Por: Suelen Alves | Beta: Sofia Queirós


- Aí Harry, dessa vez é sério, vou chegar nela mesmo – eu falei para o Harry só da boca para fora, eu ficava morrendo de vergonha só de ela perceber que eu que estava olhando-a.
Confesso que torcia para que ela fosse dessas garotas modernas que chegam nos garotos em que está a fim.
- Aham sei, – ele disse num tom irônico – Você também me falou isso ontem! - ele disse, me dando um tapa na cabeça.
- É que ontem eu estava feio – disse, enquanto passávamos pelo portão da escola e eu cruzava os dedos para ela não ter ido na escola, mas ao mesmo tempo rezando para ela ter ido para eu poder apreciar sua beleza.
- Essa foi a pior desculpa de todas as outras que você me contou – ele disse, rindo da minha cara. – E além do mais, você não é bonito, EU sou bonito!
Eu revirei os olhos e dei um soco nele, mais para descontar o que ele havia me dado há algum tempo.
- Resolvi te ajudar, você é muito enrolado, vamos ser amigos – Harry disse, do nada.
- Mas nós já somos amigos – eu disse, com obviedade na voz.
- Dã, disso eu sei, seu anta – e eu me perdi no meio da conversa. – Eu quis dizer que vamos ser amigos da e dos amigos dela também.
- Aaaaaaah, tá! – eu disse, agora entendendo o que ele queria dizer.
- Vou falar com elas e depois te apresento, o resto fica por sua parte... – ele disse se levantando, eu me apavorei e puxei ele pela blusa, o que ele ia fazer?
- Aonde você vai? – Eu perguntei parando na frente dele que tinha recomeçado a andar após retirar minhas mãos na sua blusa.
- Vou falar com a , vamos! – Ele disse tentando desviar mas eu puxei ele de volta.
- Agora? Já? – Perguntei apavorado, sei que estão pensando que sou um covarde, amarelão, mas é que eu passo mal só de pensar em falar "oi" para ela.
Harry me olhava rindo, eu deveria estar com a cara apavorada igual eu me sentia por dentro.
- Claro Dougie, é tão fácil chegar nas gatinhas, você que é um bundão! – Ele disse isso olhando para a direção do grupo no qual se encontrava . – E tá vendo a ali, a ?
- Ah, não vai falar que está interessado nela? – Ele abriu um sorriso de torto, ainda olhando para ela. – Safado!
- Safado, não... Tigrão “rawr” – ele disse, imitando um tigre.
- De qualquer maneira Harry, deixa isso para depois, por favor! – implorei para ele, que pensou um pouco e depois bufou.
- Tá bom seu medroso, mas na hora do intervalo eu vou lá puxar papo.
Ele saiu pisando duro para o bebedouro e eu fui atrás dele com um sorriso idiota na cara.

Durante a aula eu estava nervoso e não conseguia prestar atenção em nada, muito menos conversar...
Quando faltava apenas alguns minutos para bater o sinal para o intervalo, me deu uma dor de barriga muito forte e pedi para a professora para ir ao banheiro, pouco tempo depois o Harry estava me chamando do lado de fora da cabine.
- Dougie, você está bem? – Ouvi ele perguntar, parecendo preocupado.
- Aham – menti e ele começou a rir.
- Cara, você está com dor de barriga? – Ele perguntou, quase sem ar de tanto rir.
- Vai se foder, Harry – Gritei nervoso.
- Vou mesmo, tô indo agora fazer novas amizades, acho que eles serão mais legais comigo... – Arregalei os olhos e comecei a me levantar.
- Eu vou com você – eu disse, mas a dor de barriga voltou. Eu gemi alto e bufei ao mesmo tempo.
- Acho melhor você ficar aqui – ele disse rindo loucamente.
- Também acho – falei quase sem ar pela força que fiz um pouco antes.

Saí do banheiro pouco tempo depois do Harry ter me deixado lá, mesmo ainda estando nervoso a dor de barriga já tinha passado.
Saí pela escola à procura de Harry e achei ele rindo e conversando com a... ?
Achei que ele ia chegar chegando e ir logo cantando a e deixar uma má impressão, e eu ficar queimado naquele grupo e com só por andar com ele.
- Hey, dude! – Eu disse, quando cheguei perto deles.
- Dougie, conseguiu sair do trono – ele disse, erguendo as mãos aos céus como se estivesse agradecendo um milagre divino e riu, enquanto eu corava. Às vezes penso que as pessoas me acham muito gay, eu tenho algumas atitudes que parecem de mulher.
- Vai se ferrar, Harry – eu disse, dando um soco no braço dele.
- Você já me ama, né? – Ele disse, me abraçando e eu empurrei ele.
- Idiota! – eu disse, rindo, e já estava meio sem graça pela nossa atitude estranha, somos amigos desde que me entendo por gente e isso é natural para nós, mas SÓ para nós e nossos conhecidos.
- Desculpe, , esse é o Dougie, meu amigo que eu falei que estava no banheiro e que está a fim da – Oh God, ele falou isso para ela? O que ele tem naquela cabeça? Titica de galinha? Fuzilei-o com os olhos e isso só o fez rir mais de mim.
- Oii, Dougie – ela sorriu simpática para mim ignorando minha cara vermelha.
- Oi – sorri tímido e querendo me enfiar num buraco.
- Não precisa ficar com vergonha, não vou falar nada para ela, isso fica entre nós três – ela disse e eu sorri.
- Tudo bem – eu disse olhando para o meu pé.
- Sabe o que a me disse, Dougie? – Eu ergui meus olhos para Harry confuso e agora com menos vergonha.
- O quê? – Minha curiosidade aumentou conforme a vergonha sumia.
- Que a também anda lançando uns olhares para você, que ela só está esperando você chegar – ele disse isso e ficou me olhando tentar esconder a felicidade que brilhava nos meus olhos.
- É verdade isso? – Perguntei olhando para que confirmou, e eu sorri abertamente.
Não deu tempo de falar mais nada e eu ouvi vozes vindo de trás de mim e quando eu me virei eu paralisei ao ver o grupo animado que se chegava e principalmente quem estava nesse grupo.
- Gente, onde vocês estavam? Foram fazer a cantina para só depois comprar os pirulitos? – perguntou voando para cima da que estava com o pirulito dela.
- É que tinha muita gente e o Nicolas, aquele gordo, ficou lá na frente tapando tudo – reclamou.
estava quieta um pouco atrás olhando para o chão ao lado da e da . e ficaram falando besteiras e rindo igual loucos, até chamar atenção deles.
- Gente, vocês nem perceberam que eu fiz amigos novos, né? – ela fez uma cara feia para eles que ficaram segurando o riso e as vezes soltando pelo nariz.
- Ah eu vi, é que eu estava esperando você apresentá-los a nós. – disse.
- Vai falar que vocês não sabem os nomes deles? Vou ter que apresentar mesmo? – Ela disse revirando os olhos e eu ri baixo.
- Vai! – disse, gargalhando.
- Tá bom, Harry e Dougie, esses são , , , e ... – ela disse apontando para cada um ali. Naquela escola é difícil uma pessoa não saber o nome da outra.
- Oi pessoal, como estão? – Harry foi dando um beijo em cada uma das garotas e deu um "oi" de longe para o .
Eles responderam com vários “oi” e “tudo bem”.
- Oi – eu disse acenando com a mão e um sorriso tímido na cara e logo olhei para meu sapato e fingi interesse neles. Ouvi alguns “ois” em resposta ao meu.
- Gente, vou... – o que eu ia falar? – Ali...
Eu saí rápido, quase correndo mesmo e subi para o refeitório.
- Dougie – Ouvi atrás de mim mas não esperei e continuei andando como se não tivesse escutado. – ESPERA, DOUGIE – Ela gritou e eu parei, não dava para fingir que não tinha escutado aquele grito.
- Você está amarelo, o que foi? – Ela perguntou colocando a mão na minha testa. – Está gelado também... está passando mal?
- Não, isso é nervoso mesmo! – Harry surgiu atrás de rindo de mim - Esse molenga aí fica assim sempre que está muito nervoso.
- Ah fala sério, isso tudo porque... – ela parou e eu assenti, porque já sabia o resto da frase. Ela revirou os olhos e saiu de perto de mim com o Harry.
- Se acostuma hein, vocês agora são meus novos amiguinhos... – ela disse agarrando o braço do Harry e saindo de perto de mim que estava rindo do jeito que ela falou.

Me dirigi ao bebedouro e quando terminei de beber água o sinal bateu, eu passei longe de onde estava o meu novo grupo de amigos e entrei na sala de aula me afundando na cadeira querendo sumir. Não me entendia, agora estava muito mais fácil falar com ela, PORQUE eu não conseguia nem ficar perto dela? Raiva de mim mesmo.
- Dude, você mancha a reputação masculina com essas atitudes, sabia?
- Vai se... – ia xingar o Harry, mas ele não tinha culpa de EU ser burro. – Ah, deixa quieto...
- Nossa, isso é que é amor hein – ele provocou, mas eu ignorei.
Peguei meu celular e escutei música até ele me cutucar para falar que tinha batido o sinal para ir embora.
- Dougie, vou ter que ir mais tarde, peguei detenção hoje por estar sentado na mesa da sala quando a professora chegou.
- Seu bagunceiro – eu ri dele e ele revirou os olhos. Eu saí da escola e fui para minha casa, eu enrolei um pouco porque vai para casa pelo mesmo caminho que eu, ela ia na frente e eu atrás, olhando para ela.
Andava no mesmo ritmo que o povão estava. Percebi que só , e estavam saindo da escola, onde estava o resto do pessoal, afinal? Dei de ombros e continuei andando, ia sozinha para casa já que o não iria com ela, acho que os garotos que estava atrás de mim sabiam disso, porque quando a música que eu estava escutando acabou eu ouvi eles falando algo sobre a garota que ia embora sozinha ali na frente, quando escutei isso, eu pausei a música e fiquei ouvindo eles falarem.
-... Sei o caminho que ela faz, sempre vai com um amiguinho mas hoje ele não está com ela, agora ela vai ver o que é bom pra tosse! – Quando ele disse isso eu gelei, estava chegando na rua que eu subo sempre e fingi subir, quando o caminho estava livre eu voltei e segui os malandros que seguia a .
Enquanto andávamos eu fui pensando, tentando entender porque ele queriam vingança[?] com ela até perceber que ela subiu numa rua pouco movimentada que era a dela e do , eles eram vizinhos. Eu estava uns bons 10 metros dos caras e eles ficaram um bom tempo fora das minhas vistas após terem virado na mesma rua que , apressei meu passo até que eu percebi que estava correndo.
Quando ouvi um grito agudo não sei da onde eu tirei mais forças e corri mais rápido, cheguei chutando um garoto mais ou menos do meu tamanho e o outro veio por trás de mim com um pau e me derrubou no chão, quando ele foi bater em mim eu desviei e peguei minhas pernas cruzando-as em volta do braço dele e o derrubando no chão, o outro veio para tentar me bater também, mas eu me levantei rapidamente e dei-lhe um soco no nariz, pois ele ainda estava tonto do chute que eu havia lhe dado, o outro molão estava jogado no chão falando que quebrou a mão, eu fui socorrer enquanto eles se contorciam.
- Você está bem? – Perguntei ajudando-a a se levantar.
- Sim... – Ela respondeu e começou a chorar no meu ombro e eu vi os caras se levantando, afastei ela um pouco esperando eles virem para cima de mim, mas eles pegaram e foram embora nos jogando uma enxurrada de ameaças que nem damos moral. Ela pegou as coisas dela e eu as minhas que estavam espalhadas pelo chão.
- Me acompanha até em casa? Estou com medo – ela disse.
- Capaz que eu ia te deixar ir sozinha, mesmo você morando uma quadra acima! – Eu disse abraçando ela de lado enquanto ela chorava ainda.
- Obrigada – ela sussurrou baixo e eu arrepiei todo, não sei porque.
Um silêncio pairou no ar e fomos calados por todo o trajeto até a casa dela.

- Quer entrar? – Ela me perguntou, engraçado, eu estava me perguntando cadê a vergonha que eu tanto sentia quando estava perto dela.
- Sim, até você melhorar, você parece abatida – eu disse, pegando na mão dela e ela me levou para dentro.
- Vou buscar um suco para nós bebermos – ela disse, sumindo para dentro da casa.
Vou confessar que é estranho né, entrar na casa de uma menina quando ela está sozinha, e ainda mais quando você é a fim dessa menina e parece que ela é a fim de você também. Mas ela precisava de um amigo e só eu estava por perto.
Coincidência? Só pode ser... Não tinha outra explicação, só se essa explicação for o destino.
- Só tenho refrigerante... – Ela disse, com uma voz meio que pedindo desculpas.
- Não tem nada, não – eu disse enquanto ela abria a garrafa, eu olhei para os meus pés, minhas bochechas esquentaram, eu sentia o olhar dela sobre mim, eu comecei a balançar o pé de nervosismo.
- O que foi? – Será que ela percebeu meu nervosismo? Estava tão na cara assim?
- Nada não, é que nós dois aqui sozinhos... Seus pais não... Eles não se incomodam? – Perguntei e ela começou abriu um sorriso meigo que me hipnotizou.
- Eles sabem que eu me comporto e não se incomodam e não, eles não estão em casa, viajaram de manhã para a capital e vão chegar só à noite.
- Hum... – eu não sabia o que falar, a sala ficou silenciosa novamente. Ela ligou a TV e quando foi colocar o controle na mesinha central ele caiu no chão, eu fui para pegar e ela também, com isso batemos nossas cabeças e começamos a rir. De repente uma tensão substituiu o aroma alegre da sala, nossos olhos não se desgrudavam mais nem se quiséssemos e eu fui chegando cada vez mais perto do rosto dela até nossos lábios se tocarem num selinho demorado, eu abri a boca pedindo passagem para beijá-la e ela a abriu, começou um beijo calmo, mas logo ela passou a mãe para a minha nuca e segurava minha cabeça impedindo de me afastar enquanto entrelaçava seus dedos em meus cabelos. Aos poucos fomos diminuindo o ritmo do beijo e separamos nossas bocas finalizando o beijo como havia começado, com um selinho. Eu ainda estava de olhos fechados com um sorriso de orelha à orelha, e antes de abrir os olhos eu tinha certeza que ela também sorria.
- Dougie... – ouvi ela sussurrando meu nome e abri os olhos, ela estava com um sorriso radiante no rosto. Olhando nos olhos dela eu tomei coragem de dizer para ela o que eu queria dizer desde que percebi que eu a admirava de longe.
- Sabia que há séculos eu quero fazer isso? – Perguntei e ela abriu mais ainda o sorriso, se é que isso era possível.
- Acho que é recíproco... – Ela disse e eu lhe dei um selinho rápido.
- Hum que safado, me roubando selinhos... – Ela disse rindo, depois que eu falei o que estava engasgado parece que toda a minha timidez de falar com ela passou.
Quando fui para dar outro selinho roubado nela tocaram o interfone e eu pulei do sofá na hora. Ela foi atender.
- Alô... Entra, – ela disse apertando o botão para abrir o portão.
- Já volto, vou abrir a porta – ela me disse me roubando um selinho e eu dei um sorriso encantado.
- Tudo bem... – respondi, de marte.
Pouco tempo depois ela voltou acompanhada de .
- Hey Dude – eu disse animado.
- Oi Dougie – ele respondeu na mesma empolgação.
- Você não estava detido na escola? – perguntou.
- Não, eu inventei isso junto com a – ele disse e olhamos para ele com cara de queríamos explicações.
- Que papo é esse? – perguntou.
- Foi um plano do Harry, da e meu para unir vocês, e parece que deu certo... – ele disse vitorioso.
- É, deu mesmo – disse dando um abraço nele e depois me abraçando e me dando um selinho.
- Quer dizer que... Aqueles caras foram contratados por vocês? – Eu perguntei assustado.
- Sim, eles fizeram direitinho o serviço – Eu fiquei com raiva dele e endureci a mandíbula.
- O jeito que eles atacaram não me pareceu mentira, se eu não tivesse aparecido eles teriam feito coisas horríveis com ela – eu disse me arrepiando só de pensar numa coisa dessas.
- Não iam não, nós falamos que se você não os seguisse não era para eles fazerem nada com ela – ele disse recuando um pouco ao perceber que eu estava nervoso.
Relaxei meus músculos depois da resposta e ele também relaxou.
- Plano infalível, pelo menos até a parte do ataque... – Ele deu uma risada baixa.
- O que foi, ? – perguntou, achando estranho ele rir do nada assim.
- Nunca achei que o Dougie iria ser tão agressivo com os caras... – ele disse rindo muito agora – Quebrou a mãe de um e uma costela do outro, nos deu o maior prejuízo isso... Vou cobrar, hein...
Caímos na risada.
- Nem pensar... – dissemos juntos e ele fingiu um biquinho.
- Espero que o plano que e eu fizemos para o Harry e a dê certo... – ele disse do nada.
- Espera? Vocês armaram para a e o Harry também? – Perguntei espantado.
- Aham – foi só o que ele disse.


°°°

- Ah que fofo os pombinhos! – chegou pulando em nós dois.
- Foi armação sua, né, senhorita? – perguntou para , que assentiu, sorrindo de orelha a orelha.
- Como você conseguiu convencer os professores a nos dar detenção só para ficarmos sozinhos juntos? – Eu perguntei.
- Fácil, falei que vocês estavam incomodando metade da escola, para isso eu subornei um bando de gente, tenho que comprar coisas pra metade da escola por culpa de vocês agora...
- Hahá, te amo, meu cupido – foi dar um abraço e um beijo exagerado em .
- E eu também sou cupido, uma hora dessas o Dougie já deve ter entrado em ação... Eu espero, né... – Eu disse, rezando para que Dougie tivesse a coragem de tomar a iniciativa pelo menos uma vez na vida.
- Como assim? – perguntou.
- Armamos um plano para Dougie e também – respondeu e só assentiu com um sorriso malicioso no rosto.

Fim



N/A: Sabem, eu estava alone, sem nada para fazer então resolvi fazer essa short fic, eu realmente amo essa fanfic, é tão... Fofa sahusahus sim, uma autora que gosta do que escreveu. Essa é meu xodózinho, mas comentem, se vocês gostam ou não gostam, podem até xingar :B

NOTA DA BETA: Encontrou erros que provavelmente passaram despercebidos pela desastrada aqui?
     
P.S: A opção "descontar na autora através dos comentários" foi desativada pela eminente injustiça que representa.


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