abraçou contra o peito a embalagem que continha sua refeição quando saiu do elevador. Um cappuccino, um sanduíche de frango, uma fruta fresca e apenas uma pequenina trufa de chocolate, embrulhados em um saco de papel branco. Em silêncio repetiu a resolução do dia para si mesma: não ia mais perder almoço por causa do estilo frenético de trabalho de sua chefa, Charlene. Dali em diante iria tirar pelo menos alguns minutos para comer, como um ser humano civilizado. Não era pedir de mais, considerando o quanto se dedicava àquele lugar.
Lisa, a recepcionista, estendeu-lhe uma grossa pilha de recados em papéis cor-de-rosa e fez uma careta quando passou pela mesa da frente.
- Charlene não pôde encontrá-la. Está furiosa. Aonde você foi?
- Eu preciso me alimentar. – Sua afirmação pareceu culpada e defensiva para seus próprios ouvidos, por isso respirou fundo e sorriu para Lisa, ao pegar os recados.
E então ia sentar-se para almoçar a sua mesa, o que era seu direito e privilégio. Brenda, uma de suas colegas, segurou seu braço quando passou por sua escrivaninha. O cappuccino escorregou perigosamente para o lado. mal conseguiu agarrá-lo a tempo.
- Aí está ela, a mulher de mil vozes! Jullyana e eu estamos procurando gerentes de marketing, mas não conseguimos nada. Poderia dar um de seus telefonemas mágicos para nós, ? Por favor! Seja a bela mimada do Sul. Adoro esse seu personagem.
- Oh, não! Seja a duquesa herdeira da Inglaterra – Sugeriu Jullyana. – Ela é a minha favorita. Aquela esnobe arrogante sempre obtém resultados.
- Sem show até que eu almoce garotas. Depois poderei ser qualquer pessoa que queiram que eu seja. Prometo. – saiu andando em direção a sua sala, evitando os olhares de súplica de Brenda e Jullyana.
trabalhava em uma agência de empregos de alto nível, a sua função era recrutar, ou melhor, caçar talentos. E todos na firma tiravam vantagem de suas incríveis habilidades teatrais. Ela podia imitar qualquer um, enganando as recepcionistas mais desconfiadas ou secretárias, a fim de conseguir o que queria. E uma vez que selecionassem os executivos mais prováveis, e suas colegas de trabalho davam o melhor de si para tirá-los de seu cargo e colocá-los em outro lugar. Por uma boa comissão. era boa nisso. Chegava mesmo a assustar. Mais primeiro o almoço! Todo mundo merecia se alimentar, e uma boa pessoa que trabalhava duro não haveria de ser exceção. Acabara de se acomodar em sua poltrona e levar o sanduíche aos lábios quando Charlene surgiu como que por encanto.
- ! Até que enfim! Onde você estava? Qual é a situação da conta Brighton?
pôs o lanche sobre a embalagem e suspirou.
- Você me deu o arquivo quarenta minutos atrás, Charlene. Mal tive tempo de lê-lo, muito menos...
- Isso é urgente! – Charlene gesticulou frenética. – O grupo Brighton acabou de perder o empresário geral para os empresários do Corinthian. Quero que você encontre um candidato quente, e logo! Al Brighton me ligou a pouco e está muito nervoso. Quero lhe dar uma boa notícia. Agora!
- Sim, eu sei. Li o arquivo. Entendo a situação, e estava fazendo uma lista dos principais concorrentes deles. Começarei as ligações assim que acabar de comer meu...
- Comece com a Universal Music. O time de empresários deles é excelente. E eu estou com os números bem aqui, eu os procurei para você. Não sou uma chefa maravilhosa? Vamos. Ligue para eles.
lançou um olhar para seu cappuccino esfriando.
- É claro que vou ligar. Assim que eu...
- Preciso de seus instintos infalíveis, . Brighton desembolsará duzentos mil dólares por ano para um bom empresário, e se você tiver sorte, Pierce e eu iremos renegociar seu contrato. Vinte e cinco por cento de cada comissão, começando com essa. Faça as contas. E nós podemos até mesmo adoçar o pote, dando uma boa contribuição para aquele seu jovem grupo de teatro. Que tal? Que nunca digam que a Grayson & Clint não apóia as artes.
Sinais de dólares surgiram na mente de . A agência de emprego tirou quinze por cento do salário do primeiro ano de cada candidato que ela colocou. Vinte e cinco por cento dessa soma seria sua. Sete mil e quinhentos dólares. Se seus chefes fizessem uma doação em cima disso... Nossa! quase teria um orçamento para o projeto de outono de seu grupo de teatro de crianças de rua, o Playhouse MeanStreets. Espaço de ensaio, cenários, peças, iluminação, fantasias, nada disso seria barato. Ela e os outros fundadores da Playhouse estavam sempre buscando fundos.
A Playhouse era a única coisa com que de fato se importava. Ser capaz de garantir pessoalmente o projeto de outono dos garotos... Era tentador. Até mais do que um cappuccino frio.
- Preciso de uma estratégia, Charlene. Serei uma escritora. Quero escrever um artigo sobre as bandas de lá, por isso deverei fazer um tour com o empresário geral.
Charlene sorriu triunfante.
- Vá em frente. Ligue para eles. Adoro assistir a nossa pequena em ação.
discou.
- Universal Music. – respondeu uma jovem do ouro lado.
As habilidades de entraram em ação:
- Meu nome é . Sou da revista Air Inflight. Estou escrevendo uma série de artigos sobre bandas, e gostaria de organizar um tour preliminar, assim conseguirei ter uma idéia de como quero proceder. Algum de seus empresários está disponível?
- Bem, temos o Fletch, um ótimo empresário e está livre hoje às... Três horas!
piscou. Já eram quase duas e meia. Nunca era fácil demais
Charlene sorriu quando anotou o endereço.
- HEY, não fique apenas sentada aí! Vá em frente e nos consiga esse empresário.
O sorriso dócil de desapareceu assim que a porta se fechou. Gostava muito da sua chefa extravagante, mas não tinha energia para dramatizar naquele momento. Procurou por sua bolsinha de maquiagem, ajeitou o espelho e mirou-se nele com olhar crítico. Vinha dormindo mal, e agora isso começava a evidenciar-se em sua aparência.
Devia estar se sentindo satisfeita consigo mesma. Era a melhor funcionária da empresa. Obtivera muitos lucros para a Grayson & Clint. O problema era que estava cansada de intrigas, dos jogos de poder.
Tudo começara quando sua carreira teatral chegou ao fim, quando anos atrás, devido a seu desastroso caso com Dylan. necessitou de dinheiro e de uma distração. Aquele cargo proporcionou os dois. Além disso, caçar talentos de maneira como fazia era uma saída para suas frustradas habilidades em representar, e uma maneira de sair do buraco no qual Dylan a colocara. Nunca pretendera que o emprego fosse permanente.
Agora se sentia exausta e solitária, sua vida pessoal era uma desolação cruel. Porém, um problema de cada vez. Era uma longa corrida de táxi até a empresa, e sem tempo pra lamentar-se, sem tempo para almoçar.
Tirando os óculos, pôs as lentes e contato. Em seguida, apanhou uns prendedores de cabelo e fez um coque francês. O conjunto de saia e blazer preto estava bom. Passou um batom discreto, um pouquinho de rímel e seu rosto ficou em ordem. Calçou sapatos que aumentava poucos centímetros do seu tamanho atual.
A tarefa que a aguardava era simples: introduzir-se com a inteligência no escritório de Fletch sem comprometer o emprego atual dele. Se Fletch parecesse promissor, ela iria persuadi-lo de que seria melhor para seu futuro profissional trabalhar no Grupo Brighton, e não na Universal. Que pena que não estava usando uma blusinha mais curta... Mas sem problemas. Seus seios impunham respeito mesmo com a blusa abotoada o pescoço. Tornou a fitar-se no espelho, aprumando-se com afetação, como um super espiã de Hollywood.
- Meu Nome é Williams. Williams.
Repreendeu-se pela própria tolice, mas então pensou que, se precisava mentir para sobreviver, deveria ao menos se divertir um pouco no processo.
olhou ao redor da área da recepção, bastante impressionada. O sol brilhava através das janelas, e iluminava ricos tons do escuro das portas de vidro. Apenas o sofisticado arranjo de orquídeas rosa na mesa da recepcionista devia custar centenas de dólares.
A única coisa que destoava do cenário era uma garota atrás da mesa. Ela era muito bonita, com olhos escuros e brilhantes, e com cabelos também escuros presos em um rolinho colorido, e sua boca carnuda estava roxa. Nada Professional, decidiu .
- Posso ajudá-la senhorita?
- Vim falar com Fletch. Sou .
A adolescente sorriu.
- A colunista da revista, certo?
retribuiu o sorriso, Excelente. Uma recepcionista ingênua era tudo o que queria.
- Sim, tenho uma hora marcada com el...
- Com Fletch, eu sei. Mas tivemos uma emergência e Fletch teve que correr para solucioná-lo
suspirou.
- Entendo. Posso marcar outra hora?
A recepcionista franziu o cenho, pensativa.
- Tenho uma idéia melhor. – Encarou com intensidade. – Você pode falar um dos garotos que temos aqui... Digamos que esse lugar já é uma segunda casa para eles. – Ela parecia sorrir sinceramente. Mas o que queria mesmo era sair logo dali, só falar com Fletch e não garotos que acham que começaram a vida.
- Não quero incomodar...
- Não é incômodo algum. Eles já vão chegar já, às vezes é bom se distrair, certo? - A recepcionista levantou-se, revelando uma saia justa e curta. – Venha comigo, vou levar até a sala deles.
- Não, olhe... – começava a se desesperar. – Prefiro marcar outra hora.
- Fica tranqüila. Os meninos são ótimos. Garanto que vai gostar. – As trancinhas da menina balançavam conforme ela andava pelo corredor.
, sem muita opção. Poderia garantir e esquecer o assunto, ou fazer o jogo proposto. Charlene ficaria muito aborrecida se ela estragasse tudo antes mesmo de fazer um contato.
Tudo bem. Pelas crianças de rua poderia agüentar o jogo alguns minutos mais. Era uma atriz treinada, afinal.
A menina abriu a porta de uma grande sala e gesticulou para que entrasse.
- Fique à vontade. Eles chegarão a qualquer momento. – A tal da recepcionista virou-se e fechou a porta atrás de si, deixando sozinha dentro da enorme sala.
- Por que sempre sobra pra mim? O não poderia fazer isso não? AFF que merda. – ouvia uma pequena gritaria no corredor onde se encontrava. Na certa eram eles. Ou ele?
- Ta! Eu fico aqui, falando com a tal da colunista, enquanto o fica fazendo as músicas? AFINAL CADÊ O E ? – O tal do menino atrás da porta já se encontrava bravo. queria mais do que tudo sair dali, mais uma coisa um pouco impossível, se a única saída estava o tal do menino. pode ver a porta sendo aberta, e avistou um rapaz, magro. Os cabelos loiros, que cobria um dos olhos dele. E olhos castanhos bem escuros brilhantes. As feições eram perfeitas. Ombros largos, e uma perfeição dos lábios sensuais. não podia olhar para baixo e examinar o restante porque não conseguia se desviar dos olhos do rapaz.
Tom a analisou dos pés à cabeça. se tornou muito ciente do quanto era pequena. Do grande corpo masculino, bloqueando sua saída. O blazer pareceu muito apertado, a saia muito curta. Os trajes muito... Quentes.
- Olá. – Ele a cumprimentou.
Ela abriu a boca, mas o som seco que saiu era audível apenas dentro de sua própria cabeça. Sentiu-se tão feminina! A renda do sutiã roçou contra os mamilos intumescidos. A barriga pressionou-se contra o tecido da saia. A calcinha parecia justa demais.
Os lábios dele davam a impressão de ser aveludado, sensuais. Tom esqueceu por instantes sua função ali. Ele tinha um aroma fresco de ervas. queria esfregar o rosto contra a camisa dele. Tom a conduziu para fora da área onde estavam. A grande mão quente posicionou-se de forma possessiva em suas costas, enquanto ele a conduzia por um dos corredores daquela imensa empresa.
Havia regras governando aquelas situações? Conversas? não tinha idéia, e o silêncio era tão... Eloqüente! A cada minuto que passava, tornava-se mais fácil ela concordar com qualquer coisa erótica que ele pudesse querer dela. A mente girava com imagens sensuais. Tropeçou. Tom a firmou, amparando-a pela cintura.
- Cuidado moça. – murmurou.
- Moça não, . , por favor! – ajeitou-se de novo, contendo a sua vontade de lhe agarrar ali mesmo no corredor.
- . Thomas ... Mais pode me chamar de Tom, mesmo. – Tom a guiou até o segundo andar, ele a puxou pela mão. – Quero lhe mostrar uma das salas de reuniões! –
estava tão excitada que mal conseguia respirar. Tom parou defronte a uma porta.
respirou fundo e entrou primeiro que Tom, que deu passagem para a mesma passar. Tom deixou a porta entreaberta e a seguiu dentro da sala.
Levá-la ali era um truque sujo e baixo, mas tudo era justo no amor e na guerra, afinal. chegou perto da mesa de reuniões e sentiu Tom atrás de si. Suspirando, perplexa, levou a mão à boca. Por um segundo, ele temeu tê-la aturdido, mais o olhar brilhante que lhe lançou o tranqüilizou. não era uma puritana. E ficava linda quando corava. Uma parte de Tom estava oferecendo um tour de cortesia para uma profissional, mas outra observava como um falcão, só para o caso de seus sonhos mais loucos se tornarem realidade. Não ia tirar nenhuma conclusão precipitada, independente de quantos olhares derretidos ela lhe lançasse. teria de lhe dar um sinal claro, inconfundível.
E ele podia começar ali.
- Essa sala é uma das mais importantes para reuniões, só os chefões vêm aqui.
verificava a imensa mesa. Peças pela sala em tons dourado brilhavam. A fantasia aumentou. A mesa grande o suficiente para um lugar de prazer.
- Nossa, é mesmo grande esse lugar!
Tom admirou o delicado perfil feminino. Os cabelos espessos com cachos escuros tinham sido presos num coque em austera submissão. Calculado para provocar um sujeito que adorava desafio. O corpo era perfeito. Delgada e macia como uma pêra suculenta [N/A: pêra é bom, não é? IAUHSIIUHSAA :B]
virou-se para encará-lo.
- É muito bonito.
Ele desviou o olhar dos seios dela bem a tempo de sorrir com inocência.
- Este lugar impressiona qualquer matéria de revista. Que fotógrafo você usa?
Ela desviou os olhos.
- Em geral trabalho com pessoas diferentes. Ainda não me decidi.
- Posso lhe fazer algumas recomendações.
- Obrigada, mais estou coberta. – Tom pode sentir a tensão no ar. Ela estava vibrando em alta freqüência, mas ele ainda não tinha certeza do que queria que fizesse. E não ousava adivinhar. Aquilo era importante demais.
Tom seguiu-a com os olhos e encontrou-a admirando o quadro “Leda e o Cisne”. Na tradução dele, Leda era uma moça gordinha e nua com longos cachos escuros. Reclinava-se numa grande cama preenchida com travesseiros dourados e vermelhos, e a pele brilhava como pérola contra as cortinas escuras. O cisne se posicionava entre suas pernas abertas, as grandes asas espalhadas. Pelo brilho perverso nos olhos pretos do animal e pela expressão de rendição de Leda, ficava óbvio que um bom momento estava prestes a começar.
tornou a tapar a boca, com vontade de rir.
- Não há lugar seguro para descansar os olhos aqui.
- Isso foi pintado por Manfred Cozzoli. Um desconhecido pintor siciliano, do começo do século XIX.
- Imagino que essa não seja a arte padrão da empresa.
- Acho que aqui não tem nenhum padrão. São só uns quadros. – Tom a observava e ao mesmo tempo observava o quadro à frente deles na parede.
olhou para “Leda e o Cisne”. Fitou as ninfas e encarou Tom, e o coração dele disparou. Ela andou até a porta e fechou-a e passou a chave.
Capitulo II_________;
não queria pensar. Aquilo estava mesmo acontecendo. Sentia-se delirante, perdida num sonho ardente. O coração batia contra o peito como se quisesse saltar para fora. E agora que a porta fora trancada, tinha de se virar e olhar para Tom. Tinha de... Fazer alguma coisa com ele. Deu uma olhada em si mesma num espelho com moldura que parecia ser antiga. Viu um rosto um rosto pálido e oval, olhos arregalados em uma expressão excitada.
A quente mão masculina veio descansar em seu ombro. se voltou e olhou para cima. Os olhos faziam uma pergunta que o corpo inteiro dela ansiava por responder.
Foi quando entendeu por que sua garganta estava fechada. Não queria mentir para ele. Até uma omissão parecia errada. Naquele momento não podia se importar menos com o Grupo Brighton. Aquilo era mais importante. Jamais se sentira tão viva, tão emocionada, como se estivesse à beira de algo milagroso.
No entanto, se lhe revelasse a verdade, o encanto se desfaria e o momento seria perdido. Seriam tudo negócios, então. Explicações, desculpas, uma fuga embaraçosa. Um sermão de sua chefa, que a esperava, ansiosa.
Não podia arriscar tanto. Se tivesse de escolher entre fantasia e nada, optaria pela fantasia. Por quanto tempo fosse possível.
se aproximou e pôs a mão no peito dele. Tom teve um sobressalto, como se ela o tivesse queimado. O tecido branco da camisa era frio e macio, mas por baixo havia um calor vital e masculino.
Tom segurou-lhe na nuca, e deslizou o outro braço pela sua cintura.
- Tom, o que estamos fazendo?
- Não é óbvio? – O hálito quente dele roçou-lhe as faces, a orelha.
E Tom a beijou. Os lábios eram tão aveludados quanto ela imaginara. já beijara diversos homens e, como qualquer pessoa, tinha suas preferências, mas aquela sensação era inteiramente nova, distante de sua experiência.
A pressão quente da boca de Tom despertava cada desejo enterrado em seu íntimo. A barba malfeita roçava contra sua pele. Uma incrível excitação a dominou.
Tom aprofundou o beijo ardente, maravilhoso. E quando se viu sem fôlego, jogou a cabeça para trás.
- Seus lábios são tão macios.
“Ora , que coisa tola para dizer!”
Tom deu risada, e a beijou de novo, acariciando-lhe os cabelos. abandonou-se ao beijo com paixão.
De repente, assustou. Aquela sensação não era o que esperava. Jamais experimentara aquilo com Dylan ou outro namorado.
- Tom... Eu me sinto... Como se...
- Eu sei. Sou todo seu, meu anjo. Não se preocupe.
tentou se afastar e tropeçou, o processo. Tom moveu-se para pegá-la, e eles caíram juntos em cima de um sofá macio que se encontrava na sala.
Ele se levantou rápido.
- Desculpe-me. Você se machucou?
Ela riu um tanto histérica.
- Estou bem, obrigada. Apenas... Um pouco descontrolada.
Abaixando-se à frente dela, Tom descansou as grandes mãos nos joelhos de , estudando-lhe o olhar.
- Tem certeza de que está bem? Você me parece prestes a chorar.
- Eu nunca choro.
Eles se encararam. Tom afastou uma mecha do cabelo dela que se desprendera do coque.
desejava sentir-lhe o aroma, a essência vital. Assim, enlaçou-se pelo pescoço, quando ele lhe beijou a face.
Tom afagou-lhe as pernas, abrindo-as por baixo da saia. Quanto mais ele a tocava, mais o queria.
Mudando de posição, Tom deitou-se a seu lado no pequeno sofá, movendo os lábios sobre seu rosto. sentia-se flutuar, tão excitada que mal notava que os botões da blusa estavam sendo abertos, um por um, até que seus seios foram libertados.
Tom se posicionou sobre ela, tão grande e tão pesado. Tudo ia acontecendo muito rápido. O corpo de vibrava embaixo dele. A saia já subira até a cintura, e Tom se ajeitou entre suas coxas, enlouquecendo-a com o contato delicioso. o queria tanto! Precisava dele!
Como? Não podia precisar daquele homem. Não sabia nada sobre ele.
Tentou interromper o contato, mas não conseguiu. Mal podia se mover. A boca de Tom continuava a acariciá-la e explorá-la. virou o rosto para tentar detê-lo, mas ele segurou-lhe o queixo e cobriu-lhe a boca com um beijo possessivo. E começou a tocar-lhe as pernas acima das ligas que prendiam as meias de seda.
- Essas suas meias me deixam louco...
Ela agarrou a camisa dele, comprimindo os quadris. Aquilo era insano. Encontrava-se em uma sala de reuniões de uma das grandes empresas do mundo com um total estranho. Se continuasse, iria se perder, e nunca mais encontraria o caminho de volta.
Por isso, afastou o rosto outra vez.
- Tom? Por favor...
- Eu sei. Também sinto isso... Cuidarei de você. Relaxe.
“Meu Deus, o que eu fiz?” Não tivera idéia de que os riscos seriam tão altos. Conhecera aquele homem vinte minutos atrás, e as emoções que afloravam eram mais intensas do que qualquer coisa que já sentira na vida.
Se aceitasse o que ele lhe oferecia e depois Tom dissesse “Obrigado, foi divertido, seja feliz. Qual é seu nome mesmo?”, seria tudo o que ela merecia, mas ficaria destruída. Não fazia sexo casual. Queria-o sim. Desejava-o demais. Achara que podia lidar com isso, e fora necessário sentir-se de ponta-cabeça para constatar o quanto era fácil perder o controle. O quão vulnerável ficava ao lado de Tom.
De súbito, pôde se mover. Um ar frio umedeceu-lhe o rosto e o busto. Tom, de joelhos, desabotoava o cinto, tirava a camisa do cós da calça, os olhos ardentes e focados nos seus.
- Tom, por favor, pare.
- O que foi? – Perguntou ele incrédulo.
Ela tremia.
- Eu... Não posso... Fazer isso.
- , eu pensei que era isso o que queria.
- Sei que parece assim...
- Parece? – Ele riu.
mordiscou o lábio.
- Lamento. Acabei me descontrolando, e quando você me beijou, perdi a cabeça. Mas isso é demais. Eu o conheci há vinte minutos. Não posso fazer amor com você, assim do nada!
- , eu não sinto como se fosse “assim do nada”.
Ela cerrou as pálpebras.
- Perdão, Tom.
Após um longo silêncio, ela abriu os olhos. Ele estudava suas formas. Mamilos rígidos apontando através da rendo do sutiã, sai na cintura, pernas abertas, faces quentes.
Tom a soltou, suspirando.
- Não posso me culpar por ter entendido errado.
enrubesceu.
- Eu sei, e peço que me desculpe. – Tentou abotoar a blusa. Deitada de costas, não conseguiu acertar uma única casa.
Tom ficou de pé.
- Sou eu que devo me desculpar. Li os sinas errados. Não costumo forçar mulheres. Isso não me excita.
- Evidente que não. – Esforçou-se para se sentar. – Não é culpa sua, de modo algum.
- Então me beije de novo. – ordenou.
abotoou a blusa com os dedos trêmulos.
- Não creio que seja uma boa idéia.
Tom a forçou a encará-lo.
- Não vou abrir minha calça. Não a forçarei a nada. Apenas me beije como me beijou antes. – Agachou-se ao lado dela. – Por favor!
- Mas...
- Só um beijo. Vou ficar arrasado se você não fizer isso.
O tom melancólico a silenciou. As feições dele estavam rígidas, os punhos, cerrados. não era a única que tremia, e isso a emocionou. O impulso de reconfortá-lo era irresistível. Sabia como era sentir-se arrasada.
Aproximando-se, roçou os lábios nos dele.
explorou-lhe a boca, mordiscando e lambendo.
- Adoro seu aroma... – Ela murmurou tímida.
- É só meu gel de banho.
- Hm, é gostoso! Tem cheiro de pinho.
Ele sorriu como um tolo. Então não era o único romântico ali...
Deslizou sua mão rapidamente nas coxas delgadas, sentindo a pela dela arrepiada, enquanto ela o torturava com aqueles beijos.
- Se você quiser posso te mostrar minha banheira, e compartilhar o gel. – Tom gemeu quando os dedos tocaram o território proibido, uma pétala de flor úmida e suave. Muito úmida. Ela estava mais do que pronta.
Ele entrelaçou os dedos nos cabelos dela, que agora estavam soltos na nuca, e assumiu controle total da carícia. Queria tirar-lhe a calcinha e explorar o segredo de com toda sua paixão.
- Tom, você disse que era só um beijo.
- É verdade... – Posicionou-se em cima dela no sofá e traçou-lhe o contorno da boca com a ponta do dedo.
estava tremendo. mas perto demais. Aquilo ameaçava matá-lo. Tinha de terminar o ato. Tinha de fazê-la atingir o clímax.
pôs a própria mão entre as pernas para que apenas as pontas dos dedos dela alcançassem o centro da feminilidade. Certo. Elas fariam o trabalho. Tom a beijou, movendo os dedos em círculos, acariciando-a com total intimidade.
Fazer amor com ela seria bom demais. era pequena, porém forte, com aqueles seios macios e generosos. Flexíveis, vibrantes, bem formados. Ela não se quebraria embaixo do seu corpanzil quando ele quisesse ficar por cima.
Tom continuou a explorá-la, insistindo, até que enrijeceu com seus braços e emitiu um baixo soluço. Chegara ao êxtase, e ele nem lhe tirara a calcinha ainda. Aquele ia ser o sexo mais fantástico que Tom já tivera.
Alisando-lhe a face, ele esperou pelo veredicto. ofegou, de olhos cerrados. Tinha medo de encará-lo, Tom notou, e segurou-lhe o rosto com gentileza.
- Hey , está tudo bem?
Ela abriu os olhos e sentou-se na beira do sofá. Tom a seguiu, pressionando-lhe a perna. Não queria que estivesse fora da influência de seu calor quando a doçura morresse e as dúvidas começassem.
A saia estava erguida, que no processo haviam se desprendido das ligas, abaixadas. Tom notou algumas sardas na parte superior das coxas dela, e as acariciou. pôs a mão sobre a dele, impedindo-lhe o movimento...
- Pediu-me só um beijo...
- Você gostou também de algo mais...
- Essa não é a questão.
Uma forte batida na porta os sobressaltou. Tom praguejou baixinho.
- Quem é?
- Tom? O que está acontecendo aí?
- Droga...
Era um dos amigos de Tom, , guitarrista e vocal da banda.
se levantou. Ele tentou tocá-la, mas ela esquivou-se.
- Sairei em um minuto! – Gritou Tom.
- Por que em um minuto? – exigiu saber.
A tensão irradiava-se pelas células de . Tentou prender as ligas das meias, mas o nervosismo não permitia. Tom se ajoelhou a seu lado.
- Relaxe. Deixe-me ajudá-la com isso.
- Tom! – Veio a voz do outro lado da porta. - Os meninos já estão ensaiando, e a recepcionista falou que você foi mostrar a empresa para uma linda escritora de revista. Ta mostrando, ou ta mostrando outra coisa?
- Cala a boca , dê-me um minuto!
Os mistérios por baixo da saia de mereciam sua atenção. Respirou fundo, prendendo as ligas em seus devidos lugares.
Então, se agachou para procurar os sapatos embaixo do sofá, e ele se esqueceu da situação presente, admirando-lhe as formas.
, enfim, calçou os sapatos.
- Sua blusa está aberta. Deixe-me abotoá-la. - Tom foi recompensado por uma última deliciosa visão dos mamilos rígidos, antes de acabar seu trabalho. – Jante comigo.
Os olhos de se desviaram dos dele. Será que fora longe demais? Ela poderia desaparecer de sua vida com a mesma rapidez que aparecera.
- Tom... Tenho de lhe contar algo...
- Não fizemos o tour pelo hotel. Mas pelo menos me deixe levá-la para jantar? Por favor...
Ela sorriu muito graciosa.
- Sei...
Ele ajeitou-lhe a gola.
- Fala sério. Você faz as regras. Juro que serei bonzinho.
- Acontece que...
- Tenho de vê-la de novo, .
- Mas tenho de lhe falar uma coisa. Eu não sou...
- Diga que jantará comigo. Apenas diga “sim”.
- Pare de me interromper. Você não me deixa terminar!
Tom deu um passo para trás.
- Tem razão. É um péssimo hábito meu. Diga. – Cruzou os braços.
Ela respirou fundo e tentou de novo.
- Eu não sou realmente...
- Tom! – bateu na porta. – Já esperei seis minutos aqui dude. Vou criar raízes desse jeito! Você devia estar com os caras ensaiando e não cuidando de seus hormônios plena sala de reuniões com uma escritora gostosa.
- Cala a boca ! Já estou saindo.
Harry bateu mais forte na porta.
- Será que vai sair dessa sala hoje huh?
O momento estava perdido. abotoava o blazer, o rosto escondido por seus cabelos soltos. Ele segurou-lhe o braço.
- Por favor, , não fuja. O que quer que tenha a me dizer poderá falar no jantar, certo?
Ela hesitou por tanto tempo que Tom teve certeza de que iria dispensá-lo. Quando assentiu, ele se sentiu aliviado.
Tom pegou seu celular e colocou na função de endereço.
- Posso te pegar às oito horas? Onde mora?
apanhou a bolsa.
- Eu vou direto ao Coroa Copley. Encontre-me lá.
- Pelo menos seu telefone. Seu e-mail, qualquer coisa.
voltou a socar a porta.
- Você está produzindo filhos ainda Thomas? TEMOS UM CD PRA GRAVAR SENHOR PEGA TODAS! – Tom caminhou até lá e girou a chave.
- Você vai me pagar por isso, !
Os olhos claros de seu amigo faiscavam.
- Já paguei. Os meninos já estão ensaiando a mais de 13 min. Pra ser exato, e um carinha – que – eu – esqueci – o - nome chegou, e ele quer nos ver tocando, merda!
Tom fitou . Ela empalidecera, mas havia um rosado de vergonha nas faces.
- Com licença. – Murmurou. Passando por ele. Aproximou-se da porta aberta.
estudou-a.
- Essa é a escritora?
- É . – Apresentou-a. Tom, pois ela parecia incapaz de responder. – , este é meu amigo, parceiro da banda, .
a fitou da cabeça aos pés.
- Hm. Teve sorte grande hoje, hein Mr. ? – havia debochado da cara do amigo que fizera bater em seu braço com o comentário.
- Eu estou indo. – E dirigiu-se à escadaria.
- Encontre-me na última mesa do restaurante, . Às oito. – Tom a viu descendo as escadas, e desaparecendo de vista.
- Obrigado . Você é um grande amigo.
- De nada amor, também te amo... Agora vamos logo, xuxuzinho!
Tom sorriu, enquanto respirou fundo, dirigindo-se para a escada.
- Seria mais profissional de sua parte seduzir suas mulheres em seu tempo livre e em seu próprio apartamento, não acha que seria mais adequado do que a sala de reuniões?
- Com ciúmes? Você vai continuar sempre sendo meu amante, ta delícia? – Tom ria da cara do amigo e recebendo um beijo na bochecha, que fez Tom passar seu braço limpando-o.
- Eu fico, ta? Traindo-me por ai, com essas mulheres bonitas, enquanto eu fico aqui chupando dedo. - ficou com cara de choro, enquanto chegavam à sala de ensaio.
- Espera ai , eu já vou entrar. – Tom disse e um simples toque em seu bolso, tirou seu celular e discou alguns números. apenas deu de ombros abrindo e fechando a porta atrás de si.
- Olá Henry! Como vai?
- Bem Tom.
-Diga-me, ainda está saindo com Chatlotte?
- Sim, por quê?
- Ela trabalha na Revista Europa Air Inflight?
- Charlotte vende espaço de propaganda para eles. Quer anunciar? – Tornou a perguntar.
- Acho que já o fizemos, na verdade. Conheci uma mulher que escreve para a revista. Estava pensando se você poderia pedir a Charlote para...
-... Verificar todos os detalhes sobre a vida dela? Devia envergonha-se de si mesmo, amigo.
- Fará isso por mim ou não?
- Qual é o nome da moça?
- .
- Certo. Estou ocupado agora, mas vou jantar com Charlotte. Perguntarei a ela e lhe telefone de volta. Tudo bem?
- Antes tarde do que nunca.
Henry deu risada.
- Você não muda Tom. Falo com você à noite.
- Até mais. – Tom desligou, indagando-se o que teria querido lhe contar.
Capitulo III
tinha a situação sob controle. Fora até o restaurante com seu próprio carro, a um lugar público e movimentado. Não pretendia se meter em encrenca. Não tinha a menor intenção de se envolver com uma pessoa da empresa onde lhe fora a tarefa “roubar” um empresário.
Vinha dizendo isso a si mesma durante a tarde. Nem retornara ao trabalho. Sentia-se muito abalada, e a única terapia para aquilo fora, óbvio, ir ao shopping, o que resultou na compra de um vestido novo para aquela noite e sapatos que combinavam nenhum dos quais tinha condições de adquirir. Para não mencionar a lingerie ousada a qual não conseguira resistir.
E, uma vez que tinha a indumentária pronta... Bem, parecia uma lástima desistir do jantar. Muito desperdício de tempo e dinheiro. No entanto, não tinha a menor intenção de fazer amor com ele.
“Então por que os preservativos na bolsa?”, perguntou a si mesma. Não havia mais retorno. E não via nada de errado em estar coberta, preparada. Só para o caso de...
Desligando o motor, descansou a cabeça contra o volante. Tinha de acalmar-se. Não podia transpirar naquele vestido. Gastara uma fortuna nele.
“Você é forte, . Fria, calma, controlada.” Uma pessoa capaz. Bem sucedida no trabalho. E não podia esquecer-se de quanto autocontrole necessitara para transformar a energia negativa das crianças de rua em arte. O modo como se derretera na sala de reuniões fora só uma aberração temporária. Nada mas.
“E que aberração!” Ela começo há transpirar de novo.
“Contenha-se, . Ninguém gosta de uma cena embaraçosa.
Ela riu em silêncio. “Obrigada, mãe, por seu exemplo.” A mãe de sempre tivera horror a demonstrações de fortes emoções. Como ficaria aturdida ao vê-la agora vestida para seduzir, dominada por vontades libidinosas.
O restaurante Coroa Copley era uma mansão antiga, repleta de torres e vários outros ornamentos de arquitetura, mas o efeito total era de alegre exuberância. alisou a pequena parte da saia do vestido. O tecido de seda aderiu a suas mãos úmidas. Gastaria seu próximo salário no cartão de crédito, mas valera à pena. O vestido azul-marinho delineava-lhe os quadris e caía lindamente sobre sua coxa. Adquirira também um sutiã preto, a fim de levantar mais os seios e realçar o modelo. Mal conseguia respirar naquela roupa, mas tudo bem. Com Tom nunca respirava direito mesmo.
Aquilo seria perigoso. Nunca devia ter concordado com um encontro sem dizer a Tom o que pretendia. Não era nenhum grande segredo, afinal. Não estava machucando ninguém ou fazendo algo ilegal. Entretanto, encontrava-se em desvantagem. Não suportaria o estresse. Resolveu que contaria a verdade assim que o visse. Então, Tom poderia decidir se queria prosseguir naquele momento.
Era possível que ele se zangasse e concluísse que ela não era tão interessante assim. E talvez estivesse certo. Dylan a afastara dos homens por anos. Quatro, para ser precisa. Não era de se admirar que estivesse tão ansiosa por sexo.
meneou a cabeça. Não devia se lembrar de Dylan. Depois dele, foi com grande custo que recuperou o controle sobre sua vida.
Erguendo a cabeça e aprumando os ombros, caminhou em direção à bonita entrada do Coroa Copley.
O anfitrião conduziu-a através das portas francesas que levavam a uma última mesa magnífica. Chegou perto de Tom e na certa gostou do vestido, pois seus olhos pareciam devorá-la.
ficou desequilibrada, enlouquecida. Precisava muito respirar, mas era quase impossível.
- Azul como o mar.
não compreendeu.
- O quê?
- Seu vestido. É da cor do mar, o tom de uma tempestade.
Ela ficou tão lisonjeada que os joelhos bambearam.
- Obrigada, mas eles são apenas azuis escuros.
Tom se levantou, indo até ela e traçando-lhe a linha do maxilar.
- Você aprenderá a receber elogios meus antes que a noite termine.
As doces palavras soaram como uma promessa, ou quem sabe uma ameaça velada. Ela não tinha certeza de qual dos dois.
- Ah, veremos... – Disse, sem graça.
- Estou feliz em vê-la, . Não estava certo de que viria.
- Que motivo eu teria para não vir? – Como se ela não tivesse feito aquela pergunta a si mesma a tarde inteira.
- Você não me deu seu endereço.
- Preferia vir sozinha.
Antes que ela pudesse terminar a frase, Tom a beijou. O beijo possessivo a pegou de surpresa. Ele era tão forte e vibrante, pressionando-a contra seu corpo! A barba malfeita roçou-lhe a face. não esperava disso dele, não agora, e nem ali... Na frente de todos. Quando ele interrompeu a carícia, piscou zonza.
- Você é muito seguro de si.
- Nem tanto. O vestido é um anunciado. Só estou respondendo a ele. Você faz um movimento, eu faço outro. Cause efeito. É a lei natural, como a gravidade. Pura física.
reprimiu as risadinhas antes que começasse a soar histérica.
- Devo ter faltado a essa aula.
Tom a abraçou mais forte.
- Notou como os homens estão te olhando?
- Não vi nenhum outro homem, Tom. Estava a sua procura.
Ele sorriu.
- Bem, eu percebi como eles à olham. Um homem tem que ficar atento quando sua mulher está vestida assim.
“Sua mulher?”
- Tom, eu...
Dessa vez o beijo foi mais lento, mais doce. Pura sedução, despertando todo o desejo feminino.
Desta vez separou-lhe o beijo, e Tom seguiu seu caminho até o outro lado da mesa e sentou-se, mas antes lhe tinha puxado a cadeira para que senta-se na frente dele.
- Tom, há algo que eu...
- Então ela apareceu, afinal! Você é corajosa, Srta. . – sorria largo.
Tom encarou o amigo.
- Então, qual é sua desculpa?
deu de ombros.
- Vim ver o meu amorzinho. – jogou beijos no ar. Que momento mais gay. – Mentira. Eu e os caras estamos logo ali... Vigiando vocês. Ok! Mentira de novo. Viemos jantar com umas meninas que conhecemos ai... Pois também temos hormônios. – fez uma pausa e com uma risadinha bem tarada. Dirigiu-se a , e um sorriso charmoso iluminou-lhe as feições. – Quero também me desculpar por ter estragado a tarde de vocês hoje. Perdoe-me.
piscou para ele, encantada.
- Que isso , não foi incômodo nenhum. Afinal, eu estava estragando à tarde de vocês. – tentou mostrar uma risada em sua face, mas foi impossível.
- Bom, vou voltar para minha mesa, antes que elas vão embora. Foi bom revê-la . – deu um simpático sorriso para ambos na mesa, e saiu logo em seguida.
O celular de Tom tocou. Ele tirou do bolso e verificou o display.
- Pode me dar licença, ? Esperei por esta ligação o dia inteiro. Prometo que serei breve.
- Fique à vontade.
Ela tentava não ouvir a conversa sussurrada, mas foi impossível.
- Olá Henry. Você falou com... Sim? E? Sim, esse é o nome. Isso é muito estranho... Não, não posso falar agora. Certo, ligarei. Obrigado de qualquer forma. Agradeça a Charlotte por mim.
Tom desligou e analisou por um longo momento.
- Más notícias?
- Pode-se dizer que sim. Mas vou lidar com isso. – Alcançando de novo a mão dela, Tom virou-a e abriu-lhe os dedos, como se fosse ler a palma. – Então, conte-me sobre você. Como é trabalhar na Europa Air Inflight? Revele-me todos os seus segredos, .
Aquela era uma abertura para ela ser sincera, mas queria tocar no assunto de livre e espontânea vontade. Não pretendia ser colocada na defensiva e ter de confessar num interrogatório.
- É... Um pouco cedo para isso, não acha?
Ele arqueou uma sobrancelha.
- Comecemos com simples dados biográficos. Vou facilitar para você. Já viu aquelas páginas de informações sobre modelos que existem nas revistas masculinas?
- Não.
O polegar dele alisou-lhe a palma com uma lentidão hipnótica.
- Claro que não. - Ele sorriu com ironia. – Junto com as fotos de mulheres nuas. Como por exemplo, Kaia Jensen, vinte e três anos, signo de libra, nascida em qualquer lugar dos Estados Unidos, graduada em qual quer coisa. Adora gatinhos e pessoas de mente aberta. Detesta brócolis e blá blá. Quer que eu comece?
Tom esperou, e assentiu.
- Certo. Thomas . Vinte e três anos, câncer. Nasci em Harrow – Inglaterra. Detesto mentiras. - Ele beijou-lhe os dedos. – Sua vez, meu anjo.
O estômago de revolveu-se de ansiedade.
- Está me deixando nervosa. Podemos saborear o mistério um pouco mais?
Ele a estudou por um longo momento.
- Tudo bem. Se for isso o que você quer, não há necessidade de perder tempo com jogos.
Ela sentiu-se como uma atriz que recebera o roteiro errado.
- Do que você está falando?
- Esqueça. – Tom empurrou a cadeira para trás. – Venha comigo.
- Mas... E o jantar?
- Pedimos depois.
mal conseguiu pegar a bolsa antes que ele deslizasse o braço por sua cintura e a tirasse do restaurante. Esforçou-se para acompanhar os passos largos dele ao atravessarem o jardim de rosas.
esteve excitada o dia todo com a idéia de fazer amor com Tom, mas aquela urgência proposital a punha mais tensa do que já estava. A escada sem iluminação daquele super restaurante hotel, outro corredor escuro, outro silêncio tenso quebrado apenas pelo ruído de seus próprios saltos, pela respiração ofegante.
- Hey, vá, mais devagar!
Ele parou e virou-se, ergue-a do chão num abraço apertado e encostou-a contra a parede. Aí, beijou-a com pura possessão sensual. Sem pensar, correspondeu, entregando-se. E envolveu os braços em volta do pescoço dele com um pequeno gemido.
- Por que ir mais devagar? – Tom acariciou-lhe o pescoço com a língua até que ela derretesse. – Vamos terminar o que começamos mais cedo. Podemos fazer isso aqui mesmo, no corredor se preferir, ou iremos para o quarto. Você escolhe querida.
- No corredor?! – abriu os olhos. – Você está louco?!
- Não, apenas bastante excitado. – Levantou a saia dela e começou a baixar as meias, soltando às ligas e sentido a calcinha de renda preta. – Hum, olhe só para você! Voto que seja aqui mesmo.
Ele impediu o protesto dela com outro beijo delicioso. esqueceu-se do que ia dizer quando Tom deslizou a mão por dentro de sua calcinha. Ela gemeu. Tom começou a fazer movimentos lentos e circulares.
- Nossa ! Você é incrível.
Ele tornou a beijá-la, prosseguindo com as carícias íntimas. estava pressionada contra a parede do corredor alinhando com as portas que poderiam se abrir a qualquer segundo, mas não dava à mínima. Gemia cada vez mais alto, aceitando tudo o que Tom queria fazer.
- Aqui ? Agora?
Demorou um segundo para que ela se lembrasse a que ele se referia.
- Não!
- O quarto, então. – Tom deixou-a escorregar por suas pernas. Quando os pés de tocaram o solo, pegou-a pela mão e conduziu-a avante. Tom tirou uma chave do bolso, destrancou a fechadura e passou sendo seguido por . Havia luz suficiente entrando pelas persianas para que visualizasse um sofá, poltronas e a sala de estar de uma suíte. Foi tudo o que registrou antes que Tom pressioná-la de novo contra a parede. As mãos dele exploravam-na, procurando um zíper, mas não achou nenhum. Aquele era um vestido que teria que tirar pela cabeça ou tirá-lo pelos ombros e assim caísse no chão. Mas as coisas estavam indo rápido demais para isso. Rindo, Tom subiu-lhe ainda mais a saia do vestido. Então, removeu a calcinha preta, tocando-lhe o centro da feminilidade.
A respiração de Tom era quente contra seu pescoço. Ele tinha um aroma tão delicioso... estava tão sensível às carícias que um tremor a desequilibrou. Agarrou os ombros largos para apoiar-se, e um quadro com moldura de vidro bateu em suas costas e caiu. O vidro se quebrou.
Tom a ergueu mais alto, tirando-lhe os pés do carpete.
- Segure firme em meu pescoço. Não ponha os pés no chão e cuidado com o vidro.
Ele a pôs no meio do aposento e começou a desabotoar a camisa. se via à beira de uma revelação que poderia transformá-la por completo, virando seu mundo de cabeça para baixo.
Jogando a camisa longe, Tom se aproximou. Após desabotoar o cinto, pegou-a no colo com facilidade, atravessou uma porta e a deitou numa enorme cama. apoiou-se nos cotovelos.
- Calma Tom. Respire fundo um pouco. Isso é muito intenso. Eu mal o conheço...
- Tentei conhecê-la. Você falou que queria saborear o mistério. Então aqui está sua chance, . Saboreie. – Ele se inclinou e descalçou os sapatos. O tom frio dele á assustou, e ela conseguiu se sentar na beira do colchão, vendo-o retirar calça e cueca. Tom parou diante dela, nu e magnífico.
forçou-se a fechar a boca. Tentou lembrar-se do que planejara contar a ele. Era impossível.
- Com medo, ? Quer fugir de novo, como fez esta tarde? Por favor, não faça isso.
Ela tentou engolir. A garganta estava muito seca.
- Podemos apenas... Ir mais devagar com isso?
- Não posso. Lamento. Não será assim. Não esta noite. Aceite ou deixe-me, .
- Mas eu...
- Toque-me.
Ela o obedeceu, enlouquecida de volúpia.
- Você me quer?
encostou a testa contra a pela úmida do tórax lardo. Aquele líquido que o lubrificava era mágico, mais escorregadio do que óleo. A força do desejo dela á fazia estremecer e transpirar.
- Sim, eu te quero Tom. Mas isso é muito...
Ele se abaixou e deslizou a língua pelo lábio inferior de .
- Sim ou não? Não há meio-termo.
- Mas...
- Se você quer, eu lhe darei prazer. A meu modo. Não posso ser um sujeito bonzinho hoje. Terá de confiar em mim.
- Sim.
- Peça, por favor. – O tom triunfante de Tom deixou-a grata por a escuridão esconder seu rubor. Ele esperou. – Peça, .
Ela hesitou por um último segundo, e suspirou em seu ouvido como um segredo culpado:
- Por favor!
Capitulo IV
Tom saiu de cima do corpo trêmulo de . Ela tentou tocar-lhe a face, mas ele se afastou. Levantando-se da cama, removeu o preservativo, evitando encará-la. Estava transpirando e tremendo.
- Tom?
Ele deu-lhe as costas e se dirigiu ao banheiro, sem responder. Após se levar, mirou-se no espelho. Estranho, o clímax o fez se sentir péssimo. Planejara fazer aquilo durar a noite inteira, mas não esperara se sentir tão mal.
Não tinha coragem de olhá-la de frente. Era melhor vestir-se e sair dali. Talvez embriagar-se em algum bar bem longe daquele hotel. Não era algo que costumava fazer sozinho, e sim acompanhado de seus amigos, mas aquela noite era um caso especial.
Que ironia... Ele, de todas as pessoas, deveria ser à prova de trapaceiras, de charmosas mentirosas.
o sugara com aqueles olhos castanhos. E pensar que a imaginara vulnerável! Ele é que estivera à mercê dela, sonhando em conhecê-la mais profundo, até o telefonema de Henry.
Era hora de descobrir no que se achava envolvida. Tom praguejou diante do espelho. Detestava aquela figura diante de si. Não via aquele brilho em suas pupilas fazia décadas.
Suspirando, irritado consigo mesmo, abriu a porta. Avistou curvada na beirada da cama, os braços em volta dos joelhos.
- O que houve? – Ela quis saber.
Pela expressão no rosto bonito, Tom podia dizer que ele deixava evidentes os próprios sentimentos. Nunca fora capaz de escondê-los direito. Aquele era um dom de , não dele.
- Que tal você me dizer? – Desafiou-a.
era a pura [N/A: pura? PURA? Duvido :B ASIUHSAIUSA] imagem de inocência.
- Está zangado. Por quê? O que houve? O que eu fiz?
Tom cruzou os braços, e lembrou-se de manter a calma.
- Tem algo para me contar, ?
Ela o fitava sem entender.
- Como assim ?
Ele respirou fundo, olhou-a e deixou vários segundos se passarem.
- Você não trabalha para Europa Air Inflight, .
Ela cerrou as pálpebras e meneou a cabeça.
- De fato, não. Na realidade, sou uma recrutadora de executivos.
Ele ficou boquiaberto.
- Como?
- Em outras palavras, sou caça-talentos. – Ela escondeu o rosto com as mãos. – Estava à procura de um candidato para empresário. Agendei um encontro com Fletch. Passar por colunista foi apenas uma trama para despistar a recepcionista.
espiou por entre os dedos.
- Tom, eu jamais pretendi encontrar você lá. A tal da recepcionista me levou até aquela sala e...
Tom estava atônito. Caçadora de talentos? Aquele era o terrível segredo? Era um alívio, mas ele não ousou relaxar ainda.
- Prove. – Exigiu.
saiu da cama e dirigiu-se para o outro cômodo.
- Cuidado com o vidro quebrado. – Ele a avisou.
- Sim, obrigada.
Em instantes, ela retornou, trazendo a bolsa. Encontrando a carteira, retirou um cartão e estendeu-o a ele. Com todo o cuidado. Do jeito como alguém segura um pedaço de carne para um predador faminto. Tom apanhou o cartão e leu:
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