- , eu não consigo mais aguentar! É sempre a mesma história, sempre a mesma conversa! Eu… Não consigo. – disse eu, soluçando cada vez mais à medida que as palavras me saíam.
- , me tenta compreender! Eu não posso fazer nada, ok? Esse é o meu trabalho! Essa é a minha banda! Esse é o meu futuro! Isso é o que está em jogo, percebes?
- E você não consegue perceber que por uma vez eu queria que você me pusesse em primeiro lugar? Você me deixa sempre para trás! Eu estou farta de tentar compreender, farta! Tenta te meter no meu lugar.
Me deixei cair em cima do sofá, completamente exausta. Comecei sentindo as lágrimas escorregarem e nem me senti capaz de as controlar. Já tínhamos tido aquela discussão milhões de vezes, e acabava sempre da mesma maneira. Sempre com me a pedindo desculpas e eu cedendo. Mas daquela vez não podia ser, eu não aguentava mais. Estava oficialmente farta. Por muito que eu o amasse, não conseguia mais.
- Eu me esforço, ok?
- É sério? Ninguém diria! Porque a e o estão numa boa! Eles se entendem na perfeição! O está sempre com ela, sempre se esforçando… Eu sinto que você não faz o mesmo! Há sempre algo mais importante!
- Então é isso? Tudo inveja da e do ?
- Não! Vê se você percebe que não!
- Ninguém diria! Eu já te disse que eu te amo, e que me esforço, muito mesmo. Eu tento estar presente na sua vida, nas coisas importantes para você… Mas às vezes não dá!
- Você me ama? Essa é muito boa!
- Você está a duvidando do que eu sinto? – perguntou , incrédulo.
- , eu já o fiz há muito tempo. Parece que nem todas as "" conseguem ter sorte com os McFLY. Se calhar só há mesmo espaço para uma, que é com o .
- Claro, o é o Mr. Perfeito, não é? – perguntou , visivelmente magoado. – Então porque é que você não ficou com ele?
Senti a raiva que aquelas palavras passavam e senti o meu mundo desabar. Nem estava acreditando no que ouvia. pegou nas suas chaves que estavam em cima da mesa e saiu pela porta, a fechando com força. Senti uma enorme vontade de me levantar e ir atrás dele. Com aquelas palavras eu tinha magoado o homem que eu amava, eu sa. Mais do que ele me magoava a mim com a ausência dele. Com a falta de entusiasmo para algumas coisas, devido ao cansaço que o atingia. Eu o tinha atingido no ponto fraco dele: o facto de o ser um melhor namorado. E aquilo o magoava, mas era a natureza dele. E eu lhe devia ter falado isso. Mas fui demasiado cobarde. Me Levantei do sofá, de rastos, mas consciente de que ele precisava de pensar. Fui para o meu quarto, o nosso quarto, me atirando para cima da cama, e me deparei com uma foto que tinha na mesa-de-cabeceira. Eu, a , o , o e o . Uma foto tirada pelo , enquanto contava uma piada qualquer, ridícula. No dia em que eu os conhecera. No dia que foi o verdadeiro começo da minha vida.
#Flashback#
- Ai , eu nem estou acreditando! – Gritei, entusiasmada.
- É realmente emocionante, não é? – Concordou , enquanto entrava dentro do bar me puxando. – Tipo, você está a dois passos de conhecer o seu amor!
- Calada! Não diga isso assim! Agora que o vou conhecer é meio esquisito, não é?
A riu-se. Eu e ela somos as duas super fãs da super banda McFLY. E claro, é importante referir o facto de que a veio estudar para Londres e, quando o fez, conheceu o (que, só por acaso, é o McGuy preferido dela). Não o desiludiu, blá blá blá, e os dois se apaixonaram perdidamente. Escusado será dizer que ela agora é muito amiga deles todos. Sortuda! Enfim… Ela me convidou (e ao resto da nossa McFamily) para virmos a Londres a visitar e assim conhecendo os meninos. E óbvio que eu aceitei! E a , a e a também. E chegámos hoje. Mas as outras estavam mesmo muito cansadas, pelo que assim que chegaram e se viram num lugar em que pudessem dormir adormeceram. Mas a não estava nem aí para ficar em casa, até porque tinha combinado com o e o . E eu, quando soube, perdi o cansaço todo. E pronto, aqui estamos nós.
- Só espero que não fique ressentida com isto…
- É, esperemos que não. – concordou ela, rindo. Eu sei que ela gosta da mas, apesar de tudo, somos . Por isso… Acho que se percebe. – Olha, estão ali!
Auaticamente senti o meu coração palpitar. Avistei o Mr. e ri, verdadeiramente entusiasmada. Ele se aproximou de nós e abraçou a , lhe beijando a testa.
- Oi pequena.
- Eu te dou o pequena… , esta é a Jo… quer dizer, a .
Corei ao perceber que ela ia dizer "a ". Ufa, calou-se a tempo. No entanto, corei ainda mais quando o , um dos MEUS ÍDOLOS, sorriu para mim e se inclinou para me dar dois beijos.
- É um prazer finalmente te conhecer. fala muito de você.
- Bem, eu espero.
- Óbvio. – disse , revirando os olhos, o que me fez rir.
- É um enorme prazer te conhecer . Você nem imagina. – Confessei, me sentindo estranhamente à vontade com ele.
- Acho que imagino. Sem ser convencido, é claro. – Disse uma voz muito conhecida minha. Gelei. Impressionante como aquela voz era linda.
- , o mesmo idiota de sempre… - disse o e riu.
- Até parece, . Então , apresentas-me a tua amiga? – Pediu , com um sorriso caloroso. No entanto, me parecia meio… nervoso? Achei aquilo estranho.
- , esta é a .
- Hum, finalmente! Ela fala muito de ti… - disse , me piscando o olho. Senti-me incapaz de respirar. Ele avançou e me beijou a bochecha suavemente. Senti uma corrente eléctrica percorrendo o meu corpo.
- Bem… ah, eu e o vamos dançar. a conta dela Dan! – Ordenou (sim, ordenou!) a . Ri-me, me sentindo mais à vontade.
O e a desapareceram, apenas ficando eu e o (e muito mais gente, mas ok).
- Então… És ? – perguntou ele, me fazendo corar. - Não é preciso corares. Sabes, eu também sou .
Ele piscou-me o olho e auaticamente me sentindo familiarizada. A conversa fluiu naturalmente e, passado uma hora, eu e ele falávamos como duas pessoas que já se conheciam há muito tempo. O e o chegaram entretanto, e conhecê-los já me pareceu mais natural. Continuei a falar com , até que ele me convidou para dançar. Aceitei timidamente, e os dois fomos para a pista de dança.
- Sabe uma coisa? Gostei mesmo muito de conhecer você.
E foi ali, ao ouvir aquilo, que eu ei consciência de que era altura de aceitar a oferta dos meus pais. Naquele momento, ao ouvir aquelas palavras, eu decidi: eu ia estudar para Londres.
#End of Flashback#
Aquelas memórias me atingiram em cheio, me dando vontade de chorar ainda mais. Ali, a olhar para aquela foto, eu só me lembrava do que tinha acontecido. Eu tinha ido morar com a , tinha saído umas vezes com o e, dois meses depois, começamos namorando. Tinha ficado super amiga de todos os McFLY e agora, 3 anos depois, vivia com aquele que eu nunca sonhei que seria o homem da minha vida, que há apenas 3 anos era só o meu ídolo. Mas agora era muito mais. E eu precisava que ele soubesse disso. Eu tinha de lhe pedir desculpa e dizer que, mais do que tudo no mundo, eu o amava. Que o queria a ele, por mais s que existissem. Porque sim, o podia ser o ideal de namorado perfeito. Mas o era O homem perfeito… Para mim.
Assim, me levantei da cama e limpei as lágrimas com a palma da mão. Fui até à sala, preparada para pegar nas minhas chaves e ir atrás de , quando ouvi a porta a abrir. Me virei e o vi ali, à minha frente. Porque ele me amava, e eu sa. Porque ele ia voltar, independentemente do que acontecesse. Porque nós éramos um só.
- , eu…
- Não, me deixa falar. – Pedi e assim ele acedeu. – Desculpa . Eu fui horrível com você, e sei que te fiz sofrer. Mas eu não senti nada daquilo. Eu agora me sinto capaz de suportar tudo. Porque eu não te quero perder. Porque você é o meu homem perfeito, e eu não quero que fuja de mim. Nunca.
As lágrimas voltaram a escorrer pelos meus olhos, e vi que também ele chorava. Ele se aproximou me abraçando com força, com amor e paixão. Inclinou-se e me beijou apaixonadamente, como antes nunca tinha feito. Parecia que falava comigo através daquele beijo apaixonado. E eu correspondi da mesma forma. Quando os nossos lábios se separaram, ele limpou as minhas lágrimas e sorriu.
- Eu amo você meu amor.
- Eu também te amo.
E assim eu soube que agora tudo seria mais fácil. Que, a partir dali, o futuro apenas ia fluir. E que nós íamos estar juntos para sempre.
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