You're the direction I follow
To get home
When I feel like I can't go on
You tell me to go
Certas coisas acontecem rápido demais e quando você vê mudou completamente sua vida. Foi o que aconteceu comigo. Mas é melhor não se animar muito, porque essa história não tem final feliz, pelo menos não por enquanto...
Histórias de amor só ficam interessantes quando a mocinha conhece o mocinho certo? Então vou direto pra essa parte, assim polpa-se tempo.
Foi no verão passado, eu e mais duas amigas decidimos curtir a noite. Eu realmente não tava animada; tinha acabado de brigar com meu namorado, mas também não queria me afundar em depressão. Sábado à noite é sinônimo de boate lotada, mas essa era minha preferida, porque era um dos poucos lugares na cidade que você consegue encontrar todo tipo de pessoa, sem que para isso alguém tenha que apanhar.
"Ah, vai, . Essa tua cara tá espantando os gatinhos."
"Eu tenho namorado, ."
"Jura que o James tá lembrando que tem namorada agora?" disse rolando o olho, e isso teve efeito em mim. Parte da briga que eu tive com meu namorado veio à cabeça e isso me deu raiva.
"Isso aqui tá o paraíso hoje." secou a na cara de pau a bunda de um cara que passou; o cara percebeu e gostou. Eu ri da cara safada dos dois. "Isso, amiga, sorria. Vamos dançar!" Ela me puxou, pegando no caminho duas cervejas e me deu uma. O álcool tem um efeito surpreendente em mim; depois de duas cervejas eu estava feliz, muito feliz. A em pouco tempo se arrumou com um cara lá, eu e a estávamos só bebendo e dançando.
"Vai, , até o chão." Ria como se fosse a coisa mais engraçada do mundo.
"Ah, não vai gamar. E eu não quero você me agarrando na frente de todo mundo." Rimos alto. Senti uma mão na minha cintura e me virei pra olhar. Alguém de 1,80m mais ou menos, me olhava, com aqueles olhos azuis; senti até um arrepio.
"Ih, , vou te pegar hoje não." Disse rindo e o cara riu de leve com isso.
"Dança comigo?"
"Claro, coração." Ele riu e me puxou pra mais perto dele.
"Então, fígado... Tá se divertindo?"
"Fígado?" Perguntei intrigada.
"É um dos órgãos mais importantes, que nem o coração." Nós dois rimos e ele me aproximava cada vez mais dele.
"Agora tô mais." Eu disse no ouvido dele e ele me olhou com cara de quem não entendeu. "Você perguntou se eu estava me divertindo, então, agora tô me divertindo mais."
"Hm... Isso é bom." Ele falou no meu ouvido. A voz dele conseguia ficar mais sexy assim; arrepiei. "Você tem namorado, né?"
"Como você sabe?" Levei em consideração as chances de ele ser um vidente.
"O anel na sua mão." Ele segurou minha mão e a levantou até a altura do rosto dele, onde o anel estava na minha mão. Eu o uso desde que comecei a namorar – o James tem um igual, claro.
"Ah, sim. Tenho namorado, sim." Sorri sem graça e tive certeza de que qualquer chance de ficar com aquele ser magnífico na minha frente foi por água abaixo.
"Hm... Que feio uma menina comprometida sair assim e dar mole pra outro menino!"
"Eu não te dei mole." Disse rindo.
"Claro que deu." Ele ria junto. Claro que dei, mas eu precisava negar, né?
"Ah, pára de se gabar, garoto."
"Eu posso..."
"Ou não."
"Tá certo... Quer beber alguma coisa, fígado?"
"Quero... Mas se eu entrar em coma alcoólico, você me leva pra casa, tá?"
"Você ainda não tá tão bêbada assim."
"É, ainda não... Dá pra eu encher mais um pouco."
"Alcoólatra."
"Nunca." Ri.
"Ah, não? Tudo bem, eu faço você virar uma." Ele me puxou pro bar e pediu dois whisky’s. "O que você faz da vida, além de ir para festas sem seu namorado?" Mandei língua quando ouvi isso.
"Eu faço faculdade de RI e trabalho."
"Nossa! Você não tem cara de responsável." Ele olhou pro meu cabelo parte rosa e a minha tatuagem de estrela no ombro.
"Julgar os outros pela aparência não é certo."
"Ok, ok... Você venceu. Trabalha com o quê?"
“Dou aula de inglês."
“Eu realmente preciso parar de julgar pela aparência." Ele riu, nós passamos horas conversando.
", finalmente te achei." chegou meio bêbada, com logo atrás. "Acho que tá na hora, né, nega? Eles já vão fechar."
"Ah, foda-se. Eu só saiu daqui quando me expulsarem." Eu disse com um sorrisão. "Meninas, esse é o coração." Só ai percebi que não sabia o nome dele.
"Meu nome é ."
"Tudo bem, , você embebedou nossa amiga." disse rindo e ele também riu. "É melhor a gente ir."
"Eu não quero ir." Eu disse.
"Então da um jeito de voltar, a gente tá indo."
"Grande amigas, vocês." Olhei para as duas.
"Eu te deixo em casa depois, se você não se importar, nem vocês." Ele olhou pras duas.
"Por mim..." deu de ombros. também.
"Vou voltar com ele." Sorri, ele também. Elas foram embora.
"Seu namorado não vai começar a te caçar que nem um louco?"
"A gente brigou, eu acho que não vamos nos procurar hoje." Eu tomei um último gole do whisky.
"Ah, sim..." Ele pareceu gostar disso. "O que aconteceu com vocês?"
"Tempo, acho que ele tá enjoando de mim e prefere mentir do que ficar comigo, então tá meio difícil."
"Acho que entendo, mas isso não faz dele menos idiota."
"Como assim?"
"Bem, olha pra você! A maioria das pessoas só são interessantes até a gente conhecer, tu é o extremo contrário." Ele riu. “Metade dos meninos dessa boate te olharam hoje." Isso me fez ficar altamente sem graça.
"Nossa... Erm... Obrigada."
"Quer ir embora?"
"Pra falar a verdade, não."
"Quer ir pra minha casa?" Ele perguntou sem jeito.
"Quero." Ele sorriu, pagou a conta e segurou minha mão me levando. Saímos da boate e o dia já tava clareando. Ele tinha um New Civic preto. Combinava com ele, não podia negar isso. Em pouco tempo estávamos na casa dele; ele morava num apartamento, era bonito, grande e devia ser caro.
"Fica à vontade." Ele disse pegando meu casaco.
"Ok." Sentei no sofá.
"Tem Heineken... Quer?"
"Quero." Eu sorri. Ele foi na cozinha e voltou logo com as duas e sentou do meu lado. "Obrigada." Ele me deu a cerveja já aberta.
"De nada."
"Seu apartamento é legal."
"Eu estou há pouco tempo aqui. Era do meu pai, ele casou e me deu." Ele disse olhando em volta. "O melhor é a vista." Ele me puxou pra sacada e realmente era um vista linda, direto pro Central Park. Ele parou atrás de mim com as mãos na minha cintura.
"Tem razão, é linda." Eu olhei pra ele sorrindo e ele encostou o queixo no meu ombro. O amanhecer deixava a visão perfeita ainda mais.
"Eu ainda não sei teu nome."
"Não precisa saber."
"Ora não, você está na minha casa, olhando a minha vista preferida e eu não posso nem saber seu nome?"
"."
"Hmm, prazer, ."
"Você disse seu nome na boate e o prazer é todo meu." E era, realmente era.
"Posso perguntar uma coisa, ?"
"À vontade, ."
"Teria coragem de trair teu namorado?"
"Bem, eu nunca fiz isso."
"Mas teria coragem? Tipo de boa, sim ou não."
’"Eu acho que hoje sim." Mal terminei a frase e senti ele segurando meu rosto e me beijando. Foi rápido, intenso, bom, quase esqueço de respirar. O beijo evoluiu e quando vi tava na cama dele e não preciso entrar em detalhes; a cabeça de vocês faz isso por mim.
"Posso te perguntar outra coisa?" Ele me olhou.
"Pode." Disse isso rindo, porque a última vez que ele perguntou alguma coisa, eu vim parar na cama dele.
"Como o teu namorado é contigo?"
"Bem, ele é legal."
"Claro, ele tinha que ser, pelo menos isso, afinal ele te namora. Você merece alguém especial."
"Tá, eu não quero falar nele." Eu disse e fitei o teto.
"Certo, não falaremos então. Então hoje foi um dia feliz, ganhei um fígado novo e uma parceira pra bebedeira pelo que eu pude perceber."
"Sim, sim. Principalmente esse segundo aí."
"Bêbada." Ele riu. “Quer mais cerveja?"
"Uhun."
"Vou buscar." Ele foi e voltou muito rápido.
"Meu Deus, eu não paro de beber desde ontem! Eu não vou lembrar de muita coisa quando a ressaca vier. Você vai ter que me lembrar."
“Se eu lembrar, né?" Ele riu. “O que a gente fez vai ficar entre a gente, certo?"
"Pro meu bem, é melhor que fique." Eu ri, bebendo mais.
"É, o corno não precisa saber que eu existo."
"Ai, pára!" Não era nada confortável ficar lembrando do James.
"Ok, parei... Anyway, ele não precisa saber da minha existência."
"Isso."
"Mas você gosta da minha existência, né?"
"Gosto." Admiti, ele abriu um sorriso largo e praticamente virou a cerveja e depois ficou me olhando. “Pára de me olhar."
"Tá, tá." Ele olhou pro teto. “Mas isso não tem graça." Eu ri disso, me esquivei um pouco e dei um beijo leve nele. “Definitivamente, você me faz sentir vontade de fazer coisas que não se deve fazer com uma menina comprometida."
"Eu acho que nos já fizemos tudo o que não deveríamos fazer."
"Mas fizemos bem... Você não pode negar isso."
"Realmente."
"Aceita um amante?" Ele disse com uma cara divertida.
"Não, não dou conta de dois. E de qualquer jeito, você não conhece o James, não vou te dar esse tipo de problema."
“E se eu quiser ter esse tipo de problema?"
"Fala sério, ! Você acabou de me conhecer e se o James descobre, me mata."
"Ele não vai descobrir."
"Você é louco, fato." Eu rolei os olhos. "De qualquer jeito, eu gosto do James. Não posso arriscar... Não tanto."
"Entendi... Ok, te aceito como minha amiga bêbada e só."
"Melhor assim." Sorri.
"Ei, o que acha de pedir uma pizza?"
"Ótima idéia, meu estômago tá roncando." E tava mesmo.
"Ok, então eu vou pedir.Quer de quê?"
"Napolitana."
"Certo." Ele sorriu. “Vou ajeitar as coisas. Se quiser tomar banho, tem toalha ali e pode pegar uma roupa minha ali naquela gaveta." Ele levantou, pegou uma boxer onde disse que tinha roupa, vestiu e saiu. Eu adorei a idéia de poder tomar um banho e foi o que eu fiz. era bastante organizado pra um homem que mora só, peguei uma boxer e uma camisa. Procurei-o um pouco pela casa mais nada, olhei de novo na cozinha e quando tava saindo, ele me puxou pela cintura e deu um beijo no meu pescoço.
"Cheirosa."
"Que bom, né?"
"Muito." Ele sorriu. “A pizza chega já." Ele continuou beijando meu pescoço eu me arrepiei e ele riu.
"Tô com fome."
"Calma!" Ele me deu um selinho e um beijo logo em seguida. "Ok, vai ser difícil ser só teu amigo."
"Digo o mesmo pra você." Ri, meu celular tocou e eu corri pra pegar, era o James. Olhei pro e desliguei o telefone.
"Namorado ligando?"
"Uhun." A pizza chegou. Nós comemos, bebemos mais e continuamos com os beijos. Tenho que confessar que apesar de amar o James, o despertou alguma coisa diferente em mim. Ele tinha efeito; era só ele me olhar que as pernas tremiam e o estômago comprimia.
Esse foi só o primeiro dos muitos dias que a gente se viu. Algumas vezes ficávamos, outras só bebendo e conversando. Um dia ele teve uma virose gástrica e eu fiquei só lá, cuidando dele e tentando não vomitar também; sempre era divertido. Eu ainda fiquei um bom tempo namorando e o sempre teve vida de putão - mais de uma vez cheguei no apartamento dele (ele me deu uma chave), e encontrei meninas atiradas com ele na cama. Elas saiam de lá morrendo de raiva ou vergonha, e eu morria de rir com ele depois.
Algum tempo depois, ele se tornou meu porto seguro. O lugar pra onde eu sabia que podia correr quando o mundo acabasse, a direção que eu seguiria quando ficasse perdida.
And it's like I can't feel a thing
Without you around
And don't mind me if I get weak in the knees
Cause you have that effect on me
You do
"Ei, gatinha." Ouvi a voz dele do outro lado da linha isso me deixou feliz. Apesar de não ser bem sucedida, eu tentava não levar ele muito a sério. O era o cara mais perfeito que eu ja conheci e o mais galinha, patifão e safado também. Então, era bom pra minha sanidade mental que eu entendesse, desde já, que a nossa amizade era a única coisa que deveria manter-se.
"Oi, cat... Tudo bem?"
"Uhun... Quer sair comigo hoje?"
"Pra onde?"
"Cinema e depois pizza. O que acha?"
"Bom, alguma coisa para se comemorar?"
"Nada, é só desculpa pra te ver."
"Você não precisa de desculpa pra isso, você sabe muito bem."
"Claro que sei, mas não custa nada te convidar pra sair de qualquer jeito."
"Ta certo, . Onde nos encontramos?"
"Te pego em casa às quatro horas."
"Tô de carro."
"Ah, vai... Não seja cavala. Tô tentando ser romântico, e faz parte de um encontro o carinha pegar a menina em casa."
"Nossa, um encontro... Certo, certo, . Te espero às quatro."
"Estarei lá, até mais."
"Tchau." Respirei e olhei pro professor que tinha acabado de chegar na sala ,mas não consegui prestar um pingo de atenção tentando imaginar o que exatamente ele quis dizer com encontro; ele era imprevisível demais pra minha cabeça.
Tentei não parecer ansiosa pra ninguém, odiava quando me perguntavam por que eu tava tão empolgada e, de qualquer jeito, a adora o e iria ficar dando dicas de como quase obrigar ele a namorar comigo. A gostava dele, mas dizia que nunca daria certo, que eu nunca ia conseguir dividir ele com outras garotas e, bem, se analisarmos que ele já deu em cima das duas e só não pegou porque elas não deram bola, e que quando eu soube disso não gostei nada, ela tinha razão.
"Meninas, eu vou sair, ok?" Avisei logo quando cheguei em casa.
"Pra onde, hein, patifinha?"
"Não te interessa." Disse rindo.
"Fala logo, ."
"Vou sair com o , gente... Nada de mais."
"Ah, tá." deu de ombros. “Vão se pegar hoje."
"Eu não sei bem o que ele inclui num encontro, mas se a gente se pegar... Bem não vai ser a primeira vez."
"Justamente, pede logo ele em namoro."
"Eu não quero namorar o ."
"Por quê?" As duas perguntaram.
"Porque ele é o , lembra?"
"Ah, é..." Elas concordaram.
"Ok... Vou me arrumar." E subi as escadas.
Às quatro e cinco ele estava parado, encostado no carro. Ele poderia tirar o fôlego de qualquer menina se quisesse, e isso me fez pensar seriamente em por que ele tava gastando o tempo dele comigo, enquanto podia estar pegando alguma modelo de passarela. Ele abriu um sorriso largo quando eu saí de casa e me puxou para um abraço, assim que eu cheguei perto o suficiente pra isso.
"Tava com saudade, sabia?"
"Eu também." Sorri e dei um beijo na bochecha dele. Fazia menos de uma semana que a gente não se via, mas realmente estava com saudade.
"Teu cheiro é o melhor." Ele disse isso deslizando o rosto entre minha mandíbula e a base do pescoço, me fazendo arrepiar, quase me deixando tonta, na verdade, mas eu ri sem graça.
", pára." Minha voz saiu mole.
"E se eu não parar?" Ele subiu o rosto e deixou nossas bocas a milímetros, e qualquer resposta que eu quisesse dar, fugiu da cabeça. Eu não tava sentindo nada além da respiração dele perto de mim. Foi, então, que senti ele me segurar com força na cintura. “Calma, amor, não cai!"
"Ai... Vamos logo antes que... Sei lá."
"Vamos, senão perdemos a sessão." Ele abriu a porta pra mim e eu entrei, finalmente podendo respirar fundo sem sentir o perfume dele tão perto.
"Então... Qual filme nos vamos ver?"
"Twilight, meu bem."
"Hmm, queria ver mesmo."
"Ok, só não vai gritar quando ver Edward Cullen."
"Prometo me controlar." Não ia ser muito difícil, eu tava com uma cópia do Cullen comigo - uma cópia muito mais safada e com olhos muito mais azuis, mas ainda assim, bem parecida. Pena que, definitivamente, eu não era a Bella da história.
Ficar no cinema, vendo Crepúsculo com ele, não foi nada confortável. Além do cheiro dele, que me deixava mole, ele sussurrava cada frase de amor do Edward no meu ouvido.
"Você é minha vida agora." Quando ele sussurrou isso no meu ouvido, cada parte minha trabalhou mais rápido.
"Eu não sei o que você tá tentando fazer... Mas tá me pirando." Eu olhei pra ele.
"Eu tô tentando te dizer o quanto você significa pra mim." E ele me olhou nos olhos, colocou a mão no meu rosto e me beijou. Foi o beijo mais romântico que eu já tinha dado. Ele me abraçava e me mantinha perto dele com carinho, às vezes parecia que ele tava com medo de me tocar demais. No final, ele segurou meu rosto com as duas mãos, deixou nossos narizes se tocando, seus olhos se mantinham fechados, e o meu fechou também quando senti a respiração dele em minha boca. “Eu te amo, ... É isso que eu tô tentando te dizer."
Aquilo me assustou e eu quase saí correndo do cinema, mas eu gostei, apesar de achar impossível que ele tivesse falando a verdade. Mas a felicidade pela ilusão de poder estar ouvindo aquilo, foi mais forte e eu beijei ele. Esse não foi diferente do primeiro, os dois me fizeram ter borboletas gigantes. Ele rompeu com o beijo e me ajeitou mais perto dele, me abraçando, de vez em quando ele dava um pequeno beijo na cabeça. Quando o filme terminou, ele entrelaçou nossos dedos e saiu comigo do cinema. Ele não me deixou sair um segundo de perto dele, até chegarmos na pizza hut do shopping.
"Me dá uma metade napolitana e metade portuguesa." Ele sabe meu sabor de pizza preferido. “Ta bom, né?"
"Ah, tá sim." Eu disse meio sem jeito. "Só traz uma água sem gás e com bastante gelo logo, por favor."
"Sede?"
"Demais." Sorri.
"Eu sei que te faço ver estrelas quando te beijo, mas respira, meu bem."
"Sem graça... Não tem graça nenhuma brincar dizendo que me ama, tá, ?"
"Ei, eu não estava brincando!"
"Ai." E o garçom trouxe minha água e eu quase virei o copo todo. Ele, pacientemente, segurou no meu braço, e foi descendo-o até o copo bater na mesa. "Por que você tá fazendo isso?"
"Já disse. Eu te amo."
"E o que você pretende ganhar dizendo isso?"
"Você." Ele já estava com as mãos no meu rosto, me olhando. Encostou o lábio de leve no meu. "Quer namorar comigo?" Isso fez meu estômago desabar, demorou pra eu absorver isso.
"Eu seria a namorada mais chifrada de Manhattam se aceitasse isso."
", há um mês que eu não fico com ninguém, só contigo. Aliás, nem penso em ficar."
"Isso é contra seu estilo de vida."
"Eu tô mudando... por ti. Não consegue ver isso? Qual foi a última vez que eu disse que ia sair?"
"Não sei, realmente faz tempo."
"Foi mês passando, lembra? Te ligaram dizendo pra me pegar no bar, porque eu tava bêbado demais e você foi. Ficou o dia todo reclamando da minha irresponsabilidade, mas ficou do meu lado."
"Não foi a primeira vez."
"Eu sei, mas você disse que era ridículo ter que me buscar bêbado e que não era minha mãe pra cuidar de mim."
"Eu estava preocupada e com raiva por você se meter nessas coisas, do que poderia te acontecer."
"Eu sei, mas isso me fez pensar em como ia ser se um dia eu não te tivesse. Você tá sempre do meu lado e eu não quero que saia."
"Eu não acredito que tô ouvindo isso de você, ."
"Pois acredite e me dê uma chance de provar também." Ele me olhou nos olhos.
"Pois bem, você tem a sua chance." Eu sorri e ele também, me dando vários beijos depois; eu estava explodindo por dentro.
Por pelo menos uma semana eu ainda acordava e pensava: 'Putz, foi um sonho'. Ele me ligava ou passava mensagem pra me dar bom dia e dizer que me amava, eu contava pras meninas e elas diziam ‘Cara, você precisa se tratar'.
Não me importava. Só sei que foram os dias, semanas e meses mais felizes da minha vida.
Everything you say
Everytime we kiss I can't think straight
But I'm ok
And I can't think of anybody else
who I hate to miss as much as I hate missing you
Certo, me amava eu o amava e tava tudo perfeito. Ele me buscava todas as noites na faculdade, inventava jantares, me fazia querer ficar com ele todo o tempo.
sempre tocou bateria e, recentemente, a banda dele começou a levar as coisas mais a sério; estavam procurando uma gravadora e eu sabia o quanto aquilo ia fazer diferença pra ele e tentei dar a maior força pra isso.
"Amor da minha vida." Ele disse assim que eu atendi o telefone. A voz era de animação extrema.
"Oi, paixão... Ganhou na loteria?"
"Não, melhor que isso."
"Fala logo, amor. Tô trabalhando."
"Ah, claro, desculpa. Mas eu precisava te contar."
"O que foi? Tá me matando de curiosidade."
"Nós conseguimos uma gravadora."
"Serio? Meu Deus!"
"Seríssimo... Agora volta pra sua classe. Te pego aí em meia hora e te conto tudo."
"Certo... Mal posso esperar, beijos."
"Beijos... Ei!"
"Hm?"
"Te amo."
"Eu também." Desliguei, entrei pra dar aula, com uma sorriso maior que a cara, minha turma de hoje era de criança e eles riram da minha cara. “Ah, seus pestinhas, não riam de mim."
Até liberei a turma mais cedo e ele já estava lá, me puxou e me beijou, me carregando.
“Meu Deus, nunca te vi tão animado assim."
"Eu tô feliz, minha vida."
"Eu to percebendo, coraçãozinho." Eu sorri e dei um selinho. “Então, me conta tudo."
"O cara da gravadora de Londres, que eu te falei, ligou pro hoje e nós vamos gravar."
"Nossa, isso é demais. Mas Londres, amor?"
"É amor." Ele percebeu o que eu quis dizer. “Nos só gravamos e voltamos."
"Claro que volta." Ri, como se fosse óbvio. “Vai dar tudo certo, meu amor."
"Vai... Obrigado."
"Pelo quê?"
"Por estar do meu lado nessa história, por ter me dado força e acreditado."
"Era meu dever como uma ótima namorada."
"É a melhor de todas."
"Bobão." Eu abracei ele apertado.
Dentro de dois meses ele tava embarcando pra Londres pra gravar o primeiro CD da banda dele. Os quatro estavam excitados demais com a oportunidade, e eu estava dividida pela felicidade de ver ele realizando o sonho dele e tão feliz, e triste pelos dois meses que ele ia ter que passar longe.
"Se cuida, ok?" Eu disse antes dele entrar na sala de embarque.
"Amor, me espera tá. Vai passar rápido, você vai ver. Eu não vou te esquecer nem por um segundo, não importa o quão longe ou por quanto tempo, eu sempre vou voltar pra você, sempre. Não esquece nunca disso."
"Não vou esquecer, eu vou estar aqui quando você voltar, ok? Eu te amo mais que tudo."
"Eu também ok, muito." Ele me olhou nos olhos e me beijou. Eu comecei a chorar igual a um bebê.
"Vamos, dude." apressou. “Tchau, , se cuida." Ele deu um beijo na minha testa.
"Tchau, ." Eu sorri e ele entrou na sala, apontando pro relógio pra apressar ele. “Vai lá meu super star." Sorri da melhor forma que eu pude, ele apertou os lábios contra os meus e entrou na sala que nem os outros.
Eu realmente esperei. Esperei mesmo quando ele não me ligava, mesmo quando eu via alguma noticia sobre a banda que era promessa na UK e como eles estavam aproveitando as noites londrinas. Mesmo assim, nada abalava minha espera, assim como não me incomodava em nada esperar.
"Sabe que em três dias a gente vai estar fazendo seis meses?"
"Eu sei, meu amor, eu queria tanto estar por perto, mas as coisas tão difíceis aqui, nunca produzimos tanto."
"Eu sei, eu não tô cobrando sua presença aqui, amor. Eu só quero que você saiba que foram os melhores seis meses da minha vida."
"Mesmo que há dois desses meses eu esteja longe?"
"Sim, mesmo assim." Eu ri.
"Você não tem a mínima noção do quanto tá sendo difícil estar longe de você."
"Deve ser proporcional ao quanto tá sendo difícil pra mim também."
"Tá acabando."
"Eu sei, mal posso esperar pra te abraçar."
"E eu pra te encher de beijo." Nós rimos. "Preciso ir, minha vida. Nós pedimos uma pizza e eu tô sem comer desde o café da manha."
"Ok, amor... Boa pizza."
"Boa noite pra você e eu te amo."
"Muito."
"Mais que tudo."
"Fica bem, meu amor."
"Ficarei." Desligamos e eu fiquei olhando o teto do meu quarto.
Três dias passaram rápido e eu fiquei radiante com a data apesar de saber que íamos comemorar longe um do outro. Há seis meses que eu tinha o cara que eu amava e eu precisava ficar feliz por isso. Mudei as fotos do quadro de fotos, coloquei as minhas preferidas de nós juntos. A frustração surgiu quando o dia foi acabando e ele não me ligava nem mandava mensagem, talvez tivesse esquecido com tantos problemas na cabeça, talvez não esteja conseguindo ligar...
", tem um cara aí na frente querendo falar contigo."
"Cara? Quem é?" Gritei .
"Sei lá, vem ver." Imaginei que ela só tava com preguiça de abrir a porta e resolveu me mandar, desci e abrir a porta. Quase fechei a porta de novo achando que era alucinação, quando vi encostado no seu New Civic preto, com os braços cruzados e um sorriso lindo na minha porta. Eu corri e me joguei abraçando ele, ele me apertou e me suspendeu rodando comigo.
"Meu Deus, meu Deus! O que você está fazendo aqui?"
"Ora... Eu vim comemorar nosso aniversário de namoro." Ele sorriu e me deu um selinho, olhou pra mim de cima até embaixo. “Gatinha, você tem exatamente cinco minutos pra tirar essa camisola e essas pantufas de joaninha." Ele disse divertido. “Vamos sair."
"Pra onde vamos?"
"Confia em mim." Ele piscou. Eu levei mais de cinco minutos pra ficar pronta mais ele só abriu um sorriso enorme quando me viu. “Nossa, você tá linda!"
"Pra você, xuxu." Eu pisquei e ele abriu a porta sorrindo, entrei e ele deu uma volta e fez o mesmo e antes de ligar o carro, segurou meu rosto e me deu um selinho.
"Espero que goste das surpresas..."
"Surpresas? No plural?"
"Calma, é uma coisa só pra nós dois, mas espero que goste."
"Só nós dois, hein? Acho que vou gostar." Rimos e ele piscou. Andou com o carro, e eu não prestei atenção no caminho hora nenhuma. Ele me contou tudo o que fizeram em Londres, os detalhes das gravações e tudo mais. Então ele parou o carro, tirou o meu cinto e me puxou pra perto dele.
"Eu te amo."
"Eu também, você sabe disso."
"Sim, eu sei. Fecha os olhos."
"Por quê?"
"Fecha." Eu ri e fechei, ele me tirou do carro e colocou a mão na minha cintura pra me guiar. Senti que era um salão e eu pude ouvir pessoas falando, mas não era ao vivo e sim uma gravação, como se um filme tivesse passando. “Abre o olho." Eu abri e pisquei várias vezes pra ter certeza do que tava vendo. Eu ri, não acreditando. “Feliz seis meses de namoro."
Estávamos na boate onde nós nos conhecemos, mas ela foi toda decorada com fotos nossa, desde o inicío do namoro, aliás desde quando nos éramos só amigos. No fundo da boate, estava passando Twilight, fazendo me lembrar do dia que ele me pediu em namoro. Tudo isso a meia luz, apenas luzinhas, que lembravam as que usamos no natal, brilhavam. Eu olhava tudo maravilhada e descrente, principalmente isso.
"Como... Como você consegue fazer essas coisas?" Eu olhei pra ele, ele riu de canto e me puxou pela mão pra um círculo redondo, iluminado com as mesmas luzinhas na base, e começou a tocar 'Love me tender' na versão da Norah Jones; uma das minhas músicas preferidas. Nós dançamos ela quando ainda éramos amigos e eu devo ter comentado isso com ele. Agora, como ele lembrava?
Ele me balançava de um lado pro outro e eu encostei a cabeça no ombro dele. Ele me abraçou sem parar de dançar, e eu continuava ali, apática, tentando me ligar que aquilo não era sonho e tentando não chorar, pra não parecer muito mulherzinha.
"Então. Gostou?"
"Tá brincando? É perfeito!" Eu falei completamente boba. "Obrigada." Lagrimei, sou tão sensível nessas situações. “Eu não tenho nem palavras."
"Não precisa falar nada, tá? Só me beija. Nunca senti tanta falta de alguma coisa como eu sinto do teu beijo." Ele me segurou pela cintura e apertou o lábio contra o meu, logo me fazendo abrir a boca e intensificando o beijo.
Comemos lasanha, tomamos vinho, ele me contou mais algumas coisas sobre a gravação e as pegações dos meninos em terras inglesas; ao que parece ele se divertiu de verdade lá. Dormi na casa dele depois do jantar e antes de dormimos eu perguntei:
"Até quando você vai ficar aqui?" Eu precisava me conscientizar de que iríamos nos afastar de novo.
"Bem, acho que não vou mais precisar viajar por um tempo. Já gravamos tudo e hoje nos apresentaríamos, mas colocaram outro no lugar."
"Isso não vai te prejudicar?"
"Não, não, os meninos deram a maior força pra eu vir."
"Preciso agradecer depois." Eu sorri. “Mal acredito que você tá aqui e que vai ficar pelo menos por um tempo."
"Então, acredite, meu bem." Ele beijou minha testa. “Agora será que poderíamos dormir? São cinco horas de vôo, de Londres pra Nova York."
"Claro. Claro. Dorme bem." Dei um selinho nele e me ajeitei no peito dele que afagava meu cabelo.
"Você também, minha vida." Ele pegou no sono tão rápido naquele dia, devia estar realmente cansado.
Months are going strong now, and all goodbye
Unconditional, unoriginal, always by my side
Meant to be together, meant for no one but each other
You love me, I love you harder, so
Em poucos dias o resto da banda também voltou. O CD já tinha sido lançado e segundo as notícias das últimas semanas, eles atingiram venda recorde. Falava-se até em bater o dos Beatles. Eles todos estavam nas nuvens e claro que eu também tava feliz, mas eu sabia que isso tava acontecendo na UK e sabia o que isso significava, mas cedo ou mais tarde ele ia ter que ir pra lá. Eu sei que isso era completamente egoísta, mas qualquer garota sentiria esse receio, ninguém quer ficar longe de quem se ama.
Bem, aconteceu... Apesar de esperar não viajar por algum tempo, em três semanas eles voltou pra Londres com a banda. Era só uma semana, que virou duas e depois três, um mês... Dois meses. Quando ele podia ele ligava, eu ligava de madrugada quando a saudade apertava. A sempre achou que seria melhor se nos terminássemos e só ficássemos quando ele tivesse na cidade, mas ter metade é melhor do que não ter nada. Sempre preferir essa semi-presença dele a não ter isso, a própria idéia de um dia dizer que ele não é meu namorado me assustava.
Ele voltou, ficou um tempo, foi de novo. Ele já chegou a passar um dia na cidade, mas nós não nos vimos porque o Fletch ligou e eles foram parar em alguma cidade pra show. Já tínhamos 10 meses, mas parecia que nosso namoro ficou parado nos 6° mês.
me ligou dizendo que antes da véspera do natal estaria na cidade, e um dia antes do natal, nos encontraríamos no aeroporto.
Como sempre, ele me abraçou forte e me encheu de beijos. A felicidade de ver ele era indescritível, eu nunca duvidei que ele fosse o cara certo pra mim.
"Tá cansado?"
"Não, não. Dormi no avião." Ele passou o braço pelo meu ombro enquanto saíamos do aeroporto. “Quer ir comer pizza?"
"Leu meus pensamentos."
"Sempre leio, baby." Ele piscou. Paramos na primeira pizzaria que achamos pelo caminho, enquanto esperávamos a pizza ele me parecia pensativo, longe. Pensei em cansaço, mas ele disse que não, então decidi abstrair; podia tentar tirar dele o que era depois.
"Então... Me conta sobre a viagem."
"Ah, sempre iguais: shows, fotos, fãs gostosas..." Ele riu.
"Fãs gostosas, hein?" Rolei os olhos. “Bom saber..."
"Mas, pra que eu vou querê-las, se eu tenho a namorada mais hot de Manhattam e da UK?"
"É? Que menina sortuda."
"Demais, ela me pega, claro que é sortuda." Eu ri alto e joguei alguns saches de ketchup que tinha na mesa.
"Deixa de se achar." Ele me puxou pela cintura e mordeu minha buchecha.
"É brincadeira, amor. A não ser a parte de que eu tenho a namorada mais hot daqui."
"Ai, pára, amor." Eu beijei ele e a pizza chegou. Ele pediu pra eu ficar com ele, enquanto ele tivesse na cidade, então eu fui pra casa dele.
"Amor, vem aqui no quarto, por favor." Eu ouvi ele me chamar. Estava fazendo creme de bis, pra levar como sobremesa da ceia de natal. Combinamos de passar na casa do - a banda e as famílias iam. pediu que eu ficasse com ele.
"Oi, amor." Disse na porta do quarto.
"Vem cá." Ele estava sentado na cama e apontou pro lugar do lado dele, eu sentei.
"Fala, amor." Ele me olhou e mexeu na escrivaninha do ao lado da cama.
"Hmm... Feliz natal." Sorriu e abriu um estojo desses de jóia, revelando uma gargantilha de ouro branco com um pingente de coração.
"Nossa... Que lindo!" Eu sorri, meus olhos brilharam, ele tirou o cordão do estojo.
"Abre o coração." Eu segurei o coração e abri. De um lado havia gravado 'Here, there and everywhere' e do outro tinha nossas iniciais.
"Obrigada." Eu o abracei com força e ele correspondeu com mais, como se quisesse me fundir com ele, sem a mínima pretensão de me soltar.
"Sabe o que eu quero?"
"O quê?"
"Que você nunca esqueça o quanto eu te amei. Só contigo eu aprendi a amar de verdade, você ri quando eu digo que me transformou num homem de família, mas é a mais pura verdade. Eu aprendi a amar uma só pessoa e só querer ficar com ela. Você é a única, aqui, em Londres, na Conchichina. Eu te amo e eu vou levar você pra onde eu for, entende isso, ok?" Ele me deu um beijo na testa, sem deixar de me abraçar; eu chorava. Ele me dizer isso me deu medo, eu não soube explicar o porquê, mas me soou como uma despedida.
"Você sabe que eu te amo, sabe que também significa pra mim. Você é a minha vida e não importa a distância, não vai ser ela que vai mudar alguma coisa do que eu sinto." Eu disse olhando no olho dele.
"Eu sei que te deixo mal quando passo tanto tempo longe."
"Nada se compararia se eu não te tivesse nem pra me ligar."
"Isso é tão injusto contigo."
"Eu não sou obrigada a ficar contigo, certo? Então eu tô aqui porque eu quero, porque você é de longe o que eu mais quero pra mim." Ele me abraçou forte. Eu não posso ter certeza, porque não consegui olhar nos olhos dele, mas eu tive a impressão de que ele estava chorando.
"Bem é melhor você ir se arrumar, temos que chegar lá antes da meia noite." Ele sorriu.
"Hmm... Espera." Eu fui na minha bolsa e tirei o presente dele de lá. "Eu ia esperar até chegarmos em casa, mas como voce já me deu o meu." Entreguei e ele pegou da minha mão. "Não é nada demais, só achei que seria um modo de lembrar alguns momentos."
"Um cd..."
"Olha a soundtrack" Ele virou a capa do cd e abriu um sorriso.
"As nossas músicas."
"Sim." Eu disse olhando. "Tem 'Love Me Tender', 'I’m Yours', 'All My Loving'... Enfim, as que marcaram alguma coisa."
"Eu adorei, eu lembro de cada uma." Ele me deu um beijo na bochecha. "Quer dizer... Não lembro dessa After Midnight."
"Eu escutei ela há umas duas semanas, é do J Minus. Quando ouvir lembrei de você, depois você escuta, certo?"
"Certo." Ele me deu um selinho. “Vai se arruma, meu amor."
"Tô indo." Sorri e fui pro banho. O que o me disse não saiu da minha cabeça em nenhum momento. Quando eu saí do banheiro, ele estava na sacada com um cigarro e com a mesma cara pensativa que eu já havia notado, mas que, segundo ele, não era nada, apenas impressão.
So please, give me your hand
So please, give me your lesson on how to steal
Steal a heart, as fast as you stole mine
As you stole mine
A ceia foi bem animada. Estavam todos lá, todas as famílias e algumas namoradas como a do que eu não lembro e a Raphaela do . Estavam há pouco tempo, mas a menina parecia ser realmente legal.
No dia do natal, fui almoçar com a e a , e de noite fiquei com . No dia seguinte, eu acordei bem tarde, acho que já passava das duas da tarde. O céu estava escuro e fazia um frio tremendo. já tinha acordado e estava na sacada, fumando, sua cabeça não estava ali, isso era bem claro. Eu não entendia por que ele não me falava de vez o que estava acontecendo.
Voltei pro quarto e tomei um banho, decidi convidar ele pra almoçarmos em algum lugar por ali. Ele ainda estava na sacada, mas sem o cigarro dessa vez, mas com o mesmo ar de pensativo e com tristeza. Me apertava o coração saber que alguma coisa estava acontecendo e ele não confiava em mim o suficiente pra dizer. Me aproximei da sacada e encostei nela cruzando os braços, demorou um pouco pra ele perceber minha presença e quando o fez apenas me olhou.
"Quando você pretende me contar o que está acontecendo?"
"Não tem nada acontecendo." A própria voz embargada dele denunciava o contrário.
"Como não? Desde que você chegou, tem hora que fica assim... Catatônico, desligado, olhando pro nada, pensando em sabe Deus o quê. Eu posso não ficar te enchendo perguntando o que é, mas eu percebo."
"Não é nada, , eu só to com coisas na cabeça.. Só preciso de tempo pra pensar."
"Tudo bem, mas não dava pra me deixar ajudar?"
"Não." Ele me olhou. “Desculpa, mas não dá não. Eu tenho esse direito, né?"
"Tem sim." Eu balancei a cabeça, engoli seco e saí da sacada. Decidi que o melhor que eu tinha a fazer era deixar ele só. Peguei minha bolsa no quarto, ia passar no McDonald's e comer. me olhou quando abri a porta.
"Você vai pra onde?"
"Vou comer alguma coisa." Disse segurando a porta.
"Espera eu vou contigo."
"Não." Eu disse firme. "Fica aí... Pensando. Eu trago alguma coisa." Fechei a porta antes que ele respondesse alguma coisa.
Lá fora estava infinitamente mais frio que no apartamento, me abracei e fui pra Mcdonalds. Estávamos no centro de Manhattam, nada era muito longe. Comprei meu almoço (batata frita, refrigerante, McCheddar e McFlurry de twix) e comprei o do , a mesma coisa que pra mim. O jeito que ele tinha falado comigo não saia da minha cabeça, mas eu não estava com raiva e sim preocupada, o que estava acontecendo e que fazia ele agir assim comigo? Não conseguia pensar em nada que fizesse sentido.
Quando passei pela portaria, o porteiro me entregou uma carta, olhei o remetente era da Academia de Diplomatas do Estados Unidos. Sabia o que aquilo representava. Abri sem pensar duas vezes e mal pude acreditar quando li que tinha sido aceita. Era o meu sonho desde sempre, ser uma diplomata, mas nunca me sentia preparada o bastante pra prova, mas esse ano o meio que me obrigou a fazer. Ele sempre disse que eu ia conseguir ser uma. Eu precisava contar pra ele, mas o apartamento estava vazio quando cheguei. Ele deixou um bilhete dizendo que estava na casa do , o bilhete era frio, seco como a resposta dele na sacada. Comprimi minha felicidade e deitei no sofá vendo Skins, mas acabei pegando no sono e só acordei com o celular, que pelo toque sabia que era o .
"Já tá em casa?" Ele perguntou.
"Já, sim, e você? Ainda na casa do ?"
"Não. Hm... Pode vir aqui no Central Park?"
"Já, já, desço. Preciso te contar uma coisa." Sentei no sofá.
"Ok, eu também, tô te esperando aqui."
Não foi difícil achá-lo. Ele sorriu e assim que eu cheguei perto o suficiente, ele me abraçou, daquele jeito como se não fosse tivesse a intenção de me soltar, eu correspondi do mesmo jeito, sabe-se lá o que ele tinha, mas eu queria que ele soubesse que eu tava do lado dele pra tudo. Ele deu alguns beijos na minha cabeça e me olhou.
"Me conta o que você tem pra contar."
"Não, me conta você primeiro."
"Não, , conta você." Ele insistiu. "Você parecia contente quando me disse. Fiquei curioso."
"Certo." Eu olhei pra ele e sorri. "Eu fui aceita na Academia de Diplomatas!"
"Nossa... Isso é demais." Ele sorriu, sincero, mas fraco. “Eu sempre disse que você conseguiria."
"Eu sei, obrigada por isso. Você acreditou quando nem eu acreditei." Eu abracei e ele não correspondeu muito.
"É o seu destino. Ser uma grande diplomata e viajar por todos os lugares que você disse que quer viajar." Ele afagou meu cabelo. Soltei ele e seu rosto tava pálido, triste.
"Me diz o que você tem pra falar."
"É... Espera." Ele respirou e sentou, me puxando junto no banco, e passou a mão pela cabeça. "Droga... Eu tenho que dizer, mas não tenho coragem. Eu penso nisso toda vez que eu te vejo, desde que voltei, mas quando tô com você, dá vontade de voltar atrás em tudo e não sair do teu lado."
"Fala, , a gente já tá aqui..."
", eu sei que eu tenho sido pouco presente na tua vida... Parece que você tá namorando sozinha, sabe? E eu acho que te faço esperar aqui demais, e isso não é bom, é um egoísmo."
"Eu não me importo, você sabe disso." Eu olhei pra ele." Mas o que você quer dizer com isso tudo?"
"Que amanha eu tô indo morar em Londres." Ele me olhou nos olhos pela primeira vez no dia e eu senti meu estômago desmanchar ou seja lá qual era a sensação.
"Tudo bem, eu já esperava isso. A gente vai dar um jeito."
", eu não tô falando em passar um tempo fora, passar um mês, sei lá. Eu tô dizendo que vou morar lá."
"E você sugere o quê? Que a gente termine? É isso?"
"É... é isso. Eu não vou ficar bem, eu não vou conseguir me concentrar, sabendo que você tá aqui sozinha, criando expectativas."
"Eu nem reclamo que você tá longe, eu tento te entender o máximo que eu posso."
"Isso não é justo."
"Eu não quero saber do que é justo."
", eu não quero me prender a alguém que vai ficar tão longe." Ele disse firme, mas olhando pro chão. Essa foi mais fundo no estômago, eu engoli seco e me levantei.
"Ok, ... Boa sorte em Londres." Eu senti que ele ia falar alguma coisa, mas o que quer que fosse, não foi pronunciado. Eu andei, e ele ficou lá parado. Eu queria chorar, mas não conseguia, ainda tava sentindo o que ele falou.
Andei até a minha casa, que não era nem um pouco perto, mas a última coisa que eu pensei foi na distância, e pelo meio do caminho que eu consegui chorar, eu chorei muito. Odeio chorar, mas simplesmente não consegui me segurar, doeu como nunca tinha sentido nada doer. Ele mal tinha terminado e eu já sentia falta, mas não falta dele, falta do futuro que a gente não ia mais viver, de todos os planos que agora tinham ido por água a baixo.
A última vez que eu vi o foi no dia seguinte, eu ouvi do meu quarto o som do carro e fui até a janelinha do corredor ver quem era. A expressão dele era a mesma de ontem: ainda pálido e abatido. Mas eu não acreditava mais que fosse por mim, eu era só alguma coisa que prendia ele a um lugar distante a qual ele não pertencia mais. Eu vi ele sair do carro e com as minhas coisas - eu não voltei lá para buscar, claro -, ele deu as coisas pra e trocaram algumas palavras, ele olhou na direção do meu quarto, antes de entrar no carro, e foi embora.
Evitei ao máximo olhar para aquela mala, seria mais um pretexto pra lembrar dele (não que tudo já não lembrasse, mas eu definitivamente não precisava de mais um). Uma semana depois eu decidi desfazê-la, e a primeira coisa que eu vi foi o estojo do cordão que ele havia me dado no natal. Eu abri e tinha uma bilhete, desenrolei e estava escrito: 'Foi o melhor a se fazer'. Instantaneamente, lembrei do que ele me disse no natal. Aqui era completamente desconexo com o que ele me falou dois dias depois. Peguei o papel, amassei e joguei longe e tive outro ataque de choro.
Agora dois meses depois de ter terminado, eu vou estar mentindo se eu disse que já superei, porque eu não o fiz, mas eu deixei a fase drama queen de 'ele não me quer mais, eu vou me jogar da estátua da liberdade'. Claro que a e a me ameaçaram várias vezes de me mandar pro psicólogo. Elas tiraram tudo que pudesse me lembrar dele, elas não me deixavam nem ver mais as noticias da musica porque o McFLY sempre estava por lá. Mas era como eu dizia: o pior já tinha passado.
Se eu o esqueci por um segundo? Não. Se eu acordei de madrugada, sem conseguir dormir por sonhar com ele? Perdi a conta das vezes. Se ainda chorava quando me lembrava da voz dele dizendo que me amava? Sempre. Se eu ainda o amava? Era óbvio.
Mas eu decidi deixar rolar, esperando que ele voltasse atrás e algo dentro de mim dizia que ele ia voltar. Então, eu espero...
So please, give me your hand
So please, just take my hand
Fim.
N/A: Eu disse que não tinha final feliz….Bem babys a fic é baseada em fatos reais e sim eu continuo esperando,então eu quero muito que essa fic tenha uma segunda parte e que ela tenha o final feliz que essa não teve mas isso não depende só de mim,então se gostaram da fic torçam por mim.Beijo pras minhas irmãzinhas que sempre lêem minhas fics antes de todo mundo e que sempre dizem que ta boa,mesmo quando ta uma merda,a mana aqui ama muito vocês .Obrigada pra bia a beta que tem paciência com as minhas duas fics *-*.Obrigada a você que teve o saco de ler a fic até agora. Leiam minha outra fic ainda em andamento 'Just Because I'll Always Love You'. Beijinhos na bunda e me liguem.