CAPITULO UM – Um novo ano.
- Ansiosa para começar as aulas? – perguntou Olívio Wood, namorado de , sentando ao lado da garota no banco de balanço. Os dois estavam na varanda da casa da avó de observando o pôr-do-sol de mãos dadas. Dava para ver raios de sol alaranjados por cima das casas, o céu estava em um lindo tom de cor-de-rosa. A garota pensou por alguns segundos a respeito da pergunta do namorado. Ela estava realmente querendo voltar à escola? Em seu ultimo ano, a garota enfrentou um dos seres das trevas mais perigosos já conhecidos, quase fora transformada em um e sobreviveu por, ela acreditava, pura sorte.
- Claro. – falou a garota se aconchegando nos braços do namorado. Claro que queria voltar logo para a escola, estava morrendo de saudades dos seus melhores amigos Angelina e Jorge. A garota havia trocado cartas com os amigos e tinha até passado um final de semana na casa da Angelina, mas isso não fora o suficiente para matar a saudade que sentia.
- Uma cerveja amanteigada, Srta. ? – perguntou Blinky, a elfo doméstico da família .
- Obrigada, Blinky. – agradeceu pegando a cerveja amanteigada na bandeja que Blinky segurava.
- Desejam mais alguma coisa? – perguntou Blinky.
- Não, obrigada, Blinky. – agradeceu .
Olívio levantou sua cerveja e brindou pelo novo ano letivo. Os dois riam muito (por causa da cerveja que derramou no seu short jeans quando Olívio bateu em sua garrafa brindando) quando a avó de apareceu na porta de casa e perguntou:
- Fica para o jantar, Olívio? – o casal se sobressaltou e Olívio tirou o braço em volta de e os dois se sentaram eretos e separados.
- Não, obrigada, Sra. . Meu pai vai vir me buscar. – falado isso, o pai de Olívio apareceu com um rodopio à frente da cerca da casa.
- Bom tarde, Justino! – cumprimentou a Sra. quando atravessou a pequena cerca branca.
- Boa tarde, Amélia. – respondeu o Sr. Wood com um aceno de cabeça.
- Gostaria de entrar e tomar alguma coisa? Quem sabe um suco de abobora? Hoje esta tão quente...
- Não, obrigada Amélia, não quero incomodar.
- Não é incomodo algum Justino.
- Certo então, apenas um pouco de suco, tudo bem?
Os dois entraram na casa deixando e Olívio sozinhos na varanda. O garoto colocou novamente o braço em volta de e se virou para beijá-la. Os dois se beijaram profundamente, ele colocou uma mão na nuca da garota, a outra na cintura. A garota abraçava o pescoço do namorado. Eles ouviram um barulho vindo da porta e se separaram. Pouco tempo depois, o pai de Olívio e a avó de apareceram à porta conversando cortesmente.
- Vamos, Olívio? – perguntou o Sr. Wood ajeitando a capa de viagem. Olívio colocou a sua.
- Sim, pai. – e virou para . – Tenho uma surpresa para te contar. Mas vou esperar para te contar no trem.
Os dois Woods se afastaram e pararam próximos a esquina. Olívio virou e sorriu para a garota, agarrou o braço do pai e, com um rodopio, desapareceram.
CAPÍTULO DOIS - A viagem de trem.
Raios de sol atravessavam a cortina do quarto de a acordando cedo. A garota então resolver aproveitar a manhã para arrumar o seu malão já que não havia terminado de arrumar nada no dia anterior. A garota retirou tudo o que havia no malão e limpou-o tirando as penas quebradas e tinteiros vazios. Colocou então os novos livros que comprou durante as férias: Queda e Ascensão das Artes das Trevas, Bruxas de Sucesso - Uma lista completa das bruxas importantes do ultimo século e Guia da boa Herbologista. abriu as cortinas de seu quarto e respirou o cheiro de orvalho da manhã. O céu estava limpo e de um tom azul celeste lindo, uma das cores favoritas da garota. Ela tomou isso como um sinal de que o ano seria bom.
Após o café da manhã, e sua avó tomaram o Noitibus Andante para King’s Cross. Chegaram à estação em cima da hora, a garota se despediu da sua avó e embarcou no trem. Procurou Olívio em todas as cabines achando-o em uma das ultimas cabines do segundo vagão. Junto a Olívio, que parecia encabulado, estava Angelina, que olhava irritada para fora da janela, Jorge, Fred e Lino, que olhavam irritados para Olívio e uma garota que não conhecia e que parecia estar colada ao pescoço de Olívio. Quando entrou, Olívio pareceu aliviado e foi ajudar a entrar com o malão na cabine. Angelina olhou satisfeita para e depois lançou um olhar de vitoria para a menina que não conhecia. Olívio beijou e perguntou:
- Como foi a viagem até a estação?
- Normal. – respondeu .
- Olivinho, quem é essa garota? – perguntou a garota que não conhecia.
- Olivinho? – perguntou encarando o namorado. Olívio olhou para o chão para não encarar nenhuma das duas.
- Essa é . , esta é Liana, minha prima. – Olívio parecia encabulado em apresentar as duas. Liana se levantou e estendeu a mão para com uma autoridade e segurança no seu andar.
- Prazer, . – então passou o braço em volta do pescoço de Olívio que tentou tira-lo com força. – Olivinho nunca me falou de você.
olhou dura para Olívio:
- Nunca tinha falado sobre mim, “’Olivinho”? – levantou a sobrancelha. – Essa era a grande novidade, Olívio?
- Não, não, . – falou Olívio finalmente se soltando das mãos de Liana e segurando as mãos de entre as suas mãos. Então, como se pudesse concertar o que estava totalmente errado, ele apontou para o distintivo em seu peito e falou: - Sou capitão do time de quadribol.
Mas isso não amoleceu que o olhava duramente. Liana então se jogou novamente no pescoço do garoto e falou com um sorrisinho meloso:
- E ele vai ser um ótimo capitão, não? – então perguntou com uma voz meiga – mas me diz , qual a relação entre vocês dois? Vocês são do mesmo ano?
torceu o nariz com desprezo para Liana e fuzilou Olívio com os olhos. O garoto pareceu achar que era melhor que ele respondesse, se desvencilhou novamente de Liana segurando-a de um modo que ela não pudesse abraçar ele de novo. Então, olhando ela nos olhos, falou:
- Li, a é a minha namorada e eu a amo, entendeu?
Liana pareceu ter levado um soco no rosto, deu um passo cambaleante para trás e então se sentou ao lado da janela e ficou olhando a paisagem. Angelina deu um risinho de satisfação e perguntou:
- Dia bonito, não? – e levantou o Profeta Diário desaparecendo de trás dele.
CAPÍTULO TRÊS – A explicação de Olívio
Liana foi a primeira a sair do trem quando este parou na estação de Hogsmeade deixando e seus amigos para trás. Angelina, Lino e os gêmeos Weasley saíram logo em seguida deixando e Olívio na cabine. tentava tirar seu malão do bagageiro e recusou a ajuda de Olívio quando este tentou ajudá-la. A garota ainda estava irritada com ele e o casal não havia trocado palavras nem ao menos olhares durante a viagem. A cabine estava muito silenciosa, a maior parte dos alunos já havia saído do trem.
- ? – chamou Olívio. apenas lançou um olhar frio ao garoto e fez menção de sair da cabine, foi interrompida no ato por Olívio que a segurou pela mão. – Tudo bem com a gente?
- O que você acha, Olívio Wood? – explodiu colocando as mãos na cintura e com o rosto vermelho de raiva. – Você não me avisa sobre essa garota e nem falou pra ela nada sobre mim! E ela fica... Ela fica... Fica te abraçando e te tocando o tempo todo.
Olívio ouviu pacientemente, cada palavra de parecia ser uma facada no garoto que contorcia o rosto de dor.
- Desculpa, . Eu não sabia que a Li ia vir para cá. – falou Olívio e tentou chegar perto da garota, mas esta se afastou depressa.
- Li? – perguntou irritada.
- Liana. – corrigiu Olívio rapidamente tentando diminuir a irritação da garota, não conseguiu. O garoto deu um suspiro cansado e continuou: - Liana estudava em Beauxbatons até o ano passado. Ela se mudou para cá quando soube que eu seria capitão do time de quadribol. Sabe, sempre fomos muito próximos.
- É, eu percebo o quão próximos vocês dois são. – falou com a irritação aparente na voz.
- , por favor, não faz assim. – o garoto pediu. – eu e ela não temos nada. – o garoto tentou pegar a mão de , mas sem sucesso. Então ele olhou bem nos olhos dela e falou: - Você foi a primeira e, espero, única garota da minha vida.
viu a verdade nos olhos de Olívio, ela sentiu que aquilo era verdade, mas não sucumbiu às palavras do garoto, levantou o queixo alto. Ele então suspirou e falou:
- Liana só chegou ontem à noite, soube quando cheguei em casa após estar contigo na casa de sua avó. Ela passou a noite cercada de meus familiares, então não pude falar de você para ela.
- E nem falaria, não é? Por que você falaria que tem namorada para uma garota bonita como ela? – jogou as palavras para Olívio como se fossem facas. Então se virou para a porta para sair:
- , por favor. – o garoto pegou a mão de delicadamente, a garota não puxou a mão de volta. - Você é a única garota bonita para mim, a única com quem eu quero estar. Eu te amo, .
- Acho que é meio cedo para falar uma coisa forte como eu te amo, não? – perguntou com os olhos se enchendo de lágrimas, então ela tentou abrir a porta, Olívio segurou a porta:
- , por favor.
- Olívio, solta a porta se não eu te azaro. – falou a garota sacando a varinha e virando o rosto para o lado para que o garoto não visse as lágrimas.
O garoto soltou a porta e deu um passo para trás desistindo, seu rosto marcado pela dor da primeira briga com a namorada. A garota então rumou para fora do trem arrastando seu malão e deixando as lagrimas escorrerem pelo rosto.
CAPÍTULO QUATRO – O jantar do começo de ano.
subiu na carruagem que era puxada por cavalos invisíveis juntamente com seus amigos. fechou a porta e o cavalo partiu para o castelo de forma que Olívio não pôde subir na mesma carruagem. Dentro da carruagem estava muito silencioso, todos percebiam o rosto marcado de lagrimas de e ninguém teve coragem de quebrar o silencio.
Angelina passou o braço em volta do ombro da garota que deixou as lagrimas rolarem, mas quando chegaram ao castelo, tinha o rosto seco e estava recomposta. O cavalo invisível parou a carruagem e e seus amigos desceram para o hall de entrada. A entrada do Salão Principal estavam Pâmela e Alicia que estavam conversando, quando viram a cumprimentaram:
- Olá, . Parabéns pelo seu namorado. – falou Alicia sorrindo. – Soube que ele é o novo capitão da Grifinória. Vou tentar esse ano para artilheira.
deu um sorriso forçado, mas suave:
- Boa sorte, então, Alicia. – e rumou para se sentar a mesa da Grifinória entre Angelina e Jorge.
O céu encantado acima de suas cabeças estava limpo e estrelado, mas a garota não reparou, observava Olívio entrar no salão com Liana a sua cola. Quando o garoto virou para olhá-la, a garota virou o rosto e fingiu ouvir a conversa de Angelina com Alicia sobre quadribol. A professora McGonagall entrou no salão e foi em direção a Liana que se retirou por alguns instantes e voltou sorridente e saltitante para se sentar com Olívio.
- O chapéu me selecionou para Grifinória, Olivinho. – e se jogou no pescoço no garoto o abraçando. Olívio ficou vermelho e tentava fazer a garota parar de abraçá-lo a qualquer custo.
A volta de , as más línguas já começavam a especular uma provável separação entre e Olívio, o casal mais popular da escola. A garota magoada tentou não ouvir os cochichos, mas eles se tornavam cada vez mais altos e só pararam quando a Srta. McGonagall entrou com a turma de novos alunos. A garota tentou não ver Liana abraçando Olívio e fingiu prestar atenção na seleção do chapéu:
- Bell, Cátia. – chamou a professora McGonagall.
- GRIFINÓRIA! – anunciou o chapéu. A mesa da Grifinória rompeu em aplausos. bateu palmas vagamente observando a garota chamada Cátia se sentar à mesa da Grifinória.
- Chang, Cho.
- CORVINAL! – a mesa da Corvinal aplaudiu ruidosamente a garota Cho Chang.
Após a seleção da casa, o jantar começou com a habitual algazarra dos estudantes. comia silenciosamente enquanto Lino, Angelina e os gêmeos discutiam a chance de entrar para o time de quadribol.
- O que aconteceu, ? – perguntou Jorge enquanto pegava uma coxa de frango assado.
- É claro que ela esta chateada porque brigou com Olívio. – falou Angelina com o cuidado de manter a voz baixa para não espalhar a briga do casal.
- Ah, . Esquece esse cara e parte para outra. – falou Jorge balançando os ombros e se servindo de molho.
- Não fala isso para ela. – falou Angelina indignada. – Ela esta magoada, não da para ver?
- Mas ela merece coisa melhor. – falou Jorge e colocou uma colherada generosa de comida na boca.
- Você fala isso porque você tem uma quedinha por ela. – falou Angelina censurando Jorge com os olhos enquanto se servia de suco de abobora.
- Não tem nada a ver. – Jorge se inclinou por cima da mesa para ficar mais perto de Angelina ficando na frente de que teve que descansar o garfo. – Eu já superei a , ok? Foi só coisa de um primeiro momento, ta?
- Poxa, Jorge, assim você só piora o meu humor. – falou fingindo estar chateada com o amigo.
Jorge ficou vermelho e a esperança brilhou em seus olhos. Angelina riu da brincadeira de e comeu seu pudim quieta. passou os olhos pela mesa dos professores à procura de um novo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas, mas não encontrou nenhum professor novo sentado à mesa. Angelina acompanhou o olhar de até a mesa dos professores:
- Será que Dumbledore não achou nenhum professor para ensinar a matéria?
- Não tenho idéia. – respondeu . – Mas nada pode ser pior do que ter um ser das trevas como professor, não é?
- Ah, ela era uma boa professora. – comentou Jorge casualmente.
- Claro, tão boa que te atacou e sugou sua energia vital. – olhou irritada para o amigo. – Você fala isso porque você, como todos os outros garotos, eram caidinhos por ela.
Jorge ficou com o rosto muito vermelho e então enfiou um pedaço muito grande de frango na boca para não ter que falar mais com as garotas. Angelina e continuaram a olhar para a mesa dos professores ansiosas esperando o discurso do diretor que só começou após a sobremesa como de costume. O diretor se levantou, os pratos foram limpos e o salão foi mergulhado em um respeitoso silencio.
- Vamos aos avisos de costume. O Sr. Filch pede para lembrar-lhes que é proibido lançar feitiços nos corredores nos intervalos de aula e que passeios à Floresta Proibida são terminantemente proibidos àqueles que querem manter suas cabeças firmemente coladas ao corpo. – o diretor lançou um olhar significativo a Fred e Jorge que, em seu primeiro ano, já haviam ficado com fama de bagunceiros. – Gostaria também de lhes apresentar o novo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas, mas será impossível fazê-lo esta noite. O professor Erasmus Bedlo não pôde chegar dentro do horário, então só o verão amanhã na aula. Bem, os avisos foram dados. Creio que os senhores desejam deitar-se logo em suas camas quentes e aconchegantes para uma boa noite de sono. Que é o que eu desejo para vocês, um bom regresso às aulas e boa noite.
subiu apressadamente para a torre da Grifinória, não queria encontrar com Liana no caminho. Jorge correu até ela e Angelina pois tinha a senha para entrar no Salão da Grifinória. Alicia e Pâmela seguiam pouco atrás dos três. Quando chegaram ao retrato da Mulher Gorda, esta exclamou:
- Sejam bem-vindos, alunos. É sempre bom ver os grifinórios voltando ao ano letivo e...
- Pateta. – falou Jorge interrompendo-a. A mulher pareceu aborrecida com o garoto, mas girou o retrato deixando-os passar.
subiu as escadas para seu dormitório do ano anterior, mas esse ano estava escrito na porta “Alunas do Segundo Ano”. Quando entraram, reparou que havia uma cama a mais. Angelina também reparou nisso e comentou:
- Para quem será que é essa cama?
- Provavelmente para a Liana querida. – falou com uma irritação aparente na voz.
- Ah. – falou Angelina, mas preferiu não falar mais nada olhando o rosto de que fuzilava a cama com o olhar como se esta fosse responsável pela fome no mundo.
As garotas arrumavam suas coisas caladas, pouco tempo depois, Liana entrou no quarto e olhou em volta. Após avaliar o quarto com um olhar critico comentou:
- Nossa, os quartos de Beauxbatons eram bem maiores. – então olhou para as camas - E definitivamente eram mais confortáveis. Bem, quero a cama ao lado da janela.
As garotas se entreolharam. virou de costas e começou a trocar de roupa calada, resolveu não participar dessa discussão. Alicia achou melhor responder à Liana e falou:
- Sabe, aluna nova, a gente já separou as camas ano passado, então você tem que ficar com a cama que sobrou.
- Ah. – falou Liana – E qual é?
- Aquela do lado do espelho. – respondeu Pâmela apontando para a cama vazia. Liana olhou horrorizada para a garota como se ela tivesse insultado toda a sua família.
- Na frente do espelho? – perguntou Liana olhando para a cama. – Mas manter a cama na frente do espelho traz más vibrações ao ambiente. Essa cama vai me fazer ter pesadelos toda a noite. – como as garotas se entreolharam como se não soubessem do que a garota falava, esta completou: - Feng shui, sabe?
- Não... O que é isso? – perguntou Alicia curiosa.
- Oh, é um pensamento oriental que fala sobre a influência da posição dos moveis de um cômodo para a harmonia do ambiente. – falou Liana animada por ser o centro de atenção do grupo. Angelina deu uma risadinha, então Liana virou para ela com as mãos na cintura. - Você acha que o que eu estou falando é tudo bobagem, não é?
- Claro, é que nem Adivinhação, é um ramo da magia muito incerto. Pode tanto dar certo como não dar. – respondeu Angelina no mesmo tom que Liana falou com ela.
- Ei, adivinhação é legal, ok? – falou Alicia defendendo o ramo da magia.
- Mas o futuro depende o que você faz no presente, então você tem que concordar comigo que é incerto. – respondeu Angelina.
se chateou com a conversa das colegas e foi se deitar na cama irritada. Alicia deu de ombros para o comentário de Angelina e também foi se deitar. Pouco depois as luzes foram apagadas e ficou de olhos abertos na escuridão pensando. Após algumas horas pensando na briga com Olívio, pegou no sono com o rosto marcado por lágrimas.
CAPÍTULO CINCO – Cedrico Diggory
acordou com os olhos doendo, pois havia chorado durante a noite. Estava muito cansada e não queria sair da cama, mas Angelina a puxou para fora antes que se atrasassem para o café da manhã. trocou de roupa rápido e seguiu a amiga para tomar café. Quando chegaram ao Salão Principal, Olívio veio em direção à garota:
- , podemos conversar?
Angelina ia responder alguma coisa, mas a interrompeu e falou:
- Tudo bem, Angel. – e a garota se retirou. se afastou com o garoto para um corredor que estava deserto e então o garoto começou a falar:
- , por favor, eu não quero estar brigado com você. Eu já falei para a Liana que eu gosto de você e que é para ela aceitar isso e...
- Tudo bem, Olívio. Eu também não quero mais brigar. – falou a garota. O rosto de Olívio se abriu em um sorriso.
- Que bom, , porque eu fiquei pensando em como eu podia me desculpar com você e...
- Tudo bem, não precisa. – falou e então pegou a mão do garoto. – Vamos?
A garota sentiu um friozinho de satisfação na barriga quando este lhe deu a mão. Estava feliz por ter passado pela primeira briga do casal e ter conseguido fazer as pazes com ele tão rápido. O casal entrou no salão de mãos dadas fazendo várias cabeças femininas se juntarem para comentar como eles haviam reatado. Os dois sentaram junto a Alicia e Angelina.
- Parabéns, Olívio. – falou Alicia apontando para o distintivo de capitão do time que Olívio tinha pendurado nas vestes.
- Ah, obrigado. – falou Olívio.
- Para que vão ser os testes esse ano? – perguntou Angelina que não parecia mais irritada com Olívio já que também não estava.
- Esse ano precisamos de um artilheiro...
- Ou artilheira. – falou Angelina cortando Olívio
- Ou artilheira. – concordou Olívio. - Batedores e um apanhador.
- Nossa, saiu bastante gente do time do ano passado, não? – comentou enquanto Olívio a servia de cereais.
- Sim, só continuamos no time eu, o Ryan Estiven e a Emilian Stuart. – falou Olívio entregando a tigela cheia de cereais açucarados a . - E os dois vão se formar no fim desse ano, então ano que vem eu vou ter que achar mais dois artilheiros!
- Deve ser cansativo ser capitão do time. – comentou Alicia.
- Nem tanto, Carlinhos fazia isso parecer ser muito fácil. – Olívio falou dando de ombros.
- Isso porque você não o viu no final do ano quando você estava na enfermaria. – falou Angelina. – Ele parecia um pouco louco sem você.
- Bem, espero me dar bem. – comentou Olívio. – Eu realmente quero continuar jogando depois que sair da escola.
- Você vai se dar bem. – garantiu .
A professora McGonagall estava distribuindo os horários e então parou ao lado do casal:
- Olívio, alguns alunos já me procuraram para se inscrever para os testes. – falou a professora. – Me avise quando marcar os testes para que eu reserve a quadra.
- Tudo bem, professora. – respondeu Olívio pegando o horário que a professora estendia para ele. A professora estendeu um horário para também. Angelina comentou:
- Herbologia com a Lufa-Lufa. Vamos?
foi para as estufas acompanhada por Angelina, Alicia e Pâmela. As garotas conversavam animadas sobre as férias. participava da conversa animada falando como havia sido sua viagem à praia com a mãe, estava feliz por ter feito as pazes com o namorado. As garotas pararam ansiosas do lado de fora da estufa, os alunos da Lufa-Lufa já estavam aguardando a professora. Um dos alunos, Cedrico Diggory, olhou para e sorriu para ela cumprimentando-a. A garota sorriu de volta, por que nunca havia reparado que o sorriso do garoto era tão bonito?
- Vamos, vamos, alunos do segundo ano. Temos muito em que trabalhar. – falou a Srta. Sprout abrindo a porta da estufa.
Os alunos entraram conversando. A professora tentava ser vista por cima das cabeças dos alunos que, a cada ano que passava , ficavam maiores do que ela. Ela dava pulinhos e falava por cima da conversa dos alunos:
- FAÇAM DUPLAS, POR FAVOR! – Angelina e Alicia que estavam conversando se juntaram para fazer dupla, Jorge foi fazer dupla com o irmão, Lino fazia dupla com Pâmela. A garota se viu sozinha, até que Cedrico foi a sua direção:
- Posso fazer dupla com você? – perguntou ele com aquele sorriso maravilhoso estampado no rosto. tentou não deixar escapar nenhum risinho bobo que ela sempre dava quando um menino bonito estava por perto.
- Claro, pode sim. – então Cedrico deu um sorriso maior e mais bonito e sentou ao lado de .
Os dois fingiram estar prestando atenção na professora, mas o pensamento de estava voando para a torre de Astronomia onde Olivio tentava ver o futuro em uma bola de cristal. Os pensamentos de Cedrico estavam concentrados na garota que estava ao seu lado e que não estava dando a mínima que o garoto mais bonito do ano estivesse afim dela. A professora ensinava como podar corretamente uma bogônia, um tipo de flor que expelia um pus curativo quando se apertava uma das glândulas laterais.
Cedrico era muito bom em Herbologia e havia estudado bastante durante as férias para saber o que deveriam fazer. Logo, os dois já haviam podado, regado e fertilizado a planta que se remexia feliz no vaso. observou Angelina e Alicia tapando o nariz para colocar o fertilizante de bosta de dragão no vasinho. Angelina olhou para e, cutucando Alicia, as duas olharam para ela como se dissessem: “Sortuda, ficou com o bonitão da sala como dupla.”. fez uma careta para as garotas e começou a rir.
- Qual a piada? – perguntou Cedrico sorrindo olhando Angelina e Alicia se acotovelando e rindo.
- Você não vai querer saber, vai por mim. – falou ajudando Cedrico a limpar as ferramentas que usaram. Cedrico deu uma risada fofa que fez pequenas ruguinhas se formarem em volta do seu olho.
- Você é engraçada, . – falou Cedrico rindo. Os dois voltaram para a bancada em que estavam trabalhando. – Sabe, a gente podia dar uma volta pelo lago no fim de semana. – ele comentou casualmente como se estivesse convidando ela para ajudar a podar as bogônias novamente. Ao ver a cara um pouco assustada que fez, ele acrescentou um pouco incerto: - Eu ouvi que você e o Olívio tinham acabado o namoro ontem.
- Na verdade, nós só brigamos. – falou ela um pouco sem graça. – Mas fizemos as pazes hoje de manhã. Sabe, não queríamos continuar brigados.
- Ah, certo. – Cedrico falou um pouco chateado. – Então, vai ter aula do que depois dessa?
- Defesa Contra as Artes das Trevas. Estou ansiosa para conhecer o novo professor, meio misterioso ele não ter aparecido no jantar, não?
- Será que o professor desse ano também é um ser das trevas?
- Tomara que não.
- É, vai te dar mais trabalho ter que salvar a escola novamente. – Cedrico falou apesar de ter ficado um pouco sem graça. riu:
- É, esse ano eu quero focar minha mente nas minhas notas, nada de salvar a escola para mim este ano.
- Como foi que você descobriu que ela era um ser das trevas?
Então contou ao garoto sua pequena aventura no ano anterior. Contou tudo sobre aramintas, como descobriu que a professora era uma e como conseguiu achá-la no meio da Floresta Proibida (não mencionou o Mapa do Maroto, claro, havia prometido a Fred e Jorge que não falaria a ninguém sobre o assunto). Após alguns minutos o sinal tocou dentro do castelo avisando que a aula havia terminado então a turma da Grifinória subiu para o terceiro andar enquanto a Lufa-Lufa rumava para as masmorras.
CAPÍTULO SEIS – Erasmus Bedlo
Os grifinórios entraram na sala que estava aberta e escolheram seus lugares. , Angelina, Alicia e Pâmela sentaram nas primeiras mesas da sala. Dava quase para cheirar a ansiedade que pairava no ar, os alunos lançavam olhares nervosos uns aos outros. Poucos minutos depois, o professor entrou e foi em direção ao quadro negro muito rápido, os alunos não conseguiram olhar para o professor. A capa azul-marinho do professor farfalhava enquanto ele andava. se esticou em sua cadeira para olhar o rosto do professor e quase caiu da cadeira, ao tentar se recompor, percebeu que não foi a única a fazer isso. Muitos pescoços se esticavam para tentar ver o professor. Então, após escrever o tema da aula no quadro-negro (Trasgos), o professor se virou.
Quase deu para ouvir os queixos femininos caindo. O professor era simplesmente a pessoa mais bonita que vira. Ele não parecia ter saído do colégio há muito tempo, tinha olhos verdes, um nariz bem reto, um sorriso bonito com dentes retos e brilhantes e uma pele bronzeada saudável. Involuntariamente, deu um suspiro quando viu aquele deus grego na sua frente. Mas ela não foi a única, todas as alunas da classe ou davam risinhos bobos, ou suspiravam descaradamente. Ao seu lado, Angelina olhava vidrada para o professor como se não quisesse piscar para não deixar de vê-lo por um segundo sequer. Fred e Jorge lançaram olhares de censura às duas garotas e olharam irritados ao professor como se ele fosse culpado das duas garotas não olharem para eles.
- Bom dia, classe. – falou o professor animadamente. Dava para ver como ele estava animado em dar sua primeira aula do ano. – Vamos começar esse ano com seres das trevas. Sei que alguém aqui dessa sala já teve uma experiência bem forte com seres malignos e provavelmente não quer mais saber do assunto. A senhorita pode se apresentar?
congelou no seu lugar ao ouvir seu nome. Sentiu seu rosto ficar muito vermelho. Ela não conseguia se mover, Angelina segurou o braço de levantando-o no ar já que a garota não conseguia fazer sozinha. O professor sorriu e foi em direção a . Ele segurou a mão da garota e falou:
- Parabéns pela sua coragem, Srta . Nem mesmo eu que já enfrentei lobisomens e vampiros não teria coragem de enfrentar uma araminta. – o professor então se curvou sobre a mão da garota dando-lhe um beijo cortês. O rosto da garota ficou muito quente e ela não teve coragem de olhar para Jorge naquele momento, sabia como deveria estar sua expressão. – Você terá um grande futuro, Srta .
Angelina ao seu lado deu um risinho abafado. sabia como sua cara deveria estar engraçada. Ao seu redor, a garota sentiu olhos que a fuzilavam. O professor andava pela sala falando sobre trasgos. Enquanto ele falava, o giz desenhava no quadro como era um trasgo.
- Existem três tipos de trasgos. – começou o professor. – Trasgo da Floresta, Trasgo dos Rios e Trasgos Montanhês, alguém pode dizer qual desses é o mais perigoso?
A mão de , que há poucos segundos estava paralisada, se ergueu no ar ao ouvir uma pergunta feita por um professor.
- Sim, Srta ? – perguntou o professor sorrindo lindamente.
- O Trasgo Montanhês, ou Trasgo da Montanha. – respondeu que ia descrever o ser mas foi interrompida por Liana que acrescentou:
- O Trasgo Montanhês é cinzento e careca e pode chegar a três metros e pesar uma tonelada. – então lançou a um olhar no estilo “Eu venci!” e continuou: - Apesar do tamanho e da força que têm, os trasgos não são muito inteligentes, podendo aprender até, no máximo, dez palavras.
- Obrigado. – falou o professor animadamente olhando impressionado para Liana. – Obrigado, senhorita... ?
- Beck. Liana Beck. – respondeu Liana dando um sorriso doce ao professor.
- Liana Beck e , vejo que a disputa para a melhor da classe será acirrada. – o professor falou divertido. – Dez pontos para a Grifinória de cada uma. – Então virou para o quadro e continuou: - Voltemos a falar sobre trasgos. O Trasgo dos Rios...
Mas não estava mais prestando atenção. Olhava para Liana que ainda lançava aquele sorriso irritante à garota. e Angelina trocaram olhares significativos e tentaram se concentrar na aula do professor.
CAPITULO SETE – A Seleção Para o Time.
terminava seus deveres de Poções enquanto Angelina e Alicia tentavam copiar alguma coisa de seu dever sobre seus ombros. A garota olhou em volta e viu Olívio que olhava freneticamente o calendário marcando os finais de semana e fazendo cálculos de quantos dias faltavam para a temporada de quadribol. Ela deixou seu dever finalizado de lado e se juntou ao namorado quando este soltou um longo suspiro. Olívio parecia realmente cansado como se não dormisse há dias:
- Andei lendo e relendo Quadribol Através dos Séculos, mas eu ainda sinto que não fui feito para liderar um time. – Olívio falou deitando a cabeça no colo da garota.
- Olívio, você é incrível. Por isso a Srta McGonagall te escolheu para ser o capitão. – falou passando a mão no cabelo do namorado distraidamente.
- Mas e se ela estiver errada? E se Ryan ou Emilian tivessem sido uma escolha melhor? – o garoto empalideceu ao ver Ryan entrando pelo buraco do retrato, provavelmente Olívio estava imaginando Ryan segurando a Taça do Campeonato de Quadribol. Ryan sorria com alguma coisa engraçada que Emilian, que o acompanhava, havia dito. Seus olhos verdes e seu sorriso muito branco, contrastavam perfeitamente com a pele morena. A garota que o acompanhava, Emilian, era uma bonita menina loira. Tinha um rosto bondoso, mas no campo de quadribol se tornava feroz. Os dois cumprimentaram e Olívio ao se dirigirem a um sofá mais adiante.
- Olívio, eu tenho certeza que ela não errou. – falou com a voz energética. – Você é o melhor goleiro que essa escola já viu nos últimos dez anos, eu a ouvi dizendo isso animada ao Bedlo.
- Bedlo? O professor? – Olívio olhou desconfiado. assentiu com a cabeça:
- Vi os dois conversando no meio do corredor enquanto ia à biblioteca hoje.
Funcionou, Olívio parecia mais confiante no dia seguinte quando se dirigiu à Srta McGonagall avisando que havia marcado a seleção para o time para a manhã do próximo sábado.
A semana passou em um piscar de olhos, a única coisa que lembrou a que o tempo estava passando era a quantidade de deveres que os alunos do segundo ano tinham para fazer. O professor que mais passava deveres era o professor Bedlo, mas toda vez que entregava um dever, ele ficava animado e piscava um olho sorrindo. Em uma semana, a garota já era uma das alunas favoritas do professor que sempre falava do futuro brilhante que ela teria.
Sábado chegou trazendo uma umidade anormal sobre Hogwarts. Tão anormal que parecia coisa de Snape, o professor de Poções e que tinha fama de ser envolvido com artes das trevas. Todos sabiam como ele odiava a Grifinória e todos os grifinórios suspeitavam que ele não hesitaria em usar artes das trevas para prejudicar o time da casa. Olívio parecia aborrecido com o tempo, mas tentava acalmá-lo para que não ficasse nervoso demais na hora da seleção.
Praticamente todos os amigos da garota iriam tentar entrar para o time, então a garota sentou na arquibancada vendo Lino, Angelina, Alicia e os gêmeos enfileirados junto a outros grifinórios que esperavam ansiosamente pelo teste. Olívio tentava separar os grupos, estava difícil, até que ele gritou impaciente usando toda a sua autoridade:
- CANDIDATOS A BATEDORES A MINHA DIREITA, ARTILHEIROS A ESQUERDA E APANHADORES A FRENTE.
- Gosto da atitude de liderança do seu namorado. – comentou uma voz as costas de que fez a garota saltar no banco. Era Cedrico que havia ido ver a seleção para o time.
- Ah, pára. – falou enquanto Cedrico sentava ao seu lado.
- Eu estou falando sério, ele é muito bom.
- É, isso é importante pra ele.
Olívio passou voando muito perto dos dois, mandou um beijo para o namorado que sorriu animado. Finalmente Olívio parecia estar se divertindo. O garoto começou selecionando os batedores. Havia um grupo muito bom de batedores, mas Fred e Jorge eram de longe os melhores. Os garotos eram simplesmente geniais. Tinham uma harmonia em campo magnífica. De cara Olívio viu que a dupla era perfeita para o cargo.
Então Olívio começou a selecionar os apanhadores. Apesar de Olívio precisar só de um artilheiro, parecia que metade da Grifinória estava competindo. Para o teste dos artilheiros, Ryan e Emilian começavam com a posse da bola e os artilheiros que estavam sendo testados tinham que tomar a posse da goles e tentar marcar um gol em Olívio. Angelina foi uma das primeiras a ser chamadas e quando entrou em campo, parecia que só existia ela. Ela driblou os dois artilheiros com habilidade e marcou um gol em Olívio que tinha uma expressão no rosto que fazia parecer que o natal havia chegado mais cedo. Alicia também tentou, mas quase derrubou a goles quando Ryan veio ao seu encontro e por isso não conseguiu a vaga, mas Olívio pediu para que ficasse no time reserva.
Quando Olívio começou o teste para apanhador do time, o sol já estava em cima de suas cabeças e a barriga de estava roncando de fome. O grupo de candidatos a apanhadores estava parado a sombra esperando e estavam fora da vista da garota. No meio do grupo estava ela: Liana Beck. A garota contrastava com os outros candidatos por não estar nervosa. Ela fazia parecer que fazer testes assim era algo rotineiro em sua vida.
Olívio achou melhor não soltar o pomo no meio do campo pois eles poderiam se perder com facilidade, então pediu a Fred e Jorge para lançarem com os bastões de batedores algumas pequenas bolinhas laranja. O dever dos candidatos a apanhador era pegar no mínimo cinco de sete em pouco tempo. A única que conseguira tal feito foi Liana, apesar de Fred e Jorge terem dificultado para ela muito mais do que tinham feito para qualquer outro. Em alguns segundos ela já tinha pego seis bolinhas laranja e pousava tranquilamente no chão. Olívio olhou para o time selecionado com um brilho nos olhos.
- Quarta à noite, time. – falou ele enquanto acenava com a varinha recolhendo as bolinhas laranja que estavam espalhadas pelo campo. – É o primeiro treino, então tentem não faltar ou pegar detenção no dia. – ele acrescentou lançando um olhar significativo para Fred e Jorge.
- Ta bom, chefão. – falaram Fred e Jorge dando tapinhas no ombro de Olívio antes de irem se juntar a que corria para abraçar os dois.
- Parabéns, meninos! – falou a garota se jogando nos braços dos amigos. – Vocês foram geniais!
- Obrigado, obrigado, fazemos o possível para agradar os fãs. – falou Jorge soltando beijos para uma platéia imaginária.
Cedrico se juntou para cumprimentar os gêmeos:
- Vocês são incríveis, pena que não são da Lufa-Lufa, pois ia ser ótimo que vocês fossem do time. – ele falou apertando a mão de Fred. – Parabéns, Angelina. Nunca vi alguém driblar jogadores do jeito que você fez. – ele acrescentou quando Angelina se juntou ao grupo. Angelina ficou levemente vermelha e Fred lançou um olhar irritado a Cedrico.
- Brigada, Cedrico. – falou a garota nervosa.
- Vai tentar entrar para o time, Diggory? – perguntou Fred lançando um olhar de censura a Angelina que dava um risinho nervoso a Cedrico.
- Sim, vou tentar para apanhador. – Cedrico falou dando um de seus famosos sorrisos sedutores a .
- Legal. – falou sem ter nada interessante para falar.
- Tenta não derrubar a Liana da vassoura com muita força, ok? – falou Angelina na hora que Liana passava pelo grupo. Liana lançou um olhar irritado à Angelina que devolveu da mesma intensidade.
- Vamos almoçar, ? Estou faminto. – perguntou Olívio passando a mão em volta da cintura da namorada quando se juntou ao grupo.
O grupo partiu para o castelo para o almoço e Cedrico se separou do grupo para ir à mesa da Lufa-Lufa.
- Esse seu amigo, Cedrico. – falou Olívio quando o casal se sentou a mesa da Grifinória para almoçar. – Não gostei dele.
- Por que? – perguntou se servindo de bolo de carne. – O Cedrico é tão legal.
- É, legal até demais. – falou Olívio emburrado.
- Você esta com ciúmes, Olivinho? – perguntou com um sorriso brincalhão no rosto.
- Não. – Olívio parecia realmente irritado enquanto fatiava seu pedaço de carne. – Só acho que ele só anda contigo porque quer saber as táticas da Grifinória.
- Como assim? – perguntou levantando uma sobrancelha.
- Não é obvio? Ele esta te usando porque você é minha namorada e eu sou o capitão do time da Grifinória.
- A gente nem estava conversando sobre você!
- Sabe, , pelo bem do time eu acho melhor você não falar mais com ele.
Aquilo era a ultima gota d’água, como Olívio ousava falar a com quem ela deveria andar? A garota levantou irritada da mesa e falou:
- Sabe, Wood, nem tudo gira em torno de quadribol. Talvez ele goste de mim e talvez eu queira ser amiga dele. E você não vai me falar se eu posso falar com ele ou não.
A garota saiu irritada do Salão Principal sem ligar para os cochichos que a acompanhavam.
CAPÍTULO OITO – Estupefaça.
- Essas garotas deveriam arranjar um namorado para parar de falar do meu relacionamento com o meu. – falou a Angelina quando as duas estavam na biblioteca pegando um livro para fazer um trabalho sobre os botões-de-prata e suas propriedades.
A garota lançou um olhar irritado à um grupo de secundistas da Corvinal que juntaram a cabeça para cochichar assim que a garota passou ao lado da mesa que estavam sentadas. As duas amigas sentaram juntas em uma mesa perto de uma janela. abriu um livro de Herbologia com força, sua irritação era enorme e ela não conseguia se concentrar no trabalho.
- Temos que pesquisar sobre botões-de-prata ou rosas-de-prata? – perguntou Angelina folheando o livro distraída.
- Botões-de-prata.
- Que são usadas para...?
- Fazer chás. – respondeu distraída. Angelina copiou a informação que a amiga tinha dado.
- Só por curiosidade, para que servem os chás feitos com os botões-de-prata?
- Hãm? – perguntou meio que acordando do transe. Angelina a olhava preocupada.
- , você deveria ir ao treino de quadribol essa quarta-feira. - falou Angelina lendo os pensamentos da garota. - E depois do treino você e Wood poderiam conversar sobre vocês dois.
Era fácil falar, mas difícil fazer. Ela não sabia com que cara olhar para Olívio depois da discussão que tiveram. Queria muito voltar a falar com ele. Por que essas brigas estavam acontecendo? Eles formavam um casal tão legal. suspirou cansada:
– Sabe, Angel, eu estou exausta, depois a gente se fala, tudo bem?
recolheu seu material e saiu pensativa da biblioteca. Não conseguia se concentrar em Herbologia se ela e seu namorado haviam brigado por um motivo bobo e ainda não haviam feito as pazes. E como se brigar com o namorado não fizesse querer chorar, os boatos que estavam sendo espalhados eram cada vez mais maldosos. Como o boato que ouviu quando estava usando um banheiro certa vez durante um intervalo. Estava em um boxe quando duas garotas entraram conversando.
- Você soube da ? - perguntou uma das garotas.
- Soube sim, aquela piranha. - falou a segunda garota.
- Como ela pôde trair o Wood?
- Pois é. E como se já não bastasse trair o capitão mais gato que essa escola já teve, ainda é com o bonitinho do ano dela.
- Como uma pessoa pode ser tão baixa? - perguntou a primeira garota pouco antes das duas deixarem o banheiro.
não fez nada, apenas ficou ali ouvindo com os olhos cheios de lagrimas. Quando as garotas pareceram ter saído, correu para o dormitório e se recusou a assistir mais aulas. Como as pessoas podiam ser tão más?
- . - chamou uma voz masculina as costas da garota quando esta subia uma escada que levava a torre da Grifinória.
O coração da garota saltou, talvez fosse Olívio e ele quisesse fazer as pazes com ela. Mas era Cedrico que corria para tentar alcançá-la. parou e esperou o amigo que a alcançou apertando suas costelas como se sentisse uma dor aguda por causa da corrida.
- Queria falar contigo, . - Cedrico falou quando conseguiu respirar normalmente.
- Aconteceu alguma coisa, Cedrico?
- Não, é só que eu soube da sua briga com Olívio.
- Ah. - falou e recomeçou a andar. Cedrico foi atrás dela.
- Fiquei sabendo que foi por minha causa.
- Não, Cê, não foi por sua causa. Foi só uma briga normal de casal, nada demais.
- Vocês já fizeram as pazes?
- Ainda não.
- Então não foi uma briga normal, não é?
Cedrico tinha razão, a garota sabia que ele tinha. Ela só estava se enganou achando que a briga tinha sido por um motivo besta. Não tinha, talvez essa briga fosse definitiva. Os olhos de começaram a arder e ela então começou a chorar. Cedrico abraçou-a e falou:
- Calma, . Vai acabar tudo bem, você vai ver, antes do fim de semana acabar, vocês dois vão fazer as pazes.
- Você acha, Cê? - perguntou enquanto o garoto secava uma lagrima fujona.
- Claro que sim. Vai ficar tudo bem. - então Cedrico deu um beijo na testa da garota. Não um beijo romântico, mas um beijo fraternal, um beijo de amizade. Um beijo de um amigo que quer que a amiga fique feliz.
Mas não foi assim que Olívio, que havia acabado de chegar, interpretou esse beijo. O garoto ficou vermelho de raiva e puxou a varinha apontando-a para Cedrico:
- Tire as mãos da minha namorada!
Cedrico soltou que ainda chorava. Provavelmente Olívio não iria a perdoar por a ver abraçada com Cedrico, pelo menos era isso que seu rosto dizia. Ele respirava profundamente como se quisesse tentar se acalmar mas sem sucesso. Ele praticamente soltava fogo pelos ouvidos de tanta raiva.
- Calma, Olívio. Eu e a estávamos só conversando. - falou Cedrico tentando acalmar Olívio.
- Estupefaça - falou Olívio e Cedrico voou longe.
- O que você fez? - perguntou correndo até onde Cedrico estava jogado no chão. Olívio estava lívido, não parecia acreditar que havia azarado alguém no meio do corredor.
- Tudo bem, ele vai ficar bem.- ele também correu até Cedrico.
- Não ouse. - falou quando ele puxou a varinha novamente.
- Tudo bem, , ele vai ficar bem. - garantiu Olívio, com a voz carregada de sentimentos que não entendia. - Enervate.
Cedrico acordou, embora ainda estivesse um pouco desorientado. se jogou no pescoço do amigo chorando. Ela tinha ficado muito preocupada. Olívio suspirou e falou:
- É melhor ele ir à enfermaria. - e foi embora.
- Espera, Olívio! - falou correndo até o namorado e dando-lhe um beijo na bochecha. - Obrigada por ter reanimado ele. Mesmo que tenha sido você que tenha o estuporado.
Olívio deu um risinho triste e foi em direção a Torre da Grifinória. ficou parada observando o namorado virar o corredor. Sentia falta de não brigar com ele, sentia falta do seu sorriso. Queria fazer as pazes com ele logo.
CAPÍTULO NOVE - O aluno novo.
- Srta. , parabéns pelo ótimo trabalho. - falou Bedlo entregando o pergaminho de sobre seres marinhos. - Provavelmente você não tem problemas com seres das trevas, você vai ter um futuro brilhante, Srta .
apenas sorriu. Ela ruborizou nas primeiras vezes que o Bedlo havia falado isso para ela, mas agora, ele falava isso com mais freqüência que “bom dia”. Angelina revirou os olhos e riu da cara da amiga. Ela achava muito divertido o professor elogiando o tempo todo. As duas esperaram o professor se afastar para conversarem:
- Quando é o treino de quadribol? - perguntou mantendo a voz baixa.
- Amanhã a noite. - falou Angelina no mesmo tom de voz. - Acho que você realmente deveria ir.
- Não acha que ele vai querer que eu fique de fora?
- Você esta louca? Ele é apaixonado por você.
- Você acha?
- Claro que sim, .
As duas foram interrompidas pelo professor que começou a dar a aula sobre Diabretes da Cornualha. não prestou atenção no que o professor falava, nem ao menos quando ele fez uma pergunta para a turma e só Liana respondeu. A garota só acordou do seu devaneio quando o toque para terminar as aulas tocou. Quando ia saindo da sala, o professor a chamou:
- Srta , pode vir aqui, por favor? - olhou nervosa para Angelina. Será que ela estava encrencada porque não tinha prestado atenção na aula? Um aluno que não sabia quem era estava junto ao professor. O garoto era alto, tinha a pele muito branca e um cabelo preto contrastando. Quando parou ao lado do garoto, este sorriu para ela que sentiu um arrepio estranho lhe percorrer a espinha. Não era o mesmo tipo de arrepio que ela tinha com a Srta Frost no ano anterior, era como se colocassem algo gelado em suas costas.
- Srta , quero te pedir um favor. - o professor começou. - O aluno Sean McDermott, acabou de ser transferido dos Estados Unidos e tem muita dificuldade em Defesa Contra as Artes das Trevas. E como você é a melhor aluna do ano, eu pensei que você poderia ajudá-lo nessa matéria.
- Ah. - respirou aliviada. - Claro, na verdade, eu adoraria.
- Olá, , prazer. - cumprimentou Sean apertando a mão da garota.
- Prazer, Sean, seja bem vindo ao Reino Unido.
- Bem, você esta dispensada, Srta . - falou o professor. - Deve estar atrasada para a próxima aula, quer que eu te acompanhe?
- Talvez seja bom, tenho aula de Poções agora. - falou que ficou nervosa quando se lembrou em como o professor Snape era rigoroso em relação a horários.
O professor Snape não estava em sua sala, mas havia deixado uma lista de deveres bem espinhosa para os alunos fazerem em sua ausência. Os alunos deveriam preparar uma das poções que estavam listas no quadro negro. sentou entre Angelina e Jorge na bancada e tirou seu material da mochila. Aos cochichos, contou sobre o novo aluno:
- Quem será esse novo aluno? - perguntou Jorge.
- Não interessa, o Bedlo escolheu para ensinar o aluno novo, não a Liana perfeita. - Angelina falou alto para que Liana, que estava dividindo a bancada com Jeremias pudesse ouvir. Mas a garota não estava ouvindo, estava muito concentrada fazendo sua poção e ruborizou quando Jeremias esbarrou em sua mão quando se inclinou para pegar as escamas de lagarto ressecadas que acabaram caindo espalhadas sobre a mesa fazendo Angelina dar uma gargalhada alta.
- Mas não tenho certeza se eu quero fazer isso. - falou quando tirou os olhos de Liana que agora tentava limpar a bancada com a ajuda de Jeremias.
- Por que? - perguntou Angelina parando de rir de Liana.
- Não sei, só não confio nele. - falou enquanto cortava algumas raízes de margaridas muito gordas. - Ele me dá uma sensação ruim.
Angelina olhou para ela preocupada, mas já não prestava atenção na amiga, nem ao menos em Jorge que espremia uma vagem roxa para espremer um suco laranja viscoso. O pensamento da garota estava em Sean e seus olhos sinistramente profundos. Aqueles olhos que pareciam ler a mente da garota, mas de um modo perturbador. Aqueles olhos que pareciam desejá-la, aqueles olhos famintos. Só de pensar em Sean, um arrepio percorreu a sua espinha. Havia algo de estranho no garoto e iria descobrir seu segredo.
CAPÍTULO DEZ - O acidente no campo de quadribol.
A terça passou se arrastando, nunca as aulas de Transfiguração e Feitiços pareceram tão longas. A Srta McGonagall chamou a atenção de mais de uma vez durante a aula. Já estavam a cinco minutos de tocar o sinal e o rato de não parecia nada com uma escova de cabelos. Ao lado de , a escova de Angelina corria pela mesa. O sinal tocou e os alunos colocaram suas escovas na caixa que Pamela passava pela classe.
- Srta . - chamou a Srta McGonagall enquanto apagava pelo quarto. - Fique na classe, por favor, quero falar com a senhorita.
Angelina e Jorge olharam para com os olhos arregalados como se perguntassem o que havia feito de errado. balançou os ombros, não fazia a mínima idéia do que a professora queria falar com ela. Os dois saíram da classe e e a professora ficaram sozinhas. A professora Minerva foi até a garota e sentou a sua frente:
- Srta , quero conversar com a senhorita. - a professora deu uma pausa como que para falar algo, como esta não falou nada, a professora continuou deixando seu lado serio de lado. - A senhorita anda muito distraída ultimamente.
não olhou para a professora diretamente. Se sentia mal pela professora. Gostava muito dela, principalmente por causa do ano passado, e gostava muito da aula dela. A garota olhava para seus pés.
- Soube da sua briga com o Wood. - A professora falou a olhando de um jeito nem um pouco severo. - Mas eu quero que você saiba, que ele anda distraído nas aulas da mesma forma que a senhorita anda.
arregalou os olhos olhando para a professora, seu coração parecia dar pulinhos de felicidade misturados com pulinhos de angústia.
- Acho que você deveria falar com ele, . - a professora falou amigavelmente. Se há coisas que devem ser resolvidas, resolva antes do anoitecer, é o que eu sempre digo.
resolveu seguir o conselho de Angelina e ir ao treino de quadribol. Quando quarta-feira à noite chegou, acompanhou Angelina e Alicia para o campo. O céu estava limpo e de um azul marinho muito forte. Estava bonito como no dia em que e Olívio deram seu primeiro beijo. O estômago de se virou, por que estava tão nervosa? Era só Olívio, eles namoraram quase um ano inteiro antes da briga que tiveram! A garota sentou na arquibancada enquanto Angelina e Alicia começavam o vôo de aquecimento. Sean surgiu do nada ao lado da garota:
- Olá, Srta . - cumprimentou o garoto.
- Oi, Sean, pode me chamar de . - falou quando a garoto sentou ao seu lado.
- Tudo bem, . - ele falou, olhava fixamente para os jogadores acima. Um arrepio frio percorreu a espinha da garota. Ela não sabia o porquê, mas sempre ficava mal perto dele.
- Em que casa você ficou, Sean?
- Fiquei na Sonserina.
- Conhece o Jeremias?
- Springle?
- Sim.
- Conheço sim, ele é da minha turma.
- Ah, é. - falou já que isso era alguma coisa que ela deveria saber. - Gosto bastante dele.
- Ele me falou o que aconteceu entre vocês no ano passado.
- Contou?
- Sim, você foi muito corajosa, .
rolou os olhos, agora Sean estava parecendo com o Bedlo e Deus sabe como isso já estava irritando .
- Acho que nada passou de pura sorte. - falou balançando os ombros.
- Não acho, está nos seus genes, , seu pai era brilhante.
- Como você sabe disso? - perguntou assustada.
- Bem, digamos que seu pai foi um grande amigo de alguém da minha família. - falou Sean misterioso. o encarou com os olhos arregalados, ele desviou seu olhar, continuou a observar o treino.
Foi em um segundo que tudo aconteceu, Olívio estava um segundo montado na vassoura defendendo um gol de Emilian, no outro estava pendurado em uma vassoura desgovernada. correu para o campo. No campo, a movimentação era grande, Fred e Jorge voaram na direção a Olívio tentando segura-lo, mas a vassoura corria dos dois cada vez que chegavam perto do garoto. Angelina voou para dentro do castelo para procurar a ajuda de algum professor. Quando chegou perto, lançou o primeiro feitiço que se lembrou:
- Finite Incantatem - gritou a garota que ficou horrorizada vendo a vassoura do namorado explodir em pequenos pedaços e caindo rapidamente de encontro para o chão. Alicia e Emilian gritavam. A garota pensava rápido mas não se lembrava de nenhum feitiço para ajudar o namorado.
- Aresto Momentum - falou uma voz feminina levemente distante. A Srta McGonagall corria de encontro aos garotos.
Quando Olívio pousou, desmaiado, no chão do campo de quadribol, correu ao seu encontro com lagrimas nos olhos e com as pernas bambas. Nunca imaginou que ia ficar com tanto medo de perder o garoto.
- Ele está bem, Srta . - garantiu a professora Minerva. - Pode ficar tranqüila, vamos levá-lo a enfermaria, sim?
A Srta McGonagall fez Olívio flutuar ao lado das duas enquanto escoltava para a enfermaria. A professora insistira que a garota devia ir tanto para a enfermaria quanto Olívio para tomar um tônico para os nervos. Mas uma das coisas com que deixava mais nervosa era se Olívio ia a perdoar por ter explodido sua vassoura em mil pedaços.
CAPÍTULO ONZE - Voltando para o Natal.
A garota esperou ao lado de Olívio pacientemente esperando que ele acordasse. Quando ele acordou, a primeira coisa que viu foi o rosto choroso de . A garota se debruçou sobre o garoto enchendo-lhe o rosto de beijos. Ele parecia atordoado, os dois ainda não haviam feito as pazes, mas isso não importava agora, estava tudo bem.
não quis deixar o garoto em nenhum momento. Só saiu do seu lado quando Madame Pomfrey veio lhe enxotar. A Srta McGonagall trouxe a vassoura de Olívio quando não estava mais. Ela trouxe todos os pedaços que conseguiu encontrar. No dia seguinte, quando voltou à enfermaria, ele estava observando a vassoura com um ar desolado. A garota sentou ao seu lado enquanto o observava juntar carinhosamente os pedaços sobreviventes de sua vassoura.
- Olívio, desculpa. - a garota tentou falar.
- Não tem problema, , eu sei que o que você queria era me salvar, eu não te culpo. - ele falou sorrindo bondosamente para a garota.
Mas não adiantava ele falar que ela não era culpada. se sentia muito culpada pelo que havia acontecido. A garota queria que ele brigasse com ela, ela merecia. Havia feito a vassoura dele em mil pedaços e alguns ainda deveriam estar no campo de quadribol. Mas Olívio não brigou com ela, nem ao menos comentou nada sobre comprar uma vassoura nova, sabia como a garota se sentia culpada. Ele prezava muito mais estar com a garota do que ter uma vassoura. Ele sabia o que era mais importante.
O inverno cobriu o pátio do castelo fazendo o lado congelar e o pátio ficar coberto de neve. Estava frio demais lá fora, o que implicava em nada de aulas de Herbologia. Agora, Cedrico e só se encontravam no corredor ou na biblioteca quando se reuniam para estudar. Olívio havia tomado coragem e ido pedir desculpa por ter o azarado no meio do corredor.
Cedrico apenas riu e falou que faria o mesmo pela garota que amava fazendo Olívio e ficarem violentamente vermelhos.
Durante uma segunda feira particularmente fria, durante o café da manhã, Marion, a coruja de , pousou à sua frente trazendo uma carta. a pegou e reconheceu a letra de sua avó. Marion agitou as azas derrubando uma jarra de suco de abóbora na tigela de cereais de Lino.
- Ai, droga. - gemeu Lino.
- Desculpa, Lino. - falou dando sua torrada a Marion que pegou-a agradecida e voou para o corujal.
A carta dizia:
“Minha pequena ,
Sei que provavelmente pretende passar o natal na escola com seu namorado e seus amigos, mas peço que venha passar o natal em casa. É de grande importância que você venha, tenho algo importante para lhe dar, algo que eu não posso mandar por uma coruja. Sei que você irá compreender e tomará o Expresso de Hogwarts para voltar no natal. Estamos com saudades.
Com amor,
Amélia .”
não sabia o que aquilo significava, mas devia ser importante, pois sua avó não mandaria essa carta se não fosse de extrema urgência. Quando o Expresso de Hogwarts embarcou de volta para Londres, foi uma das primeiras a embarcar. Fred e Jorge voltaram com ela, mas Angelina ficou, pois seus pais viajariam para a Grécia e Olívio ficou no castelo para estudar táticas de quadribol. Aquilo deixou com o coração apertado, pois o garoto não estava mais treinando voando por não ter uma vassoura adequada para isso. Quando a garota passou pelo corredor para ir ao banheiro, pôde ver Liana e Jeremias conversando em uma das cabines. Eles estavam rodeados por um grupo de secundistas da Sonserina que riam de alguma piada que Jeremias parecia estar contando. Todos riam, menos Sean que estava em um canto, olhando fixamente para Jeremias. Por um momento, Jeremias pareceu confuso e ficou com o olhar levemente vago, mas se recuperou e logo já estava retomando a piada. Sean percebeu que observava o grupo, encarou-a como sempre fazia. A garota ficou arrepiada e correu para o banheiro. Ela não sabia explicar, mas tinha alguma coisa com Sean que ela não entendia. Alguma coisa sinistra em sua aura, ela não sabia explicar. Como já esperava, sua avó a aguardava na estação. Ela parecia muito feliz em ver que estava bem, abraçou a garota muito forte quando esta chegou na estação:
- Minha pequena , como eu senti a sua falta. - falou a Sra. enquanto parava de abraçar para lhe dar uma boa olhada. - Como você cresceu, querida. Esta cada dia mais linda e parecida com seu pai. A professora Minerva também disse que você herdou os talentos dele, bem como eu esperava.
As duas atravessaram para a estação King’s Cross de braços dados. lhe fez um pequeno resumo do que tinha acontecido no ano. A Sra. ficou muito preocupada com o que acontecera com Olívio no treino:
- Entendo que você tenha ficado muito chateada com o que aconteceu com a vassoura dele, mas, , a culpa não foi sua. - falou a Sra. afagando as costas da neta, mas isso não ajudou muito, ainda se sentia chateada. - Vamos fazer assim: quando formos fazer suas compras de natal, compramos uma vassoura nova para ele, sim?
- Tem certeza, vó, vassouras não são muito caras? - perguntou incerta.
- Tudo bem, dinheiro não é problema para nossa família, minha pequena . - falou a Sra. rindo.
ficou muito feliz em voltar para a casa de sua mãe, tinha passado tanto tempo na casa de sua avó durante o verão que sentia uma saudade enorme da mãe. A Sra. a esperava fazendo o almoço, preparara o almoço que mais gostava: frango assado, purê de cenoura e molho com ervilhas. se jogou nos braços da mãe que lhe abraçou com força e lagrimas nos olhos. As duas sentiam muita falta uma da outra. Após o almoço, e sua mãe ficaram assistindo a um talk-show que as duas gostavam muito enquanto recebia cafunés de sua mãe.
No dia seguinte, foi com a sua avó comprar os presentes para os seus amigos. As duas compraram uma Comet 209 para Olívio, a camiseta oficial do time Pudlemore United para Angelina e o livro 20 Maneiras Seguras para Enfeitiçar Bruxas para Fred e Jorge. riu imaginando a cara dos amigos quando abrissem o pacote e vissem um livro. Mas ela sabia que aquele livro ajudaria muito os garotos que não tinham muito senso em como lidar com garotas.
A Sra. e chegaram para o jantar maravilhoso que a mãe de havia preparado. Um maravilhoso peru de natal as esperava acompanhado por rabanada, arroz com passas e cenoura e uma maravilhosa salada de palmito. Para a sobremesa, a Sra. fez uma maravilhosa torta de banana quente acompanhada por sorvete de creme. comeu como se não comesse à dias pois estava morrendo de saudade do gosto que a comida da sua mãe tinha. Após a ceia, a mãe de a acompanhou até a cama onde ainda deu à uma xícara de chocolate quente com pedacinhos de marshmallow e biscoitinhos.
- Tenha bons sonhos, pequena . - falou a mãe de dando um beijo na testa da garota e apagando a luz.
Quando a garota acordou, o pé da sua cama estava repleto de presentes. Sua mãe havia lhe dado uma nova mochila para a escola, Jorge havia lhe mandado uma tiara dourada pois sabia que a amiga sempre chamuscava o cabelo nas aulas de Poções, Angelina havia lhe dado um livro chamado Como Fazer Ele Ser Para Sempre Seu - Um Guia para Bruxas com Namorados Disputados. riu com o nome do livro, com certeza Angelina estava pensando em Liana quando lhe deu o presente. Olívio lhe deu uma pulseira de prata com um pingente de coração, atrás tinha escrito “Serei Sempre Seu”. A avó de não havia lhe dado presente e tinha achado isso estranho até descer para tomar café e ver sua avó com um embrulho nas mãos.
- Achei melhor te entregar pessoalmente. - falou a Sra. entregando uma caixa preta de veludo para a garota.
abriu a caixa cuidadosamente, ali havia o colar mais incrível que a garota já havia visto. Era de ouro e pequenos rubis incrustados. Dava para ver o cuidado que o artesão teve para fazer o colar ficar tão magnificamente perfeito. Os olhos de brilhavam admirando o colar.
- É o colar mais lindo que eu já vi! - falou abobada.
- Foi um trabalho de duendes, sabe. - falou a Sra. . - Está na família há muitas gerações, e foi do seu pai no tempo em que ele estudava em Hogwarts. Então achei que seria apropriado passá-lo para você, .
- Obrigada, vovó, é a coisa mais linda que alguém me deu. - falou se jogando nos braços da vó e a abraçando.
Quando foi dormir, a garota aproveitou para colocar o colar pela primeira vez. Ele ficava lindo nela, parecia que os rubis brilhavam de um jeito diferente a iluminando. Subitamente a garota se sentiu mais poderosa, como se pudesse conquistar o mundo se quisesse. A sensação de poder nunca lhe pareceu tão boa.
CAPÍTULO DOZE - Aula de Poções.
voltou para Hogwarts depois das férias com numa sensação de controle muito forte. Ela se sentia muito poderosa, como se nada pudesse pará-la. A primeira semana de aulas começou e teve que voltar ao ritmo de aula.
- Bela tiara. - falou Angelina apontando para a tiara dourada que estava usando.
- Brigada, foi o Jorge que me deu. - respondeu . As duas garotas desciam apressadamente as escadas que levavam às masmorras.
- Combina com seu colar novo. - comentou Angelina empurrando as portas das masmorras.
- As duas estão atrasadas. - falou Snape secamente.
- Apenas um minuto, professor. - começou .
- Mas atraso é atraso. - falou Snape. - Talvez se as duas se sentarem separadas, se lembrem de chegar na hora.
Angelina e trocaram olhares rápidos.
- Srta , ao lado do Sr McDermott e Srta Johnson, ao lado da Srta Beck.
Angelina bufou alto e sentou ao lado de Liana que já estava organizando seu material. sentou ao lado de Sean que a cumprimentou quando esta sentou ao seu lado.
- Olá, , como foi o feriado de natal? - perguntou Sean começando a cortar suas raízes de margaridas.
- Bom. - comentou dando de ombros. - E o seu? Foi visitar sua família?
- Eu não tenho mais nenhum familiar vivo. - falou Sean baixando levemente a voz. - Todos os meus parentes morreram há um tempo.
- Oh, sinto muito. - falou sentindo que seu rosto deveria estar vermelho, não quis ser indelicada com o colega. Mas Sean apenas balançou os ombros e comentou casualmente:
- Tudo bem, já estou acostumado, foi há muito tempo.
Mas esse comentário não pode evitar com que ficasse violentamente vermelha e fixar os olhos nas instruções do preparo das poções que estava no quadro.
Poção Redutora:
- Raízes de margarida
- Lagarta
- Baço de rato
- Sumo de sanguessuga
- Bonito colar, . - falou Sean olhando fixamente para o colar de . As mãos de se mexeram de forma incontrolável sobre o balcão, ela estava cortando raízes de margarina com uma habilidade que nunca julgou ter.
- Eer, obrigada, Sean. - sorriu para o colega. Um frio atravessou a espinha da garota, mas percebeu que era devido ao fato de uma das suas sanguessugas ainda estar viva.
Pouco tempo depois, já havia terminado sua poção e seu material já estava quase todo arrumado. Olhou em volta, seus colegas ainda trabalhavam.
- Acho que vou ter que pedir sua ajuda em Poções também. - comentou Sean rindo.
- Não perca seu tempo, Sr McDermott, a Srta tem tanta habilidade em Poções quanto eu tenho dançando balé. - falou o prof. Snape maldosamente. - É curioso seu sucesso em uma poção com esse nível.
- Eu gostaria de tentar ver Snape de tutu dançando balé. - falou Jorge alto o suficiente para todos na sala ouvirem.
A sala rompeu em risadas, os alunos da Sonserina olhavam incrédulos de Snape para Jorge sem saber se deveriam rir ou não. Os alunos da Grifinória riam abertamente, Lino ria tanto que quase chorava. Snape não parecia ter achado graça alguma, fuzilava Jorge com o olhar como se ele fosse o culpado pela fome mundial.
- Detenção, Sr. Weasley. - falou o professor irritado.
- Tudo o que eu queria, - comentou Jorge quando o grupo saia das masmorras. - Passar algumas horas extras com nosso querido professor morcego.
- Toma cuidado com o pescoço, maninho. - falou Fred passando o braço em volta do ombro do irmão.
CAPÍTULO TREZE - O Machucado de Jorge
- E aí, cara, como foi a detenção com o Snape? - perguntou Fred em tom de gozação quando Jorge atravessou o buraco do retrato da Mulher Gorda.
- Sabe como é, cara, nenhuma detenção consegue ser divertida se eu não estou com meu querido irmão. - falou Jorge quando se jogou em uma poltrona ao lado de .
Fred deu uma pequena risada e voltou ao seu dever de Transfiguração. Jorge massageava a mão direita com a mão esquerda. A mão esquerda de Jorge parecia levemente avermelhada.
- O que aconteceu com a sua mão? - perguntou apontando para a mão do garoto.
Jorge escondeu a mão atrás de si, mas a garota se inclinou sobre o braço da poltrona para puxar a mão do garoto para si. A mão dele estava toda cortada e tinha alguns pontos em que estava sangrando. Mas os cortes não pareciam ter sido feitos durante a detenção, Snape havia interrompido a aula de Feitiços para avisar, na frente de todos, que Jorge iria limpar os potes de lesmas que havia em seu deposito. E pelo que sabia lesmas não mordiam nem arranhavam.
- Não foi nada, . - falou Jorge vendo que a garota não desistiria tão fácil.
- Jorge, se você não me falar o que aconteceu, vou ficar no seu pé até descobrir. - falou sacando a varinha e curando alguns pontos da mão do garoto.
- Mas eu não sei o que aconteceu, . - falou Jorge quando a amiga tinha terminado de curar boa parte de seus machucados. - Acredite em mim, eu mentiria para você?
riu e soltou a mão do amigo que começou a contrair os dedos como se visse se estava tudo funcionando normalmente.
- Talvez, se fosse para eu calar a boca. - falou a garota de brincadeira.
- É, provavelmente. - falou Jorge sorrindo.
CAPÍTULO CATORZE - O Morcego das Masmorras.
- Srta , pode por favor nos mostrar o que eu acabei de explicar? - perguntou a prof. McGonagall acordando de um de seus devaneios. A garota limpou a garganta e falou:
- Veraverto. - então o rato branco que estava em sua mesa se transformou em uma linda taça de prata.
- Obrigada, Srta . - falou a professora orgulhosa.
Tendo a professora se virado para a turma e começado a explicar sobre como a taça de estava lisa e sem uma cauda, a garota se encostou na cadeira e voltou seus pensamentos para Jorge. O garoto não estava mais machucado, o feitiço de havia ajudado bastante, mas ele não fazia a mínima idéia de como estava machucado.
O que deixou mais curiosa foi o que aconteceu nas masmorras durante a aula de Poções. Snape estava passando pelos alunos verificando se estavam todos fazendo certo e parando apenas para soltar algum comentário maldoso a algum grifinório. Enquanto andava pela sala, Snape parou ao lado de Jorge e falou baixo para que só ele ouvisse, mas pôde ouvir porque estava sentada ao lado do garoto:
- Da próxima vez que ficar de detenção e aproveitar para roubar algum ingrediente para suas “diversões noturnas”, um mês de detenção vai parecer um paraíso para você. - então o professor se afastou dos garotos andando ao pela sala como um morcego novamente.
- O que ele quis dizer com isso? - perguntou quando o professor já tinha se afastado o suficiente para não ouvir a garota.
- Não faço a mínima idéia, . - falou Jorge olhando para as costas de Snape que havia se abaixado para cheirar a poção de Sean do outro lado da sala. Sean percebeu que a garota olhava em sua direção e lhe deu um pequeno aceno, Snape reparou no gesto do garoto e, depois de seguir o olhar do aluno, deu-lhe um tapa na cabeça.
- Talvez tenha a ver com o machucado. - falou a garota voltando a olhar para o amigo.
- , por favor, esquece isso, nem eu sei o que aconteceu e você com certeza não vai descobrir. - falou Jorge jogando sua raiz de papoula picada no caldeirão. - Esquece, , por mim?
A garota riu da cara que o garoto fez, um tipo de cara de menina inocente misturada com menina safada. ajudou o amigo a deixar sua poção perfeita já que Snape parecia realmente irritado com o garoto. Isso ajudou a garota a esquecer um pouco o machucado.
CAPÍTULO QUINZE - Defesa Contra Artes das Trevas.
A pena de corria pelo papel, ao seu lado Angelina suspirava por Erasmus. Toda vez que Angelina suspirava, parava de anotar e olhava incrédula para a amiga. Mesmo tendo passado um certo tempo que eram alunas de Erasmus, nenhuma garota da sala havia se acostumado com a beleza dele. Não todas as garotas, já havia, ela agora era indiferente à sua beleza, mas não à sua simpatia.
- Praticaremos agora alguns feitiços de proteção. - falou o professor Bedlo após explicar a teoria. - ?
- Sim, querido professor? - perguntou fingindo uma doce irritação.
- Poderia vir aqui a frente da sala e me ajudar? - o professor perguntou usando o mesmo tom fingido dela.
- Claro, claro, sei como você precisa de mim, Erasmus. - ela falou se levantando.
- Ainda bem que sabe. - falou o professor rindo. - Agora, varinha em posição. Eu quero que você me lance um feitiço, o que você quiser, e eu vou tentar me proteger, ok?
concordou com a cabeça, levantou a varinha em punho.
- Quando eu disser, ok?
balançou a cabeça afirmativamente novamente e torceu o nariz em concentração.
- Agora. - o professor falou.
- Alarte Ascendare. - falou .
- Protego. - falou o professor na mesma hora.
Então o feitiço de voltou para ela que foi jogada para cima. Ela só não bateu no teto porque o professor diminuiu sua velocidade no ar. Enquanto descia, morria de rir:
- Isso foi demais. - ela exclamou quando foi colocada no chão.
- Façam duplas e treinem entre vocês. - o professor falou para a turma afastando as mesas com um aceno de varinha. - Parabéns, senhorita .
- Obrigada, senhor Bedlo. - falou rindo, os dois nunca se chamavam pelo sobrenome, apenas de brincadeira.
- Como vai a sua vida de mentora? - perguntou o professor olhando Sean do outro lado da sala.
- Normal, como toda a vida de mentora. - falou sem saber direito como isso seria. Mas fez o professor rir.
- Eu recebi uma proposta de trabalho. - Erasmus falou enquanto observava a sala. - Senhor Weasley, o movimento esta errado, é assim. - e repediu o movimento para Fred ver.
- Para trabalhar aonde? - perguntou .
- Estudando aramaintas pelo Ministério da Magia.
- Aramaintas? - riu, o professor sabia da sua pequena aventura no primeiro ano em Hogwarts.
- Sabia que você ia entender. - o professor falou sorrindo para ela. - Sou fascinado por esses seres em especial.
- Eles não são tão fascinantes quando você os vê de perto. - falou que lembrava como Jorge ainda defendia a professora mesmo sabendo que esta era um ser das trevas.
- É, eu tenho que admitir que nesse caso você sabe mais do que eu. - falou Erasmus voltando sua atenção para a sala. - Já pensou em ser professora de Defesa Contra as Artes das Trevas?
- Na verdade nunca pensei em ser professora. - falou pensativa.
- Finite Incantatem. - falaram os dois ao mesmo tempo ajudando Angelina que estava com a azaração das pernas bambas que Alicia havia lançado nela.
- Pois eu acho que você deveria pensar nisso. - falou o professor sorrindo para a garota.
CAPÍTULO DEZESSEIS - A Intrusa da Noite
Mesmo tendo passado quase uma semana, o machucado no braço de Jorge ainda a perturbava. O garoto andava sorrindo e brincando pelos corredores, mas o mistério do machucado de Jorge Weasley ainda perturbava a garota. Na aula de Poções ele não quis falar sobre isso, na aula de Herbologia também não, nem ao menos no final do treino de quadribol o garoto quis falar sobre o assunto. Na verdade, estava sendo tão insistente com toda aquela historia que Jorge já estava começando a evitá-la.
- Não sei por que ele não quer falar comigo. - falou irritada cortando seu frango com os dentes. Nunca fazia isso porque sempre ficava com frango preso no dente e Olívio estava ao seu lado conversando com Lino sobre quadribol.
- Deve ser porque você está enchendo o saco dele há um tempão. - falou Angelina sem se importar se magoava ou não , a sinceridade deveria ser seu nome do meio. - Afinal, qual o motivo da sua insistência com o Jorge, hein?
- Eu só quero que ele me fale uma coisa. - falou cutucando seu dente com o garfo para tirar o frango preso.
- Falar o que com quem? - perguntou Olívio se intrometendo na conversa.
- Nada. - rosnou que estava mal humorada por causa de Jorge.
- O Jorge não está falando com a . - falou Angelina.
- Vou dormir. - falou se levantando mal humorada.
- Um gnomo de jardim mordeu ela? - perguntou Olívio.
- Não, só o velho companheiro dela, o mal humor. - falou Angelina rolando os olhos.
marchou irritada para o dormitório, não sabia o porquê de sua irritação, só sabia que odiava quando seus amigos guardavam segredos. Chegando à frente da Mulher Gorda, percebeu Alicia parada discutindo com o retrato:
- Você sabe que eu sou daqui! - insistiu a garota. - Por que não me deixa entrar logo?
- Qual a senha? - perguntou a Mulher Gorda como se tivesse repetido isso várias vezes.
- Barba de Merlin. - falou que estava chegando.
- Obrigada, , a Mulher Gorda não estava querendo me deixar passar. - falou Alicia.
- Isso porque você tem que dar a senha para ela abrir a porta. - falou . - O que aconteceu, Alicia, você não é de esquecer a senha.
- Não sei, . - falou Alicia subindo as escadas para o dormitório. - Não conseguia me lembrar de jeito nenhum.
As duas entraram no dormitório, ainda não tinha ninguém. começou a trocar de roupa, a garota a observava trocar as vestes por pijamas.
- Bonito colar. - comentou Alicia casualmente apontando para o delicado colar de rubi que usava.
- Obrigada, é presente da minha avó. - falou .
- Então era da sua avó? - Alicia perguntou.
- Não, era do meu pai e antes tinha sido do meu avô. - falou se deitando na cama. - Está na família a gerações. Alicia, o que você tem?
- Nada. - falou Alicia sentando em uma cama.
- Então por que você está sentando na cama da Pamela?
- Não, não. - falou Alicia se levantando abruptamente. - Ela falou que eu podia pegar uma coisa aqui, mas depois eu pego.
- Bom, boa noite. - falou virando para o lado.
adormeceu e sonhou que estava correndo por um corredor escuro. Corria, corria e corria fugindo de alguma coisa que ela não tinha certeza do que era. Apenas sabia que tinha que correr.
- Me dê o colar. - falou uma voz rouca masculina às suas costas.
- Nunca. - gritou em resposta com lagrimas nos olhos, com medo da realidade do sonho. Então ela acordou do sonho gritando: - Não toque no meu colar.
demorou alguns segundos para entender que de fato tinha alguém tocando em seu colar. Alicia estava debruçada por cima dela tentando abrir o pequeno fecho do colar. Então gritou e empurrou Alicia que caiu na cama de Angelina. Nesse momento, Angelina e Pamela entraram no quarto.
- O que aconteceu, ? - perguntou Angelina acendendo a luz com um aceno de varinha.
- A Alicia tentou tirar meu colar de mim. - tremia enquanto apontava para Alicia.
- Eu só achei que você devia estar se sentindo sufocada com o colar. - Alicia falou fazendo uma voz doce. - Não acredito que você achou que eu ia querer roubar.
- É, , até parece que a Alicia ia querer o teu colar. - falou Pamela ficando do lado de Alicia.
- Não parecia que você só queria me ajudar. - falou com irritação aparente na voz.
Por que todas estavam contra ela? Até Angelina que era sua melhor amiga estava a encarando com uma cara não muito simpática. Ela parecia cansada, como se o comportamento de a estivesse deixando exausta.
- , você conhece a Alicia, sabe como ela é, sabe que ela não te roubaria nada. - Angelina falou após um suspiro cansado.
- Ela andou esquisita a noite inteira. - falou . - Nem ao menos se lembrava da senha para entrar nos dormitórios.
- Eu passei a noite estudando na biblioteca, estava cansada e me confundi. - Alicia agora parecia realmente chateada.
- Então vamos todas dormir? - perguntou Angelina começando a trocar de roupa.
- Eu não vou. - falou Alicia. - Não agora, vou dar uma volta para pensar um pouco.
Angelina lançou um olhar severo para enquanto Alicia atravessava o portal para o dormitório do segundo ano e saía da sala. deixou a raiva da injustiça do que acabara de acontecer tomar conta de si. Ela mordeu as bochechas por dentro com toda a força tentando extravasar a sua raiva. Não funcionou, ela então fitou o teto pensativa até o sol raiar. Perdera o sono. Alicia não apareceu mais aquela noite.
CAPÍTULO DEZESSETE - Na estufa.
- Na verdade, a culpa não é minha se ela me pegou de surpresa. - sussurrava para Cedrico de trás de um pé de agrimônia.
- Eu sei, mas acho que você meio que acusou ela. - ele sussurrou em resposta. - Talvez ela tenha ficado sentida.
- Eu sei que eu fui grossa, mas por favor! - o sussurro de ficava cada vez mais audível aos demais da estufa. - Aquela desculpa dela...
- Desculpa? - perguntou Cedrico olhando para os lados para ver se alguém estava prestando atenção. - Você acha que ela é culpada?
- Não sei, Cê. - ela falou parando de podar a planta e o olhando séria. - Ela estava muito estranha ontem à noite.
- Talvez você deva falar com ela. - Cedrico falou olhando para Alicia que parecia cansada e desorientada. - Ela não parece muito bem hoje.
Os dois ignoraram a planta que se contorcia ao lado deles e ficaram observando Alicia. Ela tinha olheiras roxas profundas. Estava pálida, como se estivesse doente, e parecia realmente fraca. Será que a pequena discussão que elas tiveram na noite anterior havia a deixado daquele jeito? mordeu o lábio inferior se sentindo culpada, não gostava de ver a amiga daquele jeito.
- Será que é culpa minha? - falou em voz alta os pensamentos que a atormentavam.
- Você só vai saber se for lá falar com ela. - Cedrico falou antes de voltar sua atenção para a agrimônia.
- Talvez você tenha razão. - falou olhando distraída para Alicia.
- Você tem alguma coisa na cabeça. - Cedrico falou rindo.
- O que? - perguntou agitando o cabelo começando a ficar desesperada.
- Eu tiro. - falou Cedrico rindo da cara de desespero que fazia.
- Tira logo, Cê! - guinchou.
- Era só uma folhinha, sua boba. - Cedrico falou rindo.
- E você me deixou desesperada daquele jeito.
- Seu cabelo é macio, tem cheiro de lichia. Eu gosto de lichia. - Cedrico falou casualmente mas segundos depois se arrependeu de ter falado pois os dois ficaram com o rosto de um tom de rosa vivo.
Do outro lado da estufa, Jorge fuzilou Cedrico com todo o seu ódio. Distraído, Jorge cortou um grande pedaço da planta que reclamou com um chiado agudo chamando a atenção de . A garota sorriu para o amigo e levantou uma mão para cumprimentá-lo, mas o garoto virou o rosto irritado e tentou acalmar a planta conversando com ela gentilmente. Quando o sinal tocou lá fora, os alunos marcharam para dentro do castelo. alcançou Alicia que estava adiante:
- Alicia! - chamou a garota fazendo a amiga se virar.
- Ah, oi, . - falou Alicia simpática como sempre. - Como vão as coisas?
- Bem. - falou confusa. - Olha, me desculpa por ontem, ok? Eu fiquei irritada e eu não tenho dormido direito, tenho tido pesadelos, então ando meio mal humorada mesmo.
- Ontem? - perguntou Alicia fazendo uma careta de confusão engraçada.
- É, discutimos ontem a noite, lembra?
- Na verdade eu não lembro de nada de ontem. - Alicia fez uma cara como quem se esforça pra lembrar de algo. - Só lembro de estar na biblioteca e depois eu não lembro de mais nada.
- Estudou muito? - perguntou andando ao lado de Alicia.
- Na verdade não fui para lá estudar, fui para lá entregar um livro e já ia voltar para o salão comunal quando minha mente apagou e quando eu voltei, eu estava dentro de um armário de vassouras do segundo andar. - Alicia falou pensativa parando na frente da porta da safa de Transfiguração.
- Entendo. - então entrou na sala, mas não sem antes perguntar: - Você lembra a senha da sala comunal?
- Claro. - falou Alicia rindo. - Barba de Merlin, mas por que você me perguntou isso?
- Por nada não. - falou e entrou na sala.
CAPÍTULO DEZOITO - A mensagem no travesseiro
A primavera veio com todo o seu perfume e encanto nos jardins de Hogwarts. Enquanto isso, dentro do castelo, os alunos se desesperavam com os exames finais. aumentou sua carga diária de estudo e fez pequenos horários para Angelina e Jorge que estudavam com a garota todos os dias. Faltando apenas uma semana para a semana de provas, Jorge estava esgotado e ficava resmungando o tempo todo que o obrigava a fazer os seus deveres.
- Por que você não termina a redação para o Snape e eu a corrijo e acrescento algumas coisinhas? - sugeriu tentando melhorar o humor do amigo. Deu certo.
- Você faria isso? - perguntou o garoto maravilhado.
- Claro. - falou rindo.
Jorge entregou seu dever para e a ficou observando, concentrada, riscar alguns pontos com a pena e acrescentar algumas coisas ao rodapé do trabalho.
- Você é a amiga mais linda e genial que eu tenho. - falou Jorge sorrindo para com os olhos brilhando.
- Claro, claro. - falou rindo.
- , . - falou Pamela que vinha descendo as escadas do dormitório correndo. - Eu não sei o que aconteceu, te juro, quando eu cheguei já estava daquele jeito!
- O que aconteceu com o que? - perguntou assustada.
- Sua cama! - falou Pamela puxando pelo braço para que as duas subissem juntas ao dormitório.
Pamela conduziu e Angelina para o dormitório do segundo ano. A cama de estava toda rasgada. Os lençóis e o travesseiro da garota estavam estraçalhados.
- Quem pode ter feito isso? - perguntou Angelina horrorizada.
- Talvez quem se fingiu de Alicia da ultima vez. - falou Liana que acabara de entrar no quarto.
- Você acredita na teoria da ? - perguntou Angelina cruzando os braços.
- Claro, faz todo o sentido. - falou Liana chegando mais perto para observar a cama. - A Alicia não sabe o que aconteceu com ela naquele dia e aquela Alicia que estava aqui naquele dia não estava agindo normalmente, nem para a Alicia.
- Hey. - falou Alicia do outro lado do quarto.
- Desculpa. - pediu Liana fazendo careta.
- Mas quem será que fez isso? - perguntou pensativa.
- Eu acho que temos que avisar a professora McGonagall. - falou Alicia.
- Eu vou com você. - falou Pamela.
Alicia e Pamela saíram do dormitório correndo. Liana estava debruçada sobre a cama de concentrada:
- O que é isso? - perguntou a garota colocando a mão por baixo do travesseiro de .
De lá ela tirou um pequeno pedaço de pergaminho do meio das fronhas. Liana entregou o pequeno papel à . Era um bilhete apressado com uma letra que não reconhecia:
“Estou com seus amigos Sean e Jeremias na sua casa. Sua mãe também é minha refém. Não conte a ninguém sobre isso, apenas venha resgatá-los.”
sentou sem falas na cama e passou o bilhete para Angelina que leu em silêncio.
- O que diz? - perguntou Liana perdendo a paciência.
Angelina olhou para como que pedindo permissão. balançou a cabeça afirmativamente e Angelina passou o bilhete para Liana. A garota leu e depois sentou sem atônita ao lado de . Depois de alguns segundos, falou:
- O que você vai fazer, ?
- Como assim, a vai falar tudo para a professora McGonagall quando chegar. Não vai, ? - perguntou Angelina, mas não respondeu a amiga.
- Por Merlin, o que foi isso? - perguntou a professora quando chegou ao quarto. - Senhorita , quem fez isso?
- Deve ter sido apenas uma brincadeira de mal gosto. - falou escondendo o bilhete da vista da professora.
- Mas quem faria isso? - perguntou a professora Minerva. - Só poderia ter entrado no quarto algum grifinório, e nenhum grifinório faria algo do gênero.
balançou os ombros fingindo não saber de nada. A professora crispou o lábio e pediu para :
- Posso ver o seu colar, senhorita ?
- Claro, professora. - falou tirando a pequena corrente de seu pescoço.
A professora olhou para a pequena corrente por alguns instantes:
- O que vamos fazer em relação à cama da professora? - perguntou Alicia.
- Venham comigo pegar um colchão novo para a Srta . - falou a professora para Alicia e Pamela.
A professora saiu com Pamela e Alicia. Angelina virou para com as mãos na cintura.
- Por que você não falou para a professora o que aconteceu?
- Porque ninguém pode saber o que aconteceu. - falou olhando para os pés. - Não quero causar mal para minha mãe ou para o Sean e o Jeremias.
se levantou e começou a separar sua capa de viagem e sua varinha. Colocou um sapato mais fechado e marchou para fora do dormitório:
- Você vai para lá? - perguntou Liana se pondo de pé.
- Vou, tenho que resgatar meus amigos e minha mãe.
- Eu vou com você. - falou Liana pegando sua capa de viagem e pondo por cima dos ombros.
- Não, não sei quem eu vou ter que enfrentar e não quero que você seja machucada. - falou como que pondo um ponto final na questão.
- Eu vou sim. - falou Liana sacando a varinha e apontando para .
- Por que é que você quer tanto ir? - perguntou cruzando os braços e levantando a sobrancelha.
- Porque eu amo o Jeremias. - falou Liana um pouco sem graça mas sem abaixar a varinha.
- Você não ama o Olívio? - perguntou Angelina.
- Amo. - falou Liana agora abaixando a varinha. - Mas como meu parente. Você não achou que eu amasse ele desse jeito, não é?
- Não ama? - perguntou Angelina espantada.
- Não, eca, ele é meu primo. - falou Liana rindo. - E ele namora a , eu respeito isso.
- Respeita? - perguntou Angelina como se duvidasse.
- Respeito. Eu até acho que formam um casal legal.
- Gente. - começou . - Minha mãe e os meninos... Tenho que ir.
- Eu vou junto. - falou Liana.
- Se ela vai, eu vou também. - falou Angelina também pegando sua capa de viagem.
- Vocês tem certeza? - perguntou .
As duas consentiram, então elas se prepararam para sair quando Alicia e Pamela apareceram no corredor carregando um colchão flutuando à frente. Alicia parou e entregou o colar para .
- A Srta McGonagall mandou te entregar. - falou colocando o colar na mão da amiga. - E falou para não andarem pelo corredor do terceiro andar fazendo muito barulho porque o Filch esta rondando por lá.
- Vamos. - chamou suas amigas que desceram a escada e saíram para os corredores do castelo escuro.
CAPÍTULO DEZENOVE - A fuga à noite.
Como Alicia havia falado, Filch estava vigiando o corredor do terceiro andar. As garotas andaram na ponta do pé tomando o maior cuidado para não fazer barulho. Chegando no pátio, três vassouras da escola estavam enfileiradas no gramado. suspeitou que a Srta. McGonagall tivesse algo a ver com isso. O céu estava levemente nublado. Nublado o suficiente para saírem escondidas, mas não o suficiente para atrapalhar a viagem. Carregando as vassouras apoiadas no ombro, as garotas correram apressadas para o portão da escola, silenciadas pelo medo que crescia e as engolfava como a escuridão da noite.
- Como abriremos o portão? - perguntou Angelina. - os portões de Hogwarts devem ter algum tipo de proteção super poderosa.
- Alohomora - tentou Liana mas nada aconteceu.
- Você não achava que apenas isso serviria para abrir os portões de Hogwarts, não é? - perguntou Angelina com sarcasmo.
- A fala no plano não é culpa minha. - respondeu Liana irritada.
ignorou a discussão das amigas e analisou o portão. Ele era alto o suficiente para que as garotas não pudessem pular. Era preso por uma corrente grossa de ferro escuro que brilhava com a luz fantasmagórica da lua que aparecia através das nuvens. então puxou as grossas correntes que se desprenderam e caíram no chão fazendo barulho.
- Essa é toda a proteção que Hogwarts oferece? - perguntou Angelina.
Mas quando olhou para o castelo, ela teve certeza de que viu a ponta do chapéu pontudo da Srta McGonagall desaparecer na janela.
- Antes de irmos - começou - Vocês tem que saber que talvez não voltemos.
- Eu estou disposta a me arriscar. - falou Liana corajosa. - E estou disposta a duelar contigo se quiser me impedir.
- , você sabe que eu vou estar contigo até em perigo mortal, não é mesmo? - falou Angelina pegando a mão da garota.
- Eu sei. - falou sorrindo. - Vamos.
Então as garotas montaram nas vassouras e com um impulso forte entraram na escuridão da noite.
CAPÍTULO VINTE - No fim do corredor
A viagem demorou mais do que esperava. A lua subia a cada hora que passava. O ar frio fazia o rosto de ficar dormente e ela já não sentia seus dedos da mão direito. Mas quando as luzes de sua cidade começaram a aparecer no horizonte, a angustia de foi diminuindo. Logo ela resgataria seus amigos e ficaria tudo bem. virou para trás para olhar para suas amigas que pareciam estar congelando com o frio londrino.
Alguns minutos após entrarem na cidade, começou a diminuir a altura e, pouco tempo depois, pousou a vassoura em um bairro que continha pequenas casas. A rua estava deserta e quase que completamente escura, a não ser por uma luz fraca em um poste da esquina. Angelina e Liana pousaram ao seu lado. A duas ruas, um carro soou o alarme assustando as garotas. olhou para a casa, não parecia nem um pouco com a casa que ela costumava morar, estava escura e sombria.
pousou a vassoura na cerca da casa sendo seguida por Angelina e Liana até o interior desta. Dentro da casa, a escuridão parecia ser tão densa que quase lhe perfurava os olhos. Apenas uma luz no final do corredor indicava que havia alguém em casa.
- Mãe? - chamou sentindo sua voz tremer de medo.
- Chegue mais perto, . - falou uma voz fria que ela reconhecia vagamente.
A garota fez um sinal com a cabeça para as amigas que entenderam o sinal e prosseguiram com as varinhas em posição.
- Vocês não, meninas, apenas a . - falou a voz. - Petrificus Totalus.
Angelina e Liana caíram duras ao lado de que soltou uma exclamação de sussurro. A garota se abaixou para ajudá-las a sair do feitiço.
- Não perca meu tempo ajudando suas amigas, . Venha até mim. - falou novamente a voz. - Imperio!
Contra a sua vontade, o corpo de começou a se mover em direção ao ultimo cômodo no final do corredor onde a luz estava acesa. Entrou no cômodo tentando lutar com aquela força que a obrigava a andar, mas era tudo em vão. O cômodo estava claro por causa da lareira acesa. O fogo estalava e fazia formas fantasmagóricas na parede. Junto à porta, Jeremias estava adormecido e amordaçado jogado descuidadamente no chão. A garota sentiu que recuperava o poder sobre seu corpo. Correu até o colega:
- Jeremias, tudo bem? - perguntou a garota sacudindo o garoto mas sem obter resposta alguma.
- Desista, , ele só vai acordar quando eu mandar. - falou a voz fria. A garota sentiu que a voz vinha de trás das suas costas e se virou para olhar.
Um homem desconhecido estava andando em frente à lareira. Ele andava de um lado para o outro e seu rosto estava escondido por uma cicatriz. Pela primeira vez, percebeu que sua mãe estava na sala também. Ela estava no canto da sala com as mãos e os pés amarrados.
- Mãe! - gritou a garota correndo em direção à mãe.
- Everte Statum! - o homem desconhecido jogou o feitiço em que deu uma pirueta no ar antes de cair longe.
- Quem é você? - perguntou a garota quando conseguiu se recuperar da queda. - O que você quer comigo?
- Você não me reconhece? - perguntou o homem andando um pouco mais em direção a luz e pôde ver o rosto dele. Ele era muito branco, seu cabelo bagunçado era cor de palha e ele tinha uma cicatriz que tomava quase todo seu rosto. O homem percebeu que a garota olhava para sua cicatriz e apontou para ela: - Lembrancinha da ultima vez que encontrei seu pai. Bem, vamos dizer que o que aconteceu com ele é algo bem pior do que uma simples cicatriz.
- V-Você matou meu pai? - perguntou sem conseguir manter a voz firme.
- Matei, . Mas não ache que eu sou mal. - falou ele dando um sorriso. - Na verdade, eu estava apenas pegando o que era meu. - Ele andou até a mãe de , segurou o rosto dela entre os dedos indicador e polegar. - Você sabe do que eu estou falando, não sabe?
- Ela não sabe de nada! Nem ao menos conheceu o pai. - falou a mãe de com uma fina lagrima escorrendo pelo olho. - Mas talvez tivesse conhecido se você não o tivesse matado, Sean!
- Sean? - perguntou sem entender. - Sean McDermott?
- Sim, , minha pequena mentora. - falou o homem sorrindo. - Devo dizer que foi adorável como você me ajudou a entender o assunto tão difícil de Defesa Contra as Artes das Trevas. Foi realmente impressionante. Seria mais impressionante se eu e seu pai não tivéssemos nos unidos para escrever grande parte dos livros da matéria.
- Se você e o meu pai eram tão amigos, por que você o matou? - perguntou a garota entre lagrimas.
- Porque ele roubou alguma coisa que era meu! - o bruxo praticamente cuspiu as palavras - Mentira! - falou a mãe de . - Ele só estava protegendo o mundo de você! Se você tomasse posse daquilo, o mundo viraria um caos.
- Cale-se! - ordenou Sean para a mãe da garota apontando-lhe a varinha. A mulher se encolheu gemendo de medo. - Aquilo era tão meu quanto era dele. Eu tinha todo o direito de possuí-lo quando ele tinha.
- Do que vocês estão falando? - perguntou sem entender.
- O colar, garota estúpida. - falou o homem. - O colar que sua avó lhe deu de natal e que você usou tão deliberadamente durante o ano escolar. Usando aquilo por ai como se fosse apenas uma bijuteria barata enquanto eu tentava recuperá-lo a todo custo. Sim, , fui eu que tentei roubar o colar no meio da noite no formato da sua amiguinha estúpida, Alicia.
- Mas como você se passou por um aluno durante todo esse tempo? - perguntou a garota.
- Poção Polissuco. - falou ele sorrindo e mostrando uma pequena garrafa que tirava de dentro das vestes. - E quando meu estoque de ingredientes estava acabando, fiz seu amigo Jorge roubar alguns ingredientes da sala do Snape. Mas é claro que o estúpido do Jeremias descobriu que eu estava fazendo uma poção ilegal no banheiro do dormitório e ameaçou me delatar, então tive que trazê-lo hoje. Mas não se preocupe, nada de mal vai acontecer nem a você, nem aos seus amigos, nem à sua mãe se você me der o colar agora.
- NÃO! - gritou a mãe de . - , seu pai morreu tentando afastar o colar deste homem, não entregue para ele.
- Quantas vezes eu vou ter que te mandar calar a boca? - perguntou Sean dando um tapa no rosto da mãe de que chorou apesar de seu rosto não deixar o ar de desprezo. Sean colocou a varinha no pescoço da mulher. - Então, , qual a sua escolha?
- Me desculpa, mãe, mas eu não posso arriscar te perder. - falou a garota retirando o colar e entregando na mão do bruxo.
- Finalmente, depois de tantos anos. - falou ele segurando o colar diante dos seus olhos. Analisou-o e depois o jogou no fogo. - Quem você quer enganar com isso?
Sean andou pesadamente na direção da garota que recuou.
- Do que você esta falando? - perguntou .
- Esse não é o colar verdadeiro. - falou ele apontando a varinha para a garota. - Vamos, onde está? Accio Colar, Accio Colar.
- Eu não sei do que você está falando, eu já disse! - choramingou a garota.
- Ora, sua pirralha impertinente, como ousa tentar me enganar? - perguntou Sean segurando pelo colarinho das vestes. - Avada Ke...
- NÃO! - gritou a mãe da garota tentando pular para defender o corpo da garota, mas sem sucesso. Por estar com as pernas atadas, acabou caindo com o rosto no chão.
- Deixe de ser estúpida. - falou Sean olhando para a mãe de como se ela fosse um verme ou algo pior.
- Não vou deixar você encostar na minha filha! - falou a mãe da garota tentando se arrastar até os pés do bruxo.
- Desista, você não tem chances. - falou o bruxo dando uma risada maléfica.
- Nunca, eu amo minha filha e não vou deixar que você a machuque. - falou ela chegando aos pés do bruxo. Quando chegou perto o suficiente, mordeu os pés deste que soltou e gemeu de dor.
- Como ousa? - resmungou Sean irritado segurando a mãe de pelo colarinho. - Você vai aprender, , que ninguém tenta fazer Sean McDermott de bobo.
- NÃO! - gritou a garota.
A mãe da garota olhou para esta com lagrimas dos olhos e moveu a boca como se tentasse falar: “Eu te amo”.
- Avada Kedrava!
Uma luz verde muito forte tomou conta do aposento. A mãe da garota relaxou o corpo, seus olhos calorosos que se despediam da filha ficaram sem vida. O bruxo jogou a mãe da garota no chão. Um grito alto ecoou pela casa mas só muito tempo depois percebeu que aquele som agudo vinha de sua própria garganta. Todo corpo da garota tremia tentando chegar até sua mãe mas sem forças para prosseguir.
Alguém explodiu a porta da frente da casa e reconheceu as vozes que vinham do hall de entrada como sendo da professora McGonagall e no professor Bedlo. Sean correu para uma saída lateral. A garota recuperou as forças tirando essa energia se um lugar que ela não poderia dizer de onde seria. Lagrimas corriam seu rosto enquanto ela jogava feitiços que saíam de sua varinha sem ela pensar direito neles. Perseguiu Sean até o quintal onde este montou em uma vassoura e se virou para ela:
- Ainda não é o momento para nos enfrentarmos.
A garota continuou jogando feitiços quando ele tomou impulso na vassoura e até mesmo quando ele desapareceu na escuridão da noite. A garota jogou feitiços para o céu até cair de joelhos sem forças para continuar em pé. Então, quando Bedlo tomou-a no colo e tentou tirá-la dali, a garota adormeceu entre um soluço de choro e outro. A garota adormeceu desejando que nada daquilo passasse de apenas um sonho.
Fim
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