Motion In London
by Jéssica A e Jéssica B
Script por Ayla | Betagem por Gabriella





Capítulo 29


A MPM parecia cada vez mais sobrecarregada. Seus empregados recebiam mais e mais projetos. Já tinha passado o mês de setembro e como o final do ano já chegava, novos contratos eram feitos, novas campanhas eram preparadas para as férias. Todos pareciam exaustos com isso, menos quatro garotas que aproveitaram a ocasião para esquecer a falta que algumas pessoas faziam. Quatro dias tinham se passado desde a despedida na frente da casa de Danny.

estava sentada em sua mesa tentando imaginar alguma frase para uma nova campanha. Já fazia mais de meia hora que ela estava ali, encarando a tela do computador aberta em uma página que ainda se encontrava em branco. A garota olhou para o relógio do canto da tela: quase a hora do almoço. O tempo parecia estar passando devagar, porém, nada estava ajudando sua mente a funcionar. Ela passou a mão pelos cabelos bagunçando-os um pouco, após um longo suspiro encarou o calendário que estava sobre a mesa. Desde o dia da partida para a turnê ela estava marcando os dias para a volta dos garotos. Ela considerava isso meio bobo, mas sabia que não era a única. tinha pendurado uma placa na porta da casa onde todos os dias ela arrancava uma folha colorida com os dizeres "Faltam 61 dias" que iam diminuindo com o passar dos dias. Hoje os dígitos eram 57.
- ? - levantou a cabeça para encarar a porta. estava parada com um sorriso caloroso - E então, vim te raptar para nós almoçarmos.
- Até que enfim! - A garota levantou-se da cadeira com um pulo pegando sua bolsa e seguindo para a porta.
- Sabe, pensei que nós pudéssemos ir a algum lugar diferente.
- Diferente?
- É. Eu meio que enjoei dessa comida do restaurante da empresa.
- Claro. Cadê a ? - perguntou apertando o botão do elevador.
- Nos esperando lá embaixo. Parece que você não é a única agoniada. A fica olhando o relógio de cinco em cinco segundos e dizendo...
- Faltam cinqüenta e sete dias... Tantas horas... Tantos minutos e tantos segundos - e falaram juntas gargalhando.
- Eu acho que ela é a que está mais abalada com tudo isso - comentou assim que a porta do elevador se fechou atrás delas.
- Com certeza. Quer dizer, ela e o Tom já estavam namorando. Ele praticamente morava lá em casa... Cara, o quarto da tá com o cheiro do Thomas! Sem brincadeira, eu acho que ela acabou com o frasco de perfume dele em uma noite - comentou movimentando rapidamente as mãos.
- Não duvido nada que o ônibus dos garotos esteja repleto de "" - fez o sinal de aspas com os dedos - Por todo o lado.
- É verdade. Esses dois são loucos - saiu do elevador sendo seguida pela amiga. A garota conseguiu avistar no meio do salão com um sobretudo marrom e uma grande bolsa combinando com as botas que usava.
- Nossa , você caprichou hoje hein? - comentou dando um beijo no rosto da amiga.
- Ai gente, eu acho que estou descontando a minha ansiedade em roupas e chocolate - A garota mordeu o dedo mindinho - Vocês sabiam que faltam...
- ! Pára com isso! - a impediu de terminar a frase - Vamos almoçar e que tal... - Ela falava enquanto tirava o relógio de dos pulsos - Você esquecer o tempo por algumas horas?
- Eu tô parecendo uma louca né? - fez uma careta quando as amigas acenaram positivamente com a cabeça - Tudo bem, eu posso me controlar, agora vamos comer!
- Isso! Gente, preciso da ajuda de vocês. Não consigo pensar em nada pra essa nova campanha! - reclamou dando passagem para as amigas saírem do prédio.
- Parece que ninguém está com cabeça pra nada - comentou tristemente - Olha a ali! !
- Olá garotas! - sorriu de ponta a ponta.
- Nossa você parece tão bem... - encarou a garota dos pés a cabeça. Esta usava um vestido rosa claro e botas assim como . O brinco que usava se destacava entre os cabelos presos por um coque.
- Estou seguindo a filosofia da - abraçou a amiga ao falar seu nome - Roupas e chocolate... E muito trabalho é claro! Acabei de sair de uma sessão, e após o almoço eu ainda vou continuar.
- Isso é ótimo! - sorriu voltando a andar com as amigas ao seu lado, enquanto iam a caminho do restaurante.

O ônibus passou por cima de um grande buraco fazendo as pessoas que estavam em seu interior pularem. Tom já estava acordado e dedilhava o violão no sofá. Harry estava ao seu lado com Danny e Fletch, o empresário da banda, jogando videogame. Eles gritavam e enquanto isso o primeiro dava empurrões em Danny toda vez que ele se aproximava do gol. Este por sua vez o xingava, empurrando-o também. Tom e Fletch apenas riam da situação hilária.
- E mais uma vez ficou comprovado quem é o rei do videogame! - Harry levantou do sofá com os braços para cima enquanto lançava um olhar convencido aos presentes.
- Engraçado é que o Harry só ganha roubando. Porra, fica me empurrando. Naquela hora do pênalti eu teria feito um gol se você não tivesse...
- Blá Blá Blá - Harry rolou os olhos - Pára de chorar Danny. Bebezão.
- Vai se fud... - Danny já levantava o dedo do meio quando todos foram surpreendidos por mais um buraco. Harry que estava em pé caiu estatelado no chão. Tom e Fletch conseguiram se segurar a tempo.
- Puta que pariu! Que estrada é essa? - Dougie reclamou do beliche onde estava deitado.
Os garotos tinham se esquecido que Dougie estava dormindo. Eles apenas encararam o amigo que levantou-se da cama cambaleando e coçando a cabeça.
- Bateu a cabeça Doug? - Fletch perguntou entre risos.
- Não, não - Ele respondeu com a voz sarcástica e mal humorada.
- Isso é bem chifre - Harry já tinha se levantado e sentado no sofá - Porra Dougie, não faz nem quatro dias e a já fez isso?
- Ah, Harry, não enche.
- O Harry tá muito implicante hoje. - Tom reclamou lançando-lhe um olhar de censura.
- Eu estou entediado! O que mais eu posso fazer? - Ele deu de ombros como resposta.
- Dormir! Tocar uma bateria invisível! Ler! Ver algum filme! - Tom falava enquanto era acompanhado por seus acordes do violão.
- Realmente. - Harry respondeu sarcasticamente - Vou falar com o Bob. Perguntar que horas a gente vai chegar a Winchester.
Harry caminhou até a parte da frente do ônibus apalpando todo o local atento a qualquer sinal de buraco na estrada.
Dougie andou até o lugar em que ele ocupava antes se sentando ao lado de Tom.
- E ai dude? - Tom o cumprimentou - Dormiu bem?
- Eu sou pequeno, mas nem tanto. Aquilo ali é uma caixa de fósforos.
- Eu não dormi ainda - Tom respondeu com a voz cansada - Toda vez que eu vou fazer isso parece que alguma coisa me impede. O espaço, a estrada, o barulho.
- Acho que com o tempo a gente se acostuma.
- Eu espero que sim - Tom deu um gole no refrigerante que tinha em mãos.
- Ei dudes! - Danny falou - O Fletch vai pegar algumas cervejas, vocês querem?
Dougie aceitou, mas Tom mostrou a latinha para Danny.
- Gente nós estamos em uma turnê! - Danny chacoalhou Dougie pelos ombros.
- Nem consigo acreditar ainda - Tom encarava o violão.

deu mais uma garfada no prato de peixe com salada que tinha a sua frente. Ela e decidiram entrar em uma dieta ou pelo menos tentar balancear a comida com o chocolate que a primeira estava consumindo.
- Nossa . Amei esse restaurante - comentou apontando com o garfo para o prato que estava a sua frente.
- Como você descobriu esse lugar aqui? - perguntou despreocupada.
- Ah... - tinha acabado de comer um pouco de massa e tinha a boca cheia. Ela fez um sinal para esperarem e continuou - O Olivier me recomendou. Nós viemos aqui uma ou duas vezes...
- Hum... - evitou encarar .
- É ... Pelo visto o francês tem bom gosto, hein? - deu um empurrãozinho no ombro da amiga.
- Ele entende sobre restaurantes - Ela teve que concordar.
- Vocês estão namorando ou alguma coisa assim? - Agora foi a vez de perguntar. Quando terminou a pergunta, percebeu que os olhares de e estavam nela. Pelo visto todas elas esperavam por essa resposta.
- Bom...
- Eu não acredito! Vocês estão namorando e você não falou pra gente? - gritou surpresa atraindo a atenção de todos no restaurante.
- fala baixo! - escondeu o rosto com as mãos assim como - Não! Eu não estou!
- Ah bom... Menos mau.
- Mas gente, o que eu posso fazer? - deu um gole no suco com uma expressão de desesperança.
- Não namorar com ele já é um começo - respondeu sobre os risinhos de .
- O Olivier se preocupa comigo e eu acho que ele realmente gosta de mim - encarou as amigas séria.
- Mas e o Danny? - a interrompeu antes que pudesse falar qualquer coisa.
- , o Danny não está aqui. Ele vai passar meses fora, e mesmo que ele voltasse... O que vai acontecer? Provavelmente ele nunca mais vai olhar na minha cara!
- Não é pra menos! - falou subitamente surpreendendo as mulheres que estavam na mesa. Por alguns instantes elas tinham se esquecido de sua presença - , amiga, só põe uma coisa na sua cabeça. Você não pode ter dois homens, é impossível essa situação. Danny ou Olivier?
- Parece simples com vocês falando...
- Claro que é simples. Basta você escolher!
- Eu perdi o Danny gente... - deu um longo suspiro - Ele mesmo falou isso pra mim.
- O que ele te falou? - perguntou recebendo olhares de censura vindos de e - O quê? Ah gente! Nós somos amigas, temos que saber dessas coisas!
deu um sorriso para e concordou em contar todo o episódio do dia em que antecedeu a saída dos garotos da casa de Danny. Enquanto ela falava todas as meninas ficaram caladas prestando atenção nos mínimos detalhes.

- Dude! Nós chegamos! - Harry gritou da frente do ônibus.
- Ainda bem! - Dougie correu para pegar a sua mochila - Eu preciso de um banheiro de verdade!
- Bem vindos a Winchester! - Harry e Dougie gritaram do lado de fora aos quatro ventos.
- Dan, você não vem? - Tom perguntou ao amigo que parecia ter os pensamentos longe.
- Eu vou. Odeio ônibus é impossível fazer o número dois! - Ele deu uma gargalhada da própria piada enquanto andava até a porta do automóvel.
- Vamos para o quarto logo - Fletch disse à banda assim que eles terminaram de separar as bagagens.
- Calma Fletch, as coisas não são assim... - Danny deu uma piscada para ele - Nós acabamos de nos conhecer.
- Ah claro - Fletch sentiu o rosto arder - Vamos logo.
O grupo adentrou o hotel e logo se dirigiram para a recepção do local. Enquanto Fletch conversava com a recepcionista, os garotos conversavam animados.
- Se o quarto tiver janela eu quero ficar perto dela - Harry falou rapidamente.
- Ah não! - Danny reclamou.
- Tudo bem Dan, você fica no meu quarto. Eu não me importo com esse negócio de janela - Tom comentou distraído.
- É... Pelo visto eu vou ter que ficar com o Harry - Dougie lançou uma olhar amedrontado para o garoto que lhe mostrava a língua - Estou com medo.
O grupo deu uma gargalhada quando foi interrompido por Fletch.
- Aqui estão as chaves - Ele entregou uma para Tom e outra para Dougie - Podem ir subindo. Daqui a pouco as suas malas vão pra lá. Vou terminar de resolver algumas coisas aqui.
- Ok - Danny concordou pegando apenas sua bagagem de mão seguindo para os elevadores.
- 607 - Dougie comentou enquanto esperava no saguão - Eu gosto desse número. É um número da sorte.
- E por quê? - Harry levantou uma das sobrancelhas.
- Termina com 7. A ama esse número.
- Ai que amor! - Danny e Harry falaram juntos apertando as bochechas de Dougie.
- Não é Tom? - Harry perguntou para o amigo que já tinha o celular em mãos - O que você tá fazendo?
- Ligando pra ... - Ele deu um sorriso de ponta a ponta.
- Pra falar que está agasalhado - Danny cochichou para Harry e Dougie que apenas riram.

- "Então comece a curtir seu medo, porque você já me perdeu" - finalizou sentindo os olhos marejados.
- Eu não acredito que ele falou isso! - falou quebrando os segundos que passaram em silêncio.
- Falou. Agora vocês entendem a minha situação?
- Sim, o Danny estava com raiva . Ele te ama e... - parou de falar após ouvir alguns soluços. Todas as garotas olharam na mesma direção. tinha o nariz vermelho e os olhos molhados - ? Por que você tá chorando?
- Sorvete de menta, gente! - Ela respondeu entre soluços - Ai desculpa. Eu tô muito sensível.
e começaram a gargalhar. deu um sorriso sem graça e apenas deu mais um gole em seu suco.
- Não é só você não - fez um sinal nem um pouco discreto apontando para .
As amigas deram mais alguns risinhos quando sentiram a mesa tremer.
- Meu Deus! Terremoto! - encenou com uma cara de pavor arrancando mais gargalhadas das garotas.
- Gente! É meu celular - falou rapidamente enquanto vasculhava a sua grande bolsa, desesperada - Deve ser o Tom! Ai Meu Deus! Alô?
- ! - Tom respondeu do outro lado da linha.
- Amor! Como você tá? - falava muito rápido e seu rosto já estava escarlate.
- Eu tô ótimo. Nós acabamos de chegar ao hotel e estamos indo pro quarto. Entrando no elevador agora pra ser mais exato - Tom deu um risinho e podia jurar que a sua covinha do lado esquerdo estava aparecendo - Porra Dan! Afasta!
pôde ouvir vozes masculinas altas e alguns palavrões no meio disso. Ela apenas riu.
- Os meninos estão aí?
- Eu quero falar com o Dougie!
- Eu com o Harry!
- Sim! Isso daqui não é orelhão não! - reclamou - Ai amor, eu to com saudades!
- Thomas! Ela pendurou um calendário na porta de casa. Está em contagem regressiva! - puxou a mão de para falar no celular.
- Sério? Amor, isso só vai te deixar mais ansiosa! - Tom gargalhou.
- Oi ! - Dougie gritou - Em coro gente...
- Oi ! - Os três garotos gritaram.
- Tom, põe no viva voz aí, as meninas também estão querendo falar aqui - pediu.
- Oi Porquinho! - disse e recebeu uma resposta junto com as vaias dos meninos.
- Quem tá aí? - Tom perguntou um pouco confuso.
- Eu, a , a ... - olhou para - E a .
Por alguns segundos o outro lado da linha ficou em silêncio, mas esse logo fora quebrado por Tom.
- Hora do almoço?
- Isso! Nós estamos em um restaurante novo. Quando vocês voltarem nós temos que vir aqui, mas nada que se compare ao seu macarrão com queijo.
- Oun! - Pôde ser ouvido mais uma vez o grito tanto dos meninos, como das amigas de que estavam ao seu lado.
- Tom, nós tentamos fazer essa porcaria ontem e não deu certo! Agora o apartamento está todo cheirando a queijo!
- Menos o meu quarto! - lembrou.
- É, menos o quarto dela, que na verdade parece mais o seu. Sem papo, a já gastou o seu vidro de perfume.
- Antes fosse só ela - Danny roubou o celular da mão de Tom - , o nosso ônibus está com o seu perfume impregnado!
- Ai gente desculpa! - sentiu o rosto arder.
- , o Harry pediu pra falar pra que à noite ele liga pra ela. a mesma coisa - Tom conseguiu recuperar o celular e falava - Nós acabamos de chegar no quarto. Depois eu te ligo.
tinha um sorriso convencido no rosto assim como .
- Tudo bem eu vou ficar acordada esperando - deu um sorriso com o canto da boca.
- Beijo amor. Eu te amo - Tom desligou o celular logo em seguida.
- Ai gente, ele me ama! - sentiu os olhos marejados e estava rindo a toa.
- Nossa . Que novidade! - rolou os olhos, seguida por risos de e .
- Ai, toda essa conversa me inspirou - se espreguiçou na cadeira - Melhor nós voltarmos para a empresa.

Os garotos se separaram assim que saíram do corredor. Danny e Tom seguiram para a direita e Dougie e Harry para a esquerda. Com alguma dificuldade, Dougie tentava equilibrar o case de seu baixo em um dos ombros e duas malas gigantescas no outro. Enquanto isso, procurava em seu bolso o cartão para abrir a porta.
- Porra, onde eu coloquei? - Dougie mordeu a boca enquanto esvaziava os bolsos.
- Ótimo! Quem foi o ingênuo que deu esse cartão pro Poynter? - Harry rolou os olhos jogando as malas contra a parede, provocando um estrondo.
- Ei! Parem com isso, tem mais gente nesse andar! - Tom lançou um olhar para os outros dois antes de entrar no quarto seguido de Danny.
- Dude! Eu não acho esse cartão!
- Sabe Dougie, você deveria começar se livrando dessas malas - Harry falava entre os dentes encostado contra a parede. Dougie seguiu o conselho do amigo e largou seus pertences da mesma maneira que o outro tinha feito anteriormente, a única diferença foi o estrondo, dessa vez maior.
- Vocês estão ficando malucos? - Tom colocou a cabeça pra fora da porta - Dude, o que você tá fazendo?
- Eu não acho a chave! - Dougie reclamou coçando a cabeça - Ah... Tá aqui... - Ele se abaixou pegando o cartão que descansava no chão.
- Vê se não faz mais barulho! - Tom bateu a porta com um estrondo.
- Olha quem fala... - Dougie rolou os olhos passando o cartão na porta - Ótimo!
- O quê? Abriu?
- Não! O acesso foi negado! Essa porra deve estar brincando comigo!
- Dude, você tem certeza? - Harry se aproximou da porta pegando o cartão da mão do amigo - É... Sabe Poynter, aqui no cartão tem escrito em letras gigantes "Colocar por aqui" e tem essa seta enorme em vermelho... Então eu acho que deve ser por esse lado né? - Harry perguntou em tom extremamente sarcástico.
Dougie ficou calado esperando. Harry passou o cartão e a porta destravou e logo foi aberta.
- Nossa! Realmente foi muito difícil! - Harry deu um risinho convencido.
- Harry?
- Ham...?
- Vá se foder - Dougie bufou pegando suas malas e entrando no quarto logo em seguida.

- Nossa, como eu estou cansado! - Tom se jogou na cama.
- Cansado? - Danny praticamente gritou - Eu estou elétrico! Eu preciso tocar, pular, gritar! - Enquanto falava sobre as ações, Danny imitava cada uma delas, dedilhando uma guitarra invisível e pulando de uma cama para a outra.
- Dude, relaxa, amanhã a gente vai passar o som e a noite nós fazemos o show. - Tom riu fechando os olhos.
- Nossa, nem me fale! - Danny deu mais um pulinho - Bom, vou tomar banho, aproveita e liga logo pra , não quero ficar ouvindo conversinha de namorado, amor pra cá, amor isso, amor aquilo... mimimi, “eu te amo”.
- Você fala isso porque brigou com a - Tom respondeu com a língua afiada.
- Não fala esse nome. - Danny mudou o tom de voz, para um sério e ressentido.
- Foi mal dude, eu não...
- Tô indo tomar banho - Danny virou de costas fechando a porta do banheiro atrás de si.

- Caralho, eu preciso de um banho - Dougie comentou enquanto procurava alguma roupa na mala.
- Bom, eu... - Harry aproximou a cabeça da axila - É... Eu também preciso, mas amanhã eu faço isso. Acho que dormir agora é a minha prioridade.
- É... - Dougie já tinha os olhos fechados.
- Puta merda - Harry levou as mãos à cabeça - Tenho que ligar pra .
- Liga depois.
- Ela vai ficar com raiva.
- Você quer ligar?
- Eu quero, mas eu tô com sono e com preguiça sabe? E além do mais, se ela souber que eu não quero tomar banho, vai ficar enchendo o saco.
- É, então não liga.
- Mas eu tenho - Harry mordeu o lábio inferior.
- Então liga!
- Mas...
- Harry! Se decide, eu preciso dormir! - Dougie pediu.
- Tá... Eu vou ligar. E a ?
- Quando eu acordar eu ligo pra ela. A provavelmente não está esperando a minha ligação...

- Por que ele ainda não ligou? - perguntou pela terceira vez encarando o telefone.
- Eu não sei - respondeu com a voz fraca, já cansada de falar aquilo - Vai ver é porque eles ainda estão desfazendo as malas.
- Desfazendo as malas? Claro que não! , eles estão em turnê! Ninguém desfaz mala em uma turnê! - A garota gritou da sala.
- Bom, então vai ver ele já arranjou outra garota por lá, alguém que ele considere melhor que você, mais bonita e mais legal - deu um sorriso de ponta a ponta enquanto trazia o prato de brigadeiro para a sala.
- Isso não está ajudando.
- Nossa, eu adoro isso! É tão legal fazer o seu papel de vez em quando! - bateu palmas animadas.
- Como assim?
- Bem, você sabe... Você está toda deprê por causa de um menino, porque sente falta dele, essa no caso sou eu na maioria das vezes... E eu estou toda alegre e saltitante, fazendo brincadeiras sobre a desgraça dos outros. É divertido.
- Ai meu Deus! Você é tão lesa às vezes, sabia? - gargalhou pegando uma colher de brigadeiro.

estava em casa e terminava de revelar algumas fotos em seu banheiro. Ele funcionava como uma espécie de escritório, porque ali era o local perfeito para ela fazer aquele tipo de trabalho. A luz estava apagada enquanto ela trabalhava em completa concentração. O telefone tocou no quarto e a garota por instinto ligou a luz do banheiro, acabando com todas as fotos que estavam sendo reveladas.
- Droga! - Ela reclamou ao perceber a besteira que tinha feito - Alô?
- Ok, o que eu fiz de errado? Quando você está com esse tom de voz é porque coisa boa não é - Harry falou em tom divertido do outro lado da linha.
- Bom, digamos que você acabou de estragar a revelação das minhas fotos.
- Ui, isso é um grave delito, não? Ainda bem que eu não estou por aí - Ele riu.
- É, você não está...
- Então, alguma coisa aconteceu nesse tempo em que eu fiquei fora?
- Tudo está normal, só estou com muito trabalho.
- E... Ele te procurou?
- Ele...?
- O garoto do Brasil - Harry agora tinha o tom sério.
- Ligações, as quais eu não atendo... E ele interfona às vezes, mas eu finjo que não estou em casa - deu um suspiro.
- Ham...
- Não precisa se preocupar, como eu já falei, eu estou cheia de trabalho, nada mais consegue preencher a minha cabeça.
- Acho bom mesmo.
Os dois permaneceram em silêncio por alguns segundos, mas esse foi interrompido pelo ronco de Dougie. Harry e deram uma gargalhada juntos.
- O que foi isso?
- O Dougie, nós estamos dividindo o quarto.
- Ótimo! Antes o Dougie do que qualquer outra lambisgóia que você encontre pelo caminho.
- Que tal mudarmos de assunto, hein? Esse território é perigoso! - Harry riu.
- Você me fez perguntas sobre o garoto do Brasil - evitou falar o nome de Vinícius - Então eu tenho o direito de fazer perguntas sobre as garotas inglesas, não?
- Não, porque não tem nenhuma.
- Vocês já fizeram shows... Depois desses shows... Vocês não saem para nenhum lugar? Com ninguém?
- Nós saímos, mas não fazemos nada de extraordinário.
- E nenhuma garota extraordinária estava por lá?
- Não, a única garota extraordinária está em Londres falando no telefone nesse exato momento.
- E ela é a única?
- , eu estou com sono, nós viajamos o dia inteiro dentro de um ônibus.
- Tudo bem, então vai dormir pequeno, eu ainda tenho que recuperar o estrago que você fez com as minhas fotos.
- Não venha me culpar pelo seu nervosismo.
- Como sempre convencido. Boa noite.
- Durma bem, pequena.

sentia as pálpebras se fecharem enquanto ela encarava a janela de seu apartamento. tinha caído no sono na sala, após quatro colheres de brigadeiro. A garota não teve outra alternativa a não ser deitar na cama de seu quarto. A luz fraca favorecia para que a sonolência viesse e não deu outra alternativa a a não ser se deixar levar por um sono profundo.
O telefone tocou a primeira vez, depois disso uma segunda. se remexeu na cama abrindo os olhos e automaticamente pegando o telefone.
- Alô? - Ela não pôde esconder a voz sonolenta.
- Amor, desculpa eu te acordei! - Tom apressou-se em falar.
- Você demorou pra ligar então eu acabei caindo no sono.
- Desculpa, eu estou meio perdido com o tempo ainda.
- Imagina Tom! O importante é que você ligou... Ao contrário do Poynter - rolou os olhos.
- Ele não ligou?
- Não, a ficou chateada e meio paranóica com isso, então fala pra ele ligar amanhã?
- Chateada?
- Tá... Ela ficou muito puta! Mas não diz que eu te falei isso, só dá um toque no Dougie.
- Pode deixar, eu vou fazer isso - Tom deu um risinho.
- O que foi?
- Como sempre se preocupando com os outros.
- Ela é minha amiga, é claro que eu me preocupo... Falando em preocupar... Thomas você está se agasalhando direito? Está fazendo muito frio!
- Eu estou e pode ter certeza que eu nunca esqueço, eu virei motivo de piada durante toda a turnê por causa do maldito agasalho!
O casal passou mais de uma hora no telefone, até que Danny gritou alguns palavrões que não conseguiu entender devido ao sotaque puxado do rapaz. Ela apenas riu, pelo visto estava realmente na hora de desligar.

- ! Ele não me ligou! - vociferava enquanto caminhava pela empresa a passos largos. A garota parecia ainda mais maligna com o barulho que saíam dos saltos de seu scarpin vermelho, os quais entravam em atrito com o chão de forma brusca - Quer dizer... Quem ele pensa que é? - fechou a porta de sua sala com um estrondo.
- Bom dia! - A secretária tentou esconder a surpresa por ver naquele estado de nervos - Só um momento, por favor - Ela segurou o telefone contra a palma da mão - A senhorita tem uma ligação.
- Pra começar bem o dia! - reclamou mal-humorada.
- Do senhor Dougie Poynter - A secretária falou antes que pudesse entrar na sala. lançou um olhar para a amiga que mordia o lábio inferior com força.
- Olha , ele ligou!
- Senhora Elfman diga que eu não estou! Não... Eu estou em marte ou que tal... Eu morri!
A secretária ficou encarando dar as costas e voltar segundos depois apontando o dedo indicador em direção a mulher.
- Não! Faz melhor, manda ele tomar no...
- ! - se colocou na frente da amiga - Senhora Elfman, por favor, peça para o senhor Poynter ligar outra hora. - Murmurou - , você vai ficar se fazendo de difícil até quando? - andou em direção à mesa da amiga com os braços cruzados.
- Até ele perceber a grande besteira que ele fez!
- , ele devia estar cansado. Você acha que é fácil viajar em um ônibus durante horas sem nem ao menos dormir?
- Que ele não dissesse que iria me ligar então! Eu fiquei esperando feito uma idiota! - A garota falou emburrada.
- Ai meu Deus! Você consegue ser tão infantil às vezes - gargalhou levantando-se da cadeira.
- Aonde você vai?
- Trabalhar, sabe, eu não tenho que me preocupar com ligações nem nada disso... E tenho que admitir que estou com uma pontinha de inveja de você. - mordeu o lábio inferior com os olhos marejados.
- ...
- Tô indo , fica bem - Ela forçou um sorriso saindo rapidamente da sala.

- ! Você viu a ? - entrou na sala minutos depois.
- , ela acabou de sair, vocês não se viram não?
- Não... Você sabe pra onde ela foi?
- Acho que pra sala dela - respondeu distante.

fechou a porta da sala de dando um breve aceno para a secretária antes de sair. A garota se deparou com o corredor vazio, ainda era muito cedo e a maioria dos funcionários só chegaria ali daqui a uma hora. Ela encarava o final do corredor e andava sem rumo até que sentiu um abraço por trás.
- Bom dia! - Olivier deu um beijo no pescoço da garota sem soltá-la.
- Olivier! - segurou as mãos do homem soltando-as de sua cintura - Aqui não! Você está louco? Nós estamos na empresa!
- Nosso local de trabalho! - Ele completou com um riso divertido - Mas nós não somos simples empregados, nós somos donos do lugar.
- Isso não faz a menor diferença - não pôde deixar de sorrir.
Olivier colocou as duas mãos na cintura da garota, virando-a para si.
- Claro que faz, e além de donos da empresa, nós somos namorados esqueceu? - Ele aproximou seu rosto ao da garota beijando sua bochecha.
- Oliver! Fala baixo! - sussurrou - Ninguém sabe!
- Você ainda não contou para as suas amigas? - Ele perguntou um pouco confuso.
- Não... - mordeu o lábio inferior - Eu estou tentando encontrar o momento certo, mas vai ser logo, eu prometo.
- Tudo bem, isso significa nada de beijos no trabalho?
- Exatamente.
- Nem se for na minha sala, onde ninguém entra sem autorização? - Olivier abriu um sorriso infantil de ponta a ponta tentando convencer a garota.
- Eu tenho muito trabalho, mas nós podemos almoçar juntos, não?
- Você sempre tem trabalho demais, vou ter que conversar com o seu pai sobre isso, tenho certeza que ele não vai se importar em te dar mais folgas.
- Eu agradeço, mas trabalhar é bom, agora eu preciso mesmo ir! - tentou se soltar dos braços do rapaz, mas este a impediu - Oliver, eu estou falando sério.
- Você sabe o que precisa fazer pra ter a sua liberdade - Ele sorriu.
- Ai meu Deus! - colocou uma das mãos no rosto do rapaz puxando-o para si selando seus lábios em um pequeno selinho - Satisfeito?
- Nem um pouco - Ele sorriu aproximando seu rosto mais uma vez contra o de beijando-a com mais vontade.
- ? - virou em um dos corredores se deparando com o casal que se beijava. A garota ficou em choque e não conseguiu esconder isso ao ver os dois se separarem rapidamente. tinha o rosto vermelho e Olivier apenas sorria, simpático como sempre - Me desculpem eu não...
- Tudo bem eu já estava de saída - Olivier a cumprimentou com um breve aceno - Até mais tarde .
esperou que Olivier sumisse no corredor e voltou a encarar a amiga com uma expressão incrédula. Ela apenas virou de costas e saiu andando na direção oposta a de . Esta por sua vez correu até a amiga impedindo que ela continuasse.
- , espera!
- ! O que realmente está acontecendo entre você e o Olivier? Deve ser algo sério, pra vocês estarem se agarrando no corredor da empresa! Você ficou louca? E se alguém pega?!
- ...
- Iam espalhar boatos! Iam falar que ele estava se aproveitando e... Nossa, foi muita sorte só eu ter visto!
- ...
- Essa foi a primeira vez?... Ai não! Tiveram outras?
- ! - Dessa vez gritou calando a amiga - Eu estou namorando o Olivier.
- Ai meu Deus! - Foi a única coisa que conseguiu dizer.
- Pois é... - encarou os sapatos sem saber o que dizer.
- Mas...
- Sabe , eu cansei! - tinha lágrimas nos olhos - Cansei de ficar idealizando o meu amor perfeito. Eu queria o Danny, queria mesmo, muito! Mas não deu! Ele não quis me ouvir e eu não agi da melhor forma. Agora eu tenho o Olivier e ... Ele é o homem perfeito! O namorado perfeito! Aquele tipo de pessoa que te faz sentir desejada e querida o tempo todo! Única! A diferença é que eu amo o Danny, mas eu não vou ficar esperando por ele! Porque eu sei que quando ele voltar daqui a dois meses...
- Na verdade é um mês e três semanas... - falou baixinho corrigindo a amiga.
- Que seja, quando ele voltar, o Danny... , o Danny não vai falar comigo. Não tem mais solução. Eu só quero encontrar um jeito de continuar vivendo a minha vida sem me sentir um lixo completo. O Olivier me faz sentir bem e eu me divirto com ele. Eu só estou tentando...
- Eu entendi, - falou no ouvido da amiga enquanto a abraçava com força - Desculpa ter te julgado. Já basta a barra que você está passando.
- Obrigada por me entender - retribuiu o abraço.
- Pode deixar que eu vou tratar de contar sobre o seu namoro pra e pra . Não quero mais estresse na sua vida.

- Droga - Dougie cochichou enquanto enfiava o celular no bolso da larga bermuda que usava.
- O que foi dude? - Harry perguntou enquanto batucava na poltrona de Dougie.
- A , ela não me atende - Ele virou a cabeça para trás a fim de encarar Harry.
- Vocês brigaram? - Harry perguntou mais uma vez ainda batucando.
- Não... Pelo menos eu acho que não.
- Tem certeza Dougie? - Tom que tinha seus fones de ouvido no máximo volume desligou o iPod a fim de entrar na conversa.
- Acho que sim...
- Você não fez nada? - Tom tentava pressionar o amigo para que ele tentasse se tocar de que não havia ligado para na noite anterior.
- Não! O que eu poderia ter feito? - Dougie fez uma careta.
- Nossa, só tem uma semana de turnê. Ela só deve estar ocupada - Danny tirou os olhos da revista que tinha em mãos e encarou os amigos.
- Dude... Você deve ter feito alguma coisa... - Tom tentou mais uma vez. Ele podia ouvir a voz da namorada em sua cabeça, lembrando-se das palavras que ela utilizara enquanto falavam no telefone "mas não diz que eu te falei isso, só dá um toque". O garoto tentava imaginar um jeito de falar aquilo da maneira que tinha lhe pedido. "Caralho, o Dougie é uma porta!" Tom pensou coçando a cabeça impaciente.
- Eu não fiz nada!
- Caralho Dougie! A tá puta porque você não ligou pra ela ontem! A me disse que ela ficou esperando você ligar e ao invés disso você dormiu, enfim, ela ficou mais puta ainda e agora não tá querendo falar contigo! Pronto! Falei! Porra, é difícil sacar isso? - Tom recuperou o fôlego ligando o iPod novamente.
- Puta merda! - Dougie levou as mãos ao rosto, escondendo-o - Ela deve estar muito puta!
- Eu te disse pra ligar - Harry deu um risinho.
- Disse porra nenhuma! - Dougie rolou os olhos sobre as risadas do amigo - O que eu vou falar?
- Ela ficou puta... Só por causa disso? - Danny perguntou despreocupado.
- Você definitivamente não conhece a . - Dougie encarou a janela do ônibus pensando no que falaria quando finalmente conseguisse falar com ela. Na frente de seus olhos as casas cinzentas e as árvores secas passavam rapidamente, porém não atormentavam o garoto que parecia perdido demais em seus pensamentos, em busca de alguma solução para o problema que tinha sido descoberto naquele exato momento.

contraiu o casaco que usava contra o corpo ao sentir um vento forte bater e levar seus cabelos para trás. O campus da faculdade estava agitado naquele dia. Nesse começo de semana, novas turmas seriam formadas e novos estudantes entrariam para o lugar. Pelo que ela pôde perceber, aquele dia seria o de matrícula, pois várias tendas estavam montadas próximas a entrada. Um grupo veio na direção oposta a ela conversando animadamente. Ela se desviou sem olhar no rosto de nenhum deles. Com as duas mãos a garota arrumou a boina que usava, empurrando-a a fim de encaixá-la melhor na cabeça. Já estava próxima a entrada de seu dormitório, ela conseguia ver a porta do prédio e na frente dela um jovem rapaz estava de costas apertando um dos interfones.
- Olá... Eu vim visitar uma amiga - Ele falou com um inglês afiado assim que ouviu a resposta do outro lado.
O corpo de estremeceu. Ela conseguia sentir as fortes batidas que seu coração dava contra o seu peito naquele momento. Seus olhos estavam saltados e em seu rosto uma expressão de medo. Ela tentou, mas nenhum músculo se mexeu. Mais uma vez a voz do rapaz foi ouvida.
- Que amiga? - A voz que saía do interfone perguntou.
- Annie... Annie MacLaughlan - O garoto respondeu jogando o capuz de seu moletom para trás deixando que ficassem visíveis os fios dourados e a pele pálida de seu pescoço.
levou uma das mãos ao peito dando um longo suspiro. "Não é ele", ela pensou voltando a controlar as ações de seu corpo. A garota continuou assistindo a cena do rapaz conversando com uma garota do outro lado da linha. Pelo visto ele estava no dormitório errado, já que após pedir desculpas saiu andando na direção oposta a do prédio. acompanhou o rapaz com os olhos e assim que ele sumiu de vista se deu conta do quanto estava com frio. Ela balançou a cabeça espantando qualquer tipo de pensamento que envolvesse Vinícius. Só queria sair dali e entrar logo em casa, um lugar que agora, nem ela mais sabia se seria seguro.

encarava o projeto que tinha em mãos enquanto tentava bolar alguma idéia para o tipo de promoção que fariam sobre o produto. Todos já haviam saído para almoçar e pelo visto ela tinha sido a única a ficar no lugar naquele horário. Ela não queria quebrar aquela concentração que tinha conseguido alcançar após algumas horas relendo o mesmo projeto várias vezes. Ela lia cada linha com atenção sem perder qualquer palavra. O telefone de sua sala tocou assustando-a.
- Senhora Elfman, eu pedi para a senhora não me interromper enquanto eu estivesse trabalhando nesse projeto - falou em tom seco.
- Me desculpe, mas senhorita, o senhor Poynter está no telefone e bem... Ele já ligou mais de três vezes - A senhora Elfman respondeu com a voz baixa. Por alguns segundos chegou a pensar que ela estivesse com pena de Dougie.
- Senhora Elfman, diga que eu estou ocupada. Invente qualquer coisa! - pediu desligando o telefone.
- Alô? - A mulher o chamou assim que desligou com .
- ?! - Dougie perguntou animado.
- Não, aqui é a secretária dela, infelizmente ela está em uma reunião.
- Olha senhora...
- Elfman... - Ela completou.
- Eu sei muito bem o que a está mandando a senhora fazer! Mas olha, eu não tive culpa!
- Eu...
- É sério, eu estou em turnê! Estava cansado, o que ela queria, que eu dormisse no telefone enquanto falasse com ela? - Dougie falava sem pausas.
- O senhor poderia ligar uma outra hora?
- Senhora Elfman, fala para a o seguinte, que eu não tive culpa e que eu não vou desistir de falar com ela.
- Quando ela terminar a reunião pode ter certeza que eu passarei o recado.
- Eu sei que ela não está em reunião nenhuma! - Dougie falou impaciente - Diga isso para ela, por favor.
voltou a atenção para o formulário sendo interrompida mais uma vez pelo telefone.
- Senhorita, o senhor Poynter pediu para eu lhe dar o recado de que ele não teve culpa e que não irá desistir de falar com a senhorita.
- Senhora Elfman, diga para o Dougie o seguinte: Que ele teve culpa sim e que ele não venha dar uma de Harry pra cima de mim não, porque eu não sou a !
- Harry?
- É! Um amigo nosso. Ele tem fama de não desistir nunca, e a a de ser muito difícil. Senhora Elfman, agora vá e fale isso pra ele! - desligou o telefone ao terminar a frase.
- Senhor Dougie?
- EU! - O rapaz praticamente gritou ao telefone - O que ela disse?
- Que o senhor teve culpa sim e que você não venha dar uma de Harry pra cima dela, porque ela não é a .
- Ela não é a ?! - Dougie mais uma vez praticamente gritou - E eu não sou o Harry?
- Isso.
- Ah tá bom. Já que ela não é a , a mulher de aço que nunca cede quer dizer que a vai ser mais fácil?
- O senhor vai dizer isso pra ela? - A mulher perguntou um pouco confusa.
- Vou... Por quê? Você acha que ela vai ficar puta com isso?
- Querido, eu não sei quem é e muito menos Harry, eu só passo o recado - Ela disse impaciente.
- Nossa a senhora parece impaciente... Deve ser difícil trabalhar para a né? - Dougie perguntou descontraído - Droga... É hora do almoço, ou seja... Nós estamos segurando a senhora na empresa?
- Exatamente - A mulher soltou um suspiro.
- Por que ele tá demorando pra responder? - gritou da sua sala para a mulher.
- Ela quer uma resposta.
- Diga o que eu falei - Dougie disse.
- E então? - atendeu o telefone rapidamente dessa vez.
- Ele disse que já que você não é a , considerada a mulher de aço que nunca cede, a senhorita será mais fácil.
- Ele falou isso afirmando? - gritou do outro lado da linha - Que abusado!
- Não! Ele perguntou.
- A senhora pode repetir a frase pra eu entender o contexto? Tem muita coisa passando pela minha cabeça.
- C-Claro... - A secretária deu um longo suspiro repetindo toda a frase.
- Diga para ele que eu não sou tão fácil como a ! - mordeu o lábio inferior - Ai meu Deus! A que não me escute falar isso...
- Ela disse isso? - Dougie deu uma gargalhada - Droga o que eu vou responder?
- Eu sugiro que seja alguma coisa boa, porque eu realmente preciso almoçar - A senhora Elfman comentou.
- Ok... Bom, diga pra que é uma pena ela não querer falar comigo porque... Eu realmente quero falar com ela. Eu estou longe de casa, e bem, a porquinha é a única coisa que me faz querer voltar. Ela é a minha casa.
- OUN! - sentiu o olho marejar ao ouvir da Senhora Elfman as palavras de Dougie - Eu não acredito que ele disse isso!
- Ele disse.
- Ai senhora Elfman, ele não é fofo? - perguntou com um tom orgulhoso.
- Ele é... - A mulher responder simplesmente - E o que eu devo dizer pra ele?
- Que... Me ligue à noite, no apartamento da . Ai meu Deus! Eu quero muito falar com ele!
- Então... Por que ele deve ligar só à noite? - A secretária perguntou confusa.
- Eu não posso parecer desesperada! - respondeu como se fosse óbvio - Enfim, diga isso a ele, agora eu preciso ir, estou morrendo de fome. Obrigada Senhora Elfman!
- Ah tudo bem, eu tenho que ir ensaiar! – Dougie falou animado assim que recebeu a resposta da secretária - Na verdade, eu vou comer primeiro... Toda essa conversa me deixou faminto. Valeu Senhora Elfman. Tchau.
- Eles estão famintos... - A mulher deu um risinho irônico - E eu não? - Ela rolou os olhos pegando a sua bolsa de cima da mesa e saindo pela porta antes que recebesse mais alguma ligação.

entrou em casa ligando o aquecedor assim que adentrou o lugar. Com o passar dos minutos, ela pôde sentir o corpo se esquentar e o coração voltar aos batimentos normais após o acontecimento na portaria do prédio, nada melhor do que um chá para melhorar o humor. caminhou até a cozinha, pegou uma chaleira enchendo-a com a água da torneira.
O quarto já estava quente e aconchegante, um cheiro gostoso se instalou no local acalmando os nervos da garota. Ela sentou na cama, tendo as costas apoiadas pelas almofadas. Pensou em ligar a televisão, ou quem sabe ouvir música, mas naquele momento o silêncio era a única coisa que ela precisava. A xícara foi colocada para o lado, sobre o criado mudo e os olhos de pairavam sobre a janela do aposento, de onde podia ser vista uma fina chuva caindo pelo campus. O toque do telefone espantou a calma da garota, que voltou sua atenção para o aparelho telefônico. Tocou a primeira vez... Depois a segunda... A secretária eletrônica entrou em ação e após ser ouvida uma voz masculina se pronunciou.
- ? Bom é o Vinícius... Nossa, como está difícil te achar, pelo visto você não pára em casa. Isso é um bom sinal, certo? Quer dizer... Você estar trabalhando e ganhando seu próprio dinheiro... Fico feliz, muito feliz, mas ficaria mais ainda se você retornasse as minhas ligações ou será que você não quer ver um amigo brasileiro?...
- Novidades pra você: eu tenho amigos brasileiros aqui! - falou da cama revirando os olhos.
- Mas eu prefiro acreditar que você está ocupada demais pra falar comigo. Enfim, me liga. Beijo.
- Por que ele simplesmente não me deixa em paz? - deu um longo suspiro voltando a encarar a janela do quarto.

Vinícius desligou o telefone e voltou sua atenção para a porta do restaurante. Já estava quase na hora de seu expediente. Ele adentrou a porta e logo foi tirando seu casaco. O garoto trabalhava naquele local três vezes na semana, enquanto conciliava com a vida de paparazzi.
- Você está atrasado, Silva - A voz seca e o sotaque britânico afetado do maître foi ouvida, enquanto ele analisava o relógio da cozinha.
- Desculpe, o metrô estava lotado - Vinícius respondeu sem encarar o homem alto e magro a sua frente.
- É bom que isso não se repita. Aqui atrasos são imperdoáveis - Ele respondeu ríspido.
- Não irá - O garoto deu um breve sorriso pegando um dos cardápios sobre a mesa seguindo para o salão.
Vinícius respirou fundo ao encarar o restaurante. Estava cheio. Aquele horário de almoço sempre era assim. Ele passou o olhar pela sala, procurando alguma mesa a qual pudesse atender quando uma moça lhe chamou atenção.

entrou no restaurante com um sorriso de ponta a ponta, Olivier tinha acabado de lhe contar sobre algum fato engraçado de sua infância e ela não pôde deixar de rir. O garçom abriu a porta para que ela pudesse entrar e Olivier pediu que ela entrasse primeiro.

A garota tirou o casaco que usava, entregando-o para o rapaz que a acompanhava. Só assim pode ser visto o vestido amarelo e a forma como ele contrastava com sua pele. Na cintura um cinto preto estava apertado deixando transparecer o pequeno laço da mesma cor. Ela caminhava lado a lado com um alto homem loiro que parecia levá-la até a mesa que tinha reservado.
Vinícius assistia toda a cena, parado, com os olhos vidrados na garota.
- Ei garoto - Um garçom com grandes bigodes tocou o ombro de Vinícius acordando do transe - Vá atender aquela mesa logo.
Vinícius não disse nada, apenas caminhou rapidamente até a mesa escolhida, com dois cardápios na mão.
- Olá, sou Vinícius e servirei vocês hoje - Ele sorriu entregando os dois cardápios.
- Obrigada - A garota de amarelo respondeu retribuindo o sorriso, porém, sem encarar o garçom por mais de dois segundos.
O rapaz que a acompanhava nada disse apenas assentiu com a cabeça agradecendo.
- Então , o que você vai pedir hoje?
- O que você sugere? - Ela perguntou tirando o olhar do cardápio.
- O chefe tem alguma sugestão? - Olivier virou para encarar Vinícius que desvencilhou rapidamente seus olhos de .
- Ah... Claro. A sugestão seria o Coq au Vin - Vinícius forçou um sotaque francês tendo uma certa dificuldade para pronunciar corretamente.
- Coq au Vin - Olivier o corrigiu logo em seguida.
- Perdão - Vinícius sentiu o rosto arder ao receber os olhares do casal sentado a mesa.
- Oliver, não seja tão chato com ele - deu um tapinha de leve no ombro do rapaz que apenas riu - Eu também tenho dificuldade para pronunciar corretamente.
- Eu só estava ensinando a forma correta de falar - Olivier passou a mão de leve sobre a de - Então será Coq au Vin.
- Ok - Vinícius anotava em uma pequena caderneta padrão do restaurante.
- Mon cher, eu tenho que atender esse telefone, eu volto daqui a pouco - Olivier puxou o celular do bolso levantando-se da mesa, seguindo para fora do restaurante.
- E a senhorita vai beber o quê? - Vinícius perguntou.
- Eu acho melhor esperar ele voltar, não sou muito boa na escolha de vinhos nem nada do tipo... - mordeu o lábio inferior escondendo um sorriso - Mas como eu não vou beber vinho... Eu quero uma Coca Cola.
Vinícius deu um risinho ao ouvir o pedido da garota.
- O que foi?
- Bom, as pessoas não costumam pedir Coca Cola aqui, sabe?
- Ah sério? Bom mas eu quero - sorriu.
- Tudo bem, mais alguma coisa?
- Não... Na verdade - interrompeu o rapaz que já ia andado - Desculpe.
- Sem problemas, mais alguma coisa?
- É, desculpa pelo Olivier, ele tem essa mania de corrigir os outros. Ele não faz por mal.
- Eu já estou acostumado. O seu namorado é legal perto das pessoas que freqüentam esse lugar.
- Tenho certeza que sim.
- Bom, é melhor eu me retirar.
- Não, espere! Tem mais uma coisa. Desculpe por ter derrubado o suco naquele outro dia. Eu estava meio distraída.
- Sem problemas – Vinícius sorriu com o canto da boca.
- Nossa, desculpe ter demorado tanto - Olivier voltou para a mesa sentando-se ao lado de . Vinícius deu um breve aceno com a cabeça seguido de um "Fiquem a vontade" e seguiu para a cozinha.

- Dá pra acreditar? - Danny olhava bobo para arena enorme em que estavam.
- Vamos tocar aqui? - Tom perguntou receoso ao diretor do local.
- Vão sim - Ele respondeu - Se me dão licença, vou chamar a equipe do som.
- Dude, imagina isso aqui cheio de gente! - Danny esfregava as mãos, empolgado.
- E eu vou olhar tudo daqui da bateria - Harry subiu na plataforma - Vamos lá, um, dois, três!
- Everybody wants to know her na-a-a-a-ame! - Danny começou a cantar acompanhado de Tom, que fingia tocar guitarra, e Harry que batucava no vento. Ao terminarem a primeira parte da música, Harry fingiu um solo de bateria e gritou em alto e bom som - MUITO OBRIGADO!
- WINCHESTER! - Dougie entrou no lugar completando a frase de Harry.
- Opa, o Don Juan voltou - Harry deu um risinho caminhando até Dougie - E então Doug, falou com a ?
- Mais ou menos... - Dougie coçou a cabeça - À noite eu vou ligar pra ela.
- É isso aí - Danny deu um pedala no amigo.
- Essa turnê vai ser um sucesso, eu sinto isso - Tom disse assim que recuperou o fôlego.
- O Tom tá viajando aí - Dougie riu lançando um olhar para o amigo.
- Vamos dar o nosso melhor - Harry se juntou aos amigos ao lado do microfone.
- É isso aí - Danny disse com um sorriso - Aqui vamos nós!
- Preparem- se, McFly vai entrar em cena, TCHARAM - Dougie sorriu apontando para o rosto de cada um.
- Tava demorando - Todos se afastaram rindo.
- Garotos, vamos passar o som - Fletch entrou no lugar acompanhado pelos técnicos do som.
- Ótimo! - Tom desceu do palco pegando sua case - Vamos começar a trabalhar gente.
- Quando o pessoal do Busted chega, Fletch? - Danny perguntou.
- Daqui a pouco. Eles só estão deixando as coisas no hotel e já vem pra cá. Por isso vamos passar logo o som de vocês.

entrou em casa e com um dos pés fechou a porta em um estrondo. Ela se deparou com que preparava alguma coisa na cozinha. A garota estava de costas com uma calça de moletom e uma camiseta branca grande demais, provavelmente do namorado.
- Não , ele ainda não ligou - falou calmamente caminhando até a amiga com uma tigela na mão.
- E quem disse que eu queria saber isso? - deu um suspiro jogando o casaco sobre o sofá.
- Foi só um palpite... Eu achei...
- Achou errado - falou em ar convencido.
- Hum...
- Tá bom! Ele falou que vai me ligar! - levantou as mãos animadas.
- Sabia! - riu voltando para a cozinha.
- Então, o que você tá fazendo de bom aí na cozinha?

- Ei Dougie, isso não é de comer, cara - James disse assim que viu o amigo encarando uma caixa de som maior que ele.
- E aí dude! - Os dois se abraçaram enquanto o resto do Busted se aproximava.
Os amigos trocaram abraços animados.
- Que horas vocês chegaram aqui?! - Tom perguntou sorridente.
- Cara, não faz muito tempo - Matt abraçava Harry de lado - Mas já to sentindo a energia!
- Vocês viram o bar do hotel?! - Danny perguntou animado - É grande, e tem todas as bebidas possíveis!
- Vai nos ser bem útil depois dos shows - James riu, acompanhado dos amigos.
- Falando em bar - Matt baixou o tom de voz, fazendo os amigos se aproximarem - Vocês viram as garçonetes?!
- Sim! - Harry respondeu com um sorriso - Uma delas até piscou pra mim.
- Ah não - Tom rolou os olhos - Já te falei que ela tava falando com a mesa do lado!
- A mesa do lado por acaso é alta, branca e tem olhos azuis? - Ele rebateu mal humorado.
- Tá, calem a boca - Charlie riu, voltando a atenção pra Matt.
- Hoje os nossos quartos ficarão ocupados, vocês não acham?! - Ele sorriu de forma maliciosa.
- Com certeza - Danny respondeu empolgado, acompanhado de James e Charlie.
- Na verdade, o meu não - Tom afastou um pouco do grupo - Tenho namorada.
- Ah, Thomas, qual é?! - Matt riu debochado, levantando o rosto - Você não olhou direito para as meninas do bar!
- Olhei, e não vi nada que a não tenha, por sinal, ela é bem melhor que essas daí!
- Uuuuhh... - Todos responderam em coro e gargalharam logo em seguida.
- Mas ele tá certo, também não posso, minha porquinha me mataria - Dougie deu um sorriso meio bobo.
- Vocês são dois viadinhos! Elas nunca vão saber! - Danny respondeu emburrado.
- Cara, é a nossa primeira turnê, a gente tá onde muitos queriam e não conseguiram! Vamos aproveitar isso da melhor forma possível! Quem concorda?! - Matt colocou a mão para frente e logo todos os garotos colocaram as suas por cima da dele, com exceção de Dougie e Tom.
- Vocês não vão se excluir assim!... Vão?! - Perguntou Charlie meio espantado.
- Dude... O que acontece na turnê... Fica na turnê - Harry disse meio tímido.
- Harry! - Tom lançou um olhar para o amigo.
- O quê?
- Eu não vou falar nada... - Tom virou a cara.
Dougie olhou para Tom e os dois deram de ombros, juntando as mãos às dos amigos, que gritaram de animação.
- Agora, vamos passar o som! - James andou e pegou sua guitarra.
- E nós vamos descansar um pouco - Harry acenou em despedida e os garotos do McFly voltaram para o hotel.

Capítulo 30


Sexta-feira sempre foi um dia de tédio, para muitos era o dia de sair às compras ou às festas, porém na MPM era completamente diferente. Os funcionários naquela época do ano precisavam ficar na empresa até mais tarde. Porém, as meninas nunca sentiram um vazio tão grande quanto desta vez. O fim da tarde chegou, trazendo aquele vento gelado londrino.
- Você vai direto pra casa? - estava sentada no sofá na sala de , junto com e .
- Eu vou - respondeu - Quero tomar um banho e dormir.
- É, acho que vou fazer o mesmo - disse sem animação - Já que não tem nada mais interessante...
- A verdade é que eles fazem uma falta insuportável - quebrou o silêncio.
- Ai gente... Não vamos entrar nesse assunto - levantou.
- , me dá uma carona? - pediu.
- Eu até daria, mas o papai precisou do meu carro hoje, vou voltar a pé.
- A gente te deixa - sorriu e depois virou pra - Deixa né?
- Deixa, - riu - , se você quiser...
- Ah não, não, , meu prédio é aqui perto, vou andando.
- Então tudo bem.
As amigas se despediram na porta do elevador. desceu ao térreo enquanto as outras seguiram para o novo estacionamento subterrâneo. Quando saiu da empresa, o céu ainda estava claro, e apesar de o sol que aparecia timidamente entre as nuvens, um vento frio batia. A garota arrumou o lenço colorido que usava no pescoço e apertou o sobretudo contra o corpo caminhando em direção a seu prédio. Ela tinha os olhos no chão, a cabeça perdida em pensamentos, porém, estes foram afastados pelo barulho da porta de um estabelecimento que fora batida.
- Não se atrase novamente amanhã, Silva – Um homem barbudo falava com cara de poucos amigos – Você não está querendo perder seu lugar aqui, está?
- Não se preocupe... – O garoto ficou de costas para o homem rolando os olhos fora de seu alcance.
parou de andar por alguns segundos assistindo a toda a cena. O garoto a sua frente encarava a rua enquanto arrumava o gorro que usava na cabeça. Ela o reconheceu assim que prestou mais atenção a suas feições. Era o garçom. Aquele que a tinha atendido há alguns dias atrás e quase sempre, já que ela se tornou uma freqüentadora assídua do local que agora ela também reconhecera como sendo o Montparnasse’25, o restaurante no qual ela quase sempre tinha refeições com Olivier. Ao perceber os olhares de , o garoto se virou para encará-la e pela sua expressão também a reconheceu.
- Olá! - sorriu.
- Hey... – Ele deu um aceno com a mão.
- Então... Está com alguns problemas aqui, hein? – apontou com a cabeça para a porta do restaurante.
- Ah... Isso não é nada – Vinícius rolou os olhos novamente – Eles implicam comigo.
- Eles implicam é? Você não anda fazendo nada de errado?
- Não... – Ele manteve uma expressão séria, mas não conseguiu mantê-la por muito tempo ao ver o sorriso escondido no rosto de – Ok... Cheguei atrasado algumas vezes e derrubei alguns clientes.
- Eu não acredito que criei problemas pra você! – falou espantada.
- Não, eu estava brincando – Vinícius sorriu – Mas isso não importa. Eu não quero ser um garçom pelo resto da vida sabe?
- Imagino... – mordeu o lábio inferior voltando a encarar a rua.
- Ham... O que você faz por aqui? - Vinícius perguntou quebrando o silêncio.
- Acabei de sair do trabalho... Eu to indo pra casa, moro aqui perto.
- Ah, você trabalha...
- Claro que trabalho! – se fingiu ofendida arrancando risinhos de Vinícius.
- Ok! Ok! Entendi... - O garçom a encarou – Você está indo pra casa sozinha?
- Aham, nem é tão longe assim.
- Precisa de companhia?
- Ah... É claro... Eu adoraria – sorriu.
Os dois continuaram andando em silêncio.
- Então... - começou - Como foi o dia no restaurante?
- Bom, você sabe, tem alguns clientes chatos, outros bem arrogantes, mas foi um dia tranqüilo - Ele disse com simplicidade - Pelo menos eu não esbarrei em ninguém - Os dois riram.
- Desculpa mais uma vez - corou.
- Imagina, acontece – Ele arrumou o gorro na cabeça e puxou um pouco, deixando alguns cabelos para fora.

Os dois andaram por mais alguns minutos até chegarem à portaria.
- Promete que isso não vai sair daqui? - Ele riu envergonhado.
- Prometo - segurava o riso - Não vou contar a ninguém que você dorme com um ursinho chamado Jack, tá bom, Jack?
- Ótimo, vai ficar me chamando assim? - Ele perguntou emburrado.
- Mas não é esse seu nome, Jack?
- Vini!
- Jack!
- Vini!
- Jack!
- Vini!
- Jack!
- Jack! - Ele a olhou confuso - Vini!
- Ganhei - gargalhou triunfante.
- Tudo bem, mas só você pode me chamar assim.
- Claro, o apelido é exclusivamente meu - Ela passou pelo porteiro.
- Então a gente se vê - Ele sorriu e acenou.
- Tchau Jack - riu.
- Tchau Rose!
- Jack! – gritou fazendo o garoto dar meia volta – Meu nome é .
- É, eu sei – Ele sorriu timidamente dando um breve aceno e indo no caminho oposto.

O telefone tocou na casa de . A garota estava deitada em sua cama enquanto assistia a um programa na televisão. O toque não parou. Tocou a primeira vez. Tocou a segunda e levantou da cama caminhando até a sala. encarava o telefone, apoiando o rosto com as duas mãos.
- Você não vai atender? – perguntou.
- Não quero parecer desesperada.
- Ele vai desistir... Já tá tocando faz tempo... Se eu fosse você...
- Alô? – falou com a voz aparentemente calma – Ham... Josephine? Não... Não tem ninguém aqui com esse nome – desligou o telefone em silêncio e com um sobressalto gritou – Que tipo de pessoa se chama de Josephine?!?
- Calma, ...
- Essa vaca me deu um susto e... – parou de falar assim que o telefone tocou de novo. Sem pensar ela atendeu prontamente – Alô?
- ! – Dougie falou animado do outro lado da linha.
- Porquinho! – respondeu com um tom apaixonado. deu um sorriso ao ver a amiga daquele jeito, decidiu dar privacidade ao casal, voltando para o seu quarto.
- Nossa, eu fiquei com medo agora, eu liguei pra esse número e tava ocupado!
- Maldita Josephine! Uma mulher ligou aqui procurando por essa daí – falou com tom mal-humorado – Eu levei um susto...
- Que tipo de pessoa se chama Josephine?!? – Dougie falou com a voz um pouco desafinada.
- Dougie! Foi exatamente o que eu disse pra ! – gargalhou.
- Tá vendo, Porquinha, mesmo longe a gente ainda se comunica – Ele riu.
- É... E como andam as coisas por aí?
- Tudo anda tranqüilo. Os shows estão sendo muito bons! O público tá respondendo bem sabe?
- Isso é ótimo!
- Eu nunca pensei que isso fosse acontecer. Está sendo foda demais! Mas sei lá, é cansativo, ficar viajando toda hora sabe?
- Sei... – mordeu o lábio inferior imaginando.
- Eu queria que você estivesse aqui sabe? – Dougie deu um riso sem graça – Apesar de estar vivendo meu sonho e tal... Eu queria que... Você estivesse vivendo isso comigo sabe?
- Eu prometo que da próxima vez eu vou com você. Mas só se você realmente quiser.
- É claro que eu quero! – Ele riu – Só não venha reclamar da cama do ônibus, sério, ela parece uma caixinha de fósforos! Não dá pra fazer nada nela...
- Como é que é? – perguntou rapidamente.
- Não! Não é isso! Acontece que não dá pra se mexer dentro dela sabe? – Ele respondeu atropelando as palavras – Tipo, não tem como mudar de posição... É desconfortável.
- Nem te conto que isso só piorou a situação!
- Quer saber? Esquece! – Dougie gargalhou – Esquece todo esse lance de posições!
- Porquinho! – falou com nojo - E em que tipo de posição você tá pretendendo ficar comigo?
- Não! Eu...
- Na frente de todo mundo? Ew!
- Eu estava falando em dormir! Tipo, não tem como duas pessoas dormirem nesse negócio.
- Ufa! Isso é um alívio – riu junto com Dougie.
A ligação já estava para passar de uma hora de duração. Todos os assuntos foram postos em dia. Desde os rolos na empresa, até as histórias mais engraçadas da turnê.
- Você vai sair hoje? – perguntou subitamente.
- Er... Eu acho que não. Pelo menos ninguém veio me falar nada até agora.
- Ah sim. Então é melhor a gente desligar, amanhã eu tenho trabalho porquinho.
- Tudo bem. Eu prometo que vou te ligar mais vezes.
- E eu prometo atender mais rápido – riu – Boa noite.
- ...
- Ham...
- Não esquece que você é importante pra mim tá? – Dougie falou baixinho.
- Eu não vou.

- DUUUUDE! – Danny e Harry entraram no quarto gritando – Nós vamos sair hoje!
- Sair?
- É, acabamos de falar com o resto do pessoal. Os caras do Busted também vão. – Danny apressou-se em falar.
- Se arruma logo. – Harry disse enquanto revirava a mala atrás de alguma roupa.
- Er... Ok, eu só vou comprar um café. Daqui a pouco eu volto – Dougie disse saindo do quarto logo em seguida.

- Cadê o resto do pessoal? – Matt perguntou pela terceira vez para os amigos de banda, que mais pareciam estar entretidos com uma turista russa que estava na recepção.
- Dude, pra que tanta pressa? – James desviou o olhar por alguns segundos da mulher ao perceber que seu companheiro o encarava com cara de poucos amigos.
- Qual é! Eu tenho que aproveitar esse momento rock star! – Matt respondeu com animação gesticulando exageradamente – Imagina quantas garotas estão lá naquele pub, me esperando?
- Esperando por quem? – Danny perguntou assim que entrou na recepção seguido por Tom e Harry.
- Até que enfim! – O baixista do Busted se levantou subitamente enquanto checava os bolsos da larga calça que usava – Carteira, celular... E o mais importante... – Ele deu um sorriso safado mostrando a ponta da embalagem de uma camisinha para os amigos.
- Você é nojento – Charlie comentou não deixando de sorrir.
- Não. É aí que você se engana, eu sou precavido, o que é completamente diferente.
- Eu apoio – Danny fez um “ok” com a mão para Matt.
- Ué... – Matt começou a contar apontando para cada um dos integrantes de McFly – Três... Cadê a outra princesa?
- No quarto, trocando de roupa – Tom respondeu enquanto ria.
- Mas... Ele já não estava pronto? – James perguntou um pouco confuso.
- Ah dude, relaxa, nem te conto que você arrumou outro sósia! – Danny praticamente gritou pulando na frente de James.
- Ham?
- É! O Dougie, ele foi atacado na rua porque acharam que ele fosse você. Por isso ele teve que trocar de roupa. Encontramos com ele no corredor.
- Que foda! Vocês bem que podiam dar uma despistada nas fãs de vez em quando – James comentou com um olhar perdido e sonhador.
- No way! Isso é irritante demais – Danny rolou os olhos.
- Tcham tcham tchaaaam! – Dougie saiu do elevador com os braços para cima – Estou aqui, agora a gente pode vazar.
- Abaixa o braço dude, tá fedendo – Harry levou as mãos ao nariz fazendo os outros rirem.
- Engraçado você, Harry. – Dougie ironizou, dando um soco de leve no braço do amigo.
- Então, vamos? – Matt levantou os braços e pulou da poltrona na qual estava sentado.

O grupo se dirigiu a saída do hotel. Um vento fraco batia, mas não impediu que os garotos usassem os seus moletons para se aquecer. Após alguns minutos de caminhada eles chegaram à porta do pub onde iriam passar a noite. A fila estava grande, mas como Matt já tinha reservado uma das mesas, o grupo entrou por uma entrada na lateral do estabelecimento.
Uma música rápida começava a tocar, lá dentro as pessoas se acomodavam. O som que o DJ colocava se misturava às conversas altas dos presentes. Matt apontou para a mesa do grupo, uma de fundo, em um lugar mais próximo ao bar. “Estratégico” segundo ele.
Algumas garotas dançavam na pequena pista. Elas lançaram olhares para eles junto com sorrisos bastante amigáveis.
- To adorando isso aqui – Matt comentou jogando-se no assento.
- Eu to percebendo – Harry sentou-se ao lado de Matt.
- Então quem quer umas bebidas? – Charlie perguntou. Todos levantaram as mãos e ele saiu em direção ao bar para pedi-las.

- Um brinde! – Matt gritou com a voz embargada.
- Isso! – Harry o acompanhou com um riso levantando a caneca de cerveja.
- Um brinde à turnê, que vai ser a mais foda de todas! – James levantou sua caneca batendo com a dos companheiros espalhando um pouco de cerveja pela mesa.
- É isso aí! – Tom apoiou o garoto dando um grande gole em sua cerveja – Dude, aonde você ta indo?
- Dançar! – Danny sorriu de ponta a ponta um pouco abobalhado pelas várias cervejas que já havia tomado.
Assim que Danny entrou na pequena pista, algumas pessoas do grupo o seguiram, estes foram Harry, Dougie e Charlie. Danny dançava animado enquanto dava goles em sua garrafa. Os outros tiravam sarro dele, mas também dançavam.

- Ai gente, que legal não? – entrou na sala dando pequenos pulinhos - Nós nunca fizemos uma festa de pijama antes!
- Na verdade já, mas a senhora não participou – deu um riso safado – Estava muito ocupada naquela noite, lembra?
- E como lembro... – perdeu seu olhar no canto da sala dando um longo suspiro.
- Ok! Acorda! – chacoalhou a amiga – Nada de pensar em uma pessoa cujo nome começa com “Tho” e termina com “mas”.
- Ta bom! – balançou as mãos animada. – Cadê a ?
- Terminando de colocar o pijama eu acho – comentou se remexendo no sofá-cama de .
- Pronto, estou aqui – entrou na sala usando apenas um short e uma camiseta de alça branca. Ela caminhou até sentando-se na ponta do sofá-cama.
- Gente, eu aluguei uns filmes! – bateu palminhas – Tem... “Um amor para recordar”, “Antes que o dia termine”, “Como se fosse a primeira vez”...
- Eu to sentindo que a ta bem animada com isso, hein? – comentou.
- Ai gente, fazia tanto tempo que eu não fazia isso... É como ter dezessete anos de novo!
- Bons tempos aqueles, hein? – levantou-se subitamente caminhando até o espelho da sala – Olha, minha pele parecia ser tão melhor!
- Eu acho que isso se chama envelhecer amiga – rolou os olhos.
- Quanto será que custa uma aplicação de botox em Londres?
- Amiga, você não precisa disso! Sai de frente desse espelho e vem sentar aqui com a gente – caminhou até a garota puxando-a para o colchão que estava posto ao lado do sofá-cama.
- Gente, o que vocês acham que os meninos estão fazendo agora? – perguntou pensativa.
- Ah... Que horas tem? – olhou para o relógio em seu pulso – Eles provavelmente devem estar fazendo algo como dormir, jogar videogame ou comer.

- VIRA! VIRA! VIRA! – O grupo de garotos gritava na mesa enquanto Dougie e Charlie estavam em uma disputa para ver quem acabaria com sua cerveja primeiro. Charlie deu seu último gole jogando a caneca para o lado.
- AEEEE! – Todos gritaram.
- Temos um vencedor! – Matt se aproximou do amigo, cambaleando – Charlie Simpson, pessoal!
- Quem é o próximo? Tom? – James lhe lançou um sorriso malicioso.
- Não, não – Tom acenou negativamente com a cabeça – Já encerrei a minha cota de cerveja por hoje.
- Ah qual é! A gente tem que comemorar! – Matt abraçou Tom dando palmadinhas em seu peito.
- Não, é sério.
- URRRUUUL! – Danny gritou no meio da pista enquanto mais uma música começava. Ele dançou no ritmo quando sentiu o corpo de outra pessoa esbarrar no seu. Danny se virou e encarou uma garota que lhe lançava um sorriso. Ele a reconheceu, ela era uma das garotas que eles haviam visto assim que entraram no pub.
- Olá – Ela mordeu o lábio inferior encarando-o dos pés a cabeça.
- Oi – Danny sorriu de ponta a ponta dando um gole na sua cerveja sem tirar os olhos da mulher.
- Alison.
- Danny.
- Então o que você faz por Winchester, Danny?
- Só uma turnê.
- Ah, você é músico! – Ela arregalou os olhos ao receber um aceno afirmativo do garoto – Nossa, eu adoro músicos!
- Bom, digamos que hoje é seu dia de sorte e de suas amigas, caso elas estejam aí... – Danny segurou a garota pelos ombros, ficando atrás dela. Ele aproximou sua boca da orelha repleta de piercings dela - Ta vendo aquela mesa? Todos aqueles caras são músicos, duas bandas na verdade.
- Isso é incrível! Eu tenho algumas amigas sim, mas eu me perdi – Alison se virou para Danny com um olhar infantil.
- Isso é péssimo. – Ele sorriu. Pela primeira vez Danny teve a chance de prestar atenção na mulher que estava a sua frente. Ela era bem mais baixa que ele, apesar dos grandes saltos que usava. As pernas eram ressaltadas pela saia preta com pequenos detalhes em renda. A blusa, que era branca, contornava perfeitamente seu corpo e marcava o piercing no umbigo – Mas... Se você quiser, fica aqui comigo! Até, você sabe... Elas voltarem... – Ele apressou-se em falar ao perceber que ela o encarava enquanto o garoto olhava para cada parte do seu corpo.
- Claro, passar a noite com um músico, uma coisa que eu sempre sonhei – Alison fingiu timidez ao perceber o duplo sentido da frase.
- Além de passar a noite com um músico... Há outras coisas que você gostaria de fazer?
- Me diga você. – A garota sorriu passando a mão pelos seus cabelos loiros.
- Dançar é um começo. – Danny sorriu com o canto da boca.
- Boa pedida. – Ela sorriu se aproximando do garoto.
- Ei, você não tinha me falado que mexia com música...
- Ham? Do que você... – A garota o encarou confusa quando percebeu que ele apontava para o top que usava – Ah sim, não, pra falar a verdade eu sou uma péssima cantora e não sei tocar nenhum tipo de instrumento.
- “Kiss me I’m a musician” - Danny leu as inscrições em voz alta.
- Isso é um pedido? – Ela levantou uma das sobrancelhas.
- Depende de voc... – Danny não conseguiu terminar a frase. O garoto foi surpreendido pelos lábios apressados de Alison. Seus braços passaram ao redor do pescoço de Danny e ele automaticamente a puxou para perto de si agarrando-a pela cintura.

- Caralho! Olha lá! – Harry apontou para longe onde Danny estava com Alison.
- Quem é aquela com ele? – Dougie levantou do assento ficando em pé sobre ele.
- Ela é muito gostosa! – Matt completou gritando para que todos pudessem ouvir.
- Eu não acredito que o Danny pegou alguém e eu to aqui sentando com esse monte de macho – James rolou os olhos.
- Ele foi mais esperto que vocês – Tom riu.
- Cuidado Fletcher eu to de olho em você – James apontou a garrafa de cerveja que tinha nas mãos na direção do garoto.
- Eu não preciso de babá, James. – Tom tentou dar um sorriso fraco.
- Ainda não. – James ressaltou a primeira palavra.
- Eita que o clima tá esquentando. – Matt sentou-se entre Tom e James abraçando os dois pelo ombro – Não briguem, vamos curtir!
- Você ta bêbado. – Tom gargalhou se livrando dos braços de Matt.

- E aí – Danny voltou para a mesa, sozinho.
- Se deu bem hein? – Harry deu palmadinhas no ombro do amigo – To orgulhoso.
- Do que vocês...
- A gente viu tudo Danny boy – Matt gargalhou – Muito gostosa! Ela tem amigas?
- Tem, tem – Danny gargalhou – Na verdade ela vai trazê-las aqui.
- Mandou bem! – Charlie deu um gole na cerveja.
- Que isso, não ia deixar vocês na mão, dude – Danny parou de falar assim que sentiu um toque nas suas costas. Ele se virou e se deparou com Alison. Atrás dela havia mais duas garotas. Todas pareciam ter saído da mesma fábrica de loiras e peitudas.
- E então, não vai me apresentar seus amigos?
- Matt, muito prazer! – Ele pulou do assento aparecendo bem em frente à garota.
- Olá. – Alison sorriu - Então, essas são minhas amigas, Holly e Ashley – Ela apontou cada uma pela ordem enquanto estas acenavam.
- Sentem aqui – Charlie apontou para o local vazio que ficava entre ele e Dougie.
Uma das garotas, Ashley caminhou até lá. Charlie começou uma conversa, acompanhado por Dougie.
Em pouco tempo, os pares estavam meio que ajustados, Danny tinha Alison no colo, em um assento encostado na parede. Eles pareciam não se importar com a presença de outras pessoas no local, pois se beijavam ardentemente.
Charlie tinha se retirado do local para falar ao celular, nesse meio tempo, Dougie e Ashley engataram uma conversa que parecia não acabar.
- Então você é daqui mesmo? – Dougie perguntou pela terceira vez dando mais um gole na cerveja.
- Sou sim. – Ela respondeu sem se importar.
James, Tom e Harry conversavam em um canto. Matt estava no meio da pista com Holly e pelo que todos podiam ver, eles se entenderam bem. Não se desgrudaram em nenhum segundo enquanto dançavam. Já passava da uma da manhã. James, Tom e Harry já tinham ido embora fazia cerca de uma hora. Danny parecia não querer sair dali. Dougie ainda conversava com Ashley e Matt dançava na pista com Holly. Charlie acenou para os amigos avisando que já estava de saída.
Quando o relógio já mostrava duas horas da manhã os garotos concordaram que seria melhor sair dali.
- Isso não precisa acabar aqui sabe... – Alison falou no meio do beijo.
- Nós podemos nos ver outro dia – Danny falou com a voz meio embargada.
- Onde você está hospedado?
- Em um hotel... – Ele respondeu sem dar muita atenção – Fica a duas quadras daqui.
- E você não quer me levar lá? – Alison fez uma cara pidona.
- C-claro – Danny deu um gole em sua cerveja e quase derrubou a garrafa quando sentiu a garota arranhar sua barriga por baixo da camisa.
- Dude... – Dougie apareceu ao lado de Danny cambaleando – Opa, foi mal – Ele encarou as mãos de Alison que pareceu não ficar envergonhada – É só que.... O que eu ia falar mesmo? – Dougie fechou os olhos.
- O seu amigo... – Ashley apareceu atrás dele.
- Ah sim! Vamos embora, o Matt está lá fora esperando a gente! – Dougie falou após um sobressalto.
Danny deu um tapinha na perna de Alison para que ela saísse de cima dele. A garota fez isso pegando em sua mão. Dougie passou o braço direito pelo pescoço de Ashley tentando se apoiar nela. Depois de tantas cervejas ele mal conseguia enxergar o que estava a sua frente.
Danny ia à frente abrindo passagem entre as pessoas. Ele atravessou a porta junto com Alison, seguido de Dougie e Ashley.
- Cadê o Matt? – Dougie coçou a cabeça.
- Pelo visto ele e a Holly estavam com pressa – Ashley comentou para Alison dando um risinho malicioso junto com a amiga.
- Pra que lado fica o hotel mesmo? – Dougie perguntou abobalhado encarando os dois lados da rua.
- Er... – Danny colocou o dedo indicador dentro da boca e o colocou para o alto, tentando ver a direção do vento arrancando risinhos de Ashley e Alison – Tá apontando pra direita – Ele deu de ombros puxando a garota pela mão.
- Tem certez... – Dougie parou de falar assim que sentiu um flash em seu rosto. Não apenas um, mas vários e seguidos começaram a ser dados por um homem do outro lado da rua que vinha caminhando na direção do grupo.
- Quem é esse? Você conhece, Dougie? – Danny perguntou um pouco confuso. - Não, dude, eu não sei quem é... Mas ele tem uma máquina na mão...
- Ele é um paparazzi! – Alison deu um pulinho, animada.
- Continua andando – Danny apressou o passo tentando não tropeçar em seus próprios pés.
- Quem é sua amiga? – O paparazzi perguntou a Danny.
Danny lançou um sorriso sem graça para o homem, não iria responder a nada que perguntasse. O garoto apenas abaixou a cabeça, sentindo uma pontada a cada vez que fazia qualquer movimento com ela.



Capítulo 31


Batidas fortes puderam ser ouvidas na porta do quarto. Danny abriu os olhos assustado sem saber onde estava. Olhou para os lados procurando algo que lhe fosse familiar, porém os movimentos que fizera foram rápidos demais e logo ele sentiu uma pontada em sua cabeça, forçando-o a se deitar novamente.
- O que... – Ele sussurrou baixinho quando sentiu uma mão acariciando seu peito.
- Já acordou? – Uma voz fina e irreconhecível perguntou a ele.
Danny abriu melhor os olhos, agora ele já tinha se acostumado com a pouquíssima claridade que entrava no quarto. Ele olhou para o lado se deparando com uma garota loira de olhos azuis.
- Hey... – Ele disse simplesmente tentando se lembrar de tudo o que havia acontecido na noite anterior.
- Dormiu bem?
Agora ele tinha entendido tudo. Sentiu que seu corpo estava nu, coberto apenas pelo edredom grosso do hotel. As pernas da garota estavam sobre a sua cintura e ela tinha seu corpo escorado ao dele, abraçando-o.
- Aham... – Ele respondeu com a voz embargada enquanto coçava os olhos.
- Eu também! – A garota falou animada.
- Cadê o Tom?
- Tom? – A garota o encarou confusa.
- É... O cara que tava dividindo o quarto comigo.
- Você pediu um quarto só pra gente, bobinho – Ela sorriu mordendo a orelha de Danny – Eu não pensei que tivesse te cansado tanto, você dormiu bastante sabia?
- Que horas tem? – Danny sentou-se na cama assustando a garota que estava com ele. Ao fazer tal movimento o garoto sentiu mais uma vez as pontadas. Ele levou as mãos à cabeça massageando-a tentando fazer aquele mal-estar passar.
- Quase meio dia.
- MEIO DIA? – Danny gritou levantando-se da cama – Droga! Alguém ligou pra mim?
- O seu celular não parou de tocar... Mas você estava tão cansado. Merecia um descanso né? – Ela sorriu de ponta a ponta como se tivesse tido a melhor idéia de todas.
- Ham? – O garoto a encarou por alguns segundos – Er... Você...
- Alison...
- Isso! Alison... É que, eu vou ter que ir embora. Você pode se vestir logo? – Ele pediu enquanto procurava suas roupas e discava o número de Tom no celular.
- Cadê você? – Tom atendeu o celular aos gritos.
- No meu quarto! – Danny respondeu apressado atropelando as palavras – Em um quarto do hotel.
- Danny, tá todo mundo no ônibus! A gente tá tentando falar com você há horas! – Tom reclamava – Porra! É difícil atender o caralho do celular?
- Foi mal! Foi mal! – Danny tentava se desculpar enquanto colocava uma calça – To descendo! To descendo!
- Pra que tanta pressa? – Alison abraçou o garoto por trás beijando seu pescoço.
- Er... Eu tenho que ir embora, eu estou em turnê, lembra? – Danny falou rapidamente enquanto colocava uma blusa amassada.
- Verdade... Eu tinha me esquecido desse detalhe... – Alison falou pensativa.
- Então, é melhor a gente sair daqui logo – Danny caminhou rapidamente até a porta do quarto sendo seguido pela garota. Os dois andaram até o elevador em silêncio e permaneceram daquela maneira até chegarem ao térreo. Por sorte Fletch estava na recepção fechando a conta. Danny caminhou até a área externa do prédio junto com Alison.
- Então... É melhor eu ir... Toma – Ele pegou a carteira entregando-lhe uma quantia de dinheiro – Eu não posso te levar em casa. Pega um táxi.
- Quando você volta pra Whinchester? – A garota colocou as mãos nos bolsos da saia balançando o corpo de frente para trás.
- Eu não sei – Danny passou a mão pelos cabelos tentando coloca-los no lugar – Talvez...
- Danny! – Fletch gritou apontando para o ônibus que o esperava no final da rua.
- Er... Eu tenho que ir – Danny encarou a garota que parecia ressentida com a partida dele – Er... Um beijo de despedida? – Ele tentou parecer o mais educado possível.
- Isso não precisa ser uma despedida – Alison levantou uma das sobrancelhas lançando-lhe um sorriso safado – Eu coloquei o meu número na agenda do seu celular. Quando precisar... – A garota se aproximou do pescoço de Danny. Ela passou a língua pela região abaixo da orelha e subiu dando uma pequena mordida - Me liga.
A buzina ecoou no final da rua chamando a atenção dos dois. Danny se virou para olhar e ao retornar para onde a garota estava. Deu um sorriso e começou a andar em direção ao ônibus sem olhar para trás. As portas se abriram e Danny entrou a passos lentos.
- AEEEE! – Todos os garotos do ônibus arremessaram almofadas, salgadinhos e água nele.
- Danny se deu bem ontem à noite – Charlie gargalhou.
- Matt também! – Harry gritou do fundo do ônibus.
- A gente é foda! Toca aqui Danny – Matt estendeu a mão para o amigo que tinha acabado de entrar no veículo.
- Só o Dougie que não pega ninguém! – James gritou para um dos beliches que ficavam no corredor do ônibus.
Dougie murmurou alguma coisa do tipo “Não enche” ou “Vá se foder” arrancando os risinhos de James. Ao perceber a expressão confusa de Danny, James completou.
- O Poynter, saiu do pub acompanhado chegou na recepção do hotel e dormiu.
- Eu tive que descer pra levar esse animal pro quarto – Harry rolou os olhos.
- Caralho e o pior é que aquela menina que tava com o Dougie era muito hot, dude! – Charlie comentou com pena na voz – Mas nem beijar a garota ele conseguiu!
Dougie murmurou algo mais, do tipo “Quem disse que eu queria ficar com ela?”, mas foi ignorado pelos amigos.
- Tivesse mandado pro meu quarto – Matt gargalhou de um jeito convencido – Dava um jeito nela rapidinho.
Danny ainda estava meio atordoado talvez fosse pela ressaca ou quem sabe pelo sono. Após alguns segundos ele começou a reconhecer cada rosto dentro do veículo e caminhou para sentar no fundo do ônibus. Ele viu Dougie dormindo profundamente na cama do ônibus. Harry jogava vídeo game sem tirar os olhos da televisão e quando fez isso foi para cumprimentá-lo com um aceno de cabeça. Tom estava sentado ouvindo música encarando a rua com cara de poucos amigos. Provavelmente ainda estava chateado com a demora de Danny para sair do hotel. Era certo de que aquele não era o momento certo de conversar com ele ou pedir desculpas. Danny arrastou seu corpo até um dos assentos assim que sentou puxou o celular que estava em seu bolso. Em sua agenda pôde ver “Alison”. Ele encarou aquele nome por alguns segundos, porém não pensou duas vezes antes de apertar o “Excluir” e apagar qualquer rastro daquela menina a qual passara a noite.

E assim os dias foram passando. e Tom estavam sempre mantendo contato, assim como e Dougie, Harry e .

Sempre na segunda-feira, a preguiça e a indisposição tomavam conta de cada uma. Quase na hora do almoço, a porta da sala de foi aberta com violência, e vem com o rosto vermelho em sua direção.
- ! Olha isso! - Sem medir forças, arremessou a revista que tinha em mãos sobre a mesa da amiga.
- ... O que tá acontecendo? – a encarou sem entender.
- Lê isso! – estava tremendo e parecia controlar as lágrimas.
- "Sem perder tempo, os novos fenômenos do rock aproveitam sua turnê" - leu em voz alta - Espera aí... - Ela analisou a foto da revista - Esse aqui é o...
- Continua lendo ! – praticamente gritou jogando-se no sofá da sala da amiga.
- “... Busted e McFly estão viajando por todo o país para divulgar seu trabalho e pelo visto para dar festinhas em pubs locais. Na sexta-feira passada, fontes afirmaram que os integrantes consumiram muito álcool entre os quais estavam inclusos cerveja e drinks”.
- Bando de bêbado, idiota! – comentou atrapalhando a leitura da amiga.
- “... os últimos a saírem do local foram Danny Jones e Dougie Poynter que estavam muito bem acompanhados por duas garotas desconhecidas”.
- Meu Deus! É o Danny e... O Dougie... – encarou com o canto do olho.
- Continua!
- “... os garotos saíram do pub pouco depois que o integrante Matt Willis da banda Busted deixara o local, também acompanhado, por volta das três da manhã. Ao ser questionado a respeito das garotas, Jones apenas riu e seguiu em direção ao seu hotel, onde tanto sua banda, McFly, como o Busted estão hospedados. As duas garotas também entraram no hotel e pelo que se sabe, passaram a noite lá”.
ficou em silêncio apenas encarando a revista que tinha em mãos.
- ... Eu nem sei o que dizer... Vai ver...
- Não vem me dizer que pode ser um mal entendido ! Não defenda o Dougie! – gritou novamente enquanto passava as mãos nos olhos - Como ele pode fazer isso comigo ?!
- Calma , às vezes nem aconteceu nada...
- Ah claro que não, ele tá segurando no ombro dela por pura amizade - levantou do sofá, sentando-se na cadeira em frente à mesa de . Ela puxou a revista para si apontando para cada ponto da foto – Olha aqui! O jeito que eles estão! Ai que ódio!
Enquanto tentava tranqüiliza-la a garota digitava uma mensagem para , pedindo para que ela viesse almoçar com as garotas. Também avisava que não estava nos seus melhores dias. Nesse instante entrou na sala.
- , você viu a capa da...
- Eu vi! - se levantou rapidamente.
- Viu? – a encarou sem entender – Mas eu achei que esse projeto fosse da .
- A tá falando de outra coisa .
- Olha isso ! – mostrou a revista para a amiga que ficou em estado de choque ao vê-la. encarou a foto por alguns segundos sem falar palavra alguma, depois leu a nota.
- Eu não acredito que eles fizeram isso! – falou sem força na voz.

Após a descoberta, as quatro amigas foram almoçar juntas. ficara muito calada enquanto atacava Dougie por todos os lados, xingando-o e falando mal de todas as atitudes que ele estava tendo na turnê.
- Gente, vai ver é só fofoca barata desse pessoal - tomou um gole da água.
- Sendo fofoca ou não, ele tava no maior clima com aquela vaca - balançava a perna, nervosa.
- Você vai falar com ele? – perguntou após ler a revista.
- Claro que não! – respondeu indignada.
- , eu vou conversar com o Tom... Ele pode explicar o que aconteceu... – tentava convencer a amiga.
- Não! – gritou – Só quero avisar uma coisa pra vocês e principalmente para você Dona . A partir de hoje eu não falo mais com Dougie Poynter. Nada de telefonemas, nada de recados, nada! Entenderam?
As garotas se entreolharam e resolveram concordar. Um silêncio se instalou no lugar e segundos depois ele foi quebrado por .
- Meninas, eu queria aproveitar o momento pra contar uma coisa - mordeu a boca.
- Fala - As três responderam em coro.
- Eu to saindo com um cara. Tipo... Não saindo, é só que...
- Que novidade - disse com sarcasmo - Todo mundo já sabe do seu namoro com o Olivier.
- Não, não, outro cara... - Ao ouvirem isso, , e se olharam e logo em seguida, com um sorriso maroto, miraram .
- Você não pára quieta! - riu.
- Quem é ele? - perguntou.
- É o Jack - riu - Eu só o chamo assim.
- Ele é bonito? - a olhou curiosa.
- Ele é um gato.
- Jack, gostei desse nome - sorriu para a amiga.
- Na verdade é um apelido, mas enfim não aconteceu nada ainda... É só que, ele me leva em casa todo dia... Desde a sexta-feira passada e bem... Nós fazemos passeios bobos sabe? Nada que possa ser rotulado de “encontro”... Mas eu estou me divertindo... – sorriu – Ele é uma espécie de amigo.
- Eu fico feliz sabe ? – comentou dando um gole em seu suco de limão –Você superou toda essa história do Danny. - Não completamente, mas eu estou tentando... Eu tenho certeza que não tem como as coisas voltarem a ser como eram antes... Bem que eu queria... Mas no momento isso não é possível.
- Já que o assunto é homem - começou, recebendo olhares curiosos das amigas - O Vinícius voltou.
- Quem é Vinícius? - perguntou.
- Meu ex.
- Mas ele é de onde?
- Gente, de boa... Não quero falar sobre ele, não sei nem porquê toquei no assunto - levantou da mesa.
- Tudo bem – concordou – Ué, pra onde você tá indo?
- Pra casa...
- Quer uma carona? – perguntou – Eu só vou ter que parar em uns dois lugares antes de te deixar.
- Sem problemas. – sorriu esperando as amigas se levantarem.
- É, pelo visto todo mundo tá pecando, dos dois lados hein? O ex da ... Jack e Olivier... – deu um risinho, mas parou ao receber como retribuição cara fechada das amigas.
- Você podia ter ficado calada – rolou os olhos levantando-se da mesa.
- Ok... Ok... Parei! – mordeu o lábio inferior um pouco constrangida pelo comentário que fez, caminhando até o carro junto com e .

não usava mais o seu carro para ir à empresa. De manhã Olivier a buscava em casa e no final do expediente ela voltava andando acompanhada de Jack.
Enquanto ela caminhava, prestava atenção nos rostos que passavam a sua frente procurando pelo garoto. Foi quando com um aceno do outro lado da rua, Jack a chamou.
- Nossa você mudou de posição hoje – sorriu ao se aproximar dele.
- É sempre bom surpreender. – Ele coçou a cabeça um pouco sem graça.
- Só para surpreender? – A garota o encarou – Por que você não estava do outro lado da rua?
- Tudo bem... Eu fui despedido... – Vinícius rolou os olhos.
- Despedido? Mas... Como? Por quê? – fez uma pergunta atrás da outra arrancando risos de Vinícius.
- Desavenças, só isso – Ele respondeu simplesmente após um longo suspiro.
- E você já está procurando outro emprego?
- É bom eu começar; preciso pagar o meu curso na faculdade – Ele fez uma careta – Mas não vamos falar de problemas, você quer que eu te leve em casa ou não?
- Tudo bem... Nada de falar sobre problemas.
- Você tem alguma coisa pra fazer depois que me deixar em casa? – perguntou quebrando o silêncio.
- Aham... Eu tenho... Digamos que... Um problema pra resolver.
- Sei...
- E você está curiosa para saber o que é. – Vinícius completou em um tom divertido.
- Você não precisa me falar! – respondeu rapidamente.
- Não? Então tudo bem. – Ele sorriu um pouco aliviado voltando a olhar para frente.
Em poucos minutos o casal chegou à portaria do apartamento de . A garota se virou para agradecer Vinícius.
- ... – Ele começou antes que ela dissesse qualquer coisa – O que você ia me dizer naquela hora?
- Em que hora?
- Naquela que você perguntou o que eu faria depois de te deixar aqui.
- Ah sim... Eu ia te chamar pra fazer qualquer coisa – deu de ombros – Só pra te animar sabe?
- Quem sabe outro dia – Vinícius sorriu enquanto a assistia entrar no prédio. Após um breve aceno desapareceu. Vinícius se virou seguindo para o metrô.

- Tchau gente, valeu - beijou o rosto de e desceu do carro.
- Ai desculpa pela demora em te deixar em casa ! – pediu.
- Imagina!
- Também, essa “parada em dois lugares” – fez aspas com as mãos – Acabou se multiplicando né, minha filha?
- Não tem problema – sorriu – Até amanhã!
- ! ! – gritou descendo do carro – Eu preciso de uma saia emprestada.
- Ah claro... Você vai esperar no carro ?
- Vou... Só não demora ! – falou antes que as duas entrassem no prédio.

- Pra que você quer uma saia afinal? – perguntou confusa enquanto abria a porta do seu dormitório.
- Eu vou sair. Não hoje, mas essa semana com certeza! – falou decidida.
- Por vingança?
- Não é vingança! Acontece que eu e o Dougie não estávamos namorando. Só ficando... Então eu não estava ficando com ninguém porque eu meio que me importava com ele... Mas pelo visto o Dougie não tá nem aí pro nosso relacionamento.
- Eu fiquei preocupada com isso sabe? A minha relação com o Harry tava na mesma situação. Tipo... O Dougie e o Danny hoje... E se amanhã for o Harry?
- É bom você ficar preparada... – rolou os olhos – Nesse mesmo dia que o Dougie deu essa mancada no pub ele me ligou...
ficou em silêncio apenas ouvindo a história da amiga. Enquanto escutava procurava algumas peças de roupa.
- Ele falou “Não esquece que você é importante pra mim tá?” Pelo amor de Deus! Isso é muita cara de pau! Daí, algumas horas depois ele cata qualquer uma naquela cidadezinha de merda!
- Da última vez que eu falei com o Harry ele não deixou claro que não ficaria com ninguém lá sabe? – deu um longo suspiro.
- Mas ... Ele não ter saído na foto não quer dizer que ele não estivesse com alguém lá dentro. E esse seu ex-namorado? Que fica te ligando e tal... Você tem falado com ele?
- Eu não quero falar com ele ... – ficou com o olhar perdido em um canto do quarto quando fora acordada pela buzina impaciente de – Toma. Aqui tem um vestido e duas saias. Impossível você não ficar linda com eles.
- Muito obrigada, deu um beijo no rosto da amiga saindo logo em seguida.

abriu a porta e jogou a bolsa de qualquer jeito no sofá. Abriu a geladeira e bebeu um pouco de leite, quando a campainha tocou. Provavelmente tinha esquecido alguma coisa no apartamento. olhou para a cama e viu que uma das saias acabou ficando por lá. Ela pegou a peça e caminhou até a porta já pensando em como era cabeça de vento. Ao abrir, seu estômago deu um giro e ela arregalou os olhos. A sua frente estava parado um garoto bem mais alto que ela. Ele tinha a pele clara e lisa. Seu gorro estava posto de maneira estratégica para que alguns fios de cabelo ficassem para fora. Suas mãos estavam por dentro do bolso frontal do largo moletom vermelho que ele usava. Com um reflexo rápido tentou fechar a porta, porém o rapaz a segurou antes que ela pudesse fazer isso. Após alguns segundos de luta a porta foi aberta sem dificuldade pelo rapaz.
- Oi - Ele sorriu tentando esconder a respiração um pouco alterada.
permaneceu calada apenas encarando-o. A saia que ela tinha em mãos caíra no chão, bem em frente aos seus pés. O rapaz se abaixou pegando a peça do chão e estendendo-a em direção a .
- Eu acredito que isso seja seu... – Ele falou forçando um inglês britânico.
pegou a peça da mão dele apertando-a contra o peito.
- Qual é ... – Agora ele falava em português – Depois de tanto tempo sem me ver, é assim que você me trata?
- O que você está fazendo aqui? - estava sem reação.
- Direta como sempre – Ele falou tentando descontrair.
apertou a saia com mais força contra o peito encarando o chão do aposento.
- Bom... Você não atende minhas ligações, ignora minhas mensagens, nunca está em casa... Eu tenho que aparecer certo?
- Ah... É... Eu... Tava sem tempo - Ela disse sem jeito.
- Certo - Ele puxou a toca mais pra baixo - Então, você vai mesmo me deixar congelando aqui fora?
- Desculpa - deu espaço - Entra.
- Então, você continua aqui - Ele sentou na cama e bateu do lado para ela sentar também, e foi o que ela fez.
- Continuo - evitava olhar nos olhos do rapaz - E você veio pra cá...?
- Eu estava na Holanda estudando... Como eu falei na secretária eletrônica e bem... Eu consegui metade da bolsa para fazer um curso aqui, mas ai to precisando trabalhar pra pagar uma parte, você sabe né.
- Eu entendo.
encarou o chão sem falar uma palavra. Ela tentava controlar os batimentos do seu coração e sua respiração que não tinham se acalmado desde o incidente na porta.
- Você deve estar se perguntando o que eu estou fazendo aqui, certo? - Ele quebrou o silêncio.
- Na verdade... É isso mesmo.
- Vou esclarecer sua dúvida - Vinícius sentou de frente para ela - Eu estou aqui porque, além de o destino me trazer de volta para Londres, eu fiquei devendo desculpas a você. Eu sei que eu não devia ter ido embora na primeira vez, eu estava errado, mas você me perdoou. Ai eu não satisfeito, fiz a besteira com a sua amiga e depois disso, bom... Eu estraguei tudo.
ainda encarava o chão com uma expressão séria, enquanto ele a olhava triste.
- Aí eu comecei a pensar - Continuou - Que aquilo não valia a pena, era só uma fase. , eu vim aqui porque eu to disposto a começar de novo, te conquistar de novo se for preciso... E eu acho que vai ser, não?
- Vinícius... - Ela o olhou nos olhos pela primeira vez - Isso não vai dar certo, porque eu já tenho outra pessoa que faz o seu papel, e mil vezes melhor.
- Melhor? Humm... Ele te levou pra Itália nos seus dezoito anos? Ele cantou uma música pra você na sua festa de aniversário? Foi com ele que você teve todas as suas primeiras vezes? Ele...
- Ele nunca me traiu com a minha melhor amiga - respondeu com raiva.
- , olha só, olha pra mim - Vinícius segurou as mãos da garota - Eu mudei. Dessa vez eu mudei de verdade, e eu quero muito ter você de volta. Eu posso rodar o mundo inteiro que eu não vou encontrar alguém que me entenda tão bem quanto você! Eu sinto muita falta de tudo que a gente fazia juntos. Todas as terças e quintas quando eu te pegava no inglês e a gente saía sem avisar pra ninguém o nosso destino. Toda sexta - feira a gente assistia a estréia do cinema, sua família me conhecia bem, e você já era parte da minha! Qual é! Você não sente falta?
- O pior de tudo, é que eu sinto Vini, mesmo - mostrava uma expressão triste no rosto.
- Me chamou de Vini... Acho que estamos começando a caminhar - Ele sorriu e pode ver um sorriso fraco no rosto dela.
- Mas eu superei – Havia pena no tom que falava - E agora... Eu to bem.
- Bem?! - Ele a olhou, confuso - Não passou nenhum momento pela sua cabeça me dar um beijo agora?
- Você sabe que eu sempre fui sincera né?
- Eu sei, e eu quero resposta sincera.
- Eu quero muito, mas eu não posso, porque eu não gosto mais de você, não posso mais gostar! Eu gosto do Harry!
- Então o nome dele é Harry! - Vinícius riu - É uma pena, porque eu vou te ter de volta, , custe o que custar.
- Não tenta, por favor.
- Por quê? – Vinícius se aproximou sem tirar os olhos de - Você tem medo de ceder?
- Eu não vou fazer isso - Ela o encarava de perto.
- Será? – Vinícius falou próximo a orelha da garota passando o rosto por todo o seu pescoço e aproximando seus lábios aos dela.
- Por favor...
- Vamos ver - Vinícius se aproximou, encostando seus lábios nos de , que ficou imóvel. Primeiramente ele mordeu o lábio inferior da garota delicadamente. Ele pressionou sua língua pedindo passagem. As palavras ditas por ecoavam na sua cabeça. Seria verdade? Ao ver que não conseguiria evitar, o abraçou pelo pescoço e esqueceu de tudo que havia dito antes, deixando o beijo acontecer.

terminou de sair do banho quando escutou seu interfone. Ela se enrolou em uma toalha e caminhou até a cozinha, onde ele ficava.
- Alô?
- Senhorita, o Senhor Olivier Delacroix está aqui embaixo.
- O Olivier? Droga... Eu ainda não estou pronta – mordeu o lábio inferior tentando calcular quando tempo gastara no banho - Você pode pedir pra ele subir.
correu para o quarto, precisava se trocar antes que Olivier chegasse à porta. A primeira coisa que a garota viu foi um robe roxo. Ela colocou por cima da lingerie. A campainha tocou e ela caminhou até a porta, abrindo-a com um sorriso no rosto.
- Você está linda – Olivier sorriu olhando-a dos pés a cabeça.
- Muito engraçadinho – corou – Eu nem estou pronta.
- Eu juro que não percebi! – Olivier se aproximou tocando seus lábios nos de em um beijo calmo - Você está linda sempre... Ou melhor, você é linda.
- E você é educado sempre. Agora Monsieur Poli fique esperando sentadinho aqui na sala enquanto eu me arrumo.
- Eu aluguei uns filmes, pensei em ficarmos por aqui.
- Sério? – perguntou de seu quarto enquanto colocava alguma roupa – Isso seria ótimo.
Minutos depois apareceu na sala usando um vestido listrado de alça. Olivier estava sentado no sofá de onde coordenava o dvd. Pelo que pode perceber o filme era francês.
- Então o que você trouxe para mim?
- Filmes franceses – Ele disse passando o braço pelo pescoço da garota – Todos eles ganharam prêmios.
- Isso vai ser interessante – Ela disse dando um beijo no rosto do rapaz.

- Quer saber? – levantou-se subitamente da mesa de jantar. ainda tinha yakisoba na boca apenas a encarou com os olhos arregalados – Eu vou sair!
- Pra onde? – perguntou após engolir a comida.
- Não sei... Acho que vou andar...
- Se você quiser pegar meu carro não tem problema, eu não vou usar – disse dando mais uma garfada na comida.
- Eu prefiro ir andando mesmo. Vou me arrumar e ir para algum desses pubs.
- Sozinha?
- É.
- Isso é meio triste sabe? Ir para os lugares, sozinha... – comentou com um tom pensativo.
- Tudo bem, se você quiser ir, vamos!
- Não, eu não quero, só estou comentando. Pelo visto você vai à caça – Ela deu um risinho maroto voltando à atenção para a comida enquanto entrava no quarto para se trocar.

- Por alguns instantes eu achei que você não fosse me deixar entrar... – Vinícius comentou enquanto brincava com a ponta dos cabelos de .
- Eu não ia – Ela falou simplesmente.
- Você estava com tanta raiva de mim assim?
- E eu tinha escolha? Você já se olhou no espelho? Viu o seu tamanho? – deu um risinho fraco sentindo as mãos do garoto apertarem sua cintura.
- Eu estava com saudades de você sabia... – Vinínius deu um beijo no rosto de .
- Hum...
- Tudo bem, não precisa ficar sem graça, eu não esperava que você se sentisse do mesmo jeito depois do que eu fiz... – Ele abaixou a cabeça.
- Eu não quero falar sobre isso...
- Tudo bem você que manda! – Vinícius deu aquele sorriso caloroso que ela tanto sentia falta.

- Então a Anne Marie era a dona da lanchonete... Mas com a construção da... – Olivier parou de falar por alguns segundos – ? Você está me ouvindo?
- Desculpa Olivier. Eu estava viajando aqui – gargalhou – É só que... Eu não consigo entender quase nada do que esse povo fala e os filmes não têm legenda.
- Nossa... Eu não tinha observado isso – Olivier encarou a tela da televisão – Me desculpe !
- Não tem problema. Eu gosto desses programas sabe? Essas coisas mais simples – sorriu para ele – É estranho te ver fora daqueles ternos e restaurantes caros.
- Nós podemos fazer isso mais vezes. Tudo o que você quiser – Olivier se aproximou do rosto de . Com a mão direita ele a segurou pela nuca, puxando-a para si. Ele deu beijos ao longo de seu pescoço e não saiu daquela região. fechou os olhos apenas sentindo um imenso prazer ao senti-lo fazer isso. Ela o puxou para que pudesse fazer o mesmo. Em resposta, Olivier aproximou-se dela, trazendo-a para perto de si. A garota sentou no meio de suas pernas abraçando-o pela nuca. Seus corpos se aproximaram, intensificando o beijo. Olivier levou as mãos às coxas de colocando-as por dentro de seu vestido, este era levantado aos poucos. ficou de joelhos para que ele pudesse tirá-lo com mais facilidade. Olivier encarou o corpo da garota por alguns segundos voltando a beijá-la. Ele começou pelo colo e subiu novamente para o pescoço. colocou as mãos na barra da camiseta de Olivier levantando-a. Ela encarou seu corpo e não pode deixar de sorrir.
- Para um empresário você é bem sarado hein? – Ela deu um risinho.
- Eu me esforço – Olivier sorriu voltando a beijar com mais vontade ao sentir que a garota tinha as mãos em suas calças. Ela o puxou para que em pé, ele pudesse se livrar dela. Após alguns minutos eles foram cambaleando até o quarto da garota. Porém assim que ficou de costas para a porta parou o beijo.
- Aqui não! – Ela disse rapidamente após se lembrar de tudo que havia passado no quarto com Danny.
- Por que não? – Olivier a olhou confuso.
- Está bagunçado... Vamos... Aqui! No quarto de hóspedes – o puxou pelo pescoço para o quarto que tinha a porta do lado da sua.

- Eu acho que está na hora de eu ir embora – Vinícius falou após um longo suspiro. permaneceu calada – ?
- Ham? – Ela o encarou.
- É nessa hora que você fala... “Não, fica mais um pouquinho” – Ele imitou o tom de voz da garota fazendo-a rir.
- Eu estou confusa, preciso de um tempo... Sozinha.
- Tudo bem, eu entendo isso – Vinícius levantou-se da cama pegando sua mochila que tinha deixado no chão – Então... A gente se vê?
- Eu...
- Você vai pelo menos atender as minhas ligações?
- Eu vou... – deu um sorriso.
- Então a gente ainda se fala – Vinícius sorriu se aproximando e colando seus lábios com os de .

- Chegamos! – Matt gritou lá da frente do ônibus saindo do veículo logo em seguida.
- Como ele pode estar tão animado? – Danny perguntou um pouco sonolento.
- Não me pergunte. Caraca aquela parada em Swindon me matou – Tom passou as mãos pela barriga com a cara enjoada.
- Não fale esse nome na minha frente – James falou com a voz fraca – Eu não quero ver coxa de frango na minha frente nunca mais!
- O Matt comeu umas quinze! – Charlie comentou com os olhos arregalados enquanto saía do ônibus.
- O Matt é um monstro – Harry praticamente gritou arrancando gargalhadas do amigo do lado de fora.
- Dougie? Dude? Chegamos – Tom chamou o amigo após alguns cutucões.
- Chegamos? Acho melhor eu ligar pra – Dougie falou com a voz sonolenta enquanto analisava o seu celular.
- Deixa pra fazer isso outra hora dude, nós temos que tirar as malas ainda – Harry comentou enquanto passava pelo corredor – E além do mais, já está tarde.
- Alô amor? - Tom que já estava com na linha.
- O Tom é um mala! – Danny falou próximo ao celular a fim de que ouvisse – Deixa a dormir, Fletcher.
Tom deu um pedala no amigo que passou a sua frente.
- Como está todo mundo? – ria da brincadeira de Danny.
- Ah, o Danny tá um porra louca aqui, ele e o Matt pegam o primeiro rabo de saia que aparece na frente deles... E o resto tá todo mundo bem...
- E você tá se comportando né?
- Claro! – Tom falou apressado – , não fica pensando essas besteiras.
- Eu tava brincando, eu confio em você Thomas.
- Eu também confio em você... Mas e as coisas por aí?
- Ah, tá tudo na mesma, a única coisa nova é que a tá namorando o Olivier... Pelo visto eles se entenderam de vez...
- Namorando? Caralho, o Danny vai ficar louco quando souber...
- Eu acho que ele está com raiva da o suficiente, não dá pra piorar... E além do mais, ele desconta toda essa raiva dele nas menininhas que ele fica pegando por aí, tentando esquecê-la – falou mal-humorada.
- Verdade, falando em show, ontem nós fizemos um.
- Sério? E como foi? – perguntou animada.
- Nossa foi muito bom ! Você não tem noção, as pessoas estavam animadas demais!
- Que bom amor! Eu fico feliz por saber disso...
- É...
Os dois permaneceram sem silêncio por alguns segundos, durante esse mês que tinha se passado, e Tom tiveram uma relação baseada em ligações telefônicas, se falavam quase todos os dias, menos naqueles em que os garotos tinham um show para fazer, mas mesmo assim, ambos sentiam um vazio dentro de si, quando lembravam a distância que os separava.
- Amor? – Tom perguntou com pena na voz.
- Oi... – respondeu com a voz chorosa.
- Amor, você tá chorando?
- Quase... – Ela falou respirando fundo.
- Pára, por favor, você sabe que eu queria estar aí com você, mas daqui a um mês eu volto e nós vamos ficar juntos de novo.
- Eu sei Tom, mas é horrível sabe? Não ter com quem conversar, quem abraçar, com quem dormir, quem faça macarrão com queijo pra mim, as meninas estão me ajudando muito, mas eu quero você aqui...
- Eu também sinto isso, mas amor, eu prometo, quando eu voltar nós vamos ficar juntos e matar todas as saudades, você vai ter que pedir férias, só pra ficar comigo!
- Férias? – deu um risinho. Tom ficou mais aliviado ao ouvi-la rir, sabia que estava conseguindo animá-la de novo.
- Claro, eu te quero só pra mim, não quero ter que dividir o nosso tempo com nada e com ninguém.
- Tá bom, vou providenciar isso... Agora é melhor eu desligar... To morrendo de sono.
- É, eu também tenho que ir... Estou cansado.
- Eu te ligo amanhã então – falou desanimada.
- Tá bom, vou ficar esperando – Tom suspirou fundo – ?
- Oi...
- Eu te amo muito viu?
- Eu também amor, muito muito e...
- Manda um beijo pra – James falou próximo ao telefone.
- Er... O James tá te mandando um beijo... – Tom falou com a voz seca – Aham... É... Ela te mandou outro e falou que vai querer saber de tudo sobre a viagem quando voltar.
James ficou satisfeito com a resposta e saiu do ônibus logo em seguida. Tom ficou mal-humorado instantaneamente. Ele continuou com a namorada na linha por mais alguns segundos apenas falando sobre como tinha sido a viagem e onde ele estava. Apesar de perguntar o porquê da mudança de humor ele apenas culpava o cansaço e inventou uma desculpa para desligar e falar com ela no dia seguinte.
- É Dougie, a gente tem que ficar com o olho aberto – Tom comentou para o amigo que assistira a toda a cena.
- É...Vou deixar só um recado... É melhor – Dougie ligou para a casa de , porém ninguém atendeu. Logo a ligação caiu na secretária eletrônica.

decidiu andar mesmo com o frio da noite londrina. Fazia tempo que ela não curtia as ruas da cidade de Londres. A garota colocou a saia jeans de . Por ser muito curta ela colocou uma legging preta que ficava por dentro de uma bota de bico fino. A jaqueta de couro tinha a mesma cor da legging, uma costura preta formava pequenos cubos ao longo de toda a peça, além disso, haviam alguns detalhes de metal nos zíperes laterais. Vez ou outra ela tinha que mexer a cabeça para impedir que os cabelos tampassem a sua visão.
Após andar algumas quadras a garota avistou um pub, entre muitos que estavam abertos, porém ele lhe chamou a atenção por ser o mais lotado de todos. A fila estava dando volta na rua. Aquilo bastou para que ela se visse andando em direção ao final da fila. estava perdida em pensamentos, às vezes lembrando de algumas coisas, outras vezes apenas admirando a cidade. Nesse momento ela sentiu um peso contra seu ombro, um forte esbarrão.
- Por que eu não esperava ser outra pessoa a não ser você? – Um sotaque britânico fortíssimo se pronunciou.
levantou seu olhar e se deparou com Johnny Borrell. Aqueles globos azuis a encararam dos pés a cabeça sem pudor ou vergonha alguma.
- Então, quer beber alguma coisa?
- Nesse exato momento eu estou querendo me divertir – lhe lançou um sorriso.
- Diversão. Eu acho que consigo resolver isso agora – Johnny pegou pela mão levando-a até a entrada do pub. Após algumas palavras com o segurança do local eles entraram.
- Nossa como você conseguiu isso? – perguntou surpresa assim que sentou em uma mesa com ele ao seu lado.
- Digamos que minha segunda casa sejam esses pubs de Londres – Ele sorriu assim que recebeu uma cerveja em sua mesa – O que você vai beber?
- O que você sugere?
- Pra começar... Cerveja! – Ele fez um sinal para a garçonete do bar que logo trouxe uma para .
- Pra começar? Você está querendo me embebedar? – perguntou sem esconder um sorriso.
- Não muito – Ele mordeu o lábio inferior.
- Nem tente. Eu ainda quero voltar para casa.
- Não se preocupe com isso. Você está em minhas mãos agora e eu vou cuidar muito bem de você.
- Por que isso não me soa bem? – fez um biquinho despontando um sorriso em Johnny.
- Quem disse que era pra soar dessa maneira? – Ele piscou para levantando a sua garrafa. Ao ver o movimento do rapaz ela fez o mesmo – Um brinde a...
- A liberdade – completou.
- Em que sentido?
- Em todos – Ela sorriu dando um gole na cerveja.

“Oi, aqui é a ” A voz de falou animada “E a ” A voz de cortou a frase de logo em seguida. “Deixe o seu recado após o sinal” As duas falaram juntas entre risos.

"E aí meninas?! , eu estou tentando falar com você em todos os lugares, mas pelo visto você anda muito ocupada, assim como eu, desculpa não te ligar sempre, mas nas poucas vezes que eu tenho tempo pra fazer isso você nunca atende, ou está fazendo alguma coisa, mal posso esperar pra te ver de novo, beijo Porquinha"



Capítulo 32


- Pode deixar, eu já entendi - fazia anotações no laptop - Entro em contato amanhã, boa tarde.
- , o Antony acabou de cancelar a reunião, acho que você pode sair mais cedo - Juliet informou.
- Graças a Deus! Juliet, chama as meninas aqui na sala, por favor. - falou enquanto arrumava suas coisas.
- Tudo bem. - Após alguns minutos, , e apareceram na porta da sala da amiga.
- Ei gente, vamos sair mais cedo hoje!
- Sério?! - perguntou feliz - Que boa notícia!
- Vamos aproveitar para ir ao shopping! - disse animada.
- Bom passeio pra vocês meninas, eu tenho algo mais interessante a fazer - deu um sorriso maroto, arrancando gargalhadas de todas.
- Vai sair com qual dos dois? - perguntou.
- Com o Jack. - respondeu.
- O famoso Jack. - disse - Quero conhecer hein!
- E o Olivier? – perguntou preocupada.
- Vai tudo bem... Muito bem, diga-se de passagem – mordeu o lábio inferior.
- No way! – praticamente pulou do sofá – Não me diga que vocês... – Ao ver o aceno positivo da amiga continuou – Mentira! Meu Deus! Me desculpa a pergunta mas como o Olivier é na cama?
- ! – sentiu o rosto ficar vermelho.
- Fala logo! – completou tão curiosa quanto – Eu não consigo imaginar o Olivier...
- Foi bom... Melhor do que eu esperava – sorriu.
- Melhor em que sentido? – perguntou rapidamente.
- Digamos que ele sabe usar as mãos – gargalhou junto com as amigas.
- Caraca, quer dizer que os franceses são bons de cama, hein? – riu.
- Menina, ele tem parentes? Irmão? Primo? Imagina? Bonito... Rico... Bom de cama – contava nos dedos – O que mais eu poderia querer?
- Fazer compras em um shopping! – falou levantando-se – Tem certeza que não quer ir com a gente ?
- Vou deixar pra próxima. Agora eu já vou indo...
- Se encontrar com o Jack – falou com uma voz fininha enquanto fazia uma careta.
- Tchau meninas!
- Tchau - Responderam juntas.
- Cuidado pro navio não afundar, Rose - gritou e começou a rir sozinha.
- Não ... - discordou rindo, saindo da sala.
- É... Você não foi feliz nesse comentário - ria enquanto pegavam o elevador.

O café da manhã do hotel já havia sido servido. Harry estava na frente da grande mesa, onde frutas e pães estavam expostos e colocava alguns deles em seu prato. Dougie já dava as primeiras mordidas em seu bolo de chocolate enquanto lutava para que Danny não enfiasse o dedo na sua comida. O primeiro deu uma pequena gargalhada ao ver a cena e logo se se sentou à mesa.
- Dude, pára – Harry empurrou Danny. O garoto obedeceu entre risinhos e deu mais um gole no seu café.
- Café? Você nunca toma café de manhã – Dougie comentou enquanto encarava a xícara que pairava entre os dedos do amigo.
- Preciso recuperar as energias – O garoto deu um risinho convencido – A noite de ontem foi longa.
- Qual era o nome dela? Anne? – Harry fez uma careta mordendo um pedaço de pão – ou era... Mary-Kate?
- Primeiro a Anne – Danny falou em tom pensativo – Depois a Mary-Kate.
- É, Danny Jones não é fraco não.
- Eu gostei daquele pub ontem – Dougie comentou – Foi foda demais.
- Pelo visto todo mundo se divertiu. Pena que o Thomas não saiba beber – Harry falou de boca cheia encarando a porta do restaurante do hotel. Tom adentrou o local, o garoto vestia uma calça com um enorme moletom cinza, o capuz cobria sua cabeça e seu rosto estava escondido por óculos escuros, em uma das mãos, o garoto carregava uma garrafa de água, aparentemente, quase vazia.
- Dude, você madrugou hein? Foi dormir tarde e acordou cedo - Danny sorriu assim que o amigo sentou-se a mesa.
- Ou então vai ver nem dormiu no hotel – Harry deu um risinho.
- Até parece – Tom comentou rapidamente. Ele colocou uma das mãos dentro do capuz do moletom para coçar sua nuca – Vocês sabem onde eu pego água?
- Ali – Dougie apontou para um grande freezer localizado ao lado da mesa.
- Não esquece de comer alguma coisa – Harry falou provocando o garoto que parara no meio do caminho para encará-lo – Sempre é bom pra curar ressaca.
- Eu não to de ressaca – Tom falou ríspido voltando a caminhar em direção ao freezer.
- Se você diz... – Harry deu de ombros, voltando sua atenção para a comida.

- Gente... - falou de dentro do provador.
- Oi! - e responderam juntas.
não falou nada e o provador em que as três estavam permaneceu em silêncio, enquanto as outras duas esperavam uma resposta.
- Fala ! - falou impaciente.
- O que foi agora? O vestido ficou pequeno?
abriu a porta do provador e saiu lentamente, o vestido preto era curto, deixando as pernas da garota a mostra, seu ombro só estava coberto de um lado: tinha ficado perfeito.
- Amiga! Ficou lindo! - falou animada, ficando por trás dela, de frente para o espelho.
- Sabe... Eu estava pensando em uma coisa... - falou encarando a imagem no espelho.
- Em que? - perguntou despreocupada olhando as pilhas de blusa que tinha ao seu lado.
- Vocês acham certo o que a está fazendo? - Ela perguntou finalmente.
- Como assim?... - lançou um olhar para .
- Ah, vocês sabem, ela está namorando o Olivier e ao mesmo tempo está saindo com esse outro cara...
- , isso é problema da - apressou-se em falar - Quer dizer, ela já está bem grandinha né? Ela sabe o que é melhor pra ela.
- Eu sei disso, mas mesmo assim, eu me preocupo sabe? - levou o polegar na boca, roendo a unha - Depois que ela brigou com o Danny ela parece tão perdida...
- Cara, eu acho que a tá precisando disso sabe? Experimentar coisas novas e diferentes pra tentar esquecê-lo.
- Concordo com você ! - se levantou do banco que ocupava, entrando no provador - Se esse tal de Jack está fazendo com que ela se sinta melhor, ótimo! Se ela está feliz, se dividindo entre o francês e ele, ótimo pra ela.
- Eu sei, mas se fosse eu... Sei lá, não ia conseguir ficar traindo o Olivier gente! Eles estão namorando!
- , ela não está traindo o Olivier... Afinal ela e o Jack não fizeram nada demais ainda...
- Disse bem, ainda não! – comentou.
- Eles só estão saindo... Por que ela não pode ter um amigo homem? Você é amiga do James. – falou.
- Você sabe que é completamente diferente.
- Sorte a sua que você não é a então, agora eu acho melhor a gente esquecer isso. - falou apressada saindo do provador com a blusa azul que tinha escolhido.
- Concordo com você! - deu um risinho - Amei essa blusa!
- A modelo ajuda né, meu bem? - falou empinando o nariz, arrancando risadas das amigas.

- Hey! – parou de andar ao ouvir uma voz atrás de si.
- Olá! – Ela sorriu para o garoto alto que vinha em sua direção.
- Então para onde nós vamos?
- Que tal andar um pouco? – sorriu para ele.

As três garotas tinham saído da última loja, levava apenas uma sacola, com o vestido, e tinham várias sacolas nas mãos. Elas andavam por um extenso corredor, até que uma loja chamou a atenção de .
- Eu quero entrar aqui - falou parando em frente à loja.
- Victoria’s Secret? - perguntou animada.
- Calma ! Ainda falta um mês pro Fletcher voltar - falou entre risinhos.
- Sim! Quem disse que eu tenho esperar ele voltar pra usar uma lingerie?
- !
- Não! Eu não quis dizer isso! - apressou-se em falar, enquanto as amigas gargalhavam.
- Coitadinho do Tom, a cabeça dele deve estar até doendo - falava entre risos.
- Gente! Eu não quis dizer isso! Acontece que eu tenho que estar preparada né? Pra quando ele voltar... - piscou para as amigas e entrou calmamente na loja logo em seguida.
- Senti firmeza agora! - falou rindo.
- É, a tá libertando o lado selvagem dela - soltou um gritinho, ao sentir o tapa que lhe deu no braço em seguida.

- Ai gente! Eu não tenho certeza dessa... - falava de dentro do provador.
- Aparece aí ! - falou soltando risinhos junto de .
- Enfiem a cabeça aqui no provador né! Eu não vou sair assim!
- Suruba! - gritou levantando-se.
e se entreolharam e colocaram a cabeça no provador. usava uma lingerie roxa, a calcinha pequena, era toda rendada e um pouco transparente, ao invés de um sutiã, a parte de cima era uma espécie de bata, do mesmo tecido que a calcinha. Ela dava um contorno perfeito nos seios e abria na forma de v deixando a barriga a mostra, a única coisa que deixava a parte de cima fechada, era um pequeno laço dado entre os seios. A lingerie aderiu perfeitamente em seu corpo e combinava com a cor de sua pele.
- E então? - Ela perguntou com o rosto escarlate ao ver a expressão surpresa das duas outras garotas.
- Amiga... Ficou... - a olhava com os olhos arregalados - Lindo!
- Caraca ... Posso te falar uma coisa? - a olhou rindo.
- Lá vem merda - levou as mãos no rosto tentando escondê-lo.
- Se eu fosse homem eu te pegava!
- ! - agora estava mais vermelha ainda e ria ao mesmo tempo, assim como .
- , compra! Ficou lindo cara, perfeito demais!
- O Tom que vai se dar bem quando voltar! só vai ficar lá esperando - ria.
- Tudo bem, vocês me convenceram, eu vou comprar!
- Só uma coisinha... – voltou a cabeça para dentro do provador – Tá na hora de fazer uma depilação brasileira hein? Esses seus países baixos tão pedindo socorro amiga!
- ! – gargalhou.
- Ai eu quero uma lingerie igual a sua! Me fala onde você achou essa daí menina, que eu quero uma pra mim! - a cutucou.
- Eu também quero!
- Ah nem vem! Eu ajudo vocês a escolherem outros modelos então, agora eu quero me trocar! - as empurrou para fora do provador entre risos.

- , olha pra mim - Vinícius colocou um nariz de palhaço e sorriu.
- Nossa, sabe que por alguns segundos eu não tava notando nada de diferente? - Ela gargalhou.
- Vou rir pra não perder a amizade - Vinícius deu um sorriso forçado.
A rua estava repleta de luzes e pessoas. Havia várias lojas abertas e o céu estava começando a escurecer. O frio aumentava a cada segundo, mas e Vinícius não se importavam, pois ambos estavam bem agasalhados e muito distraídos para pensarem na temperatura.
- Você não acha meio perigoso? - Ele perguntou.
- O quê? - o olhou, preocupada.
- Sei lá, essa área de Londres é muito badalada esse horário, vai que o seu namorado passa por aí...
- Ele não vai passar. A casa dele fica do outro lado da cidade praticamente - sorriu – E além do mais, nós não estamos fazendo nada de errado.
- Tudo bem. - Vinícius passou o braço pelo ombro da garota - Olha só, uma loja de departamento!
- Vamos entrar. - o puxou para dentro.
A loja era enorme, composta por três andares de muita mercadoria.
- Onde vamos primeiro? - Vinícius já estava ficando tonto com tanta coisa ao seu redor.
- Na parte de eletrônicos, preciso ver um celular novo, que esse meu tá pedindo socorro.
Ao chegarem ao balcão, conversou com o atendente e escolheu o que queria. Procurou Vinícius por um tempo e o viu perto das câmeras digitais.
- Vai comprar uma? - Ela parou ao lado dele.
- Não, eu tava te esperando pra fazer uma coisa - Vinícius puxou para dentro de uma cabine e começou a bater várias fotos.

- Adorei essa - Agora estavam andando por um corredor que parecia não ter fim.
- Fica com ela - Vinícius dividiu igualmente as fotos.
- Duas pra cada um. Mas as minhas são mais bonitas - Ela deu língua - Chegamos onde eu queria!
- Doces? - Ele olhou para um balcão cheio de chocolates e derivados.
- Claro - pegou uma cesta e os dois começaram a colocar de tudo um pouco lá dentro.
- Nossa, eu to muito cansado. - Vinícius tinha os braços cheios de sacolas.
- Eu também, vamos pagar logo - foi em direção ao caixa.
- Espera - Ele a puxou pelo braço.
- Ai Jack!
- Vamos entrar na parte dos CD's - Os dois entraram e Vinícius saiu correndo para uma prateleira onde havia trilhas sonoras de filmes.
- Olha, eu gosto desse filme - disse por dizer, mas viu que o amigo se empolgou.
- Eu também, canta comigo! - Ele passou o CD na máquina e colocou o fone. o olhava assustada enquanto ele fazia movimentos com as mãos imitando uma bateria.
- Agora! - Ele sussurrou - Don't go breaking my heart!... I couldn't if I tried!
- Jack! - ria e tentava calar o rapaz, enquanto todos o olhavam.
- Honey if I get restless! Baby you're not that kind.
- Jack, pára com isso!
- Você faz a voz da mulher, vai, de novo de novo!
- Don't go breaking my heart! - Ele fez uma cara alegre ao ver acompanhá-lo.
- UUUUHHH... And nobody knows it! - Ela cantou baixo.
- Isso aí ! Right from the start, I gave you my heart!
Após cantarem a música toda e receberem alguns aplausos e vaias, pagaram tudo e saíram da loja.
- Don't go breaking my heart... - Ele cantarolava baixinho quando chegaram ao prédio de .

- eu nem te perguntei... Pra onde você foi ontem? – perguntou enquanto olhava a vitrine.
- Você saiu ontem? – Foi a vez de falar.
- Saí menina – sorriu de ponta a ponta – Bem... Não fui a nenhum lugar em especial, só era um pub que eu esqueci o nome.
- Ficou sozinha a noite toda? – perguntou pouco satisfeita com a resposta.
- Pra falar a verdade... Não.
- Não?!? – e perguntaram juntas.
- Quem estava lá?
- Er... Johnny Borrell – mordeu o lábio inferior enquanto entrava na loja seguida pelas amigas.
- Mentira! Gente isso é muito coincidência! – falava sem esconder a surpresa.
- E aconteceu alguma coisa?
- Não... – fez um biquinho – Nós bebemos algumas cervejas e conversamos...
- Eu consigo imaginar a conversa de vocês... – sorriu. Ela sabia muito bem que qualquer diálogo entre e Johnny era baseado em provocações.
- E...? – perguntou.
- E... Ele pediu meu telefone – sorriu – Acho que nós sairemos juntos de novo.
- Nossa, essa conversa deve ter sido realmente boa – deu um sorriso maroto – E ele sabe sobre o Dougie.
- Como se isso fosse impedir dele tentar qualquer coisa – rolou os olhos – Segura a minha bolsa, quero experimentar essa roupa.

- Jack, muito obrigada, foi muito divertido - Ela parou de frente para ele.
- Foi um prazer, amanhã vamos fazer o que?
- Não sei, alguma idéia?
- Eu pensei em dar uma volta e depois jantar naquele restaurante perto do St. James's Park, que tal?
- Por mim está ótimo - sorriu - Você... Quer entrar?
- Entrar? - Ele a olhou com um sorriso - Achei que não fosse me chamar.

Os dois pegaram o elevador e pararam no andar de .
- Você mora sozinha? - Vinícius parou ao lado da mesa de jantar.
- Moro sim, fica a vontade Jack.
- Jack - Ele riu - E aí, o que nós vamos jantar?
- Pede qualquer coisa - tirou o casaco e sentou no sofá.
- Posso fazer um suco e pipoca, se você quiser - Ele entrou na cozinha.
- Ótimo, porque eu estou morrendo de frio.
- Você pede a comida e eu faço um suco. - Ele sorriu – A pipoca quente fica sendo a sobremesa.
A programação da TV ajudou no jantar. Enquanto comiam, assistiam ao reality show do momento.
- Olha, veio um biscoito da sorte! – falou animada.
- Você acredita nisso? – Vinícius riu.
- "Somos feitos de emoções, basicamente todos nós estamos procurando por emoções, é apenas uma questão de encontrarmos a maneira com que devemos vivenciá-las.".
- Nossa isso foi profundo. Existem muitas maneiras de vivenciar isso...
- Que tal eu lavar a louça enquanto você pensa nisso? – disse levantando-se, mas foi impedida pela mão de Vinícius.
- Nada disso, eu lavo a louça – Ele sorriu levantando-se – Você pensa em uma maneira de vivenciar isso. Vinícius lavou a louça e pegou os filmes.
- E aí, qual dos dois você quer ver primeiro? - Ele sentou ao lado dela no chão, que era coberto por um carpete macio e várias almofadas.
- Qualquer um - entregou os DVD's ao rapaz - Escolhe você.
- Já sei - Ele pegou o controle e desligou a tv - Que tal esse?
- Uau - olhou para a tela preta e riu - Eu estava ansiosa pra ver esse filme.
- Eu estava mais ansioso pra ver esse aqui - Vinícius virou o rosto de para si e a beijou sem mais delongas. Com sua língua ele pediu passagem enquanto puxava para perto de si.
- Jack... – parou o beijo encarando o chão.
- Hum... – Ele falava com a respiração em seu ouvido.
- É melhor não... Você sabe... Eu tenho namorado e... Eu e você bem... Nós somos...
- Só amigos – Ele deu um risinho fraco.
- Eu gosto de passar o tempo com você, mas...
- Sem problemas – Vinícius a encarou com um sorriso sincero – Eu acho que nós dois temos alguém não?
- É...
- Então, que filme você quer ver? – Ele soltou a cintura da garota virando-se para frente.

- Caralho, esse foi o melhor show de todos! – Danny falava animado enquanto tirava a camiseta e se jogava no fundo do ônibus.
- Eu estou todo suado! Olha! – Harry mostrou a camiseta branca, agora transparente, ficando de costas para os companheiros de banda.
- E pensar que eu estava pra baixo antes desse show – Danny comentou.
- Esse foi o melhor de todos – Dougie disse animado, jogando-se ao lado de Danny.
- Você sempre fala isso, no final de todo o show que nós fazemos – Tom comentou assim que entrou no ônibus.
- Vocês viram aquela garota? – Harry arregalou os olhos.
- Eu não acreditei quando ela tirou a blusa! – Danny gargalhou.
- Será que ela ainda está por aí? – Tom brincou olhando para a janela.
As gargalhadas foram gerais. Após alguns segundos elas cessaram e os quatro pareciam tentar recuperar o fôlego ainda abalado pelo show. O ônibus começou a receber pancadas do lado de fora. Algumas fãs gritavam seus nomes e batiam com mais força. O barulho foi aumentando. Dougie arregalou os olhos encarando o resto do grupo.
- Calma Doug, elas não vão matar a gente – Harry riu dando um gole na água.
- Vem cá dude, dar um tchau pro pessoal – Danny fez sinal com a mão enquanto acenava para as pessoas do lado de fora.
- Caraca, eu estou me sentindo como as Spice Girls – Dougie comentou quando olhou pelo vidro do ônibus.
- Elas devem achar que esse é o ônibus do Busted – Tom gargalhou.
- E que o Danny é o James – Harry completou sem deixar de acenar também – Ei dude, aquela garota estava no pub ontem! – Ele deu um toque no ombro de Tom apontando-a com o dedo – Não era com ela que você estava conversando?
- Ham? Eu? – Tom perguntou rapidamente desviando o olhar de onde a garota estava para se sentar longe da janela – Não! Você deve estar enganado – Ele sorriu para o amigo que deu de ombros e voltou a acenar para as garotas.

- Caralho, esse foi o melhor show de todos! – Danny falava animado enquanto tirava a camiseta e se jogava no fundo do ônibus.
- Eu estou todo suado! Olha! – Harry mostrou a camiseta branca, agora transparente, ficando de costas para os companheiros de banda.
- E pensar que eu estava pra baixo antes desse show – Danny comentou.
- Esse foi o melhor show de todos – Dougie disse animado, jogando-se ao lado de Danny.
- Você sempre fala isso, no final de todo o show que nós fazemos – Tom comentou assim que entrou no ônibus.
- Vocês viram aquela garota? – Harry arregalou os olhos.
- Eu não acreditei quando ela tirou a blusa! – Danny gargalhou.
- Será que ela ainda está por aí? – Tom brincou olhando para a janela.
As gargalhadas foram gerais. Após alguns segundos elas cessaram e os quatro pareciam tentar recuperar o fôlego ainda abalado pelo show. O ônibus começou a receber pancadas do lado de fora. Algumas fãs gritavam seus nomes e batiam com mais força. O barulho foi aumentando. Dougie arregalou os olhos encarando o resto do grupo.
- Calma Doug, elas não vão matar a gente – Harry riu dando um gole na água.
- Vem cá dude, dar um tchau pro pessoal – Danny fez sinal com a mão enquanto acenava para as pessoas do lado de fora.
- Caraca, eu estou me sentindo como as Spice Girls – Dougie comentou quando olhou pelo vidro do ônibus.
- Elas devem achar que esse é o ônibus do Busted – Tom gargalhou.
- E que o Danny é o James – Harry completou sem deixar de acenar também.

chegou em casa e estava exausta. Ela parou na porta do dormitório enquanto procurava as chaves na grande bolsa que carregava. Porém com certa dificuldade devido as sacolas que carregava na outra mão.
- Precisa de ajuda? – Ela ouviu uma voz masculina atrás dela. se assustou deixando as sacolas caírem no chão. Ela se virou e percebeu que era Vinícius.
- Vinícius... – Ela levou uma das mãos ao peito.
- Desculpa. Te assustei?
- Claro! – falou apressada enquanto assistia o garoto recolher as sacolas que estavam jogadas no chão.
- Estava esperando alguém?
- Pra falar a verdade, eu não estava esperando ninguém já que eu te pedi um tempo – o encarou.
- Ah é... Verdade... Bom, esse tempo que eu te dei não foi bom o suficiente? – Vinícius deu seu melhor sorriso.
não respondeu apenas continuou a procurar as chaves.
- Você vai me chamar para entrar certo?
- Não posso te deixar aqui fora. Não se acostume, você vai ficar pouco tempo.
A garota trancou a porta do seu quarto e jogou as sacolas sobre a cama. Precisava trocar a roupa que usava e comer alguma coisa. Ela tirou o moletom e encarou Vinícius.
- Er... Fique a vontade, eu vou tomar um banho.
- Tudo bem. Eu faço um chocolate quente pra você, enquanto isso – Ele sorriu caminhando até a cozinha.
seguiu para o banheiro, em poucos minutos o barulho da ducha pode ser ouvido da cozinha. Vinícius começou a procurar os ingredientes que usaria quando foi surpreendido pelo telefone que tocou. Ele preferiu não atender.

“Mensagem da

“Hey , é o Harry. Eu sei que faz uns dias que eu não ligo, mas as coisas aqui estão uma loucura, é show que não acaba mais... Como se isso fosse uma coisa ruim. Bom pelo visto você realmente não está em casa. Outro dia eu te ligo. To com saudades pequena e...”


- Alô? – Vinícius atendeu ao telefone.
Harry permaneceu calado do outro lado da linha.
- Alô? – Vinícius repetiu a pergunta.
- Oi... – Harry falou pausadamente tentando processar aquela voz do outro lado da linha – Quem está falando?
- Essa seria a minha pergunta...
- Eu acho que liguei errado... – Harry já se preparava para desligar o telefone quando a voz de Vinícius se pronunciou.
- Você ligou pro quarto da e aqui é o Vinícius – Ele respondeu com a voz confiante.
- Ela está aí? – Harry engoliu seco.
- Cara... Ela está... Mas não pode atender. Ela tá dormindo aqui – Vinícius deu um risinho.
Harry não esperou que ele falasse mais nada, apenas desligou o telefone. Várias coisas passavam por sua cabeça naquele momento. Ele não podia... Ele não queria acreditar.
- Ninguém disse que eu ia jogar limpo – Vinícius falou após desligar o telefone e apagar a mensagem de Harry da secretária eletrônica.

já estava em casa fazia algumas horas. ainda estava presa no banheiro em seu banho interminável. A garota terminava de tirar as etiquetas das roupas que comprara enquanto as arrumava em seu armário. Na sala um toque começou a soar, chamando a atenção de . Ela caminhou até a sala e percebeu que era o celular de . A garota pegou o aparelho e analisou o visor no qual se lia “Porquinho”.
- Alô? – atendeu animada.
- ? – Dougie pareceu não muito convencido com a voz do outro lado do telefone.
- Não Dougie, aqui é a – A garota respondeu.
- Ah sim! E aí tudo bem?
- Tudo ótimo e por aí?
- Acabamos de fazer um show e... – Dougie parou de falar e pode ouvir algumas vozes no fundo – Não Tom, não é a ... É... É a e...
- Amor? – Tom atendeu o telefone que pelos palavrões que foram ouvidos, fora roubado da mão de Dougie.
- Tom! – sentiu um sorriso aparecer em seus lábios.
- O que o Dougie tava fazendo te ligando? – Tom perguntou.
- Na verdade ele ligou pra , eu que atendi.
- Ah sim! Mas depois ele fala com ela – Tom comentou sem dar muita importância.
- Tom, ele ligou pra falar com ela... Tadinho...
- Ela tá aí agora? Do teu lado?
- Não, pra falar a verdade ela tá no banho – deu um risinho.
- Ótimo... Ei dude, ela não pode atender agora... A falou pra você ligar mais tarde – Tom falou para Dougie – Então, como andam as coisas aí em casa?
- Aqui em casa – gargalhou – Você anda muito abusado Thomas Fletcher.
- Eu moro mais aí do que na minha, então eu meio que me considero dono daí ora bolas – Ele deu um risinho sem graça.
- Anda tudo muito bem.
- E o que você fez hoje?
- Compras! Muitas compras! – falou animada.
- Nossa, deve ter sido legal. Quando eu voltar quero ver tudo – Ele comentou carinhoso.
- Eu comprei uma coisa pra você... – fez um tom misterioso.
- O que? – Ele perguntou instantaneamente.
- Segredo. Só posso falar quando você voltar.
- Ah não ! Eu to curioso! – Tom pediu – Me conta.
- Nada disso. Quando você voltar, eu te mostro – Ela gargalhou lembrando-se do embrulho da Victoria’s Secret guardado no quarto.
e Tom colocaram as novidades em dia. Ele contou sobre como havia sido o show e a loucura das fãs batendo no ônibus. Após alguns minutos os dois desligaram.
- , você viu o secador? – entrou na sala apenas enrolada em uma toalha.
- , o Dougie acabou de ligar... – mordeu o lábio inferior enquanto esperava pela reação da amiga.
- Que ligue – Ela rolou os olhos – Eu não vou atender. Onde está o secador?
- No meu armário, lá no quarto.

ainda assistia a um filme quando seu celular começou a tocar ao seu lado. Ela encarou o visor e nele podiam ser lidas as inscrições “Olivier”. Ela prontamente atendeu ao telefone.
- Alô?
- ! – Olivier a saudou, animado – Está fazendo o que?
- Na verdade, assistindo a um filme – Ela respondeu.
- Eu ia te chamar para nós irmos a um lugar...
- Que lugar seria esse? – Ela perguntou curiosa.
- É surpresa. Então... Posso passar para te pegar?
- Claro – respondeu apressada.

- Então onde está o meu chocolate quente? – perguntou.
- Aqui – Vinícius caminhou em sua direção com dois copos na mão sentando-se na cama ao lado da garota.
- Nossa como sempre você acertou no ponto – Ela sorriu após sentir o cheiro. A garota deu um gole e logo afastou a boca.
- E como sempre você queimou a boca – Vinícius gargalhou dando um gole em seu copo.
- Ninguém mandou esse seu chocolate quente ser tão bom – fez bico.
- A minha velha está de volta – Ele sorriu.
- O que há de errado com a nova?
- Ela não me dá chances... Só me afasta... Eu não gosto muito dela sabe? – Agora foi a vez de Vinícius fazer um biquinho.
- Talvez seja porque ela não goste tanto de você – mordeu o lábio inferior.
- Impossível! – Ele fingiu-se ofendido – Eu sou um anjo!
- De anjo só a carinha né – rolou os olhos.
- ... – Vinícius colocou o copo no chão se ajoelhando de frente para , que estava sentada na cama, a fim de ficar na mesma altura que ela - Isso já faz tempo...
Ao perceber que ela ficara calada, ele continuou.
- É tão difícil assim me perdoar? – Vinícius a encarou com a expressão séria enquanto segurava uma de suas mãos.
- Você não tem idéia Vinícius. – o encarou – Você não sabe quanto tempo eu passei fechada no meu próprio mundo. De quantas pessoas eu afastei por sua causa.
- E agora o que? Você acha que pode simplesmente me esquecer com o primeiro que aparece? – Vinícius se levantou aproximando-se do mural, apontando para uma foto de e Harry.
- Eu acho que está na hora de você ir embora.
- , depois de tudo que nós vivemos, você não pode simplesmente colocar outro cara como se nada tivesse acontecido!
- Por favor, Vinícius...
- Tudo bem, desculpa... – Vinícius se aproximou sentando-se ao lado de . O garoto a puxou para perto beijando o rosto dela enquanto falava – Desculpa... Desculpa! Eu não devia ter falado isso.
permaneceu calada.
- Não me manda embora, por favor.
- Faça o que quiser – levantou-se da cama andando em direção a cozinha tendo Vinícius atrás de si.
- Posso dormir aqui? – Vinícius a abraçou por trás falando em seu ouvido, enquanto ela lavava a louça.
- Não, não pode. – respondeu decidida.
- Me deixa cuidar de você, flor – Vinícius falou em seu ouvido.
- Não me chama assim, por favor – Ela pediu voltando a atenção para a louça.
- A gente não precisa fazer nada demais. Eu só quero ficar assistindo você dormir – Ele pediu.
- Vinícius... Eu pedi um tempo – mordeu o lábio inferior.
- Eu sei disso... Mas você não sabe como está sendo difícil pra mim... Ter que dar um tempo quando o que eu mais quero é ficar perto de você.
- Entenda o meu lado, por favor.
- Me dá um beijo – Ele pediu – Só um e eu juro que vou embora.
deu um longo suspiro. A garota secou as mãos no pano que estava jogado na pia. Ela sentiu as mãos de Vinícius sobre a sua cintura tentando virar seu corpo para o dele. o encarou por alguns segundos e percebeu o sorriso bobo que ele tinha no rosto. Ela passou as mãos pela sua nuca abraçando-o enquanto brincava com os fios de cabelo desgrenhados dele. Vinícius aproximou o rosto beijando toda a extensão do rosto de . Seus lábios se encontraram calmamente. Vinícius mexia a boca e acompanhava seus movimentos calmos. O garoto pediu passagem com a língua e não o impediu. Junto com a dela, os movimentos se tornaram harmônicos. A garota sentiu as mãos de Vinícius entrarem por baixo de sua blusa levantando-a alguns dedos. A garota tentava se controlar e manter a razão no lugar, mas à medida que o beijo tinha sua intensidade aumentada, essa tarefa se tornava mais difícil. As mãos quentes de Vinícius aos poucos exploravam seu corpo massageando-o. mordia o lábio inferior, a cada segundo que passava ela aproveitava mais cada toque.
- Pára, por favor – Ela pediu.
- Você não quer que eu pare – Vinícius parou de beijar o pescoço da garota por alguns segundos.
- Eu não posso fazer isso! – Ela afastou Vinícius rapidamente. Ele a encarou sem entender tal atitude, parecendo extremamente confuso – Por favor, você pode ir embora?
- Tudo bem, eu nunca gostei de meninas fáceis mesmo – Ele sorriu divertido aproximando-se e dando um selinho na garota.
assistiu o garoto colocar o moletom e a touca e sair pela porta da frente. A garota correu até o local trancando a porta logo em seguida. Ela encarou o quarto, lembrando de tudo o que havia acontecido e como ela deixara ir até aquele ponto. Sua cabeça estava embaralhada com lembranças de Vinícius e de Harry. A única coisa que ela podia ter certeza era da culpa que sentia. Agora, ela já não sabia se seria capaz de parar Vinícius da próxima vez que isso acontecesse.

- Então, onde nós estamos indo? – perguntou curiosa.
- Você é muito curiosa mon chéri – Olivier sorriu satisfeito por deixá-la dessa maneira.
- Tudo bem, eu não perguntou mais – A garota deu um longo suspiro – Mas... Nós já estamos chegando?
- Sim! – Olivier gargalhou – Pra falar a verdade acabamos de chegar.
parou de falar por alguns segundos. Apenas ficou encarando o grande portão de metal. Olivier pegou um pequeno controle que trazia consigo e logo o portão se abriu dando passagem para o carro. avistou uma grande e iluminada casa no final da alameda. Ao longo desta haviam grandes árvores alinhadas. Ao final, podia ser vista uma grande construção avermelhada, destacada pelo grande gramado e pelos refletores ao redor dela.
- Meu Deus! Isso é algum tipo de castelo? – perguntou espantada.
- Não, é só uma casa de campo – Olivier respondeu com simplicidade – Minha família costumava passar as férias aqui. Gostou?
- Se eu gostei? Está brincando?! É linda!
Olivier estacionou o carro bem em frente a entrada. As luzes lá dentro pareciam estar acesas e uma senhora esperava na porta com um sorriso no rosto.
- Bonne Nuit – A senhora de cabelos grisalhos falou assim que o casal parou a porta.
- Bonne Nuit, Madeleine – Olivier fez um aceno com a cabeça. As próximas palavras foram todas em francês. não entendia muito bem, já que os dois falavam muito rápido. Ela apenas conseguiu ouvir seu nome na conversa e perceber que a mulher vinha em sua direção depositar-lhe dois beijos em cada bochecha. A garota apenas sorriu sendo guiada para dentro da casa.
- Quem era ela? – perguntou após a saída da mulher.
- A governanta. – Olivier sorriu passando o braço ao redor dos ombros da garota – Ela trabalha aqui desde que eu era um menino.
- Nossa. – ficou surpresa ao ouvir isso.
- Então, quer fazer um tour pela casa?
- Claro!
Olivier mostrou todos os cômodos, alguns deles eram perfeitamente tradicionais, com móveis antigos de estilo colonial. Já outros misturavam tendências em uma combinação perfeita do antigo e contemporâneo.
- Eu nunca vi uma casa tão bem decorada em toda a minha vida – falou enquanto subia as escadas.
- Fico feliz que você tenha gostado. Nós podemos passar a noite aqui se você quiser – Olivier a abraçou por trás beijando a sua nuca.
deu um risinho. Olivier a soltou puxando-a pela mão em direção a um dos aposentos. Ao entrarem se deparou com o maior quarto de todos que ela havia visto. O teto era alto, com uma espécie de abóbada bege. As paredes eram cobertas por um papel de parede azul com detalhes em vários outros tons da mesma cor. A cama era enorme, a colcha combinava com as cores do quarto, todas bastante escuras. Sobre ela, haviam várias almofadas em meio a travesseiros marrons. Um lustre de cristais pairava ainda apagado no teto, porém refletia a luz que vinha de fora. Um jogo de sofás estava a um canto, em frente à televisão de plasma.
- O que você está fazendo?
- Tirando os sapatos – Ela sorriu – Quero me sentir em casa.
O rapaz sorriu fazendo imitando-a.
- Esse é seu quarto?
- Era o dos meus pais, mas como essa casa ficou para mim... Ele passou a ser meu – O garoto sorriu enquanto passava a mão em seus cabelos loiros – Vem, eu quero te mostrar uma coisa.
Olivier puxou pela mão, levando-a até a varanda do quarto. Esta era extremamente grande. Havia alguns vasos e roseiras que davam ao lugar um ar agradável. A um canto, um caramanchão estava coberto por folhas verdes. Sob ele, um colchão repleto de almofadas estava posto. A garota andou naquela direção sentando-se ali. Olivier sentou ao lado de deitando no local.
- Aqui é lindo – disse encarando a vista que tinha do jardim.
- Nós podemos vir aqui quando você quiser.
- Eu não me importaria de vir aqui todo dia – deitou ao lado de Olivier apoiando a cabeça em seu peito. O rapaz passou o braço ao redor de seu corpo abraçando-a.
- Tudo bem, quando nós sairmos da empresa podemos vir para cá – Olivier falou animado.
- Eu estava brincando – sorriu – Mas um final de semana não seria nada mal.
- Eu estava pensando em uma coisa...
- Fale – o soltou. A garota ficou de bruços a fim de encará-lo de frente.
- O que você acha de uma festa aqui? – Olivier perguntou – Porque o Antony me disse que a turnê das bandas está sendo ótima, então ele quer dar uma festa de boas vindas. Mas antes dessa festa, eu pensei em chamar as suas amigas e os integrantes das bandas para passar um tempo aqui.
- Isso... Parece ótimo – forçou um sorriso – Mas antes... – se aproximou do rapaz passando as mãos pelos seus cabelos – Eu quero um final de semana só nosso.
- Eu acho que nós podemos ficar alguns dias de folga não? – Olivier sorriu ao sentir o corpo da garota sobre o seu.
concordou com a cabeça. Ela aproximou seu rosto do de Olivier. Seus lábios se tocaram calmamente. Olivier a segurou pela cintura enquanto se sentava para que ela ficasse entre suas pernas. deu pequenas mordidas no lábio inferior do rapaz que tirava sua jaqueta com a ajuda dela e logo depois sua camiseta. levantou os braços para que ele pudesse fazer o mesmo com ela. Logo os dois estavam sem as partes de cima. Olivier colocou as mãos sobre a calça de abrindo-a. Ele rolou sobre a garota ficando por cima dela. Seus beijos tinham se intensificado assim com suas respirações. Um vento frio bateu, arrepiando todo o corpo da garota. Ela deu um pequeno gemido.
- Vem, vamos entrar – Olivier falou entre o beijo sem esconder um sorriso – Não quero que você morra de frio.
obedeceu. Olivier a puxou para perto de si assim que ficaram em pé. Suas bocas não se descolaram enquanto eles caminhavam de volta para o grande cômodo. Sem se preocupar em fechar as cortinas eles caíram cambaleando na cama.

Harry entrou no quarto batendo a porta com força atrás de si. Danny, Tom e Dougie que jogavam vídeo-game pararam de discutir por alguns segundos encarando o garoto, um pouco assustados. Harry começou a mexer na mala com certa violência, enquanto revirava as roupas.
Danny lançou um olhar para os outros dois companheiros a fim de saber se deveria falar alguma coisa. Dougie deu de ombros, voltando a atenção para a televisão. Tom ficou calado assistindo a cena do amigo.
- Dude! – Danny gritou fingindo animação – Vem jogar aqui, o Dougie tá roubando muito.
- Eu sou pior do que ele acredite – Harry respondeu sério, enquanto continuava a mexer na mala.
- Ah, qual é, joga com a gente! – Danny pediu mais uma vez.
- Não. Valeu.
- Vem logo Harry, para de fazer charminho – Dougie riu.
- Caralho! Eu já falei que não quero! – O garoto gritou subitamente.
Os outros três ficaram calados encarando-o sem entender. Harry pareceu um pouco sem graça, mas voltou a ficar com a expressão séria enquanto entrava no banheiro.
- O que aconteceu com ele? – Dougie perguntou.
Tom e Danny deram de ombros. Todos se calaram quando Harry voltou para o quarto. Ele tinha trocado de roupa.
- Vai sair? – Foi a vez de Tom perguntar.
- Aham... – Harry respondeu.
- Pra onde?
- Não sei, Matt falou que ia em um pub daqui mesmo... Eu vou com ele – Harry deu de ombros.
- Eu pensei que você fosse ficar no hotel – Dougie comentou pensativo.
- Mudei de idéia – Harry disse antes de sair do quarto, mais uma vez batendo a porta atrás de si.

- Nossa eu estou com fome – comentou enquanto encarava a geladeira.
- , tem um monte de coisa pra comer aí – gritou do quarto.
- Mas não tem nada que eu... – A garota foi interrompida pelo seu celular que começou a tocar no quarto de .
- ! Teu celular tá tocando!
caminhou até o quarto com passos largos. Ela olhou o visor de celular, era um número desconhecido. A garota analisou o número, pensativa. Após três toques, ela resolveu atender.
- Alô?
- Achei que não fosse me atender – Uma voz masculina se pronunciou do outro lado da linha.
- Johnny – tentou parecer calma. Recebendo um olhar espantado de .
- Eu pedi seu número então eu liguei...
- Surpreendente.
- Por quê?
- Bom... Muitos caras não ligam sabe? – Ela deu um riso baixo.
- Eu não sou tão comum assim vai... – Ele falou calmamente.
- Então, o que um cara não comum quer comigo?
- Te chamar pra sair.
- Hoje? – encarou o relógio.
- Não, amanhã – Johnny falou despreocupado – Você pode chamar as suas amigas se quiser.
- Ham... Tudo bem. Onde você está pensando em ir?
- Em um pub com as suas amigas. Aquele mesmo que nós fomos outro dia... Mas depois de lá... Vou te levar pra uma festa.
- Isso parece ótimo. Te vejo amanhã então – sorriu desligando o telefone em seguida.
- E então? – perguntou.
- Nós vamos sair amanhã.
- Pra onde e com... – fora interrompida pelo telefone que tocava na sala. A garota se levantou para atendê-lo, mas a impediu.
- Deixa cair na secretária.

"Oi, aqui é a " A voz e falou animada "E a " A voz de cortou a frase de logo em seguida. "Deixe o seu recado após o sinal" As duas falaram juntas entre risos.

"Ha Ha, já falei que adoro a mensagem da secretária eletrônica? Bem a cara de vocês" - Dougie falou sarcasticamente - ", eu tentei falar com você, juro, na empresa e já liguei inúmeras vezes pro apartamento da também, me liga, beijo"



Capítulo 33


O horário de almoço tinha chegado na MPM. Os funcionários saiam de seus postos para comer e colocar as conversas em dia no restaurante da empresa ou nas várias opções de estabelecimentos pela avenida onde esta se localizava. Para as quatro amigas não foi diferente. Como de costume, elas seguiram da empresa para algum lugar, a fim de almoçarem juntas. apressou-se e logo contou sobre o convite feito por Johnny na noite anterior.
- Por que você não leva o Vinícius, ? – perguntou amigavelmente.
- Eu não sei...
- Aconteceu alguma coisa entre vocês? – perguntou.
- Ele apareceu ontem lá em casa... A gente se beijou e... Nossa gente, eu pensei que não fosse conseguir tira-lo de lá...
- Nossa, quer dizer que ele é caliente – riu dando um gole no suco.
- E o pior é que eu gostei. – mordeu o lábio inferior – Pra piorar, eu não consigo falar com o Harry... Ele também não me ligou mais...
- Minha filha, se ele não quer, tem quem queira! – falou – Por exemplo, o Vinícius, que pelo visto está a fim de ter alguma coisa séria com você.
- , por favor, não dá corda pra isso – rolou os olhos.
- O que é ?
- Você tem mania disso! Só porque você acha que o Dougie te traiu pensa que os outros vão sair fazendo a mesma coisa. Por que você não aceita o fato de que eles possam estar se comportando bem? – falou visivelmente irritada.
- Tudo bem, não falo mais nada – virou a cara, emburrada.
- Tudo bem... Para mudar os ares, vou falar de um assunto neutro. Na verdade é um convite – falou forçando um sorriso – O Olivier tem uma casa maravilhosa... Uma casa de campo e bem, eles nos chamou pra passar o final de semana lá...
- Isso parece ótimo – comentou.
- Eu também gostei – se pronunciou.
- Pois é... E bem... Lá vai acontecer uma festa e os meninos tanto do Busted como do McFly vão tocar. Então ele também fará um convite pra eles passarem o final de semana lá.
- Por mim tudo bem. – sorriu.
- Eu gostei da idéia. – também deu seu apoio.
- ? – a olhou.
- Tanto faz... Mas eu sei que vocês não vivem nem um dia sem mim... Eu vou também... – Ela sorriu.
- ... Só uma pergunta – falou pensativa – Quando você viu essa casa de campo?
- Ham... Bem... Ontem à noite o Olivier me levou lá e... Nós ficamos por lá – Ela respondeu sem jeito.
- Meu Deus! Esse namoro de vocês está bem, hein? – gargalhou.
- Mas está mesmo tudo certo pra hoje à noite? - perguntou tentando mudar rapidamente de assunto.
- Sim. - respondeu animada - O Johnny já reservou nossa mesa.
- Ótimo - disse sem ânimo.
- Ai , o que foi? - perguntou com tristeza na voz.
- Sei lá gente... Não to a fim de ir.
- Como não?! - e perguntaram juntas.
- Sim! vai estar com o Johnny, vai levar o Vinícius e a vai com o Olivier – disse apontando para cada uma – Eu vou segurar vela pra todo mundo!
- Ou não... - deu um sorriso maroto.
- Não vou trair o Tom - disse séria.
- Quem garante que ele não tá te traindo ? - recebeu apoio das meninas.
- Ele faz o que quiser, mas a minha consciência vai ficar limpa.
- Então vai pelo menos pra conhecer o Vinícius - pediu.
- Ah, agora ele vai? - perguntou rindo - Hoje vai ser a noite do chifre.
- Não da minha parte - continuou séria olhando as amigas - Mas eu vou pra acompanhar vocês... Se é que precisam de companhia.
- Vai ser divertido , ninguém vai segurar vela - As três sorriram.

- Caralho, comi muito – Douige se jogou em uma das poltronas do ônibus enquanto Tom sentava ao seu lado.
- Aquela carne assada tava muito boa – Danny comentou passando a mão pela barriga.
- Não fala em comida – Matt falou com voz embargada da cama que ficava no meio do corredor.
- Ih Matthew, não sabe beber e fica todo enjoadinho aí – James brincou dando um tapa na cabeça do amigo enquanto andava até seu assento.
- Afinal, quem te levou pro hotel, dude? – Charlie perguntou sentando-se ao lado de James.
- O Harry... – Charlie respondeu.
- Opaa! Parece que o Judd também tá querendo entrar nessa onda de pegador do Jones! – James brincou batendo palmas.
- É! A garota que ele tava ontem era gostosa! – Matt comentou.
- Não é pra tanto – Harry falou em tom convencido – Digamos que é preciso ter jogo de cintura pra lidar com uma hot chick e ainda ser babá do Matt.
Todos deram uma risada ao ver que Matt havia mostrado o dedo do meio para o garoto. Harry deu um tapinha na cabeça do amigo que gemeu em forma de reclamação. O garoto caminhou até onde Tom estava. Logo ele se esparramou no assento, colocando as pernas para cima na cadeira da frente.
- “Lidar com uma garota e ainda ser babá do Matt.” – Tom repetiu as palavras de Harry sem tirar os olhos do seu iPod.
- O quê? – Harry o encarou.
- É verdade? – Tom se virou para o amigo com um olhar desconfiado.
- Do que você está falando? – O garoto levantou uma das sobrancelhas mantendo a expressão séria.
- Quer dizer... É muito estranho você deixar de passar a noite com essa tal garota só pra trazer o Matt de volta ao hotel.
- Agora é crime se preocupar com os amigos? – Harry respondeu rapidamente sem falhar.
- E o que te impediu de trazer essa garota pro hotel?
- Não tinha clima – Harry deu de ombros.
- Eu acho que um crime seria deixar uma “hot chick” sozinha em um pub depois de você, supostamente, ter dado em cima dela, oferecido um drink... Pra no final, desistir de tudo isso por causa de um cara bêbado?
- Eu não preciso levar uma garota ao hotel pra provar que eu fiquei com ela... Quem disse que tudo tem que terminar na cama?
- Se você diz – Tom deu de ombros ainda encarando o iPod – Mas eu tenho certeza que nem ficar com ela você ficou.
- Você tá drogado? – Harry perguntou mal humorado – Claro que eu fiquei com ela. Você ouviu o Matt.
- Tá foda! Realmente a versão do Matt é muito confiável... Harry, estamos aqui, só eu e você. O Dougie e o Matt já dormiram... O Danny tá escutando música... Charlie e o James estão jogando vídeo game. Por que você está querendo se exibir pra mim?
- Eu não... – Harry parou de falar no meio da frase. Ele encarou o carpete do ônibus por alguns segundos e voltou a encarar o amigo – Ok, eu não fiquei com a garota tá? Pegajosa demais. Burra demais. Fácil demais e bonita de menos. Não teria a menor graça.
- Por que eu não me surpreendo? – Tom deu um risinho baixo deixando aparecer a covinha do lado esquerdo.
- Eu sou muito idiota mesmo – Harry passou a mão pelos cabelos – Depois do que ela fez...
- Depois do que ela fez? Mas o que andou acontecendo? – Tom se virou para o amigo com um olhar curioso. Harry deu um longo suspiro e começou a narrar toda a história de Ayla e seu ex-namorado, Vinícius. Desde o primeiro telefonema, até a conversa que ele tivera com o mesmo, na noite anterior.

Faltando algumas horas para a balada, e estavam juntas no apartamento se arrumando. estava na cozinha preparando um brigadeiro enquanto escolhia uma roupa.
- A tá toda excluída - reclamou - Pra onde ela foi?
- Saiu com o Jack - gritou da cozinha.
- Ham...
- Ah se o Olivier soubesse... - entrou no quarto rindo sozinha - Que foi? Ia ser engraçado!
- A não está ficando com esse cara – defendeu.
- De qualquer jeito, essa amizade toda é muito suspeita...
- Ai , você tem cada idéia - Jessica revirou os olhos.
- Mas você tá chata, hein? - jogou a blusa que tinha em mãos na amiga – Tudo isso é carência, é?
- Não é! - respondeu irritada.
- Já entendi - sentou-se na cama levantando uma colher cheia de chocolate - Quer?
- Não teve graça - disse pegando uma colher de brigadeiro.

- Que frio - falou sorrindo.
- Deixa eu te esquentar - Vinícius passou seu casaco por ela e prendeu-a em um abraço - Melhorou?
- Vinícius... – Ela corou.
- O que? Amigos se abraçam, não? – Ele perguntou.
- Tudo bem...
- Admita, está bem melhor – Ele riu.
- Tudo bem... Está bem melhor.
Enquanto estavam abraçados. Os dois conversaram durante alguns minutos.
- Bom, preciso ir - Ele falou com uma carinha triste.
- Poxa Jack, já?
- Pára de me chamar de Jack - Ele riu.
- É que o seu nome verdadeiro é muito difícil, eu nunca lembro!
- Não tem nada de difícil - Sem conseguir se explicar, ela o interrompeu.
- Claro que é, Jack é mais prático e mais bonito, ou seja, combina mais com você - deu um sorriso e uma piscadinha.
- Garotas londrinas têm problemas com nomes brasileiros - Ele colocou a touca na cabeça - Eu já devia saber.
- É isso ai... Jack.
- Te ligo amanhã - Ele jogou um beijo e saiu andando.

Como de costume, o pub estava lotado. , e entraram e procuraram a mesa que Johnny havia reservado.
- Ele disse que era perto do bar? - olhava atenta.
- O bar fica bem ali, perto dos banhei... Ai! - reclamou quando um rapaz esbarrou nela, devia estar bêbado - Idiota.
- Ah lá está ele - o avistou e as três seguiram em direção a mesa.

- Oi todo mundo - Johnny sorriu, enquanto cumprimentava e .
- O Olivier já chegou? - perguntou.
- Ainda não. - Johnny abraçou pela cintura - Olá.
- Oi - Ela riu sem jeito e o beijou na bochecha – Você conhece o Olivier?
- Sim – Ele respondeu simplesmente sem mais detalhes.
- Então, cadê a ? - sentou-se ao lado de , que agora tirava o celular da bolsa para ligar para a amiga.
- Vou pegar bebidas para nossa mesa - Johnny saiu em direção ao bar.

- Mas você já está chegando? - gritava, pois a música estava muito alta.
- Qual é a da com esse Vinícius? - perguntou confusa.
- Vai saber - deu de ombros - Vai ver ele beija melhor que o Harry.
As duas riram maliciosamente, quando Olivier chegou de surpresa por trás das garotas.
- Boa noite - Ele sorriu, dando um selinho em .
- Boa vela, né? - virou pra - E aí, cadê a fofa?
- Tava pagando as entradas, aliás, o Vini - enfatizou - Tava pagando.
- Já entendi pra que ele serve - riu.
- Ai ! - deu um tapinha no ombro da amiga e riu.
Olivier estava sentado ao lado de , os dois conversavam baixo. Seus narizes pareciam estar colados e eles se encaravam. Em pouco tempo um beijo começou.
- Olha, vou te dizer - falava impaciente - Esse pub já teve dias melhores.
- É verdade - levantou - Vamos pra casa?
- Mas já? Não faz nem vinte minutos que vocês estão aqui - Johnny a olhou, chateado - Fica aí. Tem um amigo meu, que tá solteiro...
- Não Johnny! - e falaram juntas entre riso.
- Não é isso... É que eu tenho namorado – mordeu o lábio inferior - Eu queria o Tom.
- Oun coitadinha. - apertou a bochecha da amiga.
- Olha, eu vou pra casa – disse finalmente.
- , você vai ficar comigo, né? Garanto que vou te levar pra um lugar bem mais divertido que esse daqui - Johnny levantou.
- Ótimo - Ela olhou o casal ao seu lado e riu sozinha.
- Boa festa pra vocês, eu vou esperar a chegar e avisar que eu vou pra casa, meu celular acabou de acabar a bateria – mostrou o aparelho para o casal.
- Te vejo em casa - se despediu da amiga e deixou o local, acompanhada por Johnny.

Mais alguns minutos se passaram. Agora e Olivier conversavam com para que ela não ficasse sozinha. No meio da conversa, a piada que Olivier estava contando foi interrompida por .
- Oi gente! - Ela cumprimentou cada um - Desculpa o atraso! Cadê a ?
- Achei que você nem fosse vir - puxou uma cadeira para a amiga, mas ela não sentou - A foi pra outro lugar.
- Poxa, eu queria que ela conhecesse o Vini - fez uma cara triste.
- Falando nisso, cadê ele? - procurou ao redor da mesa.
- Foi ao banheiro, sabe como é... Homem adora falar que as mulheres vivem dentro dos banheiros, mas eles também não ficam atrás. - ria, quando alguém a abraçou por trás, escondendo o rosto na hora em que beijou-lhe o pescoço.
- Não morre tão cedo. - Ela sorriu e o puxou para sua frente - Meninas, Vinícius.
O rosto do garoto que antes tinha um sorriso simpático agora mostrava espanto e surpresa. Olivier e responderam algumas frases quase inaudíveis de ''Oi tudo bem?'', mas naquele momento, ele só conseguia manter os olhos em . Esta por sua vez, estava encarando o rapaz, incrédula, não sabia o que fazer, não conseguia controlar suas ações, e muito menos, as palavras.
- Jack?! - Ela falou baixo, mas bem na hora em que o som parou e o DJ começou a falar.
- JACK?! - ficou sem reação.
simplesmente não sabia o que fazer. Os olhos de começaram a encher de lágrimas enquanto Vinícius continuava paralisado encarando , em choque.
- Então vamos começar, quando eu tocar, quero ver todo mundo dançando! - O DJ dizia e o público gritava animado, mas o clima da mesa parecia distante de tudo isso. Olivier olhou , confuso, mas esta já sabia exatamente o que estava acontecendo. Por que diabos a tinha que ter ido embora? Mas pensando bem, não tinha muito o que fazer, era como se qualquer ação ou reação fosse causar uma grande explosão entre os três que se encaravam mostrando expressões diferentes.
- Não dá pra agüentar essa - saiu com pressa, empurrando todos que estavam em sua frente.
- Espera! - Vinícius acordou do transe e correu atrás da garota.
- ...Eu... - não sabia como acolher a amiga.
- Anda, ela pode fazer alguma besteira.

- , por favor! A gente precisa conversar! - Vinícius correu até onde ela estava.
não conseguia olhar para ele, ela estava sentada em um pequeno banco na rua, as lágrimas começaram a cair mais intensamente à medida que ela ouvia aquela voz. "Como eu pude ser tão burra?" Ela pensava em meio aos soluços.
- ! Olha pra mim!
A garota continuou com a cabeça baixa.
- ! - Agora era a dona da voz que gritava por seu nome. virou o rosto e encarou a amiga com dor no olhar. Ela não poderia e nem queria permanecer ali. A garota se levantou, ela saiu com passos apressados na direção oposta aos dois.

- DROGA! - Ele gritou alto. e se aproximaram.
- Pra onde ela foi? - levou as mãos à boca assustada enquanto assistia a amiga se afastar.
- Eu é que não sei né - Vinícius respondeu nervoso encarando .
- Alguém tem que ir atrás dela – falou baixinho olhando para o final da rua com apreensão – A vai acabar fazendo alguma besteira.
- Nossa ninguém notou isso! - O garoto passou as mãos pelos cabelos dando voltas no mesmo lugar.
- Ei Jack! - quase gritou - Pára de falar assim com ela!
Ele apenas a encarou e deu de ombros, voltando a olhar para a rua. Todos permaneceram em silêncio.
- Bom, enquanto vocês se resolvem, eu vou atrás da - deixou os dois a sós.
- Olha, Jack...
- Quantas vezes eu te pedi pra parar de me chamar de Jack?!
- Como é? - o olhou ofendida - Você tava me enganando com uma das minhas melhores amigas, e tava enganando a coitada também! E a culpa é minha?! Como eu ia adivinhar que você e o tal do Viniis eram a mesma pessoa?!
- VINÍCIUS! V-I-N-Í-C-I-U-S - Ele falou pausadamente - E como eu ia adivinhar que você era amiga dela?
- Quer dizer que você ia fazê-la de idiota mais uma vez? - Ela cruzou os braços encarando-o.
- Não! - Ele pensou melhor e a olhou confuso - O que eu fiz ?
- Nada! Esse é o problema! A deve estar pensando que nós estávamos tendo um caso ou qualquer coisa do tipo – falou assustada.
- Nós fizemos uma merda das grandes.
- Nós? Pra começo de conversa, eu não sabia que você era o ex-namorado da ! Você nunca falou nela!
- Você se fazia de ingênua então! “Vinícius” não é um nome muito comum por aqui.
- Não venha jogar a culpa pra cima de mim Jack, foi você quem começou tudo isso.
- Não precisa me lembrar ! Eu acho que já estou me sentindo um merda o suficiente!
- E agora você vem com essa de... – parou de falar ao sentir seu telefone vibrar. Ela olhou para o visor: “” – Alô? ? Anh, oi .
permaneceu calada por alguns segundos. Vinícius analisou a garota. Percebeu que seu rosto começou a ficar branco e seus olhos se encheram de lágrimas.
- M-mas... Como isso aconteceu?
- O que aconteceu? - Vinícius perguntou com medo da resposta.
- A ! – falou entre o choro – Ela foi atropelada... E-ela... Ela...
- ! – Olivier apareceu ao seu lado – O que...? Você está chorando?
- Olivier! – o abraçou pela cintura – Por favor, me leva para o hospital.

- Vocês já têm alguma informação do estado da paciente? - repetiu a mesma frase pela quinta vez para a enfermeira que apenas negou com a cabeça.
- Ai Meu Deus - afundou o rosto nas mãos suspirando.
- Eu não agüento isso! Ninguém fala nada! - Vinícius falou impaciente andando de um lado para o outro na sala de espera.
- Nós não podemos fazer nada, a não ser esperar - Olivier abraçou que segurava as lágrimas que insistiam em querer sair a toda hora.
- É... Alguém quer café? - falou finalmente quebrando o silêncio que dominou a sala.
- Eu aceito - Olivier respondeu.
- Eu também... - Vinícius falou evitando encará-la.
- ? - se virou para a amiga que finalmente a olhou - Me ajuda a pegar os cafés?
- Claro.

As duas pararam em frente ao balcão e fez os pedidos, permaneceu calada e logo se sentou em uma das mesas, encarando o chão.
- , não foi sua culpa - falou logo que se sentou à mesa.
- Como não ? - nna) encarou a amiga com lágrimas nos olhos.
- Você não sabia que o Jack e o Vinícius eram a mesma pessoa, você é tão vítima quando a .
- Mas era tão óbvio! Como eu não percebi antes?
- Você estava cega, perdida, você tem andando assim desde... - parou de falar procurando as palavras certas - Bem, você sabe...
- O que há de errado comigo? Parece que eu tenho um ímã que atrai problemas - nna) deu um gole no café - Eu acho que eu crio problemas.
- Sabe o que eu acho ?... Que você tem medo de fazer o que quer.
- Vai ver é por isso... Mas eu não... Eu não queria estar nessa situação, você sabe disso.
- Então porque você não vai lá e termina tudo com o Olivier? Você sabe que não gosta dele e também não gosta do Vinícius, não do jeito que você se sentia em relação ao Danny.
- eu gosto do Olivier... Não do mesmo jeito que eu me sentia com o Danny, mas... Você sabe que ele nunca vai me perdoar... O Olivier é ótimo. Eu tenho medo...
- Medo de que amiga? - segurou uma das mãos de .
- De tudo! O que era pequeno antes virou uma bola de neve - limpou o rosto, algumas lágrimas desceram pelo seu rosto - No começo quando eu tinha a pessoa que eu mais queria eu deixei que ela escapasse de uma hora pra outra, por um capricho bobo, agora por minha causa a está aqui.
- ! Você não teve culpa, por favor, não fique se martirizando por conta de uma besteira. Nós sabemos que não aconteceu nada entre vocês.
- Nós só nos beijamos uma vez e nada mais! A distorceu tudo!
- Ela não deve estar com raiva! Só confusa...
- Você não viu o jeito com que ela me olhou - começou a soluçar - A não vai me perdoar.
- Claro que vai! Ela não é idiota ! Ela sabe muito bem que você nunca ficaria com o Jack sabendo que ele era Vinícius.
- Ela me olhou com dor , decepção, tudo junto!
- Agora não é o momento certo pra pensar nisso, nós temos que esperar a melhorar. Não adianta sofrer antes da hora - abraçou que agora já não chorava mais - O que você falou pro Olivier?
- Eu disse que era um problema pessoal da . Então era melhor eu não comentar nada. Ele não insistiu.
- Ah sim... Boa saída – sorriu.
- ... Obrigada por tudo.
- Sem problemas. Agora vamos, os cavalheiros estão precisando de um café quente - deu um risinho e se levantou.

- Merci - Olivier deu um gole no café - , você quer que eu te leve pra casa?
- Não Olivier, eu vou ficar aqui até saber o estado da - falou desanimada.
- Tudo bem, eu queria muito ficar com você aqui, mas...
- Amanhã, no caso hoje, você ainda tem que trabalhar, ninguém mandou você ser sócio da empresa. - passou os braços pelo pescoço dele encarando-o - Desculpa ter te trazido pra cá.
- Não se preocupe com isso, eu nunca te deixaria sozinha em uma hora dessas.
- Obrigada Olivier.
- Au revoir, mon amour - Olivier selou os lábios com os da garota em um beijo calmo, em seguida cumprimentou e Vinícius saindo da sala.

Vinícius, e estavam sentados na sala de espera. Enquanto o garoto batucava na própria perna, e roíam as unhas impacientes. Finalmente a porta se abriu e um médico entrou com uma ficha na mão.
- Doutor! - se levantou apressada - Boa noite! E a ?
- Ela está bem? - perguntou logo em seguida.
- Ela está bem - Anunciou o médico - Foram feitos os raios-X de praxe, por sorte ela sofreu apenas algumas escoriações, só foram necessários alguns pontos em um pequeno corte acima da sobrancelha.
- Nós podemos vê-la? - Vinícius perguntou apressado.
- Ainda não, ela está dormindo. Precisa descansar. Talvez amanhã vocês possam vê-la, hoje está fora de cogitação.
- Obrigada doutor - falou após um suspiro.
- Boa noite, qualquer coisa vocês serão informados. Agora se vocês me dão licença... Tenham uma boa noite.
- Claro, aliás, ela já começou maravilhosa - Vinícius disse com ironia assim que o médico se afastou.
- Graças a Deus ela está bem - voltou a se sentar.
- Eu preciso de água. - se afastou saindo da sala.

- ... - Vinícius chegou por trás da garota que terminava de beber água.
- Jack, por favor, não começa... - encarou o chão.
- Eu só queria te falar que eu sou o culpado por tudo, mesmo não sabendo que você era amiga da ...
- Tudo bem... Afinal... Não aconteceu nada. Foi tudo um mal entendido.
- Eu juro que não teria te beijado se... Eu soubesse...
- Está tudo bem...
- O que eu faço agora ? - Ele a olhou, desolado.
- Essa é a hora que você se arrepende e vai atrás dela pedir desculpas.
- Mas e a gente?
- Que “a gente” Jack? Olha, esquece isso, você é legal, foi tudo muito legal, mas eu já quebrei muito minha cara com relacionamento. Chega de garotos imaturos que não se decidem. Já basta um que conseguiu com que eu me apaixonasse por ele e agora nem olha na minha cara - mordeu a boca e fechou os olhos, não queria chorar na frente do Vinícius, mas era só falar em Danny que ela ficava assim.
- Er... ?
- Ham?
- Eu estava me referindo a nossa amizade sabe...? – Ele sorriu sem graça.
- Ah sim... Desculpa. Eu estou ficando louca.
- Bem... Você não deve tá se referindo ao cara que tava lá dentro, né? Quando você fala sobre um cara pelo qual você é apaixonada.
- O Olivier? - Ela riu fraco – Não... Ele é maduro, bem resolvido, sabe o que quer e corre atrás disso, esse foi o problema, ele correu atrás de mim, e o Danny desistiu dessa maratona - Ela encarava o chão - E eu acabei ficando com o Olivier.
- Então você não gosta dele?
- Gosto. Não da maneira que ele gosta de mim, eu não o amo. E se você quer saber, eu amo o Danny.
- E eu amo a , mas agora eu perdi tudo, de novo.
- Jack, vai ser bem difícil, mas se vocês conversarem...
- Eu só quero que ela entenda, eu... Não quero outra chance, se não eu vou cometer o mesmo erro... De novo - Ele sorriu sem ânimo para – Eu acho que se ela me perdoar vai ser o suficiente.
- Bom, se precisar de uma amiga - Ela enfatizou a última palavra - Eu estou aqui.
- Digo o mesmo pra você - Ele sorriu e os dois se abraçaram.

e Johnny chegaram ao lobby do hotel, que se encontrava repleto de pessoas que saiam da festa que acontecia ali.
- Pelo visto a festa está animada hein? - deu um risinho, ela já estava meio tonta, pois já tinha bebido alguns drinks no pub.
- É... Isso porque o pessoal falou que ia fazer uma coisa pequena - Ele se aproximou falando em seu ouvido - Vem, vamos beber alguma coisa.
- Claro - Ela deu um sorriso ao ver que o garoto a puxava pela mão. Os dois seguiram até o salão de festas do hotel, um DJ tocava uma música eletrônica agitada, enquanto várias pessoas se reuniam no meio da pista e nos cantos dançando animadamente, a maioria já estava bêbada, mas todos pareciam se divertir. À medida que iam andando em direção ao bar, Johnny saiu dando acenos para todos os presentes, que gritaram seus nomes algumas vezes.
Finalmente, eles pararam em frente ao bar, onde vários barmen preparavam coquetéis e drinks ao mesmo tempo. Johnny puxou um banco para que pudesse se sentar, foi isso que ela fez, logo ele estava em pé ao seu lado.
- E você vai ficar aí em pé? - se inclinou para frente aproximando seus rostos.
- Eu estou bem, você está confortável? - Ele perguntou com um risinho.
- Pra falar a verdade não, me incomoda te ver em pé e ficar sentada te olhando...
- Não se incomode. Sério, eu estou acostumado a ficar assim, fazendo os shows e tudo o mais, eu estou bem - Johnny deu um pequeno aperto na mão da garota - Eu só quero que você fique a vontade aqui, quero que você goste.
- Nossa Johnny pra que você faz tanta questão disso?
- Porque assim, você não vai ter motivo pra ir embora tão cedo e você vai poder ficar aqui comigo - Johnny deu um pequeno risinho, aproximando seu rosto do da garota que ria para ele.
- Eu prometo que fico aqui até o final da festa - falou agora com os lábios quase encostados no dele - Mas eu estou morrendo de sede...
- Claro... - Johnny sorriu com o canto da boca ao ver que a garota tinha virado o rosto subitamente para o barman, enquanto pedia duas bebidas.
- Um brinde! - Ele falou quebrando o silêncio assim que lhe entregou sua bebida.
- Um brinde! - Ela riu imitando-o - A que exatamente?
- A esta noite, que eu vou fazer com que seja a melhor e mais divertida que você já teve e... - Ele parou fazendo um careta para pensar - A você, que a cada dia que a gente se esbarra parece estar mais linda e hot.
- Saúde! - falou finalmente, encostando as duas taças. Enquanto dava o primeiro gole em sua bebida, seu olhar cruzou o de Johnny que a engolia com o seu.
- Sabe o que eu estou com vontade de fazer? - Ela falou animada.
- Me beijar? - Johnny a encarou com um sorriso sexy no rosto aproximando-se dela.
- Tudo a seu tempo Johnny, agora eu quero dançar... - sorriu ao ver a cara desapontada que o garoto fez.
- Tudo bem, o seu desejo é uma ordem, mas quando quiser me beijar me avisa.
- Pode deixar - piscou para ele, puxando-o pela mão até o meio da pista de dança.
A música animada que tocava fora trocada por uma mais lenta, uma mulher cantava, tinha a voz profunda e sexy, a letra era provocante, assim como as pessoas que dançavam ali.
Johnny lançou um sorriso safado para a garota assim que a música começara a tocar.
- Pelo visto meus planos de dançar foram por água a baixo - Ela fez um bico encarando o chão.
- Nada disso, agora a gente vai dançar - Johnny se aproximou da garota passando os braços pela sua cintura, puxando-a para perto de si. por sua vez, colocou as mãos na nuca do rapaz, enquanto eles se mexiam lentamente em sincronia.
- Não é tão ruim - Ela disse próximo ao ouvido dele.
- Não, não é... - Johnny aproximou seu rosto, encostando-o no de , ele deu uma pequena mordida na orelha da garota, que fechou os olhos ao sentir aquilo. Logo em seguida ele deu pequenos beijinhos ao longo do pescoço da garota, ao mesmo tempo em que sentia seu perfume doce. estava arrepiada dos pés a cabeça, a única coisa em que conseguia pensar era naquele momento, naquele toque, no jeito como ele tinha poder sobre ela, como ele a dominava com pequenas palavras e gestos.
- Johnny... - Ela falou lentamente, ao ver que estava aproximando os beijinhos que começaram no pescoço para a boca da garota.
Ele não respondeu continuou beijando o rosto de .
- Johnny... - afastou o rosto do rapaz que logo em seguida a encarou com um sorrisinho.
- O que? - Ele perguntou calmamente.
- Eu quero ir pra outro lugar, aqui está cheio de gente, estou ficando agoniada - Ela falou passando o olhar pelas pessoas que estavam quase encostadas neles.
- Tudo bem, vamos subir então... - Johnny a pegou pela mão, sem nem esperar uma resposta. ficou surpresa ao ouvir o convite, apenas seguiu-o até o lobby do hotel.

O elevador chegou e junto com eles, várias pessoas entraram junto, elas conversavam animadas, animadas até demais, algumas estavam bastante bêbadas. Johnny só dava pequenos olhares para que ria. Eles pararam no quinto andar, onde metade das pessoas saiu do elevador, pelo visto naquele andar estava tendo uma festinha particular. A porta se fechou novamente e voltou a abrir no nono andar. O restante saiu, deixando os dois a sós.
- Finalmente! - deu um suspiro ao ver a porta se fechar novamente.
- Nem eu estava mais agüentando. Aquele cara tava fedendo - Johnny deu uma risada, seguido de .
A porta abriu no décimo primeiro andar, o corredor estava vazio, não havia barulho algum e as luzes estavam baixas.
- Pelo visto o pessoal desse andar dorme cedo - brincou saindo do elevador seguida de Johnny.
- É, o pessoal desse andar é santo. - Ele deu um risinho sarcástico.
- Duvido muito, se você está nele Johnny, aqui deve ser o dos pecadores - Ela riu ao ver a cara ofendida que ele fez.
- Tá bom, tá bom, digamos então que aqui dormem os caras normais - Ele falou abrindo a porta.
- Feito.
- Você primeiro - Ele abriu a porta para que ela pudesse entrar.
- Obrigada - sorriu sem graça, entrando no quarto.
Enquanto Johnny trancava a porta, encarou o cômodo. Ele era imenso, a cama de casal era king size, a televisão de plasma, ficava de frente para a cama e outra, ficava de frente para um conjunto de sofás, que ficavam no cômodo junto ao quarto. A porta do banheiro estava aberta e pode ver que havia uma banheira de hidromassagem lá.
- Nossa! - Foi a primeira coisa que ela conseguiu falar.
- O que?
- É gigante!
- Depois de um tempo a gente se acostuma - Ele ficou de frente para a garota - Como nós vivemos em turnê, eu moro aqui quando estou em Londres.
- Legal...
Os dois permaneceram em silêncio e logo seus olhares se encontraram.
- Eu não quero que a gente fique se esbarrando pra sempre, sabe? - Johnny a encarava sem piscar os olhos.
fez uma expressão confusa e ele continuou.
- Eu quero fazer mais do que só sempre esbarrar com você... - Johnny se aproximou da garota, colocando uma as mãos sobre a cintura dela - Eu acho que já deixei isso bem claro.
sentia um frio na barriga inexplicável, era estranho estar ali com Johnny, mas ao mesmo tempo, ela se sentia desafiada, desejada, sensual. O clima estava esquentando entre os dois há muito tempo, as faíscas podiam ser vistas de longe, a química sempre rolou, mas nunca tinham feito nada. Ela não agüentaria mais essa situação.
- Me beija - o encarou séria e decidida.
Johnny deu um risinho, ele puxou para perto de si, aproximando seu rosto do dela. Ele deu um beijo no canto da boca da garota, essa por sua vez, tinha os olhos fechados sentindo cada toque. Logo em seguida ele beijou seu nariz, sua bochecha do lado direito, depois a do lado esquerdo. Finalmente ele chegou a sua boca, seus lábios encostaram-se em um selinho rápido. Johnny afastou o rosto, voltando a aproximá-lo novamente, mordendo a boca da garota de leve. Dessa vez ela o segurou com força pela nuca, seus lábios se encontraram desesperadamente. abriu um pouco a boca, para que suas línguas se encontrassem.
Passados alguns minutos, os dois tinham os corpos muito próximos e os lábios um pouco avermelhados. Eles não estavam se beijando, já que estava ocupada dando beijinhos por todo o pescoço de Johnny, que logo se tornaram um chupão. Johnny estava arrepiado dos pés a cabeça, tinha um pequeno sorriso no rosto, enquanto sentia um prazer misturado com dor, ele colocou as mãos sobre a calça da garota, abrindo-a e logo em seguida colocando-a no chão.
parou e voltou a encará-lo, ambos tinham um sorriso no rosto, que logo fora escondido pelo início de outro beijo quente que acontecia.
Johnny foi puxando em direção à cama do quarto, a garota percebeu isso, mas deixou ser levada, ela queria aquilo, desejava, pensava naquele momento tanto quanto ele.
Ao chegarem ao pé da cama, Johnny parou, ainda beijando a garota, colocou as mãos por baixo da camiseta que ele usava, puxando-a para cima, com a ajuda dele, logo esta estava jogada no canto do quarto. Em seguida ela se afastou dele, empurrando-o na cama. Ele a encarou com um sorriso no rosto, olhando-a dos pés a cabeça.
A garota tirou a própria blusa, jogando-a para longe, ficando apenas de sutiã, que tinha as rendas pretas e as listras vermelhas e rosas, o qual havia sido comprado dias antes junto com as amigas. Johnny ainda tinha os olhos presos a ela. subiu na cama, engatinhando até o garoto que se encontrava escorado na cabeceira. Ela sentou sobre seu quadril segurando seu rosto com uma das mãos. Eles voltaram a se beijar novamente.
Com o passar do tempo, roupas foram tiradas e logo em seguida jogadas para qualquer lado. Os dois já estavam sem roupa nenhuma, fazia movimentos contínuos sobre Johnny. Eles não conseguiam ouvir nada no corredor, nem em canto nenhum, a única coisa que podia ser ouvida eram os gemidos que ambos davam a cada mudança na intensidade do movimento que a garota fazia sobre ele.

estava sentada ao lado de na área de espera do hospital. Vinícius havia acabado de sair para comprar algum lanche, pois já eram seis e meia da manhã.
- A retornou a ligação, ? - perguntou durante um bocejo.
- Ainda não - olhou preocupada para o celular - Já liguei umas cinco vezes, tanto pro celular dela como pra meu apartamento.
- Vai ver ela ainda não acordou.
- É... A não é o tipo de pessoa que acorda cedo - deu um risinho colocando o celular ao seu lado.
- Vou comprar um café pra gente - levantou e saiu da sala.
Seguiram alguns minutos de silêncio até o celular de tocar. O susto e o entusiasmo foram tão grandes que ela atendeu no primeiro toque sem nem olhar.
- , onde você tá?!
- Hãm?! - Uma voz masculina riu do outro lado.
- Tom?! - encostou a cabeça na parede e fechou os olhos - Desculpa.
- Não, eu que peço desculpas, te acordei, né?
- Pra falar a verdade não, eu já estava acordada.
- Então por que você achou que eu fosse a ?
- Eu estava precisando muito falar com ela...
- Aconteceu alguma coisa? Onde você tá?!
- Eu... Eu to no hospital, amor.
- HOSPITAL?! - Tom gritou do outro lado – O que aconteceu com você? Amor... , eu to voltando pra Londres agora! Em que hospital você tá?
- Calma Tom! Não precisa se preocupar.
- Como não? O que aconteceu?!
- A foi atropelada, mas o médico disse que não foi nada demais, a gente só quer ter certeza de que tá tudo bem. Mas, Tom...
- Como isso aconteceu?!
- Tom...
- Ela bebeu?
- Não, Tom...
- Mas o que aconteceu com ela? Ela quebrou alguma cois...
- Amor! Presta atenção, eu posso confiar em você, né?
- Claro!
- Não conta pro Harry, por favor.
- Por que não?! Ele precisa saber - Tom passava a mão nos cabelos, agoniado.
- Não, por favor, depois eu te explico, só não conta amor, por mim vai?
-... Tá bom, mas me mantenha informado!
- Claro. - Ela sorriu triste - Então, você ia me falar alguma coisa importante?
- Era uma boa notícia, mas depois dessa, cortou até o clima...
- Não, vai em frente, tô precisando ouvir coisa boa.
- É que a gente tá chegando aí no sábado.
- Hoje?! - perguntou surpresa.
- Não né - Ele riu - No próximo.
- Que bom amor, eu tô morrendo de saudades, mal posso esperar pra te ver.
- Eu também amor, muita, muita, muita. - Tom falou animado.
e Tom ficaram em silêncio por alguns segundos, até que o garoto conseguiu ouvir a respiração da garota, que dava pequenas fungadas.
- , não chora, por favor.
- Ai amor é que eu tô nervosa, aconteceu isso com a e eu não tinha ninguém aqui... - falou com voz de choro - Eu tô me sentindo sozinha.
- , só mais uma semana e eu vou estar de volta.
- Tudo bem, pra quem esperou dois meses, o que é uma semana, né... Tom, não fala pro Harry, nem pra nenhum dos meninos, por favor.
- Eu não vou falar amor, te amo.
- Te amo, beijo.

- ? - cutucou o ombro da amiga de leve - ?...
- Hum... - mal abriu os olhos e os fechou de novo.
- acorda!
- Eu tô acordada! - levantou da cadeira assustada - O que foi? Aconteceu alguma coisa?
- Calma! Tá tudo bem... - puxou a garota para que sentasse ao seu lado - É que o médico acabou de aparecer aqui.
- E o que ele disse?
- Ele falou que a já está acordada... Bem, ela já pode receber visitas.
- Ainda bem ! Vamos lá! - falou animada.
- , posso te pedir uma coisa?
- Claro.
- Me deixa entrar primeiro, eu queria conversar com a ... Acho que tudo isso foi por um lado culpa minha... - abaixou a cabeça encarando o chão.
- Tudo bem, eu vou tomar um café enquanto isso... - olhou para os lados - , cadê o Vinícius?
- Ah, ele foi na faculdade, falou que volta daqui algumas horas.
- Ah sim...
- Bom, eu vou lá, me deseje sorte.
- Boa sorte - deu um sorrisinho beijando a bochecha da amiga.

foi guiada pela enfermeira até o quarto de . A garota parou em frente à porta encarando o número 525, tentava pensar no que diria. Ao mesmo tempo, imaginava como a receberia depois de tudo o que tinha acontecido na noite anterior. Ela teria que arriscar para descobrir. deu batidinhas seguidas na porta até ouvir a voz de , que a fez estremecer.
- Entra.
não ousou falar nada, apenas entrou calmamente no quarto. Este era amplo com apenas uma janela atrás da cama da paciente, um sofá no canto e alguns aparelhos médicos. e cruzaram os olhares, porém não disseram nada.
- Oi... - finalmente falou, encarando o chão.
- Oi - falou seca olhando para a parede ao seu lado.
- eu... - tentava procurar as palavras certas, ela encarava a barra da blusa que usava apertando-a com as mãos. não falou nada apenas continuou olhando para a parede.
- Eu sinto muito...
- Eu confiava em você ... - Foi a única coisa que conseguiu falar antes que seus olhos se enchessem de lágrimas.
- , não é o que pareceu ser!
- , pelo amor de Deus, você falava sobre ele, isso já estava acontecendo há muito tempo!
- Não ! Você não entende, por favor, me escuta... - se aproximou da cama, ficando em pé ao lado da amiga.
não falou nada, apenas ficou calada.
- A verdade é que... Todos nós somos vítimas de um terrível engano... Sabe, quando eu conheci o Jac... Vinícius, eu não sabia que ele era o seu Vinícius. Você entendeu tudo errado. Eu e o Jack não tivemos nada! Nós nos beijamos uma vez, mas... Bem, nós percebemos que não tinha nada a ver... Ele me disse que gostava de uma pessoa assim como eu...
- Pelo visto , depois que o Danny foi embora você só tem cometido enganos... - falou seca.
- É... - Agora algumas lágrimas caíram dos olhos de - Vai ver é por causa disso mesmo... Mas , eu te juro, foi apenas um beijo. Depois disso, foi só amizade!
O quarto permaneceu em silêncio por alguns segundos até continuar.
- , eu... Eu não sabia que o Jack era o Vinícius, acredite ou não. Eu não o chamava pelo nome verdadeiro, por isso nós nunca percebemos que estávamos com a mesma pessoa.
- Mas ele sabia! - falou subitamente.
- Não! Ele não sabia, nós nunca fomos apresentados, só na noite de ontem que... Bem, aconteceu tudo aquilo...
fixou seu olhar em um canto contendo as lágrimas, pensativa.
- Por favor, , você tem que acreditar em mim - pousou sua mão sobre a de .
- Eu acredito - deu um sorriso fraco.
abraçou a amiga com força e foi retribuída da mesma forma.

- Cadê a ? – Vinícius perguntou assim que entrou na sala.
- Conversando com a . – disse sem encará-lo.
Assim que terminou de pronunciar a frase. apareceu no corredor. Ela veio na direção dos dois caminhando lentamente com a expressão impossível de se ler. se levantou aproximando-se dela.
- E então?
- Está tudo bem. – sorriu.
- Ela pode receber visitas? – Vinícius perguntou animado – Eu posso falar com ela?
- Eu não acho que ela vai querer falar com você. – mordeu o lábio inferior sem encará-lo.
- Eu tenho que tentar pelo menos. Me desculpar.
e se entreolharam. Em poucos minutos a enfermeira veio buscar Vinícius para que ele fosse até o quarto de .
- Isso não vai dar certo – comentou enquanto olhava o garoto se afastar.
- , você conseguiu falar com a ?
- Não! Vou tentar de novo – disse discando o número no celular – Alô? ? Onde você estava?
- Acabei de chegar em casa... Por quê?
- Ah, depois eu te conto. Afinal, você passou a noite onde?
- Não queira saber – deu um risinho safado.
- Resuma – rolou os olhos.
- Johnny Borrell.
- Ok, nós precisamos conversar quando chegarmos em casa – deu um risinho e desligou o telefone.
- E então? – perguntou curiosa.
- Ao que tudo indica a dormiu com o Johnny Borrell.

- Você está bem amiga? – se aproximou da cama. Agora podia ver o rosto de . Seus olhos estavam vermelhos.
- Muito bem! – Ela respondeu com sorriso – Eu finalmente me livrei do Vinícius.
- Mas... Você tá chorando... – pareceu confusa.
- É uma mistura que está acontecendo aqui dentro – sorriu enquanto algumas lágrimas desciam – Mas eu nunca estive tão feliz. Tão livre.
- O que aconteceu? O que ele te disse? – perguntou, não contendo a curiosidade.
- Ele se desculpou por tudo que ele fez e pediu uma nova chance – deu um risinho seco – Chance... Eu disse que estava cansada de esperar que ele fosse mudar. Disse que o tempo em que ele realmente estava comigo foi ótimo, mas que agora não tinha porque eu continuar com ele já que o que eu queria ter certeza eu já tinha conseguido. Pedi pra ele não me procurar mais... E ele foi embora.
- Isso é o que eu chamo de resumo! – brincou – Ele passou mais de meia hora aqui.
- Amiga, to tão orgulhosa! – abraçou .
As três amigas riram e se abraçaram em grupo. contou a novidade para as garotas. Elas ficaram animadas ao saberem da volta dos meninos. O resto da tarde, elas passaram no hospital regadas por café e pedaços de bolo contrabandeados para da lanchonete do hospital. No final do dia, a garota recebeu alta. Olivier foi buscar as três no hospital e deixou cada uma em sua própria casa. contou tudo para quando chegou em casa, a qual ficou decepcionada por não ter participado de nada. Segundo , ela havia perdido toda a “diversão”. Após ficar sabendo de tudo o que havia acontecido no hospital a garota contou como tinha sido a noite com Johnny nos mínimos detalhes para a amiga que ouvia tudo surpresa.

"Oi, aqui é a " A voz e falou animada "E a " A voz de cortou a frase de logo em seguida. "Deixe o seu recado após o sinal" As duas falaram juntas entre risos.

", qual o entrega problema dessa garota?" - Dougie deu um riso sem graça - "Ela não retorna as minhas ligações nunca, avisa pra que eu quero falar com ela, tô cansado de ter que ouvir essa mensagem toda vez que eu ligo”.



Capítulo 34

A noite de segunda-feira estava sendo a mais insana de toda a turnê que Busted e McFly estavam fazendo. Todos pareciam bastante ansiosos já que, hoje, eles tocariam em Manchester. O local onde havia o maior número de fãs e a maior casa de shows na qual eles já tocaram. Pois eles participariam de um festival onde várias bandas se apresentariam. Todas eram novas. Aquele festival tinha como papel apresentar os próximos “prodígios” da música. Busted e McFly tocariam uma música juntos e fechariam a noite com “Build me up buttercup”. Naquele momento Snow Patrol se apresentava levando o público ao delírio. Depois deles, Razorlight, além de The Filthy Youth, Keane e Franz Ferdinand.

O barulho da multidão gritando e das bandas que cantavam sem poupar o fôlego invadia o camarim em que estavam presentes os quatro garotos.
- Harry, joga uma garrafa d'água, por favor? - Tom esticou a mão.
- Segura - Harry não mediu forças e acertou a testa do amigo - Mal dude.
- Porra, Harry! - Tom reclamou passando a mão na testa.
- Cuidado pra não furar a garrafa - Danny riu junto com os outros.
- Cala a boca, Danny! Pelo menos eu tenho alguém que está me esperando quando eu voltar. - Tom respondeu mal humorado.
- Uhhh... - Harry e Dougie falaram juntos entre risinhos.
- Não estraga meu dia, vamos mudar de assunto – Danny rolou os olhos.
- Ihhh... - Harry e Dougie voltaram a falar entre risinhos.
- Ah, calem a boca - Danny foi pra cima de Dougie e Harry.
Enquanto Danny, Harry e Dougie brincavam de se bater, Tom ouviu a porta do camarim levar batidas, então se levantou para ver quem era.
- Johnny? - Ele falou surpreso.
- E aí, cara! Me falaram que vocês também iam tocar nesse festival.
- Claro, entra aí. - Tom deu passagem.
- Fala pessoal - Johnny cumprimentou os outros membros da banda.
- Dudes! - Tom falou ao ver que os outros ainda estavam se batendo - Johnny, estes são Danny, Dougie e Harry.
- E aí dude! - Danny o cumprimentou animado.
- Cerveja? - Harry ofereceu.
- É sempre bom, né - Johnny respondeu.
- Essa tá gelada - Dougie entregou a cerveja a Harry que passou para Johnny.
- Que horas o Razorlight vai tocar? - Danny perguntou sentando-se ao lado de Johnny no sofá.
- Nós somos depois do Snow Patrol, e vocês? - Johnny deu um gole na cerveja.
- Já tocamos, foi foda! - Dougie sorriu animado.
- Mas nós ainda vamos voltar no final pra tocar com o Busted – Dougie completou.
- Que bom, fiquei sabendo que a banda de vocês tá se dando super bem nessa turnê.
- É, acho que o cd vai sair finalmente - Tom deu um gole na água que tinha em mãos.
- Ainda bem, dois meses longe da... De casa... Tinham que valer a pena de algum modo - Dougie falou, recebendo uma careta de Danny.
- Ouuun, tá apaixonadinho bebê. - Danny falou apertando as bochechas de Dougie, fazendo com que os outros rissem.
- É ficar longe de casa dois meses está sendo difícil... - Tom completou a frase de Dougie.
- Falando nisso Tom... - Johnny sorriu - Eu saí com a sua namorada na sexta.
- Ham? Como é que é?
- Não! Me expressei mal - Johnny apressou-se ao falar.
- Quando vocês saíram? - Tom perguntou desconfiado, recebendo olhares dos companheiros da banda entre risos.
- Na verdade, nós saímos com um grupo de amigos. Ela estava junto, na verdade eu estava saindo com outra garota, a , não sei se vocês conhecem.
- Evans? - Harry e Danny perguntaram ao mesmo tempo.
- É... - Johnny respondeu despreocupado dando um gole na cerveja.
- A ? - Tom perguntou mais uma vez enquanto todos encararam Dougie, que olhava para o nada, tentando processar o que tinha acabado de ouvir.
- É, ela é incrível, uma pena não poder sair mais com ela por causa desse show.
- Ham... - Foi a única coisa que Tom conseguiu falar ainda preocupado com o estado de Dougie.
- As amigas da sua namorada são muito legais Tom , conheci a e a também.
Ao falar os nomes das duas garotas, Harry e Danny começaram a prestar atenção na conversa.
- Mas eu acho que a tava meio mal...
- Por quê? - Tom perguntou agoniado.
- Porque quando nós saímos, estávamos todos em casais, menos ela, você tem moral hein Thomas? - Johnny deu um risinho.
- Moral? - Tom perguntou confuso.
- É, ela falou a noite toda que sentia saudades de você, toda apaixonada - Tom deu um sorriso bobo e ao mesmo tempo uma tristeza o invadiu por inteiro. Não dava mais pra agüentar essa distância.
- Espera aí, a estava acompanhada? - Harry levantou uma sobrancelha.
- Eu não cheguei a ver, mas a me falou alguma coisa sobre o cara, Vini... Alguma coisa - Johnny recebeu um olhar de Dougie que parecia fuzilá-lo.
- ? - Ele perguntou com raiva - Vocês ficaram tão íntimos assim?
- Qual é Dougie - Johnny sorriu - Você não quer que eu entre em detalhes né?
- É melhor não entrar mesmo se você não quiser se apresentar com um olho roxo - Dougie continuou encarando o rapaz que agora o olhava assustado.
Nesse momento a porta do camarim se abriu e o agente do Razorlight avisou que eles já iriam se apresentar.
- Johnny é melhor você ir para o palco - Tom guiou o rapaz até a porta - Boa sorte com o show.
- Tudo bem, desculpa aí qualquer coisa - Ele saiu e Tom fechou a porta.
- Eu não acredito que ela realmente fez isso! - Harry chutou a caixa de som que tinha ao seu lado.
- Eu confiava na - Dougie encarava os próprios pés.
- E eu na ! Aquele ex filho da...
- Vocês tão reclamando do que? - Danny falou despreocupado - Quer dizer... Nem namorados vocês eram...
- Danny... - Tom o olhou com raiva - Cala a boca e não piora as coisas...
O camarim ficou em silêncio até que Tom continuou.
- Dudes, não vai adiantar falar mal delas. A gente só precisa se concentrar no nosso último show e voltar pra Londres, aí resolvemos tudo... Ok? - Tom tentou acalmar os amigos.
- Você está certo - Danny saiu do camarim.

já havia se recuperado do acidente. Em poucos dias a garota já conseguia ser vista esbanjando um sorriso no rosto e uma animação maior até do que a de . Com toda essa energia, ela aproveitava o tempo fotografando e terminando alguns trabalhos para a faculdade. Por sorte, o final de semana no qual Olivier pretendia leva-las na casa de campo, iria vir adiantado, já que naquele mês haveria um feriado que começaria na quarta-feira. Sendo assim, ele reafirmou o convite, dizendo que talvez fosse melhor que elas fossem no meio da semana mesmo, pois segundo a previsões do tempo, abriria um sol durante esses dias. As amigas concordaram prontamente, nada melhor do que um bom feriado para se divertirem e relaxarem.

- Você tem certeza que não vai com a gente ? - terminava de arrumar a mala.
- Tenho sim , amanhã eu apareço lá, bem cedinho, pra acordar todas vocês - riu.
Um dos feriados mais esperados pelos londrinos finalmente havia chegado. A folga começava na quarta e só terminava na terça da semana seguinte. Para aproveitar mais, e aceitaram a carona no carro de , que partia na terça à noite, para o sítio de Olivier.
- Qual dos dois eu levo? - tinha dois biquínis em mãos.
- O branco - disse.
- O verde - respondeu na mesma hora.
- Tá, os dois. - colocou-os dentro da bolsa - , e se você não aparecer amanhã? Eu preciso do secador de cabelo.
- Ah não , eu vou usar hoje - Ela riu - E amanhã eu vou de certeza.
- Com licença – Olivier apareceu na porta do quarto de – Eu vim pegar as malas.
- Nossa Olivier a sua educação me impressiona. – comentou enquanto entregava duas enormes malas para ele – Ele não é lindo?
- É, ele é lindo – sorriu beijando o namorado.
- Vou esperar vocês no carro então – Olivier falou enquanto atravessava com as duas malas pela porta – Você tem certeza que não vai, ?
- Tenho sim Olivier, obrigada – sorriu enquanto assistia o garoto desaparecer no corredor.
- Vem logo com a gente - insistiu.
- Não dá. Eu preciso terminar de ler sobre a nova campanha da empresa.
- Bem, você que sabe. A gente te espera amanhã. - se despediu da amiga enquanto esperava as outras na porta do quarto.
- Ai gente, sabe no que eu tava pensando – falou mordendo o lábio inferior.
- No quê? – perguntou enquanto passava o olho no quarto com medo de ter esquecido alguma coisa.
- Eu acho que não vou caber naquela lingerie que eu comprei – pareceu preocupada – O Tom chega no sábado! Ai meu Deus!
- Caraca, esse negócio de comer brigadeiro todo dia tá acabando com a gente – também pareceu preocupada ao ouvir a amiga.
- Experimenta logo então, porque qualquer coisa você troca – disse.
- Mas deve estar boa sim – deu um riso maroto – A minha coube direitinho.
- Ai rolou os olhos sem conseguir esconder o sorriso.
- É melhor nós irmos... Vê se não se atrasa - seguiu até a porta.
- , o Tom só chega no sábado, aqui ou lá, você não vai ter ninguém pra fazer o que você quer fazer - segurou o riso.
- E o que eu quero fazer? - a olhou confusa.
- Quer mesmo que eu responda?
- Ai, ! - riu - Vai antes que o Olivier te deixe aqui.
- Tchau, chuchu!

Já haviam passado mais de três horas que as garotas tinham saído. Assim que elas deixaram sozinha, esta foi ver um filme que passava na tv. Ele era de drama. Em pouco tempo ela já estava às lágrimas, se emocionando com cada fala dos personagens. Assim que o filme terminou, ela decidiu tomar um banho. Meia hora se passou até que ela saísse do banheiro enrolada em uma toalha. Como estava frio, ela achou melhor secar seu cabelo, não queria que eles dormissem molhados. parou no meio do quarto olhando para a pequena sacola rosa e branca com as inscrições “Victoria’s Secret”. A garota se aproximou pegando o conteúdo que havia dentro. A toalha fora jogada sobre a cama e em poucos minutos ela já estava com toda a lingerie no corpo.
- Graças a Deus! – Ela sorriu enquanto se encarava no espelho – Ainda cabe!
A garota bateu palminhas animadas enquanto caminhava até a cozinha a passos largos.
- Não vai fazer mal comer um chocolate. – Ela mordeu o lábio inferior enquanto encarava a geladeira. abriu a porta olhando para a pequena caixinha vermelha. Ela estendeu o braço e aproximou seus dedos do embrulho tocando-o. Ela sorriu para si mesma, mas pulou para longe da geladeira quando foi surpreendida pela campainha – Ótimo - Respondeu com ironia -.... Ai meu Deus! – Ela encarou o próprio corpo e percebeu que ainda usava a lingerie. A garota correu até o quarto, colocando um robe floral por cima. Sem nem ao menos olhar pelo olho mágico, ela abriu a porta. Logo ela deu de cara com vários balões em forma de coração presos a um presente, onde havia um cartão escrito "I wanna hold you...”.
- Alguém errou a porta - olhou para um lado e para o outro. O hall estava deserto. Ela pegou o cartão e leu em voz alta:

Melt the polar ice caps baby, watch them flood the earth, I’d do anything to show you what your love is worth"
[Eu derreteria as geleiras polares, baby e as assistiria inundar a terra. E eu faria qualquer coisa pra mostrar o quanto vale o seu amor]
Ela soltou um sorriso bobo ao ler no final
“My love, " .

Abaixou-se para abrir o presente, e para sua surpresa, dentro da caixa havia mais um cartão junto com um pequeno som. Leu mais uma vez em voz alta.
- "Aperte o play" - Ao obedecer o bilhete, não saiu som algum do aparelho, e sim do final do corredor. levantou-se depressa e reconheceu na hora um rapaz loiro, que vinha sorrindo com aquela covinha única, cantando e tocando violão ao mesmo tempo, enquanto seguia em sua direção.
- "She rocks my world, more than any other girl..." - Ele sorria ao ver as lágrimas nos olhos da namorada. Ela não esperou ele terminar de tocar, apenas o abraçou com toda força que conseguiu.
- Você voltou! - Era a única coisa que ela conseguia repetir entre selinhos que dava no namorado. A garota passou os braços pelo pescoço de Tom não querendo soltá-lo por nada.
- Voltei – Tom falava em meio aos risos – Gostou da surpresa?
- Se eu gostei? – falou entre soluços – Tom... Eu... Você deve estar querendo me matar do coração! V-você... Tinha dito que ia voltar no sábado!
- Era uma surpresa! – Tom falou como se fosse óbvio.
- Ai... Eu não acredito que você tá aqui! – falava com o rosto escondido no peito do namorado.
- Eu to, amor. – Tom beijou o topo da cabeça da namorada.
Ao se recuperar da surpresa, ajudou o namorado a colocar as coisas para dentro. Enquanto ele tirava o casaco e os tênis. pegava algo para ele beber na cozinha.
- Amor, me conta tudo - Ela sentou ao lado dele no sofá.
- Foi muito bom, mas teria sido melhor se você estivesse lá - Tom a olhou triste.
- Eu vou na próxima - deitou a cabeça no colo dele - Me conta todos os detalhes de todos os shows de todas as cidades!
- Tá bom, mas que namorada afobada! - Ele riu depositando um selinho na boca de .
Tom começou a contar sobre algumas histórias da turnê, as quais prestava atenção nos mínimos detalhes. Depois contou sobre os shows e os erros que tinha cometido nas músicas.
- Esse cd vai sair com certeza! – disse animada – Ai amor... Eu não podia pedir mais nada... Você está de volta pra casa – A garota o encarou com um sorriso bobo.
- E eu? Posso pedir uma coisa? – Ele perguntou em um tom quase infantil.
- Pode, claro! O que você quiser – sorriu.
- Me beija, por favor? – Tom sorriu com o canto da boca, deixando a covinha à mostra.
não esperou que ele dissesse mais nada. A garota aproximou seu rosto procurando os lábios de Tom. Ao se encontrarem eles iniciaram um beijo intenso repleto de desejo e saudade. O garoto a puxou para perto de si. sentou em seu colo. Ela tinha os braços no pescoço de Tom. Ele explorava seu corpo com uma das mãos, logo elas entraram por baixo do robe que a garota usava. Tom tocou o tecido de renda da lingerie e pareceu um pouco surpreso.
- O que é isso que você está usando? – Ele perguntou no meio do beijo.
- Victoria’s Secret. – respondeu um pouco sem graça – Comprei pra quando você voltasse.
Tom parou o beijo encarando-a com um sorriso.
- Eu preciso ver isso – Ele pediu com um pequeno risinho.
- Não! – sentiu o rosto se tornar escarlate.
- Por favor, amor! – Tom pediu mais uma vez enquanto dava pequenos beijos no seu pescoço – Poxa, eu passei tanto tempo longe... Deixa eu te ver...
- Tá bom – se convenceu. A garota tirou seus braços da nuca do garoto. Ela se virou de costas para ele. Ainda sentada em seu colo ela desatou o laço que prendia o robe. Tom o puxou para baixo, ao mesmo tempo se levantou ficando apenas com a lingerie. Ela virou apenas o rosto para se deparar com o de Tom que a olhava dos pés a cabeça, boquiaberto. se virou para ele, com uma das mãos no laço que prendia a parte de cima da lingerie. Ela o encarava com o rosto um pouco corado.
- É bom estar em casa – Tom falou abobalhado arrancando uma gargalhada de – Vem aqui amor.
sentou-se no colo dele. Tom procurou pela boca da namorada com certa pressa. Suas mãos foram postas por dentro da pequena bata que a garota usava. Logo ele começou a massagear a cintura dela puxando-a para perto de si. tinha as mãos dentro da blusa do namorado também. Ela a forçava para cima e com a ajuda de Tom, ela fora arremessada para longe. O garoto deitou o corpo da namorada enquanto dava beijos por todo o seu colo. sentia seu corpo estremecer a cada toque do rapaz. Tom encarou a bata rendada de por alguns segundos. Ele aproximou a boca do pequeno laço desfazendo-o rapidamente. Logo, a garota estava sem a parte de cima da lingerie. Tom a segurou firme e sem parar de beijá-la levantou nos braços enquanto caminhava a passos lentos para o quarto da garota, no final do corredor.

- ... ... - passava a pena do travesseiro no ouvido da amiga, enquanto esta tentava se livrar da irritação.
- ... - Não satisfeita, continuou a brincadeira entre risinhos.
- PÁÁÁRA! - sentou depressa na cama, assustando a amiga que agora gargalhava.
- Anda, hoje nem tá tão frio, vamos pra piscina - já estava com o traje de banho.
- Eu quero dormir!
- Poxa , a gente chegou aqui à noite ontem! Nem deu pra ver o resto da casa! – reclamou.
- Ah , tá muito cedo!
- Cedo?! Já são nove horas da manhã! Tá, tá cedo, mas o sol bom é até as dez minha filha, anda.

se remexeu na cama, sentindo o edredom se modelar ao seu corpo a cada movimento. A garota abriu os olhos encarando o quarto com a luz baixa. Uma fresta fora formada entre as cortinas, deixando entrar um forte foco de luz. Pelo visto, Londres estava ensolarada naquela manhã. Um filme passou pela sua cabeça. Desde a hora que Tom entrara em casa até a hora em que eles foram para o quarto dela. Um sorriso despontou de seus lábios sem que ela notasse. Depois de tanto tempo sem se ver, nunca tinha sido tão bom ficar perto de Tom. A garota deu um pequeno beliscão no braço imaginando se aquilo não seria um sonho, mas não, era realidade. Disso ela teve certeza quando um garoto loiro, descabelado, de mono cova do lado esquerdo e boxers xadrez, entrou no quarto carregando uma grande bandeja.
fechou os olhos, tinha certeza de que ele não a tinha visto acordada. Tom deixou a bandeja de lado. Em seguida deitou-se na cama, abraçando a namorada por trás. A garota ainda fingiu estar dormindo, mas estava sendo difícil. Tom começou a dar beijos ao longo de seu pescoço e logo depois mordeu a sua orelha de leve.
- Acorda amor – Ele disse próximo ao ouvido da namorada.
- Está difícil não acordar – deu um risinho.
- Ah bom! Achei que você fosse passar o resto do dia dormindo. Você ainda tá com sono?
- Um pouco – Ela respondeu dando um bocejo.
- Amor... Ontem foi... – Tom parou de falar para rir junto com a namorada – Sério... Foi a melhor noite de todas.
- Sério? – perguntou em tom convencido.
- Sério. Nossa – Tom continuou a falar – Compre mais coisas da Victoria’s Secret.
- Pode deixar – segurou os braços de Tom ao redor de si.
- ... Assim, sem querer menosprezar o de antes... Mas sério. Esse foi...
- Thomas! Eu já entendi que esse foi o melhor sexo que nós já tivemos! – falou rapidamente, sem jeito.
- Mas é só que... ... Você não andou praticando com ninguém não né? – Tom perguntou desconfiado.
- Thomas! Eu não acredito que você tá me perguntando isso! – se soltou dos braços do namorado sentando-se na cama a fim de encará-lo.
Tom a encarou com um sorriso no rosto e logo em seguida ele gargalhou. sentiu o rosto ficar vermelho, mas continuou com a expressão séria.
- Você fica linda bravinha amor – Tom se aproximou da namorada para dar-lhe um beijo, mas a garota afastou o corpo.
- Muito engraçadinho você – rolou os olhos – Brincadeira de mau gosto!
- Eu não acredito que você vai ficar com raiva disso! – Tom a olhou incrédulo.
- Claro que eu vou! – Ela o encarou fazendo bico – Depois de dois meses longe você tinha que falar isso...
- Ah não amor! – Tom pulou em cima da garota prendendo-a em seus braços.
- Sai de cima de mim Thomas!
- Não! Até você dizer que me perdoa! – Tom riu enquanto tentava beija-la.
- Sai de cima de mim Thomas! – reclamava enquanto empurrava todas – Você é pesado! Sai seu gordo!
- Eu não acredito que você acabou de me chamar disso! – Tom a olhou mais uma vez incrédulo.
- Desculpa, amor! – começou a beijar todos os cantos do rosto de Tom – Foi jeito de falar.
- Você tá jogando sujo hein? Falar do meu peso... – Tom fingiu estar ofendido – Eu não sou mais gordo!
- Não amor, você é lindo! – riu dando um beijo estalado no garoto – Amor! Amor! AMOR!
- O quê? – Tom perguntou preocupado encarando-a.
- Essa foi nossa primeira briga depois que você voltou da turnê! – falou animada – Lindo né?
- Lindo – Tom rolou os olhos rindo longo em seguida – Nossas brigas são divertidas sabia? Eu fico por cima de você e nós nos beijamos o tempo todo. Adoro isso.
- Muito engraçadinho – riu – Então, você fez um café da manhã pra mim?
- Sabia que você não estava dormindo! – Tom gargalhou saindo de cima da garota.

e Tom terminaram de tomar o café da manhã na cama. Logo após isso a garota começou a arrumar uma mala para levar a casa de campo. Enquanto isso Tom aproveitou para ligar para os meninos da banda. levaria toda a banda em seu carro. Em menos de uma hora a campainha tocou. A garota correu até a porta assim que abriu Danny pulou sem cima dela abraçando-a apertado.
- , muda esse perfume, por favor! – Ele pediu enquanto a abraçava.
- Eu vou cuidar disso pode deixar Danny – Ela sorriu agora abraçando Dougie.
- E aí – O garoto sorriu um pouco sem graça passando os olhos pela casa a procura de .
- Não, ela não está aqui – disse antes de abraçar Harry.
- Eu não estou procurando por ninguém – Dougie deu de ombros.
- Mas... – o olhou sem entender.
- Eu to sabendo de tudo – Dougie encarou o chão um pouco inquieto – Johnny e tudo o mais...
- Pelo visto vocês têm muito que conversar... – o encarou surpresa – Ela também não está nada feliz com você.
- Ham? O que foi que eu fiz? – Dougie perguntou espantado.
- Simplesmente saiu em uma revista com outra garota – Ela respondeu com um ar de pena.
- Mas... Quando isso? NÃO! , não aconteceu nada entre mim e aquela menina! – Dougie tentou se defender ao lembrar-se do fato.
- Bom, mas a não está muito convencida disso.
- Pelo visto o clima esse feriado vai ser ótimo! – Harry riu sarcasticamente.
- Ai meu Deus! O que aconteceu com você e a ?
- Vini alguma coisa... – Danny comentou antes que Harry pudesse falar alguma coisa.
- Que droga – os encarou – Como vocês ficaram sabendo disso tudo?
- E aí dudes! – Tom apareceu na sala carregando a mala de em uma mão e sua mochila no outro – E então? Vamos logo, aproveitar que o sol está alto.
Os garotos saíram e chamaram o elevador enquanto trancava o apartamento pensando em como eles tinham conseguido descobrir tudo o que acontecera no tempo em que estavam fora.

A casa estava silenciosa. As garotas andaram alguns minutos e chegaram à área da piscina. Antes mesmo que pudessem se preparar para o bronzeamento, o carro de atravessou o portão.
- Finalmente! - As duas correram ao encontro da amiga.
e pararam de andar ao ver que não estava sozinha. No banco de trás estavam sentados três garotos que elas conheciam muito bem. Na frente ao lado dela, o namorado da amiga sorria na direção delas.
- Garotos, por favor... – pediu forçando um sorriso – Sejam simpáticos. Não criem um clima.
- Imagina – Dougie rolou os olhos – Não tem nem porquê fazer isso.
Saindo pelas portas traseiras, Danny, Dougie e Harry desceram. e Tom esbanjavam um sorriso no rosto. e Dougie se encararam por alguns segundos sem falar uma palavra. Ambos tinham uma expressão de mágoa no rosto.
- Cunhadinho! - correu e abraçou Tom, para sair da situação constrangedora de ter que falar com Dougie.
cumprimentou Danny e Dougie, e depois se virou para Harry. O garoto a encarava sério, com cara de poucos amigos.
- Pequeno! – o abraçou pelo pescoço. A garota se surpreendeu ao não sentir os braços dele ao redor de sua cintura. Ela voltou seu rosto para o dele e percebeu que ele não a olhava.
- Desculpa, eu tenho que fazer uma ligação – Ele disse simplesmente afastando-se dela com o celular na mão.
Danny conversava animadamente com quando perdeu o foco de tudo o que falava ao ver a cena que veio a seguir. Descendo a grande escadaria de mármore vinham Olivier e , abraçados.
- Chegaram! - Olivier sorriu e veio até o grupo – Olá. – Ele disse apertando a mão de cada garoto.
- Nossa, vocês chegaram antes do tempo previsto – comentou.
- É, nós quisemos fazer uma surpresa – Tom sorriu.
- Obrigado por nos convidar cara – Dougie se pronunciou finalmente cumprimentando o francês.
- É, tudo aqui é realmente muito lindo. – Harry completou enquanto cumprimentava Olivier.
- Finalmente estamos todos juntos de novo - Tom sorriu, sendo retribuído apenas pela namorada, recebendo olhares sarcásticos e negativos dos outros presentes.

As malas foram levadas para os quartos. Olivier decidiu mostrar a casa aos garotos. As amigas ficaram na sala.
- Aqui é a cozinha, ali é a sala de jantar, e finalmente - Ele deu um passo à frente e abriu a porta - O salão de jogos.
- Uau dude! - Danny e Dougie correram para a mesa de sinuca.
- Que sala grande - Tom sorriu - Muito bom, e fica perto do nosso quarto.
- Claro! Vocês podem ficar à vontade. - Olivier aproximou todos e sussurrou - Eu deixei a geladeira muito bem abastecida.
- Cerveja? - Danny perguntou curioso.
- Eu não sabia a que vocês gostavam então eu pedi para comprarem um pouco de tudo – Ele disse abrindo o freezer.
Os garotos trocaram sorrisos e Danny se apressou para pegar uma.
- Aceita? – Ele perguntou pegando duas, inclinando uma para Olivier.
- Claro – Olivier sorriu pegando a cerveja.
- Nossa, isso é demais. – Dougie comentou pegando uma cerveja para ele também.
- Ah, vocês gostam de vinho?
- Sim! – Harry e Danny responderam juntos.
- Bom, tem bastante também, só do melhor - Todos comemoraram.
- Você é o cara! - Harry deu tapinhas nas costas de Olivier enquanto os garotos riam.
- Não quer jogar uma partida? – Dougie perguntou mostrando-lhe os tacos encostados na parede.
- Quem sabe outra hora? – Olivier respondeu simpático - Sintam-se em casa, vou olhar a piscina.
- Ele é legal Danny, você tem que concordar - Tom falou assim que o francês deixou a sala.
- É... Não é dos piores.
- Quero ver se vocês conseguem vencer a mim e à criança das quatro cordas - Harry jogou um taco para Danny, outro para Tom e começaram a jogar.

- Não vou agüentar isso - As garotas conversavam em sussurros.
- Gente, vocês vão se acertar logo - tentava amenizar - , vai logo falar com o Harry!
- Não vou ...
- Anda logo!
- Por que você está insistindo tanto nisso? – perguntou confusa.
- Você sabe de alguma coisa? – perguntou.
- Gente... Ai que droga! Eu vou falar logo! – balançou a cabeça – , o Harry sabe sobre o Vinícius. , o Dougie descobriu sobre o Johnny também.
- Puta que par... – praticamente gritou.
- Garotas! - Olivier apareceu na sala - Alguém gostaria de me acompanhar até a piscina?
- Eu vou lá na sala de jogos - levantou.
- Piscina - e falaram juntas.
- Perfeito - Olivier puxou pela mão e os quatro seguiram para a área externa.

- Mas é um mala mesmo - Danny bateu com força na mesa.
- Alguém tá perdendo hein? - apareceu ao lado de Tom.
- Ninguém tem chance contra nós dois - Dougie forçou um sorriso.
- Isso é o que nós vamos ver - puxou o taco da mão do namorado.
- UUHHH... - Harry riu junto com Danny.
Mais alguns minutos de jogo e Dougie e Harry estavam culpando um ao outro. e Danny comemoravam enquanto Tom fazia bico, menosprezando a vitória da namorada.
- Eu poderia ter ganhado!
- Tom! Você não tinha colocado nenhuma bola na caçapa - falou com as mãos na cintura – Se duvidar ainda colocou uma branca.
- UUUHH! – Harry e Dougie falaram juntos.
- Aaai! Não deixava não - Danny não parava de dar corda.
- Continua pra você ver só onde eu vou enfiar esse taco - Tom respondeu mal humorado, arrancando gargalhadas de todos.
- Uou, garotas na piscina - Harry encostou no vidro - Ah, é a ...
- Harry! Pára de ser assim – pediu – Vocês deviam conversar...
- Eu não tenho nada pra falar com ela – Ele respondeu.
- Por que você tem que ser tão orgulhoso? – deu um longo suspiro.
- E aquela? Ah... É ... - Dougie disse pensativo.
- Nossa... - Danny fitava as garotas - Que saúde tem o Brasil não?
- É, aquilo tudo ali já foi meu um dia - Harry apontou pra .
- E aquilo tudo ali eu já peguei um dia, na parte da frente, e atrás, e... - Dougie resolveu calar a boca quando viu que estava encarando os três.
- Homens. - Ela fez uma cara de reprovação e saiu da sala acompanhada por Tom, que apenas riu de tudo.

pegou sua toalha e o protetor solar que estava ao lado de sua cadeira de sol. A garota se levantou de onde estava andando para longe da piscina.
- Já vou entrar. – Ela disse com um breve aceno – Vem comigo? – Ela perguntou a Olivier.
- Claro – Ele sorriu pegando em sua mão e seguindo para dentro da casa.
- Algum plano pra hoje à noite? – perguntou sentindo o rapaz abraçá-la por trás.
- Bom, nós teremos um jantar francês é claro – Ele deu um risinho – E... Talvez nós possamos vir para a piscina... Também tem o campo de futebol... Alguns filmes...
- Isso parece ótimo – Ela sorriu.
- E depois nós vamos para o nosso lugar especial? – Ele perguntou dando um beijo no pescoço da garota. Ela podia se lembrar do caramanchão no quarto do namorado com vista para o jardim.
- Claro, o nosso lugar especial. – Ela sorriu puxando-o para um beijo rápido, porém assim que seus lábios se tocaram Olivier afastou o rosto, sorrindo para a pessoa que se encontrava a frente deles.
- Pelo visto resolveu aproveitar o sol – Olivier comentou encarando o garoto.
O garoto estava sem camisa, trajando apenas uma bermuda azul marinho, mostrando as inúmeras sardas que cobriam seu corpo. Danny estava sem expressão, mas após alguns segundos ele pareceu acordar do transe.
- Ah... Er... Aham! – Ele respondeu forçando um sorriso – Aproveitar... O sol... É melhor eu ir...
Danny abaixou o rosto passando ao lado de sem nem ao menos olhá-la.
- Então... Vamos subir? – Olivier puxou pela mão.

A noite chegou rápido na mansão dos Delacroix. Olivier havia saído para a cidade, pois precisava resolver negócios de última hora, não jantaria com o grupo aquela noite e só voltaria mais tarde. aconselhou que ele só voltasse no dia seguinte já que a estrada para aqueles lados ficava muito perigosa durante a noite. Apesar dos protestos da garota ele disse que voltaria do mesmo jeito e que ela não se preocupasse à toa, qualquer problema ele poderia chegar ao local com o helicóptero da empresa.
Os garotos decidiram jogar vídeo-game na sala. Enquanto eles gritavam uns com os outros. As quatro amigas conversavam na varanda da casa em um grande sofá. A única coisa que os separava era uma parede de vidro, ambos conseguiam se ver dali.
- Ai, eu quero fazer alguma coisa. – reclamou.
- Verdade, eles estão se divertindo. – comentou em tom infantil enquanto olhava para os garotos que estavam dentro da sala.
- Nós estamos fazendo alguma coisa. – respondeu – Conversar é fazer alguma coisa.
- Fofocar, você quer dizer. – disse.
- Eu quero me mexer! – falando enquanto fazia movimentos exagerados com a mão.
- O Dougie tá bem ali! – falou alto demais. Assim que terminou a frase todos os garotos de dentro da sala se viraram para encarar as garotas. não agüentou e caiu na gargalhada junto com e . encarou o chão tentando esconder o sorriso.
- O que vocês já estão falando por aí hein? – Danny gritou – Bem fofocando!
- Falando mal do Dougie. – Harry riu também.
- Ah acredite nós temos um arsenal pro ano inteiro – comentou em uma altura que ela julgava ser baixa, porém pode ser ouvida de dentro da sala.
- O que você disse? – Dougie se virou para encarar a garota.
- Eu? – fez a cara mais inocente de todas – Nada.
- Então eu devo estar ficando doido, porque eu ouvi direitinho o que você... – Dougie parou de falar no meio da frase quando foi interrompido por .
- Gente! Tive uma idéia! – Ela sorriu de ponta a ponta tentando quebrar o clima.
- Fala amor – Tom a apoiou.
- Bom... O que vocês acham da gente aproveitar esse espaço que nós temos aqui? Vamos brincar de manja esconde! – deu seu melhor sorriso.
- Fala sério – rolou os olhos.
- Sim ! Você falou que queria se mexer! – a encarou indignada – Então é a brincadeira perfeita!
- Verdade... Aqui tem muito espaço pra se esconder – comentou.
- Por mim tudo bem. – Harry jogou o controle para um lado saindo da casa e indo até a varanda. O garoto foi seguido pelo resto dos garotos que pareciam animados com a brincadeira.
- Eu vou acabar com o meu cabelo – comentou.
- Ela quer se mexer sem acabar com o cabelo, no mínimo você não quer suar também né linda? – zombou a amiga.
- Tá, já que vocês fazem tanta questão da minha presença – se levantou e fingiu não ter visto Dougie revirar os olhos ao ouvi-la dizer aquilo.
- Tudo bem, vou explicar com essa brincadeira vai ser. Nós vamos tirar zero ou um, o último que sair será a manja. Mas olha só... Não vale ir para o jardim de trás da casa, só a parte da frente e não pode se esconder dentro da casa.
- Como se fosse mudar muita coisa – Danny riu – Esse lugar é imenso.
- A manja vai se foder pra achar todo mundo – Harry comentou.
Após tirarem zero ou um, várias vezes. A final ficou entre Danny e . No final eles tiraram par ou ímpar.
- Par – pediu.
- Ímpar – Danny disse decidido. Após uns segundos os dois mostraram suas mãos. tinha colocado três e Danny dois.
- Yeah! – Danny saiu de perto da garota com os braços erguidos.
- Amor, se você quiser, eu posso ser a manja – Tom disse dando um beijo no rosto da garota.
- Não, não, tudo bem – sorriu – Vou contar até cinqüenta. UM! DOIS! TRÊS!
À medida que contava o grupo foi se afastando. Tom correu para uma árvore que ficava próxima a casa. Como ela era baixa, ele conseguiu subir com facilidade. Dougie correu para a área da piscina. Lá havia uma pequena casa onde ficavam guardados os materiais de limpeza. , e se afastaram da casa. Elas seguiram para um grande chafariz que ficava próximo a alameda. Harry decidiu se esconder atrás de uma das grandes estátuas que ficavam na extremidade das escadas. Danny o acompanhou ficando atrás de um vaso próximo as escadarias.
- LÁ VOU EU! – gritou.

- Gente, ela vai nos ver – cochichava nervosa enquanto tinha a respiração ofegante.
- Calma , o negócio nem começou e você já tá desse jeito! – comentou.
- É, fica calma, ela nunca vai pensar em vir aq... Puta que pariu! Olha a ali! – se abaixou rapidamente sem falar mais nada.
- Ela já foi? Ela já foi? – perguntava nervosa.
- Calma... Eu vou olhar... – colocou uma parte da cabeça para fora a fim de olhar o lugar – Já!
- Cara, vou sair daqui – comentou correndo para trás de uma das árvores frutíferas do local.
- Eu também – comentou indo para o lado oposto ao de .

- Tá escutando? – Danny cochichou para Harry.
- O que dude? – Harry se virou para o amigo perguntando apenas movimentando a boca.
- Passos. Tem alguém vindo pra cá – O garoto parecia inquieto enquanto olhava para todos os lados. Assim que voltou a olhar para frente Danny foi surpreendido com um barulho de folhas se mexendo atrás de si. Logo sem seguida sentiu um corpo bater contra o seu.
- Caralho! – Danny se virou assustado tapando a boca logo em seguida.
- Opa! Ouvi alguma coisa pra esse lado – deu um risinho alto.
- Desculpa – Foi a única coisa que pode dizer no meio de sua respiração cansada quando percebeu que fora no garoto com quem havia esbarrado.
- Shii! – Danny pediu levando o dedo indicador a boca da garota. Ao perceber que a havia tocado Danny se afastou virando-se para frente. Harry já havia saído de seu posto, pelo visto fora se esconder em outro lugar – Tem alguém vindo...
tapava a boca com as mãos ainda tentando controlar sua respiração. Os passos foram ficando mais próximos e logo o formato de um corpo pode ser visto no topo da escada. Eles puderam ouvir a voz de que cantarolava alguma música, baixinho. Sem pensar muito, Danny puxou para uma parede ao lado da escada. Um vaso com flores amarelas cobria o pequeno local onde os dois entraram. Lá estava escuro devido à sombra que a grande escada e a folhagem proporcionavam. sentiu os braços de Danny ao redor de seu corpo, forçando sua cabeça contra o peito dele. Sua respiração agora estava ainda mais ofegante e parecia que a de Danny tinha aumentado naquele momento.
Os passos foram se afastando aos poucos assim como a música que era cantarolada. Danny pareceu acordar do transe e agora tinha percebido que estava em seus braços. Ele a encarou, boquiaberto sem saber o que falar. A garota deu um pequeno sorriso de agradecimento quando ele a soltou.
- Desculpa – Foi a única coisa que Danny conseguiu falar antes de passar a mão pelos seus cabelos.
- Tudo bem... Er... Obrigada... Você sabe... – falava um pouco sem jeito e atropelava as palavras quando foi interrompida por Danny.
- É... – Danny engoliu seco – Er... Eu sei que você fica nervosa quando brinca de manja esconde. Você fica ofegante – Ele disse apontando para o peito da garota.
- É... É verdade... – sorriu sem graça enquanto encarava o chão.
- Eu acho que ela já foi – Ele comentou.
- É melhor eu me esconder em outro lugar – disse – Você estava aqui primeiro.
- Não! Tudo bem – Danny apressou-se em falar – Eu posso achar outro lugar, fica por aqui mesmo... – Ele disse saindo do esconderijo e correndo para o bosque que ficava a frente.

- JÁ TE VI AMOR! – gritou correndo para a varando – Um, dois, três... Tom! Te achei!
- Eu deixei você me achar ok? – Ele disse com uma careta enquanto caminhava até a varanda.
apenas riu. A garota pediu para que o namorado esperasse na varanda enquanto ela continuava a procurar pelo terreno.

Dougie já estava parado no esconderijo por mais de dez minutos. O cheiro de cloro já o estava incomodando, mas ele sabia que se saísse dali seria pego rapidamente. O garoto sentiu um frio na espinha quando ouviu o barulho de alguém se aproximando. Ele se afastou da pequena porta indo para o fundo do pequeno estoque. Fitando a entrada com certa precaução. Dougie pulou ao ver um vulto em frente a entrada, abrindo a porta. Ele bateu a cabeça em um das embalagens de cloro deixando que alguns instrumentos caíssem provocando barulho. Um grito agudo ecoou por dentro da casinho e ele o reconheceu muito bem quando pode ver o rosto mais de perto. .
- AAAH! – Ela gritou quando percebeu a presença de alguém.
- Aqui tá ocupado – Dougie falou com a voz mal humorada.
- Ah... É você – rolou os olhos – Acredite se eu soubesse que você estava aqui eu não teria entrado.
- Ótimo. Então cai fora – O garoto disse imediatamente com a voz ríspida.
- Você não manda em mim. Eu vou a hora que eu quiser!
- Bom, eu cheguei aqui primeiro, então eu acho que tenho o direito de te mandar embora.
- Ah sério? Bom, eu não estou vendo o seu nome escrito por aqui – o desafiou.
- É, talvez eu devesse passar a fazer isso. Pelo menos assim eu ia impedir de qualquer zé buceta tomar posse das coisas que dizem respeito a mim – Dougie respondeu, visivelmente irritado.
- Nossa! Essa técnica é anti-vagabunda também? Se for eu acho que to precisando escrever mais o meu nome por aí – respondeu instantaneamente.
- Seu tempo esgotou aqui. Ótimo falar com você – Dougie falava sarcasticamente enquanto empurrava para fora da casinha.
- Ah Dougie vá se fud... – Antes que pudesse terminar a frase ela se arremessou contra o garoto voltando a entrar na casinha. Com um dos pés ela fechou a porta. Após alguns segundos de silêncio os passos de puderam ser ouvidos. Dougie havia sido empurrado por e estava praticamente deitado sobre as embalagens de cloro. Sobre a garota, vários instrumentos de limpeza estavam caídos. Ambos ficaram em silêncio. Após alguns segundos a porta da casinha se abriu e o rosto de os encarou com um sorriso.
- ACHEI VOCÊS! – Ela gritou enquanto saía correndo de volta para a varanda.
- Ótimo! – Dougie rolou os olhos.
- O quê? Ninguém mandou você me empurrar para fora daqui – revidou enquanto tirava os objetos de cima de si. A garota engatinhou até a saída ficando de pé ao chegar ao lado de fora.
- Ah claro, agora a culpa é minha – Dougie deu um riso sarcástico – Eu não sei se você percebeu , mas você não fala e muito menos conversa... Você grita!
- Agora eu sou a culpada? – levou uma das mãos ao peito, indignada.
- Não venha jogar tudo pra cima de mim. Quem errou foi você – Ele disse enquanto andava de volta para a varanda.
- Um, dois, três! Dougie e ! – gritou ao chegar.
- Uou! Nós estamos realmente falando sobre manja esconde aqui? – falou seguindo garoto.
- Você sabe muito bem do que eu estou falando – Dougie respondeu seco enquanto subia as escadas da varanda.

Muitos não sabiam, mas foi a segunda a ser achada no manja esconde. Como a maioria das pessoas já havia sido pega todos começaram a gritar para que Harry saísse do seu esconderijo. O garoto não obedeceu, ele era competitivo demais para se render. Em menos de dez minutos Harry atravessou o jardim correndo. Apesar de ser o último participante a aparecer, Harry foi o único que conseguiu chegar a varanda antes que a manja o pegasse.


Capítulo 35


A quinta-feira amanheceu ensolarada, para a sorte dos hóspedes da mansão Delacroix. Olivier não havia voltado na noite passada. Ele ligou pela manhã avisando para que passaria o dia em Londres. Pediu que ela mandasse suas desculpas aos convidados, mas prometeu que já havia deixado ordem aos empregados para que preparassem um jantar especial para comemorar a volta e dar as boas vindas aos garotos do McFly.

, acompanhada de e Harry se divertiam jogando vôlei na piscina, enquanto se bronzeava na cadeira de sol. era a única que ainda dormia.
- Vai ! - Harry falou assim que jogou a bola na direção da garota.
- Harry! - reclamou ao sentir a bola bater em seu ombro - Eu estava despreparada!
- Despreparada? - Ele deu um risinho convencido - Você não é boa o suficiente pra jogar contra o papai aqui.
- Deixa de ser convencido, Judd - arrumou os óculos no rosto pegando a bola que boiava ao seu lado - Pega essa!
jogou a bola na direção do garoto, mais uma vez o jogo começou. Harry recebeu a bola, passou para , que jogou para , que rebateu para Harry e este por sua vez errou o passe lançando a bola contra a garota deitada na cadeira de sol. deu um gritinho ao sentir a água fria que a bola trouxera ao bater em sua barriga.
- Ai! - deu um pulo da cadeira procurando uma toalha - Quem jogou isso?
- Foi mal ... - Harry falou baixinho dando um mergulho logo em seguida.
- Foi péssimo. - A garota fez um bico.
- Nossa, do jeito que a é... - deu um risinho - É bem capaz de ela começar a rir daqui a cinco segundos.
- É! Você não consegue ficar com raiva de ninguém, amiga - apoiou .
- Gente, não é isso, eu só... - ficou pensativa - Não guardo mágoa...
- E ri de tudo - Harry completou.
- Para sua sorte, “Senhor Eu Sou O Bom Em Vôlei” - deu língua para o garoto que lhe lançou um beijo no ar.

Tom, Danny e Dougie, resolveram caminhar pelo grande terreno ao redor da casa, entre as árvores frutíferas, seguindo pelo bosque a trilha que acabaria em uma pequena cascata.
- Dude! Será que tá muito longe? - Danny perguntou pela terceira vez.
- O que tá muito longe? - Dougie perguntou despreocupado.
- Essa cascata, a gente já tá caminhando faz um tempo, né...
- Qual é Danny, você quem deu a idéia de nós virmos aqui - Tom falou mal humorado.
- Eu sei, mas eu tô morrendo de preguiça de andar - Danny se espreguiçou.
- Dude, dá pra ver a piscina daqui - Dougie apontou para trás, assim que os três viraram conseguiram ver que estava em pé ao lado de Harry e ria junto com o garoto.
- É, vamos continuar... Não quero voltar pra lá - Danny falou amargurado, voltando a caminhar decidido.
Tom e Dougie cruzaram os olhares assim que viram o amigo se afastar.
- O que nós vamos fazer com ele? - Tom deu um sorrisinho.
- Não sei. - Dougie deu de ombros - Mas eu também não posso falar nada, nem tô falando com a .
- Vocês são muito trouxas mesmo...
- Trouxas nada, nós temos motivos pra não falar com elas. - Dougie deu um suspiro - Você também não pode falar nada Thomas, quando olha pro James você fica dando ataque aí.
- Danny me espera! - Tom falou apressando o passo para alcançar o garoto.
Dougie apenas balançou a cabeça com um pequeno sorriso estampado no rosto, se juntando aos outros garotos logo depois.

O horário do almoço já estava chegando. O grupo que se encontrava na piscina ainda continuava lá e conversavam animadamente.
- Então nós resolvemos usar o banheiro do ônibus... - Harry contava a história entre gargalhadas.
- Com licença... - A empregada, Margareth, se aproximou do grupo que se calou com sua chegada - O almoço já está pronto, onde posso servi-lo?
- Nossa, já passou tanto tempo assim? - olhou para o relógio - Caraca!
- Eu estou faminta - falou passando as mãos pela barriga.
- Isso não é fome não , foi a bolada que ainda tá doendo - Harry deu um riso - Você sentiu toda a minha ira.
- Coitada da - cochichou para e que apenas riram, Harry também ouviu, mas preferiu fingir que não sabia sobre o que elas estavam falando.
- Pode servir agora então - falou animada - Mas você pode servir aqui na piscina?
- Claro, vou pedir para os outros empregados arrumarem a mesa do canto, o toldo fará sombra - Margareth respondeu com um pequeno sorriso - Com licença.
- Sim Harry! Continua a história! - bateu palminhas, animada.
- Tá bom, tá bom - Ele deu um mergulho logo em seguida - Então onde eu parei?
- Vocês foram usar o banheiro do ônibus... - respondeu.
- Ah é mesmo!
- Nós resolvemos usar o banheiro do ônibus... Mas eu avisei pro Matt que não ia dar certo!
- Por que não? - e perguntaram juntas.
- Porque no ônibus só pode fazer o número um - Harry deu um sorriso maroto.
- É... O número um e o número três - falou com um sorriso malicioso.
- Três? - e perguntaram sem entender, ao ver que Harry e riam sem parar.
- Como assim? - mordeu o canto da unha confusa.
- Mas é muito tapada mesmo! - deu uma gargalhada - Harry, você que é mais experiente nisso que eu, explica aí...
- Eu?! Eu não! - Harry ficou com o rosto escarlate em menos de cinco segundos.
- Ah saquei, saquei - deu uma gargalhada.
- Gente! Eu não entendi! - levou as mãos na cintura batendo os pés no chão.
- Esquece , esquece - falou rapidamente - A ainda é apenas uma criança inocente, não vamos meter besteira na cabeça da garota.
- Quem é inocente aí? - Uma pessoa fora do grupo perguntou.
Quando todos se viraram se depararam com , ela estava apenas de biquíni com uns óculos escuros no topo da cabeça.
- Ah longa história, mas pior do que essa é a do Harry - falou rindo - Ele não consegue terminar nenhuma história.
- Era sem graça mesmo - Harry coçou a cabeça olhando para o outro lado.
- Eu tô curiosa, me conta! - se aproximou do grupo sentando-se ao lado de .
- Outra hora quem sabe - Harry saiu da piscina rapidamente - É melhor eu me trocar.
Harry que estava apenas de bermuda pegou a blusa que estava sobre a cadeira ao lado da de e seguiu na direção da casa.
- Ai meu Deus... - tirou os óculos da cabeça - Ele nem olha na minha cara!
- Bem vinda ao clube - se apoiou na borda da piscina, dando um toque na mão de .
- É... - deu um longo suspiro.
- Gente, isso é só uma fase, daqui a pouco tudo vai ficar bem - deu um sorriso de ponta a ponta.
- Você fala isso porque está com o ser amorzinho - falou revirando os olhos, acompanhada por uma voz melosa.
- Claro! Tem coisa melhor do que ficar perto de quem a gente gosta? - deu uma piscada para as amigas - Falando em amorzinho olha ele ali.
Os três garotos voltavam do bosque e Tom acenava de longe para a namorada.

- Nossa, esse almoço foi muito estranho - se jogou na cama.
- Foi horrível - levou as mãos no rosto.
- Os meninos não estão ajudando também, né - reclamou enquanto se olhava no espelho.
- , você não pode falar nada - cruzou os braços - Você nem olha na cara do Dougie.
- , ele não é santo na história, tá bom? Afinal, ele me traiu antes que eu ficasse com o Johnny.
- , você não pode acusá-lo assim - repreendeu a amiga lembrando-se do que Dougie havia falado para ela.
- , você viu a foto! Todo mundo viu!
- Sim, mas ele não estava fazendo nada demais - tentou defender o garoto.
- Fala sério , até parece que eles não estavam ficando, ele saiu abraçado com ela!
- Ah, vocês fazem tempestade em copo d'água - deu de ombros - Vou voltar lá pra baixo, já que não estou com raiva de ninguém. Agora eu só quero saber de ficar perto do meu namorado.
- É, aproveita amiga - falou desanimada.
deu uma olhada no espelho e saiu do quarto logo em seguida.
- Ai meu Deus, eu não vou agüentar ficar assim por muito tempo - mordeu o lábio inferior - Eu acho que vou embora daqui.
- Ah não, ! - levantou da cama.
- E eu vou contigo amiga - deu uma batidinha no ombro da amiga.
- Meninas! Vocês não podem me deixar aqui sozinha! - pediu.
- Tá bom amiga, a gente não vai te deixar aqui sozinha - correu para dar um abraço apertado em .

- Nossa, eu comi demais - Dougie falou passando a mão pela barriga.
- E eu? - Danny que estava esparramado no sofá deu um longo suspiro.
- Porra, mas a comida estava muito boa - Harry completou sentando-se ao lado de Danny.
- Eu é que quase não estava conseguindo engolir - Tom falou mal humorado.
- Ham? - Os três perguntaram juntos.
- Porra, vocês não se cansam de ficar enchendo o saco das meninas?
- Ah nem começa, Thomas - Harry falou rolando os olhos.
- É sério, vocês não acham que está na hora de ter uma conversa com elas? - Tom os encarou.
- Er... Deixe-me pensar... - Dougie fez uma cara pensativa - Er... Não!
- Qual é dude!
- Vou pensar por cinco segundos - Danny contou os segundos nos dedos - Não!
- Vocês estão sendo infantis fazendo isso - Tom encarou a janela que dava para o jardim.
- Que seja - Harry falou despreocupado.
Os quatro ficaram em silêncio, que duraria por mais alguns minutos se não tivesse sido interrompido pelo celular de Tom.
- Giovanna? - Ele olhou para o visor do celular.
- Ih, Thomas - Harry deu um risinho - Mantendo contato com a ex?

acabara de descer a escada quando ouviu a frase de Harry.
“ - Ih Thomas - Harry deu um risinho - Mantendo contato com a ex?”
parou no meio do caminho ficando atrás da parede que dividia a sala do hall, apenas ouvindo a conversa.
- Você não vai atender, dude? - Dougie perguntou.
- O que será que ela quer? - Tom olhou para os amigos - Alô?
estava com o coração na boca, não pretendia continuar ali ouvindo a conversa atrás da porta, se alguma coisa estivesse acontecendo Tom contaria pra ela. Contaria? Ela não era a garota do tipo ciumenta, muito pelo contrário, era desencanada até demais, mas Tom nunca tinha tocado no nome de Giovanna quando estava com ela. Estaria ele mantendo contato com ela depois que eles terminaram? correu para longe dali, precisava esfriar a cabeça, nada melhor do que a piscina.
- Sua mãe? - Tom levantou uma sobrancelha - Mas ela está melhor?
- O que aconteceu, dude? - Harry se aproximou de Tom assim que ele desligou minutos depois.
- Parece que a mãe da Giovanna passou mal - Tom encarou os amigos.
- O que ela tem? - Dougie perguntou.
- Parece que a pressão dela baixou - Tom respondeu pensativo - A Giovanna me falou que a mãe dela desmaiou e bateu a cabeça, por isso acabou parando no hospital.
- Que barra - Dougie deu um suspiro.
- Pois é...
- Tá, até aí eu entendi - Danny pigarreou - Mas o que você tem a ver com isso?
- Eu? Ah, ela só me ligou avisando... - Tom passou as mãos pelo cabelo, sem graça.
- Sei... - Harry deu um risinho voltando a sentar no sofá.
- E? - Dougie olhou para Tom.
- E ela pediu para que eu fosse visitá-la... - Tom falou com o rosto vermelho.
- Visitar quem? - Danny deu uma gargalhada acompanhada pelos outros garotos - A Giovanna ou a mãe dela?
- A mãe dela... - Tom respondeu.
- As duas - Dougie cochichou fazendo com que os outros rissem.
- E o que você vai fazer dude? - Danny perguntou.
- Eu vou lá né... Eu sou amigo da família... - Tom respondeu - Também depois de tanto tempo de namoro.
- A Giovanna vai amar - Danny falou com a voz fina.
- A que não vai gostar nada, nada - Harry deu um risinho.

Tom decidiu se arrumar para voltar para Londres. O garoto colocou uma calça larga e uma camisa pólo branca. Ele saiu à procura da namorada pela casa toda, mas não a encontrou em lugar algum. "Talvez ela esteja lá fora" Ele pensou caminhando em direção ao jardim. Tom conseguiu avistar a garota deitada em uma das cadeiras de sol.
ao ver o namorado se aproximar deu um pequeno sorriso. O garoto sentou-se ao seu lado.
- Oi amor - se sentou.
- Oi - Tom deu um sorriso nervoso.
- Por que você está tão arrumado? - levantou uma sobrancelha.
- Arrumado? Imagina...
- Está sim, calça, camisa pólo...
- Ah... - Tom passou uma das mãos pelo cabelo - É que... Eu vou voltar pra Londres.
- Por quê? - falou em um tom mais alto.
- Porque... Err... Tá. É porque a mãe da Giovanna não está bem...
- Sei... - ficou em silêncio voltando a deitar.
- ... - Tom tentou se aproximar da namorada.
- O que ela tem? - tentou fingir preocupação.
- Parece que ela bateu a cabeça quando desmaiou... Pressão baixa... Sabe como é...
- Sei...
- Amor, eu prometo que volto antes do jantar pra ficar com você - Tom se aproximou falando no ouvido da garota - Só com você...
- Tá, que seja - virou o rosto para o lado, mal humorada.
- , não fica com raiva, por favor.
- Eu não estou com raiva - Ela falou ainda olhando para a outra direção.
- Olha pra mim - Tom segurou no queixo da garota virando seu rosto.
- Eu não estou com raiva.
- Jura?
- Pode ir, mais tarde a gente se vê - voltou a colocar os óculos de sol.
- Tá bom - Tom se aproximou dando um beijo estalado na testa da garota.

- Na testa?!?! - , e gritaram juntas.
Depois da saída de Tom. foi ao encontro das amigas no quarto delas.
- Foi - que estava esparramada na cama escondeu o rosto com um travesseiro.
- Gente! Muita cara de pau do Thomas ir pra Londres! - batia os pés, irritada.
- E ainda por cima dar um beijo na testa da ! - falou raivosa - Fala sério!
- Gente, meu pai me dá beijo na testa! - contestou.
- Né?! - concordou com - Como ele teve coragem de deixar a aqui sozinha?
- E ir ver a mãe da ex! - continuou.
- Ai gente eu não quero pensar nisso - afundou ainda mais a cara no travesseiro.
- Muita sacanagem - fez uma cara emburrada - Você não está puta, ?
- Ai gente eu tô... - falou com a voz melosa - Mas eu não consigo ficar com raiva de ninguém
- Amiga, se isso estivesse acontecendo comigo eu ia ficar muito puta, olha - falou passando as mãos pelos cabelos, nervosa.
- Eu sei, eu estou magoada sabe? - falou com a voz triste - Eu não acho certo isso que ele fez, mas não quero ficar fazendo ceninha.
- Amiga, qualquer um perdoaria uma cena depois disso que ele fez - rolou os olhos.
- Verdade - apoiou a outra.
- Que seja. Mais tarde eu falo direito com ele... - mordeu o canto da unha - Agora eu vou ver um pouco de TV.
- Nossa senhora, não tinha nada mais deprimente pra você fazer não? - deu um risinho - Quer que eu pegue um pote de sorvete também?
- , pra sua informação eu não vou ver TV sozinha, eu combinei de ver um programa sobre vida animal com o Poynter, ele é muito engraçado.
- Ah... - fechou a cara - Vai lá com aquele ingrato, sua traíra.
- Ai , você adora implicar com o pobrezinho - deu um riso.
- ! Você está do lado de quem?
- De ninguém - deu uma piscada para as garotas saindo do quarto.

e Dougie viam o programa na TV. Ele se impressionava com tudo o que o apresentador falava fazendo a garota rir. Por alguns minutos ela esquecera todo o clima do almoço e muitas vezes se perguntava como as meninas conseguiam passar tanto tempo longe deles.
A porta do salão de jogos que dava para a sala estava aberta. Danny e Harry jogavam sinuca, enquanto faziam piadinhas e conversavam com Dougie e .
- Dude! Você tocou na bola! - Danny apontou para a mesa.
- Eu? Eu não, você que tá vendo coisas Danny! - Harry tentou se defender.
- Nem vem, você tocou na bola!
- Ei! Nós estamos tentando ouvir o Mark Davies aqui! - Dougie reclamou aumentando o som da televisão.
- Porra! O Harry é foda, fica roubando aqui! - Danny falou andando em direção a sala - Não vou mais jogar.
- Harry pára de roubar se não a gente não escuta o programa - falou calmamente.
- Ei! Eu não tô roubando, o Danny que é um péssimo jogador... - Harry deu uma piscada para a garota.
- Aham, sei... - falou sarcasticamente - Senta aí Danny, o programa está muito bom hoje.
- É, vou ver TV mesmo, porque o Harry tá foda.
- Eu não tenho culpa se sou bom nisso - Harry deu um risinho convencido - O mestre da sinuca.
- Sinuca, vôlei... - Danny começou a contar nos dedos - Roubando até eu!
- Ele é tão bom em vôlei que me deu uma bolada hoje! - passou a mão pela barriga.
- Ela sentiu toda a minha ira.
- É bom você tomar cuidado Danny... - A garota deu um riso - A bola de sinuca é bem mais pesada que a de vôlei.
- É... - Harry deu um sorriso malicioso para Danny - E olha que eu não vou jogar na barriga não, vou mirar mais embaixo.
- Cai fora Harry - Danny mostrou o dedo do meio para o outro garoto, fazendo com que todos na sala rissem.

O programa havia acabado e as pessoas que estavam na sala conversavam animadamente.
- Fala sério, ninguém é idiota o suficiente pra tomar o próprio xixi - Dougie falava com os olhos arregalados.
- Sim Dougie, o cara não tinha de onde tirar água! - tentava defender.
- Mas beber xixi é sacanagem - Harry concordou com o amigo.
- Falando em beber xixi, eu tô com sede - Danny falou despreocupado.
Assim que terminou a frase o garoto recebeu olhares espantados dos outros ocupantes da sala.
- Quer dizer, não xixi, água! - Ele apressou-se em falar.
- É só seguir direto no corredor, última porta a esquerda - Harry falou rindo - Banheiro.
Danny não respondeu, apenas se levantou rindo, seguido pelas risadas das pessoas que permaneceram na sala.

Danny seguiu até a cozinha. O ambiente era bastante amplo, com várias janelas cobertas por cortinas brancas. Algumas paredes eram beges e outras vermelhas. Vários armários brancos estavam embutidos junto com os eletrodomésticos. Havia também um grande balcão de mármore que dividia a copa e a grande mesa com oito lugares.
O garoto caminhou até a pia, pegando um copo que estava no canto e enchendo-o. Ele parou em frente à janela que dava para o grande pomar da parte de trás da mansão. Deu um grande gole na água, enchendo mais uma vez o copo, quando ouviu a porta da cozinha abrir. Ele se virou para ver quem vinha e se deparou com . A garota ficou paralisada por alguns segundos e deu um sorriso nervoso, caminhando em sua direção.
- Você pode me dar licença? - Ela falou para Danny que a olhou sem entender - Eu quero um copo.
- Ah, claro... - Danny se afastou para que a garota pudesse pegar o copo, indo em direção ao balcão.
encheu o copo lentamente, percebeu que os olhares de Danny estavam sobre ela, tentou manter-se calma. Assim que se virou para o garoto, ele estava sentando em um dos bancos do balcão de mármore.
- Está gostando da casa? - falou subitamente tentando puxar algum assunto.
- É... - Danny respondeu rapidamente, ainda surpreso por estar falando com ela.
- Eu também gosto daqui... - A garota baixou a cabeça encarando o chão, dando um gole na água.
- É... É bom relaxar depois desse tempo na turnê...
- Verdade. Pelo que eu fiquei sabendo ela foi um sucesso - deu um sorriso.
- Foi muito boa, melhor do que eu esperava - Danny sorriu nervoso.
- É engraçado isso... Quando as pessoas na empresa comentam sobre o McFly.
- Por quê?
- Eu me lembro de quando nós éramos pequenos... - o encarou pela primeira vez - Você fingia que era um rock star, cantando com a Vicky... E eu era a groupie.
- É... - Danny pigarreou.
Os dois permaneceram em silêncio por alguns segundos constrangedores, tentando pensar no que fazer.
- Danny eu... - deu um passo para frente quando foi surpreendida pela porta da cozinha que se abriu novamente.
- Eu sou a melhor em Mario Tenis! - riu.
- Que nada! - gritou em meio ao riso - Eu vou ganhar da próxima ve...
e pararam assim que viram e Danny na cozinha.
- Foi mal... - apressou-se em falar ao ver os olhares de e Danny.
- Nós não sabíamos que tinha mais gente aqui... - completou, ao ver o garoto se levantar rapidamente - Pode ficar Danny.
- Não, não, tudo bem - O garoto atravessou a cozinha - Eu já estava de saída.
Assim que a porta se fechou, as duas garotas olharam para que escondia o rosto com as mãos.
- Ai amiga, desculpa! - correu para abraçá-la.
- Tudo bem... - deu um sorriso - Vamos comer alguma coisa.
- Alguém falou em comida? - entrou na cozinha.
- Agora a senhora anda ouvindo conversa atrás da porta é? - colocou as mãos na cintura.
- Não na verdade eu estou com fome mesmo - falou despreocupada - Os meninos também estão famintos.
- Vamos preparar alguma coisa então! - falou animada.
- Hambúrguer! - levantou as mãos.
- Ninguém sabe por que ela quer fazer hambúrguer, né... - deu um risinho.
- Eu não tenho motivo, só me deu vontade de comer... Só isso - deu língua para as amigas indo até a geladeira.

As garotas tinham decidido fazer todo o lanche da tarde, Margareth tinha insistido para ajudá-las, mas elas recusaram, deixando apenas a louça para a empregada.
- Gente, podem começar a cortar os pães - falou tentando virar um hambúrguer na frigideira.
- Eu não sei cortar pães - falou enquanto virava outro hambúrguer.
- Eu corto! - se aproximou da gaveta na pia para pegar a faca - pega os copos e um refrigerante pra gente levar.
- Onde nós vamos comer? - perguntou empilhando os copos.
- Na sala - deu uma piscadela.
- Junto com os meninos? - perguntou, preocupada.
- É... Afinal, eles também vão comer, certo? - falou despreocupada.
- Que seja - empinou o nariz fingindo indiferença.

Minutos depois todos os hambúrgueres estavam em seus devidos pães e pratos. foi à frente com dois pratos nas mãos. Os garotos estavam procurando algum filme na TV, mas resolveram escolher algum DVD.
- Gente, o lanche tá pronto - deu um sorriso entrando na sala seguida pelas outras garotas.
- Nossa, tô morrendo de fome - Dougie passou uma mão contra a outra, assim que sentou ao seu lado.
sentou entre Harry e Danny. entre Harry e Dougie. Ela percebeu o olhar de canto de olho que ele tinha lhe lançado, mas preferiu ignorar.
- Já pode comer? - Danny perguntou apontando para o prato que tinha em mãos.
- Nossa, tá muito bom! - Dougie falou com a boca cheia.
- Cadê a sua educação Poynter? - Harry se levantou para dar um pedala no garoto, acompanhado pelas gargalhadas de todos.
- Alguém quer refrigerante? - gritou entrando na sala.
- Eu! - Todos gritaram.
distribuiu todos os copos que foram passados e logo depois saiu servindo todos. O último era Danny. O garoto evitou olhá-la e ela fez o mesmo, apenas sentando-se ao seu lado logo em seguida. Ela colocou o copo entre as pernas para servi-lo, quando Danny tirou o refrigerante de suas mãos.
- Eu sirvo pode deixar - Ele falou enquanto colocava o refrigerante.
- Obrigada - sorriu sem graça.
- Quem preparou tudo isso? - Dougie perguntou, mais uma vez com a boca cheia.
- Tá delicioso - Harry falou depois de ter dado a primeira mordida.
- A e a - respondeu, dando uma mordida no hambúrguer.
- Ah... - Dougie parou de mastigar - Ficou... Bom...
- Obrigada - lançou um olhar vencedor para o garoto.
- Eu pensei que você não comesse isso, - Dougie a encarou debochado.
- Eu mudei - Ela deu um sorrisinho.
- É, você muda muito rápido mesmo. Comida, roupas, homem, incrível isso - Dougie deu um riso sarcástico após enfatizar a palavra "homem".
- Dois meses é muito tempo - respondeu amargurada.
- Pra você pode ser... - Dougie ia continuar aquela pequena discussão, mas foi interrompido por .
- Então, vamos ver algum filme?
- Vamos! - Os outros responderam juntos.
Após muita discussão, todos decidiram ver "Quase Famosos", já que o acervo de Olivier não era lá essas coisas e a maioria dos filmes eram franceses.
- Ai esse filme é uma droga - fez bico enquanto apertava o play.
- Ah não reclama , "Orgulho e Preconceito" deve ser melhor né? - falou sarcástica.
- E é mesmo!
- Shhhhi - interrompeu a conversa - Eu quero ver o filme!
O filme começou, todos permaneceram calados assistindo, em meio a gracinhas que Dougie e Danny faziam.
estava inquieta ao lado de Harry, se lembrou de quando eles foram ver filmes na casa de Dougie, mal ela sabia que ele também pensava na mesma coisa.
Dougie e não estavam isentos das lembranças, afinal fora nesse dia que eles dormiram juntos pela primeira vez. De vez enquanto ambos pegavam olhando-se e viravam a cara logo em seguida.
- Harry... - virou o rosto para ele.
- O quê? - Ele continuou a olhar a tv.
- Por que você está agindo assim?
- Podemos falar sobre isso outra hora? Eu quero assistir ao filme...
- Eu sei que você já assistiu a esse filme mil vezes - deu um suspiro, irritada.
- Agora serão mil e uma vezes então - Harry ainda olhava para frente.
- Se você não quer falar comigo, fala na cara, não fica inventando desculpas.
- Tudo bem então - Ele virou o rosto bruscamente na direção da garota - Eu não tô a fim de falar com você agora.
- Por quê?
- Ei Dougie me passa outro hambúrguer - Harry voltou a olhar pra frente.
cruzou os braços emburrada, agora quem não queria falar mais nada era ela.

ria dos comentários silenciosos que Dougie fazia durante o filme para que apenas ela pudesse ouvir. evitava prestar atenção, toda essa aproximação dos dois a estava irritando.
Quando faltavam alguns minutos para o filme acabar o celular de começou a tocar.
- Vamos desligar o celular né! - Danny falou brincando.
- É o Tom - deu um sorriso - Oi amor!
- OUN! - Todos da sala gritaram.
- Que é isso? - Tom perguntou rindo.
- A gente tá fazendo uma sessão cinema aqui - deu um risinho - "Quase Famosos".
- Poxa queria estar aí...
- Como está a mãe da Giovanna?
- Ela está bem, recebe alta ainda hoje.
- Que ótimo! Isso quer dizer que você vem pra casa mais cedo. Que horas você volta? - perguntou animada.
- Bom, foi por causa disso que eu liguei - Tom falou com a voz nervosa.
- Aconteceu alguma coisa?
- Então... É porque...
- Fala Thomas - perguntou friamente.
- A mãe da Gio pediu pra eu ficar em Londres pra almoçar com eles amanhã...
- Eles quem? - agora estava com a expressão séria.
- A família né...
- E você vai ficar?
- É...
- Mas você prometeu que ia voltar hoje - Ela reclamou.
- Poxa amor não deu pra recusar e...
Antes que Tom pudesse continuar desligou o telefone.
- Amiga... O que aconteceu? - perguntou preocupada ao ver a expressão séria no rosto de .
- O Thomas, foi isso o que aconteceu - se levantou do sofá saindo da sala rapidamente.

O grupo não assistiu apenas a um filme, mas uma série. As garotas preferiram não ir atrás de , queriam dar um tenho para amiga. O grupo viu pelo menos dois episódios de “Star Wars” quando foram surpreendidos por Olivier que aparecera na sala trajando um terno. Ele disse que havia acabado de chegar do trabalho. Naquele momento o grupo percebeu o horário. Já passava das sete horas da noite. Eles haviam se esquecido completamente do jantar que Olivier iria oferecer. Todos se desculparam e logo subiram aos seus cômodos para trocarem de roupa.

- Amiga? Você não vai descer para jantar? – perguntou entrando no quarto seguida de e .
- Ai gente, perdi a fome – rolou os olhos.
- Pode levantar dessa cama! – falou animadamente – O Olivier preparou um jantar especial pra gente!
- O que aconteceu afinal? – perguntou curiosa.
- O Thomas! Ele simplesmente vai ficar em Londres pra almoçar com a família da Giovanna amanhã.
- Eu não acredito! – praticamente gritou – Como ele... Que cara de pau!
- Ai, essa menina é uma vaca! – não se conteve – Maior puta! Falo mesmo... Gente, ela sabe que o Tom tem namorada.
- Agora vocês entendem?
- Não! Agora que a senhora vai levantar mesmo da cama! – puxou a amiga pelos braços – Onde já se viu? Ficar assim por causa de homem?
- É isso aí! – apoiou – Nós vamos te esperar lá embaixo.

- Desculpe o atraso – entrou na sala de jantar apressada.
- Nossa, valeu a pena – Danny comentou rindo arrancando risinhos dos companheiros de banda.
- Tudo bem – Olivier sorriu.
Com um aceno, os empregados entraram na sala trazendo o jantar em grandes bandejas. Logo elas foram postas na mesa. Todas estavam com a aparência ótima.
- Eu gostaria de fazer um brinde – Olivier disse antes que todos começassem a comer. A mesa se virou para ele, encarando-o levantar a taça que tinha em mãos. Ele pigarreou e continuou – Bom, gostaria de dar as boas vindas ao McFly e dizer que é uma honra vocês terem aceitado o meu convite. Então, um brinde ao sucesso que agora não é mais um sonho e sim uma realidade.
Todos deram gritos animados. As taças foram levantadas e seus conteúdos esvaziados.
- Onde está o Tom? - Olivier olhou para todos assim que deu falta do guitarrista.
- Ele precisou sair - respondeu tentando esconder a raiva.
- Ah sim, mas... – Olivier parou de falar quando fora interrompido por seu celular – Me desculpem, mas eu preciso atender isso.
O francês se levantou da mesa e caminhou para fora da sala seguindo em direção a seu quarto no segundo andar.
- É, foi ver a ex, homem não presta mesmo - reclamou.
- ... - chamou a atenção da amiga.
- Mas é verdade, são todos iguais, não se pode confiar em nenhum!
- Engraçado você dizer isso , porque pelo o que eu sei, você bem que gosta de encontrar o ex de vez em quando - Harry respondeu com um sorriso irônico.
- Gente, parou hein - encarou os dois - Isso já passou.
- Não passou não, a hora que ele estalar os dedos ela volta - Harry deu um gole no vinho.
- Harry, cala essa boca! Quem você pensa que é pra falar assim de mim? - alterou a voz. e trocavam olhares assustados, fingia não ouvir, continuou empurrando a comida.
- Cala a boca você, , e você Harry, bando de criança! - Danny respondeu mal humorado.
- Olha quem fala de criança! Você e a são um exemplo perfeito de criancice - Harry devolveu.
- Não me mete nessa história - levantou as mãos.
- Gente, já chega - pediu de novo.
- Pelo menos eu não fui corno que nem você e o Dougie - Danny soltou um riso debochado.
- Ei dude! - Dougie o olhou ofendido.
- Não esquenta Dougie, se fomos cornos é porque elas foram safadas.
- EI! - se irritou com o comentário de Harry - Ninguém mandou vocês irem embora! E eu não traí ninguém, até porque eu não tinha nada com ninguém, não é Dougie?
- É verdade - Ele concordou enquanto se virava para Harry - Você ganha o chifre e quer jogar pra cima dos outros.
- Tá todo mundo errado, satisfeitos?! - Danny disse irritado.
- Ainda não, porque se o Tom estivesse aqui... - Harry continuou.
- Mas não está Harry! - gritou - Dá pra parar?
- Sabe Deus onde ele deve estar agora com a Giovanna - resmungou.
- CHEGA! - levantou e jogou o guardanapo na mesa - EU NÃO AGÜENTO MAIS VOCÊS! TODOS SÃO CRIANÇAS! Meu Deus gente, qual o problema? O Harry é revoltado porque pegou um chifre, esse problema não vai se resolver sozinho não! Você tem que dar uma chance pra se explicar, garoto! Danny e , todo mundo sabe o que vocês sentem um pelo outro. Vocês só estão se enganando e fazendo o mesmo com o Olivier que não tem nada a ver com a história! e Dougie, ai é um com mais doce do que o outro! Alguém tem que ceder! Porque vai chegar o dia em que um vai se cansar do outro e vai ser tarde demais! Onde o Tom está, com quem ele está, o que ele está fazendo, não é da conta de vocês! Isso é um problema meu e dele. Vê se antes de sair acusando e julgando os outros, vocês olham pro próprio nariz pra verem a merda que estão fazendo! - saiu da sala, deixando todos com olhares assustados e um silêncio tenso no ambiente.

Olivier voltou à sala de jantar minutos depois. O clima não estava dos melhores, todos pareciam estar ressentidos e pensativos a respeito do que dissera. Ao final do jantar todos seguiram para a sala de estar, alguns grupos de conversas foram formados e todos tentavam manter as aparências.
- Eu estou cansado. Você vai subir comigo? – Olivier perguntou abraçando por trás.
- Claro – Ela sorriu para ele dando um selinho em seus lábios.
- Por favor, fiquem à vontade. Boa noite. – Olivier deu um breve aceno a todos enquanto puxava pela mão em direção à escada que dava para os quartos.
Danny assistiu a toda a cena da janela onde estava escorado. Ele deu um profundo gole no uísque que Olivier tinha oferecido a eles.

- Nossa, eu estou exausto – Olivier comentou parado de frente para o espelho. Ele tentava desatar o nó da gravata quando foi surpreendido por que apareceu na sua frente.
- Deixa eu te ajudar – Ela deu um pequeno sorriso enquanto desfazia o nó. Assim que fora desfeito a garota puxou Olivier pelo pescoço beijando-o delicadamente – Eu já vou deitar. Boa noite.

A garota saiu do banheiro, já com seu pijama e se jogou na cama macia do quarto, deitando virada para a ampla varanda de onde podia ser vista a grande lua que pairava no céu. Ela foi invadida por inúmeras imagens em sua mente. A varanda lembrava o chalé onde ela tinha passado a noite com Danny. A lua, o primeiro beijo deles, quando o casal foi para o parque e deitou na grama fria, conversando sobre bobagens. Ela sentiu um sorriso sair de seus lábios quando lembrava desses momentos. se assustou ao sentir um abraçou por trás de seu corpo. Olivier colocou seu rosto sobre seu ombro dando um beijo de leve. Ele a puxou para que virasse para si, sabia onde aquilo daria. Ela se virou para ele, beijando-o em uma intensidade menor do que a esperada por ele.
- Olivier eu... – Ela falou entre o beijo – Eu estou cansada... Tanto quanto você...
- Tudo bem – Ele sorriu, passando a mão pelo rosto da garota – Boa noite, mon amour.

- Ei Danny, nós vamos jogar poker, quer entrar? – Harry perguntou.
- Não valeu, to com sono – O garoto respondeu – Vou terminar esse copo e vou subir pro quarto.
Harry deu de ombros. Ele e Dougie não jogariam sozinhos. O garoto não pareceu disposto a chamar nenhuma das garotas para jogar. Harry se jogou no sofá ao lado de Dougie enquanto eles terminavam de beber o uísque. As pessoas presentes na sala foram surpreendidas quando a porta de entrada da casa se abriu e um garoto loiro apareceu com a respiração visivelmente acelerada.
- Cadê a ? – Ele perguntou olhando para todos os cantos do cômodo.
- Dude! Ela surtou! – Dougie deu um pulo do sofá – Sério!
- Ela tá no quarto dela – respondeu.
- Surtou? Do que vocês estão falando? – Tom perguntou confuso.
- Ham... É melhor a gente nem falar nada. Deixa que ela te conta – Harry deu um risinho – Boa sorte.

estava deitada na cama de casal de seu quarto. Olivier tinha escolhido aquele quarto especialmente para ela e Tom. A garota colocou o edredom sobre a orelha fechando seu corpo em uma pequena bolinha. Lembrou-se, então, da vitamina que costumava tomar todos os dias. Ela levantou-se da cama e caminhou até o banheiro. Encheu um copo d’água e esperou até que a vitamina dissolvesse. encarava o copo enquanto assistia o remédio se desmanchar e formar bolinhas. A garota tomou todo o líquido de uma vez e quando voltou a encarar o espelho, se deparou com um garoto loiro de covinha do lado esquerdo, encarando-a com um sorriso.
- Oi.
- O que... Você tá fazendo aqui? – perguntou encarando-o através do espelho.
- Eu disse que ia voltar – Tom respondeu.
- Não, você disse que iria ficar em Londres e almoçar com a família da Giovanna – Ela comentou ríspida.
- , não faz assim – Tom colocou as mãos na sua cintura virando a garota para ele.
- Thomas, por que... Ai! Não me peça isso! Você quer que eu fique como? Almoço na casa de ex? Pelo amor de Deus – rolou os olhos evitando encara-lo.
- Tá bom, eu errei – O garoto falou abraçando-a apertado – Tudo bem? Eu fui um idiota só de pensar em ficar em Londres longe de você. Me desculpa.
- Você só voltou porque eu desliguei o telefone na sua cara? – Ela perguntou pensativa.
- Foi – Tom deu um risinho – E existe alguém melhor pra colocar bom senso na minha cabeça? Quando você desligou eu percebi o quanto eu estava sendo idiota... Quer dizer... Passar dois meses fora... Te deixar sozinha aqui e... Ir para Londres e...
- Tom? – o encarou com um sorriso.
- Ham?
- Eu já te perdoei. Você pode, por favor, ficar quieto e me beijar? – pediu dando um risinho no final.

fechou a porta do banheiro atrás de si e logo foi surpreendida pelo namorado que a pressionou contra a parede. Tom beijou toda a extensão do pescoço da garota enquanto dava pequenas mordidas. Ela dava pequenos gemidos, enquanto passava as mãos por dentro da camiseta do namorado. Tom tirou a própria camiseta voltando a beijá-la logo em seguida. Com as duas mãos, o garoto abriu de um por um, os botões da camisola que ela usava. À medida que eram abertos ele encarava o corpo da namorada do qual ele sentia tanta a falta. , agora apenas de lingerie, sorriu para o namorado. Ela colocou as mãos no cós da calça dele, abrindo-a rapidamente e segurou Tom pela nuca, puxando-o em direção à cama e sentiu o peso de Tom sobre seu corpo. O garoto desceu para beijá-la por inteiro e depois disso foi cobrindo seu corpo de carícias. Primeiramente beijou os pés, depois das coxas, a parte interior da virilha, a cintura, a barriga, os seios e agora encontrava a boca que tanto ansiara.

estava em um canto da sala vasculhando uma das prateleiras repleta de livros e CDs da sala. estava sentada ao seu lado, em um pequeno sofá de couro preto. A garota tinha o olhar perdido, talvez pelo cansaço e sono.
Dougie e Harry conversavam baixinho sobre algo que pelo que a garota podia entender se referia a instrumentos musicais. Ela continuou olhando naquela direção sem tirar os olhos da boca de Harry que fazia movimentos rápidos. reparou nos contornos perfeitos dos lábios do garoto e forma como ele se contraía a cada risada ou careta que ele fazia.
- EU NÃO ACREDITO! – gritou acordando do transe e chamando a atenção de todos da sala.
- O que foi? – e Harry perguntaram ao mesmo tempo. Os dois se encararam por alguns segundos e logo voltaram a olhar para a amiga.
- Gente! Eu nunca pensei que em uma casa dessas... De gente milionária... Eu fosse encontrar isso! – tirou da prateleira um pequeno pedaço de madeira quadrado onde estavam inscritas as letras do alfabeto.
- Um tabuleiro de Ouija... – falou enquanto encarava o objeto.
- Vamos brincar? – sorriu. Ela sabia que Dougie odiava qualquer coisa que envolvesse espíritos. E também tinha que admitir que temia aquela brincadeira, porém dar um susto em Dougie seria bom.
- Não mesmo! – Dougie disse terminando seu uísque – Nós estamos morrendo de sono. Não estamos Harry? Diz pra elas.
- Aham – Harry afirmou despreocupado sem prestar atenção no que dizia.
- Deixa de ser medroso Harry – rolou os olhos – O que isso pode fazer contra você? Não sabia que você tinha medo de uma coisa dessas.
- Pois eu tenho muito amor a minha vida – Dougie respondeu antes do amigo – Nós não vamos brincar disso! Não mesmo!
- Coloca esse tabuleiro aqui na mesa – Harry encarou com um ar convencido – E como nós brincamos?
- Harry, dude, você não pode estar falando sério! – Dougie cochichou para o amigo.
- Você tenta se comunicar com o espírito... Alguns dizem que ele responde perguntas sobre a vida após a morte... Ou simplesmente só perguntas.
- ! ! Eu tava brincando! Você tá doida? Mexer com espíritos é coisa séria – falava baixo enquanto forçava um sorriso.
- Então eu realmente tenho várias perguntas para ele – Harry disse sem tirar os olhos dela.
- O Harry quer brincar, então é isso que nós faremos – sorriu aproximando-se dos garotos com o tabuleiro na mão – Posso saber do que se tratam as perguntas?
- Sobre injustiça... – Harry comentou.
- Não, nós não vamos brincar disso! – Dougie continuou.
- Ah sim, se você vai falar quem provocou tal injustiça, ou pelo menos, o que você julga ser. Eu sugiro que você fale com ele pessoalmente e não a terceiros – lançou um olhar duro para Harry – A pessoa tem o direito de se defender.
- Gente! Essa casa já é bastante assustadora sem um espírito aqui por perto! – Dougie reclamava enquanto afastava seu corpo do tabuleiro.
- Me empresta seu copo – pediu para Dougie.
- Nem fudendo! – Dougie apressou-se em falar - O meu não! Aqui tem saliva! DNA... Esse espírito pode me rastrear, tá ficando doida?
e Harry gargalharam da resposta do amigo. concordava com Dougie em gênero, número e grau, mas preferiu rir também. Não queria admitir que também estivesse com medo.
- Então... Vamos começar – deu um longo suspiro – Mas eu acho que precisa de vela.
- Ótimo, não tem vela! – falou levantando-se do sofá – Vamos dormir né pessoal?
- Aham! – Dougie se levantou do sofá, mas antes dar qualquer passo para sair do lugar ele parou por alguns segundos e logo encarou – Espera aí! Você começou com esse negócio todo de falar com espíritos... Agora quem é que está com medo ?
- Quer sabe? Tudo bem! – tirou o pingo de coragem que lhe restava sentando-se de volta no sofá. Dougie deu um longo suspiro de decepção, sua esperança era de que desistisse de tudo isso e saísse da sala. Agora ele também teria que ficar.
- Ótimo! – Dougie sentou-se também.
- Já que você faz tanta questão de falar com fantasmas, ok! Vamos falar com eles – pegou o copo dela e virou de cabeça para baixo. Com o próprio dedo ela mexeu o objeto violentamente de um lado para outro – Você está aqui nessa sala? OOH! Sim ele está! – Ela fingiu surpresa enquanto mexia com mais força para outro lado – Tem alguém com medo aqui? Nossa! Sim! Sim! – voltou o copo para a posição inicial e continuou quase gritando – Aqui nesta sala tem alguém medroso e irritante que começa com “Dou” e termina com “gie”? SIM! Olha só Dougie estamos nos comunicando com pessoas do outro mundo!
- Ah sério? Tudo bem – Dougie empurrou a mão de tomando conta do copo – Aqui nessa sala tem uma garota com medo? Sim! Ela tenta me irritar de todas as maneiras possíveis como se não bastasse ter metido um par de chifres na minha cabeça? SIM! Nossa, estamos fazendo um progresso! – Dougie jogou o copo para o lado – Pronto, brinquei desse jogo idiota, agora eu vou dormir – O garoto se levantou saindo com passos firmes em direção ao seu quarto.
< SCRIPT>document.write(Melissa) rolou os olhos levantando-se logo em seguida para sair em disparada em direção ao segundo andar, também seguiu para o seu próprio cômodo.
- Péssima idéia – comentou.
- Quem deu a idéia foi você – Harry deu um risinho levantando-se do sofá.
- Você aceitou brincar.
- Sempre culpando os outros pelos seus enganos.
- Do que você está falando?
- Por que você nunca consegue admitir os seus erros? – O garoto a encarou, parado na porta da sala.
- E porque você não fala as coisas de forma direta? – cruzou os braços – Ficar mandando indiretas e não olhar nem ao menos no rosto das pessoas não é uma forma muito nobre de esperar que ela admita qualquer coisa que tenha feito.
- Ela não merece nem isso – Harry disse friamente, saindo da sala. Abandonando sozinha.


Capítulo 36


Sexta-feira, um dos dias que participavam do feriado nacional na Inglaterra, mas Olivier não cansava de trabalhar. Pela manhã ele se despediu de .
- ? – Ele a beijou no pescoço de leve.
- Hum... – murmurou sem abrir os olhos.
- Eu estou indo trabalhar. Talvez eu não volte tarde. Prometo que vou tentar chegar cedo – Ele prometeu dando mais um beijo na garota e saindo do quarto.
abriu os olhos assim que ouviu o barulho da porta. Ainda um pouco zonza ela olhou para a varanda. As cortinas escuras estavam fechadas o que proporcionava ao quarto uma escuridão agradável. Ela se espreguiçou dando um longo bocejo, não sabia que horas era e nem se havia dormido muito. A garota se levantou da cama e cambaleou até o banheiro. Preferiu não trocar de roupa, o pijama parecia estar mais macio do que nos outros dias e era confortável demais para ser tirado. Ela caminhou até a varanda e abriu as cortinas. Ao contrário dos outros dias, a sexta-feira tinha amanhecido com grandes nuvens negras no céu, elas anunciavam um tempo péssimo. A garota se aproximou do batente da varanda. De lá ela conseguiu enxergar três garotos no gramado do lado esquerdo. Logo ela os reconheceu, Dougie, Harry e Danny. Dougie estava deitado na grama e só assistia aos outros dois que jogavam futebol e brigavam feito duas crianças pela posse da bola. Danny tentou dar um passe para tirá-la do poder de Harry, porém acabou tropeçando nos próprios pés. O garoto caiu em cheio no chão. A sua estrondosa risada pode ser ouvida de onde estava. Ela sorriu ao ouvir, aquela risada sempre havia lhe trazido um conjunto de bons momentos e boas lembranças. A garota encarou de novo o campo e agora os garotos pareciam olhar para ela. agradeceu a Deus por estar longe o suficiente para eles não verem seu rosto se tornar escarlate. Ela deu um aceno para os três. Harry e Dougie retribuíram prontamente e o primeiro até a chamou para jogar uma partida. Danny também acenou, porém de maneira tímida.

- “Ela não merece nem isso” – falou com a voz fria.
- Não! Eu não acredito que ele disse isso! – deu um soco na cama, pois ainda estava de baixo dos cobertores.
- Pois disse, – A garota deu um suspiro enterrando o rosto no travesseiro – Olhando na minha cara!
- , posso te perguntar uma coisa?
- Claro – sentou-se na cama para que pudesse prestar atenção.
- Você nunca teve vontade de socar o Harry? – perguntou com a expressão séria – Caralho! Por que ele sempre tem que ser o espertinho da história?
- Ele simplesmente é assim – respondeu com um sorriso no rosto – Por isso eu gosto dele.
- Isso não impede de você ter vontade de dar um soco na cara dele – rolou os olhos.
- Ele é bonito demais... – respondeu pensativa – Seria um desperdício... Nossa... Mas eu não queria só bater não... Queria pegar... Amassar... Beijar... Ai meu Deus! Por que ele tem que ser tão perfeito?
- Amiga, quer um conselho? – perguntou agora se levantando da cama, ao receber um aceno positivo de a garota praticamente gritou – Agarra esse homem, mulher!
- Não é tão simples assim...
- Ai não ! Eu acho que o espírito da baixou em ti! Desde quando você deu pra falar isso? Acorda pra vida!
- Mas... Como eu vou fazer pra ele... Como... O que eu vou falar? – também se levantou indo até o banheiro onde lavava o rosto agora. A garota secou toda a região molhada e logo encarou .
- Fala logo com ele! Conversem! tenha atitude! Seja dura, foi assim que você o conquistou então será assim que você o terá de volta!
- Ter atitude... – sussurrou.
- Aham... Atitude sempre é bom... – sorriu para ela. A garota se aproximou da amiga levantando seu braço – E um banho também... Não que você esteja fedendo! É só que... Um perfume sempre é bom né...
- Ai , você não existe – riu enquanto entrava na ducha para um banho rápido.

abriu os olhos. Mal conseguia ver o que estava a sua frente já que a cortina fora deixada aberta na noite anterior. A garota deu um grande bocejo enquanto tentava se acostumar com a claridade instalada no quarto. Ela olhou para o lado. Tom estava deitado de bruços, suas costas estavam nuas, descobertas pelo edredom que pairava na altura de sua cintura. Seus cabelos loiros estavam desgrenhados em contraste com o rosto calmo. ficou de pé caminhando na ponta dos pés até o banheiro, não queria acordá-lo.

julgou que demoraria muito no banho e sua fome falou mais alto. Assim que terminou de se trocar, ela desceu para tomar café da manhã. O sol não apareceu como ela havia julgado. Logo que chegou a sala, ela pode ver o céu nublado.
- Eu não acredito! – Ela disse incrédula encarando a roupa que usava. Um biquíni com um vestido curto e branco por cima.
- Tá foda! – Uma voz masculina vinha em sua direção, logo seus corpos se esbarraram na barra da escada. Dougie gritou em resposta para os amigos que estavam na cozinha e vinha com um copo de suco de morango na mão. Ao esbarrar com ele derramou o conteúdo por todo o seu vestido branco, deixando-o transparente.
- Eu não acredito! – encarou o vestido – Quem foi o filho da... Ah claro! Por que eu não me surpreendo?
- Foi mal ! – Dougie apressou-se em falar enquanto encarava o estrago.
- Mal? Foi péssimo! – Ela praticamente gritou – Muito obrigada, Poynter! E se esse negócio manchar? E se...
- Eu já pedi desculpas! – O garoto a encarou, indignado.
- Realmente, elas vão trazer o meu vestido ao estado normal – rolou os olhos – Você sabe quanto eu paguei nisso daqui? Bem mais do que...
foi impedida de continuar a falar quando fora puxada pela mão para um dos corredores ao lado da escada. Dougie tinha uma expressão séria, enquanto a puxava para longe da sala.
- Pra onde você tá me levando? – tentou travar os pés no chão, mas Dougie era mais forte que ela.
- Me solta! – A garota gritou novamente.
Dougie não respondeu, apenas continuou a puxá-la para longe dali. Logo ela percebeu onde eles estavam indo. A porta do lado esquerdo fora aberta por Dougie. Ele deu passagem para e logo a fechou atrás de si. O lavabo da casa era bastante escuro devido ao papel de parede azul e atrás da pia do banheiro um grande espelho pairava. A única luz vinha de uma pequena janela no fundo.
- O que você quer? – cruzou os braços virando-se para ele.
- Será que você pode ficar calada por mais de cinco segundos? – Dougie gritou irritado.
arregalou os olhos para o garoto. Enquanto ele lhe lançava um olhar duro. A garota não disse nada. Ficou apenas olhando para ele.
- Tira o seu vestido – Dougie disse simplesmente.
- Ham?! Você está ficando louco?
Dougie rolou os olhos. Ele puxou a camiseta que vestia por trás tirando-a, ficando apenas de bermuda e parte de suas boxers a mostra.
- Toma, veste isso – Dougie estendeu a camiseta na direção de que ficou o encarando por alguns segundos. - Ah claro! – Dougie deu um risinho sarcástico – Eu não posso te ver trocar de roupa. Como se eu nunca tivesse visto – Ele resmungou virando-se de costas.
- A situação é bem diferente agora – disse entregando-lhe o vestido segundos depois.
- Diferente? – Dougie abriu a torneira da pia enquanto molhava a parte que ele havia sujado.
- Isso – Ela respondeu sentando-se sobre a pia apenas com a camiseta de Dougie.
- Diferente – Ele riu – Claro, se eu estivesse dando em cima de você nesse exato momento você teria me deixado ver?
- Claro que não.
- Ah não? – Dougie parou de enxaguar o vestido a fim de encará-la – Porque pelo que eu sei, foi exatamente o que aconteceu entre você e o Johnny! Ele deu em cima de você e em menos de dois segundos você já tinha caído na cama dele e...
Antes que Dougie pudesse terminar a frase ele fora impedido por um tapa de . A garota o acertou do lado direito. Dougie mordeu o lábio inferior sem tirar os olhos do vestido.
- Quem você pensa que é pra me julgar? – perguntou com a voz visivelmente alterada – Você passou dois meses fora! Agarra uma qualquer na turnê e agora quer me dar lição de moral? Por que você simplesmente não se olha no espelho?
se levantou da pia onde estava sentada para seguir em direção a porta. Porém, Dougie foi mais rápido. O garoto a segurou pelos dois braços imprensando-a contra a parede. Seus corpos ficaram próximos, ambos conseguiam sentir suas respirações quentes.
- Me solta! – tentava se mexer, mas as mãos de Dougie a impediam.
- Eu só vou te dizer uma coisa – Dougie a encarou – Não fique falando sobre o que você não sabe. Você estava na turnê? Não! Então como você pode ter tanta certeza do que eu fiz ou deixei de fazer?
- Porque eu vi! Você saiu em uma revista! Com uma vagabunda oxigenada! – respondeu ríspida.
- Ham? Do que você tá falando? – Dougie perguntou confuso.
- Ah claro! Agora você não se lembra de nada – rolou os olhos – Me solta! Eu quero ir embora!
- Não! Eu to falando sério, do que você tá falando? Que revista?
- Dougie, se você não me soltar agora eu vou gritar!
- Mais do que você está fazendo é impossível – Ele zombou – ! Pára de ser tão infantil! Me fala! Onde você viu isso?
- SOCORRO! EU TO PRESA! ! ... – gritou alto, mas fora impedida pela mão de Dougie.
- , eu não sei do que você está falando... Eu juro! Vamos conversar.
- NÃO, EU NÃO QUERO CONVERSAR! – Ela gritou novamente.
- AH VÁ SE FODER! QUER SABER? QUEM NÃO QUER MAIS CONVERSAR SOU EU! – Dougie abriu a porta do banheiro violentamente saindo a passos largos, deixando a garota sozinha no lavabo.

sentia água quente percorrer seu corpo. Quando fora surpreendida pela porta do banheiro sendo aberta. Ela colocou o rosto para fora do box e percebeu que era Tom. O garoto se aproximou dela com um sorriso bobo.
- Bom dia – Ele disse dando-lhe um selinho.
- Bom dia amor – também sorriu para ele – Vem tomar um banho comigo.
- Você não precisa pedir – Tom riu enquanto tirava as boxers e entrava no box com .
- Amor, é sério, eu estou impressionado – Tom deu um risinho enquanto se molhava.
- Ai não – levou as mãos ao rosto tentando esconder o riso – Amor, pára com isso.
- É sério! Eu acho que nem vou sair desse quarto hoje – Ele riu aproximando-se da namorada. Tom enlaçou o corpo de em um abraço apertado beijando seu pescoço de leve.
- Ai Thomas... O que eu faço com você? – deu um risinho sem graça.
- É sério!
- Por favor, sem mais comentários sobre a noite de ontem – A garota sentiu o rosto ficar escarlate – Vamos conversar sobre o que nós vamos fazer hoje.
- Nós nem precisamos conversar – Tom aproximou seu rosto ao de a fim de um beijo, mas a garota se afastou entre risos.
- Eu não estava me referindo a isso – Ela mordeu o lábio inferior – Aqui é tão grande. Vamos fazer alguma coisa.
- Ah claro – Tom rolou os olhos recebendo um tapinha no ombro logo em seguida – Tá bom! Tá bom... Que tal... Um filme? Ou nós podemos ir na cascata que tem aqui perto... Eu fui lá ontem, mas não tem problema...
- Parece uma ótima idéi... – foi interrompida por um forte estrondo no céu. Um trovão forte ecoou pela mansão – Ok... Nem tão boa idéia.

abriu a porta de seu quarto quando esbarrou com . A garota xingou alto entrando com cara de poucos amigos no aposento. Ao ver o estado da amiga, a acompanhou questionando sobre o que havia acontecido.
- ! O que...
- O Dougie aquele idiota! – reclamava enquanto procurava alguma roupa em sua mala.
- E... O que ele fez? Por que você está usando essa blusa?
- Que blusa? – parou de gritar por alguns segundos se deparando com o que vestia – Ai, eu não acredito que eu fiquei com isso!
- É do Dougie? – perguntou rindo.
- É! – levantou os braços para tirar a camiseta, mas parou no meio da ação para aproximar seu nariz da blusa – Tem o cheirinho dele, .
- Oun que lindo – zombou – Por que você não aproveita e devolve?
- Não! Aquele idiota me tirou do sério! – acordou do transe jogando a camiseta para um canto da sala – Vou tomar um banho pra tirar esse cheiro insuportável.
- Se você diz – A garota deu um risinho saindo do quarto logo em seguida.

se trocou lentamente. A garota desceu as escadas à procura das amigas, pensou que talvez elas ainda estivessem dormindo. Então preferiu sentar-se na sala para assistir um pouco de televisão enquanto elas não acordavam. O local estava completamente escuro já que apenas uma das janelas do cômodo não estava coberta pelas espessas cortinas. Ela ligou o aparelho e logo se viu assistindo a um noticiário. A mulher do tempo avisou sobre uma forte tempestade que vinha na direção da propriedade. Um forte trovão caiu ecoando pela casa. A garota sentiu o corpo estremecer. Logo em seguida encarou a parte externa da casa, parecia final de tarde, o tempo se fechava cada vez mais, tornando o ambiente ainda mais escuro.

- Dude, faz um sanduíche pra mim – Harry pediu enquanto apoiava as pernas no grande balcão da cozinha.
- Não mesmo – Danny deu um risinho enquanto abria a geladeira.
- Porra Danny, você é fod... – Harry parou de falar quando sentiu o bolso de sua calça vibrar – Minha mãe? – O garoto deu um breve aceno com a cabeça para Danny e saiu da cozinha.
Nesse mesmo momento descia pelas escadas. Ela avistou Harry se afastar para um dos corredores ao lado da escada e entrar na biblioteca. A garota chegou à base da escada e o seguiu até onde ele havia entrado. Com a orelha na porta ela esperava que ele desligasse o telefone para poder entrar e ter uma conversa definitiva com ele. Minutos depois ela sentiu o corpo ir para frente e a porta abrir-se. Harry parou assim que a viu cambalear e parar com uma expressão surpresa.
- Ótimo... – Ele disse sarcasticamente – Agora você deu pra ouvir atrás das portas?
- Eu... Preciso conversar com você – disse encarando-o.

Danny deu sua última mordida no sanduíche de pasta de amendoim que tinha feito. Ele se encontrava distraído por lembranças e pensamentos que insistiam em atormentá-lo durante toda a refeição. causava esse efeito nele, abria portas que ele julgava estarem fechadas. Uma forte luz iluminou a cozinha, acompanhada por um estrondo do raio. O garoto levou um susto, encarando a janela. Os pingos faziam um barulho que se tornava cada vez mais forte à medida que a chuva aumentava. Mais um jato de luz anunciava outro raio, o estrondo foi maior dessa vez. Danny pegou a louça que havia sujado e deixou na pia, dando um último gole no suco. Ele mais uma vez foi surpreendido pelo trovão, mas dessa vez, tudo se tornara um breu, a luz tinha ido embora. Um grito foi ouvido no andar de cima, o de uma garota provavelmente.
Danny parou por alguns segundos, tentando imaginar de quem era aquele grito. Foi nesse momento que mais uma memória apareceu instantaneamente a sua frente.

[Flashback]

- Danny! - A voz de o chamou, apavorada.
O garoto que estava em seu quarto tentava achar alguma lanterna para poder iluminar o ambiente, mas não teve sucesso. Ele ouviu mais uma vez a garota gritar escada abaixo pelo seu nome.
- , cadê você? - Ele perguntou em tom alto, descendo as escadas com cuidado.
Ele não ouviu resposta.
- ?
Danny chegou à base da escada, estendeu as mãos para frente, dando mais alguns passos adiante, quando sentiu o corpo da garota a sua frente.
- ...
Antes que pudesse falar qualquer coisa, sentiu os braços da garota abraçarem sua cintura com força.
- Calma, o que foi? - Ele falou assustado.
- Tá muito escuro Danny... - Ela falou baixinho, encostando o rosto no ombro do garoto.
- Eu vou ficar aqui com você até a luz voltar - Danny deu um sorrisinho ao sentir a garota em seus braços.
- P-promete?
- Eu prometo - Ele falou firme, dando um beijo no topo da cabeça de .

[ End of Flashback]

Danny respirou fundo assim que a memória se dissipou de sua mente, tinha medo do escuro. Medo não, pavor! Desde pequena, quando a luz acabava ou estava muito escuro, ela pedia que ele ficasse com ela. Mas o grito que ele tinha ouvido não era o da garota.
A última vez que ele a tinha visto, ela estava na sala, será que ainda estaria lá?
Antes que pudesse pensar ou sequer responder a essa pergunta, Danny já se via saindo da cozinha.

Harry abriu a porta da sala vazia, iluminada apenas pelas inúmeras janelas que haviam no lugar, se dirigiu a ponta de uma, encarando o gramado do lado de fora.
entrou logo depois, fechando a porta calmamente atrás de si, viu o garoto parado de costas, não sabia por onde começar, o que falar, só de sentir a presença dele ali, na mesma sala que ela, tinha calafrios.
Eles permaneceram distantes, sem dizer nada, até a garota dar o primeiro passo.
- Você não vai falar comigo? - Ela perguntou cruzando os braços, tentando esconder o nervosismo.
- Eu falei com você - Ele respondeu despreocupado ainda olhando para a paisagem.
- Tá bom, eu vou reformular a pergunta - pigarreou - Você não vai falar direito comigo?
- Você sabe muito bem porque eu não estou falando com você – Harry respondeu amargurado – Não se faça de desentendida.
- Eu ia te contar tudo assim que você chegasse! Mas pelo visto você descobriu pela boca dos outros...
- O que foi pior! Você não imagina a cara que eu fiquei quando me contaram. Primeiro eu falei com esse tal de Vinícius e ele me deixou bem claro que vocês estavam juntos.
- Hãn? Harry! Não foi isso! Você entendeu tudo errado.
- Claro, eu entendi tudo errado... – Ele riu sarcasticamente.
- Eu passei dois meses sozinha... Você não sabe como foi duro passar por tudo isso... E quando você chegou e não me beijou... - A garota mordeu o lábio inferior sentindo as lágrimas se acumularem – Eu fiquei e ainda estou arrasada.
- Tá bom, você quer um beijo? - Harry perguntou mal humorado.
não respondeu apenas o encarou com tristeza no olhar. O garoto andou a passos largos até a garota e deu um selinho rápido e seco, parando logo em seguida de frente para ela.
- Pronto, satisfeita?
- Sinceramente, não! - falou amargurada.
- É difícil te agradar - Ele deu um suspiro encarando o espelho da sala.
- Não, pra falar a verdade é bem fácil.
- O que você quer de mim então? - Ele perguntou em um tom de voz mais alto.
- Que você me escute! – gritou. Harry encarou o chão. Um trovão caiu naquele momento ecoando pela sala – Eu tenho o direito de me defender pelo menos!
- Tudo bem, vamos lá... Pode falar.
- Me olha pelo menos!
- Eu tô olhando...
- Não! Não tá! - estendeu suas mãos até o rosto de Harry virando-o para si - Eu não agüento mais isso!
Harry deu um risinho sarcástico voltando a olhar para o canto.
- Senta, por favor.
Harry hesitou um momento já tinha idéia do que viria pela frente, mas por um motivo desconhecido sentou-se.
- Eu não vejo modo melhor de começar isso sem ser pedindo desculpas - Ela sentou-se ao lado dele enquanto o garoto olhava para o chão - Harry... O Vinícius como você já sabe... Voltou enquanto você estava na turnê.
- Fiquei sabendo...
- Desculpa...
- Desculpa? - Harry passou as mãos pelo rosto, nervoso - E a minha cara, quando me contaram? ! Eu fiquei sabendo pelos outros e não por você!
- Eu sei, mas eu fiquei com medo e... Eu queria contar pessoalmente e...
- E nada! Custava ter me ligado?
- Harry! Você também não me ligou! - falou subitamente.
Harry não respondeu, encarou o chão. Um silêncio incômodo se instalou na sala, até que finalmente, o garoto se levantou, indo em direção a porta.
- A gente não tem nada pra conversar, já vou.
- E-eu fiquei com ele, isso é verdade - falou rapidamente.
Ao ouvir isso Harry parou, tentando associar as palavras ditas pela garota. Ele já tinha imaginado naquela possibilidade, mas era duro demais ouvir aquilo saindo da boca de .
- Não me julga, por favor! Eu sei que errei, mas é algo que não dá pra explicar - A garota tentava falar calmamente, mas por dentro seu coração batia acelerado - Ele exercia algum tipo de poder sobre mim e mesmo que eu não quisesse foi impossível negar. Foram beijos e nada mais do que isso.
Harry sentia um nó em sua garganta, ouvir aquilo o machucava, principalmente porque ele passara dois meses longe de .
- Eu passei por muita coisa com ele, foram três anos! - As lágrimas começaram a rolar no rosto da menina - Mas Harry, foi bom isso ter acontecido...
Harry se virou com raiva, voltando sua atenção para a garota.
- Como é que é? - Ele gritou - Não , isso foi demais! Você ainda tem coragem de me falar que foi bom?
- Não Harry!
- Eu não preciso ficar ouvindo isso! - Harry caminhou até a porta, mas foi impedido quando sentiu que segurava firmemente seu braço.
- Por favor! Me escuta! Foi bom porque eu comprovei que ele não é pra mim! Percebi que... Que quem eu quero na minha vida Harry - Lágrimas, antes tímidas, desciam descontroladamente pelo rosto da menina - É você... E só você Pequeno...
Um silêncio se instalou na sala por alguns segundos, até que finalmente continuou.
- E-eu... Te amo! Me perdoa por favor.
Ouvi-la chamá-lo daquele jeito mexeu com todos os sentidos do garoto, toda a raiva que ele havia armazenado durante a viagem de volta para casa, havia se dissipado de sua mente e coração.
- Isso me fez enterrar o passado para pensar só no futuro. E eu não consigo mais fazer planos em que você não esteja.
As lágrimas que Harry continha há algum tempo já desciam pelo seu rosto sem que ele as pudesse controlar.
- Se você não me quiser mais - A garota voltou a falar - Eu vou entender, Harry. Só não me peça pra aceitar, porque eu vou lutar, se necessário, mais do que você lutou pra ficar comigo, pra te reconquistar.
Harry ficou surpreso ao ouvir aquelas palavras e não pode deixar de olhá-la e sorrir.
- Olha que conquistar você foi uma missão impossível.
- Eu não desisto fácil... - A garota o olhou timidamente.
Harry se encostou à porta, ficando de frente para .
- Vem aqui... - Ele a chamou com um sorriso no canto da boca.
se aproximou do garoto, sentiu os braços dele, contornarem sua cintura em um abraço apertado colando seus corpos. Agora seus rostos estavam muito próximos e seus narizes se tocavam.
- Eu não sou tão difícil como você - Harry falou perto da boca da garota, esta apenas o olhava sem acreditar que aquilo pudesse estar acontecendo - Eu te amo Pequena.
Ambos conseguiam sentir as respirações, que se tornaram mais quentes à medida que foram aproximando as bocas. Estas se tocaram calmamente, selando um beijo apaixonado, um misto de saudade e desejo que levaria tempo para acabar.

Os trovões continuaram desta vez mais altos, e a chuva parecia se tornar mais grossa com o passar do tempo.
Danny caminhou com cautela, apalpando os objetos que estavam na sua frente. A sala estaria completamente escura se não fossem pelas luzes dos raios. O rapaz conseguiu enxergar, nesses segundos de claridade, o contorno de . A garota se encontrava agachada em frente ao sofá. Ele ficou paralisado por alguns segundos, pensando no que deveria fazer.
levou um susto ao ouvir os passos que vinham em sua direção, ela tentava enxergar, mas a escuridão a impedia.
Danny parou ao lado da garota.
- Quem está aí? - Ela perguntou com a voz chorosa.
Danny não respondeu nada.
- T-tem alguém aí? - deu um pequeno soluço, apalpando o tornozelo do garoto - Quem é?
- Sou eu... - Danny falou baixinho.
- Danny? - se levantou subitamente agarrando o garoto pelo pescoço - Ainda bem que é você.
Danny ficou sem reação ao senti-la ali, com o corpo colado ao dele, a única coisa que conseguiu fazer, segundos depois, foi abraçá-la pela cintura.
- Danny eu tô com medo.
- Calma, tá tudo bem.
Assim que terminou de falar outro estrondoso barulho invadiu a casa. deu um gritinho, abraçando Danny com mais força.
O garoto não conseguia acreditar no que estava acontecendo, sua vontade era de beijá-la, dizer tudo o que sentia por ela, mas não podia. Não depois de tudo o que ela tinha feito. Porém os cabelos ainda molhados de tinham aquele aroma que o seduzia e fazia lembrar dos velhos tempos e dos momentos felizes em que os dois passaram juntos. Mais uma série de memórias passava em frente aos seus olhos quando sentiu um aperto no peito. Ele nem tinha percebido, mas outro trovão havia caído fazendo com que a garota se aproximasse ainda mais.
- Não me deixa sozinha, por favor - falou soluçando logo que colocou o rosto contra o peito de Danny.
- Eu não vou deixar - Danny passou uma das mãos levemente pelas costas de .
- Promete?
- Prometo - Ele inclinou o rosto apoiando-o na cabeça da garota.

O céu ficou escuro mais cedo. As nuvens cinza chegaram trazendo um vento muito forte e uma chuva que começou de repente. Harry e saíram da sala de mãos dadas. Ele foi à frente e logo parou quando fora puxado por ela.
- No way! – Harry falou baixinho – São o Danny e a ?
- Harry! Vamos subir logo! Não vamos acabar com o momento! – puxou o garoto escadas a cima tentando fazer o mínimo de barulho possível. Ao chegarem ao segundo andar o casal se dirigiu até o quarto de e Tom. Eles deram pequenas batidas, porém não foram ouvidos. empurrou um pouco a porta e logo se deparou com sentada no colo de Tom. A garota tinha os braços entrelaçados atrás de seu pescoço enquanto beijava o namorado lentamente. pigarreou chamando a atenção do casal.
- ! – apressou-se em falar saindo do colo do namorado.
Tom aproveitou que a namorada estava de costas para reclamar através de gesticulações com e Harry.
- Er... Desculpa gente – mordeu o lábio inferior – Atrapalhei alguma coisa?
- Que isso amiga, imagina! – respondeu enquanto atrás dela Tom com uma enorme carranca acenava positivamente.
- Eu disse que nós não precisávamos vir aqui – Harry rolou os olhos.
- Claro que a gente precisava, pequeno! – se virou para o garoto e segundos depois voltou a encarar – Então, eu e o Harry vamos alugar uns filmes, tem uma cidadezinha aqui perto.
- Então nós queríamos usar o seu carro – Harry coçou a cabeça.
- Claro! – deu um sorriso entregando a chave para o garoto – Mas vocês têm certeza? Começou a chover.
- Chuvinha de nada – Harry falou com a voz despreocupada quando um forte estrondo ecoou pelo aposento – Er... A gente volta já - Ele deu um breve aceno para o casal que estava dentro do quarto puxando pela mão.
- Tchau casal.
Assim que a porta fora fechada encarou Tom um pouco, desconfiada.
- É impressão minha... Ou eles fizeram as pazes?
- Já era tempo, não? – Tom rolou os olhos – Agora só faltam dois.
- Será que o celular vai pegar? - olhou Tom, preocupada.
- Amor, eles já são bem grandinhos - Ele riu puxando a namorada pela cintura em sua direção - E outra coisa boa, agora o quarto é só nosso.
- Tá pensando no que eu to pensando? - o olhou com um sorriso maroto.
- Claro - Tom partiu pra cima da namorada, que se afastou logo em seguida.
- Isso mesmo, chocolate quente! - saiu do quarto enquanto ouvia o namorado resmungar.

- Ei o Tom tá aí dentro? – Dougie perguntou quando encontrou a garota no corredor.
- Tá sim, pode entrar.
- E aí dude!
- Ah não! Porra Dougie, o que você quer? Já basta o Harry e a , agora você...
- Nossa, pra que tanto estresse? – Dougie se jogou do lado de Tom na cama.
- Não me diga que você pretende ficar aqui.
- Tá ficando doido? Eu não quero ficar sozinho no meu quarto.
- Ah não Dougie! A vai voltar daqui a pouco! Anda, vai embora logo – Tom tentava empurrar o amigo para fora da cama sem muito sucesso.
- Tá foda que eu vou andar por essa casa... Grande e... Assustadora, sozinho... – Dougie falou pausadamente enquanto analisava o quarto em que estava.
- Ótimo! – Tom levou as mãos à cabeça, estressado.
- Voltei gente! – entrou no quarto – Não tinha chocolate quente – Ela fez um biquinho sentando-se na ponta da cama. Um silêncio se instalou no cômodo, mas logo vozes puderam ser ouvidas no corredor.
- ! ! - gritava desesperadamente.
- Aquiii! - A amiga respondeu e logo a porta do quarto fora aberta com um estrondo.
- Ai meu Deus! Não tinha como esse lugar se tornar menos assustador não? – reclamou sentando-se na cama - Meu Deus, amiga, que perna peluda!
- Sou eu - Dougie resmungou.
- Ah... Desculpa – falou com um tom mal humorado entre os risinhos de Tom e .

- Eu acho melhor você ir pro seu quarto – Danny falou em um tom baixo.
- Não, eu não quero.
- , eu não acho uma boa idéia nós ficarmos assim... Você tem namorado.
- Sim eu tenho – falou com pesar – Obrigada por me lembrar disso.
- Eu realmente não te entendo – Danny deu um risinho fraco repleto de tristeza – Por que você continua com ele ? Por quê?
- Eu não consigo agüentar o fato de que eu possa ficar sozinha – Ela respondeu com a voz abalada.
- Não esqueça que você optou por isso. Não tinha que ser assim.
- E não precisa continuar sendo assim Danny – se afastou do garoto sem solta-lo a fim de encarar seus globos azuis. Naquele momento, ambos já tinham se acostumado com a escuridão e conseguiam enxergar melhor.
- Tudo bem, termine com o Olivier hoje e eu sou seu – Danny falou com a voz firme sem tirar os olhos da garota.
- Hoje? – o encarou com os olhos saltados – Mas...
- Percebeu? Você sempre adia as coisas, principalmente as importantes e cruciais. Se você me quer tanto e da maneira que diz, já teria deixado o Olivier há muito tempo.
- Eu não quero magoar o Olivier... – olhou para baixo.
- Ótimo, pelo visto você já fez sua escolha – Danny se afastou da garota e se preparava para sair quando foi impedido por um abraço forte de .
- Você! Você é a minha escolha! – Ela falou rapidamente – Mas Danny, eu só te peço um tempo pra eu poder conversar com ele...
- Mas eu estou cansado de ter que esperar! Dane-se o Olivier! Dane-se o seu pai! Dane-se aquela empresa idiota! Se esse francês gosta tanto de você, tenho certeza que ele não vai se importar de te ver feliz, mesmo que do meu lado! Por que é tão difícil pra você simplesmente fazer o que seu coração sente e não o que a sua cabeça manda?
- Danny, escuta...
- Não! – Danny deu um longo suspiro encarando a garota – Olha, eu não quero continuar essa discussão – O garoto abraçou a garota de lado – Vem, eu vou te levar pro seu quarto.

- Gente, a e o Harry ainda não voltaram - disse preocupada.
- Será que eles estão perto pelo menos? - Tom perguntou.
- Amor, vamos lá embaixo procurar?
- Ai não, to com uma preguiça... – Tom falou bocejando – AI!
- E então? Vamos? – lançou um sorriso para o namorado.
- Claro - Tom e desceram juntos.

- Pequeno, eu não acredito que você me fez alugar “Todo mundo em pânico” – rolou os olhos.
- E você quis alugar “Náufrago”! – Harry rolou os olhos desviando o carro de mais um buraco na estrada.
- Esse filme é legal! – falava enquanto tentava desembaçar seu vidro.
- Legal? É deprimente! WILSOOOOOON! – Harry gritou com uma voz grossa – WILSOOOON! WILSOOON!
- Pequeno, já deu – o encarou com um semblante sério dando um risinho logo em seguida.
- Ok, parei – Ele riu voltando à atenção para a estrada – Mas... – Harry parou de falar quando sentiu o carro cair em um buraco que ele julgava ter desviado – Puta que pariu!
- Mentira! Um buraco? Você não viu? – falou apressada.
- Não! Eu desviei! Juro!
- E agora?
- O carro tá atolado! – Harry coçou a cabeça.
- Ok, eu continuo com a minha pergunta: e agora?
- Nós vamos ter que empurrar.
- Espera aí... Nós? – apontou para o garoto e em seguida para ela – Você quer que eu saia nessa chuva pra empurrar o carro?
- Não, alguém precisa dirigir. Você pode fazer isso enquanto eu empurro.
- Mas pequeno, você vai se molhar todo e ainda vai pegar um resfriado.
- É, mas eu que quis sair no meio dessa chuva, lembra? – Harry deu um sorrisinho para a garota beijando-a nos lábios.
- Tudo bem – sorriu para ele. Assim que Harry saiu do carro ela passou para o banco do motorista.
- Já! – Harry gritou de trás. obedeceu, ela ligou o carro e acelerou – Pára! Pára! – Ela ouviu Harry gritar – De novo! – Mais uma vez ela acelerou. Harry segundos depois apareceu na janela ao lado da dela, o garoto tinha a roupa toda suja, coberta de lama.
- Pequeno!
- , não tá dando certo. Eu acho que é melhor nós esperarmos a chuva passar aí dentro do carro.
- A casa não fica muito longe daqui, vamos andando até lá. Depois nós voltamos e pegamos o carro.
- Você tá ficando louca? – Harry disse passando as mãos pelos cabelos sentindo as roupas no seu corpo ficarem mais encharcadas.
- Não, eu estou falando sério! – falou com um tom divertido – Mas antes eu quero uma foto.
Harry levantou uma das sobrancelhas enquanto analisava cada movimento da garota. Dentro do carro, pegou a máquina fotográfica que tinha na bolsa, posicionou o aparelho no painel do carro. Após alguns segundos ela saiu do automóvel puxando Harry pela mão.
- O que você tá fazendo? – Harry falou enquanto era puxado por ..
- Tirando uma foto espontânea – Ela deu uma gargalhada parando em frente ao carro.
- Você é completamente louca, sabia? – Harry comentou passando uma das mãos pelos cabelos sem tirar os olhos da garota.
- E você é muito travado! Vem aqui – Ela estendeu as duas mãos no ar a fim de atrair Harry até onde estava. Enquanto analisava o garoto. sentiu sua blusa colar no corpo, assim como sua saia que parecia aderir às formas de suas coxas, destacando-as.
O garoto levantou uma das sobrancelhas e lançou um sorriso com o canto da boca enquanto andava na direção de . Ela também tinha os olhos grudados aos dele e tinha um sorriso estampado na boca. Harry segurou apenas uma das mãos de .
A garota logo sentiu seu corpo ser girado, a brisa refrescar seu corpo e afastar seus cabelos do rosto, assim que parou, percebeu estar a alguns centímetros de Harry que tinha um olhar divertido no rosto. A boca de desviou a atenção de Harry, especialmente hoje eles pareciam mais tentadores. Seu rosto quase que inconscientemente se aproximou do dela e ambos sentiam suas respirações quentes.
- A máquina tá naquele módulo que a gente usou aquele dia na sua casa? – Harry mordeu o lábio inferior encarando a garota.
- Está... – deu um sorriso malicioso abraçando Harry pelo pescoço - Então eu acho melhor você começar a tornar as coisas muito mais interessantes antes que ela comece a bater as fotos.
- Com todo o prazer – Harry abraçou-a pela cintura e aproximou seu rosto procurando pelos lábios da garota. Logo eles se encontraram e um beijo teve início. Enquanto suas bocas faziam movimentos harmoniosos ambos conseguiam sentir a água da chuva que escorria pelos seus lábios e no resto de seus corpos. Harry colou seus corpos massageando as costas de por baixo de sua blusa. Ela deu um pequeno sorriso entre o beijo aproveitando para provocar Harry mordendo seu lábio inferior e puxando-o para si. O garoto pareceu entender o recado e logo intensificou o beijo. Harry deu passos para frente obrigando a andar para trás, a garota não sabia para onde ia apenas se concentrou no beijo que parecia ser a única coisa que os aquecia naquele momento. Segundos depois ela sentiu seu corpo ser pressionado contra o capô do carro, o metal gelado contra a sua pele fez com que seus pelos se eriçassem. Harry deitou o corpo dela deixando de lado a sua boca e passando para seu pescoço, entre beijos e mordidas.
- Sabe, eu acho que a máquina já parou de bater fotos – falou próximo ao ouvido de Harry.
- E quem disse que eu quero parar? – Harry calou a garota com mais um beijo. Ele a puxou para si e logo eles ficaram em pé na frente do carro. sentiu o corpo ser levado mais uma vez. Ela abriu os olhos e viu que Harry pretendia entrar no carro.
- Não Harry, no carro da não! – falou rapidamente parando-o.
- Por que não? – Harry a encarou surpreso.
- É o carro da ! Eu não posso fazer isso aí! É... Sei lá... Aí não – mordeu o lábio inferior.
- Ela não vai saber – Harry encostou os lábios na orelha da garota dando uma pequena mordida.
- Harry... – fechou os olhos ao sentir aquele toque. Ela desejava o corpo de Harry junto ao seu mais do que tudo. Principalmente depois desses meses sem se verem – Não faz isso...
- Isso o que? Não to fazendo nada – Harry falou mais uma vez em seu ouvido.
- Harry, por favor... – pediu com a voz fraca sentindo o corpo ser pressionado compra a porta do carro.
- Pequena... Por favor... – Harry colocou as mãos por dentro da blusa da garota apertando sua cintura – Você não sabe há quanto tempo eu estou esperando por isso – Ele falou ao seu ouvido começando a beijar seu pescoço, dando pequenos chupões.
- Por que você tem que ser tão insistente? – mordeu o lábio inferior.
- Porque eu quero você . Só você – Harry a encarou com aqueles globos azuis que pareciam engoli-la.
- Que se dane a falou rapidamente segurando Harry pela nuca procurando seus lábios desesperadamente. Harry abriu a porta do motorista. Ele parou de beijar por alguns segundos sentando-se no banco e afastando-o para trás. sentou no colo do garoto que ficou entre as suas pernas. Harry colocou as mãos por debaixo da blusa da garota puxando-a para cima. levantou os braços para que ele pudesse fazer isso. Assim que a peça de roupa fora jogada para o banco de trás Harry começou a beijar o colo subindo para o pescoço de . A garota por sua vez levou as mãos à blusa que ele usava, analisando cara pedaço de seu corpo à medida que abria os botões. Em poucos minutos nada mais os impedia e logo eles mataram todo o desejo e saudade que sentiam após meses sem se verem.

- Será que... Vai demorar pra voltar... A luz? - tentou puxar assunto.
- Não sei - Dougie foi curto e grosso.
- Eu to começando a ficar com sono.
- Dorme, a cama desse quarto é bem grande.
- É. Certo, Dougie - engatinhou até o outro lado da cama deitando. Passaram mais de 10 minutos naquele silêncio constrangedor.
- ...
- Hum...
- Sobre aquela foto... Era verdade mesmo?
A garota virou-se rapidamente em direção a voz dele.
- Claro que era! Eu guardei a revista se você quiser ver.
- Eu sei que a gente não tem mais nada, mas eu só quero deixar claro que ela era só uma fã.
- Uma fã é uma pessoa normal Dougie, o que você pôde fazer comigo você podia fazer com ela.
- Mas eu não fiz, ao contrário de você - Ele resmungou.
- De novo isso? - se virou para onde a voz vinha - Dougie, olha a minha situação!
- Você já vinha de casinho com ele há muito tempo!
- Claro que não! De onde você tirou isso?
- Eu não sou idiota , você só fingiu que tava triste com a minha partida, mas no fundo não via a hora de comemorar com aquele idiota.
- Dougie! Que absurdo! Eu não acredito que você tá falando isso - Ela mexia as mãos, indignada e acertou o rosto do rapaz sem querer - Ai meu Deus, foi seu rosto? Desculpa.
- Você tá errada e eu que apanho - Ele disse agora sentindo que ela estava mais perto que antes.
- Eu tive meus motivos, e se você quer saber, eu tenho certeza que se fosse ao contrário você teria feito o mesmo.
- Trair você? Claro que não - Dougie não podia ver, mas podia sentir que o rosto dela estava quase encostado ao seu.
- E por que não então? - Agora sussurrava.
- Porque eu gostava de você.
- Eu também gostava de você até te ver com aquelazinha andando abraçados pela rua! Foi uma humilhação! O que você queria que eu tivesse pensado?
- Ótimo. Se você não quer acreditar em mim tudo bem. Mas não me venha com essa história de que nós vamos ser amigos e blá blá blá, porque isso não vai acontecer!
- E quem disse que eu quero continuar sendo sua amiga? Ou melhor, tendo qualquer tipo de relacionamento com você?
- Ótimo!
- Ótimo! – falou seguida dele, cruzando os braços.

- Pronto, está entregue – Danny disse parando a porta do quarto de Olivier. O garoto soltou afastando-se dela.
- Não me deixa sozinha – pediu.
- Aí dentro não vai estar escuro... Do lado de fora dá pra ver que tem uma varanda enorme – Danny coçou a cabeça.
- Ah... Certo – A garota falou sentindo-se derrotada.
Danny deu um aceno com a cabeça virando-se de costas para andando lentamente em direção ao corredor que levava as escadas.
- Danny...
O garoto se virou para .
- Amanhã é meu aniversário.
- É, eu sei disso – Danny deu um sorriso com o canto da boca virando-se novamente e descendo as escadas em seguida.

- Então, o que você achou de vir aqui pra fora? – Tom disse ao ouvido da namorada.
- Adorei – disse dando um selinho no garoto – A e o Dougie precisavam ficar sozinhos.
Tom e estavam na varanda do térreo nos sofás que ficavam do lado de fora. Os dois ficaram conversando e trocando carícias enquanto a chuva caía no jardim.

A noite caiu na casa. Harry e chegaram depois do por do sol explicando tudo o que tinha acontecido com o carro e o porquê da demora. e Dougie acabaram dormindo no quarto de e Tom. A garota acordou antes de Dougie e logo se juntou ao grupo na sala. Danny conversava animadamente com e Tom já fazia algumas horas. Ele ficara lá depois que deixara no quarto. Essa por sua vez, também se juntou a conversa logo à noite. Olivier chegou em casa animado. Ele disse que tinham editado os vídeos que Fletch e Tom tinham feito na turnê e queria mostrar a todos eles. O grupo se reuniu na sala de vídeo e sentou-se no grande sofá em forma de L.

- Só quero ver o que vocês aprontaram nessa turnê! – falou enquanto observava Olivier arrumar o DVD.
- Nada de errado, eu garanto – Tom a puxou para um abraço apertado beijando-lhe os lábios.
- Então? Todo mundo aqui? – Olivier perguntou apertando o “play”.
- Ah, tá faltando o Dougie... – Danny falou despreocupado – Mas depois ele assiste.
Olivier sentou-se do lado de abraçando-a pela cintura. Ela lançou um olhar rápido para Danny que encarava os dois. Logo ele virou o rosto voltando a assistir ao DVD.

Segundo Olivier o documentário da turnê tinha cerca de quarenta minutos. Enquanto assistiam as cenas, os garotos faziam comentários para que as garotas soubessem de tudo o que acontecia. Havia partes muito engraçadas que muitas vezes eram repetidas a pedido das meninas. Porém uma chamou a atenção de todos.

- Tá gravando? – Dougie perguntou para a câmera a sua frente. Por sua vez a tela se mexeu em resposta – Ah tá...
- Fala logo dude – Tom reclamou tentando dar um pedala no amigo e ao mesmo tempo segurar o aparelho.
- Oi, eu sou o Dougie – O garoto disse olhando sério para a câmera – Dude! Que cara eu tenho que fazer?
- Puta que pariu! – Danny gritou atrás do ônibus – Fala logo!
- Ok ok – Dougie rolou os olhos – Olá, eu sou Dougie! – E...
- Ele é o cara que não pega ninguém! – Matt apareceu ao lado do garoto abraçando-o.
- É isso aí. O Poynter, o Fletcher e o Judd são uns fracos! – James chegou pelo outro lado de Dougie falando diretamente para a câmera – Não pegaram ninguém.
- É isso aí James, faz o nosso filme para as meninas – Tom deu um risinho virando a câmera para si – Tá vendo amor? Eu não fiz nada de errado.
Assim que ouviu isso ela soltou um “Ouuuun” e logo deu um beijo estalado no namorado que tinha o rosto escarlate.
- Claro! Eu tenho um bom motivo pra não ficar com ninguém – Dougie parou de falar enquanto procurava algo nos bolsos das calças – Porra, tava aqui agorinha. Achei! – Ele gritou com um pequeno objeto na mão. Dougie aproximou-o da câmera e podia-se ver a palheta que tinha lhe dado – A porquinha tá me esperando lá em Londres. Ela pode ficar tranqüila.
- Pode mesmo, porque o Dougie é fraco! – Matt deu um pedala na cabeça do amigo.
tinha a boca aberta e encarava a tela da televisão sem tirar os olhos da imagem de Dougie. Ela conseguia sentir os olhares da sala sobre si. Preferiu ignorar, precisava pensar. Seria aquilo verdade?

Danny virou-se novamente na cama e já tinha perdido as contas de quantas vezes havia olhado para o relógio. A janela que ficava ao lado de sua cama, deixava entrar no quarto a luz clara que a lua cheia proporcionava naquela noite. A sombra com formatos de retas estava projetada no chão. Danny se revirou tentando parar de prestar atenção a coisas que ele considerava inúteis. Ele precisava dormir. O garoto fechou os olhos, dessa vez ele cairia no sono. Porém, mesmo com os olhos fechados, vários pensamentos passavam pela sua mente e se tornavam mais intensos à medida que ele tentava se livrar deles. Um ronco alto de Dougie assustou o garoto. Danny sentou-se na cama. Olhou novamente o relógio. Já passava da meia noite.
Era aniversário de . Naquela data e principalmente, naquelas circunstâncias, era impossível não relembrar e não desejar que as coisas tivessem tomado um rumo diferente. Danny pensava nisso enquanto apalpava a parede do corredor. Ainda não havia se acostumado com a imensidão daquela casa de campo. Logo ele encontrou a escada e caminhou até a grande porta que levava a cozinha. Ela fora aberta com cuidado para que não soltasse nenhum ruído, porém, para a surpresa de Danny o aposento não estava vazio. Ele pensou em dar meia volta, porém já era tarde demais, estava sentada de frente para a porta e o encarava com um olhar surpreso.
- Caiu da cama? – Ela disse ao perceber que o garoto se encontrava estático olhando-a.
- Os roncos do Dougie não me deixam dormir – Danny respondeu com cautela entrando na cozinha e fechando a porta atrás de si.
O garoto se aproximou da mesa onde estava sentada. A garota usava uma camisola azul escura de alças finas e tinha uma pantufa da mesma cor no pé. Danny desviou o olhar dela rapidamente.
- Tem cereal se você quiser – apontou para o seu prato onde várias bolinhas de chocolate pairavam sobre o leite – É o seu preferido.
- Não tudo bem. Eu só estava andando... É melhor eu voltar pro meu quarto.
- É impressão minha ou você está me evitando?
- Eu não... – Danny parou de falar ao encontrar o olhar de , ela parecia hipnotizá-lo – Tudo bem. Eu só vou pegar um prato.
Danny sentou-se ao lado de , em uma das grandes cadeiras que ficavam ao redor da mesa. Ela deu um breve sorriso e logo empurrou o leite e o cereal para que ele pudesse se servir.
- Fazia tempo que eu não tomava isso – Danny comentou saboreando. Ele mal percebeu que uma pequena porção do leite escorrera para o canto de sua boca. deu um pequeno riso pegando um guardanapo e limpando a boca do garoto. Danny sentiu o rosto escarlate e voltou sua atenção para o seu prato.
- A turnê parece ter sido legal. Pelo que eu vi no vídeo.
- Foi muito boa – Danny comentou rapidamente.
- Sabe... Quando o Matt disse que os meninos eram fracos... Ele não citou você...
- Eu fui pra turnê solteiro – Ele respondeu um pouco desconfortável.
- Ah claro – deu um sorriso com o canto da boca – Mas... Mesmo sabendo que nós não tínhamos nada... Eu não gostei de te ver com outra garota naquela revista.
- Pelo menos você só viu na revista – Danny deu um riso fraco – E eu? Que tenho que agüentar essa situação todo o dia? Te ver abraçando e beijando o Olivier na minha frente?
- É... Acho que eu não tenho direito de falar nada – olhou para baixo.
- Eu... Acho melhor lavar a minha louça – Danny disse quebrando o silêncio que havia se instalado nos últimos minutos.
- Não precisa. Os empregados fazem isso amanhã.
- Tudo bem. Eu não estou acostumado com essas mordomias – Ele disse levantando-se da mesa, caminhando até a pia. Danny ligou a água e começou a lavar o seu prato. caminhou até onde ele estava colocando os pratos em uma pilha ao lado da pia.
- Eu lavo pra você – Danny pegou o prato da garota.
- Não precisa.
- Tudo bem, afinal... Hoje é seu aniversário – Ele deu um sorriso fraco para ela.
- Você lembrou – sorriu de ponta a ponta sentindo o rosto ficar vermelho.
- É difícil esquecer... Todo ano o seu pai dava aquela festa gigante – Danny terminou de enxaguar a louça e logo se virou para - Era o evento do ano.
- E você não vai me dar parabéns? – Ela o encarou com um olhar que Danny julgou infantil.
- Feliz aniversário – Danny a olhou sorrindo sem sair do lugar.
- Você não vai me dar um abraço?
- Ok... – O garoto passou os braços pela cintura de apertando-a contra seu corpo – , parabéns, eu te desejo tudo de melhor nesse mundo. Mais sucesso na empresa. Saúde. Paz... Enfim essas coisas que todo mundo fala pra você no dia do aniversário – Danny e deram um risinho juntos – E claro, muitos presentes, porque essa história de que presente não importa é a maior besteira.
Danny soltou a garota e ambos tinham um sorriso bobo estampado no rosto.
- Ah sim! Esqueci de uma coisa... Não trouxe presente... Sabe como é, acabei de chegar de viagem... – Danny coçou a cabeça sem graça.
- Eu te quero de presente – Ela tirou o sorriso no rosto encarando-o séria.
- ...
- Eu estou falando sério – se aproximou de Danny que não se moveu.
- Nós não podemos fazer isso. Você está com o Olivier...
- Mas você sabe que eu quero estar com você. Só com você – colocou uma das mãos no rosto do rapaz – Por que é tão difícil aceitar isso?
- Eu não quero ser o outro. Isso não funciona pra mim. Ou eu, ou ele.
- Você. Eu escolho você – A garota se aproximou e Danny chegou a sentir a respiração de na sua boca, porém virou o rosto saindo de lá.
- Não. Você não me escolheu. Se você tivesse feito isso, não estaria dormindo no mesmo quarto que esse francês.
- Eu já te pedi. Espera esse feriado acabar! – se aproximou de Danny abraçando-o pelo pescoço – Agora, eu quero meu presente – Ela falou próxima a boca dele.
- Eu não posso fazer isso. Virar seu casinho, ficar fazendo jogos com você – Danny falava rapidamente tentando controlar o próprio corpo que insistia em fazê-lo se aproximar de .
- Por que você não para de pensar no futuro e não pensa no agora? – o encarou mordendo o lábio inferior. A garota segurou uma das mãos de Danny, ela a pousou sobre sua coxa por baixo de sua camisola. Danny encarava a própria mão com um olhar fixo prestando atenção a cada detalhe da perna da garota. Logo ela direcionou as mãos dele de forma que subissem de sua coxa, passando pelo seu quadril e cintura, parando em cima da alça da camisola. Como que em um reflexo, Danny se viu colocando os dedos entre a fina tira, puxando-a para baixo. Ele pode ver a lingerie rendada que usava, também azul porém repleta de bolinhas brancas. se aproximou do garoto colando o seu corpo de leve no dele e falando ao seu ouvido – Você acha que eu me produzo pra deitar com o Olivier? Não Danny, eu faço isso pensando que é você que eu vou ter ao meu lado na cama.
Aquilo despertou todo o sentimento e vontade que estava presa dentro do corpo do garoto. Ele puxou a camisola de para baixo deixando-a caída no chão. Com uma das mãos que agora estavam livres ele a segurou pela nuca aproximando os seus lábios ao pescoço dela, beijando-o com vontade. por sua vez, colocou as mãos por dentro da camiseta de Danny, arranhando sua barriga de leve. Agora ele já não a segurava pela nuca, tinha as duas mãos concentradas em sua cintura, onde explorava o corpo da garota sem paciência alguma.
- Vem aqui – cochichou ao seu ouvido puxando Danny para um pequeno cômodo que ficava ao lado da cozinha, a lavanderia. Ele obedeceu e só parou de beijar seu pescoço para tirar sua camisa. sentiu o corpo ser pressionado contra a máquina de lavar. Ela sentiu os lábios de Danny sobre os seus e eles não eram graciosos, ambos estavam aguardando por aquele momento. abriu os lábios e sentiu a língua de Danny sobre a sua enquanto eles faziam movimentos harmônicos. O rapaz elevou o corpo de e equilibrou-a sobre a máquina de lavar ligada que movia-se, provavelmente devido a uma programação noturna feita pelas empregadas.
Danny colocou as mãos sobre a calcinha da garota fazendo menção de puxá-la. entendeu o recado e apoiou as suas mãos sobre as dele para ajudá-lo. Ele desceu a peça e voltou beijando cada ponto da perna da garota que tinha os olhos serrados. No meio tempo que ele tinha feito isso, já se livrara da parte de cima. Danny voltou a ficar em pé na frente dela e os dois se encararam por alguns segundos. Ela mordeu o lábio inferior tentando esconder um sorriso. Danny não perdeu tempo, voltou a beijá-la com a mesma intensidade de antes. A garota sentiu as mãos dele sobre suas coxas e logo seu corpo foi colocado sobre a máquina de lavar. Danny se livrou da boxer que usava e nada mais os impedia. sussurrou para que ele acabasse logo com aquilo, nenhum dos dois agüentava mais esperar e foi isso que ele fez.
- Ninguém pode saber disso – Danny falou ofegante, minutos depois.
- Eu não vou contar – completou. Ela ainda tinha seu corpo colado ao de Danny. Ele a abraçava pela cintura enquanto ela dava beijos ao longo do peitoral do garoto – Danny isso foi...
- Um erro – Ele completou com a voz relutante, carregada de culpa – Nós não deveríamos ter feito isso.
- Ham? Do que você tá falando? – se afastou um pouco a fim de encará-lo.
- Disso! Não foi certo!
- Desculpa se ficar comigo te causa tanto remorso! Não foi isso que pareceu minutos atrás enquanto você ficava falando o meu nome! – Ela falou irritada.
- ... – Danny coçou a cabeça deixando os cabelos ainda mais desgrenhados – Presta atenção. Isso não pode e não vai acontecer de novo.
- Quer dizer que o que você fez agora, não foi nada mais do que um presente de aniversário?
- Foi.
- Bom... O dia tem 24 horas então... – deu um sorriso bobo puxando Danny para si.
- Não! pára! – Danny se afastou bruscamente da garota – Você quer me deixar doido só pode! Isso só aconteceu agora e pronto, não vai acontecer de novo – Ele se abaixou pegando a lingerie da garota que estava espalhada entregando-a a ela – Toma, veste isso e volta pro seu quarto, por favor.
deu um longo suspiro sentindo uma lágrima descer pelo seu rosto. Ela passou a mão rapidamente, não queria chorar não na frente dele. Assim que terminou de colocar a lingerie ela voltou para a cozinha, onde Danny já tinha sua camisola nas mãos.
- Aqui – Ele entregou para . Ela por sua vez, vestiu-a na frente dele e Danny não pode deixar de olhar com o canto do olho.
- Então é isso? – encarou-o, séria.
- Boa noite – Danny tinha os olhos fixos no chão.
A garota se aproximou de Danny pegando-o desprevenido, entrelaçou os braços pelo seu pescoço, colando a boca no seu ouvido.
- Eu te amo Daniel Jones, mais do que você possa imaginar. Pena que você não quer ver isso – deu um beijo estalado na bochecha do garoto – Boa noite.


Capítulo 37


- Você fica linda dormindo, sabia? – ouviu uma voz familiar que a fez despertar definitivamente. Ela abriu os olhos com certa dificuldade e logo se deparou com Harry deitado a sua frente. Seu sorriso apareceu de forma involuntária ao lembrar-se de tudo o que havia acontecido no dia anterior e de como eles estavam agora. Uma das mãos do garoto percorreu a cintura de massageando-a por baixo do edredom.
- Você já está assim há muito? – Ela perguntou enquanto passava as mãos pelo rosto.
- Dizem que o tempo é relativo. Por mim eu ficaria muito mais tempo assim, só te olhando.
- Só me olhando? – deu um sorriso maroto para Harry que levantou uma das sobrancelhas encarando-a – Nossa, pensei que Harry Judd não fosse desses que só olham.
- Mal acabou de acordar e já tá me provocando? Nossa, como eu senti falta disso.
- É meu passatempo preferido – A garota mordeu o lábio inferior.
- Ótimo, eu adoro suas provocações... Elas tornam tudo mais interessante – Harry aproximou seu corpo colando-o no de . A mão que percorria sua cintura deslizou para as costas da garota, envolvendo-a em um abraço. Ela descansou a cabeça no ombro do garoto sentindo sua respiração bater contra o pescoço dele.
- Pequena... Essa é a hora em que você me dá um olhar fatal e extremamente sexy – Harry falou cochichando – Morde a minha boca... Segura a minha nuca, bagunça o meu cabelo me deixando completamente louco e espera eu fazer alguma coisa.
- Eu faria isso, pode ter certeza, mas... Eu ainda não escovei meus dentes nem lavei o meu rosto – falou um pouco constrangida afundando seu rosto ainda mais no pescoço do garoto que por sua vez deu um risinho.
- Isso não é problema, eu também não... – Harry levou uma das mãos ao pescoço da garota tirando seus cabelos da região. Ele aproximou seu rosto beijando-a lentamente.
- E quem está provocando agora?
- Você ainda não viu nada – O garoto deu um sorriso maroto voltando a beijar a região sem mais delongas.

- Nós realmente temos que conversar com ela – Uma voz masculina se pronunciou.
- Shhhhi! Fala baixo!
- O que? É verdade! Ela não tá pretendendo ficar aqui o resto do final de semana né?
- E qual seria o problema disso?
- Existem vários problemas! Eu não posso fazer nada com ela aqui – Ele ressaltou o “nada”.
- Falta pouco tempo... E além do mais, nós vamos embora.
- Mas eu gosto da cama daqui... – A voz masculina soou manhosa, fazendo a outra rir.
- Eu sei disso, mas vamos ser compreensivos, por favor... – A garota pediu beijando o canto da boca do namorado – Só... Um... Pouquinho... De... Calma – Ela falou entre selinhos estalados.
- Você vai ter que se esforçar mais pra me fazer mudar de idéia...
- Sem problemas... – A garota riu marotamente aproximando seu corpo ao dele, deixando de lado os seus lábios, beijando seu peito, ombros e pescoço – Satisfeito?
- Nem um pouco – Ele respondeu rapidamente segurando a namorada pela nuca, beijando seus lábios rapidamente. Assim que suas bocas se encontraram suas línguas brincaram em harmonia e logo a garota sentiu as mãos do namorado percorrendo seu corpo. Ela sorriu entre o beijo e soltou um pequeno gemido como uma forma de pedido para que ele parasse. Não foi o que ele fez.
- Ei! Tem outras pessoas dormindo nesse quarto! – Uma voz feminina ecoou pelo quarto assustando os outros dois que estavam na cama – Não vão inventar de fazer filho aqui na minha frente!
- Bom dia pra você também, lançou um olhar rápido para o namorado que passava as mãos pelos cabelos rapidamente.
- Nossa, acho que dormi demais – Ela comentou despreocupada olhando para o relógio que tinha no pulso – Melhor eu levantar.
A garota deu um pulo da cama andando em direção ao banheiro e trancando a porta atrás de si.
- Caralho! – A voz de Tom foi abafada por duas mãos que estavam espalmadas e escondiam seu rosto – , nós temos que dar um jeito nisso!
- O que você quer que eu faça? – o encarou já sentada na cama.
- Qualquer coisa pra tirar a desse quarto. Pra começo de conversa eu não sei por que você inventou dela dormir aqui.
- A não gosta de dormir sozinha – A garota comentou mordendo o lábio inferior – Agora que a e o Harry fizeram as pazes eles estão no mesmo quarto...
- E por que ela não foi dormir com eles? – Tom perguntou.
- Tom, deixa eles curtirem o tempo deles, coitados – se aproximou do namorado abraçando-o – E outra, nós já aproveitamos muito esse quarto, dá um tempo pra ele.
- – Tom encarou a namorada com uma expressão séria.
- Ai meu Deus... Odeio quando você me olha assim.
- Nós temos que fazer a e o Dougie voltarem a ficar juntos, sério.
- Tom, eles mal se olham! Brigam quando começam qualquer tipo de conversa, não tem como!
- Vou pensar em alguma coisa, pode deixar.
- Ai amor você fica tão lindo assim todo sério – mordeu o lábio inferior aproximando o rosto ao do namorado beijando-lhe os lábios. Tom deu um sorriso fraco antes de corresponder ao beijo.
- ! Você viu o meu biquin... – abriu a porta do banheiro gritando – Opa... Meu Deus! Todo mundo fala que vocês são o casal mais quietinho! Eu que sei né...
- Primeira gaveta à esquerda – respondeu rolando os olhos.

abriu os olhos lentamente. Ela levantou da cama e se dirigiu até a varanda. O sol estava forte, o céu azul sem nenhuma nuvem, o clima perfeito para a piscina. E foi lá que ela avistou um pequeno grupo: Dougie e Tom estavam dentro da piscina, o segundo parecia querer molhar e . sentiu um sorriso aparecer em seus lábios quando viu Danny sentar na cadeira de e começar uma conversa com as garotas. Lembrou-se de tudo o que tinha acontecido na noite anterior, como tinha sido bom a sensação de sentir Danny perto de si novamente. Ela acordou de seus pensamentos quando ouviu um grito de , que havia sido empurrada para a piscina por Danny, encorajado por Tom.
Em poucos minutos ela terminou de colocar seu biquíni, preferiu vestir apenas um short por cima já que não encontrou nenhuma camiseta. olhou para a cama desarrumada e percebeu que Olivier não estava lá, no lugar onde ele deitava na cama estava um bilhete. A garota se aproximou lendo-o.

Eu nem sei como me desculpar, hoje é seu aniversário e eu deveria estar com você, mas eu tive que fazer uma viagem de última hora para uma reunião. Prometo que volto para o jantar. Não se preocupe com nada, já conversei com os empregados, hoje seu dia será perfeito. Feliz aniversário Mon Cher

Olivier


caminhou lentamente pelo jardim da casa. O gramado parecia mais verde do que nunca, ressaltado pela luz do sol. Ela cantarolava uma música baixinho e logo parou quando sentiu algo molhado contra o seu corpo.
- Amiga! Feliz aniversário! – disse dando pulinhos sem sair do lugar e sem soltar .
- Obrigada .
- Gente! Hoje é aniversário da ! – veio correndo na direção das amigas abraçando as duas – , tudo de bom, paz, saúde e o gatão do Jones pra você – Ela cochichou fazendo as outras duas rirem – É sério gente, eu acho que ele andou malhando nessa turnê, olha só aquele corpo... – virou o rosto para encarar Danny que conversava baixo com Dougie e Tom.
- Do que vocês estão falando hein? – apareceu ao lado de Harry, com as mãos entrelaçadas.
- Nada demais! – apressou-se em falar virando-se para .
- , parabéns! Quando nós voltarmos pra Londres nós vamos sair pra comprar seu presente tá? – deu um beijo no rosto da amiga.
- Parabéns – Harry se aproximou abraçando a garota – Eu só não me ofereço pra levar vocês porque eu conheço a ... Vai levar uma tarde toda pra comprar esse presente... Ai! – Harry passou a mão no local onde tinha lhe dado um tapa – É verdade!

Logo as garotas decidiram pegar sol. Havia apenas três cadeiras. se jogou rapidamente sobre uma colocando seus óculos de sol. deitou na que ficava ao seu lado. olhou rapidamente para e deu um sorriso fraco.
- Hoje é seu dia, pode ficar com a cadeira.
- Não, ! Não precisa, eu só quero dar um mergulho – sorriu.
- Tudo bem então – sorriu sentando-se na cadeira e começando a passar protetor solar.
olhou para a piscina onde os garotos estavam perto da borda. Tom estava sentado grande escada que ficava submersa, ao seu lado estava Harry. Dougie tinha os braços apoiados na borda e Danny era o único que estava no meio da piscina. Ela tirou o short jeans e percebeu os olhares rápidos que os garotos deram. A água estava uma delícia. a sentiu subir, à medida que ia caminhando até onde os meninos estavam.
- A aniversariante acordou! – Tom sorriu simpático aproximando-se de – Parabéns – Ele sorriu beijando o rosto da garota.
- Obrigada – Ela sorriu sentando-se ao lado de Tom.
- Caralho! É mesmo seu aniversário? – Dougie encarou a garota com os olhos arregalados. Ela acenou positivamente com a cabeça – No way! Eu achei que fosse papo deles! Porra , foi mal! – O garoto se aproximou molhando a todos que estavam em volta – Parabéns! – Dougie abraçou a garota sorrindo – Eu não tenho presente... Mas depois a gente pode fazer um luau aqui pra comemorar.
- Adorei a idéia! – bateu palminhas sorrindo de ponta a ponta.
- Nossa, quantos neurônios você precisou pra pensar nisso Poynter? – Harry perguntou em tom sarcástico.
- Acho que ele gastou os últimos dois que ele tinha – Tom falou rindo junto com .
- Tadinho! Pelo menos você gastou com uma idéia boa Dougie – sorriu.
- Verdade. Queria ver se vocês pensariam nisso sem mim – Dougie empinou o nariz fingindo-se ofendido.
- Bom... Na verdade – Tom coçou a cabeça – As meninas já tinham pensado em fazer isso.
- Tá foda – Dougie rolou os olhos e começou a argumentar contra Tom e Harry que pareciam ter tirado o dia para atormentá-lo.
perdeu o foco da conversa, agora ela prestava atenção em outra coisa naquela piscina. Danny parecia estar inquieto, mergulhava, olhava para um canto ora para outro. Parecia querer se aproximar do grupo, mas sabia que sua presença o repelia. Ela subiu o olhar encarando os globos azuis de Danny sobre si. Provavelmente ele também a estava olhando no tempo em que ela estava perdida em seus pensamentos. Nos segundos que se seguiram, para ambos o filme da noite anterior passou. Danny pareceu ficar com o rosto mais corado e logo desviou o olhar mergulhando em direção a uma das bordas da piscina e saindo logo em seguida.
- Hey Danny! – Harry o chamou – Aonde você vai?
- Pegar umas cervejas – Ele deu de ombros tentando mostrar naturalidade a mentira que tinha inventado de última hora – Alguém quer?
- Traz pra todo mundo! – falou – Vamos brindar o aniversário da !
- Ah é festa? Então pode trazes umas três grades! – Harry gritou fazendo os outros rirem – Eu te ajudo.
Danny e Harry seguiram juntos para a cozinha da casa. os avistou desaparecer e logo se deparou com Dougie e Tom que pareciam conversar por leitura labial enquanto ela não olhava. A garota os encarou por alguns segundos com uma expressão serena enquanto eles pareciam envergonhados por terem sido pegos no ato.
- Até quando ele vai ficar fugindo de mim? – suspirou dando um mergulho rápido e voltando a superfície.
- Não é uma coisa que ele quer... Pode ter certeza – Dougie deu de ombros.
- Não é o que parece – A garota mordeu o lábio inferior encarando o local onde antes Danny estava.
- Dá um tempo pra ele – Tom aconselhou.
- Eu? Eu tenho que dar um tempo? – falou amargamente – Ele que deveria fazer isso. O Danny simplesmente não entende as coisas.
- Que coisas? – Dougie falou rapidamente – O fato de ele querer que você largue o Olivier no mesmo instante e corra para os braços dele?
- Como vocês sabem disso?
- Ele nos contou. Eu já disse que é uma idéia absurda. Afinal, nós estamos no meio de um feriado, usando a casa do cara e você termina assim do nada? – Tom comentou brincando com a água.
- Se vocês não conseguem colocar isso na cabeça dele... O que eu posso fazer?
- Correr atrás dele seria uma boa. Mas nada de gritar... Ou esfregar uma história antiga na cara dele... Talvez se você chegar com carinho... Falando as coisas que ele sempre quis ouvir...
- Dude! – Tom encarou Dougie – Nós estamos falando da e do Danny e não sobre você e a .
- Eu não estava falando sobre a gente! – Dougie se defendeu rapidamente despertando risos de e Tom.
- Tenho certeza que não – falou entre o riso.
- se você quer ter o Danny e resolver as coisas com ele, assim que esse feriado acabar, termina com o Olivier. Ponto final.
- BEER! – Danny gritou com duas grades na mão, sendo seguido por Harry que trazia mais duas também.

- ... – falou baixinho chamando a amiga.
- Hãn?...
- O que você vai fazer?
- A respeito...? – falou despreocupada sem abrir os olhos.
- Não se faça de desentendida... Você viu o documentário.
- Vi sim e continuo com a mesmo idéia na cabeça.
- , porque você tem que ser tão cabeça dura? – se intrometeu na conversa.
- Pronto, já chegou a defensora dos pobres e oprimidos – rolou os olhos fazendo rir.
- É verdade! O Poynter não teve culpa! Você sabe que não!
- Quem me garante que eles estavam sóbrios quando fizeram aquilo?
- Pelo amor de Deus! – deu uma gargalhada chamando atenção de todos – Que é gente? Não posso mais rir não?
- Claro que estavam! , eu só acho muita besteira você ficar aí se fazendo de ofendida quando nada aconteceu! – falou apressadamente.
- Verdade! , eu to vendo à hora do Dougie desistir de tentar voltar com você...
- Se é que não já desistiu... – apontou para a piscina onde e Dougie conversavam animadamente. Tom havia saído dali e tinha ido até a mesa onde Danny e Harry estavam sentados bebendo umas cervejas.
- A ? Ele só pode estar brincando! Ele não tá dando em cima da ! – tirou os óculos do rosto rapidamente sentando-se na cadeira.
- ... Eles só estão conversando – se sentiu culpada por ter provocado a amiga com seu último comentário. conseguia ser meio paranóica às vezes.
- Eu não acredito que agora ele quer ficar fazendo joguinhos comigo! Querendo fazer ciúmes pra mim com a !
- , pelo amor de Deus! Pára com isso! Realiza garota! Você só tá criando empecilhos pra não ir lá com o Dougie e fazer as pazes! – falou com a voz um pouco alterada – Eu também sou assim. Orgulhosa. Mas eu fui atrás do Harry, lutei pelo que eu queria e olha como nós estamos hoje!
- É, mas você estava errada na história – respondeu rapidamente.
- E você está começando a ficar também por causa dessa sua infantilidade! – levantou-se da cadeira seguindo até onde o namorado estava.
- Ai ... Só você – passou as mãos pelo rosto tentando se acalmar – Lembra do que a gente te falou... Uma hora o Poynter vai se cansar e eu duvido que você ache outro porquinho pra você... – A garota se levantou, mas logo fora puxada com força para sentar-se de novo na cadeira.
- Meninas! – gritou rapidamente chamando a atenção de todos – Reunião! Agora!
rolou os olhos caminhando até onde as outras duas estavam. Ela se sentou ao lado de . saiu da piscina rapidamente e foi para o lado de .
- O que aconteceu? – Ela perguntou assim que chegou.
- Preciso de um plano. O que eu faço pra ter o Dougie de volta?

- Ok, você não pode estar falando sério - encarou perplexa.
- ... Isso é demais, até pra você - apoiou enquanto as duas observavam vasculhar a sua mala, espalhando as roupas que não lhe interessavam por todo o quarto.
- Claro que eu estou falando sério! Gente, esse é com certeza o melhor plano de todos! - A garota falou com um brilho no olhar.
- Realmente, o Dougie vai adorar: Um... Ser pego de surpresa. Dois... Ser jogado em uma cama qualquer e três... Receber um striptease de uma hora para a outra - falou pensativa enquanto contava todas as ações nos dedos.
- Não é um strip tease... É O strip tease - deu um sorrisinho rápido para as amigas voltando sua atenção para a mala.
- Você pretende mesmo fazer as pazes com ele através de sexo? - perguntou sentando-se ao lado de na cama.
- E tem jeito melhor de resolver as coisas?
- Uma conversa não faria mal... - comentou rapidamente.
- , você já percebeu o que você tá fazendo? - a encarou com a expressão séria, chamando a atenção de todas que estavam no quarto - Fazer esse strip tease é só uma desculpa pra você não ter que conversar com o Dougie sobre o que aconteceu.
e se entreolharam e não disseram uma palavra, preferiram esperar .
- Bom... - hesitou por alguns segundos procurando as palavras certas - Você pode até estar certa... Mas...
- Sem mais! - interrompeu - Nada de strip tease! Fecha essa mala!
- É , chama o Dougie em um canto e conversa.
- Tá, tá - rolou os olhos - Você são tão convencionais... - Ela bufou levantando-se do chão e caminhando até o banheiro.
- O que você vai fazer? – perguntou.
- Tomar um banho e depois me arrumar, não quero estar feia.
- Ai meu Deus, essa não existe – deu um risinho junto com .

- Dude, você falou com a ? - Tom perguntou para Danny que quase se engasgou com a cerveja que tomava.
- Hãn? Por que você tá me perguntando isso? - O garoto perguntou apressando não conseguindo disfarçar o nervosismo.
- Nossa, calma Danny - Harry rolou os olhos dando um gole na sua cerveja.
- Por nada... É só que você não falou com ela hoje e cara... É aniversário dela... Eu sei que vocês não estão se falando direito, mas ser civilizado não custa nada - Tom disse pensativo.
- Tá... Depois eu falo com ela - Danny tentou mostrar calma na voz.
- Cara, você devia entender o lado dela - Dougie comentou um pouco baixo.
- O lado dela? Olha só quem fala Poynter - Danny falou sarcasticamente - Você já olhou pro estado do seu relacionamento com a ?
- UUUUUUUUUH - Harry deu um risinho instigando a briga.
- Harry, não dá corda - Tom rolou os olhos - Danny, tudo vai se resolver em pouco tempo. A está tentando... Acredita em mim.
- Verdade, ela é uma garota legal - Dougie apoiou Tom.
- E desde quando vocês são amiguinhos da ? - Danny revirou os olhos.
- UUUUUH agora tá com ciúmes.
- Caralho, Harry! - Tom deu um soco no ombro do amigo que só fez rir - Alguém tem que fazer o seu papel né?
- UUUUH... Ok parei - Harry levantou as mãos como uma forma de rendição ao perceber os olhares sérios dos amigos sobre si.
- Então... Como eu ia dizendo - Dougie parou no meio da frase quando sentiu seu bolso vibrar e uma música eletrônica soar. Ele tirou o celular do bolso e olhou o visor - Minha mãe? Alô?
Dougie passou alguns minutos conversando com sua mãe ao telefone. Os garotos não prestavam muita atenção à conversa e voltaram a beber suas cervejas.
- Droga - Dougie deu um longo suspiro assim que desligou o telefone.
- O que aconteceu, dude? - Harry perguntou.
- Aquela minha prima, a Estelle. Ela vai se casar hoje à noite e eu tinha esquecido completamente do casamento.
- Por que eu não me surpreendo? – Harry deu um risinho tornando um grande gole de cerveja.
- E agora? – Tom perguntou.
- Bom, eu vou ter que arrumar as minhas coisas e ir para Essex o mais rápido possível, algum de vocês pode me levar até Londres? - Dougie perguntou levantando-se da mesa – De lá eu pego um trem.
- Claro, eu pego o carro da - Tom sorriu.
- Mas amanhã tem aquela festa aqui... Você sabe né? - Danny falou rapidamente - Nós vamos tocar junto com o Busted.
- É, eu sei. Não se preocupe amanhã de manhã eu apareço por aqui. Agora eu vou subir e arrumar pelo menos uma mochila.

Tom pegou as chaves do carro de que estavam na sala. Procurou a garota no quarto deles, mas ela não estava. Ele pensou que talvez estivesse no de , mas quando fez menção de seguir até lá esbarrou com Dougie que descia apressado as escadas.
- Estou pronto. Nós temos que sair agora se não eu perco o trem – O garoto falou rapidamente empurrando Tom com uma das mãos.
- Mas eu não avisei para as...
- A gente avisa para um dos empregados, eles podem falar com elas. Agora vamos! – Dougie cortou Tom no meio da frase.
Assim que chegaram do lado de fora da casa os garotos encontraram uma das faxineiras, que limpava a varanda. Eles pediram para que ela avisasse as meninas que eles tinham ido até a cidade para deixar Dougie na estação de trem, por causa do casamento de última hora. Ela desejou boa viagem e logo entrou na mansão. Danny e Harry estavam esperando ao lado do carro de . Em poucos segundos os garotos se viram saindo da grande propriedade dos Delacroix.

- , anda logo – pediu com a voz cansada enquanto encarava o teto do quarto.
- Ai gente calma! Pronto, o que acham? – A garota saiu do banheiro com um vestido curto azul claro que transpassava em seu peito, fechando com um laço.
- Tá linda! – bateu palminhas animadas.
- Agora desce e... – parou de falar quando ouviu leves batidas na porta – Pode entrar!
- Bom dia – A empregada sorriu simpática – É que o Senhor Fletcher pediu para eu avisar que ele e seus amigos tiveram que sair.
- Sair? – praticamente gritou colocando as duas mãos na cintura – Eu não acredito! Pra onde eles foram?
- Para Londres. Parece que o Senhor Poynter teve que ir para Essex devido a um casamento de última hora. Então eles foram levá-lo até a estação de trem.
- Muito obrigada por ter nos avisado – deu um aceno com a cabeça vendo a mulher fechar a porta.
- Era só o que me faltava! Como o Dougie fez isso comigo? Sair assim de última hora? – gritou passando as mãos pelos cabelos.
- Amiga! Calma! É só esperar ele voltar! – tentou contornar a situação.
- Não! Ele fez de propósito tenho certeza! Ele deve ter ouvido a nossa conversa! Fez isso só pra me humilhar!
- Ai , menos drama, por favor – bufou – Você sabe como o Dougie é, só não esquece a cabeça porque está grudada.
- Eu não posso esperar até amanhã – falou com a voz triste fazendo um biquinho – Tem que ser hoje.
- Então... Por que você não vai atrás dele? – falou como se fosse óbvio.
- , você é um gênio! Um gênio! – deu pulinhos sem sair do lugar – Agora eu preciso do seu carro, ou melhor, do carro do Olivier. Ele não vai nem sentir falta, só anda naquele helicóptero mesmo.
- O que você tá pretendendo fazer? – arregalou os olhos enquanto assistia calçar uma bota de cano longo e bico fino marrom rapidamente.
- Eu vou pegar esse trem para Essex – falou em tom decidido enquanto vestia um casaco da mesma cor das botas – E conversar com o Dougie. Esse trem tem um significado pra gente... Porque foi nele que a gente... Se viu pela primeira vez.
- OOOOOOUN – As três garotas falaram em coro.
- Amiga! O que você tá esperando? Vai logo! – se levantou da cama sendo seguida pelas outras – Eu te levo no carro.
As garotas seguiram para fora da casa. entrou rapidamente no carro, seguida de . As duas sorriram para e que de longe acenavam para elas.

- Uma passagem para Essex, por favor – Dougie pediu tirando o dinheiro do bolso.
O garoto agradeceu quando recebeu o ticket e se dirigiu para onde os amigos estavam sentados.
- Dudes, já estou com a passagem e o trem já chegou, então vocês já podem ir pra casa – Ele sorriu dando um aperto de mão em cada um.
- Boa viagem dude – Tom deu uma palmadinha no ombro do amigo.
- É, só não vai ficar bêbado nesse casamento. A gente ainda precisa tocar amanhã – Danny brincou.
- Pode deixar – Dougie deu um aceno positivo com a cabeça – Bom, agora eu já vou. Eu tenho um problema para achar cabines.
O garoto pegou sua mochila apoiando-a com apenas um de seus ombros seguindo para o trem.

- Não vai dar tempo! – gritou dentro do carro enquanto batia no painel.
- calma! – se assustou com a amiga e gritou na mesma altura.
- Deus está conspirando contra mim! , tá tudo dando errado! Justo hoje, quando eu decido resolver tudo com o Dougie, aquela vaca da prima dele tem que casar?
- , vai dar tudo certo! – repetiu a mesma frase pela décima vez e assim que acabou de falar, alguns pingos começaram a cair contra o vidro do carro.
- Ótimo! Agora tá chovendo! Muito obrigada senhor, agora não tá faltando nada! – A garota gritou – O que aquele imbecil tá fazendo parado? – Ela sentou-se ereta na cadeira e rapidamente colocou a mão na buzina do carro pressionando-a várias vezes seguidas – Aqui não é lugar de parar não, otário! – Ela gritou quando elas passaram ao lado do carro que estava parado.
- ... O carro do homem estava quebrado... – passou uma das mãos pelos cabelos, tentando aliviar o stress.
- Tava nada! acelera!
- , se você quiser chegar viva nessa estação de trem para de me pressionar! – A garota gritou fazendo com que um silêncio se instalasse no carro.

Senhores passageiros, lamentamos informar que a saída do trem da plataforma cinco com destino a Essex, sofrerá um atraso de vinte minutos devido a problemas técnicos. Obrigada por sua compreensão.

- , você sabe qual é a plataforma? – perguntou distraída enquanto desviava de um carro.
- Não, mas eu posso achar. Obrigada por ter me trazido abriu a porta do carro rapidamente e saiu correndo em direção a estação de trem.
- espera! – gritou, mas já era tarde demais a garota já tinha sumido na multidão que se aglomerava para entrar na estação.

entrou na estação e passou o olhar por todos os lados a procura de Dougie. Ele provavelmente já deveria estar no trem naquele momento. A garota deu um longo suspiro e passou a mão pelos cabelos, eles estavam um pouco molhados assim como sua roupa, repleta de pingos da chuva que caía do lado de fora. Ela decidiu ir até a bilheteria para comprar sua passagem, no trem procuraria por Dougie. A fila não era das maiores, porém a cada minuto que passava, ela se via encarando o relógio que tinha no pulso.
- Moça! Esse negócio é pra hoje? – Ela comentou alto a fim de que a balconista ouvisse. A mulher a encarou com a cara fechada e continuou a prestar atenção no senhor que atendia.
Após cinco minutos na fila, espalmou as mãos no balcão, fazendo um estrondo e assustando a mulher.
- Uma passagem para Essex! – gritou – No próximo trem.
- Para Essex? – A mulher encarou a pequena tela que tinha a sua frente e voltou seu olhar para – Sinto muito, mas ele já está esgotado. O senhor que saiu daqui comprou o último ticket.

Senhores passageiros, informamos que o trem com destino a Essex, está pronto para a partida. Por favor, se dirigiram até a plataforma cinco.

- Como é que é? – arregalou os olhos gritando novamente – Não! Isso não está acontecendo! Minha senhora, eu preciso pegar esse trem!
- Eu sinto muito – A mulher deu um sorriso forçado – Próximo!
- Não! Espera! Senhor! Senhor! – A garota gritou acenando para o homem que a pouco estivera ali na sua frente. Ele a encarou um pouco confuso e até olhou para trás para checar se era com ele mesmo – É com o senhor mesmo! Vem aqui!
O homem aparentava ter uns cinqüenta anos, mas parecia muito bem para a idade. Ele se aproximou coçando a cabeça, já um pouco calva e ainda tinha uma expressão confusa.
- Quanto o senhor quer pelo seu ticket? – perguntou assim que ele parou a sua frente.
- Como é que é?
- É isso mesmo! Eu preciso pegar esse trem para Essex!
- Eu sinto lhe informar que eu também – O homem falou sarcasticamente.
- Mas o meu caso é mais importante! – colocou as mãos na cintura e o encarou profundamente - Meu namorado... Quer dizer... Ex- namorado... Espera! Nós não somos namorados, ou melhor, não éramos! Enfim, nós brigamos e... Tudo por minha culpa! E ele está nesse trem, indo para Essex! Eu preciso falar com ele! Reparar o que eu fiz! Eu cometi um erro enorme!
- E o que você fez? – A caixa perguntou interessada.
- Menina, ele é músico! – virou-se para a mulher – Saiu em turnê e acabou saindo na capa de uma revista com outra!
- Eu não acredito nisso! – Uma garota de quinze anos que esperava sua vez atrás de comentou perplexa – E você o perdoou?
- Esse é o problema! Ele não me traiu! – tentou explicar gesticulando a todo o momento – Eu que me enganei e acabei ficando com outro!
- OH! – A caixa e a garota falaram surpresas.
- Mas... Eu amo esse menino, gente! Ele é o homem da minha vida! – gritou passando a mão pelos cabelos.
- OOOUN – A caixa e a garota suspiraram juntas.
- É por isso que eu preciso pegar esse trem! É por isso que eu preciso do seu ticket! – se virou para o homem que a encarava surpreso.
- O que o senhor está esperando? Dá logo o ticket pra ela! – A caixa pediu.
- Mas... Eu tenho que ir para Essex...
- O senhor pode pegar o trem que sai daqui a duas horas – A caixa sorriu.
- É verdade! É só ficar esperando ali naquele café. Eu posso pagar a conta do senhor! Coma à vontade – suplicou segurando as mãos do homem – Agora, por favor, me vende o seu ticket.

Atenção, última chamada para o embarque no trem com destino a Essex. Senhores passageiros, por favor, se dirigiram até a plataforma cinco.

- Ai meu Deus! É a última chamada! Senhor por favor!
- Tudo bem... – O homem tirou o pequeno papel do bolso que logo fora arrancado de sua mão por .
- Toma, aqui tem o dinheiro da passagem mais o seu café. O senhor vai pro céu sabia? – A garota puxou o homem apoiando as duas mãos em seu rosto de dando um beijo estalado em sua bochecha – Gente, obrigada! – A garota acenou para as pessoas que estavam na fila e ouviu votos de boa sorte e boa viagem por todo caminho enquanto corria em direção ao trem.

- Última chamada! – Um guardinha balançava um grande sino na mão enquanto gritava em alto e bom som – Embarque para Essex!
- Aqui! Me espera! – gritou correndo aproximando-se do homem com o ticket na mão.
- Obrigado e boa viagem – Ele sorriu simpático abrindo espaço para ela entrar e seguindo-a para confirmar a partida do trem.

Tom, Danny e Harry desceram do carro de logo foram recebidos por e que correram até eles.
- Amor! – Tom sorriu para a namorada – Você receb...
- Vocês encontraram a ? – perguntou apressada.
- Hein? A ? – O garoto encarou as duas sem entender.
- Do que vocês estão falando? – Harry também pareceu confuso.
- A ! Ela foi atrás do Dougie na estação de trem – falou animada – Ela quer se desculpar. Conversar com ele.
- Sério? – Danny gritou surpreso – Isso parece até coisa de filme.
- Totalmente! Ai gente, eles tem que se entender! – mordeu o lábio inferior.
- Eles vão sim, agora é só a gente esperar, que tal nós fazermos alguma coisa enquanto isso? – Harry sugeriu.
- Err... Cadê a ? – Danny perguntou um pouco sem graça ao perceber os olhares que os outros lhe lançaram.
- Foi deixar a na estação, em pouco tempo ela deve estar voltando – sorriu para ele puxando o namorado pela mão para que eles pudessem entrar em casa.
O grupo entrou e logo se instalaram na sala. se jogou no sofá e deitou a cabeça sobre o colo de Tom. O garoto ligou a televisão e passava os canais à procura de algo interessante. Harry e ficaram em pé ao lado do sofá e logo decidiram que iriam para a sala de jogos. Eles convidaram os outros, mas Tom alegou estar cansado e Danny disse que não queria ficar de vela, por isso ele decidiu ir para a piscina, abandonando o aposento.

- Amor, escolhe algum canal vai – suspirou encarando o teto. - Não tem nada bom passando – Tom comentou aborrecido – Acho que esse é o melhor – Ele deu um risinho desligando a tv.
- Claro, adoro esse – A garota comentou fechando os olhos.
- ... – O garoto a chamou com uma voz manhosa.
- Oi.
- Me distrai.
- Você não consegue ficar parado nem por alguns minutos Thomas? Fica quietinho, daqui a pouco a gente faz alguma coisa – falou calmamente ainda sem abrir os olhos. - Não... Eu não quero ficar parado... Eu quero fazer alguma coisa – Tom aproximou seu rosto ao da namorada tocando seus narizes. - Tipo o que?
- Te beijar pode ser um começo – Ele deu um sorriso maroto.
- E qual seria o final? – abriu os olhos arqueando uma das sobrancelhas.
- Não posso contar senão perde a graça.
- Tudo bem então, o beijo por enquanto já é um bom começo – levantou os braços segurando-os ao redor do pescoço de Tom. Ela aproximou seu rosto e mordeu o lábio inferior de Tom e puxando-o levemente para si. Eles se tocaram em um selinho e logo se afastaram. Os olhos de Tom e não se desgrudaram por nenhum segundo e ele sorriu para ela.
- O que foi? – sentiu o rosto corar.
- Você é linda sabia? – Ele tocou levemente as bochechas da garota que se tornaram ainda mais escarlate – Principalmente vermelhinha desse jeito.
- Ham... Obrigada – Ela falou um pouco hesitante – Você também sabia?
- Ah sério? – Tom sorriu com o canto da boca deixando a covinha à mostra. Ele também ficou com o rosto mais corado e na mesma hora deu um riso.
- Também ficou sem graça!
- Não fiquei não! – Tom coçou a cabeça rapidamente tentando desviar seu olhar para qualquer outro canto do aposento.
- Claro que ficou! Oun amor, você é muito lindo! – levantou-se e logo se sentou no colo do namorado.
Tom a abraçou pela cintura e encostou suas testas sentindo a respiração de próxima a sua.
- Eu te amo viu? – falou baixinho enquanto brincava com o cordão que o namorado tinha no pescoço – Muito.
- Eu também, mais do que você pode sonhar – Tom sorriu junto com a namorada. O garoto aproximou o rosto lentamente. Ele tocou seus lábios com leveza. Com uma das mãos, ele segurou a nuca de sentindo seus fios de cabelo entre seus dedos e o perfume dela perto de si. A garota abriu a boca lentamente para que suas línguas pudessem se encontrar aprofundando o beijo. Tom a puxou para mais perto, queria sentir seu corpo próximo ao dele. colocou as mãos por dentro da camiseta dele e começou a passar as unhas levemente pela sua barriga. Ela sorriu no meio do beijo quando sentiu que o garoto tinha se arrepiado com o toque. Ele controlava os movimentos que ela fazia com a cabeça segurando-a pela nuca e a pressionava contra si com mais vontade.
- Senhorita McFayden – Uma das empregadas se pronunciou na sala assustando e Tom que na mesma hora se afastaram – Oh, me desculpe. Eu ouvi barulho na sala, pensei que fosse a senhorita...
- Tudo bem – forçou um sorriso tentando transpassa-lo da maneira mais espontânea possível – Na verdade ela saiu, mas logo vai estar de volta. É alguma coisa urgente? Eu posso ajudar?
- Não. Eu vou esperar ela voltar, obrigada e... Me desculpe de novo – A empregada deu um sorriso sem graça retirando-se da sala.
- Quando não é a são os empregados da casa do Olivier – Tom rolou os olhos sem soltar a namorada.
- Vem amor, vamos pro nosso quarto – deu um sorriso maroto para ele levantando-se em seguida – Tom? – A garota virou-se para o namorado que ainda se encontrava sentado.
- Me dá só alguns minutinhos – Ele falou lentamente – Eu preciso me acalmar. Você sabe...
- Ah claro – deu um risinho – Enquanto você tá aí eu vou subir – Ela mordeu o lábio inferior.
- Tá bom – Tom sorriu de ponta a ponta – Eu subo daqui a pouco.

Harry e iniciaram um jogo de sinuca. Ambos jogavam muito bem e a toda hora se alfinetavam tentando tirar atenção um do outro. Era a vez de Harry dar a tacada, ele encarou a bola e já se preparava para fazer o movimento.
- Nossa tá muito quente! – falou em tom mais alto assustando-o. Harry errou o movimento e acabou por não conseguir colocar a bola na caçapa. Ele encarou a mesa por alguns segundos, não acreditando que tinha errado logo ele se virou para .
- Obrigado pequena, me fez perder a bola – Harry rolou os olhos.
- Ah desculpa – A garota mordeu o lábio inferior tentando esconder um sorriso – Minha vez?
A garota se aproximou da mesa, inclinando o corpo para alcançar a bola. Ela fez o movimento e por pouco não acertou a caçapa.
- Droga – sussurrou baixinho sem mudar de posição.
- Pequena, você tem que aprender a fazer o movimento certo – Harry foi até onde a bola de tinha parado. Ele a pegou e a posicionou onde antes ela estava.
sentiu o corpo do garoto colar no seu em um abraço por trás. Harry colocou a boca perto de seu ouvido e a garota já se sentia entorpecer pelo seu perfume. Ele apoiou suas mãos juntos com as de .
- Olha pequena, vou te ensinar – Ele falou no pé de seu ouvido. A garota sentiu o corpo todo arrepiar – Você coloca o taco aqui... Porque então a bola vai bater com a de número oito e entrar na caçapa.
- Ham... Certo – Ela falou com certa dificuldade enquanto tentava se concentrar na bola e não no corpo de Harry tão próximo ao seu. A garota posicionou o taco e com ajuda de Harry tocou a bola que fez o trajeto que ele antes tinha previsto.
- Tá vendo, não é tão difícil – Harry sorriu sem soltá-la.
- Você é realmente um ótimo professor – não pôde deixar de sorrir também. Ela deixou o taco de lado virando-se de frente para o garoto. Suas mãos abraçaram o pescoço de Harry que agora estava mais próximo do que ela imaginava. Seus narizes se tocaram e ela sentia a respiração dele.
- Eu acho que mereço um prêmio. Sabe não é muito fácil ensinar alguém como você. Tem que ter o dom sabe?
- Ah claro, para provar o quanto eu sou desprovida dele vamos checar o placar. Acho que eu estava ganhando.
- Eu estava te deixando ganhar – Harry deu de ombros.
- Me deixando ganhar, claro. Fui bem eu que errei duas vezes seguidas né?
- Claro! Você estava me provocando! Abrir o zíper do vestido foi golpe baixo!
- Não sei se você percebeu, mas tá calor aqui dentro – rolou os olhos.
- Claro, claro – Harry falou sarcasticamente.
- Por que você não aceita o fato de que eu sou melhor do que você em alguma coisa? – arqueou uma das sobrancelhas.
- Pelo simples fato de que eu quero ser o melhor pra você em tudo – Harry mordeu o lábio inferior sentindo o rosto corar um pouco.
- “You’re my number one... You’re my special thing” cantou baixinho fazendo o garoto rir sem graça – Vem aqui – Ela falou um pouco antes de aproximar seus rostos colando seus lábios lentamente. Harry respondeu prontamente. Ele aproximou seus corpos segurando firmemente a cintura de .
- Harry... – falou entre o beijo e recebeu como resposta um gemido do garoto – Repete o que você falou ontem pra mim.
- O que eu te falei ontem? – Ele perguntou parecendo um pouco distraído.
- Você sabe... Quando nós fizemos as pazes.
- Que eu te amo? Você sabe que sim – Ele falou rapidamente voltando a beijá-la.
- Fala direito.
- Tá bom – Harry deu um selinho encerrando o beijo. Ele encarou nos olhos com aqueles globos azuis que ao ver da garota pareciam mais intensos hoje especialmente – ... – Ele apoiou as duas mãos no rosto da garota fazendo com que ela olhasse diretamente pra ele – Eu, Harry Mark Christopher Judd – O garoto falou o nome dele pausadamente fazendo com que risse – Te amo – Ele aproximou o rosto dando um selinho na garota.
- Bom saber...
- , é nessa hora que você também fala que me ama... Essas coisas. Fiz maior declaração aqui.
- Oun meu Deus! Tadinho dele – A garota apertou a barriga do garoto fazendo o rir – Eu também te amo pequeno.
- Tem mais, vou te pedir uma coisa que vai fazer você me amar ainda mais – Harry sorriu convencido.
- Nossa e o que seria is...
- Quer namorar comigo? – Harry perguntou rapidamente e em tom decidido, impedindo que terminasse a fala. A garota o encarou surpresa e não escondeu isso.
- Eu teria ficado satisfeita só com o “Eu te amo” – Ela deu um sorriso bobo sentindo o rosto se tornar escarlate.
- Bom, basta você dizer sim para passar a ouvir isso todo dia – Harry sorriu com o canto da boca - E então? O que me diz?
- Você ainda pergunta? É claro que eu aceito! – sorriu de ponta a ponta, mas logo o desfez quando Harry colou os lábios deles em um beijo profundo. A garota logo sentiu os braços de Harry em volta de seu corpo.
- Espera! – parou o beijo assustando Harry.
- O que foi?
- Foto! Nós precisamos de uma foto! – Ela disse animada.
- Uma? – Harry deu um sorriso maroto puxando a garota pela cintura a fim de saírem da sala de jogos – Nós vamos fazer a nossa primeira sessão de fotos como namorados hoje.
- Melhor não nos atrasarmos. A fotógrafa odeia atrasos – deu um risinho depositando um selinho rápido na boca do garoto e saindo em direção as escadas, abraçada com ele.

Danny deu um mergulho na piscina novamente. Já fazia alguns minutos que ele estava no local e não pretendia sair dali tão cedo. Estava entediado, essa era a verdade. Dougie tinha viajado, Harry estava com assim como Tom com . Todos estavam em casais e ele ali sozinho jogado na piscina. O garoto pensou que talvez tomar algumas cervejas não faria mal, mas se lembrou que a noite haveria um jantar para comemorar o aniversário de , não queria perder a cabeça ou falar demais, então a melhor era manter-se sóbrio naquele dia tedioso. Seus pensamentos se embaralharam na frente de seus olhos e ele já não prestava mais atenção ao que acontecia por ali. Mais uma vez, pela suas contas, a quinta vez naquele dia, ele se lembrava da noite anterior e do que acontecera com . Danny deu um sorriso fraco, mas mordeu o lábio inferior para escondê-lo. Ele acordou de seu transe com o barulho alto do motor de um carro. havia chegado em casa. Ela desceu do carro e passou os olhos pelo jardim e pela varanda a procura de alguém, como não avistou ninguém, caminhou até a piscina.
- Hey... – Ela saudou Danny com um sorriso sem graça.
- Hey – Danny sorriu da mesma forma.
- Cadê todo mundo?
- Não sei, resolvi ficar aqui fora para não segurar vela. Eles estão naquele momento “casal” – Danny fez aspas com a mão e riu.
- Ah claro, entendo – Ela comentou pensativa – Ham... Posso ficar aqui então?
- Claro, não tem problema, afinal isso aqui é praticamente seu – Danny falou calmamente.
- Não, não é e nem vai ser, não se preocupe – Ela contra-atacou rapidamente caminhando até uma das cadeiras de sol que estava mais próxima da borda da piscina.
- Se você diz – Danny forçou um sorriso aproximando-se da borda para pegar a garrafa de cerveja que descansava no local – Aceita? – Ele perguntou vendo que a garota olhava na sua direção.
- Claro – estendeu a mão e logo sentiu a ponta dos dedos ficarem geladas. A garota deu um gole na cerveja e logo a devolveu para Danny. - Se você quiser pode ficar com ela. Tem mais ali.
- Não obrigada, prefiro ficar dividindo com você. Não quero que nós dois fiquemos bêbados antes do meu jantar de aniversário.
- Isso quer dizer que depois do jantar a bebida é liberada? – Danny perguntou em tom divertido dando um gole. deu uma gargalhada, aquele sim era o Danny que ela conhecia. O garoto pareceu ter percebido o que havia falado e logo ficou com expressão séria.
- Claro, mas eu acho que vou ter que beber durante o jantar pra poder agüentar – A garota estendeu a mão e Danny lhe entregou a cerveja novamente.
- Isso é errado. Você não deveria beber para aliviar as suas frustrações – Ele comentou pensativo – O que foi? – O garoto corou um pouco ao perceber que o olhava com o sorriso de canto de boca.
- E desde quando você está fazendo o meu papel aqui? Sou eu quem sempre fala isso pra você – Ela riu terminando a garrafa.
- Às vezes os papeis tem que mudar né?
- E pelo visto mudaram – A garota sorriu – Antes era eu quem ficava fazendo doce, me fazendo de ofendida, mas pelo visto agora quem está se fazendo de difícil é você – deu um suspiro – Vou pegar mais uma cerveja.
A garota levantou-se da cadeira de sol e caminhou até a pequena cobertura onde ficavam a churrasqueira e uma grande mesa de madeira. Enquanto andava ela podia sentir o olhar de Danny sobre si.

sentiu o chão sobre os seus pés tremer. Ela se desequilibrou por alguns segundos, mas logo se apoiou em uma das portas de vidro das cabines. Agora ela tinha que procurar por Dougie. Ele estava naquele trem.
A garota caminhava lentamente enquanto examinava cada cabine que passava. Após alguns minutos ela já estava quase no fim do vagão e já se perguntava se Dougie havia mesmo pegado aquele trem. Ela deu um longo suspiro quando se aproximou da última cabine. Assim que aproximou seu rosto ela pode ver um garoto sozinho na cabine. Ele usava uma touca bege e podiam-se ver alguns fios do cabelo loiro. O grande moletom verde musgo entrava em contraste com sua pele branca e parecia ter espaço suficiente pra dois. sentiu o coração apertar. Era ele.
A porta do vagão foi aberta lentamente e quase nenhum barulho foi emitido. Ele pareceu não dar muita atenção, parecia estar com pensamentos em outro lugar. entrou na cabine e fechou a porta atrás de si. Quando deu os primeiros passos para sentar-se de frente para o garoto o trem tremeu fazendo com que ela se desequilibrasse e caísse não chão junto com sua bolsa, provocando um estrondo que acordou o garoto de seus pensamentos, fazendo com que ele se virasse para ela.
- Você tá bem? – Dougie se levantou rapidamente ajudando-a a levantar-se do chão. levantou o rosto encontrando o olhar preocupado do garoto que passou para uma expressão de espanto em poucos segundos – ? O-O que você tá fazendo aqui?
- Eu... – sentiu o corpo todo tremer as palavras fugiram no momento – Eu... Eu...
- ... Você tá bem? – Dougie ainda segurava as suas duas mãos quando a sentou em um dos bancos ficando ao seu lado.
- Eu... Sim... Eu to bem, muito bem – deu seu melhor sorriso.
- Ham certo... – Dougie há encarou um pouco curioso, porém preferiu ficar calado. O garoto encarou a grande janela de vidro e não disse uma palavra. Porém após alguns minutos o silêncio já o estava perturbando – ...
- Dougie...
Os dois se encararam por alguns segundos, já que haviam se pronunciado ao mesmo tempo.
- Tudo bem, pode falar – falou rapidamente.
- Não, não, damas primeiro.
- Dougie, fala.
- Ham... Certo... , o que você tá fazendo aqui?
- Como assim? – Ela coçou a cabeça um pouco sem graça.
- Por que você está em um trem para Essex?
- Para viajar ué... Aproveitar o feriado – comentou como se fosse óbvio.
- Você estava na casa de campo e assim, de uma hora para outra, decidiu viajar? Justamente para Essex? No mesmo trem que eu?
- Sim, pelo que eu saiba, eu tenho o direito de ir e vir nesse país sabia? Agora vai ficar controlando pra onde eu vou? – Ela perguntou mal criada. Dougie deu de ombros e voltou a encarar o vidro por onde uma paisagem cinzenta passava – Dougie...
- Ham...
- É mentira... – comentou baixinho enquanto brincava com uma das mechas de seu cabelo que caíam pelo seu ombro.
- O que é mentira?
- Isso... Eu só peguei esse trem porque...
- Por quê?...
- Porque eu vi o documentário da viagem de vocês ontem à noite – comentou rapidamente virando-se para ficar de frente para Dougie – E eu percebi que na verdade você não ficou com aquela lambisgóia oxigenada. Eu acho que... Me deixei levar pelo que os outros falaram e não acreditei em você... O que foi extremamente idiota... E... Eu acredito em você agora...
- Claro, depois de eu ter falado mais de uma vez, de todo mundo tentar abrir seus olhos, você ainda precisou de mais provas. A minha palavra já deveria ter bastado – Dougie comentou pensativo.
- Dougie, eu sei que eu errei, mas olha – tocou uma das mãos de Dougie e logo o encarou nos olhos – Eu... Eu ia falar com você na casa de campo e como você saiu de última hora eu tive que sair correndo. A deve estar com os ouvidos doendo do tanto que eu gritei tentando apressá-la para chegar a tempo... Além da sua prima é claro! Que tipo de pessoa casa em um sábado? É tão clichê!
- ...
- Ok... Nem tão clichê... Calma! Eu ainda não acabei! Quando eu cheguei na estação, minha roupa estava molhada, meu cabelo um horror mas eu não me importei! Quando eu cheguei ao caixa, os tickets tinham esgotado! Dougie, eu tive que me abrir ali no meio do terminal, contar pra todo mundo pelo que eu tava passando, até que um senhor ficou com pena de mim e me vendeu a passagem! Do que você tá rindo? É verdade! – colocou uma das mãos na cintura e voltou a falar – Enfim... Eu só fiz tudo isso porque eu precisava te pedir desculpas e dizer que eu não quero ficar longe de você. Não quero mais ser infantil e muito menos insegura. Eu acho... Não... Eu tenho certeza que você é importante demais pra mim. Eu não quero te perder... Porquinho... Eu só quero... Começar de novo.
- Começar de novo? – Dougie a encarou com um sorriso divertido. A garota acenou positivamente com a cabeça, ao receber o sinal ele se levantou pegando sua mochila e a bolsa de . Dougie saiu da cabine sobre o olhar da garota e logo entrou novamente.
- Ai – Exclamou o garoto, que entrou com a mochila nas costas, a bolsa de em uma das mãos e na outra, uma case fechada – Wow!... Ai! – Ele continuou exclamando, até conseguir sentar sem deixar mais nada cair. Quando finalmente aquietou–se, o garoto deu um pulo no assento e coçou a cabeça fingindo que algo havia caído sobre a sua cabeça - Ai – Ele disse em um tom conformado.
percebeu que ele refez a cena do dia em que ele e ela haviam se conhecido no trem. A garota deu um sorriso rápido e logo entrou na brincadeira.
- Nossa, desculpa – levantou-se rápido para tirar a sua sacola imaginária de cima do menino.
- Tudo bem, tô acostumado – Ele respondeu, jogando suas malas no chão e o instrumento do lado.
- Tá tudo bem? Você se machucou? – Ela perguntou com um sorriso divertido enquanto fingia examiná-lo.
- Eu disse que tá tudo bem. Não se preocupe – Insistiu o menino que também não escondia seu sorriso.
voltou para o seu lugar, levantou a revista imaginária na altura dos olhos, tentando ler, mas sem se concentrar.
- Então... Você é de onde? – Ele perguntou
- Na verdade, sou do Brasil – Respondeu – E você?
- Sou de Essex! – Rapidamente ele franziu a testa – Casamento da minha prima sabe como é... Sou Dougie Poynter!
- .
- Belo nome.
- Obrigada – Disse ela sorrindo de ponta a ponta.
- Então você não namora? – Perguntou Dougie.
- Você pulou uma parte! – cochichou. - Eu não to a fim de dar aulas de baixo agora... Por isso eu pulei... – Dougie pigarreou continuando – Vai, responde a minha pergunta.
- Não, eu sempre acabo estragando tudo no final.
- Também não, as mulheres não têm atitude!
- Qual é Dougie, vocês homens que têm que começar – Defendeu .
- Sim, mas precisamos de um espaço, uma abertura, e vocês querem ser difíceis, acabam ficando chatas! – Ele levantou uma das sobrancelhas como se estivesse citando a garota como um exemplo, ela deu um pequeno riso e se defendeu.
- Não é verdade, vocês só complicam! Se demorarmos a ceder, somos chatas, se cedermos de primeira, somos fáceis! – reclamou .
- Tudo tem sua hora certa, eu acho que seria bom um pouco mais de atitude – Dougie deu de ombros.
- Atitude... – o encarou sorrindo – Tudo bem Poynter... O que seria uma garota com atitude pra você? O que ela deveria fazer para merecer esse título?
- Acho que parar de enrolar e beijar o cara que está sentado ao lado dela. Isso seria um bom começo.
abriu a boca para responder, mas só então entendeu a mensagem na frase de Dougie. Ela o encarou sorrindo por alguns segundos. A garota aproximou seu rosto ao do garoto que esperava ela dar o primeiro passo. sentiu o perfume de Dougie se misturar com o seu e logo encostou seus narizes. Ela sorriu de ponta a ponta e aproximou o seu lábio ao de Dougie dando um pequeno beijo no canto de sua boca. O garoto sorriu e logo sentiu que havia iniciado um beijo calmo. Dougie passou os braços pela cintura da garota, aproximando os corpos deles. Ela por sua vez o segurou pela nuca enquanto bagunçava seus cabelos.
- Ok, eu estou sem ar – comentou entre selinhos após alguns minutos.
- Isso é o que eu chamo de ter atitude – Dougie comentou sem desgrudar os lábios dos de – Nós acabamos de nos conhecer... Você realmente beija caras que nunca viu antes?
- Talvez nós já tenhamos nos conhecido, tempos atrás ou coisa parecida – mordeu o lábio inferior do garoto.
- Conhecendo ou não, você definitivamente vai ter o número do meu telefone – Ele comentou em tom divertido.
e Dougie pararam de se beijar e logo colaram seus narizes, encarando-se.
- Me desculpa?
- Claro que sim, porquinha – Dougie sorriu segurando o rosto de – Nada mais de brigar. Você me tortura muito. Tem noção do que é te ver de biquíni e não poder fazer nada?
- E você tem noção do que é te ver só de bermuda? – brincou e ambos riram – Sabe... Depois que nós tivemos aquela briga no banheiro... Eu dormia abraçada com a sua camiseta... Só pra sentir o seu cheiro perto de mim...
- Bom... Agora você não vai mais precisar fazer isso... Você vai me ter sempre do seu lado.
- É bom mesmo, agora se for pra sair em revista só se for do meu lado! – fez um biquinho recebendo um selinho de Dougie que sorriu divertido.
- Em revista eu não sei... Mas no álbum da família Poynter eu tenho certeza – Dougie comentou baixo e logo recebeu um olhar confuso de .
- Ham? Do que você tá falando?
- Bom... Nós estamos indo para Essex... Para o casamento da minha prima... Então, eu quero que você vá ao casamento comigo... Como minha namorada... – Dougie passou o dedo polegar pela bochecha de enquanto mantinha um sorriso no rosto – É uma ótima oportunidade pra você conhecer todo mundo. A Jazzie, minha irmã, vai te adorar e minha mãe também. Mas claro só se você quiser...
- Tá brincando? É claro que eu quero! – sorriu de ponta a ponta e logo puxou o garoto para um beijo, mas parou-o repentinamente – Espera! Eu não tenho roupa! Dougie, eu estou um trapo!
- Você tá linda – Dougie deu uma risada ao ver o desespero da garota.
- Dougie! Meu cabelo tá horrível, minha roupa tá molhada além de não ser apropriada para um casamento. O que sua mãe vai pensar de mim?!?
- Ela vai te adorar. , não tem como alguém na face da terra não gostar de você. Eu tenho certeza que a Jazzie não vai se importar de te emprestar uma roupa.
- Ótimo... Mas ela tem bom gosto né...? – parou de falar no meio da frase quando viu Dougie levantar uma das sobrancelhas – Ok, não está mais aqui quem falou. Eu aceito as roupas da sua irmã, o que importa é que eu vou estar com você.
- Boa garota – Dougie apoiou as pernas no banco da frente e abraçou . A garota deitou a cabeça em seu peito abraçando-o pela cintura – Então, eu quero saber direitinho essa história, o que você quis dizer com “eu tive que me abrir ali no meio do terminal”?
- É uma longa história, tudo começa com um strip tease.
- Strip tease? Ótimo começo! – Ele falou sarcasticamente, rindo junto com a garota - Tudo bem, nós temos tempo até chegarmos em Essex – Dougie deu um risinho. começou a contar a história enquanto imitava as vozes e os movimentos de cada personagem. Dougie assistia a tudo entre risos e momentos de suspense. Ambos tinham um sorriso imenso no rosto, nem eles mesmos sabiam o quanto sentiram falta daquilo.

se encarava no espelho enquanto tentava colocar seu colar no pescoço. A garota tinha escolhido um vestido simples para o jantar da noite. Sua estampa era bolada de preto e branco e ele parecia cair muito bem em seu corpo. Pela imagem no espelho ela viu Olivier entrar no quarto. Ele tinha uma pasta na mão e com a outra livre ele afrouxava a gravata.
- Boa noite – Ele jogou a maleta sobre a cama aproximando-se de e abraçando-a por trás – Parabéns querida.
- Obrigada – sorriu virando o rosto para lhe dar um selinho rápido.
- Tenho uma surpresa para você – Olivier comentou enquanto entrava no closet.
- Qual?
- Trouxe um convidado especial para essa noite – Ele comentou entrando novamente no quarto com uma nova blusa, enquanto a abotoava.
- Quem? – A garota perguntou agora colocando o par de brincos.
- Seu pai – Olivier disse com um sorriso – Está lá embaixo.
encarou seu reflexo, pensativa. Sabia que na maioria de seus aniversários Antony não estava presente. Eles sempre comemoravam uma semana ou duas depois devido à época ser propícia para os negócios da empresa. Ela preferiu não pensar muito nisso. Sua atenção foi desviada para a cama, onde o seu celular vibrava e soava um beep. Ela pegou o aparelho, a tela anunciava que ela havia recebido uma mensagem.

Meninas! O plano deu certo! Estou aqui na casa do Dougie, para o casamento da prima dele! A Jazzie e a Sam são ótimas! Agora, a melhor notícia de todas: nós estamos namorando! Isso mesmo! Ele vai me apresentar para a família toda durante o casamento. Obrigada por tudo... Espalhem a fofoca. Beijo. Amo vocês.

P.S: acho que vamos chegar um pouco atrasados para a festa amanhã... Sabe como é... A noite vai ser longa!



de um pequeno sorriso ao ler o final da mensagem. A garota fechou o celular e o jogou novamente na cama.
- É melhor nós descermos – Ela disse – Não quero deixar papai esperando.
- Pode ir na frente – Olivier se aproximou dando-lhe um beijo rápido - Eu ainda tenho que pegar uma coisa.

Tom já tinha terminado de se trocar e estava deitado na cama de casal com a cabeça apoiada em duas mãos. Ele assistia a reprise de um programa que tinha visto dias antes, mas não se importava. Qualquer coisa para lhe distrair enquanto ele esperava a namorada se arrumar. Ela já tinha o cabelo e a maquiagem prontos, porém ainda estava de toalha. tinha dois vestidos nas mãos e apareceu no quarto parando na frente do namorado.
- Tom, qual dos dois eu uso? – Ela perguntou – O vermelho... – A garota levantou o vestido – Ou o azul?
- Os dois estão bonitos – Tom comentou pensativo – Mas a toalha definitivamente ganhou de todos.
- Muito engraçadinho... É sério! Qual dos dois?
- Qual é mais fácil de tirar? – Ele sorriu maroto.
- Thomas! Ai! Não sei pra que eu fui perguntar! – rolou os olhos e caminhou a passos largos até o banheiro, batendo a porta atrás de si.
- Droga, TPM – Tom coçou a cabeça, voltando a prestar atenção na TV, mas foi interrompido por uma leve batida na porta do quarto. O garoto levantou e abriu colocando apenas a cabeça para fora. Ele se deparou com , que já estava arrumada com um vestido de alça rosa claro – Hey, . Tá bonita.
- Obrigada – Ela sorriu – Tom... A tá aí?
- Bom... Ela tá... Mas digamos que a TPM resolveu atacar agora... – Ele fez uma careta – Faz o seguinte, entra no quarto e conversa com ela. Cadê o Harry?
- Na sala... Com a e o Antony.
- O Antony tá aqui? – Tom perguntou surpreso ao receber um sinal afirmativo de – Então é melhor eu descer logo, fazer aquele social sabe? – O garoto sorriu e segurou a porta para que ela entrasse, saindo na direção contrária logo em seguida.
entrou no quarto que se encontrava vazio. Ela deu uma leve batida na porta do banheiro, porém não recebeu resposta. Tentou novamente.
- Calma Thomas, eu já to saindo! – gritou impaciente – Pronto, o que achou? ? Cadê o Tom?
- Ele desceu... Não tava querendo apanhar – deu um risinho – Disse que você tava na TPM.
- Nem me fala... – deu um longo suspiro fechando a porta do banheiro.
- , espera! Eu preciso conversar com você! – puxou a amiga para que ela se sentasse na cama. Caminhou até a porta do quarto fechando-a e logo em seguida sentou-se ao lado dela.
- Nossa , pra que tanto mistério? – deu um risinho enquanto passava batom.
- , o Antony tá aí – falou rapidamente com uma expressão séria.
- Sério? Vamos descer pra falar com ele! – A garota bateu palminhas animadas.
- Não, , presta atenção! Você não acha muito estranho o Antony aparecer aqui? Assim... Do nada?
- Hãn? , do que você tá falando? Hoje é aniversário da e ele é pai dela. É normal o pai estar presente no aniversário da filha.
- , a já comentou várias vezes comigo que eles nunca comemoram o aniversário dela no dia, porque ele sempre está muito ocupado e blá blá blá.
- Eu realmente não estou entendendo aonde você quer chegar.
- O Olivier... – hesitou por alguns segundos lançando um olhar duro para - Eu tenho certeza que o Olivier vai pedir a em casamento, hoje.




Capítulo 38


e desceram até a sala onde Tom, Harry, Danny e já estavam acomodados nas grandes poltronas e conversavam em um pequeno grupo. As duas analisaram que, pelas expressões de Olivier e Antony, a empresa era o seu assunto principal.
- Olá, boa noite – sorriu, cumprimentando todos e dando dois beijos no rosto de Antony – Oi, Antony.
- ! Por que você não me contou antes? – Ele comentou em tom divertido enquanto apertava a mão de .
- Ham... O que eu não contei?
- Sobre o seu namoro com o Thomas – Antony deu um risinho apontando para Tom. A garota lançou um olhar furioso para o namorado, que tinha o rosto escarlate. Ela retornou o rosto para Antony com um sorriso de ponta a ponta.
- Oh, Antony, eu não queria ficar lhe preocupando sobre assuntos da minha vida pessoal. É como você sempre diz: a empresa é o nosso lugar de trabalho.
- Mas pelo visto nem isso te impediu de ser fisgada por esse daí, hein? – Antony deu uma gargalhada, fazendo todos rirem e os rostos de e Tom se tornarem ainda mais vermelhos.
- Verdade. Eu sinto muito não ter te contado antes – A garota cruzou os braços, tentando não mostrar nervosismo.
- Eu acho que os garotos do McFly são bastante irresistíveis – comentou, recebendo um olhar surpreso de todos na sala – Quer dizer... está namorando o Tom... está namorando o Dougie... – Ela contava nos dedos enquanto tentava evitar os olhares de e – E a o Harry...
- Meu Deus! – Antony gargalhou – Pelo visto os garotos arrebatam os corações de todas as garotas da minha empresa!
- Não é pra tanto – Harry deu um risinho convencido, recebendo um tapinha da namorada.
- Pelo visto só a minha filha não caiu nos encantos de vocês – Antony comentou. sorriu extremamente sem graça e percebeu que Danny também estava inquieto no sofá – Quem foi que sobrou? Daniel? Vamos lá, Danny... O seu charme anda fraco ou a que se faz de difícil?
- Ai, pai... Pára com isso – tentou contornar a situação.
- Bom... Eu acho que seria a segunda opção... Meu charme está ótimo, depois nós temos que conversar sobre as histórias da turnê – Danny deu seu melhor sorriso, fazendo todos na sala rirem.
- Ótimo. Boa resposta, garoto – Antony comentou enquanto tirava o paletó.
- Senhor... – Uma das empregadas apareceu, chamando a atenção de Olivier – O jantar está servido.
- Então, vamos? – Olivier apontou para a saída da sala de estar enquanto todos se levantavam e se dirigiam até lá.

- Nosso plano vai ter que entrar em ação! – chutou as pernas de por debaixo da mesa, já que estavam de frente uma para a outra. Ela cochichou em português para , que acenou positivamente com a cabeça.
- , você tem certeza? – A garota perguntou segundos depois – Eu não sei se vou conseguir.
- Você não vai conseguir? Só faz uma cara de chocada que eu cuido do resto – falou rapidamente, virando-se com um sorriso forçado quando Olivier e Antony a chamaram.
- O que vocês estão tramando, hein? – , que estava ao lado de , perguntou para a garota.
- Ham? N-Nós? Nós quem?
- Você e a ... Estavam falando em português... E quando isso acontece, coisa boa não é.
- , só confia na gente, tá? – deu um beijo na mão da garota e virou-se para o namorado que estava ao seu lado.

- Boa saída aquela – Harry comentou para Danny. O garoto estava sentado ao seu lado e comia em silêncio.
- Obrigado... Dude, eu não tava nem pensando – Danny e Harry deram um risinho juntos.
- Nossa isso daqui tá muito bom – Tom comentou enquanto dava mais uma garfada na comida.
- Nem me fale – Danny disse – Já to repetindo pela terceira vez.

A sobremesa tinha sido servida. O Crème brûlée estava delicioso, pelo menos era o que todos os comentários da mesa afirmavam.
- Eu acho que nunca vou me acostumar com todo esse ambiente – Danny comentou para que apenas os amigos pudessem ouvir.
- Tudo piora com o Antony aqui – Harry concordou fazendo uma careta.
- Ele me dá arrepios, dude! – Tom disse cochichando – Vocês já perceberam que ele sempre tá sorrindo?
- Qual é, dude, a vive sorrindo – Danny comentou em tom mais alto, chamando a atenção da garota.
- O que tem eu? – se inclinou na direção do garoto.
- Nada não, amor – Tom falou rapidamente, voltando sua atenção para a sobremesa.
- Sabe, vocês deveriam parar de cochichar, é feio, sabia? – disse, levantando uma das sobrancelhas.
- A gente não estava cochichando! – Harry fez uma cara cínica.
- Verdade, principalmente se o assunto for o Antony – completou – Lembrem-se que foi ele quem contratou vocês.
- Isso não muda o fato do sorriso dele ser assustador – Danny comentou com a boca cheia.
- Daniel! – Antony gritou da ponta da mesa, fazendo o garoto pular de susto. Um empregado rapidamente pegou a colher que Danny tinha deixado cair no chão, entregando-lhe uma nova e limpa em folha – Então, estou ansioso para ouvir sobre a sua turnê!
- Obrigado... – Danny cochichou acenando com a cabeça – Hãn... São tantas coisas... Nem sei por onde começar...
- Ah, vamos! Não seja tímido! – Antony o encorajou – Provavelmente não aconteceu nada que as moças na mesa não possam ouvir. Estou certo?
- Coitado... Ele não sabe com quem está falando – Harry cochichou entre risos, enquanto se escondia atrás de .
- Er... Não... Os shows foram...
- Ótimos! – se intrometeu na fala de Danny – Para falar a verdade, Antony, fizeram pesquisas após alguns shows e a aceitação foi ótima, melhor do que esperávamos.
- Vocês estavam fazendo pesquisas depois de cada show? Eu não sabia que isso estava no planejamento – Antony coçou a cabeça.
- Na verdade... A idéia foi minha – interrompeu o pai com um pequeno sorriso estampado no rosto.
Agora que as atenções estavam voltadas pra , Danny aproveitou para agradecer a pela interrupção. Ele soltou um “Obrigado” sem som algum e recebeu de volta um sorriso caloroso.
- Fico feliz de saber que fez tanto sucesso assim. Depois desse feriado... , e... ? A propósito, onde está a ? – Antony perguntou, enquanto vasculhava a mesa com o olhar.
- Bom... Ela e o Dougie tiveram um compromisso de última hora – falou com pesar na voz – Mas amanhã eles estarão aqui para o show.
- Oh, sim... Tudo bem, como eu ia dizendo... Eu quero todas as informações sobre a turnê tanto de Busted como do McFly na minha mesa – O homem continuou enquanto analisava seu celular – Aceitação... Número de ingressos vendidos... Faixa etária do público e...
- Antony! – Olivier deu um risinho ao ver que já tinha seu celular na mão e anotava tudo enquanto analisava o pai com concentração – Estamos em um jantar! Comemorando o aniversário da ! Que tal falarmos sobre a empresa em uma outra hora?
- Hum... Tudo bem – Antony deu um risinho, guardando o celular no bolso em seguida – Desculpe-me, sabem como é... Não posso começar a falar de trabalho...
- Tudo bem, pai... Nós entendemos – sorriu rapidamente, voltando sua atenção para sua torta.
Subitamente as luzes da sala se apagaram. Uma das empregadas da casa entrou carregando um enorme bolo na mão. Nele, várias velas encontravam-se acesas e delas saíam faíscas. Imediatamente os convidados começaram a cantar e bater palmas. deu um sorriso sem graça quando viu o bolo ser colocado na sua frente. Assim que terminaram a música, todos bateram palmas e gritaram, encorajando-a a fazer um pedido. A garota sorriu e levantou o rosto, por alguns segundos seus olhos encontraram-se com os de Danny. soprou o bolo apagando as velas.

- Eu realmente preciso dormir – deu um longo bocejo, escondendo-o com a mão.
Todos já tinham se dirigido até a sala de estar. Olivier tinha insistido em abrir um champagne e um vinho para brindarem o aniversário de . A garota estava sentada em um dos enormes sofás ao lado de . se encontrava do outro lado da sala, acompanhada por Harry e Danny.
- Harry... Vamos? – A garota pediu novamente e, ao receber um aceno positivo de Harry, levantou-se, puxando-o pela mão – Gente, eu sinto muito, mas nós já vamos dormir... O dia foi muito cansativo e...
- Não, ! Espera! – Olivier pediu – Eu tenho algumas coisas a dizer antes de todos irem.
encarou , ambas tinham os olhos extremamente arregalados. A primeira tinha uma expressão de pânico. virou-se para Olivier com um sorriso de ponta a ponta e concordou com a cabeça, sentando-se novamente.
- Bom... Eu prometo que isso não vai levar muito tempo... – Olivier deu um olhar rápido para Antony, que sorriu satisfeito – Bom, eu quero propor um brinde a ... Sem dúvida uma das mulheres mais inteligentes e incríveis que eu já conheci e... Provavelmente a única que até hoje conseguiu me cativar de uma maneira tão rápida e tão intensa...
Danny fechou a cara, virando toda a taça de vinho. e Tom lhe lançaram olhares preocupados, mas ele deu de ombros. Harry deu tapinhas leves no ombro do amigo, tentando consolá-lo.
- Por isso... Um brinde à ! – Olivier levantou sua taça e logo todos beberam, menos Danny, que encarava a garota – Ainda tem mais... Eu sei que pode parecer um passo repentino para uns, e até mesmo para a própria , mas...
- AI MEU DEUS! – gritou rapidamente, levantando-se do sofá.
- , o que foi? – Harry perguntou apressado, levantando-se também.
- AI MEU DEUS! AI MEU DEUS! – Ela apontou para a janela que ficava ao seu lado enquanto colocava seu corpo atrás do namorado.
Naquele momento, todos os olhares da sala estavam sobre ela. Assim que ouviram seus gritos de alerta, também se levantaram e procuravam o perigo na sala.
- Amiga! O que foi? – se aproximou.
- Uma... Ai, que nojo! Uma aranha! Uma aranha imensa! – começou a abraçar o próprio corpo, enquanto tinha a voz embargada – ! Tira ela daqui!
- Amor! Mata a aranha! – pediu para o namorado.
- Que aranha? Não tem nenhuma aqui! – Tom contestou, recebendo um leve tapinha de .
- Ela tem aracnofobia – A garota comentou rapidamente.
- Por favor, Pauline, chame os outros empregados – Olivier pediu rapidamente enquanto vasculhava o chão à procura do animal.
- Onde ela está, ? – Danny perguntou preocupado e um pouco atordoado com os gritos da garota.
- Ali! Ali na janela! – falou com os olhos já vermelhos.
- Eu não to vendo! – Harry comentou.
- Harry! Mata! Mata! Mat... – A garota parou de falar por alguns segundos, cambaleando no meio da sala.
- ! ! – Harry deu apoio para a garota com os braços e olhou-a com uma expressão preocupada antes de ela apagar completamente em seus braços.

Harry levou a garota no colo para o quarto em que eles estavam dividindo. , Tom e Danny seguiram o casal e logo se instalaram no local.
ainda se encontrava desacordada nos braços de Harry, o garoto havia deitado-a na cama e passava a mão levemente sobre suas bochechas.
- Tá bom, , pode acabar com o seu showzinho – comentou enquanto caminhava até a cama – Já fechei a porta.
- Ai, gente, eu fiz direito? – deu um pulo na cama, assustando Harry. O garoto se afastou com os olhos arregalados.
- Hãn? Como é que é? – Harry praticamente gritou, mas em seguida abaixou o tom de voz, quando o reprimiu, calando sua boca com uma das mãos – I-Isso tudo... Era uma encenação?
Danny e Tom tinham uma expressão mais perplexa do que a do amigo. Um silêncio momentâneo se instalou no aposento, mas este logo fora quebrado por uma risada estrondosa de Danny.
- Caralho! No way! – Ele falava entre risos.
- ! Por quê? Quer dizer... Por que você...
- Calma! Eu vou explicar... Mas antes... Ficou realista o que eu fiz? Tipo... Que nota vocês dariam? – A garota bateu palminhas animadas.
- Você só pode estar brincando – Tom ainda tinha o queixo caído.
- Dez! – falou com um sorriso estampado no rosto.
- Quem se importa com nota? – Harry se pronunciou, fazendo todos se calarem – Por que você fez aquilo? Tá ficando doida?
- Não, calma! Eu posso explicar – pigarreou – Bem... É que... Depois que eu fiquei sabendo que o Olivier trouxe o Antony pra jantar aqui... Me veio uma idéia...
- Idéia? – Tom, Danny e Harry perguntaram simultaneamente, com os olhos vidrados na garota.
- É... Eu juntei as peças do quebra-cabeça e, bem... – lançou um olhar preocupado para e logo depois para Danny – Eu tenho certeza... E depois desse discurso mais ainda... De que o Olivier vai pedir a em casamento.
Assim que terminou de se pronunciar mais uma vez, o silêncio predominou a sala. Todos lançaram olhares cautelosos em direção a Danny, que ainda parecia processar a informação que lhe fora dada. Ele tinha os olhos vidrados no chão e parecia absorto em pensamentos.
- Danny... Dude... – Tom o abraçou de lado, dando pequenas palmadinhas em seu ombro – Tá tudo bem?
- Ham? – Danny acordou do transe com um olhar preocupado, porém todos podiam ver que por trás deste havia além de preocupação, tristeza – Tá... Eu acho que sim...
- Você tem que fazer alguma coisa – disse.
- Eu?
- É, Danny, impedir que a faça alguma besteira – mordeu o lábio inferior enquanto exibia pena no olhar.
- Ah, claro – Danny deu um riso amargurado – Não, não dessa vez. A já é bem grandinha.
- Mas, dude... – Harry tentou começar a falar, mas Danny se pronunciou novamente.
- Já está mais do que na hora dela decidir o que é melhor pra ela – Ele encarou o chão – Isso tudo aqui e as mordomias que ela tem... Ou um cara que só tem um violão pra contar história.
- Sabe... Todo mundo fala que as garotas adoram um roqueiro – deu um sorriso sincero, tentando animar Danny – Acho que com a não será diferente.
- Concordo – apoiou a amiga – Foi ela mesma quem disse que os caras do McFly são irresistíveis.
- Eu acho que... Vou dormir – Danny comentou com a voz calma. Os outros concordaram com a cabeça e saíram junto com ele do aposento, deixando e Harry sozinhos.

Dougie abriu a porta do quarto, dando passagem para . Ela entrou no quarto que na adolescência pertencera ao namorado. O cômodo pequeno tinha uma parede azul e ainda fazia menção ao atual, onde vários pôsteres estavam pendurados. A garota virou-se para Dougie, que trancou a porta atrás de si. Ela o abraçou pelo pescoço, encostando seus narizes.
- Eu adorei sua mãe e a Jazzie... Nossa! Elas são incríveis! – sorriu de ponta a ponta – Depois me lembra de agradecer pelas roupas... A Jazzie tinha dito que colocou no seu banheiro e...
- Eu acho que elas querem me trocar e te adotar, sério – Dougie fez um bico – Ainda bem que nós vamos embora amanhã, não quero ter que te dividir com ninguém.
- Oun – deu um selinho no namorado – Não se preocupe, você não vai.
O garoto deu um risinho e logo sentiu seu lábio inferior ser puxado por Dougie. Ele selou seus lábios e logo começou um beijo apaixonado. As mãos dele passaram pela cintura de , alisando o corpo dela até sua coxa, onde ele tentava puxar o vestido.
- Não, espera – A garota pediu, afastando o rosto. Dougie a encarou com uma expressão confusa, mas logo ela continuou – Eu quero fazer isso direito.
- Hãn? Como assim?
- Por que você não tira esse blazer e os sapatos e me espera sentadinho na cama? – deu um sorriso maroto para Dougie, entrando no banheiro.

Minutos depois, saiu vestindo a roupa que Jazzie havia emprestado para ela: um short curto com uma camiseta branca colada.
- Porquinha... – Dougie, que já estava deitado na cama, começou a falar enquanto abria a camisa social devagar.
- Fica quietinho, Dougie, to tentando me concentrar – comentou, dando um longo suspiro enquanto caminhava até uma estante onde estavam vários CDs e um pequeno aparelho de som.
- ... O que você tá fazendo? – Ele perguntou, enquanto analisava os movimentos da garota.
- É... Acho que isso vai servir – A garota comentou baixinho, sem prestar atenção ao que ele dizia.
Dougie estava deitado na grande cama de casal posta no centro do cômodo. se virou com um pequeno sorriso no rosto e sentiu o corpo estremecer ao encarar aqueles grandes globos azuis, iluminados apenas pela luz fraca que entrava pela janela. Ele ainda tinha uma expressão confusa e essa se tornou mais notável quando uma melodia com pequenas batidas soou pelo quarto. , sem tirar os olhos dos de Dougie, colocou as duas mãos no cós do pequeno short. A batida da música ficou mais forte e uma voz começou a cantar. A garota se movia com ela, mexendo seu quadril e aos poucos abrindo o short. Segundos depois, em um movimento lento, ela ficou de costas para Dougie. Ela desceu rebolando até o chão, deixando a peça de roupa por lá. tocou a parte interna de sua coxa, ficando ereta novamente, tornando sua cabeça para trás a fim de ver a reação do namorado. Ele mordia o lábio inferior e a olhava com atenção. Ao perceber que tinha toda a atenção voltada para si, se sentiu mais confiante, e naquele ponto ela não poderia mais voltar atrás. Ela deu um sorriso maroto e caminhou até onde Dougie estava, para que ele pudesse ver a lingerie. Ele pareceu surpreso, mas não tirava os olhos da garota. Ao ver que ela se aproximava, Dougie tentou apalpá-la, porém, rapidamente se afastou dali, ficando na outra ponta da cama. Ela sorriu maliciosamente e logo seu olhar pairou sobre a camiseta branca. Suas mãos pousaram sobre os botões e logo ela passou a abrí-los um por um. Porém, no terceiro ela parou.
- Ah,não! – Dougie pediu manhoso – Só mais alguns.
- Acho que vou tornar as coisas mais interessantes – sorriu mais uma vez. A garota caminhou até o criado-mudo colocado ao lado da cama de Dougie e pegou a garrafa de água, em seguida caminhou até uma das janelas do quarto do garoto para que a luz do lado de fora a pudesse iluminar. Dougie tinha os olhos presos e atentos a cada movimento que fazia, passando a mão pelos cabelos constantemente. Ela abriu a garrafa calmamente e logo em seguida derramou o conteúdo sobre seu colo, molhando toda a blusa branca. Dougie estava boquiaberto na cama e parecia que a qualquer momento pularia dali para atacá-la. não se deixou levar pelo estado do namorado, queria provocá-lo mais um pouco. Ela sentiu todo aquele líquido gelado e logo o formato de seus seios e abdômen ficaram visíveis.
- Vem aqui – Dougie pediu. Na verdade, ele suplicou.
- Não – deu um risinho.
- Por favor. – Dougie pediu.
continuou com um sorriso no rosto enquanto voltava a caminhar até a ponta da cama. Mais uma vez ela voltou a rebolar junto com a música enquanto abria mais botões da camiseta branca. Assim que chegou ao último ela lançou um olhar rápido para Dougie, que praticamente suplicava com o olhar para que ela fizesse aquilo. A garota tirou a camiseta, ficando apenas com a calcinha. Dougie tinha os olhos presos ao corpo da garota e percebeu que ela se aproximava dele. engatinhou na cama e logo se sentou com as pernas posicionadas ao lado da cintura do garoto. Ela sentiu um volume em sua calça e apenas riu. Dougie passou as mãos pelas coxas da garota e foi subindo pela sua cintura, costas, seios, até chegar em seu pescoço e puxá-la para si. Seus lábios se encontraram desesperadamente e logo suas línguas brincavam em harmonia.
- Eu acho que estou em desvantagem – falou entre o beijo enquanto colocava as mãos por dentro da camiseta social de Dougie e apalpava seu abdômen.
- Sem problemas. Hoje eu só to obedecendo – Ele falou, dando um risinho que amava. A garota o puxou para mais um beijo enquanto tirava sua camiseta.

Após o incidente com , Antony decidiu que estava na hora de voltar para casa. Ele se despediu de e Olivier, que parecia decidido a fazer com que Antony ficasse para a festa do dia seguinte. Este, por sua vez, disse que não faltaria, mas tinha que pegar algumas coisas em sua casa antes de voltar para a festa. Minutos depois ele foi embora, deixando o casal sozinho. alegou que iria até o quarto de , se certificar de que amiga estava bem. Enquanto isso, Olivier beberia mais um pouco de vinho na sala e logo depois subiria até o quarto.
- ? – deu leve batinhas na porta.
- Oi, ... – abriu a porta já vestida com uma camisola.
- Desculpa, não queria te incomodar... Mas como você está?
- Que isso! Estou ótima, tomei um chá... Estou bem melhor, foi só um susto mesmo – A garota sorriu, tentando parecer o mais convincente possível.
- Ainda bem. Fiquei tão preocupada. – deu um longo suspiro – Bom, é melhor eu ir dormir. Boa noite, até amanhã.
- Boa noite, .

Tom já estava deitado na cama e analisava o teto quando o barulho da porta o assustou. saiu do banheiro com os cabelos ainda úmidos, já que não estava com paciência para secá-los da maneira apropriada. A garota sentou-se na cama e logo se deitou ao lado do namorado, abraçando-o de lado e apoiando sua cabeça no peito dele.
Um silêncio se instalou no quarto por alguns minutos, ambos pareciam cansados e não estavam dispostos a falar. já tinha os olhos quase cerrados quando Tom se pronunciou.
- Não te falei... – Ele comentou – Nós fizemos uma música quando estávamos voltando no ônibus.
- Sério? Eu quero ouvir! – sorriu de ponta a ponta.
- Eu não tenho aqui... Acho que tem no iPod do Danny. Nós gravamos um demo.
- Fala sobre o quê?
- Sobre você – Tom comentou baixinho.
- Hãn? – apoiou o corpo com um dos cotovelos para encarar Tom – Sobre mim?
- É... Você é minha musa inspiradora – Ele deu um risinho enquanto passava o polegar pelo rosto da garota – E eu acho que nunca vi uma musa tão corada assim!
- Eu... Eu preciso ouvir isso – falou com um sorriso de ponta a ponta.
- Eu canto pra você amanhã...
- Ah, não! Eu preciso ouvir hoje! – levantou-se da cama, colocando um robe por cima do pijama.
- O que você tá fazendo?
- Vou pedir o Ipod do Danny, vou trazer aqui pra nós ouvirmos juntos – sorriu saindo apressada do quarto.

entrou no quarto e fechou a porta em silêncio. O cômodo estava escuro e a única luz que o iluminava era a luz que vinha do closet. Ela pôde ouvir o som da água que caía no chuveiro, Olivier deveria estar no banho. A garota decidiu se trocar logo, pois estava cansada e só queria uma boa noite de sono. Assim que colocou seu pijama ela caminhou até a cama, deitando-se logo em seguida.
Ela fechou os olhos e viu várias imagens dos últimos dias passarem pela sua cabeça. A ida até Londres, os gritos de , seu aniversário... Porém, a lembrança mais vívida era a noite com Danny. O sono parecia tomar conta de seu corpo, suas pálpebras estavam pesadas e ela não pretendia abri-las por nada. A cama afundou um pouco e pôde sentir o corpo de Olivier ao seu lado.
- ? – Ele a chamou baixinho – Tá acordada?
deu um gemido quase inaudível.
- Lembra do que eu estava falando depois do jantar? Antes de ser interrompido pela ? Então... Eu queria completar o que eu queria dizer... A minha última frase era...
A garota não abriu os olhos, ficou apenas escutando algumas das palavras que ele dizia.
- , eu seria o homem mais feliz do mundo se você se casasse comigo – Olivier falou finalmente.
sentiu o corpo todo estremecer, estava estática, porém manteve os olhos fechados. Preferiu fingir que havia dormido, precisava de tempo. Tempo para pensar no que fazer e como fazer a escolha certa. Ela sentiu Olivier se aproximar. O homem depositou um beijo no seu rosto ao ver que ela dormira.
- Boa noite, querida – Ele deu um risinho enquanto alisava o rosto da garota com certa ternura.

parou em frente a porta do quarto de Danny, que se encontrava entreaberta. A garota bateu de leve enquanto a empurrava para frente. Danny estava de costas para a porta, ocupado em colocar algumas roupas dentro da mala que estava sobre a cama.
- Danny? O que você tá fazendo? – perguntou, fechando a porta atrás de si.
- Eu é que pergunto – Ele deu um risinho sem graça – O que você tá fazendo no meu quarto essa hora?
- Eu vim pegar seu Ipod emprestado... Mas parece que você vai levá-lo.
- É... Sinto muito, posso te emprestar outro dia? – Ele deu de ombros, voltando sua atenção para a mala.
- Danny, pra onde você tá indo? – colocou as mãos na cintura, sentando na cama a fim de encará-lo de frente.
- Para Londres... Um táxi vem me pegar aqui, vou para a cidade que fica aqui ao lado e de lá pego um trem pra Londres.
- Mas... Vocês vão fazer um show amanhã!
- Não, eu conversei com o Olivier agora há pouco... Só o Busted vai tocar amanhã.
- É isso? Você vai fugir? Desistir assim da ?
- Ela já desistiu de mim há muito tempo, só estou facilitando as coisas pra ela – Danny respondeu amargamente enquanto pressionava as roupas contra a mala com certa agressividade – Não quero que ela se sinta inibida ou envergonhada de aceitar o pedido só porque eu vou estar lá... Assistindo.
- Danny, você sabe que a não faria isso! Você a conhece melhor do que eu!
- Não essa garota – Danny mordeu o lábio inferior e apontou para o teto, onde ficava o quarto de , no terceiro andar. pôde perceber algumas lágrimas nos olhos do garoto, mas ele as conteve – Essa garota... Que está aqui não é a que eu conheço... Pra falar a verdade, eu nem sei do que ela é capaz... E eu não me surpreenderia nada se ela me chamasse para ser padrinho, como uma espécie de prêmio de consolação.
- Danny, pensa bem... Por favor... – tocou levemente no braço do garoto – Quando ela ficar sabendo que você foi embora... Ela vai atrás de você!
- Por isso você não vai contar pra ela – Danny falou rapidamente – Não conta pra o motivo pra eu ter ido embora. Fala que minha mãe veio me visitar porque algum parente está no hospital... Foi essa que eu usei com o Olivier... Mas ela não pode saber que eu sei sobre o pedido de casamento.
- Mas...
- ... Promete... Promete que você não vai contar e também vai pedir aos outros que façam o mesmo.
- Tudo bem... – deu um longo suspiro.
- Acho que deve ser o táxi – Danny comentou quando uma buzina soou do lado de fora da casa. O garoto pegou sua mala com uma das mãos e caminhou até a saída do quarto, sendo observado por . Ele deu um sorriso rápido e fechou a porta atrás de si.

Capítulo 39


A movimentação na mansão Delacroix teve início assim que o sol nasceu. As empresas contratadas já tinham seus carros estacionados próximos à piscina, onde um pequeno palco estava sendo montado e várias mesas sendo decoradas. A cor predominante era o branco, nada mais apropriado para combinar com o ótimo clima que predominava na propriedade. A piscina e o gramado pareciam ter suas cores ressaltadas pelo sol que aparecera.

olhou sua imagem no espelho e sentiu o medo se apoderar de seu corpo. Naquele dia, ela definitivamente teria que tomar a sua decisão. Não que estivesse em dúvida, muito pelo contrário, sua certeza se tornara mais clara com os dias passados no feriado. Suas mãos subiram até sua nuca, onde um pequeno laço fora dado para segurar a parte de cima do longo vestido estampado que usava. A garota apoiou uma das mãos na penteadeira enquanto a outra se apoderou de seu aparelho celular. Logo seu álbum fora selecionado e uma foto antiga, aberta. Ela e Danny na casa do rapaz, durante uma festa de aniversário surpresa que organizaram para ele. O sorriso dos dois estava explícito e a felicidade implícita ali era contagiante. Um sorriso despontou de sua boca, e o medo que sentia passou por alguns segundos. Era disso que ela precisava. Força. E era aquilo que Danny representava naquele momento.

segurou seu vestido branco e longo com as duas mãos, evitando que eles encostassem no gramado. Este se encontrava molhado, pois na madrugada uma forte chuva havia caído. Para os organizadores da festa fora um enorme alívio, já que a tempestade limparia o céu, favorecendo um tempo aberto e bonito no dia seguinte. Porém, naquele momento, não poderia discordar mais deles. Com passos largos chegou à piscina.
- Graças a Deus! Um piso! – Ela falou sarcástica, recebendo olhares confusos dos dois floristas que trabalhavam em uma das mesas postas ao seu lado – Ah... Bom dia, Miranda!
- Olá, – A mulher ruiva e bem vestida lhe respondeu com um sorriso no rosto. – Não, Annie... Essas flores tem que ser colocadas aqui! – Ela gritou para outra que se encontrava do outro lado da piscina. Ao ver que sua ajudante não tinha entendido e nem feito o que pedira, Miranda caminhou apressadamente até onde ela estava gritando no meio do caminho. – Pelo amor de Deus! Essas flores não são aqui! Isso já deveria estar pronto!
assistia a cena de longe sem dizer uma palavra. Porém, assim que viu o arranjo que Annie tinha nas mãos ela se virou rapidamente para a outra ajudante que fora deixada ali por Miranda.
- Desculpa... Mas essas flores vão ficar... Assim? – A garota mordeu o lábio inferior encarando a mesa que estava pronta.
- Sim... – Jenny, a ajudante, respondeu com um sorriso, voltando sua atenção para uma flor que havia saído do arranjo, arrumando-o novamente.
- Er... – encarou o arranjo, preocupada. Era pequeno e simples demais, e na sua visão destoava do resto da decoração. – Com licença... – Ela se abaixou para encarar o crachá da garota – Jenny... Preciso falar com a Miranda. – Sua voz pareceu urgente enquanto andava apressadamente e segurando o vestido na direção da ruiva, que ainda gritava, agora, porém com outras assistentes. – Miranda... Miranda!
- Oi, . – A mulher que antes tinha uma expressão raivosa se voltou para ela com um sorriso. – Algum problema?
- Não é exatamente um problema... – se enrolou nas palavras enquanto tentava explicar. – Acontece que eu acho que as flores estão destoando da decoração... Está tudo tão simples... Talvez se os arranjos fossem maiores... Colocassem dois em cada mesa... Ficaria melhor, você não acha?

Sentada no colo do namorado, beijava delicadamente sua boca enquanto entrelaçava suas mãos na nuca de Harry. O garoto a puxou para si, mordendo seu lábio inferior. O casal se encontrava na varanda da casa. A mão de Harry tocou a coxa da namorada e apertou-a logo em seguida subindo à medida que o beijo se intensificava. A garota parou o beijo com um sobressalto tirando a mão dele do seu corpo rapidamente.
- Você ta ficando doido? – Ela o encarou, preocupada.
- Você causa esse efeito em mim, pequena – Harry deu um sorriso safado, sem esconder o tom de brincadeira na voz.
- Ah claro! Você é doente! – deu um tapa no ombro do rapaz. – Sério! Você já viu a movimentação da casa hoje? Tem uma festa!
- Calma, , o que eu fiz demais? – Harry levantou um das sobrancelhas.
- Tá tentando me agarrar aqui na frente de todo mundo.
- Primeiro, eu não estava te agarrando... – Ele falou calmamente. – Segundo, nós estamos na casa e não tem ninguém passando aqui... Só na piscina, e terceira e última... – Harry aproximou o rosto quase encostando a boca na de . – Quando eu quiser te agarrar, pode ter certeza que eu vou fazer mais do que isso...
- Tá bom, desculpa, senhor sexy. – Ela deu de ombros.
- Caraca, a não tem jeito – Harry deu um risinho, desviando a atenção da namorada para a amiga que caminhava apressada de um lado para o outro da piscina com vários arranjos de flores nas mãos.
- A não existe! – gargalhou.
Nesse exato momento, Tom abriu a porta de vidro da casa de campo. O garoto já estava arrumado. Ele dobrou a ponta de sua camiseta social, deixando-a na altura de seus cotovelos, e no momento se ocupava tentando dar um nó na gravata.
- E aí, gente – ele cumprimentou o casal, sentando-se em um dos sofás que ficavam próximo ao deles. – Vocês viram a... – Tom parou de falar quando seu olhar pairou sobre a piscina, onde ele assistiu por alguns segundos a cena de mostrando para Miranda uma maneira de organizar as flores – ... – O garoto deu um riso fraco. – Ela não se cansa de trabalhar não?
- Foi o que eu acabei de comentar com a – Harry respondeu.
- Amor! Deixa a mulher trabalhar em paz! – Tom gritou da varanda chamando a atenção de Miranda e de .

Um táxi entrou na propriedade e logo parou ao lado da piscina, junto com os outros carros. Após alguns segundos, e Dougie desceram, ambos já arrumados para a festa. A garota reclamava de alguma coisa enquanto levantava o seu vestido verde esmeralda a fim de, assim como , evitar que ele tocasse a grama molhada. O namorado veio logo atrás, dando apoio para ela com uma das mãos.
- ! Dougie! – os chamou, andando assim como , porém segurando o vestido em uma altura maior que a amiga.
- Vem, , eu te ajudo – Dougie cedeu seu outro braço para apóiá-la assim como fazia com a namorada. Dougie andava com mais pressa do que as duas que o acompanhavam e durante todo o percurso até a escada fora muitas vezes puxado para trás. Ora pela namorada, ora pela amiga. Harry, Tom e assistiam a cena entre risos enquanto faziam alguns comentários.
- Dougie! – gritou fincando o pé no chão. – Puta que pariu! – A garota levantou o pé direito encarando o salto de sua sandália coberto de lama. – Eles eram novos! Dougie! Anda devagar! Algumas pessoas têm que se equilibrar em cima de dois espetos e ainda impedir que eles enfiem na terra, sabia?
- Tá bom, tá bom – Dougie rolou os olhos andando lentamente.
- , para de ser dramática. – deu um risinho, pisando finalmente no primeiro degrau – Ótimo! Obrigada, Poynter.
Os três subiram rapidamente as escadas, chegando ao seu topo. e Dougie cumprimentaram os amigos e logo se sentaram no mesmo sofá que e Harry. ficou em pé assistindo o que ocorria na piscina.
- Ai, meu Deus! – se pronunciou, chamando a atenção de todos. – A já começou a se meter na decoração da festa?
- Ela não perderia isso por nada – deu um risinho.
- Amor, deixa a florista fazer o trabalho dela – Tom a puxou pelo quadril fazendo com que ela sentasse no colo dele.
- Mas gente! Vocês não viram como aqueles arranjos estavam? Um horror! – fez uma cara extremamente séria em meio ao riso de todos. – É sério!
- Tá bom, amor, nós acreditamos em você – Tom deu um beijo estalado no rosto da namorada.
- A tá parecendo noiva... Daquelas bem estressadas! – Harry comentou.
- Imagina quando for o casamento de verdade – completou.
- A marcha nupcial tocando... O Thomas esperando com aquela cara de bobo... Todo mundo lá na expectativa... Cadê a ? Subindo o altar? Nããããão, tá arrumando as flores na porta da igreja! – falou, provocando gargalhadas gerais.
- Já tá até vestido pro casamento – Dougie apontou para o vestido branco que a garota usava – Porra, Thomas, sai daqui, dá azar ver a noiva antes do casamento!
- Te fode, Dougie! – sentiu o rosto arder – Ai gente! Essa mulher tá fazendo errado!
- Tom, deixa ela ir na piscina! Tá toda agoniada aí! – pediu.
- Vai amor, vai... – Tom a soltou e logo ficou de frente para ele.
- Tom, o nó da sua gravata tá torto. – A garota se abaixou arrumando rapidamente. – Pronto, tá lindo! – Ela sorriu dando um selinho rápido e descendo as escadas.
- Oun, tá lindo, amor – Dougie se aproximou do amigo, passando a mão pelo seu rosto em quanto se pronunciava com a voz fina.
- Cai fora – Tom não conteve o riso.
- Gente! – falou com urgência. A garota havia parado no meio do caminho que fazia na descida da escada, pois se lembrou do pedido de Danny. Assim que as atenções voltaram-se, ela caminhou até sentar no colo do namorado mais uma vez. Antes disso se certificou que nem nem Olivier estivessem por perto. – Eu quase me esqueço de falar pra vocês... Estão todos aqui, né...? – Ela encarou todos.
- Não, tá faltando o Danny – Harry comentou.
- É exatamente sobre o que eu quero falar. O Danny foi embora...
- Embora? – Dougie pareceu confuso – Por quê? Nós não vamos tocar hoje?
- Não...
- Não brinca! Eu acordei cedo à toa? – reclamou recebendo olhares de todos – O que foi? É sério! Tive que pegar um trem e um táxi!
- E eu gastei dinheiro à toa? A tá me custando muito caro – Dougie coçou a cabeça.
- E eu fiquei horas com a minha mão na água gelada a toa? – Harry reclamou, sendo seguido de .
- E eu fiz chapinha à toa?
- E eu... – Tom ia começar a falar alguma coisa quando recebeu um olhar raivoso de – Eu... Já sabia...
- Gente! É sério! Me escutem! O Danny veio falar comigo ontem... E bem... A e o Dougie não sabem ainda... Mas o Olivier pretende pedir a em casamento... Ele teria feito isso ontem, se não fosse pela .
- COMO É QUE É? CASAMENTO? – gritou.
- ! Fala baixo! – tapou a boca da amiga com uma das mãos. – Deixa a continuar.
- Então... Eu acabei conversando com o Danny ontem, quando ele estava fazendo as malas... E ele foi embora porque ele sofreria muito em assistir isso, sabe? O pedido de casamento... Além do Jones achar que a presença dele aqui poderia influenciar na decisão da ...
- Porra! Mais do que a presença do pai e do Olivier vão influenciar? – Harry deu um tapa na mesa. – Ele tinha que estar aqui!
- Eu também acho! – Dougie concordou.
- Gente! Vamos respeitar – falou, tentando ser compreensiva – A decisão foi dele. Tenho certeza que o Danny não faria nada pra se prejudicar...
- Espero que você esteja certa... Mas a também é foda! Porra! Sabe que não gosta do francês e continua com ele! – começou a reclamar – A ...
- Opa! Ouvi meu nome? – apareceu na varanda com um sorriso de ponta a ponta assustando o grupo.
- A ... – deu um sorriso amarelo. – A tá linda! – Ela gritou apontando para o vestido da amiga. – Linda demais! Não é gente? – Todos responderam um ‘sim’ simultâneo. os encarou um pouco confusa, mas riu em seguida.
- Obrigada. – Ela sorriu, virando-se para piscina – Meu Deus! Aqueles arranjos vão ficar assim?
- Os arranjos! – levantou-se subitamente puxando a amiga pela mão. – Me esqueci completamente! Vem, , vamos resolver isso!

A partir do meio-dia, vários carros chegaram à mansão. Os convidados se acomodavam nas grandes mesas espalhadas pelo jardim e ao redor da piscina enquanto conversavam e se deliciavam da entrada servida.
Uma das mesas estava reservada especialmente para a banda e suas acompanhantes. Ela estava posicionada em um local mais afastado, localizado no jardim. Ninguém reclamou, pois a mesa ficava próxima ao bar e as garotas não tinham que sacrificar o salto andando na terra.
As garotas cumprimentavam a todos. e , por trabalharem na empresa há mais tempo, conheciam a maioria das pessoas que estavam ali. Aproveitando a ocasião, elas apresentavam as amigas, que esboçavam sempre um sorriso no rosto e tinham uma conversa agradável.
- Eu realmente não sei como vocês conseguem ser tão falsas! – reclamou, enquanto elas caminhavam até uma mesa do outro lado da piscina.
- Do que você está falando, ? Eu realmente não... ! Tá vendo esse homem ali na mesa da direita, alto... Meio grisalho... Ele é o responsável pela fotografia da empresa... Olá, Senhor Kearney! – estendeu a mão para um homem que aparentava ter uns quarenta anos. A garota iniciou uma conversa agradável e segundos depois apresentou para o homem – A fez a sessão do McFly...
- Ah, sim! Eu vi essas fotos – O homem sorriu, virando-se para . – Um ótimo trabalho, eu queria discutir sobre a técnica que você...
- Er... Com licença, Rob. – sorriu. – , nós temos que cumprimentar as outras pessoas, por que não deixa a conversando com o Rob?
- Realmente, acho que vou ficar perdida nessa conversa sobre fotografia. – Ela comentou, dando um aceno breve e seguindo com as amigas.
- Como eu ia dizendo... – continuou – Vocês são muito falsas!
- Ai, , aonde você quer chegar com isso? – rolou os olhos, acenando para uma senhora de uma mesa próxima a elas.
- Você não viu aquele velho encarando o seu decote? Ou aquele cara dando em cima de você, sabendo que o Thomas tá aqui? E vocês lá, sorrindo!
- Faz parte do trabalho. A gente teve sorte... – deu um risinho.
- Ai, , você é má! – acompanhou a amiga no riso.
- Ham? – levantou uma das sobrancelhas sem entender nada. – Do que vocês estão falando?
- Você ainda não conheceu o George! – rolou os olhos. – Um velho super seboso!
- Ele não pode ser pior do que aquele do decote! – abriu a boca, horrorizada.
- Acredite... Ele é! – deu tapinhas no ombro da garota.
- Hey garotas! – Dougie apareceu atrás delas assim que terminou a frase. Elas responderam um “Oi, Dougie” em coro e começaram a rir ao perceber o que tinham feito. – Então... Eu vim roubar a minha namorada. – Ele abraçou por trás, logo e soltaram um “Oun” juntas.
- Pode levar, essa menina tá alugando a gente faz tempo – fingiu impaciência, recebendo um tapinha de .

- Me roubar? – se virou para o namorado quando as amigas sumiram entre os convidados.
- Aham, tá a fim de... – Dougie fez várias caretas enquanto olhava para todo o lado. – Dançar?
- Dançar? Nossa, não sabia que você dançava... – parou para ouvir o que tocava. – Isso...
- Vem... – Ele puxou pela mão, levando-a para a pista de dança. Esta ficava sobre a piscina, montada especialmente para a festa. Alguns casais dançavam e logo eles se misturaram com os que estavam lá. - É muito fácil. – O garoto pigarreou passando os braços ao redor da cintura de .
- Você não tem noção do que está fazendo. Estou certa? – perguntou em tom divertido, entrelaçando os braços atrás do pescoço de Dougie.
- Er... Talvez? – O garoto mordeu o lábio inferior. – Tá bom, você me pegou – Dougie bufou –, foi uma desculpa pra eu ficar sozinho com você. Tava com saudades.
- Oun, que lindo! – deu um sorriso bobo aproximando o rosto ao do namorado. – Não precisa inventar uma desculpa da próxima vez... É só me falar. Eu também estava com saudades.
- Sério? – Dougie perguntou animado fazendo rir. Seus corpos estavam mexendo de acordo com a música que era lenta.
- Seríssimo. – A garota aproximou o rosto e logo mordeu o lábio inferior do namorado, provocando-o. Ele não esperou que ela se afastasse, uniu suas bocas rapidamente em um beijo calmo e profundo. fazia carinho na nuca de Dougie. Ela sabia como ele amava aquilo e logo afundou seus dedos nos cabelos dele. Dougie respondia aos toques dela apertando sua cintura e puxando-a mais para si. – Toda essa carência... – quebrou o beijo, falando com a boca ainda próxima a de Dougie. – Tem a ver com o que eu fiz ontem?
- Digamos que... O que você fez ontem me deixou louco, logo... Extremamente carente.
- Louco, é? – deu um risinho convencido, fazendo Dougie rir também. – Então espera a gente chegar em casa, tenho uma surpresinha pra você. – A garota falou cochichando, e logo colando a boca na do namorado novamente. Ele ria entre o beijo e já estava com a cabeça a mil tentando imaginar o que seria a tal surpresa.

- Então, o que você acha de passar no meu departamento no final do expediente? – Rob perguntou dando um gole no champagne.
- Isso parece bom... – concordou com um sorriso.
- Sabe, eu tenho muito material. – O homem comentou animado. – Nós podemos trocar idéias e quem sabe...
- Com licença... – Os dois ouviram uma voz masculina por trás, assim que se virou, se deparou com Harry. O garoto tinha duas taças de champagne na mão. – Mas o senhor pode nos dar licença por alguns minutos? Preciso falar com a minha namorada .– Harry deu um sorriso convencido. Rob deu mais um gole na sua taça e acenou positivamente, se despediu de , e esta, por sua vez, segurou em um dos braços que Harry lhe indicou, saindo dali ao lado dele.
- Eu não acredito que ele tava te enrolando com essa história de te mostrar o trabalho dele – Harry rolou os olhos. – Qual é, ele poderia ter bolado alguma coisa melhor! – Ele comentou, fingindo indignação ao receber um tapinha de .
- Alguém está com ciúmes? – A garota parou de andar encarando-o com ar convencido.
- Ciúmes? – Harry pigarreou. - Daquele cara? Eu nem preciso usar a minha confiança pra saber que sou melhor que ele. – Ele deu um riso. – É só me olhar no espelho.
- Meu Deus! Esse seu espelho te engana tanto assim? – A garota comentou sarcasticamente e começou a rir ao ver a expressão surpresa que Harry tinha feito.
- Ah, é assim? – Harry ainda tinha a boca aberta e fingia estar ofendido. – Beleza! Volta a falar com o seu amigo lindo, maravilhoso e ótimo com cantadas.
Harry virou de costas, mas logo fora puxado por . A garota tinha um sorriso maroto no rosto quando entrelaçou os braços no pescoço do namorado. Os corpos dos dois se aproximaram e Harry a abraçou pela cintura.
- Sabe, eu tenho que admitir que eu sempre tive uma queda por caras com egos afetados facilmente. – Ela comentou sarcasticamente.
- Eu não tenho o ego afetado facilmente! – Harry apressou-se em falar. – Eu confio no meu taco, ok?
- Ah, sério?
- Sério! Eu posso te dar uma cantada agora e você ficar caidinha por mim.
- Ah, claro – fingiu um bocejo. – Vai fundo.
- Então... Er... Você vem sempre aqui? – Harry deu seu melhor sorriso, despertando gargalhadas em . – Ok... Estou sem idéias para cantadas.
- Você me ganharia só com o sorriso – mordeu o lábio inferior. – Chega de cantadas! Eu quero um beijo.
- Nossa, a gente mal se conheceu e já quer um beijo? – Harry perguntou com um risinho. – É... Acho que vou ter que ficar de olho em você, hein?
- Eu vou adorar – sorriu antes de encostar os lábios com os de Harry. O garoto levou uma das mãos, apoiando-a na lateral do rosto dela, aprofundando o beijo à medida que a puxava para si.

estava ao lado de e apenas sorria para as pessoas da mesa onde a amiga conversava animadamente. A garota sentiu sua cintura ser abraçada a puxada para perto do corpo de alguém.
- Oi – Uma voz masculina se pronunciou próxima ao ouvido de . Ela segurou as duas mãos do garoto virando apenas o rosto para ver quem era. Logo ela se deparara com cabelos castanhos e lisos e um sorriso impossível de esquecer. Era James Bourne.
- James! – sorriu de ponta a ponta, virando-se para abraçá-lo de frente. – Meu Deus! O seu cabelo... Tá tão...
- Normal! – Ele completou fazendo-a rir.
- Eu ia falar lindo, mas já que você pensa assim eu posso mudar de idéia.
- Sério? Você gostou? – James perguntou apressado. – Eu sei lá... Tava meio cansado do antigo... Mudar é sempre bom...
- Ficou ótimo! Sério... Você ficou muito bonito – sorriu, dando mais um abraço nele.
- Você também tá... linda! – Ele deu uma das mãos para , fazendo a garota girar a sua frente.
- Obrigada. – Ela sentiu o rosto corar. – Então, chegou agora?
- Foi. Nós acabamos nos atrasando alguns dias para uns shows de última hora, apresentação em programa de TV, essas coisas – James comentou, parecendo entediado.
- Pelo visto a vida de rockstar não está agradando...
- Não! Está sim... É só que... Eu estou meio cansado, sabe? Ainda não parei em casa... Nem revi os amigos... Na verdade você é a primeira que eu estou encontrando hoje. Sinta-se honrada!
- Pode acreditar que eu estou – forçou uma expressão séria rindo com James logo em seguida.
- Eu tava com saudades de conversar com você... – James colocou as duas mãos nos bolsos da calça.
- Eu também... Nós não podemos ficar tanto tempo sem se falar! – concordou. – Essa semana! O que acha da gente ir...
- No restaurante do canal! – Os dois falaram juntos.
- Isso! Ótima idéia! – James parecia animado. – Quero aproveitar e te apresentar uma pessoa.
- Uma pessoa? Quem? – A garota arregalou os olhos, curiosa.
- Bom... Antes de viajar eu conheci essa garota... O nome dela é Gabriela e nós saímos algumas vezes... Ela é demais!
- Mentira! Ai, James, isso é ótimo! Eu mal posso esperar para conhecê-la! – bateu palmas animadas.

- Então... Pode ser na sexta-feira? – James perguntou sorridente.
- Ah clar...
- ! – Tom apareceu atrás da namorada e logo se posicionou ao lado dela com cara de poucos amigos.
- Hey, dude! – James cumprimentou Thomas que sorriu fraco para ele.
- James, sinto muito, mas você pode nos dar licença? – Tom falou. – Vem, amor. – O garoto puxou pela mão em direção à mesa onde eles estavam ocupando, porém antes disso, ela se inclinou beijando o rosto de James e pronunciando um: “Nos falamos mais tarde”.
- Thomas! Para de me puxar! – reclamou, enquanto seguia o namorado, mas mesmo com os pedidos ele continuou a guiá-la pelo jardim, chegando à base da escada que levava para a mansão - O que foi aquilo? Você está ficando completamente louco? – cruzou os braços, ficando de frente para o namorado. – Por que você tratou o James daquela maneira?
- ! Pelo amor de Deus! Ele te come com os olhos! – Tom disse indignado.
- Ele é meu amigo! Quantas vezes eu vou ter que te falar isso?
- Eu também era seu amigo e isso não impediu que nada acontecesse entre nós.
- Claro que nada impediu! Eu não estava namorando! Thomas, o James é meu amigo e ele sabe disso.
- Sabe, realmente ele sabe... “Então... Pode ser na sexta-feira?” – Tom tentou imitar o timbre de voz de James.
- Agora amigos não podem sair? – perguntou, séria. – Não posso sair com o Danny porque ele dá em cima de mim, e nem com a , porque tem perigo dela ter um ataque lésbico? Isso é ridículo, Thomas.
- Você sabe que é diferente! Vocês já ficaram!
- Antes de eu começar a namorar você, sim, nós ficamos, mais de uma vez, e daí? Isso é passado! Nós viramos a página! Eu estou com você e ele está com outra garota.
- Outra garota? Você realmente acredita nessa história? – Tom perguntou, incrédulo. – Pelo amor de Deus, , qualquer idiota saberia que ele está jogando!
- Isso quer dizer que sou pior que qualquer idiota?! - abriu a boca indignada, mexendo as mãos, nervosa. - Olha Tom, eu não vou perder a festa brigando com você por uma coisa inútil. O James é meu amigo e vai continuar sendo, quer você queira ou não.
Tom segurou o braço da namorada assim que ela avançou um degrau, trazendo-a de volta para onde estava.
- Eu sei que no fundo você sente alguma coisa por ele, nem que seja atração.
- É, sinto - usou seu melhor tom irônico. - Eu se fosse você evitava entrar nos banheiros da festa hoje, pode ver algo que não vai te agradar, sabe? - Ela soltou-se com violência do namorado e sumiu entre os convidados que estavam próximos à piscina.

- Então eu contei pra ele, afinal porque ele não vai abrir hoje? – Harry contava uma história hilária da turnê entre os risos de , Dougie e . Tom apareceu ao lado da mesa, puxou uma das cadeiras e sentou-se fazendo um estrondo. – Nossa, quebra a mesa, Thomas.
Tom lançou um olhar furioso para Harry, este fora percebido pelos outros presentes na mesa.
- Ih... Tá bravinho, é? – Harry provocou entre risinhos dos outros.
- Hoje não, Harry – Tom respondeu seco.
- O que aconteceu, dude? – Dougie perguntou, sem levar a sério o que Tom falava.
- Nada. Não aconteceu nada – ele respondeu, dando um gole na bebida que estava sobre a mesa.

terminou de cumprimentar a última mesa que ficava próxima ao bar. Assim que se virou para voltar à mesa onde estava sentada com o grupo de amigos, sentiu uma mão lhe puxar e logo se deparou com . A garota tinha o rosto vermelho e a respiração ofegante, não estava no seu estado normal e nem mesmo seus sorrisos aos convidados escondiam isso, pelo menos não para .
- Preciso de uma aspirina, calmante, qualquer coisa – pediu de imediato. – Você tem aí? Esqueci de trazer.
- Nossa, ... – ia comentar algo sobre o estado da amiga, mas preferiu ignorar, pelo visto ela não estava pronta para falar. – Eu... Vou buscar. Devo ter alguma coisa no quarto.
- Champagne, por favor – Ela pediu ao garçom que lhe entregou uma taça cheia.
- Eu acho melhor você não misturar remédio... – falou em vão, a amiga entornou todo o conteúdo da taça – com bebida...
- Eu só estou um pouco estressada... Daqui a pouco passa – falou rapidamente e lançou seu melhor sorriso.
- Por que você não fica sentadinha aqui enquanto eu busco um remédio? Olha a e a vindo ali! – fez sinal para as amigas. – Meninas, fiquem aqui com a , ela não tá se sentindo muito bem... Daqui a pouco eu volto com o remédio, ok?
- O que aconteceu, ? – perguntou preocupada.
- Nada – respondeu, seca. – Só uma dor de cabeça.
deu um longo suspiro e por sorte não viu os olhares desconfiados que e lançaram uma para a outra nesse meio tempo.

caminhou lentamente sem prestar muita atenção ao que acontecia a sua volta. Porém, ao chegar à borda da piscina, algo chamou sua atenção. A mesa reservada para ela e seus amigos. Nela, Harry e Dougie conversavam animadamente e Tom apenas os ouvia, com um pequeno sorrisinho no rosto. Ela contou três vezes. Danny... Ele não estava ali e naquele momento, percebeu que ainda não havia falado com ele.
A garota passou o olhar por todo o jardim à procura dele, porém sem sucesso. Decidiu que faria isso depois, talvez ele estivesse dentro da mansão. Ela atravessou a sala, subindo todos os andares até o seu quarto, assim que pegou o remédio desceu até o segundo andar e caminhou lentamente até o quarto de Danny. Talvez ele estivesse lá... Talvez não estivesse passando bem e decidira deitar um pouco. Várias opções pareceram plausíveis para ela. A garota estendeu a mão e deu uma leve batida na porta. Nada pudera ser ouvido. Mais uma vez ela bateu. Mais uma vez, nenhuma resposta. Ela decidiu abrir a porta da mesma maneira. Para sua surpresa o quarto estava vazio, completamente limpo e sem nenhum vestígio. Quem olhasse naquele momento, provavelmente nem desconfiaria que até o dia anterior, um garoto dormira ali. entrou no quarto, não acreditando no que via. Ele tinha ido embora, mas por quê? sentou-se na cama e sentiu uma tristeza se apoderar de seu corpo. Ela deitou-se e aproximou o travesseiro de seu rosto, sentindo o cheiro de Danny. Algumas lágrimas caíram pelo seu rosto, escorrendo pelas suas bochechas e molhando o travesseiro. Ele tinha descoberto. Isso se tornou mais claro na cabeça da garota à medida que o tempo passava. Danny sabia sobre o pedido de casamento. Ele sabia e fora embora? Essa era a única parte que a garota não conseguia entender. Danny deveria ter ficado, mostrado presença, aquilo seria uma mensagem dizendo que não a queria mais? O que significava? Várias idéias passavam por sua cabeça. Naquele momento, ela se lembrara de , que devia estar à espera do remédio. Talvez fosse melhor sair dali, antes que sentissem sua falta. seguiu para o banheiro, achou melhor lavar o rosto e tirar qualquer vestígio de que estivera chorando. Assim que fechou a porta encarou a sua imagem no espelho, além do choro havia muito mais exposto em seu rosto, a confusão, esta presente em massa na sua cabeça no momento.
- , o que você tá fazendo? – perguntou impaciente.
- Procurando a respondeu simplesmente, sentando-se na cama que há pouco fora ocupada pela amiga.
- No quarto do Danny? – cruzou os braços.
- Bom... Era onde ela supostamente deveria estar não? – respondeu divertida enquanto tirava as sandálias – Nossa, meus pés estão me matando!
- Você sabe muito bem que isso não é possível... Já que o Danny foi embora – lembrou à amiga.
- Você poderia ter inventado uma desculpa melhor pra tirar as sandálias, . – A outra comentou rindo.
- Só preciso de alguns minutinhos.
- Tá bom, enquanto você fica aqui, nós vamos procurar a disse, dirigindo-se até a porta do quarto.
já tinha a mão na maçaneta da porta, porém parou esperando que as garotas saíssem do quarto. Aquela seria uma ótima oportunidade de assustar .
- Não! Não me deixem sozinha! – pediu, fazendo biquinho. – Tenho medo.
- Ai, meu Deus – deu um risinho, rolando os olhos. – Nossa... Não acredito que o Danny foi mesmo embora.
- É... Ele nem precisava – completou.
Assim que ouviu o comentário de , ficou atenta a tudo o que viria a seguir. Pelo visto elas sabiam de tudo, e não haviam comentado nada.
- Claro né, ? Você queria o quê? – perguntou sarcasticamente. - Que ele ficasse aqui e... – A garota parou de falar quando a porta do quarto fora aberta. Entraram no aposento Dougie, seguido de Harry de Tom. Ao ver o namorado, virou o rosto, sentando-se na cama, ao lado de .
- Estamos interrompendo alguma coisa? – Dougie perguntou desconfiado.
- Não, imagina. Nada que vocês não estejam a par – comentou.
- Tô curioso – Harry deu um risinho.
- Daniel Jones – comentou pensativa.
- Onde será que ele se meteu? – Tom perguntou, pronunciando-se pela primeira vez.
- Em um lugar bem longe, provavelmente. Esse final de semana deve ter mexido com ele – Harry comentou, com pesar na voz. – Mas ele vai ficar bem.
- Mas sim... – se aproximou do namorado, que passou o braço pela sua cintura. – O que vocês estão fazendo aqui?
- Procurando por vocês – Harry respondeu. - E aí, acharam a ?
- Não, mas vamos continuar procurando, pequeno - segurou a mão do namorado, ameaçando sair do quarto.
- Espera! - levantou as mãos - Não me deixem sozinha, gente... É sério, eu tenho muito medo!
- Calma, porquinha, eu fico aqui com você - Dougie sentou-se ao lado da garota, que o retribuiu com um selinho. e Tom se entreolharam e ela logo virou a cara.
- Bom, eu vou atrás da , antes que ela suma de vez - saiu do quarto, logo seguida de Harry e . Tom suspirou fraco e encarou o casal a sua frente.
- O que foi, dude? - Dougie perguntou.
- Nada, tô preocupado com o Danny – Ele respondeu rapidamente ao perceber as expressões pouco convencida dos amigos. – É sério.
Dougie e deram de ombros, a segunda encarando Tom com expressão de pena. O garoto loiro deu as costas e saiu do quarto a passos lentos.
- Dougie, espera! - segurou o braço do garoto rapidamente, apontando para a janela - Eu vi um vulto!
- Ah, não - Ele riu ao girar os olhos, levantando-se e puxando a garota pela mão. - Anda, porquinha, esse sumiço da tá te dando alucinações.
Ela resmungou alguma coisa, mas logo o acompanhou pelo corredor, deixando o quarto vazio.
Assim que ouviu o barulho da porta sendo fechada, sentia o seu coração apertado e mais uma vez as lágrimas desceram pelo seu rosto. Agora ela sabia e tinha chegado a sua conclusão final. Danny definitivamente tivera conhecimento do pedido de casamento. Ele havia partido não porque não a amasse, e sim porque não queria pressioná-la. Queria que ela decidisse sozinha.

O grupo se dirigiu para o lado de fora da mansão. Após terem procurado no cômodo do terceiro andar, que dividia com Olivier, e não a terem encontrado, todos concordaram que seria melhor esperar no jardim, até que ela aparecesse. O Busted já tinha começado a tocar no palco que ficava em uma das pontas da piscina. Algumas pessoas cantavam junto, já que alguns singles dos garotos tinham saído meses atrás. e Harry ficaram em pé. Ele abraçou a namorada por trás, enquanto assistiam ao show. e Dougie resolveram ficar na mesa, já que a garota ainda reclamava da dor nos pés. estava em pé ao lado do casal. Assim que a música foi finalizada todos aplaudiram e gritaram.
- Não vai lá prestigiar a banda do seu “amigo”? – Tom perguntou próximo ao ouvido de sarcasticamente.
- Claro... Se me deixarem prestar atenção – respondeu seca, saindo de perto de Tom. A garota caminhou até a borda da piscina, não tinha ninguém a sua frente, apenas o palco e uma visão privilegiada de James.
- Essa música eu fiz pra uma pessoa muito especial – James encarou com um sorriso e continuou falando, sem tirar os olhos dela: – A qual me ensinou que uma história de amor pode se tornar em uma grande amizade, this is called “All The Way”. Algumas notas começaram a ser tocadas no violão e a voz de Charlie deu início à música. ouvia com atenção e percebeu que ,realmente, a música retratava a relação que ela tivera com James perfeitamente.

Após alguns minutos, mais uma vez, tentando dar fim aquela cara de choro. saiu do banheiro. A garota saiu do quarto, olhando para todos os lados para ter certeza de que não havia ninguém ali. Agora quem precisava de um descanso para a cabeça era ela. subiu até seu quarto. Assim que entrou no cômodo, encarou a cômoda, onde havia deixado seu celular. Na tela, havia um aviso de mensagem de voz. Ela se aproximou e logo pegou o aparelho. Parou ainda em pé, de costas para a porta. Assim que abriu a mensagem, uma voz familiar soou no quarto, o celular ainda estava na viva-voz. Ela não se preocupou em mudar, apenas queria ouvir o que a mensagem dizia.

Oi, é o Danny... - Ele começou nervoso. - Você já deve ter percebido isso, não é? Bom... Eu fiquei sabendo do pedido de casamento. Você provavelmente aceitou... Eu espero que você seja muito feliz na Cidade Luz com o Olivier e seus filhos de dupla cidadania. Bom, era só... Então... Tchau.

“End of message”, uma voz falou. sentiu um aperto no coração e as lágrimas insistiram em aparecer novamente em seus olhos. A garota se surpreendeu ao ver que havia uma outra mensagem de voz.

Oi! Sou eu, Danny, de novo! – A voz do garoto parecia apressada e decidida. – Olha, , não é verdade! O que eu disse na mensagem anterior, bobagem! Aquilo é... , eu não quero que você vá. Ou melhor, você não pode ir e muito menos se casar com ele! Dane-se tudo o que ele pode dar e os filhos com dupla cidadania! Nós somos ingleses, pelo amor de Deus, quem precisa de dupla cidadania na Europa? Eu... – Danny fez uma pausa. - Com quem eu iria passear no parque? Quem iria rir das minhas piadas sem graça? Só por você eu tomaria sorvete de menta novamente... Eu disse pros caras que eu não ia te pedir nada, nem tentar te persuadir, mas... Não fazer nada e colocar tudo o que eu tenho a perder. E... Eu não quero e eu não posso ficar sem você... Eu te... “End of message”

ficou estática com o celular na mão. Agora as lágrimas já escorriam pelo seu rosto e ela soluçava, não conseguia mais segurar. Ela limpou o rosto com uma das mãos, mas isso não parecia adiantar. Naquele momento, ela tinha ouvido tudo o que precisava. As palavras de força, confiança e acima de tudo, amor. A garota sem pensar duas vezes apertou na mensagem e esta soou pelo quarto mais uma vez.

...Não fazer nada é colocar tudo o que eu tenho a perder. E... Eu não quero e eu não posso ficar sem você... Eu te... “End of message”

- O que você ainda está fazendo aqui? – Uma voz soou atrás de . A garota se virou assustada e se deparou com um homem alto e de cabelos claros, parado à porta do quarto. Era Olivier.
- Do que você...? – tentava limpar as lágrimas rapidamente.
- O Danny... Ele te ama – Olivier disse simplesmente.
- Ah, você ouviu... É... Ele ama – A garota concordou esboçando um sorriso bobo.
- E pelo visto você também...
- Eu queria te contar... Mas sempre acontecia alguma coisa que me impedia – mordeu o lábio inferior. – As expectativas do meu pai, a minha fragilidade, o seu jeito de me tratar...
- Eu acho que entendo... Mas você não é a única culpada – Olivier deu um riso. – Eu acho que sempre soube que você não era minha. Parecia estar em outro lugar... Com outra pessoa... Eu quis ignorar tudo isso.
- Eu não deveria ter dado esperanças... Eu gosto de você, eu realmente gosto. Se eu não fosse... Se eu não amasse o Danny... Nós...
- Não precisa falar – Olivier sorriu. – Mas você o ama... Sorte a dele. Você é incrível, , e merece ser feliz... Assim como eu.
- Eu espero que nós sejamos felizes.
- Seu carro está estacionado na frente do chafariz, pedi pra um motorista trazer. Você teve um compromisso de última hora e teve que voltar pra Londres – Olivier piscou para a garota.
- Olivier, eu... – falou. – Obrigada. – Ela se aproximou de Olivier, que tinha suas chaves na mão, ele as entregou. beijou o rosto do homem e logo saiu correndo escada abaixo em direção ao jardim. Precisava voltar pra Londres o mais rápido possível.
Assim que saiu na grande varanda da mansão a garota ouviu a música alta que tocava. Busted ainda se encontrava no palco para o seu alívio, assim não teria que dar explicações aos seus amigos - naquele momento, era a última coisa que ela queria fazer. A garota pisou no jardim e sentiu o salto prender na terra fofa. À medida que andava a cena voltava a acontecer e aquilo já a estava irritando. Ela deu um longo suspiro e logo tirou as sandálias do pé, segurando-as com uma das mãos. Agora nada a impedia e ela correu livremente até o seu carro. Com certa pressa, o automóvel fora ligado e logo ela vira, no retrovisor, a mansão diminuir até sumir de seu alcance visual. Estava a caminho de Londres, e em menos de uma hora estaria com Danny.

entrou no condomínio onde a casa de Danny estava localizada. Todas tinham o mesmo modelo, variando na cor e nos jardins. Porém a garota sabia muito bem o caminho, já tinha perdido as contas das vezes em que fora ali. Sorriu ao lembrar dos momentos que os dois passaram juntos. Da primeira vez que se beijaram no corredor da casa de Danny e até das brigas que aconteceram ali. Ela sacudiu a cabeça, tentando manter-se focada no que aconteceria e no que falaria quando passasse por aquela porta. O carro parou em frente à casa vermelha. percebeu que o carro dele não estava na garagem, sentiu o coração apertar. Tentou pensar positivamente, ele poderia ter emprestado o carro a algum amigo, sem problemas, ela só tinha que tocar a campainha e esperar. A porta fora aberta após o segundo toque, minutos depois do primeiro. Uma mulher que aparentava ser um pouco mais velha que , a abriu. Ela tinha os cabelos cacheados e pelo seu tom de pele e feições parecia ser latina. A mulher tirou um dos fones que usava no ouvido e desligou o seu iPod, que estava dentro de sua calça justa.
- Olá. – Ela sorriu. – Em que posso ajudar?
- Oi... Meu nome é – a garota começou a falar. – Eu estou procurando pelo Danny... Sabe... Branco... Sardas... Cabelos castanhos...
- Ah claro! Sabe, eu nunca lembro o nome dos meus clientes. – A mulher começou a falar e percebeu o seu sotaque forte e uma certa dificuldade para falar inglês. – É difícil! São tantos!
- Sei... – sentiu a garganta apertar. – E ele... Ele está?
- Olha, acho ele está dormindo... – Ela falou, cochichando. – Sabe como é... A noite foi bem agitada!
arregalou os olhos. Ela definitivamente não acreditava no que tinha acabado de ouvir. A garota não disse nada, apenas tentava processar tudo o que se passava em sua cabeça.
- A propósito, meu nome é Inés.
- Você... Passou a noite aqui? – perguntou, incrédula.
- Ham? – Inés levou as mãos à cintura com uma expressão confusa. – Não, bobinha! Eu cheguei aqui pela manhã! Mas já terminei meu serviço, vou embora daqui a pouco.
- O que você é, afinal? – perguntou, exaltada.
- Eu sou diarista aqui – Inés respondeu, como se fosse óbvio. – O que você achou que eu fosse?
- Eu... Eu realmente não sei... – sentiu um sorriso despontar de seu rosto. – Mas eu fico muito feliz por saber que você é uma diarista... Você não imagina o quanto! Inés, eu preciso falar com o Danny... Você tem certeza que ele está aqui? Porque o carro dele não está na garagem.
- Ah, não? É porque eu escuto música enquanto trabalho pra melhorar o meu inglês sabe? Tenho que admitir que eu fico um pouco avoada. Ele deve ter saído... Nossa você precisava ver! Aquele menino tava uma pilha de nervos!
- Eu preciso encontrá-lo... Você tem alguma ideia de onde ele possa ter ido?
- Olha... Quando eu cheguei aqui pela manhã ele estava tirando tudo do lugar e colocando em sacolas. Eu fiz milagre!
- Certo... Bom, acho que vou ter que procurá-lo... Muito obrigada – sorriu e correu até o carro. A garota o ligou, e logo se viu saindo do condomínio.

Os amigos estavam reunidos na mesa, aproveitando sem muita vontade o final da festa, quando se aproximou, parando ao lado de e jogando uma chave no colo da garota.
- , você pode ir no meu carro.
- Você já vai? - segurou a chave, franzindo a testa, encarando com um sorriso divertido. - Tá bom, eu vou dirigir seu carro? Qual é a piada?
- Não, não tem piada, leva os meninos pra casa, eu vou com o James. - Ela respondeu com um sorriso fraco no rosto.
e se entreolharam, enquanto Dougie e Harry fizeram o mesmo, logo todos encararam Tom, que a olhava com irritação.
- Ah...tá... - não sabia exatamente o que falar, apenas segurou a chave e sorriu forçadamente. - Mas depois não reclama se seu carro aparecer amassado, hein.
riu mais que o necessário da piada da amiga, que a lançou um olhar interrogativo escondido por uma risada baixa.
- Bom, nos vemos em Londres - sorriu, acenando para todos e virando de costas, mas parou ao ouvir a voz de Tom.
- Se é que você vai direto pra lá - ele resmungou.
arregalou os olhos, apertando a mão de Harry por baixo da mesa, que também olhava o casal assustado. mordeu o lábio inferior ao virar o rosto para Dougie, ambos surpresos.
- Desculpa?! - encarou Tom, confusa - É... Talvez eu não vá. Acho melhor você não imaginar o motivo da demora. - Ela desfez o sorriso em uma expressão esnobe. – Não precisa nem me esperar.
- Acredite, eu não estarei esperando – Tom falou com raiva na voz. lançou um olhar rápido para ele e saiu andando a passos firmes. Ao chegar no carro de James, ele abriu a porta com um sorriso e foi retribuído. Alguns minutos depois o carro se afastava da mansão, sumindo de vista. Os amigos ali na mesa hesitaram por um tempo. Um tempo curto, era pedir demais para ficar calada.
- Tom, vocês brigaram? - Ela perguntou com incerteza.
- O que você acha? - Ele respondeu com sarcasmo e logo saiu da mesa, caminhando desanimado em direção a casa.

já dirigia sem rumo por mais de dez minutos. Ela tentava imaginar onde Danny poderia estar, mas naquele momento nada vinha em sua mente. Pensou em ligar para as meninas, talvez elas lhe dessem alguma idéia, porém não queria que elas se envolvessem na história. Aquilo deveria ser resolvido entre Danny e ela. Cansada de dirigir, ela parou em um acostamento. O carro fora desligado e apenas o rádio ficara ligado, tocando uma música que não conseguia distinguir por estar baixa demais.
- Ok... Onde você está, Danny Jones? – perguntou em voz alta, enquanto encarava o celular que tinha em mãos. Ela abriu na pasta de fotos e logo foi passando uma por uma – O parque na frente da minha casa? – falou assim que viu uma foto dela na sala de sua casa com a paisagem da varanda de fundo – Não... Ele não ficaria lá... E eu já passei pela frente e não o vi... Er... A empresa? – Uma foto dela com as meninas no escritório de a lembrou – Não... Hoje é domingo e a MPM está fechada... A... – parou de falar quando uma foto a chamou atenção. Ela havia passado, mas logo voltou. Nela, e Danny estavam sentados juntos. Ela entre as pernas do rapaz e ele a abraçava pela cintura. Esse dia... – O chalé! – lembrou-se. Aquele definitivamente seria o único lugar em que Danny poderia estar. Afinal, fora nele onde os dois passaram os dias mais felizes e românticos juntos. A garota ligou o carro e rapidamente entrou na pista. Já sabia aonde tinha que ir, agora com mais certeza que nunca.

entrou na reserva aonde se localizava o chalé. O carro continuou por um bom tempo até que ela visse o grande lago a sua frente e a casa. O céu tinha uma coloração rosada já que o pôr-do-sol havia se iniciado. Ela logo avistou o carro de Danny, parado em frente à pequena escada que levava a entrada do chalé. Uma fumaça fraca saía pela chaminé e soltava um odor, este, se misturava com o das folhas do bosque. A garota desligou o carro e logo desceu. Subiu as escadas com passos lentos e encarou a porta por alguns segundos. Seu coração parecia querer sair pela boca, várias coisas passavam por sua cabeça e todas as falas que tinha ensaiado no carro pareciam ter escapado de sua mente e se embaralhado. Após um longo suspiro ela encostou a mão na porta, que para a sua surpresa estava aberta.


Capítulo 40


A porta soltou um pequeno rangido, que assustou . A garota entrou na casa e logo a fechou atrás de si. Seu coração acelerou com o que viu a seguir: Danny debruçado sobre o parapeito da varanda, encarando o pôr-do-sol. O garoto parecia não ter percebido a presença dela, pois não virara para olhá-la. deu passos lentos e à medida que se aproximava dele, analisava tudo à sua volta. A lareira estava acesa. A porta do quarto de casal estava aberta e dentro dele a cama estava arrumada, com várias velas espalhadas. No canto do cômodo, duas malas estavam empilhadas, uma era de Danny e a outra era dela. olhou para a esquerda e viu que havia comida pronta na cozinha. A "mesa de jantar" fora improvisada sobre um colchão colocado em frente à lareira. Já estava posta sobre ela havia um castiçal e um buquê de flores. A garota sentiu os olhos marejados. Assim que chegou a porta de vidro que levava a varanda parou encarando o corpo do garoto. Um sorriso despontou de seus lábios.
- A porta estava aberta... – Ela falou simplesmente se martirizando segundos depois pela besteira pronunciada. Danny com um sobressalto se virou para ela. O garoto pareceu surpreso e assim como ela também parecia não saber o que dizer – Eu... Ouvi a sua mensagem de voz.
- Releva a primeira, eu tava meio nervoso sabe? – Danny coçou a cabeça um pouco desconfortável em tocar no assunto.
- Eu cheguei à conclusão de que eu definitivamente não quero ter filhos com dupla cidadania – deu um risinho fraco.
- Isso quer dizer que... – O garoto tentava juntar as peças, mas logo começou a falar:
- Eu passei o caminho todo treinando e pensando nos argumentos e nas palavras perfeitas para esse momento – A garota mordeu o lábio inferior tentando esconder o sorriso que demonstrava o seu nervosismo – Olhando a minha imagem no retrovisor é muito mais fácil do que tendo que te encarar... E agora eu esqueci tudo... Eu provavelmente só vou falar besteira e não vou conseguir dizer nada com nada...
- Você pode tentar... – Danny a encorajou com um sorriso.
- Faz muito tempo... – começou após um longo suspiro – Acho que desde que nós éramos adolescentes... Que você é o cara da minha vida. Eu só nunca quis aceitar isso porque você era o meu melhor amigo... Mas depois do nosso primeiro beijo no parque em frente a minha casa – A garota sorriu ao lembrar – Danny, e-eu... Foi naquele momento que finalmente consegui perceber que eu não quero te perder, vários problemas nos afastaram e nossa, como eu fui idiota de ceder a todos eles e ficar longe de você e...
fora impedida de falar quando sentiu os lábios de Danny colado aos seus. O garoto havia andado rapidamente até ela. Com as duas mãos, Danny segurou cada canto do rosto de , pressionando-o contra o seu. Ela correspondeu imediatamente, seus braços abraçaram-no pela cintura, deixando seus corpos unidos. sentiu Danny aprofundar o beijo, porém afastou o rosto lentamente olhando-o. Danny a encarou confuso.
- Eu só... – o encarou – Preciso dizer que... Eu te amo.
Danny deu um sorriso enorme que iluminou até o rosto de , e ela correspondeu da mesma forma. Sem esperar que ela dissesse mais nada, ele a segurou pela cintura, puxando-a para si. A garota levou uma das mãos ao pescoço dele, levantou o rosto buscando pelo seu olhar aproximando-o mais do de Danny. Ele por sua vez, inclinou o rosto para baixo, falando um "Vem aqui" antes de tocar sua boca na de , abriu-a devagar, passando sua língua com calma enquanto acariciava suas costas com os dedos. Ela bagunçava os cabelos da nuca de Danny e sorriu entre o beijo, quando sentiu eles se arrepiarem, suas mãos desceram chegando até a gola da camiseta pólo azul clara. deu alguns passos para trás, puxando-o para dentro do chalé. Os dois caminharam lentamente sem desgrudarem as bocas. Danny fechou a porta atrás de si. A garota tirou as mãos da camiseta, arranhando lentamente o peito e abdome de Danny. Ele deu um pequeno gemido e sentiu as mãos de sobre a barra da camiseta. Seus braços foram estendidos e logo ela se livrara da peça de roupa. Danny se afastou dela e em poucos segundos sentiu o corpo ser levantado e ela ser pega pelos braços de Danny. O garoto voltou a beijá-la caminhando a passos lentos até o quarto do chalé, assim que entrou ele empurrou a porta fechando-a com o pé. Naquele momento eles estavam em paz e nada podia atrapalhar.

- Cadê a hein? – Dougie perguntou pela terceira vez enquanto encarava o relógio no pulso.
Dougie e seus amigos, Harry e Tom, esperavam na sala há mais de uma hora e nem sinal de e . As duas haviam subido para arrumarem suas malas já que alegaram que não tiveram tempo de fazer isso no dia anterior.
- E a também... – Harry deu um longo suspiro esparramando-se ainda mais no sofá.
O silêncio se instalara novamente. Isso era raro de acontecer, porém o terceiro, Tom, não parecia a fim de se manifestar, na verdade, já estava sem dizer nada além de palavras monossilábicas há horas. Os amigos tentaram respeitar, também não puxavam assunto com ele, principalmente qualquer um que lembrasse . Para o alívio de Harry e Dougie. apareceu na sala arrastando a mala pela escada.
- Eu me impressiono com o cavalheirismo de vocês! – Ela reclamou – Três homens nessa casa e ninguém pra carregar minha mala!
- Ah claro, a sua pequena mala – Dougie rolou os olhos. Logo ele caminhou até a namorada pegando o objeto de suas mãos. Harry imitou o amigo quando viu parada no topo da escada, subindo até ela para descer a sua mala, bem menor que a de .
- Então estão todos prontos? – perguntou animada.
- Nossa amiga, tá toda animada... – comentou.
- Claro! É um milagre a ... – A garota parou no meio da frase – Me deixarem pegar o carro! – Ela riu – Então, vamos logo, não quero sair depois que escurecer.
- Olha quem fala, demorou mais de uma hora só pra arrumar uma mala – Dougie disse recebendo um tapinha da namorada em seguida.
- Tenho certeza que ela só jogou as roupas na mala hein – Harry brincou.
- E foi mesmo tá? Mas é difícil! A teve que sentar em cima pra fechar! – respondeu – E não vem rir não dona ! Porque a senhora fez a mesma coisa!
O grupo não precisou se despedir de mais ninguém, já que, antes de subirem para arrumarem suas malas, se despediram dos convidados além de cumprimentarem Olivier agradecendo pelo final de semana. e ainda perguntaram por . O francês, sorridente, lhes respondeu que a garota tivera que voltar para Londres mais cedo a trabalho. Apesar de achar estranho, elas não questionaram. Passaram despercebidos pelo jardim já que não usaram a entrada principal e logo chegaram ao carro.
- Então vamos pensar... – falou alto agora eles já estavam na estrada há alguns minutos – Er... Tom! – Ela o chamou acordando o garoto do transe ao encarar a paisagem que passava rapidamente na janela. – Você... Vai lá pra casa?
- Não – Ele respondeu simplesmente voltando a encarar a paisagem.
- Hum... Quem eu vou deixar primeiro? – Ela pensou alto.
- Eu acho que tem que ser... – Dougie começou a falar, mas foi interrompido por .
- Já sei! – Ela começou – Nós deixamos primeiro o Tom e depois você pode nos deixar na faculdade.
- Pequena, é mais fácil deixarem a gente primeiro e... – Harry começou a falar.
- Não é não Harry! – lançou um olhar suplicante pra o garoto apertando seu braço de leve – O Tom fica primeiro...
- Eu concordo com o Harry – Dougie começou, mas logo fora interrompido pela namorada.
- Não, a gente deixa primeiro o Tom – pensativa tentando imaginar o motivo pelo qual queria aquilo.

- Você não precisava andar tudo isso! – comentou ainda rindo da última piada que James havia lhe contado.
- Ah qual é, fazia tempo que a gente não conversava – James comentou provando o sorvete em seu cone.
- Realmente, parar o carro do outro lado do parque... Atravessar ele todo com roupas de gala e ainda andar uma quadra até chegar ao meu apartamento – A garota enumerou nos dedos – Nós vamos ter muito que conversar.
- Para de reclamar – Ele deu um risinho – Olha aí já chegamos na rua.
concordou com a cabeça e sorriu. Os dois continuaram calados até chegarem ao outro lado da rua. Nesse meio tempo ela não conseguiu deixar de pensar no que Tom estaria fazendo naquele momento. Ela não era de guardar mágoa, principalmente dele. Os acontecimentos da festa passaram rapidamente em sua cabeça e se perguntava se não teria agido errado em algum momento. Várias contradições se formavam. Não havia porque Tom ter ciúmes de James. Eles eram amigos e nada mais do que isso.
- ? – James passou as mãos na frente do rosto da garota chamando sua atenção.
- Desculpa! – Ela falou rapidamente voltando sua atenção para o garoto.
- Você realmente fica mal quando briga com o Tom – O garoto comentou dando um sorriso com o canto da boca.
- Não, não é isso – apressou-se em falar – Tava pensando em outra coisa.
- Sei...
- Então! Aquela música que você fez... James ela é linda! – falou sem pensar e segundos depois quis se matar por ter tocado no assunto.
- Sério que você gostou?
- Adorei – A garota colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha sentindo certo desconforto – É linda... Sabe... Eu não tinha noção que você se sentia daquele jeito...
- Ah tudo bem, faz parte – James comentou bem humorado – Pelo menos eu fiz uma boa música.
- Verdade. Eu sinto muito mesmo por ter feito você...
- , tudo bem – James parou encarando-a – Sério, agora já passou, você tem o Tom e eu... Bem... Eu tenho a Gabriela...
- Ai meu Deus! Você tá apaixonado! – gargalhou ao ver as bochechas do garoto corar.
- Apaixonado? Não... Isso é um termo muito forte... – James falava se atrapalhando com as palavras.
- Eu preciso conhecer essa garota! Sério! – disse em tom divertido enquanto eles continuavam a caminhar até seu prédio.

Os lábios do garoto ainda pareciam urgentes em procurar pelos dela. afundou uma das mãos no cabelo de Danny sentindo seus fios vazarem entre seus dedos. Ele por sua vez tinha o corpo suado caído sobre o dela enquanto um de seus cotovelos o apoiava na cama e sua outra mão pousava sobre a cintura de , apertando-a de leve.
- Me deixa... – falou ofegante afastando sua boca da de Danny. Logo, encostou sua testa na dele – Respirar...
Danny deu um risinho fraco, fechando os olhos ao sentir as respirações quentes dos dois colidirem. forçou o corpo para frente, Danny rolou para o lado e logo ela estava deitada sobre ele. Segundos depois ele se pronunciou:
- Não, já esperei tempo demais, deixa pra respirar mais tarde – O garoto falou rapidamente colando seus lábios novamente.
- Você não se cansa não? – afastou o rosto segurando Danny pela nuca. A garota não pode deixar de rir.
- Não, vai precisar mais do que isso pra me fazer cansar – Ele aproximou o rosto ao pescoço de mordendo-o de leve – Eu venho esperando esse dia já faz três meses.
- Depois do dia da lavanderia deu uma aliviada – Ela mordeu o lábio inferior sentindo Danny chupar seu pescoço – Agora me solta um pouquinho.
- Você não quer que eu faça isso – Danny falou com a voz falha enquanto continuava a se concentrar no pescoço da garota.
- E-eu... – sentiu o lábio doer pela mordida e arrastou as palavras – Eu quero...
Danny não esperou que respondesse. Ele forçou o corpo dela, sem dificuldade nenhuma para o lado, ficando sobre ela. A garota sentiu os braços serem presos sobre a sua cabeça pelas mãos de Danny que a apertavam com delicadeza.
- E se eu não soltar? – Danny lançou-lhe um sorriso maroto – Você vai gritar? Vai chamar o seu pai pra ele te salvar no helicóptero? Grita então!
- Sai Danny! – gargalhou – Sai!
Danny encarou a garota por alguns segundos, não esperou muito para colar novamente seus lábios. Ele passou a língua pela sua boca pedindo passagem. Ela não negou, sentiu o corpo todo se contrair ao sentir Danny perto de si. Seus braços foram soltos e logo ela puxava-o pela nuca para si. As mãos de Danny percorreram a pele de por baixo do lençol, acariciando sua coxa levantando-a, assim encaixando seu corpo ao dela. Eles não queriam parar, muito pelo contrário, se dependesse deles, repetiriam por muito mais vezes.

parou o carro na frente da casa de Tom. O garoto deu um “Tchau” desanimado e extremamente mal humorado, pegando sua mala na parte de trás. Enquanto fazia o retorno na rua sem saída da casa do amigo. lançou um olhar rápido para a entrada e logo percebeu que ele não estava mais ali.
- Ótimo! Agora... Nós precisamos de um plano! – A garota gritou enquanto acelerava o carro.
- Ham?! – Dougie e Harry falaram juntos.
- Um plano! O Tom e a não podem ficar assim!
- É verdade, dá pra ver como eles estão mal! – completou.
- A ? Mal? Ela só faltou sair de mãos dadas com o James! – Harry comentou recebendo um olhar fulminante de .
- Pra sua informação Harry Judd, a deve estar jogada no sofá, vendo “Orgulho e Preconceito” enquanto chora com a música de abertura.
Assim que terminou de se pronunciar cruzou os braços emburrada e Harry se escorou na janela, dando de ombros. O barulho do celular de tocou no carro, quebrando o silêncio que havia se instalado.
- Oi ! – falou carinhosa – ? O que aconteceu? – A garota lançou um olhar rápido para os outros voltando a prestar atenção no trânsito – Não venha me dizer que não foi nada! Eu te conheço! Mas... Tá... Eu compro... Já to chegando em casa. Beijo amiga – desligou o celular jogando-o no colo de Dougie – Gente, a tá um caco!
- Plano! – estalou os dedos tentando pensar.

Danny sentiu o corpo pesar sobre o colchão macio. Os lençóis se estendiam até sua cintura, deixando suas costas a mostra. Ele sentiu um breve arrepio com um vento gelado da noite que bateu na janela do aposento. Seus olhos se abriram e se depararam com o quarto do chalé. Rapidamente suas mãos procuraram pela cama o corpo de , mas para sua surpresa, não as encontraram lá. O garoto passou as mãos pelo rosto tentando despertar e logo se viu levantando da cama.
Encontrou sua boxer jogada no chão e a vestiu decidido a encontrar . Assim que fechou a porta atrás de si, ele pôde ver a garota de costas encarando algo pela janela da cozinha. Ela vestia apenas a camiseta pólo que a tarde ele usara.
- So pinch me I must be dreaming, my life has lost all its meaning, but I like the way I'm feeling now - Ele cantarolou no ouvido da garota quando a abraçou por trás.
deu um sorriso de ponta a ponta. Ela apertou os braços de Danny contra o seu corpo e virou seu rosto para encará-lo.
- Kissing your lips at midnight – Danny cantou encostando suas bocas por alguns segundos – Under the stars and moonlight…
A garota com uma das mãos deu um beliscão no braço de Danny que gargalhou.
- Você não está sonhando – se soltou dos braços do garoto virando-se de frente para ele – Isso é real e nada vai impedir que acabe.
Danny concordou com a cabeça abraçando mais apertado. Ele apoiou seu queixo exalando o perfume dela.
- Essa música... É nova?
- O Tom fez com o James na turnê – Danny deu de ombros.
- Canta pra mim? – pediu.
- Nothing goes to plan, it's all the game of chance they saying wonderland, there's magic in the air, a tragic love affair that I don't understand… - Ele começou a cantar em um tom baixo próximo ao ouvido de enquanto permaneciam abraçados na cozinha.

estava deitada no sofá enquanto encarava o teto, perdida em seus pensamentos. Assim que chegara em casa a raiva que sentia de Tom ainda dominava seu corpo, mas algum tempo depois, começou a sentir sua falta. O seu apartamento não ajudava muito. Os porta-retratos com fotos deles, os recados que Tom deixava na geladeira, o macarrão com queijo que ainda estava na geladeira. Um longo suspiro, foi a única coisa que a garota fez após um longo tempo em silêncio. Ela fechou os olhos. Dormir, essa seria a opção perfeita, o tempo passaria mais rápido. Porém o barulho do irritante chaveiro de fez com que abrisse os olhos.
- Cheguei! – gritou animada batendo a porta atrás de si – ? ? – Ela gritou mais alto enquanto jogava a mala de qualquer jeito no chão.
- O que é ? – A amiga respondeu com a voz embargada.
- Aí está você! – bateu palmas sentando-se no sofá empurrando propositalmente o corpo de que soltou um gemido de reprovação.
- , que parte do “dor de cabeça” você não entendeu? Comprou meu remédio? – perguntou não conseguindo esconder o tom de irritação.
- Remédio? – perdeu o sorriso que tinha no rosto e logo mordeu o lábio inferior – Eu... Esqueci! Mas eu posso comprar agora!
- Não precisa, só para de gritar.
- Já sei! – A garota gritou ignorando o pedido da amiga – Vamos sair!
- Sair?! , eu to com dor de cabeça, não quero sair de casa.
- Para com isso! Vamos! Respirar um pouco de ar puro vai te fazer bem... Se bem que... O ar de Londres não é tão puro né... – Ela comentou pensativa – Que seja! Vamos sair! Aproveitamos e passeamos pelo parque e compramos seu remédio! Eu sou um gênio! Vamos! Vamos!
- Não! – escondeu o rosto com uma almofada.
- É melhor você se levantar se não eu vou continuar a gritar – comentou com um sorriso maroto.
- Droga. Espera, só vou pegar um moletom – rolou os olhos, levantando-se do sofá e seguindo para o quarto.

- Isso é ridículo, a vai ver que nós estamos no carro dela! – comentou rolando os olhos.
- Pequena, não tem como ela ver a gente, nós estamos do outro lado da rua, bem longe do prédio dela – Harry comentou despreocupado.
- É , relaxa, vai dar tudo certo. Não vamos entrar em pânico – Dougie entrou no mesmo clima que o amigo, falando em tom despreocupado. O garoto colocou os pés sobre o painel do carro.
- OLHA LÁ A ! – gritou apontando. Harry e Dougie se abaixaram instantaneamente arrancando risos de que os imitou.
Eles levantaram segundos depois, vendo e entrarem nos domínios do parque.
- Agora, vamos colocar o plano em ação – Dougie falou. - e Harry vocês sobem e eu vou buscar o Tom.
Harry e não mexeram um músculo e ficaram olhando para Dougie ambos com as sobrancelhas erguidas. O garoto, apenas segundos depois percebeu.
- O que foi?
- Esqueceu que eu dei a idéia? – comentou.

- Espera! – Harry puxou a namorada rapidamente pela mão, impedindo que ela saísse do elevador.
- O que foi? – Ela perguntou.
- Não podemos ser vistos. Vou ver se a área está limpa – O garoto cochichou em resposta com um tom misterioso na voz. rolou os olhos enquanto assistia o namorado bancar o James Bond da história. Harry colocou a cabeça para fora do elevador observando todo o corredor com um ar preocupado no rosto.
- Harry isso é ridículo, só moram duas pessoas por andar e...
- Shiii! Você nunca viu James Bond? Temos que ser cautelosos.
- Tá, tá tudo tá limpo – A garota empurrou o namorado para fora do elevador assustando-o. Harry fez uma cara de menino emburrado para ela, extremamente fofo na visão de . Esta não pode deixar de sorrir e puxar o garoto para um selinho rápido, sorrindo para ele logo em seguida. Ela se virou para a porta, mas foi impedida mais uma vez pelas mãos ágeis de Harry que a virou para si. Sem perder tempo o garoto aproximou seu rosto ao dela, selando seus lábios. sentiu as mãos de Harry pressionarem sua cintura com força aproximando seus corpos. Ela levou as mãos até o pescoço do garoto, de maneira automática, apertou algumas mechas do cabelo liso e sentiu os fios macios entre seus dedos. Seu cérebro mandou avisos, um alerta vermelho, ela tinha alguma coisa para fazer... O que era mesmo?
- O apartamento! – falou afastando sua boca encarando os olhos azuis de Harry.
- Verdade, tem uma cama lá dentro – Ele sorriu de um jeito maroto – E talvez morangos... Hm...
- Harry Mark Christopher Judd! Eu acho que toda essa coisa de ser Bond por um dia está subindo a sua cabeça – riu sentindo o rosto ficar vermelho, ainda não recuperada da proximidade dos dois. Por mais que ela quisesse tinha se certeza que nunca se acostumaria com o jeito Harry de ser.
- Pode até ser – Ele levantou uma das sobrancelhas.
- Temos uma surpresa para preparar – comentou após alguns segundos de silêncio.
- Ah sim, tinha esquecido.

Dougie dirigiu rapidamente até a casa de Tom. e Harry mandaram uma mensagem avisando que a primeira parte do plano havia entrado em ação. Agora tudo o que ele precisava fazer era tirar o amigo de casa o mais rápido possível. Já estava escurecendo e as luzes da rua do conjunto de casas onde Tom morava já estavam acesas assim como as casas. Ele continuou com o carro até que parou em frente a casa de dois andares em que o amigo morava. Sem perder tempo desligou o carro e caminhou até a porta da frente tocando da forma irritante de sempre a campainha. Ele deu risinhos ao ouvir Tom xingar do lado de dentro, enquanto tinhas passos pesados no chão.
- O que você tá fazendo aqui?
- Oi pra você também Thomas! – Dougie sorriu sarcasticamente. Tom ficou calado olhando para o amigo. Só pela cara dava para ver o mau humor e o estresse que estava sendo para Tom ficar em casa sozinho naquele domingo. Dougie sentiu um receio de continuar com o plano, mas todos estavam fazendo a sua parte e ele deveria fazer a dele.
- Então! Por que eu estou aqui? – Dougie coçou a cabeça – Ah sim! Vim te chamar pra sair!
- Sair? – Tom perguntou com o cenho enrugado – Dougie, eu não sei se você percebeu, mas eu não to com o melhor dos humores, então... Só me deixa quieto vai...
- Ah Thomas! Qual é? – O garoto se aproximou do amigo, forçando-o a abrir passagem para entrar na casa – Vamos lá, vou esperar você aqui na sala. Se troca logo. Vamos comer alguma coisa.
- Não, Dougie. Não inventa, quero ficar em casa. Na verdade, eu já ia dormir.
- Dude! Você é tão mulherzinha! Assistir um filme de romance barato que tá passando na TV enquanto toma cerveja e qualquer porcaria que tem na sua geladeira. A não terminou com você nem nada do tipo, ela só voltou no carro do James, um cara que já quase esteve no seu lugar e... – Dougie parou de falar no meio da frase – Não tem nada demais nisso!
- Você não tá ajudando, sabia disso? – Tom rolou os olhos caminhando até a cozinha.
- Te dou cinco minutos pra se arrumar.
- Eu não vou sair!
- Eu posso ser bem chato quando eu quero sabia? – Dougie lançou um olhar quase infantil para o amigo, que achou inútil lutar contra aquilo.
- Que seja – Tom falou rabugento enquanto subia as escadas para se trocar.

ainda vestia a camisa pólo azul clara, grande demais para seu pequeno corpo que parecia se perder dentro dela. Ela olhava pensativa para o fogo da lareira da sala. Vez ou outra se assustava com as fagulhas e os estalos da madeira queimando. O aposento tinha apenas aquela fonte de luz e a da varanda, proveniente de uma grande lua cheia que banhava o lago em frente à casa. Estava sentada com as pernas cruzadas sobre o colchão colocado no chão, cheio de almofadas em volta. Com um edredom ela enrolou seu corpo, tentando espantar o frio. Sentiu o colchão afundar um pouco e logo largos braços a abraçaram por trás. O perfume masculino que lhe era familiar se apoderou de suas narinas e ela sentiu um sorriso se formar em seu rosto.
- Por que tão pensativa? – Danny perguntou com o queixo apoiado no ombro da garota.
- Só pensando em como eu não quero voltar para Londres – Ela comentou sem tirar os olhos da lareira.
- Nós não precisamos voltar... Se você não quiser...
- É só que... – parou de falar dando um longo suspiro.
- Me fala – Danny pediu passando a mão pelo braço da garota tentando encoraja-la.
continuou calada com uma expressão pensativa.
- Vai, me conta – Ele depositou um beijo no ombro da garota - Adoro esses momentos de reflexão depois do sexo – Danny deu um risinho sendo acompanhado por .
- Bobo – riu puxando uma das mãos do garoto dando-lhe um beijo – Quando eu digo que não quero voltar pra Londres... Eu me refiro a voltar a minha vida... Danny, eu vivo pra empresa, sempre fiz de tudo para o melhor da MPM, mas... E o que eu quero? – virou o rosto para encarar Danny, que apertava seu braço de leve dando o apoio necessário – Eu quase te perdi por causa disso! Pensando no que seria melhor para os negócios e... Eu não quero que isso me afete mais...
Agora foi a vez de Danny dar um longo suspiro. Ele se posicionou na frente da garota, ajoelhando-se.
- você ama aquela empresa e tudo que tem dentro dela. Suas melhores amigas, seu pai e até minha banda! – Ele riu – Isso que aconteceu, foi apenas um obstáculo, agora nós já estamos vacinados contra ele – Danny brincou – A verdade é que você, é uma das poucas pessoas que não se preocupa só consigo mesma. É por isso que você é tão especial pra mim, mas do que qualquer outra mulher. Você é diferente.
As duas mãos de Danny foram ao encontro do rosto de dando apoio ao seu rosto.
- Eu esperei um longo tempo por você, , do jeito que você é... - Ele massageou o rosto da garota com a ponta de um dos dedos polegares à medida que despontava um sorriso em seu rosto – Eu te amo.

O parque encontrava-se extremamente calmo. A noite já caía e poucas pessoas se atreviam a andar por ali com o tempo frio que fazia. Algumas folhas foram levadas pelo vento e já era visível a grande falta que algumas delas faziam as árvores que se tornavam mais escassas a cada dia que passava, apresentando apenas finos galhos. e já estavam em silêncio há algum tempo. A parada na farmácia já havia sido feita e a segunda até aproveitou para comprar alguns chocolates, afirmando que eles melhorariam o humor da amiga. “Vale a pena tentar” foi o que respondeu não muito esperançosa. Essa fora a última frase dita. Agora elas vagavam sem rumo pelo parque. com seus pensamentos presos nos acontecimentos daquele dia provavelmente, enquanto checava o relógio discretamente, o plano ainda corria. Uma música calma de fundo começou a tocar, um homem estava sentado em um dos bancos com um violão na mão e cantava com uma voz macia, logo as duas reconheceram a música, a qual por pura coincidência se aplicava perfeitamente a situação de . Ela deu um longo suspiro.
- Calma amiga, ele volta – brincou dando palmadinhas no ombro da amiga, envolvendo-a em um abraço de lado.
- Eu beijei o James... – praticamente cuspiu as palavras.
- Você conhece o Tom e... COMO É QUE É?! – gritou assustando e as poucas pessoas que passavam por perto. levou as mãos ao rosto tentando não encarar que havia parado de andar. A primeira continuou andando, mas logo sentiu o corpo ser puxado, a amiga se colocou a sua frente forçando-a a encara-la – Tá brincando né?
não disse nada, apenas negou com a cabeça enquanto tinha uma expressão de culpa no rosto.
- Por que você fez isso?! – chacoalhou a amiga ainda sem acreditar no que havia ouvido.
- Eu estava com raiva! – disse com a voz embargada.
- E beijar o James iria adiantar alguma coisa? Quem beijou quem?
- Não, mas... Eu...
- Puta que pariu! – gritou em português – Não acredito! E ele? O que o James fez?
- Eu só encostei a minha boca na dele e...

[Flashback on]

- Pronto, está entregue – James sorriu depositando as mãos nos bolsos laterais da calça que parecia ser dois números maiores.
- Muito obrigada James – forçou um sorriso parando de frente para o garoto.
- Não fica assim ... É como você sempre diz: “No final tudo dá certo” – Ele manteve o sorriso, apoiou uma das mãos no ombro de , massageando seu ombro com o polegar.
- Não sei não – mordeu o lábio inferior – Eu estou com tanta raiva...
- Raiva? Não! – James levou uma das mãos na boca – Abreu não fica com raiva de ninguém! Aposto que você já até esqueceu.
- Claro que não! – A garota não conseguiu não deixar de sorrir.
- Tá vendo? Tá até sorrindo, continua assim, fica muito mais linda – James comentou simpático e logo a garota sentiu o rosto arder.
que tinha um sorriso no rosto sentiu que ele desaparecera. Sem ter controle algum de seu corpo, sentiu suas mãos irem para frente segurando o pescoço de James. Logo ela aproximou seu rosto encostando os lábios dos dois. Porém em poucos segundos os sentiu separados. James pegou os pulsos dela, afastando-a de si.
- , não faz isso – Ele sorriu com um pouco de pena no olhar – Você não quer e o Tom não merece.
- Me desculpa. Eu estou com tanta raiva.
- Pelo visto está mesmo – James deu um risinho – Vai descansar um pouco, quando estiver com a cabeça fria conversa com o Fletcher. Não quero que você fique de vela quando for conhecer a Gabriela.
- É verdade... Vou tentar resolver as coisas até lá – não pode deixar de rir. Adorava o senso de humor de James – Até lá então.

[Flashback off]


- Gente... O James não está mais afim de você! To passada! – comentou boquiaberta.
- Pelo visto não está mesmo – comentou. Mais uma vez o silêncio se instalou.
- Você vai contar pra ele?
- Não sei. Tenho medo. O que você acha?
- Não foi um beijo! Suas bocas só... Se encostaram... Por alguns segundos... – falava pausadamente - O James não vai contar, nem eu... É só você fingir que isso nunca aconteceu.

terminou de colocar as velas na mesa de centro e logo apagou as luzes da sala. Seus olhos brilhavam enquanto analisava a sala. Ela e Harry haviam criado o ambiente perfeito. Tudo estava em seu devido lugar e as velas soltavam um aroma doce. A garota sentiu um abraço por trás e logo sentiu a cabeça do namorado se encaixar ao lado da sua, quando ele posicionou o queixo em seu ombro.
- Ficou tudo perfeito não é? – sorriu.
- Ficou mesmo – Harry concordou dando um beijo no ombro da garota – Graças a você.
- E a você – Ela virou o rosto para ele, com um sorriso doce - Obrigada pela ajuda.
- Isso não é justo, nós deveríamos aproveitar isso daqui pra gente.
- Hoje é o dia da e do Thomas – A garota comentou.
- É né... Se bem que... A gente... enfim... – Harry pigarreou arrancando uma risada de – Fez “as pazes” no carro da ... Será que ela se importaria da gente usar a cama?
- Harry! – deu um tapinha no garoto que apenas riu.
- Tá bom tá bom, pelo menos o sofá! – Harry riu mais uma vez quando a namorada se virou para ele, dando vários tapinhas seguidos em seu ombro.
- Tapa de amor não dói, Pequena.
- Não sei porque eu ainda perco meu tempo tentando te machucar, você é umas três vezes maior do que eu! – fez um bico.
- Eu posso dobrar os joelhos se você quiser – Harry comentou fazendo o que acabara de falar.
- Oun! Não precisa... – Ela logo puxou o namorado para um abraço apertado. Seus corpos colidiram um com o outro e logo se adaptaram a forma um do outro. sentia a respiração calma de Harry enquanto encarava o chão. Um silêncio se instalou e um apenas aproveitava a presença do outro.
- É impressão minha ou nós estamos ficando moles? – Harry deu um risinho.
- Moles? Jamais – comentou rapidamente – Nós só temos lapsos de vez enquando.
- É... Acho que todo esse mel do Fletcher e da pega – Ao terminar a frase Harry e permaneceram calados, mas em poucos segundos começaram a gargalhar.
- Nós nunca vamos admitir certo? – Ele disse ainda rindo. apenas concordou com a cabeça sem conseguir falar nada.

Danny estava com os braços apoiados na varanda do chalé, encarando a paisagem que o local propiciava. Sorriu ao sentir duas mãos tocarem seus ombros e virou, abraçando o corpo de contra o seu.
- Que frio - Ela falou apoiando a cabeça contra o peito do rapaz apertando o roupão que usava contra o corpo.
- A lareira está acesa... Vem vamos lá pra dentro – Danny forçou o corpo para frente levando consigo, mas ela de alguma forma o impediu.
- Na verdade... - encarou o lago e sorriu de volta para Danny - Eu quero descer.
Danny soltou um riso irônico e segurou a mão da garota, arrastando-a pra dentro de casa.
- Tudo bem, vamos entrar e...
- Não, Danny - Ela puxou a mão com um sorriso divertido - Você sabe que eu sempre quis fazer isso!
- Você só pode estar brincando - Ele girou os olhos com impaciência - Você vai congelar se pular ali!
- Não vou - Foi a vez de se mostrar impaciente - Se você não tem coragem o suficiente, fique aí com a lareira - Ela deu de ombros e saiu pela porta novamente, parando onde Danny ainda pudesse vê-la, sem olhar para trás, ela desamarrou o roupão deixando-o cair pelos ombros até encontrar o chão, ficando completamente nua. estremeceu um pouco ao sentir o frio tocar sua pele, mas não pôde deixar de sorrir ao sentir o olhar do garoto ainda sobre seu corpo. Ela desceu com cuidado a escada e pisou na areia gelada, caminhando lentamente até o lago. Danny não agüentou a curiosidade e foi até a varanda, se escondendo atrás de uma coluna para que não o visse.
A garota encostou a ponta dos dedos na água congelante e hesitou, pensando duas vezes antes de continuar. Lembrou de como Danny gostava de zoar quando ela fazia algo que não dava certo, ou desistia de um plano que em seu ponto de vista era infalível. Respirou fundo e foi entrando devagar, sentindo cada osso do seu corpo sumir e suas mãos ficarem imóveis. Sem mais delongas ela mergulhou. Ao mesmo tempo que a água era cruelmente fria, a sensação era de liberdade, como se estivesse lavando a alma. levantou com os braços pra cima e um sorriso de vibração.
- Uhul! Danny? Eu sei que você tá aí... - Ela riu enquanto mexia a cabeça para encontrá-lo com os olhos.
Derrotado, o garoto deixou seu posto e desceu as escadas, mal humorado, andando até a beira do lago com os braços cruzados.
- Pronto, agora que já deu o seu show poderia, por favor, colocar uma roupa e voltar lá pra dentro?!
- Show pra quem? - Ela franziu o cenho - Só estamos nós dois aqui.
Danny abriu a boca algumas vezes para responder e bufou no final, sem ter o que falar.
- Tá bom... Eu vou entrar, mas você não pode olhar – Ele falou parecendo quase infantil.
- E por que não? Você me viu! – fez bico.
- Por que... Ah você sabe... Nada muda em você no frio... Eu estou em desvantagem...
ficou em silêncio por alguns segundos e logo que entendera o ponto do garoto começou a gargalhar em alto e bom som. Danny sentiu o rosto arder e aproveitou o momento de distração dela para entrar na água. Segurou a barra da camisa e levantou, tirando a mesma entre resmungos baixos.
- Francamente, você parece criança, não posso te deixar aí sozinha, capaz de se afogar ou ser engolida por um monstro - Ele colocou o pé na água e fez uma careta de dor, balançando a cabeça como quem tenta disfarçar - Ai, acho que pisei em uma pedra...
- Só tem areia aqui embaixo - Ela respondeu entediada - Além do mais, se você veio só pra reclamar, pode voltar, eu estava aproveitando muito bem sozinha.
Ele fez careta ao imitá-la algumas vezes e finalmente mergulhou, voltando a superfície com uma expressão assustada no rosto.
- Ow, tá muito frio! - Ele se abraçava enquanto encarava . A mesma apenas ria da situação.
- Como você é frouxo!
- Não, você que é dormente!
- Falando em dormente, posso saber por que você tá de bermuda? - Ela ergueu uma sobrancelha enquanto o encarava.
- Aposto que esse lago tá cheio de bichos aqui embaixo, não vou ficar nu, gosto muito do meu Danny Jr pra colocar em risco dessa maneira.
Sem conseguir reprimir o comentário de forma séria, soltou uma gargalhada e deu outro mergulho em seguida.
- Se você acha seu Danny Jr pequeno o suficiente para ser engolido por esses peixes de aquário que tem aqui, você é que sabe... - Ela pressionou os lábios, evitando mais uma risada.
- Não disse isso! Eu di... Aliás, você sabe exatamente o tamanho - Ele respondeu ofendido - Se tiver esquecido eu posso relembrar, agora.
- Se você fosse fazer isso teria que coloca-lo na água, não tem coragem esqueceu?
Danny bufou, abrindo a bermuda e arrastando-a para baixo junto com a cueca, levantando a mão e sorrindo com ironia.
- FELIZ? - Ele gritou ao jogar as roupas na areia, levando as mãos para baixo da água novamente, segurando seu membro com preocupação, olhando para os lados. - Ainda não - nadou para perto do namorado com um sorriso no rosto, passou os braços em volta do pescoço do mesmo, dando-lhe um selinho demorado - Me abraça.
Danny hesitou por alguns segundos, sorrindo de um jeito maroto para ela. Passou os braços em volta do corpo de dando-lhe um selinho. Sentiu o corpo dela se aproximar ao seu e logo ela passou as pernas pela sua cintura, encaixando-se nele, aproveitando a proximidade dos corpos ele a apertou ainda mais contra si, aproveitando para começar um beijo calmo e demorado.

Dougie dirigia o carro em silêncio, o qual esteve presente durante todo o caminho que havia sido percorrido da casa de Tom até aquele ponto. Thomas mantinha o olhar perdido no vidro do carro por onde a paisagem parecia correr sem o incomodar. Ele deu um longo suspiro ao perceber a música que começara, “I Miss You” do Blink 182 ecoava pelo carro, apesar do volume estar baixo ele conseguia ouvir claramente a letra, já que nenhum dos dois se pronunciava. Ele decidiu então começar algum assunto para não ter que voltar a pensar no que o afligia.
- Então, de novo, por que você está com o carro da ?
- Eu? – Dougie falou com um sobressalto, pelo visto ele também tinha seus próprios pensamentos – Já te disse, fui deixar a em casa e então tive a idéia de te animar. Como já estava com o carro aproveitei e fui direto pra sua casa.
- Ah sim – Tom concordou com a cabeça, parecendo satisfeito com a resposta.
O carro parou em um sinal. Eles já se encontravam no parque e mais uma volta estariam na casa de . Dougie sentia as mãos suarem, pois não havia tido notícia de nenhum dos cúmplices no plano. Várias coisas passaram por sua cabeça e se tudo tivesse dado errado? E se tivesse descoberto? O que ele faria com Thomas? Ele tinha que pensar em um plano B sozinho, já que esse não fora nem cogitado em entrar em ação.
- Você não vai atender? – Tom comentou um pouco entediado apontando para o celular de Dougie que começara a tocar uma música eletrônica. O garoto olhou para o aparelho com esperança no olhar e esta se concretizou ao ver “Harry” no visor.
- Oi – Dougie atendeu com uma voz animada.
- ?! É o Harry, animal – A voz com o sotaque inconfundível do amigo se pronunciou do outro lado.
- O que foi ? Já estou com o Tom aqui... – O garoto tentava escolher bem as palavras – Nós vamos comer alguma coisa.
- Ah entendi – Harry respondeu com um risinho – Tá ficando esperto hein Poynter? Só liguei pra avisar que está tudo pronto. A já avisou a . Vem logo pra cá antes que a chegue.
- Mas Porquinha, eu to com fome e o Tom também... Mas... Tudo bem – Dougie forçou um tom de chateação na voz – Já to indo.
Uma buzina forte soou atrás do carro de Dougie, tentando alerta-lo de que o sinal tinha aberto. O garoto arrancou o carro rapidamente, jogando o celular de qualquer jeito no banco de trás. Tom apenas riu do amigo e logo questionou o porquê da ligação de .
- Ela falou que quer me entregar umas roupas minhas que ficaram com ela – Dougie rolou os olhos.
- E ela não pode te entregar outro dia? – Tom perguntou tentando parecer interessado.
- Você conhece a . Ela disse que não tem lugar pra guardar isso – O garoto riu – Deixa pra lá. Não custa nada fazer uma parada.
Assim que virou a rua, Dougie logo avistou o prédio de . O carro fora estacionado bem em frente à entrada, onde há pouco estava parado. Dougie tirou o cinto de segurança lentamente enquanto pegava o celular no banco de trás. Saiu do carro e esperou que o amigo fizesse o mesmo, porém não foi o que aconteceu.
- Você não vai descer? – Ele perguntou.
- No way. Com a lá? Prefiro esperar no carro.
- A nem tá em casa. Anda, desce logo do carro – Dougie rolou os olhos.
Dougie e Tom entraram no elevador. Sem perder tempo o primeiro pegou o celular mandando uma mensagem para .

O elevador parou no andar de . Dougie saiu primeiro, dirigindo-se até a porta da cozinha. Segundo o plano, teria deixado a porta aberta. Ele segurou firmemente na maçaneta e a sentiu rodar. Dougie deu um risinho discreto, o qual passou despercebido por Tom. Este por sua vez logo seguiu o amigo, entrando no apartamento com cautela.
- Vai logo falar com a , eu espero aqui na cozinha – Tom falou.
- Tá, mas você não quer beber alguma coisa? – Dougie perguntou enquanto abria a geladeira.
- Já tá até abrindo a geladeira sem pedir é? – Tom brincou – Quero sim.
- Olha, tem até suco de melão com abacaxi! – O garoto comentou. Sabia que aquele era o suco preferido do amigo. provavelmente tinha feito mais cedo. Dougie pegou dois copos e serviu, aproveitou que Tom estava distraído e aproveitou para esbarrar “acidentalmente” no garoto, derrubando suco pela camiseta branca dele.
- Puta merda, Dougie! – Tom afastou-se rapidamente.
- Foi mal dude! – Dougie falou tentando parecer arrependido – Vai no lavabo tentar limpar isso enquanto eu falo com a .
- Foi péssimo – Tom reclamou carrancudo enquanto se afastava em direção ao lavabo.
Dougie ouviu a porta ser trancada e logo foi para a saída do apartamento. Agora ele só precisava esperar no térreo.

- Não foi bom o nosso passeio? – comentava, na verdade, ela não tinha parado de falar desde que as duas saíram do parque.
- É, acho que sim – sorriu vendo a animação da amiga – Enfim, casa! – A garota colocou o pé pra fora do elevador caminhando em direção a porta da frente.
- Pode deixar que eu... Droga! – bateu uma das mãos na testa – Esqueci da minha mala no carro, acabei de lembrar disso. Faz o seguinte, deixa essas compras aqui no corredor, eu guardo pra você depois.
- Oun, você é um amor sorriu para a amiga vendo-a entrar no elevador novamente. Assim que havia descido, deixou as compras no canto, como ela havia pedido, em seguida, abriu a porta de seu apartamento.

encontrou Dougie escorado em um dos pilares que sustentavam o prédio no térreo. O garoto olhava distraído para o chão quando viu que alguém se aproximava e percebeu ser a namorada sorriu de um jeito infantil, como uma espécie de criança que havia feito algo errado. sinalizou um ok com a mão. O namorado esticou o braço e puxou a garota pela cintura, trazendo o corpo dela pra perto de si e eles passaram a andar abraçados.
- Agora está na mão deles – Ele comentou após um longo suspiro.
- Isso. Não podemos falar mais nada. Mas podemos fazer alguma coisa – se virou para o namorado com um sorriso de ponta a ponta – Comida australiana?
- Agora além de cupido oficial junto com a dona , você lê mentes? – Dougie deu um risinho.
Eles decidiram ir caminhando até o restaurante mais próximo. A noite apesar de estar um pouco fria não os afetava, estavam bem agasalhados e abraçados.

- Não tenho certeza se vou pedir isso – Dougie mordia uma das unhas enquanto olhava em dúvida para o cardápio – Da última vez os efeitos foram...
- Ótimos! – Ela completou energicamente puxando o cardápio das mãos do namorado entregando para a garçonete que assistia a discussão dos dois sobre cada um dos pratos do menu – Queremos o número 312 pode colocar uma dose extra de pimenta, querida!
- Você é uma piada – Dougie deu um gole em sua bebida.
- Eu sou esperta. Já descobri a fonte de toda a sua... Hum... Energia, durante enfim... – parou de falar acompanhando Dougie na bebida. Ele apenas ria da namorada. se permitiu rir da brincadeira quando lembrou da última vez que estiveram ali, seus pensamentos estavam longe quando estes foram ofuscados por uma luz constante. Assim que olhou em direção a janela do local percebeu um homem que mirava sua máquina em direção a mesa deles.
- Porquinho... Aquele cara está tirando fotos da gente? – apontou para o homem.
- Parece que sim. Estar em uma banda nem sempre é tão bom – Dougie deu um suspiro.
- Eu nem to arrumada pra sair em uma revista! – A garota comentou horrorizada – Nós nem estamos fazendo nada demais!
- Acho que está mais do que na hora de nós oficializarmos isso.
- Ham? Do que você tá falando?
- Quero que todo mundo saiba que eu tenho você – Dougie deu um sorriso para a namorada aproximando seu rosto do dela – Vem cá Porquinha, vamos dar um motivo para ele tirar fotos da gente – O garoto puxou a namorada pelo queixo com uma das mãos colando seus lábios logo em seguida. sorriu entre o beijo tão doce e calmo.

deu um leve sobressalto quando viu a mesa posta. A luz baixa e um cheiro irresistível de comida. Ela analisava tudo com cuidado tentando entender o que acontecia ali. Perguntas invadiam sua mente de forma tão rápida que ela não conseguia achar resposta para nenhuma. Deu um pulo para trás quando viu o corpo de um homem se formar no corredor. Ele veio andando em sua direção, porém parou na ponta do sofá, encarando-a. Pela sua expressão parecia estar com o mesmo sentimento de dúvida e confusão que ela.
- O que você está fazendo aqui? – Eles perguntaram em uníssono.
- Essa é minha casa! – com a voz falha – O que você faz aqui?
- Eu... – Tom tentava encontrar as palavras certas enquanto encarava a garota – Eu... O Dougie me trouxe aqui!
- Eu não estou vendo o Dougie por aqui – Ela cruzou os braços, incrédula.
- Mas... Ele estava aqui! – Tom se defendeu rapidamente enquanto caminhava a passos rápidos até a cozinha vazia – Mas... Ele realmente estava aqui! O Dougie deve estar no quarto com a .
- ?! Ela está na garagem! Disse que tinha esquecido a mala no carro!
- Não! Ela estava aqui no apartamento, no seu quarto! – Tom disse sem conseguir esconder o quão surpreso estava com toda aquela situação.
- Como ela poderia estar no meu quarto se na verdade eu e ela estávamos no parque aqui na frente? – cruzou os braços esperando uma resposta de Tom. - Mas... O Dougie... A ... O quarto... – Tom tentava raciocinar, porém o olhar de sobre si não ajudava em muita coisa, muito pelo contrário, só fazia com que seu rosto se tornasse cada vez mais vermelho.
- Ah, já entendi o que está acontecendo aqui – deu um risinho.

- Lar doce lar! – Harry abriu os braços enquanto jogava seu moletom sobre o sofá. Aquele quarto no flat havia se tornado sua casa desde que ele se mudara para Londres, após algumas semanas sem aparecer por lá, era reconfortante encontrar tudo em seu devido lugar.
- Eu tinha esquecido como esse lugar era grande – comentou fechando a porta atrás de si.
- Perfeito não? Quero abrir um champanhe! – Ele comentou alegre indo até a cozinha e logo voltando com uma garrafa e duas taças na mão.
- E pra que toda essa comemoração? – riu ao ver a animação do namorado.
- É a primeira vez que nós estamos completamente sozinhos em um lugar. A casa de campo era legal e tal, mas aquelas paredes não eram muito confiáveis.
- Bem notado Harry! – deu um pequeno sorriso enquanto mantinha um olhar pensativo – O que me dá muitas idéias...
- Eu sou totalmente a favor de idéias – Harry de aproximou da namorada falando com a boca colada a dela – Já tenho o champanhe.
- E que tal... Morangos e uma banheira? – lançou um olhar malicioso para Harry que tinha uma das sobrancelhas arqueadas.
- Eu levo o champanhe – Harry mordeu o lábio inferior da namorada que sentiu o corpo reagir ao toque – Te espero lá.
Harry deu as costas e seguiu para o quarto. deu um sorriso satisfeito, agora só precisava dos morangos.
deu um leve empurrão com um dos pés na porta do banheiro.
- Aí está você – Harry sorriu – Por que demorou tanto e por que você está... Assim? – Ele perguntou apontando para o corpo da garota enrolado por uma toalha. - Ah, Harry, eu tenho vergonha – mordeu o lábio inferior sentindo o rosto arder.
- Não começa, vem logo aqui – Harry estendeu uma das mãos puxando para perto da borda da banheira – Prometo que fecho os olhos.
riu com a fala do namorado, obedeceu, e logo entrou na banheira. Harry abriu os olhos e sorriu marotamente. aproximou-se se sentando sobre seu colo passando as pernas pelo quadril do namorado.
- Bem melhor – Harry riu puxando o rosto da namorada para si. Aprofundando o beijo.

- Você quis fazer uma surpresa pra mim.
- Ham? Surpresa? – Tom encarou com uma das sobrancelhas arqueadas sem entender o motivo dela ter dito aquilo. Foi apenas nessa hora que ele reparou no resto da sala. As velas, a comida, o clima – Eu preparei isso?! – Agora fora a vez de Tom rir – Você só pode estar brincando. Eu só passei aqui porque o Dougie quis falar com a ! Ah! Agora eu entendi tudo, você está inventando uma desculpa pra poder falar comigo e nós fazermos as pazes! Você preparou isso?
- Eu?! Claro que não! – protestou prontamente.
- Então... Quem fez... – Tom e permaneceram em silêncio e segundos depois uma luz pareceu acender na mente de ambos e tudo se tornou claro.
- !
- Dougie!
- E provavelmente e Harry – comentou.
- Eu não acredito que eles fizeram tudo isso pra nós dois – Tom passou as mãos pelos cabelos sem acreditar.
- Você realmente deve ter ficado insuportável depois que vocês saíram do sítio.
- Só um pouquinho – Tom brincou dando uma risada sem graça junto com . Segundos depois a sala ficou em completo silêncio e nenhum dos dois realmente sabia o que dizer ou fazer.
- Então... – Eles começaram a falar juntos. Ambos olharam-se surpresos rindo novamente.
- Desculpa... – e Tom falaram juntos.
- Damas primeiro – Tom fez um gesto incentivando .
- Eu só queria me desculpar por... Não ter aceitado tão bem os seus ciúmes. Eu não deveria ter tido uma atitude tão infantil e nem ter voltado com o James pra casa. Me desculpa...
- Eu... Vou tentar controlar minhas crises de ciúmes. Eu agi feito um idiota na festa, desculpa ter te irritado e ter feito o pessoal ter precisar fazer uma “intervenção” nisso tudo. Acho que eu estava mesmo rabugento... – Tom sentiu o rosto arder novamente – É só que... Você é importante pra mim e eu não quero te perder pra ninguém...
- Nem eu – se aproximou do namorado abraçando-o pelo pescoço – Não quero mais brigar.
- Tá tudo bem agora – Tom a abraçou pela cintura, bem apertado, fazendo com que a garota sentisse aquela sensação maravilhosa de segurança – Eu te amo muito, foi uma briga idiota. Você é perfeita , eu não tenho motivos pra ter ciúmes de você e do James, me desculpa.
Ao ouvir aquelas palavras sentiu uma pontada no coração. Já havia decidido que a história do ocorrido naquela tarde não sairia de sua boca. Mas Tom conseguia desarmá-la com poucas palavras. Ela sentiu algumas lágrimas em seu rosto e um sentimento de culpa dominou seu corpo. No começo ela tentou conter, mas a medida que ouvia o discurso de Tom sentia que as lágrimas vinham com maior intensidade. Até o momento em que ela não conseguira mais esconder.
- Amor... Você tá chorando? – Tom perguntou dando um risinho – Não precisa, tá tudo bem. Não chora.
- Pára Tom, eu... Eu não mereço todo o seu carinho – sentia as pernas ficarem bambas enquanto falava.
- Ham? Do que você tá falando? , olha pra mim – Tom afastou-se da namorada segurando seu rosto com as duas mãos – Não chora sem motivo.
- Tom, eu... Tenho uma coisa pra te falar – Ela encarou Tom pela primeira vez depois do abraço, sua garganta apertou ao se deparar com os olhos piedosos do namorado que parecia estar preparado para consolá-la.
- Pode falar , só para de chorar – Ele tentava limpar algumas lágrimas com seu polegar, mas isso parecia ser insuficiente.
- Eu... Eu... Beijei o James.

Assim que terminou a frase, soluçou ainda mais alto, afastando-se do garoto. Ela caminhou até o sofá, sentando-se.
– Eu estava com raiva e de alguma forma queria me vingar e... Eu beijei o James. Não foi um beijo, nossas bocas se tocaram, mas ele não correspondeu. Não significou nada, Tom, nada!
- Como não significou nada?! Você beijou o cara! – Tom falou, aproximando-se do sofá.
- Foi por impulso! Eu estava com raiva! – tentava se defender.
- Então quer dizer que toda vez que nós brigarmos você vai lá com o James? Beijar? Quer dizer, isso é o que você diz, né? Quem me garante que ele não subiu aq... – Tom parou de falar quando sentiu a pele arder pelo tapa que havia levado da namorada. agora chorava mais ainda e voltou a se sentar no sofá.
- Como você pode falar isso?! Você me conhece, Thomas! – ela gritou.
- Pelo visto não tão bem como eu achava! Foi só com o James ou você colocou o Harry, Danny ou quem sabe até o Dougie nessa sua história de sair por aí beijando os outros quando a gente briga?
- Pare de ser estúpido, Thomas, você sabe que eu nunca faria isso!
- Quem me garante?
- Eu! E quem me garante que você não ficou com ninguém na turnê? – mantinha o tom de voz, que agora expressava a sua raiva.
- Ah, agora você tá querendo virar o jogo. Você beija um cara e agora quer jogar culpa em mim?
- Você acha que eu nunca ouvi as brincadeirinhas dos meninos? Se você fez alguma coisa, essa é hora de falar a verdade!
- Quer saber? Fiquei sim! – Tom respondeu com raiva. – Pronto, agora estamos quites.
ficou encarando o namorado, perplexa tentando processar o que ele dissera. Não podia ser verdade. Ela não queria acreditar. Sentiu as lágrimas mais uma vez virem à tona e a tristeza voltou a tomar conta dela.
- Eu não acredito! Thomas, eu fiquei igual uma idiota aqui te esperando! Contando os dias no calendário!
Thomas percebera a besteira que havia falado. Estava com raiva, tudo aquilo que lhe dissera havia subido à sua cabeça. Naquele momento ele compartilhava do mesmo sentimento que ela: tristeza.
- Mas... Não teve significado nenhum! – Tom aproximou-se de , mas ela o afastou com os braços. – Eu estava bêbado!
- Bêbado? E desde quando isso é desculpa, Thomas?!
- Eu não sabia o que eu estava fazendo! E outra, pelo que eu saiba você estava sóbria quando beijou o James!
- Nós mal encostamos as bocas e ele se afastou! Você quer comparar isso com o que você fez?
- Eu nem me lembro do que aconteceu direito! O Fletch só foi me contar no outro dia! – Thomas tentava reparar o que havia dito.
ficou por alguns segundos calada e a única coisa que podia ser ouvida na sala era o seu choro.
- Você só beijou essa mulher, Thomas? – escondia o rosto com as mãos.
- , esquece isso. Nós estamos com raiva, não vai adiantar...
- Responde o que eu te perguntei! – ela disse entre soluços.
- Eu... Não... Foi mais que isso – Thomas levou as mãos ao rosto sentando-se no outro sofá de frente para a namorada a qual tinha começado a soluçar ainda mais alto depois de ouvir a resposta. – Mas, , eu não me lembro de nada! Eu nem sei o nome dela! Mas só foi isso, eu juro!
- E você pretendia continuar sem me dizer nada? Me fazendo de idiota?
- Você também não ia me contar sobre o James! – Thomas gritou com raiva.
- É, mas acontece que eu pelo menos tive coragem de fazer isso! Não te enganei em momento nenhum! Thomas eu... Eu senti falta de você todos os dias! As meninas queriam sair à noite e eu não fazia isso porque você não estaria lá! Olha o que você fez!
- E você ficou com o James embaixo do meu nariz! Não pense que está muito melhor do que eu nessa história não!
- Vai embora da minha casa agora – falava entre soluços.
- Ótimo, não temos mais o que conversar – Tom sentia a raiva tomar conta do seu corpo. – Liga pro James tenho certeza que é só você estalar os dedos e ele vem abandando o rabo.
- É talvez eu faça isso – deu um riso sarcástico. – E quanto a você, tem um pub na esquina, nunca é tarde demais pra se embebedar e ir pra cama com uma completa estranha, boa sorte.
- Pra você também – Tom levantou-se do sofá e seguiu a passos largos para a porta principal, batendo-a logo que saiu.

Capítulo 41


- Nós deveríamos sair hoje, depois do show – comentou, pensativa.
- Tem uma boate nova no Soho, acho que seria um ótimo lugar para terminar a noite – comentou, procurando o endereço do local no seu iPhone.
- Nós poderíamos chamar a ! – pegou seu telefone, ligando para a amiga. O celular desligado e no telefone residencial ninguém atendia. – É, pelo visto vamos sem a .
- Eu estou preocupada, ela já está dentro daquele quarto há quase uma semana! – sussurrou . – Uma semana! Não sei o que fazer, gente, a mal come.
- Você tentou fazer...
- Brigadeiro? Já. Não adiantou nada – suspirou com um ar derrotado.
- O negócio foi sério então – deu um gole na cerveja que tinha em mãos. – Ela não te contou nada?
- Nem uma palavra. Ultimamente eu só escuto palavras monossilábicas dela. Tentei tocar no assunto, mas não adiantou muito.
- O Dougie tentou perguntar do Thomas o que aconteceu, mas ele está do mesmo jeito, não disse nada – comentou.
Um silêncio se instalou no cômodo. As três não se importaram, tentavam pensar nas possibilidades do repentino término de namoro da amiga e talvez a solução para tal problema. O clima calmo só durou alguns segundos, foi nesse momento que os garotos entraram no camarim, agitados como sempre. Danny tinha sua sagrada garrafa de cerveja em uma das mãos e uma toalha na outra, mesmo antes de entrar no palco já sentia seu corpo começar a suar. Harry já tinha as baquetas em mãos e logo foi ao encontro da namorada que o recebeu com um sorriso de ponta a ponta. Dougie conversava com um dos técnicos do som sobre seu baixo. Por último um garoto pálido e com olheiras visíveis entrou na sala, sem dizer uma palavra, apenas sentou no canto pegando um violão e dedilhando alguma canção.
- Olha a cara do Thomas, meu Deus – falou com pesar.
- Eu acho melhor nós deixarmos as coisas do jeito que estão, da última vez que nós tentamos fazer os dois voltarem aconteceu isso, não acho que uma segunda vai dar muito certo...
- Nem fala isso, pequena, o Fletcher está errando muito durante os shows e a pressão fica toda em cima do Danny e do Dougie, porque eles que têm que segurar as pontas – Harry cochichou preocupado.

- Sabe, você não deveria ficar tão mal por causa disso... – Danny começou após um longo suspiro, quebrando o silêncio no carro. Ele havia decidido que levaria Tom para casa, enquanto isso Harry e Dougie levariam as garotas para algum pub, onde Danny os encontraria mais tarde.
- Olha quem fala – Tom comentou sarcástico. – Você ficou todo fodido quando a estava com o Olivier e agora quer dar lição de moral em mim?
- E daí? Agora nós estamos bem e isso que importa. Só não quero que esse fim de namoro te deixe assim. Eu pelo menos tocava bem e estava cem por cento em todos os shows.
- E quem disse que eu não estou fazendo isso? – Tom perguntou na defensiva. Danny parou o carro no sinal vermelho e aproveitou para lançar um olhar incrédulo ao amigo, que deu de ombros. – Tudo bem... Eu estou uma merda ok? Mas eu não consigo fazer nada. Você sabe o que é tocar e cantar as músicas e se lembrar de tudo que nós já passamos e saber que aquela letra você escreveu pensando nela? Odeio isso.
- O que você fez, afinal? – Danny perguntou assim que o sinal abriu, tentando não encarar o amigo. Um longo silêncio e Thomas não respondeu. – Porra, me fala logo, eu posso tentar ajudar! – Silêncio. – Ah, fica fodido aí então. – Ele deu de ombros, entrando na rua de Tom. Este riu da atitude do amigo.
- Eu traí a , ok? Satisfeito? – Thomas falou simplesmente, assim que o carro parou. Danny estancou o carro e nem se preocupou em ligá-lo de novo, apenas encarou o amigo com um olhar perplexo.
- Você o quê?! – Danny gritou, não conseguindo esconder a surpresa.
- Você ouviu – Thomas soltou um suspiro derrotado. – Mas ela beijou o James! O James!
- Wow, ela também te traiu? Meu Deus, esse mundo tá perdido. Vocês! Tom e ! e Tom! Vocês são tipo o casal perfeito! Vocês não se traem! Não é natural!
- Tá bom, dá pra calar a boca, eu já estou me sentindo um saco de merda sem ter você falando no meu ouvido.
- Mas... – Danny parou de falar no meio da frase. – Desculpa, me empolguei. Como isso aconteceu, dude? Por que eu sou sempre o último a saber?
Tom começou a contar toda a história que ocorrera e Danny ouvia atentamente sem interromper. Ele só se pronunciou quando Tom começou terminou.
- Foi isso. O único que desconfiava era o Harry, ele deve ter contado pro Dougie provavelmente. Eu só cheguei à conclusão que o Harry sabia pelas brincadeiras que eles fizeram na casa de campo. Mas eu não tinha contado pra ninguém.
- Sabe, ela não te traiu necessariamente, foi só um beijo, nem significou nada e ela meio que tinha um motivo pra fazer isso. Agora você... Só estava bêbado.
- Eu sei...
- Por que você não conversa com a ? Tenho certeza que ela já não está mais tão abalada por causa dessa história da turnê.
- E o que eu vou dizer? Me desculpa? Sinto muito? Eu te amo?
- É um bom começo... – Danny comentou pensativo. – Tá, agora sai do carro que eu ainda tenho que encontrar a minha namorada.
- Adoro a sua delicadeza – Thomas riu com a atitude do amigo e desceu do carro, dando um breve aceno no final.

Assim que deu um breve aceno para Danny, Tom adentrou sua casa, que parecia vazia e sombria. Não tinha vontade de fazer nada, só conseguia pensar se estaria se sentindo do mesmo jeito. Esperava que sim; se não estivesse, esse seria o fim. Pensou em comer alguma coisa, mas não conseguiu sentir fome, pra falar a verdade, durante toda aquela semana ele não conseguira comer. Estava distraído, não tinha vontade de fazer nada, com exceção daquelas que envolviam um clima melancólico, ele já até tinha se acostumado com elas.
Decidiu que não comeria nada; em vez disso passaria o resto da noite deitado em seu sofá assistindo a televisão. Provavelmente não estaria passando nada de bom, mas um pingo de esperança ainda perseverava em sua mente. Assim que ligou o aparelho, o apresentador comentou que aquele programa seria voltado para os maiores festivais do ano no Reino Unido. Música, isso o animaria, com certeza. O Top 10 começara e em décimo lugar:
- O Festival de Glastonburry! – o apresentador falava com uma voz que mostrava falsa animação, pelo menos na visão de Tom. – O maior festival do mundo feito a céu aberto. Ele reúne anualmente cerca de 150.000 pessoas. Com vários tipos de atração...
O homem continuou a narrar, mas Tom deixou de prestar atenção no momento em que o show do Razorlight apareceu na televisão, e um trecho de “Somewhere Else” pôde ser ouvido enquanto filmavam o público lotado. O garoto riu ao se lembrar de quando ele e visitaram o camarim. Eles ainda nem namoravam, só ficaram nesse show e acabaram brigando no final. Por culpa dele. Como sempre.
“Droga”, ele murmurou para si mesmo. Com certeza era uma conspiração, ele pensava, tudo o que fazia se voltava para alguma lembrança de sua namorada... Ou seria ex-namorada? Só de pensar nessa possibilidade, o garoto tremeu.
- Preciso sair de casa, vou enlouquecer se ficar sozinho aqui – Tom falou em voz alta, pegando as chaves do carro e caminhando para fora de casa.

Tom parou o carro no estacionamento principal do parque, já devia ser quase uma da manhã, isso explicava a inexistência de qualquer pessoa no local. Ele desligou o carro e logo se deparou com o enorme rio que passava bem à sua frente. Um sorriso veio ao seu rosto ao se lembrar da última vez que estivera ali, mas seus pensamentos deixaram de fluir quando ele viu uma figura feminina, de costas para o estacionamento. Seu coração foi a mil ao perceber de quem se tratava. Ele se aproximou e só assim teve a certeza de quem era.
- ?
A garota deu um leve pulo, assustada e virou o rosto rapidamente. Tom pode perceber que ela tinha a ponta do nariz vermelha, isso sempre acontecia quando ela chorava, ou seria só o frio?
- Tom?
- O que você tá fazendo aqui? – eles perguntaram juntos. Ao perceberem isso se olharam um pouco surpresos e não puderam deixar de sorrir sem graça.
- Não consigo dormir – ele falou finalmente, quebrando o embaraço do momento. – E você?
- A mesma coisa – disse, tentando esconder o rosto ao mesmo em tempo que passava a manga de seu moletom pelo rosto.
- Sei... – Tom comentou com um suspiro. O garoto levou as mãos aos bolsos das calças, um pouco sem graça por não saber o que falar para continuar uma conversa.
- Então... – eles começaram juntos novamente.
- Desde quando nossas conversas começaram a ficar constrangedoras? – Tom deu um risinho, enquanto analisava seus tênis, evitando o olhar de . Essa parecia fazer o mesmo.
- Há algum tempo, eu acho.
- Não precisa ser assim. Você sabe disso – o garoto disse.
- E como precisa ser, Thomas? – perguntou com angústia na voz. Tom tinha certeza que ela estava prestes a chorar, conhecia a garota como ninguém. Ela tentava esconder isso pegando nas mechas de cabelo, ou qualquer coisa que escondesse seu rosto.
- Eu e você juntos. É assim que precisa e deve ser. – Ele juntou toda a coragem que lhe restava.
- Você falando assim... – Ela deu um riso debochado enquanto arrancava algumas folhas da grama. – Faz parecer simples.
- E é simples. Você só precisa me aceitar de volta na sua vida – Tom decidiu que hora de se aproximar. Ele se agachou ao lado de , levando as suas mãos ao rosto da garota e virando-o para si.
- E você acha isso simples? – falou com a voz embargada. – Você tem noção do quanto você me machucou, Thomas?
- Não. Nem consigo imaginar. Eu fui um idiota, – Tom tentava pensar em argumentos de maneira rápida. Desesperado por uma reconciliação. – Você não sabe como eu estou desde que nós brigamos aquele dia. Não consigo fazer nada direito, nem tocar, nem escrever, só pensar em nós! Eu só consigo levar uma vida normal se for com você. Aquilo que eu fiz não foi nada, não significou nada.
- Significou muito pra mim – já não conseguia mais esconder as lágrimas. – Eu te esperei durante toda a turnê. Como você pôde fazer isso comigo?
- Eu fui um idiota, ok? A pior pessoa do mundo, mas eu não me lembro do que aconteceu, não sei o nome dessa garota. Eu prometo que isso nunca mais vai acontecer.
- Você pode prometer o que quiser. Thomas, mas se nós voltarmos como você acha que eu vou me sentir? Sempre vou ficar pensando no que pode estar acontecendo. Se tem alguma fã na sua cama. Isso me deixaria louca.
- Eu te levo em todas as turnês, em todos os shows, em todos os meetings. Até você tirar essa besteira que eu fiz da sua cabeça – Tom aproximou seu rosto ao de , encarando-a nos olhos.
- Thomas...
- Espera, eu não terminei – Tom falou decidido. – , eu te amo. Eu sei que você pode pensar que isso não é verdade, depois do que eu fiz, mas se eu pudesse morrer de arrependimento, eu estaria morto há muito tempo. Quando eu faço uma promessa eu cumpro, não importa o quanto custe. Você é a coisa mais importante do mundo pra mim. Eu achava que não conseguia viver sem você antes disso, agora eu tenho certeza. Você não pode me deixar.
continuou calada enquanto encarava os olhos castanhos de Thomas. Ele continuou.
- Eu fiz isso durante a turnê – Tom deu um suspiro, enquanto procurava alguma coisa em seu bolso. – Aqui, isso é seu. – Ele mostrou para a garota uma chave colorida com um chaveiro que formava um “T”. – O meu é um “”. Super clichê, eu sei, mas achei que você fosse gostar... Na época pelo menos... – Tom comentou com um sorriso bobo. – É a chave da minha casa. , eu quero você junto comigo, dia, noite, mal humorada, bem humorada, triste, feliz, de qualquer jeito. Quero que você more comigo – Tom lhe lançou um sorriso. – Não fala nada! – ele disse rapidamente, ao ver que a garota falaria. – Vou te deixar pensar no que eu disse. A chave vai ficar com você, assim que você tiver com sua decisão tomada, eu vou saber. Só espero que você volte pra casa e me perdoe algum dia – Tom tinha um olhar sonhador nos olhos. Ele se aproximou da garota dando-lhe um beijo na testa. – Te amo.

Tom estava sentado na escada que dava para a porta da frente de sua casa. Ele se sentia como uma criança, esperando para que a maçaneta girasse magicamente. Estava ansioso, pensava em como estava sendo idiota, poderiam levar semanas até que ela decidisse o que fazer, e ele estava ali, encarando aquela porta. O garoto sentiu o coração disparar ao ouvir o barulho da chave e a maçaneta sendo girada. Logo ele se deparou com uma garota de nariz ainda vermelho, porém com um sorriso enorme vindo em sua direção.

encarava o teto bege e o grande lustre que pendia no meio dele. Era impressão sua ou ele estava girando? Ela continuou a encarar o objeto brilhante enquanto o via balançar; escutara um barulho, mas decidiu ignorar. Lembrou do pub que eles haviam acabado de sair, tinha bebido, também fazia algum tempo que não bebia, vai ver tinha se desacostumado com essa vida. Ela deu um risinho fraco. Virou a cabeça ao sentir um peso sobre a cama, quando o colchão afundara mais um pouco. Ela se deparou com Harry. Ele já tinha aberto alguns botões de sua camiseta xadrez e agora tinha toda sua atenção voltada para uma garrafa de champanhe, a qual tentava abrir.
- Você não acha que nós já bebemos demais por hoje? – disse, voltando a encarar o teto. – O quarto está girando.
Ela ouviu o namorado dar um risinho.
- Nossa, desde quando você é fraca pra bebida?
- Acho que passei muito tempo sem beber. Foi isso.
- Poxa e eu abrindo o champanhe pra gente brincar de “I never” – O garoto lançou um olhar malicioso para a namorada.
- Você está querendo me deixar bêbada, é isso? – o encarou após alguns segundos de reflexão.
- Não, pequena, só quero te deixar no ponto. – O sorriso malicioso não saiu um segundo do rosto do garoto. Ele se aproximou do ouvido da namorada sussurrando calmamente: – De fazer o que eu quiser.
sentiu o corpo estremecer ao sentir sua respiração batendo tão quente em sua pele, mas recuperou os sentidos ao ouvir a última frase. Ela soltou um riso e o encarou com uma das sobrancelhas erguidas.
- Vai sonhando.
Harry ignorou o que a menina dissera, finalmente abrira o champanhe, fazendo um barulho que fez dar um pequeno pulo na cama. Ele deu um sorriso de lado ao ver sua reação e então encheu uma das taças.
- Tive uma ideia... Ela vai ser muito mais interessante... – ele disse, e logo após deu um gole na bebida. se voltou para ele com atenção. – Nós vamos brincar de “I Never”, mas em vez de bebermos, nós vamos tirar peças de roupa. O que você acha?
- Eu topo – dessa vez foi quem lançou o olhar malicioso. – Se prepare para perder.
- Não mesmo – ele a encarou desafiante. – Damas primeiro.
- Eu nunca... Fiquei com duas pessoas ao mesmo tempo – disse.
- Duas pessoas você diz beijando ou transando? – Harry falou, convencido. A garota disse algo como “Os dois, tanto faz”. – Ah, droga – O garoto fez um bico começando a desabotoar o resto dos botões.
- Como assim?! Você beijou ou dormiu com essas duas meninas?! – deu um pulo da cama, sentando-se ereta.
- Minha vez de perguntar! – Harry aumentou o tom de voz parecendo se divertir com o ataque de ciúmes da namorada.
- Me responde!
- O que você acha? Eu acho meio estranho transar com alguém sem beijar, você não? – Ele levantou uma das sobrancelhas. – Então... Eu nunca... Fiz striptease.
o encarou por alguns segundos com um olhar fulminante antes de começar a tirar suas sandálias de salto alto. O garoto que antes se apresentava convencido fechou a cara e tinha uma expressão confusa.
- Como assim?! Pra quem você fez striptease? Não acredito que foi pro idiota do Vinícius! Por que você nunca fez pra mim?
deu de ombros.
- Eu nunca... Dormi com um fã – ela o encarou com os olhos cerrados.
- Ah não! Essa foi golpe baixo! Você só estar falando coisas que você sabe que eu já fiz! Pra poder ganhar! Não vale! – ele reclamou.
- Com que fã você dormiu Harry Judd?! – cruzou os braços enquanto esperava uma resposta.
- Nenhuma, ok? Não preciso tirar nenhuma peça de roupa.
- Claro que precisa! Você acabou de admitir! Quando isso aconteceu?
- Quando eu estava em turnê e descobri que você estava vivendo um casinho romântico com o seu ex-namorado – ele respondeu, ríspido. Os dois ficaram em silêncio. Harry encarava o fundo de sua taça de champanhe, tentando se entreter com as pequenas bolhas que apareciam, enquanto voltava a olhar o teto.
- Desculpa, eu tinha esquecido desse detalhe. Agora tira sua blusa, sua vez. – Ela deu um sorrisinho de lado, mas Harry ainda mantinha uma expressão dura. – Harry? Olha pra mim. Não vamos brigar por causa dessa besteira, tá?
se aproximou do namorado que agora se encontrava escorado na cabeceira da cama. Ela sentou em cima de sua cintura colocando as pernas uma de cada lado do corpo de Harry. Suas mãos pousaram no rosto do namorado, virando-o para si.
- Foi uma brincadeira idiota, ok? – Com uma das mãos pegou a taça do namorado dando um gole antes e a deixou de lado no criado mudo. – Que tal nós esquecermos isso e tirarmos nossa roupa sem ter que fazer perguntas nem nada do tipo?
Harry continuou calado.
- Se você quiser eu bebo o resto do champanhe que tem nessa garrafa pra eu fazer o que você quiser. Não é uma boa oferta? – Ela lhe lançou um sorriso ao ver que os olhos do namorado se arregalaram.
- Você... Está se entregando? Não acredito que vivi pra ver o dia em que perdeu uma discussão.
- Eu não perdi pequeno, deixei você ganhar – ela disse, recolhendo a taça e bebendo todo o seu conteúdo. – São coisas completamente diferentes.
- E por que você fez isso? – Harry perguntou intrigado.
- Porque eu sei que nós ficaremos por muito tempo juntos e tenho certeza que ainda teremos muitas discussões pra eu ganhar. – A garota acariciou o rosto do namorado com delicadeza, fazendo-o rir.
- Vem cá – Harry a chamou. Automaticamente se aproximou do namorado, beijando com vontade. Ela deu uma mordida de deve no lábio inferior, puxando-o para si. Ao mesmo tempo em que sentiu todo o seu corpo estremecer com as mãos de Harry que a apertavam de maneira gentil, porém muito maliciosas, no quadril. não se importou, queria aproveitar aquele momento, com a certeza de que não seria o primeiro nem o último que passaria junto de Harry, mas sim um dos muitos que estariam juntos.

Uma chuva rápida havia caído naquela noite e a rua ainda se encontrava molhada em alguns pontos onde poças d’água se acumularam. encarava seu reflexo em uma delas enquanto o namorado conversava com uma fã. A garota desviou o olhar por um segundo, encarando a loira que agora agarrava Dougie pela cintura aproximando seus rostos. bufou baixinho. A loira tinha um voz enjoada e estridente, ela pode perceber, quando a fã pediu para bater mais uma foto. Dougie apenas ria, meio bobo com o assédio.
- Pronto, Melanie, quer dar uma olhada? – O amigo moreno da fã perguntou aproximando-se com a máquina.
- Ai, ficaram lindas! – A voz de Melanie ecoou pela rua quase deserta. – Olha, Dougie!
- É... Ficaram ótimas – Ele coçou a cabeça sem graça. Melanie continuou a falar, mas preferiu não prestar atenção ao que ela dizia. Já estava irritada o bastante só de ter que aturar a loira peituda, segundo ela, dando em cima de seu namorado. Ela se aproximou da vitrine de uma das lojas da rua. Era um antiquário pelo que ela pode perceber. “Odeio coisas velhas”, ela pensou, encarando uma poltrona que lembrava a casa de sua avó. Porém as coisas velhas pareciam mais fáceis de aturar do que Melanie, elas pelo menos não falavam.
- Bom, Mel, tenho que ir – Dougie deu um breve aceno. – Te vejo no próximo show.
não se moveu, apenas olhou a cena da fã abraçando o seu namorado mais uma vez; ela contou quantos segundos a garota levaria para tirar as garras de Dougie e foram sete, uma eternidade ao seu ver.
- Vamos? – sentiu os braços de Dougie a envolverem pela cintura, aproximando seus corpos.
- Já? Achei que você fosse passar mais tempo conversando com sua amiguinha – comentou, sarcástica.
- Fã – ele a corrigiu.
- Que seja. – A garota soltou os braços de Dougie e começou a andar em direção a avenida principal. Segundos depois ela sentiu a mão do namorado aquecendo a sua, ele andava logo atrás.
- Você tem certeza que quer andar? Nós podemos pegar um táxi – Dougie sugeriu com a voz manhosa.
- Eu não sei por que você está reclamando, quem está usando saltos aqui sou eu – deu de ombros, puxando o namorado pela mão.
- Eu não estou reclamando, só não queria que você se cansasse, só isso.
- Se você não quer andar, Poynter, pede pra Melanie te levar em casa, tenho certeza que ela não vai se importar!
Dougie parou de andar assim que terminou a frase, como não soltou sua mão, ela foi puxada de volta e logo o encarou.
- O que foi? – ela perguntou, mal-humorada.
- Não acredito nisso – Dougie deu um risinho, aproximando-se da namorada. – É impressão minha ou está com ciúmes?
fez um biquinho e estreitou os olhos para o garoto, que parecia se divertir com a reação dela.
- Eu não estou com ciúmes! – Ela revirou os olhos, dando um passo para trás na tentativa de se afastar de Dougie, mas fora impedida por um abraço do garoto. – Me solta! – ela reclamava enquanto dava tapinhas de leve no ombro dele, os quais não pareciam ter efeito nenhum.
- Admite!
- Desde quando você chama uma fã de Mel? – fez bico mais uma vez.
- Saiu sem querer, é porque nessa hora eu estava olhando pra você – Dougie deu um sorriso de lado.
- E ela só faltou te agarrar ali na minha frente, você não sabe impor limites nessas garotas!
- , porquinha, o que importa? Amanhã eu nem vou lembrar o rosto ou o nome dela – Dougie manteve o sorriso, e logo sentiu seu rosto ser erguido pelo namorado, que apoiava uma das mãos em seu queixo. – Ela é uma fã e nada além disso. Você é a única pessoa que eu realmente vejo. Ok?
sentiu as bochechas corarem e assentiu com a cabeça.
- Então agora me beija. Você sabe como quando você fica ciumenta e bravinha – Dougie riu puxando o rosto da namorada para si. Logo seu sorriso se desfez, quando seus lábios se encontraram e perfeito encaixe. levou uma das mãos ao cabelo de Dougie, bagunçando um pouco, o que o fez sentir arrepios.
- Acho que nós vamos precisar de um táxi – falou entre o beijo, fazendo o namorado sorrir. – Quero chegar logo em casa.

A porta do apartamento de Danny fora empurrada com um pouco de força pelo pé de , que tinha o namorado apoiado em um dos seus ombros enquanto ela o abraçava pela cintura. Não que a tarefa fosse fácil, já que ele era umas três vezes maior que ela.
- Acho que alguém bebeu demais – a garota comentou entre risos, arrastando-se até o sofá. Danny a acompanhou sem dizer nada e, ao sentir seus pés encostarem no móvel, se jogou, deitando-se com a cabeça apoiada em um dos braços.
- Eu não bebi demais. Só estou um pouco tonto – ele respondeu, abrindo e fechando os olhos lentamente, tentando focar em algum objeto da sala. apagou a luz do cômodo, ligando apenas um abajur que se encontrava próximo, assim ele não sentiria tanta dor de cabeça e o ambiente o acalmaria. Em poucos segundos ela fez companhia ao namorado, sentando-se ao lado do corpo deitado do garoto. Riu ao sentir as mãos dele puxando-a para se sentar na ponta do sofá onde ele poderia colocar sua cabeça.
- Pouco esperto você hein? – afagava a cabeça do namorado, bagunçando seu cabelo lentamente.
- Melhor travesseiro do mundo – ele sorriu, dando um longo suspiro.
- Sério?
- Aham, passou no teste de qualidade – Danny riu ainda com os olhos fechados.
- E quantos você teve que experimentar pra chegar a essa conclusão? – perguntou, com uma das sobrancelhas erguidas.
- Eu...? – O garoto parou de sorrir por alguns segundos. – , você é tão perfeita que eu tenho certeza que não vai ter nenhum melhor. – Ele abriu um dos olhos sem esboçar nenhum sorriso, esperando pela reação da namorada.
- Gostei da resposta. Se saiu bem – ela se divertiu ao assistir o namorado dar um logo suspiro, aliviado.
- Então, minha tontura passou, que tal fazermos alguma coisa? – Danny perguntou, animado.
- Mudança de assunto repentina. Sutil – a garota comentou sarcasticamente. – Está nervoso com a minha pergunta dos travesseiros ainda?
- Não, não é isso! As perguntas dos travesseiros eu aguento de boa, acontece que você me lança esse olhar de sobrancelha levantada estilo e, dude, sério, ela tem um efeito louco! Me deixa nervoso! – Danny comentou fazendo rir ao perceber o ar infantil do namorado. – Tenho medo. Sério, não faz mais isso.
aproximou o rosto ao de Danny mantendo a sobrancelha levantada. Ele tentava se afastar, mas sem muitas chances. Até que a garota tocou seus lábios, selando-os. Danny sorriu ao sentir o toque dela e logo levou uma das mãos ao seu pescoço, puxando-a para si.
- Muito melhor do que a sobrancelha – ele comentou entre o beijo.
- Pensei em uma coisa pra gente fazer! – afastou os lábios de seu namorado, este em resposta deu um gemido em protesto. – Nós não temos uma música.
- Você quer uma música pra quê? – Danny a encarou um pouco confuso, antes que pudesse responder ele se adiantou: – Ah! Já sei, está querendo criar um clima né. Não se preocupa não, eu tenho um CD ali naquela estante, várias músicas pra... Ham... Aqueles momentos.
A garota encarou o namorado por alguns segundos tentando entender o que ele havia acabado de falar e gargalhou em seguida.
- Danny, eu não estou falando disso. Quero uma música nossa. – Ela o encarou, esperando que ele a compreendesse.
- Ah, sim...
- Com quem você escutava esse CD, Danny Jones?
- Eu? Com ninguém... É sério! – ele se defendeu, ao perceber a sobrancelha da namorada se elevando. – Droga de sobrancelha. Então – ele pigarreou -, vamos escolher uma música.
- Mas que música? – fez um biquinho enquanto pensava.
- , geralmente essas músicas de casais tem que ser uma coisa espontânea, não? Tipo, uma coisa aleatória que toca no momento certo e na hora certa. Outro dia a gente...
- Já sei! Você tem um rádio? – a garota se levantou rapidamente, fazendo o namorado bater a cabeça. Ela caminhou até uma das estantes e encontrou um velho rádio de pilha, voltando ao seu lugar de origem. Tentou sintonizar em alguma coisa, mas só se conseguia ouvir chiados.
- Desiste disso – Danny comentou enquanto mexia no cabelo da namorada. Assim que terminou a frase uma música desconhecida começou a tocar. Os dois se entreolharam ao perceberem do que se tratava a música. – Então... Próxima estação?
mudou novamente, tentando sintonizar em alguma coisa. Uma música havia começado a tocar, assim que a primeira batida começou Danny se levantou em um pulo dançando ao ritmo da música. o encarou incrédula segurando um riso, mas manteve-se sentada no sofá apenas olhando o namorado. Logo que a música “Enjoy The Silence” começou e Danny cantava aos quatro ventos as primeiras frases. Ao perceber que a namorada o olhava ele levou suas mãos aos primeiros botões da camiseta, lançando um olhar divertido enquanto brincava com a roupa, fingindo estar preparado para tirá-la. Logo ele passou os dedos pelos mamilos fazendo uma careta. gargalhou ao vê-lo fazer isso. Ele chamou com a mão fingindo ser sexy, fazendo gargalhar. Ela deixou o rádio de lado e entrou na brincadeira. Se aproximou dele segurando-o pela nuca. Ela sentiu os braços do namorado a envolverem pela cintura, aproximando seus corpos para que dançassem juntos. Nesse exato momento o refrão da música chegou. Danny encarou e cantou, sem tirar os olhos dela:
“All I ever wanted All I ever needed Is here in my arms”
sentiu as bochechas arderem. Danny riu disso. Ele levou uma das mãos ao rosto da namorada, acariciando-o com o polegar. Sem pensar duas vezes, a puxou para um beijo.

Capítulo 42


Dois meses depois...

- Tudo bem, já posso abrir, agora? – perguntou pela quinta vez desde que saíra de seu carro, onde, na porta da casa, Tom havia vindo recebê-la com uma venda na mão.
- Você não sabe o significado da palavra 'não'? – Ele disse em tom divertido, enquanto a guiava até a entrada de sua casa. Tom havia ajudado a namorada com a mudança. Em seu carro estavam algumas malas com roupas, já que fora só aquilo que deixou tirar do apartamento que agora era dela. Assim que soube da notícia de que o casal iria morar junto, a amiga decidiu que ficaria com o lugar só pra ela. Argumentou dizendo que não tinha paciência para montar uma casa nova se tirasse toda a mobília dali, então ficou com tudo.
- Não é algum tipo de festa surpresa, é? Eu te disse que não queria nada de aniversário, Thomas! – parou de andar por alguns minutos, colocando as mãos na cintura.
- Amor, não é uma festa, prometo. – A voz do namorado soava paciente. – Agora... Só mais um passo e... – ouviu o som da porta se abrindo – Abra os olhos!
se viu de pé no hall da casa do namorado. Ele acendeu a luz e assim que ela se acostumou com a claridade pode reparar nas mudanças que aconteceram na sala. Algumas paredes tinham mudado de cor, algumas para um tom mais claro. Os pôsteres e objetos aleatórios que antes tomavam conta da mesa e prateleiras da casa de Thomas já não estavam mais ali. Tudo estava na mais perfeita ordem, com novos enfeites de decoração e até um vaso de flores no canto da sala. estava boquiaberta com as mudanças. Olhou para o chão e o carpete que antes era repleto de manchas de gordura e sujo, apresentava um aspecto completamente diferente, agora limpo.
- Eu não acredito – levou as mãos à boca enquanto analisava cada mínimo detalhe. Ela sentiu o abraço de Tom pelas costas e beijou seu rosto – Está tudo tão lindo!
- A ... E a ... A , também... – Tom ia falando pausadamente – Ok, todo mundo ajudou e eu não tive que fazer nada. – Ele soltou um risinho. – As meninas tiveram que te prender na empresa ou te levar pra fazer compras... Enfim, era uma surpresa.
- Eu simplesmente amei! – se voltou para o namorado com um sorriso bobo.
- Eu não podia te deixar vir morar em uma casa que cheirava a homem, né. – Os dois riram juntos. – Depois disso tudo, acho que está mais a nossa cara. A nossa casa. – Ele falava dando ênfase a cada “nossa”. - Agora... Sobe e vai ver o quarto, aproveita e veste o seu melhor vestido, estou preparando um jantar.
- Então é por isso que você está tão arrumado? – se afastou do namorado, analisando-o dos pés à cabeça. Ele tinha uma blusa social azul marinho com as mangas dobradas, calças jeans e tênis.
- Lógico, hoje é o seu primeiro dia aqui, tem que ser especial. – Ele sorriu, dando um breve aceno com a cabeça em direção à escada. prontamente subiu, enquanto Tom vinha atrás, carregando sua mala.

conseguia ouvir da cozinha os acordes vindos da sala. Ela continuava a mexer energicamente a colher de pau, analisando o fundo da panela, onde a massa marrom começava a exalar o cheiro de chocolate irresistível. Brigadeiro definitivamente era uma de suas especialidades. Ao ver que já estava pronto, desligou o fogão. A voz do namorado teve o tom aumentado quando ele chegou ao primeiro refrão de "What's My Age Again?". se esticou em direção a bancada que dividia os dois cômodos e pode ver Dougie que agora estava posto de pé, animado enquanto fazia movimentos rápidos com o violão. Ele fechou os olhos e continuou a cantar, não percebendo o olhar da garota sobre si. Ela ficou ouvindo o namorado cantar a música até o final e a que se seguiu. Finalmente ela se lembrou do brigadeiro, que já deveria estar morno.
- Hey, o cheiro está bom. – Dougie comentou assim que entrou na cozinha. – Consegui sentir da sala.
- Isso é porque não tem uma parede dividindo a sala da cozinha. – respondeu, sem se voltar para o garoto.
- Ah... É... – Dougie parou para o olhar para a bancada pensativo. – Nunca tinha visto isso aqui. Tinha certeza que era uma parede. – Ele terminou o comentário escorando-se na bancada ao lado de que apenas riu.
- E está pronto! – A garota bateu palminhas e logo se voltou para Dougie. Ela tinha duas colheres em mãos e tentou entregar uma para o namorado que recusou.
- Estou sem fome. – Ele comentou com uma careta.
- Mas eu fiz para nós dois! – falou espantada – Você não pode me deixar engordar sozinha!
- Você não precisa comer tudo.
- Você não entende. – A garota tinha os olhos saltados. – Isso é brigadeiro. Mulheres substituem isso por sexo! Sexo!
- Isso é sério? Acho que uma playboy funcionaria melhor. – Ele comentou pensativo, mas voltou ao seu estado normal ao ver revirar os olhos.
- Por favor, só prova então! Um dedinho só. – Ela falou com uma voz manhosa, lhe mostrando o indicador.
- Ok – Dougie se deu por vencido.

- O que é isso? – A típica sobrancelha do garoto se levantou enquanto analisava a mínima peça que segurava com o dedo indicador.
tirou os olhos do armário por alguns segundos e soltou um riso ao encarar o namorado.
- Um biquíni. – Ela respondeu com tom de simplicidade na voz.
- As pessoas realmente usam isso no Brasil? – Harry perguntou e logo tinha uma expressão de espanto ao ver a garota confirmar com a cabeça. O sorriso convencido voltou ao seu rosto em seguida. – Wow, eu vou amar essa viagem.
- Engraçadinho. – rolou os olhos se voltando para ele, rapidamente arrancando a peça de seus dedos. – Agora tente imaginar isso em mulheres gordas e feias, sim, elas existem e algumas estão nas praias do Brasil. – Ela deu um sorriso forçado e voltou a ter a expressão séria jogando o biquíni na mala.
- Uh, alguém está com ciúmes. – Harry se esparramou na cama deixando alguns objetos caírem dela e até uma pilha de camisetas de que estavam postas ao seu lado. Ao perceber o que tinha feito, pulou do lugar onde havia se deitado ficando imediatamente ereto na cama, esperando reparar o que tinha feito... Tarde demais.
- Harry! – o olhou, furiosa. – Eu estou tentando arrumar uma mala!
- Eu não fiz de propósito! – Ele tentou se defender, enquanto empilhava as camisetas de forma amassada em cima da cama. – E outra, por que você está arrumando essa mala, afinal? Nós só vamos viajar daqui duas semanas! – Enquanto falava, Harry amassava cada vez mais as roupas.
- Você só está piorando as coisas! – bufou, postando as mãos no quadril enquanto o encarava. – Olha as minhas roupas! Harry, você deveria estar me ajudando!
- Eu estou aqui pra te ajudar, mas até agora você não me deixou fazer nada!
- Eu não te deixei fazer nada? – o olhou, indignada – Você que não tomou iniciativa nenhuma.
- Ah, então você quer uma iniciativa? – Harry a olhou com um sorriso safado no rosto. O garoto se inclinou para frente segurando a namorada pela cintura puxando-a para cama.

- Ok, eu estou oficialmente nervoso.
O comentário de Danny fez rolar os olhos pela décima vez naquela noite. Ele também arrumava a gravata, mas ela já tinha perdido as contas das vezes que Danny havia mexido nela. Voltou a folhear a Vogue que tinha em mãos, preferindo se mostrar indiferente a reclamação.
- , essa é a parte que você fala "Não se preocupe, vai ficar tudo bem". – Danny disse, encarando-a através do reflexo do espelho, mas logo voltando sua atenção para a gravata que insistia em se desfazer.
A garota tirou os olhos da edição de inverno e voltou-se para o namorado, não tinha percebido como ele realmente ficava lindo de terno e sentiu um sorriso se abrir ao encará-lo, tentando fazer o nó da gravata borboleta, porém sem muito sucesso.
- Deixa eu te ajudar. – se levantou da cama, deixando a revista de lado; arrumou o vestido preto de bandage que vestia, puxando-o na altura de sua coxa. Logo se postou atrás do namorado ficando na ponta dos pés para arrumar a gravata. Ela percebeu o olhar curioso de Danny enquanto ela fazia o nó habilidosamente e finalmente disse. – Não se preocupe, vai ficar tudo bem.
- Por que eu não me sinto muito melhor depois de ouvir isso? – Danny soltou um suspiro frustrado encarando o teto. Sentiu os braços da namorada envolvendo sua cintura enquanto ela encaixava a testa em suas costas.
- Ele é só meu pai, Danny.
- Exatamente! – Ao ouvir isso abriu um sorriso, podia até imaginar a careta do namorado, como se fosse óbvio o que dissera.
- Nós já jantamos com ele, antes! Você sempre ia na minha casa, passava o dia lá! Que diferença faz, agora? – Ela soltou o garoto e voltou para a cama tentando não aumentar a ansiedade de Danny, encorajando-o a falar sobre isso. Pensou que se talvez se mostrasse mais interessada na revista do que nele, talvez o nervosismo passasse.
- Ham... Deixa eu ver... Eu sou seu namorado, agora! – Mais uma vez o tom óbvio na voz. – É completamente diferente, você sabe que é!
- Meu pai gosta de você, não se preocupe.
- Ele gosta de mim porque eu sempre fui seu amigo, aquele feio e deslocado que sempre estava lá pra você, mas que com certeza jamais teria uma chance. – Danny finalmente se virou para , esperando sua resposta.
- E mais uma vez eu pergunto: que diferença faz, agora?
- Bom, acontece que agora eu sou gostoso e famoso. – O garoto lançou um olhar sedutor para a namorada, que apenas caiu na gargalhada.
- Você que acha.
- Não, mas agora é sério. – Danny se ajoelhou na frente da namorada procurando seu olhar sobre a revista. – Eu só não quero estragar tudo. Ok, eu tô parecendo o Tom – Ele fez uma breve cara de nojo, mas voltando à expressão séria. – Mas é sério, a gente demorou muito tempo pra ficar junto e...
- Se você ficar nervoso e começar a falar besteira, eu mudo de assunto. Não te deixarei beber além da conta e falarei sobre coisas agradáveis... E não se preocupe, pedi para Margareth me ligar às oito horas, avisando sobre algo que esqueci no escritório e não pode tardar a ser entregue. Nós saímos de lá e voltamos para o meu apartamento, onde a minha cama estará esperando, ansiosa. Brilhante, não?
- Você é demais. – Danny sorriu abertamente para . Ele colocou uma das mãos no rosto da namorada, puxando-a para si, onde eles selaram seus lábios e permaneceram ali juntos, até o horário do jantar.

O mês de dezembro havia chegado. Para comemorar o natal que aconteceria naquele dia, todos decidiram se reunir na casa de Danny para a ceia. Seria uma coisa bem fechada, apenas para eles, passariam o natal entre amigos. A casa do garoto havia sido decorada durante toda a manhã por , Harry, , mas especialmente Tom, que parecia mudar completamente naquela época do ano. Tanto ele como se comportaram como crianças durante todo o dia e não pareciam se cansar disso. A sala estava toda adornada por vários azevinhos e guirlandas em todas as portas do térreo. Um enorme pinheiro fora colocado próximo a lareira da sala. Nele, vários enfeites estavam pendurados além dos muitos pisca-piscas que brilhavam sem parar. Para completar aquele clima de natal, durante toda a semana que o antecedera, Londres fora coberta por uma neve branca que caía calmamente por toda a cidade. Naquela manhã eles organizaram uma guerra na neve. Meninos contra meninas. Danny, Dougie e Tom pegaram leve com as namoradas, errando propositalmente, fazendo bolas de neve menores, ou até mesmo deixando-se acertar pelas namoradas. As únicas exceções foram e Harry, que pareceram levar a brincadeira um pouco a sério demais. Ainda naquela noite, Harry possuía uma enorme marca vermelha no pescoço e no braço. No final de tudo foi declarado um empate técnico, resultado questionado ferozmente pelos dois. e ficaram responsáveis pela comida, o cheio podia ser sentido de todos os cantos da casa e pelo visto ela estava muito boa. Danny e Dougie foram deixados de fora de qualquer tipo de organização para aquela noite, eles eram atrapalhados demais.
Danny encarou a janela por alguns momentos, a neve caía devagar e ele podia encarar todo o seu jardim branco. Ele voltou sua atenção para a sala e nela já estavam todos reunidos nos sofás, conversando animadamente. saíra da cozinha naquele momento e veio andando em direção ao grupo.
- Então, vamos começar a entrega de presentes, antes da ceia? – Ela batia palmas animadas. Todos concordaram prontamente. Após uma grande discussão, ficou decidido que Danny começaria.
- Eu começo, então! – Ele levantou decidido de seu lugar com um sorriso de ponta a ponta.
- Jones tá armando alguma. – Harry comentou com uma das sobrancelhas levantadas.
- Disso, tenha certeza, Judd. – Danny respondeu divertido com o presente nas mãos. Uma caixa de tamanho médio, embrulhada em um papel de presente vermelho. – Então, meu amigo secreto... É o Tom!
- Porra, Danny! – Dougie gritou entre risos.
- Nós temos que adivinhar! – completou a frase de Dougie. – É por isso que se chama amigo oculto!
- Ninguém me avisou!
- A gente te desculpa Danny, agora me dá logo meu presente. – Tom se levantou indo na direção do amigo.
- Muita calma nessa hora, preciso explicar o meu presente – Danny lançou um olhar malicioso para todos na sala. – Bom gente, eu não consegui pensar em algo melhor e mais parecido com nosso amigo Thomas...
Danny entregou o presente para Tom, que abria cauteloso.
- Essa brincadeira foi maldosa. - Tom respondeu com as sobrancelhas unidas em uma expressão confusa, sem conseguir evitar um sorriso.
- O que é? – perguntou curiosa.
- Mostra pra gente, Thomas! – gritou já um pouco animada pelo vinho que vinha tomando.
Tom lançou um sorriso sem graça para a namorada que o olhava com uma expressão confusa.
- Uma garrafa de vodca! – Danny gritou, tão animado quanto . – Mas calma! Não é só isso! O conteúdo dessa garrafa não passa de água, então quando você quiser dar uma de roqueiro bêbado, só levar a garrafinha que seu amigo Danny, aqui, te deu! A nem vai precisar se preocupar! Feliz Natal, Fletcher!
Tom levou uma das mãos ao rosto tentando escondê-lo em meio aos risos de todos, até de .
- Valeu Danny, adorei o presente. – Tom comentou, ainda com o rosto vermelho. – Então, minha vez. Meu amigo oculto é uma mulher e namora um dos integrantes do McFLY.
- Dãããr. – Todos falaram em uníssono.
- Calma... O que mais... E ela é ciumenta!
- ! – Todos gritaram juntos entre risos. A garota gritou seu nome animada, deixando sua taça de lado, abraçando Tom com força.
- , isso aqui é pra você. Eu passei algum tempo fazendo, então olhe com cuidado e paciência.
- O que é isso? – Dougie pulou de seu assento ao ver uma foto sua no pequeno caderno que Tom dera a .
- Um relatório de tweets, ex-namoradas e affairs do pequeno Dougie. – Tom comentou e logo em seguida piscou para a namorada. Eles tinham passado a tarde toda montando aquele livro, com fotos de mulheres de revistas, tweets forjados e fotos de primas de Dougie só para atormentar .
- Quem é essa loira? – perguntou, apontando para uma das garotas que estava com Dougie.
- Vai se ferrar, Thomas! – Dougie empurrou o garoto que ria, enquanto tentava explicar para que tudo aquilo eram montagens de fotos feitas por Tom.
- Depois nós conversamos, Poynter. – fingiu seriedade por alguns segundos. – Então... Meu amigo oculto... É um cara com um coração imenso, uma raposa selvagem!
- Harry!
- É pra você Judd, depois da casa de campo eu descobri o quanto você precisava... – comentou com desgosto enquanto assistia o amigo abrir a caixa sob os olhos atentos dos outros presentes na sala.
- Não acredito! - Harry riu alto e virou a caixa, lendo brevemente as instruções. – Cera fria? Eu devo passar isso no peito? - Fez-se silêncio na sala.
- É claro! Onde mais poderia ser?
- Ufa...
- Que nojo, Harry, eu nunca cheguei a ver essas partes pra comentar, mas daí vai do gosto da . – comentou, com um tom safado.
- Sinto muito, , eu tenho muito amor pelos meus pelos, eles vão continuar aqui comigo. – Harry disse, enquanto a garota foi se sentar.
- É claro que vão, ! Eles são meu tapetinho do amor. – comentou, perto de Harry e acariciando seu peito, fazendo todos rirem. - Ok, meu amigo oculto, é uma pessoa super legal e paciente...
- !
A garota se levantou, indo abraçar Harry, que a entregou uma grande caixa.
- Bom, como eu sou um cara que pensa no bem das pessoas, eu acho injusto ver uma menina linda feito a , sem uma vida sexual ativa... – Harry riu enquanto olhava para Tom. – Isso é pra te dar uma força.
- Não entendi... – franziu a testa enquanto abria a caixa. Ela gargalhou ao ouvir um "Nem eu..." de Danny ao fundo. Tom já tinha a cara fechada, desde que ouvira o comentário de Harry.
- Não achei graça, Harry!
- Eu achei – Ele comentou convencido, enquanto olhava abrir o presente.
- AAAAAAAH! - gargalhou alto ao se deparar com o presente. Dentro da caixa havia uma lingerie preta rendada e com ela um capacete do Darth Vader. A garota teve que segurar o riso ao se deparar com os olhar de Tom, extremamente estressado. Ela abaixou brevemente a cabeça e tomando ar pra olhar feio pra Harry. - É, não teve graça. Ninguém agüentou, nem mesmo Tom, rindo da reação da garota.
- Eita, que a noite vai ser boa, hein, Thomas? – deu um leve soco no ombro do amigo.
- Então, pra acabar com esse assunto, eu vou dar o meu presente... – abriu um sorriso largo apoiando as mãos nos ombros do Danny. – Eu e o Dougie decidimos dar o mesmo presente. As duas últimas pessoas que sobraram foram o Danny e a , então como eu vou morar com o Tom, Danny, eu resolvi te dar... Minha máquina de lavar! Eu sei o quanto você e a adoram uma dessas... - encarou , que tinha o rosto completamente vermelho. Os meninos a encararam com uma expressão confusa no rosto e as meninas apenas gargalharam.
- Não acredito que você contou isso pra elas! – Danny gritou, surpreso.

Após a troca de presentes, Harry, Tom e Dougie, acompanhado de , continuaram sentados no sofá da sala.
- Malas prontas para o Brasil? – Dougie perguntou para o amigo.
- A é uma pessoa extremamente pragmática. Nossas malas estão prontas há mais de uma semana. – O garoto deu um gole no vinho que bebia. – Se ela visse a nossa organização durante a turnê, arrumando nossas malas em menos de 15 minutos pra pegar o ônibus...
- Eu ainda quero ir ao Brasil. A já me prometeu que nas próximas férias que ela tirar da empresa, eu vou finalmente conhecer os pais dela.
- Conhecer o sogrão? Boa sorte. – deu palmadinhas no ombro de Tom. – Você já viu alguma foto do pai da ? Até eu tenho medo dele. – A garota comentou se divertindo com o nervosismo do garoto. – Falando em sogro... Harry, você já aprendeu alguma coisa em português para falar para os pais da , quando chegar no Brasil?
- Bom, ela me ensinou aquelas coisas básicas como "Bom dia", "Obrigado". – Ele ia falando cada palavra com um pouco de dificuldade e com um sotaque enorme, o que fez rir.
- A quer que você passe vergonha? Olha, vou te ensinar uma frase que é a chave pra você ser aceito na família. – Ao ver que Harry e Tom tinham se aproximado ainda mais para ouvi-la, continuou. – Você chega pro pai da e fala "Tua filha é muito gostosa".
- ! O que você está ensinando pra eles? – entrou na sala com uma bandeja, se dirigindo à mesa de jantar.
- Português! – Ela respondeu, inocentemente.
- Gente, o jantar está servido! – disse assim que entrou na sala, acompanhada de Danny que trazia em uma grande travessa o peru de natal.
- Antes de começarmos, eu gostaria de fazer um brinde! Acho que cada um deveria falar algumas palavras. – Danny disse. – Então, eu começo. Um brinde aos amores estilo 'problemas matemáticos', à primeira vista eles são complicados, no final você vê que a solução é simples. – Ele terminou a frase com um olhar significativo para , que corou.
- Um brinde... Às entrevistas de emprego, pois sem elas eu não teria pegado aquele trem para Essex e ao brigadeiro, meu companheiro durante a turnê. – comentou, fazendo todos rirem.
- À amizade, que pode dar início a um grande amor. – disse, dando um selinho em Tom logo em seguida.
- Às dificuldades, que tornam a vida e as pessoas muito mais interessantes e apaixonantes. – Harry falou, encarando a namorada que apenas riu.
- Às sessões de foto. – comentou com um sorriso safado, acompanhada de Harry.
- À paciência que o Danny teve comigo. – falou, depositando um beijo no rosto do namorado.
- Um brinde à estação de Essex – Foi a vez de Dougie.
- Um brinde à pessoa que nunca me deixou desistir dos meus sonhos e é graças a ela que hoje eu estou onde queria estar, um brinde ao McFLY!
Todos levantaram suas taças e logo em seguida beberam seu conteúdo. Danny foi o primeiro a se levantar para cortar as fatias de peru. Harry oferecia vinho para todos. Dougie, Tom e faziam coro com uma música natalina. e tentavam evitar que eles derrubassem alguma taça enquanto dançavam, cantando a música. A sala que antes era silenciosa encontrava-se cheia de vozes, conversas e risos. Esse estava sendo um momento feliz que se juntaria aos outros guardados na memória de todos e de muitos mais que viriam, no futuro.

Fim

N/B: Qualquer erro, favor enviar um e-mail para marii.hurtado@gmail.com. Obrigada!

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