White lips, pale face
(Lábios brancos, rosto pálido) Breathing in snowflakes
(Inspirando flocos de neve) Burnt lungs, sour taste
(Pulmões queimados, gosto azedo)
Eu a vi saindo de dentro do apartamento, linda como sempre. Usava um vestido preto decotadíssimo, ressaltando o quão curvilínea essa mulher era, e um salto que provavelmente aumentaria uns 12cm de sua altura. Ela era incrível, apesar de tudo, ela era incrivelmente perfeita.
Tinha um cigarro entre os dedos enquanto fechava a porta do seu apartamento e bufava.
Suspirei pesado do outro lado do olho mágico, lembrando que ela nunca mais havia me deixado tocá-la, nunca mais havia me deixado beijá-la, amá-la como se não houvesse um outro dia, como se ela fosse minha e eu não tivesse que dividi-la com mais ninguém, como se fosse fim de semana e pudéssemos ficar deitados e eu pudesse apreciar sua beleza para sempre. Mas eu sabia que isso nunca mais iria acontecer, ela nunca mais ia me deixar.
And you should never cut your hair
( E você nunca deve cortar o seu cabelo) 'cause I love the way you flick it off your shoulder
(Porque eu amo o jeito que você os tira do ombro) And you will never know, just how beautiful you are to me
( E você nunca vai saber o quão você é bonita pra mim)
Ela, de longe, era a mulher mais linda que eu já havia visto e, acima de tudo, totalmente corajosa.
Ela sempre fora muito fechada desde que chegou nesse condomínio no subúrbio, demorou mais de três meses para que ela realmente aceitasse entrar na minha casa e tomar um café. Era provavelmente a milésima vez que eu a chamava, e ela sempre dizia algo como: ‘estou realmente ocupada’ ou ‘é melhor outro dia, prometo’ e sempre sorria cúmplice. Desejei que aquele dia voltasse, para que eu pudesse rever seu rosto pelo olho mágico, batendo na minha porta, olhando o chão como se estivesse envergonhada o tempo todo, desejei sentir seu cheiro adocicado de mulher de novo, que eu pudesse tocar suas mãos, seus lábios, ver seu rosto corando e seus pelos se eriçando somente com o toque dos meus dedos.
Eu sabia o quanto eu precisava dela, eu sabia que, apesar dela ser imperfeita aos olhos alheios, ela era perfeita aos meus olhos.
E, quase que sem querer, minha mente fez uma retrospectiva de tudo o que ela me disse no único dia em que eu achei que ela fosse minha.
--- Flashback On ----
- Eu nunca achei que poderia ter você em meus braços. – falei enquanto a apertava mais contra o meu corpo, sentia sua pele eriçada e enquanto sua pele nua tocava a minha, eu me senti totalmente completo.
- Eu preciso falar algo com você. – ela falou num sussurro baixo e, quando eu a olhei, vi seus olhos totalmente marejados e fiquei apreensivo.
- O que foi que eu fiz? Hm, eu te machuquei? – perguntei, com um olhar preocupado e uma mão em sua face, tentando dar a ela a segurança que eu não tinha nesse momento.
- Eu acho que você deve ter percebido no que eu realmente trabalho. – ela me olhava com uma ternura imensa em seus olhos, e eu poderia me perder neles.
- Sim, eu sei no que você trabalha, e, se você quer saber se eu me importo com isso, eu não me importo. – sorri para ela. – Você dever ter os seus motivos, mas saiba que, se algum dia você quiser, sei lá, parar com isso, arranjar um emprego normal e ficar somente com um homem, eu estou aqui. – ela me olhou sorrindo, como se finalmente tivesse se acalmado. - Você bem sabe que eu a...
- NÃO DIGA ISSO. – ela me falou, com uma voz em um tom de desespero. – Eu não posso fazer isso com você, . Eu simplesmente não posso. Eu sou uma total bagunça, eu tô fodida. Você não tá vendo? Como é que você pode gostar de mim?
- Eu ia dizer que te a...
- NÃO. – ela me repreendeu de novo. – Não me diz essas palavras, . Elas merecem ser escutadas por alguém que mereça esse homem incrível que você é. Eu sei que a gente tá nesse rolo a mais de meses, mas desde o começo eu deixei bem claro que não era nada sério e que não era para nenhum dos dois se apaixonar. Você sabia disso, porra!
- Você é a mulher incrível que merece essas palavras, , só você não percebe isso. – eu disse, aproximando-me dela, que estava sentada na cama, e segurando seu rosto entre as mãos. Mas, antes que eu continuasse dissertando sobre o quanto ela era linda de todas as formas possíveis e impossíveis, ela me repreendeu, pela última vez naquela noite, antes de ir embora.
- Para com isso. – ela disse, com a voz chorosa, tirando as mãos do seu rosto e começando a se vestir. – Não faz isso com você e nem comigo, . Eu tô toda quebrada, eu não me conheço mais, eu nem sei mais quem eu sou. – e então, nos seus olhos pela primeira vez, eu vi que ela pedia socorro, e eu fui burro em não perceber isso antes. – Sempre foi assim, desde os meus 18 anos eu sou essa bagunça que você tá vendo. – ela apontava para o corpo. – Não se engane achando que eu sou perfeita para você, você vai se arrepender. Não me procura mais, não vem mais atrás de mim, finge que eu não existo. E eu tô fazendo isso porque eu gosto muito de você. Eu fui realmente estúpida achando que isso ia dar certo. – ela disse, recolhendo a jaqueta, abrindo a porta do apartamento e indo embora.
Escutei o estrondo da porta se fechando, somente recostei na cama e fiquei sentindo seu cheiro ali, impregnado.
--- Flashback Off ---
Love will scar your makeup
(O amor vai deixar uma cicatriz na sua maquiagem) Lip sticks to me, so now I'll maybe leave back there
(Seu lábio permanece junto a mim, talvez eu pare aqui) I'm sat here, wishing I was sober/
(Estou sentado aqui, desejando estar sóbrio) I know I'll never hold you like I used to
(Sei que nunca a terei nos braços como antes)
E por que eu não fui atrás dela? Todos os dias que eu voltava do trabalho eu realmente desejava que eu tivesse coragem suficiente de falar o que eu sentia por ela, mas, quando era para ter coragem, eu tomava algumas (muitas) bebidas e acabava me perguntando se o que eu realmente sentia por ela era amor.
Mas, quando eu a vi, pelo olho mágico, dois dias atrás, chorando na frente da minha porta sem saber o que fazer e me deixando sem reação, eu percebi que a amava.
A amava porque ela precisava de mim, precisava de alguém para reconstruir tudo o que ela era, para ajudá-a a se recompor, a ter uma vida a qual ela amasse, ter coisas que a fizessem ser completa, fazê-la completa.
E então, com a coragem que eu ainda tinha no meu coração, mesmo com um pouco de bebida no sangue, eu resolvi ir atrás dela.
Ela deveria estar ali perto, com aquele salto não deveria ter ido muito longe.
This town is alive
(E essa cidade está viva) With lights that blind keep me awake
(Com luzes que brilham e me fazem ficar acordado)
Saí correndo do apartamento, com o coração pulsando forte, mas, no fundo, uma pontinha de esperança me dava forças para ir atrás dela, para mudar a vida dela, para revirar tudo de cabeça para baixo. Para não só mudá-la, mas deixar que ela me mudasse.
As luzes da rua estavam todas acesas, a cidade fervia em plena sexta-feira, começo da noite, era uma paleta de coloração incrivelmente diversificada, realmente não sabia como havia tantas cores em tão poucos lugares.
Eu não entendia, mas eu queria todos os dias da minha vida ao meu lado, amando-me. E como seria incrível escutar essas palavras daqueles lábios, seria totalmente entorpecedor. E eu queria também dizer aquelas palavras a ela, proferi-las para que fossem morfina para ela, para que amenizasse toda a dor que ela sentia, para que ela esquecesse o passado e criasse um futuro ao meu lado. E, sinceramente, eu não precisaria de muita coisa se ela estivesse comigo.
Ela e mais ninguém.
And I'll fight my corner
(E eu vou lutar contra o meu canto) Maybe tonight I'll call ya
(Talvez hoje a noite eu te ligue) After my blood turns into alcohol
(Depois que o meu sangue se tranformar em álcool) No, I just wanna hold ya
(Não, eu só quero te abraçar)
Pensei que deveria ligar para ela, ela atrasaria mais e, se estivesse com alguma pessoa (na pior possibilidade, a qual eu desejo não esteja acontecendo), provavelmente cortaria o clima.
O telefone tocou uma, duas, três vezes. Até aquela sonoridade angelical soar do outro lado da linha:
- ? O que você quer? – ela perguntou, tranquila.
- Eu quero... - respirei fundo e tentei manter uma conversa decente. – Preciso conversar com você, . Onde eu posso te encontrar?
O telefone ficou em silêncio por alguns segundos, até que ela respondeu baixinho “Na Starbucks próxima ao nosso condomínio’’ e eu simplesmente desliguei o telefone, correndo atrás da cafeteria que deveria ficar a umas três ruas dali. Pensei em como estava errado sobre ela andar devagar naquele salto, ela deveria ter prática.
Sorri ao chegar à Starbucks e encontrá-la do lado de fora, mas logo fechei o sorriso quando percebi o quanto ela chamava atenção, não só dos homens, como das mulheres que por ali passavam.
Ela virou como se me procurasse e, quando me achou, sorriu de lado e veio andando devagar. Quando eu cheguei perto eu simplesmente a abracei, para relembrar o toque da minha pele na dela, para me lembrar do seu cheirinho adocicado de mulher, para me lembrar de como eu fui estúpido e deveria ter ido atrás dela há um bom tempo.
- O que você quer? – ela perguntou, saindo do abraço e me olhando mais uma vez, falando pausadamente como se medisse as palavras. – Eu tenho, hm, coisas a fazer.
- Você pode ir para o meu apartamento para a gente conversar? – falei, tentando fazer algum tipo de cara fofa que deve ter saído como uma careta, já que ela soltou uma gargalhada anasalada. – Por favor.
Ela me analisou por alguns segundos, que pareceram uma eternidade, e me olhou apertando os olhinhos enquanto abria um sorriso feliz e branquinho, quase que como se me dissesse ‘finalmente você veio lutar por mim’.
- Vamos. – ela foi fechando o sorriso e eu me perguntei como ela conseguia ter um sorriso tão branco se ela fumava, só quando ela estava nervosa, mas fumava.
Ela saiu andando na minha frente, atraindo todos os olhares possíveis, e acredito que, se algum animal de estimação passasse ali perto dela, olharia-a também.
Quando chegamos ao condomínio, ela subiu as escadas e eu não pude deixar de me perder no seu corpo, em cada detalhe pequeno no qual agora, na boa luz eu pude perceber.
- Perfeita. – deixei escapar baixinho, fazendo com que ela me olhasse de relance, tentando entender o que eu havia dito.
If you're broke then I will mend ya
(Se você estiver partida eu te remendo) And keep you sheltered from the storm
(E te mantenho protegida da tempestade) That's raging on now
(Que está enfurecida agora)
Assim que chegamos ao meu apartamento, uma garoa fina começou do lado de fora, fazendo com que minhas janelas ficassem molhadas por fora e chamassem toda a atenção de . Ela me disse uma vez que só amava as chuvas quando estava no conforto de casa e eu não pude deixar de memorizar isso. Quase que como um aviso pra nunca tirá-la de dentro do apartamento em dias de chuva.
Ela se virou, e parecia que tudo estava em câmera lenta.
Eu precisava salvá-la. Precisa tê-la ao meu lado, chamar de minha.
Pain is only relevant if it still hurts
(A dor só é relevante se ainda estiver machucando)
- Me desculpe. – eu falei e ela me olhou com uma cara interrogativa, então eu prossegui. – Me desculpe por não ter ido atrás de você, por não ter dito tudo o que eu deveria te dizer, mesmo que você não quisesse ouvir. Desculpe por não te proteger do mundo em que você vive, te tirar dele, e eu sei que você quer sair desse mundo, . Você não quer vender seu corpo, você quer ser de um homem só e, no dia em que eu ia dizer as palavras que iam te salvar, eu pude ver isso nos seus olhos. – ela me sorriu e eu parei de falar por alguns segundos para memorizar cada mínimo detalhe daquele rosto. A cor dos seus olhos, o formato do seu nariz e como suas bochechas tomavam uma proporção maior quanto mais ela ia alargando aquele sorriso e como elas ficavam coradas, o jeito que seu maxilar ficava enquanto ela mostrava seus brancos dentes, o jeito que seus olhos se apertavam e o jeito como ela ficava perfeita fazendo isso. - Me desculpe por nunca ter te pedido para ser minha, para te proteger, te prometer o mundo, e eu te digo: eu te daria o mundo, . Na verdade, o mundo parece pouco para o que eu quero te dar.
Ela foi se aproximando lentamente e uma sensação engraçada de dejá-vu invadiu todo o meu corpo, acho que a era porque eu já tinha pedido tantas vezes a Deus para que aquela cena acontecesse, para que ela se aproximasse com aquele sorriso dela, indicando-me que o que eu estava fazendo era certo, que era isso que ela queria também.
E então ela me abraçou apertado e sussurrou baixinho ao pé do meu ouvido um singelo ‘obrigado’.
And your heart's against my chest
(Seu coração contra o meu peito) your lips pressed in my neck
(Seus lábios pressionados na minha nuca)
Ela beijou minha nuca devagar, e eu senti meu corpo todo se estremecendo com aquela sensação. Automaticamente, coloquei minhas mãos em sua cintura, indicando que eu estava gostando daquilo. Ela continuou beijando minha nuca, subindo devagar e beijando cada pedacinho de pele do meu rosto.
Primeiro ela beijou o meu queixo e eu automaticamente soltei uma respiração um pouco mais pesada, aproximei mais os nossos corpos, se é que aquilo era possível, e, enquanto ela beijava meus olhos, bochechas e a ponta do meu nariz, eu a segurei e puxei para cima, fazendo com que ela entrelaçasse suas pernas na minha cintura.
Com uma das mãos em sua bunda para dar apoio e outras coisas, e com a outra em sua nuca, eu a puxei para um beijo.
E eu não sabia quanto tempo eu não sentia o gosto dos seus lábios, mas naquele momento, pareciam séculos.
Ela passou os dedos pelo meu cabelo enquanto me beijava, fazendo um carinho gostoso, e eu fui andando devagar e com cautela, até achar a cama.
O beijo tinha um sabor de urgência, de saudade, de salvação e, se me permito dizer, aquele beijo era um beijo apaixonado, um beijo que eu nunca mais havia trocado com ninguém.
Passei minha mão de sua bunda para suas costas e guiei seu corpo para se deitar por cima do meu.
Não precisaríamos fazer nada demais, eu poderia ficar naquele beijo para sempre, naquele toque de saudade, de reconhecimento.
Nossas línguas brincavam numa dança em um ritmo natural, e nossas bocas tinham um encaixe perfeito. Nós éramos um encaixe perfeito.
I'll hold your body in my hands
(E eu segurarei seu corpo nas minhas mãos) Be as gentle as I can
(E serei o mais gentil possível)
E então eu a amei. Amei como nunca havia amado ninguém. Reaprendi todos os pontos fracos do seu corpo, toquei em cada pedacinho de pele dela, beijei sua boca como se não existisse um amanhã; eu a amei como se ela fosse a única, a que merecia saber todos os meus medos e sonhos, a que merecia ser apresentada para todos os meus amigos e família. A que eu teria orgulho de falar tomando posse e chamando de minha.
- Eu preciso falar algo com você. – ela falou baixinho, fazendo desenhos desconhecidos no meu peito nu enquanto, em seguida, deitava a cabeça. Imaginei que ela escutou meu coração batendo mais forte, já que ela deu uma risadinha baixa.
Mas, ao escutar aquela frase, a apreensão bateu em cheio.
- Por favor, não some. – eu falei, mudando de posição e ficando de frente para ela.
E ela me olhou sério, fixou os olhos no meu, e revelou uma música angelical:
- Eu te amo.
E eu fiquei ali, com os olhos fixos nos dela e, como um completo idiota, sem nenhuma palavra para dizer, esperando que meu olhar respondesse tudo que ela precisasse saber.
Beijei sua testa demoradamente e adormeci, tendo ela em meus braços.
You are the earth I will stand on
(Você é a terra que eu ficarei em cima) You are the words I will sing
(Você é as palavras que eu vou cantar)
Não queria abrir os olhos quando o sol entrou pela janela, mas assim que meu olfato percebeu que o cheiro dela ainda se encontrava ali, eu abri um sorriso e em seguida os olhos, somente para observar aquela mulher ali ao meu lado.
Ela dormia com um sorriso no rosto e, sem querer, peguei-me sorrindo por vê-la ali, debaixo das minhas cobertas.
Dei um beijo em sua testa, um na ponta de seu nariz, e me deixei levar e beijei seus lábios.
Quando separei nossos lábios daquele selinho demorado, vi-a abrindo os olhos devagarzinho e me olhando com um ternura.
- Bom dia, ! – ela disse, animadamente, levantando devagar. Fui acompanhando todos os seus movimentos, enquanto ela pegava sua calcinha, sutiã e colocava minha blusa larga em seu corpo.
- Para com isso. – ela disse, escondendo seu rosto. Levantei rapidamente, coloquei minha boxer e fui de encontro a ela.
- Você sabia o quanto você é linda? – eu disse, tirando as mãos do seu rosto e a beijando. Sorrimos entre o beijo e então ela me perguntou:
- Por que eu, ? Com tanta gente para se apaixonar, como eu me destaquei? Eu estou realmente feliz que você queira me ajudar a sair dessa "vida". – ela fez aspas com o dedo, entortou a boca e prosseguiu. – Acho que não sou a melhor pessoa para se apresentar aos amigos. Eu sei que não diremos no que eu trabalho...
- Trabalhava. – corrigi-a sorrindo, e ela soltou um riso baixo.
- Trabalhava. – ela me disse, dando ênfase. - Mas mesmo assim, eu nunca realmente imaginei que um homem poderia gostar de mim desse jeito que eu sou. Eu sei que eu não tô fazendo algo totalmente errado, não tô matando ninguém. Mas mesmo assim. Qual o motivo de você querer me salvar?
- Eu te amo. – disse simplesmente o que era conveniente e verdadeiro. Eu realmente não me importaria com o seu passado enquanto no atual presente ela estivesse comigo, sendo feliz, saindo desse mundo dela e me amando.
Eu poderia arranjar dois empregos e dar a ela a vida de luxo que ela queria, poderia só vê-la à noite quando eu chegasse do trabalho cansado e ela estivesse preparando algo para comermos (ou ligando para uma pizzaria ou restaurante se ela não soubesse cozinhar). Eu só queria três coisas: Vê-la feliz, tê-la para chamar de minha, e o amor dela.
Nada mais.
See me loose focus as I sing to you now
(Me veja perder o foco enquanto eu canto pra você agora) And I can't , no, I wont hush
(E eu não poso, não, eu não vou me calar) I say the words that make you blush
(Eu digo as palavras que te fazer corar)
Abracei-a apertado e sussurrei um ‘espere um minuto’ enquanto eu ia até a sala e pegava meu violão.
Quando cheguei no quarto, ela me olhou com uma cara assustada e eu não pude deixar de sorrir.
- Não, não, não, não...- ela falou algumas vezes, rindo alto. E como a risada dela era gostosa de se ouvir. – Você já está me deixando envergonhada.
Passei os dedos pelos meus cabelos, bagunçando-os. Se ela soubesse ao menos que quem me deixava com vergonha era ela. Vergonha de não ser bom o suficiente, de ela estar se deixando levar, dela estar apaixonada por mim por pena.
Eu era tão inseguro quanto ela, tão envergonhando quanto ela, e tão apaixonado quanto.
- Você realmente me ama? – perguntei, olhando-a sério.
- É claro, . E eu não poderia estar mais certa desse sentimento.
Sorri, aproximando-me dela, beijei seus lábios e me sentei na cama, sendo acompanhado por ela ao se sentar ao meu lado.
Olhei-a de relance e comecei a dedilhar as cordas, formando notas, e das notas eu cantei palavras, palavras decoradas de uma música que eu havia feito para ela em uma das minhas noites de bebedeiras.
You’re strumming on my heart strings
(Você está dedilhando as cordas do meu coração) Like you were a grade 8
(Como se você estivesse na 8ª série) But I’ve never felt this way
(Mas eu nunca me senti desse jeito)
Quem sabe não era a letra da música, o significado que ela tinha pra mim, o que deu a entender pra ela. Quem sabe não foi o momento no qual eu a escrevi, tentando criar coragem de ir falar com ela. Aquela ali era, com toda certeza a nossa música, a música que me lembraria de toda confusão que eu e ela passamos, de todas as bebidas, de todas as noitadas tentando esquecer quem era , que foram todas em vão.
Mas agora não me adianta lembrar o passado se eu a tenho no presente e a mantarei durante toda a minha vida.
Eu a quero bem, quero perto de mim. Para cuidar, para amar, para chamar de minha.
Porque, como num somatório, ela só me acrescentava.
Fim
N/a: Muito obrigada a vocês que leram até aqui! Queria agradecer a Ilza e a Thayza que me aturaram ( e muito!) enquanto eu escrevia essa Fanfic.
Queria agradecer a incrível habilidade do Ed de escrever músicas incríveis e durante os dois dias que eu tentei escrever essa fic me ajudou, não me deixando faltar inspiração ( apesar de que a inspiração só vinha quando todo mundo em casa tava dormindo e eu faço uma zoada tremenda digitando s2)
Agradecer a minha beta lindíssima, que me aceitou com todas as minhas curiosidades sobre a sua vida, me ajudou com todos os probleminhas na fic e foi super fofa comigo ( sem você essa fanfic não estaria aqui, literalmente)
E a você que tá lendo ai! Sim, você mesmo babe. Que se emocionou, ou achou isso aqui uma bosta. Você que teve paciência de ler pra se apaixonar ou criticar.
Me sigam no twitter : @dynnah_hanna
Tumblr : Whoe3eversheis e lik3ewedid
E é só procurar meu nome no face qualquer coisa
N/b: Duas palavras: Ed Sheeran. <333333. Amei. Precisa agradecer não, você também foi super fofa. E você, leitora, que chegou até aqui, deixa um comentário, a autora merece!