Capítulo I.



- Transilvânia? – gritaram os nove adolescentes.
- É – Louis disse. – Vamos lá! Que melhor lugar para se ir no Dia das Bruxas?
- Não podíamos ir ver um filme de terror ou qualquer coisa assim como pessoas normais? – Perguntou .
- Acho que pode ser... diferente. – Harry disse e Louis logo o abraçou. Aproveitou o momento e apertou sua bunda, fazendo Harry rir.
- Sabia que não iria me decepcionar, meu amor.
- Você ficou louco, Tommo. – riu – quer dizer, quem é que vai pra Transilvânia, afinal?
- Nós, é claro. – Disse Niall – Vai ser legal!
- Podemos ir, podemos irrrrrrrr? – Zayn estampava um enorme sorriso no rosto. fez careta.
- Vocês não vão se arrepender – Louis disse – eu conheço a região, vamos ficar em uma pousada, tudo incluso, preço aceitável, e, à noite, haverá uma super festa.
- Quero café-da-manhã, almoço e janta. – o desafiou.
- Com certeza.
- E uma cama confortável.
- Não pode faltar.
- Odeio sustos.
- Eu jamais pensaria nisso.
- Não ficaremos muito.
- Apenas um fim de semana.
ponderou por um tempo.
- Todas as refeições inclusas. Vou fazer as malas.

- , eu já disse, não temos onde parar! – Harry exclamou do banco do motorista.
- Mas eu quero fazer xixi! – A menina protestou.
- Ué, faz no mato. – disse, fazendo os outros rirem, menos .
- Ou nessa garrafa aqui – Niall levantou uma garrafa de cerveja vazia e a garota bufou.
- Vocês são mesmo muito hilários, mas se não me arranjarem um banheiro agora, eu faço na cara de cada um de vocês.
Todos fizeram um ‘’Uuuh’’ em uníssono.
- Estamos no meio da estrada, não há lugar algum, além do mato, onde você possa ir. – Disse – Aceite esse fato.
- Mas vocês vão olhar! Não consigo fazer com gente me olhando.
- Ninguém quer ver você urinar, . – Harry revirou os olhos – é isso ou nada.
A garota choramingou.
- Por que não ligamos pro Louis? Ele conhece melhor a região, talvez ele saiba de algum lugar, sei lá. – disse – E, na verdade, eu também quero ir ao banheiro.
- Eu também. – Niall concordou. Harry pegou seu celular e entregou-o a .
- Ligue pra eles, veja se tem mais alguém querendo esvaziar o tanque.


- CAUSE THIS IS THRILLEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEER, THRILLER NIGHT! – gritava a plenos pulmões. Louis pegou discretamente os fones de ouvido do bolso, e, quando estava a ponto de colocá-los, seu celular tocou. atendeu.
- Alô?
- ?
- Sim, sou eu. Quem é?
- É a , idiota.
- Aaah. Oi, idiota. – Ela riu da própria piada. Quase pode ver a amiga tocando as têmporas e balançando a cabeça em desaprovação.
- Oi, bebê. Acho que temos um problema.
- Que problema?
- , como sempre, precisa ir ao banheiro. e Niall também estão precisando.
- Agora que você falou... Tô precisando também. – tampou o telefone e disse para os demais presentes no carro – tem alguém aí querendo usar o banheiro?
- Eu! – Louis disse. Olhando pelo retrovisor, viu Liam com o braço estendido. e Zayn sacudiram a cabeça em negação.
- É , precisamos aqui também – Disse à - Mas como vamos fazer?
- achou que talvez Louis pudesse saber, já que ele conhece um pouco melhor a região.
- Lou? – chamou – Sabe onde podemos encontrar um banheiro por aqui?
- Acho que há um posto de gasolina há uns vinte minutos daqui. – Disse.
- Há um posto de gasolina há uns vinte minutos daqui. – Disse , voltando a falar ao telefone.
- Ótimo. Peça a Louis para parar lá e nos encontramos.
- Ok.

- Graças a Deus! – saiu do banheiro com um enorme sorriso no rosto, fazendo os amigos rirem.
- Certo. Todos estão bem agora? – Liam perguntou e os outros assentiram. – Vamos voltar pra estrada.
Dez minutos após pegarem a estrada, uma forte chuva começou a cair. Lentamente, o sol foi se pondo, complicando ainda mais a visão. As árvores na floresta pareciam maiores agora, como se engolissem a estrada e sumissem com os céus.
- , pare de narrar! – disse e , que encarava a janela do carro, voltou-se pra ela.
- Você sabe que eu não resisto!
- Eu realmente acho que não devíamos estar dirigindo nestas condições. – disse Harry. Há poucos meses havia conseguido sua carteira de motorista e a última coisa que queria era jogar ele e seus amigos morro abaixo na Transilvânia.
Um trovão ecoou de fundo, fazendo saltar do banco.
- Eu também acho.
- Mas a pousada ainda está muito longe! – Niall disse, enquanto tentava checar o GPS pelo iPhone.
- Eu não paguei pra dormir em um carro. Quero uma cama confortável e muita comida – cruzou os braços sobre o peito e Niall concordou com a namorada.
- Pode crer!
- Se tem um posto, possivelmente deve haver uma casa ou choupana por perto – disse.
- Possivelmente – repetiu.
- Vamos morrer – a jovem mais bonita do grupo sussurrou enquanto os raios atravessavam o céu.
- , cala essa boca.

- Ahn, Louis? – chamou e Louis olhou-a pelo retrovisor – a chuva está ficando mais forte, não acha que devíamos, sei lá, esperar ela passar?
- Não temos para onde ir, .– Disse Liam – E não podemos ficar parados no meio da estrada.
- Realmente, não há outro lugar aonde possamos pelo menos passar a noite? Está tarde também – Disse Zayn.
- Gente, não há com que se preocuparem. – Louis sorriu, tentando passar confiança. – Está tudo sobre controle. Após dizer isso, um raio atinge com toda a força uma árvore bem a frente deles, fazendo Louis brecar e levando todos pra frente.
- Jesus, Maria e José! – Disse Liam.
- Que porra foi essa? – levou a mão esquerda ao peito. Detestava trovões.
- Foi um raio – Disse .
- Não me diga!
- O que vamos fazer? – ignorou a amiga.
- Eu não sei, mas, talvez as pessoas que moram naquele castelo ali possam nos ajudar. – Disse Zayn, enquanto olhava fixamente pela janela à sua esquerda.
- Que castelo? – Perguntou Louis.
- Aquele ali. – Zayn apontou e todos acompanharam seu dedo, boquiabertos.
A escuridão dificultava um pouco a visão, mas era impossível não vê-lo. Um enorme castelo de uma cor bem clara e torres alaranjadas. Possuía tantas janelas que era impossível contá-las todas. Ficava em cima de um grande morro, e havia uma pequena trilha (bem ao lado do carro) repleta de árvores macabras que levava até lá. Os cinco jovens dentro do carro pararam de respirar. Olharam para a árvore gigantesca que bloqueava sua passagem e voltaram a olhar pro castelo.
- Não sei vocês, mas eu não trouxe estacas de madeira ou crucifixos. – Disse Louis – Não quero voltar pra casa com mordida de vampiro. Vai que eu começo a brilhar no sol.
- É nossa única opção. – Disse , receosa.
Ouviram a buzina do carro de Harry logo atrás.
- Vamos avisar a eles que passaremos a noite no castelo do Drácula.

Capítulo II



Os dez jovens caminharam embaixo de chuva morro acima, procurando um lugar onde podiam passar a noite. Quanto mais perto do castelo, mais assustador o cenário a sua volta parecia ficar. As árvores enormes e sem folhas, seus galhos secos cobrindo a lua. A estradinha na qual se encontravam, que era de terra, agora encontrava-se lamacenta e os fazia escorregar vez ou outra. Harry, Niall e escorregaram, pelo menos, umas cinco vezes.
- Credo, parece que isso não acaba nunca. – Liam tentou falar um pouco mais alto que o barulho da chuva e os trovões.
- Já consigo ver o castelo melhor daqui – Disse Harry – estamos chegando. Acho.
Harry estava certo. Mais alguns seis minutos de caminhada, e lá estavam eles, de fronte ao castelo. Assustador, todos pensaram. Estarem na Transilvânia, a alguns minutos do Dia das Bruxas, com essa chuva, parados em frente a um castelo com cara de mal-assombrado.
- Acho que já vi esse castelo em algum lugar – disse e apertou os olhos, tentando enxergar melhor – mas não consigo me lembrar onde.
estava distraída olhando as muitas janelas quando pareceu ver uma sombra na única janela em que havia uma luz acessa. Não conseguiu ver com clareza, mas a figura era alta e esguia. Possivelmente um homem. Possivelmente um maníaco. Mas eles não tinham escolha, afinal.
- Gente – chamou – olhem naquela janela ali! – quando acompanhou o olhar dos amigos, não havia mais sombra alguma. Mas a luz continuava acessa.
- Bem, pelo menos isso indica que há alguém lá dentro. – Zayn disse – não sei se isso me alegra ou me assusta.
- Mas eu vi alguém! – protestou.
- O que você viu? – perguntou.
- Eu não sei direito... Mas tenho certeza de que vi alguém.
- Ok, vamos bater na porta e ver o que acontece – Louis disse e deu um passo a frente, dirigindo-se às portas de madeira sem maçaneta, apenas duas argolas de ferro. Ele segurou uma delas e bateu contra a porta fazendo um barulho bastante alto. passou o braço no seu e, com a mão livre, Louis segurou a mão dela.
Esperaram. Esperaram dez, quinze, vinte minutos. E nada. A chuva só parecia ganhar mais intensidade e os raios continuavam.
- Vocês têm que estar de brincadeira – Disse , segurando sua mala totalmente encharcada.
- Por que não tentamos gritar? Quem sabe eles não escutam?
- Niall, se eles não escutaram a porta, vão nos escutar gritando? – Disse .
- Ah...
- Vamos embora – Harry começava a ficar emburrado – ninguém vai abrir essa porta.
- Não seja rabugento, Harold. – Disse em tom brincalhão, apertando suas bochechas – tenho certeza de que já está vindo alg...
Antes que pudesse terminar sua frase, a porta se abriu com tudo. Todos olharam assustados para o mordomo tremendamente sinistro parado a sua frente. Era um senhor pálido, com manchas arroxeadas em baixo dos olhos. Tinha o cabelo branco e parecia que não dormia ou comia há dias.
Ninguém disse nada. Ninguém se atrevia a dizer nada. Ficaram todos se encarando, às vezes mudavam seu olhar para o mordomo.
- Acho que fiz xixi na calça – Niall sussurrou baixinho no ouvido de Zayn, que fez uma careta.
- Boa noite. – O mordomo finalmente falou, sua voz mórbida, grossa e malvada.
- Ahn... Oi. – Disse .
- Com licença – tomou a frente – nós estávamos na estrada quando começou a chover e uma árvore caiu, atrapalhando nosso caminho. Gostaríamos de saber se podemos, pelo menos, passar a noite aqui. – a expressão dele não mudava, o que a deixava com vontade de sair correndo – É apenas uma noite, prometemos que não iremos incomodar. Iremos embora logo que amanhecer.
- Ora, Alfred, não seja mal-educado com esses belos e sadios jovens.
A voz era, certamente, diferente da de Alfred. Não era nada mórbida, era sensual, e vinha do pé da enorme escada que até então ninguém havia reparado.
Um homem estrondosamente bonito estava parado ali, vestindo algo muito parecido com um hobbie. Tinha os cabelos loiros e compridos e penetrantes olhos azuis. Não aparentava ter mais de 30 anos. Por mais jovial que fosse seu rosto, tinha um semblante antigo, com se tivesse vivido por muito tempo e tivesse visto de tudo. Seu sorriso era branco, e seus dentes pareciam um pouco pontiagudos.
As meninas deixaram escapar um suspiro enquanto os meninos pareciam nervosos.
- Boa noite – disse o homem – Me chamo Vlad. E este é meu fiel mordomo e amigo, Alfred. – Ele tinha um sotaque forte.
- Vlad? – perguntou. Aquele castelo, aquele nome... Soava extremamente familiar a ela.
- Sim. Vladimir Mikhailov III, da Rússia. – Ele sorriu e sentiu as pernas bambas. assentiu, mas ainda havia algo de muito familiar nele. E seu sotaque, definitivamente, não era russo.
- Você é um príncipe? – perguntou, sem prestar muita atenção ao que dizia, e Zayn cruzou os braços sobre o peito, bufando.
Vlad deu uma risada alta e gostosa de se ouvir, fazendo com que se esquecesse do que havia dito. Se é que havia dito algo.
No começo, soou brincalhão. Mas logo assumiu um semblante mais sério e compenetrado, olhando fixamente ao teto do castelo.
Só então os jovens repararam que já estavam dentro do castelo. Olharam ao redor, contemplando a escadaria com corrimãos de ouro que levavam ao segundo andar. As cadeiras acolchoadas em um tom de vinho. Vários quadros, aparentemente muito antigos e nenhum espelho, o que era estranho. Vlad parecia ser um homem vaidoso. Mas era no teto que estava o segredo. Era uma imensa e monstruosa pintura cobrindo o teto de ponta a ponta. Pinturas de monstros mitológicos e criaturas estranhas devorando corpos, criancinhas e muitas outras atrocidades. Era como um filme de terror pausado nas piores cenas. A maior de todas elas era um homem, com asas negras e os caninos pontiagudos, bebendo o sangue de uma moça enquanto este escorria pelo seu pescoço.
sentiu seu estômago embrulhar.
- Isso é perturbador. – pronunciou-se pela primeira vez desde que entraram e Vlad manteve os olhos fixos nela. Quando ela percebeu, se sentiu incomodada. Havia algo maligno naquele olhar, mesmo que sensual, como se ela fosse algum tipo de presa, e ele, o predador. Ela percebeu que ele havia parado de respirar. Mas ela não o viu respirar quando os acolheu na porta.
Louis não deixou de notar. Não saiu do lado de esse tempo todo. Podia senti-lo encarando-a maliciosamente e ficou enojado. Passou o braço pela sua cintura e encarou o homem loiro. Sua pele era tão branca que quase podiam ver suas veias saltarem de sua face. Seus lábios não tinham cor. As unhas de sua mão eram compridas e pareciam tão afiadas quanto seus dentes brancos. Quem era esse Vlad, afinal?
- Então – Vlad finalmente desviou seu olhar da menina – vocês vão passar a noite aqui?

Capítulo III



e Harry seguiam Alfred em direção a seus aposentos. Enquanto caminhavam, perceberam que não havia luz elétrica, o que quase fez entrar em pânico. Todo o corredor, feito de pedras, era iluminado por tochas e decorado com alguns quadros que, aparentemente, pareciam ser pinturas dos familiares de Vlad, pois todos possuíam uma postura e fisionomia parecida. Finalmente, havia um quadro que parecia ser Vlad. Quando ia ler o nome, Alfred passou em frente a uma das tochas, fazendo esta se mexer, e dificultando sua visão. Ela pode apenas ver com certeza o primeiro nome, que era Vlad, como ela imaginara. Mas o sobrenome parecia ser outro. Talvez não fosse o mesmo Vlad, talvez fosse seu pai, pois eram muito parecidos. A ideia grudou na cabeça da menina, não a deixando pensar em outra coisa pelo resto da noite.
- Harry? – chamou.
- Sim? – Ele já havia desfeito sua mala e agora arrumava a enorme cama para que pudessem dormir.
- Você reparou nos quadros que havia no corredor? – Harry assentiu – Viu algo de estranho neles? – Harry parou por um instante, tentando voltar ao momento pelo qual passavam pelo corredor. Pensou nos quadros, mas não viu nada de muito extraordinário além das datas. Havia quadros de 1612, ou até mais antigos. Vlad possuía uma família que vagava pela Terra desde sei lá... Sempre. Era quase como se eles tivessem-na criado. Isso o assustara um pouco.
- Não, não vi nada de especial. – Ele respondeu.
- Eu reparei numa coisa – Ela continuou. Precisava compartilhar. – Havia um quadro do Vlad...
- Havia?
- Havia. Estava escrito seu nome lá, mas com outro sobrenome. Eu não consegui ler direito, mas não se parecia nada com aquele sobrenome estranho com o qual ele se apresentou.
- Bom... Poderia ser o pai dele.
- Com o sobrenome diferente? – perguntou e Harry voltou a pensar. – Eu tinha chegado à mesma conclusão, o cara da pintura parecia mesmo o Vlad. Mas não podia ser seu pai com um sobrenome diferente.
Harry aproximou-se de e beijou sua testa.
- Acho que você está vendo coisas. – Ele disse – Por que não vamos pra debaixo das cobertas e esquecemos do Vlad um pouquinho? – sorriu e Harry a pegou no colo.

*~*~*~*

- Como eles ousam não servir o jantar? – Niall perguntava indignado, com as mãos no rosto.
- Pois é. – tocou seu estômago. Havia comido há apenas trinta minutos atrás. Precisava de um petisco. Ou melhor: um jantar bem calórico.
- O que faremos? – A garota assentiu como quem diz que não sabe. Niall pegou-se encarando o quadro que havia dentro do quarto, estava exatamente de frente para a cama. Era uma jovem, possivelmente com uns 19 anos, de cabelos castanhos compridos e um vestido verde. Os olhos eram assustadoramente pretos o que lhe causou um arrepio. A garota parecia ter saído de um filme de exorcismo. – Não vou conseguir dormir com ela me olhando.
riu.
- Depois a tiramos daí. No momento, estou mais preocupada em como vamos conseguir comida.
- Aqui tem uma cozinha, não tem? – Niall perguntou.
- Como eu vou saber, criatura?
- Podemos descer e pegar comida. – Ele parou um pouco, pensando no que acabara de dizer e riu. – Tipo o Salsicha e o Scooby.
- Eu sou o Scooby! – Ela levantou a mão, fazendo-o gargalhar.
- Vamos colocar o plano em prática, então?
- Mas é claro, Salsicha – Ela disse, imitando a voz do Scooby.
foi abrindo a porta, pronta para tomar frente da situação quando um raio estrondoso fez com que ela desce um salto e um gritinho.
- Você na frente. – Disse e Niall sorriu, segurando sua mão.

*~*~*~*

já havia colocado seu pijama e deitou-se, observando Liam terminar de arrumar suas coisas.
- Sabe, esses castelos costumam ter passagens secretas. – Ele disse, olhando em volta. – Por que não procuramos alguma depois? – Seus olhos castanhos tinham um brilho infantil, fazendo rir.
- Quantos anos você tem mesmo? – Ela perguntou e ele fez bico.
- Mas nós podíamos.
- Podíamos. Mas também vamos acabar perdidos e apodreceremos aqui. Pra sempre.
- Credo! – Ele colocou a mão sobre o peito, fazendo cara de ofendido. – Eu não deixaria a gente se perder, sabe?
- Sei, sei. – Ela disse. Parou um pouco para refletir sobre os últimos acontecimentos e lembrou-se da árvore na estrada. – Como vamos embora amanhã, Liam?
- O que quer dizer?
- A árvore. Ela continua na estrada?
Liam foi até a janela do aposento, que dava exatamente de frente para a estrada. A árvore continuava lá.
- Sim, continua na estrada. – Ele disse, andando em direção à cama e em seguida deitando-se ao lado de , que parecia preocupada. – Ei, calma. Podemos pedir ao Vlad se ele arranja alguém para tirar a árvore dali. Ou, logo pela manhã, os bombeiros podem tirar.
- É, acho que sim. – A garota sorriu e Liam deu um beijinho em seu nariz.
- Você trouxe o Elmo? – riu e levantou o bichinho de pelúcia vermelho.
- Confere!
- Nosso filho – Disse Liam e riu de uma forma fofa.
- Quantos anos nós temos mesmo? – tornou a perguntar, enquanto deitava a cabeça no peito de Liam.

*~*~*~*

- Fiquem à vontade. – Alfred disse, ainda esperando na porta enquanto o casal adentrava. Após a porta ser fechada, Zayn respirou aliviado.
- Esse cara me faz querer me jogar dessas janelas.
- Esse lugar todo é muito bizarro. – disse, colocando sua mala em cima da cama. – Mas pelo menos a cama parece confortável. – Quando olhou para Zayn, este piscou para ela, fazendo-a corar. – Não foi o que eu quis dizer.
- Mas foi o que eu quis dizer.
- Certo.
Zayn sorriu de forma inocente e passou a andar pelo quarto. Era enorme, com uma cama maior ainda no centro. Havia algumas estantes vazias e alguns gaveteiros antigos. Ao lado da cama, havia uma penteadeira, igualmente antiga. De frente pra cama, uma janela embaçada pela chuva forte, às vezes iluminada pelos raios. Sempre que trovejava alto, tomava um susto. Zayn foi até a namorada e abraçou-a. Quando esta achou que ele fosse dizer algo fofo, ele apenas fez uma careta enquanto encarava o criado-mudo.
- Por que tem um bonsai aqui?
A garota pigarreou.
- Oh, desculpe. – Ele riu. – Acho engraçadinho quando você fica assustada.
- Não é bonitinho. Detesto tempestades.
- Eu acho um pouco sensual. – E começou a beijar o pescoço da namorada. – Sabe como é...
- Não. Não sei, não.
Zayn sorriu entre os beijos e se afastou.
- Depois. – O garoto riu alto da cara que fez.
- Você é um garoto mau, Zayn Malik. – Ela disse e, no mesmo instante, a única tocha do quarto apagou-se. Zayn correu pra perto da namorada.
- Você também fica fofinho quando está assustado – Ela riu.
- Não tem graça. O que faremos agora?
- Podemos sair e pegar outra tocha para acender esta.
- É. Parece bom, não é? – Ele riu nervosamente e segurou sua mão.
guiou-o até a porta e saíram.

*~*~*~*

- Você realmente não reparou no jeito como ele te olhava?
Louis pegava suas roupas de qualquer jeito e as jogava no chão sem qualquer preocupação. nunca tinha o visto assim. Ela sabia do seu ‘’instinto protetor’’, afinal, ele era o irmão mais velho de quatro lindas garotinhas. Ele era assim com todos que amava, só parecia estar um pouquinho alterado dessa vez.
- Achei que você não fosse do tipo que demonstrava ciúme. – Ela disse baixinho, enquanto separava algumas coisas da mala. O rosto de Louis ficou vermelho e ele pareceu até mesmo envergonhado. Logo voltou a sua posição séria de macho.
- Não sou. – Ele respondeu um pouco mais calmo, mas sem perder o tom de bronca. – não me importa que olhem pra você, mesmo porque, seria impossível não fazê-lo – a garota sorriu de leve – mas ele te olhava como um maníaco, ! Foi ridículo.
- Não vou dizer que aquilo não me incomodou, Lou. – a menina foi até ele, passou os braços pela sua cintura, encaixou a cabeça entre o pescoço e ombro dele, sentindo o cheiro hipnotizante de seu Gucci Guilty. – mas não deve ter sido nada, às vezes ele só não tem tido muita companhia a não ser seu mordomo cadáver – Louis riu e se surpreendeu com as próprias palavras. Logo ela, que era tão desconfiada. - Vamos embora assim que pudermos, ok? – ela deu um beijo em seu ombro e ele virou-se para depositar um selinho em seus lábios.
- Só fiquei preocupado. Me desculpe se soei rude. – Ele a abraçou e voltou a beijá-la.
- Assim é muito fácil conseguir perdão. – corou e Louis riu. Um pouco depois, ouviram alguém bater na porta. Alfred apareceu cortando o clima.
- O senhor Vlad gostaria de anunciar que um jantar será preparado. – Ele anunciou.
- Ótimo, quando podemos descer? – Louis perguntou. – Estou faminto.
- Na verdade – Alfred disse – ele gostaria apenas da presença da senhorita . Ele a espera na sala de jantar.

Capítulo IV



- Na verdade, ele gostaria apenas da presença da senhorita .
Um silêncio instalou-se no aposento. O sorriso de Louis desaparecera, assim como o de . Alfred continuava impassível, esperando de forma cordial na porta.
- Ele a espera na sala de jantar – prosseguiu.
Antes que pudesse responder, Louis a cortou.
- Vá.
- O quê?
- Eu falei pra você ir. – Seu tom de voz não transparecia qualquer emoção.
- Mas, Louis...
A garota ficou confusa. Sabia que Louis estava nervoso e enciumado, mas não fazia ideia do porquê, diabos, aquele Vlad estava no seu pé. Era um homem assustadoramente bonito, isso era verdade, mas estava começando a incomodá-la.
- E se eu não quiser? – Ela respondeu. Louis nada disse.
- Bem – Alfred ajeitou seu paletó de mordomo do século XIX – tome seu tempo. E retirou-se.
Mais uma vez, o silêncio. Louis agora olhava a janela, parecendo um pouco irritado, enfim.
- O que foi isso? – perguntou baixinho. Ele não respondeu, continuando de costas pra ela. – Louis?
- Vá logo, . – Ele passou a mão pelos cabelos – faça o que ele pediu.
- O que aconteceu com a sua maldita preocupação? – Estava um pouco mais alterada agora, o que não acontecia com frequência.
- Que se foda essa porcaria – Louis berrou - Se ele faz tanta questão de vossa companhia, – disse, fazendo uma reverência, claramente irônico - então vá. Pelo menos, assim ele para de incomodar.
parou e respirou, então, abriu a porta e saiu.

*~*~*~*

- Mas que caralho, não enxergo nada. Vamos morrer! – tateava a parede com uma mão, a outra apertando a mão de Niall com força.
- Jesus Cristo, , se acalme. – Ele retirou o iPhone do bolso o usou-o como lanterna. – Eu avisei que devíamos ter pegado uma das tochas do corredor.
- E como eu deveria saber que nos outros andares não tinham nenhuma porcaria de tocha?
- Porque passamos por aqui duas vezes.
- Ah, é.
e Niall andaram tanto, que mal notaram que já estavam no primeiro andar. Mas não havia sinal algum de cozinha.
- Esse cara não sente fome, não? – Niall protestou. Haviam conseguido uma vela que estava casualmente largada por aí e estava mais calma.
- Aquele Alfred não deve comer mesmo! Parece um zumbi.
- Esse lugar todo é bizarro. – Niall parou em frente a uma porta de madeira, consequentemente fazendo parar também. Ficaram encarando-a por alguns instantes.
- Abrimos? – A garota perguntou.
- Não pode ficar pior. Quer dizer, o que pode ter aí? Corpos?
Niall segurou as argolas de ferro, muito parecidas com as da porta da entrada, e as abriu. desmaiou.

*~*~*~*

e Liam dormiam calmamente, a garota aconchegada em seu abraço, quando a porta é aberta de forma violenta.
- Acordem. – Louis pulou na cama e gritava em seus ouvidos, puxava seus cabelos, até que conseguiu espremer-se no meio dos dois.
- Vai embora, porra! – colocou o travesseiro. Louis gargalhou.
- Que meiga!
- O que você quer, Louis? – Liam coçou os olhos e sentou na cama.
- Só vim encher o saco.
- E cadê a ? – De repente, Louis ficou sério. Cuidadosamente, saiu do meio do casal e posicionou-se de pé, de frente para eles.
- Vlad resolveu que queria jantar...
- Então vamos jantar? – Liam abriu um enorme sorriso que logo se desfez com a resposta de Louis:
- Só com a .
deu um pulo.
- Como assim?
- Ele decidiu que seria uma brilhante ideia convidar minha namorada para jantar. Enquanto eu estou aqui, claro.
Como de praxe, um silêncio extremamente constrangedor instalou-se. estava perplexa.
- E você deixou? – Perguntou a menina.
- Sim. – Disse, um pouco envergonhado.
- Qual o seu problema? – Nisso, já estava de pé, segurando Louis pelos ombros. – Você é idiota? Retardado?
- Provavelmente.
- Calma aí, gente. – Liam separou os dois – Louis, explique-se.
- Não tem o que explicar – Ele disse. – Alfred entrou no nosso quarto e disse que Vlad queria jantar com ela. Nós brigamos. E ela foi.
- De birra. – disse – Porque você é um merda.
- Mas por que você deixou, então? – Liam ignorou , que continuava xingando Louis. – Podia ter dito não.
- Aí o cara aparece com um machado e acaba com todos nós. – Disse Louis.
- E você prefere mandar a no lugar. Que altruísta! Parabéns, Louis.
- Ok, já chega. Louis, você deve desculpas à .
- Por quê? O que eu fiz, afinal? Só disse que ela devia ir jantar com o cara. Ela foi porque quis.
- É sério, Louis. Não aja como criança. – Liam, que já estava de pé, foi até sua mala e calçou seus tênis. – Vamos até ela.
- O quê? Agora? – Ele perguntou.
- É, agora. – já estava com suas pantufas.
- Sabia que devia ter ido no quarto do Niall e da . Pelo menos eles iam me oferecer comida.

*~*~*~*

- Zayn, a porta tá trancada. – mexeu na maçaneta mais uma vez, e nada.
- Impossível. – Zayn girou a maçaneta várias vezes, depois tentou pressionar seu corpo contra a porta. – Como isso?
- Acho que foi o vento.
- O que faremos agora? Temos luz, e nenhum lugar pra ficar. – Zayn virou-se em direção às outras portas do corredor.
- Podemos dormir no quarto de algum deles, e de manhã pegamos nossas coisas. – Disse .
- É. Pode ser.
Avançaram à porta mais próxima, que julgaram ser de e Louis. Ouviram os dois brigando, o que não era nenhuma novidade. bateu na porta algumas vezes, chamando-os. Nenhuma resposta. Tentou mais uma vez. Nada. Decidiu, então, que entraria assim mesmo, correndo o risco de ver algo que não gostaria. Mas ela certamente preferia ver os dois, ao invés de um quarto totalmente vazio.
- Zayn? – Chamou.
- Isso é alguma brincadeira? – Zayn adentrou o recinto e, de fato, não havia nada ali. Nem sequer janelas.
- Eu os ouvi brigar. Você ouviu também! – Zayn concordou com a cabeça. – Eu... tinha certeza de que estavam aqui.
Zayn saiu do quarto e fechou a porta. Os dois encostaram-se a ela e pensaram. Não fazia sentido. Ouviram o casal desde o momento em que entraram no quarto. Sabiam que aquele quarto era o deles. Decidiram tentar as outras portas: e Liam, vazio; e Niall, vazio; e Harry, vazio.
- Que merda é essa? – passou a mão pelos cabelos – Não faz sentido.
- Nada tem feito sentido desde a hora em que chegamos aqui, .
- Zayn, eu quero ir embora! – O garoto abraçou-a e deu um beijo em sua bochecha.
- Nós vamos sair daqui. Eu prometo. Mas precisamos encontrar os outros primeiro.

*~*~*~*

e Harry estavam de volta ao corredor dos quatros. A garota olhava cada um deles cuidadosamente.
- Não acredito que você me fez mesmo sair daquela cama quentinha – Disse Harry – Sem contar que nós podíamos estar...
- Silêncio!
Havia, pelo menos, uns dois séculos de gerações naquele corredor, que funcionava quase como um hall da fama. Todos com o mesmo sobrenome. Apenas um dos quadros, o último, tinha um sobrenome diferente. Agora conseguia ler: Vlad Tepes II.
- Vlad Tepes? – Harry perguntou. – Que fanfarrão!
- Harry, isso é sério. – respondeu – Se o cara desse quadro for mesmo o Vlad, ou seja lá quem o Vlad seja...
- Se o Vlad for esse cara aí, então ele é um vampiro. – Harry riu. – Olha a data que tá marcada no quadro: 1612.
ficou em silêncio por um tempo.
- O que? O que foi?
- Harry... Você ouviu o que disse?
- Ahn... Que o quadro foi pintado em 1612?
- Não! A outra coisa.
- Que o Vlad deve ser um vampiro. – Ele riu novamente com o pensamento. – Qual é, você acredita mesmo nisso? Vampiros não existem, docinho.
De repente, ouviram o som de algo se espatifando no chão.

Capítulo V



Como de praxe, primeiro veio o estrondo: o barulho alto e bruto. Depois, a luz: o raio atingiu a janela atrás de Harry e , fazendo-a se estilhaçar pelo corredor. Por sorte, eles não estavam tão perto para serem atingidos, ainda assim, Harry colocou-se na frente da garota. O mais estranho de tudo – como se isso não fosse estranho o bastante – é que o raio conseguiu atingir um dos quadros na parede: o quadro do suposto Vlad. Fez um barulho oco quando caiu, a moldura desfazendo-se, de tão velha que era. E, atrás da moldura, havia um retângulo feito com argamassa.
- , você está bem? – Harry tinha as duas mãos segurando o rosto da namorada, que, em choque, apenas assentiu. Suspirou e então sacudiu os pequenos cacos que encontravam-se em suas roupas e cabelo. – O que, diabos, foi isso?!
não respondeu, ainda estava assustada. Não era um sentimento muito comum pra ela, sempre fora a mais corajosa de todas as amigas e até mesmo mais corajosa que os meninos. Quase nada a impressionava e ela ‘’ria na cara do perigo’’. No entanto, sentia seu coração disparado, e seu olhar logo foi de encontro ao lugar onde o raio atingira.
- Harry, o quadro. – Ela disse baixinho e ele acompanhou seu olhar. Os dois observaram, em silêncio, a parede. Chegaram à mesma conclusão: havia uma passagem ali. A pergunta era: para onde ela ia? E por que havia sido tampada?
- Para onde você acha que isso vai? – Harry repetiu a pergunta, agora em voz alta.
- Não acho que vamos descobrir. Mas, se há uma passagem aqui, deve haver mais espalhadas pelo castelo.

*~*~*~*

- ? ... Ah, graças a Deus! – Niall suspirou aliviado, ao ver sua namorada abrindo os olhos devagar. Ela havia desmaiado havia uns trinta minutos, mais ou menos, e ele começara a se desesperar.
- O que houve?
- Você desmaiou.
- Sério? Por quê?
Ele levantou-a com cuidado, o suficiente para que ela se sentasse, ainda que o chão do recinto não fosse o lugar mais limpo e higiênico para tal ato. Os olhos da garota arregalaram-se: eles haviam encontrado a cozinha, finalmente!
Mas não havia sido por isso que a garota desmaiara. Na verdade, havia sido apenas sua pressão que abaixara, e Niall, rapidamente, procurou por sal, mas não havia nada naquela cozinha velha. Ele, então, procurou água, e viu uma jarra em cima da mesa de centro. Não confiava muito no líquido que havia lá dentro, embora inodoro e incolor como água, mas estava desesperado. Optou por não dizer nada à .
- Acho que foi a emoção do momento. – Ela riu.
- Claro. – Niall concordou sorrindo. – Agora, podemos comer?
Recuperando sua energia, levantou-se num salto, trazendo Niall junto e os dois começaram a vasculhar os armários de madeira apodrecida. Obviamente, não havia comida comestível por lá, a menos que eles comessem os brócolis estragados jogados na mesa da cozinha.
Era um lugar tipicamente medieval, quase que como todo o resto. Era toda de pedra, possuía uma pequena mesinha no centro, vários armários de madeira espalhados por ela, uma lareira em frente à mesa e um forno do outro lado.
- Eu disse que esse cara não comia! - Disse Niall.
- Ahn, Niall? – estava parada em frente a um dos armários. – Tem uma coisa aqui, mas eu acho que não é ketchup.
Niall aproximou-se e, dentro do armário que encontrara, havia, pelo menos, vinte vidrinhos com um liquido escarlate dentro.

*~*~*~*

seguia os passos de Alfred em silêncio. Por coincidência, ele estava posicionado ‘’ocasionalmente’’ do lado de fora do quarto, espanando alguma coisa que não estava realmente ali. Quando a viu, apenas ajeitou seu paletó e começou a andar. Ela estava irritada demais. Não chorou, ela não era de chorar, pelo menos, não na frente dos outros. Ela queria esganar Louis, como ele podia ser tão idiota? No fundo, sabia que iria acabar sendo morta pelo maníaco do castelo da Transilvânia. Nada estava tão ruim que não pudesse piorar.
Nem percebeu quando, enfim, chegou à tal sala de jantar. Alfred curvou-se educadamente e abriu as portas, estas eram de ouro – ou algo muito parecido. A sala era gigante, com uma comprida mesa e vinte cadeiras, dez de cada lado. Havia pratos apenas nas duas extremidades dela: uma para Vlad e outra para si mesma, supôs. Atrás da cadeira de Vlad havia um belo vitral, muito colorido, o que não combinava com o resto do lugar, todo sombrio e discreto. Nas paredes, quadros alegres, e não pinturas sanguinárias.
E sentado em seu devido lugar, estava Vlad. Os cabelos loiros compridos amarrados em um rabo de cavalo.
- Boa noite, querida. – Ele não sorria, mas havia um entusiasmo contido em sua voz.
- Ahn, oi.
Ele levantou-se calmamente e andou em passos largos em sua direção. Embora tudo tenha acontecido lentamente, em um piscar de olhos, ele já se encontrava de frente para ela, e perto. Muito perto.
Suas íris eram de um azul bastante claro e incomum. Não tinham vida alguma. Era pálido e ela achava que conseguia ver todas as veias de seu rosto. Os lábios tinham uma cor lilás e, quando sorriam, lhe davam medo.
- Eu... Preciso lavar as mãos.
- O quê?
- Antes de comer. Preciso lavar as mãos, sabe como é.
Vlad piscou algumas vezes.
- Certo. O banheiro é logo ali.
, mais que depressa, correu para o banheiro e se trancou lá por uns minutos. Como nada fazia sentido naquele lugar, o banheiro era decididamente incomum e nada tinha a ver com o resto do castelo. Era todo feito de ouro – ou algo muito parecido – e havia uma hidromassagem. Na pia, sorriu ao encontrar um pote com álcool gel.
- Graças a Deus! – Suspirou aliviada.
Depois de higienizar suas mãos, passou uma água pelo rosto e se olhou no espelho. Ora, ele era estranho, mas estava sendo gentil. No mais, podia pegar um pouco de comida e levar pros seus amigos gordinhos depois. Estava tudo indo muito bem.

*~*~*~*

- Estamos perdidos! – disse e jogou-se em uma das cadeiras do corredor.
Haviam passado por esse mesmo corredor umas quatro vezes. Louis garantia que estava tudo bem, que eles não precisavam se preocupar. Liam estava com sono e de mau humor.
- Claro que não estamos! – Louis rebateu – Acho que aquele quadro ali até mudou de roupa!
- Parabéns, Louis, isso foi muito engraçado. – Liam revirou os olhos.
- Obrigado, querido.
- Como viemos parar aqui? – perguntou.
- Esse nem é o maior dos problemas – disse Liam – como é que sairemos daqui?
Louis pensou e olhou em volta. É claro que ele sabia que estavam perdidos, só não sabia como isso podia acontecer! Não fazia sentido algum. Do lado de fora, a chuva não dava trégua. O corredor era comprido, e tinha curvas, sempre dando para o mesmo lugar, o exato em que os três amigos se encontravam no momento. Havia uma janela grande, algumas cadeiras e mais quadros. Uma ou duas tochas, o que dificultava as coisas. Então ele viu a porta.
- Tem uma porta ali. – disse.
- Não tem não! – disse – passamos por aqui quatro vezes, moleque. Não vi porta alguma.
- Então, talvez devesse contestar a autenticidade daquela ali, ó.
Ele apontou com a cabeça em direção à porta iluminada por uma das tochas.
- Bem, e estamos esperando o que?
Na porta de madeira, havia uma pequena placa dourada escrita ‘’Biblioteca’’. Liam mexeu na maçaneta e a porta se abriu. Para uma biblioteca, era bastante pequena. Havia apenas duas estantes com livros antigos em línguas estranhas.
- Cruzes!
sentou-se na escrivaninha, que continha apenas uma pena velha e um papel, possivelmente uma carta, escrita em romeno.
Liam remexia nos livros e percebeu que um deles parecia diferente. Era o Drácula, de Bram Stoker. Não sabia o porquê, mas havia algo de errado naquele livro. Quando puxou-o, tudo ficou escuro.
- Cadê o Liam? – Louis perguntou. olhou em volta.
- Eu não sei, tem algum outro lugar pra onde ele poderia ter ido?
Notaram que uma das prateleiras havia sumido, dando lugar a uma parede de pedras. A parede moveu-se e, junto com a prateleira, Liam havia voltado.
- Acho que vocês deviam ver isso.

*~*~*~*

Zayn havia encontrado um isqueiro no bolso e, com ele, acendeu uma vela. De mãos dadas com , eles procuravam pelos amigos ou por um quarto que não desaparecesse.
Não perceberam que um dos corredores pelos quais entraram era uma das muitas passagens do castelo, esta em que estavam era do terceiro para o primeiro andar. Voltaram para o hall de entrada, que parecia mais tenebroso à noite tempestuosa, com sua pintura maligna no topo.
- Vamos sair daqui. Eu odeio essa pintura. – Disse , apertando a mão do namorado.
Nada parecia dar para lugar nenhum, quando encontraram uma nova passagem, que, ao que tudo indicava, ia cada vez mais ao subterrâneo do castelo. Desceram inúmeros degraus e deram de cara com um enorme portão preto, fechado com correntes.
- É isso, atingimos nosso limite. – suspirou.
- As correntes são velhas, olhe – Zayn puxou-as, fazendo-as se despedaçarem em suas mãos. Abriu o portão e ambos adentraram. Ia ficando cada vez mais frio, e a única luz que possuíam era a chama da vela. O local possuía pequenas janelas nos cantos superiores, por onde entrava um pouco da luz Lua. Teias de aranhas, baratas e outros bichos escrotos passaram por eles, e vez ou outra soltava um gritinho. Mais afundo, então, viram algo brilhar. Pareciam velas, muitas delas.
- Certo, podemos ir agora, Zayn. Quando você quiser.
- Não precisa ter medo – Disse o garoto, quando ele mesmo queria sair correndo dali, mas estava curioso! – só quero ver o que é.
Quando atravessaram o vão da porta, as velas iluminavam um santuário. Fotos da mesma mulher, cabelos escuros compridos e olhos da mesma cor, estavam espalhadas pelo lugar. Fotos, pinturas, tudo.
Zayn sentiu o estômago embrulhar quando viu o caixão que dizia claramente um nome muito conhecido: .

Capítulo VI



- Então, sopa. Que legal.
Vlad deu um sorrisinho. ficara esperando uma hora e meia por um maldito prato de sopa! Quando perguntou a Alfred se este era o prato de entrada, ele olhou-a com cara feia e bufou. Ao menos havia vinho para beber, embora não conseguisse identificar com clareza o que havia dentro do copo de Vlad, estava longe demais.
- Você não vai comer? – perguntou depois de um longo tempo vendo Vlad apenas bebericando sua bebida esquisita. Sem contar que ela não queria ter de tomar aquela sopa nojenta sozinha.
- Não estou com fome. – Ele respondeu rapidamente. Quando percebeu que a garota encarava seu copo, apertou seus dedos firmemente em volta deste. Sua expressão ficando séria como quem a estivesse repreendendo. voltou sua atenção para a sopa.
- Você e aquele jovem... Louis, certo? – Ela quase engasgou com o líquido alaranjado.
- Nós... Não dissemos nossos nomes.
Silêncio.
De repente, a risada de Vlad ecoou pela sala fria como um trovão.
- Ah, me perdoe, por favor. – Ele ajeitou as mangas de seu roupão de veludo – Alfred ouviu vocês dois brigando. Foi assim que descobri seus nomes. Não queria ser intrometido.
não se convenceu, mas concordou com um aceno de cabeça e murmurou um "Hm".
- E o que tem eu e ele?
- Acredito que meu convite tenha causado problemas.
- Você acha? – Ela revirou os olhos e empurrou o prato de sopa para o lado. O rosto de Vlad não se alterou com o sarcasmo.
- Sinto muitíssimo. Mas é que há algo em você que me atrai muito, devo dizer.
sentiu seu rosto queimar. Quando levantou a cabeça, Vlad já estava posto a seu lado, assim como no momento em que chegou.
- Pode parar de fazer isso? Está me assustando. – Nesse momento, a garota já estava de pé, afastando-se lentamente do rapaz.
- Você me lembra alguém, . Alguém de quem eu gostava muito, mas infelizmente não está mais entre nós.
Seus olhos não eram mais azuis, eram lilás, eram cinza. Eles mudavam de cor o tempo todo. As feições tão brancas quanto mármore endureceram o rosto jovem e ele sorriu, mostrando as presas.
- Você é um...
Ela não conseguiu terminar a frase. Sentiu que seus joelhos não mais conseguiam lidar com seu peso. Foi caindo lentamente, tudo a sua volta escureceu.

*~*~*~*~*

despejou mais uma vez o líquido espesso de dentro do vidrinho para o chão da cozinha. Dessa vez houve um odor forte, insuportável, e suficientemente reconhecível. Ela hesitou antes de encostar a ponta do dedo indicador na poça vermelha escura. Estava quente.
- Isso é sangue, Niall. Parece sangue, cheira a sangue e pior: está fresco.
O garoto sentiu um nó em sua garganta enquanto via a namorada olhar fixamente pras duas poças de sangue a sua frente.
- No que está pensando? – Ele perguntou apressado – Eu conheço essa cara, está pensando em algo.
demorou para responder. Parecia tudo muito familiar, mas ainda faltava algo.
- Niall, você viu se tem alho por aqui? – Niall levou um tempo para entender o comando, então começou a procurar. Nos armários não havia nada – tampouco em qualquer outro lugar – e sabia.
- Não tem nada aqui. Mas por que você quer alho?
- Como ele disse que era seu nome? – Ela ignorou a pergunta do namorado e este ficou olhando-a confuso. – O dono do castelo, como era o nome dele?
- Vladimir, Vlad. Alguma coisa assim.
A garota gelou. Sentiu como se tivessem atirado uma enorme melancia contra sua cabeça. Pensou no quanto gostava de melancia... Uma melancia suculenta cairia bem agora e... NÃO! Precisava se concentrar. Vlad. Transilvânia. Sangue. Cozinha vazia. Ou Vlad gostava muito de genética... Ou era um vampiro.

*~*~*~*~*

- Elas são muito parecidas.
Depois de se recuperarem do susto, Zayn e vasculharam o local. De fato, havia um caixão com o nome escrito nele, e, do lado, um caixão com o nome de Vlad. Em volta de ambos, velas e quadros. Todos mostravam a mesma mulher, que era exatamente como . Eles datavam entre 1450 e 1462.
- Quem é ela, Zayn? – perguntou, ele olhou em volta de novo. Fixou os olhos no caixão e notou algo que não percebera antes: o nome cobria um escrito. Aproximou-se, hesitante, e passou os dedos pela tampa do caixão. Havia um pequeno texto em dourado - mas já desaparecendo por ser muito antigo - que dizia:
Quando a Lua aparecer nos céus
E as estrelas escalarem suas paredes escuras
A que mais alto chegar
Sei que serás tu atingido as alturas.

Em memória de Ileana.

- Era a esposa dele. – Zayn respondeu depois de um longo silêncio – A esposa de Vlad.
- Ele... Ele acha que a pode ser...
- A reencarnação dela.
- Merda! – sussurrou e sentiu seus olhos se enxerem de lágrimas – Mas que merda, Zayn.
Zayn a abraçou. Não sabia o que dizer, aliás, o que poderia dizer-se num momento como aquele? ‘’Olha, viemos parar nesse castelo assustador pra caralho e encontramos um maníaco que acha que uma das suas melhores amigas é a reencarnação da esposa dele e provavelmente vai mantê-la aqui para todo o sempre.’’ Preferiu ficar calado.
- O que vamos fazer? – disse entre soluços.
- Eu não sei, . – Zayn confessou – Mas por que, diabos, ele escreveu o nome da nesse caixão?
balançou a cabeça de um lado para o outro.
- Precisamos encontrá-la. Precisamos encontrar todos os outros e sair daqui, já.
- O que estão fazendo aqui?
sentiu o coração saltar pela boca. Agarrou-se no namorado para não cair. A sua frente, estava Alfred, o mordomo, os olhando com cara de nada.
- Eu perguntei o que estão fazendo aqui.
A voz ecoou pelo lugar, as chamas das velas tremeram. Zayn segurava fortemente no caixão, talvez na esperança que conseguisse jogá-lo contra Alfred. Ou talvez fosse apenas medo.
- Vocês são crianças muito impertinentes. Talvez seja a hora de prepará-los para o ritual.
- Nos preparar para o quê?
Zayn não imaginou que teria forças para jogar a tampa do caixão. A tampa de madeira escura e envelhecida escorregou de suas mãos e despedaçou-se na cabeça de Alfred. Não causou-lhe um arranhão, mas deixou-o suficientemente tonto, dando tempo para ele e fugirem.


*~*~*~*~*

- Está vendo? Há buracos no lugar dos olhos, . – Harry havia subido em cima de uma cadeira e encarava um quadro velho e fedido de uma velha gorda – que parecia ser bem fedida. bufou.
- Já procuramos em todos os quadros, Harry. A maioria tem buracos no lugar dos olhos, mas nenhum deles sai do lugar. É o final de alguma passagem, não o começo.
Harry desceu da cadeira e arrumou as roupas.
- Bom – começou – talvez seja a hora de pararmos e nos pegarmos loucamente.
- Eu acho que não.
Harry riu.
- Quer saber? Tudo isso está me deixando com dor de cabeça – pegou a mão do namorado e começou a andar – vamos voltar pro quarto e descansar.
- E talvez transar.
- Calado, Harold.
Voltando pelo mesmo caminho que fizeram para chegar até ali, as coisas pareciam diferentes. A chuva ainda não havia parado, mas ficara mais suave. A lua brilhava cheia no céu. Tudo estava muito quieto. Sem que percebessem, haviam entrado na passagem que dava para o primeiro andar. Chegaram à sala de entrada e Harry fez careta ao olhar pra cima. Um raio iluminou o cômodo, fazendo o rosto do demônio da pintura ainda mais assustadora, fazendo os dois apertarem o passo. Ouviram barulhos vindos de algum lugar ali perto. Hesitaram. segurou a mão de Harry e este, mais uma vez, posicionou-se a sua frente. Esperaram. Os barulhos cessaram e a porta abriu-se... Revelando uma e um Niall pálidos e assustados.
- Porra, ! – colocou a mão no coração.
- Vieram procurar comida? – Harry perguntou.
- Sim. Mas achamos um pouco mais do que gostaríamos.
- Do que está falando? – ficou de frente para amiga, que colocou em sua mão alguma coisa. Ao abrir, lá estava um vidrinho.
- Isso é...
- É pior. – Niall conseguiu dizer.
- O que é isso? – Harry não conseguia ver bem, pois estava escuro.
- É sangue, Harry – respondeu – foi isso que encontramos na cozinha.

*~*~*~*~*

- Louis, não pise no meu pé!
- Desculpe, donzela, mas não estou enxergando merda nenhuma!
- Vocês não conseguem ficar sem brigar por um minuto?
Por insistência de Liam, e Louis o acompanharam na incrível aventura dentro da passagem secreta da prateleira de livros. O problema é que haviam esquecido as tochas na biblioteca e lá dentro não havia luz, mal sabiam para onde estavam indo. Liam resolveu pegar seu celular no bolso.
- Vamos ver se isso ajuda – Ele ligou a tela e, de fato, não ajudou, mas, pelo menos, não estavam no breu total. segurou sua mão e apertou-a.
- Eu juro que acabo com você depois que sairmos daqui. – Ela tentou soar irritada, mas estava mesmo era com medo. Liam conseguiu sorrir um pouco. Iluminando o seu próprio rosto, olhou para Louis, que entortou a boca.
- Eu não vou segurar sua mão, se é isso que quer.
Eles continuaram caminhando por alguns minutos até darem de cara com uma parede. Não havia outra saída. Louis murmurou um "Ué", mas colocou o dedo indicador sobre os lábios, pedindo silêncio.
- Ouçam – sussurrou. No começo, ouviram ruídos de talheres batendo contra a mesa – eles supunham – e cadeiras sendo arrastadas. Os três se fizeram a mesma pergunta: como podiam ouvir qualquer coisa se estavam separados do outro cômodo por uma parede de pedra? Louis apontou para as extremidades da parede, havia luz passando por elas. Na altura dos olhos de Liam havia buracos, exatamente com o propósito de olhar através deles, não que se pudesse ver muito, de qualquer forma. Liam observou o lugar e, de fato, havia uma longa e comprida mesa, e isso era tudo o que seus olhos alcançavam. Ouviram vozes, e conseguiram ouvir claramente uma bastante conhecida.
- Preciso lavar as mãos antes de comer, sabe como é. – Disse .
A expressão de Louis mudou, ele afastou-se dos amigos.
- Vamos embora. Vamos, agora!
- Cala a boca, idiota! – disse.
Ouviram uma porta bater. Depois outra porta se abrindo. Passos lentos e sapatos que faziam um barulho mais alto que o normal ao tocarem o chão. Ouviram também o que parecia ser um carrinho sendo empurrado.
- Está tudo pronto, senhor. - Disse Alfred em sua voz mórbida.
- Ótimo. Certifique-se de que os caixões estejam posicionados sob a luz da lua.
fez menção de gritar, mas Liam tampou sua boca.
- O que farei com os outros?
- Pode livrar-se das outras crianças assim que terminarmos. Preocupemo-nos somente com a garota por agora.

Capítulo VII



Niall e atropelavam-se ao falar, deixando Harry e bastante confusos. Contudo, foi ligando as informações e tudo foi ficando mais claro.
- Gente, ele é um vampiro – A garota afirmou e Harry não conseguiu segurar a risada. – Do que está rindo, seu animal?
- Vampiro, sei.
e Niall já haviam chegado a esta conclusão – e depois diziam que eram os mais lerdos! – e entreolharam-se. Harry parou de rir.
- Cara, vocês estão falando sério? Pegaram algum vírus da Transilvânia ou algo assim? Só podem estar loucos.
- Harry, eu acho que a tem razão – disse em um tom preocupado – e acho que não estamos lidando com qualquer tipo de vampiro.
- Como assim?
- Eu acho que esse Vlad aí pode ser o Conde Drácula.
- Conde Drácula? Certo! – Harry disse com desdém – Agora, se pudermos voltar um minuto para o mundo real e sairmos do mundo encantado dos vampiros brilhantes...
- O Drácula não brilha! – o cortou.
- Que seja! Pessoal, estamos falando de um cara com sérios problemas, isso é verdade. Quer dizer, quem guarda um vidro com sangue na cozinha, só pode ter batido muito forte com a cabeça, – revirou os olhos. Odiava quando Harry era sarcástico - mas essa coisa de vampiro não existe.
- Mas, Harry...
- Chega, vocês precisam dormir um pouco, pelo amor de Deus. Esse lugar todo já está me dando nos nervos – Ele pegou na mão de e começou a subir as escadas – Amanhã de manhã iremos embora e tudo ficará...
A sala iluminou-se com o raio e o barulho abafara os gritos de e Harry. Niall e estavam sozinhos.
- Para onde eles foram? O que aconteceu? – Niall entrou em pânico.
- Eu não sei!
sentiu uma mão fria segurar seu pulso. Não precisou fazer qualquer força para levá-la, a garota estava em choque. Antes que pudesse ajudar Niall, ela apagou.

*~*~*~*

, Liam e Louis estavam parados no corredor da passagem. Eles ouviram o que se sucedeu, Louis bateu nas pedras a sua frente quando ouviu a namorada desmaiar. Elas não se moviam, logo, não era uma passagem para o quarto. Eles ouviam, mas não viam, não podiam ter certeza de que ele não havia feito algo a ela. Ele sabia que não podia gritar. A essa altura do campeonato, já estava chorando enquanto Liam a abraçava. Vlad permaneceu em silêncio por alguns instantes do outro lado. Ouviram seus passos, muito leves, que certamente não seriam perceptíveis se não estivessem quietos o suficiente. Ele andava de um lado para o outro. Parou. Abriu o que parecia ser um baú e fechou em seguida.
- Ah, querida Ileana – pela primeira vez, sua voz soava diferente do normal. Não era assustadora demais, nem sedutora demais. Ao pronunciar o nome Ileana, Liam podia dizer que ele estava a ponto de chorar – eu sabia que voltaria. Você prometeu que voltaria.
Louis fez careta.
- Quem, diabos, é Ileana?
- Shh!
- Na data de hoje, faz exatamente 500 anos desde que você partiu. Eu esperei, 500 anos.
- 500 anos? – gritou do outro lado. Liam tapou sua boca.
- Eu sabia que o cara era um vampiro, eu disse pra vocês – Louis apontava o dedo no rosto dos amigos.
- Crianças malditas! – Vlad gritou, e o jovens sabiam que era hora de correr.
- CORRAM! – Louis berrou. Trombaram uns nos outros antes de tomarem a direção certa, ouviram o corpo de Vlad chocar-se contra o quadro. Ouviram a madeira se estilhaçando.
Corriam o mais rápido que podiam até conseguirem enxergar a prateleira de livros. Liam retirou Drácula e eles de moveram, voltando a Biblioteca. Estavam ofegantes, não sabia se chorava, gritava, corria, voltava a respirar.
- Isso é muito errado – Liam disse. – Quem é esse cara?
- É um maldito vampiro! Nunca confie em vampiros! - Louis tinha a mão no peito e apoiava-se na escrivaninha.
- Precisamos – soluçou – tirá-la de lá. Quero ir embora – e voltou a chorar de novo.
- Calma, . – Liam abraçou a namorada de novo. Até ele tinha vontade de chorar.
- Eu vou arrancar a cabeça dele. Me deem só um minuto.
Mas eles não tinham um minuto. Vlad estava atrás deles e podia aparecer a qualquer momento. Todos gritaram ao ver a maçaneta se mexer.
- Se morrermos agora – Louis começou – foi muito legal ter conhecido vocês. Vocês são legais. – olhou para – Você não.
o ignorou, não tinha tempo para piadas sem graça. A porta abriu-se de repente, revelando uma também chorona e um Zayn com um enorme corte acima da sobrancelha.
- Ai, meu Deus.
- O que aconteceu com vocês?
soluçava muito. Quando viu no mesmo estado, correram para se abraçar.
- Credo, gente. – Disse Louis – Tá parecendo novela mexicana.
- O velho caquético quase acabou com a gente – Zayn disse.
- Você percebeu que sua frase é um pouco contraditória?
- Chega de gracinha, Louis. – Liam fez cara feia e Louis devolveu o comentário reprovador com uma careta. – Alfred atacou vocês?
- Sim. – disse entre soluços.
- E o que você fez?
- Eu joguei a tampa do caixão na cabeça dele.
Louis e Liam arregalaram os olhos, chorou mais ainda.
- Tem um caixão também? – A menina mais berrou do que outra coisa. – Eles vão matar a !
- Wow, espera aí. – Disse Liam – Você disse caixão? – Zayn assentiu. – Aonde tem um caixão aqui?
- E por que tem um caixão aqui? – Louis se meteu na conversa. Estava ficando desesperado.
- É uma história bastante longa – Zayn deu ênfase no ‘’bastante’’. Liam olhou para a prateleira.
- Vamos primeiro sair daqui e procurar um lugar mais seguro – se é que existe um lugar seguro aqui dentro. Depois você conta o que descobriu.
Antes que qualquer um deles pudesse sair do cômodo, a escuridão preencheu-o.

*~*~*~*

achou que tinha morrido. Ela sentiu o corpo pequeno limitado pelo lugar estreito, ela sentiu o acolchoado das laterais. Por sorte, o caixão estava sem tampa, mas sua respiração estava descompassada. Ao menos estava viva – ou era o que queria acreditar. Tinha medo de abrir os olhos. O lugar cheirava a cemitério e cachorro molhado. Ela ouvia ruídos, vozes, bem ao fundo, falando coisas sem nexo. Ela havia desmaiado? Não conseguia se lembrar. A última imagem que tinha em sua mente era a de Vlad muito perto. Tentou esquecer a parte em que quase fez xixi nas calças com a proximidade. Ele podia ser muito bonito, mas era assustador ao mesmo tempo. Ela viu os dentes, pontiagudos, ameaçadores. Sua feição foi mudando aos poucos, e já não se parecia mais com o belo e misterioso rapaz que os acolheu. Seu rosto ficara fantasmagórico e ela quis gritar. Então tudo ficou escuro. Agora, ela estava sabe-se-lá-Deus-onde dentro de um caixão poeirento (ela fez questão de notar isso) e a ponto de morrer – ou até mesmo já morta. Se eu soubesse que o céu era assim, pensou, teria trazido algum álcool gel.
As vozes começaram a incomodá-la, e ela percebeu que, uma hora ou outra, ela teria que abrir os olhos e encarar a situação. Ela o fez, suspirando aliviada ao perceber que ainda estava dentro do castelo e, possivelmente, com vida. O caixão estava envolto em velas amarelas, o que era horrível. Sentou-se, tentando controlar sua respiração, mas nada poderia prepará-la para o que viria a seguir.
Ela sentiu seu estômago revirar. Não sabia se gritava, chorava, ou se gritava. Milhares de quadros estavam espalhados pelas paredes, alguns estavam no chão. Era como olhar para um espelho. A mesma cor de cabelo, a mesma cor dos olhos, até mesmo seu semblante sério e quase sempre frio. É claro que a moça dos quadros estava muitíssimo bem arrumada, enquanto devia de estar toda descabelada, com cheiro de esgoto. Foi então que ela notou o vestido. Era um vestido de noiva tão empoeirado quanto o caixão – a menina fez cara de nojo e soltou um grunhido – e tão velho quanto o mesmo, pois era o mesmo vestido que a moça dos quadros estava usando. Ela mal conseguiu encostar as pontas dos dedos para arrancá-lo do corpo como se não houvesse amanhã. Estava enojada e com medo, nunca se sentira tão confusa quanto agora. Quem era essa mulher? E por que ela estava em um maldito caixão nojento vestindo um vestido de noiva nojento?
- Que bom que está acordada.
Ela reconheceria aquela voz em qualquer lugar. Não queria se virar, mas sentiu-se obrigada. Soltou um grito de horror.
- Eu achei que gostaria de ver seus amigos antes de morrerem. – Vlad sorriu, mostrando os caninos afiados enquanto seus nove amigos estavam em uma jaula presa ao teto.

Capítulo VIII



- E aí, , beleza? – gritou lá de cima, sarcástica.
continuava em choque. Era um daqueles raros momentos que ela não sabia o que fazer. Sentia-se tonta e impotente. Seus amigos e seu namorado estavam amontoados em uma jaula velha presa há, pelo menos, 15 metros do chão. Ela estava dentro de um caixão imundo, num vestido de noiva ridículo, olhando para a cara de paspalho de Alfred e o sorriso assustador de Vlad. Ela queria destruir aquele sorriso com um chute em sua boca. Vlad gargalhou.
- Creio que isso não seja possível, meu amor. – olhou-o confusa e, sem tirar o sorriso do rosto, o vampiro respondeu – Oh, sim, eu posso ler mentes.
Droga. Não podia ter paz nem mesmo dentro de sua cabeça.
- Creio que não.
- Pare com isso, seu doente. – tentou cuspir em seu rosto, ainda que estivesse longe demais para isso, e, obviamente, não deu certo. Um pouco de baba ficou pendurada em seu lábio superior. Vlad fez careta.
-Tire a gente daqui! – gritou e, em resposta, Vlad rosnou, mostrando os dentes, seu rosto assumindo a feição de uma gárgula. encolheu os ombros e abraçou Zayn.
- Crianças ridículas, não calam a boca.
- Você é louco. – tentou passar confiança em sua voz, mas era difícil vendo o rosto dele daquele jeito, vendo seus amigos correndo perigo (vendo a si mesma usando o vestido de um defunto).
- Você ainda não entendeu, não é? – Vlad disse com deboche – Seus amigos não vão sair daqui. Nunca. Suas carcaças – fez careta ao ouvir termo tão nojento – apodrecerão aqui pra sempre. E você – ele apontou seu dedo branco e comprido em sua direção – será minha esposa.
- Filho da mãe! Me tire daqui! – Louis sacudiu as barras da jaula furioso, balançando os amigos junto.
Vlad sorria, tudo aquilo parecia estar divertindo ele. Alfred continuava quieto em seu canto, observando tudo com atenção.
- Mas, por que eu? O que eu tenho a ver com isso? – perguntou, o desespero lentamente tomando conta.
- Achei que você fosse mais espertinha, querida . – Vlad caminhou lentamente até seu lado esquerdo. Ela quis fugir, mas, assim que Vlad posicionou-se ao lado do caixão, o tempo pareceu parar. Algo a prendia na exata posição em que estava, não conseguia se mexer.
- Veja bem – ele começou – tudo me leva a crer que você é a reencarnação de minha querida esposa mortal Iliana. Acho que você e seus amigos puderam notar a semelhança – apontou para os quadros em volta do caixão – portanto, essa noite, eu trarei ela de volta.
engoliu em seco. Sua voz saiu como um sussurro:
- Como pretende fazer isso?
Vlad foi aproximando-se até chegar ao pé de sua orelha.
- Eu vou trazê-la dos mortos.
Então, desmaiou. De novo. Vlad revirou os olhos.
- Ela precisa desmaiar sempre? Que coisa. Alfred, me ajude aqui.
Alfred aproximou-se do caixão e, juntamente com Vlad, carregou a menina até uma pedra comprida. Acima dela somente a cortina da noite enfeitada com suas estrelas e uma lua cheia, enorme e amarela, pendurada bem no centro.
- O que eles vão fazer? – choramingou.
- Eu não faço ideia. – Liam respondeu, triste.
- Precisamos tirar a de lá! – estava em pânico.
- Ela não está desmaiada – Louis disse. Estava calmo até demais.
- Como assim? – Niall perguntou.
- Ela está fingindo. – Ele respondeu – Está tramando alguma coisa. Eu sei disso.
fez o possível para não se mexer. Tentava manter a respiração compassada enquanto ouvia Vlad e Alfred conversando. As chances daquele plano estúpido dar certo eram mínimas, mas ela precisava tentar. Quando Vlad virou de costas, agarrou a primeira coisa que viu e socou em sua cabeça. Os segundos passaram devagar. Ela esperava que Vlad caísse, sangrasse, chorasse, qualquer coisa – não entendia muito de vampiros de qualquer forma. Ele apenas ficou parado por alguns segundos. Girou seu corpo devagar e seus olhos assumiram o típico tom escuro sempre que ele ficava com raiva. As unhas das mãos, afiadas, prontas para rasgar e matar. deu um passo pra trás, tropeçando e caindo sobre a pedra. Bateu seu cotovelo com força, sentindo todo seu braço gelar. Apertou os olhos e soltou um gemido de dor. Vlad avançava lentamente, como um predador. Antes que pudesse fazer qualquer coisa, Alfred o chamou:
- Pare com isso, seu rapaz estúpido. – Puxou o cabelo louro de Vlad, trazendo-o para trás – concentre-se no plano. Não pode matar a garota.
Vlad tentou se recompor. Sua feição voltando lentamente ‘’ao normal’’.
- Tem razão, Alfred. Me desculpe. O que seria de mim sem você, meu nobre amigo? – Vlad puxou Alfred para um abraço, este revirou os olhos.
- Isso, certo. Vamos começar logo o ritual.
- Não!
Vlad puxou sem qualquer delicadeza o corpo de até estendê-la sobre a pedra novamente. Ela choramingou um pouquinho, seu braço direito completamente paralisado pelo impacto. Lá em cima, os amigos continuavam tentando arranjar uma forma de escapar.
- Precisamos sair daqui! – Zayn disse.
- Me diga como, Super-Homem. – retrucou – Se saltarmos dessa altura, não vai sobrar ninguém pra contar a história.
- Alfred, me dê o livro. – O velhaco pegou um enorme livro de capa dura e entregou nas mãos de seu senhor.
- Vlad, espere! – tentou falar.
- Tarde demais, garotinha. Precisamos continuar com isso.
- Não pode fazer isso, Vlad. Não pode trazê-la de volta.
- E por que não?
- Você não entende, não é? – Ela repetiu a frase que ele havia dito há alguns minutos atrás – é o ciclo natural da vida. Ela não tem culpa de que você é esse... – segurou-se muito para não dizer ‘’monstro’’ – moço. Diferente.
Vlad revirou os olhos.
- Não queira tentar me enganar, você vai morrer e pronto. Seus amigos também.
- Ela morreu porque tinha que morrer, e você continuou porque foi amaldiçoado. – tentou outra vez. E então Vlad parou. Os caninos aparecendo novamente.
- Não dê ouvidos a ela, Vladimir. Continue com isso já! – Pela primeira vez, a voz de Alfred alterou-se. As veias roxas de seu pescoço cor de mármore saltando.
- Vladimir. – Vlad repetiu. – Meu pai costumava me chamar assim. Você se lembra, Alfred? Antes de você me transformar nessa coisa.
- O QUÊ?!? – Todos gritaram em uníssono.
Alfred assumiu sua cara feia de sempre, as unhas ficando mais compridas e os dentes, mais afiados. Ele também era um vampiro.

Capítulo IX



Em vez de silêncio, no local instalou-se o caos. Os nove adolescentes engaiolados berravam e falavam ao mesmo tempo, enquanto olhava em choque de Alfred para Vlad, de Vlad para Alfred. O vampiro loiro tinha um semblante diferente de seus costumeiros sorrisos diabólicos, era uma mistura de raiva e tristeza.
- O Alfred transformou você em vampiro? – Niall berrou.
- Então você não é o Drácula.
- Chamem a Oprah!
- Calem-se! – Alfred explodiu e sua voz soava cem vezes mais forte que a de Vlad em seus momentos de ódio. Ninguém disse mais nada e tudo o que se ouvia era o grito fantasmagórico do vento soprando forte lá fora. Ali, sob a luz do luar, Alfred ainda parecia um velho rabugento. No entanto, as presas não demoraram a aparecer, assim como as veias azuladas que saltavam de sua pele pálida. As unhas cresceram e, embaixo de seus olhos, enormes manchas escuras. teve um leve arrepio ao notar a semelhança de Alfred com o famoso vampiro do cinema, Nosferatu. Só faltava ele ficar careca e andar curvado com as mãos pregadas ao lado do corpo.
- Eu precisava fazer alguma coisa por você, meu jovem. Você nunca me escuta. – O som que saía de sua garganta era quase desumano, e nenhum dos garotos presentes se lembrou de ter ouvido nada parecido com aquilo. Não havia explicação para a onda de horror que passava por suas espinhas e lhes arrepiava os cabelos da nuca e do braço. engoliu seco e apertou os olhos bem forte, imaginando que talvez, quando os abrisse, ela e os amigos ainda estariam dentro do carro a caminho do hotel para um divertido fim de semana.
- Fazer alguma coisa por mim? – Vlad riu com desdém – E o que você fez por mim? Transformou-me nessa criatura asquerosa e demoníaca, tirou de mim qualquer chance de ver a luz do sol outra vez, seu desgraçado.
- Fiz isso porque era preciso! – Seu tom era autoritário – Se ao menos não tivesse se engraçado com aquela mortal estúpida...
Vlad parou, seu olhar desaparecendo em algum canto atrás de Alfred. Parado daquele jeito, Vlad parecia uma estátua com longos cabelos loiros e rosto dissimulado. percebeu que Alfred se referia à Iliana, a moça das fotos, a moça que se parecia tanto com ela que chegava a ser, no mínimo, bizarro.
Lá em cima, Louis quase sentiu pena do canalha morto-vivo. Passando os olhos rapidamente pelo lugar, ele notou uma coisa. Há alguns centímetros de distância da gaiola pendurada no teto, havia a corrente que os mantinha no ar. Ele teve uma ideia. Uma ideia louca, mas provavelmente a única coisa que as tiraria de lá. Harry estava do seu lado direito, encostado a uma das laterais da jaula e a pessoa mais perto das correntes. Sussurrou para o amigo, que o olhou assustado.
- Harry, eu sei como tirar a gente daqui. – Louis disse.
Harry levantou uma sobrancelha.
- Mas?
- Mas provavelmente vamos acabar morrendo no processo.
Quando terminou, Louis voltou a olhar para as correntes e Harry o seguiu, entendendo o que o amigo queria fazer.
Com um solavanco, Harry começou a chocar-se contra a lateral da jaula. Os amigos balançaram junto, sem ter muito tempo de protestar, já que Harry intensificou os movimentos. A jaula começou a se mexer, como um pêndulo, indo para o lado que Harry queria. O peso daquela coisa somado ao peso de todos os seus amigos era absurdo, e o garoto quase sentiu seu ombro deslocar. Aconteceu depressa demais. No momento em que a jaula ficou mais próxima das correntes, Harry esticou o braço comprido e puxou a alavanca. Não havia tempo nem de gritar, a jaula já havia despencado do teto e foi de encontro abrupto ao chão de pedras. Um estrondo agudo espalhou-se, pó foi levantado quando a jaula finalmente entrou em contato com o solo. Nem mesmo Vlad ou Alfred puderam ter feito algo para impedir. Louis, desesperado, abriu a jaula e saiu de lá dentro. Os dois vampiros ainda estavam chocados com a situação.
Louis agarrou a mão de e a colocou atrás de si, numa cena típica do "mocinho salva a mocinha". Ele segurava uma pedra pontiaguda em uma das mãos, sua respiração estava pesada.
- Chega... – A voz do rapaz falhou, estava cansado e assustado, mas não podia mais aguentar essa situação. Sentia-se culpado por ter colocado os amigos e a namorada em perigo e precisava desfazer toda essa bagunça – mesmo que isso significasse ter de lutar com duas criaturas sobrenaturais.
Vlad mantinha uma feição de paspalho, até conseguir entender tudo o que tinha acontecido. Depois de um tempo, seu sorriso alargou-se, parecia que rasgava a pele, que a cortava como um bisturi. Ele mostrou claramente as presas e soltou uma de suas gargalhadas enquanto ainda mantinha as unhas cravadas no ombro de Alfred.
- Sempre teremos aquele metido a herói, não é? – Ele olhou fixamente para Louis, que sentiu o estômago revirar e o sangue gelar – Você chegou tarde demais, sua criança idiota.
No começo, Louis notou que Alfred não tentava fugir de Vlad. Só ficou ali parado, olhando com desdém e desprezo para todos – só que agora era mais parecido com um vampiro. Contudo, Alfred notara que Louis havia passado a ser o centro das atenções e, sem qualquer aviso e com uma rapidez assustadora, ele jogou Vlad contra as pedras estiradas no chão e manteve suas garras em sua garganta.
- Seu garoto mimado, mal agradecido – Os olhos de Alfred assumiram uma terrível coloração escarlate, quase da cor de sangue. As presas pareciam maiores e mais afiadas e sua voz era insuportável, algo que fazia tremer o âmago de qualquer um que ouvisse. – Eu tive que matá-la, tinha de sumir com ela para que você se tornasse rei. Como pôde pensar em abdicar ao trono por uma camponesa imunda e qualquer? Toda a herança seria sua, toda a Romênia seria sua. Então você ficou depressivo, não comia nem bebia. À beira da morte, eu transformei você. Eu amaldiçoei você e toda sua maldita linhagem que me escravizou por tanto tempo! Eu me vinguei de você e o obriguei a se tornar o rei... Por toda a eternidade.
Com um berro terrível, Vlad atacou. Os vampiros voaram, mas apenas por alguns segundos, até caírem no chão, dessa vez com Vlad com suas presas e garras no rosto de Alfred.
- Você não podia matá-la! – Ele berrava e os adolescentes sentiam o castelo todo tremer. – Não tinha esse direito, eu a amava.
- Ela não passava de uma vagabunda – Alfred rebateu e Vlad não tinha mais forças para se segurar. Levantou o braço esquerdo e, rápido como uma foice, arranhou o rosto de Alfred. Cincos linhas dividiam seu rosto agora, o sangue escorrendo enquanto Alfred mantinha os olhos arregalados de surpresa. Vlad parecia satisfeito, mas logo seu orgulho desapareceu. Os arranhões foram sumindo devagar assim como o sangue, e o rosto cadavérico de Alfred voltara a ser como de costume.
Por outro lado, os outros haviam saído da jaula e se escondido atrás desta. Não havia nada que pudessem fazer, mas gostariam de poder tirar Louis e de perto daqueles dois. olhou no relógio, faltavam cinco minutos para as seis horas. Ela pensou em algo. Mais que depressa, começou a digitar uma mensagem.
- Você está mandando uma mensagem agora? Sério? – perguntou.
- Sim, aqui tem sinal.
Louis sentiu o bolso tremer e uma musiquinha estúpida tocar, anunciando que havia recebido um sms. Tirou o celular do bolso e viu que a mensagem era de , dizia assim:
É quase dia. Sabe o que acontece quando os vampiros veem a luz do Sol?
(não, eles não brilham, seu idiota).
Xx

Louis sentiu vontade de rir primeiro, mas então entendeu o que quis dizer. Se esses caras são realmente vampiros, a luz do dia vai transformá-los em pó. Tudo o que precisava fazer era mantê-los daquele jeito, posicionados em direção a céu aberto, por mais alguns minutos.
- Você destruiu tudo o eu tinha – A briga de Vlad e Alfred continuava, enquanto Louis e observavam a apenas alguns centímetros de distância. Ele segurava sua mão e ainda mantinha-a atrás de si. Os vampiros pareciam não mais se importar com a presença deles e isso facilitava ainda mais as coisas.
- Vou mandar você para o inferno! – Vlad berrou e, no mesmo instante, a luz do sol iluminou a cena pela última vez.
- Não! – tentou ajudar, mas Louis segurou seus braços.
Quando a luz iluminou o rosto de Vlad, este soltou um grito de horror. A face esculpida se desfazia aos poucos, se esfarelava como terra. Ninguém teve coragem de olhar enquanto o vampiro Vlad era transformado em cinzas. apertou os olhos e segurou o choro. Independentemente do que Vlad fosse fazer, mesmo que fosse machucá-la... Sentia pena dele. Ele só queria de volta a mulher que amava.
Quando abriu os olhos novamente, ele se fora. Um amontoado cinza chumbo agora era a única coisa sob a pedra em que Vlad e Alfred se encontravam. Os dois estavam mortos.
Harry, , , Liam, Niall, , Zayn e saíram de trás da jaula. Olhavam assustados e confusos.
- Bem... – Zayn disse – Acabou.
desejou por um instante que Vlad encontrasse Iliana, aonde quer que ela esteja e pra onde quer que eles tenham ido. Ao menos poderiam ficar juntos, numa outra vida. O príncipe Vlad poderia encontrar algum descanso para sua alma perturbada. E Alfred... Ele podia apodrecer do inferno.
Louis sentiu a tristeza da namorada e a abraçou. Foi um abraço demorado, um silencioso pedido de desculpas por parte dos dois. Ele a encarou e segurou o rosto pálido e cansado com suas duas mãos antes de beijá-la. pigarreou.
- Não é por nada não, casal ternura, mas precisamos dar o fora daqui.
- E como vamos fazer isso? Estamos sem carro e perdidos no meio do nada. – Liam perguntou.
olhou em volta. Atrás da pedra onde Vlad iria sacrificar , havia mais uma das muitas passagens que podiam ser encontradas no castelo. Ela correu até lá, fazendo os amigos irem atrás.
O corredor extenso e escuro parecia não ter fim, até, literalmente, uma luz brilhar ao fundo. Quando pôs o pé para fora, seus olhos arderam. Ela os tampou com a mão e esperou até que eles se acostumassem com a mudança brusca. Nada poderia descrever a felicidade da garota ao ver o que os esperava ali.
Os amigos pareciam confusos.
- Isso é...
- Não pode ser.
- É uma van! – Os outros reviraram os olhos. apontava para um furgão, pintado em cores vivas como azul, laranja e verde, além de possuir várias flores desenhadas. Na porta havia um escrito chamativo que dizia Máquina do Mistério.
- Só pode estar de brincadeira. – Harry balançou a cabeça, os cachinhos indo de um lado pro outro – Será que nada faz sentido nesse lugar?
- E isso importa? – disse – Vamos sair daqui, já.
- Precisamos pegar nossas coisas primeiro. – Niall os lembrou.
Foi um longo caminho de volta aos quartos no terceiro andar. Onde cada um pegou sua devida mala com seus devidos pertences. e Zayn não comentaram com os outros quando os quartos haviam supostamente desaparecido a algumas horas atrás. Tudo estava no lugar, e nenhuma porta levava a lugar algum. Depois, voltaram para onde a chevet estava estacionada, colocaram suas malas e se espremeram para caberem todos ali.
- Tá um pouco apertado, aqui. –comentou – Vocês não estão achando?
- Para onde vamos agora, Louis? – Harry perguntou.
- Vamos fazer o caminho de volta. Quero esquecer esse lugar pra sempre.
A chave da máquina por algum acaso estava no seu devido lugar, fazendo com que Louis apenas a girasse para que pudessem enfim partir. Eles olhavam para o castelo uma última vez, sabendo que nenhum deles seria capaz de esquecer o caminho que os levou para Transilvânia.

Capítulo X - Capítulo extra



- Você precisa acreditar na gente – Liam gesticulava enquanto conversava com o policial. O homem bigodudo – parecia um ator de filme pornô mexicano barato – apenas balançava a cabeça e ria da cara do pobre garoto.
- Moleque, eu já te disse. – O guarda tinha um forte e típico sotaque romeno – Não há castelo algum nessa região. E se por algum acaso existe um, ele está aberto para visitação e nada mais.
- Liam, vamos embora. Deixa pra lá. – segurou o braço do namorado e, devagar, levou-o para fora da delegacia.
Harry havia dito o quanto achava a ideia absurda, mas Liam quis mesmo assim alertar a polícia sobre o que havia ocorrido. "Ninguém irá acreditar em nós", Harry disse. Foi exatamente o que aconteceu, mas o preocupado Liam precisava ao menos tentar.
- Eu avisei – Foi a primeira coisa que Harry disse ao avistar o amigo. Liam fez bico.
Enquanto todos se preparavam para ir embora, estava concentrada escrevendo algo em uma folha de papel. Louis notou e se aproximou da namorada. Olhando por cima do ombro dela, notou que ela não estava escrevendo em inglês.
-, o que está fazendo?
A menina deu um pulo.
- Hã? – Perguntou atordoada, como se tivesse acordado de um transe. Louis entortou o nariz.
- Não sabia que falava romeno.
- Eu não falo.
- Então por que está escrevendo em romeno?
parou e olhou para a folha a sua frente. Mal havia notado o que estava fazendo, achou que estava rabiscando. A pior parte não foi o fato de ela ter escrito em romeno – ainda que palavras aleatórias – mas sim o fato de que ela entendia o que estava escrito ali. Mas ela não falava romeno.
- Ei, vocês dois – Zayn apareceu – precisamos ir andando.
preferiu ignorar o ocorrido. Levantou-se, depositou um beijo no rosto do namorado e, entrelaçando os dedos nos dele, caminharam de volta para o furgão.
Assim que todos entraram no veículo, uma voz se pronunciou:
- Gente, eu quero ir ao banheiro!
Todos gritaram um "!" em uníssono.
O vento soprou a folha de papel para longe, e logo ela não seria mais do que uma lembrança daquela viagem. Com a caligrafia delicada de , estavam escritas as seguintes palavras:

Quando a Lua aparecer nos céus
E as estrelas escalarem suas paredes escuras
A que mais alto chegar
Sei que serás tu atingindo as alturas.


Fim.


N/A: Depois de um longo e tenebroso inverno (quem dera! Esse calor tá insuportável e ;;), chegamos ao fim. Preparem-se para uma N/A bem gay e cheia daqueles clichêzinhos que eu sinto que preciso compartilhar rsss.
Eu sei que ninguém quer saber, mas na verdade eu sonhei com Road to Transylvania. Eu vi que muita gente comentou que se parecia com um filme, e eu sei qual é, mas eu acho que nunca assisti. Ou, se assisti, não me lembro, de verdade. De qualquer forma, há uns, sei lá... três anos?! atrás eu sonhei com o Vlad e o castelo. Na época eu estava escrevendo para que fosse uma fic de McFly. Eu fiquei com a ideia e algumas partes da fic escritas mas nunca realmente mandei pra qualquer site de fictions. Esse ano eu resolvi fazer uma diferença na minha vida (resolvi tomar chuva q - quem entender essa piada ganha um abrassss) e, com o apoio das minhas amigas, eu mandei ela aqui pro Obsession. Eu estava bastante preocupada porque não sabia como vocês reagiriam a uma estória doida que nem essa UHAUHAUHAUHAHUA eu achava que ninguém ia ler, e ora, vejam só: a fic entrou pro Top Fictions!
Então, sem mais delongas, vamos aos agradecimentos, certo? Primeiramente as minhas melhores amigas, que me cobravam TODO dia para escrever a fic AHAUHAUAUH que me apoiaram e principalmente me incentivaram a continuar com isso. Eu amo muito vocês Barb, Jú, Isa e Bia. <3
Depois vem a linda da minha beta, que foi uma fofa comigo, além de muito paciente, desde o começo e teve de fazer todo o trabalho sujo pra que a fic chegasse bonitinha pra vocês! Obrigada, Nessa.
E por último mas não menos importante, eu agradeço demaaaais a todas vocês que acompanharam a fic, que esperaram dias e dias por uma atualização, que quiseram me matar UAHUAHAUHAUHAUH por terem colocado a fic no Top Fictions! Sim, foi culpa de vocês isso e sim, eu vou continuar repetindo que a fic entrou pro Top Fictions because feels ;; UHAUHAUHAUHAUHAUAH obrigada do fundo do meu coração, por cada comentário, pelo carinho de cada uma para comigo e para com RtT.
E... acho que é isso. Não é? Nunca fiz isso antes, então acho que acabou UAHAUAUHAUH mas isso não é uma despedida, certo? Ainda tenho muitas fics que quero colocar aqui no site, uma inclusive eu espero que eu consiga colocar já no ano que vem! Então por favor, esperem ansiosas.
Sobre o final... eu mudei ele UHAUHAUHAUHA era pra ser diferente, mas eu gostei mais assim. Acho que ficou mais como eu queria, e ficou subjetivo também... então a menina do Louis era mesmo a reencarnação da noiva do Vlad? Nunca saberemos. Se a fic terá uma continuação? Muito provavelmente não. Eu não escrevi pra ter uma continuação, MAS nunca se sabe. Veremos rs.
Que estranho fazer a última N/A ;; não gostei AUAHAUHAUHAUH posso começar de novo? q brimks. Eu não sei quando essa att vai entrar, mas já antecipo um feliz Natal e um ótimo ano pra todas vocês, que todos os seus sonhos se realizem. *-*

Então, é... é isso aí. Continuem amando muito RtT e sempre que quiserem conversar comigo, vocês podem me encontrar aqui:
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Obrigada por me acompanharem até aqui! De coração.
xx Nikki.

Nota da beta: Nikki, sua linda, pra começar: não precisa me agradecer. Sua fic nunca me deu trabalho e foi sempre um prazer poder ler antes de todo mundo *hehe*. Amei sua fic e vou continuar amando. Mistura comédia e terror e deu super certo, não é a toa que foi pro top fictions (qual é? vocês já leram isso duas vezes, uma vez a mais não mata ninguém hahaha) e tem todos esses "likes" e comentários. Bom, não quero falar muito também. Então, já sabem, né? Erros, mandem pra mim, vocês podem me encontrar pelo formspring (pras mais envergonhadas), twitter ou por email - os três estão na notinha aqui embaixo - e deixem um comentário! É rapidinho e deixa a Nikki super feliz. :3
Xx. Vanessa.

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