Tudo que eu queria nesse momento era tê-lo novamente comigo. Fazia
dois meses que ele havia ido embora, mas eu ainda sentia falta. Namorávamos há cinco anos e fazia sete
meses que morávamos juntos quando ele decidiu simplesmente sair pela porta e não voltar mais.
Aproximava-se do natal e eu não sabia o que fazer. Eu o queria comigo, esse era o primeiro natal que
passaria sem ele em minha companhia. O que ele não sabe é que estou grávida. Sim, estou grávida de três
meses, quando ele foi embora eu estava de um mês e nem ao menos sabia disso, descobri há algumas semanas
após sua partida. Mas, bom, estou aqui já contando minha história e nem me apresentei. Meu nome é
, tenho vinte e quatro
anos, me formei em jornalismo há sete meses. Minha vida sempre foi badalada, gostava de ir a festas, sair
com minhas amigas, mas tudo mudou quando o conheci.
, Point of the view
Fazem dois
meses que saí de casa, e, pra falar a verdade, nem ao menos sei por que fiz isso ainda, sentia a
necessidade de ir embora e, tomado pela raiva de nossa última briga, saí pela porta de casa sem levar
nada. Sinto falta da minha pequena, eu a amo, mas não tenho coragem de voltar, não tenho coragem de pedir
a que me aceite de volta. Primeiro natal que vou passar longe
dela.
- Ah, , minha pequena, como sinto sua falta. – Suspirei
ao falar.
- , por que você não vai falar com a
? Você a ama. Faz dois meses que se lamentas por ter a
abandonado. – disse, entrando no meu quarto, quando terminava de
me lamentar, ele tentava me consolar, mas, pra ser sincero, ele não é nada bom nesse quesito.
- Porque
eu sou um covarde, só por isso! Fui embora sem dar nenhuma satisfação a ela, como queres que eu volte?
- Deixa de ser burro! Pegando seu carro e dirigindo até a casa dela e pedindo desculpas a ela! –
disse, com ar de experiente, é, tenho que concordar que ele era,
ele havia feito isso uma vez, logo que havia começado a namorar a , e, sim, ele é mais corajoso que eu, pode apostar!
- Mas eu não tenho coragem! – Eu falei,
olhando pro chão, com uma leve vergonha da minha fraqueza.
- Então você ficará aí se lamentando pro
resto de sua vida. – disse, saindo do meu quarto e indo de
encontro a .
xx
Flashback
Um ano antes!
- Amor, vai demorar muito aí ainda? – Eu perguntei pro
, que estava no banheiro há meia hora.
- Já estou saindo, pequena.
– Ele gritou, desligando o chuveiro. Bati na porta e, virando levemente o trinco, vi que estava aberta,
adentrei e encostei-me na pia.
- Amor, precisamos conversar. – Eu disse, desviando meus olhos dos
deles.
- O que está acontecendo? – Ele disse, aproximando-se de mim e me abraçando.
- Eu... –
Comecei a chorar e, sentindo minha voz embargar, abri e fechei a boca diversas vezes, tentando contar-lhe
o que havia acontecido. Mas não consegui.
- O que aconteceu, pequena? – Ele perguntou-me novamente
segurando meu rosto levemente. Não respondi, apenas me desvencilhei de seus braços e saí do banheiro em
meio às lágrimas, me deitei na cama encolhendo-me e colocando a mão na barriga, a acariciando
involuntariamente, doía muito contar isso a , doía ainda mais em
mim por ter sido fraca e não ter suportado nosso bebê.
me
olhou sério ao sair do banheiro e, ao me ver naquela posição chorando, disse:
- O que aconteceu? – Eu
senti o leve tom irritado em sua voz. Ele odeia quando eu faço isso, começo a dizer alguma coisa e paro
na metade.
- Eu... – Respirei fundo, engoli em seco desfazendo o nó em minha garganta e contei-lhe. –
Eu estava grávida de três semanas, descobri isso há três dias, mas, hoje, quando vinha do meu trabalho..
– As lágrimas surgiram em meu rosto desesperadas, eu não queria mais falar nisso. Mas eu tinha que falar,
tem o direito de saber que seria pai. Respirei fundo e
continuei. – Eu senti uma dor muito forte aqui. – Coloquei a mão sobre minha barriga. – Então, a
chamou a emergência, me levaram para o hospital... – Respirei
fundo novamente, eu falava entre soluços de tão intensa que eram as lágrimas. – E me disseram que eu tive
um aborto espontâneo. , nosso bebê morreu.
- Pequena, por que você
não me contou antes que estava grávida? – Ele disse, foi então que eu percebi que ele chorava.
- Eu
iria lhe contar amanhã depois que fizesse o primeiro ultra-som, pra ter certeza mesmo que eu estava
grávida. – Eu o abracei o mais forte que consegui e nós dois ficamos ali abraçados nem sei por quanto
tempo apenas chorando.
- Ah, minha pequena, logo teremos um bebê, você vai ver.
Flashback end
Hoje faz um ano que eu perdi o nosso bebê, e estou eu aqui
grávida de dois meses do sem poder contar pra ele. Não tenho
noção de onde ele está, não tenho o número de celular, nada. Já liguei várias vezes para a casa do senhor
e eles sempre dizem que não têm notícias dele. Tudo que eu
conseguia agora era chorar. Ouvi a campainha tocar, levantei-me vagarosamente e me dirigi até a porta,
atendendo-a. Era , minha melhor amiga.
- , o que você tem? – Ela disse, olhando-me e franzindo a testa. – Você está chorando?
-
. – Eu disse e a abracei chorando com mais vontade, seu nome foi
tudo o que consegui dizer nesse momento. me abraçou e me acalentou
por alguns minutos. Ela havia sentado no sofá e eu deitei em seu colo. Eu adorava quando ela fazia isso
comigo, lembrava-me muito minha mãe que havia falecido há três anos, e eu sentia muito sua falta nessas
horas, desejava sempre que ela estivesse comigo, mas Deus havia colocado em meu caminho pra me consolar.
- Me conte o que está acontecendo! – Ela disse calma e
levemente a mim, mexendo em meu cabelo.
- , eu sinto muita
falta do , e eu não sei o que fazer, eu queria ele aqui comigo.
E... – Respirei fundo e dei um sorriso fraco ao colocar a mão em meu ventre.
- E? –
incentivou-me a continuar, já desconfiada pela posição que minhas
mãos se encontravam, como eu ainda estava de poucos meses, minha barriga não aparecia e era facilmente
disfarçada.
- E eu estou grávida de três meses, descobri isso há algumas semanas. Quando
foi embora, eu estava de um mês, mas não havia descoberto a gravidez
ainda, ao contrário da primeira... - Minha voz se embargou e virou apenas um sussurro. – De quando perdi
o bebê, essa demorou pra aparecer os sinais.
- E você já contou pro ? – perguntou, ainda acariciando meus cabelos. Eu sabia
que ela me faria essa pergunta.
- Não, desde que ele foi embora eu não tive mais notícias suas, desde
que descobri a gravidez liguei por diversas vezes para a casa do senhor , mas eles sempre me dizem que não têm notícias dele.
- Hm, ele não deixou nenhum número de
celular, nada? – Ela disse, e eu senti o leve tom de preocupação em sua voz.
- Não, ele não deixou
nada. – Eu disse. – Bom, eu queria lhe fazer um convite. – Eu disse, levando a nossa conversa a um rumo
um pouco diferente.
- Qual? – disse, com um pouco de
hesitação.
- Você quer ser madrinha da Valentina, se for menina, ou do Ryan, se for menino?
- Claro
que quero. – Ela disse com um sorriso de orelha a orelha e eu percebi como seus olhos brilharam e ficaram
marejados. – Ai de você se não tivesse me convidado, runf. – Ela disse-me, olhando de cara feia a
mim.
- E achas que eu convidaria outra pessoa, sua boba! – Eu disse, rindo. Mas parei logo em
seguida.
- Que foi? – perguntou-me.
- Sabe, faltam quatro
dias pro natal. – Eu disse, fechando os olhos. Em apenas um sussurro continuei. – Eu nunca acreditei em
Papai Noel, nada dessas coisas, mas nesse momento eu queria que um desejo meu se realizasse. – Minha voz
estava embargada e eu sentia as lágrimas em meus olhos.
- O que você queria? – Ela perguntou,
olhando-me.
- Eu queria poder estar com o , queria lhe dar o
presente de saber que irá ser pai no dia de natal. Mas não tenho notícias dele. Nada. E isso dói muito. –
As lágrimas já corriam por meu rosto.
- Ai, , como eu queria
poder lhe dar esse presente. – Ela me abraçou forte e assim ficamos por um bom tempo.
xx
, Point of the
view
Eu preciso fazer algo pela , e pelo
cabeça dura do também, esses dois se amam, não sei por que não
estão juntos novamente! Foi então que me lembrei que meu namorado era melhor amigo do
e, assim, surgiu uma grande ideia. Disquei o número dele, e após
três toques ele atendeu.
- Oi, amor.
- Oi, amor. - Eu disse e fui direto ao assunto. -
Preciso conversar com você, e é importante, então não pode ser na sua casa! - Eu disse urgente.
- O
que tá acontecendo, ? Assim você me assusta. - Ele disse,
mostrando preocupação na voz e um leve medo.
- Calma, amor, não é sobre nós, é sobre
e , por isso não pode
ser na sua casa! - Eu disse apressada.
- Ahn, assim fico mais aliviado. - Ele disse e pude
sentir que ele soltara o ar que havia prendido involuntariamente. - Quer que eu vá a sua casa?
- Não precisa, amor, estou a alguns metros da sua, passo aí e vamos jantar. - Eu disse, claro
que eu iria abusar um pouco do meu namorado (não no sentindo real da palavra, irei abusar dos carinhos
dele), eu sorri com meu pensamento de duplo sentido.
- Ok, amor, vou me arrumar. Te amo, vida.
- Ele disse, desligando o telefone após minha despedida.
Tudo que eu preciso agora é pensar exatamente
em como fazer com que meu plano dê certo. Caminhei até a casa do ,
não demorei muito para chegar, cerca de dez minutos no máximo, e a "noivinha" do meu namorado ainda não
estava pronto. Toquei a campainha e foi quem atendeu.
-
Entra, o pediu que você esperasse um pouquinho que ele está quase
pronto. - disse, beijando-me na face e indo sentar-se no sofá.
Caminhei e sentei ao seu lado. Distraidamente, perguntei a .
-
, você tem notícias da ?
-
Não, como ela está? – Ele me olhou tão intensamente que eu quase lhe contei que ela está grávida dele. Eu
quase contei que ele irá ser pai. Mas consegui me controlar a tempo e somente responder.
- Ela está
bem! – Eu sorri levemente pra ele.
- Sabe, , eu gostaria.. – Ele
não terminou a frase, mas se encarregou de terminá-la.
-
Sabe, amor, o que ele gostaria? – Ele disse, e continuou antes que eu perguntasse o que. – Ele gostaria
de poder estar com a , eu já disse pra ele.. –
o interrompeu.
- , não
vem com aquele seu discurso novamente! – Ele estava irritado, por que isso o deixou assim? Isso seria
algo que eu questionaria a depois.
- Não mesmo,
, estou saindo com a . –
Nesse exato momento, ele se aproximou de mim encostando levemente seus lábios nos meus.
- Ok, tchau
pra vocês! – disse, virando as costas, ainda esbravejando.
-
O que deu nele? – Eu perguntei, assim que arrancou com o
carro.
- Ele está revoltado porque quer voltar com a , mas não
tem coragem suficiente de ir falar com ela! – bufou com a burrice
e idiotice do amigo.
- Então, amor, é sobre isso que eu queria conversar com você. – Eu disse,
olhando-o, e sorri. – Hoje eu estive na casa da , e ela me contou
que está grávida do ...
- E quando ela descobriu isso? Ele não
me contou nada! – disse, interrompendo-me.
- Então, ela
descobriu um mês após a partida do . Ela me contou hoje. – Eu
disse, baixando a voz, eu sorri e continuei. – A disse que o que
ela queria era poder contar isso pro , mas ele não deixou nada pra
que ela entrasse em contato com ele, seus pais não dizem que ele está na sua casa, e eu queria dar esse
presente a ela.
- Bom, deixa eu ver se entendi, amor. - Ele disse, olhando a estrada. – Você quer a
minha ajuda para fazer com que a e o se encontrem, é isso? - Ele disse orgulhoso de si mesmo por ter entendido sem eu ter que
explicar muita coisa, sabe como é, meu namorado tem um certo problema com isso, geralmente tem que ser
explicado tudo nos mínimos detalhes.
- Isso mesmo. - Eu disse, sorrindo pra ele. – E eu sei exatamente
como fazer isso.
- Como? – Ele me perguntou.
- Vou convidar a
para ir na minha casa dia 24, para a ceia de natal, e você irá convidar o , iremos preparar tudo. – Eu estava feliz em poder fazer isso pelos dois. – Mas...
- Mas? –
olhou-me, arqueando levemente a sobrancelha, em sinal de
desconfiança.
- Mas nós dois não ficaremos na minha casa, será um encontro somente dos dois! – Eu
disse, eu estava feliz, e pude ver o brilho nos olhos de por
poder ajudar o velho amigo cabeça oca.
Fomos a um restaurante não muito distante da casa dele, era um
local pequeno, mas muito aconchegante. Jantamos e conversamos um pouco sobre como organizar tudo para o
encontro surpresa da com o ,
entre outras coisas, e, claro, aproveitamos também para namorar um pouco, né. Ninguém é de ferro.
xx
Três dias depois.
ligou-me hoje cedo pra me convidar para a ceia de natal em sua casa, eu, ela e
. Sinto que algo irá acontecer hoje, é uma sensação, sabe, sexto
sentido? Me sinto assim, pressinto que algo vai acontecer e é algo bom! Eu estava feliz como não estive
havia algum tempo. Levantei-me, peguei minha bolsa e retornei a sentar-me na cama, retirando de dentro um
envelope nele havia algumas informações do laboratório: meu nome, idade, como outro qualquer. Mais uma
vez fiquei emocionada ao abrir e ler o que estava escrito. Positivo, essa palavra saltava a meus olhos,
nada mais chamava-me atenção, somente aquela palavra. Eu não contive meu sorriso, e de meus olhos
escorreram algumas lágrimas, mas eu sabia, essas eram diferentes das que eu havia derramado nos últimos
dias, elas eram de alegria, felicidade. Acariciei levemente minha barriga.
- Ah, meu bebê, eu sinto
que em breve seu pai saberá que estás a caminho. – Eu sorri, me senti bem conversando com meu bebê. – Eu
tenho certeza que ele ficará muito feliz em saber de você. Ele é muito bobo, e seu maior sonho e ser pai,
e esse sonho será realizado com você, meu amor.
Dobrei o exame novamente, devolvendo-o ao se envelope,
fui até a gaveta da escrivaninha que ficava próxima a janela do meu quarto e peguei um papel de presente,
embrulhei o exame e o coloquei na bolsa. O porquê disse? Não me pergunte, eu apenas fiz por impulso.
Resolvi ir tomar um bom banho, e me arrumar com calma pro jantar hoje na casa da .
Caramba, demorei mais do que precisava no chuveiro, e agora o dilema estava feito,
que roupa colocar? Fiquei quase uma hora em frente ao guarda roupas tirando-as de lá, provando e
jogando-as em cima da cama. Até que encontrei uma perfeita, era um vestido rosa claro que batia mais ou
menos em meus joelhos, e combinava perfeitamente com minha sandália meia pata, e o vestido era perfeito
pra não mostrar muito minha barriga, caso esteja lá, quero
fazer uma surpresa, finalmente com a roupa escolhi me vesti, e fui cuidar da maquiagem, passei uma
sombra clarinho, lápis e rímel, um gloss labial e pronto, eu estava pronta para o jantar.
- Hm, achei
que demoraria mais pra me arrumar. – Eu falei pra mim mesma em frente ao espelho onde eu me olhava. Sem
perceber, comecei a acariciar minha barriga, ok, não posso fazer isso na casa da , só ela que sabe que estou grávida, vai que tem alguém mais lá, pensei em
, claro, com quem mais eu estaria preocupada?
No horário
combinado, chegou na minha casa pra me pegar. Eu estava ansiosa,
eu ainda estava com a sensação de que algo aconteceria, não sei por que, mas era algo bom! Olhei pro
e o vi sorrindo, era um sorriso misterioso como se ele estivesse
escondendo algo, olhando desconfiada perguntei;
- , o que você
e estão aprontando?
- Nada, oras, só vim lhe buscar pra ir
jantar conosco hoje. – Ele olhou-me e sorriu.
- Ahn, sei, deve ser isso mesmo! – Eu disse, irônica,
revirando os olhos. Ela me riu de mim e continuou o trajeto até a casa da em silêncio, assim como eu, único som que havia no interior do carro era música da banda
favorita dele, que após conhecer ele e eu comecei a gostar. Fechei
os olhos e fiquei apenas ouvindo a música e pensando em tudo que havia acontecido desde o último natal,
eu e estávamos tão felizes, fazíamos planos para começarmos a
morarmos juntos. Até a partida dele, alguns meses atrás, tudo passou em flashes em minha memória, somente
quando estacionou o carro na garagem e eu abri os olhos que
percebi que havia lágrimas em meu rosto. Eu as enxuguei tentando disfarçar para que
não percebesse, burrice minha, quem sabe há quanto tempo elas
estavam ali? Quem sabe se ele já não havia as visto? Enfim, havia controlado as lágrimas e desci do
carro, encaminhando-me até dentro da casa da . Assim que a
avistei, caminhei diretamente até ela, ela me conhecia tão bem que abriu os braços e me acolheu neles.
Ah, como eu precisava disso nesse momento, e as lágrimas novamente escorreram por meu rosto.
-
, calma. Tudo vai ficar bem! – Ela disse, já sabendo o porquê do
choro. era muito perspicaz e me conhecia muito bem também.
-
Espero que sim.. – Foi tudo que respondi, desfazendo-me do abraço e indo ao banheiro lavar o rosto e
retocar a maquiagem levemente borrada. Repirei fundo, e, ao sair do banheiro, ouvi a campanhia tocar. Meu
coração disparou, não, não poderia ser o ? Fui andando
vagarosamente de volta a sala, e foi quando eu o vi, minha vontade era sair correndo e abraçá-lo, mas
tudo o que fiz foi ficar parada, olhando-o.
Foi aí que eu reparei que havia algo estranho na mesa do
jantar, estava tudo impecável, a comida servida, vinho, tudo perfeito, mas havia somente dois lugares
postos. Sem entender, perguntei quase sussurrando:
- O que está acontecendo?
- Desculpa,
, desculpa, , mas eu precisava
fazer isso! - disse, olhando a nós dois, eu abri a boca pra
falar algo, mas a continuou. - Vocês dois se amam, eu sei diso.
, o , desde que saiu da
casa de vocês e foi morar com o , vivia dizendo que sentia sua
falta, e que queria voltar, mas como era covarde... - Ela olhou pro e disse. - Desculpa, , mas é a verdade. - Ele apenas
abaixou a cabeça, confirmando o que ela havia dito. - E eu não suportei te ver chorando três dias atrás
dizendo que tudo o que queria era saber notícias do . - Ela disse,
respirando fundo.
- A me contou tudo o que vocês conversaram na
sua casa, , e eu a ajudei a montar tudo isso. E tudo que nós dois
esperamos é que vocês aproveitem esse jantar, pra conversarem, conversarem tudo o que tem pra, de fato,
conversarem. - falou, fechando os olhos e segundos depois quando
os abriu continuou. - Eu só espero que vocês não briguem, nossa intenção é que vocês se reconciliem. - E
foi assim que ele terminou, segurando a mão da e saindo da casa
dela, nos deixando a sós.
Eu e ficamos nos olhando por
alguns minutos, digerindo tudo o que se passava ali, foi quase sem perceber que nós dois andamos uma na
direção do outro. Quando vimos, estávamos abraçados e eu já chorava. E foi somente quando
falou que eu percebi que ele também chorava.
- Eu senti tanto
sua falta, pequena.
- Eu também, , você não imagina como foi
difícil pra mim esses meses que passei sem você! - E, ao calar-me, ficamos mais alguns minutos
abraçados.
- Vamos comer? - disse meio sem jeito, enxugando
minhas lágrimas com o polegar e em seguida passando as costas das mãos nos olhos para afugentar as
lágrimas que ainda caiam.
Nosso jantar foi calmo, conversamos sobre muitas coisas, principalmente
sobre o que cada um sentiu falta nesses dois meses que passamos longe um do outro. Foi meio estranho,
constrangedor, o começo do jantar, mas depois não existia mais constrangimento, apenas familiaridade,
como se estivéssemos em nossa casa jantando. Ao acabarmos,
retirou a mesa, como sempre fazia em casa, deixando apenas as taças de vinho, hm, estranho não?,
muito estranho. Ao voltar da cozinha ele serviu vinho na taça dele e quando fez menção de colocá-lo na
minha eu disse:
- Desculpa, , não posso beber.
- Por quê? -
Ele perguntou, surpreso.
- Bom, tem uma coisa que eu ainda não lhe contei. - Eu disse olhando-o,
respirei fundo tomando coragem e fui até onde estava minha bolsa, retirando opequeno embrulho que havia
lá dentro. - Hoje, enquanto me arrumava minha intuição dizia que algo iria acontecer e não sei o porquê
ela dizia que isso estava relacionado a você, e, por via das dúvidas, trouxe um presente. - Eu lhe
entreguei o embrulho.
Ele abriu cuidadosamente o pacote, e ao ver o envelope do exame me olhou sem
entender.
- Abra e leia o que está escrito. - Foi apenas isso que eu disse. Paciente:
, vinte e quatro
anos.
Estado civil: Solteira.
TESTE DE GRAVIDEZ
leu em voz alta, perdendo-a totalmente ao verbalizar a palavra
gravidez, ele percorreu os olhos pelo papel até achar o que ele queria, mas eu sabia que ele sabia
que era positivo, por que mais eu o daria se fosse negativo? Eu ri, um pouco nervosa.
deixou que o papel que havia em suas mãos caísse no chão e veio em
minha direção, abraçando-me forte e ao soltar-me do abraço colocou a mão na minha barriga e disse:
- É
verdade o que eu li naquele exame? - Sua voz não passava de um sussurro.
- Sim, é verdade. - Eu disse,
olhando pra ele, levei minha mão ao seu rosto, enxugando as lágrimas que escorriam de seus olhos, e eu já
sentia as minhas escorrendo por minha face. Eu sorri. - Parabéns, papai!
Ele não respondeu nada,
apenas segurou meu rosto carinhosamente em suas mãos, olhando em meus olhos, e então encostou levemente
seus lábios nos meus. Eu involuntariamente levei meus braços a envolver sua nuca, acariciando-a de leve e
deixei que ele aprofundasse o beijo. E foi assim que acabou o nosso jantar. Assim que conseguimos nos
separar, eu disse, rindo:
- Vou ligar pra e dizer que ela já
pode vir pra casa. - Eu disse, dando mais um selinho em .
- Tá
bom, pequena! - Ele disse, acariciando meu rosto. Disquei o numero do celular da e depois de alguns toques ela atendeu.
- Alô? - Ela disse.
- Alô senhora
. A senhora já pode
retornar a sua casa! - Eu disse com um tom de raiva forçado.
- O que aconteceu? - Ela
perguntou assustada, e comecei a chorar, ok, o choro era mais de emoção, mas a entendeu o contrário, beleza, já posso virar atriz, mordi o lábio para não rir.
- Só
venha pra casa. - Foi o tudo o que eu disse e desliguei o telefone.
- Coitada da
, pequena, ela vai achar que eu fui embora e te deixei aqui sozinha.
- disse, beijando minha barriga.
- E é isso mesmo que eu quero
que ela pense. - Eu disse, sorrindo - Quero que você vá lá pro quarto dela daqui a pouco, sei que daqui
mais ou menos cinco minutos ela vai chegar.
- Como você sabe? -
me perguntou surpreso.
- Por que o restourante preferido da fica
a un minutos de carro daqui e eu sei que ela foi pra lá hoje.
- Ahn, ok, vou pra lá então, que ela
deve estar chgando. - Ele disse, beijando novamente minha barriga e depois beijando-me nos lábios. - Eu
te amo! - Ele sussurrou ao se dirigir ao quarto.
Sentei-me no sofá e esperei mais laguns minutos e
finalmente ouvi o barulho das chaves na fechadura, deitei-me desajeitada no soá e vini que chorava, e
fiquei surpresa porque novamente lágrimas corriam dos meus olhos. Meu Deus, tô ficando muito
emotiva.
- O que aconteceu, ? - veio correndo até onde eu estava.
- Obrigada. - Eu disse baixo em seu ouvindo, me sentei no
sofá e a abracei. - Obrigada por fazer isso por mim! - Eu disse alto.
- Cadê o ? - perguntou, olhando-me sem entender. - Ele
foi embora?
- O ? - Eu perguntei. Ele assentiu com a cabeça e
eu apenas falei. - ?
Ele veio do quarto e sentou-se ao meu
lado. deu um tapa leve na minha perna e disse:
- Sua idiota,
quer me matar do coração, é? - Ela estava com raivinha de mim. Eu sorri.
- Desculpa, eu não aguentei e
tive que fazer essa brincadeirinha com vocês dois. Tinha que agradecer pelo presente que você me deu,
, e você também, .
-
Obrigado, man, acho que nunca teria tido coragem de falar com a ,
e se nao fosse por vocês, eu não saberia que iria ser pai. Ou quando soubesse seria tarde já.
- Que
isso , o que eu te falei, várias vezes eu disse que era pra você
ir atrás da .
xx
Eu e
fomos pra casa aproveitar o resto do Natal. A
não poderia ter dado melhor presente a mim e, com certeza, a
também!
E o tempo acabou
Eu não sei por quanto
tempo faz
Mas posso dizer que dói demais
A distância que nos separou
E o meu sorriso apagou
Eu fui ficando frio
Escondido em solidão
Eu posso dizer que não sei mais
Me mostre você como
é que faz
Conseguir viver sem seu amor
Conseguir sorrir com tanta dor
Eu desaprendi
Minha
vida passou a ser você
O tempo acabou
Não sei mais ser feliz sem ter você
É tão simples
perceber que agora você é a razão do meu viver
Alguns meses
depois.
- , você quer se casar comigo? -
disse, ajoelhado na minha frente, no meio de todos os meus
colegas de trabalho.
- Claro. - Foi tudo que eu consegui dizer, eu sabia que a estava envolvida nisso, tinha que lembrar de agradecê-la depois por isso!
- Eu te amo,
pequena! - Ele disse, terminando de colocar a aliança no meu dedo e dando um beijo nela.
- Eu também
te amo, meu amor! - Eu disse, e me beijou.
Fim
xx
Na: Eu queria ter terminado essa fic antes do natal, mas infelizmente nao consegui,
consegui apenas hoje dia 26/12. Enfim, espero que gostem dela, o final não ficou como eu esperava, mas
acho que está bom! Parei de escrever uma outra que ainda não está no FFOBS, mas que logo mandarei. Espero
que gostem de verdade dessa fic, fiz ela com muito carinho e dediacação. Deixem suas opiniões, criticas,
cometários. Obrigada!