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's PoV
Dezoito. Esse é o número de vezes em que eu tive que aguentar isso. Eu sabia que era apenas o começo de uma rotina.
Na primeira vez, te faz sentir pena e culpa. "Poxa, ele trabalha tanto, dá o maior duro na carreira dele, e eu ainda me acho no direito de exigir que ele esteja aqui".
Mas depois de dezoito vezes, você vê que não está em segundo plano, talvez esteja no décimo oitavo plano.
A cada noite que eu acabo passando sozinha, sinto que ele se afasta mais de mim.

Olhei pro telefone pela milésima vez, e em seguida olhei pro relógio. Não conseguia me convencer de que já era muito tarde e ele não ia aparecer. Se eu deixasse de ter esperanças, não teria mais nada.
Decidi fazer algo diferente dessa vez. Algo diferente de ficar esperando até minha pálpebras não aguentarem mais. Peguei o telefone e disquei o número do celular dele.
"Oi, você ligou para Jonas. Eu não posso atender agora, deixe seu recad..."
Eu não ia desistir assim tão fácil. Disquei novamente, dessa vez para a casa dele. Eu sabia que era inútil, pois ele devia estar trabalhando até tarde de novo, e a casa provavelmente estava vazia. Meu coração parou quando alguém atendeu no segundo toque.
-Alô? - Uma voz sonolenta atendeu. Era uma voz linda e perfeita que eu conhecia muito bem, mas não era a que eu queria ouvir.
- Oi, . É a .
- ? Caramba, você sabe que horas são?
- Eu sei. Acredite, eu sei. É que... eu queria falar com o , o celular dele tá desligado.
- O tá dormindo. Mas acho que ele merece ser acordado já que foi a namorada dele que me acordou né?
- Espera! Vocês estão em casa? Achei que estavam fora pra algum show ou coisa assim...
- A gente voltou faz algum tempo. Ainda quer falar com o ?
Eu me calei por um tempo. Eu queria falar com ele? Se ele estava em casa, por que não veio me ver? Somos praticamente vizinhos! Eu aqui, segurando minhas esperanças com todas as minhas forças, tentando impedir que meu coração se espatife no chão... E ele lá, dormindo! Nem sequer me avisou, provavelmente nem se lembrava de mim.
- ? Ainda está aí?
- Ah, to sim, . Acorda ele lá.
- Ok, já volto.

Demorou um pouco, mas pra mim pareceu uma eternidade até aquela voz chegar aos meus ouvidos. O que antes parecia estar caindo aos pedaços, de repente se ajeitou. A voz dele fez parecer que tudo estava bem. Mas eu sabia que não estava.
- Oi.
- ! - Eu queria parecer brava, mas tudo que consegui foi parecer aliviada.
- O que você quer, ? São 3:30 da manhã. Eu nem estou com os olhos abertos, se você quer saber.
- ! Por acaso você se lembra do que tinha que fazer quando estivesse livre?
- Acontece que não deu tempo.
- Nunca dá tempo. Só dá tempo pra você dormir né?
- , eu não tenho culpa se você troca o dia pela noite. Olha, eu estou super cansado, e tudo que eu quero agora é voltar pro meu travesseiro. Eu tenho que acordar daqui há algumas poucas horas, será que você não consegue entender isso?
- Ok, , acho que temos que conversar.
- Pode ser outro dia? Eu realmente preciso dormir.
- Sinto sua falta. - Eu disse, tentando cessar a briga.
- Eu sei. Olha, vou tentar te encaixar na minha agenda, e a gente conversa. Eu prometo.
- Isso é tão estúpido! Você é meu namorado e mora bem aqui do lado.
- Eu sei, tá? Mas é assim que as coisas têm que ser, . Você sabia que era assim desde o começo, achei que tivesse aceitado.
- Eu também achei. Tudo bem, me encaixa na sua agenda.
-É o que vou fazer. Agora vou desligar.
- Ok. Eu te amo.
- Eu também. - Ele bocejou - Tchau.

Fiquei um tempo ouvindo o tu tu tu tu do telefone e depois me joguei na minha cama. Eu estava tão exausta que só consegui fechar os olhos.
Quando eu acordei, eu estava chorando. Eu não me lembrava do que tinha sonhado, ou qualquer outra coisa que tivesse me feito chorar. Parecia que até quando eu estava inconsciente eu estava pensando nele.
Rolei pra fora da cama e me olhei no espelho. Parecia um urso panda, por dormir de maquiagem. Eu queria estar bonita pra quando ele chegasse, mas ele não chegou.
Como hábito, fui ver as horas no celular. O visor me informou que eu tinha uma mensagem não lida.
"Hoje. Das 15:00 até as 16:40, é todo o tempo significativo que eu tenho. Desculpe por ontem. Te vejo logo. Beijos, "

Uma hora e quarenta minutos pra ter uma conversa séria com meu namorado. Ótimo.
Bem, como eu pretendia inicialmente, verifiquei as horas no celular. Maravilha hein, 13:10. Tentei organizar tudo, e o tempo se arrastava cada vez mais. Eu mal me lembrava da ultima vez em que vi pessoalmente, fazia mais de duas semanas. Eu me arrumei da melhor maneira que pude, e enquanto eu calçava a minha sandália, ouvi a buzina do carro dele.
Eu corri como uma desesperada pelas escadas. Como se eu fosse uma fã que acabou de descobrir que os Jonas Brothers estavam por perto. Tentei parecer menos surtada quando abri a porta do carro dele.
Assim que eu entrei, ele deu a partida. Eu estava tão feliz por vê-lo que puxei seu queixo para mim e lhe dei um selinho. Ele tentava se concentrar na estrada enquanto eu tentava beijá-lo. Obviamente, logo eu desisti.
parou o carro em frente a uma loja de Starbucks. Eu estava prestes a abrir a porta do carro, mas segurou minha mão.
- Vamos ficar aqui por enquanto. Sabe como é, se alguém me vir andando por aí com você...
- Paparazzis. - Eu disse, revirando os olhos. - Tem razão. Então por que não vamos pra sua casa ou algo assim?
- Eu não sei o que eu tenho que fazer pra te agradar. Você reclama quando não posso sair com você, e reclama também quando estamos saindo!
- Ok, ... - Eu fiz uma pausa. - Não vou fingir que está tudo bem.
- Do que você tá falando, ? Tudo está bem. Olha só, ontem eu fiz um show e havia mais de 60 mil pessoas lá por mim! E logo vou estar lançando meu quinto CD!
- Por que tá falando na primeira pessoa do singular? , não é só você. Vocês são uma banda, as pessoas não estavam lá só por sua causa! Seus irmãos têm tantas fãs quanto você. Você está sendo tão egoísta.
- Tá, desculpe. O que eu quero dizer é que eu e meus irmãos estamos realizando nossos sonhos e tudo está dando certo. Como pode não estar tudo bem?
- Não to falando da sua carreira. Estou falando de nós dois.
- Eu sei que tá um pouco difícil equilibrar tudo isso, mas... Vai ficar tudo bem se você conseguir parar de ser tão egoísta.
- Agora eu sou a egoísta?
- Sim. Eu só to pedindo um pouco de paciência, mas você só consegue pensar em você, e não entende que não posso te colocar como o centro de tudo, eu tenho outras coisas que preciso fazer.
- Eu sei disso, . E me orgulho que você seja um músico de sucesso e tudo isso. Mas é que... pra mim, você é o centro de tudo. Desculpe se eu não tenho nenhum talento pra colocar na sua frente na minha lista de prioridades.
- , eu não sei o que te dizer... O que você quer que eu faça em relação a isso? Não posso jogar tudo pro alto, eu tenho minhas responsabilidades...
- Eu acho que já chega de você esperar eu dizer o que você tem que fazer. Talvez você deva tomar suas próprias decisões sozinho , e decidir por você mesmo o que é mais importante pra você.
- Tomar minhas decisões... sozinho? O que quer dizer com isso?
- Eu sinto uma separação chegando. - Eu sussurrei, já com a voz embargada pela imensa vontade de chorar que eu estava reprimindo. - E eu não quero isso.
- Eu também não quero. - Ele disse, me olhando sério. A maior dor foi que... não acreditei nele.
- Você não vai desistir, não é? Por favor, , sei que você tem que decorar suas letras de músicas, seus compromissos, os acordes e tudo mais, mas será que ainda há espaço na sua memória pra se lembrar do começo?
Ele ficou calado, olhando para frente por um tempo. Eu não aguentava aquilo, era uma pergunta simples, ele podia responder. Nem que estivesse mentindo, mas pelo menos estaria respondendo.
Por um impulso, tudo que consegui fazer foi tomar o rosto dele em minhas mãos e o beijar com toda a intensidade que pude. Os braços dele me envolveram, e o gosto de adeus nos lábios dele rompeu a barreira que eu ergui contra as lágrimas. Eu não ia deixá-lo escapar entre os meus dedos... ia? E se... fosse isso que ele queria, como poderia negar a ele? Eu senti toda a minha força se esvair no momento em que ele separou os lábios dos meus.
- Estamos terminando? - Eu perguntei, muito fraca pra continuar a luta.
- Acho melhor darmos um tempo. Isso está sendo muita pressão pra mim e pra você, acho que merecemos um descanso.
- Então... estamos terminando? - Repeti a pergunta. Eu queria que ele falasse a verdade, por mais que fosse doer. Era melhor do que ficar substituindo por termos mais leves como "dar um tempo".
- Sim. - Ele sussurrou. - Desculpe.
- Vou pegar um táxi pra casa. - Eu disse, em um fio de voz.
- , eu te levo.
- Não.
- Eu insisto.
Eu apenas assenti com a cabeça e voltei meu rosto para a janela. Não conseguia segurar meu sofrimento e não queria que ele visse e sentisse pena de mim, então deixei as lágrimas rolarem silenciosamente, longe da visão dele.
Ele me deixou em frente a minha casa. Não dissemos nada. Eu apenas entrei no meu quarto, disposta a lamentar o quanto fosse preciso. Eu sabia que tê-lo perdido era algo que eu nunca poderia superar.
Lancei um olhar pro fichário em cima da escrivaninha. Eu gostava de escrever tudo que eu estava sentindo, isso me deixava mais leve. Peguei uma folha de papel e comecei a escrever a lápis, pois se usasse caneta, a escrita ficaria totalmente borrada pelas lágrimas.


's PoV
Eu entrei em casa passando direto pelos meus familiares que estavam reunidos na sala. Quando entrei no meu quarto, vi que estava deitado na cama dele. Eu queria expulsá-lo de lá, mas tinha que aceitar que o quarto não era só meu.
Eu me joguei na minha cama também, e fiquei encarando o teto.
- Dia ruim? - perguntou. Será que minha expressão não denunciava minha falta de vontade de conversar?
- É.
- ?
- É.
- Não quer falar sobre isso, não é?
- É.
Ficamos em silêncio por um pequeno período de tempo. Até o entrar no quarto com algumas folhas de papel. Ele tinha que vir logo na minha direção. Eu tenho que melhorar a minha cara de "não quero falar com você".
- Hey, , dá uma olhada na música que acabei de escrever.
Sem a menor força de vontade, peguei o papel da mão dele e dei uma lida.
- É péssima. - Eu disse, devolvendo o papel.
- O quê? Tá brincando né? - Ele perguntou, inconformado.
- Não liga, . O brigou com a hoje, aí ele tá estressadinho. - O se intrometeu.
- Não, . Essa já é a sétima música que eu escrevo e o diz que é péssima. E o pior é que eu achei as sete incrivelmente boas.
- Eram muito clichês. - Eu respondi, ainda sem nenhum ânimo na voz.
-Não eram não! Qual o seu problema, cara? Se acha minhas letras tão ruins, por que não escreve algumas? Com certeza as suas são bem melhores não é?
- É, é verdade.
- Olha só, , você tá... - O já ia começar a enfiar o dedo na minha cara, mas o entrou no meio.
- Ok, fiquem calmos. Olha, vai se arrumar, . Temos que sair daqui a pouco.
- Tá, mas quando voltarmos, o vai escutar. Ele está super irritante de uns tempos pra cá, não é a toa que a deu o toco nele. - Tá, agora o ia levar! Eu me levantei, mas o já estava empurrando o pra fora.
- Idiota! - Eu gritei pra porta fechada. - E eu não to a fim de ir pra essa entrevista.
- Mas você tem que ir, é uma entrevista importante! Não vai largar tudo por causa da namorada né?
Foi no momento em que o disse aquilo que tudo fez sentido. Viver o meu sonho só parecia tão emocionante por causa da !
De que adianta terminar um namoro por causa do trabalho, se isso me deixa sem vontade nenhuma de trabalhar? Agora que eu a perdi, não tinha mais incentivo pra nada. Eu fiz a escolha errada! Ela é o mais importante, porque sem ela nada funciona pra mim!
Eu dei um salto naquele mesmo instante e saí correndo pela casa. Mal ouvi o que o gritou pra mim, acho que foi algo como "5 minutos!". Quem se importa com o tempo? Eu precisava vê-la agora, e nenhuma agenda ia me dizer quando deixá-la sozinha.
Quando cheguei na casa dela, abri a porta com a chave que fica escondida nas plantas e entrei. Subi pro quarto, onde ela provavelmente devia estar, mas ela não estava lá. Então procurei entre todos os cômodos e não a encontrei. Voltei ao quarto e me sentei na cama dela. Uma hora ela teria que voltar.
Foi aí que percebi a bagunça que estava por cima da escrivaninha dela. Muitos papéis e uma caixa, tudo espalhado. Fui dar uma olhada e me surpreendi quando vi o meu rosto entre a bagunça.
Eram algumas fotos, e eu reconheci aquela. Segurei a foto em minhas mãos, a primeira foto que e eu tiramos depois de estarmos realmente juntos. Virei a foto do lado contrário e vi que havia algo escrito atrás: "Natal com os Jonas. e eu nos declaramos! 25 de Dezembro"
Procurei mais coisas entre os papéis, e tudo eram lembranças que a guardava. Eu nem sequer sabia que ela tinha tudo isso aqui. Então a textura de uma das folhas me chamou a atenção. O papel estava meio molhado, parecia recente.
" acaba de terminar comigo. Não dá pra acreditar que isso aconteceu. Como posso ter saído com meu namorado para que pudéssemos resolver os problemas e acabei o perdendo? Eu só queria que ele pudesse voltar a ser o que era antes, mas parece que isso nunca vai acontecer. Se ao menos ele pudesse... se ao menos ele se lembrasse de tudo que aconteceu no Dezembro passado. Mas talvez não signifique tanto pra ele quanto significa pra mim, e não posso culpá-lo por isso. Eu acho que" - Ela parou de escrever ali, por algum motivo. Ao ler as palavras dela, e observar todas aquelas recordações, as lembranças invadiram minha mente.

remembering december:
- Hey, ! Posso falar com você? - me perguntava, com um sorriso radiante no rosto. Nunca mais vou esquecer o quanto ela estava linda naquela noite.
- Claro, . Vamos.
Então saímos juntos da casa, pela porta dos fundos, enquanto nossos parentes festejavam na sala. Nos sentamos em um banco no jardim.
- Er, ok. - Ela disse, rindo bobamente. Parecia um pouco constrangida. -Sabe... Minha mãe não amava o meu pai. Ela gostava de outro cara, mas ela não sabia o que o cara sentia por ela. Então ela ficou com meu pai e... acho que ela é feliz com ele. Mas, ela nunca parou de imaginar como teria sido se ela tivesse revelado pro homem que ela realmente amava tudo que ela sentia. - Ela fez uma pausa, olhando bem pro meu rosto. Eu também não conseguia desgrudar meus olhos dela. - Sabe, , não quero passar a minha vida toda imaginando como teria sido.
- Er... Entendo. - Eu disse, um pouco perdido. Eu não conseguia acreditar que ela tava falando de mim. - Então, quem é o seu cara? - Eu perguntei, rindo e tentando ser um bom amigo. Mas por dentro, só queria que ela dissesse um nome.
- Ele se chama ! - Ela respondeu, rindo de novo e dessa vez, com um rubor nas bochechas.
- Uau, meu xará! - Ela me olhou um pouco decepcionada. Mas eu não era assim tão tapado, eu já tinha entendido que era eu. Só estava brincando com ela. - Então se você gosta mesmo desse ...
- Eu o amo. - Ela me interrompeu.
- Ok, se você o ama... ia gostar se ele correspondesse seus sentimentos, não é?
- Claro que sim!
- E também gostaria que ele te beijasse? - Eu perguntei, agora sério. Mas ainda estava sem-graça quando respondeu.
- Não tem nada no mundo que eu poderia gostar mais.
Não esperei mais nenhum segundo pra fazer o que eu vinha sonhando em fazer há muito tempo. Pus meus braços em volta da cintura dela e encostei nossos lábios de leve. Aos poucos fui aprofundando o beijo, e ficamos naquilo por um bom tempo. Paramos para pegar um fôlego e entramos de volta na sala. não estava satisfeita com apenas aquele beijo.
- Calma, . Ainda temos todo o tempo do mundo pra isso. - Eu disse, sorrindo.
- Pra sempre.
- Claro.
/ remembering december]

Eu larguei tudo ali e fui correndo pra fora da casa dela. Precisava encontrá-la. Aonde teria ido?
Quando parei na calçada do quintal dela, a vi, do outro lado da rua. Ela abraçava o próprio corpo e andava distraída, atravessando a rua.
- ! - Gritei pra ela, sem conseguir evitar o sorriso no meu rosto. Ela parou onde estava e ficou encarando meu rosto, a expressão não demonstrava nada.
Então ouvi a buzina e o barulho de pneus cantando. Então não vi mais nada a não ser ela.
- ! - Eu gritei e corri para onde ela havia rolado. -, você tá bem?
- ... - Ela disse, com a voz fraca.
O motorista do carro estava ao meu lado, e falava alguma coisa. Mas eu não podia escutar e nem ver nada além dela.
- , por favor... me desculpe por tudo. Eu fui tão idiota! - Eu implorava pra ela, mas o olhar dela sobre mim era tão vago, como se ela não estivesse realmente me vendo. Então as pálpebras dela começaram a ameaçar se fecharem. - Não, , me escuta! Fica acordada, por favor. Eu to aqui com você. - Então ela fechou os olhos, mas ainda respirava, pelo menos. - Eu te amo! Nunca deixei de te amar, eu só... tinha esquecido. Mas você me fez lembrar, agora por favor, não me deixe sozinho.
Eu fiquei ali, falando as coisas como um idiota. Parecia que só tinham se passado segundos até ouvir sirenes e um homem vestido com uniforme de hospital colocar a mão no meu ombro.
- Rapaz, tem que sair de perto dela agora. Vamos. - Ele dizia, e eu me afastei, me arrastando no asfalto, tentando encontrar minhas pernas.
- Ela vai ficar bem, não vai? - Eu perguntei, mas mal reconhecia a minha voz.
- Vamos fazer o possível. - Ele disse pra mim, e depois voltou sua voz para um outro enfermeiro. - Gerald, temos uma hemorragia! Tragam a maca!
Então a levaram. Minha .


46 anos depois...

Estava em meu apartamento, sozinho, como de costume. Eu não fazia muita coisa durante o dia. Apenas me alimentava, tomava meus remédios, dormia, e pensava nela.
Eu sempre soube que nunca ia superar. Se em 46 anos não superei, nunca vai acontecer.
E também nunca consegui parar de me culpar por aquilo, me achava uma pessoa horrível por ter deixado aquilo acontecer com ela. Então não sosseguei até conseguir afastar todo mundo de mim, e acabar sozinho aqui nesse apartamento.
E não importava o quanto os dias passavam, o quanto eu sentia a falta dela, o quanto as coisas ficavam mais difíceis... Eu continuava a amá-la cada vez mais.
Aquele ataque cardíaco tinha me pegado de surpresa. E quando dei por mim, estava em uma cama de hospital.
Eu sabia que não teria que aguentar muito mais tempo, isso era exigir demais de mim mesmo.
Então quando a enfermeira terminou de checar os aparelhos, sorriu para mim.
- Está tudo sob controle, senhor Jonas. Deseja que eu comunique a alguém da família?
- Não. - Eu respondi, e ela se retirou do quarto. - Só tem uma pessoa que eu quero encontrar agora. - Eu disse para o nada, e embora ela tenha dito que estava tudo sob controle, eu sabia que ela não tinha dito que estava tudo bem. Eu sabia que não tinha mais tempo, e também não queria ter.
Então eu pisquei, e quando abri os olhos novamente ela estava lá. Tão linda, jovem e perfeita quanto eu me lembrava dela. Me fitando do outro lado do quarto. Veio andando na minha direção, até parar ao meu lado e me lançar aquele sorriso do qual eu tanto sentia falta.
- , sinto muito por tudo.
- Eu também, .
- Eu sinto muito por você, não era pra ser assim. Mas... está tudo bem agora.
- Claro que está. - Eu respondia, vidrado no rosto dela.
- Eu ainda te amo, você sabe disso.
- Sim, eu sei.
Ela me estendeu a mão, e eu a segurei, trêmulo. No momento em que nossas mãos se tocaram, eu vi que aquilo era real, pude sentir a pele dela.
Então ouvi o monitor apitar feito louco, e então, o apito se tornou contínuo e a linha dos meus batimentos ficou reta.
Mas isso não importava, eu estava com ela. E nada poderia ser mais certo do que isso.


N/A: Oi, gente *-*
Essa é minha primeira shortfic, então peguem leve nas críticas e tals. Ela é inspirada na música "Remember December" da Demi Lovato, mas eu tenho nela algumas ideias próprias, como o final.
Bem, eu queria fazer um drama e tals, mas eu não gosto de finais tristes e o que eu tinha planejado pra personagem principal era realmente um final triste. Mas então eu fiz essa coisa meio sobrenatural e louca aí, pro final poder ser feliz *-*
Acho que a única coisa que ficou triste aí nesse final foi o que o pobre morreu virgem D: HISAHIEASHIEHSI

Enfim, tenho outra fic aqui, é sobre Twilight. "Two Different Worlds Collide" (outro plágio da Demi Lovato HISAHES)
Ah, a propósito, eu to pensando em fazer uma continuação pra essa fic, mas quero saber o que acham primeiro. É, eu sei que vocês devem estar pensando: "Continuação? Mas todo mundo morreu, comofas? ._."
Não se preocupem com isso, eu tenho algumas cartas na manga, só não sei se vou usá-las, porque vou logo adiantando que é uma coisa muito louca, e é capaz de vocês quererem me mandar pra um hospício ou coisa assim :B
Então é isso, não se esqueçam de comentar.
Beijos, fiquem com seus Jonas eternamente :*


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