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One.
Tédio. Sabe o que isso significa? Estar deitada na minha cama, sem absolutamente NADA pra fazer, olhando o teto e meus inúmeros pôsteres do McFLY. O celular estava ao meu lado, eu não tinha nada pra fuçar nele, e no meu rádio tocava o CD do All Time Low, Straight To DVD. Eu cantarolava com o Alex, com os braços estendidos e pernas retas. Eu parecia o Cristo Redentor deitado numa cama com bichinhos de pelúcia e edredom detalhado, num quarto repleto de pôsteres. Tédio, tédio, tédio.
E eu não estava com vontade de sair de casa. Primeiro, porque eu moro no fim do mundo, e no fim do fim do mundo ainda por cima, porque não tem ninguém aqui perto. Segundo, não estava lá um dia bonito pra sair saltitante e feliz. E estava trovejando, embora não estivesse com cara de chuva. Ao pensar nisso, a luz piscou e apagou, o rádio parou de tocar e eu xinguei mentalmente o mundo. Levantei de um pulo e tirei tudo da tomada e cliquei o interruptor. Mania. Pelo menos eu não estava no computador, meu pai fica puto quando eu estou no PC e acaba a luz. Suspirei e pensei que hoje talvez fosse um bom dia pra pular de um prédio. Mas espera, eu não moro em prédio. Pelo menos aqui em casa tem piscina, vou lá me afogar um pouquinho e já venho.
Quando estava abrindo a porta do quarto – não, eu não ia me matar, ia só buscar algo na cozinha pra beliscar, afinal, ninguém é de ferro, é? – o meu celular começou a tocar e eu bufei. Não podia ser ninguém que eu conhecia, porque eu já tinha tentado gastar meus créditos e bônus com todos, e ninguém podia falar no momento. Batendo os pés, peguei o celular e não reconheci o número, como esperava, mas na verdade era um número esquisito, provavelmente não daqui do Brasil. Ligação internacional? Medo. Atendi, afinal, eu tava curiosa.
- Alô? – Me achei idiota no segundo que disse isso, afinal, era uma ligação internacional, porque diabos eu falei em português?
- Eu tô falando sério, vamos falar com ele e tudo bem! – uma voz estranhamente conhecida falava em inglês do outro lado (obrigada, anos e anos estudando inglês, por me fazer entender e falar bem), mas eu achei confuso, até porque eu não conhecia ninguém que falasse inglês.
- Ahn, hey? – falei de novo, mas parece que o tal não estava com o ouvido no telefone. Uma outra voz – também conhecida – falou, mas com ele.
- Tem certeza? E se esse não for o número dele? – Eu franzi a sobrancelha, tentando lembrar de onde conhecia tal voz. Vozes, porque eu conhecia as duas!
- Heeeeeey? – me intrometi, vendo que o inglês 1 (sim, era inglês, eu pude perceber pelo sotaque, quando o inglês 2 falou ‘número’ [n/a: imaginem o sotaque britânico em ‘number’ agora haha]) ia contestar. Os dois ficaram em silêncio e eu ouvi o celular mexer.
- Hm, oi? – o inglês 1 falou e eu franzi as sobrancelhas. Ouvi o inglês 2 no fundo: - Isso não me pareceu a voz de um homem. VOCÊ LIGOU ERRADO, SEU INÚTIL!
- Quem está falando? – perguntei, isso ajudaria meu cérebro atrofiado pelo tédio a lembrar de quem diabos era a voz. Ouvi um pigarro do outro lado e me recostei no meu cachorrão de pelúcia.
- Quem está falando? – perguntaram também, e eu cerrei os olhos, depois me lembrando que quem quer que fosse não conseguiria ver.
- Eu perguntei antes! – falei, me sentando. Empolguei aqui, me tirou do tédio essa ligação, fataço, eu nem recebo ligações direito, imagina internacionais então. Vou testar meu inglês. Ou não.
- Mas eu quero saber também! Primeiro as damas! – Droga, sempre o truque do ‘primeiro as damas’, que merda, viu.
- Okok, seu ‘cavalheiro’! – exclamei e o ser do outro lado riu, então eu me toquei de quem era aquela voz. Arregalei os olhos e olhei idiotamente pro meu pôster do McFLY. Um deles, ok, o que estava mais perto. – D- Danny Jones? – perguntei, me sentindo idiota. Eu gaguejei, porra.
- VOCÊ SE CHAMA DANNY JONES? – o próprio gritou e eu afastei o celular do ouvido. – OH MY GOD!
- Danny, se aquieta, meu – a outra voz (que eu finalmente reconheci sendo a de ) falou e eu arfava.
- Não não! – falei. – Você! Você é Danny Jones! – exclamei adoidada.
- Hun – ele pareceu confuso. – Espera. Se eu sou Danny Jones, quem é você? – ele me perguntou.
- Erm, isso está ficando confuso! Eu sou , , whatever! Mas você! Você é DANNY JONES! – eu estava surtada no momento. Eu simplesmente estava falando com DANNY JONES NO MEU CELULAR.
- Eu sou? – ele perguntou e eu me segurei para não gargalhar. Estava claro e óbvio que era o Danny, com essa lerdeza. – ESPERA, QUEM É DANNY JONES AFINAL, EU OU VOCÊ?!
- DANNY, PÁRA DE SER BABACA, É VOCÊ, NÉ, SUA ANTA! gritou, perdendo a paciência e eu soltei uma gargalhada.
- MAS ELA DISSE QUE ELA ERA DANNY JONES!
- ELA DISSE QUE ELA ERA , ALGO ASSIM! – OMG, lembrou- se do meu nome, morre. Eu rolava de rir, retardadamente, enquanto tentava acalmar Danny. Depois de alguns minutos (ainda bem que eu não estava pagando isso), Danny voltou ao telefone.
- Então, acho que você não é a pessoa com que eu queria falar. – Poxa, depois de toda essa nossa conversa empolgante (?) ele vem me dizer isso? Magoei.
- É, imaginei. A menos que eu tenha te passado o meu número, o que eu não lembro de ter feito. – Dei ombros e suspirei.
- Ah bem. , certo? – ele confirmou e eu sorri. Meu nome nos lábios de Danny Jones, soando na voz de Danny Jones.
- Com certeza! – falei e rimos. Bem, e agora?
- E... bem, como você sabia meu nome? - ele perguntou confuso.
- Erm... sua voz é fácil de reconhecer. – E a risada também, eu só demorei um tempão porque, oi, sou lerda mil também.
- Ahh... fã? – me perguntou e eu cocei a lateral a lateral do nariz. É, tenho mania de fazer isso quando tô nervosa. Eu na verdade estava morrendo de vontade de responder “Não, ar-condicionado!” por causa daquela confusão que o fez no Google tradutor, mas me segurei.
- Éeee... sim. Nesse momento eu estou observando seu rosto em inúmeros pôsteres – confessei. Na verdade, eu tava vendo o , e lembrando que ele prestou atenção no meu nome e lembrou! Que sorte, manolo...
- Legal! – Danny disse animado e eu sorri. – Well, eu preciso tentar ligar para a pessoa certa dessa vez! – ele disse e riu, eu ri com ele porque sou retardada e porque é impossível não rir com o Danny. – Mas vou salvar seu número, posso te ligar de novo?
- Uuuuh, Danny seduzindo! – ouvi lá atrás e corei. Não era exatamente Danny quem me seduzia.
- Cala a boca! – Danny respondeu rindo, mas parou logo. – Não você, , o ! – Eu ri.
- Bom mesmo! – me fingi de ofendida. Sério, nem sei como tô conseguindo ser natural, digo, é DANNY JONES no meu telefone, e não era trote, isso está mais que óbvio. Ele riu e eu sorri.
- Posso te ligar então? Mais tarde? – Danny insistiu e eu olhei para um pôster, hesitando por meio milésimo.
- Claro. – Ele soltou um ‘uhul’. – Mas você que vai pagar minha conta! – Ele riu alto e concordou.
- Não vai sair tão cara assim, vai? – ele perguntou e eu dei ombros, depois lembrando que ele não podia ver.
- Bem, eu sou do Brasil, então ach... – Antes que eu pudesse concluir minha frase, fui interrompida por um grito de .
- BRASIL? COMO DIABOS VOCÊ CONSEGUE LIGAR PRO BRASIL? – ele falou mais um monte de coisas que eu não entendi e Danny começou a falar também. Eu boiei. Eles silenciaram de repente e logo ouvi a voz de .
- , desculpe, vamos ter que desligar agora. Vamos salvar seu número e te ligamos outra hora – ele me disse e eu sorri.
- Claro, , sem problemas. Até mais – falei e eles desligaram.
Depois de terem desligado, eu fiquei olhando com cara de cu pro meu celular. Salvei o número, e quando vi escrito ‘Danny Jones’ na tela meu estômago deu um pequeno solavanco. Só pra garantir que era real.

Passaram- se dias, e depois semanas, e nem nem Danny ligaram para mim. Nos primeiros dias eu não desgrudava do celular. Depois desencanei. Eles só devem ter falado aquilo pra não ficar chato. Além de que eles são famosos, têm mais o que fazer do que ligar para fãs do outro lado do mundo.
Eu estava aproveitando um feriado na praia com minhas melhores amigas, e . Eu não havia contado sobre a ligação, porque Danny é o favorito de e ela surtaria horrores. E ia assediar os meninos (via telefone, pois é, nunca duvide da capacidade da caçula) pra eles passarem o Disk-.
Bem, voltando à praia, tinha ido comprar água de coco pra ela e se agarrava com um menino que ela achou parecido com o na beira do mar (quem não tem cão caça com gato, certo?). Eu estava tomando sol pra ficar com um bronzeado matador (não) quando Nowhere Left To Run tocou absurdamente alto. É, esse é meu toque agora. Atendi olhando o visor rapidamente e não reconhecendo o número. Meio desapontada no meu interior por não estar escrito “Danny Jones”, falei (gritei):
- ALOHA FROM HELL! – Peguei mania de atender telefone assim, é coisa de doida. É o nome de uma banda alemã, mas mesmo assim. É divertido haha.
- NOSSA QUE DO MAL, LIGAMOS PRO INFERNO HAVAIANO! – ouvi a voz de Danny berrar, dessa vez ao fundo, e meu coração deu um pulo enquanto eu ria.
- Cala a boca, dude – a voz de disse mais perto e eu entendi porque não reconheci o número, era o telefone dele. – ? É você? Fã, brasileira, nos falamos há um tempo? – Ele parecia desconfiado e eu ri baixo.
- ! – gritei animada, e nesse instante se afastou do menino e berrou pra mim:
- ONDE?! – Eu desatei a rir e ela me lançou um olhar do mal, fiquei com medo. –Vai se ferrar, , fica vendo ilusões! – Ah, se ela soubesse que não era exatamente uma ilusão.
- Ahn, oi disse tímido e nós rimos. – O que foi isso?
- Ah, eu me empolguei – falei corando e ouvi os dois rirem. – Eu tô no viva- voz?
- Sim – os dois disseram, e logo depois só Danny: - Onde você tá? Tô ouvindo um barulho diferente.
- Eu tô na praia, com as minhas amigas.
- Aaaahh, não fala isso! Deve tá mó calor aí, aqui tá um frio desgraçado, meu cu tá congelando... – Danny reclamou e eu ri, enquanto concordava com ele.
- Outch, eu podia viver sem essa, Danny – falei rindo e eles gargalharam, e nesse momento ouvi atrás de mim:
- DANNY? QUE DANNY?
- AAAAAAAAAAH, ! – gritei, tomando um susto. – DE ONDE VOCÊ SURGIU, DEMONHA?!
Sério, a menina apareceu do nada, e ainda berra no meu ouvido. Isso é o que chamo de melhor amiga.
- Da barraquinha do coco! Que Danny, ? – A água de coco dela até caiu no chão, ô dó. Corei e a encarei.
- Um amigo.
- Que fala inglês? – Ela arqueou uma sobrancelha e, apesar de ser Jones, a tá bem espertinha... Se bem que o assunto É o Jones (embora ela não saiba disso), então já viu, né.
- É, conheci pelo twitter. – Ê desculpinha #fail, mas tudo bem. É que ela não pode saber que é o Jones marido dela, vocês já viram como ela surtou com a possibilidade de ser ele.
- Ah ok. Vou no mar, chegou um amigo gatinho do “amigo” da . – Ela fez cara de safada e saiu andando, e eu ri.
- ? ?! falava meio desesperado no telefone, e eu voltei a falar com ele.
- Oi, criatura, tô aqui.
- Ufa, achamos que você tinha morrido! – Danny cantava alguma coisa no fundo e riu fraco.
- Foi quase, viu, minha amiga chegou me dando um susto aqui, vou te contar. – Voltamos a rir e eu mordi meu lábio. O que eu conversaria com eles? “Oi, sou muito tua fã”. Merda.
- Então... Você não estuda? Digo, você tá na praia, é meio de semana... – Danny falou, pensativo e eu sorri.
- Eu estudo sim, Danny, é que hoje é feriado aqui no Brasil, tendeu? – respondi.
- Aaaaaaah sim. Você faz faculdade? Do quê? – ele perguntou, interessado, e eu corei.
- Hm, não, não faço faculdade... Tô no último ano da escola, vou fazer faculdade ano que vem só... – Cocei a lateral do meu nariz, faço isso quando estou nervosa.
- Ah. Espera. Quantos anos você tem então? – Os dois silenciaram e eu imaginei suas caras.
- Ahn. Tenho 17. – Cocei o nariz novamente.
- Fuuuuuuuuu, nova demais, Danny – ouvi cochichar e fiquei triste de repente. Eu odeio ser ‘nova demais’.
- Hm, gente? – Eles tinham começado a falar entre si. – Gente! – chamei a atenção, eu tinha ficado realmente triste. Sei lá, parecia que do jeito que falara, ser nova demais impossibilitava até uma amizade. Eu sei que é idiota ter amor platônico, mas ultimamente tinha crescido alguma coisa em mim por causa desse telefonema. E por causa das palavras de , isso que havia crescido encolhera- se de dor e apertava todo o meu peito.
- Oi?
- Eu... eu preciso desligar. – Sem querer minha voz falhou, e acho que ela soou triste.
- Aah, já? Mas a gente nem conversou... reclamou e eu mexi na areia. Eu não queria dar continuidade a esse sentimento idiota, a essa dor.
- É... eu... tenho que... sei lá. – Sua mamão. Nem pra conseguir dar uma desculpa decente.
- Tem mesmo? Não dá pra ficar só mais um pouquinho com a gente? – Imaginei Danny apertando os olhos azuis e fazendo uma cara extremamente fofa. , PÁRA! Pensar neles não vai ajudar em nada. Nem nessa carinha do Danny.
- Não... – falei, voz falhou de novo, ê diabo, pára com isso.
- Mas a gente pode te ligar de novo então? Mais tarde? insistiu e eu suspirei. Por que diabos eles queriam me ligar?
- Mas por que vocês querem me ligar? Digo... eu... não sei o que falar com vocês. – “E sou nova demais” completei amargamente na minha mente.
- Sei lá, a sua voz é legal – Danny respondeu, rápido demais. Ri alto.
- Não sei por que a gente gosta de te ligar, , mas é divertido. Acho que da forma que a gente se conheceu e tudo o mais. Dá vontade de te conhecer mais. – Sorri fraco com o que disse.
- Ah, ok, então... Podem ligar. – De que adianta negar? Vai que eu descolo uns beijos e... Cale- se, .
- WEEEEEEEEEEEE! –eles gritaram animados e eu ri mais. – Faz assim, passa seu twitter também, a gente te segue e tudo fica amarelo! – Danny sugeriu e eu e ficamos em silêncio.
- Não seria ‘tudo fica azul’? perguntou pra ele e eu segurei o riso.
- O que você tem contra amarelo? – Danny perguntou indignado e eu ri. – Seu preconceituoso!
- Você fala isso como se não me conhecesse há anos respondeu e eu o imaginei fazendo uma cara de um emoticon que eu tenho, aquele do tédio e... Tá bom, me calei.
- Tudo bem então, tudo roxo.
- LARANJA! – gritei, eu adoro laranja. Os dois ficaram em silêncio. – O que vocês têm contra laranja? Laranja é legal.
- Er, ok. Laranja – Danny disse.
- Laranja não, laranja me lembra amarelo reclamou. Eu ri.
- Mas laranja é laranja, e amarelo é amarelo! – comecei a discutir com ele, sorrindo.
- Mas o laranja sem o amarelo não seria laranja! – Ele parecia empolgado e eu ri.
- É, e sem o azul também não! – Danny se intrometeu e eu e novamente ficamos em silêncio. – O que foi?
- Jones, amarelo e azul dá verde. Não laranja. Laranja é amarelo e vermelho explicou lentamente pro Danny e eu ria.
- Droga, acho que perdi essa aula – o Jones disse e todos rimos.
Era bom conversar com eles, até tinha esquecido que estava mal e queria desligar. Eles eram divertidos e me entretinham. Sem contar que, bem, caso vocês não tenham reparado, eles eram e Danny Jones.
- Então, , você vai mesmo desligar? perguntou e eu cocei o nariz. Olhei minhas amigas conversando com o sósia do e o outro que chegou, elas não pareciam empolgadas pra me chamar pra lá, nem eu estava muito empolgada. Eu na verdade não gosto de praia, não sei o que tô fazendo aqui. Vou pro apartamento. Ah, tive uma ideia.
- Me liguem daqui a uns quinze minutos, ok? – pedi.
- Tudo bem! Até já! concordou e ouvi o barulho do telefone sendo desligado. Levantei-me e peguei minhas coisas.
- ! – berrei e ela me olhou, assim como os outros três. Acenei com a mão e ela franziu a sobrancelha. Falou algo com os outros e veio até mim.
- Já vai?
- Aham, esse sol tá me dando dor de cabeça. – Desculpas fail, droga.
- , você tá embaixo do guarda-sol desde que chegou aqui – ela falou com uma cara ‘você-não-me-engana’ e eu suspirei.
- Ok ok. Eu me segurei ao máximo, , mas você sabe que eu não gosto de praia. – Fiz uma careta a lá Charlie McDonnell e ela riu.
- Você é muito anti-social, ! – ela reclamou e beijou minha bochecha, virando as costas e voltando pra e pros meninos. Fiquei pensando se ser social seria pegar pelo menos quatro caras na praia, mas me calei e fui embora.


Three.
Alguns meses depois...

Eu estava esmagada, suada, com cabelos bagunçados e sentindo frio, pois fora da casa de show estava mais frio do que dentro. Eu sorria largamente, assim como e . Esse tinha sido o melhor show do McFLY que eu já tinha ido em toda a minha vida. E agora eu caminhava até a entrada do backstage, com o celular nas mãos, no twitter.
“Grande show hoje, gente. Adorei. Indo pro backstage, tem certeza que vai dar certo?”
Eu mandei para , e meu coração batia rápido. Eu não recebia mais ligações deles, porque era realmente caro, e agora conversávamos quase sempre por twitter. Não era a mesma coisa, lógico, mas mesmo assim era muito mais que qualquer outra fã conseguia.
Pouco tempo depois recebi a reply. “Só diga seu nome e eles te deixarão entrar. Infelizmente só você ;s”. Avisei e e elas fizeram bico, mas eu prometi que traria lembranças do e do Danny para elas. Elas me acompanharam até o segurança, que evitava as fãs adoidadas de entrarem. Com toda aquela muvuca, fiquei meio assustada, mas me empurrou e me fez dizer meu nome pro segurança.
- Er, eu sou ... – falei e uma menina perto de mim rolou os olhos.
- E daí? – Antes que eu pudesse responder, o segurança fez sinal para eu passar e eu lancei uma cara de ‘pois é, se fudeu’ pra menina, entrando no backstage e as deixando ainda mais loucas.
A cada passo que eu dava, meu coração batia mais rápido. Eu gostaria que alguém estivesse comigo, eu estava achando que ia cair a cada passo que desse, minhas pernas não me aguentariam. Parei na porta onde estava escrito ‘Camarim McFLY’ e, com a mão tremendo, bati três vezes. Estava bastante barulho lá dentro, mas assim que eu bati, fez-se silêncio. Hesitando, bati de novo, duas vezes. Pude ouvir uma correria atrás da porta e ela abriu com pressa. Encarei aqueles olhos e o sorriso que eu só havia visto em fotos e vídeos até hoje.
- ? – me perguntou e eu achei que ia desmaiar.
- Oi, – falei com voz fraca e ele deu um passo, me abraçando forte. DEUSDOCÉU QUE PERFUME DELICIOSO.
- Aaaah finalmente! – ele sussurrou e eu ri baixinho.
- Nem fale – sussurrei de volta e me afastei um pouco, encarando seus olhos mais perto do que jamais imaginei. Ele sorriu ainda mais e me soltou, segurando minha mão e me puxando pra dentro.
- ! – Danny exclamou e veio correndo até mim, tropeçando e quase caindo, me fazendo rir e me abraçando forte. Ah meu Deus, a risada, ele riu. – Você veio mesmo!
- É, eu fiquei com medo depois que você disse que iam descobrir meu DNA, então decidi vir, sabe – falei e ele riu mais. – É mentira, Dan boy, eu não perderia vocês por nada.
Afastei-me de Danny e olhei e . Eles vieram até mim e me abraçaram também.
- Então você é a famosa ? – perguntou sorrindo e eu corei, lançando um olhar para e Danny, que tentaram disfarçar olhando o teto.
- Esses dois não paravam de falar de você. – apontou pra eles, que coraram e me olharam sem graça. Eu ri.
- Danny, , fiquei devendo uma lembrancinha de vocês pras minhas amigas... Vocês se importam?
- Claro que não! – Eles tiraram palhetas de todos os bolsos possíveis e não possíveis das calças e falaram pra eu escolher, além de papel para autografar. (n/a: se um for o , desculpe ;s)
- E eu? – perguntou, fazendo uma cara muito apertável.
- Awn, , eu não conheço nenhuma menina que eu seja realmente próxima pra pedir algo de você. – Fiz bico, mas pensei em algo. – Mas eu adoraria algo seu! – Nós rimos e todos eles me entregaram palhetas, uma baqueta, autógrafos e mais autógrafos. Uma hora me puxou de lado, os outros estavam dando atenção pra umas fãs vencedoras de uma promoção.
- Você disse que suas amigas pediram coisas do Danny e do . Não tem nenhuma amiga que seja . – Ele me olhava com um meio sorriso. , você é um homem muito gostoso, nhac.
- Onde você quer chegar com isso? – perguntei, meio que sabendo onde ele queria chegar (e eu torcia para que eu estivesse errada e ele quisesse chegar num quarto, haha, parei). sorriu mais e chegou um pouco mais perto. OMG, oxigênio, oxigênio, cadê?
- Pelos meus cálculos – uau, ele sabe fazer cálculo e... ta, parei –, eu sou seu favorito então?
Mordi meu lábio, eu não conseguia pensar muito bem com ele perto de mim daquele jeito. Sorri e acabei chegando ainda mais perto dele, nossos corpos estavam praticamente colados, assim como nossos rostos. Sorte que estávamos longe de todos e ninguém nos via ali.
- Nem adianta tentar negar, eu não tenho barreiras contra você – sussurrei e segundos depois o senti pressionando meus lábios com os dele. Oh. My. Fucking. God.
Eu – completamente sem ar – o deixei me beijar por quanto tempo quisesse (era o tempo que eu queria também, se fosse muito muito muito muito, e ok, cheguei), e passei meus braços pelo seu pescoço, sentindo-o puxar minha cintura contra a dele e colando nossos corpos. Era só beijando meus lábios, só isso. ‘Só isso’ era motivo suficiente para eu ter um surto. Quebramos o beijo, mas ainda ficamos perto um do outro.
- Não sei o que é isso – ele sussurrou. – Eu só ouvia sua voz por um telefone e imaginava como você seria. Eu sonhava com você sem te conhecer. Eu pensava todo o tempo sobre você. Então você mostrou o twitter e eu vi sua foto. Não consegui mais evitar meus pensamentos de irem para você. Eu... – Ele abriu os olhos depois dessa confissão, eu o olhava meio espantada. – Eu acho que realmente gosto de você, .
Depois de um tempo em silêncio, em que eu absorvia tudo aquilo, sorri de lado e beijei o canto de sua boca de leve.
- Eu tenho certeza que gosto de você, – murmurei e encostei meu queixo em seu ombro, abraçando-o.
- Não quero ir embora. Não sem você – ele voltou a falar e eu suspirei.
- Eu não posso ir agora, ... Eu já estou planejando ir quando terminar a escola, faltam poucos meses. Já está tudo planejado – falei e olhei em seus olhos. sorriu de leve.
- Me promete que quando chegar lá, vai me ligar?
- Prometo – falei. – Já está na hora de tomar vergonha na cara e pagar um pouco essas contas. – Ele riu e voltou a beijar meus lábios.
- Não vai esquecer, hein brasileira? – me olhou desconfiado e eu rolei os olhos, estalando um beijo em sua bochecha.
- Até parece que eu esqueço algo relacionado a você, .

[mais] alguns meses depois... (a.k.a Epílogo)

O avião tinha acabado de pousar e eu senti o meu estômago dar uma volta. Londres. Respirei fundo. Respirei fundo mais uma vez. Londres.
- Londres – tive que falar em voz alta, pra perceber que era real. Meu celular estava na minha mão, desligado.
Peguei minhas coisas e saí do avião. Depois de pegar tudo, saí pro aeroporto e o reconheci ali, cabelos castanhos, olhos claros, alto. Sorri e corri até ele, o abraçando.
- Coooonnor! – falei. – Que saudades! (n/a: haaaaaaaaaa peguei as Judds hein AEUHAEUH)
- Nem fala! Achei que não ia chegar nunca – ele disse rindo. Pegamos minhas coisas e nos dirigimos ao carro.
- Espera só um pouquinho – me lembrei e ele me olhou. Afastei-me e encostei em uma pilastra, discando um número antigo que estava no meu celular. Antes que pudesse chamar, desliguei. Eu não conseguiria fazer isso. E se tudo estivesse diferente? tinha me dito tudo aquilo meses atrás. Nós mal nos falamos depois daquilo. Talvez ele não sentisse mais o que sentia por mim.
Mas eu prometi. Eu prometi que ia ligar, que não ia esquecer. Promessas são dívidas. Suspirei e voltei a discar o mesmo número. Algum tempo depois, sua voz atendeu.
- Alô?
- ? – perguntei, sabendo que era ele. Ele não se lembrava de mim? Mordi o lábio enquanto ele se manteve em silencio.
- ? – sussurrou e eu senti o ar sair dos meus pulmões.
- Oi...
- Quanto tempo! – ele estava sorrindo. Eu sorri também.
- Pois é. Mas promessa é dívida – falei e ele ficou mais um tempo em silêncio.
- Promessa...? Ah Deus. – Ele pareceu espantado, depois animado. – Você está aqui?!
- Estou... – falei rindo. Parecia mais real a cada segundo.
- Então as minhas ligações, além de mais freqüentes, não vão ser distantes? – Freqüentes? Ele vai me ligar várias vezes? Alarguei meu sorriso, sentindo meu coração bater rápido e meu pulmão respirar o oxigênio de Londres.
- Pelo visto não. A ligação distante está no passado... – falei e olhei o céu cinzento de Londres. Pude ouvi-lo rir.
- Senti sua falta, brasileira... – ele sussurrou e eu fechei os olhos.
- Achei que tinha se esquecido de mim – confessei. Ele riu suave do outro lado.
- Até parece que eu esqueço algo relacionado a você, . – Sorri idiotamente. – Escuta, você ainda tá no aeroporto?
- Sim.
- Me liga quando chegar na sua casa, e me passa o endereço. Vou passar lá e recuperar o tempo perdido – disse e eu ri, coçando a lateral do nariz. Desencostei-me da pilastra e desliguei o telefone, andando até onde Connor estava.
- Tudo bem? – ele perguntou, me olhando preocupado. Eu sorri.
- Sim. Tudo está MUITO bem.

Fim.

n/a:
Cabooo *-*
Comente, comente HAHAHA
xxx


Em andamento:
Just Like a Dream (McFLY)
O Melhor amigo Dela (Restrita)
She’s Not There (All Time Low)
HOTMail (McFly)
Nights In The Camp II (McFLY)

Finalizadas:
I Was Dreaming So Much (McFly - Jones)
Another Memory Lane Story (McFly)
Wonderland e 'Wonderlindos' (McFly - Poynter)
Nights In The Camp (McFly)
Por Trás De Room On 3rd Floor (McFly)
Post Scriptum (McFly)
Arco-íris Decadente (McFly)
She Was Dreaming So Much (McFly)
Cachinhos Castanhos e os Três McGuys (McFly)
Loira de Neve e o Anão Solitário (McFly)
So Real (Outros)
Snow Globe (All Time Low/Especial de Natal)
Defying Gravity (McFLY)
Holiday in Copacabana (Son Of Dork)
This Is How We Do (All Time Low)

Hiatus:
My Sweet Fifteen (McFly)

Em breve:
Hey, Doctor! (McFly/Andamento)
A garota do futuro (James Bourne/Andamento)


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