- Ande, null. Senão, a gente vai acabar de montar essa árvore de natal só amanhã. Aí JÁ VAI SER NATAL! - gritei a última frase para ver se aquela mula que chamo de namorado andava logo.
- Eita, null. Relaxe... A gente se esqueceu de comprar as coisas para montar, mas nós estamos chegando já - ele pôs a mão na minha perna e sorriu.
- Ok, ok - aumentei o volume do rádio quando começou a tocar uma música do McFly.
Logo que a música acabou, chegamos a casa. É, ele é só meu namorado, mas moramos juntos fez um ano ontem.
- Pronto, amor. Chegamos. Precisa de ajuda pra descarregar as coisas? - ele me olhou e percebeu a minha cara de tédio. - Ok, ok. Entendi.
Ele pegou a árvore e eu, as três caixas de enfeites. Só que vi a nossa árvore ir para no chão assim que o null pôs os pés para dentro de casa e o null colocou as patas nele, pulando.
- Você não sabe nem controlar um filhote de labrador. Fale sério, null! - eu disse, rindo e pulando por cima dele.
- Nem para me ajudar? Que amor você! - ele riu e se levantou. Juntou a árvore e fechou a porta. Coloquei as caixas no sofá e me sentei no chão para brincar com null.
- Onde a ponho, amor?
- Ali, olhe - apontei para o canto da parede de vidro. Sim, a nossa casa tinha uma.
Ele a colocou lá e se virou para mim.
- Vou tomar banho. Você arruma sozinha?
- null... Onde está o seu espírito de natal? Posso saber? A gente é a família aqui e você vai me ajudar, querendo ou não.
- Dê-me um beijo e eu ajudo - levantei-me e fui até ele.
- Promete?
- Aham - ele juntou os nossos lábios e sei que por ele a gente não pararia por ali. Logo cortei o beijo, peguei uma caixa do sofá e dei a ele.
- Chata - null parecia uma criança mimada.
- Você me ama. Agora vamos começar - peguei uma caixa para mim e abri. Eram bolas azuis, laços prateados, bolinhas que pareciam globos de discotecas e tinham alguns enfeites que ele quis comprar: alguns bichinhos com gorrinhos de Papai Noel, enfeites que era notas musicas e muitas estrelinhas. As luzes e a estrela principal do todo também.
Muitas risadas, beijos, carinhos, latidos do null e umas duas horas depois estávamos deitados no tapete, observando o nosso trabalho.
- null, o que você acha de...? - minha fala foi interrompida pelo celular dele que começou a tocar.
- Diga, Fletch - e eu só observava os traços perfeitos do rosto dele. - Como assim? Amanhã não. É Natal! Fale sério! ‘Ta. Tudo bem... Até amanhã.
O rosto de null começou a ficar sério e triste.
- O que houve, amor? - fico preocupada muito rápido.
- Você jura que não vai me matar?
- Jamais farei isso. Agora fale! - impaciência? É um dom para mim.
- Amanhã de noite... O Fletch marcou um show para nós numa empresa super rica e que vai pagar um cachê altíssimo.
- O QUÊ? - é, eu gritei.
- Amor, por favor... Desculpe-me. Eu não queria isso, mas é a banda.
- Tudo bem, null. Tudo bem - uma lágrima caiu. COMO ASSIM EU IA PASSAR O NATAL SEM O MEU NAMORADO?! FLETCH, VOCÊ NÃO TEM FAMÍLIA?!
- null, não chore. É só o natal... - SÓ O NATAL?! , EU CAPO VOCÊ!
- Só o Natal? É isso que você vai dizer? – encarei-o séria.
- ‘Ta. Não é só o natal... Mas o que vou fazer? Todos os meninos aceitaram. Não tem como eu escapar - a null deve estar tão puta quanto eu.
- Tudo bem, null. Chamo a null, que deve estar tão puta quando eu agora, e a gente fica aqui em casa. O null nos faz companhia - virei a cara para ele e abracei o meu filhote lindo.
- Não fique assim, amor, por favor... - ele me abraçou, encostando o queixo ao meu ombro. - Eu a amo. Vou fazer o show pensando só em você.
- Acho bom – empurrei-o para trás e prendi as mãos dele em cima da cabeça. Ri. Sim, também mudo de humor rapidamente. - Agora você vai me obedecer, null.
- Eu já a obedeço sem... - é, eu não o deixei terminar a frase e o beijei. Tinha que aproveitar agora porque amanhã, provavelmente, eu não o veria o dia todo.
O nosso beijo digamos que nunca foi calmo, mas agora estava acelerado. Eu sentia a minha respiração falhando. Sem separar a minha boca da dele, ele inverteu as nossas posições e tomou conta da situação até... Que o null começou a latir, chorar e fazer todo o escândalo que tem direito, acabando com o clima. null se levantou de cima de mim e se jogou no tapete, com os olhos fechados. Tenho certeza de que se ele visse o meu filhote agora, ia esganar o pobrezinho.
- Bom, agora que essa coisinha nanica aí... - ele apontou para o null no meu colo. - Estragou a minha felicidade - ele apontou para as pernas e ri. - Vou subir, tomar banho e arrumar a "mala". Aí desço e a gente vê um filme. Pode ser?
- Aham – null se levantou, deu-me um selinho, um tapinha na cabeça do null e subiu.
Assim que ouvi a porta do banheiro fechar, peguei o telefone para ligar para null. Eu precisava desabafar com alguém. Só que ela foi mais rápida. Constatei isso ao atender ao telefone.
- EU VOU MATAR, PICAR E FAZER UMA SOPA DO FLETCH! - ela gritava do outro lado do telefone.
- Não é a única, amiga. Pode crer. Como que o null lhe falou, amiga?
- Falou que o Fletch ligou e que ele tinha show amanhã. Quase o matei, mas está tudo bem agora. E aí, como foi?
- A gente tinha acabado de arrumar a árvore, sabe? O celular do null tocou, ele atendeu, ficou puto, disse que era natal, mas não adiantou. Derramei umas lagrimazinhas, fiz birra, a gente se beijou, o null chorou e agora estou aqui.
- Uou! - ela disse e riu.
- E agora, amiga? Vamos ficar sozinhas?
- Se você me aceitar aí, passo com você e o meu neném lindo.
- MEU neném lindo. Pode ir parando aí, HAHA! Claro que aceito você, amiga! Que horas você vem?
- Lá pelas oito da noite está bom?
- Aham! - sorri satisfeita, pois pelo menos minha amiga estaria comigo.
- Então ‘ta, amiga. Vou desligar que o null acabou de sair do banho e a gente vai jantar fora.
- Hum, vão aonde? - nada curiosa.
- Surpresa dele. HAHA! Beijos, amiga. Até amanhã. Amo você.
- HAHAHA! Beijos. Até. Eu também.
Desligamos e eu subi para o nosso quarto.
- null, você vai derreter, se não sair daí! - ele demora demais tomando banho. Nunca vi.
Na mesma hora, ouvi o chuveiro desligar e ele gritar:
- VOCÊ SÓ IMPLICA COMIGO E MESMO ASSIM EU A AMO! COMO PODE?! - ri.
- Vou escolhendo umas roupas e arrumando sua mala. ‘Ta?
- AÊ! VALEU, AMOR!
Abri o closet e fui escolher. Peguei duas calças, uma preta e uma clara; três camisetas, uma azul, uma vermelha e outra preta, todas da Hurley; uma camisa xadrez, vermelha e preta; um moletom branco e dois tênis, um Nike marrom e um All Star preto.
Coloquei tudo na cama e comecei a montar os looks. Um: calça preta, camiseta azul, moletom branco e All Star. Dois: calça clara, camiseta preta, camisa e All Star também. Deixei os dois em cima da cama para o null escolher qual usaria. Sim, desde que a gente começou a namorar, era eu quem montava as roupas dele.
Liguei a TV e me deitei na cama, assistindo a um programa qualquer até meu amor sair do banheiro perfumado e apenas com uma boxer preta - o que confesso que me deixou com calor, HAHA!
null jogou a toalha na cama e riu da minha cara feia.
- Qual você gosta mais? - ele apontava para as roupas.
- A que tem o moletom.
- Então é essa que vou usar - ele sorriu e começou a arrumar a mochila.
Levantei-me, peguei meu o pijama e a toalha. Ia tomar banho antes de o null me impedir.
- Ei, ei. Quem foi que disse que você vai tomar banho?
- Eu? - respondi a pergunta com outra pergunta.
- Não, senhora - ele tirou o pijama e a toalha da minha mão e os jogou na cadeira que ficava na frente do espelho. - Vai ficar comigo. Só comigo - null me puxou pela cintura e me abraçou bem apertado.
- Mas você ainda tem que arrumar a mala. Enquanto isso, tomo banho, amor. Pode ser? - sussurrei perto da orelha dele e senti o meu namorado se arrepiar.
- Que você esteja aqui em dez minutos ou eu não vou assistir a “O Amor Acontece” de novo - ele fez cara feia e riu.
- Sim, senhor. Em dez minutos, senhor. Mais alguma coisa, senhor? - falei como se ele fosse um general.
- Sim. Um beijo - puxei-o pelo pescoço e o beijei até sentir que ele não tinha mais fôlego.
- Posso ir, senhor?
- Sim, soldado - rimos e eu fui tomar banho.
Não morri de frio porque a casa toda tinha calefação. A neve caía branquinha lá fora nessa hora. Tomei um banho rapidinho, vesti o meu pijama e entrei no quarto, vendo null fechar a mochila.
- Bem na hora, mocinha.
- Sou uma “brasinglesa” pontual - sim, sou brasileira e moro aqui há quatro anos desde os dezoito. Hoje, tenho vinte e dois e o null, vinte e três. - Só vou jogar as toalhas na lavanderia e já volto.
Desci com o null pulando nas minhas pernas, joguei as toalhas no varal e subi com o cachorro no colo. Coloquei-o na "caminha" que ficava ao lado da porta do meu quarto e falei para ele com aquela voz afetada que se usa com cachorrinhos:
- Neném, você fica aqui que vou aproveitar o meu namorado. ‘Ta? - ele me deu uma lambida, como se tivesse entendido, e se deitou na caminha.
Abri a porta e vi o null deitado na cama, coberto com o edredom, uma barra de chocolate e o controle do DVD na mão.
- Nossa, que rápido você.
- Sempre fui - deitei-me ao lado do null e me aconcheguei no seu peito. Ele me abraçou e deu play no filme.
Estávamos quase no final do filme quando null começou a me provocar. Beijos no pescoço, mordidinhas na orelha e tudo que ele "tinha direito" de fazer comigo. Peguei o controle, dei pause me e virei para ele.
- Assim... Eu te amo, mas quero ver o filme.
- Ah, pare, null - selinho. - Você já viu esse filme umas trezentas e setenta e quatro vezes. Para que mais uma?
- Porque eu gosto - fiz bico e ele me beijou.
- Vou fazer você gostar disso também - ele desligou a televisão e me empurrou para a cama, subindo em cima de mim. Começou uma trilha de beijos: meu ombro, pescoço, orelha, bochecha e finalmente selou os meus lábios nos dele.
O beijo era calmo. Mostrava todo o sentimento que sentíamos um pelo outro. Desgrudei as nossas bocas e fixei os meus olhos nos dele - o infinito null que me prendia.
- Você vai sentir a minha falta amanhã? - perguntei, fazendo doce.
- Claro que vou, pequena. Por quê?
- Ah, eu não sei, null. Era o primeiro natal que a gente ia passar aqui, juntos, morando na mesma casa e tal...
- null - ele saiu de cima de mim e me colocou no colo dele. - Eu ia sentir a sua falta em qualquer lugar do mundo. Não importa se é natal ou não. Eu amo você.
Abracei-o e coloquei o rosto na curva do seu pescoço, sentindo aquele cheio que tanto me agradava.
- Ei, já sei - tirei o rosto do seu pescoço e o encarei. - Você vai comigo. Depois eu, você, null e null voltamos aqui para casa e comemoramos o resto da noite. Que tal?
- Ah, amor, tem certeza? Não vou atrapalhar?
- Você nunca vai me atrapalhar. Ligue para a null e veja o que ela acha. Se concordar, ligo para o Fletch e aviso que vocês vão junto.
- Ok, ok, ok – enchi-o de selinhos e corri para a sala ligar para null.
Chamou, chamou, chamou no telefone da casa deles e nada. Liguei no celular dela e nada. Peguei e disquei para o null.
- Alô?
- null? Sou eu, null. Tudo bem?
- Tudo. E você, guria?
- Também. null, a minha amiga está aí com você?
- Quando ela não está, null? - ele riu. - Vou passar para ela. Beijos.
- Beijos.
- Diga, null - null atendeu com uma voz meio cansada.
- Amiga, o null teve uma idéia ótima! - eu estava super empolgada.
- Qual? Vocês vão ter filhos antes de casarem? - ela riu.
- Cale a boca, null. Deixe-me falar. Ele disse que a gente podia ir com eles para esse show amanhã. O que acha?
- NOSSA, , EU TE AMO! - ela gritou e ouvi o null rindo alto. – Espere aí, amiga. Vou falar com o null e já ligo.
- Ok.
Desligamos e subi com o telefone, esperando-a ligar. Antes de eu chegar ao quarto, ela já estava me ligando de novo.
- ELE ADOROU E JÁ LIGOU PARA O FLETCH! NÓS VAMOS! - ela berrou. Meu ouvido doeu e nós rimos.
- AÊ! Então, olhe, a gente faz assim: o null vem pegar o null de manhã e já a trás para cá. Eles vão para a festa e a gente vai fazer alguma coisa para a ceia de noite. Daí, vamos para lá depois. Ok?
- Sim, sim.
- Então ‘ta. Vou lá falar com o null. Beijo.
- Beijo, amiga.
Entrei no quarto e me joguei em cima do null que levou um susto e riu.
- Eu – selinho. - Amo – selinho. - Você – levantei-me de cima dele e ele estava rindo de mim. - A null adorou. O null concordou, ligou para o Fletch e nós vamos – abracei-o.
- Viu como sou incrível?
- HAHAHA! Convencido.
- Então vamos assistir a “De Volta Para O Futuro”. ‘Ta? - ele parecia uma criança.
- Vamos. Você merece - dei um beijo na bochecha dele e coloquei o filme.
null’s POV
Quando olhei para o lado, para perguntar se a null não queria alguma coisa lá de baixo, já que eu ia beber água, só achei a minha namorada dormindo. Comecei a pensar. Com ela e a null indo ao show, não vou poder fazer a surpresa que eu queria. Vou é ligar para o null e o Fletch e falar para ele inventar uma desculpa para elas não irem.
Saí devagar da cama para não acordá-la e desci. Sentei-me no sofá e liguei primeiro para o null.
- null, eu o mato se você me acordou e for nada importante!
- Relaxe aí, cara. Lembra-se do presente que eu queria dar para a null?
- Sim. O que tem?
- Com ela indo ao show, não vai dar mais certo, né?
- Putz, cara, é verdade! E agora?
- Estou pensando em ligar para o Fletch e pedir para ele inventar uma desculpa para ela e a null para poder fazer tudo o que preciso!
- Beleza, cara. Agora vou voltar a dormir. Tchau!
- Valeu, null. Até amanhã.
Desligamos e pensei no que falar para o Fletch. Resolvei no fim dizer a verdade.
- Fale, null! - ele me atendeu animado, mesmo sendo quase duas da manhã, mas enfim.
- Fletch, preciso de um favor.
- Não sendo dinheiro, eu faço! - ele riu. Algo ele está aprontando. O humor está bom demais.
- Preciso que você ligue para a null e null e invente uma desculpa, que elas não poderão ir e tal.
- Por que, null?
- Porque sim. Só faça isso para mim e eu ficarei muito feliz. Tchau, Fletch.
- Tchau!
Desliguei, fui à cozinha, tomei minha água e aproveitei para olhar o clima lá fora. Caía neve. Muita neve. Pela temperatura do vidro, lá fora devia estar congelando.
Só de pensar nisso, resolvi subir e ir dormir com a minha pequena. Quando entrei no quarto, o telefone tocou. Antes que eu pudesse atender, ela esticou o braço e pegou o telefone da cabeceira.
- Alô? – own. Voz arrastada de sono. Fofa.
- Ah, Fletch, o null está na porta e... Ah, comigo? – coitadinha. Mal sabe o que vai ouvir. – Ah, não? Então tudo bem. Bom natal para você também. Tchau.
Ela desligou e se sentou na cama, olhando-me.
- Fletch ligou e disse que eu e a null não poderemos mais ir ao show.
- Sério, amor? Por quê? - fiz minha cara mais indignada possível.
- Ele disse que não quer a gente lá porque nós podemos distrair vocês e os ricos não vão gostar do show - ela fez uma carinha tão linda que quase mudei de idéia. QUASE.
- Deixe, amor. Vou tentar sair de lá o quanto antes e vir ficar com você. Agora venha. Vamos dormir que está frio e tarde.
Deitei-me na cama e a abracei pela cintura. Logo dormimos abraçados e no quentinho.
- ACORDE, SUA PREGUIÇOSA DO CARAMBA! SÃO QUASE ONZE HORAS E NÓS TEMOS MUITO O QUE FAZER! - ok, esse não era o null gritando. Só se a voz dele ficou escandalosa, igual à da...
- null, para que o escândalo?
- PARA VOCÊ ACORDAR! ANDE! - ela continuou berrando e puxou as cobertas.
- Acordei, acordei – sentei-me na cama e ela me entregou um bilhete.
"Amor, não quis acordá-la e pedi para ela deixá-la dormir. De noite, estarei aqui. Por enquanto: feliz natal. Amo você. xX null. "
- Que horas ele saiu, null?
- Faz uns dez minutos - é, eu esperava por isso mesmo.
- E POR QUE VOCÊ NÃO ME DEIXOU DORMIR? - é, eu estava com sono e gritei.
- Porque a gente tem que sair para comprar as comidas, voltarmos aqui, pegar suas coisas e podermos ir lá para casa!
- Ah, null...
- Ah, nada. Vá tomar banho que eu arrumo a sua cama. Ande - parece minha mãe. Credo.
- ‘Ta, ‘ta.
Levantei-me e olhei para a janela. Neve! Peguei uma calça jeans escura, uma blusa de gola alta preta e um casaco de lã comprido clarinho e deixei as botas no quarto. Tomei banho, vesti-me, escovei os dentes, arrumei o cabelo, passei um blush e rímel para tirar a cara de sono e saí.
- Pronto, senhorita apressada. Estou aqui! - disse, calçando as botas.
- Ótimo. Vamos! - peguei a bolsa e desci com a null.
Entramos no meu carro, já que ela estava a pé, e fomos em direção ao mercado.
MEIA HORA SÓ PARA ACHAR UMA VAGA! Mercado super lotado. Mal achamos tudo que a null queria para cozinhar. Eu só empurrava o carrinho e observada as crianças correndo de um lado para o outro. Ri ao ver uma menininha se confundir, achando que eu era a mãe dela. Muito lindinha.
Depois de quase três horas - É, TRÊS HORAS - dentro de um mercado, arrastei a null para um restaurante porque assim: SÃO DUAS E MEIA DA TARDE E A MINHA ÚLTIMA REFEIÇÃO FOI CHOCOLATE! Almoçamos em um lugar pequeno, mas que tinha uma comida deliciosa. Sempre comíamos lá quando morávamos juntas.
Lá pelas quatro, fomos lá para casa. Peguei a roupa com que eu ia passar o natal, os presentes e o meu neném lindo (lê-se: null) e fomos rumo à casa da null. Chegamos lá e fomos direto para a cozinha. null colocou o peru para assar e eu fui fazer o "pavê" que ela tanto gosta, que é receita da minha querida mãe.
Nesse tempo cozinhando, tentei ligar para o null, mas ele não me atendeu nenhuma vez. Desisti. Terminei de cozinhar tudo com a null e já eram quase oito da noite.
Enquanto ela tomava banho que o null me ligou.
- Alô?
- Amor, tudo bem?
- Oi, amor. Tudo. E você?
- Estou bem cansado. Ensaiamos o dia todo quase. O lugar aqui é bem diferente.
- Ah, você relaxa de noite, amor.
- Amor, o null vai chegar antes que eu. Ok?
- Como assim, null?
- É... O Fletch e o presidente da empresa querem falar comigo.
- Hum, ok! - achei super estranho, mas concordei.
- Então vou comer. Daqui a pouco a gente vai se arrumar. Beijo, amor. Amo você.
- Eu também.
Desligamos e a null desceu. Expliquei o que o null me falou e ela também achou super estranho. Resolvi deixar para lá e subi tomar banho.
Lavei o cabelo e me banhei. Saí enrolada na toalha, sequei o cabelo e o prendi em um coque mais frouxo. Peguei a minha roupa, uma blusa tomara-que-caia vermelha, um jeans preto e vesti. Prendi o cabelo em uma trança lateral e deixei a franja de lado. Fiz uma maquiagem leve, marcando mais os olhos. Coloquei o meu colar com o símbolo do infinito e calcei o meu scarpin preto.
Desci e vi a null arrumar a mesa.
No tempo em que o null não chegava, ficamos conversando e vendo fotos nossas. Somos amigas desde os quinze anos e temos muito o que contar...
null’s POV
Odeio mentir para a null, mas dessa vez está sendo necessário. Não passei a tarde ensaiando. Saí com o null e os caras. Comprei os presentes dele, os dela e ainda para a minha família e a null.
Agora estamos indo comer em algum lugar para depois ir ensaiar e fazer o show. Lá pelas onze horas, o null vai para a casa dele com a null e eu vou para a minha preparar a surpresa da null.
null’s POV
Eram onze e meia quando o null chegou. Jantamos, trocamos presentes e rimos muito. Ganhei um sapato da null e uma pulseira de null. Até o null saiu no lucro e ganhou uma coleira linda. HAHAHA, é! Para a null, dei um colar com um "J" e para o null, um vale-presente em uma loja que ele adora. Eu não sabia o que comprar mesmo.
Quando eu estava indo ajudar a null com a louça, o null ligou.
null’s POV
Cheguei a casa cheio de caixas de presentes. Coloquei os dos parentes embaixo da árvore, tomando cuidado para não misturar uma caixinha em especial. Tomei banho, arrumei-me e passei o perfume que ela mais gosta. Quando tudo estava pronto, liguei para ela.
- null?
- Oi, amor - ela disse empolgada.
- Amor, vai lá em casa, pega uma roupa para mim e vem aqui me buscar?
- Roupa para que, amor? - eita, porra. E agora?
- É... Que essa ficou muito nojenta e não estou com coragem de sair daqui assim.
- Ok. Aí a gente volta aqui para a null, né?
- Aham - BEM CAPAZ, !
- Estou indo. Beijos.
- Beijos.
Ela desligou, entrei no meu devido lugar e fiquei esperando-a chegar.
null’s POV
- null, vou levar uma roupa para o null e de lá a gente volta. Ok?
- Tudo bem, amiga. Esperamos você.
- Ah, amiga... Posso deixar o null?
- Claro.
- Então ‘ta. Daqui a pouco volto. Beijos.
- Beijos!
Ela gritou. Eu estava saindo já. Vesti o meu casaco comprido e fui para casa, achando tudo muito estranho. Porém quando vem do null, não duvido de nada.
Logo que entrei em casa, dei de cara com uma caixa enorme vermelha bem no meio da minha sala. Tinha uma plaquinha grudada nela: "Para null".
Eu não disse que o null estava aprontando? É, eu disse.
Quando cheguei bem perto, ela se abriu sozinha e de lá saiu um null sorridente com uma caixinha na mão. Ele pulou para fora da caixa e, antes que eu dissesse alguma coisa, ajoelhou-se na minha frente.
- Feliz natal, amor. Casa comigo?
EU JURO QUE EU NÃO ESPERAVA ISSO! CASAR?! AAAAAAAH!
- null, null... - começaram a sair lágrimas dos meus olhos.
- Não chore, amor, mas me responda - ele riu e estendeu a caixinha com um anel de noivado lindo dentro.
- Sim, sim. Mil vezes - levantei null do chão. Ele colocou o anel no meu dedo e me abraçou.
- Eu te amo - foi o que ele sussurrou no meu ouvido antes de me beijar.
null separou os nossos lábios e me olhou.
- Cadê o null?
- MEU DEUS! Ele está na null e... - ele me deu um selinho e me pegou no colo.
- Deixe-o lá. Só assim posso aproveitar você...
Ele subiu as escadas comigo, rindo, e o resto... Já faz parte de outra história mais restrita. Não é mesmo? HAHAHA!
Fim
Nota da autora: Bom, meninas, é a minha primeira fic aqui e espero muito que vocês gostem. Desejo a você que está lendo isso um feliz natal e um ótimo ano novo.
E, ah, quero agradecer à minha amiga linda, @jessica_vsz. OBRIGADA POR TUDO! E à beta querida, Ana! Obrigada por aceitar a minha fic!
Beijos. ;*