Todos esses anos desejando que nada disso acontecesse, que eu poderia ser quem eu era no meu próprio lugar, que eu pudesse realizar todos os meus sonhos aqui, no meu país, mas não, como ainda tenho 17 anos sou obrigada a fazer tudo o que minha mãe diz e então teremos que se mudar do Brasil, do meu Brasil, onde eu tinha tudo, amigos, minhas coisas, os melhores lugares pra me divertir e agora, não terei nada, graças a minha mãe que tem que se mudar pra Inglaterra, agora que virou empresária de outra bandinha inglesa. Agora era isso, me mudar, dar tchau pra minha melhor amiga e só vê-la depois de sabe Deus quantos meses ou anos. Não vou mais fazer faculdade ao lado dela e nem nada, agora é somente eu e minha mãe, ou melhor, eu e eu porque ela tem as coisas dela pra fazer e eu agora terei de arrumar as minhas sozinha.
01
Em sua nova casa, do outro lado do oceano, mais especificamente em Londres, era noite, as luzes na cidade brilhavam intensamente, dava até vontade de sair e conhecer tudo. Sua mãe pediu ajudar com as malas, e ela foi ajudar, sendo uma boa filha. null estava fazendo de tudo para se acostumar com a idéia de ficar longe das coisas antigas e de null, sua melhor amiga desde os 8 anos de idade.
Ela esperava que com essa nova banda, sua mãe poderia permanecer por certo tempo num só lugar, poder se acostumar com as coisas daqui, com a cultura daqui, etc.
- Esse daqui é o seu quarto, revolvi dar o maior pra você já que você tem tantas coisas – sua mãe disse com um sorriso.
- Obrigado, é perfeito – dizendo isso, entrou e fechou a porta.
Jogou sua mala ao lado de sua cama e deitou-se na cama, analisando cada estrutura de seu quarto; havia um banheiro não muito grande, mas perfeito pra ela; a cor do quarto era num tom de rosa tão claro que quase chegava a ser branco. Estava cansada, o jet lag já estava a afetando, ela olhou no relógio e eram 9:50 pm, achou melhor tomar um banho para ir logo dormir.
Acordou com sua mãe batendo na porta, dizendo que elas tinham que sair e era melhor ela começar e se arrumar. Quando saiu do quarto, sua mãe já estava pronta, preparando o café da manhã na cozinha. Ela se perguntou aonde iriam, mas decidiu não perguntar logo de cara ou ela pareceria sem educação ou demonstraria estar chateada com a idéia de ter sido acordada de manhã tão cedo e precisar sair com a mamãe.
- Bom dia – ela disse entrando na cozinha e se sentando.
- Bom dia filha, tome seu café rapidinho para nós irmos sem atraso.
A curiosidade venceu.
- Aonde nós vamos, tão cedo assim?
- Eu tenho uma reunião com os meninos da banda, vou conhecê-los pessoalmente.
- E por que eu tenho que ir junto? Isso não é coisa do seu trabalho e tudo mais? – perguntou, não entendendo.
- É coisa rápida lá, só vamos nos conhecer mesmo, depois a gente pode ir conhecer a cidade, almoçar fora, se você quiser.
Sem dizer mais nada, ela concordou com a cabeça, seria até uma boa idéia sair hoje, não ficar só em casa e talvez conhecer pessoas novas. Terminou seu café, escovou os dentes, vestiu o casaco e foi pra porta onde sua mãe a estava esperando com sua bolsa na mão.
02
null foi com sua mãe para o local marcado, chegaram meia hora mais cedo e tiveram que ficar na sala de espera. Como o jet lag ainda estava atrapalhando-a, ela se deitou num sofá que estava meio escondido da visão das pessoas e acabou dormindo, sua mãe a deixou ali e foi ao encontro com a nova banda.
Eles eram jovens, com no máximo 24 anos cada um. Havia 4 integrantes, 3 de olhos azuis e um de olhos castanhos, muito educados e sorridentes.
- Muito prazer. null. – um deles disse cumprimentando a senhora null.
- Eu sou null. – tinha uma aparência engraçada.
- null. – sorriu timidamente.
- null. – disse beijando a mão dela, como um gesto antigo e dócil.
Sem graça, ela disse para se sentarem. Conversaram por muito tempo, digamos que algumas horas; ela percebeu que trabalhar com eles seria muito bom, exigiria esforço, mas nada que ela não estivesse acostumada. Fecharam o contrato, a agradeceram por ela ter se mudado de tão longe só para não deixá-los na mão. Com um grande sorriso, a senhora null disse:
- Foi um prazer, espero mesmo ajudar todos vocês e imagino que vocês sejam muito talentosos.
- E somos, pode apostar – null disse, gargalhando e ao mesmo tempo entregou uma cópia de CD para ela, na capa mostrava o nome “McFLY”. – Espero que goste.
- Eu já ouvi vocês uma vez, e podem ter certeza de que gostei, estou louca pra ver ao vivo.
- Então é isso, logo esse dia chegará – null disse animado.
- Dependendo de mim, poderia ser amanhã mesmo – eles olharam assustados. – Ok, estou brincando, preciso de mais um tempo para me organizar e acho que vocês também.
- Sim, você tem razão. Nos vemos em breve – eles levantaram e ela fez o mesmo, os acompanhando para saírem da sala.
Chegando à sala principal, null, que estava começando acordar, viu sua mãe ao lado de quatro garotos completamente perfeitos. Ela deu um pulo do sofá no mesmo instante, passando a mão no cabelo e ajeitando sua roupa. Sem graça, ela foi até sua mãe e a olhou.
- Rapazes, essa é minha filha, null – ela disse, mostrando a filha com orgulho. – null, esses são, null, null, null e null – mostrou cada um na ordem em que estavam.
- Olá, muito prazer – null sorriu sem graça, queria muito achar um buraco agora.
- O-oi. O prazer é nosso. – todos responderam ao mesmo tempo e gaguejando, nunca tinham visto uma menina tão linda assim na frente deles e ainda mais filha de alguém que agora conviveriam quase todos os dias.
Sua mãe percebeu que ela estava envergonhada, mas não sabia o que dizer; por sorte null foi mais rápida e falou:
- Vou ao banheiro e logo volto. – saiu em disparo à procura de um banheiro só pra poder se esconder e se arrumar um pouco.
Os meninos, que deram uma risada discreta, ainda bobos com a beleza de null, se despertaram e viram que a senhora null estava os olhando e rindo ao mesmo tempo. Mal sabia ela que só com essas poucas palavras de sua filha, o coração do querido null já estava a mil, mas ele sabia ser discreto, pelo menos por enquanto. Porém ele sabia que essa menina que mal conhecia despertou algo nele, que não sentia há muito tempo.
- Bem, acho melhor irmos pra casa, tenho coisas a fazer e acho que vocês também – ela disse num tom simpático.
- Sim, a senhora tem razão. Vamos caras – null falou, com uma tremenda pressa, se despedindo dela com um aceno e puxando os outros atrás dele.
Enquanto a senhora null foi atrás de null, eles saíram do prédio e entraram em seu carro particular, com destino de ir para casa, mas null queria passar em uma Starbucks antes.
03
Saindo da Starbucks, cada um com o seu frappuccino, entraram no carro novamente e começaram a tagarelar descontroladamente.
- Você viu? Nossa, que garota era aquela? – null falava.
- Realmente muito bonita – null disse, não ligando tanto quanto os outros.
- Mas acho que alguém aqui achou muito mais né? – null disse, rindo e se virando direto ao null.
- Hãm? O quê? Eu? – ele gaguejava.
- Claro né, você não consegue esconder essa sua cara apaixonada de nós, mesmo não a vendo por tanto tempo – null confirmou.
- Ta, eu gostei dela. Ela é diferente – ele se entregou.
- Como você sabe cara? – null disse, lambendo o seu canudo. – Ela só falou três palavras conosco e você nem a conhece.
- Mas eu sinto – ele se envergonhou, mas não ligou.
- É, ele sente – null disse, fazendo carinho na cabeça de null.
- Sai daqui, null, seu estranho – ele disse, rindo e tirando a mão dele de sua cabeça. – Depois que vemos melhor as coisas, com a senhora null e tudo mais, o que acham deu chamá-la para sair?
- Seria uma boa. Assim você a conhece mesmo – null disse, apoiando-o. – E da uma na cara do null se ela for mesmo o tipo de pessoa que você “sente”. – null olhou e mostrou a língua.
- Se você não chamar, eu juro que eu chamo – null falou e logo recebeu um tapa na cabeça de null.
- Certo, vou fazer isso – ele disse confiante.
null e sua mãe estavam pelo centro de Londres, fazendo compras, conhecendo os lugares; estavam se divertindo muito, uma tarde de mãe e filha inesquecível em uma cidade que provavelmente seria inesquecível. Foram ao shopping, compraram alguns casacos e null encontrou uma bota completamente linda.
Depois de andarem tanto, pararam na praça de alimentação e só se preocuparam com uma única coisa: comida.
Depois de estarem quase terminando de comer, null, que quase não se aguentava, resolveu comentar:
- Os meninos parecem ser bem legais e bons para trabalhar também.
- Sim, o McFLY é muito legal, são ótimos garotos – ela disse, sorrindo.
- Então esse é o nome da banda, McFLY? – ela perguntou, se interessando.
- Sim, acho que nunca mostrei o som deles pra você, mas eles me deram uma cópia do CD. Quando chegarmos em casa, você ouve.
- Ta certo. E quando vão começar com o trabalho pesado?
- Eu vou começar amanhã mesmo, tenho muito a fazer a respeito da banda – falou, terminando seu suco.
null só concordou com a cabeça e começou a pensar, será que eles eram bons mesmo? Será que eram boas pessoas também? Aparentemente pareciam gentis, mas ela não sabia, afinal não tinham trocado mais do que um “oi”. Mas ao mesmo tempo esse “oi” já significou muita coisa que ela nem imaginava.
Quando chegou em casa, foi correndo ligar seu computador e escutar o CD do McFLY que sua mãe lhe deu e aproveitou para pesquisar fotos e curiosidades da banda. Por sorte, encontrou sua amiga null online, contou sobre o seu dia, que estava morrendo de saudades e falou sobre os meninos. Deu risada quando ela mandou uma foto e ela disse: nossa, que perfeição são essas amiga? As duas sempre gostavam das mesmas coisas e claro que null agora gostaria do McFLY e ajudaria a amiga com o que ela precisasse.
04
Na manhã seguinte, sua mãe saiu cedo e deixou um bilhete dizendo: “Fui trabalhar, volto pro almoço”. null acordou e foi tomar seu café;logo depois, disparou para a televisão, não teria nada pra fazer a manhã inteira e era uma beleza ficar em casa, sozinha e de pijama ainda. Passou o resto da manhã assistindo desenhos que ela estava com saudade de ver e passou muito tempo também com a cabeça nas nuvens, sentindo falta de tudo o que deixou pra trás, mas se essa mudança aconteceu assim tão de repente, era porque tinha algo muito melhor para vir em sua vida, ela pelo menos tentava acreditar nisso. Foi até a cozinha tomar um copo de suco e ouviu alguém abrindo a porta, foi até a sala e viu sua mãe sorrindo.
- Olá – ela disse empolgada.
- Oi mãe, como foi o seu dia?
- Muito bom e muito produtivo. Está com fome? – ela disse, colocando a bolsa na cadeira e dando um beijo na bochecha da filha.
- Um pouco, mas não tenha pressa pra preparar o almoço, aliás a senhora chegou cedo, né? – ela disse, notando o horário no relógio e descobrindo o porquê de não estar com tanta fome.
- Sim, os meninos me trouxerem até aqui e me levaram também, nem precisei usar nosso carro, eles foram generosos.
Agora eles sabiam onde nós morávamos também, a coisa estava progredindo, null pensou.
- Entendo. Acho que vou tomar um banho enquanto o almoço não fica pronto.
- Ta certo, acho uma ótima idéia.
O que null não sabia era que sua mãe convidou o McFLY para almoçar em sua casa, sua mãe agradeceu por ela ir tomar um banho e ficar mais arrumada. Quando saiu, viu sua mãe colocando o terceiro prato na mesa e se perguntou o por que de três pratos...
- Mãe, por que três pratos? – ela olhou confusa.
- Na verdade, são seis pratos, querida – ela sorriu.
“Minha nossa, não!” pensou null.
- Seis? Você os chamou para almoçarem aqui? – disse espantada.
- Sim, eu esqueci de mencionar isso quando cheguei, eles foram se arrumar e já estão a caminho.
- Mãe, você deveria ter dito, preciso me arrumar.
- Mas filha, você está arrum... – ela mal terminou de dizer e null disparou para o quarto, procurando uma roupa descente.
Meia hora depois, conseguiu o que queria e gelou ao ouvir o barulho de alguém batendo na porta. Saiu do quarto, insegura, achando que iriam rir de sua cara ou qualquer coisa, mas depois a confiança preencheu o lugar e ela sorriu ao ver os meninos entrando em sua casa.
- Nossa, que cheiro bom. – null disse, entrando.
- Realmente, senhora null, já despertou o meu apetite esse cheiro – null disse num tom gracioso. null deu risada do comentário dele e eles a notaram.
- Olá – null respondeu indo cumprimentar um de cada vez com um beijo no rosto.
- Você está muito bonita. – null não se aguentou e soltou. null o olhou pelo canto do olho, tentando não demonstrar raiva e pensando “era eu quem deveria falar isso”.
- Com certeza, muito bonita. – null falou assim que o perfume dela invadiu seu espaço.
- Obrigada – null sorriu envergonhada.
- Se eu conhecesse vocês há mais tempo, eu poderia dizer que estão de olho na minha filha, mas como eu não conheço, vou apenas ficar com essa idéia na cabeça. – a senhora null falou.
- MÃE! – null exclamou, ficando mais envergonhada do que estava.
- Sua mãe pode estar certa, null – null falou rindo. – Posso te chamar assim?
- Er... Pode, claro – vergonha total.
Eles foram se sentar no sofá, enquanto null ajudava sua mãe a colocar o resto das coisas na mesa. null estava quieto como sempre, mas com os pensamentos a mil, não acreditava o quão cara de pau eram seus amigos, ele quem queria ter dito que ela estava bonita primeiro, ele quem deveria começá-la a chamar pelo apelido, mas ele ia mudar as coisas, ia fazer algo que nenhum deles poderia superar.
- Hora do almoço, rapazes.
Eles sentaram-se à mesa grande de jantar da casa e todos começaram a comer educadamente e sem nenhum piu, até que começaram com perguntas sobre a banda, entrevistas, próximos shows, novas músicas, etc. null continuava quieta, até que null viu que ela estava sem falar nada e resolveu puxar assunto com a garota, mostrar ser o cara legal.
- Então, null, está gostando de Londres? – o primeiro assunto que veio em sua cabeça.
- Estou sim, mas sinto falta do Brasil. – ela falou meio triste.
- Eu adoraria ir pra lá um dia, seria muito legal. Quem sabe um dia em turnê – null disse animado e recebendo um sorriso gracioso de null.
- Eu quero conhecer tantos lugares que eu já perdi a conta – null disse, dando risada.
- Todos nós queremos – null disse.
- Vocês vão gostar do Brasil, lá é bem quente, com vários lugares para visitar e tudo mais. – null disse, sentindo falta de tudo.
- Com certeza vamos – null falou, sorrindo pra ela. null corou e para disfarçar, bebeu seu suco. - Você parece triste aqui, sabia? Sente muita falta de lá, né? – ele perguntou, notando o que ela tinha.
- Sinto... Sinto falta da minha melhor amiga também – ela disse, abaixando a cabeça.
- Nós tivemos que vir para cá de uma hora pra outra, ela ainda não se acostumou muito. - a senhora null tentou ajudar, passando a mão na de null como gesto de carinho.
- Entendo... Ei, pra você não ficar assim, quer se distrair um pouco? Sei lá, sair com a gente, podemos te levar pra conhecer mais a cidade e quem sabe você fica melhor – null disse confiante e orgulhoso por te chamado null pra sair, mesmo que os outros fossem junto, era um ótimo começo já.
- Eu adoraria, se vocês não se importarem com a minha presença – ela riu e eles riram junto.
- Claro que não – os quatro falaram juntos.
- Certo, se quiser ir depois do almoço mesmo, estamos disponíveis – null falou.
- É uma ótima idéia vocês levarem a null para sair, ela precisa disso mesmo.
Eles abriram um sorriso gigante e terminaram o almoço.
05
- Aonde a senhorita deseja ir? – null perguntou, abrindo a porta do carro.
- Quem conhece a cidade são vocês, vocês quem vão escolher e me levar – null falou, rindo enquanto esperava os outros entrarem no carro.
- Já que a gente já almoçou, a gente poderia ir comer alguma coisa doce, não sei. Talvez um sorvete... – null falou
- Ou então um bolo com sorvete – null melhorou.
- Com bastante calda – null disse.
- Vocês só comem, pelo amor de Deus – null falou e null gargalhou.
- Mas é uma boa idéia – null disse, pensando em todos os bolos e tipos de sorvete que teriam na loja preferida deles. – O que você acha null?
- Por mim tudo bem, eu também sou fã de comer.
- E é fã da gente, né? – null perguntou, rindo e null não entendeu direito o sentido da frase dele.
- E do null também, tem que ser – null falou, rindo e recebeu um outro tapa de null.
- Sou fã de todos, só que bolos e sorvetes ganham. – null mostrou a língua.
Continuaram rindo e conversando muito, até que chegaram ao local; comeram tanta porcaria que não aguentavam nem andar. Ficaram por um bom tempo sentados numa praça que era um pouco deserta, depois foram andar pelas ruas de Londres, conhecer os bairros, etc. Com muito cuidado para não serem descobertos por nenhuma fã louca, só se depararam com uma dupla de menininhas que gritaram pra suas mães: “é o McFLY”. Ainda bem que elas eram pequenas e eles puderam sair correndo antes de serem notados por mais pessoas.
- Não é ruim ter que andar meio que às escondidas pelas ruas? – null perguntou quando voltaram para o carro.
- Não, nós gostamos disso e já estamos acostumados, no começo que foi meio difícil – null falou.
- Pra ter uma vida assim, tem que gostar mesmo – null disse rindo.
- Nós adoramos, é ótimo ver todas essas pessoas nos apoiando e dizendo que nos amam. Tudo o que fazemos nos palcos são pra eles e queremos que eles se sintam bem – null falou, sorrindo, mostrando o orgulho de ser famoso.
- Obrigado pelo passeio de hoje, eu me diverti muito com vocês e suas histórias engraçadas.
- Que isso, sempre que quiser, estaremos aqui e você ainda nem ouviu as histórias de quando eu os tranco sem roupa no quarto e escondo tudo – null disse, gargalhando.
- Vocês realmente são loucos, mas eu gosto disso – null disse sincera. – Eu não tive muitos amigos homens em toda a minha vida e é bom encontrar pessoas como vocês por aqui. Agradeço por minha mãe ter vindo pra cá pra trabalhar com vocês e não com outros.
Eles ficaram encantados com as palavras dela, eram muito sinceras e eles sentiram dó por ela não ter tido muito amigos e queriam ser os melhores para ela, afinal ela já se tornara para eles.
- E eu agradeço por ela ter uma filha legal como você e não uma menina louca que quando nos visse começaria a gritar – null disse, rindo.
- Eu nem conhecia vocês, como eu iria gritar quando os visse? – null perguntou.
- Quando você nos viu, não sei como saiu um “olá” da sua boca, você estava com tanta vergonha – null falou e null corou. – E está ficando com vergonha agora de novo, melhor eu parar.
- Não tenho culpa se sou tímida, ok? – null mostrou a língua.
- E nós também não temos culpa de você ter ficado com vergonha da nossa beleza radiante. – null falou e todos riram e nem perceberam que tinham chegado à casa de null.
- Bom, é melhor eu entrar, obrigada mais uma vez. – ela abriu a porta e mandou um beijo no ar.
- Não foi nada, tchau. – null disse.
- Tchau, null, até mais. – null e null acenaram com as cabeças no vidro.
- null, espera. – null gritou e saiu do carro.
Ele tinha de fazer isso.
- O que foi, null? – null disse nervosa e não entendendo o porquê de o menino estar lá fora com ela e ter fechado a porta do carro.
- Er... É difícil de dizer isso, sabe... – null estava quase tremendo, null o olhou sem entender e ele viu em seus olhos o desentendimento. – Eu queria saber se você... Se você...
- Se eu o que, null? Não precisa ficar nervoso pra falar comigo. – ela sorriu, tentando acalmá-lo, mas por dentro devia estar pior do que ele.
- Quer sair pra jantar amanhã, comigo? – soltou as palavras de uma vez e ela o olhou, demonstrando estar assustada.
- Eu? Sair com você? Pra jantar? Só nós dois? – null ficou em um estado de nervoso em que só sabia perguntar as coisas e não apenas responder a pergunta principal.
- Você, só comigo, amanhã às 8 horas – ele piscou.
- Claro que eu vou – ela sorriu envergonhada e percebeu que depois daquela piscada, null perdeu toda a vergonha.
- Te vejo amanhã, então – ele deu um beijo demorado em sua bochecha e voltou ao carro. Quando ele entrou no carro e fechou a porta, ela respondeu um ”até” mais do que surpreso.
null entrou correndo e foi logo tentar falar com null e contar sobre o seu dia.
06
A senhora null saiu o dia todo, null ficou em casa mais nervosa do que tudo. Passou a maior parte do tempo escolhendo a roupa certa para a ocasião especial dessa grande noite. Escolheu um vestido preto, com um simples decote e um sapato de salto, preto também. Quando sua mãe chegou (ela estava quase pronta) e viu em seus olhos o nervosismo, disse:
- Você gosta dele, não é?
- Mãe... – null riu sem graça.
- Eu não perguntaria isso se você não estivesse tão nervosa.
- E se fosse você, não estaria também? Ele é, realmente, muito legal e eu tenho medo de parecer uma tola. Eu nunca saio pra jantar com ninguém assim, mãe, você sabe disso... – null falou se sentando no sofá, tentando relaxar.
- Não precisa ficar desse jeito, seja você mesma essa noite; como você foi ontem a tarde toda, junto com os outros. Você dois, juntos, formam um casal muito bonito e eu quero o melhor para minha filha. – ela falou sorrindo e abraçando a filha.
- Obrigado, mãe. É muito bom ouvir isso. Espero, realmente, que dê tudo certo.
- E vai dar, você vai ver. – null levantou e ao mesmo tempo ouviu alguém batendo na porta. – Você está linda. Aproveite.
null foi até a porta, suspirou antes de abrir e pensou “eu consigo”. Abriu a porta e quase caiu para trás. À sua frente não estava o mesmo menino que ela viu ontem, e sim um homem, de terno e gravata, com um buquê de rosas nas mãos. Sua mãe ficou encantada com o que viu, e sem null poder ser rápida e dizer algo, null disse:
- Você está linda.
- Obrigada – falou tímida, sentindo um calor por dentro, de tanta vergonha.
- Ah, olá, senhora null. – null sorriu ao vê-la atrás de null.
- Olá. Tenham uma ótima noite. – ela foi rápida e disparou para o quarto para deixá-los a sós por esse tempo.
- Você também está muito bonito. – null finalmente conseguiu dizer.
- Obrigado – ele sorriu ficando com vergonha, o que deixou null ainda mais “encantada”. – Isto é para você. – ele disse entregando o buquê e dando um beijo em sua bochecha.
- São lindas. Entre em pouco, preciso pegar a minha bolsa, e aproveito para colocá-las na água. – ela sorriu o puxando para dentro.
- Certo, te espero aqui.
null foi rápida. Foi até ao banheiro, olhou-se no espelho para ver se nada realmente faltava e voltou à sala principal, onde estava null.
- Vamos? – ele perguntou se levantando e estendendo sua mão a ela.
- Vamos. – ela pegou sua mão e eles saíram de casa.
Chegaram ao restaurante, um dos mais populares de Londres, porém era um pouco reservado. Não tinha muita gente, era um lugar tranquilo, aconchegante e romântico para se ter um belo jantar.
null ficou até sem graça de entrar em um lugar daqueles, mas ela estava disposta a deixar de lado sua vergonha, aproveitar sua noite e não deixar que nada a estragasse. Queria que tudo fosse perfeito. Era uma noite perfeita, com um cara perfeito e tinha que acabar perfeita.
- Esse lugar é realmente lindo. – ela falou se sentando e vendo null ir se sentar a sua frente.
- Eu queria que fosse especial, ainda bem que gostou. – ele sorriu sincero. – Aqui tem todos os tipos de comida, o que você vai querer?
- Todos os tipos? Hm... Eu adoro comida japonesa, você gosta?
- Amo. – ele sorriu. – Vamos pedir, então?
- Claro. – ela retribuiu o sorriso e ele foi chamar o garçom para que ele trouxesse um champanhe e depois a comida.
null estava com as mãos suadas, tentava não parecer nervosa. Sempre que ficavam sem assunto ela tomava um gole do seu champanhe e ele fazia igual. Ambos nervosos, sem saber onde chegar, até que...
- null... – null finalmente conseguiu dizer o que estava em sua mente por tanto tempo. – Por que você me chamou pra sair?
null também estava nervoso e sabia que ela perguntaria isso mais cedo ou mais tarde.
- Porque eu gostei de você. – ele falou sorrindo e vendo-a corar mais ainda. – Realmente gostei de você.
- Eu também gosto de você. – ele pegou a mão dela em cima da mesa e acariciou.
- É mesmo? – ele perguntou brincando, pois sabia que ela gostava dele também. null demonstrava apenas com o olhar.
- Sim. – ela sorriu. – Você é tão atencioso, nunca conheci ninguém assim... – ela suspirou e olhou em volta. – E, nunca, ninguém fez tudo isso por mim. Me levar em um lugar como esse, só pra dizer que gosta de mim.
Enquanto ela falava, null olhou para porta e viu uma coisa estranha. Estranha para os outros, pra ele era mais do que normal. Um paparazzi estava na janela, com a sua câmera idiota, fotografando null e null, mas null não queria esconder isso. Ele realmente gostava de null e se fosse para começar algo, ele teria que expor.
- O que você está olhando? – null perguntou olhando na direção em que ele olhava.
- Não é nada, é que tem um paparazzi nos olhando pela janela.
null ficou assustada e rapidamente soltou e mão de null.
- Desculpa, eu sei que você não quer que ele nos veja juntos e que espalhe por aí coisas.
- Não, null. Tá tudo bem. – null disse rindo e pegando a mão dela de novo.
- Como assim, tudo bem? Amanhã vai estar no jornal “null do McFLY jantando com uma suposta namorada”. – null falou séria.
- Eu não me importo. – ele falou baixo.
- Não? – ela perguntou assustada.
- Você disse que alguém nunca tinha feito isso por você, né? Te levar em um lugar desses só pra dizer que gosta de você, certo? – ele perguntou e ela afirmou com a cabeça. – Eu não vim aqui com apenas essa intenção. – ele sorriu e ela continuava com a mesma cara, sem entender absolutamente nada.
Até que null chegou mais perto e a beijou. Ela ainda assustada e sem saber o que fazer direito, o deixou aprofundar o beijo. “Mas como ele conseguia ser perfeito até beijando?” null pensou, enquanto deixava null brincar com a sua língua, até que ela parou o beijo e o olhou sem jeito.
- Acho que essa foi a coisa mais errada que você já fez na sua vida. – ele brincou.
- Você não gostou?
- Claro que eu gostei... Mas eu não sei se isso é certo. – ela abaixou a cabeça e ele pegou em seu queixo, a fazendo olhar em seus olhos e falou:
- Só descobriremos se é certo ou não, se tentarmos alguma coisa.
- Está pedindo pra me namorar ou eu estou apenas sonhando? – ela perguntou e ele riu de sua ingenuidade.
- Estou. Quer namorar comigo, null?
null não precisou pensar sobre isso. Ele era uma ótima pessoa, ele era perfeito, ele fez tudo isso por ela, e por apenas esses poucos dias, ele foi o mais atencioso com ela, como poderia dizer não?
- Quero. Com certeza, eu quero. – null sorriu e ele a beijou.
No dia seguinte, null contou o que tinha acontecido no jantar para null, logo que acordou. A amiga ficou muito feliz por isso ter acontecido, desejou tudo de bom a eles e avisou que queria conhecer ele e os outros da banda logo. Depois, null contou para sua mãe absolutamente tudo, de como null foi atencioso e carinhoso com ela. Sua mãe ficou muito feliz em saber que ele era assim e que tinha se dedicado tanto.
- Não é muito cedo para namorar? – brincou sua mãe.
- Talvez, mas eu quero tentar. Ele é perfeito mãe, é como um sonho, só que real. – null se sentou no sofá e ficou imaginando tudo o que aconteceu com ela apenas nesses poucos dias.
Se mudar para Londres, deixar o Brasil, o país em que ela nasceu e se acostumou a viver, e agora ia se acostumar com o clima úmido de Londres, o frio virando rotina em sua vida. Sua mãe virar empresária de uma banda, que tinha quatro garotos completamente carismáticos e atenciosos, e agora um deles era seu namorado. Como isso aconteceu tão rápido? Ela sorriu no sofá imaginando tudo e nem percebeu que sua mãe a estava olhando.
- É tão bom ver você feliz, filha. – ela sentou ao lado de null e a abraçou.
- Desculpa ficar com raiva por ter que mudar pra cá. – null pediu com sinceridade.
- Não se preocupe, eu sabia que você ia acabar gostando daqui. – ela beijou o topo de sua cabeça e foi para a cozinha.
null ficou ali por mais alguns minutos, só imaginando do como seria o seu ano agora.
Coisas novas, planos para a faculdade, uma vida nova e ela faria de tudo para que fosse perfeito como esses primeiros dias. Enquanto planejava tudo em sua cabeça, ouviu o barulho de alguém na porta e foi atender.
- Olá. – null entrou e bagunçou o cabelo de null.
- null, como está? – null entrou junto de null, que estava sorrindo.
- Bem, até agora. – ela brincou e eles riram.
- Quer que eu vá embora? – null perguntou a abraçando e dando um beijo demorado em null.
- Depois desse beijo, eu não quero que você vá. – ela riu e ele riu junto, fechando a porta atrás deles.
- Olá, rapazes. – a senhora null sorriu para eles, que retribuíram o sorriso. – Oh, e olá para você, genro. – ela olhou pra null e todos riram.
- Fico feliz em saber que você já contou a novidade pra sua mãe e ela não quer me matar.
- Claro que não, só vou matar se você machucar ela. – ela ameaçou, mas com um tom de diversão.
- Isso nunca irá acontecer. – null disse e beijou a bochecha de null, a deixando com vergonha.
- E como vocês reagiram? – null perguntou aos outros sentados no sofá, como se estivessem em casa.
- Nós já sabíamos que isso ai acontecer. – null entregou null.
- Eles me ajudaram com tudo. – null sorriu sem graça.
- Que ótimos amigos você tem, hein. – A senhora null respondeu e eles riram.
- Tenho mesmo. – null confirmou olhando pra eles.
- Que coisa mais linda, mas não esquece que eu sou ótima também. – null brincou pegando a mão dele.
- null, estou vendo que você será disputado por três meninos lindos e sexys e uma garota maluca. – null falou gargalhando.
- Eu não sou maluca, você que é. – null mostrou a língua pra ele.
- Confessa, você é um pouco... – null falou fazendo uma cara de safado, e null não conteve os risos.
- Tá, só um pouco.
- Que tal a gente parar com esse papo de maluco e ir logo pro ensaio? – null falou interrompendo tudo.
- E eu vou poder ir? – null perguntou fazendo bico.
- Eu vim aqui só pra te buscar. – null sorriu e apertou a mão dela, fazendo null sorrir junto.
- Certo, vamos. – null falou se levantando, indo até a porta e os outros o acompanharam.
- Isso vai ser legal... – null falou puxando null.
- Vai, é? – ela perguntou curiosa.
- Claro, depois do ensaio eu vou te levar pra passear. Como não vai ser legal? – ele perguntou e ela riu.
- Então, não vai ser legal... – ela falou o fazendo ficar sério. – Vai ser perfeito. - ele sorriu no mesmo instante que ela falou e a puxou para um beijo.
E seria assim. Os dois juntos, se apaixonando conforme os dias iam passando; todos felizes, não só eles, mas também os outros da banda e a mãe de null. Essa era a nova vida que ela jamais imaginaria que ia viver, não estava sozinha e não estava mais chateada por não ser tudo como era antes. Falaria com sua melhor amiga, do outro lado do oceano, todos os dias; nas próximas férias iria visitá-la e faria de tudo para levar os meninos. E quem sabe com uma agenda de shows marcada pela América do Sul.
N/A: Realmente espero que vocês tenham gostado, eu não sou boa escrevendo e nem nada. Então, se algo pareceu estranho ou sem noção me desculpem. Espero ter agradado a todas. Esse final eu achei meio sem graça, mas foi o máximo que eu consegui pensar, até porque eu queria que essa fic fosse “quase” short, afinal o sonho não foi tão grande assim, haha. Só quero dizer que poucas coisas foram inventadas aí, o resto realmente aconteceu (no sonho, claro) e bem que ele poderia ser real, né? tcs tcs. Mas, enfim, acho que é só isso... Nem com agradecimentos eu sou boa, como vocês podem ver, mas saibam que eu estou M-U-I-T-O feliz por cada pessoa que leu, seja minha amiga, conhecida ou não. E se você leu e não gostou, por favor, comenta isso, me diz o que você não gostou que eu vou tentar não fazer algo do tipo na próxima (se tiver uma próxima, né). Isso é tudo. Obrigada, de novo, por lerem ♥
Curiosidades: 1. A fic se chama “Like A Real Dream”, porque esse foi o primeiro sonho que eu tive com o McFLY. 2. Ela tem apenas sete capítulos, porque sete é o meu número da sorte. 3. No sonho, eles, na verdade, estavam no Brasil, e não eu na Inglaterra. 4. Jamais achei que iria escrever esse sonho e transformá-lo em uma fic. 5. O sonho acabou quando eu entrei no carro com o guy, mas imaginei toda a continuação da noite e saiu isso. 6. Não tinha nenhuma amiga; eu coloquei, porque acho muito ruim uma história dessas não ter nenhuma amiga. Ainda mais do outro lado do oceano, não é? 7. Esse é o melhor sonho que eu já tive, pronto.
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xx.
N/B: Ai que linda, Bruh! :3
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Qualquer erro, seja de script, português ou ambos, enviem diretamente a mim, ok? Seja por tweet ou email. Muito obrigada! xx, Mari Lima