’s POV
Brincava com a palhinha do meu copo de Starbucks, enquanto esperava chegar. Ele estava atrasado, como sempre.
Peguei meu celular no meu bolso, digitei seu número e o trouxe ao meu ouvido, esperando ouvir sua voz do outro lado.
- Hey. – o som da sua calorosa e profunda voz me fez estremecer e eu mordi meu lábio, ignorando.
- , onde, nesse planeta, você está? Está 30 minutos atrasado! – disparei como sempre fazia e ele riu.
- Espera um pouco, estou mesmo chegando. – ele disse não me dando tempo para responder e desligando a chamada. Grosso esse moço!
Passei uma mão pelos meus cabelos loiros e tomei um gole do meu Frapuccino, me enterrando na cadeira e olhando à volta do café, para tentar me entreter com algo enquanto esperava.
Alguns minutos passados e vi a figura familiar do meu melhor amigo entrando o café. Ele deu uma olhada em volta, tentando me encontrar e quando o fez, sorriu abertamente enquanto fazia seu caminho à minha direção.
Seus cabelos balançavam com cada passo que dava e o sorriso em seus lábios mostrava as suas covinhas, fazendo-o parecer extremamente atrativo.
e eu éramos melhores amigos desde há muito tempo, quando éramos apenas crianças. Muitas garotas me invejavam por conhecer o famoso , mas para mim ele era mais do que isso.
Ele era o pateta, atrevido e irritante rapaz de cabelos encaracolados que havia partilhado comigo muitas boas memórias que iriam me acompanhar para o resto da minha vida. E ele era também o cara que me tinha apresentado ao amor.
Sim, você está certo. Estou apaixonada pelo meu melhor amigo. De loucos, eu sei, mas não o consigo evitar.
Quando éramos mais novos sempre me perguntei por que ele teria tantas garotas aos seus pés, pois, para mim, ele era apenas um garoto normal, mas depois acabei percebendo que eu também tinha caído em seu charme.
- Finalmente decidiu aparecer, hein? - brinquei e ele se sentou em frente a mim, sorrindo.
Nunca tinha achado a coragem para lhe dizer o que sentia em relação a ele e provavelmente nunca iria achar. E se ele não sentia o mesmo? Isso iria arruinar nossa amizade e eu não podia correr o risco de perdê-lo, mesmo se não pudesse tê-lo da forma que queria, pelo menos o teria como amigo. Além disso, posso sempre sonhar, certo?
- Desculpe, tive algumas dificuldades técnicas. – ele respondeu.
- Que tipo de dificuldades técnicas? – perguntei, erguendo uma sobrancelha ao ouvir a sua afirmação bastante estranha.
Ele puxou um pequeno papel do bolso de suas calças e me entregou. Peguei nele para ver uma letra feminina com alguns números escritos nele. ‘ – 0500919595’
(n/a: inventei esse número, não sei se existe ou não, haha)
Senti meu sorriso desaparecer quando percebi o que aquilo significava. Ele tinha mostrado os seus charmes à outra garota.
Tentei não parecer tão decepcionada e lhe mostrei um sorriso amarelo, enquanto lhe entregava o papel. Não olhei para ele, pois não aguentava ver a felicidade em seus olhos quando meu coração estava sendo partido em milhões de pedaços.
Já me havia habituado ao fato de que provavelmente nunca iria ficar com da forma que desejava, mas magoava vê-lo partir meu coração outra e outra vez quando ele não percebia o que estava fazendo.
- Você está bem, ? – ele perguntou e eu acenei, não o encarando – Tem certeza? Parece triste – ele me conseguia ler como um livro e eu sabia que ele não iria desistir tão facilmente, por isso teria de ser forte e o encarar.
- Sim, tenho certeza. – respondi olhando profundamente em seus olhos.
- Não, você não está bem. Que aconteceu? – se levantou e se sentou ao meu lado, envolvendo seu braço em volta de meus ombros, puxando-me para mais perto.
Eu gostava da nossa proximidade e me encostei mais a ele, aproveitando cada segundo.
- Me diz o que está te incomodando? – perguntou, levantando meu queixo com seu dedo, olhando assim em seus olhos.
- Eu… Não é nada, não precisa se preocupar. – Não consegui dizê-lo, o medo de que ele se sentisse constrangido era mais forte que eu.
- Por favor? Me diz. – ele me olhou com olhos suplicantes e eu suspirei sabendo que não ia aguentar com ele me olhando daquela forma.
- Você está sempre conseguindo novas garotas e fica todo feliz e eu tenho que ver e fingir que estou bem quando não estou. Toda a vez que vejo você com uma garota meu coração cai no chão e é como se você estivesse pisando nele e o pior de tudo é que você nem sequer vê isso – disparei saindo de seu abraço, peguei minha mala e sai do café.
Estava andando no ar frio de Janeiro e deixei o vento soprar os cabelos de minha face, me sentindo confortável com isso.
Andei durante algum tempo não olhando para trás para ver se estava me seguindo. A seguir ao que eu lhe tinha dito não ia conseguir olhar sua cara e provavelmente não ia aguentar falar com ele após a vergonha de ter que lhe contar que sentia durante anos.
Meu celular começou a vibrar em meu bolso, eu o peguei e atendi nem sequer me dando ao trabalho de ver quem me estava ligando.
- Oi?
- , onde você está? – perguntou e me pareceu ouvir uma ponta de pânico na sua voz, mas pensei que era apenas um truque da minha mente. Suspirei e lhe disse onde eu estava – Não se mexa, estou aí num segundo. – ele disse e desligou.
Me encostei à parede e esperei, pela segunda vez nesse dia, que chegasse.
Alguns minutos esperando e vi um sem fôlego correndo entre a multidão que andava na rua àquela hora.
Quando se aproximou de mim ele não disse uma palavra, apenas acariciou minha bochecha com a sua mão. Seus olhos estavam cheios de adoração, amor e lentamente ele aproximou nossos rostos, apagando o espaço entre nós com um beijo desesperado.
Senti que o mundo tinha parado. Deixei de ouvir os barulhos da cidade de Londres e era como se só eu e existíssemos na terra.
Senti como se houvesse fogo de artifício à nossa volta, quando senti sorrir contra meus lábios.
Afastei-me dele.
- Alguma vez pensou que eu podia sentir o mesmo em relação a você? – ele perguntou e eu sorri enquanto seus lábios encontravam os meus.