Era uma manhã normal de um dia de semana qualquer quando o bilhete chegou.
havia se levantado de sua cadeira levemente acolchoada para falar sobre a Guerra Fria para seus alunos do último ano do colegial.
Ele era um professor novato naquele colégio, porém, muito querido por seus alunos. Era considerado novo demais em relação aos seus colegas de trabalho, mas ele gostava disso. Tinha uma consideração enorme pelo seu trabalho e queria fazer tudo com extrema perfeição.
Seus olhos pairaram sobre seus cinquenta alunos. Eles estavam aglomerados próximos uns aos outros, aumentando a sensação de calor humano. Os outros professores nunca deixam eles se sentarem dessa forma, com extrema liberdade para se expressarem. Porém, não era como os outros professores.
E era isso que chamava a atenção de seus alunos.
Todos pareciam gostar dele como um amigo, ou com segundas intenções, quando se tratava das garotas.
Claro, ele era bonito e, como dito anteriormente, mais novo, na casa dos vinte ou trinta anos, ninguém sabia. De qualquer forma, era comum ouvir suspiros por onde passava, sussurros e segredos de como seria interessante conhecer mais à fundo as profundezas de , o novo professor de história.
- Vamos começar - Ele bateu na mesa para chamar a atenção para si e sua explicação. Todos os olhares piscaram em sua direção naquele momento. Um grupinho de garotas que sentavam sempre nas primeiras fileiras sorriram de forma maliciosa. Outros levantaram suas cabeças, percebendo que a aula tinha acabado de começar.
Satisfeito com a atenção, falou. Explicou o assunto que tanto dominava, mexendo as mãos com frequência para exemplificar os conflitos, a importância da Guerra Fria na geopolítica mundial do século XX.
Uma garota em especial estava prestando atenção. Ela não era como as “bitches” com suas saias minúsculas ou como as lésbicas que sentavam encostadas na parede do canto esquerdo sem realmente prestarem atenção.
Era uma garota normal, talvez mais uma das tantas loucas por , no entanto, ela não afirmava isso a ninguém.
Ele era sua atração secreta, era mais do que qualquer sentimento que havia adquirido por alguém em seus dezessete anos de vida. A garota olhou para o papel que segurava com força.
Era simples, inofensivo a quem olhasse a primeira vista. Tinha uma aparência branca e um pouco desleixada, porém, comportava palavras que ela queria compartilhar desde o momento que o viu pela primeira vez.
Ela se virou para sua melhor amiga, , que dormia sem nenhum pudor ao seu lado, chegando a ressonar de vez em quando. Aquele era o momento certo.
respirou fundo. Uma, duas vezes. Tomou coragem e cutucou o colega da frente. Ele a encarou sem expressão em resposta. O bilhete foi entregue nas mãos dele.
Era tarde demais para voltar atrás. Era só uma questão de tempo até que o pequeno papel chegasse ao seu destino.
- Alguma dúvida? - Perguntou , satisfeito por mais uma aula bem sucedida.
Uma garota esquálida e nerd levantou o bilhete na visão do professor. Ele sorriu rapidamente, pegando o papel com curiosidade.
As "bitches" começaram a rir. Era uma prática costumeira mandar bilhetes diversos para . Alguns questionavam algum assunto da aula. A maioria deles, no entanto, continham recadinhos maliciosos, números de telefone e pedidos implorando por aulas particulares.
Algo que ele já estava acostumado em ver.
O papel estava meio úmido, o que dificultou no início a abertura dele por parte do rapaz. Seus olhos passaram com rapidez pelo conteúdo do bilhete e o sorriso fraco que estava em seu rosto desapareceu. Então, ele leu outras duas vezes. Ninguém parecia notar sua confusão, pois as garotinhas continuaram a rir.
- É algo que pode ler em voz alta? - Gracejou uma delas, a líder do bando.
Ele olhou para a turma, querendo identificar com um simples olhar quem teria sido capaz de mandar aquilo. Tudo parecia tão normal entre eles, nenhuma retribuição de reconhecimento pela mensagem. Nenhuma pista do autor (ou da autora, pelo contexto), o que lhe causou desapontamento.
Um pigarro saiu de seus lábios, obrigando-o a voltar a sua compostura normal. Aquela não era hora de se preocupar com um poema bobo, certo? Era normal receber esse tipo de coisa vindo de uma aluna apaixonada. Mas aquele era diferente, pensou ele. De uma forma tão sincera que o fez pensar e querer saber quem havia escrito aquilo.
De forma discreta, ele aproximou-se da escrivaninha, guardando o bilhete no bolso da calça jeans.
notou cada expressão no rosto cálido do professor e sorriu discretamente, acompanhando o andar rápido dele até a saída.
Ela estava satisfeita. Havia conseguido seu objetivo.
Parte II
estava corrigindo trabalhos quando chegou.
Ela tinha um ar cansado no rosto, ar esse que não teve condições de notar.
A mulher o cumprimentou com um aceno.
- Como foi seu dia?
O rapaz tirou os olhos dos papéis por um momento. Sorriu de maneira cansada para sua amiga. Talvez estivesse mais cansado do que ela.
- Lotado corrigindo provas. E o seu?
- Divertido – caminhou até o seu quarto – Bob me levou para jantar hoje. Foi super cavalheiro, como de costume.
riu.
- Que bom. Eu não aceitaria nenhum tipo de grosseria da parte dele.
A verdade era que e eram amigos desde a infância. Cuidavam um do outro e não conseguiam se separar. Apesar de cada um viver sua vida, eles moravam no mesmo apartamento. Ainda tinham alguns que duvidavam da amizade dos dois, mas não havia motivos para isso. Ambos se amavam como irmãos.
Foi a vez dela rir, uma risada alta e descontrolada.
saiu do quarto usando somente um roupão discreto.
- Tem alguma roupa que queira lavar? – Perguntou ela com sua mania de limpeza e organização. Não adiantava tentar contrariá-la. Nunca dava certo.
- Talvez as roupas de hoje... – Disse incerto, querendo voltar ao trabalho o mais rápido possível.
A mulher entrou no quarto do amigo e sentiu-se satisfeita ao ver o lugar arrumado. Algumas roupas estavam empilhadas num canto e ela as agarrou. Queria checar cada uma para que nada dentro dos bolsos se molhasse ou perdesse. Mais uma de suas loucas manias.
checou tudo como de costume e separou as roupas em cima da cama. Pegou uma calça jeans cheia de bolsos e não sossegou até vasculhá-los todos. Quando o fez, porém, achou algo, um papel, à julgar pela textura. Ela o retirou do bolso e o viu dobrado em várias partes. Sabia que recebia bilhetinhos de suas alunas, talvez fosse algo insignificante.
Ou talvez fosse algo importante.
De qualquer forma, ela o abriu.
O tempo está passando, muito mais rápido do que eu.
Eu estou começando a me arrepender de não gastar tudo isso com você.
Agora estou querendo saber porquê eu tenho mantido isso engarrafado aqui dentro.
Então, eu estou começando a me arrepender de não dizer tudo isto para você.
riu dos pequenos versos. Não podia fazer outra coisa. Não que o achasse idiota, era até bonitinho, mas achava hilário como recebia vários desses e, ironicamente, estava solteiro.
- Qual a graça agora, ? – Perguntou o rapaz sem sair do seu lugar. Queria contagiar-se com a risada de sua amiga, mas não podia. Queria que ela calasse a boca logo.
saiu do quarto com o bilhete em mãos.
- Essas alunas nunca desistem de você, não é mesmo?
encarou a mulher e ficou sem expressão ao ver o tão conhecido papel. Pensou em quantas vezes havia passado os olhos por aquelas palavras. Pensou em como achou fácil memorizá-las. Pensou em como achava as palavras daquela pessoa especial diferentes.
Surreais.
A amiga, apesar de não saber o conflito interno na cabeça de , percebeu que ele não ria junto com ela como sempre fazia ao referir-se aos benditos bilhetes.
Como ele explicaria que os bilhetes que essa garota manda são mais do que simples palavras ao vento?
Elas tocaram seu coração de uma forma inesperada.
- Por que essa cara, ? Não me diga que deseja emoldurar essa declaração de amor.
- Me devolva, – Ele estendeu a mão, mais sério do que pretendia.
- Não – Ela negou – Quero entender porque esse papel parece ser tão importante pra você.
permaneceu em silêncio. Fechou a mão e retraiu-se. Não gostava da forma que sondava seus sentimentos.
- Não me diga que você está apaixonado por essa garota. – Ela supôs, horrorizada – Uma aluna.
nunca havia ficado com uma aluna, tinha certeza disso. Ele tinha um código de conduta muito sério, sabia das consequências se ele se deixasse levar pela juventude de uma garota alguns anos mais nova.
estava decepcionada.
- Não aconteceu o que você está pensando! – teve que confessar. – Nem sei quem ela é.
- Não? – Ela arqueou a sobrancelha – Você sabe que tem um jeito de descobrir.
Ah, claro. As letras não mentem nunca. Mas ele não queria descobrir um rosto por trás das palavras. Não queria assumir que estava realmente apaixonado por alguém que não podia ter.
O silêncio preencheu o ambiente outra vez.
- Por que essas palavras são "diferentes"?
Ele passou a mão no cabelo.
- Eu não sei. Talvez eu sinta falta de uma namorada. Isso é tão... Esquisito.
acenou com a cabeça, mesmo não entendendo o dilema do amigo. Nunca tinha se apaixonado daquela forma e não achava que simples palavras podiam atrair alguém.
Não até encontrar o caso problemático de seu amigo .
- Se você não quer perder seu emprego, você tem que descobrir quem foi e pedir para que pare com isso. – sentou-se ao lado dele, como uma conselheira – Ou coisas piores podem atrapalhar seu trabalho, você sabe disso.
Ele assentiu firmemente. sempre estava certa. Isso o irritava.
Mas ela estava certa.
- Vou dar um jeito nisso – Prometeu, mais para si mesmo do que para qualquer outra pessoa.
A mulher sorriu carinhosamente e deixou o bilhete em cima da mesa.
- Estou dizendo isso para seu próprio bem, – Ela disse, enquanto ficava de pé – Tenha uma boa noite.
deixou o rapaz sozinho e voltou a concentrar-se nos seus afazeres anteriores.
não queria que sua amiga tivesse achado o bilhete. Não queria ter que pensar na garota misteriosa – ele tinha medo de pensar se um garoto fosse o dono das mensagens – que estava lhe cativando.
Ele tinha que acabar com isso.
Procurou em suas coisas por um papel, o primeiro que recebera. Abriu e leu as palavras escritas nele, mesmo tendo decorado seu conteúdo.
Eu sangro meu coração para você neste papel.
Para você ver o que não sei dizer.
Estou morrendo aqui .
Porque não consigo dizer o que quero.
Eu sangro meu coração só por você.
Ficou atento à caligrafia redonda enquanto vasculhava pelos trabalhos do último ano que estavam em cima da mesa. Passou por vários, até que parou em um específico.
A letra era idêntica a do bilhete, tinha que ser ela.
olhou o nome da aluna.
Ela se chamava .
Nunca se lembraria dela pelo nome, pensou , desolado. Então, ele checou pela caderneta. Ela continha fotos de cada um, o que ajudaria a localizá-la no meio da multidão. Parou de vasculhar as folhas quando achou seu arquivo.
era, realmente, uma garota invisível no meio da multidão. Possuía um bom comportamento e notas razoáveis em sua matéria. Ele se sentiu culpado por nunca ter prestado atenção nela.
Inevitavelmente, seu coração bateu mais forte.
Mas ele tinha que acabar com isso.
Procurou todos os bilhetes que recebera ao longo daquelas três semanas e os jogou na lata de lixo.
Afinal, ele tinha que preservar seu caráter.
Nem que, pra isso, sacrificasse a garota que havia cativado seu coração.
Parte III
Pela primeira vez na vida, sentiu alívio quando o toque do intervalo foi anunciado.
- É agora. - Pensou ele.
- Parabéns pelos seus trabalhos. Eles foram muito satisfatórios. - Ele disse parte do seu discurso ensaiado. Não sabia como chamar , então decidiu tentar ser natural - “Eu só peço que a aluna permaneça na sala, por favor.
Todos que estava ali lançaram olhares para a garota. corou imediatamente com a atenção que recebia.
achou aquilo fofo. Não conseguiu afastar seu olhar do dela desde que a aula tinha começado naquela manhã. Era contra sua vontade, mas sabia que ninguém havia notado nada anormal.
Ele sentou-se em sua cadeira e esperou que os alunos saíssem um por um. Enquanto isso, olhava fixamente para sua amiga.
- O que será que ele quer? - Sussurrou ela, curiosamente.
- Eu não sei. - O corpo de se arrepiou ao lembrar da conexão que existia entre ela e o professor. Era algo que não podia ser ignorado, mas devia, pois ele estava solicitando sua presença para algo sério.
- Talvez ele queira parabenizar o seu trabalho. - Sugeriu .
- Talvez. - A garota acenou para a amiga. - Eu te vejo depois, certo?
A outra acenou e foi embora. fingiu interesse em sua mochila, mas foi obrigada a aproximar-se de .
Finalmente eles estavam sozinhos. Ele a encarava sério.
- Tenho um assunto difícil para falar com você... - Começou ele.
- Meu trabalho foi tão ruim assim? - Perguntou ela nervosamente. Suas mãos começaram a suar. Ela nunca havia imaginando que sua primeira conversa com fosse relacionada a uma reclamação.
- Não estou aqui para falar sobre o trabalho. - Suspirou, querendo ir direto ao assunto e sair logo dali. Porém o ambiente ficou pesado de uma maneira até mesmo engraçada. Era como se todo o ar girasse em torno da tensão que existia em torno dos dois, aluna e professor.
Como ele não foi capaz de perceber isso antes?
- Você sabe por que está aqui, senhorita . - juntou as duas mãos em cima da mesa e curvou seu corpo um pouco para frente. - Por favor, não se faça de inocente.
pigarreou duas vezes, tentando manter o equilíbrio. Suas pernas tremulavam exageradamente e ameaçavam ceder ao seu peso. Seu coração martelava ainda mais forte.
Não podia mais negar.
Ele sabia da verdade.
- Ainda não estou entendendo onde o senhor quer chegar.
abriu uma pequena gaveta e tirou alguns papéis de dentro, os mesmos que havia jogado na lata do lixo a alguns dias atrás. Espalhou-os na frente da garota como se fossem provas de um crime que ela tinha cometido.
- Você não deveria escrever essas coisas. - O professou apontou o queixo em direção ao bilhete de maneira aparentemente fria. Era difícil estar ali dizendo aquelas coisas. Mas ao mesmo tempo, não podia assumir que estava balançado pelos sentimentos da menina. - Eu sou seu professor.
O silêncio reinou entre os dois. desabava por dentro, mas olhava para os bilhetes com falsa indiferença. Formulava dúvidas e perguntas que não podia fazer.
- Por que você se importa? - Ela lançou um olhar profundo para , mesmo que aquela ação doesse no fundo de sua alma.
- Como disse?
- Por que você se importa? - Repetiu pausadamente ao ver a confusão na expressão dele. Ele provavelmente não estava esperando por isso. Imaginava que ela recolhesse os papéis e fosse embora, envergonhada. Mas não. E isso, de forma masoquista, o encantava ainda mais. - Você recebe vários bilhetes todos os dias com os mais variados pedidos e nunca se importou em dirigir uma reclamação as pessoas que os mandam. Por que comigo?
suspirou. Desviou o olhar do dela e fixou-se nas próprias perguntas que o atormentavam. Por que ele achou que falando com ela os bilhetes iriam parar e de repente tudo voltaria ao normal? Será que não havia feito isso para ter uma desculpa para falar com ela?
- Porque é errado. - Murmurou, sentindo-se internamente derrotado. - A maioria dos outros bilhetes fazem parte de brincadeiras. Os seus são mais... Reais. Não quero que você alimente esses sentimentos por mim.
- Brincadeira? - Ela cruzou os braços, ultrajada. Furia e confusão a invadiam de tal forma que todo seu medo se esvaiu. Ele se transformou em algo bastante pior. - Você recebe bilhetes de garotas querendo pegar na sua bunda e acha que se trata de uma brincadeira?
pegou os pequenos papéis sem nenhuma delicadeza e amassou todo juntos, fazendo uma bola de tamanho razoável.
- Você não entende...
- Você que não está entendendo. - Bufou ela. - Quer saber? Eu que entendi errado esse tempo todo. Pensei que você fosse alguém diferente, que se importasse com o carácter das pessoas em vez da beleza de uma piriguete. - apertou mais a bolinha em sua mão e sem perceber, a jogou contra o rosto do professor com força. - Pode fazer o que quiser com isso. Eu não vou precisar mais desse monte de palavras.
- Espere! - levantou-se, querendo que a garota o escutasse. Mas ela não o fez. Em vez disso, pegou sua mochila com força e caminhou para fora da sala.
Ele ficou paralisado ali, sem saber mais o que fazer. Havia sido praticamente tachado de pegador de alunas piriguetes, levou uma bolada de papel na cara e ficou sem voz, em dúvida na frente de uma menina vários anos mais nova do que ele.
Seus olhos procuraram algo pelo chão, mesmo sabendo que não deveria fazer isso. Quando finalmente achou o papel amassado, o pegou em suas mãos e o fitou por alguns segundos.
Mesmo não devendo, o guardou novamente no bolso da calça e soltou um suspiro.
Sabia que não receberia mais bilhetes como aquele e isso o deixou vazio.
Então, tudo que fez depois isso foi deixar a sala contando os passos e lamentando pelo seu dia não ter saído como esperado.
*/*/*
Dias se passaram. Semanas se passaram. E continuava vazio.
Ele continuava a dar suas aulas para turma do último ano, mas se sentia estranho. Nada passou a ser o mesmo desde que passou a faltar.
Ele a via nos corredores e via como ela fazia questão de virar o rosto para o outro lado.
A cada dia, estava ficando mais difícil não vê-la. E as faltas continuaram.
Praticamente um mês depois da discussão dos dois, resolveu aparecer. ficou assustado ao ver seu rosto sério e aparentemente neutro na porta de sua sala.
O professor preferiu mascarar seus próprios sentimentos ao encará-la.
- Já estava ficando assustado com suas faltas. - Riu sem graça.
- Bem... É exatamente sobre isso que vim conversar com você. - murmurou pegando algo na mochila. Por um segundo, exultou ao pensar em outro bilhete vindo dela. Mas suas expectativas se desmancharam ao ver o papel, grande demais, estendido em sua direção. O professor o pegou a contragosto.
Era um pedido de transferência de matrícula.
- Conversei com a diretora sobre minha troca de turma para sua aula. - Explicou a aluna com aparente indiferença - Ela tentou me persuadir a continuar, mas acabou assinando o documento. Espero que faça o mesmo. Por nós dois.
pôs-se de pé e colocou o papel no birô.
- Não tenho problema em te ver nas minhas aulas.
- Mas eu tenho. - Aos poucos, demonstrava seus sentimentos. Ainda estava ferida. - Eu agi mal em ter te mandado aqueles bilhetes. Foi uma atitude estúpida.
Ele negou com a cabeça.
- Não concordo com você.
- Está tentando me fazer sentir melhor professor, ?
caminhou ao redor do birô até ficar de frente para . O clima tenso continuava, inebriando a ambos. Um precisava ficar perto do outro. Assim como no ímã. O polo positivo precisava do negativo. O certo precisava ficar cada vez mais próximo do errado. A aluna desejava ficar mais próxima de seu professor. E o sentimento era altamente recíproco.
- Não, . - Disse ele recheado de sinceridade. - Na verdade seus bilhetes eram a parte mais aguardada do meu dia.
abriu a boca e a fecho repetidas vezes. Não sabia o que dizer em resposta. Ver o sorriso terno do cara que havia se atraído não ajudava muito.
- Mas... Por que...?
- Não podemos ter um relacionamento fora da sala de aula. - Explicou a verdade que estava entalada em sua garganta. Não era sua pretensão contar tudo, mas fora impossível. Ele se perguntava como havia aguentado por tanto tempo. - Seria errado e antiético. A escola me demitiria. E você...
- Eu não contaria a ninguém. - deu um passo trêmulo para frente. Tudo parecia rodar, fugir de órbita. nunca pareceu tão atraente.
Ela tentou tocá-lo, mas ele se afastou relutante.
- Por isso, irei assinar esse documento. - curvou seu corpo sobre o birô e arrastou o papel para perto de si. Deu uma olhada no formulário por alguns segundos e com a caneta na mão colocou sua assinatura no local indicado. Depois o entregou a que continuava trêmula em seu canto. - Esse sentimento pode ser... Bom. Mas devemos seguir nossa vida. Você deve namorar caras de sua idade. Há vários deles por aí.
- O sentimento que tenho por qualquer um deles não se compara ao que tenho por você!
- Foi um erro ter dito essas coisas. - Ele se arrepende. Os olhos de marejam. - Me desculpe.
A garota segurou o papel com força a ponto de amassá-lo. Era horrível ouvir que o mesmo cara que havia admitido que gostava dos seus bilhetes dizer que não podia tê-la. Por que os cosmos conseguiam ser tão cruéis a ponto de fazê-la se apaixonar por um cara como ?
não se rebelou como da última vez. Simplesmente deixou que as lágrimas caíssem mais e mais. Lançou um último olhar rancoroso para e foi embora, deixando o rapaz se arrependendo por ter confessado sentimentos que não deveriam ser confessados.
Ou cultivados.
Parte IV
Mais alguns meses se passaram. Eles passaram devagar tanto para , quanto para . O professor tentou namorar uma antiga colega de colégio para melhorar seu humor. O relacionamento não durou nem dois meses. Enquanto isso, a aluna não se importava com os caras de seu colégio. Não queria admitir para , mas ainda estava apaixonada pelo se ex professor de história.
Os meses correram até que o último ano do colegial chegara ao fim. Daqui a mais algum tempo, os alunos poderiam seguir suas vidas e ingressar na faculdade dos sonhos. No colégio da cidade seria feito um baile de máscaras. Seria admitido qualquer fantasia, contanto que os convidados usassem máscaras para esconder suas identidades. Todos estavam animados com a ideia. As bitches foram as primeiras a planejar suas fantasias. Os outros grupinhos também estavam comentando. Seria a última festa do colégio, que caracterizaria a união da turma e o carinho que sentiam um pelo outro.
A única pessoa que não estava no espírito de união era .
Ela caminhava tristemente pelos corredores e fingia que estava ouvindo enquanto a amiga falava sobre sua fantasia.
Uma manhã, a antecessora da festa do ano, decidiu abrir o jogo:
- Me diga sinceramente o porquê de você não querer ir ao baile! Não me diga que é falta de par. O adoraria ir com vocé.
- Não. - balançou a cabeça, desgostosa. - É só que não estou afim de sair.
- Não me diga que está assim por causa do professor . - Sussurrou a amiga para que ninguém escutasse. fingiu surpresa.
- É claro que não. Isso é loucura!
fez uma cara de desconfiada.
- E eu não acredito em você. Vamos, se anime! Amanhã com certeza será um dia diferente... Mágico!
A garota não pode deixar de sorrir com as trapalhadas da amiga. Elas caminharam até o pátio. Lá estavam vários garotos e garotas vestidos de anjos. Máscaras cobriam seus rostos. Eles andavam de um lado para o outro trazendo bilhetes de convites para o baile ou mensagens românticas. Um rapaz moreno com uma máscara verde se aproximou das duas amigas.
- ? Qual das duas é ?
- Eu! - levantou a mão com um sorriso no rosto. O anjo entregou um cartãozinho vermelho para ela.
- De quem é? - ficou sinceramente feliz pela amiga. Ela abriu o cartão e alargou o sorriso.
- É o ! Ele é simplesmente um fofo!
encarou o anjo, que ainda estava no mesmo lugar.
- Está esperando alguma coisa? - A garota não tinha a intenção de ser grossa. O rapaz parecia envergonhado.
- Não, é só que queria saber se você é . - A dita cuja acenou com a cabeça. O anjo continuou. - Tem dois cartões pra você.
- Dois cartões? - arregalou os olhos.
agradeceu ao garoto que finalmente foi embora. Depois olhou a amiga sem graça.
- Deve ser do ou algo assim. - Ela riu sem graça ao abrir o primeiro cartão. Tinha razão. Era mesmo do . Ele ainda insistia para que ela fosse sua acompanhante no baile. Colocou o cartão no bolso da calça antes de abrir o outro. Ao fazê-lo, seu coraçao bateu mais forte. Começou a ler, mas não conseguiu terminar.
- É o bilhete que mandei para !
- Como assim? - Quis saber a amiga.
- Alguém me mandou o bilhete que eu mandei para ele pela primeira vez!
- Será que...? - As duas se entreolharam sugestivamente. O pensamento não precisava ser totalmente completado. Havia mais algo escrito na última linha:
"Na frente da sala doze às 21 h. Precisamos conversar" .
tremulou outra vez. Nervosismo, expectativa, nó na garganta... Todo seu corpo estava em conflito.
sorriu.
- E então, . Tem certeza que não está animada para o baile de máscaras?
O ginásio estava realmente bonito para o baile de máscaras. O ambiente tinha um toque vitoriano, para combinar com as máscaras dos convidados, mas não tirava o charme da tecnologia. Havia um Dj tocando uma música animada qualquer. Os jovens do último ano dançavam, exibindo sua fantasia e máscaras por aí. A maioria cobria somente dos olhos das pessoas, apesar de algumas poucas cobrirem o rosto todo.
A de seguia o último modelo. Segundo ela, representava as máscaras do antigo teatro ateniense. Sua fantasia era em homenagem à parceira do Coringa, Harley Quinn. A de havia sido arrumada as pressas. Foi difícil escolher uma que lhe satisfizesse. Demoraram umas três horas na loja, mas conseguiram a fantasia perfeita.
estava vestida Cleópatra. Era um vestido muito bonito. Era azul de alças e ia até a altura dos joelhos. Uma maquiagem pesada havia sido feita justamente para combinar com sua fantasia, porém boa parte dela era escondida por causa da máscara dourada que usava.
As duas estavam completamente irreconhecíveis naquela noite.
- Essa festa está bombando! - comentou animada. Dava pulinhos no canto da festa enquanto esperava por . somente queria que às nove horas chegassem logo.
- Sério, que horas são? - Perguntou com impaciência.
- Calma amiga! - olhava para o rosto cada um. Um brilho estranho surgiu em seu olhar. - Olha, o chegou! Ele está vestido de Robin Hood!
As duas caminharam até o rapaz. Ele também olhava para a multidão a procura de .
Um sorriso cheio de calor atravessou seu rosto ao vê-la.
- Você tinha razão quando disse que sua fantasia era... Chamativa.
- Você sabe que eu adoro chamar atenção. - se justificou. pôs a mâo na cintura da companheira.
- Ela ficou linda em você. Muito, muito encantadora.
olhou para os dois sem saber bem o que fazer. Decidiu que era hora de ir embora.
- Bem, eu vou pegar uma bebida. Nos vemos mais tarde, sim?
A garota não esperou por uma resposta e suspeitou que os amigos estavam distraídos demais para vê-la indo embora. A hora já não importava mais. Era seu desejo ir para o lugar marcado e esperar que o mistério acabasse de uma vez por todas.
Seus passos para fora eram desajeitados de início. Os garotos que entravam a atrapalharam, mas tudo ficou mais calmo quando ela conseguiu sair do ginásio. Agora era hora de ir para a sala doze.
As salas não eram distantes do ginásio. Os corredores estavam iluminados mesmo que não fosse esperado visitantes nesta parte do colégio. caminhou quase correndo até seu destino. Era fácil saber para onde estava indo e ela se sentiu livre por ninguém estar observando-a.
Finalmente ela parou na frente da sala doze. Não havia ninguém ali.
"Ainda não é nove horas?" Pensou aflita. Ela olhou para o relógio do corredor. Ele marcava 09h10min.
Será que esta não era uma pegadinha de ou de qualquer outra pessoa que sabia de seus versos? Mas como qualquer um deles podia saber sobre seus sentimentos por ?
"Espero que um dia minhas palavras alcancem seu coração, que você reconheça meus sentimentos e que nós possamos ser felizes, nem que seja por uma pequena fração de segundos, mas desejo que nós possamos pertencer um ao outro."
Uma voz recitou bem atrás dela. se virou e levou um belo susto.
estava encostado na parede fria do corredor. Ele usava um paletó preto e uma máscara com detalhes cinza, que cobriam seus olhos.
- Todos os dias eu ouço essas palavras em minha cabeça. - Disse ele. Mais uma vez, não sabia o que dizer ou fazer. Seus olhos contemplavam seu futuro ex professor.
Ela estava com saudades.
- Eu...
se aproximou e pôs o dedo nos lábios dela com doçura.
- Não precisa dizer nada. Venha comigo.
Ele destrancou a porta de sua sala, a sala doze. Entrou e puxou junto.
O local estava parcialmente escuro. A luz clara do corredor ajudava a iluminar a sala. Dava para ver o rosto de com certa clareza.
Ele tirou sua máscara. A garota fez o mesmo. Talvez fosse melhor se quisessem conversar cara a cara.
- Não foi muito difícil decorar seu verso, sabe? - Começou ele, também confuso de suas palavras. A verdade era que ele já não queria mais resistir. Daqui há algumas semanas ela seguiria sua vida e só Deus sabe quando poderão se encontrar outra vez. Era o momento certo para dizer o que sentia. - Confesso que no início do ano letivo não te olhei de verdade. Não sei se por falta de atenção ao pessoal do meio ou porque o destino estava me reservando uma experiência mais profunda. O bilhete mudou tudo. Quando o li pela primeira vez, eu com certeza fui capaz de me atrair por você, mesmo não sabendo quem o escreveu. Já recebi vários bilhetes românticos, mas nenhum me trouxe essa sensação de plenitude e pureza.
escutava tudo atentamente. Parecia que iria desmaiar a qualquer minuto. É claro que não se permitiria a tanto, mas os sentimentos se chocavam, a deixando cada vez mais confusa.
- A cada bilhete que recebia eu ficava mais e mais apaixonado. - Continuou ele. - Mas não queria descobrir a identidade da autora. Nunca fiquei com nenhuma aluna minha. Sempre tive uma conduta estritamente profissional. Talvez se eu soubesse sua identidade antes, não teria resistido. Quando vocÊ saiu da minha classe, fiz de tudo para te esquecer. Não lia mais bilhete nenhum, pois eles me lembravam você. Quando vi o baile de máscaras se aproximando decidi retribuir o sentimento que você nutriu por mim e decidi que era a hora de contar a verdade. Talvez seja tarde demais para isso, mas estou cansado de esconder. Estou cansado de resistir.
- Eu também... - Admitiu acariciando o rosto do rapaz. - Estou cansada de conviver com esse sentimento e não poder fazer nada a respeito.
a encarou serenamente. Aproximou seu rosto do dela até beijá-la. abriu os lábios, aprofundando o beijo. Suas mãos passeavam pelo cabelo dele com uma fúria instintiva. Enquanto isso, fez com que a garota desse alguns passos para trás até que ela se encostasse no birô. Suas mãos apertavam fortemente sua cintura, com desejo reprimido. É isso que acontece quando dois polos opostos estão próximos um do outro.
Eles se atraem.
Eles estão destinados a ficar juntos.
quebrou o beijo para conseguir fôlego. levantou seu corpo e a coloca sentada na mobília. O beijo recomeçou cada vez mais profundo, cada vez mais malicioso. As mãos da garota estavam urgentes em desfazer o nó da gravata do professor. Ele ajudou jogando o paletó negro no chão.
Ao perceber o que estava fazendo, foi obrigado a se afastar alguns centímetros.
- Eu não sei se é uma boa ideia... - Disse a olhando nos olhos.
o encarou compassiva. Seus rostos continuavam próximos. Isso não ajudava a pensar.
- Não me importo que esse momento seja com você... - Afirmou timidamente. O rosto da garota ficou corado. Ela mordeu o lábio delicadamente e tomou a iniciativa ao beijá-lo. Nada mais iria interrompê-los.
O desejo se manifestava no casal de maneira acentuada. acariciava o corpo da jovem, ansioso por explorá-la. fechou os olhos ao sentir os lábios dele tocarem, inicialmente o pescoço e depois descerem até o colo. Com as mãos, ele abaixou as alças do vestido da garota, permitindo que mais partes do seu corpo fossem descobertas. Depois do colo, seus lábios desceram ainda mais, parando na região dos seios ainda cobertos pelo vestido. Eles se demoraram no local a provocando com sucções e leves mordidas, primeiro pelo seio esquerdo e depois com o direito.
começou a gemer baixo, não conseguindo controlar seu instinto. Nunca havia feito sexo, mas estava gostando dos contatos íntimos de . Ele tateou suas costas a procura do zíper. Não foi difícil abri-lo. O vestido cedeu facilmente. Logo que o vestido foi totalmente aberto, as alças que já estavam baixas caíram com facilidade, revelando os seios desnudos de . Foi mais fácil para chupá-los. O contato de sua língua e saliva diretamente no seu mamilo a fazia gemer mais alto. Seus olhos estavam fechados e tudo que fazia era apertar os ombros do rapaz. Ele fez o caminho inverso e a beijou outra vez. abriu os botões da camisa social que ele usava com mais vigor. Partes de seu corpo ganhavam vida e desejo próprio.
Tudo ao seu redor estava queimando.
Depois que a camiseta branca dele caiu no chão, foi a vez de dar adeus a calça. Seu membro havia ganhado vida e estava adorando os contatos da garota em sua calça. Ela caiu tão rapidamente quanto a camisa. Ele usava somente uma boxer cinza, que realçava ainda mais sua ereção. o provocava, acariciando local o cheia de malícia.
achou melhor se concentrar na garota outra vez. O vestido ainda estava na sua cintura, atrapalhando seus movimentos. percebeu isso e deslizou o tecido sobre seu corpo até que ele deixasse totalmente livre. Só havia um obstáculo.
abriu as pernas maliciosamente, revelando sua calcinha roxa de renda. não se incomodou em tirá-la. Seus dedos passaram levemente pela área entre suas pernas. A garota arqueou a cabeça para trás adorando os arrepios que a invadiam. Ele demorou alguns minutos explorando seu sexo. Passava seus dedos de baixo para cima, sentindo sua umidade e calor.
Ele não estava mais aguentando. ajudou a tirar a boxer. Foi bastante fácil tirá-la do lugar. parou um pouco, procurando pela carteira em cima do birô. A abriu e tirou dela uma camisinha. Ele a pôs em seu membro rijo com cuidado. Depois olhou nos olhos da garota por alguns segundos. Eles se beijaram com mais calma dessa vez, uma ternura estranha. Quando estava aproveitando o beijo, ele a penetrou. Uma dor que nunca havia sentido antes a invadiu. Era como se estivessem separando sua alma, seu corpo em duas partes. Porém aquela dor era masoquista. Uma dor que ela adorou sentir. Eles não se beijaram mais. Não precisava. Ficaram olhando um nos olhos do outro, como se quisessem transmitir mensagens pelo olhar. Talvez pudessem.
a penetrou pela segunda vez. O grito dela foi menos agudo. Seu coração batia rápido e passava a transmitir sua dor e o tesão, arranhando os ombros dele. Ele a encarou, vendo se havia qualquer olhar de reprovação, o mandando parar. Ela não mandou.
Então ele continuou a invadi-la. A medida que seus gritos se transformavam em gemidos, o corpo dele ia mais rápido contra o dela. Ele não se incomodava em ter seu ombro e a região de suas costas arranhadas. Era uma dor boa de sentir, que dava sinal verde para ir mais rápido.
Ambos ficaram nesse movimento frenético por alguns minutos. Eles estavam em uma perfeita sincronia, rumo ao orgasmo.
gozou primeiro. Seus cabelos estavam ensopados de suor, mas isso não significava cansaço. Para ajudar a acompanhá-lo, ele esfregou seus dedos em seu clitóris outra vez. Não demorou muito para que ela gozasse também.
Uma sensação de alívio a invadiu quando alcançou o orgasmo, o primeiro de sua vida. respirava fundo e pausadamente, tentando permitir que seus hormônios voltassem ao estado normal.
segurou seu queixo com um sorrisinho no rosto e lhe deu um selinho. Como a algum tempo atrás, ele também não sabia o que dizer a seguir.
Talvez não precisasse dizer nada. Seus olhos revelavam tudo que deviam saber.
- Eu vou sentir falta de tudo isso quando estiver na faculdade. Dos bilhetes, das suas aulas. - Disse ela com um sorriso tristonho no rosto.
- Do sexo? - Ele arqueou a sobrancelha, brincalhão. Ela riu.
- Do sexo, claro.
passou a mãos nos cabelos dela, encantado com o momento que teve. Foi fisicamente e psicologicamente revigorante.
- Quer aproveitar a festa agora? Nós podemos dançar se quiser. Ninguém vai nos reconhecer por causa das máscaras.
negou com a cabeça.
- Prefiro ficar aqui. Junto daquela gente não consigo ser eu mesma.
sorriu.
- Eu gosto desse seu eu.
A garota empurrou seu ombro de brincadeira. Ele aproximou os lábios de seu ouvido.
- Quando isso tudo acabar, gostaria de assumir tudo isso... Ninguém poderá fazer mais nada contra nós, já que não seremos mais professor e aluna.
- Sério? - fez uma careta irônica. - Pensei que isso fosse sexo casual, do mesmo tipo que você faz com as outras alunas.
- Não. - Ele torceu o nariz. - Eu já disse que nunca fiz sexo com nenhuma aluna minha. Tirando você, claro.
- Mas você está falando sério quando fala em assumir nosso "relacionamento"?
pensa um pouco.
- Talvez pudéssemos ir a um encontro antes ou algo assim. Comer uma pizza. Se quiser, podemos fazer isso agora.
- Uau, eu adoraria! - saltou do birô e fica de pé. - Mas e a festa? Você não faz questão de aproveitá-la?
- Eles nem sabem que estou aqui. Disse que iria viajar. Ninguém me reconheceu com essa roupa.
Ambos sorriram cúmplices um para o outro e voltaram a vestir suas roupas. A maquiagem de estava borrada, mas ela não se importava. Com a máscara ela continuava bonita e o melhor de tudo: irreconhecóvel.
- Está pronta? - Perguntou enquanto arrumava o nó de sua gravata.
- Claro. - passou a mão no cabelo. Eles deram as mãos e foram para fora do colégio. O barulho da festa ainda podia ser ouvido do lado de fora. Os garotos deviam estar bêbados demais para se perguntar se estavam passando vergonha na frente de todos. Alguns olhavam para o novo casal mascarado com curiosidade. Pareciam sóbrios e bastante felizes. Nem nem se importaram com a curiosidade. Eles eram como imã de polos opostos. Estavam juntos e não pretendiam se separar.
Pelo menos não durante aquela noite.
Nota da Autora: Eu sou péssima para escrever notas e esse tipo de mensagem. Sou péssima de VERDADE. Agora que Litte Pappers acabou não sei o que dizer. Na verdade eu sei, mas não sei COMO começar.
Faz um ano que postei esta fanfic aqui no Obsession. Pretendia continuar sua postagem logo, mas os dias foram passando e acabei meio que esquecendo (mentira, eu estava com vergonha de mostrar a parte restrita da fanfic mesmo). Com meu esquecimento, não havia planejado postar o fim aqui. Entretanto algumas leitoras (Manú Horst, Manuela Lopes, Naline Fassanaro e Giuliana Bertucci) me mandaram mensagens perguntando sobre o andamento da fanfic e etc. Foi a primeira vez que vi os comentários de vocês, devo confessar. Fiquei bastante feliz e emocionada com a recepção e isso me deu confiança para postar o resto da fanfic. Então, agradeçam a estas garotas por terem falado comigo porque se não fosse por elas, provavelmente Litte Papers continuaria abandonada (vergonha de mim, eu sei). E eu agradeço de coração pelos comentários. Como falei antes, esta foi a primeira fanfic restrita que terminei, então a cena de sexo pode ter alguma falha ou algo do tipo. Dicas são sempre bem vindas e qualquer coisa pode me procurar nos contatos abaixo (sou uma pessoa legal *pisca*). Procurarei postar um projeto que estou um pouco mais elaborado para tentar aprimorar minha falha (e vergonha também) em escrever cenas de sexo, então aguardem novidades!
Ficou meio grande, mas no geral é isso. See ya ;)
PS: As letras dos "bilhetes" são respectivamente trechos das músicas da banda Hot Chelle Rae, "Bleed" e Nickelback, "Never Gonna Be Alone". O último foi um amigo amigo que fez especialmente para esta fanfic, obrigada Gabriel Teixeira.