História por Saáh Diaas | Revisão por Cáh Almeida

Prólogo:

Dezembro. Ele novamente tinha aparecido e, com ele, as lembranças boas entre mim e . As lembranças incríveis de nossos três natais juntos. As lembranças marcantes. O problema é que essas lembranças terão uma nova companhia não muito agradável. Uma lembrança que eu queria esquecer; queria apagar da minha memória. Queria voltar no tempo e impedir que ela acontecesse. Foi naquele Dezembro agonizante que eu conheci o inferno na terra, pagando assim por todos os meus pecados do jeito mais terrível. Eu fui tirada dele e ele de mim naquele Dezembro e eu ainda não sei se vou conseguir tê-lo de volta...

Capítulo I:

Voltando de mais um dia de trabalho na loja de roupas que seu pai havia aberto no shopping, caminhava com algumas sacolas em mãos. Resolveu parar no supermercado que lá havia e comprar um vinho e algumas coisas para uma macarronada. Ela prepararia um jantar incrível para ela e o noivo, como uma oportunidade pra que fizessem as pazes. Odiava a situação em que os dois se encontravam, sem conversar um com o outro por causa de uma briga, assim como dois adolescentes. Riu de seu pensamento e voltou a bolar cada passo para aquela reconciliação, pensando em como o abordaria em sua casa no momento em que ele chegasse do trabalho.

Não muito longe dali, em um carro preto estacionado, dois homens conversavam ansiosos. Na verdade, apenas um deles estava ansioso, o outro estava na com medo. Medo do que os dois estavam prestes a fazer.
- ‘Tá preparado, ‘fera? – O mais baixo, com roupas repugnantes e expressões faciais que causavam arrepios a quem olhasse, se pronunciou em cochichos. O outro apenas concordou com a cabeça, esfregando as mãos que suavam no seu jeans surrado. – Ótimo! Porque ali ‘tá a florzinha. – Disse esnobando um sorriso maléfico ao encarar a mulher que passava sozinha na calçada do outro lado da rua.
– ‘Vamo colher ela logo desse jardim. – Soltou uma pequena gargalhada de sua piada sem graça e colocou a meia calça que cobriria seu rosto. O outro respirou fundo e fez o mesmo, rezando para que Deus o perdoasse e para que eles não fossem pegos.
Girou a chave que já se encontrava em seu local e ligou o carro, dando a volta na rua e indo para o lado da calçada onde se encontrava. Já o outro preparava a solução que faria com que desmaiasse em questão de segundos.

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Já deveria se passar das nove horas da noite. nunca ia andando no retorno do trabalho, sempre a buscava, mas naquele dia não teve jeito. Eles ainda não estavam conversando e o pai de tinha que ficar na loja até o final do expediente. Conferir caixa, fechar a loja, dar uma geral; essas coisas normalmente os faziam ficar lá até as dez e meia da noite, horário esse que normalmente estava indo pra casa, ou até mesmo quando ele saia cedo do trabalho com a banda, passava lá e os ajudava para que acabassem mais rápido.
Por causa do jantar que estava planejando, saiu mais cedo para que pudesse preparar tudo antes de chegar. Teria que fazer o trajeto do shopping até o metrô à pé mesmo, e ela não estava nem um pouco preocupada com isso. A rua podia ser deserta, mas era bem iluminada. Seriam só alguns minutos, o que poderia acontecer de ruim?
Ela mudaria aquele pensamento naquela noite. O ruim estava prestes a acontecer.

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Andavam com o carro bem devagar, a luz do farol desligada, apenas observando o melhor momento de agir. O motorista esperava as ordens de seu “chefe” que lhe daria o sinal de quando arrancar e encurralar a mulher, que por sinal não reparou no carro lhe seguindo. Culpa dos fones de ouvido que tocavam com fervor as músicas do McFLY. Ao ver que não havia nenhum sinal de movimento na rua, nem de pessoas ou de carros, o chefe deu o sinal que o motorista estava aguardando.
Ele arrancou com o carro e, em segundos, virou o mesmo na calçada em frente à , que deu um salto, assustada. O outro prontamente abriu a porta do passageiro, deixando completamente confusa. Ela achou, primeiramente, que era um acidente, mas agora estava se vendo em um daqueles filmes policiais de Hollywood. Seus olhos se esbugalharam quando viu o cara mascarado se aproximar dela num segundo.
“Ai meu Deus, é um assalto!” pensou ingenuamente. Mas o homem em sua frente nem sequer abriu a boca para dizer algo, apenas levou sua mão em que continha o pano com o líquido que a desmaiaria e forçou contra sua boca e nariz. começou a se debater, tentando gritar, com o coração quase saindo do peito, ou talvez acertá-lo em cheio com o pouco de defesa pessoal que Harry lhe ensinara.
Foi inútil todo o esforço.
Suas compras caíram no chão; os fones já não estavam mais em seu ouvido. A voz de cantando desapareceu. O barulho da garrafa de vinho se quebrando foi o último som que ela escutou. Todo o esforço só ajudou para que ela desmaiasse mais rápido.
Assim que teve certeza que ela havia desmaiado, chamou o capanga para que o ajudasse a colocá-la no banco de trás. Ele abriu a porta enquanto o chefe segurava de maneira desajeitada por causa do peso. O outro pegou pelas pernas, ajudando o chefe e a colocando no banco de trás, deitada de qualquer maneira. Entraram novamente no carro e o motorista deu ré, tirando o mesmo da calçada e recolocando na rua, arrancando com ele em seguida.
- Enfim com a florzinha. – O outro gargalhou, fazendo o motorista arrepiar. – O nosso pequeno pote de ouro!

Capítulo II:

estava exausto. Tinha tido um dia bem cansativo, e também o fato de estar brigado com sua noiva já deixava seu dia horrível. O fato dos jornais terem descoberto o acontecido só piorou as coisas. Estava sendo tachado de “louco ciumento”, coisa que ele foi na situação, mas dizerem que sua noiva tinha dado razão a tal loucura, que ela poderia estar o traindo pra tal reação, deixou ele furioso. não havia feito nada, na verdade, e provavelmente ela não havia visto os jornais ainda; o que de fato era um alívio para . Ela enlouqueceria assim como ele, e talvez sua ira caísse em cima dele.

Entrou em casa e viu tudo escuro, tudo do jeito que ele havia deixado quando saiu de manhã. não apareceu por lá, e ele não a culpava. Teria que ir atrás dela aquela noite; não estava suportando o aperto em seu peito, a saudade que matava. Era apenas um dia, não entendia porque estava assim, mas imaginava que a culpa estivesse influenciando os seus sentimentos.

Pegou o telefone sem-fio em mãos e se jogou no sofá. Discou o número rapidamente e escutou no fone o telefone tocar apenas uma vez. A voz que atendeu não foi a que ele esperava.
- Alô? – A voz de ecoou nos ouvidos de , deixando seu coração um pouco mais calmo. Só de imaginar conversar com , seu coração já saia do ritmo.
- Oi , tudo bem? – ouviu um suspiro do outro lado e a resposta demorou bastante tempo pra chegar. – ? – Perguntou, achando que a ligação poderia ter caído.
- Ah. Desculpa, . Eu não tô muito bem. – Disse com a voz embargada pelo choro.
- Por quê? Problemas com o ? – Ele falou, deitando de lado no sofá.
- Também, mas não é por causa disso. É a . – disse em um cochicho praticamente inaudível, mas escutou bem e sentiu seu coração voltar a bater forte.
- O que aconteceu? É por causa da nossa briga? Por causa do que os jornais publicaram? – Ele disparou a perguntar, temendo a resposta. O medo que ela estivesse com ódio dele era enorme. Ele morria só de pensar em perder aquela mulher.
- Não a todas as perguntas. – sentiu um alívio momentâneo, mas depois voltou a se preocupar. O que seria, afinal?
- Então o que é, , me diz? – Perguntou se sentando no sofá. O outro lado ainda estava mudo. – ! – Aumentou seu tom de voz com o pouco de desespero que lhe invadia. Ele começara a sentir que a resposta não seria nem um pouco boa.
- Ela... Foi sequestrada. começou a soltar pequenos soluços do outro lado enquanto estava paralisado. Os olhos se encheram de lágrimas automaticamente e começaram a escorrer pelo rosto assustado de . – ? – Ela cessou seus soluços e ficou escutando a resposta que não vinha. – , deve estar chegando aí. Eles querem negociar apenas com você. – fechou os olhos com força, deixando várias lágrimas caírem abruptamente e respirou fundo, engolindo um soluço que se formava em sua garganta.
- Por que comigo? – Perguntou, já imaginando a resposta.
- Não faço ideia, mas foi uma das exigências do cara. Pediu seu número de telefone e disse que ligaria aí à meia noite. – pegou seu celular e encarou o relógio do mesmo, 22h49m. Escutou a campainha ser tocada e deduziu, pelo desespero nos toques, que estava ali.
- , chegou aqui. Vou desligar. – Ele se levantou, encaminhando até a porta.
- ? – Ele sibilou um ‘hum’ pra que ela continuasse. – Não deixa eles fazerem nada com a minha amiga. – Ela sussurrou com o choro presente em sua voz. sentiu o coração apertar só em imaginar algo do gênero.
- Não vou deixar, . – Era uma promessa tanto pra ela como pra ele mesmo.

Desligou o telefone e abriu a porta de casa, vendo com uma cara nada boa. Ele entrou na sala e fechou a porta, sendo surpreendido pelo abraço do . Talvez pelo choque de estar desabando em seu abraço que não chorou. Ele era o pai dela e deveria estar morrendo por dentro com tudo isso.
Soltaram-se do abraço e andou até o sofá, sentando de cabeça baixa e escondendo o rosto molhado pelas lágrimas. sentou ao seu lado, preparando-se mentalmente para não desabar.
- Eu liguei pra sua casa. A me contou... Eu... – travou quando o encarou. Sentiu seus olhos arderem. – Como isso aconteceu? – respirou fundo e enxugou as lágrimas de maneira desajeitada.
- Ela saiu mais cedo da loja, queria fazer um jantar pra você, pra que se reconciliassem... – Ele parou de falar, espremendo um soluço entre as mãos e deixando de encarar o . – Imagino que no trajeto a pé até o metrô que eles a pegaram. Já deveriam estar vigiando ela. – Ele colocou a cabeça entre as mãos e começou a balançá-la freneticamente. – Eu deveria tê-la trago até aqui! É tudo culpa minha! – Voltou a chorar compulsivamente.
sentiu seu coração se quebrar. Ela queria fazer as pazes com ele. Ao contrário do que pensava, a culpa era dele. Foi ele quem brigou com ela, foi por isso que ela saiu mais cedo da loja, e por estar a pé e sozinha foi sequestrada.
Se algo acontecesse a ela ele jamais se perdoaria.

Capítulo III:

sentiu a cabeça doer. Estava com os olhos fechados, mas podia sentir uma claridade vindo de longe. Abriu os olhos e se assustou ao ver onde estava. O quarto era podre, todas as paredes estavam descascadas e com mofo. Ela estava deitada em uma cama velha, com um colchão desconfortável e fedido.
Seus olhos percorreram o quarto e viram que, além da cama, havia uma porta que ela podia ver um banheiro velho e nojento lá dentro. Uma pequena janela de madeira estava à sua frente, completamente trancada com algumas tábuas de madeira pregadas. Olhou de onde a claridade vinha e viu os dois homens sentados em uma mesa velha, no que seria a cozinha do lugar.

Tentou se levantar, para sua surpresa viu suas mãos amarradas à cabeceira da cama. O máximo que ela conseguia era ficar sentada. Começou a ter flashes do acontecimento na calçada da rua e teve um espasmo de desespero. Ela havia sido sequestrada. Tinha que dar um jeito de sair dali.
Começou a puxar seus braços, colocando toda a força que conseguia para quebrar as amarras que lhe prendiam à cama. Começou a investir com tanta força que a cama velha começou a ranger, chamando a atenção dos sequestradores.
- Olha só! Se não é a florzinha adormecida. – O mais baixo que havia feito ela desmaiar se levantou da cadeira e se dirigiu a entrada do quarto. parou de investir nas amarras, já sentindo seus pulsos arderem. Encarou o rosto do homem, tentando gravar na memória todos os seus traços para fazer um retrato falado depois que fosse solta. Se isso ocorresse.
Ele se sentou na beira da cama com um sorriso diabólico, que fez todos os pelos de se eriçarem com o medo que lhe invadiu. Sua mão suja e áspera pegou o queixo de com força, espremendo suas bochechas e fazendo a garota encará-lo a força.
- Gostou da hospitalidade, doçura? – Soltou um riso ao ver a cara de nojo de . – Daqui a pouco eu vou ter uma conversinha com o seu noivo. Espero que não se incomode em ficar com o bico fechado enquanto eu faço isso, se não eu mesmo vou ter que fechar essa tua boquinha linda. – Ele aproximou sua boca nojenta da dela, fingindo um beijo e se afastando.
Empurrou com força a mão que estava no queixo dela fazendo com que ela caísse deitada na cama. Viu o outro cara se aproximar e entrar no quarto enquanto o outro se levantava da cama.
- E nem tente fugir! – Gargalhou virando de costas. – Como se você pudesse fazer isso! – Começou a andar para sair do quarto. – Fica de olho nela. – Ordenou ao outro que concordou com a cabeça enquanto ele finalmente deixava o lugar.

sentiu os olhos arderem só em lembrar de . Queria estar em casa com ele naquele momento; queria que nada disso estivesse acontecendo. Era muito sofrimento para apenas dois dias. Percebeu que estava chorando e tentou limpar as lágrimas com o braço, já que suas mãos estavam amarradas. O outro cara olhava para ela de longe, encostado na parede. Seu rosto era bem mais amigável aos olhos dela; pelo menos ao olhá-lo ela não sentia arrepios de medo.
- Você parece com fome. – Ele disse baixo e o encarou com uma sobrancelha erguida. Voltou a encarar seus joelhos. – Se não quiser falar comigo, tudo bem. Eu só estava tentando ser gentil. – Ele cruzou os braços em volta do peito e ficou abismada. Encarou o sujeito.
- Gentil? Você me sequestrou, quanta gentileza! – Ela também disse baixo, de maneira rude. O homem se sentiu ruim por dentro.
- Eu não quero machucá-la, só preciso do dinheiro do resgate! – Disse sincero, deixando em dúvida.
- E o que ele quer? – Ela apontou para fora do quarto. – O resgate também?
- De verdade, eu não sei dizer. Ele só pediu para que eu o ajudasse no sequestro. Disse que me daria à metade da grana, mas seus planos reais, o que ele pretende fazer, ele não me contou. – Ele se aproximou devagar e sentou na beira da cama, do lado oposto ao que estava. Ela respirou fundo, se achando louca por estar acreditando em um sequestrador. Isso poderia ser uma armação, mas algo dentro dela dizia que ele era sincero.
- Acho que vou aceitar algo pra comer. – Disse sentindo o estômago vazio reclamar mais uma vez. Ele lhe sorriu e concordou com a cabeça, levantando e saindo do quarto.

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- Só temos isso por enquanto. – Disse entregando a um prato com um pedaço de pão e um copo de leite com café. fez careta ao leite com café, não gostava muito da mistura, mas resolveu não reclamar, afinal, ela não estava em nenhuma condição de exigir algo. – Amanhã vou ver se o convenço a comprar mais pão e algo decente pra você beber. – Ela lhe sorriu e se concertou ao máximo para que suas mãos pudessem alcançar sua boca, sem sucesso.
- Acho que não vou conseguir comer amarrada. – O homem concordou com a cabeça e sentou mais perto dela na cama.
- Desculpe, eu não posso soltar você. Ordens dele. – Ele apontou pra fora do quarto. – Mas posso te ajudara comer, se não se incomodar. – concordou com a cabeça e entregou ao homem o copo de leite e o pão. Ele colocou o pão perto da boca dela para que ela mordesse, depois colocou o copo de leite de forma que ela conseguisse beber.
- Como você se chama? – Ela disse antes que ele colocasse outra vez o pão em sua boca para que ela mordesse.
- Jefferson. Ou Jeff, se você preferir. – Ela mordeu o pão e mastigou, bebendo o leite em seguida. – E você? – Ele perguntou quase fazendo engasgar. – Opa, cuidado! – Eles riram enquanto ela terminava de mastigar e engolia.
- Você não sabe? – Ele negou com a cabeça. – Como você sequestra uma mulher e não sabe o nome dela? – Ele sorriu, dando de ombros.
- Não fui informado dessa parte, só sei que você é noiva de um cara rico. – Ela balançou a cabeça, livrando de seu pensamento as lembranças de , que a fariam chorar.
- Sou . Ou , se você preferir. – Ele sorriu com a imitação da frase e continuou a colocar o pão perto de sua boca para que ela mordesse.

Capítulo IV:

- Quantas horas? – perguntou pela sétima vez. Estava completamente nervoso com a ligação que receberia do sequestrador.
- Calma, . Você perguntou isso não tem nem um minuto. – se pronunciou indo para o lado do amigo que respirou fundo, encarando o porta-retrato onde continha a foto dele e no noivado que ocorrera no ano anterior.
não havia conseguido ficar na casa de e não saber noticias da casa do . Resolveu que teria que estar lá e dar apoio a aqueles dois homens. Não só ela, como todos os integrantes da banda McFLY estavam presentes.
- Eu só queria acabar logo com isso, . Saber o que ele quer e ter certeza de que a está bem. – Ele enxugou algumas lágrimas que caíram e colocou o porta-retrato em seu lugar. o abraçou de lado e se sentou no mesmo sofá, no outro lado de , o abraçando também. – Eu nem sei se eles a machucaram, se a estão alimentando. Eu não sei de nada! – Ele abaixou a cabeça e começou a chorar com vontade, mais uma vez. – Eu odeio não saber nada! Não poder fazer nada!
e se encararam enquanto o amigo chorava de cabeça baixa. Os dois haviam passado por uma pequena briga mais cedo, antes de saber do sequestro da . Para os dois, as brigas era normais, já que eles tinham um gênio completamente diferente um do outro, mas se amavam no fim das contas. Os olhos de se encheram de lágrimas e ele esticou sua mão direita para que a pegasse. Sibilou um “Desculpe” como um cochicho, e fez o mesmo. Sorriram por um momento e voltaram suas atenções para .
, ao ver o amigo naquele estado, começou a imaginar se fosse a sequestrada. Sentiu seu coração apertar só com esse pensamento. Ele não sobreviveria sem aquela mulher, por mais que se desentendessem tanto.

A casa de ficou em absoluto silêncio quando o telefone começou a tocar. O relógio marcava meia-noite em ponto. olhou de maneira sugestiva para que ele atendesse logo; o mesmo respirou fundo e tentou esconder todo sentimento de tristeza e ódio para conseguir resolver alguma coisa naquele momento. Pegou o telefone sem fio em mãos e apertou o botão verde.
- Alô? – Disse se sentando novamente no sofá, ao lado de que escutava atentamente.
- Ora, ora. Se não é o noivo da minha florzinha. – sentiu o corpo ferver ao escutar a voz do sequestrador, principalmente quando ele se referiu a como ‘sua florzinha’.
- Quem é você, desgraçado? – Disse entre dentes. Harry e se aproximaram, fazendo gestos para que ele tivesse calma. Sabiam que não era assim tão fácil, falar com o sequestrador da pessoa que você amava, mas ele tinha que se controlar pra não influenciá-lo a fazer nada contra a .
- Opa! Calmo lá, amiguinho! Nada de palavras feias pra mim, se você não quiser essa florzinha aqui machucada. – travou com essa fala. O sequestrador gargalhou do outro lado da linha. – Imagino que não. Então vamos ao que interessa. Quero um milhão de libras, divididas em duas malas pretas. Nada de polícia na jogada, sacou? – sibilou um sim, fraco. – Você tem uma semana para arrumar o dinheiro. Eu ligarei um dia antes que acabe o prazo para lhe dizer o local e a hora que nos encontraremos para a troca. Eu fico com meu dinheiro e você com a florzinha. – respirou fundo. Uma semana era muito tempo para conseguir o dinheiro, mas era ainda mais tempo para ficar naquele cativeiro.
- Eu consigo o dinheiro em menos tempo. Quatro dias. – O outro gargalhou com essa fala do .
- Já disse. Uma semana. Quero aproveitar bem esse tempo com essa florzinha. – jogou o telefone no sofá e levou as mãos à cabeça, com raiva. Harry correu e pegou o telefone e colocou o mesmo no auto-falante. – Pra você ver que eu não sou tão ruim, , eu vou deixar você conversar com ela. – Ele deixou a raiva de lado ao ouvir aquilo, sentindo seu coração bater de maneira acelerada. – Afinal, você precisa de alguma influência para conseguir todo o meu dinheiro e não desistir no meio do caminho. O que não seria uma má ideia ficar com essa coisa gostosa aqui, mas eu prefiro meu dinheiro. Então ela seria completamente descartável depois disso, sacou?
- Sim. Entendi. Agora me deixa falar com ela. – Quase gritou com o ódio e o medo que lhe invadiram. O outro gargalhou.
- Ok! Calma ! – A sala se encheu de expectativa. – Seu noivo, florzinha. – Disse ao longe no telefone, deixando o coração de em uma corrida de formula um.
- Oi! ? – O coração dele parou ao ver que era mesmo a voz dela.
- Oi meu amor! Como você está? Está machucada? Eles te alimentaram? – Os olhos de voltaram a derramar lágrimas pelo seu rosto.
- Hey, amor, fica calmo! Eu estou bem, eles não me machucaram e eu comi. – conseguiu sorrir por um momento, mais aliviado.
- Você vai ter que aguentar essa semana amor. Eu vou tirar você daí. É uma promessa, entendeu?
- Entendi, amor. Não se preocupe comigo, eu vou ficar bem. Diga ao meu pai que eu peço desculpas por isso. – chorou ainda com mais força ao ouvir essa frase da filha.
- Eu não preciso dizer, ele ouviu tudo. Estamos todos aqui. , os guys, seu pai e eu. – Ela ficou muda por um momento, o que eles escutaram foram apenas seus pequenos soluços.
- Guys, cuidem bem do entenderam? – Os meninos assentiram com um ‘sim’ em uníssono. - Amiga, não deixa meu pai sozinho. Mesmo que ele não queira, grude nele como chiclete! – gargalhou de leve e sibilou um ‘ok’. - Eu amo todos vocês. – Eles responderam com um “nós também te amamos,, ”. – Eu te amo, . Sempre.
- Também te amo, . Sempre. – A gargalhada do homem voltou a ecoar o ambiente.
- Ok. Ok! Eu fui bem bonzinho não acha? Deixei vocês conversando por uns bons cinco minutos. Mas agora acabou. Uma semana. Terça-feira, .

Capítulo V:

Dois dias haviam se passado. . com a ajuda de seus companheiros de banda, conseguiu o dinheiro que o sequestrador queria. Por causa das circunstâncias, o deixou guardado em um cofre no banco. O gerente do mesmo era o único que sabia do sequestro e foi o primeiro de muitos a aconselhar que os policiais fossem acionados, mas queria seguir todas as regras que o sequestrador lhe havia imposto.
não conseguia mais trabalhar. Deixou o comando nas mãos de sua empregada de confiança e permaneceu na casa do . Resolveu ficar por lá, caso o sequestrador ligasse ou algo do gênero, mesmo porque não teria condições de ficar em sua casa, onde tudo lembrava a filha.
A imprensa não havia descoberto nada. Todos trataram de ser extremamente cautelosos em relação ao sequestro. O máximo que eles conseguiram foram especular que e haviam terminado o noivado, o que logo desmentiu em seu twitter, dizendo que entre os dois estava tudo bem e que não era um ataque de ciúmes bobo que ele teve que conseguiria separar os dois. Os fãs da banda pareceram satisfeitos com a declaração, afinal eram praticamente fãs de também.
A banda cancelou qualquer trabalho que tivessem aquela semana, já que nem e nem qualquer outro integrante do McFLY tinha cabeça pra qualquer coisa naqueles sete dias. Era angustiante pra todos eles a situação que estava.

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Jefferson estava preparando o lanche de quando seu chefe, Robert, adentrou á cozinha com um jornal em mãos e um sorriso maléfico no rosto.
- Acho que a florzinha ainda não viu o jornal de segunda-feira. – Ele disse, jogando o papel de aparência nova em cima da mesa. Jeff encarou o Robert, tentando decifrar qual era a intenção dele dessa vez. – Leve pra ela junto com o lanchinho da tarde. – Disse, abrindo a geladeira e pegando uma cerveja lá dentro. Jefferson apenas concordou e pegou o jornal junto com o lanche dela.

- Oi . – Ela lhe sorriu e se levantou na cama, ficando sentada. estava com a aparência cada vez pior, não dormia e mal comia. Se não fosse o esforço de Jeff pra que ela comesse, provavelmente ela já estaria bem pior do que está agora. – Toma seu lanche. E é pra comer tudo, ok? – Ela fez uma careta ao prato.
- Não to com fome, Jeff.
- Não perguntei se você estava. Estou mandando você comer. – Ele disse sério e ela pegou o prato nas mãos, segurando o mesmo para que Jeff colocasse um biscoito em sua boca, ela o mordeu à contra gosto. – Robert lhe mandou o jornal de segunda, disse pra você ler. – Ela ergueu a sobrancelha e encarou o papel dobrado em cima da cama. – Não faço ideia do que se trata. – Deu de ombros e pegou o prato que lhe estendeu, e viu ela se esticar e pegar o jornal.
leu a parte que estava em destaque e sentiu que seu coração ia sair pela boca. Uma foto de e ela em baixo do título que dizia: “O escândalo do mês! do McFLY agride um funcionário de buffet por ciúmes da noiva . E o funcionário afirma “Esse cara é louco! Eu só estava a chamando pra sair, não tinha nem noção de que ela estava noiva e ela também não demonstrou isso em nenhum momento.” Será que reagiu a uma suposta traição?”

Ela passou as folhas rápido, procurando a respectiva página onde se encontrava a história. Seus olhos logo se encheram de lágrimas. Como ela não havia visto isso na segunda? E como eles haviam descoberto toda aquela história? Bem, ela não sabia responder essas perguntas que martelavam sua mente, mas assim que viu a respectiva página da área de fofocas, começou a ler com bastante atenção cada palavra.
do McFLY agride funcionário do Buffet Le Passione, no centro de Londres! O funcionário agredido é Maicon Fellyn, 27 anos. Ele conta que a noiva de , , havia chegado lá juntamente de , a namorada de , outro integrante do McFLY. As duas estavam indo olhar um buffet para o casamento, mas o rapaz diz que quem parecia ser a noiva era a namorada do , que estava muito mais interessada no buffet. “Eu vi ela olhando alguns arranjos de flores, mas nada com tanta empolgação como a outra mulher, então deduzi que ela deveria ser a madrinha. Achei-a bastante interessante e comecei a puxar uma conversa, lhe mostrando alguns arranjos. Depois de algum tempo e algumas cantadas, tomei coragem e a convidei pra sair. Ela até me pareceu que ia concordar, por causa do sorriso que recebi, mas no mesmo momento que ela abriu a boca pra responder, fui virado brutalmente e lá estava o cara, esse tal de , me agredindo com um soco. Se ela não tivesse pedido para ele parar de me bater, ele teria feito muito pior do que isso!”. Disse mostrando para nossa equipe o rosto onde o roxo estava bem marcado no olho esquerdo. Perguntamos a ele o que achava em relação ao noivado dos dois, se acabaria depois daquele incidente. “Ele ficou muito bravo, e a raiva não era só de mim! Ele saiu puxando ela pelo braço, que foi sendo praticamente arrastada. Não acho que ele deva ter suportado qualquer explicação dela, já que pelo que ele viu, com certeza o ‘mole que ela estava me dando ficou claro!” Afirma. “Não me parece que a está com tanta vontade de se casar depois disso, não é pessoal? Está mais para curtir bem os dias de solteira aceitando cantadas por aí! E o ? Será que esse acontecimento fará com que ele abra os olhos? Vamos aguardar as cenas do próximo capítulo!”

Capítulo VI:

jogou o jornal para longe, chorando compulsivamente. Jefferson se assustou e a abraçou, ela retribuiu ao abraço vendo que precisava mesmo naquele momento de ombro amigo, e Jeff era o mais próximo que ela tinha disso naquele cativeiro.
- . Calma! Calma! – Ele afagou seus cabelos fazendo a mulher chorar ainda mais. – O que tem nesse maldito jornal pra te deixar desse jeito? – Perguntou vendo se afastar de seu abraço, desajeitada, por causa das amarras em sua mão.
- Malditos paparazzis mentirosos! – Quase gritou com o ódio transbordando de seus olhos. Jeff pegou o jornal em mãos e começou a lê-lo, enquanto tentava parar de chorar. Ele então entendeu o porquê de todo aquele sofrimento e raiva que ela demonstrava.
- Hey! Não liga pra isso! Se você não fez nada disso aqui, não precisa ficar desse jeito!
- Eu odeio a imprensa! Sempre tentando achar alguma coisa que vai vender mais, sem pensar no que isso pode causar às pessoas envolvidas! – Ela encostou-se à beirada da cama e começou a respirar fundo para cessar seus soluços. Jeff esperou que ela se acalmasse definitivamente para lhe perguntar o que lhe martelava a mente.
- , o que aconteceu aquele dia? – Ela o encarou por um momento e fechou os olhos com força, como se reprimisse algum pensamento. – Se não quiser contar, tudo bem. – Ele se pronunciou e ela voltou a encará-lo, negando com a cabeça.
- Eu e minha amiga, a , fomos até esse buffet já no fim de tarde. Eu já estava morta de cansada...

Flashback Start

- , pelo amor de Deus, vamos deixar pra ir nesse amanhã? Eu ‘tô morta! – Ela me olhou com uma cara feia e começou a me puxar pra longe do carro.
- Nem pensar! – Disse, agarrando meu braço com força. – Esse é o último e amanhã é dia de ver o bolo de casamento e as lembrancinhas, não vamos ter tempo! – Rolei meus olhos e soltei meu braço do dela quando chegamos até a porta de entrada do buffet Le Passione.
- Ok! Mas vê se demora menos na hora de degustar os salgadinhos! – Quase cochichei, recebendo um tapa leve no meu braço. Não sei como ainda tem espaço naquela barriga pra mais salgadinhos depois de passar por cinco buffets!
- Boas tarde, senhoritas. Vieram olhar algo em especial? – Uma moça bastante elegante nos recepcionou. Antes mesmo que eu pudesse falar, a já havia aberto a boca.
- Boa tarde. Queremos dar uma olhada no seu pacote de casamento. O mais completo que tiver! – A moça sorriu e fez sinal para que a acompanhássemos.
- O nosso melhor pacote inclui o jantar, salgados, doces... – Ela continuou citando os itens e a ficou concentrada enquanto eu senti meu telefone vibrar. Pedi licença e olhei no visor. . Fui para perto da amostra dos arranjos de flores e atendi ao celular.
- Oi, meu amor.
- Oi, minha vida! Como ‘tá indo ficar olhando buffets a tarde inteira? – Ele gargalhou do jeito que eu mais gosto, por mais que estivesse zoando comigo.
- Bom, nesse momento eu já estou morta, sem vontade nenhuma de ver mais nenhum salgadinho! Nem tenho mais estômago pra isso! – Gargalhou de leve. Comecei a sentir o perfume de umas margaridas que estavam em um arranjo em minha frente.
- Então, como sempre eu vou salvar você do tédio! Fui liberado mais cedo hoje! – Disse, empolgado, me arrancando um sorriso. – Em qual buffet você está?
- ‘Tô no do centro, o Le Passione! Tem o endereço naquele encarte que eu te dei.
- Ok, princesa! Não enlouqueça antes de eu chegar, hein? To com desejo de sorvete hoje! – Falou, me deixando surpresa. Eu também estava louca por um sorvete.
- Chocolate com muita calda e disquete? – Chutei o meu sabor preferido, que por sinal acabou virando o dele também, depois do de flocos com mousse de maracujá.
- Hoje eu vou querer chocolate com muita calda e disquete, até porque to louco pra limpar a sua boquinha toda borrada de calda. – Gargalhei com o som de sua voz pervertida que também gargalhou em seguida.
- Cala a boca, , e vêm logo! – Ele concordou e desligou o telefone.
Voltei minhas atenções para a moça e a e a vi experimentando uns doces. Sacudi a cabeça em negação, imaginando para onde ia aquela comida toda. não engorda de pura ruindade.

- Posso ajudar, senhorita? – Me assustei com a voz masculina perto do meu ouvido. – Me perdoe, não queria assustá-la. – Ele sorriu simpaticamente.
- Não! Tudo bem! Só estava um pouco distraída.
- Então, está interessada em algum arranjo em especial? – Perguntou, apontando as flores. Neguei com a cabeça.
- Não! Estou coma a minha amiga, olhando o pacote completo. – Apontei que experimentava salgados nesse momentos. Ele a encarou por um momento e concordou com a cabeça.
- O pacote completo também inclui os arranjos para as mesas. Posso lhe mostrar, se você quiser adiantar o mostruário. – Não era lá uma má ideia, eu teria que ir embora e ia deixar a sozinha ali se ela quisesse ver tudo até o final. Concordei com a cabeça e ele apontou para que eu o seguisse até uma mesa mais no canto, com alguns arranjos pequenos.
- Esse aqui é de orquídeas. Está bem em alta essa época do ano por causa das várias cores que a flor pode proporcionar. O casamento é quando? – Perguntou.
- Dezembro do ano que vem.
- Um ano ainda? Bom, imagino que seja por causa da reserva da igreja. Mas o bom é que teremos orquídeas incríveis nesse mês!
- Não, na verdade, Dezembro é um mês especial. E eu gostei muito das orquídeas! Você as teria na cor branca com detalhes em vermelho? – perguntou, vendo que nas amostras não havia nenhuma daquela maneira.
- Ah, sim! Temos uma em detalhes de vermelho e laranja. Pode ser? – Concordei com a cabeça. – Eu vou pegar uma amostra no estoque. Só um momento! – Saiu com um sorriso educado, entrando em uma porta mais a frente.

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- Desculpe a demora! Este seria de seu agrado? – Disse com um sorriso no rosto trazendo em mãos o arranjo mais lindo de orquídeas que já vi. Eu não precisava ver outros arranjos, era aquele!
- Nossa, é perfeito! Com certeza é esse!
- É esse arranjo combina com você! Tem toda a simplicidade e pureza pela cor branca, mas não deixa de passar a sensualidade com os tons em vermelho. – Aquilo havia sido uma cantada? Sorri, sem graça.
- Er... Obrigada. – Ele andou até o meu lado. Arqueei minha sobrancelha.
- É sério! Eu adoraria conhecer você melhor. Talvez se você me desse seu telefone e a gente saísse pra jantar, eu poderia conhecer uma pouco da sua sensualidade e...

Em um momento o rapaz estava me cantando novamente. No outro ele estava no chão sendo socado pelo . Quando voltei a mim pelo susto, comecei a puxar o pelos ombros.
- ! ! Solta ele! – Continuei dizendo freneticamente até ele se levantar. As pessoas presentes na loja estavam completamente assustadas com a cena. O rapaz agonizava no chão com as mãos no olho esquerdo.
- Nunca mais chegue perto da minha noiva, imbecil! – Disse quase cuspindo as palavras, apontando pro homem no chão.
olhou para mim de uma forma que realmente me assustou. Seu rosto estava vermelho e os olhos transbordavam fúria. Ele agarrou meu braço com força e saiu me puxando porta a fora, enquanto eu escutava a pedindo desculpas pelo ocorrido.

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- Hey, , para! Você ‘tá me machucando! – Disse, sentindo ele me soltar perto de seu carro estacionado. O lugar onde ele havia agarrado estava dormente por causa da quantidade de força.
- Dá pra me dizer o que foi aquilo? – Falou, apontando para a loja um pouco mais a frente de nós.
- Eu quem te pergunto! Por que você bateu naquele homem? – Ele riu como se eu tivesse contado alguma piada.
- Será porque quando eu chego nesse maldito buffet te encontro recebendo cantadinhas desse sujeito? Ou, ou pior! Será que é porque você estava sendo chamada pra sair e não fez nada á respeito? PORRA, VOCÊ É MINHA NOIVA!
- Não precisa gritar! Nós estamos no meio da rua, . – Cruzei meus braços bem junto ao meu peito.
- QUE SE DANEM TODOS! – Gritou abrindo os braços e olhando pra rua, onde um casal o encarou assustado. Ainda bem que o horário de pico ainda não havia começado. – Não vai responder? Ou você ia aceitar o convite dele pra sair, hun? – Seus olhos se encheram de lágrimas.
- Você ‘tá me ofendendo, . Acha mesmo que eu faria isso estando noiva de você? – Senti as lágrimas se formarem também em meus olhos.
- Depois do que eu vi ali, eu não faço ideia! – Limpou algumas lágrimas que escorreram sobre seus olhos de maneira desajeitada. Ficamos um breve minuto em silêncio.
- Eu não ia aceitar nada. O rapaz provavelmente não percebeu que eu era a noiva, e por isso as cantadas. Você não deu tempo nem de eu poder dizer à ele o quanto estava sendo indelicado. – Ele não me encarou em nenhum momento, só continuou chorando e respirando fundo. Aproximei-me dele, segurando em seus braços. – Amor, eu não faria isso! Eu sabia que você estava vindo pra cá, por que eu iria correr esse risco? – Ele me afastou e me encarou com os olhos escuros cheios de ódio.
- Verdade. Você não poderia correr o risco, já que eu estava vindo pra cá, mas se eu não estivesse vindo, provavelmente a conversinha entre vocês dois teria se estendido até um lugar mais reservado, onde ele poderia conhecer um pouco da sua sensualidade, não é? – Ele falou tudo tão rápido que eu mal conseguir decifrar as palavras. Ele entendeu tudo errado!
- , você sabe o que eu quis dizer. Para com isso! – Comecei a chorar ainda mais vendo que ele estava convicto de que eu o trairia assim.
- Me deixa em paz! Vai lá cuidar do olho roxo que eu deixei no seu acompanhante. – Disse, virando-se e indo em direção a porta do carro. Enfureci com essa frase.
- Você é um imbecil, ! Pensa que é o único que pode estar certo nas nossas brigas? Pensa realmente que eu deixaria de lado quatro anos convividos com você? Se eu quisesse te trair, já teria terminado a merda desse noivado! PARA DE SER INFANTIL! – Ele abriu a porta do carro e me encarou sem dizer uma palavra. – Você ‘tá jogando pra cima de mim a culpa de algo que eu não fiz, .
- Eu não estou jogando a culpa pra cima de você, . Você quem se encheu dela depois do que eu vi ali dentro. – O encarei, perplexa. – Vou te poupar o esforço e terminar eu mesmo esse noivado. – Falou tão baixo que eu mal escutei, se eu não tivesse completamente vidrada nos seus lábios, não teria entendido.
- , não fala isso! Vai pra casa e pensa um pouco antes de fazer uma besteira da qual você possa se arrepender depois! – Eu não sei de onde ela surgiu, mas a estava, um segundo depois do que o me disse, ao meu lado. Ele pareceu analisar a proposta por algum momento, encarando a . Respirou fundo, limpando algumas lágrimas que caíram.
– Vai pra casa. Eu a levo. – disse, pegando em meu braço e cochichando. Entendi pela leitura labial que fiz. Ele me encarou por um breve segundo e entrou no carro.

Flashback Stop.

Capítulo VII:

- Fui embora com a e nunca fiquei tão arrasada. Foi a pior briga que nós dois tivemos. E agora me aparece isso! – Disse, apontando o jornal que estava na mão do Jefferson. – Eu ia fazer um jantar pra ele quando vocês me sequestraram, tentar uma reconciliação depois de toda aquela confusão. – pegou o jornal em mãos e começou a encarar a foto dos dois que lá havia. Sentiu seu peito apertar com a saudade.
Jefferson começou a ligar os pontos. Eles a haviam sequestrado bem no momento em que os dois estavam brigados. Pior ainda, com certeza Robert ficou sabendo da briga por aquele mesmo jornal. Ele havia sido chamado por Robert na segunda pela manhã para o sequestro, o jornal já deveria ter saído naquele horário.
- Então foi assim. – Disse sem querer em voz alta. o encarou, curiosa.
- Foi assim o que Jeff? – Perguntou fazendo ele a encarar.

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Robert batia o pé esquerdo no chão, de forma impaciente. Estava encostado na parede do prédio do Jornal “The New Perspective” aguardando seu contato e odiava a demora do rapaz. Assim que o mesmo apareceu, já foi direto ao assunto, não tinha tempo a perder e não podia ficar dando mole assim na rua. Ainda era procurado pela policia.
- Preciso de um favor, ‘fera. – O rapaz cruzou os braços.
- Diz aí, Rob, o que tu quer? Não posso ficar saindo do trabalho assim e eu não tenho mais nenhuma novidade do . – Robert sorriu, vendo que o havia cumprido a promessa de nada de polícia ou imprensa.
- Você pode não ter, mas eu tenho uma novidade do que vai fazer você ganhar o prêmio de melhor jornalista desse jornalzinho de quinta! – O outro o encarou curioso, ainda duvidando um pouco daquela afirmação.
- Diz aí então.
- A noiva dele foi sequestrada ontem à noite! Ele tá abafando toda a situação. – O rapaz arqueou a sobrancelha e fez sinal pra que ele continuasse. – Se duvida, pode ir atrás dele! Procure com o pai dela, ou o próprio McFLY. Vocês não a acharão em lugar nenhum e eles vão inventar milhares de desculpas esfarrapadas. – O outro começou a ficar bem interessado.
- Mas como você sabe disso tudo? – Robert sorriu.
- Assim como você, eu tenho meus contatos. E se você não acredita no que eu estou dizendo, aqui esta a prova. – Robert lhe entregou um envelope pequeno e o rapaz o pegou com certo receio. Abriu o mesmo e viu que ali continha uma foto. Arregalou os olhos ao reconhecer a noiva do amarrada pelas mãos a uma cama velha, parecendo desacordada.
- Mas... Como? Robert no que você está envolvido? – Perguntou deixando Robert nervoso.
- Se você continuar insistindo nas perguntas eu vou ser obrigado a levar essa noticia a outro repórter! - O outro negou com a cabeça freneticamente. Não sabia o que Robert havia aprontado, mas tinha certeza de que a notícia era verídica e o ajudaria a ganhar uma excelente promoção.
- Vou fazer a matéria. – Robert sorriu com aquela afirmação.
- Quero que ela esteja nos jornais no Sábado. – O outro franziu a testa com aquele pedido, mas mesmo assim concordou.

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Era tarde de Sábado. Quatro dias haviam se passado. e mal haviam saído de casa nesses dias. Os amigos do McFLY sempre resolviam os problemas externos àquela casa. Só que, naquele dia, o problema tinha que ser apresentado à eles.
- ! ! Você precisa ver isso! – Harry, com um desespero aparente, disse isso ao amigo assim que adentrou a casa dele, chamando a atenção de , que se encontrava na cozinha do local. Harry lhe entregou um jornal e apontou a primeira página. quase teve um infarto quando leu o título.
- Como eles descobriram isso? – Perguntou ao amigo, que deu de ombros, e pegou o jornal que lhe foi estendido e ficou tão abismado quanto ele.
- O sequestrador não vai gostar nada disso! – Disse, deixando visivelmente perturbado com aquela possibilidade. Ele poderia descontar tudo em .
- Espera, dude. Tem mais! Eles contam muitos detalhes aqui. – Harry disse passando as páginas, até a da reportagem. – E eu não sei se você vai gostar de ver o que tem aqui dentro. – Judd juntou o jornal perto do corpo deixando ainda mais preocupado. – Acho que nenhum de vocês dois. – Referiu-se também á , que lhe tomou o jornal e abriu.
- Tem a ver com a , então eu preciso ver o que tem aqui dentro. – disse antes de olhar o jornal e ver do que se tratava. Suas feições ficaram indecifráveis chamando a atenção de que chegou próximo á ele pra também ver o que tinha no jornal.
- Ai, meu Deus. – A única coisa que conseguiu sibilar naquele momento. Em sua frente havia a reportagem contando do sequestro dela, que havia acontecido na segunda feira, e contando mais alguns detalhes, mas o que realmente chamava atenção era no fim da reportagem. Havia uma foto de , amarrada a uma cama velha e parecendo desacordada. No fim da foto uma legenda que dizia: “Nossas fontes conseguiram essa foto exclusiva da no cativeiro. Não temos quaisquer relações com os sequestradores ou o sequestro.”

O telefone na casa do começou a tocar, tirando as atenções do jornal. Ele atendeu o mesmo, ainda com um vestígio de susto ao ver aquela foto de , naquele estado.
- Alô?
- Olá, . Imagino que já tenha visto o jornal “The New Perspective” hoje. – A voz de Robert fez sentir náuseas e se sentar no sofá.
- Sim, acabei de ver o jornal. Olha, eu não tenho nada a ver com isso! Alguém descobriu, mas nós não deixamos passar nada! – Dizia desesperado, deixando Harry e atentos ao perceber que a conversa era com o sequestrador da . Robert gargalhou do outro lado da linha.
- Sei que não foram vocês, . Aquilo ali foi um presentinho meu. – Disse, deixando completamente confuso. Ao ver as feições de , fazendo sinal pra que ele colocasse no auto-falante, ele assim o fez antes de perguntar.
- Como assim aquela reportagem no jornal foi um presentinho seu?
- . . . – Gargalhou de um jeito maléfico. - Quem mais poderia possuir uma foto da florzinha no cativeiro? Ou saber todos os detalhes e mais um pouco do que vocês sabem sobre o sequestro? Tá na cara que fui eu. Fiz aquilo pra vocês terem a certeza de que ela está bem e comigo até hoje. – teve que se esforçar para não demonstrar todo o seu ódio. Entendeu que o sequestrador estava querendo infernizar ainda mais a sua vida. Não bastava ter sequestrado a , tinha que colocar a imprensa no meio.
- Eu já consegui o dinheiro. Não podemos adiantar a entrega para amanhã? Ou até mesmo hoje à noite? – perguntou, rezando mentalmente para que o cara aceitasse. O Robert gargalhou.
- Já disse, , Terça-feira. Faltam apenas três dias. Na segundo eu ligo novamente pra te dar todas as instruções.
- Será que eu posso falar com a ? – Perguntou, meio suplicante. Estava morrendo de saudades dela.
- Não! Você só vai ver a florzinha agora na terça. Eu já fiz muito com aquela foto no jornal. – iria contestar, mas foi cortado. – E eu me cansei dessa conversa! Até segunda, ! – Disse, desligando o telefone.
- Se eu colocar minhas mãos nesse filho da mãe, eu nem sei o que eu faço! – Disse entre dentes.
só não sabia que Robert estava exatamente na frente de sua casa no momento da ligação. E que o mesmo viu quando Harry chegou com o jornal.

Capítulo VIII:

Segunda-feira. Dia em que receberia as instruções para finalmente soltar a daquele inferno. Estava nervoso e estressado, já se passavam das 21h e nada do sequestrador ligar. , , , Harry e estavam da mesma forma. Todos, assim como , ansiavam o fim daquele desespero. - Lembram quando a fez aquela surpresa pro ? – começou, quebrando o silêncio horrível que estava instalado na casa. – Do aniversário dele? – sorriu ao se recordar e foi acompanhado por todos os outros. – Foi a maior loucura que eu já vi ela fazendo! – encostou sua cabeça no ombro do que a abraçou de lado.
- E quando ela inventou de ensinar a gente a cozinhar? Aquela lasanha que eu fiz ficou horrível, mas só ela teve coragem de comer pra não me deixar triste! – falou, provocando algumas gargalhadas.
- Ela passou mal aquela noite sabia, ? – disse sorrindo. – Me pediu pra não falar nada pra ninguém, nem pro , pra não te deixar culpado. – Os outros começaram a zoar o por causa da história. E a conversa se desenrolou para vários acontecimentos que envolviam a .

A conversa foi interrompida minutos depois pelo telefone tocando. se levantou e atendeu o mesmo.
- Alô?
- , vou ser breve. Você virá sozinho, com as duas malas pretas e o dinheiro nelas, é claro. Pegará a 216n em sentido a Manchester. Logo no começo há uma placa indicando a estrada de terra para algumas fazendas. Você pegará essa estrada e seguirá até a terceira fazenda. Deixará seu carro parado onde há uma árvore bem grande em frente à fazenda e levará as malas com você. Assim que você adentrar pela porteira conseguirá ver uma pequena casinha para empregados. É ali aonde você vai me encontrar, e consequentemente, encontrar a florzinha. Entendeu?
- Sim, entendi. E o horário?
- Esteja lá às 23h em ponto.
- Ok. – Depois de concordar, o sequestrador desligou o telefone. não colocou o aparelho em seu lugar, pelo contrário, começou a discar uns números.
- O quê? Ele pediu pra você ligar para alguém? – perguntou, não entendendo. negou com a cabeça com o aparelho no ouvido.
- Já está na hora de eu ligar pro meu amigo policial. – Todos os presentes o olharam com feições assustadas. – Eu não vou correr o risco de sair daquele lugar sem a comigo. – Disse, antes de escutar um “Alô?” do outro lado da linha. – Olá, Kevin! Chegou a hora! Nós precisamos conversar.

#

Robert chegou até o local do cativeiro com um sorriso no rosto. Finalmente o que ele estava planejando ia ser cumprido no dia seguinte, e ele não via a hora de isso acontecer.
Adentrou o local e foi diretamente até o quarto onde estava. Confirmou que ela ainda estava ali, amarrada, e sorriu indo até a cozinha onde Jeff lia uma revista qualquer. Arrastou uma cadeira e sentou ao seu lado, chamando sua atenção, que foi desviada do que ele estava lendo.
- Amanhã você vai ter que se despedir da sua nova amiguinha. – Disse com um sorriso no rosto. – E dar boas vindas a sua recompensa! – Era para Jefferson sorrir com a noticia, mas alguma coisa dentro dele dizia que o dia seguinte seria um desastre.
- O que você está planejando para amanhã? – Perguntou, encarando o homem que começou a se balançar na cadeira com o apoio do pé.
- O noivo da florzinha vai chagar às onze. Eu vou recepcioná-lo enquanto você vai ficar de olho na florzinha. No momento em que eu te chamar, você vai aparecer com ela e ele, ao vê-la, vai entregar o dinheiro a mim. Mas nenhum dos dois vai sair vivo daqui. – Os olhos de Jeff se esbugalharam com aquela declaração. Robert sorriu com a reação dele. – Ou você achou mesmo que depois de ver as nossas caras durante uma semana, ela não iria gravar e fazer um retrato falado nosso para a polícia?
- Mas com o dinheiro do resgate dá para nós fugirmos daqui, não há necessidade disso! – Jefferson rebateu, sentindo que suas mãos tremiam demais. Ele nunca quis fazer mal a ninguém. Só precisava do dinheiro.
- Há necessidade sim, Jefferson! Primeiro, o noivo dela vai me reconhecer, somos amigos de longas datas. E eu iria matá-lo de qualquer maneira. Já a florzinha, eu resolvi só agora depois de pensar bem que ela não iria ficar nem um pouco feliz em me ver matando o noivo dela, iria nos ferrar de qualquer jeito. – Robert parecia alheio àquele local, estava viajando em como seria o dia seguinte. Estava louco pra poder acabar com o .
- Como assim, você é amigo do noivo dela? – Perguntou, completamente confuso.
- É uma longa história. – Robert continuou, viajando em pensamentos.
- E mesmo assim você vai matá-lo? Que espécie de amigo é você? – Jeff estava abismado. Agora tinha noção da confusão em que havia se metido.
- Aquele filho da puta merece morrer. Ele acabou com a minha vida! E eu vou fazer melhor ainda! Vou matar a florzinha na frente dele! Eu quero que os últimos minutos da vida dele sejam os piores possíveis! – Robert parecia possuído pelo ódio. Jeff não sabia o que fazer. Não podia deixar que aquilo acontecesse.
- Eu não vou fazer parte disso Robert! – Jefferson se levantou da cadeira, completamente nervoso. Pra sua surpresa, Robert se levantou com uma arma em mãos e apontou para ele.
- Você vai sim, sabe por quê? Porque eu não posso fazer isso sem um ajudante. Ou você faz por bem, ou eu vou hoje mesmo atrás daquela sua mulherzinha grávida! – Jeff sentiu seu rosto empalidecer. Como ele sabia da sua esposa? – Achou mesmo que eu não sabia nada sobre você, Jefferson? Eu não sou tão idiota. É só uma ligação minha pra aquela favela e você vai ver sua mulherzinha grávida num caixão! Entendeu? – Jeff concordou de leve com a cabeça. – ENTENDEU, PORRA? – Robert gritou alterado e ainda apontando a arma para a cabeça de Jefferson.
- Entendi. – Ele disse tentando não gaguejar. Robert sorriu de um jeito maléfico e abaixou a arma.
- Ótimo! Agora vai lá ficar de olho na florzinha. Aproveite para se despedir. – Robert falou antes de abrir a geladeira e pegar uma cerveja.

Capítulo IX:

Finalmente a terça-feira havia chegado, dia 9 de Dezembro de 2014. Eram oito horas da manhã e Jefferson tentava pelo menos cochilar na cadeira, dentro do quarto da . Ele não dormiu nenhum minuto aquela noite. Já ainda dormia. Robert adentrou o quarto e bateu no ombro de Jeff que o encarou um pouco assustado.
- Tenho que ir a Londres, resolver algumas coisas para a minha fuga. Volto daqui a algumas horas. – Jeff concordou com a cabeça e encarou Robert até ele sair do quarto. Levantou-se em seguida e foi até a porta, ficou lá até o carro dar partida e sair das redondezas da fazenda.
Voltou em direção ao quarto decidido. Iria contar tudo a . Não poderia ficar parado e ser cúmplice daquele absurdo. O dinheiro do resgate não valia duas vidas inocentes. Mas voltou a pensar na sua esposa. Parou na cozinha, tentando clarear seus pensamentos. Se soltasse a , sua esposa estaria morta assim que Robert ficasse sabendo. E ele não teria o dinheiro do resgate para fugir com ela antes que isso acontecesse.
- Jeff? – O som da voz da o fez pular de susto. – Você tá aí? – Ele respirou fundo. Talvez ele e achassem uma solução.
- Estou . Quer seu café agora? – Perguntou, aparecendo na porta do quarto tentando sorrir.
- Não estou com fome. – Ela sorriu, se levantando e sentando na cama. Jeff encostou-se ao batente da porta. – O que foi? – Ela perguntou percebendo o quão estranho ele estava. Ele respirou fundo mais uma vez e puxou a cadeira para ficar sentado bem na frente dela.
- Eu preciso te contar uma coisa. – Ela fez sinal para que ele continuasse. – Robert pretende matar você e o seu noivo hoje à noite. – se assustou com aquela declaração, sentindo no peito o coração bater mais forte. – Eu não quero fazer parte disso , mas ele está me ameaçando! – Disse sentindo as lágrimas escorrerem por seu rosto sem querer.
- Por que ele vai fazer isso? – perguntou, sentindo seus olhos se encherem de lágrimas também. Ela achou que o pesadelo estava finalmente acabando aquele dia. Tinha até acordado feliz, mas o pesadelo só estava começando.
- Ele disse que é amigo do seu noivo de muito tempo atrás, disse que ele ferrou com a vida dele e que ele merecia morrer. E que te mataria para não ter testemunhas para contar nada a policia e de quebra fazer seu noivo sofrer ainda mais te vendo morrer antes dele morrer.
- Amigo? Eu saberia, conheço todos os amigos do , até os mais antigos. – tentava puxar pela memória o rosto de Robert, mas não lhe vinha nada. Sacudiu sua cabeça e voltou a encarar o Jeff. – E com o que ele está te ameaçando Jeff? – Jefferson soltou um pequeno soluço e enxugou suas lágrimas desajeitadamente.
- Lembra que eu te disse que precisava do dinheiro? – Ela concordou. – Bom, eu sou casado, minha mulher está grávida de cinco meses. Eu queria o dinheiro pra dar uma vida melhor pra ela e pra nossa menininha que vai nascer. Morar na favela é muito complicado, . E ele ‘tá ameaçando matar a minha esposa se eu não o ajudar! Eu não sei o que fazer.

Os dois se silenciaram por alguns minutos, talvez o silêncio que se instalara lhes diria o que fazer para sair daquela situação.
- Jeff. Nós vamos impedi-lo. – disse, fazendo Jeff lhe encarar. – Daremos um jeito de bater nele, e deixá-lo desacordado. Assim o amarraremos e o levaremos até a polícia! Enquanto à você, eu farei tudo possível para que eles não prendam você. Vou conversar com o , ele conhece muita gente importante que vai poder te ajudar! – Jeff sorriu de leve, tentando parecer animado. A verdade é que ele sabia que não seria tão fácil assim. Robert era muito esperto pra lhes dar brecha para atacá-lo. Mas não custava nada ter esperança.

Capítulo X:

- Você entendeu tudo, ? Como é um lugar muito deserto, os carros da policia seriam facilmente percebidos pelos sequestradores. Teremos mesmo que ficar mais afastados, mas ao sinal que você me der apertando esse botão, eles estarão invadindo aquela pocilga. – concordou com a fala do amigo, policial Kevin. Eram 22h e eles estavam se preparando para ir ao local especificado pelo sequestrador. – E eu vou estar do lado de fora da casa assim que você entrar, com a arma pronta para atirar no filho da puta se ele tentar alguma coisa. Esses desgraçados sempre tentam alguma coisa. – balançou a cabeça, concordando. Kevin lhe deu um abraço e apontou o carro para que ele fosse.
abraçou os amigos, , e Harry. Em seguida deu um forte abraço na que tinha lágrimas nos olhos. Por último, deu um abraço em , que também se segurava para não chorar.
- Tenha cuidado, dude! – disse e ele concordou.
- Traga a nossa pra casa, . – disse, limpando umas pequenas lágrimas que escorreram. sorriu.
- Eu prometi que a traria de volta, e é isso que eu vou fazer! – foi até seu carro e entrou no mesmo.
- Hey, Kevin! – O policial encarou o Harry. – Quando vocês prenderem o filho da mãe do sequestrador, dê um boa porrada nele por mim, ok? – Kevin sorriu e concordou com a cabeça. Harry arrancou algumas gargalhadas do grupo que ali se encontrava.
- Pode ter certeza, Judd! Ele vai ter muito com que se preocupar se eu botar minhas mãos nele!

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avistou a fazenda ao longe, respirou fundo, sentindo suas mãos suarem em volta do volante. Parou o carro na árvore especificada e desligou o mesmo. Viu que sue celular havia vibrado e abriu a mensagem que recebera.

Estamos bem atrás de você. Tome cuidado!
Kevin.


Respirou fundo e abriu a porta do carro. Foi ao porta-malas e pegou as duas malas pretas com o dinheiro. Fechou o mesmo e começou a andar até o local. Viu as luzes acesas da casinha que o sequestrador havia dito e sentiu seu coração bater mais forte. Ele tiraria a daquele maldito inferno. Aquilo acabaria hoje.

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Robert olhou pela fresta da janela da frente e viu o carro de ser estacionado. Olhou pelos arredores e constatou que ele realmente havia vindo sozinho. Sorriu ao vê-lo se encaminhar com as duas malas na mão.
- Bem vindo à morte, imbecil! – Disse como um cochicho. Andou até o quarto onde Jeff estava com a .
- Seu noivo chegou, florzinha. – Disse, deixando com o coração acelerado. – Desamarre ela! – Disse ao Jeff, que obedeceu e começou a desamarrar os braços da . Ele a olhou de um jeito cúmplice enquanto desempenhava sua ação. – Agora, Jefferson, aponte isso para a cabeça dela. – Ele estendeu uma arma para ele, que o olhou assustado. – Se ela tentar fugir, o que eu acho difícil, estoure a cabeça dela. E me dê cobertura. Entendeu? – Ele sibilou um sim e pegou pelo braço colocando a arma apontada para sua cabeça. – Lembre-se da sua mulherzinha. – Robert disse antes de sair do quarto ao escutar duas batidas na porta.

- Olá, . – Robert se pronunciou assim que abriu a porta da casinha. – Entre! – Disse como se estivesse recebendo um velho amigo, o que não era totalmente mentira.
entrou no local olhando para todos os lados tentando ver a . Robert pareceu perceber.
- Ela está no quarto. Primeiro vamos conferir o dinheiro, depois eu a trago aqui. – concordou com a cabeça, colocando as malas no chão. – Abra as duas malas. – Ele o fez e Robert sorriu ao ver que elas estavam realmente cheias de dinheiro. – Muito bem, . – se levantou e viu Robert apontando uma arma para ele. – Então, acho que agora a florzinha pode aparecer. JEFFERSON! – Gritou com um sorriso maléfico no rosto. Em poucos segundos estava sendo empurrada por Jeff que com uma mão tampava sua boca e com a outra apontava a arma para sua cabeça.
sentiu seu coração quase se quebrar de felicidade e desespero ao ver a noiva novamente depois de tanto tempo.
- Pronto, o dinheiro está aqui, agora a solte para que nós possamos ir embora. – disse nervoso, encarando o olhar de desespero da . Robert gargalhou.
- Ainda não . Antes eu tenho que te contar uma historinha. – arqueou sua sobrancelha, confuso. – E pra ter certeza que você vai escutá-la até o final... Jefferson! – Apontou para enquanto ele ia até a e a segurava. encarou o Jeff assustado quando viu o mesmo pegar seus braços por trás e colocar a arma em sua cabeça. – Ótimo, assim está melhor! Então, vamos á história! – Disse deixando cada vez mais confuso, e e Jeff mais nervosos ainda.

Capítulo XI:

- Essa história aconteceu em Bolton. Eu tinha apenas dezessete anos e um sonho na cabeça, o de ser músico. Sempre quis tocar baixo e formar uma banda de rock. Eu tinha um melhor amigo, e ele assim como eu amava tocar, mas ele tocava guitarra. Um certo dia, descobrimos que haveria uma audição para formar uma nova banda, aqui em Londres, e eu e meu amigo combinamos que iríamos juntos. Mas acabou que eu não consegui ir, só que meu amigo foi! E adivinha só quem é esse meu amigo? – franziu sua testa encarando bem o homem em sua frente. Não estava acreditando que era realmente ele que estava ali, mas aquela história estava parecida demais para ser apenas coincidência.
- Robert? – Ele sorriu, apontando pra si com a mão que estava com a arma apontada para a cabeça da . – Mas você está tão...
- Diferente? – concordou com a cabeça. – , eu saí de casa naquela época e me mudei para a favela. Morar lá não é fácil, mas eu conheci amigos melhores que você por lá. – deixou sua boca se abrir por um momento.
- Melhores que eu? Deve ser só porque eles lhe apoiavam a cheirar sua maconha, consequentemente ganhando dinheiro em cima de você, com esse seu vício. Coisa que eu não fazia! – Robert se enfureceu.
- Você me traiu, ! Não moveu um só dedo pra me ajudar, pelo contrário! Só ferrou ainda mais com a minha vida!
- Você mesmo que ferrou com a sua vida Robert! Eu fiz de tudo pra ajudar você!

Flashback Start

- Robert! O que você? O que você fez, Rob? – Ele me encarou com os olhos esbugalhados, como se não esperasse me ver. Estava completamente drogado e parecia ter se drogado muito mais do que devia dessa vez.
- , eu só precisava disso... Não aguentei. – Disse embolando um pouco com as palavras. Olhei ao redor da garagem da sua casa e vi a quantidade de saquinhos de droga espalhados pelo chão.
- A gente tem que ir comprar as passagens pra Londres, Rob! – Vi a cara que ele fez quando eu disse aquilo. Seus olhos me olharam como se pedissem desculpas. Ah, não! – Rob, não me diga que você gastou o dinheiro? – Ele abaixou a cabeça. – Robert, cadê o dinheiro das nossas passagens?! – Me alterei, empurrando seu ombro para que ele voltasse a me encarar.
- Desculpa, dude. – Sibilou com um toque de choro em sua voz, os olhos cheios de lágrimas.
- Eu deixei o dinheiro com você por duas horas, Rob, e você gastou tudo em drogas? Como você pôde? – Senti o desespero me invadir. Eram todas as nossas economias para irmos pra Londres. Nós juntamos aquele dinheiro por dois meses!
- Foi mais forte do que eu! Eu não cheirava um há três dias, ! E quando eu comprei um e cheirei, não aguentei e quis outro e mais outro... – Ele balançava a cabeça, ainda sobre o efeito das drogas. Isso passou dos limites!
- Você precisa de ajuda, dude. Eu vou contar pra sua mãe, pro seu bem. – Disse baixo, vendo ele me encarar assustado. Virei minhas costas e saí, decidido a contar tudo para os pais dele.

Flashback Stop.

- Minha mãe nunca havia me visto de uma forma tão decepcionada como no dia em que você contou tudo a ela. Você não deve saber disso, mas depois que você veio pra Londres, eles arranjaram uma clinica de reabilitação. Minha mãe disse que me internaria nem que fosse á força! Fugi de casa por causa disso, por culpa sua! – Robert já havia deixado de lado a pose de homem mal e estava chorando, completamente atordoado. Já , e Jefferson estavam paralisados com tudo aquilo. Os dois últimos principalmente.
- Você deveria ter sido internado, Robert. Talvez você não estivesse aqui dessa maneira, sendo o sequestrador da noiva do seu ex-melhor amigo. - proferiu as palavras, deixando bem claro o desgosto que tinha. Robert engoliu o choro e forçou uma gargalhada.
- Pra você saberm , isso tudo aqui é só a melhor forma que eu achei pra conseguir o que é meu. Minha parcela nessa grana toda que você ganhou com o McFLY! - Dissem abraçando , de forma que ela ficasse imobilizada. Jeff encarou cada movimento de Robert, temendo o que viria à seguir. - E sabe o que é melhor nisso tudo? - negou com a cabeça. - Eu vou poder me vingar de você, ! - Ele disse entre dentes e empurrou com força em direção ao chão, apontando a arma para em seguida.
sentiu seu coração acelerar ainda mais, se é que aquilo era possível, encarando a arma de Robert apontada para seu amado. Robert fez sinal para que Jefferson se afastasse de e fosse até , que estava caída no chão um pouco mais a frente do lugar em que o próprio Robert estava.
Jeff olhou a mulher ao seu lado com os olhos cúmplices e apavorados. Eles sabiam que o pior iria acontecer a qualquer instante. Eles se levantaram, enquanto Jeff voltava a apontar a arma na direção da .
- Sabe o que é ainda melhor, ? Você vai ver a florzinha aqui morrer e assim que ela der o último suspiro, será a sua vez de se juntar a ela! - Soltou uma gargalhada que fez todos os pelos de se arrepiarem. ' não!' Pensou, sentindo o medo lhe invadir.

Tudo aconteceu em fração de segundos. Em um segundo a arma de Robert apontava para , no outro apontava para . Ela fechou seus olhos com força e escutou o grito de ecoar pelo lugar, juntamente com o som agudo do tiro disparado. Mas não sentiu dor. Abriu seus olhos tentando ver se havia morrido tão rápido que a dor nem chegara a lhe atingir, mas o que viu lhe desesperou.
Jeff estava caído no chão, a área do abdôme estava completamente revestida de sangue. se agachou para poder vê-lo melhor. Não acreditava que era realmente verdade, que ele havia se colocado em sua frente no momento em que o tiro fora disparado.
Robert estava paralisado, em vez de acertar a noiva do , acertou seu comparsa, e isso com certeza não estava nos seus planos, mas ainda assim tinha que continuar o que estava disposto a fazer ali. Só que ele não contava com a presença de Kevin naquele local.
- Você vai morrer, ! – Preparou a arma em sua mão direita, mas não teve tempo de disparar. O tiro havia vindo do lado de fora. olhou para trás e viu Kevin na porta da casinha com a sua arma em mãos. Robert sentiu suas pernas fraquejarem por causa do ferimento no tórax. Agora sim se sentiu um verdadeiro inútil. Iria morrer antes mesmo de conseguir matar o filho da mãe que acabou com a sua vida.

Capítulo XII:

se deu conta de que havia acabado e correu em direção da noiva que ainda estava abaixada junto ao sequestrador. Não entendeu toda a preocupação de para com ele e, principalmente, o porquê de o mesmo ter se colocado na frente de e salvado a sua vida, mas lhe seria eternamente grato por isso.
- Jeff, fala comigo, vai! Não dorme! – dizia com seus olhos parecendo cachoeiras por causa das lágrimas que ali desciam com força total. Jeff respirou com dificuldade por causa da dor no abdome e levantou seu olhar, encontrando os olhos da mulher que lhe amparava.
- . Promete que você vai atrás da minha mulher... – Respirou fundo tentando achar mais força para continuar. – Promete que vai dizer a ela que eu não fiz por mal? – concordou com a cabeça e prestava atenção em tudo. – Que eu só queria tirar ela daquele lugar horrível e dar uma vida digna pra ela e pra nossa menininha? – enxugou algumas lágrimas e concordou novamente. – Diz que eu a amo e que peço desculpas para ela e pra nossa menininha que vai nascer sem um pai. – Algumas lágrimas escorreram dos olhos de Jefferson ao pensar naquilo. Ele não achava que sobreviveria para ver a filha nascer, mas pelo menos ia morrer consertando o erro que cometeu ao se juntar a Robert naquele sequestro.
- Você não vai morrer, Jeff. Você vai ver a sua filha nascer e eu vou estar lá com você quando isso acontecer! – Jeff sorriu e viu que até o sorriso lhe causava grande dor, mas continuou sorrindo do mesmo jeito.
- Ficaria muito feliz com isso . – Ele sentiu suas forças acabarem e fechou os olhos ainda respirando com dificuldade.

- Amor? Nós precisamos tirá-lo daqui! – então percebeu que estava ali ao seu lado quando sua voz adentrou em seus ouvidos. Percebeu também que o pesadelo havia acabado e ela poderia ir embora daquele lugar, finalmente!
- , vou pedir que as outras viaturas se aproximem. Nós o colocamos em uma delas e levamos ao hospital mais próximo. – Kevin disse e concordou com aquela fala, vendo o mesmo sair do local em seguida.
- Nós temos que achar alguma coisa para parar esse sangramento. Ele não tem mais força para ficar pressionando o local. – disse ao noivo, que concordou e se levantou procurando algum pano que servisse.

Kevin escutou o grito de seguido por um disparo. Desesperou, chamando os outros companheiros para irem ao local. Ao chegar lá, viu com uma arma na mão apontada para o sequestrador Robert que estava meio agachado e com sua arma apontada para , que estava caído no chão. Kevin demorou só alguns segundos pra perceber o que aconteceu ali e já preparou sua arma e atirou em Robert. O tiro fez pular assustada, imaginando que o mesmo que perfurou a cabeça de Robert havia saído da arma que segurava. - ! – encarou de onde vinha a voz de Kevin e viu no chão e, ao seu lado, uma poça grande de sangue. Kevin remexia o amigo sem obter grande sucesso em acordá-lo. deitou Jeff com cuidado no chão e foi até onde Kevin e estavam; o primeiro com lágrimas nos olhos quando a encarou.
- O Robert, ele atirou no . Ele estava de costas, e não viu. – sentiu seu corpo todo tremer ao voltar a si e rever a cena que acontecera instantes antes. – Eu peguei a arma para atirar nele, só que eu não consegui. Eu não consegui. – Kevin a abraçou percebendo seu desespero.
- Temos que levá-los ao hospital . Agora!

Thirteen days later...

Harry se sentou ao meu lado com um meio sorriso, me abraçou de lado tentando não demonstrar toda a sua angústia, angústia essa que eu podia sentir; estava estampada nele. Começou a brincar com meus dedos, tentando não encarar a cama a nossa frente. Já fazia dez dias que ele estava ali. Era pra esse Dezembro ser incrível como todos os outros, mas não foi. Eu fui tirada dele e ele de mim, e agora eu não sei se vou tê-lo de volta.
- ? Posso conversar com o à sós? – Disse, cochichando em meu ouvido com uma voz amigável. Concordei com a cabeça, precisava mesmo de um café.
- Olha lá! – Disse me levantando. – Não vai abusar dele, hein? – Ele soltou uma gargalhada da minha piadinha e concordou com a cabeça.

Judd POV.

Acompanhei a com o olhar e a vi fechar a porta do quarto. Levantei do pequeno sofá de dois lugares improvisado pelo para que um de nós dormisse lá com a , que dormia na outra pequena cama que lá havia. Andei até onde ele estava e encarei bem seu rosto. Ele parecia bem melhor do que quando eu o vi aqui pela primeira vez. Também, com tantas transfusões de sangue.
Respirei fundo retirando o pensamento daquele maldito dia, peguei na mão dele que não estava com o cateter, e apertei.
- Hey, dude! Como você está hoje? – Cochichei, sentindo minha máscara forte começar a desabar. Eu não podia desabar perto dela, é claro. Eu tinha que dar força á , não o contrário. – Sabe, hoje é dia vinte e dois de Dezembro. Meu aniversário já é amanhã, acredita? – Respirei fundo, encarando seu rosto e não vendo nenhuma reação. – Resolvi imitar a e escrever uma carta pro Papai Noel também. Pedi pra que você ficasse bom logo, e sabe, as fãs do mundo inteiro fizeram isso depois que a disse a elas como foi que ela conseguiu você de presente no Natal. – Sorri um pouco me lembrando do vídeo que a fez e postou no tumblr. – Nós recebemos milhares de cartas pra colocar na nossa “árvore de Natal do ”. Eu queria muito que você acordasse no meu aniversário. Queria comemorar com você esse dia tão especial pra mim como pra você e pra . – Sorri.
- Ta querendo comemorar o dia que ele foi tão cara de pau que roubou um selinho da ? – A voz do me fez encarar a porta do quarto. , , e estavam ali, sorrindo pra mim.
- Não foi cara de pau, , foi a esperteza que eu o ensinei! – Gargalharam da minha fala enquanto eu sorria, fingindo ser o dono da sedução.

De repente todos se calaram, as feições assustadas.
- Que foi gente? – Perguntei sem entender o porquê de tudo aquilo.
- Para o seu governo, Judd, essa esperteza já nasceu dentro de mim. – Quase tive um infarto ao escutar sua voz e sua mão apertando a minha. Olhei em sua direção e vi seu pequeno sorriso pra mim. Meu amigo estava de volta!

End POV.

Capítulo XIII:

- Você está bem? – me perguntou com um sorriso nos lábios assim que ficamos sozinhos no quarto.
- Você que está numa cama de hospital e ‘tá me perguntando se eu estou bem? – Ele gargalhou concordando e eu me sentei na cadeira ao lado da sua cama. – Sim estou bem, muito melhor agora, se quer saber.
- Melhor porque eu estou bem? – Perguntou, pegando minha mão esquerda.
- Exatamente. – Sorriu e beijou a minha mão com delicadeza.
- O que aconteceu naquele dia? – Perguntou, me encarando com as feições mais confusas e sérias.
- Robert atirou em você. A culpa foi toda minha. Eu vi e não consegui atirar nele antes que ele atirasse em você. – Disse sentindo o choro me invadir. Ele me puxou pelo braço me fazendo levantar pra que ele me abraçasse.
- Shh. Nada disso. Não se culpe por isso, meu amor. Eu estou bem! – Me afastei de seu abraço para encará-lo.
- Mas você poderia ter morrido!
- Mas eu não morri! E eu estava me culpando por seu sequestro, então acabaremos os dois com essa bobagem, ok? – Limpou minhas lágrimas e esboçou um pequeno sorriso, eu concordei com a cabeça e voltei a me sentar. – E o Robert?
- Kevin atirou nele quando chegou à casinha por causa do tiro que ele deu em você. Ele morreu lá mesmo. – concordou com a cabeça, parecendo um pouco chateado. Eles deveriam ter sido mesmo muito amigos.
- E o outro sequestrador? O...
- Jefferson!
- Isso! Como ele está?
- Graças a Deus está bem, ele acordou faz três dias. Está aqui nesse mesmo hospital. O Kevin deu uma força e disse que me ajudaria a encontrar um bom advogado que diminuísse a pena dele.
- Também quero ajudá-lo, e assim que eu sair dessa cama quero ir visitá-lo. Agradecer pessoalmente por ele ter salvado a sua vida. – Sorri. – E a senhorita tem que me contar tudo o que aconteceu naquele lugar, e como vocês dois ficaram amigos. – Gargalhei de leve, concordando.

28 de Dezembro de 2014

- Falta um ano. – Encarei com a sobrancelha erguida, meio confusa. – E faz um ano. – Disse, me abraçando forte, e então eu concluí o obvio, o que ele estava querendo dizer. Estávamos na ‘nossa’ praça, era dia vinte e oito e estava fazendo um ano que nós estávamos noivos, também faltava um ano para casarmos.
- Você acreditaria em tudo que aconteceu nesse Dezembro se eu te contasse? – Perguntei a ele que franziu a testa pensando, depois negou com a cabeça. – Bom, nem eu. Foi tudo muito surreal.
- Coisa de filme! – Disse beijando meu pescoço. Eu sorri sentindo os arrepios que não eram causados pelo frio.
- Temos muita coisa pra organizar até o casamento. – Falei com a voz um pouco mole por causa das pequenas mordidas que ele depositava em meu pescoço. - A gente tem muito tempo. – Disse abafado em meu ouvido.
- Vocês têm uma turnê no meio do ano esqueceu? E a sua mãe e a sua irmã vão me enlouquecer com tantas coisas que elas querem nesse casamento.
- ‘Tá faltando uma pessoa aí. – Me encarou com um sorriso.
- Ah, sim, a também! – Ele gargalhou concordando com a cabeça.

levantou do banco e me puxou pela mão. Sua mão coberta pela luva preta fez carinho em meu rosto me arrancando um pequeno sorriso. Aproximou seu rosto do meu e selou nossos lábios com um selinho demorado.
- O nosso próximo Dezembro será perfeito e inesquecível! Vai compensar todas as tribulações que esse Dezembro nos trouxe. – Disse com seus lábios ainda colados aos meus. – Eu prometo pra você.
- Eu acredito em você, amor. E não vejo a hora do ano passar logo e Dezembro novamente retornar. Não vejo a hora de me casar com você! – Ele prendeu meu rosto em suas mãos e me fez encarar seu olhos. Seus lábios demonstravam uma felicidade tremenda revestida em um sorriso.
- Eu não vejo a hora de você ser completamente minha, e eu ser totalmente seu. Oficialmente. – Olhei em seus olhos, sentindo meu coração falhar. É incrível como uma garota como eu pode ter tido tanta sorte.
Senti os lábios dele novamente nos meus, mas dessa vez de uma forma mais urgente. Suas mãos saíram de meu rosto e começaram a passear pelo meu corpo; costas, pescoço, ombros. Colou ainda mais nossos corpos me fazendo sentir que aquelas roupas de inverno se tornaram extremamente desnecessárias. Senti que o ar havia sumido de meus pulmões e me afastei dele, pra tristeza de meu corpo, para poder recuperar um pouco de ar.
- Que tal nos irmos pra casa? – Perguntou com um sorriso sapeca nos lábios inchados. – ‘Tô precisando matar a saudade da minha noiva. Não é todo dia que se leva um tiro e fica num hospital por 17 dias! – Concordei com a cabeça sentindo ele me abraçar de lado e começar a andar.
- Sem contar a semana que eu fiquei sequestrada! Ficamos quase vinte e quatro dias separados. – Ele parou bruscamente e me encarou com uma cara bem estranha.
- O quê? Isso tudo? – Concordei com a cabeça, rindo de sua reação. – Então eu vou sequestrar você por um mês! – Disse isso e me pegou no colo. Gargalhei, começando a bater em seu braço.
- Me solta, ! SOLTA!
- Nem pensar! Agora você é minha! Só te devolvo pro seu pai em 2015! – Ele começou a correr comigo nos seus braços e eu não aguentei mais discutir, só sabia gargalhar.

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e conseguiram chegar ilesos na casa de , por mais que ela dissesse à ele que os pontos em suas costas poderiam se romper ou algo do gênero, ele não abriu mão da pose de “sequestrador” e a levou à força pra casa em seus braços. O que ele disse de devolvê-la em 2015 não foi brincadeira. Em sua casa ele lhe mostrou a surpresa que estava guardando para aquele dia. Iriam até o Brasil, e passariam nada menos do que um mês por lá. quase teve um ataque, voltaria ao Brasil depois de quatro anos.
E o que ela fez para agradecer o presente? Bom, isso só e ela que sabem.
E talvez, a cama dele também saiba.
Ou o sofá.
Ou a mesa da cozinha.
Ou a banheira de hidromassagem.
Hum, acho que naquele dia ‘tirar o atraso’ foi prioridade para os dois.
Esquecer o mundo e toda a parte horrível daquele Dezembro, também.
Nada melhor do que preencher as feridas com muito amor.

FIM

Nota da Autora: Oiiiii pessoas. Ai Deus que final mais horrível (e pervertido)! Mas tudo bem, tava muito sem inspiração para acabar essa short, mas espero sinceramente que vocês tenham gostado!
Desculpem Judds por ele ser fixo novamente, mas as coisas aqui só funcionam dessa maneira, mas espero que vocês tenham gostado ser uma Jones/Fletcher/ por um dia. Haha
Enfim, agradeço de verdade a todas vocês e espero que estejam preparadas para o Natal que vem. (outra short a caminho em Dezembro de 2012 haha) Ano passado algumas pessoas nos comentários de Merry Christmas With McFLY me pediram pra fazer uma longfic dela. Acho que não consigo isso, mas espero que essa “saga” a cada natal satisfaça esse desejo de vocês! E me desculpem se decepcionei nessa fic ok?
Então, comentem muito pra me deixar feliz e animada para o natal do ano que vem! E Feliz Natal pra todas vocês! Que Deus encha a vida de vocês de coisas boas sempre! E muito McFLY nesse Natal!
BzoÔ ;*
@SahDiias
SaahDias.tumblr.com

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Nota da Beta: Caso seja encontrado qualquer erro nessa fiction, por favor, notifique-me por twitter ou e-mail. Não utilize a caixinha de comentários para tal. Obrigada. xx ;D