Por: Isadora.
Beta-reader: May Espadaro;



Capítulo 1.
Why like that? (Por que desse jeito?)

Na vida de null tudo sempre aconteceu muito rápido. Ela perdeu o pai quando era muito nova, e sempre viveu com a mãe. Depois do trágico acidente que matou o pai, null e a sua mãe, Leslie, ficaram muito mais próximas, faziam tudo juntas. Saiam, assistiam filmes, brincavam, passeavam... Na verdade porque null nunca foi muito... Sociável, vamos dizer assim. Depois da morte de seu pai, null se fechou para o mundo. Ela sempre foi assim. Até seus 16 anos. Leslie começou a se preocupar MUITO com o comportamento da sua filha. Ela nunca tinha tido uma amiga, um amigo... Ela queria algo diferente para a filha. Resolveu mudar de cidade. Ir para a casa dos pais? Não. Ela ficou lá por muito tempo. Chicago? Não, lembranças do pai... Los Angeles? Não... Muito sol. Londres? Não, muito... LONDRES! Isso, Londres! Perfeito!

Capítulo 2.
The big change (A grande mudança.)

- null! – Leslie gritou, enquanto colocava os waffles que tinha feito em um prato. – O café-da-manhã tá pronto!
- Oi, mãe, bom dia! – null disse, passando pela mãe, dando um beijo em sua bochecha. – O suco tá onde? Eu não to conseguindo achar. – null disse, vasculhando a geladeira.
- Ai, na prateleira de cima. – Leslie disse se sentando no lugar de sempre da mesa.
null pegou o suco, e se sentou na frente da mãe. Serviu em dois copos o suco de laranja. Tomou um gole e encarou a mãe.
- Mãe? Por que você tá me olhando assim? Tá começando a me assustar, sabia?
- null... Eu tava pensando em uma coisa...
- Fala, mãe. – null disse, mordendo uma parte de seu waffle.
- O que você acha de Londres? – Leslie disse, um pouco apreensiva.
- Ah, é uma cidade legal. A rainha, os soldadinhos com aquele chapéu engraçado, – null disse, fazendo um gesto acima da sua cabeça, simbolizando o chapéu – o relógio grande... Bem legal.
- Não, null... Quer dizer, morar lá. – Leslie disse, e bebeu um gole do suco.
- Você tá querendo mandar o vovô e a vovó pra lá? Sabe mãe, eu não faria isso. Quer dizer...
- null, presta atenção, meu amor. – Leslie disse interrompendo-a – Eu não quero mandar os seus avós pra lá. Eu quero ir morar em Londres. Com você.
- Mãe, hoje não é nem primeiro de abril. Ainda falta um pouco.
- null, eu não tô brincando. Isso é sério.
- O QUE? MÃE? AHN? NÃO! NÃO! QUER DIZER... NÃO! Mãe, eu AMO essa cidade! Nova York é TUDO pra mim! Eu não quero ir embora! Eu tô perfeitamente bem aqui! – null começava a choramingar.
- Mas, null... Você não tem amigos aqui! Quando eu tinha a sua idade, um pouco mais nova até, eu não tinha amigos. Nenhum. E isso não foi bom pra mim, não foi bom MESMO. Eu quero que seja diferente pra você.
- Mãe, eu TENHO amigos!
- Sério? – Leslie encarou null com descrença. – Me fale um.
- É... Aquele... Não... Mas e... Também não... – null buscava mentalmente alguém que podia servir como desculpa ela continuar em Nova York. – Mãe, a questão não é essa. Eu me sentiria TOTALMENTE mal se você abandonasse o seu escritório, seus amigos, o vovô e a vovó aqui por MIM!
- null, você é a minha VIDA. Eu abandonaria QUALQUER COISA pra ver você feliz.
- Mãe, eu não quero sair daqui. Eu tô feliz AQUI.
- Bom... Então faz uma coisa por mim?
- Claro. – null disse encarando o seu copo.
- Vamos pra Londres, vamos passar um mês lá. Vamos ver como é. Se você gostar, ficamos lá, se você preferir Nova York, a gente volta.
- Mãe... E a minha escola? E o seu escritório? E tudo que nós temos aqui?
- Bom, a sua escola, você pode terminar o ano em Londres, tudo bem por você? - Leslie disse esboçando um sorriso.
- Bom... Tá. – null disse, dando um sorriso torto. – Mas e o seu escritório?
- A empresa tem uma filial em Londres. Eu posso pedir pra ficar lá por um tempo.
- Mas... E se, em uma hipótese REMOTA, nós ficarmos em Londres, nós vamos deixar tudo aqui em Nova York? E depois vamos voltar pra pegar? – null cutucava o resto do seu waffle com o garfo.
- Bom, a gente poderia deixar essa casa aqui, comprar uma casa mobiliada em Londres, e se cansarmos de lá, nós voltamos para a nossa casa. Se formos, realmente, ficar lá, a gente deixa essa casa pro vovô e pra vovó. Eles precisam de uma casa maior, certo? – Leslie disse, e piscou para null, com um sorrisinho no rosto.
- Mãe, como você pensou em tudo isso tão de repente? – null estava abobada.
- Bom, tive tempo para planejar. – Leslie disse, sorriu, pegou seu prato e seu copo e deixou na pia.
- Ah, tudo bem. Então, eu vou subir, senão eu me atraso pra escola.
- null, você pode ficar aqui em casa hoje. Se quiser, a gente aluga uns filmes... De Volta Para o Futuro? – Leslie disse e sorriu
- Sempre. Eu te amo, mãe. – null sorriu, pegou seu prato e seu copo e os colocou na pia.

Capítulo 3.
Life Got Twisted (A vida se inverteu)

- Bom, aqui estamos. – null saiu do carro que seu avô dirigia, bateu a porta e encarou o aeroporto. – Então, muito obrigada, vô. Se cuida, vó. – null sorriu e abraçou os dois, bem forte. Foi andando, na frente de sua mãe, que ainda dava conselhos sobre a casa em que, talvez, ficariam.
- null! null, vem cá. – Leslie chegou correndo, com uma mala de rodinhas em cada mão e uma bagagem de mão na mão direita. – Não quer que eu pegue um carrinho pra levar as suas coisas? – Leslie apontou para as 5 malas que null tentava levar.
null apenas balançou a cabeça concordando, nem tinha ouvido que a mãe tinha falado. Estava mais atenta no painel de vôos. ‘LONDRES’, havia escrito bem em cima. ‘NO HORÁRIO’. Milhões de coisas passavam pela sua cabeça. ‘Realmente é bom passar um tempo com a minha mãe em Londres, é uma cidade legal. Mas morar lá?’. Esse pensamento fazia com que mil borboletas se criassem no estomago de null, e se agitassem, como se procurassem uma saída. Ela foi libertada do transe quando alguém esbarrou nela.
- Ah, me desculpa. – Era um garoto, um garoto bonito na verdade. Um cabelo maravilhoso, olhos mais ainda...
- CARA, VEM LOGO! A GENTE VAI SE ATRASAR! – Um outro garoto com uma blusa verde disse ao carinha lindo que estava na frente de null.
- É... Me desculpa. Você tá bem? – Ele disse, com pressa aparente.
- Tô, claro. – null disse, maravilhada com aqueles olhos null.
- Boa viagem, então. – Ele disse
- Obrigada, pra você também. – null disse, já parecendo retardada.
- null. – null, então esse era o nome do cara que tinha despertado null para a vida lá fora. null estendeu a mão.
- null, prazer. – null chacoalhou a mão de Danny e ele foi embora.
null. null. null. null. null. null. null. null. Esse era o nome dele. Mas que lindo nome. Que lindos olhos. Cabelo lindo. Tudo perfeito. null viajava. Encarava uma cadeira, como se fosse doente. null...
- null, aqui, eu só achei esse carrinho, então a gente vai TER que fazer nossas coisas caberem ai. É... Vamos tentar. – Leslie chegou, com o carrinho e com algumas malas dentro dele. – Vamos tirar essas malas aqui e vamos organizar.
null. Esse era o nome dele.

Capítulo 4.
The Flight. (O vôo)

O vôo de null saiu às 9 da noite, e ela já estava cansada a esse ponto. null chamou a aeromoça, pediu um travesseiro e um cobertor. Enquanto não chegava, ele olhou um cara bem bonitinho. E um cara de blusa verde do seu lado.
- null, deixa de ser idiota! – O de blusa verde falou, batendo na cabeça do ‘null’.
null? O apelido do null? null. null. null. null tinha que parar de ficar obcecada com o primeiro cara que ela visse no aeroporto.
Mas... Se ele estava nesse avião... Ele ia pra Londres! Parecia bom demais pra ser verdade.
- O seu travesseiro e o seu cobertor, senhorita. – A aeromoça falou com uma voz calma e suave. – Boa noite.
null se virou pro lado, apagou a luz sobre a sua cabeça e dormiu. Sonhou com os olhos null de mais cedo. Dormiu bem.

- Ahn? Ai, mãe, mais 5 minutos, por favor. Deixa eu dormir. – null disse, tentando tampar a cabeça com o cobertor.
- Filha, nós estamos quase chegando em Londres. – Leslie olhou para null. – Por que não acorda e come alguma coisa antes de aterrissarmos? Porque quando chegarmos lá, eu quero ir direto pra nossa casa.
- Ah... Já? Tá... – null não conseguia coisa melhor que monossílabos. null resolveu abrir os olhos. Quando ela olhou para a fileira do meio, null, seu null, estava dormindo.
‘Cara, não tem quem fique tão bem dormindo.’ null pensou.
null levantou e foi andando até o banheiro. Demorou 5 minutos lá, no máximo. Quando voltou, a ‘mesa’ que fica pregada na poltrona da frente estava aberta, com um copo de suco de laranja.
- Eu não sabia o que você queria, então eu pedi só um suco. Você pode pedir o que quiser comer agora... – Leslie disse
- Não, mãe, obrigada, vou só tomar o suco. – null disse.
Um tempo passou. O piloto anunciou no alto-falante que já iam pousar em três línguas. O sinal para colocar o cinto ficou aceso. null não era a maior fã de voar a milhões de metros do chão, então já estava BEM feliz a esse ponto.

Capítulo 5.
Now, we’re in London. (Agora, estamos em Londres)

- Mãe, não é aquela, não? – null disse e apontou para uma mala.
Elas estavam procurando pelas suas malas na esteira. Faltava pouco para chegarem na sua nova casa.
‘Agora, estamos em Londres.’ null pensava. E isso a assustava. Ela nunca imaginou que sairia dos Estados Unidos. Nem à passeio. Para morar, piorou. Era estranho para ela.
- É essa! Pronto, pegamos todas. Vamos, null? – Leslie disse com todas as suas malas na mão, entregando algumas para null.
Elas entraram em um táxi, Leslie primeiro, e depois null. Antes de entrar, viu os olhos de null. ‘A última vez que eu vejo esses olhos?’ Ela pensou. null sentou o mais perto possível da janela, e ficou encarando a paisagem de Londres...
- null? Você tá bem, meu amor? – Leslie disse, preocupada.
- Ah, sim, to bem. Quer dizer... É tudo novo. É estranho. – null disse, forçando um sorriso, e se virando para a janela de novo.
O motorista olhou para trás, parando o carro, e anunciou que chegaram onde queriam. - Aqui estamos, madame. São 20 libras.
- Aqui. – Leslie pagou, null abriu a porta, e as duas saíram juntas.
Elas pararam em frente à nova casa. Era realmente muito bonitinha. Uma casa de dois andares, uma garagem do lado, um caminho até a escada que levava até a varanda, e finalmente, a porta.
- Vamos? – Leslie disse, olhando para null, animada. Elas subiram as escadas de mãos dadas, e Leslie abriu a porta.
- Uau. – null olhou para a decoração da casa.
Era realmente tudo muito chique e tudo muito bonito. Ao lado da porta de entrada, uma porta, que abrindo, null descobriu que era um armário. Mais para frente, uma grande mesa redonda de mogno, com oito cadeiras em volta, e no teto, um lustre de cristais. A cozinha com tecnologia de ponta era separada da sala de televisão por apenas um balcão. A sala com um sofá enorme e bem macio, com uma televisão enorme na frente.
- Quer dizer, realmente uau. – null disse encarando tudo aquilo.
- Quer ver o seu quarto? – Leslie disse, apontando para a escada.
null subiu correndo, abriu todas as portas, até que achou um quarto roxo, com uma cama, uma televisão, um computador e uma janela, que dava para a rua da frente. Uma linda visão. ‘É... Talvez valha a pena ficar aqui.’ Ela pensou encarando toda a neve nas ruas.
null desceu, ligou a televisão e procurou alguma coisa divertida pra ver.
- null... E aí, gostou do seu quarto? – Leslie disse com um sorriso enorme.
- Aham, é legal. – null disse, olhando rapidamente para Leslie.
- Você não quer ir ao supermercado comigo?
- Claro, mãe. – null levantou, desligou a televisão, pegou seu casaco e saiu com a mãe atrás de um táxi.

Capítulo 6.
Getting into the School. (Chegando na escola)

- null? Primeiro dia de aula! Vamos. Acorde, os seus livros estão do lado do seu computador. – Leslie disse, animada.
- Hm... Eu não posso faltar hoje? – null disse, quase inconsciente.
- Não, não, não. Você tem que ir. Vamos, null! – Leslie disse, puxando o edredom de null.
- Tá, fecha a porta que eu vou trocar de roupa.
null não queria pensar muito, se arrumou com os olhos fechados. Pegou a blusa que estava mais perto do seu alcance, uma preta, bem justinha e uma calça skinny, e calçou seus tênis com dificuldade por causa do sono. Desceu as escadas correndo, e se sentou à mesa.
- Mãe, vai ser difícil me acostumar com o fuso-horário. – null disse, quase dormindo em cima do seu prato.
- Ah, filha... Você se acostumaria em duas semanas, com certeza. Eu já me acostumei um pouco. – Leslie disse, entregando uma panqueca para null.
null não demorou para comer.
- Quer que eu te leve, filha? Ou você pode ir a pé? – Leslie disse, pegando o prato de null e deixando na pia.
- Eu vou a pé, mãe, sem problemas. – null disse se levantando. – Onde os meus livros estão mesmo?
- Do lado do seu computador. – Leslie disse sorrindo.
null voltou para a cozinha com uma bolsa com os livros dentro, deu um beijo em sua mãe e saiu da cozinha. null abriu a porta e se lembrou de pegar seu casaco, no armário do lado da porta.

Ela andou alguns quarteirões quando começou a ver alguns adolescentes indo para um rumo, e resolveu segui-los. Era isso. Chegou à sua nova escola, Norris London High. Ela parou na frente da escola, encarou e suspirou. Ela estava sozinha, mais uma vez.
- null! Volta aqui, cara! – Um garoto bonitinho esbarrou em null. – Ah, me desculpa...
- Sem problemas – null sorriu e olhou para baixo.
- Prazer, null null. – null estendeu a mão para null
- Prazer, null null. – null sorriu ao perceber olhos null e tão bonitos quanto os do null do aeroporto. – Então... Eu acho que é melhor você ir correr atrás do... null?
- Ah. É, claro. – null sorriu e entrou na escola.
- Bom, eu acho que é isso. Londres. – null falava pra si mesma.
- O que tem Londres? – Uma voz suave vinda de trás de null perguntou, fazendo-a se arrepiar toda.
- Oi? – null tentou manter a calma.
- Bom, eu ouvi você falando alguma coisa de Londres. Posso saber o que é? – O dono da voz apareceu. Era realmente ele? null? null? O null de null?
- É que eu não sou daqui, sou de Nova York. – null disse e sorriu.
- Sério? Mas... – null foi interrompido pelo sinal. – Droga. Você tem algum amigo aqui? – null disse e fez sinal para eu ir andando.
- Não. – null disse e olhou para baixo.
- Bom, agora tem. Prazer, null... – null, era ele. Ele estava sério, e do nada começou a sorrir. – Eu já te vi em algum lugar?
- Bom, acho que já. No aeroporto de Nova York você trombou comigo. Lembra? – null disse, sorrindo.
- Ah, é mesmo. Eu pensei em uma coisa a viagem inteira. Os seus olhos. São muito bonitos. – null disse, fazendo null corar.
- Brigada. Os seus também. – null disse. – Bom, eu acho que já tá na hora de eu ir achar minha sala. Primeira aula, Biologia.
- Bom... Foi bom poder conversar com você. – null disse, sorrindo. ‘Que sorriso lindo’ null pensou. – Até o almoço.
- Como assim? – null perguntou, sorrindo, andando de costas.
- Você vai almoçar comigo, com o null, com o null e com o null. – null disse.
- Ah... Tenho escolha? – null disse
- Não muita.
Os dois riram e null foi procurar a sala. Chegou um pouco atrasada, por ficar conversando com null. É, valeu a pena.
- Hm... Com licença, aqui é a sala de Biologia? – null disse, batendo na porta.
- Sim. – A professora abaixou os óculos para olhar para null.
- Você é a Sra. Darbus? [n/a: gente, desculpa a imaginação MIL, mas eu REALMENTE não sou boa com nomes, tive que apelar para hsm.] – null disse, tímida.
- Sim. O que deseja?
- Eu sou null , a novata. – null disse, forçando um sorriso.
- Ah, sim... Prazer em conhecê-la. – A professora falou.
- Posso me sentar? – null perguntou.
- Claro. Sr. null, faria o favor de liberar a cadeira ao lado para a sua colega?
- Claro.
null foi andando até a cadeira que a professora havia lhe apontado, e colocou sua bolsa no chão.
- Hm, lá. – null disse, encarando null, sorrindo.
- Hey. – null disse, sorrindo.
- Então, você é novata aqui, certo? – null disse, sorrindo.
- Certo. – null assentiu.
- Veio de onde?
- Nova York. – null disse, procurando o livro de Biologia na bolsa.
- Oh, legal. – null disse, fazendo com que a mesa parecesse uma bateria, e com baquetas imaginarias em suas mãos.
- Então... Você conhece o null disse, olhando o comportamento estranho do garoto.
- Ah, o null. Conheço. Ele é bem idiota, sabe. Por quê? Você já conheceu ele? – null disse, parando de tocar a bateria imaginária.
- Ah, já sim. – null disse, tentando achar a página do livro de Biologia.
- null... Não perde tempo, não é mesmo? – null disse com um sorriso no rosto.
- Não! – null olhou pra null assustada – Quer dizer, não foi nada demais. A gente trombou no aeroporto em NY, e ele lembrou de mim hoje mais cedo. Nada desse tipo. Mas... Você não gosta dele ou alguma coisa assim?
- Não... Ele é um dos meus melhores amigos. Tem mais o null e o null. – null disse.
- Oh. Então o null tava falando de vocês mais cedo... – null disse pensativa.
- Como?
- Não, é que ele me disse que eu ia ter que almoçar com vocês ou algo assim. – null disse sem graça.
- Bom, seria um prazer. Qual é o seu horário antes do almoço? – null disse, com um sorriso lindo.
- Hm, deixa eu ver... – null pegou um papel indicando os horários dela – Inglês.
- Ótimo, é o meu horário também. Eu podia te levar pra lá. – null disse.
- Claro. – null disse, sorrindo.
‘Agora eu vou ter amigos nessa escola? Londres, hein? Quem diria?’

O tempo passou, e lá estavam null e null, sentados lado a lado de novo na aula de Inglês. - null... Eu posso te fazer uma pergunta? – null disse, reparando no esmalte descascado.
- Claro.
- Éééé... Bom, em Nova York eu... Não tinha muitos amigos. Quer dizer, eu não tinha nenhum. E foi por essa razão que eu vim pra Londres com a minha mãe. O meu pai morreu em Chicago, quando eu tinha uns 5 anos de idade, então nós nos mudamos de lá. E em Nova York eu não conseguia fazer amigos, por que eu fui pra lá nova, tentando esquecer do meu pai, mas meio que não funcionou. Tipo... Eu só queria ter certeza que não vai acontecer de novo. Essa história toda de sair do país com a minha mãe. Eu não quero isso de novo, nem pra mim nem pra ela.
- Ahn... null, eu sinto muito pela história toda do seu pai e tal... Mas se depender de mim, você vai ter pelo menos um amigo. Então, pretende passar muito tempo em Londres? – null disse, com dó de null.
- Bom, eu tava meio resistente quanto essa história toda de vir pra Londres. Eu não to acostumada. Então minha mãe propôs de ficarmos aqui 1 mês, e ai se eu não gostasse, a gente voltaria pra NY. Eu sei que é muito cedo pra falar, mas talvez eu continue aqui em Londres.
- Legal. Adorei seu sotaque. – null disse.
- Obrigada. – null disse e sorriu.

Capítulo 7.
Ready for Lunch? (Pronta para o almoço?)

A aula de Inglês passou lentamente, mas null sempre dava um jeito de conversar com null, e null sempre dava um jeito de conversar com null. O sinal bateu, finalmente.
- Ainda bem! – null disse, dando um sorriso.
- Vamos lá? – null levantou, e ofereceu seu braço para null se apoiar.
- Claro. – null sorriu e foi com null até o refeitório.
Chegando lá, null estava conversando e rindo com null, quando null viu os dois.
- null! null! – null disse com um sorriso.
- Hey, null. – null disse.
- Dude! – null disse.
- Vamos pegar alguma coisa pra comer, gente. – null disse com um sorriso.
Todos pegaram o que queriam, e quando foram para a mesa, haviam mais dois garotos lá. null e null se sentaram, e puxaram uma cadeira pra null, no meio dos dois.
- null, null, essa é a null. null, esses são o null, e o null. – null apresentou todos.
- Hey! – null disse sem graça.
- Hey! – null e null falaram juntos.
- Cara, ela é hot. – null falou pra null bem baixo.
- Cara, mais respeito com ela. – null disse e bateu no braço de null.
- Foi mal. – null disse e se virou pra frente de novo.
Um silêncio bem desconfortável se instalou.
- Então, gente. É... A null tava me contando que ela era de Nova York, certo? – null disse, olhando para null.
- Ah, é isso mesmo. – null disse sem graça, olhando para a bandeja na sua frente. Ela não estava com fome mesmo.
- Mas, por que você saiu de Nova York pra vir pra Londres? – null perguntou, encarando null.
- Porque... Bom, quando eu tinha 5 anos, e morava em Chicago, meu pai sofreu um acidente de carro. Eu fiquei muito triste. Eu sempre achava que ele tinha ido pro céu, e eu queria falar com ele de novo. Mais uma vez pelo menos. – Ela não tinha contado com tantos detalhes a sua história para null. – Então minha vida se resumia a pensar no meu pai, tentar conversar com ele, encontrar com ele. Eu sofri muito. E ai minha mãe achou melhor nós irmos para Nova York, irmos ficar com os meus avós. Nós passamos uns 5 anos na casa dos meus avós, e depois nós fomos morar em uma casa só nós duas. Eu continuava triste, e eu me isolava. Eu não tinha amigos e eu nunca tive. Então minha mãe foi minha melhor amiga sempre. Eu sempre contava tudo pra ela, a gente se divertia juntas, mas minha mãe não queria que eu tivesse só ela como amiga, ela queria que eu tivesse amigas, amigos e por isso viemos pra Londres. Eu não queria realmente vir pra Londres, mas eu acho que eu posso me acostumar com a ideia. Inicialmente, nós íamos ficar um mês aqui, e depois voltaríamos pra Nova York. E como eu disse para o null, pode ser cedo, mas eu acho que eu quero continuar em Londres. Eu gostei bastante daqui. É um lugar legal. Eu só quero fazer alguns amigos aqui. – null ficou com os olhos cheios de água, o que mais queria era chorar, lembrando tanto do pai, e da sua vida que não foi das melhores.
- Nossa, null, meus pêsames. – null e null falaram para null.
- Obrigada, gente. – null disse, limpando as lágrimas dos seus olhos.
- Mas então, você nunca ficou com um menino, null? – null perguntou.
- Cara! Isso não é coisa que se pergunte, principalmente numa hora dessas. – null disse, repreendendo o amigo.
- Não tem problema, null. – null disse, rindo com a pergunta de null. – Eu já fiquei com um menino, null, mas faz uns 2 anos. Isso porque eu tinha uma única amiga que meio que me fez ficar com ele. – null disse rindo, se lembrando daquela época.
- Ah... Porque realmente não tinha como você nunca ter ficado com um menino, porque, sabe como é, você é bem hot. – null disse, fazendo null corar.
- Ah... Obrigada. – null disse sorrindo.
- null, por favor, pára de falar. – null disse.
- Mas o que aconteceu com essa amiga, null? Vocês brigaram ou alguma coisa assim? – null disse.
- Não... Ela meio que se mudou pro Alaska. É, dramático, eu sei. Eu fiquei muito mal mesmo. – null disse.
- null, sua vida parece um filme. – null disse.
Todos riram, e bem nessa hora o sinal bateu.
- Bom, obrigada pelo almoço, gente, agora eu não quero chegar atrasada na aula. – null disse sorrindo e se levantando.
- Ta, null, você não quer sair com a gente hoje depois da aula? – null disse.
- Ah... Ia ser ótimo. Se tiver tudo bem com todos. – null sorriu e olhou para todos os lindos garotos que estavam na mesa. Todos concordaram.
- Bom, então nós encontramos com você na escada do colégio, depois do ultimo horário, certo? – null disse.
- Ótimo. – null disse sorrindo, se virando para ir para a próxima aula.

Capítulo 8.
Hanging Out With The Guys. (Saindo com os Garotos)

O sinal bateu. null estava sozinha na aula de Educação Física, nenhum de seus novos amigos estava com ela. Isso a deixava insegura. null) tomou um banho depois da aula, e encarou todas aquelas meninas no vestiário. Será que algum dia ela seria amiga de alguma delas? Ela só se preocupava com o agora. Tinha que ir para a escada do colégio.
Chegando na frente do colégio, a maioria dos estudantes de Norris London High estavam lá. Ela encarou todos os garotos de lá. Ela não conseguia achar nenhum tão bonito quanto os seus quatro novos amigos, e ela sabia que não iria achar nenhum tão legal como eles. Tão extrovertidos, engraçados, gentis. Ela deu sorte.
null desceu alguns degraus e null a viu.
- Hey, null, vem cá! – null disse sorrindo.
- Hey, gente. – null sorriu. – Hm, onde nós vamos? – null perguntou sorrindo.
- A gente tava pensando em levar você pra ver a gente ensaiar e depois ver De Volta Para o Futuro. – null disse sorrindo.
- De Volta Para o Futuro? Fala sério, melhor filme que existe! – null disse e sorriu. – Perfeito por mim.
- Beleza! Entrem ai. – null disse, indo para o lado do motorista no seu carro.
null entrou atrás, com null e null. null ficou no lado direito e null ficou no lado esquerdo, então null ficou no meio.
- Gente... Posso perguntar uma coisa? – null disse, tímida.
- Claro. – Todos disseram, em um coro desorganizado.
- O null disse de um ensaio... O que vocês ensaiam? Tipo... Banda? – null perguntou.
- É, nós temos uma banda. A gente ta tentando achar uma gravadora, mas tá difícil. – null disse
. - Que ótimo, gente. Quer dizer não pela parte da gravadora, pela parte da banda. Qual é o nome da banda? – null perguntou.
- McFly. Em homenagem ao Martin McFly, de De Volta Para O Futuro. – null disse, colocando um CD no rádio do carro de null.
“She's got a lip ring and five colours in her hair,
Not into fashion but I love the clothes she wears,
Her tattoo's always hidden by her underwear.
She don't care.”
Depois disso, null diminuiu o volume, ficou quase inaudível.
- Haha, engraçado a música falar isso, porque eu tenho uma tatuagem também. – null disse.
- E tá sempre escondida pela sua roupa íntima? – null perguntou com segundas intenções visíveis.
- Aham. – null apenas respondeu, sorrindo.
Nesse momento null e null se entreolharam na cabine da frente da caminhonete de null, e null e null se entreolharam por cima dos ombros de null.

- Aqui estamos nós. – null disse parando o carro.
null abriu a porta e ajudou null a descer da caminhonete alta.
O ensaio acabou, mas null já estava cansada.
- Guys, o ensaio foi ótimo. Vocês tocam e cantam demais. Mas eu não vou conseguir ficar pro filme. – null disse, fazendo cara de desapontada.
- Por que, null? Por favor, fica! – null disse, fazendo cara de criança.
- Não, gente. Eu tô muito cansada. É meu segundo dia aqui, cheguei ontem pra arrumar minhas coisas lá em casa, hoje tive aula, e eu tô com muito sono. Eu vou pra casa descansar um pouco, vejo vocês amanha, tá? – null disse, mandando um beijo pra todos.
- Deixa que eu te levo, null. – null disse.
- Se não for incômodo, eu quero sim. – null disse sorrindo.
- Incômodo nenhum. – null disse, indo pra caminhonete com null.
- Nossa, que bundão ela tem, cara. – null disse.
- Caras, vocês NÃO são meus amigos. – null disse e bateu na cabeça de null.

Capítulo 9.
Going back to mommy. (Voltando para a mamãe)

Quando null chegou em casa, já eram 5 horas da tarde. Ela saiu do carro de null, olhando para trás pra agradecer. Entrou em casa, deixou seu casaco no armário, e foi para a cozinha beber um copo de café.
- Mãe! Cheguei! – null gritou para a mãe da cozinha.
- Oi, null. Pode falar baixo, eu to aqui na sala. – Leslie disse da sala de TV.
- Ah, desculpa ter chegado tarde assim. É que eu saí com um pessoal. – null saiu da cozinha com uma xícara grande de café na mão, e se sentou ao lado da mãe no sofá. – Como foi seu primeiro dia de trabalho?
- O meu trabalho é igual, em NY, em Londres, ou na China. – as duas riram. – Quer um espacinho aqui? – Leslie estava com um cobertor, e o levantou para null sentar junto dela ela. - Claro. – null disse sorrindo, e bebendo um gole do seu café.
- Você disse que chegou tarde porque saiu com um pessoal, não foi? – Leslie deu um olhar cheio de significado para null.
- É, mãe. Eu conheci uns garotos bem legais na escola hoje. Quer dizer, um eu já “conhecia” – null fez sinal de aspas com os dedos. – do aeroporto, ele trombou em mim e tal. Os outros eu passei a conhecer de lá. Eles tem uma banda, e eles me convidaram pra ver um ensaio deles. Eu até ia ficar lá pra ver De Volta Pro Futuro com eles, só que eu fiquei cansada. Fuso-horário, sabe... – null sorriu.
- Ah, null, que bom que você achou amigos! Eles são legais? – Leslie se entusiasmou.
- Muito. Eu posso te contar no jantar? Eu realmente preciso de um banho. – null sorriu, e subiu as escadas.
- Hmmm, que cheiro bom, mãe! O que você fez hoje? – null desceu as escadas, secando os cabelos molhados com uma toalha.
- Macarrão. – Leslie disse.
- Eba! – null disse, sentando em uma cadeira. – Nossa, eu tava MUITO cansada.
- Você vai jantar e vai ir logo pra cama, certo? – Leslie disse servindo null e sorrindo.
- Certíssima! – null sorriu e começou a comer seu macarrão.
- Bom, então me conta o seu dia! – Leslie disse animada.
Então null contou tudo. Tim-tim por tim-tim, desde que ela chegou na sua nova escola.
- Então, no final de tudo, eu acho que foi uma boa idéia a gente vir pra Londres, mãe.

Capítulo 10.
Are you gonna be my friend? (Você vai ser meu amigo?)

No dia seguinte, null acordou sozinha com um raio de sol entrando pela sua janela. Ela viu que já estava quase na hora de ir pra aula, e resolveu tomar outro banho. Depois que saiu do banho, ela vestiu uma blusa branca, uma calça, e iria colocar um casaco preto, parecido com o de ontem e de anteontem. Ela desceu e a mãe já estava na cozinha.
- Hm, null, acordou cedo por quê? – Leslie perguntou
- Acordei com o sol, e fui tomar um banho. – null disse, se sentando em uma cadeira.
- null, eu to sem muita imaginação pra fazer café-da-manhã hoje, então nós vamos de pão com pasta de amendoim e geléia, tá? – Leslie disse, entregando um sanduíche pra null.
- Ótimo, mãe, obrigada.
null comeu tudo e bebeu suco de laranja, e assim que ela terminou, a campainha tocou.
- Deixa que eu atendo. – null disse e saiu correndo para a porta.
- null! Ah, oi, bom dia! – null disse.
- Oi, null. Bom dia. – null disse sorrindo.
- Ahn... Quer entrar? – null disse, sem graça pela visita inesperada.
- Ah, não precisa. Eu só passei pra perguntar se você quer carona pra escola. A sua casa é caminho, mesmo, então...
- Ahn... Eu vou querer sim. Vou só avisar pra minha mãe. Entra, por favor. – null disse, sorrindo, dando espaço para null passar.
- Licença. – null disse tímido.
- Toda. – null disse, sorrindo.
null chegou com null na cozinha que Leslie estava.
- Hm, mãe, esse é o null. Eu saí ontem com ele e com os amigos dele. null, essa é a minha mãe, Leslie. – null disse, apresentando os dois.
- Prazer, Sra. null. – null disse.
- Prazer, null. Me chame de Leslie, por favor.
- Ok, Leslie. Hm, eu vim aqui pra ver se a null quer uma carona pra aula hoje.
- Então eu vim só te avisar, mãe, eu tô indo com o null pra aula. – null disse, pegando sua bolsa de livros em cima da mesa.
- Tenham um bom dia, gente. – Leslie disse.

- null, eu gostei MUITO de Londres. Muito MESMO. Mas eu tenho medo de uma coisa. – null disse encarando as saídas de ar-condicionado do carro de null.
- De que, null? – null disse, olhando para null com o canto do olho.
- De eu não ter amigos aqui de novo. Eu não quero que a minha mãe fique saindo dos lugares por mim. Quer dizer, ela tem a vida dela. – null disse, quase chorando.
- null, você tem a mim. Não fica preocupada com isso, você não vai sair de Londres. Eu não vou deixar. – null disse olhando para null.
- Jura? Vai ser sempre meu amigo? Sem se importar com o que as outras pessoas digam?
- Juro. Sempre, null.
null colocou a mão sobre a de null, que estava na marcha, provocando um sorriso no rosto de null.

Chegando na escola, null, null e null foram ao encontro de null e null.
- Own, que bonitinhos, já estão vindo juntos pra escola, que liiiindos. – null disse, zoando os dois.
- null! - null disse rindo. – Pára de viajar. Ele passou lá em casa porque é caminho. Ele é só meu amigo, igual a você.
null fez uma cara de desapontado, disfarçadamente.
- É caminho? null, ele mora do outro lado da cidade, ele faz um caminho totalmente diferente! Se você mora onde eu tô pensando, ele deu a volta em Londres pra te buscar. – null disse.
- Bom... – null procurou alguma coisa pra falar – Pelo menos ele me deu carona, e isso foi muito gentil. Obrigada, null. – null deu um beijo no rosto de null
- Eu vou passar a te dar carona, null. – null disse.

Capítulo 11.
That’s when we fall in love. (É ai que nos apaixonamos)

Duas semanas se passaram. Daqui a duas semanas null voltaria para Nova York, talvez...
null ficou muito próxima de todos os garotos, ficou especialmente amiga de null e null.
null estava sentada na aula de Física, segundo horário, quando alguém entra na sala. TOC TOC TOC! [n/a: sim, isso é alguém batendo na porta.] - Senhor, meu nome é null null, eu fui transferido pra essa sala. – Ah, agora os horários de null estavam completos.
- Ah, tá. Você pode se sentar ali. – O professor apontou uma cadeira do lado de null. Ah, agora os dias de null estavam completos.
- E agora o que? Você tá me perseguindo? – null sussurrou rindo.
- A outra sala de Física estava lotada, eu não conseguia estudar direito. – null sussurrou.
- E você acha que AGORA você vai estudar direito em uma sala COMIGO? Haha, se engana, senhor null. – null sussurrou sorrindo.
- Bom, pelo menos com você vale a pena. – null sussurrou. [n/a: sim, todos sussurram :D]
- Ah é? – null sussurrou, encarando null com uma sobrancelha arqueada.
- Vale, muito mais que qualquer um.
Foi estranho, mil borboletas agitadas passaram pelo estômago de null. O que era aquilo que ela estava começando a sentir? Ela estava se apaixonando? null, hein? Quem diria?

O último sinal bateu.
- null, ahn, você vai pra casa agora? – null disse sorrindo.
- Bom, a menos que vocês queiram que eu saia com vocês agora, sim. Por quê? – null perguntou.
- Por que era exatamente isso que eu queria fazer. Queria ver se você quer vir comigo ver uma coisa. – null disse sorrindo.
- null e null se beijando em baixo de uma árvore! – null cantava, enquanto fazia uma espécie de dança gay em volta dos dois.
- Ai, pára, null! – null riu.
- Ahn... Vamos? – null disse sem graça.
- Claro. Tchau, gente, vejo vocês amanha. – null disse mandando um beijo no ar para todos.

null e null entraram no carro de null e ele foi dirigindo pra um lugar que ela nunca tinha visto.
- null, o que é isso? – null disse.
- É um lugar que eu costumava vir. Eu amo esse lugar. Eu pensei em trazer você aqui, espero que não tenha medo de altura. – null disse, dando um sorrisinho.
null e null saíram do carro, e subiram em algumas pedras. Depois de algumas pedras, um rio lindo, que null nem sabia que existia, se prolongava.
- null... Isso é lindo, de verdade. – null disse.
- É... Eu amo esse lugar. Quando eu era criança, minha babá me trazia aqui, e eu nunca me esqueci. – null disse se sentando, e fazendo sinal para que null se sentasse também – Quando eu estava triste, ou com raiva de alguma coisa, ela me trazia aqui e eu esquecia de tudo. Eu me lembro de como era quando eu era pequeno, não mudou nada. Sabe, quando minha mãe ficou doente, com leucemia, ela me trouxe aqui. Eu não sabia direito o que era leucemia, ela me explicou, mas o mais legal, é que ela não me deixou com medo. Eu lembro direitinho. Eu tenho saudades dela. E agora eu quero te trazer aqui. Porque aqui é um dos melhores lugares que eu já fui na minha vida e eu acho que eu devia dividir com você.
- null, isso é lindo, de verdade. E eu fico feliz de poder vir com você. De você dividir isso comigo. – null disse, sorrindo e olhando para o rio. – null, me diz uma coisa?
- Claro. – null sorriu.
- Você realmente deu a volta na cidade por mim? Eu sei que já faz um tempo, mas eu fiquei realmente curiosa. Eu não esqueci isso, não deixei isso pra lá. – null perguntou, olhando rapidamente pra null.
- Ahn... Sim. – null disse sem graça.
- Por que você fez isso? – null perguntou, agora olhando fixamente pra ele.
- Porque eu nunca encontrei alguém que eu gostasse tanto. De verdade, null. No aeroporto aquele dia, cara... Eu vi seus olhos, eu não me esqueci. E eu não achei seus olhos bonitos, eu me apaixonei por eles. E pode ter sido pouco tempo, mas eu acho que não é o tempo que pode determinar o quão verdadeira é uma coisa. E... Eu acho que eu te amo, null. Eu faria qualquer coisa por você. Dar a volta na cidade não foi nada, eu iria até a Lua, e buscaria ela pra você. Eu não acho que eu te amo. Eu amo você, com certeza. E não tem mais ninguém que eu amo mais, e eu acho que não tem ninguém que sinta por você o que eu to sentindo agora.
- Ahn... null, eu não sei nem o que falar. Realmente, foi rápido. Ai meu Deus! null, quando a gente se encontrou no aeroporto, eu JURO, eu fiquei LOUCA por você. Pelos seus olhos, pelo seu cabelo, pela sua voz... Eu fiquei louca por tudo. E no avião eu ficava admirando você dormir, igual uma idiota. Eu nem sabia que eu podia me sentir assim tão rápido por alguém. E eu te amo, de verdade. É bom saber que foi a escolha certa vir pra Londres. - null reparou o que falou. Todas aquelas palavras estavam vindo sem ela pensar, ou planejar. Ela só olhava para o rio, e falava a verdade. Não tinha coisa mais verdadeira que aquele momento. Ela amava ele, ele amava ela.
Eles se olharam, e null chegou mais perto de null. Eles se olharam por mais tempo e, depois, tudo que null podia sentir eram os lábios de null nos dela. E não existia sensação mais perfeita do que aquela. Eles ficaram lá por um bom tempo, aproveitando a companhia um do outro.
- null, já tá tarde. A minha mãe deve tá ficando preocupada comigo. Eu acho melhor a gente ir. – null disse.
- Tá bom. Mas, antes... Eu tenho que te perguntar uma coisa. – null disse, dando um beijo em sua testa.
- Pergunte. – null disse.
- Você me ama? De verdade? – null perguntou, olhando null.
null não teve resposta. Ela só quis beijar null o máximo que podia, como se o mundo fosse acabar a qualquer segundo.
- Isso foi um sim? – null perguntou, sorrindo.
- Aham. – null sorriu e continuou a beijar null. – Então vamos.

Capítulo 12.
How about now? (E agora?)

No dia seguinte, null fez tudo como todo os outros dias. A blusa, a calça, o tênis, o casaco. Alguma comida, o suco, ir pra escola. A campainha tocou.
- Deixa que eu atendo! – null disse, e saiu correndo para a porta. – Oi, null. Bom dia.
- Bom dia, null. – Ele chegou mais perto, e a beijou. – Hm, quer carona de novo?
- Claro. Se quiser entrar, fica a vontade, mas eu não demoro dessa vez.
- Eu vou ficar aqui.
Chegando na cozinha, null pegou a bolsa, o casaco e avisou para a mãe que ia de carona de novo.
- null, chama esses seus amigos pra virem aqui hoje depois da aula? – Leslie disse, tomando uma xícara de café.
- Tá, pode deixar, mãe. – null disse e foi pra porta.
null a ajudou a subir na caminhonete, e foi para o lado do motorista. Silêncio desconfortável.
- Minha mãe quer que você e os meninos vão lá pra casa hoje depois da aula. – null comentou, olhando pelos pára-brisa.
- Ah... A gente pode ir.– null disse.
- Olha null, eu não quero que o que aconteceu ontem estrague tudo. Eu amo você, como amiga também. E eu não suportaria perder isso. Por favor, não vamos ficar assim. – null pediu, se virando no banco para encarar null.
- Eu também acho. Eu só quero te pedir uma coisa. – null disse.
- Fala.
- Quer namorar comigo? – null perguntou, com os olhos fixos na rua.
- Ahn... Claro! Ia te atrapalhar se eu te beijasse agora? – null perguntou
- Aham, um pouco. – null disse, sorrindo.
- Então quando a gente chegar na escola, eu te dou um beijo. Pode ser? Quer dizer, a gente vai contar pros meninos?
- Vamos, por mim. – null disse
- Então ótimo. – null disse e virou para frente.
Quando chegaram na escola, null, null e null estavam conversando animadamente sobre um assunto, mas null e null só pegaram o final:
- Eu duvido que ele consiga.
- Que ele quem consiga o que, null? – null perguntou.
- Nada... – null disse tentando disfarçar.
- Gente, a gente tem que falar uma coisa com vocês. – null disse, abraçando a cintura de null.
- Ô, null, que liberdade é essa com a null? – null perguntou.
- É que a gente tá namorando. – null disse.
- O QUE? NOSSA, CARA, SÉRIO? – null disse.
- AAAH, EU SABIA QUE VOCE IA CONSEGUIR, CARA! – null falou.
- Gente, calma, calma. Não é pra tanto. – null disse, sorrindo.
- Desde quando isso, gente? – null perguntou
- Desde ontem... Eu acho. – null disse.
- É, mais ou menos ontem.
- Bom, mudando de assunto, minha mãe quer conhecer vocês. Vocês querem ir lá pra casa hoje depois da aula? – null perguntou.
- Tá, tudo bem por mim. – Todos falaram.
- Aaaaah, null, vai conhecer a sogrinha! – null disse, e levou um tapa na cabeça. – Outch! Isso doeu!
- Era a intenção. – null disse sorrindo.

Capítulo 13.
Now, we’re meeting her mom. (Agora, nós conhecemos a mãe dela)

Quando a aula acabou, todos foram pro carro de null, e depois foram para a casa de null. Chegando lá, null foi a primeira a descer do carro, e foi logo subindo as escadas que levavam à varanda. Ela reparou que ninguém a seguiu, então virou, e chamou os garotos.
- Gente, vem!
Todos subiram as escadas, null abriu a porta e deixou seu casaco no armário ao lado da porta.
- Podem deixar ai também. – null disse, apontando para o armário. – Venham aqui comigo, minha mãe deve estar assistindo TV.
Quando null chegou na sala, Leslie estava sentada no sofá, assistindo televisão.
- Hm, mãe. – null disse, tentando chamar a atenção da mãe, com sucesso. – null, null e null. O null você já conhece. – null disse, apontando para cada um. – Gente, essa é minha mãe, Leslie.
- Oi Sra. null, prazer. – Todos disseram, em um coro desorganizado, como sempre.
- Por favor, me chamem de Leslie. – Leslie disse sorrindo.
- Então. A gente vai pro meu quarto, tá? – null disse, sorrindo, se virando pra escada.
- Sem problemas. – Leslie disse e se virou novamente para a televisão.

- null, que quarto legal! – null disse, sentando-se na cadeira a frente da mesa do computador.
- Obrigada, null. Ainda tá um pouco bagunçado, porque eu tava com um pouco de preguiça de arrumar tudo isso... – null disse, pegando uma blusa que estava no chão, jogando em uma gaveta.
- Então gente... – null disse, sentando-se ao lado de null em sua cama. – Eu tenho que agradecer vocês.
- Ahn? Por que, null? – null perguntou, olhando a rua pela janela.
- Porque eu passei dezesseis anos da minha vida nos Estados Unidos. Onze deles em Nova York, e eu nunca fiz amigos. É impressionante como em duas semanas nós ficamos tão próximos. E desculpa se eu fiz alguma coisa errada, ou alguma coisa assim. Nunca foi por querer. Obrigada, gente. Eu amo vocês. – null disse, encarando a unha.
- null, imagina. Se você fosse chata ou alguma coisa assim, a gente não ia ser seu amigo, sério. – null disse, tentando ser bonitinho.
- Obrigada, null. – null disse sorrindo.
- Eu não acredito que eu vou falar isso, mas, o null tá certo. A gente também te ama, null. – null disse, e abraçou null.
- Obrigada, gente, mesmo. Se vocês quiserem, vocês podem ligar a TV, o computador, qualquer coisa. Eu vou lá embaixo pegar alguns CD’s, tá? - null sorriu e se levantou para descer as escadas.
- Cara, parabéns, agora é só o resto. – A voz de null foi o máximo que null conseguiu ouvir depois de sair do quarto.

- null, que amigos bonitinhos você tem. – Leslie disse, olhando uns papéis na mesa da cozinha.
- Verdade, mãe. – null disse e sorriu, procurando pelos CD’s nas caixas que ainda estavam na sala. – Eu vim pegar uns CD’s aqui, vou mostrar pra eles. Você sabe onde eles estão?
- Estão todos nessa caixa ai, eu coloquei todos os CD’s nela.
- Ah, achei todos, obrigada, mãe. – null disse com cinco CD’s nas mãos.
null subiu as escadas devagar, sem fazer barulho. Quando chegou perto da porta do quarto, ouviu os garotos conversando:
- Cara, você tem sorte. – Essa era a voz de null.
- Mas eu duvido que você consiga o resto em duas semanas ou menos. – Dessa vez, foi null.
- E se você descobrir, todos nós queremos saber. – null.
- Gente, eu não quero mais isso. – null disse, com voz de pesar.
Nunca foi a intenção de null ouvir escondida, mas ela estava em sua casa, certo? E curiosidade nunca matou ninguém.
- Gente, eu não achei tooodos que eu queria, mas esses aqui são os melhores que eu achei. – null disse, chegando no quarto, como se nada tivesse acontecido.
- Que legais os seus CD’s, null. Hm, bom gosto. – null disse, olhando alguns CD’s.
- Obrigada. Eu lembro de quando eu os comprei, eu estava em NY, em um shopping, com aquela amiga que se mudou para o Alaska, a Jéssica.
- Gente, olha que ótimo eu achei aqui! – null dizia, enquanto lia alguma coisa no computador.
- Eu disse pra ele não ligar, mas ele não me ouviu. Desculpa. – null se desculpou olhando apenas para null.
- Sem problemas, eu disse que podiam ligar. – null disse sorrindo.
Enquanto null, null e null se divertiam olhando a tela do computador, null e null começaram uns amassos.
- Há, cara, olha lá! – null disse e apontou para os dois.
- Vão para um quarto! – null disse e voltou a olhar o computador.
- Hm, eu acho que agora não, certo? – null disse pra null, sorrindo.
- Não... Depois. – null sorriu.
- Gente, eu vou colocar os CD’s lá embaixo de novo, minha mãe pode querer ouvir. – null disse pegando todos os CD’s que estavam espalhados pelo quarto.
Ela desceu com os CD’s, e chegando lá embaixo, Leslie ainda estava ocupada com os papéis.
- Mãe, eu tenho que te falar uma coisa. – null disse, sem graça, deixando os CD’s de volta na caixa onde ela os pegou.
- Fala, filha. – Leslie disse, ainda ocupada com os papéis.
- Sabe o null?
- Ah, o que vem te buscar aqui sempre? – Leslie disse, agora olhando para null.
- É... Eu e ele meio que estamos... Namorando. – null disse, olhando para a unha.
- O que, null? Filha, isso é ótimo! É realmente ótimo! – Leslie disse, empolgada. – Filha, você se importa se eu sair pra ir comprar mais algumas coisas? Tem duas semanas que eu não faço compras. Eu não vou te pedir pra ir comigo, porque você está com visitas – Leslie lançou um olhar para a escada. – mas da próxima, a gente vai juntas, tá?
- Tá, mãe, claro. – null disse, deu um beijo na bochecha de sua mãe e viu Leslie sair pela porta.
null apoiou-se com o braço no balcão que dividia a sala e a cozinha. ‘Cara. Eu tô namorando o null null. O cara do aeroporto.’ null mordeu seu lábio. ‘Não pode ser melhor.’. null pensou e começou a dançar, empolgadamente, e fingindo que uma colher era seu microfone. Começou a cantar.
‘I'm tugging at my hair
I'm pulling at my clothes
I'm trying to keep my cool
I know it shows
I'm standing at my feet
My cheeks are turning red
I'm searching for the words inside my head’


- null? – null chegou interrompendo o show de null. – Me desculpa, mas eu vim ver se tá tudo bem, é que você desceu pra deixar os CD’s aqui, e não voltou...
- Ah, tudo bem – null disse roxa de vergonha. – Minha mãe falou que ia ao supermercado, a gente ficou conversando, ai eu comecei a cantar e dançar, e... Não fala pra ninguém disso aqui, tá? – null disse, soltando uma risada de vergonha.
- Pode deixar. – null sorriu, chegou mais perto de null, a abraçou pela cintura e eles começaram a se beijar. Passos na escada? Não importava. Ela estava com ele agora.
- Gente, a gente ainda tá aqui. – null disse.
- Desculpa, null. – null riu tímida, e deu um beijo na bochecha de null.
- Ô, null, eu amo você, mas com baba de null na boca, eu não quero, não. – null disse, achando ruim.
- Hm.... Desculpa de novo. – null disse sem graça. – Vocês querem que eu ligue a TV? Quer dizer, o que a gente vai fazer agora?
- Sei lá, tanto faz por mim. A gente podia assistir De Volta Para o Futuro. A gente pode passar em uma locadora, sei lá. – null disse.
- Não, não precisa, eu tô com ele aqui em casa. – null arrumou tudo que tinha que arrumar, e depois de pouco tempo, o filme já estava começando.
null estava na ponta do sofá, null do seu lado, abraçado com null, null do lado e null na outra ponta. Depois de um tempo de filme, Leslie chegou com as compras do supermercado.
- Ah, oi gente! De Volta Para o Futuro? – Leslie comentou, olhando para a tela da televisão.
- Você quer ajuda com as compras, Sra. null? – null e null perguntaram, prestativos.
- Não, obrigada, gente. Continuem vendo o filme. – Leslie disse, sorrindo.

Capítulo 14.
Is it the End? (Isso é o fim?)

Uma semana se passou, 5 dias se passaram, null talvez iria embora depois de dois dias. Ela estava quase ficando mal acostumada em ser levada todos os dias para a aula de carro.
null ligou para null nesse dia antes da aula, ela precisava pensar um pouco.
- null, não precisa passar aqui hoje, eu vou a pé pra aula. Quer dizer, tem muito tempo que eu não ando a pé.
- Tem certeza, null?
- Toda. Obrigada. Tchau, um beijo. – null disse e colocou o telefone no gancho.
null foi para a cozinha e se despedir da mãe.
- Mãe, o null não vai passar aqui hoje, eu vou a pé. Um beijo, até mais tarde. – null disse pegando sua bolsa de livros. Ela realmente tinha que pegar o seu armário na escola.
- Você não quer tomar café-da-manhã, nem nada assim? – Leslie disse preocupada.
- Não, mãe, tô sem fome hoje. E, não, obrigada, eu não quero uma maçã. – null conhecia a mãe como a palma de sua mão.

null andou, observando as árvores pelo caminho, as casas, a neve, o frio. Tudo era perfeito em Londres, parecia com NY. Mas com os melhores amigos e o melhor namorado que alguém podia ter. Chegando na escola, null, null, null e null, estava sentados, observando o carro de null. null pretendia assustá-los, então chegou de fininho.
- null, faltam dois dias pra null ir embora. Quer dizer, talvez. E nada de você contar nada pra nenhum de nós. – null disse. null resolveu ficar parada lá atrás, bem quieta, para ouvir o resto da conversa, afinal, era sobre ela.
- Caras, eu não quero mais isso. Eu não quero mesmo. – null disse, encarando o tênis.
- Dude, a gente apostou. A gente apostou que você não conseguiria ver a tatuagem dela antes de um mês dela ficar aqui. E se você perder, vai ter que pagar. – null disse, olhando para null.
null não conseguiu segurar.
- Então era isso, não era? O tempo inteiro, uma aposta. Eu era uma aposta o tempo inteiro. null, eu não acredito que você fez isso comigo. – Os olhos de null se encheram de água. Podia parecer um motivo bobo, mas aqueles quatro garotos foram os únicos amigos que null já tivera.
- null, não, não é isso! – null entrou em pânico. – null! Não é nada disso! Deixa-me explicar.
- Explicar? O que você tem pra explicar, null? Isso não tem explicação! Eu pensei que fosse verdade o que você sentia! null... Eu não acredito que VOCÊ fez isso comigo. Quer dizer... – null não conseguiu terminar a frase, ela estava engasgada.
- null, calma... – null tentou acalmar null.
- Calma, null? Calma? Você não tem parte de razão nessa história! Não vem me acalmar, porque você apostou com ele. Vocês quatro apostaram! Era uma aposta o tempo todo. Eu não tô acreditando. – null não conseguia segurar.
- null, deixa eu falar. – null tentava manter a calma.
- Falar o que? Quanto essa aposta valia? Como ela era valiosa pra você? null, pára. Eu não tenho que ouvir mais nada. – null pegou a bolsa que ela deixou cair no chão, e voltou correndo e chorando para casa.
Chegando em sua casa, ela largou a bolsa no chão, subiu para o seu quarto e abriu a janela.
‘Como? Como ele fez isso comigo? Cara, o null... Eu era uma aposta o tempo inteiro. Como eu fui tão idiota? COMO? Por que eu deixei isso? Se eu não fiz amigos em NY, é CLARO que eu não ia fazer amigos em Londres. Mas, o null? É, era bom demais para ser verdade.’
Milhões de perguntas passavam pela cabeça de null. Milhões de coisas passavam pela cabeça de null. Ela não queria que aquilo chegasse a um fim. Ela amava null de verdade, mais que ela já amou alguém. Ela não queria perder isso. E ela achava que null a amava também. Mas não passava de uma aposta, um erro bobo, uma idiotice.
- Filha! O que foi? O que aconteceu? – Leslie chegou no quarto de null, e a viu chorando na janela. – Eu ainda não tinha saído para o trabalho, eu só vi a sua bolsa jogada na sala... Filha, me fala. O que houve?
- Mãe, o null... – null tentava falar alguma coisa, mas ela chorava mais que qualquer coisa. Ela não conseguia formular uma frase. Não conseguia falar o que passava pela sua mente. – Ele... Ele apostou com os meninos...
- Calma, filha, calma. Depois você me conta. Coloca uma roupa confortável e desce, a gente conversa lá em baixo. – Leslie disse, tentando acalmar null.
null colocou a roupa mais confortável que tinha, prendeu seu cabelo em um rabo-de-cavalo alto, e desceu as escadas com o rosto inchado.
- Aqui, null, chocolate quente. – Leslie disse, entregando um copo para null. – Você quer me contar o que aconteceu?
- Mãe, desculpa ter ido embora da escola. Eu não ia conseguir ficar lá, encarar o null do meu lado a aula de Física inteira. Eu não ia conseguir encarar o null dois horários. Eu simplesmente não ia. Eu tive que sair de lá. – null disse, empurrando um marshmellow que boiava no chocolate em seu copo para o fundo.
- Sem problemas. Você quer que eu fique aqui? Ou quer ficar sozinha? – Leslie perguntou, passando a mão na cabeça de null.
- Mãe, o null... Eu não acredito que ele tenha feito o que ele fez comigo. Quer dizer... Ele me usou. – null disse, quase chorando, com um nó na garganta. – Eu comentei com eles sobre a minha tatuagem, que fica sempre escondida. E eles apostaram que o null não conseguiria vê-la antes um mês. Quer dizer... Mãe, eu fui uma aposta esse tempo todo! – null começou a chorar. null era a coisa mais importante que ela tinha, e ser uma aposta pra ele doía.
- null, eu sinto muito, filha. Eu sei como você amava o null. – Leslie tentava encontrar as palavras certas para falar. – Eu sei como dói perder alguém que você ama. O null foi só mais um, null. Você vai achar outro a qualquer momento.
- Não, mãe. O null não era só mais um. O null era O cara. Mãe, eu amo ele, muito. Eu não vou deixar de amar tão cedo. Mas... O que ele fez comigo? Eu pensei que o que ele sentisse fosse verdade. Sabe, eu pensei que dentre o null, o null, o null e ele, ele fosse o que mais me compreendia. E o erro não foi só do null por ter aceitado a aposta, o erro foi de todos por terem apostado com ele. Eu pensei que em Londres, eu ia achar amigos, mas eu me enganei. Acho melhor nós voltarmos pros Estados Unidos. – null disse, encarando o chocolate derretido no copo, que a esse ponto estava apenas morno.
- Tem certeza, null? – Leslie olhou para null. – Você não quer dar uma segunda chance pra Londres?
- Não, eu acho que isso tudo não merece uma segunda chance. Me desculpa por fazer você mudar de NY para Londres, e voltar, mas... Eu simplesmente não consigo. – null disse, com os olhos baixos.
- Bom, como você quiser, e não precisa se desculpar. – Leslie sorriu. – Você quer que eu fique aqui com você o dia inteiro? A gente pode assistir TV, comer pipoca...
- Não, mãe, pode ir pro trabalho. – null sorriu, e Leslie virou as costas. – Mas, mãe... Posso te pedir uma coisa?
- Claro, meu amor. - Leslie sorriu.
- Eu posso não ir na aula amanhã? Eu não vou agüentar encarar todos mais uma vez. – null disse, com vergonha.
- Claro. Nós vamos voltar pra NY sábado, ok? – Leslie sorriu.
null apenas balançou a cabeça, afirmativamente. Ela pegou o controle remoto da televisão e ligou. Ficou passando os canais, mas nem ligava para o que estava na programação. Ela só pensava em null. E em como foi idiota. Passou a tarde pensando nisso. Pensou no aeroporto, pensou no rio, pensou nos momentos que passou com null, pensou em quando ele a viu dançando igual uma idiota na cozinha... Isso conseguiu colocar um sorriso nos lábios de null. Ela se deitou no sofá. Lembrou de quando eles assistiram De Volta Para o Futuro naquele mesmo sofá. Não foi ruim enquanto durou, foi perfeito. Ela só esperava mais. null pensou em tudo que passou com null e como foi bom, como foi ótimo. Adormeceu pensando em um outro final para a história dos dois.

Capítulo 15.
Can I Say ‘I’m Sorry’? (Posso Dizer ‘Me Desculpe’?)

- null? null, acorda meu amor. – Leslie chamava null com calma. Ela foi para o trabalho e voltou, e null ainda apagada. – Vem, meu amor, vamos começar a arrumar as nossas coisas.
- Ahn? Mãe, deixa eu dormir. – null disse simplesmente, e se virou de costas para a mãe.
- Ah... Tá bom. Mas, tem uma pessoa te ligando. – Leslie disse sorrindo.
- Quem é? Por que se for o null, eu NÃO vou atender.
- Não, não é o null. Atende, null.
null andou até a cozinha, e pegou o telefone do gancho.
- Alô? – null disse com voz de sono.
- null? Sou eu, null. – null disse, apreensivo.
Tudo o que null ouviu depois foi um barulho, e ‘TU... TU... TU...’ [n/a: sinal de ocupado do telefone x_x] – Nós temos que conversar com você. – Ele disse para o telefone mudo.
null foi andando brava até a sala, onde Leslie fechava algumas caixas.
- MÃE! Por que você me mandou atender aquele telefone? – null perguntou, indignada, apontando para o telefone na cozinha.
- Mas não era o null, null! – Leslie disse, olhando para null.
- É, mas era o null! Eu não quero falar com NENHUM deles. Eu não SUPORTO, eu tenho NOJO deles. – null se descontrolou.
- null, calma.
- Tá. – null olhou para baixo, com uma mão na cintura. – Eu vou tomar um banho, e se algum deles me ligar, eu TÔ DORMINDO! Eu não vou atender! – null deu bastante ênfase na frase.
- Tá, null. Vai tomar o banho. Você vai dormir depois ou vem me ajudar com as caixas?
- Tanto faz. Você precisa de ajuda?
- Não, você pode ir dormir se você quiser. Ah, null, nós temos que ir amanha na sua escola, falar com a diretora que você vai voltar para Nova York.
- Jura, mãe? – null falou, com cara derrotada. – Quer dizer, você não pode ir sozinha? Eu tô com trauma daquela escola.
- Eu acho que não tem problema você ficar aqui. Mas se eu precisar de você, você vai ter que ir.
null concordou com a cabeça e subiu para o banheiro rezando para não ter que voltar a Norris London High.

null acordou de noite com barulhos lá embaixo. Era sua mãe falando? Sozinha? Ao telefone, pelo menos. Ela olhou no relógio, 23:00.
- Mas eu não sei... Quer dizer, eu não sei se isso vai adiantar. Eu vou tentar, mas... Bom, eu vou fazer o que eu posso, ok? Ok, até amanha. – Leslie disse e colocou o telefone no gancho.
‘Bom, provavelmente alguém do trabalho. Mas a essa hora? Não importa... Que sono.’ null pensou.

- Bom dia, null. – Leslie disse abrindo as cortinas. – Eu liguei para a sua escola, você tem que ir pra lá pra resolver algumas coisas.
- Ahn... Sério mãe? Quer dizer, eu não posso ficar quietinha aqui? Minha cama tá tão quentinha, tão confortável. E tá nevando muito lá fora. – null levou os olhos para a janela.
- Sinto muito, null. Coloca uma roupa, a gente vai a pé. Meu carro tá na oficina, eu levei hoje cedo. – Leslie falou.
- Tá, fecha a porta que eu to indo trocar de roupa.
- Só mais uma coisa... Lembra que no seu primeiro dia de aula, você falou exatamente isso? ‘Não posso faltar hoje não, mãe? Tá. Fecha a porta que eu to indo trocar de roupa.’. E hoje, no seu último dia em Londres.
- É... – null tentou sorrir sentada na sua cama, mas não conseguiu.
Leslie saiu pelo quarto e fechou a porta.
- É... Londres. Cidadezinha desgraçada. – null encarou o tapete de seu quarto, e se levantou para procurar uma blusa.
Ela não achava uma que ela queria vestir. ‘Preta? Não. Branca? Não. Vermelha? Não. Verde? Não. Amarela? Não. Azul? Não. Cinza? Cansei de procurar. Vou com a cinza.’
Ela pegou a mesma calça do seu primeiro dia na escola de Londres, e seus tênis Nike. Desceu para tomar café-da-manha com a mãe.
- Mãe, eu to sem fome. Eu como depois, tá? – null disse, encarando o pão no seu prato.
- Tá. – Leslie olhou para a filha com dó.

Leslie e null já tinham andado uns 2 quarteirões, quando elas viram uma pessoa de blusa verde de costas. ‘null tava com uma blusa verde no aeroporto quando eu conheci o null.’
Tudo fazia null lembrar do maldito null, o cara que transformou sua vida. Que ela queria passar o resto da sua vida, que usou ela, que fez dela uma aposta. Viu depois um cara com cabelos castanhos, cara, não podia ser... null? Não, não era. Sua mãe não deixaria. Deixaria?
- Mãe, vamos por outro caminho? – null sugeriu.
- Por quê? Quer dizer, pra que iríamos?
- Porque eu acho que o null tá aqui, mãe. – null disse, apontando com o olhar o cara de cabelos castanhos.
- null, você não pode fugir de caras de cabelos castanhos sua vida inteira.
- Mas do null eu posso, então vamos pela outra rua.
- null, a gente vai continuar por essa!
- MÃE! PÁRA! – ‘Ah, ótimo, eu consegui a atenção deles.’
- null? null? null! – null veio correndo e repetindo o nome de null.
- null, pára de ser retardado, pára de gritar meu nome pela rua. – null disse, já alterada. – Mãe, vamos continuar a andar, tá?
- null, eu não te dei ESSA educação. Escuta o que o null tem pra dizer.
- Mãe, agora você tá do lado de quem?
- Não é questão de estar do lado de ninguém, é questão de ter educação o suficiente pra, mesmo tendo terminado com o garoto, ouvir o que ele tem pra dizer. Então, ouve o null.
- Brigada, Sra. null. – null agradeceu.
- MÃE! – null a encarou com olhar de reprovação.
- null, você não deixou eu me explicar ontem.
- Porque não tem nada pra explicar! null, o que você fez comigo... Eu posso nunca ter tido UM amigo verdadeiro, mas eu NUNCA sofri tanto como eu sofri agora.
Leslie foi saindo de fininho, pra perto de um portão.
- Mas e eu, o null, o null, o null? Não fomos seus amigos?
- Eu disse VERDADEIROS. – null encarou, cínica.
- null, eu posso pelo menos explicar essa historia toda?
Pausa.
- Pode, null, mas só com uma ÓTIMA explicação eu vou continuar em Londres.
- Ahn? Como assim?
- Isso, eu vou voltar pra NY. Eu pensei que Londres ia me fazer bem, até anteontem a noite.
- Ah. – Pausa – Eu posso começar a falar?
- Claro.
- Bom, null, aquele dia que você disse que tinha uma tatuagem escondida e tal – ele apontou para a cintura de null, discretamente. – todos ficamos tipo ‘AHN?’, e como o null disse, você é MESMO muito hot. – isso fez null sorrir, lembrando do ex-amigo falando isso. – e todos, sem exceção, queríamos descobrir onde era essa bendita tatuagem. Quando naquele dia que eu te levei no rio, antes, quando eu te pedi pra ir no rio comigo, os meninos sacaram que tinha alguma coisa. E nossa amizade é cheia de... Apostas. – null olhou para baixo quando pronunciou a palavra. – Então, eles apostaram comigo que eu não ia ver essa tatuagem antes de um mês. E eu fui idiota o bastante pra aceitar. No começo, eu não vou mentir... Era sim sobre a aposta. – isso fez com que uma lágrima caísse do rosto de null. Ela olhou pra baixo tentando disfarçar. – Hey, null, você ta chorando? null, me desculpa. Eu NUNCA quis fazer você chorar. Nunca foi minha intenção. Quer dizer, você é a coisa mais importante no mundo pra mim...
- Então por que eu fui uma aposta, null? – null levantou a cabeça.
- Bom, no começo, era sobre a aposta, mas com o tempo que eu passei com você, quando nós fomos no rio pela segunda vez, e escrevemos os nossos nomes na areia de perto de lá... E ai você disse que me amava. Eu lembro. Aquilo me fez sentir tão bem. Cara, eu nunca me senti tão bem na minha vida! Eu queria viver aquele momento pra sempre, mas eu acho que você mudou de ideia. Acho que você não me ama mais. Quer dizer, eu entendo, Eu cometi os meus erros, e você teria razão se fosse pra NY, pra nunca mais me ver. Eu entenderia. E tudo que eu consegui escrever pra você, tá nesse papel. – null entregou um papel, dobrado, com letras. – quer dizer, isso não é nem a metade. Mas eu não conseguia escrever mais sem me matar. E eu até me mataria, mas eu tinha que morrer sabendo que você ia me perdoar. Você não entende, null, o quanto dói deixar você ir pra NY. Você não entende. Você é TUDO pra mim. Não é uma aposta, a sua TATUAGEM era. Eu te amo, null. Eu sei que vai ser hipocrisia te pedir pra ficar depois do que eu fiz, vai ser idiotice. Se algum idiota fizesse comigo o que eu fiz, eu não continuaria no mesmo país. Nunca. Mas eu só quero que você saiba que eu te amo. Eu nunca amei ninguém tanto assim, nem vou amar. Paixões são muitas, null, mas um amor de verdade é só um.
null encarou null. Ela sentia a verdade nos olhos dele. Sentia que cada palavra, cada letra era do fundo do coração. Ela não ia deixar aquilo ir embora. Então ela beijou ele, de novo, como se não tivesse um momento seguinte, momo se não tivesse amanha, nem um minuto depois. O que importava era ali e agora.
- null, você acha que eu não te amo mais? null, eu amo você e foi por isso que eu fiquei tão mal. Não foi como se você tivesse feito alguma coisa e eu vou deixar de te amar. Eu vou te amar SEMPRE, null, sem me importar com o que as pessoas dizem. Lembra? – null sorriu, lembrando-se do dia em que ela estava no carro com null. - Lembro. – null sorriu. - Meu coração continua sendo partido, mas eu acho que é isso que eles chamam de crescer, certo? - Eu nunca vou deixar você ir embora. – null disse, abraçando null.

N/A: Oi pessoal :D Minha primeira fic acabada! Gente, perdão se a fic tá ruim, se tá idiota, com final ruim... Tudo. Quer dizer, minha primeira fic. Bom, eu espero de coração que vocês tenham gostado, e comentem! Xoxo, Dora.

comments powered by Disqus