Os dias com ela passavam muito rápidos. Eu só queria ficar ao lado de , o tempo todo. A minha vida girava em volta dela, o meu coração batia por ela. Eu a amava tanto, a queria tanto. Poderia largar tudo por aquela garota encantadora, que me fazia tão feliz a cada dia que passava. Queria tê-la para todo o sempre e creio que não me cansaria de acordar ao lado da mesma pessoa, todos os dias de minha vida. Por isso, resolvi pedi-la em casamento. Achei mesmo que fosse a decisão certa, mas eu só tinha 10 anos… e não era uma idade muito racional.
Comprei um daqueles anéis de plástico, que a gente ganha no parque de diversões, e escolhi o dia perfeito pra fazer o pedido. Eu estava bem confiante que minha amada ia aceitar. Talvez essa confiança toda não fosse o bastante. Afinal, ela se aproximou de mim, com um sorriso sem-graça no rosto e sem a alegria eventual. Estranhei, mas resolvi não perguntar o por quê daquela carinha triste.
- Então, eu te chamei aqui pra falar uma coisa, . – escondi a mão que segurava a aliança, atrás das costas.
- , eu preciso falar uma coisa. – ela ficou enrolando as pontas dos cabelos dourados no dedo indicador. – É bem sério.
- Pode falar primeiro. – dei um sorriso, sem saber que aquela noticia ia me abalar durante cinco anos inteiros.
- Mamãe arrumou um emprego na Flórida e nós vamos nos mudar. – a menina começou a chorar. – Eu não quero me separar de você.
- Você tem certeza do que tá falando? – a envolvi em meus braços, eu também queria chorar.
- Uhum, ela disse que nós vamos amanhã de manhã… eu só vim me despedir de você. – e foi nesse momento, que o meu coração parou de bater.
Love Ain’t for Keeping
O som do despertador era a última coisa que eu queria escutar naquele momento. Era dia 20 de janeiro, aniversário de 7 anos, desde que a havia saído da minha vida. Ok, eu não sou o tipo de pessoa que recorda data, mas aquela era importante pra mim. Não amei mais ninguém depois dela. Admito que aos 15 anos, descobri o que era diversão. Ficar com uma garota por noite, se transformou em hábito. O diz que é porque sou um cara com coração de gelo, que nunca amou ninguém na vida. Mal sabe ele, que eu já amei. E não foi pouco.
Levantei da minha cama, indo até o armário. Tirei dali uma camiseta, aparentemente, cheirosa e a vesti. Cocei a cabeça, abri uma das gavetas e peguei uma calça, vesti e depois, fui para a cozinha. Dei uma olhada na geladeira, mas não havia nada ali, tirando um suco de laranja quase podre. Fiquei receoso em beber, mas o fiz mesmo assim. Não poderia ir pra aula de barriga vazia. Sentei em frente à porta de casa e esperei pela minha carona, que não demorou muito pra aparecer.
- ! – Jéssica parou seu conversível e ergueu o braço. – Vem, não quero me atrasar.
- Oi. – abri a porta do carona, me sentando em seguida. – Tudo bom?
- Comigo sim, mas – ela deu partida. – você não me parece tão bem.
- Ah, não se preocupa comigo. – dei um sorriso amarelo.
- Então tá. – deu de ombros.
O resto do caminho foi silencioso. Eu não estava num dia muito bom pra conversa e a Jess notou a minha inquietação no banco. Quando chegamos, ela se despediu com um selinho e cada um foi pra sua respectiva sala. A aula já havia começado e a professora de biologia me… odiava. Aquela mulher olhava pra minha cara e empinava o nariz, como se fosse melhor do que todos ali. Assim que a Sra. Johnson deu as costas, entrei e sentei perto do , mas não rápido o suficiente.
- Sr. , eu vi que você chegou atrasado. Me dê um bom motivo e eu não o mando pra diretoria. – ela ajeitou os óculos.
- Minha carona se atrasou. – passei a mão na nuca, meio que sem jeito.
- Mesmo? – pôs a mão na cintura. – Então, você…
- Com licença. – uma garota de cabelos castanhos que batiam na altura no ombro, bateu na porta. – Essa é a sala de biologia do segundo ano?
- É sim, querida. – a mulher deu um sorriso “amigável” – Pode entrar. Como se chama?
Naquele momento eu desejei com todo meu coração que ela dissesse “”. Ia me acalmar bastante.
- Katherine… Harper. – guardou um papel no bolso esquerdo.
- Bem vinda, Katherine. Pode se sentar ao lado do sr. , lá atrás. – ela apontou para o rapaz.
- Ok. – a garota passou por mim e pude sentir que me olhou.
Não consegui me concentrar durante o resto da aula toda. Já era difícil fazer isso em biologia, mas piorou quando ela sentou logo atrás de mim e depois me deixou mais inquieto ainda quando deitou a cabeça na carteira e ficou respirando, jogando aquele ar quente na minha nuca. E uma vez, pude até sentir que passava a mão no meu cabelo. Só que quando eu me virava, ela fazia uma cara de inocente e dava um sorriso que acabava por derreter o meu coração de gelo. Percebei também que olhava pra ela com segundas, terceiras e quartas intenções até.
- Bem… é Kathy, não? – o ouvi tentando puxar assunto.
- Srta. Harper pra você. – deu uma cortada muito grande nele, não me contive e dei uma risada. – Tá rindo do quê, bobalhão? – bufou.
- Nada. – fiquei sério e me virei pra trás em seguida. – . – sussurrei pra mim mesmo.
- O quê você disse? – se aproximou de mim.
- Que você me lembra uma amiga que tive quando era criança. – suspirei, me virando pra frente.
- E qual era o nome dela? – franziu a testa.
- , – começou a rir. – o coitado ficou minguando por ela durante anos.
- Cuidado pra megera não pegar vocês conversando. - , o menino bonzinho cochichou para nós.
- Você não me parece o cara que fica minguando por causa de uma garota.
- Eu a amava. – deitei minha cabeça em sua mesa. – Talvez ainda a ame. Hoje, fez 7 anos desde que ela partiu pra Flórida e me abandonou.
- Não acredito, um homem que lembra das datas. – apesar do seu jeito sarcástico de ser, notei que ela me olhava de uma maneira… diferente. – Ela é uma garota de sorte.
- Pena que tá na Flórida. Aposto que já esqueceu de mim. – suspirei, com aquela carinha de depressão.
- Talvez não tenha esquecido. – sorriu, com uma carinha de anjo.
- Já deve tá namorando um surfista. E provavelmente não vai querer voltar para o Reino Unido. – dei de ombros. – Você veio de onde?
- Miami. – baixou a cabeça.
- É onde fica… – fui interrompido por uma voz irritante.
- Sr. . A aula é aqui na frente. – Sra. Johnson me olhava com certo ódio. – E pare de importunar a Srta. Harper.
Virei para frente com raiva. Eu queria conversar com a aluna nova, saber mais sobre ela. Mas teria de esperar até que a merda da aula acabasse, porque a professora me ama e queria que eu prestasse atenção nela. Fiquei viajando na maionese o tempo que ainda tinha. Quando bateu o sinal, eu me prontifiquei a mostrar o colégio inteiro para Kathy. E acho que teve a mesma idéia que eu, pois ambos tentamos ganhar sua atenção.
No final do semestre, nós dois éramos como unha e carne. E já estava bem claro para todos que se derretia todo por ela, mas não era mútuo. As más línguas diziam que a menina gostava mesmo era de mim… e eu já estava começando a me sentir da mesma maneira. Porque apesar de não ser a , ela também conseguia me fazer sentir muito bem. Só que eu não queria estragar aquela amizade tão legal que tínhamos naquele momento.
- , se eu fosse outra pessoa, você ficaria bravo comigo? – ela colocou uma bala de menta na boca.
- Ah, não me diga que você é um homem. Eu não agüentaria gostar de um homem. – ri e depois que vi a sua expressão, me toquei da besteira que havia dito. – Eu… tenho que… ir pra… ajudar… a minha mãe. – tentei me afastar, mas ela segurou o meu braço.
- Você gosta de mim? – Kathy entrou na minha frente, passando a mão no meu rosto e sorrindo.
- Eu… gosto. – fechei meus olhos, com medo da sua reação.
Por incrível que pareça, ela não ficou brava. Ao contrário, me beijou, com certo fervor e alegria. Eu tomei um susto e acabei dando um pulo pra trás. A menina se afastou, achando que eu não havia gostado do beijo, mas levei aquilo como incentivo e retribui o seu gesto anterior. Ficamos naquele beijo durante alguns minutos, que pareciam eternos. E por sinal, continuamos ficando durante três semanas inteiras e aquilo me parecia uma vida perfeita. Eu havia esquecido completamente de e estava começando a me apaixonar por Harper de uma maneira impressionantemente rápida.
Mas tudo que é bom, realmente dura pouco.
Depois daquelas três semanas maravilhosas, algo aconteceu na aula de inglês. Algo inexplicável, que transformou a minha vida e de Kathy também. Ela se aproximou, perguntando de estava na sala certa e o professor a deixou entrar, apesar de já estar 15 minutos atrasada. Não podia ser real. Era real e me faria mudar totalmente o rumo da minha história com Katherine. Minhas mãos não paravam de tremer e minha respiração havia parado.
- Prazer em conhecê-los, meu nome é . – meu coração parou.
Ela parecia a mesma. Desde o cabelo até a ponta dos pés. Apenas um pouco maior do que era antes. Esfreguei meus olhos, pra checar se o que eu via era verdade. E ela olhou diretamente pra mim, como se me reconhecesse também. Percebi o seu choque. E Kathy ficou me chamando e cutucando o meu braço, mas eu não consegui prestar atenção em mais ninguém além de . Foi aí que a minha “nova” amiga fez algo que surpreendeu a todos naquela sala: levantou, parou ao lado da , sibilou uma palavra em seu ouvido e foi embora, sem seu material, nem nada. foi atrás dela em seguida e o professor a mandou sentar ao meu lado, por enquanto.
- ? – ela respirou fundo. – É você?
- , eu… – passei meu dedo indicador contornando seu rosto. – senti tanto sua falta.
- Também, … – a menina deixou uma lagrima correr pelo seu rosto, levantou da cadeira e correu pra fora da sala.
- ! – fui atrás dela.
Quando arredei o pé no pátio, vi e Katherine se atracando no chão. parecia tentar separá-las, mas em diversas tentativas frustradas. Corri até as duas e tirei minha amada debaixo da minha amiga. Elas se xingavam por nomes que nem eu conhecia. “Vadia” foi a palavra mais escutada, acho que umas 9 vezes, pelo menos.
- O quê tá acontecendo aqui? – estava ofegante.
- Sua mentirosa! – a morena tentava se soltar de . – Você é uma pilantra, Julie… – então, o abraçou, aos prantos.
- Essa garota é louca, . – me abraçou também.
- Eu não sou louca, você que é uma falsa. Seu nome não é , é Julie Kingston. – ela limpou umas lágrimas que haviam caído. – E o é meu. – e rangeu os dentes.
- Seu? Do quê você tá falando, Harper? – dei um beijo na testa de . – E quem é essa tal de Julie?
- É o verdadeiro nome dessa aí. – inclinou a cabeça na direção dela.
- E como você sabe que ela não é a e sim a tal de Julie? – tentei me acalmar.
- Porque eu… esquece, você não me merece. – por um milagre, Kathy soltou-se do e foi caminhando até a secretaria.
Depois daquilo, eu não tive noticias dela por três dias.
- Soube da Kathy? – tirou meus fones de ouvido bem na hora do solo de “shadowplay”.
- O quê aconteceu com ela? – meu pulso acelerou.
- Se transferiu de escola. – coçou a cabeça. – Logo depois da briga com a sua namorada.
- Como assim? Ela não pode se transferir de colégio assim, sem o consentimento dos pais. – desliguei o meu iPod.
- Acontece que a Harper é emancipada e faz o que bem entende da vida. – sorriu.
- Eu vou à casa dela, você vai comigo? – me levantei da cadeira.
- Não posso, já cabulei demais essa semana. – ele se sentou.
- Então tá, leva o meu material pra sua casa, depois eu passo lá e pego. – sorri.
Ouvi um protesto de sua parte, mas nem liguei. Meu interesse maior era saber como a Kathy estava naquele momento. Eu liguei para o seu celular, mas só dava ocupado. Pode parecer loucura da minha parte, só que fui correndo até o seu prédio. E para a minha sorte, quando eu estava subindo as escadas, um senhor estava saindo. Aproveitei a oportunidade e entrei lá sem ao menos tocar o interfone. Não conseguiria esperar pelo elevador, então, subi até o quarto andar de escada mesmo.
Parei em frente ao apartamento 403 e hesitei bastante em bater na porta, mas todo o meu esforço foi em vão? Não mesmo. Comecei a socá-la que nem um louco, até que Harper a abriu, vestida apenas com um roupão meio aberto, por onde se via sua camisola curtinha e vermelha.
- ? – fez uma cara de assustada. – O quê você tá fazendo aqui?
- Eu vim te ver, soube que se transferiu e…
- Quem é, Kathy? – apareceu só de boxers na sala e me viu. – .
- Vocês…? – prendi a respiração.
- Não é da sua conta. – ela rolou os olhos. – Volta pra “” e não me enche a paciência.
- Beleza, eu vim ver como você tava. Parece ótima. – dei as costas pros dois.
- , não quer entrar um pouco? Precisamos conversar.
- Eu já vi demais por hoje. – ri, sarcasticamente.
- É sobre a sua namorada. E acho bom que você a chame também. Ela sabe o meu endereço. – me virei e notei que sorria.
Calei. Enfiei a mão no bolso e peguei o celular. Disquei o número de , pedindo para que viesse urgente. Para minha surpresa, ela nem pediu o endereço. Realmente já sabia pra onde deveria ir. Vi que meus dois “amigos” se entreolharam com uma altivez e brilho no olhar. Suspirei.
Ficamos sentados no sofá, até o barulho do interfone nos trazer de volta ao planeta Terra. abriu o portão, enquanto Katherine ia até o quarto e voltava com um pequeno baú de madeira, trancado. Ela ficou batucando naquela caixa, até escutarmos baterem na porta. Verena.
- Ora, ora, ora. – a menina sorriu. – Você veio, farsante.
- , se for pra ela ficar me xingando, eu vou embora. – cruzou os braços.
- Ok, eu não te xingo mais. – Harper deu uma risadinha. – Vamos ao que interessa. – respirou fundo e começou. – Você tá sendo enganado. Ela não é e não pode ser a verdadeira .
- Começou… – rolou os olhos.
- Porque eu sou a . – ela pegou a chave e destrancou o baú. – Pode olhar as provas. – depois, me entregou.
- , você duvida de mim? – a garota ficou com os olhos cheios d’água.
Abri aquela caixa de madeira com o coração na boca. Se fosse verdade, eu teria sido um tolo em acreditar que a que reencontrei era a verdadeira, mas se fosse mentira, eu estaria condenando meu relacionamento com a minha amada. A única coisa que havia ali, era um papel dobrado. Desdobrei com todo cuidado e pude ver minha letra horrorosa. Estava escrito “” e tinha um coração ao lado. Minhas pernas ficaram bambas com tudo aquilo. Olhei pra morena. E então pra loira. Eu me segurei pra não chorar.
- Como você pôde? – fechou a mão. – Roubou meu papel… depois de tudo o quê eu e a minha mãe fizemos por você!
- Eu? Você que tá roubando minha vida, Julie!
- Sinceramente? Cansei, Kathy. – ela deixou escorrer uma lágrima em seu rosto. – Mamãe sempre te tratou como filha, e eu sempre te tratei como uma irmã. Agora você tá tentando…
- Quem é você pra falar da minha mãe? – Harper abraçou novamente.
- Se você é a , por que seu nome é Kathy? – esfreguei o rosto. – Não faz sentido.
- Pra ver se lembrava do meu rosto, . Eu queria ser reconhecida… – mordeu o lábio inferior. – por você. Eu esperava que você gostasse de mim não pelos motivos de antes, mas pela pessoa que me tornei. Oh, queria que me dissesse: “Meu Deus, ! Quanto tempo, você tá tão diferente, mas eu consigo saber que essa é você por trás do nome falso.”
- E-eu não… vocês tão me deixando atordoado. – minha respiração já estava ofegante e meu pulso acelerado.
- Então, quem das duas é a verdadeira para você? – ele perguntou, seco.
Não respondi, apenas passei o braço sobre o ombro da e nós saímos dali juntos. Ainda pude escutar a Kathy uma última vez.
- Eu te odeio, !
Era a última vez que eu escutaria a voz dela e que veria o seu rosto.
Dois meses depois…
Acordei para mais um dia infernal no trabalho. É, eu havia começado a trabalhar numa lanchonete há uma semana e meia. Ralava muito, ganhava pouco, mas pelo menos eu ainda tinha a perto de mim. Se bem que ela andava meio afastada fazia uns 5 dias. Sempre desviava quando ia beijá-la e muitas vezes ficava no telefone por mais de dez minutos, sem dar atenção nenhuma a mim. E às vezes, ela parecia me evitar. Minto, ela sempre parecia que tinha algo mais importante a fazer do que ficar comigo.
Eu e paramos de nos falar desde aquele fatídico dia. Todo dia era a mesma coisa, era só me aproximar e ele ia embora na mesma hora. O me contou que o cara ia embora assim que o colegial acabasse. Rolou um boato que a Kathy tava grávida, os dois iam se casar e ir para Liverpool quando ele acabasse o colégio. Na verdade, eles tavam namorando mesmo. Katherine virou apenas mais uma memória pra mim. Como a , há um tempo atrás.
Meu chefe me liberou mais cedo do trabalho e por isso, resolvi fazer uma surpresa pra minha namorada. Comprei flores e uma caixa de bombons brancos, seus favoritos. Apareci no apartamento que ela dividia com outra menina. Toquei a campainha umas 15 vezes, mas ninguém me atendeu. Resolvi entrar. Na mesa de centro, havia um anuário escolar. Fiquei um pouco curioso e decidi dar uma olhadinha. Fui passando, passando, passando, até que bati o olho na foto dela. Estava tão linda, porém seus cabelos estavam escorridos, ao invés de enrolados nas pontas. Foi aí que eu li embaixo da foto, o nome Julie Kingston. Comecei a passar de página em página, até que achei a foto da Kathy. , li embaixo. Então, percebi que havia cometido o maior erro da minha vida.
Epílogo.
Eu terminei com a … ou Julie, naquela mesma noite. Tive dois bons motivos pra fazer isso. Motivos muito bons mesmo.
a) ela mentiu sobre quem era.
b) ela tava na cama com outro cara.
Demorei dois dias e meio pra resolver ligar pra Kathy… , mas ela não atendia. Talvez ainda estivesse com raiva de mim. Liguei pra e soube que a tinha saído da cidade há um mês e três semanas. Por isso o estava louco pra poder ir embora também. disse pra eu esquecer os dois e cuidar da minha vida. É difícil fazer isso, quando sete meses depois, chega um convite de casamento na sua porta.
Naquele momento, eu não era mais um coração de gelo. Apenas não tinha mais coração nenhum.