Love Fear
Escrita por Regrawr
Betada por Lelen


U r the smell before rain, u r the blood in my veine.
(Você é o aroma depois da chuva, você é o sangue em minhas veias


A lua brilhava diante daquele imenso céu azul e escuro. Tudo aquilo havia mudado. Desde o meu humor ao acordar até o meu humor ao dormir. Ao despertar, eu me sentia como se estivesse pronta para o meu novo encontro. Ao anoitecer, eu dormia pensando se, algum dia, eu conseguiria realmente amar alguém. Na verdade, eu pensava assim há alguns meses. Porém, no meio de tantos relacionamentos que eu tive, um deles marcou com um simples encontro. Foi algo diferente, mas nada que eu já não tivesse visto. Por mim, eu não persistiria naquele encontro; sabia que por ele eu não me apaixonaria. Até porque, estava acostumada com meus relacionamentos abertos. Mas, algo que eu nunca imaginei ocorreu. Na verdade, eu já havia sonhado com isso. Mas é se como eu não esperasse. Ele insistiu em fazer com que eu o amasse. Não pressionava, mas corria atrás. Não ficava louco ou possessivo; mas sempre falava que um dia eu iria querer ser dele.

- Olha, eu observei você enquanto tentava dormir algumas vezes. - Disse ele, olhando para o céu com um olhar pensativo, fazendo com que a luz da lua refletisse em seus olhos intensamente . - E me parece que você não... tem vontade de dormir. - Ele soltou uma risada nasalada, como se achasse graça daquilo.
- Ai, , às vezes eu acho que você brisa um pouco, sabe? - Comentei sorrindo docemente, achando fofo saber que ele me observou dormir algumas vezes. - Mas isso é verdade, de uma certa forma. - Suspirei forte, mordendo meu lábio inferior e cerrando um pouco os olhos ao encontrar a luz do poste.
– Hm... Você pode me dizer qual seria essa tal forma? - Ele deu mais um gole em seu Starbucks, me fitando concentradamente. Sorri para ele, o olhando com menos intensidade, por medo de seu olhar tão intenso sobre mim.
- É que... Eu tenho medo de dormir. - Admiti, olhando para baixo devido à vergonha que havia sentido. Ele me lançou um olhar confuso.
- Ok, agora você vai ter que me explicar mais ainda. Porque medo de... Dormir? - Seu olhar penetrava em minha mente, como se buscasse a resposta com toda a força que ele conseguisse. Suspirei baixinho, balançando a cabeça.
- Eu tenho medo de sonhar com coisas que eu sei que não vou alcançar... Acabo achando uma perda de tempo. - Ele me olhou com um olhar desconfiado.
- É medo ou insônia? - Eu soltei uma gargalhada.
- Não, , eu só não tenho vontade de dormir, não sei por que. - Sorri fraco, finalmente dando um gole em meu Starbucks.

Enquanto eu simplesmente tentava mostrar a que ele era como um simples amigo, ele se mostrava mais apaixonado a cada dia. Minha amiga havia me dito que eu poderia estar com medo de finalmente estar amando alguém. Mas como poderia ter medo de algo que eu sempre esperei sentir?

- Está bem, vamos ver se eu entendi. Você não sabe se ama seu namorado ou não? - Perguntou a psicóloga. Eu revirei os olhos.
- NÃO! Eu disse que, como sempre tive relacionamentos abertos, não aprendi a realmente amar alguém! Então eu procurei alguém, a quem eu dou o nome profissional de psicóloga, para me ajudar a entender isso. - Disse, já enfurecida por explicar quatro vezes a mesma coisa. A mulher bufou.
- Olha aqui, preste bem atenção. Não há apenas uma forma padrão para sentir o que é realmente o amor. Isso não existe. Vai de acordo com cada indivíduo, de acordo com a mente e com os conceitos da pessoa. Agora, só há duas pessoas que podem te ajudar a descobrir isso: você mesmo e ele. Porém, ele serve como cobaia para a experiência. Mas sem esquecer, que é por ele que você faz a experiência também, então não machuque o coração de ninguém. Ou machuque, assim posso ganhar mais um cliente. - Ela sorriu. - Essa última parte foi brincadeira. Pra descontrair, sabe? - Ela deu de ombros. Eu não me movia. Era como se eu entendesse mas, ao mesmo tempo, não entendesse o que ela quis dizer. Espera, quer dizer que eu posso estar amando e não estar sabendo? Ah, qual é! Isso é injustiça demais com uma garota tão... Fraca quando deparada aos seus verdadeiros sentimentos.
Me levantei e sorri para a mulher, agradecida.
- O-obrigada! - Virei em direção à porta e fui embora.

Eu testei. Fiz a tal “experiência”. Acho que entendi. Mas não tenho certeza. Bom, mas o que eu acho é que vale para mim.
O amor que sinto pelo foi reconhecido a partir de certas... reações comuns que casais apaixonados têm ao se ver, se tocar, se beijar, ou a qualquer outra coisa. Sim, eu estou falando dos arrepios. E dos sorrisos. E das tonturas. E das fraquezas nas pernas. E dos pensamentos dirigidos à ele por uma parte do meu tempo. Enfim. Mas eu falo também de algo que eu nunca havia pensado antes, e que eu percebi que eu tinha medo.

- Está tudo bem, ? - me perguntou, fitando-me com aqueles olhos , como se estivesse preocupado com meu silêncio.
- Não muito. - Eu sorri, entristecida. Ele passou as costas das mãos em meu rosto.
- O que foi, minha pequena? - Ele me dirigiu um sorriso fofo e preocupado ao mesmo tempo.
- Eu estou com medo. Como sempre. Mas dessa vez é um medo diferente. - Fiz um biquinho não intencional. Ele inclinou a cabeça, numa cara curiosa.
- Medo de que? Posso saber? - Eu assenti devagar com a cabeça.
- Sabe... Você gosta da chuva, né? - Ele assentiu, um pouco confuso. - Mas, quando ela chega, você pega um guarda-chuva para fugir dela. - Parei um pouco. Ele não havia entendido ainda. Suspirei. - Você também me disse que gostava bastante de quando o Sol aparecia por entre as nuvens, certo? - Ele assentiu, tentando relacionar tudo. - Mas você sempre acaba optando por ficar na sombra que a nuvem deixa no chão. E você também disse que gostava bastante daquele vento refrescante. - Dessa vez ele não precisou assentir. - Mas, sempre que ele está um pouco mais frio e um pouco mais forte, você fecha as janelas e foge dele. - O olhei intensamente e ele ainda se mantinha confuso.
- E o que que tem? - Eu respirei fundo, segurando a lágrima.
- Você também diz que gosta de mim. Me disse que me ama. E eu tenho medo de você fugir de mim ou simplesmente se cansar e desaparecer. - A lágrima rolou rapidamente, dando uma desacelerada no movimento quando chegou em minha bochecha.

Tudo aquilo que eu havia falado pra ele estava preso em mim há alguns dias. Porém, eu poderia ter ficado pior do que eu já estava, se não fosse por eu ter ouvido algo que eu nunca esperaria ouvir. Se não fosse por ele ter me surpreendido e me ter dado a maior certeza, a qual eu realmente precisava para prosseguir em qualquer coisa que eu quisesse.
- Agora, você me deixa te passar a segurança necessária para que você não fique com medo? - Assenti, fechando os olhos, crente de que ele ia me beijar. Porém, ele retornou a falar. - Tudo bem, então. A chuva... Eu gosto do barulho dela. Gosto do cheiro dela. Gosto de como ela deixa o ar úmido o bastante para que eu possa voltar a respirar de uma forma melhor. Mas, ao mesmo tempo, tenho medo de me machucar quando ela está mais forte, e medo de me molhar e pegar um resfriado. Eu gosto do Sol aparecendo entre as nuvens, deixando aquele calorzinho gostoso em meio ao frio. Mas ele chega a esquentar tanto, que machuca. Ele é tão claro e brilhante, que ofusca a minha visão. Eu gosto do vento refrescante. Ele bate no meu rosto e, se eu fecho os olhos, sinto como se estivesse voando. Mas quando ele fica mais forte, fica agressivo, e me faz pensar que vou entrar em um furacão, perdendo tudo o que mais importa em minha vida. - Ele falou, e respirou fundo, segurou em minhas mãos e me olhou bem no fundo dos meus olhos. - Eu gosto de você, eu gosto do amor que sinto por você. Gosto do teu cheiro, da sua voz, como você deixa tudo de uma forma tão perfeita para mim. Mas tenho medo de você me deixar doente, ou de me machucar enquanto você está furiosa. Eu gosto de quando você me abraça e me aquece no frio, independente de como for me esquentar. - Ele sorriu de forma pervertida e eu corei. - Mas tenho medo de me queimar com seu calor intenso. Medo de não enxergar mais nada devido ao brilho que você me traz. Eu gosto quanto você me beija... Me faz sentir como se eu estivesse livre, apenas com você no imenso céu azul. Mas eu tenho medo de que tudo isso se torne o furacão da minha vida. Medo de que mexa tanto comigo, que eu não enxergue mais quem eu realmente sou. Mas, assim como me arrisco na chuva, no Sol quente ou no vento forte, eu não tenho medo algum de arriscar com você, por você. - Ele aproximou seus lábios que contornavam um sorriso dos meus que se mantinham com um sorriso bobo, e encostou os dois, deixando nossas línguas se encontrarem e dançarem juntas, me causando um arrepio bobo e gostoso. Eu separei nossas bocas e sussurrei em seu ouvido:
- Agora eu digo com toda a certeza existente em mim: Eu te amo.
- Eu também te amo! - E selou nossos lábios mais uma vez.


Fim


N/A: Bom gente, eu desisti de fazer fics grandes. Vou fazer somente shortfics porque sempre que eu começo uma nunca termino. Só vou postar uma fic mesmo se eu já tiver ela pronta, o que acho difícil OIJSADOIJSADOIJSA.
Mas enfim, se gostar comenta, se não gostar, comenta também. Eu não gosto de leitores fantasmas; nenhuma autora gosta. Até hoje eu vou na minha outra shortfic (Good Girls Go Bad - restrita) e vejo os comentários. Sério. rs
E obrigada por lerem, mesmo. Eu, particularmente, gostei dessa minha shortfic. De verdade, achei muito cuti-cuti. Me inspirei em um post do tumblr, riri. Vou parar de encher o saco. Se quiser segue aí no @regrawrr e no tumblr.


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