Eu não quero conversar,
Sobre as coisas que nós passamos
Embora isso me machuque,
Agora é passado
Eu não conseguia acreditar que ele pudesse ser assim, tão cara de pau. Thomas Fletcher estava parado à minha frente, com cara de cachorro abandonado, tentando me pedir desculpas por tudo que havia feito comigo. Ele achou mesmo que fosse passar? Achou que eu fosse esquecer?
Nunca pensei que passar em frente a um hotel me doesse tanto. Mas foi por culpa dele. Aquele maldito terceiro andar, aquele maldito quarto, onde tudo começou.
- Dan... Por favor. – Ele suplicava, já com algumas lágrimas presentes nos olhos.
Eu não conseguia responder. Simplesmente a voz não saía, como se fosse impossível.
- Por que não vai embora, Thomas? – Falei curto, grosso.
Thomas engoliu em seco e me fitou novamente, chegando mais perto de mim.
- Me desculpa. – Ele nunca iria parar de tentar?
Dei as costas e subi para o meu quarto, no maldito terceiro andar.
Eu tinha uma vida boa ao lado de Thomas. Depois de nos conhecermos no teste da boyband V, eu sabia que aquele menino gordinho dos cabelos loiros tinha alguma coisa que me encantava. Eu só não sabia o quê.
A idéia de irmos juntos ao Hotel compor talvez tenha sido a pior de todas. Fomos, entramos lá com nossos violões... Não posso nem sequer me lembrar do maldito dia.
Flashback.
Thomas entrou primeiro, sentando logo na cama e tirando o violão da capa. Ele me fitava curioso, enquanto eu estava que nem um idiota parado na porta, olhando-o.
- Você não vem? – perguntou ele. O olhar chamativo. Balancei a cabeça tentando acordar do pequeno transe que me dera e sentei-me na cama, ao seu lado. Ele estava com um sorriso no rosto e aquela covinha gigante que ele tinha estava aparecendo, o que deixava mais impossível eu me concentrar. – Já estou com algumas idéias... Vou escrevendo a letra e depois você me ajuda com a melodia, pode ser?
- C-claro. – Respondi com dificuldade e Tom voltou sua atenção ao papel e ao violão.
Ficamos compondo a noite inteira, até que a primeira saiu. Aliviados e com ar de sucesso, deitamos na cama na mesma hora. O porquê de ele deitar eu não sei, mas eu estava com dor nas costas, já.
Thomas me olhou com brilho nos olhos, dava para se ver que ele amava mesmo música, assim como eu. Fitei-o também, esperando alguma ação. E ele tomou a iniciativa, virando seu corpo para ficar de frente à mim e aproximou nossos rostos. Meu coração começou a bater mais forte, eu não sabia o que fazer. Mas Thomas tinha tudo sobre controle, ele não precisava de alguma ação minha.
Segurou meu rosto com as mãos e me beijou. Um beijo calmo, mas algo que eu nunca havia experimentado ainda. Um beijo cheio de paixão, desejo. Thomas procurava em mim algo que eu não sabia se podia dar. Ele me explorava a cada segundo daquele beijo. ‘And the rest was history.’ /Flashback
O fato era que eu não conseguia esquecer nada do que a gente passou. Cada canto do quarto me lembrava ele. O banheiro? Lembrava-me quando ele ia tomar banho e me convidava a ir junto, fazendo uma expressão bem... ousada. Ou então, quando eu tirava alguma foto dele fazendo cocô. Dias ruins, dias bons. Lembranças sempre boas.
A cama? Nem falo da cama. É o que mais me lembra ele. A televisão; o meu violão; o armário... Tudo. Exatamente tudo.
Mas, tudo tem um final. Tudo um dia acaba. E o meu tempo de sorrir, o tempo da minha felicidade ao lado de Thomas acabou. Eu só não consigo acreditar na tamanha cara de pau dele em vir me pedir desculpas.
Eu joguei todas as minhas cartas,
E foi o que você fez também.
Não há mais nada a dizer,
Nenhum ás a mais a jogar.
O vencedor leva tudo.
O perdedor fica menor
Ao lado da vitória,
Está o seu destino.
Desde o início estava claro que não teria como aquilo durar. Não conseguiríamos esconder dos fãs, dos outros guys da banda, das nossas falsas namoradas... Não tinha como esconder por muito tempo.
E também estava claro desde o início que alguém sairía machucado. E é óbvio que esse alguém tinha que ser eu. Eu dei tudo a ele, joguei tudo ao alto por ele. E sempre quem se entrega demais se fode. Parece que é o destino, é o certo. E Thomas estava destinado a vencer. Ao lado da vitória e o vencedor leva tudo.
Ainda deitado na minha cama, eu não conseguia por um segundo esquecer a imagem de Thomas Fletcher me pedindo desculpas na recepção. Ali, bem público. Pra quem quisesse ver. Ele devia estar mesmo bastante desesperado.
Respirei fundo e levantei-me, tomando coragem pra ir ao ensaio da banda. Teríamos um show à noite e eu tinha que me preparar. Não tenho andando muito com a cabeça no lugar.
- Já está pronto? Só falta você aqui, Jones! Pelo amor de Deus, né? – reclamou Fletch comigo, ao telefone. Tomei ar e assenti, mentindo ao dizer que já estava a caminho.
As brigas com Fletch também estavam comuns. Como eu estava com a cabeça em outro planeta, ou melhor, em outra pessoa, eu não estava muito bom em questão de música. Vesti-me e sai do hotel, entregando a chave do quarto para a recepcionista. Eu não queria ter que passar mais um segundo naquele maldito hotel, mas eu não tinha mais aonde ir. Minha família estava em guerra comigo, não me aceitariam de volta desde que eu contei a eles sobre Fletcher e eu. Eles não gostaram nenhum pouco.
Ao chegar no local de ensaio, percebi que não estavam exatamente todos lá. Pra ser mais direto, estava Fletcher e James juntos, atrás da bateria do Judd. Parei de andar na mesma hora, observando aquela cena. Mais uma vez eu estava sendo feito de idiota por Thomas. Mais uma vez.
Eles riam, faziam qualquer barulho na bateria, e se... beijavam. Não pude evitar de sentir uma dor no peito na mesma hora, algumas lágrimas se juntaram em meus olhos e eu não conseguia acreditar no que estava vendo. Não sabia como estava minha expressão, mas não deveria estar muito legal.
Inevitavelmente larguei minha mochila, e quando a mesma tocou no chão, fez um barulho bem alto. Fletcher e Bourne se assustaram e olharam em direção do barulho, encontrando-me. Uma expressão de pânico foi ao rosto de Thomas ao encontrar meu olhar.
- Er... D-danny? O q-que v-você...
- Eu vim para o ensaio, como o combinado. Segundo o Fletch, já estavam todos aqui. Mas pelo visto ele se enganou... – Minhas palavras saíam frias, sem vida, sem emoção. – Bom, vocês continuem o que estavam fazendo, eu vou embora que ganho mais. – Virei-me e fui distanciando-me dali, o mais rápido possível.
Mas claro que eu não consegui. Thomas sempre dava um jeito de estragar tudo, mais ainda.
- Não, Jones... Espera.
- Se por algum acaso ainda tiver ensaio, Thomas... Faça o favor de pedir para o Poynter ou qualquer outra pessoa me ligar. – Eu continuava a olhar pra frente, enquanto Thomas segurava meu braço logo atrás de mim. – Contando que essa pessoa não seja você. Agora me solte, por favor. – E assim ele fez, deixando-me finalmente sair dali.
Os deuses podem jogar um dado,
Suas mentes são tão frias quanto gelo
E alguém bem aqui embaixo,
Perde alguém querido
O vencedor leva tudo,
O perdedor tem que cair
É simples e está claro,
Porque eu deveria lamentar?
Mas diga-me se ele beija,
Como eu costumava te beijar?
Mas diga-me se é a mesma coisa,
Quando ele o chama?
Aquela imagem nojenta não saía de minha mente. Thomas e James se beijando, rindo, brincando... Como se eu não existisse. Como se eu fosse só um fantoche que o Thomas usou enquanto James não estava por perto. Talvez tenha sido só isso mesmo.
Não sei se aguentaria muito tempo a mais na banda. Cantando junto a ele, tendo que disfarçar aos fãs que tudo estava bem. Continuar com as gracinhas, ainda ter que sorrir.
Não era possível que ele não se tocava que eu ainda o amava. Não era possível que ele achou mesmo que eu havia esquecido... Que sim, eu estava bem. Eu devo ser bom ator mesmo. A cena no hotel então era fingimento? Eu disse não a ele e então correu aos braços de James? Ou será que James sempre esteve ali, por trás de mim? Sempre fui enganado? Tudo foi uma grande mentira e nada foi verdadeiro. O sentimento que Thomas dizia sentir por mim, tudo uma grande e fedorenta mentira.
Em algum lugar bem profundo,
Você deve saber que eu sinto sua falta.
Mas o que eu posso dizer?
As regras tem de serem obedecidas.
Eu não conseguia andar, não podia voltar ao hotel. Tirando o simples fato de que em algumas horas eu teria que subir no palco e começar o fingimento, eu não podia, não aguentava mais aquele maldito quarto. Não conseguia cantar mais nos shows. Música é uma coisa que depende do seu emocional. Se você está mal, ou vai sair músicas lindas que vão fazer centenas de pessoas chorarem, ou você não vai conseguir cantar. No meu caso, as duas opções estão juntas.
Depois de longos segundos de pensamentos em vão, percebi que ainda estava parado em frente ao estúdio. Só me toquei porque algumas gotas de chuva começaram a descer e eu estava ficando completamente encharcado.
- Você vai pegar um resfriado, Jones. – Escutei alguém falando no fundo. Reconheci a voz doce e suave.
- Poynter... – Levantei, saindo da chuva, e entrei no estúdio, onde já estavam todos. Será que passaram por mim e eu nem percebi?
- Estávamos comendo alguma coisa enquanto te esperávamos... Espero que não se importe. Bom, de qualquer jeito, já chegamos e temos que ensaiar. O show é daqui a pouco e você precisa mesmo de um ensaio.
- Desculpe por andar meio... assim, esses dias. Não tem acontecido coisas muito boas. – Afirmei, forçando um sorriso. Poynter era meu amigo. Amigo de verdade, mesmo. Mas não sabia sobre Fletcher e eu. E tinha que continuar assim.
- Ok. Qualquer coisa...
- Sim, já sei. Obrigado. – Interrompi-o. Não podia continuar com o assunto, porque sabia que eu não segurava minha boca. Ainda mais com Poynter.
Eu e Poynter chegamos mais perto onde todos estavam ouvindo as opiniões de Fletch. Eu já estava acostumado à escutar coisas do tipo “Jones, vamos colocar a cabeça no lugar, não é? Todos perguntam o que aconteceu com você ultimamente...” E então eu não prestava atenção no resto, só conseguia encarar Thomas e seu rosto completamente... feliz. Aquilo me agoniava. Ele tinha que estar sofrendo, pelo menos um pouquinho.
O ensaio começou e passou rápido. Eu havia melhorado um pouco e isso com certeza era uma boa coisa. Não sei como, porque eu não tinha visto coisas muito animadoras naquela noite, mas pelo menos eu estava conseguindo levar tudo no profissional. Era isso que eu tinha que ser... profissional. Ou então, teria que contar à todos o que aconteceu, ou então, acabar com o McFLY. E isso não podia acontecer.
Fomos ao local do show logo depois do ensaio, para começarmos a nos arrumar. Eu estava um pouco nervoso. Arrumamo-nos e ficamos esperando a hora de entrar no palco.
Sempre muita música, vídeos sendo gravados, meet&great... Eu não podia mais ficar com aquela maldita cara de enterro. Era tão chato manter tudo normal, como se nada tivesse acontecido. Praticamente impossível.
Sentei-me no sofá e fiquei – pela primeira vez – só observando o que os malucos dos guys estavam fazendo em frente à câmera. Eu não interferiria desta vez. Não tinha como.
Os juízes decidirão,
Os meus adversários aguardam
Os espectadores do espetáculo,
Sempre ficam quietos.
Thomas sentou ao meu lado e me encarou como se sentisse pena de mim, ou algo assim, não sei. Ele colocou a mão no meu joelho e voltou a me encarar. Mordia o lábio inferior, provavelmente pensando em que desculpa dar, no que falar. Eu o encarava também, esperando alguma palavra. Talvez aquilo ajudasse.
- Sei que foi difícil... – Começou ele. Respirei fundo e prestei atenção. – Desculpa pelo o que viu, não queria que tivesse visto.
- Uhum. – Murmurei. E esperei sua continuação. Ele aproximou-se de mim e falou em meu ouvido.
- O que passamos, pra mim, foi realmente importante, Jones. Não pense que menti em tudo o que disse, porque não menti. Sei que fiz besteira, estraguei tudo. Não queria que tivesse terminado desse jeito. – Eu me segurava pra não gritar, ou pra não demonstrar que eu estava mesmo com vontade de chorar. – Me perdoa, por favor? Se não podemos ser... mais do que amigos, vamos pelo menos tentar voltar ao que era... er, não... não voltar ao que era. – Ele se embolava nas palavras. – Mas tentar ser amigos. Vamos ter que fazer isso, não há outra escolha. Isso aqui é o nosso sonho, não vamos estragá-lo. – Comecei a ficar com dificuldade na respiração, meu olhar era de pavor, eu queria acabar com aquela conversa, sair correndo dali talvez.
Tomei ar novamente, tentando acalmar minhas lágrimas.
- Es... Está bem. – Concordei. – Temos que fazer mesmo isso. – Finalmente consegui voltar a encará-lo. Ele deu um sorrisinho, mostrando a covinha. Engoli em seco.
- Obrigado. E desculpe, mais uma vez. – Somente assenti e ele levantou-se, voltando a fazer graça à câmera.
O jogo começa de novo,
Um amigo ou um amante?
Uma pequena ou uma grande coisa?
O vencedor leva tudo.
Eu não estava conseguindo me controlar. Havia aceito as desculpas de Thomas. Agora seríamos amigos. Isso não fazia sentido. Eu não iria conseguir ser somente amigo dele. Não conseguiria... Era impossível. Eu o amava! Como ser amigo depois de tudo o que vivemos, tudo o que passou? Eu não conseguia nem sequer imaginar.
Fletch já estava contando os minutos para entrarmos no palco, e eu só ficava cada vez mais nervoso.
Thomas novamente veio falar comigo, eu ainda estava sentado no mesmo sofá, na mesma posição, mesma expressão.
- Jones... – Começou ele, meio confuso. – Eu... Eu não... Sei se...
- O quê? – Consegui encontrar minha voz. Ele me fitava com um olhar de arrependimento.
- Não sei se consigo... Desculpe, eu não quero complicar as coisas.
- Não, Thomas...
Eu não quero conversar,
Se isso te deixa triste
E eu entendo,
Você veio me dar um aperto de mão.
Peço desculpas,
Se isso faz você se sentir mal
Ao me ver tão tenso
Sem auto-confiança
Mas você comprende,
O vencedor leva tudo.
- Está na hora, pessoal! Vão lá e boa sorte. – Disse Fletch. Respirei fundo mais uma vez, engolindo as outras lágrimas que insistiam em aparecer e limpei as que já tinham caído. Fitei Fletcher mais uma vez, e subi ao palco.
Fim.
Nota da autora: Oi gente *-* Eu sei que nem todo mundo gosta de fic slash, aliás, EU não gosto de fic slash. Eu odeio Flones, sou contra até a morte pelo simples fato de não conseguir encarar o meu Jones, meu amorzinho como um viadinho que pega o Thomas. (: Mas, o que quase-show não faz com a gente. Não é? HAHA’.
Eu estava procurando vídeos deles pra saber mais ou menos se o Jones estava broxa no palco ou não (nossa, faz tempo fih qq) e aí eu vi uma cena Flones meio... tá, foi bonitinha, admito! E eu estava ouvindo a música “The winner takes it all”. Aí eu fiquei com vontade de escrever uma fic Flones cara.. Não sei o que diabos foi dar em mim mas eu quis uma fic Flones e quando eu quero as coisas eu faço. QQ parei. ASOIUSAOIAS Espero que vocês gostem... Quem não gosta de fic gay, desculpa, eu entendo a dor de vocês. Haha’ Eu até ia falar pra tentarem ver como hétero, mas meio que não dá, então esquece. Haha. COMENTEM, por favor. *-*
Eu adoro ler os comentários de vocês cara, sem noção mesmo! Fico tão contentinha vei. Vocês fazem minha vida melhor qq ta, parei com a melação. Quem ta empolgaada pro McFLY minha gente? *-* AAAAA nem consigo pensar nisso direito. Enfim, foco. Espero que vocês gostem... eu ADORO essa música comofas? Kkkkkk’ Eu acho que a versão deles é a melhor, AVISEI. Enfim né. Então é isso gente, espero que vocês tenham enjoyado (: *-* Beijones :*