. Porém, por diversas vezes, tive algumas recaídas. E mais uma vez agradeço a Jared, por sempre estar do meu lado.
Agora, como já disse: estou deitado em uma cama velha. Cancêr, é um bom jeito de se morrer. Muitos podem pensar o contrário, mas acho bem melhor. Ao menos podemos nos preparar para o pior. Nossa família pode se preparar para o pior.
Tenho leucemia faz dois anos, e agora os remédios não fazem mais efeito, os médicos dizem que com sorte, terei mais um mês de vida. Ao menos, pude ver meu filho crescer, e ainda pude acompanhar minha nora, Susan, ao hospital, para ter sua primeira filha. Minha primeria neta.
Posso dizer que vivi uma ótima vida. Conheci o significado do amor, aprendi a dar valor as pessoas a minha volta, pude me sentir o homem mais feliz do mundo ao segurar meu único filho nos braços, disse 'eu te amo' com sinceridade diversas vezes, e ainda consegui ver minha linda neta sorrir.
Peço perdão, a todos que fiz sofrer com minha dor pessoal. Principalmente a Kristen, que foi obrigada a viver sobre a sombra de .
Acho que finalmente, estou pronto, para descobrir se um grande amor um dia pode se acabar. Ou se é apenas um tempo que temos que esperar.
Ass:
FIM. "Nosso amor é como o vento. Não posso vê-lo, mas eu posso senti-lo."