“I'm
just one drink away and I'm back in Wonderland like it was yesterday”
- , eu bebi? –
perguntava confusa.
- Não que eu saiba, por quê?
- Porque eu estou vendo o Danny
descendo a escada do hotel!
- Se você bebeu, todas bebemos,
porque eles estão descendo a escada do hotel. – respondia nervosa e batucava
o talher na mesa enquanto falava.
Os quatro sentaram-se à mesa ao
nosso lado. Tiraram os óculos escuros e ficaram olhando a piscina. Não se
passaram nem cinco minutos e Danny levantou, desabotoou sua camisa xadrez e
retirou seu tênis, ficando apenas de bermuda.
- , respira! – falamos
quando vimos que ela estava perdendo o ar com a cena.
- Pedaço de mau caminho! – ela
disse rindo, depois de se acostumar com a idéia.
Danny falou alguma coisa rápido
que nenhuma de nós conseguiu entender, mas no segundo seguinte Harry havia
levantado, tirado sua pólo, os tênis e ficado de bermuda, assim como Danny.
- Acho que outra pessoa tem que
reaprender a respirar agora. – disse rindo da minha cara de tarada em direção
àquele homem.
- É como eu sempre digo: “Oi, eu
sou Harry Judd e gosto de fazer as pessoas terem ataques cardíacos, obrigado!” –
as meninas riram do meu comentário e nós voltamos a comer e observar
discretamente. Tentamos nos concentrar mais na comida, mas foi quando ouvimos o
barulho de um corpo batendo na água e sentimos algo molhado tocando nossa pele.
As quatro olharam para trás e viram Danny e Harry dentro da piscina.
- Sorry! – Harry disse, sorrindo
para nós.
- Não... Não foi nada! – eu
disse gaguejando.
Voltamos nossos olhos para a
mesa novamente.
- Fui só eu ou mais alguém teve
uma vontade súbita de entrar na piscina? – eu disse enquanto levava o prato para
o balcão do bar.
- Acho que só sua cara de pau
sentiu isso, ! – dizia e andava com o resto das bandejas para o bar.
- Ok, então! – Voltei para a
mesa, tirei meu short, meu all-star e me virei para as meninas.
- , não morre, mas o Harry
está te secando! – olhava por cima do meu ombro para me contar o que estava
acontecendo.
- Lembram de todos esses anos
que nós dormíamos pensando neles, sonhando em conhecê-los, casar, ter vários
mini-mcflys e ser felizes para sempre? Eu prometi que eu teria o Harry e é isso
que eu vou ter! – disse isso e pulei na piscina.
Quando voltei à superfície pude
ouvir risos e um outro corpo caindo na água. Quando olhei em volta vi que era a
. Ela veio nadando em minha direção.
- E eu disse que teria o Danny! – ela disse rindo.
Ficamos um tempo na piscina, do
lado aposto da piscina onde os meninos estavam, quando ouvimos um grito.
- Shit! – era o Harry.
- O que foi? – Danny perguntou.
- Perdi meu piercing! – ele olhava para baixo, procurando enquanto falava.
- Qual deles? – Danny fez cara
de interessado.
- O transversal! – ele
continuava a olhar e procurar.
- Nós nunca vamos conseguir
achar aqui. Homem não tem capacidade de achar coisa assim tão facilmente. Se
pelo menos a gente pudesse pedir para uma menina. – eu e nos entreolhamos
ao ouvir essa frase de Danny.
- Ótima idéia! – Harry olhou em
nossa direção e foi chegando mais perto, até estar perto o bastante para poder
conversar. – Oi!
- Oi! – as duas falaram
nervosas.
- Então, sabe o que é? Eu perdi
meu piercing e precisava de ajuda para procurar. Será que vocês poderiam
ajudar? - Judd dizia sem graça.
- Cla... Claro! – eu não
conseguia parar de gaguejar.
- Ótimo! – ele sorriu.
Nós quatro começamos a procurar
e Danny gritou:
- Achei! – e mergulhou para
buscar. Quando subiu, mostrou o objeto, mas era apenas uma caneta. – Tá, é só uma
caneta!
- Jones! – eu fiz cara de desdém.
- O que você disse? – Harry
perguntou.
- Nada! Só pensando alto. – eu
não gaguejei dessa vez.
- Ah, claro. – Harry disse ainda
olhando para baixo e procurando.
Andamos mais um pouco e então eu
vi uma coisa brilhante no fundo da piscina. Mergulhei para buscar. Voltei a
superfície com o piercing na mão.
- É esse? – eu perguntei.
- É sim! Obrigado! – ele sorriu
e pegou o piercing da minha mão. Ele encostou em mim.
Eu Sorri com o pensamento.
- De nada! – eu fiquei vermelha.
- Desculpa! Meu nome é Harry e
você? – ele sorriu. Jura que o seu nome é Harry? Que coincidência! O do amor da
minha vida também. Meus pensamentos me faziam sorrir por dentro.
- , e essa é a ! –
Apontei para , que estava atrás de mim.
- Prazer! Esse aqui é o Danny! –
ele olhou para a cara do Jones.
observou ele por um tempo e
depois olhou para a água, porque estava meio óbvio que ela estava olhando para
ele.
- Prazer! – eu e falamos.
- Vocês não são inglesas, são? O
sotaque de vocês é diferente! – Danny finalmente falou.
- Não somos mesmo! Somos
brasileiras! – respondeu calma.
- Oh, brasileiras! – Danny e
Harry trocaram olhares pervertidos. – E o que vocês vieram fazer aqui?
- Passear! – menti.
- Vão ficar muito tempo?
- Não. Só três dias.
- Hm... – Danny olhou para
Harry. – Nossa banda vai gravar em um estúdio aqui perto, será que vocês não iam
gostar de ir? O nome da banda é McFLY. Você já ouviu?
“Lies, Lies, Lies...”.
- Na verdade não! – eu disse.
segurou o riso.
- Então, vocês querem ir ao
estúdio? – Harry finalmente resolveu perguntar.
- Claro! Vai ser interessante
ver vocês gravando.
- Combinado! Daqui a pouco vamos
subir para nos arrumar e deixamos o endereço com você.
- Ok! Eu vou sair um pouco da
água. Vocês vêm? – Danny foi indo em direção à borda.
- Eu vou ficar! – eu disse
encostando minhas costas na borda.
- Acho que eu vou sair um pouco,
! A viagem foi longa. Estou cansada
- Claro, ! Vai lá. –
Óbvio que era por causa do cansaço que ela queria ir, não é?
- E você Harry? Vem? – Danny
disse já fora da piscina.
- Não. Vou fazer companhia para
a ! Alias, posso te chamar assim?
- Claro! Todo mundo chama.
e Danny sentaram na mesa
dos meninos e ela chamou as outras para se juntarem a eles. Com certeza a e
a estavam morrendo para que a gente contasse as nossas conversas com os
meninos. Eu vi os seis sentados na mesa conversando e olhei para o Harry. Ele se
aproximava da borda onde eu estava, parando bem perto de mim.
- Então... O Brasil é um lugar
legal?
- Sim! Eu gosto muito. – Como
se eu não soubesse que ele já tinha ido para o Brasil.
- A banda está pensando em fazer
um show lá um dia desses.
- Mesmo? Aposto que os fãs
brasileiros vão adorar! – eu e as meninas então nem se fala.
- Espero que sim! – ele foi
chegando mais perto. Minha respiração começava a falhar. – Eu ouvi sempre falar
que as brasileiras eram lindas e gostosas, nunca pensei que fossem tanto!
- Obrigada, eu acho! – todos os
gringos só têm essa cantada, mas e daí? Era o HARRY JUDD!
- Ficou ainda mais linda
vermelha. – ele apoiou suas mãos na borda, uma de cada lado do meu corpo. Deus, eu
não respiro mais. Socorro! Eu olhei para baixo tentando não olhar nos olhos
dele. Não era possível que ELE estivesse me dando uma cantada. Foram 4 anos
esperando esse homem, e agora ele estava ali, na minha frente, tão perto de mim e
ainda por cima me dando uma cantada.
Ele segurou meu queixo com uma
das mãos.
- Não precisa ficar sem graça.
Foi só um elogio!
- Não estou acostumada com
muitos, principalmente de um inglês maravilhoso.
Ele sorriu
- Agora eu que vou começar a
ficar sem graça.
- Com certeza você também fica
mais lindo vermelho. – brinquei. Eu não acreditava que estava conseguindo
formular frases com sentido perto dele. Para mim eu iria falar uma língua idiota
e inexistente, e ele me olharia com cara de “que menina mongolóide” e iria
embora, mas não. Estávamos realmente tendo uma conversa, e eu estava dando em
cima dele! Não estava?
- Talvez eu fique mesmo. Só me
deixando sem graça para descobrir.
- E como eu faço isso?
- Se eu contar perde a graça.
Você vai ter que descobrir!
- Eu não vou descobrir em um dia,
né Harry?
- Você pode passar o resto dos
seus dias na Inglaterra com a gente, se quiser. Somos ótimos guias e podemos
mostrar a cidade para vocês. – Por favor, me diz que ele não estava propondo
isso.
“I guess I
can fill a book with thing that I don’t know about you, baby!”
- Claro. Assim eu conheço
melhor a cidade.
- Só a cidade?
- E o resto dos meninos da
banda. Não sei nada deles. – claro que não sei nada deles. Eles são só minha
banda favorita e o homem falando comigo era o homem dos meus sonhos. Bobagem
isso!
- Verdade! Eu apresento você
para eles depois.
- Combinado! Vou adorar
conhecer! Amo conhecer coisas novas e pessoas.
- Você podia conhecer uma língua
inglesa!
Ele deu um passo para mais perto de
mim. Será que ele ia fazer o que eu estava pensando que ele ia fazer?
- Além do inglês?
Ele segurou meu rosto com uma
das mãos e acariciou-o levemente. Fui ao céu e fiquei por lá. Aquilo era o
paraíso.
- Um inglês você já tem aqui!
Ele foi aproximando seu rosto do
meu e quando tomei conhecimento, ele já estava me beijando. Todos esses anos
sonhando haviam realmente valido a pena. Aquele era o melhor lugar do mundo. Ao
lado DELE. Realmente, esse era o paraíso.
Harry colocou uma das mãos em
minha cintura, enquanto a outra continuava em meu rosto. Minhas mãos
automaticamente foram em direção ao pescoço dele. O beijo se tornava intenso a
cada segundo. Me fazia bem pensar (se é que eu ainda conseguia fazer isso
naquela situação) que ele realmente queria me beijar naquele jeito.
Ele foi parando os beijos aos
poucos e quando finalmente acabou, ele me abraçou, fazendo carinho em meu
cabelo. Eu me encaixava perfeitamente naquele lugar.
Logo depois, Harry me distanciou
um pouco dele e olhou em meus olhos.
- Gostou de conhecer uma língua
inglesa?
- Interessante ela! Quem sabe eu
precise de mais aulas para aperfeiçoar?
- Estou totalmente ao seu
dispor.
- AE HARRY! JÁ CONQUISTOU A
BRASILEIRA! – Dougie estava gritando da mesa.
- Ela me conquistou na verdade! – ele sorriu para mim. As meninas ficaram com cara de surpresa, olhando.
- Depois você vai contar tudo
para a gente, ! – gritou em português para que eles não entendessem.
- Claro né? – respondi.
- O que ela disse? – Harry me
olhava confuso.
- Ela perguntou que horas é a
gravação no estúdio.
- Ah sim! É as 16:00 horas! Que
horas são?
- 15:00. – Tom gritou.
- Melhor corrermos! – ele disse
me levando para a borda da piscina para sairmos.
Peguei minha toalha e me enrolei
nela.
- Nós vamos subindo e
encontramos vocês na porta do hotel em meia hora, ok? – Danny dizia, enquanto
pegava suas roupas e ia em direção às escadas. Todos os meninos fizeram o mesmo.
Harry passou por mim e me deu um selinho.
- Te vejo logo! – e foi andando
juntos aos outros.
Esperamos os meninos já terem
entrado no elevador para gritar.
- PALOMA, EU VOU TE MATAR! COMO
ASSIM VOCÊ BEIJOU O HARRY JUDD? – berrava no meu ouvido.
- Tecnicamente, quem me beijou
foi ele.
- VOCÊ VAI CONTAR ISSO
DETALHADAMENTE PARA A GENTE, DIGO LOGO! – dessa vez era berrando.
- Sim, eu vou! Mas lá em cima,
porque nós precisamos nos arrumar e ficar lindas e maravilhosas para encontrar com
eles.
O telefone da piscina tocou e
então o atendente do bar chamou meu nome. Era o Dougie no telefone, dizendo que
o produtor estava adiantado e queria eles lá o mais cedo possível, e que não
podiam esperar por nós porque, segundo ele, mulher demora demais se arrumando.
Ele me passou o endereço, que eu anotei em um pedaço de guardanapo, tomando
cuidado para não molhar.
Eu e as meninas subimos para
nossos quarto e começamos a tomar banho. Enquanto isso, eu ia contando todos
os detalhes daquele beijo.
- Os gringos só têm essa cantada,
né? – disse enquanto penteava o cabelo.
- Uhum! Eu pensei nisso na hora,
mas era o Harry! Ele podia até me mandar a cantada da aula de canto que eu
pensava que era poesia romântica.
- Aula de canto? – perguntou
confusa enquanto abria suas gavetas procurando uma blusa.
- É! Essa é boa para você mandar
pro Dougie, quer ver? “Oi Dougie, você faz aula de canto?”. Então ele responde:
“Não, por quê?” aí você: “Então vamos ali para o canto que eu te ensino”.
Todas as quatro tiveram ataques
de risos longos. Até que conseguimos respirar direito e lembrar que haviam
quatro ingleses esperando pela gente.
Finalmente prontas, descemos
para a portaria para andar até o estúdio. Dougie me disse que ficava a duas ruas
do hotel, portanto, não precisávamos ir de carro.
Quando estávamos entrando na rua
do estúdio, encontramos a pessoa que eu menos gostaria de encontrar hoje: Izzy!
Eu e as meninas nos entreolhamos
e começamos a comentar em português para que mais ninguém entendesse.
- Muita sorte encontrar
justamente ela aqui, não é? – eu dizia, enquanto a analisava.
- Você teve sorte demais hoje,
! Deus está descontando agora. – precisava ser a fazendo esse
comentário.
- Acho uma teoria interessante,
mas resta saber se ela também está indo para o estúdio.
Continuamos a caminhar, e alguns
prédios depois já era o estúdio. Estávamos atrás da Izzy e podemos vê-la
entrando no prédio.
- Acho que eu realmente fui
castigada. – eu disse triste. – Fui só uma diversão brasileira para ele.
- Calma, amiga! Tenho certeza
que quando chegarmos lá, vai ter uma explicação. – dizia fazendo carinho na
minha cabeça.
Finalmente chegamos ao prédio.
Entramos no elevador e subimos até o andar indicado pelo Dougie.
Chegando lá em cima toquei o
interfone e uma voz masculina atendeu:
- Quem é?
- Convidadas dos meninos do
McFLY. – eu respondi.
- Sim, senhoras! Oi, ! É o
Danny!
- Oi, Danny! Vai abrir a porta? –
eu brinquei.
- Ah, claro! – ele disse e eu
pude ouvir aquele barulhinho de porta automática abrindo.
Entramos e os meninos estavam
sentados no sofá junto com o produtor. Izzy estava sentada em uma poltrona, de
frente para eles. Pude ver ela nos analisando com o olhar.
- Olá, meninas! – Tom e Dougie
falaram simpáticos.
Harry levantou do sofá e veio
falar conosco. Deu dois beijinhos em cada menina e, quando chegou a minha vez, ele
sorriu e me deu um selinho demorado. Acho que ele não faria isso se realmente
estivesse com a Izzy, não é?
- Oi, minha brasileira!
- Oi, meu inglês! – eu sorri sem
graça.
- Como vocês são possessivos. Se
conhecem há um dia e já tem pronome possessivo na frente da nacionalidade. –
Dougie disse levantando do sofá e indo nos cumprimentar direito.
- Então, meninos? Vamos voltar ao
trabalho? – eu ouvi o produtor falando.
- Claro!
Os quatro junto com o produtor foram
andando para uma sala mais adiante, e os meninos pediram para que nós os
seguíssemos.
O estúdio era um lugar bem
calmo. Eu passaria horas lá, tranquilamente. Ficamos do lado oposto do lugar
onde se gravava, mas como existia um vidro separando, podíamos ver tudo que
acontecia com os meninos. Aquela mesa cheia de botões era realmente enorme.
Eles começaram a tocar uma
música do novo CD. Nos demos bem, porque não conhecíamos, então não teria
problema para fingir que não sabíamos a letra. Aliás, nos demos bem duas vezes,
porque éramos as primeiras fãs a ouvirem a música.
Cada um tocava de cada vez, até
que depois tudo foi colocado para tocar junto e ficou perfeito. Não conseguimos
conter nossos sorrisos de satisfação ao ver o começo da gravação de uma música
DELES.
- Gostaram meninas? – Danny
perguntava tirando a alça da guitarra do ombro.
- Eu amei! Como sempre! – Izzy
respondeu.
- Obrigado Izzy, mas eu queria
saber das outras meninas.
- Eu gostei muito! – eu prendi o
riso para não rir da cara de idiota que a Izzy ficou com o fora do Danny. –
Aposto que as meninas também, não é? – todas fizeram que sim com a cabeça.
- Amanhã vai ter um show nosso,
restrito para apenas algumas fãs sortudas de todo o mundo. Será que vocês querem
ir? – Harry explicava.
- Acho ótimo! Só espero que as
fãs não matem a gente! – disse rindo.
- Se elas forem matar alguém,
que matem a ! Quem beijou o Harry foi ela. – dizia com cara de como se
fosse óbvio.
- Nossa, ! Que amor que
você tem por mim! Emocionante! – eu ria do comentário.
- Disponha!
- O luau vai ser às 19:00 horas
e a gente vai aproveitar para comemorar.
- Comemorar? Que dia é hoje? –
perguntou confusa.
- 11 de março!
me olhou com cara de
desespero. A GENTE ESQUECEU DO ANIVERSÁRIO DO DANNY. A , que percebeu logo o
nosso fora, disse:
- E qual o motivo na
comemoração?
- Amanhã é aniversário do Danny!
- Aaah! Que lindo! Quantos
aninhos? – como se ninguém soubesse que ele ia fazer 24.
- 24 anos! – Danny disse
caminhando para a parte que nós estávamos do estúdio. – Vocês vão, não é?
- Claro! Não perderíamos por
nada. – Nós estávamos na Inglaterra por causa desse show. Se nós não fossemos
éramos loucas.
- Acho melhor voltarmos ao
trabalho, se não nada fica pronto hoje!
Eles continuaram a tocar e nós
só observando. Sentadas no sofá, íamos fazendo pequenos comentários entre uma
gravação e outra. Fazíamos em português para não ter risco que alguém ouvisse um
comentário muito idiota.
No final do dia, já estávamos
todos sentados na sala conversando. Os meninos estavam combinando as musicas
certas para o show do dia seguinte e eu e as meninas ficamos olhando.
- Eu não sei, gente! O que vocês
preferem tocar: Falling in love ou Pov? – Tom perguntava para todos.
- Bom, eu prefiro Pov, mas se
vocês quiserem Falling... – Danny dizia.
- Todo mundo concorda com Pov? –
Dougie disse finalmente.
Pude ver varias cabeças
concordando.
- Então pronto! É Pov!
- Adoro a praticidade do Dougie!
– Harry disse rindo.
- Que horas são? – eu perguntei.
- São 21:00! Por quê?
- Tá meio tarde, né? Acho melhor
a gente ir voltando pro hotel. Se vocês forem ensaiar mais tudo bem, mas como a
gente vai andando, é melhor ir logo.
- A gente não vai mais ensaiar
não, vai? – Harry perguntou para o produtor.
- Não! Podem ir se divertir!
Todos nos levantamos e fomos em
direção à porta. Izzy levantou também e desceu com a gente no elevador.
- Eu vou para casa. Amanhã nos
vemos! Tchau, Harry! – disse e deu um beijo em seu rosto. Eu quis matar aquela
mulher! Nessas horas que um raio laser seria útil.
- Tchau! – ele disse seco. ADOREI!
Fomos todos andando para o
hotel, conversando. Chegando lá, eles nos convidaram para ir um pouco ao quarto
deles. Danny e Harry estavam em um quarto, e Tom e Dougie em outro. Ficamos todos
no quarto do Danny e do Harry. Conversamos até umas 2 da manhã.
- Nossa! Estou morrendo de sono! – disse bocejando.
- Você pode deitar na minha cama,
se quiser. – Danny ofereceu batendo de leve em sua cama.
- Mas se eu dormir aí, depois eu
não vou acordar para ir para o meu quarto.
- Eu te levo no colo.
Eu limpei a garganta falsamente.
- Que isso, Danny! Não quero dar
trabalho.
- Então dorme aqui!
Segurei o riso. Eu sabia que
esse era o sonho da . ERA O DANNY JONES A CHAMANDO PARA DORMIR NA CAMA DELE.
Ela sorriu.
- Então, vai aceitar a minha
proposta?
- Não sei... Realmente não vai
ter problema?
- Que isso, ! A cama é de
casal! Cabem três pessoas aqui até.
- Posso dormir com vocês, então? – Dougie disse.
- Você tem sua cama por algum
motivo, não é? – Danny disse sarcástico.
- Tudo bem. – Dougie disse com
cara de cãozinho abandonado.
- Então resolvido! A dorme
aqui!
Ela deu um sorriso para mim como
se dissesse: Consegui!
- Eu vou indo para o meu quarto,
então! Já que a vai dormir aqui, eu tenho uma cama de casal só pra mim. – Eu
disse enquanto levantava da cama de Harry.
- Você disse cama de casal? –
Harry perguntou levantando comigo.
- Sim, por quê? – como eu sou
cínica.
- Bom, eu vou explicar para você,
! Duas camas de casal aqui e uma cama de casal lá. A dona de um lado da cama
de casal de lá, vai ficar em uma cama de casal daqui. Então, o dono da cama de
casal daqui, fica no lado da cama de casal lá.
- Harry, se você quer dormir no
meu quarto, é só pedir. Não precisa fazer explicações complicadas demais para a
minha cabeça.
Ele simplesmente sorriu.
- Acho que a gente sobrou
Dougie! – Tom disse levantando da cadeira onde estava.
- Pois é, Fletcher. Vamos pro
nosso quarto que é o melhor a se fazer!
- Seus dois gays! O que a falta
de mulher não faz com uma pessoa? – Danny disse levantando da cama para tirar o
edredom para .
bocejou ao seu lado e
deitou na cama.
- Dorme bem! Qualquer coisa eu
estou na cama do lado. – ele disse dando um beijo na testa dela.
Todos saíram do quarto e somente
e Danny permaneceram.
Fui andando para o meu quarto
com Harry. Meu quarto ficava três andares abaixo do deles.
Eu e Harry entramos no elevador
em silêncio. Apertei o botão e fiquei olhando para a porta. O que será que
aconteceria naquele quarto? Eu não queria nada, de verdade mesmo. Depois de anos
esperando, eu não queria nada disso com ele essa noite. Eu seria só uma aventura
para ele! Daqui a três dias nós iríamos embora e isso só passará de um nada para
ele.
Chegamos ao nosso andar e ele me
esperou na porta do elevador estendendo sua mão para mim. A segurei e fomos
andando até o meu quarto. Peguei o cartão e passei. Aquele barulhinho apitou e
nós dois entramos.
- Você que beber alguma coisa? –
Eu disse colocando a chave em cima da mesa.
- Não! Eu estou bem assim. – ele
respondeu sentando na cama.
- Eu vou trocar de roupa! Já
volto! – entrei no banheiro e coloquei meu pijama. Quando saí, Harry estava
apenas de calça, e sua camisa está dobrada em cima da mesa.
- Você se importa? Está calor
demais para ficar de camisa. – eu olhei aquele corpo de cima a baixo. Respirei
fundo e tentei formular uma frase.
- Não! Tudo bem. Está calor
mesmo! – Ele nem imaginava o quanto eu estava com calor depois dessa.
Pude ver ele me analisando
também. Eu estava com um short no meio da coxa e uma blusa grande que eu usava
para dormir. Não estava nada demais, porém homens vêm perversões em tudo.
Ele bateu a mão levemente do
lado dele na cama. Andei até a cama e sentei ao seu lado. Ele sorriu para mim e
tirou o cabelo do meu rosto. Fiquei um pouco vermelha, pude notar.
- Você é linda!
- Obrigada. – eu olhei para baixo e sorri. Ele segurou meu queixo e o levantou. Chegou perto de mim e me
beijou. Esse era o nosso segundo verdadeiro beijo. Parecia melhor que o primeiro,
de algum modo. Dessa vez nós estávamos sozinhos em um quarto, e podíamos nos
empolgar o quanto quiséssemos.
Ele me chegou para trás na cama
e deitou em cima de mim. Eu sabia onde ele queria chegar, mas ele não ia
conseguir. Deixei-o aproveitar até onde fosse possível. Ele me beijava com
vontade e fazia carinho no meu rosto. Aquilo me fazia bem. Era o melhor lugar
que eu poderia me imaginar em todo o mundo. Ele desceu a mão até minha cintura.
Minha respiração começou a ficar ofegante, mas não o impedi.
Ele se afastou de mim e me olhou
nos olhos.
- Eu juro para você que eu não
vou fazer nada. Não quero que você pense que será apenas qualquer uma para
mim. Sei que eu fui meio desesperado em dar o primeiro passo, mas eu não costumo
ficar com qualquer uma. Você realmente me encantou, e eu quero ver se isso é
realmente o que NÓS queremos. – ele sorriu.
Eu apenas concordei com a cabeça
e o beijei. Ainda assim não iria acontecer nada. Eu não queria que acontecesse
sem que fosse realmente algo especial para o dois. Não era certo, mesmo sendo o
homem da minha vida.
Nós ficamos lá nos beijos,
passadas de mãos e mais beijos. Nada que não fosse normal. Ele me respeitou cada
segundo e eu achei isso lindo a cada segundo. No final de tudo, ele me abraçou e
nós deitamos juntos debaixo do edredom.
Quando acordei de manhã, olhei
para o lado e vi o rosto de Harry do meu lado. Para mim, aquilo era apenas mais
um sonho como todos os outros. Levantei da cama e olhei pela janela, eu
conseguia ver a London Bridge de lá.
Nunca tinha visto algo tão
lindo. Era inexplicável a sensação de perceber que eu realmente estava em
Londres e que meu cérebro não havia inventado.
Resolvi parar com meus devaneios
e voltar para a cama mais ou pouco. Olhei novamente para o rosto de Harry ao meu
lado. Lembra quando eu disse que não havia nada mais lindo que aquela vista?
Observar aquele homem dormindo tornava aquela afirmativa falsa.
Enquanto o observava, ele
começou a abrir os olhos.
- Bom dia, Bela Adormecida! – eu
disse.
- Bom dia, pequena! Você está
acordada há quanto tempo?
- Tempo suficiente para
descobrir que você ronca!
- Mentirosa. Eu não ronco!
- Como você sabe? Você não se
escuta dormindo!
- Minha ex-namorada me disse!
- A Izzy, não é? – claro que
tinha que ser
- É... Como sabe?
- Pelo jeito que ela olhou
quando você me beijou. – óbvio que eu notei o olhar mortal dela para mim, mas eu
já sabia mesmo antes disso.
- Eu não reparei! Espero que
você não se preocupe com isso! A história com ela já acabou faz tempo.
- Tudo bem! Não estou
preocupada. Afinal, foi comigo que você passou a noite e não com ela. – eu dei
um sorriso triunfante.
- Muito bem observado! – ele
veio em minha direção e deitou na cama, me beijando. Era incrível como a cada
beijo ele me fazia sentir algo diferente e o frio na barriga só aumentava.
- Harry! – eu dizia entre os
beijos.
- Sim? – ele respondia nos
segundos que sua boca não estava junto à minha.
Eu coloquei minha mão em seu
peito descoberto. Ele olhou para minha mão e depois em meus olhos com um
sorriso.
- Acho que você tem que
encontrar os meninos, não? Além disso, eu tenho que ir ao seu quarto dar parabéns
para o Danny. - tenho mesmo não é? – ele me
olhou desapontado – Vou tomar um banho antes, você me espera?
- Claro! Vou escolhendo minha
roupa para o grande show! – essa roupa já estava escolhida fazia alguns meses.
Ele entrou no banheiro e eu abri
o armário procurando a roupa que eu havia escolhido. Coloquei-a em cima da cama
e olhei para o relógio. Ele marcava 12:35. Peguei outra roupa para colocar após
o banho. Sentei na cama e esperei Harry sair.
Aposto que ele fazia isso com
todas as meninas em turnê, mas no final seria uma boa lembrança.
Enquanto eu ficava pensando como
seria difícil ter que ir embora depois de ter conhecido eles, Harry apareceu na
porta do banheiro apenas com uma toalha amarrada na cintura. Ar? O que é ar depois dessa
cena?
- Já escolheu a roupa?
Eu apenas balancei a cabeça
positivamente.
- Você está bem?
- Claro! Estava só pensando na
vida.
- Sua vida me incluía?
- Talvez... – eu levantei da
cama, fui em sua direção, fiquei na ponta do pé e o beijei.
- Vou interpretar isso como um
sim! – ele sorriu.
Dava vontade de dar um soco
naqueles dentes. Quem sabe assim eles paravam de me deixar sem ar.
Entrei no banheiro e tomei um
banho um pouco demorado. Queria aproveitar aquela água quente na minha cabeça.
Ela fazia meus pensamentos funcionarem melhor.
Depois de dez minutos, eu saí do
banho enrolada na toalha, porque é claro que eu tinha esquecido a roupa em cima
da cama.
Harry me olhou de cima a baixo,
mordendo os lábios. Aquela não era a situação mais constrangedora do mundo?
- Wow!
- Para, Harry! Eu fico sem graça.
- Desculpa, mas eu não me
contenho!
- Homens... – eu disse indo em
direção à cama e pegando minha roupa que já estava lá. Voltei ao banheiro e
coloquei a roupa. Quando sai novamente, Harry estava pronto, sentado na cama me
esperando.
- Vamos? – ele disse levantando.
- Vamos!
Saímos e fomos até o elevador
para chegar ao quarto dele. Ao chegar, bati levemente na porta, porque do jeito
que o Danny era, provavelmente estava dormindo. Para a minha surpresa ele não
demorou quase nada para atender a porta. A já estava arrumada sentada na
poltrona ao lado da janela.
- Bom dia, Danny! – eu dizia
entrando no quarto.
- Boa TARDE, ! – ele sorriu
- PARABÉNS! – eu não me
controlei de emoção por estar realmente dando parabéns para ele pessoalmente e
não por uma mensagem de myspace que ele nunca deve ter lido em todos esses
anos. O abracei forte e pude sentir ele me tirando do chão. Era um dos momentos
mais felizes da minha vida.
- Obrigado, baixinha!
Eu entrei e sentei da cadeira ao
lado de .
- Você vai me contar em detalhes
essa noite! – eu disse ao sentar ao lado dela.
- Nada que você não esperasse
que fosse acontecer. – ela abaixou a cabeça e ficou vermelha.
- !
- Não! Isso não!
- Acho bom! – eu ri.
- O que as meninas riem, posso
saber? – Danny disse sentando em frente à , na cama.
- Nada demais! Papo de menina! –
eu disse indo sentar na cama, ao lado de Harry.
- Onde estão os meninos? –
perguntou.
- Bom, eu pensei que eles
estivessem aqui com vocês. – Harry disse.
- Eles vieram aqui de manhã, mas
já foram. Devem estar na piscina ou algo assim...
- Possível! E as meninas estavam
com eles? – eu perguntei olhando para Danny.
- Estavam sim! Por quê?
- Nada! – eu olhei para e
ela deu um risinho e um aceno positivo com a cabeça.
- Vamos descer e encontrar com
eles então? Daqui a pouco nós temos que ir para a casa de praia e arrumar o
luau.
Levantamos e descemos para a
piscina. Como o Danny havia pensando, os quatro realmente estava na piscina. Eu e
ficamos pasmas com a cena que estávamos vendo. e Tom estavam dentro da
piscina aos beijos, enquanto estava sentada no colo de Dougie na borda da
piscina.
- ! Espera só a sua mãe
saber disso! – eu gritei e no mesmo tempo ela e Tom se separaram.
- Eu te odeio, !
- Odeia nada! Volta a se pegar
com o Tom que é o melhor que você faz!
Tom olhou em minha direção sem
graça. Ele estava com medo de que eu realmente contasse para a mãe dela.
- Tudo bem, Tom! Eu não vou
contar para a mãe dela o que vocês fazem na piscina sozinhos!
Ele deu um sorriso e voltou a
beijar .
- Os ingleses são rápidos, não é?
– disse indo sentar em uma mesa.
- Eu que sei! – olhei para
Harry. Ele olhou para baixo e passou a mão na parte de trás da cabeça. – Mas eu
não ia aguentar esperar mesmo!
- Dougie, deixa de safadeza com
a brasileira e vem aqui porque a gente precisa falar sobre o show de hoje!
levantou de seu colo e foi
andando em direção à mesa, junto com Dougie.
- É melhor ser importante!
- Na verdade não era nada. Eu
queria apenas perturbar vocês dois.
- Danny, você é desprezível! –
disse sentando na cadeira ao seu lado.
- Faz parte do meu charme!
Todos olhamos para a piscina e
ainda estava com Tom dentro da água. Era tão perfeito ver que todos os
nossos sonhos realmente estavam se realizando, mesmo que cada um em um tempo.
Harry olhou para o relógio e em
seguida para Danny.
- Já são 13:45! Não é melhor
vocês 4 irem tomar banho para podermos ir para a casa de praia?
- Realmente. – Danny disse
levantando da cadeira.
- Mas gente... – Dougie olhou
para .
- Lá tem espaço para vocês se
pegarem, gente.
- Ah! Então tá bom! – Dougie
riu.
Chamamos o casal aquático que
ainda estava na piscina e todos subiram para se arrumar. Eu arrumei minha bolsa
com a roupa do show, máquina, coisas de mulher e meu celular.
Eu e Harry fomos até o Hall do
hotel esperar o resto deles. Logo Tom, , Danny e desceram. E aí eu me
pergunto: o que e Dougie estavam fazendo? Sorri com o meu pensamento. Poucos
minutos depois os dois estavam lá junto a nós.
Entramos na van que estava no
estacionamento. Um mundo de fãs estava lá aguardando. Só de pensar que eu já fui
uma delas, era até estranho.
Eles acenaram, sorriram e foram
falar com elas. Nós 4 entramos dentro da van para que ninguém visse, porque com
certeza ia gerar alguma primeira página de jornal inglês.
Chegando à casa eu fiquei
encantada. Ela era linda mesmo! Era branca com as paredes de vidro por onde dava
para ver o mar. O show provavelmente seria do lado de fora porque não sei se
caberiam todas as fãs lá dentro da casa.
Os meninos entraram para poder
encontrar o produtor. Nós 4 ficamos sentadas na praia.
- ? – chamou.
- Eu sei! É incrível, não é?
- Nós estaríamos aqui em poucas
horas se não tivéssemos tido essa sorte absurda de conhecer eles.
- Dá para acreditar que estamos
aqui?
- Não mesmo! – disse olhando
para o mar.
- Meninas! – pudemos ouvir Tom
gritando. – Nós vamos ensaiar um pouco. Querem ver?
- Claro! – levantou e foi
correndo até a casa. Tom segurou sua mão e a abraçou. Meus olhos ficaram cheios
de lagrimas de ver aquela cena.
- Vocês não vêm? – Tom perguntou
ainda abraçado com .
- Claro! – nós três levantamos e
fomos andando em direção a casa.
Eles já estavam pegando os
instrumentos para montar. Queria ver montar a bateria do Harry na areia!
- Harry como a gente vai montar
a sua bateria na areia? – Danny perguntou. Por isso que eu gosto do Danny. Ele
pensa como eu.
- Eu não vou montar ela na areia
Danny! Eu vou montar no deck e vocês vão ficar na areia!
- Ah, ok!
Ele começou a montar a bateria
no deck que ficava do lado de fora da casa. Ele ficava virado para o mar, e os
meninos possivelmente ficariam sentados ali na frente dele. As fãs ficariam na
areia.
Harry levou uns vinte minutos
montando a bateria. Eu achei aquilo incrível! Eu iria demorar horas.
Alguém bateu na porta da casa.
Danny foi abrir. Pude o ouvir falando alguma coisa e mandando a pessoa entrar.
Quando ele e a pessoa chegaram
ao lado de fora, eu reconheci a voz. E adivinha quem era? Izzy!
- Olá, meninos!
- Oi, Izzy. – eles responderam.
Ela sentou no sofá da sala e
ficou lendo alguma coisa qualquer.
Os meninos começaram a tocar
“Star girl”. Meus olhos começaram a ficar molhados. Contive as lágrimas.
olhou para mim e viu como eu estava. Todas nós estávamos da mesma forma. Tivemos
que colocar a mão na boca para poder não cantar cada palavra da música. Eu
tentava controlar para não fazer até os solos do Danny.
Eles tocaram mais uma serie de
músicas e em todas nós tentamos ficar controladas. Chegou a ser engraçado,
porque às vezes eles olhavam bem na hora que a gente estava cantando e nós
tentávamos disfarçar.
Eles terminaram de
ensaiar já era 15:30. O show começaria as 18:00, ainda dava tempo de enrolar um
pouquinho.
Quando olhamos pela janela já
haviam algumas fãs do lado de fora, mas eram poucas. Se fosse no Brasil, nós
estaríamos lá desde o dia anterior. Ri com o meu pensamento. Então 17:00 as fãs
começaram a entrar e ocupar seu lugares do lado de fora. Os meninos tinham
entrado no quarto e só nós 5 estávamos do lado de fora.
Eu ouvia todas as fãs comentando
como estavam esperando por esse dia, que estavam emocionadas e coisas assim.
Elas falavam milhares de línguas diferentes. Era incrível!
Eu e as meninas nos juntamos a
elas. Queríamos sentir a emoção de fãs também.
Estávamos lá no meio de todas e
foi divertido fingir que era tudo como antes por alguns momentos. Até o momento
que eles entraram e eu lembrei que eu já conhecia, já conversei, já brinquei, já
abracei todos eles e já beijei o Harry.
Eles entraram e fizeram
brincadeirinhas como sempre. O Harry olhou diretamente para mim e deu um
sorrisinho. Eu sorri de volta.
Eles tocaram músicas antigas no
começo. Tentamos nos controlar, mas não dava mais. Começamos a cantar sem nem se
importar com o que eles iam pensar. Depois de três músicas veio aquela que mexia
comigo mais que todas: Point of view!
Danny começou a cantar
lentamente e eu comecei a derreter internamente. Essa musica nem que eu
quisesse, eu conseguia cantar. Era hipnotizante demais. Eu olhava para cada um
deles com um carinho especial, como eu fiz no último show que eu fui. Essa tinha
sido a música que eu mais havia chorado no outro show, e nesse não foi diferente.
Quando eles terminaram de tocar,
e eu já estava totalmente arrasada depois dessa musica, eles anunciaram uma
pausa. As fãs se dispersaram pela praia um pouco e nós entramos na casa.
Já começava a escurecer e a
ficar frio também. Fui até o quarto pegar o meu casaco. Encontrei o Dougie lá
sentado na cama.
- Tocou muito, hein Dougie!
- Você achou?
- Achei sim! Queria aprender a
tocar baixo um dia!
- Um dia juro que eu te ensino.
- Vou cobrar, hein? Você viu o
Harry por aí?
- Ele estava lá na sala. Você
não viu?
- Não! Acho que ele não devia
estar lá ainda. Eu vou procurar.
Saí no quarto vestindo o meu
casaco. Quando cheguei à sala, vi os outros dois meninos e as minhas meninas, mas
nada do Harry. Talvez ele estivesse lá fora.
Saí e não vi Harry no deck.
Resolvi procurar do outro lado, onde havia uma outra área aberta.
Quando cheguei lá vi no
banquinho duas pessoas sentadas. Quando cheguei mais perto pude ver que eram
Harry e Izzy. Eu gelei por um momento, mas me segurei. Izzy estava com a cabeça
apoiada no ombro dele, porém ele estava sentado normalmente, sem consolá-la.
Izzy levantou a cabeça e me olhou. No mesmo momento ela voltou a colocar a
cabeça no ombro de Harry. Aquilo me deu uma raiva incrível.
O melhor de tudo é que o Harry
não fez nada a respeito. Eu preferi não ficar para saber o que ia acontecer
depois, talvez eu não me aguentasse de raiva. Fui novamente para a sala. Tinha
uma mesa com bolo e doces. Eu tinha esquecido que hoje era aniversário do Danny,
provavelmente eles iam fazer uma comemoração com todos lá. Tom foi até o lado de
fora e gritou para as fãs que estavam lá. Não haviam mais de 100!
As meninas começaram a entrar,
impressionadas porque o Tom tinha pedido para que elas entrassem. Acomodaram-se
na enorme sala, esperando que todos estivessem lá. Logo os quatro já estavam lá.
Harry tinha voltado junto com a Izzy, fato. Ele passou por mim dando um sorriso,
mas eu ignorei solenemente.
Dougie foi até a frente de todos
e começou a falar.
- Como a maioria sabe, hoje é
aniversário do Danny e nós resolvemos fazer uma pequena comemoração para ele.
Todas gritaram animadas. Danny
foi andando até o lado de Dougie.
- Não tem melhor jeito de
comemorar um aniversário do que com os fãs, certo? - ele deu um sorriso. As
meninas deram berros estéricos. Agora eu achava graça, mas eu iria fazer a mesma
coisa.
Os quatro se juntaram na mesa do
bolo e eu peguei minha câmera. Comecei a tirar várias fotos, eu queria guardar
aquele momento quando eu voltasse para o Brasil.
Nós cantamos “parabéns!” para o
Danny animadamente. Foi um dos momentos mais lindos que eu já havia tido.
Depois disso, Danny veio falar
comigo. Eu senti as suas mãos na minha cintura, pelas costas.
- Você está bem, pequena?
- Na verdade não.
- É o Harry, não é?
- Sim! Eu o vi com a Izzy lá
fora!
- Calma! Tenho certeza que ele
vai te dar uma ótima explicação.
Ele me deu um beijo na testa.
- Eu vou procurar a , ok?
- Vai lá, Danny! Ela tem que te
dar o presente de aniversario, né?
Ele sorriu e mordeu o lábios.
No final todos começaram a
voltar lá para fora, e Harry veio falar comigo.
- Aconteceu alguma coisa?
- Não sei! Você que deve saber,
ou melhor, a Izzy deve saber também!
- Do que você está falando?
- Do que eu estou falando?
Talvez da cabeça dela no seu ombro e aquela cena linda de vocês dois lá fora?
- Aquilo? , aquilo não era
nada. Ela só estava desabafando.
- Encostada daquele jeito? Ela
me viu lá, Harry, e mesmo assim continuou!
- , eu te juro que não foi
nada! Acredita em mim.
- Eu acredito, de verdade, mas
você não pode dizer que eu estou errada em ter ciúmes.
- Não, você não está! Eu sei que
ela ainda gosta de mim e eu não posso negar que a nossa história foi longa e não
foi qualquer uma na minha vida.
- Agora você vai me dizer que
ainda gosta dela?
- Não, não é bem assim...
“When you
star talking, I start walking”
Estava bom demais para ser
verdade não é? Eu virei as costas e saí andando em direção ao quarto, porém
senti a mão do Harry segurar meu braço.
- Me solta, Judd!
- Não solto e... Espera! Como
você sabe o meu sobrenome?
Pronto! Agora estava tudo
acabado de vez.
- Então, eu disse que não
conhecia a banda, mas na verdade... Eu conheço vocês fazem anos! Eu fui no show
de vocês no Brasil e se você olhar na lista de fãs do show de hoje, você vai
encontrar o meu nome e o nome das meninas.
Ele ficou me olhando por um
tempo, sem reação nenhuma no rosto. Nessa hora eu tive certeza que estava
tudo chegando ao fim.
- ...
- Eu já sei, Harry! Depois disso
está tudo terminado, certo?
- Não! Eu não ia dizer isso!
Por que você não me disse?
Eu abaixei a cabeça. Eu estava
com vergonha demais para encará-lo.
- Porque se eu dissesse você
nunca ia falar comigo direito! Você ia achar que eu era apenas mais uma fã
qualquer e ia me tratar como uma. Eu não queria isso! Eu queria que você me
visse apenas como uma mulher e não uma mulher que já te ama.
- É... Você tem razão, em
partes! Isso mostra que a gente ainda tem muito que se conhecer, não acha?
Eu levantei a cabeça sem
entender nada. Como assim ele não tinha terminado tudo?
- Harry, você não está falando
sério! Além do que, eu estou voltando para o Brasil em dois dias, lembra?
- Volta! Tenho certeza que sua
mãe vai adorar a idéia de você fazer faculdade aqui.
Ele sorriu para mim. Ele parecia
realmente estar falando sério.
- Não inventa, vai! Como se isso
fosse possível!
- Daqui a dois dias você vá
para o Brasil, arrume as suas malas, venha para cá e faça sua aplicação para a
faculdade. Tenho certeza que você vai conseguir uma vaga aqui.
- Para de ler minha mente!
Parece até que você sabe que eu sempre sonhei com isso.
- Saber o que você pensa faz
parte do meu charme!
Ele foi andando em direção aos
meninos e falou algo baixinho do ouvindo de Danny. Eu só pude ouvir a resposta.
- Mas você não sabe tocar Harry!
O que será que ele estava
aprontando? Eu precisava esperar para ver, certo? Tom foi até o microfone e
disse:
- Pessoal! O intervalo acabou!
Vamos todos lá para fora que o show vai continuar.
Todo mundo andou até a praia,
parando em frente ao palco. Os meninos voltaram aos seus lugares e começaram a
tocar mais músicas. Passaram-se mais cinco músicas, que eu podia cantar sem medo
agora! Era tão bom não precisar mentir para eles. Porém, eu ficava pensando
naquilo que Harry havia dito. Será mesmo que aquilo daria certo? Era impossível!
Eu sabia disso, mas uma parte de mim ainda queria acreditar que era possível ter
ele para mim.
- Todos os nossos shows têm
pequenas surpresas para os fãs, e nesse não poderia ser diferente! Você foram
sortudas e conseguiram vagas para esse show exclusivo. Assim que postamos isso
no Myspace e dissemos que apenas os 100 primeiros a postar estariam na lista,
nenhum de nós pensou que fosse ser tão rápido. Vocês são os melhores fãs do
mundo! Obrigado mesmo! – Danny disse observando cada um na platéia. – Dessa vez
a surpresa é para pessoas específicas! Eu queria chamar no palco as fãs que nós
acabamos de descobrir que são fãs! – ele começou a rir. Como ele era tapado! –
, , e !
- Muito engraçado, Danny! –
gritou ao meu lado.
- Vocês vêm ou não?
- Não! – as quatro gritaram
juntas.
- Tudo bem, então a gente toca
com vocês longe! Harry! Vem aqui para frente.
Harry? Na frente? Quem toca?
- Bom, por um milagre o Harry
resolveu ter idéias descentes e nós vamos fazer uma homenagem original!
- Danny! Assim parece que eu sou
burro!
- A sua sorte é que você é
gostoso! – eu gritei.
- Obrigado pelo incentivo!
Ele sentou em um baquinho mais
na frente, ao lado de Danny.
Danny começou a tocar e eu
imediatamente reconheci a música: Falling in love!
Aquilo era o que eu chamava de
golpe baixo, e o pior de tudo era o Harry cantando. Não que ele cante mal, porque
ele canta bem até demais, mas aquilo piorava o golpe baixo.
Nós quatro ficamos olhando
paralisadas para o palco. Estava lindo! Eu sempre disse que a voz do Harry era
melhor do que a dos outros, mas essa foi a comprovação! Dessa vez eu não chorei,
não gritei, nem cantei. Eu só fiquei olhando, controlada, para o palco onde os
meus ídolos tocavam uma música deles.
Quando o Danny tocou a última
nota da música, todas as fãs que estavam ali fizeram um uníssono de gritos. Eu
comecei a rir à toa! Eu estava orgulhosa deles, orgulhosa de mim, das meninas, de
onde nós chegamos. Depois de anos tentando, nós estamos perto deles e eles
reconheciam que nós éramos fãs mesmo.
- Desculpa pessoal, mas o show
agora realmente acabou. – Tom disse no microfone enquanto levantava do banco.
Novamente um uníssono, mas dessa vez de “Ah!”. – Vocês foram os melhores hoje.
Muito obrigado mesmo, e nós nos vemos da próxima vez! – depois de falar isso,
todos levantaram e foram entrando um por um dentro de casa.
Esperamos todas as fãs saírem
para podermos entrar, porque se nós entrássemos com elas lá, eu aposto que
iríamos ser mortas. Elas foram saindo aos poucos, até que em vinte minutos não
havia mais ninguém por lá.
- Harry Judd! – eu entrei na
casa gritando.
- Pareceu minha mãe quando eu
faço algo errado! Eu fiz algo errado?
- Não, você não fez nada errado!
– eu corri até ele e ele me segurou em seus braços, e eu senti segurança. Aquele
era o lugar que eu sempre quis e sempre vou querer estar, mas será que eu
poderia querer isso? Ele me abraçou forte e beijou o topo da minha cabeça.
- Oh, como vocês são lindos! –
Danny disse sentado no sofá, e com sentada em seu colo.
- Oh, como você é implicante! –
Harry disse olhando para Danny por cima da minha cabeça.
- Sem querer estragar o lindo
momento... – Tom disse.
- Mas já estragando! – Danny
continuou.
- Eu queria muito ir embora,
porque eu estou muito cansado!
- Ok! Vamos todos para o hotel
então.
Chegando ao hotel, eu e Harry
fomos para o meu quarto. Ficamos horas conversando sobre eles e sobre minha vida
no Brasil, até que adormecemos.
Os dois dias que nos sobravam em
Londres foram aproveitados ao máximo. Demos voltas na cidade, os meninos nos
mostraram alguns pontos turísticos e lugares importantes. Passamos então na
frente de Cambridge e meus olhos brilharam. Harry me olhou e percebeu o meu
estado. Chegou perto de mim e sussurrou em meu ouvido:
- É só você querer!
Sorri. Eu queria! Eu ia estudar
lá!
Fomos para o hotel novamente
arrumar nossas malas para partir. No dia seguinte os meninos tinham um show e
precisavam ensaiar, mas fizeram questão de nos levar no aeroporto.
A despedida foi a pior da minha
vida. Ter que deixar aquele homem, o MEU homem, doía muito. O que nos
reconfortava era que sabíamos que voltaríamos daqui a algum tempo, e quando esse
dia chegasse, seria o começo da minha nova vida.”
- E foi assim que eu e seu pai
nos conhecemos! – eu dizia enquanto cobria Clarissa, que estava deitada em sua cama,
ao lado do irmão Daniel.
- Que lindo, mãe! – a menina
dizia. Clarissa já tinha cinco anos e Daniel tinha quatro. A menina parecia
muito comigo, mas Danny era a cara do pai dele.
- Mãe! – Danny disse sentado na
cama.
- O que foi?
- Porque meu nome é Daniel?
- Porque é o nome do melhor
amigo da sua mãe e do meu também! – Harry disse entrando no quarto.
- Que estranho! Os melhores
amigos de vocês têm o mesmo nome!
- Não, amor! É a mesma pessoa. –
eu disse indo cobri-lo.
Dei um beijo na testa de cada um
e saí do quarto junto com Harry.
- Mãe! – Clarissa gritou do
quarto.
- Como você e o papai fizeram eu e o Danny?
Eu olhei para a cara do Harry
desesperada, esperando alguma ajuda.
- Isso é uma história para daqui
a alguns anos, meu anjo. – ele disse fechando a porta do quarto.
comments powered by Disqus