Encarei minha imagem refletida no espelho, ainda sem realmente acreditar em tudo aquilo. Um sorriso surgiu em meus lábios enquanto eu repassava todas as imagens da noite em minha mente. Passei a mão levemente pelo vestido que eu ainda usava, pensando que tudo ainda parecia um sonho, de certa forma.
Fechei os olhos quando senti outras duas mãos pousarem em minha cintura e um par de lábios encontrarem a pele de meu pescoço, causando o conhecido arrepio, exatamente como da primeira vez, mesmo depois de tantos anos.
Virei-me, com um novo e ainda maior sorriso e deixei minhas mãos apoiarem-se em seus ombros. Pude ver um sorriso semelhante no rosto do, agora, meu marido. Meus olhos se fecharam automaticamente quando seus lábios tomaram os meus em um beijo calmo, mas também com o turbilhão de sentimentos de sempre.
Em um movimento rápido, girou nossos corpos ao mesmo tempo, permitindo que ele pudesse me empurrar devagar até a cama. Senti suas mãos ainda me segurando, enquanto deitava meu corpo sobre o colchão macio, logo se deitando sobre mim, sem separar sua boca da minha. Seus dedos ágeis percorreram minhas costas até encontrar o zíper que se encontrava ali, puxando-o para baixo, possibilitando que ele escorregasse o vestido por todo o meu corpo, até me deixar somente com a calcinha rendada cobrindo o corpo.
Sorri ao sentir seu olhar carregado de desejo e luxúria queimando sobre cada pedaço de minha pele que permanecia exposta. Levei minhas mãos até o colarinho de sua camisa e o puxei novamente para perto de mim, passando a desabotoar os botões, um de cada vez, enquanto parecia determinado a me torturar, sua língua passeando por toda a extensão de meu pescoço, até chegar a orelha e mordiscá-la de leve, fazendo com que eu precisasse de toda a força de vontade do mundo para não acabar por desistir dos botões e alcançar seus lábios com os meus outra vez. Quando finalmente fiz sua camisa deslizar por seus ombros e ir parar em algum lugar do quarto, passei a lutar com a fivela de seu cinto e, logo depois, sua calça.
Não demorou muito para que finalmente não houvesse mais nenhuma peça de roupas impedindo o contato de sua pele com a minha e nós nos tornássemos um só, nos completando de forma que eu nunca achei ser possível, me fazendo entender que, no final de tudo, sempre seria ele o homem com quem eu ansiaria por estar, todos os dias da minha vida.
Acordei com se mexendo ao meu lado. Levei algum tempo até abrir os olhos e realmente enxergar. A claridade incomodava e me fazia ter vontade de mantê-los fechados pela eternidade.
Lábios tocaram levemente minha testa, minhas bochechas e, por fim, meus lábios, me permitindo sentir, mesmo que sem ver, o sorriso que existia ali. Sorri junto. Sorrir era um ato inevitável e involuntário quando eu estava ao lado de . Resmunguei alguma coisa, ainda contra seus lábios, e rolei na cama, afastando-me um pouco dele. Assim que me sentei na cama, percebi que ele havia virado de costas para mim e encarava algo em suas mãos. Franzi o cenho e, curiosa, inclinei-me em sua direção, apoiando o queixo em seu ombro; percebi que ele encarava a foto que eu carregava comigo desde que a encontrara, quando tinha oito anos. Sorri com a lembrança, mas logo percebi que virara o rosto para me olhar, uma grande interrogação estaria pairando sobre sua cabeça se fôssemos algum tipo de desenho animado.
- Eu nunca tinha visto essa foto. Por que sempre carrega ela, ? Quem é o garotinho nela?
FLASHBACK
Larguei a mão de minha mãe no momento em que pisei naquela praça aonde sempre íamos aos finais de tarde. Corri até alcançar os balanços do pequeno parque, saltei sobre um deles, forçando os pés na areia, dando impulso para subir cada vez mais, tendo aquela sensação de liberdade; estava voando, na minha percepção inocente de criança de oito anos. Adorava sentir o vento batendo em meu rosto e meus cabelos, sorria abertamente com isso.
Esperei o balanço estar no alto e saltei, rindo ao ver a expressão de minha mãe, sempre assustada quando eu fazia isso. Andei rapidamente até ela e avisei que ia brincar com as outras crianças, na casinha do escorregador. Ela assentiu e eu voltei a correr, subi a escadinha, atravessei toda a casinha e sentei-me no topo do escorregador. Lá de cima, vi algo reluzir de leve ao sol e rapidamente escorreguei, curiosa para ver o que era. Apoiei os pés no chão assim que cheguei ao final da rampa e, sem levantar dali, apenas me estiquei e alcancei o que percebi ser uma foto.
Encarei o menininho da foto e sorri. Coisa de criança; havia simpatizado com ele só pelo seu jeito de olhar para o fotógrafo, seu sorrisinho travesso, o brilho que os olhos castanhos carregavam. Olhei em volta, meus olhos vasculhando aquele parque à procura de um sinal do menino fotografado.
Levantei do escorregador e andei pela parte do parque que meu olhar não alcançava se permanecesse ali parada.
Sentei ao lado de uma mulher, em um dos bancos espalhados por ali, e cutuquei-a de leve no braço. Ela virou-se para mim, com um sorriso simpático nos lábios.
- O que foi, querida? O que você tem aí? Uma foto da sua mãe? Se perdeu dela, precisa de ajuda pra encontrá-la? - Me bombardeou de perguntas, o que me fez logo franzir o cenho, confusa, tentando assimilar todas elas. Sacudi a cabeça de um lado para o outro, fazendo as pequenas trancinhas baterem em meu rosto, rindo baixo em seguida.
- Na verdade, eu achei essa foto no chão, perto do escorregador, tia. Queria saber se você viu o menininho que tá nela. - Expliquei, sorrindo e estregando a foto a ela. A moça pegou a foto em suas mãos e a encarou por alguns segundos; entortou a boca, balançando levemente a cabeça, em negação.
- Não o conheço, nem o vi. Desculpe, querida. - Me devolveu a foto. Dei de ombros e agradeci antes de sair andando. Repeti o processo de perguntar pelo garotinho pra algumas outras pessoas, mas ninguém havia visto ele.
Quando mamãe me chamou para ir embora, guardei a fotografia no bolso de meu short e a levei pra casa. A partir daquele dia, não sei o porquê, mas eu sempre a carreguei comigo. Nos outros dias, quando voltei àquele parque, sempre procurava por ele e, vez ou outra, perguntava para as pessoas se elas o haviam visto, mas sem sucesso algum.
Cresci, mas nunca esqueci o garotinho daquela foto.
- Ele foi... - Fiz uma pausa, pensando em como definir. Era estranho, mas eu me sentia ligada àquele menininho, de alguma forma. Sorri antes de continuar. - Meu primeiro amor. Por quê?
Achei estranho o sorriso enorme que apareceu no rosto de antes dele responder:
- Eu perdi essa foto, quando tinha oito anos.
FIM!
Nota da Autora: Acho que fics minhas só dão certo se forem short e já finalizadas mesmo. AIUHAIUHAIUHA Mais uma, um pseudo-romance altamente meloso. A idéia me veio na cabeça e escrevi ela toda em um dia só (o que não é difícil, porque olha o tamanho mínimo disso aqui IUAHAUIHUIAH q).
Enfim, só mandei pra cá mesmo porque a Leh leu e falou pra eu mandar, que ela mesma betava *-* Nhac, Leh linda. <3
Não vou me estender porque perigo a n/a ficar maior que a própria fic. ÃÃ.
Espero que gostem, comentem pra eu saber o que acharam! :D Twitter | Formspring | Tumblr
Nota da Beta: Que fooofa, a boo deixando eu betar a fic dela! *-* Insisti mesmo pra ela mandar pro site, porque eu achei que ficou MUITO fofa... Eu até me surpreendi no final, porque achei que a foto fosse, seilá, de algum irmão dela que tinha morrido ou... não sei, qualquer coisa menos isso, HAHA. Enfim, minha n/b ficando maior que a n/a, oh ): Parabéns pela fic, boo, mesmo *-* <3
Qualquer erro na fic mande para leeh.rodriigues@gmail.com :) Não utilizem a caixa de comentários, por favor. Agradeço desde já.