Se gostar da melhor amiga já é algo complicado, quando sua melhor amiga é a , é ainda pior. Gostar dela é difícil, confuso, inseguro e instável. Linda, gostosa, tímida, sedutora e dramática. Quem não ficaria louco com uma garota tão inconstante e imprevisível? Gostar dela é como estar numa montanha-russa. E esse definitivamente é o meu brinquedo de parque de diversões preferido.
1
Abri os olhos rapidamente, como se meu corpo e mente já estivessem em alerta. Passei os olhos pelo quarto escuro e esfreguei o rosto enquanto bocejei. Fechei os olhos e respirei fundo, lembrando-me do sonho que me fez acordar. É a terceira vez que acordo no meio da noite por causa desse sonho. Sempre o mesmo. Sempre com ela.
Olhei para o relógio em cima do criado mudo ao lado da cama e vi que eram três da manhã. Se bem a conheço, ela ainda devia estar acordada. Passei a mão pelos cabelos e mordi o lábio, pensativo. Joguei os lençóis pro lado e levantei da cama.
Coloquei um moletom, uma bermuda e de chinelo mesmo pulei minha janela, caindo no quintal lateral da minha casa. Atravessei-o até o enorme muro branco que separa minha casa da dela. Ele nunca foi obstáculo para mim. Peguei duas pedrinhas no chão, guardei-as no bolso do moletom e escalei o muro. Sentei ali e atirei uma das pedrinhas direto na janela dela, que fica na mesma altura da minha. Alguns segundos depois ela apareceu, colocando a cabeça para fora da janela, olhando em minha direção. Ela vestia apenas uma blusinha regata e uma calcinha. Me distraí olhando para ela e perdi o equilíbrio, quase caindo do muro. Ela riu da minha cara, é claro. Pediu que eu esperasse e desapareceu da janela. A luz do abajur ao lado da cama dela que iluminava o quarto se apagou. Pulei do muro para o quintal dela, encostei-me a ele e esperei alguns minutos. Finalmente ela apareceu novamente na janela e jogou uma escadinha de cordas até mim. Eu ri maroto e comecei a subí-la até a janela dela. Bem desengonçadamente eu entrei no quarto, caindo no chão em seguida.
- Você leva mesmo jeito pra isso, não? – Ela tirou sarro de mim e eu ri, sem graça.
Ela passou por mim e sentou na cama, chamando-me para sentar ao seu lado. Não pensei duas vezes. Me ergui rapidamente e me aproximei dela. Ela me encarou com um sorriso maroto e arqueou as sobrancelhas. Eu sentei ao seu lado e olhei para os pés, sem saber o que dizer.
- A que devo a honra de sua visita ao meu quarto às... – ela olhou para o relógio ao lado da cama e virou-se novamente para mim. –... 3h da manhã de uma quinta-feira?
Eu engoli em seco. Sempre fico sem jeito perto dela. Sempre me sinto um idiota perto dela. Respirei fundo, sentindo o cheiro do quarto dela entrar por minhas narinas e ir direto ao meu cérebro. Ah, como eu adoro o cheiro do quarto dela! É o cheiro dela, um cheiro sereno e confortante. Nunca me esqueço desse cheiro.
- Nada, eu... Acordei e quis te ver – eu respondi e mordi o lábio. Eu devia pensar mais antes de dizer alguma coisa.
- Hum... Pesadelo? – ela disse de forma infantil e riu.
- Não exatamente... – eu franzi a testa ao tentar me lembrar do sonho.
- Sonhou com o quê então? – ela perguntou, interessada. Olhei para ela sem saber se respondia a verdade ou mentia.
- Com você – não decidi dizer a verdade, ela simplesmente pulou pra fora da minha boca antes que eu percebesse.
- Interessante – ela passou a língua pelo lábio inferior e eu comecei a sentir falta de ar. – E sonhou o quê?
- Bem... – tentei lembrar o máximo que consegui do sonho. – Eu esperava do lado de fora da sua casa... Esperava você me deixar entrar... E ficava lá, parado.
- Como hoje? – ela franziu a testa, tentando entender.
- Hum, acho que não. Eu esperava na porta da frente e você não me deixou entrar.
- Sei... – ela me encarou em silêncio por um momento. – Só isso?
- Não – eu admiti e ela sorriu maliciosa. – Depois nós estávamos no meu carro... Você o dirigia...
- É, foi um sonho – ela riu, debochada. – Você nunca me deixaria dirigi-lo.
- Claro, ainda mais porque no sonho você o dirigia em direção a um penhasco – eu completei e arqueei as sobrancelhas, fazendo-a gargalhar.
- Parece mesmo comigo!
Eu ri junto dela. É impossível, para mim pelo menos, vê-la sorrindo e não querer sorrir também.
Incrível como ela ri até nas situações mais tensas. Ela é meio sem noção. Tenho medo dela às vezes. Mas nada tão forte quanto a atração que sinto por ela. Nada me afastaria dela. Nada me faria querer me afastar dela.
- Agora que você já se acalmou – ela disse, sarcástica, e levantou da cama. – É melhor você ir embora. Nós temos aula amanhã, precisamos acordar cedo.
Como se ela ligasse pra isso. Ficava quase todos os dias acordada até as quatro horas.
- Posso ficar aqui? – Eu pedi num impulso ridiculamente infantil. Ela olhou para mim e sorriu.
- Desculpe, mas não. Não vou conseguir dormir com você aqui – ela disse sincera e eu percebi um duplo sentido nessa frase. Não sei se ela também percebeu ou se são meus hormônios que estão animados pela bela visão que eu estou tendo dela de calcinha na minha frente.
- Me deixe ficar aqui – eu insisti. – É só você fingir que eu não estou por perto.
- Eu não consigo fazer isso, . – ela não tem idéia do quanto eu adoro quando a ouço dizer meu nome.
- Bom, se você não me quer aqui... – Eu fiz um draminha para ver se ela aceitava, mas ela apenas riu.
- Boa noite, . - ela me disse, sorrindo marota, de braços cruzados, ao lado da janela.
- Certo – desisti. – Boa noite.
Voltei para minha cama, onde continuei acordado. Não conseguia dormir, apenas pensava nela. E em como ela é linda, principalmente apenas de blusa e calcinha.
Balancei a cabeça para impedir a linha de idéias que começaram a se formar em minha mente e decidi tentar dormir. Afinal, está certa, nós temos que acordar cedo para a escola. A maldita escola. O lugar onde nós dois somos de mundo totalmente diferentes. O lugar onde nós raramente nos falamos, apenas trocamos olhares. Quem diria que minha amiga tímida e meiga se tornaria parte do grupo popular? E que eu continuaria esquecido pelo resto da escola no grupo dos losers... Bom, pelo menos depois da aula eu posso ficar junto dela.
2
- , esse é o Jake. Jake, esse é o meu melhor amigo, .
- E aí, dude? – Jake acenou com a cabeça para mim e eu forcei um sorriso, tentando parecer simpático.
- Jake vai para a lanchonete conosco, está bem? – sorriu para mim. O que eu poderia dizer?
- Certo.
Não sei nem dizer qual é a pior parte. A que a minha tarde tradicional a dois com a não é mais a dois, ela estar levando alguém, pela primeira vez, à lanchonete com a gente, o fato desse alguém ser justamente o cara com quem ela está ficando ou estarmos indo todos juntos no meu carro; os dois no banco de trás e eu dirigindo, como se fosse o motorista deles. Patético!
Eu apenas abro a boca pra comer enquanto os dois trocam segredos um ao ouvido do outro e se beijam bem na minha frente. Me sinto o maior idiota do mundo!
Sou tão lerdo que agora ela está com outro. Eu não sou obrigado a assistir à isso! Não agüento mais. Será que eu posso ir pra casa agora, por favor?
- Eu preciso ir embora – eu disse ao terminar de beber meu suco.
- Ah, eu vou contigo! – terminou rapidamente de sugar seu suco pelo canudinho, deu um selinho em Jake e se levantou junto de mim.
- Gostou do Jake? – ela me perguntou após alguns minutos de silêncio entre nós. Eu ri sarcástico e ela me olhou sem entender.
- Ele é um otário – deixei escapar.
- Você não o conhece. – ela sorriu torto.
- Não preciso conhecer pra saber que essas pessoas do seu grupinho popular da escola são ridículas. – falo mesmo.
- Como é? – Ela abriu a boca sentindo-se ofendida e ficou em silêncio, emburrada, durante todo o caminho até minha casa.
Quando parei o carro em frente à casa dela ela se virou para mim.
- Quero ir pra sua casa.
- Por quê? – eu perguntei sem acreditar no que acabei de ouvir.
- Por que sim, quero ficar com você! Posso?! – ela disse, dramaticamente.
- Bem, pode...
- A não ser que você não queria ficar comigo – fez bico e seus olhos ficaram molhados.
- É claro que não! – eu disse rapidamente e seu queixo caiu novamente. – NÃO! Não foi isso que eu quis dizer! Eu quis dizer que é claro que eu quero ficar contigo! Vamos – Passei a mão pelos cabelos, nervoso e liguei o carro novamente, entrando na garagem da minha casa. Desci do carro e corri para abrir a porta pra ela. saiu rindo e me encarou.
- Você é muito estressado, – ela disse baixinho e lentamente, depois mordeu o lábio inferior.
Céus, essa garota me enlouquece! Em todos os sentidos.
- Você me estressa. Você só me dá trabalho – eu bufei e ela gargalhou.
- Admita que você adoratrabalhar pra mim – sorriu marota e eu deixei escapar uma risadinha.
- Sonhe – respondi. Ela riu. A verdade é que eu realmente gostava de fazer as coisas pra ela. Mas que ela me dá trabalho, ah, ela dá!
3
Nós largamos nossas mochilas na sala e ela correu para o quintal. Eu a segui e a encontrei deitada na grama ao lado do muro que separa nossas casas.
- Reparou que falta pouco para o verão? – ela comentou.
- É mesmo – me deitei ao lado dela e ficamos ambos olhando para o céu que escurecia lentamente.
- O que acha de uma festa na piscina? – ela sugeriu e eu dei de ombros. – Vou dar uma em casa, quando meus pais viajarem. Vou chamar a escola toda!
- Inclusive eu? – eu perguntei, cético. Normalmente quando ela saía com seus amigos populares, ela não me chamava. Sempre dava a desculpa de que não me incomodaria com isso, já que eu não gosto deles. Acho que ela é que não quer a minha presença no grupo dela. O que seus amigos populares diriam se o amigo loser dela de repente andasse com eles?
- É claro! Acha mesmo que eu te deixaria de fora da melhor festa do século? – ela disse, toda empolgada, e eu ri.
- E meus amigos podem ir? – eu arrisquei.
- Bem – ela pensou por um instante. – Por que não? Eu disse que ia chamar a escola toda...
- E isso inclui os nerds e os losers, certo? – debochei, e ela bateu em meu braço.
- Você não é loser. Muito menos nerd – ela disse sem olhar para mim. Eu sorri e me virei para ela.
- Você acha?
- Eu não acho – ela me corrigiu e virou-se para mim.
Nos encaramos por alguns minutos, em silêncio. Senti meu coração dar saltos, parecia que ia sair pela minha boca. Minha barriga parecia vazia e fria, como se algo a mais além do coração pudesse sair de dentro de mim. Afastei esse pensamento nojento da minha cabeça e me concentrei em observar , o que não ajudou muito. Comecei a ficar nervoso, mordi o lábio enquanto olhava cada detalhe de seu rosto, muito próximo ao meu. É agora ou nunca. Eu preciso fazer isso. Essa é a chance perfeita, não posso desperdiçar!
Ela respirou fundo, como alguém que desiste de esperar. Senti a tensão em meu corpo que começou a tremer levemente. Engoli em seco e abri a boca. Anda, fala alguma coisa!
- Posso te beijar?
arqueou as sobrancelhas. Não disse nada, apenas ficou olhando para mim. Sorriu torto e fechou os olhos. Senti que era um sinal para eu me aproximar e segui em frente. Encostei meu lábio de leve nos dela e senti como se meu corpo estivesse sendo eletrocutado. Tive que me afastar um pouco por um instante apenas para recobrar o ar que faltava aos meus pulmões. Me aproximei novamente e passei a língua entre seus lábios que se abriram. Apesar de toda a vontade que eu vinha acumulando desde a primeira vez que a vi e o nervosismo de finalmente aquela hora ter chegado, meus movimentos eram lentos e precisos. Senti o corpo dela estremecer e ela levou a mão aos meus cabelos, puxando-os levemente.
Eu queria que esse momento durasse pra sempre. Mas tudo que é bom dura pouco.
partiu o beijo devagar e abriu os olhos. Me olhou por alguns segundos e se levantou.
- Preciso voltar pra casa, já está escuro.
Eu não havia reparado, mas realmente já é noite. Os pais dela não gostavam que ela voltasse pra casa depois de escurecer durante a semana. Ainda assim eu achei que tinha algo mais nessa repentina mudança.
- Não foi bom? – eu perguntei e me senti patético. Como se eu nunca tivesse beijado na vida. Será que eu fiz tudo errado? Talvez eu não devesse ter beijado ela. Talvez aquele não tenha sido um sinal para eu me aproximar. E agora a escola toda vai saber como sou otário. Não que já não achem isso, mas...
não respondeu, apenas sorriu marota e passou por mim, em direção à porta de vidro que dava para dentro da minha casa. Ela parou ali e se virou para mim.
- Só me prometa uma coisa – ela pediu e eu concordei. – Não conte sobre isso à ninguém.
- Certo – respondi.
- Por causa do Jake... Você entende, não é? – ela sorriu, sem graça.
- Sei – eu disse e ela olhou para mim desconfiada. Acho que devo ter dado impressão, pelo tom indiferente, de que não acreditava nela. Bom, não acredito mesmo. Ela não quer que os populares saibam que ela ficou com o amigo retardado loser dela. Fazer o quê.
No fundo eu me senti um pouco aliviado. Se ela quis que eu prometesse não contar nada, então é porque ela não pretende contar. Ou seja, ninguém saberá sobre como fui idiota. Perfeito.
4
- Não estou afim de ir à lanchonete hoje – disse assim que entramos no meu carro. – Nós fazemos isso sempre! E hoje é sexta, quero me divertir de outra maneira.
- E o que você quer fazer? – eu perguntei meio receoso. As idéias que ela tem sobre se divertir muitas vezes são um tanto... Como posso dizer? Ahn, estranhas? Perigosas? Totalmente sem noção?
- Vai rolar um show hoje naquele barzinho legal do centro, sabe? – afirmei com um aceno de cabeça. – Então, nós podíamos passar lá, que tal?
- E quem vai tocar? – perguntei, interessado. Adoro shows. Pretendo ser músico um dia.
- Uma banda cover de Blink 182 – ela disse animada. Olhei para ela e vi seus olhinhos brilharem. Eu ri.
- Parece perfeito – e realmente era, quer dizer, que outra banda retrata melhor o meu estilo de vida do que essa? Aposto como eles tem uma música perfeita para a minha situação atual.
- Eba! – ela comemorou, erguendo os braços e gritando pela janela quando passamos por um ponto de ônibus.
- ! – gritei, nervoso, e ela gargalhou. – Você é maluca, de boa...
- E você adora – ela sorriu marota e se aproximou novamente da janela aberta, sentindo o vento bater em seu rosto e bagunçar seus cabelos.
Eu a olhava certas vezes pelo canto do olho. Ela é realmente linda. Não acredito que consegui beijá-la. E ainda assim ela não é minha. Eu sou mesmo um otário.
À noite nós nos encontramos em frente à minha casa e partimos para o show. Me senti aliviado em ver que ela estava sozinha. No caminho até o bar ela me contou que não estava mais ficando com Jake, o que me deixou extremamente de bom humor. A noite começou muito bem. Só espero que termine também.
Quando entramos no bar o show já havia começado, mas pelo o que o segurança da entrada informara, fazia apenas alguns minutos, então pelo visto não perdemos muito.
me pegou pela mão e me arrastou junto dela para o meio da multidão que cercava o palco gritando, pulando e cantando. Nós paramos bem perto do palco e ela começou a cantar junto da música e a pular. Olhou para mim e me incentivou a me animar. E por que não? Show cover de uma das minhas bandas preferidas com a garota dos meus sonhos (literalmente) ao meu lado. Comecei a me empolgar com o show junto de e assim passamos metade dele.
- Preciso beber alguma coisa! – ela gritou para eu conseguir ouvi-la. Peguei a mão dela e atravessei a multidão, abrindo espaço para ela. Fomos até o bar e pedimos bebidas. Bebi a minha rapidamente e respirei fundo. Acho que eu estava com sede e não tinha percebido.
- Tudo bem que eles não são melhores que o original, mas são bons, não? – ela comentou, olhando para o palco de longe.
- Ah, ninguém nunca é melhor que o original. Mas são bons, sim – concordei e fiquei olhando para ela.
Talvez agora seja uma boa hora. Quem sabe dessa vez eu faço certo?
E aqui estou eu novamente. Estaca zero. Pensando num jeito de chegar nela, como se fosse a primeira vez.
Breathing deeply, walking backwards,
(Respirando profundamente, andando para trás)
Finding strength to call and ask her
(Juntando forças para chamar e lhe perguntar)
Roller coaster, favorite ride,
(Montanha-russa passeio favorito)
Let me kiss you one last time
(Me deixe beijá-la pela última vez)
E como se soubessem o que eu estou passando, a banda resolveu tocar essa música agora. Justamente agora. Isso sim deve ser um sinal.
Leave me standing here, act like I'm not around
(Me deixe ficar aqui, aja como se eu não estivesse por perto)
The coaster probably never clear,
(A montanha provavelmente nunca vai esvaziar)
Can I please go home now ?
(Eu posso, por favor, ir pra casa agora?)
I had that dream about you again
(Eu tive aquele sonho sobre você de novo)
Where I wait outside until you let me in,
(Onde eu espero do lado de fora, até você me deixar entrar)
And there I stayed
(E lá eu fiquei)
Lay beside me and listen out the wall,
(Se deite ao meu lado, escute através da parede)
We'll keep on lying until the summer comes
(Nós continuaremos deitados até o verão vir)
I had that dream about you again
(Eu tive aquele sonho sobre você de novo)
Where you drive my car
(Onde você dirige meu carro)
Right off a fucking cliff
(Direto à porra de um precipício)
A observei enquanto ela cantava em silêncio junto à música. Será que ela percebia todo o significado daquela letra? Bom, eu percebi. E nunca me senti tão confiante quanto agora. Eu sei o que tenho que fazer. Tenho que tentar, não importa se vai dar certo ou não. Preciso tentar. Senão eu ficarei do lado de fora esperando para sempre.
- Estou cansada. Depois dessa música vamos embora? – ela disse, me chamando a atenção.
- – eu a chamei, um pouco baixo, mas ela se virou rapidamente para mim. Ela olhou em meus olhos, esperando e de repente todo o nervosismo e incerteza dentro de mim desapareceram, como fumaça.
Make me promise that I will never tell,
(Me faça prometer que eu nunca contarei)
All I remember's the way her bedroom smelled
(Tudo que eu me lembro é do modo que o quarto dela cheirava)
I had that dream about you again
(Eu tive aquele sonho sobre você de novo)
Where I wait outside until you let me in,
(Onde eu espero do lado de fora, até você me deixar entrar)
- Posso te beijar uma última vez? - perguntei, firme. Ela não disse nada. Apenas sorriu marota e se aproximou de mim, fechando os olhos. Fiz o mesmo e encostei meus lábios nos dela.
5
Voltamos para casa em silêncio total. Ela nem mesmo ligara o rádio. Isso me incomoda profundamente. Alguém precisa falar alguma coisa! E eu tenho a impressão de que esse alguém sou eu.
Mas quando me dei conta, já estávamos em casa. Eu abri a porta do carro para ela e a acompanhei até a porta. Ela se virou para mim e ergueu a cabeça, sorrindo.
- Obrigada – ela se aproximou e me deu um selinho demorado. Quando partiu o beijo eu sorri. entrou em casa e eu dei meia volta, indo para o carro, guardá-lo na garagem. Antes de fechar a porta da garagem eu andei até o meio da rua, olhei para o céu estrelado e a lua cheia, a única coisa que me iluminava e não me agüentei; gritei até não sobrar ar nos meus pulmões ou força na minha garganta. Voltei para casa gargalhando feito bobo.
Subi para o meu quarto correndo e da minha janela pude ver . Ela acabara de trocar de roupa e sorria, parecendo extremamente satisfeita. Apagou a luz do abajur, lançou-me um último olhar e deitou-se.
Breathing deeply, walking backwards,
(Respirando profundamente, andando para trás)
Finding strength to call and ask her
(Juntando forças para chamar e lhe perguntar)
Roller coaster, favorite ride,
(Montanha-russa passeio favorito)
Let me kiss you one last time
(Me deixe beijá-la pela última vez)
FIM!
Momento da Liih
Rá ! Finalmente eu escrevi uma fic baseada numa música do Blink 182 !
Sempre quis, mas nunca consegui imaginar uma estória.
Nem sabia que música usar de inspiração.
Roller Coaster é uma das minhas preferidas!
Simplesmente AMO essa música !
Bem, espero que tenham gostado da fic (:
Comentem dizendo o que acharam ^^
Beijos :*