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- , foi muito perfeito! Eu nem sei como aconteceu, mas o mais importante é: eu BEIJEI Jonas!- Minha amiga ainda muito animada pelo que havia acontecido atraiu muitos olhares dentro do avião. Essa foi minha amiga, .
- Oh , você tem tanta sorte!- Eu exclamei tão feliz quanto ela.- Mas você já repetiu isso dez vezes desde que chegamos aqui. E sem contar as 267634 de vezes que você repetiu depois que saiu dos bastidores.- Eu disse revirando os olhos. Não era inveja, eu estava até curiosa pra saber como tudo aconteceu, porque a única coisa que ela fica repetindo desde ontem é: beijei Jonas, beijei Jonas!
- Hey, isso é inveja por que você foi barrada?- Ela perguntou enquanto se sentava na poltrona.- Aliás, por que você foi barrada dos bastidores?
- Eu não... AI!- Eu gritei quando eu sentei na poltrona e a mesma se inclinou completamente para trás. Sorte que ainda não tinha ninguém ali já que os passageiros ainda estavam entrando no avião.- Droga!- Eu reclamei arrumando meu cabelo enquanto minha amiga não se agüentava de rir.- Isso que dá vir de classe econômica! E isso tudo é culpa de quem? Da esperta da !- Eu disse emburrada
- A culpa não é minha, ok? - Ela disse parando de rir para me encarar.- Foi um pequeno erro.
- Haha um pequeno erro? , querida amiga, quem além de você confunde Miami com Brasil? Nem os nomes são parecidos! - Eu disse com um sorriso zombador.
- Argh, ! Eu vi a foto da praia na passagem e comprei. Você sabia que eu não estava em um bom estado mental. Eu estava pensando nos lindos e macios lábios de Jonas...- Ela disse respirando fundo e começando seus devaneios...
- Quem confundiria Miami com a capital da Argentina? Queria ver ela lá no Brasil, nem sabe falar espanhol!- Eu disse a encarando enquanto tentava consertar a poltrona.
- Precisa de ajuda?- A aeromoça perguntou com um sorriso desaforado no rosto como se estivesse duvidando de minhas habilidades mentais. E é nessas horas que eu tenho que me lembrar de toda minha etiqueta e educação para não dar um resposta desaforada.
- Está tudo bem.- Eu disse com um falso sorriso simpático, para se igualar ao dela.- Sobre o que estávamos falando mesmo?- Eu perguntei encarando que continuava em seus devaneios pessoais com Jonas. Eu estalei os dedos na sua frente esperando uma resposta.
- Porque você foi barrada dos bastidores.- Ela repetiu voltando a si.
- Ah sim... Eu não sei, eles disseram que era alguma coisa com o meu passe. Eu não podia entrar.- Minha voz agora tinha um tom triste de choro.- Sabe, eu perdi a chance de encontrar o amor da minha vida: Jonas!
- Calma, amiga! Não fica assim, você vai ter outras chances... Ou não. Quer dizer você pegou um avião só para ver ele, gastou toda sua mesada nisso. Brigou com seus pais e tudo mais... Mas não era essa a oportunidade certa para você pegar o - Ela disse fazendo uma careta. Isso que é uma amiga que te deixa para cima! Eu nem queria ‘pegar‘ o , só conhece-lo me deixaria feliz - , você está com as fotos do show aí?- perguntou enquanto os olhos brilhavam de felicidade. Eu tinha ido no show dos Jonas Brothers como vocês já devem ter deduzido e tinha um passe para o camarim, só que não deu para eu ir. Eu afirmei com a cabeça e tirei a câmera da bolsa.- Me dá isso aqui! - Ela, a pessoa mais educada do mundo, arrancou das minhas mão e começou a ver as fotos do show.- , aqui só tem foto do !- Ela virou o visor da máquina para mim.- Cabelo do , sapato do , braços do , boca do ...
- Nada a ver, . Tem outras fotos aí!- Eu disse empurrando a câmera para ela.
- Claro que tem. Tem outras 20 da bunda do e tem umas 30 dos olhos dele. Ah, e não esqueçamos das outras 40 de você no show.- Ela disse irritada. Ela pega o e fica feliz. Eu não peguei o , então me deixe ser feliz com as fotos.
- Bom... Err...Sabe como é que é, né? Eu até que tentei desviar para tirar uma foto dos outros Jonas, que eu amo muito, mas a minha mão era mais forte do que eu...- Eu disse olhando para a acusada de me forçar a tirar fotos de .- Não a julgue, eu não a culpo...- Eu disse olhando com pena para minha própria mão.- Mas você não me disse como tudo isso aconteceu. Vai aparecer em alguma revista?- Eu perguntei sorrindo para ela.
- Nossa... como aconteceu?- Ela disse olhando para os lados procurando uma resposta. E isso foi meio estranho já que nunca pensava no que falar.- Foi muito mágico... Hum, indescritível, sabe?
- , você não está inventando isso, não?- Eu perguntei desconfiada. Quem sabe ela não estava falando isso só porque eu não estava lá na hora. Ela não era de mentir o que era mais estranho ainda.
- , é que era meio um segredo.- disse baixo enquanto remexia em alguma coisa dentro de sua mala de mão.- Sabe, ele me disse para não mostrar para ninguém, mas você é minha melhor amiga e com certeza não vai divulgar para imprensa nem nada...- Ela falava enquanto virou seu celular onde tinham duas fotos dela com . Uma um do lado do outro sorrindo e outra deles se beijando. É, realmente não era mentira nem exagero. Eu sou muito sem sorte mesmo, acho que roubou toda ela de mim. Mas eu estava feliz por ela.
- ,- Eu disse com os olhos arregalados.- Isso significa que você vai ver ele de novo...- Eu tinha minha voz em um fio.- E quer dizer que você vai levar sua amiga aqui para conhecer o ?- Meus olhos brilhavam de felicidade.
- É, com certeza! Vocês vão ser muitos felizes juntos. Só você e ele!- Ela disse rindo baixinho descontroladamente, se forçando a parar. andava rindo à toa mesmo.- Amendoins?- Ela questionou com um sorriso quando a aeromoça os entregou.
- A culpa é sua, sem reclamar!- Eu cruzei os braços.- Eu estou feliz por você!
- Eu também!- Ela disse se virando para que nós pudéssemos começar uma conversa decente onde ela pudesse falar tudo.

- DÁ PRA PARAR DE CHUTAR A PORRA DO ACENTO, SEU BASTARDO?- Eu gritei me virando para trás e observando a cara da criança lesada. O garoto se assustou tanto que se encolheu no acento colocando os pés sobre o mesmo e começando a chorar.
- , você está fazendo a criança chorar.- disse com cara de mãe. Se ela fosse a mãe do garoto eu tava dando um tapa na cara dela agora mesmo. Como uma mãe pode deixar uma criança ser tão irritante?! Eu já tinha agüentado demais, durante toda nossa conversa esse garoto sem noção ficava me irritando. Aquela criatura jogou vídeo game com o som irritante, cantou rap (SIM, RAP! Ninguém merece.) e ainda ficava chutando a minha poltrona?
Eu tinha que aturar a falando da bunda do e ainda aquilo? NÃO! Tudo bem, eu não me incomodava com esse assunto da , mas ela tinha que jogar na cara que ela pegou o em cada palavra dita. Como eu disse nada de inveja, era só que eu já estava de saco cheio.
- Mas , ele está me irritando há um século!- Eu disse fazendo cara de emburrada e cruzando os braços.- AHHHHH!- Eu gritei quando ao me jogar na poltrona a mesma foi para trás. Pena que o bastardo não estava ali, senão teria o esmagado para ele aprender que Rap não é música! Eu não tenho sorte mesmo!
- Senhorita,- A aeromoça se colocou na minha frente. Típica mulher preguiçosa e estranha- Eu vou ter que retirá-la daqui. Não há mais assentos disponíveis e o seu evidentemente está com problema- Ela disse séria e nada simpática. Há, quero ver quem me tira daqui!- Vou ter que levá-la até a primeira classe.
- Olha só! Se você acha que eu vou sair daqui você está muito enganada.- Eu disse sobre saltando em minha poltrona.- Se você acha que vai me tirar daqui para ir para... Primeira classe.- Eu disse as palavras com admiração. OMGSH! Eu estava indo para a primeira classe? Eu sou muito chique para isso daqui, finalmente ela percebeu.- Você tem toda razão.- Eu sorri contente me levantando rapidamente para segui-la - Mas, espera, minha amiga está comigo e não pode ficar.
-Não, não!- disse um pouco nervosa e rapidamente.- Está tudo bem, .- Ela com certeza ia sentir minha falta pobrezinha.- Vai lá, nos vemos no pouso!
- Tudo bem, amiga. Tchau!- Eu sorri e acenei para ela enquanto acompanhava a aeromoça. Adeus, classe econômica. Adeus, amendoins. Adeus, criança infernal. Eu me despedia mentalmente enquanto eu andava pelo corredor do avião até a primeira classe.- Finalmente eles viram que meu lugar não era aqui!- Eu disse jogando meu cabelo para as pessoas pobres. HAHAHA!
- Bem vinda a primeira classe, senhorita.- A aeromoça da primeira classe me atendeu educadamente. Agora sim, eu estou onde sempre deveria ter estado.- Me acompanhe até seu assento. Se a senhora desejar alguma coisa é só chamar.
- Obrigada.- Eu respondi educadamente ao me sentar enquanto a aeromoça sorria educadamente se afastando.

Eu comecei a observar o local. Eu esqueci de mencionar, mas as passagens de avião deveriam ser da primeira classe. Tudo bem, essa foi a vida que eu pedi a Deus. Poltrona hiper mega ultra super blaster confortável, gente bonita (é claro que eu estou incluída nessa classificação), está passando um filme que ainda não estreou, champagne, Jonas ao meu lado... O QUÊ? Tá, vou me virar tranquilamente como quem não quer nada para ele e puxar um papo. Ai, ele tá viajando olhando pela janela do avião... Ai, ele é tão bonitinho viajando. Eu acho que eu estou babando.

- Oi.- Ele me cumprimentou enquanto eu fechava a boca. Agora ele está sorrindo para mim e que sorriso.- Oi?- Ele balançava freneticamente a mão na minha frente.
- Hã?- Sim, eu sou lesada.- Ah, oi.- Eu sorri MUITO abobalhada para ele.
- Você está bem?- Ele me encarava com receio e se afastando.
- Perfeita... Eu estou voando, estou no céu...- É claro que eu não estava só literalmente no céu. Tinha um anjo do meu lado, era para eu estar aonde? Só no céu.
- Então, será que você podia se afastar um pouco?- Ele me olhou ainda com receio. Eu observei a mim mesma e vi que estava praticamente em cima dele.
- Ah, desculpa.- Eu sorri amarelo para o anjinho. Ah, ele parece um anjinho, né? A pele tão branquinha, com esse sorriso, e o cabelo... Eu acho que ele está falando comigo por que a boca dele está se mexendo...- Quê?
- Eu disse: tudo bem, sem problemas.- E ele sorriu de novo e se virou para a janela do avião. Eu fiquei olhando para ele na maior cara de pau mesmo. Tão lindo... Eu estou até chorando de emoção! Estou no mesmo vôo que um Jonas, eu tenho tanta sorte. Talvez não tanto quanto a , mas...- Você está chorando?- Ele perguntou preocupado. está preocupado comigo? Um Jonas preocupado comigo? Agora eu estou chorando mais!
- Siiiiim.- Eu respondi prolongadamente enquanto meu coração batia irregularmente ao lado dele.
- O que houve?- Ele disse pegando em minha mão. Meu deus, me ajude a respirar nesse momento maravilhoso da minha vida. Eu não me importo se eu morrer depois, eu posso ir em paz e feliz. Nunca mais lavo essa mão, NUNCA!- Espera aqui.- Ele se levantou e foi flutuando, quer dizer andando até o fim do corredor.
- Não se vá!- Eu disse entre soluços enquanto eu parava de chorar e esperava acordar no avião e ver que o sonho tinha sido realmente belo.- zinho, meu amorzinho, meu anjinho.
- Oi.- Ele respondeu ao voltar com um lenço na mãos. Ai caramba, agora ele ria da minha cara. Eu e meus diminutivos inúteis! Eu acho que seria menos constrangedor e doloroso se alguém me jogasse pelada do avião!
- Obrigada.- Eu respondi educadamente quando ele me entregou o lenço. Eu não vou usar o lenço, vou guardar de recordação! E quando eu me cansar eu vendo ele na internet!- Você é uma pessoa tão legal.- Eu o elogiei quando voltei a chorar.- Você nem me conhece e está me ajudando.
- Não, eu gosto de ajudar as pessoas. Faço qualquer coisa pra você parar de chorar, mas não chore, ok?- Ele disse passando a mão nas minhas costas como um tão de consolo. Hum... Qualquer coisa, né ? Será que eu vou para o inferno se eu me aproveitar um pouquinho da boa vontade dele? Ah, quem se importa!
- Me dá um abraço?- Eu perguntei secando minhas lágrimas. Olha, ele está se aproximando de mim! Nossa, que garoto bom! Sim, nos dois sentidos. Eu não tinha percebido que ele tinha esse corpo todo. Meu Deus, eu sei que o senhor me ama e desconsidere tudo que eu vou pensar e fazer agora, ok?
- Obrigada.- Eu disse quando ele me envolveu em seus lindos músculos e definidos braços. Eu não o abracei literalmente. Eu apenas passava a mão pelos braços de tentando memorizar a perfeição. Ele se soltou de mim e se afastou um pouco.
- Está melhor?- Ele perguntou com um sorriso fofo no rosto. Ai, eu estou burnin’ up aqui!
- Não sei... Me dá um beijo?- Eu perguntei disfarçando a pergunta em uma tosse. Ele está se aproximando de mim de novo. OMFGSH! Que alma boa a desse garoto! Eu aqui me aproveitando dele, discretamente é claro e ele me ajudando. Eu não deveria estar fazendo isso com ele. Mas fazer o que né? É a vida. E na vida existem as pessoas boas e as más. Eu acho que não faço parte do grupo das boas.
- Um beijo?- Ele perguntou a milímetros do meu rosto. Eu acho que ele não esperava que eu respondesse, não é? Por que, olha só: Jonas vai me beijar, está prestes a me beijar e ele quer que eu responda o quão delicious ele é? Nem precisa, ele já sabe mesmo.
- Ah...- Eu exclamei minha decepção quando deu um beijo que estalou em minha bochecha. Eu sabia que tinha que ter sido mais específica em meu pedido. Agora a decepção estava estampada em minha face.
- Não é legal aproveitar da boa vontade dos outros.- Ele disse um pouco chateado comigo. Caramba, ele não era uma pessoa pura! Como sabe que eu estava me aproveitando da situação?! Eu pensei que os certinhos não tivessem noção da maldade.- Eu vivo no mundo da fama, eu reconheço isso facilmente. Já tenho experiência.- OMJ! , Você não era puro e ingênuo? Em que mundo vivemos? A fama esta corrompendo o garoto, e que experiência ele tem? Droga, sabia que tinha que ter me inscrito para ser cobaia daquele projeto da escola, quem sabe eu não faria parte da experiência do ? Esse mundo é mesmo absurdo corrompendo o garoto, agora não posso me aproveitar disso! Droga de fama e dinheiro.
- Desculpa, !- Eu disse fazendo um bico e uma cara de choro que aliviou a expressão de raiva dele.- É que eu sou uma grande fã sua, você não tem noção. E eu queria aproveitar esse momento que eu tenho pra ficar mais perto de você.- Eu abaixei a cabeça. Droga, por que eu não podia ser corajosa o suficiente e levar a chantagem a diante, enfim, eu tinha que ter a consciência pesada e fazer a coisa certa.
- Eu desconfiava.- Ele sorriu agora fazendo um leve sinal negativo com a cabeça.- Está tudo bem...
- ,- Eu chamei seu nome enquanto o analisava de cima a baixo agora.- Suas calças são bem mais apertadas pessoalmente!- Eu exclamei e depois parei de encará-lo ficando corada pela minha honestidade que me fazia dizer coisas insanas.
- Er.. Obrigado?- Eu não leio mentes, mas eu deduzi pela expressão engraçada no rosto dele que ele me acha louca. Outra fã louca. Mas eu ainda nem ataquei ele, quer dizer, eu podia ter tentado mas eu tentei uma chantagem.- Mas então, você não está agindo como todas as fãs que eu conheço. Quer dizer você chorou e acho que tentou me beijar, mas não parece surtada...
- ...- Eu comecei calmamente e então ele olhou pra mim- Me dá um autográfo? Tira uma foto comigo? Canta uma música pra mim?- Eu disparei as perguntas para ele que se encolheu com medo no acento.
- Hum...Pode ser.- Ele disse com receio e com medo que eu o atacasse se não realizasse. Não, eu não precisei olhar para suas expressões ou ler a mente dele. Eu simplesmente deduzi isso através de meus próprios pensamentos.
- Atenção, senhores passageiros, eu sou o piloto da aeronave.- A voz do homem que vinha dos alto-falantes interrompeu meus pensamentos.- Estamos passando por uma situação delicada. Enfrentaremos uma turbulência. O motor esquerdo está parado e estamos perdendo altitude.- Nossa, eu pensei que ele fosse tranqüilizar a gente. Mas ele colocou com todas as palavras que vamos morrer mesmo. Sabe, eu acho que ele podia ter usado o eufemismo, tipo: senhores passageiros, o destino do vôo será mudado, vamos todos para um lugar melhor. Exceto a senhorita que tentou se aproveitar da boa vontade dos últimos minutos de vida de Jonas. Oh shit! O vai morrer? Não! Coitado, ele não pode morrer! Espera, eu também vou morrer.- Por favor, mantenham a calma e sigam as instruções das aeromoças.
- ...- Eu disse sem voz.- Não morre, tá?- Eu perguntei com os olhos cheio de lágrimas.- Não deixa eu morrer, tá?- Qual foi, eu disse que podia morrer depois que encontrasse , mas não era pra valer. Eu ainda tenho uma vida toda pela frente. Namorar com o , me casar com o , ter filhos com o , trabalhar na TV com o . Agora nós dois vamos morrer!
- Gente,- Eu ouvi a voz de vindo da poltrona a frente a minha. Será que ainda dava tempo de eu abraçar o e o antes de partir? E caramba, a ! Eu quase me esqueci da minha amiga. Desgraçada, e ela vai morrer também! Eu preciso que alguém sobreviva para tomar conta da minha coleção dos Jonas!- Gente- repetiu chamando nossa atenção.- Está tudo bem! Eu sei o que devemos fazer.
- Você sabe, ?- disse em uma mistura de surpresa e felicidade. Ah, nós não íamos acabar a vida agora? Eu sempre amei o ! Meu salvador- Diz logo, dude.
- Repitam comigo: - Eu parei de chorar para prestar a atenção.- “Pai nosso que estais no céus...”- Ele tinha um sorriso de gozação no rosto.
- , sem palhaçada, isso é sério. Nós vamos morrer cara!- disse passando a mão no rosto desesperado.- Caras, vocês são os melhores irmãos do mundo e eu estou grato a Deus por nossos pais não precisarem passar por isso. Eu sei que tudo vai acabar bem.
- Os senhores devem colocar os cintos.- A aeromoça disse controlando seu tom de desespero ao passar por nós.
- Para quê colocar cintos se nós vamos morrer?- Eu indaguei com um fio de voz.
- Para que os cadáveres não se misturem.- respondeu em um tom óbvio. Como ele consegue brincar com essa situação? Que idiota. Eu não sabia que Jonas era uma pessoa engraçada, talvez por que tudo que eu soubesse era relacionado ao .
- Eu estou com medo.- Eu sussurrei enquanto o avião tremia mais.
- Calma.- colocou seu braço em volta de mim e esboçou um sorriso forçado que continuava a mostrar o pânico por trás. Bom, morrer abraçada com o não parece tão ruim...
- Ponham as máscaras de oxigênio agora!- A aeromoça gritou quando o avião começou ir em direção ao chão. Eu me segurei forte em como se quisesse ficar assim para sempre.
- Estão todos desesperados!- Essa era a linda e doce voz de que parecia estar tomada pelo pânico.- Temos que sair!- Ele disse enquanto colocava a máscara.
- Vamos para a saída!- Eu disse sentindo uma tontura e meu corpo mole.- Para as portas de emergência!
- Tem certeza?- me perguntou incerto. Eu acenei com a cabeça enquanto parecia perder alguns sentidos.- Vocês vão por aquela porta e nós por essa.
- Vai ficar tudo bem! Parece uma boa idéia.- Eu ouvi a voz de , mas não conseguia vê-lo muito bem. Eu tirei aquela maldita máscara de oxigênio que parecia ter alguma coisa além de oxigênio.- Não se separem!
- Vai ficar tudo ótimo!- Eu ouvi a voz de que parecia mais relaxada. Ele tinha razão, tudo sempre ficava bem, porque não conosco?! Deus não levaria os Jonas, não é? Teriam muitas reclamações a ele depois, então tudo ia ficar bem.

-Hey garota...- Eu comecei a ouvir uma voz. Uma voz doce, angelical que estava muito perto. Eu mantinha meus olhos fechados.- ...
- .- Eu corrigi, abrindo meus olhos lentamente. Eles estavam muito pesados e meu corpo parecia cansado. Apoiei minha mão no chão percebendo a areia fugir entre meus dedos. Agora eu conseguia ouvir o barulho do mar. Abri meus olhos completamente, me deparando com ele.- Eu morri?- Eu perguntei confusa. A última coisa que eu me lembrava era de ter tirado aquela maldita máscara de oxigênio e procurar a saída enquanto o avião caia.- Eu estou no céu?- Bem, se ele estava ali comigo, eu só podia estar no céu. Um Jonas com certeza não iria para outro lugar que não fosse o céu!
- Não.- Ele sorriu para mim. Se não estamos no céu e ele não é um anjo, como ele sempre sorri tão angelicalmente? - O avião caiu, nós estamos em uma ilha. Perdidos.- Ele esclareceu o que havia acontecido para mim, sem noção.- Vem, levanta daí!- Ele me estendeu a mão e eu rapidamente a segurei. A sensação de areia por meu corpo todo, até em parte que você pensava que não daria para estar, não era uma das melhores sensações da minha vida. Mas o toque da mão dele foi muito boa, pra falar a verdade!
- .- Eu o chamei- Como você sabe meu nome?- Eu perguntei confusa enquanto olhava em seus olhos. Por que todo Jonas exercia um poder sobre mim? Ah, por que ele é um Jonas.
- É... Eu... Olhei na sua pulseira, ela tem seu nome!- Ele exclamou olhando para a pulseira de ouro branco que tinha em meu braço.- Você está bem?- Ele começou a me analisar.
- Eu acho que sim. Tirando a areia e meu cabelo estar ressecado, tudo bem. Ah, também tem o fato de eu talvez tenha morrido, e esteja no paraíso ou só sonhando.- Eu disse revirando os olhos e sorrindo. Sim, aconteceu uma tragédia, mas eu nunca ia deixar de responder a um sorriso de um Jonas.- Você está bem?
- Estou bem... Sabe, eu perdi minha roupa, mas achei essa numa mala que estava boiando por ai.- Ele apontou para si mesmo. estava usando uma camiseta e uma bermuda e estava descalço. Nota Mental: não analisar quando ele estiver olhando para não babar na frente dele. Agora que estaríamos presos em uma ilha por um tempo eu tinha que fazer algumas notas mentais.
- Ficou bom!- Eu disse sorrindo abobalhada. Agora eu percebi que todo sorriso que eu dou para um Jonas é um sorriso abobalhado e deslumbrado.- Como você me achou? Como a gente se salvou? Onde estão os outros?- Eu comecei a me desesperar. Eu estava PRESA em uma ilha!
-Calma... - mantinha uma expressão tranqüila como se soubesse que tudo ia dar certo no fim. Ele parecia seguro e confiante mesmo depois de tudo.- Depois do acidente,- Ele fez uma careta- eu acho que fomos trazidos pelo mar até essa ilha. O avião caiu no mar, eu estava acordado até o último minuto. Nós saímos do avião pela porta de emergência. O te ajudou a tirar você lá de dentro e eu ajudei o , acho que vocês tinham desmaiado. Nós tiramos vocês lá de dentro enquanto o avião era tomado por toda a água. Ao chegar na superfície do oceanos nós levamos vocês para longe do avião que continuava em chamas. O , ele começou a se afogar... Então, eu nadei com você, o e o até longe do avião.
- Espera, isso está parecendo mentira, ! Como você nada com carregando três pessoas?- Eu disse zombando da historia de . Qual foi ele não era um super herói ou coisa assim.
- , você não sabe que em momentos de desespero nós criamos forças de onde não sabemos que possa existir?- Nossa, nunca vi o tão profundo na minha vida! É como se as palavras transparecessem de seus olhos.- Posso continuar?- Ele perguntou olhando sério para mim. Eu como sempre estava analisando o quanto sexy um Jonas ficava sério, então eu respondi com uma aceno positivo de cabeça.- Mas eu fui derrubado por uma onda e comecei a me afogar.- permanecia distante enquanto contava a história.- E depois, eu assim como você, acordei perdido na ilha. Eu não encontrei mais ninguém. Pra falar a verdade, eu recuperei a consciência a pouco minutos, uns trinta eu acho.
- , obrigada por me salvar.- Eu agradeci ainda em dúvida com a história extremamente exagerada de . Mas ele não estaria mentindo, não tinha um motivo sequer para isso, não é? Ele sorriu e começou a andar.
- Vamos procurar os outros!- Ele exclamou me chamando com um aceno de mão.
- Espera, para onde estamos indo?- Eu disse sem fôlego quando cheguei ao seu lado. Sentia minha garganta um pouco seca.
- Estamos indo para o leste da ilha.- Ele disse apontando na direção que estávamos seguindo. O sol que tinha acabado de aparecer era forte e aconchegante.
- Leste? Por que leste?
- Bom,- Ele parou de andar e se virou para mim.- Eu andei um pouco até te encontrar e observei algumas coisas.- Ele disse olhando em torno da ilha.- Ao oeste temos plantas e mar, ao norte temos folhas e água salgada e ao sul temos mar salgado e plantas com folhas.- Ele concluiu gesticulando com a mão.
- Então porque estamos indo para o Leste se provavelmente tem o mesmo que a ilha toda?- Eu perguntei ainda sem entender o por que de seguirmos aquela direção.
- Sei lá! Sempre foi minha direção favorita, então eu pensei: por que não seguir para o leste?- Ele disse voltando a andar e me levando junto.- Vamos ver se encontramos mais alguém!
- Estamos perdidos...- Eu disse revirando os olhos.- Literalmente. Essa ilha não é habitada, não é?
- Não que eu saiba.- Ele disse parando para olhar algo ao longe. Bom, pelo menos não teriam canibais. E também não teria um jeito fácil de sair daqui.- , espere aqui. Eu acho que tem alguma coisa naquela direção para dentro dessa mata.
- , não! Eu acho que é mais seguro ficarmos aqui na margem da praia. Quem sabe o que tem lá dentro!- Eu disse segurando os braços do garoto.
- , você fica aqui e eu vou, tudo bem?- Ele disse se soltando delicadamente de mim e correndo em direção a não sei o que ele tinha visto.
- Ai, beleza! Agora eu estou sozinha aqui!- Eu reclamei segurando as lágrimas de desespero que estavam prestes a descer pelos meus olhos. Eu me sentei na areia molhada e encarei o mar.
- Você...- Eu ouvi uma voz diferente, rouca. E depois alguém colocou a mão em meu ombro. P.S.: É claro que eu estava com medo! Eu me virei lentamente tremendo de medo e chorando dessa vez.
- !- Eu me levantei e o abracei com todas minhas forças.- Você está bem! O avião caiu, o e o nos ajudaram! O foi para lá procurar não sei o quê!- Eu disse as informações rapidamente o deixando confusa.
- Onde nós estamos?- perguntou sério e com medo da resposta. Eu não me agüentava de felicidade. Por mim eu ficaria presa aqui para sempre com e . Se eu achasse o , com certeza, eu nem aceitaria se alguém viesse nos resgatar.
- Numa ilha!- Eu disse o óbvio. Será que o acidente prejudicou a visão dele, tadinho.
- Isso eu sei!- Ele revirou os olhos. Nossa, ele tá grosso hoje, hein! - Quero dizer, especificamente.
- Bom, não estamos em NY, não vejo a estátua da liberdade.- Eu disse olhando ao meu redor. Sim, eu sou sarcástica até morrendo.- Não estamos em Paris, não vejo a torre Eiffel.- revirava os olhos com a minha resposta.- Mas eu acho que talvez saiba onde estamos.- Ele me fuzilava esperando uma resposta.- Eu acho que estamos no Brasil.
- Por quê?- Ele olhou ao nosso redor analisando a praia e depois de voltando a mim.
- Roubaram a minha câmera digital. Sabe, ela estava no bolso da minha calça e...
- Não seja idiota, garota! Você perdeu ela no acidente.- disse todo irritadinho.
- Eu pelo menos estou tentando deduzir onde nos encontramos enquanto você fica aí cheio de chiliquinho!- Eu tinha uma expressão de raiva para igualar nossas faces.- Não é falta de conhecimento que vai me fazer ficar presa aqui.
- Nós temos que sair daqui. Isso é culpa sua com aquela idéia de saída de emergência! Com certeza os outros não devem estar perdidos aqui - Ele tentou me arrastar dali mais eu fiquei imóvel.- O que foi?
- Eu não vou. Temos que esperar o - Eu disse fincando meu pé na areia completamente brava na maneira como ele me criticava.
- Você não vai por que está esperando um milagre! É obvio que ele está perdido, nós podemos procurá-lo mas nós temos que sair daqui agora.
- Não, eu não vou deixar você desistir ‘de um milagre’. Você não tem fé?- Eu perguntei incrédula.
- Não é falta de fé quando você perde os olhos!- Ele apontou para um animal estranho que caminhava até nós. Eu juntei minhas forças para correr daquilo.- Não se mexe.- Ele segurou o meu braço forte.- Vamos devagar,ok?- Eu concordei com a cabeça.
- O que é aquilo? - Eu perguntei assustada. Eu não estava conseguindo enxergar muito bem devido a luz do sol que cegava minha visão. Eu só conseguia reconhecer a cor clara do animal, o que não ajudou muito para especificá-lo.
- É um crocodilo.- disse olhando para mim. Eu não respondi nada, como sempre e fiquei observando ele.- É um animal, perigoso.- Ele falou como se estivesse conversando com uma deficiente.
- Eu sei que é um animal perigoso!- Eu disse irritada. Qual foi, eu não podia deixar ele questionar meu Q.I.!
- Então por que ficou me olhando com aquela cara?- Ele perguntou rindo sarcasticamente.
- Er... É... não...- Eu buscava algo que envolvesse uma saída que não precisasse dizer a verdade: eu estava babando nele.- Olha, vamos sair daqui, logo, ok? Eu não sei de onde um crocodilo saiu nessa ilha, mas eu não quero ficar nessa ilha com ele!
- E o que você quer que eu faça? Que eu o afogue?- disse caminhando lentamente de costas, encarando o animal.
- Talvez eu afogue você! Deixe de ser rude, ok?- Eu disse parada ao lado de .- Você está me tratando como se estar preso na ilha fosse culpa minha!
- Mas é. Volta aqui!- Ele gritou de longe enquanto eu corria para direção oposta a dele e ia na direção do animal que não parecia tão ameaçador quanto pensava.- Sai daí!
- Eu não quero continuar com você, prefiro que o crocodilo me mate agora.- Eu agora caminhava emburrada. Uma discussão com Jonas era algo que eu nunca pensei em ter.
- Não fala besteira.- Ele disse perto do meu ouvido sem fôlego por ter corrido até mim. Meu Deus, ele tinha super poderes! Nós estávamos a uns cinco metros de distância e ele chegou aqui em menos de um minuto. Segurando firme em meu braço.
- , ele está vindo!- Eu disse sem voz e apontei para o animal que não estava tão perto de nós que agora corria em minha direção com toda sua raiva ou sei lá o quê. Em um impulso me pegou no colo, como um noivo pega a noiva depois do casamento e saiu correndo dali com toda velocidade, deixando o animal pra trás.
- Vamos procurar os outros?- Eu perguntei quando ele me colocou no chão, já estávamos longe do animal estranho.- ,- Eu chamei preocupada o que fez ele me olhar rapidamente.- você acha que tem outros? Eu digo, tem o e ele não voltou.
- Está tudo bem, o ele se perde facilmente em casa. Ele não deveria ter ido sozinho, mas nós sabemos que ele vai encontrar a saída! Mas não vai adiantar esperar por ele aqui.
- Eu estou com medo.- Eu disse enquanto caminhávamos em silêncio por alguns minutos sem nem uma pista de alguém ou alguma parte do avião, o que fosse.- Eu não estou com medo por mim, eu estou bem. Eu tenho medo que tenha acontecido alguma coisa com a minha amiga e também com o e o . Sabe, eu não conhecia vocês, mas você não tem noção o que seria perder um de vocês. E eu não tenho noção do que seria perder minha amiga.
- Vai ficar tudo bem, confia em mim.- Ele disse sorrindo passando toda a segurança que também faltava a ele.- Eu acho melhor nós ficarmos por aqui, você deve estar cansada e o sol vai se pôr daqui a pouco.- Ele olhava o céu analisando o tempo.
- Eu não quero que o animal volte. Onde vamos dormir?- Eu perguntei olhando ao meu redor e só vendo areia.
- Aqui, ou você está vendo outro lugar?- Ele me olhou como se dissesse o óbvio.- Eu vou ver se encontro alguma coisa pra gente comer e você me espera aqui.
- , você vai voltar?- Eu perguntei com muito receio enquanto lembrava que havia dito o mesmo.- Eu não quero ficar sozinha, eu preciso de você.- Eu disse abaixando a cabeça.
- Confia em mim.- Ele repetiu mais uma vez dando um sorriso diferente do que eu já havia visto vindo dele. Era um sorriso especial. Eu afirmei com a cabeça e ele foi para dentro do mato. Ui , me leva pro mato! Tá, parei!

havia voltado como ele me prometeu. Tinha algumas folhas grudadas em sua blusa e a roupa suja. Ele havia trazido alguns pedaços de madeira para tentar fazer uma fogueira e algumas frutas que pareciam comestíveis. estava tentando armar alguma espécie de barraca com uma folhas grandes e pedaços de madeira. Eu com certeza não ia dormir ali! Se eu não morri em um acidente de avião ia ser morta pela barraca assassina de . NEVER. E eu também não ia dormir no mesmo lugar que ele, seria desconfortável para os dois. Olha, eu acho que eu bati a cabeça quando esse avião caiu. Eu não estou compulsivamente fanática. Pra falar a verdade eu não bati a cabeça, devo ter batido o corpo todo.

- O que você está tentando fazer?- perguntou depois de comemorar por ter conseguido armar aquilo. Agora ele estava mais tranqüilo e menos ignorante.
- Eu estou tentando acender isso.- Eu disse enquanto esfregava o graveto em uma pedra áspera. De vez enquando saiam algumas faíscas. Meus braços estavam doendo MUITO.- Mas eu acho que não vai dar certo. Eu não vou desistir afinal eu sou uma escoteira!
- Você foi uma escoteira?- Ele perguntou impressionado.- Você sabe se isso dá mesmo certo?
- Pra falar a verdade, não... Só queria te impressionar!- Eu disse rindo junto com ele.
- Quer ajuda?- Ele perguntou se aproximando de mim. Eu juro que minha cabeça não surtou com a aproximação, já meu coração...
- Pode ser.- Eu pensei que não adiantava discutir mesmo. E também eu não agüentava mais esfregar aquilo

se posicionou atrás de mim colocando suas mão por cima das minhas e movimentando-as para que houvesse fogo. Olha, se o fogo que havia dentro de mim pudesse sair para queimar naquela fogueira que ele tinha feito, a ilha toda estaria em chamas. Eu sorri discretamente e depois de alguns minutos ele encostou seu queixo em meu ombro acabando com o mínimo espaço que havia entre nós. Eu estava distraída com o toque de sobre minha mão que agora já não me preocupava mais com o fogo externo.

- Eu acho melhor deixar isso para lá, não vai dar certo. Nós estamos a beira do mar e eu tenho uma idéia de como nos aquecermos a noite.- O quê? Ele disse o que ele disse, ou entrou muita água do mar pelo meu ouvido? Acho que ele disse o que disse por que agora está me abraçando. E eu continuo a tentar acender o fogo, pra falar a verdade eu cai no automático exteriormente enquanto.- Eu acabei de perceber que passamos o dia todo juntos e eu ainda não sei seu nome...
- Er..- Vocês não esperavam que eu formulasse alguma resposta com a proximidade que ele estava de mim, não é? Eu agora conseguia sentir o calor do fogo, e nossa queimava mesmo.- !
- , seu nome é ?- Ele perguntou confuso. Eu me levantei rapidamente e comecei a correr em círculos com o pedaço de madeira em chamas na minha mão.
- Fogo! Fogo!- Eu disse desesperada enquanto ele se levantou rapidamente.- Minha mão!
- Joga isso fora!- Ele correu em minha direção e eu sem querer o empurrei no desespero do fogo.- OOOOUUUCCHH!
- AH!- Eu gritei antes de atirar o pedaço de madeira que estava na minha mão para longe. Eu me virei de costa e vi caído no chão choramingando de dor.- ! Você está bem?- Eu disse chegando perto dele.
- Eu furei meu braço.- Ele disse se sentando e analisando o local. Havia um machucado não muito profundo de onde saia um pouco de sangue.- Por que você me empurrou?- Ele voltou ao estado estressadinho de novo.
- Foi sem querer, . Desculpa, eu tava nervosa com aquilo pegando fogo...
- ARGH, Não é possível!- gritou ficando vermelho, provavelmente de raiva.- Você colocou fogo na barraca?- Eu encarei o lugar para onde ele olhava furioso e vi a cabana em chamas.
- Oh My Gosh. Oh não, desculpa!- Eu gritei enquanto ele corria para tentar apagar o fogo. Eu fui atrás para ajudar.
- O que você esta fazendo? - Ele me olhava incrédulo. Eu sussurrei um ‘ajudando’ com medo de .- Ajudando? Se você abanar vai aumentar o fogo, não seja estúpida! Você é burra ou o quê?
- Olha, eu já disse que foi sem querer!- cruzei os braço me afastando.- E aquilo nem era uma cabana, .
- Sai daqui! Eu não quero mais ficar ao seu lado ou daqui a pouco posso estar morto!- começou a traçar uma linha na areia.- Você fica desse lado da ilha e eu fico desse!
- O quê?- Eu perguntei incrédula enquanto meus olhos pareciam pular da cara. Como aquele garoto era inconstante! Uma hora ele é todo simpático e começa a te seduzir. Bom, foi isso que eu interpretei do que ele tava fazendo, e depois diz que nunca mais quer olhar na sua cara.- Por mim tá ótimo, seu bipolar!

O sol começava a se pôr e eu não fazia a mínima idéia do que poderia fazer. Eu desisti de fazer uma fogueira porque aquela queimou a maravilhosa cabana do e ele ficou todo irritadinho. Qual foi? Uma madeirinha com umas folhas em cima não é uma barraca ou algo parecido! E agora ele me odeia só por que eu sou um pouquinho desastrada. A culpa não é minha se ele é que nem uma bonequinha de porcelana que é só cair e se machuca. Se bem que se ele fosse um boneco de porcelana eu ia ter uma coleção só de . Pra falar a verdade não desistiu da fogueira e aproveito o fogo que tinha na barraca a transformando em uma grande fogueira que iluminava grande parte do local e parte do meu lado da ilha. O é bem quente, quer dizer, eu estava falando da fogueira mesmo. Cara, como eu posso continuar delirando com ele se a gente brigou? Eu sou uma imbecil mesmo, mas fazer o quê?
Tudo bem, eu estou aqui andando de um lado para o outro morrendo de fome e frio enquanto o meu querido astro está lá parece que está até se divertindo. Imbecil! Pra que ele foi dividir a droga da ilha? Ele é muito egoísta e ainda pegou a melhor parte. No meu lado nem uma frutinha tem. A lua estava descendo e iluminando o lugar. Ela competia com o sol que ainda não tinha ido embora. estava sentando ao lado da fogueira olhando para mim que andava de um lado para outro buscando uma idéia. Foi então que ela apareceu!

- O que você está fazendo?- Ele chegou até a linha divisória da ilha e começou a me observar mais atentamente.
- Não está vendo? Pra que está perguntando?- Eu parei e o encarei
- Eu acho que escrever S.O.S na areia não vai adiantar muito não...- Ele disse analisando a areia. Então quer dizer que depois de me estressar ele estava calminho.
- Oh.. This is na S.O.S- Eu comecei a cantar a música e fazendo uma coreografia louca enquanto ele me observava espantando. Isso parecia o incomodar então eu continuei.- Don't wanna second guess. This is the bottom line...
- Como você consegue ficar aí cantando e dançando perdida em uma praia, garota?- O nervosinho voltou a aparecer. Sabe, eu sempre sonhava em ficar presa com ele em um lugar assim, mas agora eu prefiro ficar presa no túmulo do Michael Jackson. Tadinho do tio marquinho, morreu! - Você é mesmo idiota.
- Olha só, você se acha o inteligente, o gostoso e rico e maravilhoso, não é?- Eu disse chegando perto da demarcação feita por .- Mas eu não estou vendo você fazer nada pra nos tirar daqui.
- Agora eu também não estou vendo nada não...- Ele riu abertamente apontando para uma direção.- Péssimo plano, hein!
- Ai, que droga!- Eu disse ao ver que o mar tinha apagado meu pedido de socorro.- Ai, você é um mala!- Eu disse ficando frente a frente com ele na linha que dividia a ilha.
- Se você fosse inteligente o suficiente você teria pensado nisso assim como eu!- Ele sorriu se gabando de não sei o quê.
- Cala a boca! Pelo o que eu saiba pra cantar aquelas musiquinhas que você canta só precisa ter um Q.I. de pré escolar!- Eu disse em cima da linha, já pronta para atacar ele de tanta raiva. Por que ele teimava a implicar comigo?
- Engraçado, pelo o que eu sei você gosta delas.- Ele agora tinha um sorriso de zombarão no rosto.- Eu pensei que você gostava de mim...
- Não, eu não gosto.- Eu disse mantendo minha posição de não se entregar aos encantos dele.- Eu te odeio! Odeio essa ilha e tudo! Eu odeio ficar aqui presa com você e sua divisão idiota! Odeio como você me trata, como seu fosse eu quem tivesse nos trazido até aqui! Odeio o quanto me decepcionei- Meus malditos olhos começaram a lacrimejar, mas eu mantinha as lágrimas dentro de mim. Afinal, havia um pouco de verdade nas palavras. Eu estava cansada de como estava sendo tratada.- Eu não te suporto Jonas!- Eu disse me aproximando para praticamente cuspir as palavras no rosto dele.
- Eu também não...- Ele disse no mesmo tom de voz alto que o meu. Ele parou a frase ao perceber que não sabia meu nome.
- Percebeu...- Eu sussurrei indignada.- Em nenhum momento aqui, você se preocupou em saber meu nome.- Eu sorri agora desapontada.
- Qual o seu nome?- Ele perguntou se aproximando muito de mim, deixando a distância entre nós quase zerada.
- Eu não vou dizer. Você não quer saber.- disse séria enquanto o observava ficar com raiva de novo. Deixá-lo com raiva estava se tornando minha praia.- E eu não vou dizer.
- Você é intolerável!- Ele revirou os olhos.- Ainda bem que eu não preciso dividir o mesmo espaço que você!- continuou desviando nossos olhares.
- Ainda bem!- Eu respondi sem convicção ainda com um tom de voz alto.- Então eu fico aqui e você aí! E não fala mais comigo!
- Tá!- Ele respondeu alto e com raiva.
- Perfeito!- retornou seu olhar para mim, mas não se afasto.- Então tá!
- Ótimo!- Ele falou ainda mais alto. E eu resolvi não continuar o nosso grande diálogo.

Nossos olhares se encontraram ficando presos. E em menos de um segundo eu senti os lábios de sobre os meus. Tentei me afastar dele, mas meu corpo não obedecia a isso. Fiquei imóvel por alguns segundos. Os lábios quente e macios de pediam para aprofundar o beijo depois de algum tempo. E eu não tive como recusar, não por que não tivesse forças mas por que eu sempre quis aquilo. Eu sempre imaginei qual seria o gosto da boca dele, e naquele momento eu percebi que é o melhor gosto do mundo. Minhas mãos presas aos seus cabelos e suas mãos que passeavam pela minha cintura nos afastaram no mesmo momento. Nós nos encaramos por mais alguns segundos até que nos distanciássemos um pouco mais.

- Isso foi um erro...- Eu disse as palavras que com certeza eram as que ele procurava.
- Não...- Ele disse olhando para mim, procurando meu olhar que eu desviava olhando para baixo.- Foi só que nós queríamos. Não podia ser impedido.
- Não há alguma coisa quando se foi construída uma parede.- Eu me afastei mais dando às costas para . Eu olhei para trás algumas vezes para ver que ele continuava parado me encarando.

Eu demorei algumas horas para absorver o que aconteceu. Já estava de noite e eu estava sentada do ‘meu lado’ da ilha pensando na discussão, nas falsas palavras e o quão verdadeiro era seu significado e no beijo. Aquele beijo vindo de em um momento que eu pensei que só pudesse acabar em outra bela briga sem sentido e motivo. Foi ele mesmo que colocou essa barreira invisível para nós, agora ele que passasse o resto da vida com aquela cerca que ele construiu. Eu só tinha um único problema quanto isso, toda a comida comestível estava do lado dele. Eu não ia poder viver muito para assisti-lo morrer solitário com toda aquela fome. Comeria qualquer coisa, até ele! Não nesse sentido que vocês pensaram, hein! Me tornaria canibal. Ou acabaria comendo areia que é o que não falta aqui.

Eu dormi sobre as muitas estrelas que tinham no céu e o vento seco devido a alta temperatura do dia. Quando eu acordei percebi que não existia mais a linha, ela tinha se apagado, mas ainda existia uma separação entre nós. Eu abri meus olhos lentamente para perceber que meu rosto estava completamente sujo de areia. Me levantei e fui em direção ao mar na intenção de tirar toda a areia acumulada. A água estava morna, o que fez com que eu passasse mais tempo ali dentro. Eu comecei a andar para o lado ‘de da ilha’ dentro do mar. O lado da ilha que ele se encontrava era como um beco sem saída.Era tecnicamente fechado por uma grande pedra que se estendia até dentro da mata, e ela era realmente alta assim encobrindo a visão do outro lado. Ao passar por ali percebi que não estava ali o que me afligiu um pouco, será que aconteceu algo durante a noite ? Eu encontrei uma espécie de caverna que era aberta para o mar. Ela era visível o que facilitou eu achá-la. Resolvi entrar, já que não tinha nada melhor para fazer mesmo e como sempre fui muito curiosa mesmo que meu medo fosse maior que a curiosidade. Eu ouvia a água batendo fraca nas pedras fazendo aquele som ecoar. Foi então que vi o que pensei ser um pesadelo. Eu não sentia minhas pernas, minha visão ficou turva, minha garganta seca e meus olhos cheios de lágrimas.

- AAAAAAAAAAAAAAHHHHHH!- Eu gritei fortemente aterrorizada. Lá estava o corpo da minha melhor amiga. Por que aquilo estava acontecendo? Como? Por que ela estava... Morta?- Não...- Eu sussurrei mergulhada no desespero. Me aproximei lentamente do corpo que estava jogado sobre as pedras, provavelmente levado pelo mar.

Eu me aproximei dela para confirmar minhas suspeitas. Não era corajosa o suficiente para ficar tão perto então eu me mantive distante, cerca de um metro. Não era possível, minha melhor amiga, morta. Se eu pudesse fazer qualquer coisa para reverter a situação eu daria até minha própria vida. Por que isso aconteceu? Por que com ela? Era como se tivessem levado minha alma embora depois que eu entrei naquele lugar e deixado somente meu corpo por onde escorriam lágrimas. Nunca havia chorado tanto na minha vida, nunca. Eu fiquei de lhos a observando como estivesse esperando que ela se levantasse e me abraçasse dizendo que logo sairíamos dessa ilha. Queria que o choque passasse para vir logo a dor.

- Eu sinto muito.- Eu ouvi a voz baixa e melancólica de que vinha atrás de mim. Me virei para olhá-lo se alhando ao meu lado me abraçando. Retribui o abraço, eu precisava de alguém naquele momento.- Ela era sua amiga?- Percebi pelo tom de sua voz que era uma pergunta retórica.- Vamos sair daqui.

Eu acho que me levou para fora pois a última coisa que lembro foi ter visto o rosto de , talvez pela última vez. Nós estávamos do lado de fora, na praia, ele ainda me segurava pela cintura com medo que eu caísse ou entrasse em colapso. Seus olhos profundos no meu demonstravam total apoio, diferente do de ontem. Encostei meu rosto em seu peito e voltei a chorar, dessa vez sem som. Ele me abraçou forte em um ato de consolo.

- When You thought it'd all been done - começou a sussurrar o que eu chamaria de uma adaptação da música A Little Bit Longer. Cada palavra tinha um significado mais profundo do que ele imaginaria. Quando eu pensei que não poderia acontecer nada pior do que ficar perdida em uma ilha, eu encontro minha amiga morta.- When You thought it'd all been said - Eu poderia voltar no tempo para impedir que tudo isso acontecesse ou pelo menos dizer a ela o quanto ela significava.- A little bit longer and You'll be fine.- Foi então que o choque passou e a dor chegou. Eu não sabia se eu estaria bem, eu não sabia se eu agüentaria nem um pouco mais.
- .- Eu sussurrei seu nome entre soluços.- Eu não tenho mais o que procurar...
- Não diga isso. Você ainda tem pessoas que precisam de você. Você precisa ser forte! - Ele me apertou mais ainda em seus braços.- Eu preciso de você, ok.- Eu concordei com a cabeça em um gesto automático.
- Por quê?- Eu disse me afastando um pouco dele para procurar a respostas em seus olhos sempre tão expressivos.- Eu... Eu não quero. E tem a dor... Por que dói tanto? Eu quero desistir, eu não quero acordar amanhã também.
- Não, não, não! Eu não vou deixar você desistir!- Ele aproximou seu rosto do meu e nossos narizes se tocaram.- Eu não sei o porquê, mas eu não vou deixar você desistir. Eu preciso de você aqui ou será um derrota.- Eu fechei meus olhos enquanto eu absorvia as palavras ditas por .- Você acha que ela ia querer que você desistisse? Não.
- Eu sei que você está tentando me ajudar, mas você não entendeu...- Eu abri meus olhos para encará-lo.
- Você acha que eu não sei?- Ele perguntou discrente. Sua voz não era rude ou qualquer coisa do gênero.- Eu não sei o que aconteceu com o que desapareceu, eu não sei se o está bem.- Os olhos de agora brilhavam por causa das lágrimas.
- , eles estão bem. Eu sei que mais nada de ruim poderia acontecer.- Eu disse secando minhas próprias lágrimas e passando gentilmente a mão no rosto dele para retirar a única lagrima que havia escorrido.- Você não precisa ser forte, é só acreditar.- tentava se manter sóbrio, sem lágrimas, mas ele assim como eu não podia manter a dor.
- Eu acredito.- Ele sorriu fraco.- Você me diria seu nome agora?
- .- Eu sorri fraco tentando reprimir a dor.- .- Eu disse corrigindo a mim mesma.
- Eu gosto do seu nome. Eu gosto de como soa. .- Eu o encarei e ele sorriu.- .- respirou fundo e afastou seu rosto do meu.- , nós temos que sair daqui. Pode ser perigoso.
- Perigoso? Como assim?- Eu disse encostando minha cabeça no peito de novamente. Eu não queria deixá-lo, ele amenizava a minha dor.
- A sua amiga...- Ele disse com medo de me lembrar dela. Eu automaticamente me prendi com mais força a - ela não morreu por causa do acidente. Ela foi morta- Eu deixei um grito abafado escapar da minha garganta.- Eu não acho que seja seguro esperarmos por alguém aqui na praia.
- Vamos.- Eu me afastei bruscamente dele e comecei a seguir em frente. Eu teria que seguir em frente, não é?
- Eu vou na frente.- Ele disse segurando minha mão

Nós estávamos caminhando a alguns minutos e parecíamos estar andando em círculos. Não que eu tivesse alguma noção de onde estivéssemos andando, mas é que todo lugar que passávamos só tinham plantas e mato, mato e plantas. Eu estava quase morta de cansaço e não conseguia tirar a imagem de da minha cabeça. Quem teria feito isso com ela? Por que teriam feito isso com ela? Por que tinham feito isso comigo? Me fazer sofrer desta forma.

- . . - balançava a mão na minha frente estalando os dedos.
- Oi.- Eu disse ao sair do meu transe.- Fala.
- Nós ainda estamos longe da torre...- mantinha o olhar distante visualizando alguma coisa que eu certamente não conseguiria ver.
- Torre? - Eu indaguei sem entender. soltou minha mão e se sentou em um local onde não havia grama, só terra.
- Você não estava prestando a atenção, não é?- Ele perguntou um pouco irritado e eu encolhi meus ombros na intenção de me proteger de suas palavras.- Desculpa, eu sei que está sendo difícil para você, ainda mais presa aqui. Eu queria poder estar te ajudando mais, mas eu não sei como.
- Está tudo bem,. Só por você estar ao meu lado já ameniza a minha dor.- Eu sorri para ele.- Torre?
- Sim, olhe para lá- Ele me apontou a direção onde havia realmente uma torre.
- Aquilo me parece um farol,.- Eu disse examinando a torre.
- Você tem razão!- Ele disse com esperança após analisar mais detalhadamente- Com certeza deve ter alguém lá!- Ele pareceu excitado com a idéia.- Talvez o esteja lá!
- , e se quem estiver lá for quem fez aquilo com a ?- Eu perguntei com meus olhos inchados. Chorei involuntariamente durante toda nossa caminhada. Agora eu não pensava em derramar mais nenhuma lágrima, estava sem forças para isso e o gosto salgado das minhas lágrimas me lembrava o oceano que me trouxe até aqui. Me lembrava cada vez mais a água onde agora eu queria poder me afogar.
- Nós temos que tentar, não dá pra ficar esperando aqui para sempre.- disse se levantando após alguns minutos de silencio.- A gente não sabe o quão longe isso daqui é do acidente, pode ser que o resgate chegue agora ou pode ser que ele nunca chegue.
- Vamos tentar.- Eu repeti convencendo a mim mesma que esse seria o melhor a fazer.

Depois de um tempo achamos melhor continuar no dia seguinte. achou uma espécie de caverna para passarmos a noite que era perto de uma espécie de lago onde parecia ter água doce ( n/a: Eu sei que essa ilha é meio loca. Mar e água doce?! Mas era isso ou um vendedor de água do show dos Jonas Brothers que cobrava cinco reais por um copinho de água. Ah, também tinha a opção de transformar as lágrimas em água, mas isso era tão sobrenatural... Tá legal, surtei com minhas idéias, ignorem! HAIHEIHAIHSE) Ao entrar no local que foi descoberto por , eu senti uma espécie de fobia e dejá vu como se eu esperasse encontrar ela lá de novo. Era uma sensação ruim que fazia pontadas de dor no meu coração. Para falar a verdade, eu não consegui entrar eu fiquei parada na sua entrada sem saber o que fazer. A noite estava fria entre as árvores que eram altas e cheias de folhas, o que causava o forte e gelado vento sobre minha pele um pouco queimada por causa do forte sol do dia anterior.

- Está tudo bem, .- Ele disse pegando em minha mão e praticamente me arrastando até lá dentro.- Vamos, não tem nada aqui dentro. Nem sequer um animal.
- Tá...- Eu comecei a caminhar com passos pequenos e inseguros. O lugar estava vazio. Sem morta ou viva.- ...
- Sim.- Ele respondeu enquanto se sentava dentro do local que estava mais quente. Eu não respondi só o encarei.- O que foi?
- Hum... Eu não posso ficar aqui.- me encarou confuso.- O trato. Eu de um lado, você de outro...
- - Ele disse em um tom de descrença.- Isso foi idiotice minha, desculpe. Não tem nada disso, ok?
- Uhum.- Eu concordei me sentando ao seu lado, ainda distante.- Esse é o fim?
- Não, não é tão mal. Não é o fim.- Ele sorriu para mim. Um sorriso diferente de todos que ele havia dado.- É um começo.
- Começo?- Eu respondi com a voz discrente. O único começo que poderia se ter ali era canibalismo. Caramba, eu to com essa idéia fixa de canibalismo, hein!- Eu perdi minha amiga, seus irmãos também estão perdidos e nós estamos em uma ilha completamente estranha e perdidos.
- Não é desse começo que eu estou falando...- Ele disse se aproximando de mim.- Outro tipo de começo que exige uma chance arriscada.
- Chance arriscada.- Eu repeti para mim mesma, para tentar entender o sentido dessa palavra.- Essa ilha está repleta de chances arriscadas. Do que você está falando?
- ,- Ele disse calmamente me encarando.- Você não sabe?- se aproximou mais ainda eliminando toda a distancia entre nós.
- ...- Eu chamei quando seu rosto estava se aproximando de mim.- Eu não posso tomar essa chance.- Eu virei meu rosto.- Não agora com tudo isso.
- Tudo bem.- Ele concordou agora olhando distraidamente para frente observando o nada. Nós estávamos em silêncio. Eu ainda não havia achado uma posição confortável e minha cabeça parecia agora aceitar o que tinha acontecido. continuava encarando o nada como se estivesse pensando em algo.- , você está bem?
- Sim.- respondi desconfiada de sua pergunta.- Por quê?
- Não, nada.- Ele parecia meio vermelho agora olhando atentamente. Havia um pouco de luz, fraca mais havia.
- O que você tem?- perguntei me virando para encará-lo.- Você está passando mal, ?
- Não, não.- Ele se apressou em negar.- Eu to bem, só com frio.
- Deixa eu ver uma coisa.- Eu encostei a mão em sua testa, estava quente. Muito quente.- Oh, você está com febre!- Eu exclamei preocupada.- Ai, o que eu faço?- Tentei me lembrar de uma forma para ajudá-lo mas não havia nada disponível aqui.
- Eu estou bem, .- Ele sorriu com os olhos quase fechando.- Já passa!
- , me abraça.- Eu disse chegando mais perto dele. me encarava confuso e ficou imóvel sem entender o porquê.- Meu corpo está quente, é a única forma de tentar fazer a febre passar.
- Obrigado.- Ele disse me envolvendo em seus braços. Estávamos abraçados de costas ainda sentados e sem sono.- Você é bem quente.- Eu ouvi o seu riso baixo e perfeito em meu ouvido. Eu me arrepiei. apoiou sua cabeça em meu ombro, me deixando assim sentir sua respiração. - .
- Hum...- Eu respondi com uma voz sonolenta, porque aliás o abraço de era confortável demais, bom demais. Já havia passado mais de uma hora que estávamos naquela posição.- Você está melhor?
- Sim.- Ele respondeu instantaneamente. Então eu fui me afastar dele, já que ele não precisava de todo meu calor humano, mas fui impedida por ele que me segurou mais forte em seus braços.- Agüente firme. Eu sei que é difícil para você isso tudo, mas não desista, ok? Eu não vou desistir.
- , eu sei que você não queria estar aqui comigo...- Eu fechei meus olhos enquanto falava as palavras que me doíam.
- , .- Ele me chamou me interrompendo. Me virou para que ficássemos frente a frente- Eu tentei escapar disso, e acabei descontando em você. Esse lugar é patético, e sem saída. Eu não sei se ainda tem alguma coisa lá fora além de nós. É um lugar muito bonito, mas esse paraíso se transformou em um lugar que nos fez chorar. E essas duas noites você reascendeu o fogo em meus olhos e isso continua se espalhar por mim. Difícil de lidar. Eu não tenho motivos pra procurar uma saída daqui se você não vier. Eu não ia conseguir seguir em frente com mais ninguém. Você me faz agüentar firme. Não é complicado de entender, saber que mesmo se eu correr pra te encontrar é arriscado não te ter.
- Uma chance arriscada...- Eu repeti quando as palavras dele fizeram sentido.- Isso foi algum tipo de declaração?- Eu perguntei insegura e com um sorriso bobo no rosto
- Sim.- Ele respondeu envergonhado.- Eu estou apaixonado por você.
- , talvez você esteja enganado. Sabe, ficar nessa ilha pode ter mexido com você, quer dizer ontem você me odiava, né.
- Eu não te odeio. Desculpa por tudo aquilo. Desculpa.- aproximou sua mão do meu rosto o acariciando. Seu toque fazia bem para mim. Sua mão que escorregava pelo meu rosto.- Eu aprendi o caminho difícil para lidar com as coisas. Os problemas sempre virão, mas você tem que ficar comigo.
- Eu estou caindo, gritando, presa aqui, chorando. Mas eu me sinto melhor com você aqui.- Eu fiz minha confissão em voz baixa evitando o olhar ou a reação de .- Sabe, como você pode se apaixonar por mim, se você nem me conhece?
- , eu sei o suficiente sobre você, o que eu nunca soube sobre alguém antes. Você é divertida, bonita, sensível e forte. Eu não vou continuar a lista porque senão o resgate chega e ainda vou estar falando.- Ele esboçou outro sorriso e segurou em minha mão- Por favor, eu prometo que vamos sair daqui. Mas eu preciso de uma garantia que você não vai se afastar. Uma chance.
- Uma chance arriscada.- Eu repeti mais uma vez pensando naquilo tudo.- Meu coração está batendo intensamente, você sente?- Ele afirmou com a cabeça.- Não é nervoso.- Eu sorri abobalhada pra mim mesma.- Ou medo. Eu não consigo manuseá-lo ou controlá-lo.- Agora eu sorri envergonhada enquanto a mão de continuava a acariciar meu rosto.- Por que isso tem que ser tão intenso comigo?
- É imprevisível.- Eu senti o olhar profundo de sobre mim enquanto ele respondia minha pergunta.- Há a chance de não conseguirmos levar isso adiante. É uma chance arriscada, como repetimos umas milhares de vezes, mas eu digo: por que não?
- Se eu disser ‘esqueça isso’ eu sei que vou me arrepender.- Respirei fundo abrindo meus olhos para encarar o rosto esperançoso de .- E eu sei que não haverão muitas chances, e você é a melhor delas.- Eu me aproximei dele.- Então eu fico com a chance arriscada.

Nesse momento selou seus lábios nos meus. Um beijo doce, e se me permitirem o exagero do uso da palavra, arriscado. Assim como tudo nessa ilha. Os lábios de pediam passagem para aprofundar o beijo e os meus automaticamente se abriram. tinha uma mão em minha cintura e outra em minhas costas me apertando mais contra ele. Minha mão esquerda passeava pelo seu lindo rosto enquanto a outra acariciava e bagunçava seus cabelos. Se deitou lentamente sobre mim sem romper o beijo. Agora ele tinha uma mão em meu rosto e mantinha a outra em minha cintura enquanto as minhas percorriam seus braços. Ele rompeu o beijo para que pudéssemos respirar porque obviamente os dois estávamos completamente sem fôlego. E então ele saiu de cima de mim rolando para o meu lado.

- Isso foi realmente arriscado.- Ele disse enquanto respirava fortemente.- Você quase me matou por falta de ar!
- Oh, desculpe!- Eu disse sínica.- Agora que meus planos de te matar beijando falharam acho que tenho que tentar outros.
- Fique à vontade, se seus planos forem todos assim... Sou sua cobaia- Ele sorriu animado.
- Calminha, !- Eu disse enquanto ele voltou a se aproximar.- Você não estava doente? Nada de beijos, você precisa melhorar.
- Poxa,- Ele fez voz de choro, falso é claro.- Mas você é minha medicação. E sinceramente eu estou muito mal, preciso de mais remédio.
- Precisa?- Eu perguntei divertida.- Mas você sabe que medicação não é de graça. Você vai ter que pagar depois.- Eu disse encostando meus lábios em sua bochecha.
- Eu acho que estou ficando melhor.- Ele sorriu.- Agora vou te pagar, ok?

Não deu tempo para eu falar alguma coisa ou questioná-lo ele já estava me beijando de novo. Foi então que ele interrompeu o beijo e começou a beijar o meu pescoço me provocando arrepios.

- ,- Eu o chamei sem fôlego.- Aonde está toda sua pureza, hein?
- Hum, eu acho que estou exagerando, não é?- Ele me perguntou se afastando de mim.
- Não era uma reclamação! Era só que você com um anel de pureza não devia ficar provocando os outros assim!- Eu disse rindo da cara que ele fazia.- Vamos dormir!
- Tudo bem.- concordou se deitando no chão gelado.- Vem aqui.- Ele me chamou quando eu me deitei um pouco distante.
- Boa noite.- Sorri e dei um beijo na sua bochecha. Então eu deitei minha cabeça sobre seu peito e fechei meus olhos já vencida pelo cansaço.

A última coisa que eu me lembro antes de o sono vir e eu ficar inconsciente foram os braços de me envolvendo novamente e me protegendo do frio que havia aumentado. Quando eu acordei tinha certeza que aquilo havia sido um sonho, principalmente porque não estava ao meu lado, o que me fez sentir um pouco de desespero também. Eu gritei seu nome, mas ninguém respondeu. Estranho.
Eu me levantei, sai da caverna e observei o sol que já havia saído coberto por algumas nuvens, tornando o dia um pouco sombrio dentro da floresta que tinha dentro desta ilha. Eu esperei ali fora parada cerca de 30 minutos o regresso de , seja lá pra onde ele tenha ido. Mas pelo visto eu fui abandonada por ele, não tinha acontecido nada de ruim senão eu iria saber. Nós passamos a noite juntos, não naquele sentido!
- Tá legal...- Eu disse emburrada enquanto procurava um caminho.- Eu vou embora, vou esquecer o que me largou aqui!- Eu agora com raiva convencida que só tinha brincado comigo e agora me largou mais perdida ainda aqui.- AAAHH!- Eu gritei quando senti alguém atrás de mim me prender com seus braços contra a pedra a minha frente. Eu pensei em me virar para ver quem era, mas tive medo que fosse alguém que tivesse feito aquilo com a .
- Me esquecer não é tão fácil assim.- Aquela voz inconfundível sussurrou em meu ouvido me fazendo virar para olhar.
- Onde você estava?- Eu perguntei brava e sem paciência para sumiços ou brincadeiras.
- Eu fui no lago, você me deixou morrendo de cede ontem!- Ele disse se aproximando de mim para um beijo.
- Exagerado você!- Eu disse segurando seu rosto em minhas mãos e dando um beijo em sua bochecha.- Pronto.
- C’mon girl. Você não sabe que eu sofro? - Ele disse em um falso tom de ofensa.- Isso é um absurdo, você me pegou sobre falsas intenções! Você deixou minha alma acesa e...
- A super estrela vai ficar presa no buraco negro super massivo, ok!- Eu disse me desviando dele.- Pare de roubar as frases do Muse!- Eu disse sorrindo para ele que agora fazia um bico triste.- Você fica muito bonitinho triste, viu!
- Não, . Não seja má ou eu te deixo nessa ilha!- Ele me ameaçou voltando a se aproximar
- Como se você conhecesse a saída.- Eu disse o afastando de mim quando ele tentou me beijar de novo.- , assim você está me sufocando!
- Ah, tá bom! Desculpe...- Ele abaixou a cabeça e se afastou. Acho que agora ele realmente ficou chateado.
- Hey, olha, pensando bem, pode me sufocar eu já estou sem ar há muito tempo mesmo.- Eu disse chegando mais perto dele.
- Não.- Foi a vez dele se afastar de mim.- Eu acho melhor você se apressar, porque temos que chegar lá!- Ele disse um pouco frio apontando para o farol.
- , eu acho que você tem dupla personalidade. De noite você estava todo...legal e agora está todo frio comigo de novo. Eu não entendo.
- Não é pra você entender, sweetheart.- Ele roçou seus lábios nos meus na intenção de me provocar, o que alias estava dando certo. Eu me aproximei dele para que pudéssemos nos beijar e ele se afastou.- Isso é um S.O.S? É um pedido? Você quer isso? Não está sufocada?- Ele questionava evidentemente brincando comigo.
- Save our Souls.- Eu disse me aproximando dele com a voz em um drama exagerado.- Com você eu posso respirar. Save my soul!- Ele me beijou.

A gente ficou ali por mais um tempo até quando ele decidiu que devíamos sair dali e seguir nosso caminho. Eu era o tipo de pessoa que dava três passos e cai quatro vezes. Aquele também não era um lugar muito adequado para se caminhar, cheio de plantas que prendiam nos pés e árvores que tinham seus galhos impedindo nossa passagem. me ajudava a andar por aquele lugar cheio de armadilhas. Eu já tinha passado por umas duas cobras e espantados uns 10 pássaros com meus gritos.

- , ainda falta muito?- Eu perguntei com a voz chorosa. Poxa, se eu andasse mais um passo minhas pernas iam cair! E eu não estou sendo dramática.
- Um pouco.- Ele respondeu sério enquanto abria passagem para mim entre as árvores.
- E agora?- Eu perguntei depois de mais três passos. Minha voz tinha um tom infantil e arrastado o que eu tenho que admitir a deixava irritante.
- Um pouco.- Ele respondeu revirando os olhos e passando na minha frente novamente.
- ,- Eu chamei de novo parando de andar. Ele se virou para mim e também parou me encarando.- Eu estou cansada!
- , nós temos que chegar lá hoje! Não é seguro ficar mais algum dia aqui fora.- Ele me encarava sério esperando que eu levantasse, mas eu estava cansada.- Vamos, eu te ajudo.
- Não precisa.- Eu respondi me levantando chateada por ainda ter que ficar andando no meio daquele mato. Eu simplesmente ODEIO mato e sempre preferi o tempo frio. Eu realmente estava no lugar errado, mas com a pessoa certa. Tá, lá venho eu com meus pensamentos clichês. Eu comecei a rir das idiotices que começavam a passar pela minha cabeça me fazendo me distrair um pouco e conseqüentemente cair mais vezes.
- Agora não falta muito, .- disse segurando minha mão e me arrastando quando eu cai outra vez e torci o pé.
- Ai, não...- Eu reclamei enquanto seguia os passos apressados de .- Falta quanto?
- Só mais um pouco.- Ele disse sorrindo feliz enquanto eu fazia uma careta.
- Ok, então já chegamos?- Eu perguntei recuperando a minha voz infantil.
- Não.- Ele disse sério e talvez, eu disse talvez, um pouco irritado.
- E agora?- Eu repeti depois de um minuto.
- Não.- Ele respondeu perdendo seu bom humor
- Falta muito agora?- Eu perguntei impaciente. Ele disse que estávamos quase chegando e eu não tava afim de ficar olhando para a torre/farol (seja lá o que for).- ! Falta muito?- Eu repeti a pergunta que ele não havia respondido
- Falta o mesmo de cinco minutos atrás quando você fez a mesma pergunta!- Ele se virou e me encarou seriamente irritado.
- Tá...- Eu respondi fazendo bico e abaixando a cabeça.- O que é isso?- Eu perguntei me abaixando para pegar o pedaço de pano vermelho que estava jogado no meio da floresta.
- É... o cachecol do !- respondeu em uma mistura de surpresa, preocupação e esperança quando pegou o objeto das minhas mãos.- Será que ele está por aqui?- Ele perguntou mais para si mesmo.
- Ele esta vivo!- Eu respondi excitada pela nova noticia. Ele estava bem!- ! - Eu corri para abraçá-lo com todas minhas forças animadamente. retribuiu o abraço na mesma intensidade- Ele está bem!- Eu repeti chorando de felicidade.
- Ele deve estar no farol!- respondeu nos separando do abraço.- Vamos!- Ele pegou minha mão e correu em direção ao local.


Nós corremos em direção ao farol/torre/onde o estava. Ao chegar nas suas proximidades percebemos que a área em volta do mesmo era “limpa”. Não tinham árvores ou grama, era uma área aberta. E era realmente um farol de cor bege, talvez já tenha sido branco, mas agora parecia estar meio sujo. Era muito estranho o farol estar no meio da ilha, pois algumas árvores aqui eram altas demais e existia a possibilidade de essas árvores encobrirem parcialmente sua luz, mesmo sendo muito forte. Nossa, essa ilha está me fazendo absorver conhecimento! Eu acho que estou doente. Não havia sequer um barulho, até eu mesma estava em silêncio. Se eu estivesse em meu estado normal estaria comentando sobre tudo só para não ficar em silêncio, o silêncio me incomodava. Me fazia sentir um pouco distante ou excluída da situação, mas eu não estava em meu estado normal. Porque se era pra começar a voltar ao estado normal eu estaria surtando por ainda estar na ilha e morrendo de medo de dar um passo sequer, e é claro morrendo de chorar.

- Vamos entrar?- Eu perguntei receosa enquanto me encara esperando alguma resposta da minha parte que estava parada em frente a entrada observando atentamente se havia alguma movimentação.
- Sim.- Ele respondeu com um sorriso carinhoso e animado. segurou minha mão e nos levou para dentro.
- Ai! - Eu gritei quando ao passarmos pela porta ela se fechou fazendo um grande barulho.- Isso aqui está meio escuro.- Eu respondi com um pouco de medo do local.
- Está tudo bem, .- apertou mais forte minha mão como sinal de apoio.
- Você é bem corajoso!- Eu disse com um sorriso que ele provavelmente não percebeu.- Então isso aqui é mesmo um farol...- Eu disse quando uma luz se acendeu. Não deu pra dizer se era a luz do sol entrando por alguma janela ou alguma luz artificial. Eu ficava com a luz do sol que me assustava menos do que ter mais alguém aqui.
- Sim, e isso significa que navios, barcos, aviões e coisas do gênero passam por aqui. Senão, não haveria a necessidade disso.- Eu concordei com a cabeça e com um sorriso no rosto. Não estávamos totalmente perdidos e logo agora que eu estava me acostumando de passar minha vida toda presa com .
- Nós vamos ter que subir isso?- Eu perguntei apontando para o grande lance de escadas em forma circular que dava no topo da construção.
- Sim, provavelmente lá em cima deve haver alguma forma de comunicação. E então nós podemos avisar onde estamos.
- , espera. Acabei de perceber uma coisa.- Ele me encarou esperando que eu continuasse a frase.- E se o farol estiver desativado?- Eu perguntei lentamente completando meu raciocínio.- Nós estamos aqui a duas noites e não vimos nenhum espécie de luz ou algo parecido vindo dessa direção.
- É, você tem razão!- Ele concordou desapontado. Podia ser uma chance fracassada.- Isso é estranho, mas pelo menos teremos abrigo.
- Verdade.- Eu afirmei com a cabeça.- Mas e se tiver alguém? Sabe, o mesmo que fez aquilo com a .- Minha voz se mantinha baixa e era quase inaudível. Eu não gostava de lembrar daquilo,
- , eu estou aqui. Não vou deixar nada acontecer, entendeu?- segurou forte em meu braço fazendo eu o olhar. Os olhos de não tinham medo, assim como os meus, mas sim esperança.- Vai tudo ficar bem.
- Não, . Não vai ficar bem... Você sabe, que não vai.- Eu negava desesperadamente com a cabeça enquanto meus olhos se mantinham tristes.
- , eu sei o que você quer dizer.- Ele soltou meu braço me encarando.- Mas você não pode continuar com toda essa dor. Talvez agora pareça que não vai passar, mas não seja pessimista. Nós vamos conseguir!
- Realmente não importa como eu me sinto por dentro, a vida é difícil de vez enquando.- Eu sorri sem humor.- Mas você está me ajudando muito, . Obrigada.
- Eu queria estar ajudando mais, mas eu estou tentando procurar uma saída. Eu realmente quero te tirar daqui.
- , eu acordo de manhã e tenho que encarar outro dia. E sempre a mesma coisa. Mas agora não vai ser o mesmo e isso é o que me incomoda mais, tudo desaparecer. Não há nada para me derrotar, mas eu me sinto desprotegida. E eu não sei o que vai ser amanhã. A vida se tornou um jogo, onde as paredes que eu tinha pra me proteger caíram.- Agora pela minha face escorriam algumas lágrimas.- Eu não sei se eu quero sair daqui, o que vai acontecer?
- , as coisas vão mudar, mas você vai poder contar comigo, ok?- Ele disse enquanto limpava minhas lágrimas com a ponta de seus dedos carinhosamente.- Tente ver através dessa situação. Imagine o futuro.
- Eu vou ter que fazer meu próprio caminho, sem volta. Mas eu não quero tomar decisões. Eu vou sentir falta do que eu era.- Eu encarava o vazio e o local pouco iluminado.- Eu sei que não adianta eu voltar depois que tudo mudou.
- Você tem que pensar que coisas ruins acontecem, mas também vem coisas boas.- Ele voltou a passar a mão em meu rosto secando as lágrimas que voltavam a cair.- , você me lembra de quando eu não precisava ser perfeito, quando eu era tão.. Vivo.
- Nós andamos tendo conversas muito profundas ultimamente, hein!- Eu dei um sorriso bobo e sem muito sentimento para .- Talvez a mudança não seja completamente ruim...- Eu cheguei perto dele dando um beijo em sua bochecha.- Cante uma música?
- Qual música?- Ele perguntou sorrindo.- Pra que uma música?
- Eu não quero morrer de tédio subindo essa escada e sua voz é linda!- Eu sorri me direcionando as escadas.- Cante, senão eu vou cantar e não vai ser uma sensação agradável para os seus ouvidos.
- Eu quero ouvir você cantar!- Ele sorriu abertamente.- Cante e eu te acompanho!
- Você quem sabe... Mas você não deve conhecer essa.- Eu dei um sorriso antes de subir o primeiro degrau.- I am finding out that maybe I was wrong That I've fallen down and I can't do this alone.- Eu me virei para trás para ver o sorriso de se abrir mais ainda.
- Stay with me, this is what I need, please? - Ele continuou a cantar quando eu parei para tomar fôlego. Eu não era o tipo atleta, então imagine cantar e subir escadas? Nada feito comigo!
- Você conhece!- Eu sorri interrompendo a música e ele fez sinal para que eu continuasse.- Sing us a song and we'll sing it back to you - Então ele se juntou comigo em um dueto. WOW! Eu estou cantando com Jonas, isso é mais do que eu pedi na minha vida toda. - We could sing our own but what would it be without you?
- This heart, it beats, beats for only you - Eu pulei para a parte final, minha favorita. Eu não tinha mais fôlego para continuar subindo aquilo e cantando, eu morreria! - This heart, it beats, beats for only you.- Eu parei de cantar me sentando em um degrau. Eu subia a escada em uma velocidade moderada e talvez rápido demais para o que eu estava acostumada.
- My heart is yours. - disse quando se sentou ao meu lado e se aproximou para me beijar. Dessa vez eu não neguei ou me afastei eu só queria sentir o gosto de sua boca sobre minha. Um beijo doce e gentil, nós tínhamos perfeita harmonia.
- My heart is...- Eu disse interrompendo o beijo e me levantando rapidamente fazendo olhar feio por eu ter me afastado, o que me causou um sorriso verdadeiro. Então eu sai correndo na sua frente.
- Volta aqui, !- Ele gritou para mim que já estava um pouco distante.- Me espera!
- Haha, vem me pegar!- Eu disse parando e dando língua pra ele que der repente veio correndo até mim, então eu voltei a correr pra longe dele! - , você não me pega!- Eu disse com uma voz completamente infantil! Ele não respondeu e eu não ouvia mais os passos apressados de .- ?- Eu o chamei olhando para baixo procurando algum sinal dele.
- Ele se foi.- Uma voz estranha mais ainda assim conhecida veio de trás de mim. Eu me virei lentamente para ver um homem, provavelmente por causa da voz, vestindo uma roupa estilo espião que cobria todo seu corpo e inclusive seu rosto.- Não adianta correr!- Ele disse se aproximando de mim quando eu tentei descer as escadas de costas.
- O-O que você quer?- Eu perguntei completamente nervosa.- Cadê o ? CADÊ? - Eu gritei ao homem a minha frente que mantinha seus olhos me fuzilando, um olhar divertido.
- Essas não são as perguntas certa, girl.- Eu pude escutar seu riso baixo e com certeza divertindo-se com minha cara de pânico. Ah, mas ele também podia estar rindo do meu cabelo ressecado ou da minhas roupas em estado precário. Eu esqueci de mencionar o meu estado, não é? Simplesmente pior do que a Amy Winehouse entrando na reabilitação.
- CADÊ ELE?- Eu repeti a pergunta agora andando para frente em um tom de ameaça. Que pelo visto não seu muito certo já que o homem voltou a rir de mim.- O que você quer? Como você chegou aqui?
- Calma, calma!- Ele disse fazendo movimentos com as mãos estranhos.- Eu só quero ajudar.
- Ajudar?- Eu perguntei confusa.
- Pfff! Você acha que fui eu que fiz aquilo com a sua amiga?- Ele tinha uma cara incrédula. Espera como ele sabia o que aconteceu com ela?- Aquilo foi tudo idéia do ...
- WTF?- Eu perguntei espantada. Eu não podia acreditar que Jonas fez aquilo.- Jonas?
- NÃO! - Ele se apressou para responder.- , o estrangulador de ouvidos! Você precisa ouvir a voz dele, parece que está estrangulando alguma coisa.- Ele riu e eu não entendi.- Quer dizer, você precisa ouvir a voz dele quando está estrangulando alguém, é horrível! Uhum, é sim!
- Se você quer me ajudar, me diz onde o está!- Eu disse me virando para tentar escapar do estranho que não falava coisa com coisa.
- Ele está com o ... O estrangulador de ouvidos.- Ele disse ficando sério de repente e se pondo na minha frente.- Escuta, você precisa ajudar o seu namor... Amigo! Se não ele fica sem orelhas! Eu estou falando sério!
- O que eu tenho que fazer?- Eu perguntei um pouco desesperada. sem orelhar não era o completo.
- Você tem que seguir até o fim da torre e apertar o botão vermelho! O no centro da torre.- Eu não entendi mas saí correndo escada a cima desesperadamente.- Vai logo! Ou já sabe, sem orelhas!
- AHHH!- Eu gritava enquanto subia pelas escadas desesperadamente. Essa ilha não era normal. Ela era habitada por loucos.- ! - Eu o chamava desesperadamente procurando uma resposta.- Botão! Botão!- Eu repeti antes de entrar na sala do farol.
- AHHHH! NÃO, NÃO!- Eu me virei para trás onde vinham um grito ensurdecedor para me deparar com Jonas segurando suas orelhas? Eu automaticamente gritei de pavor.- APERTE O BOTÃO! APERTE, SE NÃO ELE É O PRÓXIMO!- apontou para onde estava sentado com a boca vendada enquanto alguém com uma mascara de Darth Vader segurava uma das orelhas de .
- O que é isso?- Eu questionando olhando desesperadamente para os lados.- Que droga de ilha é essa?

Meu Deus essa ilha era completamente insana, o que estava acontecendo aqui? Eu nunca nem imaginei algo parecido! E porque apertar o botão adiantaria de alguma coisa? Eu não sabia mais saí correndo em direção ao botão grande e vermelho localizado no meio da sala. Eu apertei aquilo com toda a força quando eu ouvi um grito vindo de .

- Você venceu! Você venceu!- Uma voz computadorizada saiu das caixas de som. Eu olhei ao meu redor onde correu para o meu lado e arrancou o que estava tapando sua boa e me abraçou com força. As pessoas estranhas ficaram paradas.
- Você está bem?- perguntou ainda me abraçando. Eu observei as outras três pessoas nos observarem atentamente.
- O que está acontecendo aqui?- Eu questionei quando me separei de .
- Parabéns!- Aquele cara encapuzado veio até nós, aparecendo do nada.- Vocês estão no mais novo reality show do Disney Channel: Long Shot’s Island!- Então o homem tirou o capuz que cobria sua cabeça lentamente. Espera, eu conheço aqueles olhos, e aquele cabelo. Foi então que o rosto de apareceu. Eu fiquei parada, imóvel, sem reação. O estado de parecia o mesmo que o meu.
- O quê? - Eu perguntei super fora de órbita. O que estava acontecendo ali? Minha voz estava entre histeria e surpresa.
- Você, e você, ! Foram os nossos convidados especiais do primeiro episódio de Long Shot’s Island e ainda deram o nome para ele!- Meu Deus! Ao orelhas de estavam no lugar. Agora quem ia arrancar as orelhas de Jonas era eu! Se ele soubesse que eu quase tive um ataque cardíaco quando entrei aqui por causa dele. Que brincadeira mais sem graça!
- Digam alguma coisa!- disse nos virando para a câmera que tinha aparecido de repente dentro do local
- Eu vou matar vocês!- Eu dei um sorriso sinicamente falso de felicidade.
- Eu sou !- disse acenando para a câmera
- E eu sou ! - A pessoa da máscara de Darth Vader era ? Aquela vaca que me fez pensar que estava morta? - E esse é o começo da aventura!
- E você, está pronto para uma chance arriscada?- Foi a vez de se virar para a câmera com pose de gala. Se eu não tivesse soltando fumacinha de raiva eu até babaria.
- Numa ilha?- olhava para a câmera lhe apontando o dedo.
- Ou até mesmo em um zoológico!- disse com uma voz animada. Todos os encararam sem entender a do zoo.- O que foi? Eu gosto de zoológicos.
- Isso é porque você é um animal!- respondeu rindo para .- O nome do reality é Long Shot’s ISLAND!
- Gente, a câmera.- disse discretamente e dando um sorriso para a câmera.- Então acho que esse é o fim!

Cara, eles tinham encenado tudo desde o início. Até a parte do avião eles armaram, que absurdo! E o pior a estava envolvida em tudo isso! Que raiva de tudo e todos! Vou virar emo, cortar os pulsos e... Tá chega de delírio.

- Não! - se pronunciou pela primeira vez fazendo todos olharem para ele.- Falta algo muito importante!
- O quê?- Eu perguntei controlando minha raiva já que o também havia sido uma vítima. Eu não entendi todos já estavam rindo da nossa cara mesmo, o que ele ia fazer agora?
- Eu acho que aqui é o lugar ideal para isso. Por que foi aqui que isso começou.- Ele sorriu olhando para fora.- , você quer namorar comigo?- Ele se posicionou na minha frente olhando profundamente em meus olhos e segurando uma das minhas mãos. Eu me mantinha imóvel e sem reação. Jonas me pedindo em namoro? Depois de participarmos de um programa da Disney?
Beleza, isso é uma piada! Eu encarei seus olhos esperando ele dizer: Haha, idiota! Caiu! Mas a única coisa que consegui ver foi a ansiedade através de seus olhos. Era de verdade!
- É uma chance arriscada.- Eu disse olhando em seus olhos que pareceram se decepcionar.- Eu não esperava por isso. Nunca vi você chegando. Eu esperei pelo fato virar ficção, e aqui estamos, em um programa de TV.- Eu fiz um sinal negativo com a cabeça sorrindo e percebi que o câmera man procurava o melhor ângulo para a cena.- Então, eu sei que só tenho uma chance. Uma chance arriscada, então eu fico com a chance arriscada.

sorriu para mim e se aproximou mais ainda, eu podia sentir o olhar atento dos demais presente no local. Ele colocou suas mãos em minha cintura e eu coloquei as minhas em sua nuca. Nos encaramos por alguns segundos, eu vi o brilho nítido no olhar de e um sorriso bobo aparecer entre seus lábios antes de se aproximar de mim. me beijou intensamente e não delicadamente como tinham sido os anteriores. Seus lábios procuravam os meus que respondiam na mesma intensidade, sua língua percorria meus lábios como se tentasse memorizá-los. O beijo perfeito que foi acompanhado por alguns ‘uuuhhhh’ vindo dos espectadores. finalizou o beijo com alguns selinhos e voltou a me encara com um sorriso bobo no rosto.

- Isso vai dar muita audiência, hein!- Eu sussurrei em seu ouvido e depois sorri enquanto ele me abraçou de novo.
- Até o próximo Long Shot’s Island!- disse para a câmera quando nos separamos e depois ele voltou a me encarar sorridente.
- E não esqueça de apostar nas chances arriscadas.- Eu disse sorrindo para que voltou a me beijar. Um beijo rápido mas apaixonado. Eu ouvi as palmas e as despedidas e depois senti a luz da câmera ser apagada.- Isso não vai acabar quando as câmera forem desligadas, né?
- Não.- Ele negou com um sorriso divertido.- Você fez sua escolha, agora não tem mais como voltar a trás.
- Então é para sempre e sempre.- Eu disse sorrindo para de novo. Minha boca ia ficar cansada de tanto sorrir e beijar, mas quem se importa? Eu não!- Eu gosto de como isso soa.
- Tem algo que eu gosto mais de falar.- Ele disse me encarando sério.- Eu te amo.
- Também gosto do som disso.- Eu disse encarando seus olhos e percebi que ele esperava uma resposta da minha parte, mas eu gostava de o deixar ansioso.- Mas faltou umas palavras para completar. Eu te amo para sempre e sempre!
- Então quer dizer que você pegou a chance arriscada?- Ele disse apontando para si mesmo. Todos estavam distraídos com o fim da filmagem e coisas do gênero, então não havia mais atenção sobre nós.
- Claro! E porque não?- Eu disse dando de ombros.- Se você pensou que eu fosse desistir, você estava errado.
- Que bom, então! - Ele sorriu voltando a se aproximar.- Porque esse é só o início da chance arriscada.
- Por que ficamos repetindo chance arriscada em toda frase, praticamente?- Eu questionei com um sorriso no rosto enquanto acariciava os cabelos de .
- Bom, é tudo sobre dar uma chance a alguma coisa. E entre nós é muito arriscado.- Ele respondeu virando um pouco a cabeça para a direita.- Você também consegue sentir? - Ele perguntou desviando o olhar rapidamente
- O quê?- Eu perguntei sem entender sua pergunta.
- Se sentir no céu, alguns minutos no céu.- Ele me olhava profundamente o que me fazia perder em seus olhos. Eu o encarei com uma expressão interrogativa.- Deixa eu te mostrar.- Quando ele terminou de falar senti seus lábios sobre os meus de novo, naquele mesmo beijo intenso de minutos atrás.
- Eu sinto.- Eu disse me separando dele um pouco.- Mas eu continuo a repetir pra mim mesma se meu coração vai se acostumar com o paraíso e se ele um dia vai parar com reações exageradas.
- Eu espero que não.- Ele respondeu dando um sorriso de lado estilo Edward Cullen. E eu comecei a rir insanamente, ele não entendeu.- Do que você está rindo?
- , você é exatamente que nem Edward Cullen. Bonito, puro, cheio de virtude, romântico, mudanças de humor, resumindo, perfeito.- Eu disse ficando um pouco rosada por o comparar com Edward. era tão perfeito e eu era tão... Eu.
- Mas assim como ele eu preciso de uma chance arriscada.- disse olhando em meus olhos e acariciando meu rosto com suas mãos. Espera, ele leu 'Crepúsculo'? OMG, ele é perfeito. Eu fico com ele! Só por causa disso é claro.. Pfff! Haha, até parece. Tá chega de discussões mentais!- Eu preciso de você.- Ele sorriu de novo, eu nunca ia me cansar de ver ele sorrindo.- Eu te amo.


-------------------------FIM-------------------------



N/A: Hey guys! Espero que tenham gostado da fic, eu sei que ela está completamente LOUCA e sem sentido! Era para ser uma short-fic, mas sabe como minha imaginação é, né? Vai fluindo e eu vou escrevendo, mas nem tudo que eu imagino eu consigo passar com toda a emoção para o papel... Enfim, eu realmente espero que vocês tenham gostado da fic, porque eu me diverti escrevendo isso! Eu tive essa ideia enquanto cantava Jb tomando banho, foi muito sem noção, mas eu senti que precisava escrever isso! Eu tenho que agradecer ao Paramore, Muse e a Kelly Clarkson para as frases roubadas de suas músicas perfeitas, HAIHEIHAE. Tudo bem, eu não roubei as frases nem nada, mas elas me inspiraram muito! E eu acho que eu tenho que começar a ouvir musicas dos Jb para fics dos Jb, né? Enfim, dá proxima vez eu faço isso. Não esqueçam de comentar, ok? Ah, aqui tem os links para outras fic minhas: You're Always Be My THUNDER ( Short fic sobre JB), I Kissed a Vampire and I Liked It ( sobre Twilight), Stuck On Your Song ( Sobre Jb e em breve no site)
Ah, e também a fic da minha amiga,Evee que é muito perfect: Two Different Worlds Collide
Oh, quase que eu esqueço! Meu msn pra quem quiser me add: milacullen@hotmail.com e meu Twitter pra quem quiser me seguir!
Não esqueçam de comentar! Amo ler comentários HAIHEIHAIHSEA
xoxo,
Mila Cullen ;D


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