Ela subiu sem pressa a tortuosa ladeira. À medida que avançava, as casas iam rareando, modestas casas espalhadas sem simetria e ilhadas em terrenos baldios. No meio da rua sem calçamento, coberta aqui e ali por um mato rasteiro, algumas crianças brincavam de roda. A débil cantiga infantil era a única nota viva na caída da tarde.
Ele a esperava encostado em uma árvore. Esguio e magro, metido num largo blusão azul-marinho, cabelos crescidos e desalinhados, tinham um jeito jovial de estudante.
- Minha querida .
Ela encarou-o, séria. Em seguida, olhou para os próprios sapatos.
- Veja quanta que lama. Só mesmo você inventaria um encontro num lugar destes. Que idéia, , que idéia! Tive que descer do taxi lá longe, jamais ele chegaria aqui em cima.
Ele sorriu entre o malicioso e o ingênuo.
- Jamais, não é? - Riu sem humor. - Pensei que viesse vestida de um jeito esportivo, e agora me aparece nessa elegância... Quando você andava comigo, usava uns sapatões brutos, lembra?
- Foi para falar sobre isso que você me fez subir até aqui? - Perguntou ela, guardando as luvas na bolsa. Tirou um cigarro. - Foi?!
- Ah, ... - e ele tomou-a pelos braços, rindo. - Você está uma coisa linda. E fuma agora uns cigarrinhos pilantras, azul e dourado... Espero que minha turma não tenha influênciado. - O moço completou. - Juro que eu tinha que ver, ao menos mais uma vez, toda essa beleza, sentir esse perfume. Então, fiz mal?
- Podia ter escolhido um outro lugar, não? – Abrandara a voz. – E que é isso aí? Um cemitério?
Ele voltou-se para o velho muro arruinado. Indicou com o olhar o portão de ferro, estragado pela ferrugem.
- Cemitério abandonado, meu anjo. Vivos e mortos, desertaram todos. Nem os fantasmas sobraram, olha aí como as criancinhas brincam sem medo - acrescentou, lançando um olhar às crianças rodando na sua ciranda. Ela tragou lentamente. Soprou a fumaça na cara do companheiro. Sorriu.
- e suas idéias. E agora? Qual é o programa?
Brandamente, ele a tomou pela cintura.
- Conheço bem tudo isso, minha gente está enterrada aí. Vamos entrar um instante e te mostrarei o pôr-do-sol mais lindo do mundo.
Perplexa, ela encarou-o um instante. Então jogou a cabeça para trás, numa risada.
- Ver o pôr do sol! Ah, meu Deus... Fabuloso, fabuloso! - Ela diz em tom irônico. - Me implora um último encontro, me atormenta dias seguidos, me faz vir de longe para este matagal, só mais uma vez, só mais uma! E para quê? Para ver o pôr-do sol em um cemitério...
Ele riu também, parecia afetado, como um menino com muita energia.
- , minha querida, não faça isso comigo. Você sabe que o que eu mais gostaria era de te levar ao meu apartamento, mas fiquei mais pobre ainda, como se isso fosse possível. Moro agora numa pensão horrenda, a dona é uma Medusa que vive espiando pelo buraco da fechadura!
- E você acha que eu iria? - Respondeu cínica.
- Não se zangue, sei que não iria, você está sendo fidelíssima. Então pensei, se pudéssemos conversar um instante numa rua afastada... - disse ele, aproximando-se mais. Acariciou-lhe o braço com as pontas dos dedos. Ficou sério. E aos poucos, inúmeras rugazinhas foram se formando em redor dos seus olhos ligeiramente apertados. Os leques de rugas se aprofundaram numa expressão astuta. Não era nesse instante tão jovem como aparentava. Mas logo sorriu e a rede de rugas desapareceu sem deixar vestígio. Voltou-lhe novamente o ar inexperiente e meio desatento. – Você fez bem em vir.
- Então tudo bem. Mas nós não podíamos ter ido tomar alguma coisa num bar?
- Estou sem dinheiro, meu anjo, vê se entende.
- Mas eu pago!
- Com o dinheiro dele? Prefiro beber veneno de rato. Escolhi este passeio porque é de graça e muito decente, não pode haver passeio mais decente, não concorda comigo? Chega até a ser romântico.
Ela olhou em redor. Puxou levemente o braço em que ele a apertava.
- Foi um risco enorme, . Ele é ciumentíssimo! Está farto de saber que tive meus casos. Se nos pega juntos, então sim, quero ver se alguma das suas fabulosas idéias vai consertar minha vida.
- Mas me lembrei deste lugar justamente porque não quero que você se arrisque, meu anjo. Não tem lugar mais discreto do que um cemitério abandonado, veja, completamente abandonado – prosseguiu ele, abrindo o portão. Se arrastava pelo chão, fazendo um barulho de um metal esganiçado gemerem entre seus ouvidos. – Jamais seu amigo, ou um amigo do seu amigo, saberá que estivemos aqui.
- É um risco enorme, já disse. Não insista nessas brincadeiras, por favor. E se algum deles vierem em um enterro? Pior ainda! Além disso, não suporto enterros.
- Mas enterro de quem? , , quantas vezes preciso repetir a mesma coisa?! Há séculos ninguém mais é enterrado aqui, acho que nem os ossos sobraram, que bobagem. Vem comigo, pode me dar o braço, não tenha medo... - ergueu seu braço para a menina, mas ela apenas virou a cara para frente, figindo não ter presenciado o tal ato.
O mato rasteiro dominava tudo. E, não satisfeito de ter passado pelos canteiros, subira pelas sepulturas, infiltrando-se ávido pelos rachões dos mármores, invadira alamedas de pedregulhos esverdinhados, como se quisesse com a sua violenta força de vida cobrir para sempre os últimos vestígios da morte. Foram andando vagarosamente pela longa alameda banhada de sol. Os passos de ambos ressoavam sonoros como uma estranha música feita do som das folhas secas trituradas sobre os pedregulhos. Sempre obediente, ela se deixava conduzir como uma criança. Às vezes mostrava certa curiosidade por uma ou outra sepultura, a maioria com os pálidos medalhões de retratos esmaltados em sua lápide.
- É imenso, não é? - Ela disse suavemente. - E tão miserável... Nunca vi um cemitério mais miserável, chega a ser deprimente! – Exclamou ela atirando a ponta do cigarro na direção de um anjinho de cabeça decepada. - Vamos embora, , chega.
- Ah, , olha um pouco para essa tarde! Deprimente por quê? Não sei onde foi que eu li, a beleza não está nem na luz da manhã nem na sombra da tarde, está no crepúsculo, nesse meio-tom, nessa ambiguidade. Estou lhe dando um crepúsculo numa bandeja e você se queixa.
- Não gosto de cemitério, já disse. E ainda mais cemitério pobre.
Delicadamente ele beijou-lhe a mão.
- Você prometeu dar um fim de tarde a este seu escravo - lembrou-a.
- É, mas fiz mal. Pode ser muito engraçado, mas não quero me arriscar mais.
- Ele é tão rico assim? - Disse com dedém.
- Riquíssimo! Vai me levar agora numa viagem fabulosa até o Oriente. Já ouviu falar no Oriente? Vamos até o Oriente, meu caro...
Ele apanhou um pedregulho e fechou-o na mão. A pequenina rede de rugas voltou a se estender em redor dos seus olhos. A fisionomia, tão aberta e lisa, repentinamente escureceu, envelhecida. Mas logo o sorriso reapareceu e as rugazinhas sumiram.
- Eu também te levei um dia para passear, de barco, lembra?
Recostando a cabeça no ombro do homem, ela retardou o passo.
- Sabe, , acho que você tem mesmo um jeito galã, um certo charme... Tenho às vezes saudade daquele tempo. Que ano aquele! Ainda não entendo, como aguentei tanto, imagine mais um ano daqueles!
- É que você tinha lido "Romeu e Julieta", ficou assim, toda frágil e toda sentimental. E agora? Que romance você está lendo?
- Nenhum - respondeu ela, franzindo os lábios. Deteve o passo para conseguir ler a inscrição de uma laje despedaçada: - Minha querida esposa, eternas saudades - leu em voz baixa. Dito isso, formou-se um bico em sua face. - Pena que durou pouco essa eternidade.
Ele atirou o pedregulho num canteiro mais ao norte. Parecia querer se acalmar, algo o perturbava.
- Não fique triste pela mulher. A morte tem um lado bom, é esse abandono pela morte que faz o encanto disto. Não se encontra mais a menor intervenção dos vivos, a estúpida intervenção dos vivos - disse, apontando para uma sepultura fendida, a erva daninha brotando rebelde de dentro da fenda -, o musgo já cobriu o nome na pedra. Por cima do musgo, ainda virão as raízes, depois as folhas... Esta é a morte perfeita, nem lembrança, nem saudade, nem o nome sequer. Nem isso.
Ela aconchegou-se mais a ele, um leve arrepio se passou pelo seu corpo. Bocejou.
- Está bem, mas agora vamos embora que já me diverti muito com sua companhia, faz tempo que não me divirto tanto, só mesmo um cara como você podia me fazer divertir assim, esquecer os problemas. – aproveitou para dar-lhe um rápido beijo na face. - Chega, , quero ir embora.
- Mais alguns passos...
- Mas este cemitério não acaba mais, já andamos quilômetros! – Olhou para atrás. – Nunca andei tanto, ! Vou ficar exausta.
- A boa vida te deixou preguiçosa. Que feio. – Lamentou ele, impelindo-a para frente. – Dobrando esta alameda, fica o jazigo da minha família, é de lá que se vê o pôr do sol. – E, tomando-a pela cintura: - Sabe, , andei muitas vezes por aqui de mãos dadas com minha prima. Tínhamos então doze anos. Todos os domingos minha mãe vinha trazer flores e arrumar nossa capelinha, onde já estava enterrado meu pai. Eu e minha priminha vínhamos com ela e ficávamos por aí, de mãos dadas, fazendo tantos planos. - Um sorriso melancólico brotou de seus lábios. - Agora as duas estão mortas.
- Sua prima também? - Pareceu chocada.
- Também. Morreu quando completou quinze anos. Não era propriamente bonita, mas tinha uns olhos... Eram como os seus, parecidos com os seus. Extraordinário, , extraordinário como vocês duas se parecem... Penso agora que toda a beleza dela residia apenas nos olhos, sempre nos predendo em seu olhar, como os seus.
- Vocês se amaram? - Foi a única coisa que conseguiu pronunciar. estava perplexa, com dó, mas perplexa. Namoraram mais de dois anos, e não sabia sobre nada disso, foi como uma bomba em seu coração.
- Ela me amou. Foi a única que... - fez um gesto. – Enfim, não tem importância.
tirou-lhe o cigarro, que estava com , tragou um pouco e depois devolveu-o.
- Eu gostei de você, . Caso não se lembre.
- E eu te amei. E te amo ainda. Percebe agora a diferença? - Gesticulava suas mãos.
Um pássaro se prendeu em uma das cercas e soltou um grito agudo. Ela estremeceu.
- Esfriou, não? Vamos embora. - Pedia em sussurro, quase um socorro.
- Já chegamos, meu anjo. Aqui estão meus mortos. - Mostrou-lhe a construção antiga em sua frente.
Pararam diante de uma capelinha, coberta de alto a baixo por uma trepadeira selvagem, que a envolvia num furioso abraço de cipós e folhas. A estreita porta, rangeu quando ele a abriu. A luz invadiu um cubículo de paredes amareladas, cheias de estrias de antigas goteiras. No centro do cubículo, um altar meio desmantelado, coberto por uma toalha que adquirira cor com o tempo. Dois vasos desbotados com rosas secas, rodeavam um crucifixo de madeira. Entre os braços da cruz, uma aranha tecera dois triângulos de teias já rompidas, fazendo assim, farrapos em um manto que alguém colocara sobre os ombros da cruz. Na parede lateral, à direita da porta, se encontrava uma portinhola de ferro dando acesso para uma escada de pedra, descendo em caracol para a catacumba.
Ela entrou na ponta dos pés, evitando roçar mesmo de leve naqueles restos da capelinha. Era tudo escuro, sombrio.
- Que triste, . Nunca mais você esteve aqui? - Perguntou cheia de receio.
Ele tocou na face da imagem recoberta de poeira. Sorriu melancólico.
- Sei que você gostaria de encontrar tudo limpinho, flores nos vasos, velas, sinais da minha dedicação, certo? - Arqueou sua sobrancelha. - Mas já disse que o que eu mais amo neste cemitério, é precisamente esse abandono, esta solidão. As pontes com o outro mundo foram cortadas e aqui a morte se isolou por total. Absoluta.
Ela adiantou-se e espiou através das enferrujadas barras de ferro da portinhola. Na semi-obscuridade do subsolo, os gavetões se estendiam ao longo das quatro paredes que formavam um estreito retângulo cinzento.
- E lá embaixo? - A adrenalina corria por suas veias, ora de medo, ora da sede de aventura.
- Lá estão as gavetas. E nas gavetas, minhas raízes. Mas agora é apenas pó, meu anjo, pó - murmurou ele. Abriu a portinhola e desceu a escada. Aproximou-se de uma gaveta no centro da parede, segurando firme na alça de bronze, como se fosse puxá-la. – A cômoda de pedra. Não é grandiosa? - um sorriso se formou em seus lábios, aquele lugar estava melhorando o seu humor.
Detendo-se no topo da escada, ela inclinou-se mais para ver melhor.
- Todas estas gavetas estão cheias?
- Cheias? - Riu sozinho, o som de sua voz ecoando pelo pequeno espaço. - Só as que tem o retrato e a inscrição, está vendo? - apontou para algumas das milhares de gavetas ao redor. - Nesta, está o retrato da minha mãe, aqui ficou minha irmã... - Prosseguiu ele, tocando com as pontas dos dedos num medalhão esmaltado, embutido no centro da gaveta.
Ela cruzou os braços. Falou baixinho, com um ligeiro tremor na voz:
- Vamos, , vamos. - Agora toda sua coragem havia se transformado em medo.
Arrepios, era isso que aquele lugar causava. Cruzou os braços em seu peito, para ver se conseguia disfarçar.
- Você está com medo? - Encarou-a desconfiado.
- Claro que não, estou é com frio. Suba e vamos embora, estou com congelando! - Mentiu.
Ele não respondeu. Adiantara-se até um dos gavetões na parede oposta e acendeu um fósforo. Inclinou-se para o medalhão frouxamente iluminado:
- Minha priminha Emily. Lembro-me até hoje do dia em que tirou esse retrato. Foi umas duas semanas antes de morrer... Prendeu os cabelos com uma fita azul e se exibia para todos, "estou bonita? Estou bonita?" Ela perguntava para a família. - Falava agora consigo mesmo, doce e gravemente - Não, não é que não fosse bonita, mas os olhos... Venha ver, , é impressionante como tinha olhos iguais aos seus. Lembra do que eu te disse?
Ela desceu a escada, encolhendo-se para não esbarrar em nada. Não sabia era nojo, ou pavor.
- Aqui consegue ser mais frio ainda. E que escuro, não estou enxergando um palmo em minha frente...
, acendendo outro fósforo, ofereceu-o à sua companheira.
- Pegue, dá para ver muito bem... - Afastou-se para o lado. - Repare nos olhos!
- Mas estão tão desbotados, mal se vê que é uma moça... - Um pouco antes da chama se apagar, aproximou-a da inscrição feita na pedra. Leu em voz alta, lentamente. - M. Emily, nascida em vinte de maio de mil oitocentos e vinte três, falecida... - Deixou cair o palito e ficou um instante imóvel. – Mas esta não podia ser sua priminha! Morreu há mais de oitenta anos! Seu menti...
Um baque metálico decepou-lhe a palavra pelo meio. Olhou em redor. A capela estava deserta. Voltou o olhar para a escada. No topo, a observava por trás da portinhola fechada. Tinha seu sorriso meio inocente, meio malicioso. Mas seu olhar continha pura maldade.
- Isto nunca foi o jazigo da sua família, não é, seu mentiroso? Brincadeira mais cretina! – Exclamou ela, subindo rapidamente a escada. – Não tem graça nenhuma, ouviu?
Ele esperou que ela chegasse quase a tocar o trinco da portinhola de ferro. Então deu uma volta à chave, arrancou-a da fechadura e saltou para trás.
- , abre isso imediatamente! Vamos, imediatamente! – Ordenou, torcendo o trinco. - Detesto esse tipo de brincadeira, você sabe disso. Seu idiota! É no que dá seguir a cabeça de um idiota desses. Brincadeira mais estúpida! - Falava, falava...
- Alguns raios de sol vão entrar pela rachadura da porta, e em um das paredes contém uma pequena janela. Quando chegar bem perto, bem pertinho, você verá o pôr do sol mais belo do mundo.
Ela sacudia a portinhola, tentava se soltar.
- , chega, já disse! Chega! Abre imediatamente, imediatamente! - Sacudiu a portinhola com mais força ainda, agarrou-se a ela, pendurando-se por entre as grades. Ficou ofegante, os olhos cheios de lágrimas. Ensaiou um sorriso. - Ouça, meu bem, foi engraçadíssimo, mas agora preciso ir mesmo, vamos, abra... - Tentava um tom calmo.
Ele já não sorria. Estava sério, os olhos diminuídos. Ao redor deles, reapareceram as rugazinhas abertas em leque.
- Boa noite, . - Semi-cerrou os olhos.
- Chega, ! - Gritou ela, estendendo os braços por entre as grades, tentando agarrá-lo. - Cretino! Me dá a chave desta porcaria, vamos! - Exigiu, examinando a fechadura nova em folha. Ele a tinha comprado. Examinou em seguida, as grades cobertas por uma crosta de ferrugem. Imobilizou-se. Foi erguendo o olhar até a chave que ele balançava pela argola, como um pêndulo. Encarou-o, apertando contra a grade a face sem cor. Esbugalhou os olhos num espasmo e amoleceu o corpo. Foi escorregando, até chegar ao chão, frio e sem vida.
- Não, não... - Sussurrava em tom quase inaudível, convencia-se de que aquilo era apenas um mal entendido.
Voltado ainda para ela, ele chegara até a porta e abriu os braços.
- Boa noite, meu anjo.
Os lábios dela se pregavam um ao outro, como se entre eles houvesse cola. Os olhos rodavam pesadamente numa expressão de puro pavor, medo, angústia.
- Não...
Guardando a chave no bolso, ele retomou o caminho percorrido. No breve silêncio, o som dos pedregulhos se entrechocando úmidos sob seus sapatos era o único que se ouvia. E, de repente, o grito medonho, inumano:
- NÃO! - a menina se descontrolou, aquilo não podia, não devia estar acontecendo.
Durante algum tempo, ele ainda ouviu os gritos que se multiplicaram, semelhantes aos de um animal sendo estraçalhado. Depois, os uivos foram ficando mais remotos, abafados como se viessem das profundezas da terra. Assim que atingiu o portão do cemitério, ele lançou à capela um olhar apelativo, olhou para os lados. Ficou atento. Nenhum ouvido humano escutaria agora qualquer chamado. Acendeu um cigarro e foi descendo a ladeira. Crianças ao longe brincavam de roda.
A última imagem que ambos tiveram, foi a de um belo pôr-do-sol, se fundindo ao horizonte.
FIM!
(lembrando que a fic é reescrita)
N/A: Geeeeeeente, então, DESCULPA pelo final macabro e tudo mais KKKK, mas eu não resisto a um final melancólico hihi. Eu estava lá, lendo um conto e me apaixonei perdidamente pela história, então resolvi reescrever do meu jeitinho hihi. E para quem não reparou, é fic não se passa no século XXI -nn KKK Espero que tenham gostado, e não se esqueçam de ler e comentar minhas outras fics, inclusive nessa aeee n :)