Lá estava eu, na varanda de casa vendo minha filha, aquele pequeno bebê que a tão pouco tempo eu segurava em meus braços, e se mostrava tão dependente de mim, agora ir embora, traçar seu próprio caminho e seguir seu sonho...ser uma cantora de sucesso.
Isso que sempre me orgulhou na ... Ela nunca desistiu de seus sonhos, nunca recuou à nenhuma dificuldade... Começando pela infância difícil que teve, devido àquele projeto de mãe nos ter abandonado quando ela tinha apenas alguns meses de idade. Sempre me senti culpado por ver minha filha assim... Porém, ela é mais forte do que várias pessoas juntas, e até algumas vezes bancou a minha psicóloga.
Moro no interior da Inglaterra. Nasci, cresci e formei a minha família aqui. Sou músico, mas vamos dizer que o dinheiro que conseguia ganhar em pequenos locais aqui da cidade mal davam pra colocar comida na mesa... Então eu acabei aceitando a oferta de um fazendeiro rico de trabalhar na fazenda dele, e ele me pagaria um bom salário, uma boa escola para a minha filha e teríamos uma casa só para nós.
Ensinei a tocar violão e piano, e a cantar. E por este motivo ela aprendeu a tocar outros instrumentos sozinha. Cantava como um passarinho desde pequena, o que fazia muitas pessoas se encantarem com isso, inclusive meu patrão.
Ele sempre falou sobre Londres, sobre as gravadoras, o que fez com que minha filha se interessasse bastante nisso. E aqui estamos, com a pick up do meu patrão à frente da nossa casa, esperando para levá-la de carona à cidade. Eu cheguei mais perto de e a abracei com força, com os olhos marejados. Logo nos separamos, e eu olhei para ela ali, também chorosa e daquele jeito tão lindo com seus cabelos cor de trigo, lisos até certa parte e cacheados nas pontas e seus grandes olhos esverdeados, com as bochechas e nariz um pouco rosados pelo choro. Eu sorri.
- Eu me lembro que achava você parecida com um anjo envolvida num rosa suave e quente. Você me envolveu em volta dos seus dedos desde o dia que você nasceu. Persigo seus sonhos, mas sempre sei qual estrada te conduz de volta para casa... Vai lá, encare este mundo todo, minha garotinha. – eu disse calmamente, o que fez com que dos olhos de brotassem lágrimas, e ela voltasse a me abraçar fortemente.
Suspirei, e quando a soltei, ela disse sorrindo.
- Eu vou, mas volto logo pra ver você, papai. Eu te amo muito, muito! – ela beijou minha bochecha, e eu dei um breve beijo em sua testa, vendo-a correr para a pick up com a pesada mochila e logo o carro ir partindo e ficando cada vez menor, até que não pude mais vê-lo.
Entrei para dentro de casa, me sentindo triste por não ter mais minha pequena o tempo inteiro debaixo de minha asa, mas ao mesmo tempo feliz por saber que ela estava perseguindo seus sonhos... Fui para a sala e tirei alguns álbuns de fotos de dentro do armário... A primeira foto era de bebê, deitada de bruços em cima da cama somente de fraldas... Os mesmos olhos verdes, os mesmos cabelos cor de trigo. Sorri sozinho, e virei a página, na qual a foto era no nosso canteiro, coberta de terra e com as flores reviradas e quebradas. Naquele dia ela esteve mesmo encrencada, mas foi só ela me dar aquele sorrisinho torto que meu coração de pedra derreteu-se. Soltei uma leve risada, me lembrando da infância de , e virei a página lentamente, me deparando com uma foto da mesma de pijama de bichinhos e uma boneca na qual ela sempre gostou muito...
Flashback
Entrei vagarosamente no quarto para não acordar . Fechei a janela com a mesma lentidão para não fazer muito barulho, e fechei as cortinas logo após. Me aproximei da cama, e dormia como um anjo. Puxei as cobertas para cima do seu corpo para mantê-la aquecida e fiquei observando-a dormir durante alguns minutos. Fui até o abajur e o desliguei, me encaminhando a porta, parei novamente e a encarei.
- Eu te amo... – sussurrei, mais para mim mesmo, quando de repente senta na cama, esfregando os olhos e sorrindo.
- Papai te amo muito!
Eu ri e fui até ela. Deitei-me em sua cama junto à ela e contei-lhe uma história de seu livro de contos preferido, até que adormecemos.
6 meses depois...
Época de Natal...
vem para casa me visitar depois de todo este tempo. Em Londres, ela achou uma gravadora que gostou muito de suas composições e sua voz, e acabaram assinando contrato com ela. O produtor dela também produzia outras bandas, dentre elas o McFLY, com quais ela acabou fazendo uma tour e se apaixonando pelo deles, .
Confesso que fiquei meio enciumado quando ela me contou por telefone, já que eu não sabia mexer naquela parafernalha no quarto dela, da qual ela nomeia computador.
Me mandou fotos do sujeito, e hoje eles virão aqui passar o Natal comigo, para ele me conhecer e eu matar as saudades da minha pequena, que nunca havia ficado tanto tempo longe de casa.
Estava sentado no sofá da sala quando ouvi algumas buzinadas do lado de fora e me levantei, olhando pela janela. Lá estava um moderno carro preto, e um sujeito que qualquer mulher denominaria ‘bonitão’ saiu de lá, indo até o outro lado e abrindo a porta. De lá saiu uma mulher bonita, de cabelos loiros claríssimos e maquiagem escura, mas pude reconhecer pelos olhos verdes brilhantes e o sorriso no qual me motivava todos os dias... Minha filha. Corri para a porta e a abri, vendo pegar na mão do rapaz e puxá-lo para mais perto, me abraçando e dando seguidos beijos na minha bochecha.
- Senti tanto a sua falta, papai! – ela disse e sorriu, apontando para o garoto ao lado dela – então, pai... Esse é o , meu namorado. , esse é o meu herói, meu pai, o cara mais incrível que eu conheço. – ela sorriu daquele jeito meigo, e estendeu a mão na minha direção, com um sorrisinho nervoso no canto dos lábios.
- Prazer, Sr. ...
- O prazer é meu, . – disse educado, apertando sua mão, fazendo com que o garoto relaxasse um pouco. Após soltar a mão dele, dei espaço pra que eles entrassem em casa. – Entrem! Se estiverem com fome posso fazer café pra vocês... E , a casa é humilde, espero que não se importe...
A ceia de natal não iria ser na minha casa. Iria ser na casa do meu patrão, já que todos os anos fora assim, e ele queria ver muito , na qual considerava a filha que nunca teve.
A decoração estava simples, mas bonita como sempre, e a ceia que Mary, a cozinheira da casa havia preparado, estava deliciosa. Após o jantar, fomos para a sala e trocamos presentes, tendo eu ganhado de uma pick up nova e mais alguns presentes, assim como de , que pelo que conversei, vi que tinha a alma boa, de poeta, o coração de um verdadeiro homem e a metade que completava minha filha. Teria de me conformar a dividi-la, porém, dentre eu e ela, ele nunca chegaria perto.
O último presente a ser trocado, era um de para . Ele tirou uma caixinha do bolso, se ajoelhou na frente da mesma, e a pediu em casamento. Ela aceitou, e antes de comemorarem, ele me olhou, preocupado, e perguntou se eu concedia a mão de .
- Cuide bem da minha garotinha... Tenho certeza que você conseguirá fazê-la feliz. – falei, sincero, e eles se beijaram de uma forma apaixonada.
3 meses depois...
Havia ido para Londres por uma semana, para o casamento de e . O casamento havia sido lindo, minha filha estava radiante e eu me emocionei com a felicidade que os dois irradiavam. Na noite de natal, após já termos ido para casa, eu havia escrito uma música. Resolvi voltar a ser músico, e e a banda dele acabaram por me ajudar a cifrá-la, já que eu havia perdido a prática. Na festa de casamento, eu fui até o palco que ficava de frente para todas as mesas, e chamei a atenção das pessoas no microfone. Passei a correia do violão pelo ombro e vi sorrir.
- Essa música é dedicada a pessoa mais importante na minha vida... E que agora tem um excelente marido para cuidá-la quando eu não estiver por perto. – falei sorrindo na direção de e comecei a tocar as primeiras notas e a cantar sempre calmamente.
Gotta hold on easy as I let you go.
Gonna tell you how much I love you, though you think you already know.
I remember I thought you looked like an angel wrapped in pink so soft and warm.
You've had me wrapped around your finger since the day you were born.
Beautiful baby from the outside in.
Chase your dreams but always know the road that'll lead you home again.
Go on, take on this whole world.
But to me you know you'll always be, my little girl.
se aproximou do palco e balançava de um lado a outro no ritmo da música, com os olhos marejados e a abraçava pela cintura, sussurrando às vezes em seu ouvido e acompanhando o ritmo com que o corpo dela se movia. Eu sorri brevemente e continuei tocando o violão enquanto cantava.
When you were in trouble that crooked little smile could melt my heart of stone.
Now look at you, I've turned around and you've almost grown.
Sometimes you're asleep I whisper "I Love You!" in the moonlight at your door.
As I walk away, I hear you say, "Daddy Love You More!".
Beautiful baby from the outside in.
Chase your dreams but always know the road that'll lead you home again.
Go on, take on this whole world.
But to me you know you'll always be, my little girl.
Someday, some boy will come and ask me for your hand.
But I won't say "yes" to him unless I know, he's the half
that makes you whole, he has a poet's soul, and the heart of a man's man.
I know he'll say that he's in love.
But between you and me. He won't be good enough!
Beautiful baby from the outside in.
Chase your dreams but always know the road that'll lead you home again.
Go on, take on this whole world.
But to me you know you'll always be, my little girl.
Toquei a última nota da música e sorri enquanto recebia aplausos de todos no salão e subia no palco e me abraçava forte. Senti uma lágrima escorrer pelo meu rosto, de real felicidade por ver que ela estava assim, tão feliz. Quando nos soltamos, ela limpou a lágrima de minha bochecha delicadamente com o polegar, sorrindo, e chegou perto do meu ouvido, sussurrando.
- Ainda não contei à ninguém... Achei que você merecia saber antes de todos, e até antes do ... Eu estou grávida, pai!
Eu abri um largo sorriso e a abracei novamente.
- Isso é muito bom, um neto! Que felicidade!
Ela sorriu e quando nos soltamos ela colocou os braços para trás.
- Então chegou a hora de contar para o pai do bebê. – Piscou e desceu do palco, indo na direção do agora marido. Eu sorri e tirei uma pequena foto de dentro do bolso interno do paletó... A foto de pequena na qual eu sempre carregava comigo, e sussurrei.
- My Little Girl...
N/A: Aee, segunda short que eu mando pro addiction, espero que gostem *-*
Bom, vou agradecer primeiramente à pessoa que mais me incomoda pra ver minhas fics, a Lola. Se não fosse por ti ficar me cobrando a escrever as fics, acho que essa eu não teria terminado...e calma, eu vou escrever aquela outra ok? HUASHUASHUA enfim, brigado mesmo. Também vou agradecer à minha beta pela paciência *-* HASHUSAUH. E claro à todos vocês que tem a paciência de ler a minha fic, assim como algumas tem a paciência de comentar. Comeeeeeeenta galera! Se gostou, não gostou, achou enrolada demais, pequena demais...enfim, comentem o que for, porque isso é bom pra eu saber o que melhorar da próxima vez, ok? (oh yeah, haverão futuras fics o/)
Pra quem quiser adicionar no MSN, é este e-mail: broccoli.was.done_@hotmail.co.uk
E não deixem de ler Same Girl, a minha primeira ‘criação’ q.
McKisses, galerinha travessa \o/