CAPÍTULO 1
Los Angeles, 11:48 pm. Departamento de polícia e espionagem
- Por que diabos eu tenho que fazer isso? - O garoto perguntou para o homem, sentado em sua cadeira, que o encarava. - Por que eu e minha equipe temos que fazer isso? Com tantas equipes por aí...
- Porque vocês são o que estão mais treinados. - O homem disse. - Vai recusar a sua primeira missão, meu jovem?
- Mas minha equipe vai ter que ir pra Londres vigiar uma garota. Por que essa garota é tão importante? - O jovem o olhou confuso e o homem olhou em seus olhos.
- Porque é minha filha. - O jovem levantou uma sobrancelha. - E por ser minha filha, a filha do chefe daqui, eles querem pegá-la. E eu não vou deixar pegarem minha filha. Mesmo ela não sabendo que eu estou sempre a observando.
- Onde estão os outros que cuidavam dela?
- Morreram. Eles querem pegá-la para fazer chantagem a mim. Não posso deixar minha filha correr esse risco. - O homem bufou.
- Mas por que eu vou ter que ir pra um colégio, me fingir de estudante, virar amigo dela e não deixar nada acontecer? - O garoto bufou e passou a mão em seus cabelos.
- Porque eu confio em você e sua equipe. - O homem levantou e parou na frente do garoto.
- Eu treino há dez anos, para minha primeira missão ser isso?
- É mais perigoso do que você pensa. Não deveria estar deixando isso na mão de um garoto de dezoito anos. Mas estou. Porque confio em você. Confio em vocês. - Ele olhou para os outros presentes na sala.
- Tudo bem. Quando nós vamos?
- Amanhã cedo irão pegar o avião. Suas malas já estão prontas. Foi alugada uma casa com vários cômodos ao lado da casa dela, as matrículas de vocês também já estão feitas.
- E qual o nome dela, senhor? - O jovem o olhou antes de sair pela porta.
- Smith. Smith. , , e , confio minha filha a vocês.
CAPÍTULO 2
Londres, 08:25 am. Casa dos garotos.
's POV
Era incrível como tudo conspirava contra mim. Cheguei ontem pra cuidar de uma garotinha que pode ser morta por bandidos de não sei onde, porque é filha do meu chefe. E pra piorar tudo, em um domingo de manhã, a garota estava ouvindo música alta. Mas alta mesmo. Aquelas que você pode ouvir da China. Sentei na beira da cama pra identificar a música. Muse, talvez. Tomei um banho e coloquei uma calça jeans e uma camisa preta com o Mestre Yoda desenhado. Precisava dar uma boa impressão pra minha vizinha. Ia pedir pra ela abaixar só um pouco, quem sabe ela fosse legal e boazinha? Pelo que Sr. Smith me falou, ela mora sozinha. Que triste. A mãe morreu tentando protegê-la. Oh, família infeliz. A garota não sabia quem era o pai dela, apenas sabia que ele havia a abandonado. O que era meio verdade. Mas ele abandonou pra protegê-la, o que não adiantou muito. Desci para a cozinha e encontrei um atrapalhado fazendo panqueca.
- Dude, você sabe cozinhar? - perguntou quando colocou as panquecas nos pratos. Sentei em frente ao meu e não estava com uma cara muito boa.
- Eu acho que o meu se mexeu! - fez uma cara de espanto. - Eu acho que ele tá respirando!
- Você que falou que era minha vez de fazer o café da manhã. - riu. - Eu não sei cozinhar, oxe.
- Será que aquela garota pode abaixar o som? - Eu bufei. - Minha cabeça está doendo loucamente.
- Vai falar com ela. - deu de ombros. - Chega lá, pede uma xícara de açúcar pra fazer bolo, aproveita e fala isso. Vai puxando conversa pra passar uma boa impressão.
- Wow. - Nós olhávamos para ele espantados. Quando ele virou inteligente? - Mas alguém vai ter que ir comigo.
- Eu vou! - levantou. - Melhor do que comer a gororoba viva do ! Comida de prisão deve ser melhor que isso. - Saímos de lá recebendo xingamentos e risadas.
Tocamos a campainha e nada. Tocamos mais duas vezes e ninguém. Decidimos tentar a última vez e, quando a porta abriu, apareceu uma garota de cabelos ruivos, olhos intensamente verdes, top branco e short curto. Totalmente suada. Talvez estivesse malhando.
- Oi?
- Oi! - Eu disse, abrindo meu sorriso falso/galanteador/sensual para ela. - Somos seus novos vizinhos e queremos pedir açúcar. Vamos tentar fazer um bolo.
- Tentar? - Ela riu.
- Aham. Mas eu vou fazer dessa vez. Assim ele não vai ficar parecendo um monstro de chocolate que respira e se mexe. - riu. - Porque nosso amigo não sabe cozinhar. - Ela riu e abriu a porta para entrarmos. A sala estava arrumada, tirando as revistas e os filmes jogados em cima da mesa que ficava entre a estante e o sofá preto.
- Quando vocês chegaram? - Ela perguntou, pegando uma toalha e secando seus ombros e suas costas. - Desculpe, estava me exercitando. - Ela riu e apontou pra um canto da sala, onde havia pesos, saco de pancada e uma esteira.
- Ontem. - Eu respondi, já que o meu querido amigo estava babando no Xbox 360 dela. - Desculpe, ele é um mal educado.
- Eu nem os vi chegando. Acho que estava com minhas amigas. - Ela disse, levando-me à cozinha, pegando uma xícara e colocando açúcar. Ela olhou pra mim e sorriu. – Então, novo vizinho, qual seu nome?
- , mas me chame de . E o seu?
- Smith (n/a: ah, eu tava sem ideia gente). - Ela sorriu e eu olhei no fundo dos seus olhos. Havia dor neles. Eu sempre soube saber o que alguém tinha, pelos olhos. Eles denunciavam a pessoa para mim. - Aqui o açúcar. Se precisar de mais ou que alguém faça o bolo, estarei aqui. - Ela sorriu. - E se quiserem vir jogar, também. - Ela disse alto para ouvir. - Eu chamo minhas amigas pra virem também.
- SÉRIO? - apareceu na cozinha. - Se você quiser ir pra nossa casa também... Aí treinamos com você.
- Precisamos ir. - Eu disse.
- Tudo bem, dude. - Ela respondeu e me olhou com cara de gato de botas. Nem aquela covinha iria me convencer.
- Vamos. - Eu disse e saímos. Depois de falar pros garotos como foi na casa dela, aturar o falando que rolou o clima entre mim e ela, jogarmos futebol e Star Wars no video-game e comermos até não aguentarmos mais, fomos dormir porque amanhã iria começar nosso primeiro dia de aula. Primeiro dia oficial da missão.
CAPITÚLO 3
Entramos no colégio e sentamos em um banco no pátio. Eu encostei minha cabeça no ombro do , que encostou no , que encostou no , que caiu no chão.
- Caralho, ! Seu gordo.
- Você que é desequilibrado. - Ele bufou.
- Calem a boca. - Eu disse, bocejando.
- Desculpa, amor! - sentou no meu colo e eu o empurrei, fazendo-o cair de bunda no chão. - O que foi? Você não me ama mais? O que tá acontecendo? Você tem outro, né? É o ? Eu sei que é ele. Eu vou cortá-lo com serra e jogar pros tubarões comerem! E, , vou cortar seu júnior fora e jogar pela janela. - Ele disse/gritou com voz de gay.
- Ai, meu pônei cor-de-rosa! Claro que não! Eu te amo. - Eu disse e ele fingiu saltitar.
- Alvo à vista! - me sacudiu. foi o único que não mostrou reação porque estava dormindo e com baba escorrendo pela sua boca.
- Acorda! - gritou. - Idiota é a garota e mais... Três gostosas.
- Vocês estão com os hormônios à flor da pele. - Eu disse e observei elas fazerem uma dança ridícula. , e . - Vamos? Tenho que apresentar vocês.
- Hey! - Ela sorriu e eu beijei sua bochecha. Sou próximo já.
- Esses são e . - Ela apresentou as amigas dela e os garotos já estavam babando nelas.
- Bem-vindos à essa merda de escola. - riu.
- Querem ajuda para achar as salas? - perguntou e entregamos nossos horários para ela. - Somos todos da mesma sala! - Como se eu não já soubesse. Revirei os olhos. Fomos para a sala e esbarrei em alguém.
- Olha por onde anda, porra! - Encarei a figura de cabelos negros e olhos exageradamente negros. Mattew Steves. Capitão do time de futebol e popular/metido/vou dar um soco nesse babaca.
- Eu não te vi! Desculpa, ok?
- Olha aqui, novato...
- Olha aqui você. - Eu comecei. - Se você encostar um dedo em mim, vou quebrar o mesmo com uma mão. E não venha me colocar medo porque não tenho medo de nada.
- , vamos. - puxou meu braço.
- É, dude, esquece. Estamos atrasados, depois eu deixo você socar esse viado. - disse.
Suspirei e continuei o meu caminho pra sala. Sentei em uma das cadeiras do fundo para observar tudo. Os garotos sentaram na minha frente e dois do meu lado. Comecei a olhar as pessoas da sala e vi uma garota loira, com uns bagulhos rosa no cabelo, saia jeans cobrindo apenas o necessário e a camisa da escola, usava um tênis da Nike e me encarava mordendo os lábios e passando a unha pela sua coxa. Ashley Parkinson. Sorri e pisquei um olho. Qual é? Ainda sou um garoto e não havia muitas mulheres naquele departamento.
As aulas passaram rápidas e logo estávamos saindo pro intervalo. Mas senti alguém me segurar. Virei e encontrei a loirinha sorrindo.
- Oi! - Ela disse com aquela voz extremamente irritante. - Sou Ashley e você é...
- . - Sorri.
- Nome sexy. Combina com você. Então, hoje à noite vai ter uma festa em casa, quer ir?
- Nem vai dar. Combinei de ficar com uns amigos. - Eu ri e apertei sua bochecha. Puro charme, meus amigos. Também posso me divertir, certo?
- Que pena... - Ela entortou a boca. - Quem sabe na próxima. - Ela beijou o canto da minha boca e arranhou meu pescoço. Pescoço é igual a ponto fraco.
- ! - Ouvi. Salvo pela garota chata. - Ah, desculpa. Se dando bem já, huh? - gargalhou.
- O que você quer, projeto de Axl Rose? - Ashley perguntou. Axl Rose? Ela nem parece com ele. Ela realmente devia ouvir apenas Lady Gaga, Beyoncé ou essas artistas do gênero.
- Nada, Barbie do Paraguai. - Ela sorriu e olhou pra mim. - Antes de você entrar na sala do zelador com essa Barbie falsificada, vim te avisar que os garotos vão pra minha casa depois comigo e as garotas. Não precisa procurar a gente. - Ela disse.
- Vou poder ir?
- Acho que você tem coisa melhor pra fazer. - Ela riu e começou a andar. Ela achava mesmo que eu ia ficar com essa garota? Eu ri e a segui.
- Não vai ficar com a Barbie? - Ela me olhou e sorriu.
- Prefiro ficar com o Axl Rose. - Ela me olhou e corou. - Vamos fazer o que essa tarde?
- Aproveitar para nos conhecer melhor. O que vier na mente na hora. - Ela olhava para frente determinada. Eu gostava disso. Garotas determinadas.
- Entendi... Quantas aulas faltam pra irmos mesmo?
- Duas, felizmente. De quarta e sexta tem três.
- O QUÊ? TEMOS QUE FICAR ATÉ MAIS TARDE?
- Sim. - Ela riu.
Essa escola era realmente uma droga. Estudar era uma droga. Por que mesmo eu aceitei isso? Suspirei e segui para me encontrar com os garotos.
- Hey, dude! - apareceu. Você vai na casa da ?
- Claro. Por que não iria?
- Talvez porque você foi convidado pela Barbie do Paraguai para a festa dela. - me olhou. - E ela não te largaria tão fácil. Você é novo e bonito, te atormentaria até você ficar com ela.
- Que horror. - se pronunciou.
CAPITÚLO 4
's POV
As aulas passaram arrastadas e eu rabiscava em meu caderno ou jogava em meu celular. Não queria realmente prestar atenção na aula de Matemática. Quando acabaram as aulas, fomos para casa e almoçamos. Brincamos de Star Wars e e acabaram caindo da escada. Foi realmente engraçado e, quando eles levantaram, ele falou "Corre, negada" e saíram todos correndo. Até que resolvi fazer brigadeiro. Fui para a cozinha fazer brigadeiro enquanto os outros estavam na sala brincando de alguma coisa. Já tínhamos comido pipoca, bebido refrigerante e aqueles garotos ainda estavam com fome. Eu também.
- Pode ir falando. - sentou na bancada.
- O quê?
- Não se faça de idiota. Você ficou diferente depois que voltou quando foi conversar com aquele garoto lá. Pode ir falando. Desembucha, sua cachorra.
- Não é nada. - Eu ri. - Mattew me chamou pra sair essa noite. Na verdade, ele me convidou semana passada, mas esqueci de te avisar.
- Você vai?
- Não.
- Posso saber o motivo?
- Porque os garotos estão aqui e não quero sair e deixar vocês aqui. É mais divertido. Eu conheço bem o Matt, ele pensa que eu sou como a Barbie do Paraguai. - Eu bufei. - E ele ia me levar na festa dela. Ele não perderia isso por nada.
- Entendi. Mas eu sei que não é por isso que você está pensativa.
- Eu... - Ela me olhava de um jeito assustador. - Não é nada.
- Posso fazer uma pergunta? - Ela me olhou e eu afirmei com a cabeça. - Você gosta do ?
- CLARO QUE NÃO! - Eu ri, desligando o fogo do brigadeiro e pegando um prato. - Eu não gosto dele e, além do mais, acho que ele tá querendo ficar com a Barbie.
- Sei... - Ela disse e mostrei o dedo pra ela. - Mal educada. - Ela riu e pegou as colheres e eu peguei o brigadeiro.
- Por mim, eu dormia aqui... - Ouvi um dos garotos falarem e gargalhei. pegou a minha colher e pegou brigadeiro. - Não me olha assim, se quiser, cuspo pra você. - Ele riu e lambeu minha bochecha.
- Que nojo! - Eu bati no braço dele e ele fez uma cara de dor. - Sua língua tá melecada de chocolate. - Ele riu e tentou me lamber de novo. Ele ficou por cima de mim, tentado lamber meus braços ou meu rosto, e todo mundo ria. pegou mais brigadeiro, continuou a brincadeira e começou a fazer cócegas.
- O que é isso? - Ouvimos e saiu de cima de mim, engolindo o chocolate. estava com uma sobrancelha arqueada. Ele havia saído pra fazer alguma coisa na casa dele.
- Nós estamos brincando. - Eu ri e peguei um pano para me limpar, ignorando os olhos dele sobre mim. Eu senti meus joelhos falharem. - Hey! Vamos cantar? Karaôke? - Eu disse, levantando e pegando um DVD de música.
- Cada um escolhe um pra cantar e a música. Vamos com dois ou um pra saber. - disse e ganhou.
- Eu escolho pra cantar Toxic. - Ela disse e nós rimos. - Tem que dançar também, gatinho. - De nós, a era a mais "dada". Ela ficava com todos. Claro, ela era irmã da Ashley, só que mais legal.
- Ok. - começou a dançar como no clipe e a cantar com a voz esganiçada pra parecer com a da Britney. Ele rebolava e cantava, fingindo jogar os cabelos ao vento. Eu comecei a chorar de tanto rir e minha barriga já doía. - Acabou. Eu escolho... pra cantar Dancing Queen do ABBA. - Ele disse e todos gargalharam. - Tem que dançar, amor. Quer que eu faça um dueto com você? - Ele sentou no sofá e riu. começou a dançar e fazer uns movimentos meio gays. Sua voz estava muito engraçada e, mais uma vez, não conseguia controlar as risadas. Ele apontava para quando falava 'Dancing Queen' e eu já estava sem ar de tanto rir.
- Ufa. - Ele disse quando acabou e olhou pra mim. - Já que você se acabou de rir aí, vai você cantar Cherry Bomb. - Ele disse e me entregou o microfone.
- Esse é fácil. - Eu ri e comecei a cantar e pude ouvir as garotas cantando e os garotos rindo desesperados da nossa dança. Quando todos terminaram, o último foi , cantando YMCA, jogamos guitar hero e eu perdi pro . Claro que ele ficou rindo de mim e falando que eu era fraca e que ninguém o vencia, até que ele jogou com e perdeu. Enquanto outra dupla jogava, fui para o quintal e deitei na grama, olhando as estrelas. "Mãe, eu sei que você está me ouvindo. Eu sinto sua falta. Eu queria seus conselhos agora, sabia? Como, por exemplo, essa sensação estranha que eu tenho quando está perto. Eu acabei de conhecê-lo. Nada explica eu estar desse jeito. Eu me sinto segura com eles todos. Como se nada de ruim tivesse acontecido na minha vida..."
- Oi. - deitou do meu lado.
- Oi... - Eu disse e continuei a olhar a estrela que começara a brilhar mais intensamente. Olhei para ele pelo canto do olho e a luz da lua iluminava seu rosto. Uma sensação estranha começou no meu estômago. Nada sentido antes. Minhas mãos começaram a suar frio.
- O que foi?
- Nada.
- Hm. - Ele suspirou e voltou a encarar as estrelas. - Meu pai sempre dizia que minha mãe estava lá em cima. Mas aí ele morreu e o homem que me criou falou que foi a minha mãe que chamou ele porque estava com saudades. Mas ela não me chamaria porque ela queria que eu crescesse e aproveitasse a vida. - Ele desabafou e sorriu. Eu acreditei e quando soube realmente que não tinha nada a ver isso, saí correndo para meu quarto e chorei. Como uma adolescente.
- Minha mãe morreu e meu pai é um filho da puta. - Eu disse e suspirei alto.
- Por quê?
- Ele nos abandonou. Não tenho notícias dele e, às vezes, gostaria de ter um pai. - Sorri e senti a mão de apertar a minha. Ele sorriu, logo a soltando.
- Eu acho que ele teve algum motivo. Eu aposto que ele te ama muito.
- Se amasse, não teria ido embora. Eu só lembro uma vez que eu era pequena e ele brincava comigo no quintal da minha antiga casa. Nós corríamos sem parar. Eu era feliz. Aí ele foi embora e não tinha mais vontade de sair de casa ou ir para o quintal. Não sei como minha mãe conseguiu ficar tranquila. Ele apenas pegou as malas, olhou para mim e saiu pela porta. Sem nunca mais dar notícias.
- Ele te ama. - Ele sorriu e ficamos em silêncio.
's POV
Eu realmente não sabia o que falar quando ela me disse aquelas coisas. Mas eu sei que ele a ama. Eu sou testemunha disso. A respiração dela estava tranquila e ela encarava a estrela mais brilhante que havia no céu. Bonita... Como ela. Que gay. Que isso fique entre a gente, caras leitoras. Só vocês podem saber do meu lado gay e que eu não sabia da existência. Até agora.
- Quando eu te vi a primeira vez, achei que você fosse gay. - Ela riu.
- Por quê? Só porque tenho uma relação com ? Aquele Cupcake lilás é muito gostoso. Eu sou hetero, ok? - Nós gargalhamos e o silêncio prevaleceu de novo. Eu me sentia bem com ela. Como nunca me senti. Ela fazia eu me sentir como um... Realmente não sei a definição do que sinto por ela. É muito forte. Uma coisa que nunca senti.
- ?
- Hm? - Virei para ela, que encarava o céu.
- Você já se apaixonou? - Ela perguntou e a observei. Não, eu nunca havia me apaixonado. Nunca senti por ninguém. Nem sei direito o que amor quer dizer. Ou até mesmo paixão. Eu me sentia um monstro, às vezes. Vejo várias pessoas no centro de espionagem falando de sua família, namorados, noivos, maridos e de seus assuntos amorosos e quando me faziam essa pergunta, falava que o amor era idiota e nunca me apaixonaria. Eu poderia estar enganado, mas eu não queria pensar nisso naquele momento.
- Não. Você já?
- Que eu me lembre, não. Vamos entrar? - Levantamos e entramos na sala.
CAPITÚLO 5
Dois meses se passaram e estávamos mais próximos das garotas. Não nos separávamos. Mas não por causa da missão, mas porque nos demos bem também. Mantínhamos contato sempre com o Sr. Smith. Não havia tido nenhum sinal daqueles caras. Eles estavam tramando alguma coisa, aposto. Eles não desistiriam tão fácil de pegar o Sr. Smith. Eu estava conversando com e senti alguém se pendurando nas minhas costas e dando risada.
- Hey, você é pesada! - Eu disse, ela desceu e me encarou.
- Tá me chamando de gorda, ?
- Claro que não, pequena. - Eu ri da cara dela e mordi sua bochecha. A cada dia ela me encantava mais. Os garotos e falaram que eu estou apaixonado. Mas claro que não. Não me apaixono. Nunca. "Nunca diga nunca". Cala a boca, mente. Até você contra mim?
- Eu vou sair essa noite.
- Com quem?
- Um garoto da escola. Aquele lá que outro dia esbarrou em mim e nós começamos a conversar. O Drew.
- Vai não. Você falou que ia me levar na London Eye.
- Esqueci! Eu marco com ele outro dia. - Ela sorriu e apertou meu nariz. Passei meu braço pelo seu ombro e fomos pra fora da escola. A hora passa rápido aqui. - Vamos ao cinema?
- Mas mais tarde, eu quero ir pra London Eye, nem vem. - Eu fiz bico e ela riu.
- Nós vamos. Eu prometo. Que filme vamos assistir?
- Os vingadores. - Eu disse e pude ver os olhos dela brilharem. Ainda bem que ela não gostava de romance. Essa linda. Fomos ao cinema, parque, demos uma volta e fomos pra London Eye. Os garotos levaram nossas coisas com pra casa. começou a namorar , começou a namorar e os outros dois estavam só nas pegações.
- Olha a vista. - Ela disse e a observei.
Continuamos ali e depois a levei para casa. Eu poderia tê-la beijado, mas sou um fraco. Fui para casa e contei o que havia acontecido para os garotos, indo para meu quarto depois. Joguei-me na cama e fechei os olhos, adormecendo.
Acordei sendo estapeado por alguém.
- O que foi? - Segurei os pulsos da pessoa. estava com o rosto encharcado por lágrimas. - O que aconteceu?
- COMO VOCÊ PODE? - Ela levantou e andou pelo quarto. - VOCÊ MENTIU PRA MIM!
- Por quê? - Levantei e fiquei de frente pra ela.
- VOCÊ SÓ APARECEU AQUI POR CAUSA DO MEU PAI. VOCÊ VEIO FAZER UMA MISSÃO PARA MEU PAI! Aproximou-se de mim e fingiu que era meu amigo. - Ela suspirou e fechou os olhos. - E pensar que eu realmente estava gostando de você. Eu confiava em você!
- ME ESCUTA! - Passei a mão pelo meu cabelo.
- NÃO! PRA VOCÊ MENTIR MAIS?
- Deixa eu te explicar. - Eu disse, mas foi em vão, ela havia corrido.
's POV
Corri para a rua e pude ouvir atrás de mim. Uma van parou à nossa frente e desceram quatro homens. Dois foram na direção do e dois me levavam para a van. Eu me debatia e tentava dar cotoveladas neles. Mas nada adiantava. Olhei para o lado e vi caído no chão com a boca sangrando e tentando levantar.
- ! - Ele levantou, mas levou outro soco no rosto. Eu comecei a gritar para o homem não o machucar mais e ele veio em minha direção.
- Quietinha aí, Smith. Você é nossa refém agora. - Ele disse e me colocaram na van.
CAPÍTULO 6
's POV
- Cara, acorda! - me chacoalhava. - Saia da luz!
- Calado, . - falou.
- Sai de cima de mim. - falei e abri os olhos, levantando. Eu estava no sofá da sala. Passei a mão no rosto e senti um corte na boca. Nada de mais. Já tive piores.
- O que vamos fazer? - perguntou.
- Eu... - suspirei, tentando raciocinar. - Coloquei aquele chip que o fez em um dos homens. Podemos rastreá-lo. Vocês já falaram com o Sr. Smith?
- Não. Ele vai arrancar nossa carne e dar para os urubus. - arregalou os olhos. - Temos que ir atrás dela antes que ele descubra.
- Localizei eles! - gritou, olhando para o visor do seu celular. - Eles estão a duas horas de Londres.
- Vamos nessa... - sorri e corremos para a garagem.
's POV
Abri os olhos e eu não estava enxergando nada. Estava muito escuro lá. Tateei o chão, em busca de alguma coisa, e encostei em algo peludo, que fez um barulhinho. Droga, ratos. Levantei com a respiração acelerada e senti algumas lágrimas escorrendo pelo meu rosto. Limpei-as rapidamente e olhei a porta. Uma fraca iluminação passava por baixo dela, mas nada que iluminasse o ambiente inteiro. Fui até a porta, tomando cuidado para não tropeçar, e comecei a bater nela.
- Me solta! - gritei, mas foi em vão. Tentei olhar o ambiente, mas eu não enxergava nada. Eu apertava um pouco os olhos para tentar ver, mas não adiantava. Era pequeno o cômodo. Eu desencostei da porta e alguém entrou. Encarei o homem que havia entrado. Uma grande cicatriz atravessava seu rosto, do olho esquerdo até um pouco abaixo do queixo, no lado direito.
- Pare de gritar ou eu vou cortar sua garganta. - ele ameaçou e tirou uma faca do bolso. Mordi o lábio e sentei no chão. Ele me encarou e chegou perto de mim, agachando ao meu lado e levantando meu rosto. - Eu sei que você não tem nada a ver com isso. Mas você é uma armadilha para chamar seu pai.
- Meu pai morreu para mim. Eu não sei onde está o meu pai. - disse entre dentes.
- Você pode não vê-lo, mas ele está sempre de olho em você. - ele me encarou e me lembrei de . Meu coração apertou e eu segurei o choro. - É ruim ser enganada, não? Principalmente por alguém que você ama. - eu o encarei e ele sorriu maldosamente. - Você acha que eu não tinha pessoas te vigiando. O que me diz de Drew ou de Matt? Geniais, não? - ele soltou uma longa gargalhada e eu olhei para o chão.
- Me deixa em paz. - sussurrei. - Eu não quero participar disso.
- Que tal você ligar para seu papai? - ele sorriu malicioso e seus olhos brilharam de excitação. Ele tirou seu celular do bolso e discou o número. - É só você chamar agora.
- Eu... – encarei-o e encarei o visor do celular. Ele continuava a sorrir e eu apertei o chamar. Ele atendeu e meu coração acelerou. - Charlie? - minha voz saiu falha. O homem colocou no viva-voz e continuou a me olhar com aquele sorriso nojento no rosto.
- Quem... Quem é? - ele perguntou, com a voz baixa.
- Diga "Papai, sou eu". - o homem sussurrou no meu ouvido.
- Papai, sou eu. - respirei fundo.
- ? Onde você está?
- "Me pegaram, pai! Me ajude!"
- Me pegaram... - eu respirei fundo e deixei as lágrimas caírem. - Me ajude. Eu estou com medo, pai!
- Perfeito. - o homem sorriu.
- Não precisa. Vão te salvar. - ele disse e deixei um soluço escapar, o que fez o homem sorrir mais. - Você tem ideia de quem seja quem te sequestrou?
- "Anthony Stevens, filho de Carter Stevens." - o homem sorriu orgulhoso.
- Anthony Stevens, filho de Carter Stevens. - soltei o ar que eu havia prendido para não soltar outro soluço.
- Não acredito... Fique tranquila, vamos te salvar.
- Desligou... - eu disse, entregando o celular para ele.
- Ligue para o seu namorado.
- Eu não tenho namorado.
- Que seja, aquele garoto... ! - ele sorriu e eu digitei o número dele, colocando no viva-voz a seguir.
- Quem é? - ele perguntou e eu comecei a chorar desesperada por ouvir sua voz. - ? Fala comigo!
- Me ajuda! - eu chorei ainda mais enquanto o homem sorria.
- Te machucaram? Você está bem? Eu vou te ajudar! - ele estava desesperado.
- Não. Eu estou com medo! Por favor, vai rápido! - o homem tirou o celular da minha mão e desligou.
- Tempo esgotado. - eu suspirei e encarei a parede. A luz de fora estava iluminando um pouco o lugar. Era nojento. Ele limpou as lágrimas que caíam do meu rosto e se levantou, deixando-me no escuro novamente.
CAPÍTULO 7
Eu não havia dormido, eu não havia comido, eu não havia bebido nada. Eu estava desesperada. Eu fechei os olhos e suspirei, tentando manter a calma. O que era quase impossível. A porta abriu e Anthony apareceu. Ele estava com uma gororoba nojenta em um prato e uma água que estava verde.
- Eu não vou comer. - suspirei e ele deixou do meu lado, segurando meu queixo e me fazendo olhar em seus olhos negros.
- Você quer morrer de fome? Se for, eu posso te matar agora, mas não de fome. - ele encostou a faca em minha garganta e eu engoli em seco.
- Eu não vou comer. - repeti firme. Ele bufou e encostou a faca na minha bochecha, rasgou minha pele, fazendo-me soltar um suspiro de dor. Senti o sangue escorrer e ele passou a faca no mesmo lugar, deixando o corte mais profundo.
- Tem certeza que não vai comer? - ele perguntou suavemente, encarando a faca, que agora estava com meu sangue.
- Você é um psicopata. - eu o encarei séria e ele gargalhou. Ele cortou o outro lado da minha bochecha, mais profundamente agora.
- Posso ser... - ele sorriu e passou o dedo pelo corte na minha bochecha. Olhando mais atentamente, ele não parecia ser tão velho. Talvez um ou dois anos mais velho que eu. - O que você quiser... - ele passou o dedo pelos meus lábios. - Que eu seja. - ele sorriu e eu estremeci. - Espero que seu namoradinho não apareça aqui. Eu não vou pensar duas vezes antes de atirar nele.
- Se você encostar nele...
- O que você vai fazer? Me bater? - ele gargalhou e levantou, indo até a porta.
Eu encostei na parede e passei a mão na bochecha, onde ainda sangrava. Ele era louco, bipolar, idiota, psicopata e eu estava morrendo de medo. Eu encostei na parede e fechei os olhos. Eu queria dormir, mas o medo não deixava, eu estava cansada. Foi aí que eu tive uma ótima ideia, só não sabia se daria certo. Levantei e fui até a porta, ficando atrás dela. Comecei a gritar, sabendo que ele viria até mim. Ouvi passos e balancei levemente o corpo e, quando a porta abriu, bati na cabeça do homem com toda a força e raiva que eu tinha. Ele caiu no chão e, quando ele estava se preparando para levantar, achei um pedaço de madeira e bati em sua cabeça, fazendo-o desmaiar. Corri, não havia ninguém na casa e achei a porta rápido. Saí para a rua e liguei para de um telefone público.
Expliquei para os garotos e eles falaram que era para eu manter a calma, mas eu vi o homem com mais quatro homens correndo. Desliguei o telefone rápido, falando um "preciso ir" e corri. Estava um trânsito lento e eu corria com eles atrás. Eu passava pelos carros e desviava dos retrovisores para não me machucar por eu estar correndo rápido demais. Não sei como, mas estavam vindo homens da outra direção também. Eu estava encurralada. Olhei em volta e estava em uma ponte, onde embaixo havia uma estrada. Vi um caminhão se aproximando e subi no muro.
- NÃO FAZ ISSO! - o homem gritou.
- Já era. - sorri.
Era arriscado, mas pulei (n/a: Já assistiram Salt? Me deu uma leve inspiraçãozinha essa parte hehe) e se eu não tivesse segurado dos lados, eu teria caído. Minha perna estava machucada por ter tentado pular de pé. O motorista percebeu logo que eu estava em cima e brecou, fazendo-me cair e rolar para a rua. Levantei e voltei a correr. Avistei um carro preto vindo em minha direção e parando na minha frente. Eu estava ferrada. As quatro portas se abriram e desceram quatro garotos. Os meus quatro garotos.
arregalou os olhos e correu até nós, mancando. Eu pude sentir meu coração acelerar de felicidade. , e correram também até ela e a abraçaram. Eu apenas fiquei encarando aquela cena. Eu senti um misto de sentimentos. Sentimentos que eu sentia apenas com ela. Quem eu iria enganar? Eu estava a amando. Desde o momento em que coloquei meus olhos nela, no primeiro dia em que a vi na casa dela, eu me apaixonei. A vida me parecia mais bonita quando eu estava perto dela. Era como se os fantasmas da vida fossem embora quando eu estava com ela. Ela me fazia feliz. Quando eles soltaram , ela me olhou e sorriu. Vi os homens correndo em nossa direção e apontei para eles, sendo seguido por e . pegou o braço de e a "escondeu" atrás de seu corpo. Disparamos contra eles. Não morreram, mas ficaram muito feridos. O reforço que havíamos pedido minutos atrás chegou e os pegou. Suspirei pesadamente, aliviado, por aquilo ter acabado. Vi um homem correndo até nos e engoli em seco, faltou um. Ele apontou a arma para e eu apontei para ele.
- Se você tentar alguma coisa, atiro nela. - Ele sorriu maldosamente.
- Ah, cala a boca. - Eu revirei os olhos e atirou na perna dele, fazendo a arma do cara cair e ele segurar a perna. correu até lá e pegou a arma.
- Foi até fácil. - riu. - Esse cara não sabe das coisas e quer dar uma de gostosão que sabe segurar uma arma.
Fui até e ela me encarou. Não demorei para perceber que ela estava se desculpando, sem precisar de palavras, apenas com os olhos. Sorri e a abracei.
- Desculpe. - Eu disse. - Por ter mentido pra você.
- Me desculpe também. Por ter fugido.
Eu sorri para ela e olhei para onde o cara que havíamos atirado na perna estava sendo carregado por policiais. Enfim, estávamos indo para casa.
CAPÍTULO 9
Entrei na casa da e a vi jogada no chão, cantando alguma coisa.
- O que você está fazendo?
- Estou entediada. - Ela bufou.
- Tem uma pessoa que quer te ver. - Eu sorri e fiz um sinal com a cabeça para Charlie entrar. levantou e mordeu os lábios.
- Ele é...
- Filha! - Charlie disse e sorriu, indo abraçá-lo.
Encarei os dois abraçados e sorri. Decidi ir para casa para deixá-los sozinhos. Eu não queria atrapalhar esse momento novo para eles. Encostei a porta e fui até a calçada, olhando para o céu, que estava azul até demais. Sorri sozinho, até sentir mãos puxando meu braço e lábios encostando-se aos meus.
- Obrigada. - disse e sorriu.
Eu sorri de volta e a beijei. O beijo que eu havia esperado. Segurei sua cintura firmemente e ela segurou minha nuca. Nossas línguas alternavam entre ritmos lentos e rápidos.
- Eu te amo. - Ela disse entre o beijo e olhei seus olhos.
- Eu te amo. - Sorri e voltei a beijá-la.
- Pode ir parando com essas coisas porque quero aproveitar com minha filha agora e ainda temos que conversar porque será difícil eu aceitar ser seu sogro. - Charlie riu e abraçou nós dois. Eu nunca havia visto Charlie fazer um gesto de carinho.
- Pode deixar, sogro. - Eu ri, recebendo um olhar fatal.
gargalhou e caminhamos para minha casa, onde os caras e as amigas de estavam nos esperando. Depois de conversarmos com todos, fui com até o quintal, onde todos os sentimentos haviam realmente se libertado, mas não sabia o que era. Abracei-a pela cintura e beijei seus lábios. Isso parecia aqueles filmes românticos e melosos, mas naquele momento isso não me incomodava. Eu estava feliz e eu poderia dizer que eu esperava por aquele momento faz tempo, por um toque de amor na minha vida. Olhei para , que sorriu para mim, eu havia a pedido em namoro na frente do pai dela, que rendeu umas boas zoações como "Uau, esse é o cara que falou que o amor é idiota e que nunca ia sentir isso." Eu ri, lembrando-me disso. O amor é uma coisa engraçada. Ele chega de fininho e você não desconfia, até você descobrir que faria de tudo para proteger aquela pessoa. Realmente.
Fim
Nota da autora(06/12): Podem me matar, demorei muito, verdade. É muito dificil escrever finais, muito mesmo. É pior do que começar uma história. Mas enfim, está aí. Awn os comentários... Obrigada. Eu reescrevi várias vezes esses dois capítulos e nunca conseguia chegar ao que queria. Mas mesmo ainda não estando, gostei e espero que vocês gostem também!