Capítulo 1

Viraram à direita e percorreram um longo corredor.
- Por aqui! – indicou uma porta com o aviso “Somente Funcionários” pintado de branco. Agradeceram mentalmente ao pintor que usou aquela cor fácil de enxergar no escuro.
Entraram e trancaram.
- Luz. Precisamos de luz – exclamou, tateando o local. - Aiii, meu pé! - resmungou. – Porra , olha por onde anda...
- Mas eu estou aqui... - ouviu-se uma voz do lado oposto do pé direito, agora dolorido, de .
- E eu estou perto dela! – se adiantou, dizendo com um certo tremor na voz.
Uma onda de calor percorreu seus corpos, arrepiando os pêlos das pernas à nuca. Ficaram estáticas e caladas, possibilitando escutarem pontos de respiração nos cantos do local.
- Vou sair daqui - choramingou, tentando achar a saída. – O McFLY que se explod... Aaah! - tropeçou em algo e buscando apoio, derrubou algumas coisas não identificadas naquela escuridão que causaram muito barulho.
- ?! - as meninas gritaram.
- Elas nos encontraram! - constatou uma voz masculina, em inglês britânico, seguida por vários “shius”.
- Socorrooo! – saiu cambaleando, tentando achar algo que nem ela sabia o que era. Esbarrou em alguém pelo caminho e foi segurada pelo braço.
sentiu uma mão encostar em suas costas e berrou o nome de algum santo inventado na hora, assustando todo mundo, que gritou junto. Saiu empurrando tudo até chegar perto da porta e bater acidentalmente seu braço no interruptor. As luzes fluorescentes se acenderam uma a uma, revelando como era grande a sala onde guardavam os materiais de limpeza do estádio.
A claridade iluminou os rostos das sete pessoas presentes. parecia um sorvete derretido, escorrendo pela parede até chegar ao chão. As mãos de foram parar uma no peito e outra na boca aberta. estava caída sobre panos, sabão em pó e Dougie Poynter.

Hã? Dougie? Momento “pára tudo” porque conhecer o McFLY merece detalhes...

olhava para o teto pensando no que faria à tarde. Sorveteria? Não, tinha ido ontem. Shopping? Nope, estava cansada demais para ficar batendo perna. Resolveu então ligar para , sua amiga de infância que sempre a acompanhava em suas farras.
- Alô?
- , é a . Vem para cá?!
- Agora? - olhou para o relógio - mas eu nem almocei ainda.
- Você almoça aqui comigo. Vem logo!
- Certo. Estou indo então - desligou o telefone.
Alguns minutos se passaram e continuava deitada em sua cama olhando para cima. Ouviu a campainha tocar, se levantou e foi até a porta.
- Olá!
- Oi amiga - respondeu fazendo gestos para que ela entrasse. - O almoço está quase pronto. Vamos mexer na internet enquanto isso.
Subiram para o quarto. foi logo se sentando em frente ao computador.
- Entra no Addiction para vermos as novidades. - pegou uma cadeira e se posicionou ao lado dela.
- Estou entrando. Quero saber se tem mais fotos novas na galeria - foi apertar o link e parou, olhando para a tela, imobilizada.
- Que foi, ? - a fitou e notou que seus olhos brilhavam. - ? - perguntou de novo, sem nenhuma resposta. - , CARAMBA! - falou irritada e só viu a garota apontar para a tela. Olhou e no mesmo instante também ficou paralisada.
Não podia ser verdade. Será? Não acreditavam.
olhou para a sua amiga e ambas começaram a gritar e pular.
- MCFLY NO BRASIL! - leu em voz alta. - NÃO ACREDITO!
A outra não conseguia dizer nada, estava apenas com um sorriso de orelha a orelha.
- Espera aí, deixa eu ver quando vai ser... - moveu o mouse.
A página carregou mostrando três locais: Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro. Clicaram na última opção para mais detalhes.

Rio de Janeiro: 10 de Outubro.
Os ingressos estarão à venda na bilheteria do estádio do Maracanã.

As duas não se aguentavam de tanta felicidade.
Os pais de haviam permitido que ela fosse ao show. Restava convencer sua mãe, por telefone.
- Mas mãe é o McFLY, tem noção disso? - insistia - Mas manhê, por favooor!
Passada meia hora de tentativa de persuasão via celular, desligou.
- E aí, ela deixou, não deixou? - questionou preocupada.
se aproximou cabisbaixa.
- É... bom... erm... ELA DEIXOU! - respondeu berrando e pulando.
- Aaah. Nós vamos! Nós vamos! Nós vaaamos! - comentou abraçando a amiga.
- E quando iremos comprar?
- Vamos esperar alguns dias. Agora deve estar lotado – opinou.
- Mas... e se acabar? - perguntou temerosa.
- deixa de ser negativa e relaxa - se jogou na cama. – Não acredito que vou ver o Danny de pertinho - começou a sonhar acordada.

Os dias passaram e a ansiedade só aumentava.
- Vamos, ! - gritou ao ver que fazia dez minutos que ela tinha ido se arrumar.
- Estou descendo, espera aí - respondeu. – Parece que estou esquecendo alguma coisa...
- Deve ser por causa da emoção. Vai logo!
- Pronto, menina – pegou as chaves - Agora vamos!
Estavam no carro - aliás, um belo conversível que havia ganhado de seus pais por passar na faculdade - indo para o estádio.
Ela prestava atenção no trânsito, enquanto trocava as rádios, até parar em uma que tocava uma canção do McFLY.
As duas se olharam e começaram a rir e cantar junto com os garotos.

The world would be a lonely place,
Without the one that puts a smile on your face,
So hold me ‘til the sun burns out,
I won't be lonely when I'm down.


Cantavam ainda mais alto, atraindo os olhares de várias pessoas que estavam dirigindo. Estavam muito felizes e não se importavam.

‘Cause I've got you to make me feel stronger,
When the days are rough and an hour feels much longer.


Acabou a música e virou a rua, avistando o Maracanã lotado.
- Parece que todo mundo teve a mesma idéia de deixar mais para frente - comentou e concordou aflita.
Estacionaram o carro umas três quadras dali, desceram e andaram até a fila quilométrica. Chegaram ao final dela e ficaram atrás de uma garota com fones de ouvido, que balançava os pés e lia uma revista.
- Uma, duas, três... trinta e duas.
- TRINTA E DUAS ATÉ CHEGAR À ESQUINA? FORA O RESTO QUE A GENTE NÃO ESTÁ ENXERGANDO? – aumentou o tom de voz.
- Calma. A fila está rápida. Daqui a pouco é a nossa vez – falou com brilho nos olhos.
E de fato aconteceu. A menina da frente encostou-se ao balcão e pediu.
- Dois inteiros, por favor – continuou escutando a música, enquanto “caçava” a carteira em meio às bugigangas que carregava em sua bolsa com estampa camuflada.
- Acabou.
não percebeu o que a atendente disse.
- Quanto é mesmo?
A mulher cruzou os braços e fechou a cara.
- Ai, que cabeça – bateu na testa e tirou os fones. – Desculpa. Pode repetir o valor?
- A-C-A-B-O-U – falou como se estivesse ensinando o alfabeto a uma criança.
- Eu não acredito! – confessou chorosa.
- Não é possível – roía as unhas. - Deve haver outro jei... – levou um susto com o berro da garota da frente.
- ESPERA AÍ – fechou os olhos e balançou a cabeça, tentando assimilar o que acabava de escutar. - Fiquei plantada na fila esse tempo todo para você me dizer "a-c-a-b-o-u"? Como assim? Pelo amor de Deus, vasculha essa gaveta direito atrás de um inteiro, meia entrada ou o escambal.
- Qual parte do acabou você não entendeu? – desdenhou, colocando uma placa com o dizer “fechado” no vidro, dando um sorrisinho sarcástico.
fechou a mão e deu um soco no balcão, se arrependendo depois ao sentir seus dedos latejarem.
Os fãs que escutaram a conversa se alteraram. Começaram a reclamar e xingar a atendente, Deus, a sociedade, e os mais engraçadinhos culpavam Danny Jones. Alguns desistiram e foram embora. Os mais fervorosos decidiram organizar uma manifestação de última hora, o que gerou empurra-empurra.
gritava tentando pegar na mão de , que caiu no chão e entrou em desespero ao ver uma multidão vindo em sua direção.
- Vem! Levanta – a ergueu.
Saíram pela esquerda, onde o fluxo estava menor.
- Obrigada – a menina agradeceu, tirando os ciscos grudados em sua roupa.
- Por nada.
- O que a gente faz agora? – perguntou.
- Mata aquela vaca da bilheteria? – lançou um olhar ameaçador em direção ao guichê e arrancou risadas das garotas.
- Meu nome é , mas pode me chamar de .
- O meu é e se quiser, .
sorriu e se apresentou. Sentaram na calçada, longe da confusão e conversaram por alguns minutos.
- E se a gente comprasse os ingressos de um cambista? – deu a idéia.
- É uma saída. Vocês só precisam tomar cuidado para não serem falsificados – comentou.
- Vocês? Ué, você não vem com a gente? – questionou.
- Sinceramente? Minha cota de McFLY venceu. Pretendo assistir ao show pela televisão, esparramada na cama, ganhando calorias com uma barra de chocolate e um pote de sorvete de flocos.
- Nem pensar! Vamos assistir àquelas maravilhas ao vivo, sim senhora.
As duas observaram se levantar e erguer o dedo indicador e caíram na gargalhada com seu tom autoritário.
- Ela é louca assim ou é só um surto?
- Sempre! – respondeu sorrindo.
mostrou a língua e continuou.
- Vamos vaaai – pediu com a voz arrastada. - Você nos ajudou e merece ser recompensada com uma hora e meia de McFLY! – colocou os braços para o alto e deu um pulinho.
riu e estendeu sua mão para pegar impulso e se levantar.
- Vou com vocês e na hora decido, ok?
- Eu e a temos ótimos argumentos. O Jones, por exemplo...
- É, o Jones... – fechou os olhos e mordeu os lábios.

Capítulo 2

Caminharam à procura de um vendedor, deixando o pessoal indignado para trás.
- Cuidado com o carro! – gritou.
O trânsito estava caótico e atravessaram a rua correndo.
- Ali! – apontou para um homem de blusa vermelha.
- O senhor tem ingresso para o show do McFLY? – perguntaram com poucos segundos de diferença.
- Acabou.
- Que ódio! O mundo não sabe dizer outra coisa a não ser “acabou”, “acabou” e “acabou”? – falou indignada – É o terceiro que abordamos.
- Segundo, porque aquele de azul quem abordou antes foi a polícia – corrigiu, rindo.
Continuaram a busca por mais alguns quarteirões.
- Lá! – cutucou , que puxou a outra e correram.
- Moço tem ingresso para vender? – questionaram esbaforidas.
O rapaz de camisa verde as olhou de cima a baixo e coçou o queixo.
- Tenho sim – mexeu nos bolsos. - Ah não, acabaram.
As meninas murcharam.
- Mas meu companheiro deve ter alguns de reserva. É no quarteirão de cima. Vou acompanhá-las.
Elas se entreolharam com receio.
- Esse show promete, hã?! Não posso perder...
Fitaram-se novamente.
- Você gosta da banda? – perguntou enquanto o seguiam.
- Sim mas não faz muito tempo, por isso não decorei os nomes dos cantores, nem das músicas.
Acharam estranho.
- Olha, faz o seguinte... – se adiantou. - Você vai até seu amigo, pega os ingressos e a gente espera aqui, certo? - parou no meio do caminho.
O homem franziu a testa e mordeu internamente os lábios.
- Ok. O trago aqui - falou seco.
As três comentaram entre si se deveriam ou não continuar naquela rua. O caos se concentrava perto do estádio e naquele quarteirão não havia muito movimento.
- Estou com medo – confessou.
- É. Eu também. Esse papinho de “gosto mas não decorei” não colou. Vamos embora – recomendou.
Antes que concordassem, escutaram um assobio.
- Os ingressos... consegui! – falou alto, andando ao lado de outro homem.
- Não acredito! – falou mais para si do que para as outras.
- A gente amamos Emiciflai – o acompanhante assassinou o português e o nome da banda, analisando as garotas e dando um sorriso irônico.
Elas se seguraram para não corrigi-lo.
- Onde estão? – quis saber.
- Aqui ó! – o de verde tentou puxar , que estava mais perto, e o outro foi em direção a .
se assustou e chutou involuntariamente o meio das pernas do rapaz, que caiu ajoelhado no chão, ancorado pelo amigo.
As meninas saíram correndo e gritando por socorro, mas as pessoas achavam que era alguma brincadeira das “fãs malucas do McFLY”.
- Meu Deus! O cara levantou. Corre, corre! – falava arfante.
Os dois tomaram fôlego e começaram a perseguí-las.
indicou uma rua que dava para a os fundos do estádio.
- Ótimo, estamos fritas. Não tem ninguém por perto – colocou as mãos no peito e respirou rapidamente pela boca.
- Por aqui – mostrou um portão fechado com cadeado mas com abertura suficiente para uma pessoa magra passar.
- Impossível eu não entalar aí – retrucou, desesperada.
- Tenta! – a empurrou.
Com certo esforço atravessou, rasgando sua blusa e ganhando um corte na barriga. As demais ganhavam tempo jogando as bolsas por cima e passando logo em seguida.
- Bandinho de filhinhas de papai – os dois disseram, ameaçando escalar o portão.
O ar faltava e as pernas doíam, mas as garotas apertaram o passo e não olharam para trás.
Os dois desistiram, sem que elas notassem e antes que chamassem a polícia.
- Não agüento mais – apoiou as mãos nos joelhos.
- Precisamos nos esconder. Vamos entrar nesse túnel ou sei lá o que é isso – apontou para a abertura que lembrava o local onde os jogadores iam no intervalo dos jogos. – Precisamos encontrar alguma sala, assim ficaremos seguras e teremos tempo de ligar para alguém vir até aqui nos ajud...
- MeuDeusdocéu! - interrompeu.
- O que foi? - as outras perguntaram.
- Ali...
Eram as costas do palco. As três ficaram maravilhadas.
- Eu não acredito que não vou vê-los – estava com a voz embargada.
- Precisamos ir antes que eles nos alcancem - advertiu, fitando a estrutura, com os olhos cheios d'água.
Suspiraram e caminharam em direção à entrada do túnel.
O resto que sobrava do Sol não era suficiente para iluminar o interior do ambiente, que estava completamente vazio.
- Lugares com eco me dão medo. Me sinto em um filme de terror de quinta categoria – confessou.
- Eu também não estou confortável nessa situação – concordou.
Conforme andavam, mais escuro ficava.
- Alooou tiozinho que acende a luz. Cadê você? – tentava fazer piada para acalmar as companheiras e a si própria.
Viraram à direita e percorreram um longo corredor.
- Por aqui! – indicou uma porta com o aviso “Somente Funcionários” pintado de branco. Agradeceram mentalmente ao pintor que usou aquela cor fácil de enxergar no escuro.
Entraram e trancaram.
- Luz. Precisamos de luz – exclamou, tateando o local. - Aiii, meu pé! - resmungou. – Porra , olha por onde anda...
- Mas eu estou aqui... - ouviu-se uma voz do lado oposto do pé direito, agora dolorido, de .
- E eu estou perto dela! – se adiantou, dizendo com um certo tremor na voz.
Uma onda de calor percorreu seus corpos, arrepiando os pêlos das pernas à nuca. Ficaram estáticas e caladas, possibilitando escutarem pontos de respiração nos cantos do local.
- Vou sair daqui - choramingou, tentando achar a saída. – O McFLY que se explod... Aaah! - tropeçou em algo e buscando apoio, derrubou algumas coisas não identificadas naquela escuridão que causaram muito barulho.
- ?! - as meninas gritaram.
- Elas nos encontraram! - constatou uma voz masculina, em inglês britânico, seguida por vários “shius”.
- Socorrooo! – saiu cambaleando, tentando achar algo que nem ela sabia o que era. Esbarrou em alguém pelo caminho e foi segurada pelo braço.
sentiu uma mão encostar em suas costas e berrou o nome de algum santo inventado na hora, assustando todo mundo, que gritou junto. Saiu empurrando tudo até chegar perto da porta e bater acidentalmente seu braço no interruptor. As luzes fluorescentes se acenderam uma a uma, revelando como era grande a sala onde guardavam os materiais de limpeza do estádio.
A claridade iluminou os rostos das sete pessoas presentes. parecia um sorvete derretido, escorrendo pela parede até chegar ao chão. As mãos de foram parar uma no peito e outra na boca aberta. estava caída sobre panos, sabão em pó e Dougie Poynter.
Permaneceu no chão. Não sabia se gritava, agarrava ou beijava. Na dúvida, gaguejou.
- De-de-desculpa - falou em português e Dougie levantou a sobrancelha esquerda. Pediu desculpas pela desculpa, dessa vez em inglês.
- Vocês estão bem? - Harry perguntou.
- Estou sim, dude - Poynter respondeu. - E você? - olhou para a garota, abrindo um sorriso involuntário.
- Ótima - falou no impulso e sentiu suas bochechas queimarem. - Assim... ótima no sentido de não estar machucada - tentou consertar.
- Entendo - piscou.
sentiu que poderia morrer naquele segundo, mas preferiu querer matar por ter estendido a mão para que se levantasse.
- Valeu - agradeceu de cara fechada.
- A gente precisa sair daqui - Danny resmungou, soltando os braços de . - Daqui a pouco mais delas aparecem despencando do teto.
As três o olharam com cara de interrogação.
- Adoramos nossas fãs, mas vocês precisam se controlar mais - continuou, ajeitando o relógio e passando a mão nos cabelos.
- O que quis dizer com isso? - questionou seca.
- Que essa loucura toda nos assusta - Harry , que estava atrás dela, respondeu.
- Nós... nós só viemos comprar os ingressos. Isso é loucura? - comentou desapontada.
- Os ingressos são vendidos na bilheteria e não na passagem de som - Jones retrucou, um pouco irritado.
- Mas... - também estava confusa e um pouco triste pelo jeito que eles as tratavam. - Nem vimos passagem de som nenhuma. Minha amiga está ferida - apontou para a blusa de - e fugíamos de dois tarados. De verdade, não sabemos do que vocês estão falando - as últimas palavras saíram com dificuldade.
Os garotos trocaram olhares.
- Tarados? - Dougie perguntou. - E realmente ela está machucada...
corou ao perceber todos os olhares para si.
- Foi só um arranhão - falou a primeira coisa que veio à cabeça e se achou estúpida. Ou melhor, a segunda, já que antes pensou eles são hot. Muito hot.
- Vocês não estavam no bando? - Tom resolveu abrir a boca.
- Que bando? - perguntou.
Eles se fitaram e perceberam que essas não ofereciam perigo.
- Um monte de fãs histéricas descobriram que estávamos aqui preparando os últimos detalhes para o show - Fletcher iniciou.
- E começaram a escalar o palco - Harry arqueou a sobrancelha e os hormônios das três cometeram suicídio.
- Eram milhares - Danny exagerou e recebeu um tapa de Tom, que foi o próximo a contar.
- Milhares não, mas o suficiente para fazerem estragos.
- Talvez até alguns bons estragos - Jones interrompeu com piadinhas e novamente apanhou, dessa vez do baterista.
- Nossos seguranças indicaram essa sala para nos escondermos até os ânimos acalmarem mas o palerma do Danny entrou por último e não trancou a porta - Dougie besliscou o esquecido.
- E é aí que vocês entram. Literalmente - o dono da covinha sorriu, acentuando sua marca registrada e provocando um súbito tremor nas garotas. - Como chegaram até aqui?
Explicaram os fatos.
- E vocês ficaram sem ingressos? - Tom perguntou.
- Aham. Mas nada compensa mais do que vê-los dentro de um depósito de materiais de limpeza – arrancou gargalhadas de todos.
- Será que vocês poderiam tirar uma foto com a gente? - perguntou tímida.
Os garotos concordaram.
Ficaram paradas até que perguntou.
- Gente - estalou os dedos. - A câmera!
- Erm. Eu não trouxe. O que eu ia fazer com uma câmera na fila? - falou como se fosse óbvio. - E meu celular é tão velho, que nem o jogo da cobrinha tem...
- Puxa! Minha sensação de esquecimento antes de sair de casa... você me apressou e não peguei o meu - jogou a culpa na amiga.
- Dããã. - riu. - Calma que meu aparelho está por aqui - deu um gritinho. - Esperem aí que eu acho. – vaculhava a bolsa. - Ai não...
- O quê? - as outras questionaram.
levantou o objeto e uma pecinha caiu.
- Quebrou quando jogamos as bolsas para o lado de dentro. - constatou apanhando a peça do chão e analisando.
- Eu me rendo! - jogou as mãos para cima. Simplesmente desisto - destrancou a porta e saiu apressada, sob os olhares assustados dos seis.
- ! - as duas gritaram e foram até a porta, acompanhadas por eles, que ficaram no corredor.
Viram a garota retornar correndo minutos depois.
- Entrem! Entrem! - gritou apontando para a sala.
- Dudes, essa menina é pirada! – Dougie riu.
- As fãs... – não conseguiu terminar a frase e algumas garotas frenéticas dobraram à direita.
Os meninos se desesperaram e, por reflexo, correram para a frente. e foram junto, com atrás.
Harry sacou seu celular e conseguiu contato com os seguranças. Três brutamontes apareceram na saída do túnel.
Os rapazes passaram e alertaram.
- Essas não. Segurem as de trás.
e passaram. , que estava recuada, foi barrada.
- Mas... mas... - tentou argumentar, porém ficou com medo do olhar aniquilador do homem.
As fanáticas tentavam subornar os seguranças com várias ofertas. Das piores possíveis.

Já no gramado, se lembrou.
- Cadê a ? - parou de repente e levou uma topada de .
- Verdade, dudes. A louquinha... - Dougie tentava respirar. Apoiou uma mão no joelho e outra no ombro de . Novamente ela sentiu que passaria dessa para melhor. Melhor? Ok, nada era melhor que aquilo.
- Acho que nossos seguranças a brecaram - Harry passou a mão na testa.
- E ela estava machucada – Fletcher lembrou. - Vou ligar para os caras e pedirem para liberá-la. Vão indo que encontramos vocês lá.
- Huuum, o Tom está preocupadinho – Danny zombou e recebeu o dedo do meio.

Alfred olhou as oito fãs e avistou a “garota da blusa rasgada”.
- Ei, você. Está liberada!
assustou. O cara tinha tudo para participar de algum filme do "Rambo". Obedeceu e passou debaixo de seus braços.
Ficou perdida. Olhou para a esquerda, para a frente e não viu ninguém. Se sentiu sozinha. Levou as mãos ao rosto para tirar uma mecha de cabelo que cobria seus olhos e se virou para a direita. Viu Tom, de blusa rosa e calça preta, vindo em sua direção, com um sorriso encantador e aquela covinha aparente. Ok, é miragem. Correr no Sol te fez mal garota, muito mal, pensou e fechou os olhos. Abriu. Ele estava cada vez mais perto. Fechou de novo e abriu somente um. Ele parou.
- O que aconteceu com seu olho?
abriu o outro e novamente falou qualquer besteira.
- Cisco. Maldito vento! - sorriu sem graça.
- Quer que eu assopre?
Agora sim tinha certeza que a corrida havia afetado seu organismo. De miragem, evoluiu para sonho. Negou com a cabeça, querendo se matar por ter feito isso.
- Vamos? Estão nos esperando.
Ela assentiu e caminharam em silêncio.
Encontraram os cinco sentados no chão. Dougie arrancava tufos de grama e jogava em Harry. Danny estava com a cabeça apoiada nos joelhos e o olhar perdido em , que tentava encaixar a peça quebrada do seu celular, recebendo instruções de .
- ! - as garotas se colocaram de pé. - Tudo bem?
afirmou com a cabeça e sorriu amarelo.
Os garotos também se levantaram e o celular de Tom tocou.
- É o Fletch - observou o visor e aceitou a ligação - Escapamos. Aham. Isso. Nas costas do palco. Ok - desligou. - Ele está vindo para cá.
As três se entreolharam e abaixaram a cabeça. Novamente o silêncio apareceu.
Alguns minutos se passaram e o empresário chegou, arqueando a sobrancelha ao notar a presença das fãs.
Harry resumiu a história e Fletch apenas coçou o queixo.
- Já armamos um esquema. Vamos antes que alguém descubra. E vocês - o homem apontou para as meninas - podem ir por ali. Sairão pelo portão principal - disse, caminhando e fazendo uma ligação.
A banda olhou para as garotas.
- Bom... - tentou dizer algo, sem sucesso.
- É. Obrigado pelo apoio e por não serem histéricas - Harry brincou, mas voltou a ficar sério.
Elas riram sem graça.
- Então é isso - suspirou, recebendo abraços de Dougie, Judd e Danny, respectivamente. Se virou e encontrou Tom sorrindo. A covinha. A covinha!, gritou mentalmente. Ele passou um braço pelo ombro e o outro pela cintura da garota, apertando delicadamente. Ela sentiu sua pressão ir à zero. Fletcher sussurrou obrigado e a soltou devagar.
se despediu dos três. Mordeu o canto da boca e olhou para Jones, que deu um passo e abriu os braços, a encaixando em seu peito. Pôde sentir o coração acelerado do garoto. Separaram-se e ela abraçou , chorando.
Foi a vez de . Parou em frente a Dougie e quis dizer o quanto o amava, mas nenhum som saia de sua boca. Ele a olhava sorrindo, o que dificultava qualquer ação. A abraçou pela cintura, já que eram do mesmo tamanho. Passou seus braços pelos ombros dele e enterrou seu rosto no pescoço do rapaz. Foram interrompidos por Fletch.
- Andem logo. Tem um carro esperando por vocês.
Caminharam de costas para o empresário, acenando para as três. Viraram-se e o seguiram.
As garotas permaneceram paradas.
- Estou sentindo um vazio tão grande - comentou.
- Nem me fale... - a soltou e enxugou os olhos.
Escutaram Danny gritar.
- A gente se vê no show - piscou.
As três franziram a testa e não responderam.
- Errr, dude, elas não conseguiram o ingresso - Harry parou e deu um tapa na cabeça de Jones.
Tom e Dougie também cessaram a caminhada. Olharam-se e miraram Fletch.
- Aaah, não vão me dizer que... - cruzou os braços.
- Podemos? - Tom perguntou.
- Quantos? - o empresário questionou.
- As três e se não me engano, a comentou sobre a irmã, certo? - o baterista disse sem muita certeza.
- Quatro então? Ok. Vocês e suas fãs vão me fazer aposentar antes do previsto - o homem sorriu e continuou andando.
Os garotos comemoraram e correram até elas.
- Eles estão vindo para cá? - cutucou .
- Conseguimos as entradas - o baixista gritou, correndo desengonçadamente.
As três sentiram o coração parar na garganta.
- Como assim? - não acreditou.
Explicaram e elas surtaram, gritaram e se abraçaram. Por impulso, agarraram também os meninos. Harry ficou sem par e fez bico. As três se olharam e o abraçaram.
- Eu sabia... sou irresistível! - arqueou a sobrancelha e elas concordaram em pensamento.
- Agora sim nos encontramos no show - Danny piscou novamente e saiu correndo até Fletch, acompanhado pelos demais.
Esperaram perder os meninos de vista e iniciaram aquelas dancinhas patéticas de comemoração.

Capítulo 3

As três, agora fora do estádio, caminhavam caladas até o carro de , ainda processando a idéia de terem conhecido os meninos que tanto idolatravam.
- Caramba, não acredito que abracei o Tom - quebrou o silêncio.
- E eu ainda estou vendo o Danny piscar para nós - foi a vez de .
seguia quieta, lembrando de Dougie ter se preocupado com ela ao caírem no chão.
- Aqui - a dona do automóvel indicou e apertou o botão do controle, destravando as portas.
- Obrigada pela carona - sorriu, sentando-se.
A motorista deu partida enquanto a música número três do cd do Son of Dork tomava conta do ambiente.
Durante todo o caminho, nenhuma delas conseguiu tirar o sorriso quilométrico estampado no rosto. Estavam abobadas, como se a melhor coisa do mundo tivesse acontecido. Ok, a melhor coisa havia acontecido!
Chegaram ao hotel e saiu do carro, cedendo o banco para pular para a frente.
- Então é isso, meninas. Agradeço novamente e nos vemos no local combinado.
- Ok! - concordaram e se despediram.
- Espera aí, . Me passa seu celular, né? - gritou ao ver a garota se distanciando.
- Claro, marca aí.
pegou uma caneta na bolsa e anotou em sua mão.
- Agora sim - sorriu. - Até o dia do show! - acenou.
Esperaram a garota entrar e saíram em direção à casa de , onde passariam a noite.

- Ela me pareceu ser bem legal.
- Também achei - concordou, subindo as escadas, rumo ao quarto. - Podemos chamá-la para sair enquanto estiver na cidade.
- Claro. E ela disse que tem uma irmã, acho que o nome é . Podemos convidá-la também - completou e a outra consentiu.
Entraram no cômodo e se atirou na cama. fez o mesmo, caindo em cima da amiga, obrigando-a a dar espaço para que ela também pudesse se deitar.
Ficaram em silêncio por um bom tempo. notou que sorria e a acompanhou. Adorava vê-la tão feliz.
Alguns minutos se passaram e se levantou.
- O Dougie só tinha olhos para você - comentou indo até o banheiro.
ficou de pé, com cara de quem não havia entendido nada.
- O quê? - soltou um pouco assustada - Do que você está falando, ?
- Estou dizendo que o Poynter não parava de te olhar. Acho que se interessou por você.
A outra se deixou levar por esse pequeno sonho mas logo voltou à Terra e riu, virando-se para a amiga.
- Você está ficando é louca. Só pode ser... Dougie Lee Poynter? Interessado por mim? No way! - deu as costas enquanto anotava o número de em um bloquinho. - Agora já o Danny...
- O que tem ele? - perguntou, vendo-a balançar a cabeça e mudar de assunto.
- Cara, ele é doidão! E aquele surto ao pensar que éramos as fãs histéricas? - gargalhou.
- Depois que entendi a confusão, me segurei para não rir - confessou.
Imitaram a cena e relembraram mais momentos daquela tarde. Depois tomaram banho e pegaram rapidamente no sono.

- Mana! - chamou, entrando no quarto. - Você não sabe o que aconteceu! - a menina fazia gestos para que sentasse na cama.
- , você está machucada. Fala logo! - pediu aflita.
- Nós conhecemos os caras do McFLY! - a irmã mais velha contou, sentindo seu estômago revirar.
- Vocês o quê? - arregalou os olhos - Espera aí... nós quem? - questionou sem compreender.
- Vou te contar tudo... - começou a explicar.
quis morrer por ter ficado no hotel. Olhava para a primogênita lhe contando o que havia acontecido, quase chorando por ter conversado com Thomas Fletcher, com os olhos brilhando toda vez que citava o nome do ídolo e acabou por sentir uma pontinha de inveja.
- Agora, chupa essa manga, maninha. Rá! - gritou pulando da cama.
- Oh, my fuc* God! - tampou a boca e logo destampou. - Não acredito que você os encontrou e que nos convidaram para ir até o camarim.
- Sim, senhora!
- Ai, Meu Deus! - caiu do móvel, quase chorando de tanta emoção. - E a e a ? Quando vou conhecê-las?
- Provavelmente no dia do show. Combinamos de almoçar e de lá, iremos juntas - abriu um sorriso. - Falando nisso, vamos sair para comer algo porque estou morrendo de fome. Passar a tarde inteira numa fila, correr e abraçar todos eles é cansativo, sabia? - disse em tom irônico, mas a outra deu de ombros.

- Dude, ainda bem que chegamos. Estou morto! - Danny bufou, jogando-se no sofá.
- Cara, estou com as pernas doendo de tanto correr. Credo! - Tom se acomodava na cama.
- Nossa, nem me fale. Meninas mais loucas - Harry acrescentou.
- Mas a parte mais interessante do dia, foi quando nos encontramos com aquelas três - Dougie lembrou, olhando para baixo.
Os quatro pararam de falar e o silêncio invadiu o quarto, permanecendo assim por alguns minutos.
- Sabe, - Tom disse - estava pensando na - se corrigiu. - No machucado dela. Será que melhorou? - perguntou e viu os outros balançarem a cabeça.
- É impressão minha ou o Fletcher se interessou por ela? - Judd riu malicioso.
- Erm, claro que não, só estou preocupado, afinal ela se feriu por tentar fugir de alguns imbecis que vendiam ingressos para o nosso show, correto?
Os três gargalharam.
- Tá bom, Thomas. Vamos fingir que acreditamos. - o baterista deu dois tapinhas nas costas do garoto e se virou para os outros dois, sussurrando - A Gio terá problemas. - riu e emendou em voz alta - Mas vai falar que o Dougie não ficou de quatro pela ? Cara você não parava de olhar. Nem para disfarçar.
- Dã, dude. Nada a ver - retrucou sentindo suas bochechas ficarem vermelhas. - Ah ok, ela é muito bonita e já que é para entregar, o que você achou da , Danny? - jogou a bomba para o guitarrista.
Jones, que só ria da situação, ficou sério e fitou o baixista.
- Ah cara, achei ela legal... - deu de ombros.
- Aham. legal? - Tom riu. - Dude, você é igual ao Dougie, não sabe agir normalmente perto de uma menina.
Os dois mandaram o dedo enquanto Judd achava graça da discussão.
- E você, Harry? Não se interessou por nenhuma delas? - Danny quis saber.
Olharam sérios para ele, com os pensamentos a mil.
Dougie ordenou mentalmente: Sai que a é minha!
Fletcher imaginava algo similar, tentando não se sentir culpado: Não diz que se interessou pela . Claro que só estou preocupado com aquele machucado. Nada mais. Nada. Nada....
Jones disfarçava suas idéias coçando a cabeça: Se disser que gostou da , pulo na sua garganta, dude!
- Não. Elas são muito bonitas, mas não fazem meu tipo - respondeu e riu ao notar o alívio nos demais.
- Mas não fica triste não, a tem uma irmã - Danny caçoou. - Quem sabe ela não faz?
Harry o olhou e fez um gesto feio, arrancando gargalhadas.
Tom se levantou e cortou o assunto, sugerindo uma pizza.

Capítulo 4

- ... ... Acorda! - cutucou a irmã. - É hoje!
- Hã... hã?!
tinha o sono pesado e aliado ao fato de ter ido dormir tarde, demorou alguns segundos para acordar. Bateu a mão em cima do criado e pegou seu celular. Piscou repetidas vezes até focalizar a hora.
- São cinco da manhã, . Vai dormir - retrucou com voz rouca, fechando os olhos.
- Mas eu não consigo. Vou ver o Tom de novo e dessa vez can-tan-do! - dizia agarrada ao travesseiro. - Mana, você está me ouvindo?
- Hum... - respondeu se aninhando no edredom fofo.
- Chata! - se levantou e foi até a pequena sacada, com seu MP3 player à tiracolo. Sentou na cadeira e formulou cenas com Fletcher. Chegou a conversar sozinha, imaginando as respostas do garoto. Pegou novamente no sono, por ali mesmo.

Na casa de .
- Oh, shit! - xingava mentalmente o despertador ao lado de sua cama.
Com muito custo, virou para olhar as horas.
- Nove e meia - sentou na cama acordando aos poucos, se dando conta do horário. - NOVE E MEIA? Droga, droga, droga! - levantou-se rapidamente, quase caindo e foi tomar banho. Terminando de se aprontar, ouviu seu celular tocar.
- Alô?
- , onde você está? - berrou .

não havia dormido mais que quatro horas.
Acordou às cinco e, tentando controlar a ansiedade, revirou seu armário atrás da roupa perfeita.
- Impressionante como não tenho nada que preste. Preciso de um guarda-roupa novo - pensou alto jogando algumas blusas em cima da cama.
Passou a manhã em meio à calças, vestidos, esmaltes e maquiagem. Olhou para o relógio e resolveu ligar para .
- Desculpa, acordei tarde mas já estou indo - afirmou acabando de se arrumar.
- Ok, vem logo criatura!

e estavam em frente ao restaurante, no horário combinado.
- É hoje, é hoje! - parecia um vinil riscado.
- Ô coisa de Deus, dá para parar antes que eu me jogue na frente de um caminhão? - a caçula brincou, tentando acalmar a outra. - Você é muito elétrica. Quero DNA para ter certeza que não fomos trocadas na maternidade.
mostrou a língua e avistou e chegando. Apontou e arrastou a irmã em direção às meninas. Apresentou , trocaram meia dúzia de palavras e entraram no estabelecimento. Obviamente o assunto durante todo o almoço foi a banda.
- Eles correndo, suadinhos... tão lindinhos - contava para .
- E aquela hora que o Tom voltou para buscar a ? Aoun - apertou as próprias bochechas.
As demais riram.
- Vai colocando minhoca na minha cabeça, vai - riu. - Não esquece que ele tem a Gio, mora em outro país e... é um McFLY!
- Ah, mas só por isso? Larga de ser pessimista - entrou no clima e caçoou a irmã.
As quatro gargalharam enquanto o garçom servia a sobremesa.
- Hum, essa calda de chocolate me lembra o Danny - maliciou.
- Epa! Pensamentos desse porte só depois das dez horas - brincou.
- Mas olha só, eu nem pensei besteira - a menina rebateu, rindo.
- Por falar em pensar coisas, - olhou para - não podemos esquecer do Senhor Harry "Sexy" Judd! Ele ficou sozinho...
- E por que está olhando para mim? - retrucou.
- Por nada, por nada. Mas se eu fosse você, pegaria - desatou a rir.
- Verdade, mana. Pedação de mau caminho - cutucou.
- E quando ele levanta a sobrancelha? - fechou os olhos e mordeu os lábios. - Jonão que me desculpe, mas... baita tentação.
- Oh oh oh. Vamos tratar de parar com esses sonhos. Voltar para a realidade é cruel - estava corada.
- No fundo você tem razão, mas hoje é dia de show. Realidade só amanhã - comemorou e olhou para o relógio. - E vamos logo senão iremos nos atrasar.
Concordaram, pagaram a conta e foram em direção ao carro de .

- Hey , liga o rádio aí - pediu, sentada no banco de trás junto com , já que queria ir na frente.
- Ok, em qual estação? - perguntou.
- Jovem Pan - , e falaram ao mesmo tempo.
- Oun, que bunitinho o coral!
- Cala a boca, - brincou.
Foram o caminho inteiro conversando sobre como haviam sido suas noites depois de terem conhecido o McFLY. por sua vez ficara quieta, já que era a única presente que não havia chegado perto deles.
- Se mudar de estação morre! - berrou.
As meninas a olharam com cara de nojo.
- Não posso acreditar que você gosta de RBD! - parecia chocada.
- Gosto não se discute, baby - mandou a língua.
- Nossa , que decepção - confessou e todas riram.

Ao chegarem, demoraram dez minutos atrás de um lugar para estacionar.
ouvia seu MP3, já estava estressada, rezava para encontrar uma vaga pois não aguentava mais o calor e ... bom, dormia.
- Acheeei! - gritou acordando a amiga.
- Melhor você correr, porque aquele rapaz ali também está interessado nela - olhava com cara feia.
- Ele que ouse - disse enquanto acelerava.
Desceram do carro e seguiram para o estádio, onde encontraram Fletch, que as levou até o camarim.
Estavam super nervosas e não acreditavam que os veriam novamente.
O empresário abriu a porta e fez sinal para que se acomodassem enquanto ia pegar os ingressos.
- Isso só pode ser um sonho - olhava ao seu redor.
- Gostaria de ter esses sonhos mais vezes - brincou.
- Hey mana, isso aqui é a mais pura realidade - disse com os olhos brilhando.
- Mas meninas, vocês não notaram nada de diferente? - foi a vez de falar.
- O quê? - as três a olharam.
- Estamos no show do McFLY, com o empresário do McFLY, no camarim do McFLY, mas... cadê o McFLY? Eles deveriam estar aqui, não acham?
- Nossa, verdade. Havia até me esquecido deles - arrancou risadas de todas.
Ficaram ali sentadas um bom tempo. observava os pôsteres nas paredes, olhava pensativa para o seu All Star verde, andava pelo camarim e ... bom, havia cochilado.
- Vocês ouviram isso? - perguntou.
- OMG, é a voz do Harry! - colocou a mão na boca.
- Sim! - disse olhando para o lado. - Nossa Senhora, mas essa menina só dorme. Acooorda, filha! - balançou .
- O que foi, ? - interrogou passando a mão nos olhos.
- Levanta aí que eles estão chegando - respondeu.
As quatro se ajeitaram. Cinco segundos depois, ouviram a maçaneta girar e a porta se abrir, revelando Tom sorrindo. Em seguida vieram Harry, Dougie, Danny, e por último Fletch, mostrando os ingressos.
- Hey, meninas! - os quatro falaram juntos, cumprimentando-as com beijinhos no rosto.
- Hey, meninos! - responderam e apresentou sua irmã.
- Essa aqui é a .
Os meninos sorriram e ela sentiu suas bochechas ficarem vermelhas.
- Bem, aqui estão os ingressos...
- Oun, Fletch, você é um fofo. Muito obrigada - comentou.
- Opa, me senti agora, hein?! - ele falou, rindo.
- Mas fomos nós que conseguimos para vocês - Jones recordou, fazendo cara e bocas.
- É verdade! Nós é que devíamos ser os fofos aqui, não o inútil do Fletch - foi a vez de Dougie.
- Oh meninos, não o xinguem, tadinho - o defendeu e, vendo a cara dos garotos, segurou o riso.
- Ah, é? Então é assim? Pois bem - Judd pegou os ingressos das mãos das garotas, devolvendo-os para o empresário. - Elas não precisam mais disso.
- Mas Harry... - ia argumentar quando foi interrompida.
- Elas assistirão ao show da área VIP - o rapaz afirmou.
As quatro se seguraram para não irem ao chão.
- E agora, quem é fofo aqui? - o baterista continuou, fazendo cara de espertão.
- Vocêêês! - gritaram e abraçaram os meninos, que riam.
- Ninguém pode com vocês - Fletch disse saindo de lá.
- Niguém mesmo, Fletchzinho! - Tom concordou.
Pararam de rir e lembrou.
- Foto! Dessa vez a gente veio equipada. Podemos tirar?
- Claro - os garotos falaram simultaneamente, se posicionando.
tirou fazendo careta com Danny, com a mão na covinha de Tom, com um sorriso gigantesco ao lado de Harry, ganhando chifrinho de Dougie. Uma pior que a outra.

Do lado de fora, Fletch encontrou com Giovanna.
- E onde ele está? - perguntou docemente.
- No camarim, atendendo algumas fãs - respondeu.
- Algumas? - ela repetiu, um pouco desconfortável. - Hum. Vou lá.
Apesar de namorar com Tom há alguns anos, a garota ainda se sentia ameaçada. Tentava ao máximo disfarçar sua insegurança, mas saber que ele estava no camarim fechado com uma porção de garotas, não lhe agradava em nada.
Respirou fundo e abriu a porta tentando fazer o mínimo de barulho. Viu o guitarrista sair de uma pose com e ir em direção a .
- Agora é a vez do herói que voltou para salvar a mocinha das groupies enlouquecidas - pegou a câmera, fazendo a piadinha.
esticava o braço para colocá-lo na cintura de Tom, enquanto ele arqueava o seu sobre os ombros da menina, quando foram interrompidos.
- Ora ora, você tem poderes e não me conta, Thomas? - Giovanna disse com certo sarcasmo.
- Gi-Gio? Que susto! - o namorado falou e todos os outros olharam, ficando em silêncio.
Fletcher não havia notado como a cena a afetara e avisou, ingenuamente.
- Só vou bater essa foto e já...
- Vai lá, Tom, depois a gente faz isso - olhou para baixo.
- Depois? Vai ter um depois? - Giovanna já estava se tornando chata.
- Gio, o que foi? É só uma fã - tentou se explicar. O termo "só uma fã" doeu no peito de .
- Thomas quero falar com você - a namorada impôs, interrompendo a argumentação. - Aqui fora.

Saiu.
- Você pode me dizer o que foi aquilo? - questionou cruzando os braços.
- Aquilo o quê, Gio? Eu só estava tirando uma foto! - Tom afirmou, como se fosse óbvio.
- Apenas uma foto? E o jeito que vocês se olhavam, hum? O jeito que vocês quase se abraçaram para tirar essa bendita foto? Aquilo não foi nada também? - perguntou com voz alterada.
- Por Deus, Giovanna. Você está vendo coisas onde não tem. Eu mal conheço a , você acha mesmo que eu teria segundas intenções com ela? - respondeu irritado.
- Olha Thomas, você eu não sei, mas ela sim. Eu vi o jeito que ela te olhou, ok?
- Gio, me desculpe, mas eu não acho que ela teria. Primeiro por que é minha fã e segundo por que ela sabe que tenho namorada.
- Ah, claro! É impressionante, né? Você diz que mal a conhece, mas já está defende essa tal de . Talvez ela seja melhor do que eu - disse sem se importar em esconder o ciúme.
- Você só pode estar louca. Não sei se sabe, mas a minha namorada aqui é você - falou segurando os braços dela.
Ficaram em silêncio por alguns minutos.
Giovanna deu um passo para trás, suspirou alto e olhou para ele.
- Preciso de um tempo - virou-se e foi em direção à saída.

- Dudes, calem a boca que eu quero ouvir - Harry falava para Danny e Dougie, do lado de dentro do camarim. Tentavam escutar a conversa, sem sucesso.
As meninas estavam sentadas sem saber o que fazer. se sentia desconfortável, acreditando ser a culpada por tudo aquilo.
Tom abriu a porta e os meninos tentaram disfarçar, sem sucesso novamente.
- É típico de vocês escutarem a conversa atrás da porta - abriu um pequeno sorriso.
- Erm... é... hum... - balbuciaram.
- Sem problemas, caras - ajudou os amigos que estavam sem jeito.
- Mas e aí, dude. Como foi lá? - Poynter perguntou.
- Ela me pediu um tempo - respondeu abaixando a cabeça.
- Ela o quê? Juro que não consigo entender essas mulheres... - Jones disse e viu os outros concordarem.
- E agora, como fica a situação? - Judd questionou.
- Não fica, dude. Agora é só esperar, né? - colocou fim no assunto e andou até as meninas. - Acho que alguém aqui ficou sem tirar foto comigo... - pegou a máquina em cima da mesa e riu para , que devolveu o sorriso.
Tiraram a foto abraçados, com a garota beijando sua covinha. Dougie rapidamente pegou a câmera de suas mãos indo em direção a .
- Hey, nós também não tiramos juntos - olhou-a.
- Como assim? Vocês não tiraram nenhuma enquanto eu estava lá fora? - Tom perguntou.
- Erm... é que estavamos concentrados na tentativa de escutar a conversa - respondeu lembrando-se do episódio.
- Vocês são podres - Fletcher falou e os sete gargalharam.
Terminaram os cliques e ficaram conversando. se levantou e foi até a mesa, pegou uma banana e voltou para seu lugar.
- Sabia que essa fruta é propriedade do McFLY? - Tom falou, sentando-se ao seu lado. Ela sentiu suas bochechas rosarem.
- Oh, me desculpe. Não devia ter pegado sem pedir, mas é que eu estou com tanta fome que nem lembrei - fez uma cara meiga.
Fletcher riu.
- Sem problemas, estava só brincando - sorriram.
ficou séria.
- Me desculpe por hoje. Eu sei que o que aconteceu foi culpa minha - olhou para baixo. Sentiu o menino pegar em seu queixo e erguê-lo.
Fitou seus olhos.
- Claro que não, . Você não tem motivo para se desculpar. Na verdade nem eu nem você somos culpados por nada. Não sei o que deu nela para fazer aquilo. A Gio não é assim e você não teve culpa alguma, fofa! - sorriu para ela, que retribuiu sentindo seu estômago revirar. Não acreditava que algum dia fosse ouvi-lo chamá-la de "fofa".
- ? - Tom a chamou, fazendo-a acordar do transe.
- Oi?
- Você poderia me emprestar essa casca de banana? - perguntou rindo.
- Thomas, Thomas, o que você vai aprontar? - questionou entregando-a.
- Já vai ver.
Sem hesitar, jogou a casca na cabeça de Danny, arrancando gargalhadas de todos presentes.
- Você me paga! - Jones ia em direção ao garoto quando foi parado por Fletch, que avisou que entrariam no palco em cinco minutos. - Vai ter volta, dude.
As risadas foram cessando e os meninos tomaram a iniciativa da despedida.
- Adoramos conhecê-las - Harry abriu os braços e deu um beijo na testa de .
- Espero que curtam nosso show - Dougie sorriu sem jeito para e a abraçou.
Algumas lágrimas ensaiaram cair dos olhos das garotas, mas lembraram que ainda tinham uma hora e meia de McFLY pela frente, acabando com qualquer vestígio de tristeza.
- Desculpa de novo, mesmo você tentando colocar na minha cabeça que não fiz nada - disse, de olhos fechados, com os queixos apoiados no ombro de Tom. Ele não respondeu, apenas balançou a cabeça.
sentiu suas pernas tremerem ao notar o brilho nos olhos de Judd.
- O-oi. Oi! - ela disse e ele riu.
- Infelizmente é tchau, né? - deu um sorriso amarelo e a abraçou.
terminava de se depedir Danny, quando Fletch os apressou e indicou o caminho da área VIP para as quatro.
As últimas palavras trocadas foram "tchau", "aproveitem" e "boa sorte". Ouviram "até breve", mas elas sabiam que isso não passava de clichê.
- Após o show, você irão se encontrar com os fãs ganhadores da promoção e darão algumas entrevistas - o empresário passava as instruções.
Enquanto isso, as meninas seguiam seu caminho.

O telão foi ligado e as luzes deram sinais que o show começaria em poucos minutos.
- Tira foto. TIRA FOTO! - berrava para , que ria do desespero da amiga.
- Calma, mulher - vasculhou sua bolsa e bateu na cabeça. - Cara, não acredito! Deixei no camarim.
As três se reuniram em volta dela.
- O que a gente faz? - perguntou.
- Temos as nossas. Depois pegamos, oras. - sugeriu.
- Mas quero recordações também. Vou ver se o segurança me deixa entrar - falava alto em meio aos gritos histéricos das fãs.
- Quer que eu vá com você? - ofereceu ajuda.
- Não, pode deixar. Vou rapidinho. Segura a minha bolsa.
correu e chegou até o gigante mal-humorado. Explicou, bateu o pé, insistiu, até que o cidadão entrou em contato com Fletch, que deu permissão.
Ouviu a multidão ir à loucura com os primeiros acordes das guitarras.
- Santo Deus. Esperem! - correu aflita, empurrou a porta do camarim e entrou.
N/A: Não temos nada contra a Giovanna. A "usamos" apenas para dar um toque dramático na fic, ok? ;)

Capítulo 5

"I Wanna Hold You" terminava e se esgoelhava.
- Ele é lindooo!
- Jamais imaginei que os veria assim tão de perto - batia palmas.
e tentavam assobiar, mas o máximo que saia era um assopro.
Danny agradeceu a presença de todos e emendou.
- Nossa nova música: One... for... the radio - gritou e a multidão vibrou.
- Essa é muito boa! - continuava aos berros. Nem uma cantora de ópera chegava àquela altura.
Fletcher, Judd e Poynter pareciam extasiados.
Singing we don't care.
- É agora! É agora! - ergueu as mãos acompanhada pelas outras.
We don't care!
- De nooovo! - parecia possuída.
We don't care!
Danny sorriu, se mostrando emocionado e apontou para a platéia. Seus dedos estavam suados e a palheta que segurava foi arremessada para longe.
- We don... aaai! - caiu para trás, em cima de algumas meninas.
- Sangue! Sangue! - desesperou-se a fã que segurava um cartaz.
Percebendo algo estranho, a banda parou de tocar. Ficaram observando até Jones reconhecer a garota estirada no chão.
- - ele chamou, jogando sua guitarra para o lado.
Pulou do palco, pedindo passagem. Foi impedido por , que o empurrou.
- Seu cretino! Jogou a palheta no meio do olho da nossa amiga - falou brava.
- Ela está morrendo! - se desesperou.
- Um médico! Um médico! - pedia.
- E-eu só quero ajudá-la. E-eu a amo - o garoto começou a chorar e se ajoelhou ao lado dela.
- Oh, Danny! - ela falou.
- Vou tirá-la daí. Confie em mim.
- Eu confio - segurou em suas mãos, ainda com o objeto avermelhado em seu olho direito.
- No três. Um, dois... três! - Danny puxou a palheta e arrancou para fora o olho de .

- Gente ela está agitada, não é melhor chamar uma enfermeira? - perguntou.
- E se a gente a acordasse? - opinou. - A médica comentou que ela poderia ficar nesse estado por causa do remédio.
- Aaah, não! - abriu os olhos, respirando rapidamente.
- Calma , estamos aqui. Está tudo bem? - disse com voz terna, passando a mão nos cabelos da amiga.
- Meu olho. Meu olho! - colocou a mão no local e viu que estava tudo bem.
As três se entreolharam com cara de interrogação.
- Você devia estar sonhando, não é? - se aproximou.
- Eu... mas estou em um hospital, não estou? - sentiu um curativo na testa.
As garotas chegaram perto da cama e começou a explicação.
- Querida, você sofreu um pequeno acidente.
- Acidente? Fui atropelada? - começava a ficar inquieta.
- Você e sua mania de contar as coisas devagar - olhou feio para a irmã. - você provavelmente caiu e meteu a cabeça em algum lugar e poft! Apagou.
segurou o riso e continuou.
- Você foi buscar a máquina e não voltava. Pensamos em procurá-la, mas era impossível sair do lugar. Chegamos à conclusão que você estava com a mesma dificuldade de locomoção que nós.
- Caramba, agora estou me lembrando. Cheguei a ouvir o começo de "Friday Night", aí acelerei o passo, abri a porta e... - cerrou os olhos, tentando se recordar - a casca! Escorreguei na casca de banana e bati a cabeça na mesinha das frutas. A partir daí já não sei de mais nada. Como me acharam?
- Quando o show acabou, ligamos para seu celular mas ele tocou dentro da sua bolsa, que estava com a senhorita ali - apontou para . - Ficamos te esperando no mesmo local e nada. Já estava quase vazio quando a teve a idéia de perguntar sobre você para os seguranças e na terceira abordagem, o grandalhão nos avisou do ocorrido.
Continuaram explicando como a encontraram até como chegaram ao hospital. Riram quando contou que havia paquerado um médico que lembrava o Joey Tribbiani do seriado Friends.
- Mas ele era lindo, oras. Que culpa tenho? - retrucou.
achou graça. Segundos depois, respirou fundo e perguntou com certo desânimo.
- Perdi o show, né?
Elas franziram a testa.
- É... - falou com voz falhada.
- E como foi?
Hesitaram em demonstrar a alegria que sentiam, por consideração à ela.
- Podem dizer a verdade. Eu aguento - riu.
- Ok, foi lindo e eles tocam muito bem - confessou.
- É arrepiante - completou.
- Tiramos algumas fotos e gravamos uns vídeos, quer ver? - animou a menina.
- Mas é claro! Se não vai até Jones, Jones vai até - brincou vendo a primeira foto, exatamente uma de Danny.
- Com licença - a enfermeira deu três suaves toques na porta, abrindo-a. - Tem visita para você.
- Aposto que é meu pai. No mínimo já soube e veio com o... - parou ao avistar Danny, Dougie, Tom e Harry entrando no quarto. As outras se desencostaram da cama e se ajeitaram.
- Acho que a pancada afetou aqui dentro - batia com o indicador na cabeça.
- Então afetou o cérebro alheio também - cochichou para , que estava ao seu lado.
- Podemos entrar? - Fletcher perguntou sorrindo.
- Óbvio. Claro - nem sabia mais que palavra usar.
- Como você está? - Dougie perguntou.
- Bem, bem. Meio zonza, mas...
- Mas isso é normal - interrompeu e ganhou a atenção de Poynter. Sorriram um para o outro.
Danny se aproximou e cruzou os braços, de frente para .
- Odiamos quando nossas fãs se machucam. Ainda bem que não foi nada grave - desviou o olhar do curativo para os olhos da garota, permanecendo por lá. - Te trouxe um presentinho - disse tirando uma palheta avermelhada do bolso.
Ela gelou e depois começou a rir. Pediu desculpas e falou que era uma coincidência, tentando desviar o assunto.
- Tentamos vir mais cedo, mas tivemos que atender alguns fãs e jornalistas - Harry explicou.
- É. E estou pregado. Preciso de combustível. Alguém quer café? - Tom perguntou.
empurrou a irmã.
- Ai! - resmungou, indo com os dedos em direção ao braço da caçula para beslicá-lo.
- Hey , sabia que teria uma companheira até a máquina. Vamos?
A menina sentiu as pernas bambearem.
- Vamos pessoal? - como sempre, ela falou a primeira coisa que passou pela cabeça e quis se matar depois.
- Perdeu a chance de ficar sozinha com ele, criatura - a caçula sussurrou irritada.
- É, um café não seria má idéia - Judd levantou do sofá e abriu a porta. Quer um, ?
A garota negou e olhou para Jones.
- Você não vai com eles? - interrogou enquanto um a um saia do quarto.
- Não. Não vou te deixar sozinha - piscou e sentou na cadeira, iniciando um assunto qualquer.

Em uma salinha, os seis bebiam seus cafés e conversavam sobre o show.
- Dude, estou morto - Dougie se esparrou no sofá e expremeu .
- Você é pouco folgado né, Poynter? - disse e todos riram. - Mas não é só você que está cansado, também estou - confessou olhando para Harry e , que estavam sentados à sua frente.
- Eu também - os quatro restantes disseram juntos e riram.
Ficaram em silencio por alguns minutos, até que Tom o quebrou.
- Será que a está bem?
- Deve estar. Com o Danny ao seu lado, quem não ficaria? - percebeu todos os olhares para cima dela. Foi aí que se tocou do que tinha dito e rapidamente ficou vermelha.
- Erm. Quer dizer... ela deve estar bem sim - tentou consertar ainda procurando algum lugar para enfiar a cabeça.
- Acho melhor voltarmos para lá - sugeriu salvando a amiga, que olhou agradecida.
- Também acho, mas depois bem que poderíamos sair para visitar alguns lugares - Fletcher insinuou aos dois companheiros de banda, que gostaram da idéia.
- Estamos dentro - o baterista se antecipou. - Mas para isso precisamos de um guia - concluiu.
- Por que se temos elas? - Poynter apontou para as três, que o fitaram.
- E então meninas, aceitam fazer um tour pela cidade? - Tom questionou passando o olhar por e e parando em .
Ficaram em silêncio processando a idéia de sairem com os rapazes do McFLY. Somente em sonhos que imaginaram aquilo acontecendo. não se conteve.
- Mas é claro que aceitamos - sorriu.
- Então está combinado. Vamos! - Dougie se levantou e foi em direção ao quarto de . Os cinco o seguiram.

- Sério que você sonhou isso? - Danny ria sem parar do que havia contado.
- Aham. Por isso assustei quando você me deu essa palheta - sorriu.
Os dois haviam conversado durante todo o tempo em que ficaram sozinhos.
A garota mudou a feição e abaixou a cabeça.
- Você está se sentindo bem, ? - se preocupou.
- Estou sim. É que eu me lembrei de uma coisa... - comentou ainda cabisbaixa.
- O quê?
- É que... com todo esse acontecimento, perdi o show. As meninas me mostraram fotos, mas não é a mesma coisa, né? - o olhou.
Danny pegou nas mãos de , que sentiu o corpo estremecer.
- Ei, não precisa ficar assim - abriu um pequeno sorriso, correspondendo o olhar.
- Mas é que eu esperei minha vida toda por isso - argumentou sem graça.
Jones ficou em silêncio e segundos depois abriu aquele sorrisão.
- Se você quiser eu faço um show aqui. Agora!
- Imagina, não precisa se incomodar, Danny - sentiu o guitarrista acariciar suas mãos e arrepiou.
- Será uma honra - começou.

I wish I could bubble wrap my heart,
In case I fall and break apart,
I'm not God I can't change the stars,
And I don't know if there's life on Mars,
But I know you're hurt,
People that you love and those who care for you,
I want nothing to do with the things you're going through.


Danny cantava olhando em seus olhos.

This is the last time,
I give up this heart of mine,
I'm telling you that I'm,
A broken man who's finally realis...


Foi interrompido por Tom, que apareceu na porta.
- Hey, voltamos para ver como você está.
- Bem melhor. Não se preocupem - respondeu agradecida.
- Como não? Você já era doidinha, agora que bateu a cabeça deve ter piorado - brincou e todos riram da cara que a outra fez.
- Já que você está bem, resolvemos dar uma volta. Mais tarde passamos por aqui novamente - Dougie avisou.
- Ok, meninos. Muito obrigada.
- Você vem, Danny? - Harry perguntou.
- Vão vocês. Vou ficar aqui com ela - piscou.
- Certo. Até mais tarde - Judd se despediu, saindo junto com os outros.
foi a última a sair. Parou na porta e advertiu.
- Cuida bem da minha amiga, hein?! Ela é a única que presta - gargalhou e antes de fechar, lembrou. - Ah, , a enfermeira pediu seu telefone para avisar seus pais. Creio que aparecerão por aqui a qualquer momento - acenou e saiu.

Novamente sozinhos, o silêncio foi interrompido.
- Por que não foi com eles?
- Porque tenho que cuidar de você.
Ela tentou falar, mas Danny continuou.
- E por que eu quero ficar aqui com você.
Ao ouvir aquilo, sentiu suas bochechas queimarem. Ele abriu um sorriso.
- Bom, vou continuar meu show.
- Ai, canta Falling In Love? É minha preferida - solicitou, encostando a cabeça no travesseiro.
- Seu pedido é uma ordem - bateu continência.
Cantou mais algumas músicas e parou quando percebeu que sua voz começava a falhar, afinal tinha feito um show horas antes. Passaram o tempo restante conversando.

- E onde querem ir?
- RESTAURANTE - Harry alterou o timbre e percebeu que todos o observavam. - É que estou morrendo de fome.
Riram e concordaram.
- Já sei! - gritou. - Poderíamos ir em um daqueles barzinhos que tem ao lado a praia. Que tal? - sugeriu olhando um a um.
- Adorei a idéia. Sempre quis conhecer as praias daqui - Dougie confessou, pousando seu olhar em , que não percebeu pois entregava seu crachá na recepção.
- Não querendo desanimar, mas como irão para lá sem serem descobertos? - indagou.
Os três se olharam.
- Não ligamos quando somos abordados por fãs - Judd piscou e a garota sentiu que seu coração poderia causar um tremor de nove graus na escala Richter.
- Que bom, porque aquele grupinho ali já notou a presença de vocês - chegou, apontando para o canto. - E ouvi alguma coisa sobre arranhar, agarrar e apalpar - colocou a mão na boca tampando o sorriso.
gargalhou e questionou.
- Oh meu Deus, uma nova fuga?
- SIM! - concordaram e saíram apressados.

A mini van aguardava do lado de fora do hospital.
, Tom e Dougie entraram primeiro, tomando os lugares de trás. Os outros três se acomodaram no banco da frente.
- Está vendo esse gigante? - sussurou no ouvido da irmã, mostrando o motorista. - É o segurança que me barrou aquele dia da compra dos ingressos.
analisou.
- Bem que você disse que ele era forte - riu com ar malicioso e recebeu um tapa da mais velha.
Andaram por alguns quarteirões procurando um local com menos movimento. Alfred estacionou e os seis desceram.

- Ok, queremos três lanches, três sanduíches naturais, dois sucos de laranja e quatro de morango - faziam o pedido e o garçom anotava.
Cinco minutos depois.
- Como vocês conseguem comer esses sanduíches naturais? São tão... naturais! - Dougie falou com a boca cheia.
- Credo, dude. Engole antes - Harry fez cara de nojo.
- E como vocês conseguem comer esses lanches? São tão... gordurosos - retrucou rindo.
Ficaram conversando um bom tempo, vez ou outra eram interrompidos por fãs em busca de autógrafos e fotos.
- Uau, estou satisfeita - disse e Poynter caçoou.
- Primeiro não é satisfeita, é cheia. E segundo, nunca comi um lanche melhor que esse - elogiou e todos riram.
- Nossa Dougie, onde você esqueceu os bons modos? - Tom perguntou.
- E ele tem? - foi a vez do baterista zombar.
O acusado deu a língua e comentou animadamente.
- Hey, o que vocês acham de passearmos pela praia?
Todos aceitaram e as meninas se entreolharam, não acreditando na situação.
Pagaram a conta e saíram, sob o olhar atento do segurança. Caminharam por alguns minutos até que sentou na areia.
- Estou cansada.
- Vamos parar um pouco - Fletcher aconselhou.
Sentaram formando um círculo.
- Vamos pegar conchinhas? - Dougie, que não parava um segundo, se levantou buscando uma companhia.
- Ah, vamos, vamos?! - , que possuía o mesmo pique de Poynter, foi atrás.
- Vão vocês. Eu fico - Tom afirmou e os demais concordaram em coro com "eu também".
Dougie olhou para a única disposta e fez sinal para irem.

- Quantas você já achou?
- Vixi, só quatro. Mas também está de noite, né? - ela respondeu sorrindo. - E você?
- Erm... duas - fez bico.
- Isso é tão estranho. Quer dizer, só nos meus sonhos me imaginei procurando conchinhas com Dougie Poynter - olhou para o chão e percebeu que o garoto parou de andar.
- Você já se imaginou catando conchinhas comigo? - estranhou.
- Aham. Já me imaginei fazendo tanta coisa com você - fitou-o.
Notando a cara de espanto do rapaz, percebeu o que havia dito.
- Q-quer dizer... - se enrolou com as palavras e colocou sua mão sobre o rosto.
Dougie riu.
- Vamos voltar? - deu a dica, tentando ajudá-la a sair da situação constrangedora.
- Sim, desisto de encontrar mais conchas - fez uma cara triste e retornaram, juntando-se aos outros.

- Cadê o Fletcher? - Poynter questionou.
- Foi atender o celular - Harry apontou para o lado.
viu sua irmã mexer na bolsa e perguntou o horário.
- Duas e vinte quatro.
- QUE HORAS? - berrou.
- Du-as e vin-te e qua-tro da ma-dru-ga-da - parecia um robô.
- Mana do céu, nosso vôo sai nove e meia. NOVE E MEIA!
Paralelamente, Dougie ria do desespero da menina e comentava com Harry.
- A é doidinha, dude. Fui com a cara dela!
- Não só com a dela, né? - coçou o queixo, irônico.
- Ih, ih. Não começa, ok?
Tom terminava uma ligação com Fletch.
- Ele pediu para a gente ir para o hotel. O Danny já está por lá.
- E a ? - se preocupou.
- Os pais dela chegaram e ele saiu. Inclusive, sua amiga já está em casa.
- O Fletch é empresário ou detetive? - caçoou.
O dono da covinha riu e explicou.
- Ele foi até o hospital para buscar o Danny e acabou sabendo de tudo isso - cruzou os braços e olhou para , que abaixou a cabeça sentindo as maçãs do rosto pegarem fogo.
O silêncio se instalou novamente e tentou disfarçar o incômodo.
- Então... - espreguiçou. - Acho que agora é nossa despedida de verdade, né? - mordeu o canto da boca.
- Incluindo com você, - a olhou sentindo algumas lágrimas se formarem. Recebeu um abraço carinhoso da amiga e palavras de conforto.
- Ainda teremos mais um tempinho juntas. Voltarei para casa com vocês - estendeu os braços pegando nas mãos de .
- Bom, então é isso - Dougie chutou um montinho de areia e chamou todos para um abraço coletivo.
Separaram-se e despediram-se isoladamente.
Esperaram pelo táxi das garotas e seguiram para o hotel.

- Estou sofrendo de depressão pós-show - fungou.
- Você também sofre desse mal? - achou engraçado.
- Nem me fale. Sou eu que tenho que aguentá-la com isso - disse, apoiando a cabeça nos ombros da mais velha.
Cessaram o assunto. As três estavam angustiadas e permaneceram caladas até chegarem ao primeiro destino: o hotel onde as irmãs estavam hospedadas.
- Ai, meu Deus - começou a chorar, abraçada em .
- Adorei te conhecer. Vamos manter contato, ok? - pediu.
- Claro! - soluçava. - E com a também. Inclusive, diga que mandamos melhoras.
- Digo sim. Vou ligar para ela assim que eu estiver em casa - olhou para e fez sinal para se abraçarem. - Boa viagem. Me avisem quando chegarem, combinado? - fechou a porta do táxi. As duas balançaram a cabeça, concordando.
O motorista deu partida e a garota acenou até ser perdida de vista.

- Agora somos só nós duas - a mais nova abraçou por trás e apoiou o queixo em seu ombro.
- É. Vamos arrumar as coisas. Dormir mesmo, acho que só dentro do avião.
Seguiram para dentro e no elevador, comentou.
- Acabamos não nos despedindo do Danny - disse encostada no espelho.
- É verdade - a menina concordou, de olhos fechados. Passou a mão em cima do corte recém cicatrizado, que ganhara no dia do primeiro encontro. Parou um instante e olhou para a caçula. - Ainda acho que tudo isso foi um sonho. Nunca imaginei que eles fossem tão simpáticos assim. Sempre vi o carinho deles com as fãs, mas...
- Mas isso foi surreal.
- Sim, surreal - balançava a cabeça. - E é tão deprimente voltar à rotina.
A porta se abriu e avistaram o corredor vazio. Sentiram um aperto no peito.
passou o cartão magnético na fechadura e acendeu a luz.
- Então é isso - ela disse, se jogando na cama.
- Sim. Sangue, suor e lágrimas - constatou tirando os sapatos e copiando a irmã.
Pegaram no sono, contrariando o que havia programado, acordando algumas poucas horas depois, rumo à São Paulo.

Capítulo 6

- Já decidiram o lugar?
- Não. Ele ainda teima em praia e eu quero hotel fazenda. Brigamos novamente por isso - contava, segurando o telefone com o ombro enquanto dobrava algumas roupas.
- Vocês andam brigando muito ultimamente - ouviu silêncio do outro lado da linha.
- É - suspirou. - E por coisas bobas - ficou quieta.
- é nítido o quanto vocês se gostam, mas... - hesitou em falar.
- Mas foi uma atitude precipitada ir morar junto em menos de um ano de namoro, acertei?
- Desculpa.
- , não precisa pedir desculpas. Tenho escutado isso a cada cinco minutos da minha irmã e se meus pais fossem vivos, provavelmente diriam o mesmo.
- E você concorda com essa opinião?
- Sinceramente? Sim - se sentou e colocou a mão na cabeça. - E pior que estou começando a sentir raiva dele. Daqui a pouco dou um chute e o mando para o Rio de Janeiro, lá para a maldita praia que ele tanto quer ir.
deu uma gargalhada gostosa.
- Falar em Rio... e a ? Nunca mais teve notícias? - perguntou.
- Não - calou-se e respirou fundo. - Muita coisa mudou desde aquele dez de outubro, né? - disse em tom nostálgico.

As quatro mantiveram contato até meados de maio do ano seguinte.
foi a primeira a se distanciar devido a monografia. Passava os dias trancada no quarto, mergulhada em livros e litros de café. foi a próxima, quando se tornou estagiária em uma emissora de televisão e acabou conhecendo Luís. Alguns meses de namoro depois, decidiram alugar um apartamento e "juntar suas escovas de dente". Dividia sua atenção entre a irmã - que ficou sozinha na casa em que moravam - o trabalho e os serviços domésticos. Tornou-se mais próxima de , que recebeu uma proposta de emprego e se mudou para São Paulo. Com o tempo cada vez mais escasso, as ligações e conversas via internet com diminuíram, chegando a zero.

- Nunca mais pesquisei sobre o McFLY - confessou.
- Algumas novidades chegam até mim porque estou no meio, mas nem ligo. Parece que tudo aquilo foi um sonho e puft, cá estamos na realidade - riu.
A outra olhou para quatro conchas que estavam em cima do aparador e sentiu um frio na barriga.
- Tempos bons. É uma história para contar aos netos. Imagina só? A vovó apertou essa covinha... - fez voz de senhora.
- Ei ei, covinha? Quem deixou? - a amiga caçoou.
- Ah lá, sabia que ainda tinha uma chama acesa aí dentro - falou sorrindo.
- Ih! Nem vem, hein? Além do mais, ele e a ciumenta devem estar juntos ainda - comentou com desdém.
- Nossa, lembrei daquele dia. Ela parecia uma bruxa dos filmes da Disney, .
- Não é? E pior que... - parou ao ouvir um barulho de chaves. - , acho que o Luís chegou.
- Vai lá. E se ele te encher muito a paciência, pensa no Fletcher.
- ! - a amiga repreendeu.
- Covinha, cabelo loirinho...
- Parou!
- ... olhinhos castanhos, voz fofinha...
- Tchau!
- ... boca rosadinha, branquinho... - ria muito enquanto atiçava a amiga.
- Chega! Amanhã nos vemos no almoço - disse e o namorado entrou.
- Uh, a tatuagem de estrela...
- Outro - tentou disfarçar, vermelha. Escutou dizer que estava brincando e se despediram.
- Quem era? - Luís perguntou dando um beijo na testa da garota, indo em direção à cozinha.
- A . Ligou para confirmar o horário e o restaurante - respondeu colocando o telefone no guancho, o acompanhando.
- Está melhor da dor de cabeça? - mostrou-se preocupado com o motivo que a fez faltar naquele dia.
- Sim, sim - sorriu, tentando não lembrar da raiva que sentia.
- Que bom - falou de modo terno, acariciando o rosto da menina.
Ela e Luís pareciam com "Eduardo e Mônica", da música da Legião Urbana. Ao mesmo tempo em que eram diferentes, se completavam - exceto quando queriam decidir o lugar para passar os merecidos vinte dias de folga que cada um conseguiu no trabalho.
- Ah, hoje lá na emissora me passaram uma relação de shows dos próximos meses. Tem alguns bacanas para a gente ir. Pega lá na minha pasta - ele apontou enquanto bebia um gole de suco de acerola. - Está impresso em um sulfite reciclado.
revirou e encontrou. Leu algo que a fez ficar intacta.

- Por que ela sempre se atrasa? - perguntou e riu.
Estavam no restaurante a mais de meia hora esperando por . Aproveitaram para botar o papo em dia. Quinze minutos depois, escutaram uma voz conhecida.
- Olá, meus amores - sentou-se ao lado da irmã. - Nossa, me desculpem, mas vocês conhecem o trânsito de São Paulo - justificava, se ajeitando na cadeira.
As outras duas se olharam e começaram a rir.
- Ok, maninha. Conheço o caos da cidade, mas também conheço você - falava vendo a mais velha mandar a língua e retrucar.
- Calúnia isso!
As três riram.
Conversaram sobre a vida e o trabalho. havia se formado em Letras e em Direito. continuava na emissora, agora com cargo fixo.
- Ai ai, como eu queria minha vida de dois anos atrás de volta. Só farra, lembram? - suspirou e as outras concordaram.
- Opa! Falando nisso... - tirou um papel de dentro da bolsa. - Olhem! Adivinhem quem fará show aqui no Brasil? - sorriu.
- Quem? - questionou curiosa, pegando o impresso.
- Epa! Espera aí. Dois anos atrás teve show do... - se curvou para ler enquanto deduzia. - MCFLY? - ela e falaram juntas.
- Yeap! - afirmou com a cabeça.
- Meu Deus, faz muito tempo que eu não ouço as músicas deles - a caçula disse.
- Hey , como ficou sabendo disso? - a amiga questionou.
- O Luís me mostrou.
- Entendi. Caramba, só por que comentamos no telefone - recordou. - E vocês vão?
- Provavelmente não, porque na noite anterior a do show, eu viajo - respondeu com certo desânimo, vendo a cara que fazia. Ela nunca escondeu que não gostava de Luís e sempre alertou a irmã, dizendo que ele não era o homem certo.
Sem perceber a situação, continuou.
- Hum, estarei livre, você não quer ir comigo, ? - perguntou com a maior empolgação do mundo.
- É, relembrar minha antiga paixão pelo Judd não será tão ruim assim, né? - a garota brincou e caíram na risada.
- Então está combinado.
Terminaram o almoço e logo após a sobremesa, foram para a casa de .

- Oun, adorei sua casa, - elogiou e a outra riu, agradecendo.
- Tive uma idéia. Que tal escutarmos McFLY? - propôs. - Mana você ainda tem os cds, não tem?
- Tenho sim, vou pegá-los - caminhou até quarto, enquanto as restantes se acomodavam no sofá.
- Pena que você não pode ir - falou triste.
- Pois é. E vê se não vai cair em cima do Dougie sem a minha presença, hein?! - brincou.
- Oh céus. Eu lembro, eu lembro! Foi como se o mundo tivesse parado - comentou sonhadora.
Logo voltou e colocou "Wonderland". Ficaram em silêncio, apenas escutando as faixas.
sentiu vontade de chorar, mas se segurou. As irmãs cantavam junto com o grupo.
- Havia me esquecido de como eles são fodas - quebrou o silêncio.
- Por que eu tinha que viajar bem agora? - falou com raiva.
Passaram a tarde de sábado escutando a banda e remexendo em sentimentos que até então estavam guardados.

Capítulo 7

- Acessa. Acessa! Vai, bom garoto. Isso. Não. Não trava... Aaah, maldito!
gargalhava do desespero da irmã.
- , tenta por telefone.
- Esse filho da mãe só dá ocupado. Vou ficar sem ingresso, quer apostar quanto? Inferno - bateu o mouse na mesa. - Oh meu Deus, quebrei! Quebrei!
A mais velha balançou a cabeça e ligou a televisão, abafando o arsenal de palavrões que a caçula usava contra o computador.

- Atende. Atende! Vai, droga...
Do outro lado da cidade, tinha o mesmo azar que . Fazia tantas tentativas, que mesmo com o telefone desligado, conseguia ouvir o barulho de ocupado ecoando em sua mente.
Ligou para o celular de .
- Alô?
- ? É a . Mulher como eu vou conseguir esse maldito ingresso? Estou falando com o "tu tu tu" a mais de uma hora.
- Nem me fale. Essa criatura ao meu lado só falta martelar o pobre computador.
- Minha última saída será comprar via internet, mas não posso entrar aqui no meu cliente, né? - riu.
- Ah, você está trabalhando?
- Aham. Me escondi dentro do banheiro para ninguém perceber. Melhor ir andando antes que chamem o resgate.
achou graça e se despediram.

Cinco milhões de tentativas depois - de acordo com a conta exagerada de - finalmente compraram.
- Dessa vez, mordomia de camarote! - comemorou .
- Bem que poderiam servir alguns salgadinhos e bebidas, né? - a irmã menor comentou.
- Você quer um show ou uma formatura? - a mais velha caçoou.
A caçula mostrou a língua e fechou a cara ao ver Luís chegar.
- Meninas vou aproveitar a porta aberta e me mandar. O dia será cheio amanhã - disse .
- É, também vou indo - se levantou e cumprimentou o cunhado com um sorriso forçado.
Trocaram mais algumas palavras e saíram.

Horas depois, e o namorado estavam na cozinha, preparando o jantar.
- A gente podia ir no show da Madonna - ela começou a cantar "Like a Virgin", fazendo da colher de pau seu microfone.
O rapaz gargalhou.
- Te amo, sabia?
Ela parou a brincadeira e o olhou. Por um momento, sentiu todos os problemas irem embora. Aquela risada, o cabelo estilo Beatles, o rosto com traços delicados, o jeito como segurava o molho de tomate e dizia aquela frase... o conjunto todo era certo. Luís era a pessoa certa.
- Praia! E eu também te amo - saiu correndo e se jogou em cima dele. Cambalearam e após recuperarem o equilíbrio, se beijaram. - Quero ir para a praia com você, mesmo morrendo de ciúme das loironas gostosas passando de micro-biquíni na sua frente.
Ele deu um largo sorriso.
- Sua boba. Prometo te recompensar depois.
- Hum, interessante. Então iremos todo ano para a maldita praia - ela brincou, com olhar malicioso.
Parecia que tudo havia voltado ao seu devido lugar.

O tempo passou depressa e faltava um dia para o show.
e estavam ansiosas, porém em escala menor do que há dois anos. e Luís faziam as malas, em clima de lua-de-mel.
- Você vai levar isso? - ela perguntou olhando para uma blusa estampada.
- É fresquinha. Foi um dos melhores presentes que minha tia me deu.
- Imagina o pior... - gargalhou e ele mostrou a língua.
As brigas haviam cessado desde aquela noite do jantar. Até agora.
- Que pena a gente viajar justo quando tem showzinho do McFLY - falou ingenuamente. - Apesar de nem ser mais tããão fã da banda, seria engraçado relembrar meus gritos histéricos - soltou uma gargalhada, enquanto colocava sua canga na mala.
- Você viu o que acabou de dizer? - questionou com agressividade na voz.
- Hã? - o olhou surpresa.
- "Que pena a gente viajar bem no dia do show". Que pena? Por que não me larga e vai nessa porra, então?
- Lu-Luís! Calma. Só comentei que... Deus! - continuava chocada.
- Quer saber? Cansei. Desde o início você vem colocando obstáculos. Vá para o hotel fazenda, para o show, para a put... - foi interrompido
- OUSE TERMINAR ESSA FRASE! - ela berrou e Luís calou-se.
continuou, no mesmo tom.
- CHEGA! - respirou. - Fomos precipitados. Céus, como eu deveria ter escutado todo mundo, mas não, fiquei cega. E quer sinceridade? Adoraria viajar com você sim, mas no início do nosso namoro, quando você ainda me fazia bem.
Ele continuava calado, com a testa franzida, mordendo a boca internamente.
- Ia para a praia para te agradar mesmo. Você sabe o quanto odeio calor, Sol e independente de loiras, morenas, cabelos verdes ou o caramba, ia por você.
Luís resolveu perguntar.
- Ia?
suspirou.
- Acabou.
Retirou as roupas do garoto da mala e a fechou.
- Volto para pegar minhas coisas quando você estiver em outro estado. Boa viagem - pegou a bagagem, as chaves e saiu. Desceu as escadas chorando. Andou dois quarteirões e tomou um táxi. Não tinha condição de dirigir.
Luís ficou alguns minutos em silêncio, dentro do quarto. Horas depois, partiu sozinho para o Rio de Janeiro.

Parada exatamente há dez minutos em frente à porta de , havia desistido de tocar a campainha. Na correria, esqueceu as chaves da casa da irmã e tentava agora encontrá-la pelo celular, sem sucesso. O mesmo fez com , mas com certeza aquele não era seu dia de sorte. Bem feito, ! Quem mandou querer viajar com o namorado?, dizia a si mesma enquanto caminhava de volta para o apartamento, em passos lentos.

- Sweeney Todd! Sweeney Todd! - falava animada.
- dá para parar um pouco de dizer "Sweeney Todd"? - estressou.
- Ai , é que o Johnny é tão lindo! - seus olhos brilhavam.
- É, ele é hot - concordou mais calma e caíram na risada.
A garota não sossegou durante a sessão. Volta e meia fazia comentários sobre o cabelo e as roupas do ator, despertando em o desejo de estrangulá-la. Saíram do cinema e foram direto para a casa de , onde a outra dormiria, para no dia seguinte irem juntas ao show.

cochilou em seu sofá e foi acordada pelo despertador. Abriu os olhos e fitou as horas.
- Ai, droga! - gritou e saiu correndo em direção ao quarto. Pegou seu casaco e as chaves do carro. Rumo ao trabalho, tentou mais uma vez o celular da irmã e nada. A xingou mentalmente e achou melhor deixar a mensagem me ligue quando puder, mesmo sabendo que a caçula não tinha o hábito de checar seu correio de voz.
Entrou na emissora e seguiu até a sala de seu chefe.
- Com licença, Sr. Joey. Posso entrar? - abriu a porta devagar.
- Claro, - a olhou estranhando o fato de estar ali. - Você não ia viajar? - perguntou curioso.
- Ocorreram imprevistos - fitou o chão.
- Posso ajudá-la?
- É que... como não vou mais, será que ainda posso cobrir o show do McFLY? - questionou empolgada.
- Bom, já temos a equipe que precisamos. A estagiária ficou no seu lugar, porém o seu inglês é excepcional. Creio que uma a mais não fará diferença.
- Ah, muito obrigada, Sr. Joey - abriu um sorriso de ponta a ponta. Acertou os detalhes - que seria só trabalhar no evento e continuar com o restante dos seus dias de férias - e saiu da sala, iniciando alguns passos da dancinha ridícula que sempre costumava fazer quando estava feliz.

- Ai, que calooor - se abanava com um pedaço de papel que tinha em mãos.
- Aqui dentro está quente mesmo. Que diabos de ar-condicionado furreca - usava as mãos para ventilar-se.
- Será que falta muito para começar?
- Deixa eu ver aqui - revirou a bolsa atrás do celular. - Tomara que não esteja sem bateria. Ele sempre pifa quando mais preciso - brincou. - Falta uns dez minutos e veja, Dona me ligou. Aposto que é para fazer inveja do Sol, água de côco e cia.
gargalhou e opinou.
- Faça inveja com o show, oras.
- Verdade. Vou ligar e fingir que não estamos derretendo - riu.
Algumas tentativas depois, desistiu.
- Caixa postal - comentou e foi silenciada pelos gritos ao redor, quando a banda entrou no palco.
Como da primeira vez, os fãs cantavam e berravam em uma intensidade absurda. O tempo passou depressa e o show terminou. Todos deixavam o estabelecimento no habitual empurra-empurra e e andavam até a saída, quando deram de topa com .
- ? O que você está fazendo aqui? Você não foi viajar? Você me ligou? Eu te liguei, mas você não atendeu. Eu... - a irmã falava apressada.
- , cal-ma! Primeiro, oi - abraçou as duas - Segundo, liguei para vocês um trilhão de vezes, mais só dava caixa postal. Terceiro, meu celular ficou em casa. Quarto, estou aqui para entrevistá-los. Quinto e útlimo, eu e o Luís terminamos.
- Você o quê? - perguntou abrindo um sorriso.
- Pois é meninas, terminamos, mas sabe, ele não era par... - foi interrompida.
- Não não , você disse que veio aqui fazer o quê?
- Ah, cobrir o show e fazer uma entrevista com os meninos - respondeu animada.
- OH MY GOD! - as duas gritaram.
- Acho que meu fogo pelo Judd voltou - falava com a mão na boca.
- Sim, sim. E o meu pelo Dougie - completou.
- Sosseguem esse comichão todo - caçoou. - Agora tenho que ir. Nos encontramos depois, pode ser? - ia se virar quando ouviu a irmã gritar.
- COMO? Você não vai fazer isso, né? Deixa a gente ir com você, vaaai? - a mais nova implorava com os olhos cheios de lágrimas.
- Ai, bem que queria levar vocês, mas lá só entra quem tiver esse crachá - explicou triste.
- Não acredito - se irritou. - Mas vê se pelo menos faz um videozinho deles mandando um beijo para a gente - disse e arrancou risadas de suas amigas.
- Ok. Mais tarde eu ligo para vocês. Atendam, caramba! - falou e saiu em direção ao local das entrevistas.
As duas restantes se entreolharam e sem poder fazer alguma coisa, foram embora.

- Vocês serão os próximos - avisou a mulher de cabelos loiros encaracolados.
ficou tensa. Pensou em Luís e na briga que tiveram. Lembrou da cena em que Tom aparecia no gramado do estádio, vindo em sua direção. Sorriu involuntariamente. Imaginou seu ex na praia, cercado de garotas e sentiu um aperto no peito. Seu estado emocional oscilava até ser acordada do transe pela estagiária acenando para que entrasse na sala. Respirou fundo e a seguiu. A agitação no local era grande. Câmeras, fotógrafos e a equipe da emissora. Pediu passagem e se apertou entre os demais.
- Onde eu fui me meter?! - falou para um amigo, que riu.
Todos se acomodaram e então ela os enxergou. Danny, Harry, Dougie e Tom, sentados em um sofá creme. Lindos, sorridentes, perfeitos... o coração acelerou e sentiu vontade de pular no colo dos quatro e berrar histericamente, mas se conteve. Não entendia o motivo do ataque fanático que estava tendo. Sorria pateticamente. A entrevistadora fez a primeira pergunta. Responderam. A segunda, terceira e a quarta. Nenhum deles olhava para a esquerda, o cantinho escondido onde ela estava. Tentou chamar a atenção tossindo, mas para seu azar, todos gargalharam nessa hora. Estava impaciente. Se levantou e percebeu que Harry a fitou. Sorriu para ele, mas Judd desviou o olhar para a câmera, como se não a reconhecesse. De fato, não se lembrou de .
A garota mordeu a caneta e encostou-se na parede. Começou a pensar novamente nos fatos ruins do dia anterior e baixou o olhar para seu velho All Star.
A entrevista havia terminado e gravariam agora a chamada para o programa. Acertavam as posições e o que deveria ser dito, quando Dougie perguntou baixo.
- Dude, aquela ali não é a fã louquinha que conhecemos no primeiro show?
- Onde? - o baterista a procurou, seguindo o dedo indicador de Poynter. Cutucou Danny. - Jones como chamava aquela garota doidinha que tinha mais duas amigas?
- Lindsay Lohan? - ele respondeu com ar de quem acabara de descobrir a América.
- Estúpido. Nossa fã que tinha uma irmã... - Judd estalou os dedos no ar, buscando na memória. - . É !
- Isso! ! - Dougie repetiu. - E , não era? A bonitinha...
- Tom. Tom! - Harry o chamou. - Olha ali. Lembra?
Fletcher demorou alguns segundos para se recordar.
- A fã que se cortou na barriga, não é? A... a...
- , meu caro - Danny deu três tapinhas em suas costas.
- Ei, fui eu que lembrei - Judd se sentiu injustiçado.
- Ela não olha para cá - Fletcher resmungou, vendo-a conversar com o amigo. Estava distraída, contando sobre o fim do namoro.
- Vamos gravar! - o assistente berrou e todos tomaram seus lugares.
Algumas tentativas depois, finalmente conseguiram falar a frase em português e foram liberados.

enrolava alguns fios agachada e sentiu uma tontura ao se levantar rapidamente. Colocou as mãos nos olhos e curvou-se.
- Está tudo bem?
- Está. Eu só... Tom? - as pernas tremeram.
- , certo? - perguntou vendo a menina afirmar com a cabeça. - Quanto tempo!
A garota não sabia se ria, chorava, largava o fio ou abraçava Fletcher. Fez tudo ao mesmo tempo.
- Ei, você está chorando? - questionou, rindo de leve.
- É que eu... eu não sei - mordeu os lábios e viu os outros três se aproximarem.
- Hey, louquinha - Dougie abriu os braços e recebeu uma gargalhada dela.
- Grande - Harry a beijou na testa.
- Falta eu - Danny veio pulando e a abraçou. - Tudo bem?
- Tudo. Tudo sim. Está tudo bem - percebeu que repetiu três vezes a mesma coisa e mais uma vez se achou estúpida.
Os meninos perguntaram como andava a vida e ela explicou o motivo de estar ali, omitindo o episódio com Luís.
- E sua irmã? E as outras duas? - Jones quis saber.
- É. A ... - o baixista não escondeu a curiosidade.
- Bom, a ... - sorriu maliciosamente - estava aqui e minha irmã também, mas provavelmente já foram embora. Quanto à , nunca mais tivemos contato - terminou a frase e notou que Jones havia franzido a testa, mas continuou o resumo sobre o rumo que cada uma tomou. - E vocês? O que fizeram esse tempo todo? - perguntou recebendo olhares estranhos. - Claro, sem ser shows e blá blá blá.
Eles riram.
- A maioria das coisas que saíram na mídia foi real - Fletcher começou.
- Exceto as milhares de namoradas que nos arrumaram - Danny o corrigiu.
- É - riu e continuou. - Estou aprendendo a voar - contou orgulhoso e arregalou os olhos, se mostrando entusiasmada.
- Droga, dudes, não fiz nada de útil - Dougie fez bico.
- Aoun, tadinho. Quer que eu chame a para te consolar? - o provocou.
- Falar nisso, por que não nos encontramos mais tarde? - Judd sugeriu. - Vocês nos apresentaram o Rio, agora falta São Paulo.
Ela paralisou. Dois anos atrás de volta? Não sabia o que falar e guaguejou. A pressão dos quatro a olhando fez com que a boca secasse.
- Eu... - escutou uma das garotas da equipe a chamando para irem embora. - Anotem esse endereço - preferiu não pensar, senão iria desistir. Se fizesse isso, onde diabos estaria com a cabeça? Negar um encontro com o McFLY?
Se despediram e eles seguiram para o camarim, enquanto ela terminava de recolher os equipamentos.
Na saída, a estagiária a puxou.
- O que foi aquilo?
- O que? Onde? - mostrou confusão.
- O papo todo com eles. Menina, que inveja. O máximo que consegui foi pedir um autógrafo para o Fletch.
A garota riu alto.
- Para o empresário? Céus, que engraçado. Mas respondendo sua pergunta... bom, é uma longa história.
- Me conte. Temos o tempo todo de volta à emissora. E quero detalhes - disse e abriu a porta da saída, ouvindo gritos histéricos de um grupinho de fãs que ainda tinha esperanças de que a banda desse as caras pelos fundos. - Jesus, meus tímpanos.
a seguiu e passou por três fãs, que a puxaram perguntando pelos garotos. Ela negou saber onde estavam e deixou alguns papéis caírem.
Abaixou para pegá-los e uma menina estendeu dois deles que haviam parado mais longe.
- Obriga... - parou analisando a fisionomia da moça.
- Eu te conheço, não? - perguntou estendendo os impressos.
- Tive a mesma sensação. Será que estud... ? - gritou a última palavra.
- ? - abriu a boca e a abraçou.
- Caramba, quanto tempo. O que faz aqui?
- , o que eu faria aqui? - riu, como se fosse óbvio.
- Ai, verdade. Pergunta cretina. Mas como você está? O que tem feito?
Respondeu as milhares de perguntas de modo resumido e fez outras mais.
- E foi isso tudo que aconteceu - terminou.
- Que saudade de vocês. Fui displicente. Deveria ter me dedicado mais mas o intercâmbio não deixou.
- Eu entendo. Tudo mudou desde àquela época - olhou para o lado e viu a assistente impaciente. - Bom, preciso ir. Não se atrase.
- Pontualmente no local combinado, general - brincou batendo continência. - Nem preciso ficar aqui, vou vê-los mais tarde mesmo... - falou a última frase bem baixo e cada uma seguiu seu trajeto.

Capítulo 8

- Pow Dougie, sai pra lá, dude - Harry o empurrava enquanto os outros riam.
- É assim, é? Você casa comigo e agora me maltrata? - Poynter fazia biquinho, sentando no sofá.
- Esse show foi o máximo. Posso até dizer que foi melhor que o outro - Tom se levantava para pegar um copo com água.
Os demais concordaram.
- Foi mesmo Sorte que nesse não aconteceu nenhum acidente, não é? - Judd ironizou.
- É - Danny falou triste, lembrando que não estaria com eles hoje à noite.
- Falando nisso, vamos nos arrumar que ainda temos compromisso - Dougie se intrometeu, soltando aquela risada gostosa, indo para o banheiro. Tom foi o seguinte, seguido por Danny e Harry.

- Meninas? - abriu a porta da casa da irmã aos berros. Logo ouviu responder que estavam na cozinha.
- ! - fez gestos para que a garota se sentasse. - Como foi? Me conta tudo - pediu animada.
- Foi... - procurava a palavra certa - PERFEITO!
Detalhou os fatos.
- Aoun, o Dougie se lembrou de mim - falava manhosa.
- Quer dizer que o Danny ficou triste quando soube que nós perdemos contato com a ? - questionou.
Nesse momento pensou em contar a novidade, mas achou melhor fazer uma surpresa.
- Sim. Ele tentou disfarçar, só que eu percebi - fez uma pausa e continuou com entusiasmo - mas a melhor parte vem agora.
- O quê? - ambas perguntaram.
- Eles nos chamaram para mostrar a cidade, igual fizemos lá no Rio, lembram? - bateu palminhas.
se segurou para não cair e , que estava sentada, permaneceu imóvel.
- NÃO ACREDITO! - gritaram.
- Eu vou sair com o McFLY, eu vou sair com o McFLY de novo! - pulava.
- Sim, senhora. Você vai sair com o Dougie, mas agora a gente precisa se trocar e tudo mais. te deixo em casa e nos encontramos no meu apartamento, certo?
Combinaram e foram.

Os meninos já estavam quase prontos. Tom acabava de ajeitar o cabelo, Harry amarrava seu All Star e Dougie e Danny estavam sentados na beirada da cama.
- Danny? - Poynter o chamou.
Ele, que estava com a cabeça longe, acordou.
- Fala, Dougie - olhou para seu tênis.
- Está tudo bem, dude? Você parece meio chateado.
- Está sim - respondeu olhando o relógio. - Acho que só estou meio cansado.
- Hum, ok então - concordou sem acreditar muito, mas preferiu deixar quieto, brincando com os outros dois. - E então? As moças vão demorar muito para se arrumar?
- Terminei - Judd sentou-se junto aos amigos. - O Tom está demorando porque quer ficar bonito para a - caçoou.
Poynter riu e Fletcher mandou o dedo.
- Eita Dougie, está todo bonitão, hein? - o baterista elogiou.
O caçula parou de rir.
- É para a tudo isso? - Harry se divertia.
- Mas é claro que é - começou a rir novamente, sentindo suas bochechas queimarem.
- Certo dudes, estou pronto. Vamos? - Tom abriu a porta e os outros o seguiram.

As meninas estavam realmente lindas. usava uma saia jeans curta, uma blusa roxa com detalhes em rosa e uma sandália de salto médio. vestia calça jeans clara e justa, uma blusa branca com detalhes nas costas e um pequeno decote e uma sandália de salto pequeno. usava uma calça jeans escura, uma blusa vermelha frente única e uma sandália de salto médio.
- Ai meu Deus, estou tão ansiosa - a caçula dizia com os olhos cheios de lágrimas.
- Não chora senão borra a maquiagem. Você não vai querer que o Judd te veja toda monstrenga, né? - falou e rapidamente limpou o rosto, indo retocá-lo.
Aguardavam os garotos sentadas na sala.

- É esse prédio aqui? - Danny perguntou.
- Sim, esse mesmo - Fletcher respondeu pegando o celular e ligando para . - Alô? ? É o Tom. Estamos aqui embaixo. Ok. Tchau.
- Meninas, eles chegaram - a mais velha se levantou indo até porta. - Ah, e nada de me envergonharem, hein? - riu e as outras mandaram o dedo.
Os meninos estavam em dois carros com GPS. Harry e Dougie as esperavam encostados no veículo e Danny e Tom conversavam.
- Hey, elas estão vindo - Poynter falou e se ajeitaram.
sentiu suas pernas tremerem quando o viu. Ele estava simplesmente lindo. se segurava para não chorar e sorria feito boba.
- Quanto tempo! - Judd abraçou as duas e cumprimentou . O mesmo fez Fletcher e Jones.
- Oi, garotas - o baixista disse para as irmãs e puxou para um abraço que a fez tremer. - Você está linda - sussurrou em seu ouvido.
- Você também está muito estiloso, Poynter - retribuiu sorrindo.
- Bom, vamos? - Dougie sugeriu levando para o carro.
- Harry, vai com ele por que você sabe, né?! O pequeno Poynter não é muito bom no volante - Tom comentou rindo.
- Eu ouvi isso, Fletcher - o garoto mandou um olhar ameaçador.
- Ouch - Tom se escondeu e todos riram de sua cara.
- Vai comigo, ? - Judd levantou sua famosa sobrancelha e a garota se derreteu.
- C-claro! - quase infartou.
Entraram no veículo. e Dougie foram atrás, quietos, apenas escutando as risadas do "casal" da frente.
Minutos depois, Poynter resolveu tirar sua dúvida.
- Harry? - olhou para ele. - Eu dirijo mal?
- Pow dude, não me faz pergunta dificil não - ele e as meninas riram, mas Dougie ficou sério e percebeu.
- Nunca andei de carro com você, mas não acho que seja tão mal assim - piscou e o garoto retribuiu com um sorrio. Aquele sorriso.

- O que o Danny tem? - interrogou Tom.
- Para falar a verdade , ele está assim desde a hora que você disse que perdeu contato com a - fitou Jones, que estava sentado no banco de trás com fones de ouvido.
- Hum, entendi - ela sorriu amarelo.

- Quatro sucos de laranja e três águas, por favor - fez o pedido e voltou sua atenção para a mesa, mas a perdeu quando seus olhos encontraram Dougie, que conversava com . Permaneceu ali, mas foi acordada pelo celular de .
- Alô?
- ? É a . Estou aqui fora.
- Ok, estou indo aí - se levantou. - Erm, eu convidei uma amiga minha, espero que não se importem. Vou buscá-la e já volto - seguiu em direção à entrada do restaurante.
- Ui, quem será a amiga misteriosa? - disse e todos riram.

- Hey, ! - abraçou a amiga.
- Olá. Eles já estão aí, né? Eu estou bonita? Minha maquiagem está boa? - desesperou-se.
- , você está linda. Sossega - a puxou.

- Olha a minha irm... espera, eu conheço aquela garota - disse.
- ! - correu e pulou em cima da amiga.
- ! - a abraçou - Quanto tempo!
- ! Meu Deus, vocês estão lindas - as analisava.
- Você que está charmosa, como sempre - sorria.
Dougie, Tom e Harry achavam graça da euforia das meninas.
- Aquela é a ? - Danny arregalou os olhos.
- Pelo jeito é. Nossa, ela está linda, não está? - Tom comentou.
- Vamos lá para a mesa - a puxou.
- Hey, vocês se lembram da ? - perguntou, sentando-se.
- Mas é claro que sim. Como poderíamos esquecer da nossa fã machucada? - Harry a cumprimentava. Tom e Dougie foram os próximos.
- Oi - Jones disse e os dois coraram.
- Ei, Danny - o abraçou.
- Você está melhor?
- Erm, melhor do quê? - estranhou a pergunta.
- Oras, você bateu a cabeça quando caiu...
- Eeer dude, isso foi há dois anos - Fletcher o situou e todos começaram a rir. Danny por sua vez, sentiu-se estúpido.
- Ouch, é verdade - corou.
- Mas eu estou bem sim. Obrigada por perguntar - sorriu para ele, que retribuiu.
Jantaram sob os olhares curiosos de algumas garotas, mas felizmente não foram interrompidos. Aproveitavam a sobremesa enquanto a conversa continuava fluindo.
- ... e inventamos isso para o Fletch não colocar nenhum segurança nas nossas costas - Dougie confessava enquanto desmoronava o sorvete com a colher. olhava a cena com vontade de rir.
- Depois um bando de histéricas surge e sobra para a gente salvar vocês - ela brincou.
Começaram a discutir quem salvava quem, emendaram outros assuntos e quarenta minutos depois, se retiraram.

- Vira aqui - indicou.
- Mas o que faremos nesse lugar? Não é perigoso? Muito vazio, vamos por ali - contrariou.
Dessa vez, , Dougie, e Tom foram no mesmo carro. Os demais, no veículo da frente, ziguezagueando com as opiniões diferentes das duas garotas.
- Decidam! - Harry falou desesperando.
- Segue reto - Danny optou pelo meio termo, esticando o braço no banco, tocando de raspão nos ombros de , que se arrepiou.
- Frio. Sinto muito frio - ela tentou consertar e ele riu.
- Ok, em frente - Judd continuou e parou no sinal vermelho.
- Mas em frente não tem nada - se irritou. - E ali onde é "muito perigoso" tinha uma praça super bonitinha onde vários casais de velhinhos ficam. O único perigo é tropeçar em alguma bengala - fez bico e cruzou os braços, bufando.
- Aoun, que bontinha. Não fica assim - Harry caççou e apertou as bochechas da garota.
- Idiota! - respondeu em português de modo sério, olhando para o lado.
- Como? - ele perguntou.
- Idiota. Ela te chamou de idiota - se meteu, em inglês, rindo.
- Mas eu não falei nada, só estou seguindo ordens - argumentou, deixando transparecer que havia levado o xingamento a sério, não notando que o sinal estava verde.

- Caramba, e o Harry que não anda? - Tom batucou no volante.
- Buzina! - disse.
- Calma, gente. Às vezes eles estão resolvendo para onde vão. Só torce para não aparecer ninguém atrás de nós - comentou.
- Nem ladrão - a amiga completou.
- LADRÃO? - Dougie se assustou e as meninas tentavam acalmá-lo.

- O sinal, Harry - apontava.
- Eu sei, mas só saio quando ela me explicar - ele teimou.
- Não tem nada para explicar, só fiquei sem ânimo. Vai, anda - tentou desviar.
- Hã? - Judd entendia menos ainda - Vocês são muito complicadas.
- Olha o machão culpando a genética - retrucava com gestos exagerados.
e Danny se entreolharam assustados.
- Melhor vocês se acalmarem - Jones se curvou para a frente, entre os dois bancos, mas voltou para trás quando Harry bateu a mão no volante.
- qual seu problema? - franziu a testa.
- Problema? Era só o que me faltava. Vou para o outro carro, dá licença - colocou o dedo em cima da trava, mas o garoto a impediu, virando-a para si.
- Não vai.
Apoiou-se no encosto do banco e usou a palma esquerda para segurar o rosto de . Colou seus lábios nos dela de forma agressiva, mas com carinho, despejando toda a vontade de dois anos atrás naquele momento. As línguas se encontraram sem demora. Ela não hesitou e deslizou suas mãos pelos braços e costas de Harry, que sentiu um calafrio e intensificou ainda mais o beijo, chegando a morder delicadamente o lábio inferior da garota.
Os outros dois passageiros abriram a boca. sacou seu celular e escreveu uma mensagem para .

- Buzina! Buzina! - torcia mas foi interrompida pela toque do aparelho.
- MEU DEUS!
- Que foi? - perguntaram quase juntos.
- O... o... - comemorava. - O Harry beijou a .
- COMO? - ficou em choque.
- Grande Judd! - Dougie gargalhava.
- Por isso a demora? - Tom sorria entendendo a situação.
- De novo: COMO? - a menina ainda estava atônita.
- Dessa forma, olha - levantou as mãos e exemplificou através de mímica. - O Harry - mostrou a mão esquerda - beijou sua irmã - juntou-a com a direita e fez barulho de beijo com a boca. Os garotos riram e a outra mostrou a língua.
- Dã. Isso eu sei fazer desde meus... esquece. Começaram a falar juntos, zoando a garota. No "silêncio coletivo", Dougie deixou escapar.
- Ele conseguiu!
- Hein? - as duas meninas o olharam.
- Erm. Nada - corou e se encolheu no banco.
- Nada uma ova. Ele pretendia fazer isso? - a irmã mais velha se preocupou.
- Ele ficou encantado pelo jeito dela desde o primeiro dia, mas sabe como é... fã, distância e afins - Tom explicou de forma gentil.
Outra mensagem chegava no celular de .
- A está dizendo que eles brigaram por causa do trânsito e ele a agarrou - leu em voz alta.
- Típico de Dona . Adora dar ordens e se não seguimos, dispara a falar e fica com péssimo humor.
- O Harry arrumou um bom jeito de calar sua irmã - Dougie comentava empolgado.
- Encosta ao lado deles, Tom - sugeriu e os outros apoiaram.
Deu partida e se posicionou à esquerda.
- Arrumem um quarto! - gritou e os demais fizeram algazarra.
Os dois partiram o beijo. Judd acariciou a maçã do rosto de , que estava vermelha. Sorriu e mandou o dedo para os amigos. Mexeu no câmbio e perguntou para a menina, em tom suave.
- Viro onde?

Capítulo 9

- Agora conte tudo e não me esconda nada - jogou a bolsa no sofá e intimou .
Estava tarde e resolveram dormir no apartamento de .
- Sonho. Pareceu um sonho - se derreteu.
- Ah, vá vá. Conte os detalhes sórdidos. Ele beija bem? Tem pegada? - questionou com olhar malicioso e as demais riram.
- Ai - corou e tampou o rosto com as mãos. - Beija. E sim, tem muita pegada. Mãos e braços de baterista, sabe como são, né? - fitou as três e mordeu o lábio.
- Não, eu não sei. Nunca peguei artista. Nem pagodeiro de buteco - gesticulou e as amigas gargalharam. atirou uma almofada e falou.
- Devia ter dado um mosh no Fletcher.
- Olha quem fala. Dougie à sua esquerda e você encolhida no banco - retrucou.
As duas começaram a discutir em tom de brincadeira.
- E a ao invés de aproveitar o clima e agarrar o Jones, foi me mandar uma mensagem no celular... - ganhou o dedo do meio.
Passaram os próximos minutos comentando sobre o que aconteceu e deixou de acontecer, quando a televisão saiu fora do ar.
- Céus, olha a hora. Vamos dormir porque o dia foi agitadíssimo - se depediu e foi em direção ao quarto, seguida pela irmã. e se acomodaram nos sofás.

se jogou na cama enquanto separava os travesseiros e lençóis. A caçula notou que a outra estava calada.
- me desculpa. Tanta coisa aconteceu hoje e acabei não te perguntando sobre o Luís - fez cara de nojo. - Me conta como foi o fim e como você está com relação a isso?
analisou o chão, respirou fundo e antes que pudesse dizer alguma coisa, desatou a chorar. Foi confortada com um abraço.
- ... e foi assim que terminou - fungou e passou a mão nos olhos.
- Cretino, idota e imbecil. Nunca gostei dele e...
- Calma, . Esquece isso. Foi mais um desabafo. Acabou e não tem volta. Só preciso pegar minhas coisas e voltar lá para a nossa casa.
A mais nova apenas suspirou e balançou a cabeça positivamente. Seria legal ter sua irmã de volta.
Ajeitaram a roupa de cama e pegaram em um sono pesado.

No hotel, Danny e Tom dormiam. No quarto ao lado, Harry e Dougie terminavam de assistir um filme trash que haviam alugado na locadora perto do hotel.
- O Jones quando acorda, mete mais medo do que esse monstro - Poynter apontou para a tela.
O outro riu e completou.
- Essa garota correndo de camisola pela floresta lembra a assistente da equipe da , não parece?
- Dude, verdade. A loirinha, né? - gargalhou e deu um tapa de leve na própria perna.
Os próximos segundos foram silenciosos. Impossível não ligar uma coisa à outra. A tal loirinha lembrava , que remetia à .
Judd olhou para um ponto fixo, descansando os olhos e perguntou.
- Acha que fiz besteira hoje?
- Você sempre faz besteira, Harry - respondeu sem notar uma certa aflição no amigo.
- Estou falando sério - confessou chamando a atenção do companheiro, que o fitou.
- Desculpa, cara. Você estava dizendo em relação à ?
- Sim. Não é a primeira vez que fico com uma fã, até já fiz mais do que apenas beijá-las, mas... - balançou a cabeça confuso, agora olhando o colchão.
- Dude, você está afim dela? - questionou franzindo a testa.
- Não! - alterou a voz. - Não, não. Ela é linda, beija bem, é legal, mas... não - deu de ombros.
- Dude, você está afim dela!
- De novo a pergunta? Respondi que...
- Não perguntei, afirmei - disse com ar de superior e riu com o canto da boca.
- Ok, ok. Ela mexeu um pouco comigo sim, mas é fã. E mora aqui. E moramos lá. E não dá. E...
- Ei, ei. Respira! - colocou a mão no ombro de Harry. - Temos mais um dia na cidade. Aproveite!
Enquanto o baterista assimilava o que ouviu, Dougie se ajeitava na cama.
- A ... ela também mexeu comigo. Dude, ela é... - fez gestos indefinidos com as mãos - meiga, engraçada, é diferente de todas.
- Aliás, as quatro são diferentes.
- Sim, - sorriu - mas a me chamou atenção em outro sentido - corou.
Harry notou que o outro estava sem graça e optou por trocar a brincadeira por um conselho.
- Se você sente isso por ela, vai fundo, dude. Aproveita o dia de manhã, como você mesmo acabou de me dizer.
- Não sei, cara. E se ela não sentir a mesma coisa? - interrogou confuso.
- Você só sabera se tentar, Doug - respondeu confiante e Poynter voltou sua atenção ao filme.

... I put my faith in you so much faith and then you just threw it away.
acordou com o celular que tocava insistentemente "For a pessimist, I'm a pretty optimistic", do Paramore. Levantou e correu até ele, tropeçando em tudo que havia no chão e até mesmo no que não havia. Atendeu com voz de sono, xingando mentalmente quem ligava à... uma hora da tarde?!
- Alô? - se jogou no pequeno sofá que tinha em seu quarto.
- Te acordei? - pulou quando ouviu a voz de Tom que aguardava uma resposta do outro lado da linha. - ?
- Oi, Tom! - bateu em sua testa por não olhar quem era antes de atender.
- Te acordei? - repetiu a pergunta.
- Aham, mas não faz mal, estava mesmo na hora de acordar - riu e ouviu Fletcher fazer o mesmo.
- Então... eu e os meninos queríamos fazer alguma coisa hoje e pensamos que talvez vocês também quisessem.
- Claro, claro! O que vocês estão pensando? - dava pulinhos mas parou quando percebeu que já estava começando a ficar ofegante.
- Erm... não sei! - sorriu e fez rir de sua risada gostosa.
- Que tal pegar alguns filmes e fazer uma sessão de cinema aqui em casa? - sugeriu.
- Ok. E a noite podemos ir a um restaurante - falou com certa dúvida na voz.
- Combinado. Vou acordar as meninas. Vemos vocês em...
- Uma hora.
- Certo.
- A gente leva os filmes. O Fletch contratou uma babá para a gente e assim podemos ir até a locadora sem maiores problemas.
- Babá? - questionou surpresa.
- Na verdade é um rapaz para nos ajudar com a moeda e a língua de vocês, mas o cara tem um jeitinho meio duvidoso e fica no nosso pé.
- Aaah, acho que entendi - tentou abafar a risada.
- Então... até daqui a pouco.
- Até! - desligou o celular e correu até a sala.

- Acooorda cambada de gente morta!
parecia uma criança feliz pulando de sofá em sofá, mas parou quando notou três olhares feios pra cima dela.
- Vocês não vão me olhar assim quando souberem quem está vindo para cá - falou descendo do sofá.
- Espero que seja uma visita muito boa para você nos acordar agora - resmungou jogando uma almofada na garota.
- Hum, vamos dizer que a já pegou um deles... - riu da cara que fizeram.
- OMG! - e falaram ao mesmo tempo.
- "OMG" mesmo, né ? Nós não temos roupas decentes aqui - ficou com vontade de enforcar a amiga.
- Para isso serve meu estoque - sorriu e levantou os braços.
- Sempre te critiquei por gastar todo o seu salário em roupas, mas agora agradeço por ter feito isso - beijou sua irmã no rosto.
- Ok meninas, vamos tomar banho porque eles chegam em... cinquenta e três minutos.
Virou-se rumo ao banheiro mas parou no corredor e voltou alguns passos.
- Mana você não estava dormindo comigo? - quis saber, apontando para o quarto.
- Até você me chutar e quase me derrubar da cama, roubar minha coberta e metade do meu espaço, sim - fez bico, fingindo estar chateada.
- Sério? Se eu tivesse tempo te abraçaria agora - mostrou a língua e saiu em disparada para o chuveiro.

- Dudes, será que elas gostam de filme de terror? - Jones perguntou tentando escolher os filmes pelas capas, já que as sinopses estavam em português e não queria pedir ajuda ao rapaz contratado por Fletch.
- Ui, o Danny quer que a o agarre quando ela ficar com medinho - Tom sorriu enquanto o outro mandava o dedo.
Dougie ria dos dois quando sentiu Harry o puxar.
- E aí dude, o que você resolveu?
- Resolveu sobre o quê? - Poynter olhava uma capa.
- Sobre a , ô anta! - Judd achou graça da estupidez do outro.
- Ah... - havia pensado a noite inteira sobre o assunto mas continuava em dúvida - Ainda não sei cara! - colocou o filme na prateleira.
- Mas você não está curtindo ela?
- Vou ser um canalha se eu ficar com ela e depois ir embora. Sem ofensas, dude - riu.
- Idiota - retrucou. - Mas você não vai ser um canalha se ela também quiser isso, certo? E se ela quer, certamente sabe que você vai embora - pousou a mão no ombro do amigo. - Pensa nisso, Doug - saiu em direção a Tom que o chamava, enquanto o baixista pegava outro filme digerindo o que acabara de ouvir.

- Ficou um pouco grande, mas não dá nem para notar. Adorei! - comentou ajustando o vestido ao corpo.
- Essa blusa é linda. Acho que vou roubá-la para mim - se olhava no espelho enquanto a ameçava.
- Já estou pronta - saiu do banheiro e guardou o secador. - Vou lá para a cozinha preparar alguma coisa para a gente comer. Pipoca e porcarias de microondas? - sugeriu.
- Isso! - as demais concordaram.

- Ricardo nos vemos mais tarde, campeão - Danny deu três tapinhas nas costas do ajudante e entrou no banco de trás do carro alugado com GPS.
- Mas o Fletch disse para eu acompanhá-los porq...
- Você prefere ficar com quatro caras ao invés de aproveitar a folga com algumas gatinhas, dude? - Dougie sorriu e também entrou no veículo.
O rapaz ficou sem ação e quando deu por si, estava sozinho em frente à locadora e viu o carro dobrar a esquina.
- Coitado - Tom ria mas se mostrava arrependido.
- Depois a gente o arrasta para alguma festinha e apresenta a mulherada - Harry cessava as gargalhadas.
Seguiram o resto do caminho em silêncio.

- Está tocando "Star Girl" lá no quarto - avisou, pegando um punhado de pipoca.
- Ah! Meu celular, meu celular! - saiu escorregando. - É o Tom, é o Tom!
- Perceberam que quando ela está afobada, repete a mesma coisa duas vezes? - a irmã deu ênfase no final da frase e as demais riram.
- Ok. Vou descer para buscar vocês. Tchau - desligou o aparelho.
- Mudou o toque e colocou um especial para ele, é? - fez uma cara maliciosa.
- Claro. Primeiro por que não corro o risco de atender novamente com voz de urso-que-hiberbou-por-cem-anos e segundo por que não é qualquer uma que tem o número de um McFLY, certo?
- Você esqueceu de mencionar que foi em uma situação profissional que conseguiu o telefone, por causa do povo da emissora e tal... - assobiou e recebeu a língua da irmã.
- Oh, chega de papo porque eles chegaram. Vou buscá-los e vocês que explodam - pegou as chaves e saiu rindo.

Deixou o elevador sorridente e cumprimentou Francisco, o porteiro.
Localizado à quinze minutos do seu trabalho, o prédio de era bem simples e a maioria dos moradores, idosos. Com certeza iria sentir falta daquele local, mas essa era a última coisa que pensava enquanto percorria o caminho do seu andar até a entrada.
Abriu a porta de vidro fumê e a claridade a fez fechar os olhos. Colocou a mão para tampar a luz e olhou para os lados. O sorriso propaganda-de-creme-dental se desfez.
- Barangas desgraçadas! - falou para si e fechou a cara.
Havia avistado o grupo à direita, na esquina, rodeado por garotas que gritavam, estendiam bloquinhos e canetas, faziam poses e comemoravam com palminhas.
- Que patético! - bufou, se esquecendo que as dancinhas que ela e as amigas faziam quando estavam contentes também eram ridículas.
Os garotos sorriam e atendiam aos pedidos pacientemente.
Ficou parada observando. Eles eram atenciosos. Ela, ciumenta.

- A está demorando... - olhou o relógio preocupada. - Será que aconteceu alguma coisa?
- Ela é meio lerdinha, mas acho que não demoraria - fez as contas - sete minutos para atravessar o micro corredor do prédio. Acho melhor eu ir ver o que houve.
- Você está fazendo o suco. Não se preocupe. Eu vou! - enxugou as mãos no pano de prato e avisou , que estava assistindo televisão.
Desceu e ao abrir a porta deu de cara com . Ambas deram um pequeno grito.
- Que susto !
- Ouch, me desculpe. Achei que tivesse acontec... - acompanhou o dedo indicador da amiga e parou os olhos no bando.
- Estou esperando a boa vontade dessas... dessas...
- Salafrárias!
- Isso! - concordou sem saber exatamente o que isso significava. De certo, nem sabia, mas foi a primeira coisa que surgiu em sua mente.
- Eu vou lá.
- Espera aí - segurou os braços da garota. - Te ver alterada me fez perceber o quanto essa cena me afetou e... - entortou a boca - Bem, eles não são nossos...
suspirou.
- E elas estão agindo como fãs, igual a gente - continuou. - Exceto se jogar em cima do Dougie igual aquela de saia rosa - levantou a sobrancelha.
- Estou em vantagem, porque EU cai antes em cima de DELE, baby - falou um pouco alto, mas a concorrente estava longe (e eufórica) demais para escutar.
As duas ficaram em silêncio.
- Precisamos ter os pés no chão - aconselhou. - É o McFLY e jamais um deles se apaixonaria por uma de nós.
- Mas você há de convir que eles foram com a nossa cara...
- Até concordo, mas essas saídas todas podem ser para "recompensar" - fez aspas com os dedos - aquele acidente com a .
- Independente do motivo, eles estarão sentadinhos no sofá da sua sala assim que eu der um chute nessas exibidas de uma figa. Além do mais, o Judd já beijou sua irmã. Talvez não seja tão impossível assim. Temos que pensar positivo igual no começo daquela música da Xuxa, sabe? Lua de alguma coisa... como é mesmo?
- Pelo amor de Deus, ! - gargalhou. - Baita papo sério e você resgatando sua infância? - deu um leve empurrão na amiga.
As duas discutiam em tom de brincadeira quando notaram os garotos se aproximando.
- Um furacão! - Harry exagerava. - Parece que um furacão passou por nós - abraçou-as, seguido por Danny, Dougie e Tom.

- Realmente não sei, porque não achava que iria vê-lo novamente - respondeu aflita.
- Pois pense. É simples: como cumprimentar um McFLY que te beijou na noite passada? - tornou a perguntar.
- Ah claro, su-per simples! - comentou sarcasticamente. - Me ajuda. Apavorei agora.
- Calma, . Dá um sorriso e espera ELE tomar uma atitude. E isso, você sabe que o Sexy Judd tem de sobra - deu um sorriso malicioso.
Escutaram a fechadura e levantaram da cadeira.
- Estou bem? - se adiantou.
- Está, está. E eu?
- Perfeita! - elogiou - Vamos?
Respiraram fundo e foram para a sala.

- Meu humilde apartamento... - abriu a porta e sinalizou para entrarem.
e pareciam estátuas sorridentes no meio da sala.
Poynter foi o primeiro a abraçar as duas. Harry foi o último.
- Oi! - falou baixinho, sorrindo e beijando o canto da boca de , que sentiu o coração acelerar absurdamente.
- Acomodem-se. Vou buscar a pipoca e as bebidas. você coloca o filme, certo?
- Hã? Aham! Coloco - a caçula saiu do transe e pegou a sacola da locadora das mãos de Danny.
- Precisa de ajuda, ? - Fletcher se ofereceu.
- Não, é pouca coi... - tentou responder mas foi interrompida por .
- Precisa sim. Ela é estabanada, vai derrubar. Dá uma força lá, Tom - piscou para ele e lançou um olhar indignado para .
O garoto seguiu a anfitriã até a cozinha.

- O que vocês querem beber? - perguntou olhando as prateleiras da geladeira.
- Ora, ora, que péssima fã. Você deveria saber... - riu acentuando a covinha.
se virou para ele e sentiu um vulcão entrar em erupção dentro de si.
- Preciso de um banho gelado - ela disse sem notar que havia pensado alto.
- Banho gelado? - questionou confuso.
- Banho? Não. Quis dizer... - olhou para o interior do eletrodoméstico - água! É! Eu preciso de água gelada!
Fletcher gargalhou.
- Está tudo bem, ?
- Aham, aham - respondeu carregando uma jarra até a pia enquanto Tom analisava uma foto presa com um ímã na porta da geladeira.
- Seu namorado?
Ela fez sinal de positivo com a mão, bebendo a água numa golada só. Tossiu e tentou se retificar.
- Na verdade... bom, a gente... - parou quando a irmã chegou na cozinha perguntando o motivo da demora.
- Seu aparelho vai explodir. Faz uma hora que está pausado - exagerava , pegando a bacia de pipoca e algumas bebidas. - Você leva o suco - apontou para a mais velha e saiu.
ficou sem graça de retomar o assunto e fez o que foi pedido.

- Sério gente, eu estou com medo - se encolhia.
Ela e Dougie estavam sentados em um sofá, e Harry em outro, deixando Tom, , Danny e esparramados no chão.
- Segura a minha mão - o garoto falou estendendo-a. - Quando sentir medo, é só apertá-la.
- Ah, não precisa Dou... - terminava de falar quando sentiu Poynter tocar sua palma. Suas pernas tremeram. - Obrigada - sussurrou.
- Não há de quê - piscou para ela e sorriu para Harry, que assentiu.
- E você, ? Não está com medo? - Judd perguntou enquanto pegava sua mão e a acariciava. A garota sentiu seu coração saindo pela boca.
- Erm... não! Na verdade, não estou prestando atenção - riu.
- É? E no que você está pensando? - o menino a olhou.
- No sorvete que eu quero tomar - riu alto e ele a imitou.
- Tem sorvete aqui? - Danny questionou sentando no chão. gargalhou abafado do jeito estabanado de Jones.
- Não mas eu vou buscar. Não aguento mais esse filme - se levantou.
- Ufa! Achei que ia perder a mão hoje - Dougie fez cara de dor e riu.
- Não reclama, Poynter - mandou a língua. - Certo. Quais sabores vão querer?
- Flocos - Tom e disseram ao mesmo tempo.
- Pistache - Danny.
- Chocolate - .
- Limão - disse.
- Hum, creme - Harry respondeu um pouco indeciso.
- Ok. E você Dougie? - o olhou e sentiu como se o chão fosse desmoronar. Era incrível como aquele par de olhos azuis mexia com ela.
- Vou com você e lá eu escolho - levantou-se e saíram.

bebia água encostada no armário da cozinha. Sentia-se alegre e triste ao mesmo tempo. Distraiu-se pensando no porquê daqueles sentimentos.
- Ainda imaginando seu sorvete? - Harry caminhava até ela, a acordando de seus devaneios.
- Não não, só estava pensando um pouco mas já ia voltar para a sala - colocou seu copo dentro da pia.
- Hum... então você é uma menina que gosta de pensar? - Judd levantou a sobrancelha. A famosa sobrancelha.
- É uma das coisas que mais gosto de fazer - riu e ficaram quietos.
- Acho que te devo desculpas por ontem à noite - o garoto quebrou o silêncio.
- Não foi nada, Harry - a menina agora o olhava.
- Então você me desculpa? - Judd a olhou e afirmou. - E você seria capaz de me desculpar uma segunda vez?
Ela notou sua aproximação.
- Por que está perguntando isso? - suas pernas bambearam.
O baterista estava quase colado nela.
- Porque irei fazer de novo!
A garota tentou falar alguma coisa, mas nenhum som saia de sua boca.
- E então, você me desculparia novamente?
já sentia a respiração dele batendo em sua boca.
- Até mil vezes!
Harry sorriu e a beijou calmamente.

- Onde a está? - perguntou assim que deu falta da irmã.
- E onde o Harry se meteu? - Tom questionou.
Os quatro sorriram maliciosos.
- Não sei onde eles estão, só sei que não vou atrapalhar nada! - riu e voltou sua atenção ao filme.

- Vamos logo Poynter, eles vão derreter - gargalhava e o empurrava.
- é sério, eu estou com quatro sorvetes na mão e vou cair se continuar fazendo isso - sorriu.
- Eu carrego a mesma quantidade e não estou tão lerda assim.
- Isso por que não tem ninguém te empurrando, né?! - retrucou e ela mandou a língua, o empurrando de novo.
- Mais um e eu vou entrar na brincadeira - disse com olhar ameaçador que não a assustou, pois fez mais uma vez. - Ok, agora você vai ver - e cumpriu o que disse.
pisou em falso e cambaleou. Tentou equilibrar os sorvetes para não irem ao chão. De fato conseguiu, já que eles se viraram em cima dela ao cair sentada.
- FILHO DE UMA... - falou em português e mordeu os lábios para não xingar a Senhora Poynter. Olhava com cara de nojo para a mistura verde, branca e marrom que escorria em suas roupas.
Dougie rodopiou procurando um lugar para colocar as casquinhas que segurava, mas ao notar a feição de poucos amigos da garota, depositou-as numa mureta e agachou ao seu lado.
- Me desculpa. Eu não...
- Cala a boca e me ajuda a levantar. Que raiva! Eu estava brincando. Será que você não se tocou que é mais forte que eu? - bufou.
- Foi sem querer - entortou a boca. - Eu juro! - falou com manha na voz.
Certo. Se a intenção era deixar mais derretida do que os sorvetes, ele havia conseguido.
- Ai, desculpa peço eu. Fiquei nervosa e descontei em você. Não devia ter começado essa brincadeira estúpida - tentou se mover e franziu o rosto.
- Está doendo?
- Um pouco.
- Vem. Vou te ajudar a se levantar.
Com certa dificuldade, ela estava de pé.
- Se apoia em mim - aconselhou passando os braços da menina por cima de seu pescoço. - E até você cair, estava gostando do seu empurra-empurra.
Ela riu.
- É! Eu sou demais - brincou.
- Concordo - a encarou.
Estavam muito perto. Olhares cruzados, desviados vez ou outra para suas bocas, percorrendo cada detalhe do rosto alheio. O coração palpitava mais forte. Lado a lado tornou-se frente a frente. Um sorriso suave brotou na face do integrante do McFLY. Os olhos de fechavam instintivamamente e sentia a mão de Poynter apertar sua cintura. Era agora. O sonho virava realid...
- Mocinha você está bem? - uma senhora com sombrinha e sacola em mãos perguntou.
perdeu a conta de quantos "não" gritou mentalmente. Se pudesse socar a cabeça na parede, o faria, já que seria pecado bater a da velhinha.
Sorriu amarelo e suspirou.
- Sim, obrigada. Foi só um escorregão - continuava sorrindo falsamente.
Dougie olhava para a frente, sem encarar a intrusa.
A ouviram (ou não) receitar uma "pomada milagrosa" para hematomas e antes que continuasse contando como foi que havia se recuperado de um tombo no quintal, inventaram uma desculpa e contornaram a esquina.

- Eles estão fabricando o sorvete. Só pode - resmungava.
- Ou não... - Harry fez uma cara safada, entrando na sala, abraçado com .
- Ai meu Deus, eles estão se pegando? - perguntou eufórica. Todos riram.
Judd desviou a conversa e não entregou o amigo. Continuaram conversando quando a porta se abriu.
- Céus, . O que houve? - foi a primeira a questionar.
- Minha blusa! - comentou.
- Eu caí na rua e sim, estou bem, . Obrigada! - respondeu com humor.
- Erm. Desculpa - a garota se retificou. - Você precisa de um banho. Vou arrumar uma toalha e te empresto outra roupa - olhou com dó para o pano manchado.
As duas seguiram para o quarto e os demais ficaram no lugar, ouvindo Dougie contar a história da queda.
- E a gente saiu antes que ela contasse alguma coisa da época dos dinossauros.
- Credo Poynter! A senhora ajuda e você ainda faz piada? - o repreendeu em meio a risos.
Danny, que até então não havia desviado a atenção do filme para a conversa, desligou o aparelho e perguntou.
- E cadê os sorvetes?
- Não acredito! - jogou uma almofada no garoto e os outros entraram na "guerra".

- Que dó! Ela estava preocupada comigo - comentou com certo arrependimento.
- Mas vamos combinar que a bondade dela veio em péssima hora - riu. - Ele estava te abraçando!
ficou quieta e mordeu os lábios.
- .
- Hum? - respondeu olhando o guarda-roupa.
- A gente quase se beijou...
Fechou a gaveta com força e abriu a boca, fitando a garota.
- Você e o Dougie?
- Aham - abafou um sorriso.
- Sua safada! Bem que o Harry falou... - fez cara de pensativa.
- O que ele disse? - a menina questionou intrigada.
explicou sobre a piada que Judd havia feito e relatou a cena do pseudo-beijo.
- Isso é demais para a minha cabeça. Minha irmã e o baterista, minha amiga e o baixista, a banda toda na minha sala... ok, será que o bolinho que eu comi tinha alguma substância alucinógena?
A amiga gargalhou e emendou.
- Eu falei brincando sobre a música da Xuxa, mas estou começando a crer que algumas coisas são possíveis. Até um McFLY ficar afim de uma de nós. - tossiu, irônica.
- Isso! Joga as coisas na minha cara - cobriu a cabeça da garota com uma toalha. - Vai tomar banho na água fria, sua vingativa - ameaçava rindo enquanto a outra vinha em sua direção com os braços abertos e fazendo manha.

, , Tom e Harry estavam na cozinha, telefonava para um amigo atrás de uma caminhonete para ajudá-la com a mudança enquanto Danny e Dougie chegavam com dois potes de sorvete.
- Aou! Sorvete de macho - Judd engrossou a voz.
- Claro. Essa cor rosa do morango é bem machista - caçoou e foi calada com um selinho.
A mais velha entrou no local e ajudou a caçula a pegar colheres e taças.
- E lá estava minha casquinha, esturricada no chão - Jones contava em tom dramático. - Foi uma cena triste.
- Mas pelo menos o gatinho estava aproveitando - Poynter complementou.
- Aaah! - deu um gritinho. - Que fofo! Adoro gatos - terminou com voz meiga.
- Dude, então ela não gosta de você - Dougie apontou para Fletcher e os outros gargalharam.
- Que trocadilho infame - mostrou a língua. - Quis dizer felinos e não garotos.
- Então você gosta dele? - Harry questinou e sentiu o rosto queimar. Pensou em como escapar dessa pergunta.
- Claro, né? Adoramos todos vocês e por isso somos suas fãs, esqueceu? - defendeu e aliviou a irmã, porém o clima seguiu pesado após essa declaração.
- Se-será que a quer sorvete? - puxou um assunto qualquer. - Ela deve ter terminado o banho e...
- Eu levo - Poynter pediu para ajeitar numa tacinha e seguiu para o quarto.
Um silêncio constrangedor pairou no ar.

Três toques na porta e permitiu que o convidado entrasse.
- Olha só, que chique! - ela brincou e se ajeitou na cama.
- Está melhor?
- Sim. A me arrumou um remédio e me obrigou a descansar um pouco. Ela consegue ser pior que minha mãe - riu e provou um pouco do sabor de chocolate.
- Você vai poder sair hoje à noite? - quis matar sua curiosidade.
- Puxa, verdade. Vocês tinham combinado um jantar, não é? - torceu a boca. - Acho que não vai dar. Preciso ir para minha casa e tentar dormir decentemente, porque depois de amanhã volto a trabalhar - forçou uma risada.
Dougie queria se oferecer para ficar com ela. queria que ele se auto-convidasse, mas as duas vontades não passaram de pensamentos.
- Bom... eu... vou lá com eles. Qualquer coisa você chama, certo? - se levantou e antes que girasse a maçaneta, ouviu a menina solicitar.
- Você pode fechar a cortina? - fez charme, rindo.
- Que folgada! - fingiu decepção e colocou a mão na testa.
Se enrolou um pouco com as cordinhas, mas conseguiu realizar o pedido.
O quarto ficou à meia luz.
se moveu e o garoto questionou onde ela iria.
- Vou pegar a... - se ajoelhou na beirada da cama, de frente para ele e caiu na gargalhada. - Isso não teve nexo. Te peço para fechar a cortina e depois levanto para pegar a almofada.
Cessou o bom humor ao perceber que ele a encarava sem rir.
Deu um passo e agarrou-a pela cintura. Por reflexo, descansou seus braços nos ombros do garoto. Dougie a colocou no chão e sentiu uma onda percorrer a espinha - não sabia se era pelo gelado do piso sob os pés descalços ou pela situação.
Encostaram os lábios devagar. Um, dois, três selinhos abriram caminho para algo mais demorado. Desceu suas mãos e as colocou por baixo da camiseta do baixista. Sentiu suas costas quentes e arranhou levente, provocando um arrepio no rapaz, que correspondeu entrelaçando seus dedos nos cabelos da garota, aumentando a intensidade do beijo.

- Combinado - Danny se animou.
- Alguém pode anotar o endereço para a gente? - Tom se referia ao restaurante onde se encontrariam mais tarde.
- Eu tenho um folheto de lá. Vou pegar no escritório - falou.
- Certo. Te acompanho, porque preciso avisar o Dougie que já vamos embora.
Os dois sairam e Harry puxou para a sala, ficando somente Danny e , frente a frente, na mesa.

- Estava aqui, juro! Eu e o Luís semp... eu sempre...
- Vocês vão sempre lá? - Tom sorriu de leve, colocando as mãos nos bolsos.
o encarou e mordeu os lábios.
- Acho que está no meu quarto - mudou de assunto e seguiu para o cômodo. Abriu a porta e viu o casal se beijando. Fechou sem fazer barulho e virou-se, dando uma topada em Fletcher.
- Erm, acabei de me lembrar que joguei fora - a garota colocou a mão na cabeça.
- Bom, se você souber me guiar até lá, nós passamos aqui mais tarde para pegar vocês - cruzou os braços.
- Sei sim. Então vocês passam aqui às...?
- Oito.
- Ok! - disse e completou apressada. - Vamos lá para a cozinha - o puxou.

- Pois é, dessa vez eu consegui ver inteiro - ria.
- Mas meu show particular no hospital foi melhor que esse, não foi? - Jones a olhou fazendo a menina ficar sem graça.
Abria a boca para falar algo, mas foi interrompida por e Tom, que entravam na cozinha conversando sobre quem ia em cada carro.
- Danny, vai chamar o Harry e o Dougie. Precisamos ir, dude - Fletcher foi surpreendido por Judd.
- Já estou aqui e pode deixar que eu o chamo - seguiu até o quarto, dando três batidas na porta. - Doug, estamos indo - voltou para a cozinha.

Os dois cessaram o beijo e sorriram.
- Erm, acho que eu tenho que ir - Poynter comentou.
- Tudo bem - percebeu o olhar de Dougie sobre ela e perguntou. - O que foi?
- É que... como você não vai hoje... hmm... a gente não vai se ver mais - olhou para baixo.
sentiu-se mal com aquelas palavras.
- Verdade... mas não vamos perder contato dessa vez, combinado?
Dougie a olhou e assentiu, podendo ver sua expressão triste antes que ela desse um pequeno sorriso.
- Deixa eu ir senão o Tom se estressa - riu aproximando-se dela. Deu um selinho demorado na garota. - Tchau.

- Vamos, dudes? - o baixista apareceu na cozinha com a blusa meio amarrotada. Seis pares de olhos curiosos caíram sobre ele. , que já sabia o que havia acontecido, resolveu falar para o salvar daquela situação.
- Então nos vemos à noite, certo? - conseguiu desviar a atenção de todos para ela.

O tempo passou rápido e as garotas já estavam prontas. Vestiam roupas simples mas que caiam super bem em cada uma delas.
se levantou do sofá de onde conversavam e sem que as meninas percebessem, seguiu em direção ao seu quarto.
- Hey , como você está? - sentou-se ao lado dela na cama.
- Estou bem, meio desanimada talvez - falou.
- E esse desânimo todo se chama Dougie Lee Poynter? - perguntou com um olhar malicioso.
hesitou um pouco.
- Quando ele veio trazer o sorvete para mim, nós nos beijamos, - fez cara de menina apaixonada e riram.
- Hum, um passarinho me contou - recebeu um olhar confuso. - Ok, ok, não foi passarinho nenhum - confessou como havia descoberto.
- Mas eu não escutei a porta abrir.
- Fala sério, você estava beijando Dougie Poynter, não devia escutar nada mesmo! - as duas gargalharam.
Comentavam sobre o acontecido até que o celular de tocou.
- Pelo toque é o seu amado Tom.
A outra fez careta.
- É o TOM sim. - deu ênfase no nome do rapaz.
A conversa não durou mais que alguns segundos e desligaram.
- Eles já estão aí. Fica bem, hein? - se despediu dando um beijo na testa da amiga.
- Curte por mim, tá? - sorriu.
- Certeza? - questionou com um sorriso malicioso.
- Fica longe do Dougie - ameaçou brincando e saiu do quarto.

- Wow, vocês estão lindas - Danny as admirava, porém seus olhos pararam em , que sorria.
- Obrigada - falaram juntas.
- , a vai ficar sozinha? - Dougie pareceu tenso.
- Vai sim, Doug. Não tem com o que se preocupar. Preparei algo para comer e fechei todas as portas - riu. - E mais tarde ela chamará um táxi e voltará para casa.
Harry o puxou.
- Dude, por que você não fica aqui com ela?
- Sei lá, cara. Não sei se é uma boa idéia - respondeu olhando para o tênis.
- E por que não seria?
O baixista fez menção de falar, mas percebeu que não tinha uma resposta.
- Certo, vou avisá-los que você vai ficar - saiu em direção aos amigos.

- Eu, o Tom, o Harry e minha irmã vamos em um carro e a e o Poynter vão com o Danny no outro.
- Erm, o Dougie decidiu ficar aqui com a - engasgou. - Uma vez ele saiu e deixou sua mãe em casa e ela foi assaltada. Agora ele fica assim toda vez que tem que deixar alguém sozinho... - Judd tentava se explicar contando uma história inventada na hora.
- Dude, não sabia que a Sam tinha sido assaltada - Danny disse.
- Cala a boca, cara! - Harry ordenou.
, que entendeu tudo aquilo, riu.
- Ok então. Aqui estão as chaves, Dougie. Você sabe o caminho, né?
- Sei sim - respondeu meio sem graça. - Erm, aproveitem - disse e virou-se para subir até o apartamento.
Tom esperou o amigo entrar no prédio.
- Mas que mentira deslavada foi aquela, dude? - olhou para o amigo.
- É verdade, Harry. Não colou não - foi a vez de falar.
- A não ser para o Jones, né? - Fletcher cochichou e todos riram.
- Eu ouvi isso! - avisou e o outro fez cara de medo. - Mas então... explica essa história direito, dude.
O baterista esclareceu os fatos desde o início, quando Dougie lhe disse que sentia algo diferente pela garota.
- Esse é meu menino! - Danny fazia cara de orgulhoso enquanto levava um pedala de Tom.
Entraram nos automóveis e seguiram para o restaurante.

passava os canais na TV, até que cansou de procurar e a desligou. Ouviu o barulho da porta abrindo e levantou-se pensando que sua amiga havia esquecido algo.
- ? - perguntou tateando a parede atrás do interruptor. Acendeu a luz e avistou um loiro baixinho sorrindo à sua frente.
- Ai, a-mi-ga, voltei para pegar meu batom - imitou uma voz afeminada e gargalharam.
- Seu bobo! - tomou o fôlego perdido pelas risas e perguntou. - Veio buscar algo?
- Na verdade, vim para ficar.
- Como assim? - cruzou os braços e se apoiou na mesinha de canto.
Poynter fechou a porta e, a passos lentos, olhando diretamente nos olhos da garota, explicou que queria aproveitar a última noite em São Paulo ao lado dela. Claro, gaguejou algumas vezes e colocou as mãos nos bolsos tentando esconder a insegurança.
sentiu um choque na barriga e pensou que poderia ser alucinação provocada pelo remédio que havia lhe dado.

- Não entendi por que sua irmã te chamou de lesma e foi no carro com a e o Danny - Tom comentou e queria encolher até caber no porta-luvas.
- Não leve em consideração o que aquela... o que a diz - forçou um sorriso. - Adoro essa música - trocou o assunto novamente. Santa rádio que tocava... tocava... bom, a menina não fazia idéia de quem cantava e nunca havia escutado aquela música, mas como era banda brasileira, poderia inventar qualquer coisa que seu acompanhante seria obrigado a acreditar.

- Não creio que eles não vão se atracar! - , como sempre, usava um termo engraçado olhando para o outro carro.
- Mas ela tem namorado, não tem? - Harry olhava para a mesma direção.
- Graças ao show de vocês, ela e o Luís terminaram - sorriu triunfante.
- Ao nosso show? - Jones se chocou. - Se fosse com os Backstreet Boys isso não iria acontecer. Estamos separando casais com nossas letras, dude! - completou como se fosse uma grande descoberta. Óbvio, apanhou de Judd e ganhou um coro de "dããã" das meninas.
resumiu a história.
- Entenderam? E sei lá, os olhinhos dela brilham ao lado do Tom - a caçula falou esperançosa. - Pena que tem a Gio...
- Ou não - Harry arqueou a sobrancelha e sorriu malicioso.

- A já pode casar - terminava o último pedaço de torta, jogada no sofá, com os pés na mesa de centro.
- Ou então, ela pode vir trabalhar para nós - Dougie dizia com a boca cheia, deitado no outro móvel.
A frase trabalhar para nós colou na mente da garota. Não sabia se tinha algum significado do tipo iremos casar e você será a primeira-dama-baixista ou se foi dita por dizer. Na dúvida, riu e perguntou sobre o show de Curitiba no dia seguinte e sobre a volta à Londres.

Terminavam a sobremesa quando Tom sentiu o celular vibrar.
- Hey, Don Juan! - riu e sua marca registrada apareceu.
Paralelamente, cochichava com a irmã.
- Ah lá, ah lá. Aperta a covinha dele - bateu no joelho da mais velha.
- Vou apertar sim mas é seu pescoço - sussurrou. - Já disse que é para parar com essas brincadeiras.
O barulho do flip do aparelho do garoto chamou atenção das duas.
- A vai embora e o Dougie precisa de alguém para buscá-lo. Ahm... quem se habilita?
Um silêncio pairou no ar e os olhares não se cruzavam. O saleiro se tornou algo interessantíssimo para Harry, colher e calda de sorvete viraram materiais de desenho para , analisava as pontas dos cabelos, organizava o paliteiro e Tom mexia no celular.
- Ninguém? - Danny levantou a sobrancelha.
- Hein? - a caçula das irmãs fingiu não entender.
- Ok. Eu busco - Jones bufou.
se levantou e o impediu, pegando em seu braço.
- Injusto você ir sozinho até lá - viu o guitarrista abrir um sorriso confortante. - Vai , mexa-se.
- Mas.. mas... - ao perceber o sorriso-cabide instalado no rosto de Danny, , depois de meter o joelho na mesa, se colocou ao lado dele e seguiram para o carro.

Me beija de novo! Me beija de novo! Me beija de novo, porra!, pensava enquanto "prestava atenção" na história que Dougie contava.
- E saiu leite pelo nariz dele - gargalhava.
- Quem diria. Eu, uma simples mortal, sabendo de um fato bizarro de James Bourne - sorriu e intensificou as vibrações positivas em cima do seu desejo.
Ficaram em silêncio e ele confessou, olhando para baixo.
- Você é legal.
Certo. Poderia ter sido bem melhor, mas as bochechas rosadas e o jeitinho tímido, faziam daquele o melhor elogio que ela havia recebido em toda sua vida.
- Poxa. Eu... - não terminou a frase. Estava boba demais para formular qualquer coisa.
- Você e suas amigas são diferentes. Não berram, nem arrancam pedaços - riu e a encarou. - São fãs que podemos conversar e manter uma amizade.
Amizade? Filho da..., simulou um sorriso pensando nisso e no que havia dito. Precisamos ter os pés no chão. É o McFLY e jamais um deles se apaixonaria por uma de nós.
- Se bem que... - ele pensou - a gente foi um pouquinho além da amizade - virou um pimentão.
Pouquinho além da amizade? Aoun, que fofo!, falou mentalmente e abriu um sorriso gigante, emendando. Lua de Cristal é uma filosofia de vida, dude.
Confusa com a bipolaridade de suas idéias, sentou-se no mesmo sofá que o garoto e o beijou. Supresa para ele - que adorou - e para ela, que jamais se via tomando uma atitude dessas, ainda mais com um integrante do McFLY.

Danny estacionou o carro em frente ao prédio de . Desceu, pegou o celular e mentalizou o Dougie me paga. olhava para suas mãos e imaginava eu mato a , com a porta do veículo aberta.
- Hey cara, já estou aqui. Tá. Tchau - guardou o aparelho e olhou para a garota. - Ele já está descendo.
Ela retribuiu o olhar. Agradeceu por estar sentada, pois suas pernas tremiam a cada vez que fitava aqueles olhos azuis. Sorriu fraco.
- Sabe... - começou - isso nunca nos aconteceu antes, digo, sair pacificamente com fãs e tal. Normalmente elas nos dão medo, arrancam cabelo, rasgam as roupas - Jones fazia gestos com as mãos e não conseguiu segurar a risada. Ele parou de falar e observou a garota. Gostava de seu sorriso, o achava encantador.
- Mas calma porque não iremos arrancar tufos nem machucar vocês - falava imitando o que o cantor havia feito. Ele gargalhou.
- Foi por isso que nós saímos com vocês, porque são meninas legais, que tem a cabeça no lugar e além de tudo são bonitas - fez cara de safado.
riu e percebeu que Danny chegava mais perto. Pensou em como queria aquilo. Pousou as mãos em sua nuca, sentindo-o acariciar sua bochecha com os dedos. A puxou, permitindo ficar colada nele. Encostou seus lábios nos dela, que abriu um pouco a boca permitindo que o rapaz intensificasse mais o beijo.

- Sério Dougie, não precisa pedir para o Danny me levar, eu chamo um táxi - o abraçava.
- Certeza, ? - encostou sua boca na dela, dando um rápido selinho.
- Certeza, Pequeno - percebeu que ele a olhava. - Que foi? - perguntou.
- Agora eu sou pequeno? - riu.
- Ah, é que eu sempre tive vontade de te chamar assim... - deu outro selinho.

mordeu delicadamente o lábio de Jones, fazendo com que eles partissem o beijo. Sorriram. Danny ai falar algo, mas foi impedido por Dougie, que apareceu ao lado de .
- Vamos, dude?
- Vamos Doug, vamos - Danny falou.
- Erm, a gente se vê algum dia desses, né? - falou na incerteza.
- Claro que sim! - deu um longo selinho nele e um abraço no guitarrista.
se despediu de Poynter e virou-se para Jones, que olhava para baixo.
- Nos vemos então - deixou uma lágrima rolar.
Danny a abraçou e sussurou um obrigado por tudo.
- Tchau, Pequeno. - riu e o viu mexer a boca formando a frase seu Pequeno.

As duas acenaram até o carro sumir de vista.
- Sem comentários até eu absorver tudo e estar preparada para conversar sobre isso sem me descabelar, combinado? - se adiantou.
- Também estou sem condições - a outra concordou, ligando para um táxi. - Divide a corrida comigo?
- Aham - respondeu absorta.
- Fica na capital até quando?
- Amanhã à tarde estou voltando para o Rio - olhou para cima ao sentir algumas gotas caírem do céu.
O silêncio amargou mas não tiveram forças para elaborar um assunto. A chuva apertou e esperaram oito minutos embaixo de uma marquise, até a condução chegar.

- Mensagem de quem? - a irmã perguntou.
- Da . Disse que deixou as chaves com o porteiro e que já está em casa - leu.
Ela e os demais esperavam por Danny e Dougie, que chegaram alguns minutos depois, ensopados.
- Meu amor está molhadinho - Judd fez biquinho.
- É. Dá um abraço, dá? - Poynter abriu os braços e Harry se escondeu atrás de .
Do outro lado, Tom pedia.
- O Fletch já ligou três vezes. Vamos?
Concordaram.
Os dois molhados, a caçula e o baterista correram até estacionamento, berrando.
- A gente finge que não os conhece, certo? - brincou enquanto tirava uma sombrinha da bolsa.
- Uma mulher previnida? Uau! - Fletcher sorriu e a garota o olhou por alguns segundos. Foi correspondida.
Uma sequência de clichês surgiram: borboletas na barriga, tremedeira, arrepios e aquela sensação de tempo parado.
- Hey? - uma fã estalou os dedos. - Posso tirar uma foto? - perguntou estendendo a câmera para .
Acordaram do transe.
- Posso apertar sua covinha também? É linda. Aliás, você é lindo e... - praticamente se jogava em cima do guitarrista.
rolava os olhos e ria com o canto da boca. Tirou uma, duas, três fotos e esperou Tom autografar uma agenda e um guardanapo. Quando a moça se virou, a imitou.
- Será que eu poderia apertar a sua covinha? - fez uma voz irritantemente fina e mostrou a língua.
- Pode! - ele a olhou.
- Eu estava brincando - praticou o que melhor sabia fazer: falar sem pensar e se arrepender depois.
O garoto ficou sem graça e tomou a sombrinha da mão da menina e a abriu.
- Vamos antes que piore. Quis dizer, que a chuve piore - consertou.
Ela apenas afirmou com a cabeça e se juntou a ele.
Caminharam menos que sete passos e resmungou.
- Acho que molho mais aqui embaixo do que se estivesse correndo na chuva.
Fletcher se distanciou.
- Filho da mãe, volta aqui - gargalhou.
- Viu como você estava errada? - caçoou e voltou a posição que estava, com seu corpo ao lado do dela.
- Eu empresto algo para se proteger e ainda faz piadinhas? - fez manha.
- Desculpa - passou seu braço pela cintura da garota e foram assim até o veículo.

- Eles se pegaram? - desembaçava o vidro do carro com as mãos, vendo o casal passar perto de onde estavam.
- Todo mundo se beijou, será que só os dois... ops - Danny parou no meio da confissão.
- Você beijou a e o Dougie a ? - a única menina no local arregalou os olhos e levou a mão à boca.
O silêncio já dizia tudo. Se precisasse de mais, o rosto vermelho-cor-de-fiz-mas-estou-com-vergonha-de-assumir os entregaria.

No caminho, o empresário estava desesperado, ligando freneticamente para cada um dos integrantes. Atrasaram um pouco mais seu retorno, pois com a forte chuva, a placa "retorno" passou batida. E não se sentiu culpada por não ter notado - isso possibilitava passar mais tempo ao lado deles.

Deixaram as irmãs na frente do prédio.
A mais velha se despediu de Tom e, com a sombrinha, foi até o outro carro. Entrou, abraçou os demais e chacoalhou a caçula, que dava um longo beijo em Judd.
- Por favor, criatura. É o Harry mas dá para ir mais rápido agora que a chuva acalmou? - os meninos riram, incluindo o baterista, que segurou o rosto de com as duas mãos e disse, olhando-a nos olhos.
- A gente se fala - deu um selinho demorado e iniciaram mais um beijo.
- Ah, valha-me Deus! Fui! - abriu a porta e entrou no prédio. demorou mas finalmente se despediu e entrou, pingando água pelo caminho.

- Sua estressadinha - caçoou.
- Não enche - rebateu, mas séria.
- Ei ei, que péssimo humor é esse? Só por que não deu uns - fez barulho de estalos com a boca - no Fletcherzinho?
- Chega ! - gritou e jogou o travesseiro longe. A outra se calou.
Um trovão cortou o silêncio. A mais nova viu enxugar o olho com a mão, mas preferiu não se intrometer.
- Desculpa - a primogênita soluçou e recebeu um abraço carinhoso.
- Quer conversar?
- Tive uma idéia - ensaiou um sorriso. - Programa de garotas: brigadeiro, fofoca e pijamas. Que tal?
- Nem precisa perguntar - bateu palmas e foi tomar banho.

A chuva caia com intensidade em São Paulo.
arrumava a mala e ouvia "All About You" no IPod. Passou os dedos nos lábios e pensou em Danny. Sentiu angústia e procurou se distrair, ligando para casa.
Pego o avião às duas horas...

passava pomada no pé, olhando para o nada. A cena do primeiro beijo com Dougie passou lentamente em sua cabeça. Riu abobada e falou desligando a luz.
Pequeno, Pequeno...

raspava o resto do doce enquanto a irmã escovava os dentes. A mais nova desviou o olhar para a janela e viu um clarão. Tanto lá fora quanto em suas idéias. Harry era um McFLY e não a procuraria mais. Sentiu seus olhos encherem d'água, mas foi tomada por uma onda positiva seguindo até a cozinha para lavar a louça.
Pelo menos eu aproveitei...

se olhava no espelho pensando nas mudanças que ocorreriam em sua vida. Voltar a morar com a irmã, reencontrar Luís na emissora, encaixotar e organizar tudo novamente. Retornou para o quarto e olhou seu mural. Viu uma foto com Tom e bateu na testa.
Pelo menos se eu tivesse aproveitado...

A banda seguia rumo ao aeroporto.
Fletch dava dura pelo atraso. Parecia não surtir efeito, já que cada um estava perdido em seu próprio mundo.
Danny olhava para a rua e quase engoliu seu chiclete ao passarem por um buraco. Gritou algo sobre suas "partes baixas" para descontrair e esconder o que de fato passava em sua cabeça.
Que horas a volta para sua cidade? Se eu tivesse tempo para me despedir decentemente...

Dougie vasculhava sua mochila. Não procurava nada específico, apenas desviava sua atenção para não ouvir o sermão do empresário. De repente, um perfume doce pairou no ar. Abriu um sorriso ao notar que segurava a camiseta branca que usara naquela tarde, agora impregnada pelo cheiro de .
Até que Pequeno soou bonitinho vindo dela...

Harry competia com ele mesmo na corrida dos pingos. Percebeu que Fletch havia terminado de falar e tentou dormir. Foi surpreendido por outro buraco e bateu a cabeça no vidro. Xingou e riu quando os companheiros caçoaram da cena, dizendo que ele levaria um galo como lembrança do Brasil.
Imediatamente pensou em outra recordação.
Ah, como adoro beijá-la...

Tom havia acabado de colocar os fones nos ouvidos e apertar play. Fechou os olhos e pegou num sono leve. Um trovão o acordou. Ficou inquieto e começou a mexer no celular. Encontrou uma foto das quatro meninas com eles. Olhou para a garota que sorria ao seu lado esquerdo. Mordeu o lábio e questionou em pensamento.
Ah, como adoraria beijá-la...

- Por que não beijou a , dude? - Dougie, que estava ao seu lado, o cutucou.
Tom o olhou com receio. Desde quando o nanico lia pensamentos?
Imaginou alguma resposta convincente mas resolveu dizer a verdade.
- Eu estou solteiro... mas ela não.
A van que os levava estacionou e Fletch deu as coordenadas, cortando o assunto.
Harry, Danny e o empresário desceram enquanto os outros dois pegavam seus pertences.
Fletcher pisou no chão molhado, seguido por Poynter, que antes de entrarem, deu um tapinha nas costas do guitarrista e emendou.
- Seu idiota - fez sinal de reprovação com a cabeça. - Ela também está! - foi de encontro aos demais.
Tom ficou parado no meio do caminho. Chegou a colocar a mão no bolso e sentir seu celular, mas... o que faria àquela hora? Além do mais, não havia dado sinais que queria o mesmo que ele. Respirou e entrou no aeroporto, sendo surpreendido por um pequeno grupo de fãs. Poses, dedicatórias, show no Sul e assim o McFLY encerrava mais um capítulo no país.

Capítulo 10

O tempo passou.

- Não sei não dudes, mas acho que esse ritmo não ficou legal - Danny opinou, se encostando na mesa.
Terminavam mais uma música para o novo cd. Na opinião de todos, o melhor álbum que produziram em toda a carreira.
- E se fizermos assim? - Dougie mostrou e todos gostaram da melodia.
- Ok, vamos terminar logo com isso - Tom pegou sua guitarra. - E Fletch, traz um café para mim, vai? - fez cara de cachorro pidão.
O empresário saiu pisando forte, mencionando algo do tipo não nasci para ser escravo.
- Vamos lá - Harry bateu três vezes suas baqueta e começaram a tocar.
Repetiram até acharem que estava perfeita. Saíram da gravadora à noite e seguiram para a casa de Poynter para fazerem as coisas que mais amavam depois de tocar: comer, beber e zoar.

- Dougie pega um cerveja lá para mim - Harry se jogou no sofá.
- E para mim - Fletcher pediu se acomodando em outro.
Entrou na cozinha e ouviu Jones gritar por uma também. Bufou. As trouxe e sentou-se no chão, o único lugar não ocupado.
- Pede pizza - olhou para Tom, que estava mais perto do telefone.
- O Danny já pediu.
- Esfomeado, como sempre - Dougie disse e começaram a rir.
- Caras, em quais lugares vamos passar na próxima turnê?
- Hum, não sei Tom, mas ouvi o Fletch dizer que será só pela Europa - Harry respondeu.
- Que pena, queria ir para o Brasil... - falou Danny e o silêncio tomou conta do lugar até que o baixista resolveu filosofar.
- Pois é, mas nada são flores.
- Dude, isso soou meio gay - Judd comentou e riram.
Mandou o dedo e emendou.
- Cala a boca e coloca algum filme aí.
Passaram o resto da noite bebendo e fazendo comentários sem nexo sobre o que assistiam.

- ... com tudo pago: casa, carro, vale-isso, vale-aquilo e ajuda de não sei mais o quê. A vai comigo, porque além de termos somente uma a outra, a farei de empregada - tentou descontrair.
- Mas você vai me ligar? Promete? - chorava. - E postal? Adoro postais. Jura que vai me mandar? Faz também um perfil no Orkut, Myspace e naquele outro... - tentava se lembrar enquanto soluçava. - E de pensar que tudo isso é por causa daquele filho de uma pu...
- Calma! - ria e enxugava os olhos com as costas das mãos. - Manterei contato - fez sinal de promessa. - Além do mais, vou só daqui algumas semanas. Tenho um zilhão de coisas para resolver - abraçou a amiga.
Como previsto, a vida da garota havia se transformado. E muito.
No dia seguinte ao da partida da banda, as irmãs encaixotaram os pertences da mais velha e com a ajuda de um amigo, fez sua mudança.
Havia decidido por conta própria que os móveis e o apartamento ficariam com o ex enquanto o carro, com ela, o que seria muito útil já que a nova moradia ficava longe da emissora. Falando nisso, a transformação maior ocorre justamente nessa área.
O primeiro dia de volta ao trabalho foi corrido. Cobriu a falta de uma colega e por sorte não viu Luís. No segundo dia, uma reunião tomou-lhe a manhã toda. Pela tarde, esbarrou com o próprio - bem bronzeado - na recepção. Sentiu repulsa e uma certa alegria por não ter tido recaída. Ele a segurou e ensaiou uma conversa, sem sucesso. Com educação, fugia de todas as outras tentativas de aproximação e conseguiu levar a situação por alguns meses, até o dia em que foi surpreendida com a notícia que ele "queria o carro de volta". A garota não poderia fazer muita coisa, já que o veículo estava no nome dele. Argumentou em vão e o que começou com um diálogo pacífico, evoluiu para troca de ofensas e um pedido de demissão por parte dela.
passou a enviar currículos para outras cidades, estados, países e planetas, segundo a caçula, que como sempre exagerava ao contar os fatos. Foi aceita em três emissoras e uma em particular, fez seus olhos brilharem.
- Mas é looonge - continuava dramática.
- Pensa positivo, . Você terá onde passar suas férias - tentava animá-la. - E a está vindo para cá.
Outra novidade é que estava de mudança para São Paulo. Como a casa das irmãs ficaria desocupada, ela e resolveram cortar gastos e alugá-la, dividindo assim os custos.

As semanas se passaram na velocidade da luz.
chegava com caixas e e saíam com malas.
- Acho que é a última - a mais nova disse, colocando uma extremamente pesada atrás do banco, com a ajuda do motorista do táxi.
- Então é isso... - a primogênita fez bico e um "momento emo" tomou conta das quatro.
Abraços, choradeira, promessas e cada dupla seguiu seu caminho.
- Vou sentir falta de São Paulo - suspirou.
A outra concordou com um apático aham e deixou as finas gotinhas da garoa baterem em seu rosto.

- Cuidado. Cuida... - colocou a mão no rosto.
- Ops! - havia derrubado uma pilha de cds.
- Tudo bem, vai. Me ajuda com isso.
- 'N Sync, Roberto Carlos, Foo Fighters... funk? Cruzes, que mistura ! - caçoava do gosto peculiar da amiga.
- Olha, olha! - levantava o "Wonderland" e mostrava a língua.
- Aoun - riu e comentou. - Recebi outra mensagem do Doug esses dias.
- E dizia...?
- O mais do mesmo: que eles estavam correndo, gravando e sentia saudades do Brasil.
- Hum. Do Brasil? - repetiu.
- É.
Ficaram em silêncio mas sentiu a necessidade de desabafar.
- Sabe, era óbvio que isso aconteceria. Eles estão lá e nós aqui, somos "normais" - fez aspas com as mãos - e eles são artistas...
Não terminou mas entendeu onde ela queria chegar.
- Como diria a : aproveitamos. Agora é vida nova - se levantou e disfarçou uma lágrima que teimou em cair.

- London, baby! - gritava e tentava pegar um floquinho de neve com a língua.
- Pára! - olhava para os lados e puxava a irmã. - Que vergonha!
- Olha cada casa bonitinha. Onde será a da Madonna? E da Amy Winehouse? - falava sem parar, andando feito barata no Sol.
- Onde te desliga? - a caçula começava a achar graça. - Você acha mesmo que tem algum artista morando nesse bairro? Quando muito um garçom de algum pub meia boca.
- PUB! - berrou. - Caramba, mana. Vamos em um pub. E na Starbucks, e na... - continuou tagarelando e levantou os braços, simulando pedir algo aos céus. Talvez que cortassem a língua da mais velha...
O bairro era agradável e a casa realmente uma graça. Nada muito chique, porém aconchegante.

- Tudo é lindo. E eu comi neve - contava empolgada para .
- O QUÊ? - do outro lado da linha, ela gargalhava.
- , tanta coisa boa e você come gelo que cai do céu? - piorava a situação, rindo, ouvindo na extensão.
- E mais tarde, vou fazer a cena clássica do anjinho, deitada no chão.
- Ah, que inveja! Fiz isso na areia, mas não é a mesma coisa - fez bico.
Continuaram jogando conversa fora, quando , que já havia papeado com as amigas, pediu.
- Dá para me ajudar aqui?
Percebendo a cara da mandona, se despediu e começou a desfazer suas malas.

As semanas se seguiram e aos poucos as irmãs se acostumavam com a nova fase e com o inverno rigoroso.
vivia de bicos enquanto não encontrava trabalho. Já o emprego de era incrível, apesar de puxado e alguns olhares tortos que recebera no primeiro dia. Seja onde for, tem sempre um cretino que não vai com a sua cara.
Mantinham contato frequente com as amigas no Brasil e planejavam passar as próximas férias juntas em Londres.

- PORRA DANNY, já falei para não ficar jogando meu celular para cima! - Tom se irritava com o amigo.
- Tá bom, estressadinho - parou mas logo que Fletcher entrou na cozinha, começou novamente.

- , acho que seu celular está vibrando... - lavava a louça enquanto sua irmã a ajudava secando os pratos.
Pegou seu aparelho e, como de costume, atendeu sem ver quem ligava.
- Alô? - ninguém respondeu. - Alô? Tem alguém aí? - falava impaciente. Odiava quando isso acontecia.

Danny brincava como uma criança feliz mas parou quando ouviu vozes que pareciam vir do celular. Colocou-o na orelha e escutou alguém dizendo alô milhares de vezes.
- Quem é? - perguntou confuso.
- Como assim quem é? Você me liga, eu fico aqui falando alô que nem besta e agora você pergunta quem é? - nessa hora a menina já havia perdido toda a paciência.
- Me desculpe, é que eu estava jogando o... - parou ao perceber que aquela voz lhe soava familiar. - Erm, você pode me dizer o seu nome, por favor?
- - respondeu achando aquilo um absurdo.
Ouviu o rapaz gargalhar do outro lado da linha.
- Olha eu não sei qual é a graça, só sei que você é um comple... - foi interrompida.
- Calma , é o Danny - a menina ficou em silêncio. - ? - ouviu o rapaz chamar.
- DANNY, eu te odeio - gritou rindo e ele gargalhou.
- Desculpa, é que eu estava jogando o celular do Tom para o alto e devo ter apertado para ligar seu número sem querer - tentava se explicar.
- Sem problemas - ia falar algo, mas ouviu Fletcher ao fundo.
- Agora além de jogar para cima, faz ligações também? Muito abuso - subia as escadas.
- Cala a boca dude, liguei para a sem querer - Danny mandava o dedo, quando Tom parou de subir.
- Você está falando com ela?
- Estou, se ela já não desligou... - pôs no ouvido novamente. - ?
- Estou aqui ainda, Jones - riu, tentando impedir a irmã de pegar o celular para escutar a conversa.
- Ah tá. Pára Tom. Tira a mão, dude! - Danny dizia fazendo a menina pensar, vamos dizer, coisas erradas... - , a bicha do Tom quer falar com você. Beijos - entregou o aparelho para o outro.
- ? - seu coração foi a mil ouvindo o rapaz.
- Hey, Tom. Tudo bem? - deu um sorriso enorme.
- Tudo e você? - ouviu a menina responder o mesmo e sorriu. - Erm, e aí? Quanto tempo, né? Como vão as coisas?
- Tudo ótimo, pelo fato de eu estar morando em Londres com a minha irmã - contou logo a novidade.
- Vocês o quê? - abriu um sorriso maior do que o da menina do outro lado da linha.
- Estamos-morando-em-Londres - falou pausadamente e riu.
- Isso é... ótimo!
- Aham. Uma pena que a e a ficaram no Brasil - comentou um pouco triste.
- Ah, que ruim - pensou em Dougie e Jones. - Mas que tal nos escontrarmos hoje à noite para vocês nos explicarem isso direito? - torceu para que a menina aceitasse.
- Hum, seria bem legal.
Combinaram os detalhes e desligaram. Tom contou a novidade aos meninos e , detalhadamente, para .

- Pub! Pub! Pub! - a mais velha dançava em cima da cama, de roupão. - E com o McFLY - fez joinha e abriu um sorriso engraçado.
- Que cena linda! - a caçula falou sarcástica.
Terminaram de se arrumar.
- Me sinto uma astronauta com tanto casaco - fez bico, entrando no carro.
- Hey, I'm looking up for my star girl... - batucou no painel.
- Isso foi alguma piadinha?
- Mas hein? Só cantei... - se ajeitou e colocou o cinto. - Só cantei uma música do meu cunhado... - a mais nova segurou o sorriso e tossiu.
- ?
- Eu?
- Coloca a cabeça para fora para ver se consigo acertá-la numa árvore? - sorriu irônica e deu partida.

A banda esperava as garotas sentada em uma mesa mais escondida. Bebiam e conversavam nada sem importância.
- Ali! - apontou.
O local estava lotado e a falta de luz não colaborava.
- Me dá sua mão senão vamos nos perder - estendeu sua palma para a primogênita, sem se virar para trás e seguiu até o canto onde eles estavam.
- Hey ! - Danny foi o primeiro a se levantar e abraçá-la.
- Ufa, conseguimos chegar - tirou um dos casacos e foi cumprimentar os demais. Quando chegou em Tom, foi questionada.
- E a ?
- Como assim, aqui... - virou para o lado e se assustou. - Mas... você... e-eu segurava... ai meu Deus! Era a sua mão? - arregalou os olhos.
- Sim! Achei que você estivesse me levando para dançar - o menino baixinho e gordinho, de aparelho, sorria abobado para .
Os garotos gargalharam da feição da brasileira.
- Olha me desculpe, mas te confundi com outra pessoa - se explicava.
- E afinal de contas, onde a foi parar? - Harry perguntou e chamou a atenção da menina, que derreteu. Estava tão nervosa que não havia notado como ele estava mais bonito, mais sexy, mais perfeito... mais apaixonante.
Guaguejou e soltou o óbvio.
- Não sei. Ela se perdeu no meio dessa gente toda! - disse com leve tom de desespero.
- Faz o seguinte... - Fletcher se levantou. - Sente aqui - puxou a cadeira - que eu vou procurá-la - piscou e saiu.

tentava se esquivar da multidão e chegou ao bar. Ali não era o lugar mais vazio, mas servia para ligar para sua irmã. Sentou em uma cadeira e pediu uma bebida, enquanto pegava seu celular. Escutou um oi e virou-se.
- Ah, oi - sorriu simpática, mas não deu muita bola.
- Você não é daqui, certo?
Suspirou e pensou cantada barata existe em todo lugar.
- Não - foi seca.
- Estou te incomodando?
Olhou para o rapaz e encontrou um par de olhos verdes brilhantes que a fitava. Era lindo e não parecia estar bêbado - pelo menos cheirava somente a perfume.
- Desculpa. Não está, não. É que me perdi com esse povo todo - fez um gesto exagerado e o garoto riu.
- William - se apresentou.
- . Sou brasileira.
- Uau! Tenho um amigo lá.
- Sério? E conhece alguma coisa do meu país?
- Como vocês chamam aquela dança? - tentou imitar, colocando as mãos no joelho e rebolando.
Ela gargalhou e questionou.
- Funk?
Ele afirmou.
- Oh céus, odeio! - ela riu.
- Ih, comecei mal. Agora é a hora que você inventa que vai ao banheiro e some, não é?
A auto-estima de estava celebrando. Ele era realmente muito bonito. Resolveu se dar uma chance.
- Não. Agora é a hora que a gente conversa sobre coisas em comum. Filmes?

Tom foi parado inúmeras vezes por fãs, mas conseguiu avistar seu objetivo. Não gostou muito da cena: e um desconhecido se divertindo, próximos. Bem próximos. Quis ter os poderes do clipe "Lies" e voar até o cidadão, soltando aqueles raios vermelhos bem no meio de suas pernas. Outra garota o abordou. Tirou uma foto e autografou um pedaço de papel. A amiga da menina também quis. Quando terminou, viu que deveria ter agido antes.

- Uau! - William exclamou e ficou sem graça.
Os dois haviam se beijado. Não era do feitio da garota ficar com alguém que mal a conhecia, mas não custava sair um pouco da linha.
- Eu... - ganhou um selinho. - Eu preciso ligar para minha irmã e encontrar meus amigos - ocultou a verdadeira identidade dos seus acompanhantes.
- Podemos nos ver novamente?
- Claro! Erm, me dá seu telefone - inventou uma desculpa para não dar o seu e anotou o número do britânico na agenda.
Deram mais um beijo e saiu. Sentia-se como um homem, daqueles que vivia xingando na companhia das amigas enquanto devorava brigadeiro, mas... a sensação era boa.
Discou para sua irmã, porém localizou a mesa antes de completar a ligação.
- Hey pessoal!
Judd, Jones e Poynter se levantaram e deram um caloroso abraço na mais velha. Tom chegava atrás, de cara fechada e somente acenou. Todos estranharam.
- Onde a senhorita estava? - perguntou.
- Me perdi - explicou e ocultou alguns detalhes. - E conheci um rapaz simpático.
- Aham! - Fletcher deixou escapar.
- Como? - ela não entendeu.
- Nada. Dudes, vou indo - pegou o casaco e acenou para a banda. - Bom revê-la, .
- Fiz algo errado? Não mereço um abraço ou um tchau? - se chateou.
- Merece. Tchau! - e saiu.
Um silêncio ficou no local e se entreolharam.
- O que deu nele? - Dougie pensou alto.
- Vou segui-lo, até por que viemos no carro dele - Jones se apressava. - Se ele for embora, ficaremos sem carona. Caso eu não volte, boas-vindas e um beijo - disse para as meninas e correu.

Saiu na rua e olhou para os lados. Enxergou Tom sentado dentro do veículo e foi até ele.
- Dude, abre aí - apontou para o vidro. - Que cena foi aquela?
Fletcher hesitou por um momento, mas chamou o amigo para entrar.
- Entende o que é ver uma garota que toma boa parte dos seus pensamentos beijando outro cara? Ele conseguiu o que eu sempre quis mas por timidez, medo ou sei lá o que bateu em mim, não tive coragem de fazer. Jones o escutava. Geralmente ele era pego por algum paparazzi nessa situação e a garota com que estava é que passava pelo que o amigo estava vivendo. Resolveu falar.
- Quer que eu ligue para os outros? Assim vamos para minha casa, enchemos a cara e ficamos pelados na jacuzzi.
- O Harry ainda não matou as saudades da . Seria injusto com ele - ameaçou um sorriso.
Dougie foi visto saindo pela porta e se aproximando.
- Que bichisse foi aquela, dude?
E novamente Tom explicou, dessa vez mais conformado.

ria da piada de Judd, quando o celular do garoto vibrou.
- É o Poynter - atendeu. - Fala minha gostosa! Aham - pediu licença e terminou a ligação afastado.
- Me conta tudo! - a caçula se empolgou. - Te conheço e você pegou o tal de William.
- Ai, que horror! Olha o jeito que você fala - recebeu um olhar de corta-o-sermão-e-confessa e acabou confirmando as suspeitas. - Tá booom. Beijei!
- Sabia! Sua garanhona - gargalhou e ganhou um tapa da mais velha.
- E você e o Harry? - sussurrou.
- Nada ainda - fez bico e sentiu o "assunto" encostar em sua cadeira.
- Os gays que integram a minha banda vão embora. Será que você pode me dar uma carona, ? Se não, terei que ir com eles... - fingiu chorar e as irmãs riram.
- Sem problemas, Judd. Mas... aconteceu algo?
Como sempre, o baterista inventou uma desculpa esfarrapada e elas fingiram acreditar para não estragar ainda mais a noite.
A conversa seguiu por mais algumas horas.

- Então é aqui que vocês moram? - tremia no banco de trás.
- Aham! Aquela é a do Tom, a cor-de-rosa é a do Doug, - brincou apontando depois para a casa certa - ali é a do Danny e... - esperou se aproximar - essa com jeitão de macho é a minha - falou orgulhoso.
Elas se entreolharam e riram.
Harry desceu e as duas fizeram o mesmo.
- Bom, obrigada pelo excelente final de noite - o abraçou. - E desculpa por qualquer coisa.
- Imagina, - sorriu ternamente. - Tudo vai ficar bem - piscou. - Vou te ensinar o caminho de volta, ok?
Ouviu com atenção.
- Entendido - fez sinal de continência. - Eu... preciso fazer uma ligação - inventou. - Estarei dentro do carro, mas... não se apressem - avisou e percebeu que deveria ter parado na primeira frase. O casal riu.
- Vem cá - Judd fez sinal com a mão e puxou . - Senti saudades.
A beijou delicadamente, mas de um jeito sexy que somente o baterista do McFLY sabia fazer.
olhou pelo retrovisor e sorriu, enquanto brincava com o joguinho do Sonic.
A intensidade do beijo aumentou e Harry a encostou no carro. A mais velha se assustou com o barulho e o balanço.
- Pelo amor de Deus, eles vão me dar um sobrinho. E farão isso na minha frente - se apoiou no volante e apertou a buzina, sem querer.
Os três levaram um susto.
- Desculpa, desculpa. Podem continuar o amas... o beijo... merda! - a menina gritava lá dentro.
- A gente já estava indo, mana - se despediu com um selinho e entrou.
deu partida, sentindo o rosto queimar.

Harry viu a movimentação na casa de Danny e foi até lá.
- It don't matter if you're black or white - Jones cantava segurando a cerveja como microfone, usando somente uma boxer e ligeramente bêbado.
- Deveríamos fazer cover dessa música na próxima turnê - Judd se fazia notar. Era uma piada, mas os rapazes levaram a sério.
- Como foi com a ? ... ... - Fletcher repetia o apelido da garota e achava graça. - Eu deveria ter escolhido a irmã certa ao invés daquela outra lá - dava mais um gole na mistura de bebidas preparada por Poynter.
- Tom... - Harry respirou fundo - só não meto a mão na sua cara, porque está bêbado - foi até a cozinha pegar uma cerveja, enquanto o o guitarrista resmungava.

- Era para ter virado naquela.
- O Judd me disse que era nessa.
- Droga! Estaciona antes que a gente se perca mais.
- Vou ligar para ele.

O telefone de Harry vibrava no bolso de sua calça jogada no chão.
- Vou me aposentar para ficar o dia inteiro nessa jacuzzi - Danny relaxava.

- Só chama!
- Será que ele está com outra? - arregalou os olhos.
- Ah, vá vá. A gente aqui no meio do nada e você pensando nisso? Óbvio que ele pega outras fãs e você sempre foi ciente disso, agora me dá uma idéia para nos tirar desse lugar!
- Tá bom, tá bom. Liga para o Danny.

- Dude, acho que é seu celular - Dougie comia salgadinhos e bebia uma cerveja. Era o único - milagrosamente - que não estava bêbado.
- Deixa tocar. Se for algo urgente, liga no número daqui de casa - fechou os olhos.

- A mesma coisa - se desesperou.
- E o Tom?
- Sem chances. Ele foi tão grosso que capaz de ensinar o caminho para a gente cair direto em um abismo!
- que exagero. O Fletcher é um fofo. Estava conversando normalmente e até perguntou sobre você quando cheguei. Aliás, - lembrou - ele foi te procurar. Quando te encontrou, você notou algo de diferente?
- Espera. Eu que fui até a mesa onde vocês estavam. Antes disso só... puts!
- Que foi?
- Antes de te achar, fiquei o tempo todo com o William...
- ... e o Tom viu! - a mais nova deduziu.
Ficaram em silêncio.
- Suponhamos que ele viu... e daí? - perguntou ingênua.
- Dããã - bateu na testa de . - Aquilo foi puro ataque de ciúme - riu. - Que cute!
- Ah, que mané cute - tentava esconder a alegria ao ouvir aquilo. - Vamos voltar para nossa situação. Ligaremos para o Dougie?
- Nossa última esperança...

- Vem logo, cara! - Danny chamava o baixista.
- Vou buscar mais uma cerveja e já te darei o prazer de me ver nu. - brincou.
Caminhava até a cozinha quando escutou seu celular. Leu "" no visor e atendeu.
- Oi, doidinha! - escutou um grito do outro lado.
- Dougie! Dougie! Dougie! Me ajuda!
- Calma, ! - sentou, com o coração acelerado. - O que houve?
tomou o aparelho da mão da outra e explicou.
- Poynter desculpa, mas a minha irmã é exagerada.
- Eu, né? - retrucou.
Shiu - a calou e continuou. - Nos perdemos no caminho de volta. Será que você poderia nos ajudar? - colocou-o no viva-voz.
O garoto foi até o quarto de Jones para maior privacidade. Deu as coordenadas para que voltasse até a rua onde deveriam ter virado.
agradecia a ajuda quando foi interrompida por uma voz agudinha cantando o refrão people marching to the drums.
- Hey, eu conheço essa música - ele brincou.
- É. E você conhece quem está ligando também - a caçula alfinetou.
- Hello!? - a mais velha imitou o sotaque britânico, atendendo.

- , sua doida! Estamos ligando no seu celular mas só dá ocupado.
- Eu e a nos perdemos, mas não contávamos com a astúcia de Dougie Poynter - o escutaram gargalhar.
- Essa risada foi dele?
- Sim, senhora.
- Aoun, meu Deus! - derretia-se. - Ok, vamos direto ao assunto. Chegamos!
- Onde? - não entendeu.
- Besta. Como onde? Aqui. No aeroporto. Você ficou de vir buscar a gente, esqueceu?
- Mas... que dia é hoje?
sentou em cima da mala e buscou paciência.
- Vou te situar. É feriado prolongado no Brasil e combinamos há meses de vir te visitar. Eu e a , que está paquerando um cara lindo logo ali, chegamos e está um frio danado. Dá para vir logo, não querendo abusar da sua boa vontade?
perguntava o que estava acontecendo. A mais velha tampou o aparelho e respondeu.
- Lembra que combinamos das meninas virem para cá?
- Aham. No aniversário de São Paulo.
- Vulgo hoje.
- Putaquepariu! - falou sem pensar.
- ? - berrava no celular.
- Desculpa. Estamos chegando. Beijos e tchau - desligou e bateu a mão no volante. - E agora? Como saio daqui e vou até o aeroporto? - perguntou para a irmã.
- Vocês ainda precisam de mim? - Dougie questionou sem entender nada e elas se entreolharam, maliciosas.

Poynter chegou com cara de "não acredito" e estacionou ao lado das duas perdidas.
- Me sigam, certo? - bufou.
- Ah, Poynterzinho. Não fica assim, poxa. Você está garantindo seu lugar no céu - brincou e ele riu.
- Assim espero. Não acredito que estou perdendo uma noitada pelado na jacuzzi do Danny - disse dando partida.
Elas se entreolharam.
- Não acredito que eu estou perdendo a noitada deles pelados na jacuzzi - se abanou.
- E eu achando que o paraíso era lá em cima... - a mais nova completou e seguiram o guia.

Os três desceram do carro e foram até a entrada do aeroporto.
- Bom meninas, tenho que ir porque falei para os caras que sairia mas voltaria rapidinho - ele se desculpou e ensinou como fariam o caminho para a casa.
- Ok, Poynter. Obrigada! - agradeceu e pegou na mão da irmã para que não se perdessem. Ouviram o rapaz gritar.
- Quem vocês vieram buscar? Fiquei meio confuso aquela hora e não prestei atenção.
Sorriram maliciosas.
- A e a - respondeu.
- E-elas, a-a está aqui? - gaguejou sentindo seu coração bater mais rápido.
- É feriado no Brasil, então elas decidiram nos visitar - explicava. - Mas vai lá Dougie, os meninos devem estar preocupados.
- NÃO!
Elas se assustaram com seu tom de voz.
- Quer dizer, acho que eu posso ficar mais um pouco... - sentiu suas bochechas ficarem vermelhas, tentando esconder a empolgação.
- Uhun, então vamos encontrá-las - as irmãs riram da situação e saíram à procura.

- minha filha, nós já estamos aqui. Cadê vocês? - ouvia a menina especificar o lugar quando trombou com alguém. Virou abrindo a boca para xingar. - Não olha por... ? - abraçou-a e a caçula fez o mesmo.
- ! - gritava abraçando a amiga e depois repetiu o gesto com .
Dougie fez um barulho com a boca e as duas o olharam. logo correu e o cumprimentou mas apenas parou na sua frente.
- Oi, - fitou-a.
Ela desviou o olhar que antes estava na boca do rapaz, para seus olhos.
- Oi, Dougie - sentiu o rosto arder. - Não mereço nem um abraço? - fez bico e riram.
- Claro! - passou as mãos pela cintura da garota, a fazendo tremer com seu toque. Deu um leve sorriso. afundou seu rosto no peito do baixista, sentindo seu perfume. Separaram-se e notaram três pares de olhos sobre eles. Sorriram sem graça.
- Vamos então, né? - cortou o clima.
Dougie as guiou até a casa das irmãs e as ajudou com as malas. Viu conversando com e e permeneceu seu olhar sobre ela.
Cada vez que a via, parecia que estava mais bonita, pensava consigo.
- Fecha a boca porque está babando demais, Poynter - escostou ao seu lado.
Desviou seu olhar para ela e riu sem graça.
- Hum, já vou então - passou a mão pelo cabelo. - Vão lá em casa amanhã à noite. Chamo os dudes, a gente pede pizza e faz alguma coisa.
- Ok, iremos sim. Obrigada! - falou se despedindo do rapaz. - Hey meninas, o nosso guia já está indo - riram.
e se despediram deixando por último. Abraçou o rapaz e novamente sentiu um tremor.
- Tchau, Pequena - sussurrou em seu ouvido.
- Tchau, Pequeno - se separaram e cada um tomou seu rumo.

- Queridas, chegueeei! - ria entrando na cozinha.
- Como foi no trabalho? - a caçula perguntou.
- Foi tudo normal - olhou para as meninas e percebeu como estavam lindas. - Ai meu Deus, quantas vezes vou ter que falar que não precisam se arrumar só para me esperar? - colocou as mãos na cintura.
- Boba! - brincou e riram.
- Ok mocinha, vá tomar um banho e se arrumar pois temos um "encontro" com o McFLY - piscou. Mais um vez sorriram.
- Tá tá, já estou indo - saiu levantando as mãos.

- Dudes, para o Danny não vem mais ninguém aqui, ok? - Harry falava pegando uma cerveja na geladeira. Dougie e Tom concordaram. Queriam fazer uma surpresa para ele que não sabia que estava em Londres.
Ouviram a campainha tocar. O baterista foi atender, os outros dois se deslocaram até a sala e logo Jones apareceu.
- Quem está aí? - perguntou mas viu os garotos balançarem a cabeça.
Harry abriu a porta cumprimentando as meninas e dando um selinho em . Ele as levou até a porta do cômodo, mas as impediu de entrar. Tossiu chamando a atenção dos demais.
- E com vocês, as meninas mais belas que já conhecemos - se curvou esticando a mão para que elas passassem.
Entraram morrendo de vergonha e foram recebidas com aplausos. viu que Tom batia palmas e um sorriso se formou em seu rosto.
- Tom e Danny, que saudades! - abraçou a covinha e depois o outro. abraçou Fletcher e olhou para Jones, que caminhou até ela e a abraçou.
- Senti saudades - sussurou em seu ouvido.
- Eu também - corou.
- Sentem-se aí meninas e fiquem a vontade - Poynter pediu e foi até a cozinha pegar algumas bebidas.
Harry puxou e sentaram-se em um sofá. Em outro, Danny sentou ao lado de . , e Tom sentaram-se no chão. Logo Dougie chegou e se acomodou ao lado de .
- O que vocês querem fazer? - Danny perguntou.
- Hum, a gente podia jogar alguma coisa - Fletcher sugeriu.
- Verdade ou Desafio, valendo tudo! - deu a idéia, colocando as mãos para cima.
Todos riram.
- Eu topo e vocês? - Dougie concordou e todos aceitaram.
Sentaram no chão formando uma roda, enquanto Harry pegava uma garrafa. Jones perguntou para o baterista.
- Verdade ou desafio, dude?
- Hum, desafio.
- Desafio você a beijar a .
- Fácil! - segurou o rosto da menina e lhe deu um beijo parecido com aqueles de cinema. Partiram e ele percebeu que a garota estava vermelha.
Virou o rosto para frente.
- Próximo!
Giraram a garrafa.
- Verdade ou desafio, ? - perguntou.
- Verdade.
- É verdade que você sempre teve um tombo pelo nosso querido Fletcher aqui?
A menina olhou para rindo com os outros e depois observou Tom, que com certeza estava mais vermelho do que ela mas esperava pela resposta.
- Erm, é... verdade - cobriu o rosto com as mãos enquanto os amigos faziam barulho. Fitou Fletcher, que olhava para baixo, mas pode notar que sorria de lado.
Dougie para .
- Verdade ou desafio?
- Desafio.
- Então eu te desafio a dar um selinho no Danny.
Dito e feito.
- Verdade - disse para Harry.
- Por quantos você já se apaixonou?
- Dois - respondeu olhando para ele, que consentiu.
- Epa, mas e o Luís, mana? - a caçula perguntou, afinal sabia do histórico amoroso da mais velha.
- Vamos dizer que ele não foi suficiente o bastante para me fazer esquecer o Tom - deu uma risada nervosa seguida de um silêncio.
- Cara, você é muito burro mesmo - Dougie deu um pedala em Fletcher, que olhava para o nada.
Seguiram com a brincadeira onde e haviam dado um beijo em Harry e Danny, em Dougie e um selinho em Fletcher, respondido algumas perguntas e beijado Harry.
- Verdade - Dougie falou para .
- Você ficou com alguma fã depois de mim? - Ok, isso era mais uma pergunta direta do que outra coisa, mas ela precisava saber.
- Não! - fitou seus olhos e a garota sorriu, sentindo-se aliviada.
Giraram a garrafa.
- Verdade ou desafio? - Dougie interrogou Tom.
- Desafio.
- Beija a , dude - ele olhou para Poynter assustado.
- Desculpa, mas não dá - abaixou a cabeça.
- Como assim não dá, Fletcher? - Dougie alterou a voz. Queria ajudar o amigo, mas ele não dava uma dentro.
- Erm gente, e-eu vou dar uma volta, tá? - saiu lutando contra as lágrimas.
- Cara, o que te deu? Você é uma anta ou o quê? - o baixista se alterava ainda mais e Tom apoiou o rosto em suas mãos.
- Calma, Doug - Danny pediu. - Mas Tom, o que deu em você?
Com rapidez o dono da covinha se levantou e saiu pela porta, deixando os amigos falando sozinhos. Parou na calçada e avistou chegando na esquina. Correu até ela e sorriu ao vê-la chutando a neve. Ok, Tom esse não é o momento para rir de coisas bonitinhas, pensou ele.
- ? - a menina parou.
- O que você quer, Fletcher? - virou-se revelando lágrimas que caiam.
- Por que você está chorando?
- Por que eu estou chorando? Vamos ver, praticamente me declaro para uma pessoa e logo em seguida ela se recusa a ficar comigo. É, acho que eu não tenho motivos para chorar... - abaixou a cabeça.
- Me desculpe.
- Está desculpado Tom, agora volta para a casa do Dougie - colocou as mãos dentro do bolso da blusa de frio.
- Você não está entendendo, né? - se aproximou.
- Entendendo o quê? - olhou e percebeu o quão perto ele estava.
- Que desde que eu te conheci, você não sai da minha cabeça, . E eu só não aceitei o desafio, porque não era daquele jeito que eu sonhava com o nosso primeiro beijo - passou as mãos pelo cabelo da garota, que tinha os olhos fechados.
- E-eu não sei o que dizer - confessou agora abrindo-os.
- Não precisa dizer nada - sussurrou antes de pegar em seu rosto e encostar delicadamente seus lábios nos dela. Ficaram um tempo apenas sentindo um ao outro. O rapaz pediu permissão para aprofundar o beijo e ela abriu mais a boca. Foi calmo, para que os dois aproveitassem aquele momento - o momento que desejaram por muito tempo.

- Vou ver o que está acontecendo - se levantou. - Se ele magoar minha irmã, o Fletcher estará com um pé na cova!
- Se o clima não fosse tão tenso, diria que ela fez um trocadilho infame - ficou de pé, acompanhada por , que engoliu uma risada e confessou.
- Queria tanto ver esses dois juntos...
Os meninos se entreolharam e também se levantaram.
- Vamos! - falaram em coro.
Abriram a porta da sala e foram surpreendios por uma rajada de vento.
- Caramba! Bem que eles poderiam brigar aqui dentro - novamente brincou e recebeu um cutucão de .
Seguiram até a rua. Olharam para os lados e Dougie apontou para a esquina. Deram dois passos e Harry estendeu os braços, impedindo que andassem mais.
- Espera aí. Eles estão muito grudados para estarem brigando - arqueou a sobrancelha.
- Eles... eles... eles! - comemorava sem terminar a frase.
- Sim! - gargalhava.

Os dois partiram o beijo e Fletcher abriu seu casaco, aninhando a garota ao seu peito coberto por um moletom fofinho.
- ... said you make my life worthwhile, it's all about you... - Tom cantou baixinho, movimentando lentamente de um lado para o outro, como uma dança em câmera lenta.
fechou os olhos. Queria dizer tanta coisa, mas não saberia por onde começar. O abraçou com mais força.

- Sabia que minha garota não me desapontaria - Dougie fingiu chorar de emoção, se referindo a Fletcher.
- Aoun, meu Deus! Que lindos - fingia NÃO chorar de emoção. - Malditos flocos de neve que caem nos meus olhos - fungou.
- É. Os pobres floquinhos possuem a mesma propriedade da cebola e nos fazem chorar - , a atacada, alfinetava a amiga. Ganhou um empurrão.
- Ah, cretina! - riu, jogando neve na chorona.
- Pára! - gritou , se escondendo atrás de Dougie.
- Eu te protej... - engoliu uma pequena bola de gelo, jogada por Danny, que gargalhava. - Você me paga, Jones!
Uma tacada acertou em . A neve escorria por suas costas e começou a berrar "tira, tira!". Todos tiveram crise de riso.

- Mas que diabos... - se separou de Tom e olhou para o lado.
Viu Dougie e Danny sentados no chão coberto pela nevasca, rindo sem fôlego. Harry estava encostado na árvore, com a mão na barriga. A irmã arremessava seus casacos e e , tentando conter o riso, a ajudavam a se livrar da bolinha que derretia em seu corpo.
O casal começou a rir. Deram um selinho demorado e foram ao encontro dos amigos, caminhando de mãos dadas.

- Olha quem chegooou - mostrou.
Todos fizeram bagunça.
- Abraço coletivo! - sugeriu. Ela realmente estava atacada.
Se abraçaram e foram batizados com uma chuva de bolas de neve.

- Tenho gelo até nos rins! - exagerou.
Ela e as outras garotas estavam no banheiro de Poynter, se limpando.
observava no espelho e comentou.
- Olha que sorriso mais lindo, minha gente - se levantou da beirada da banheira e a abraçou.
Riram.
- Ele é tão... tão... - não encontrava palavras.
- Fofo? - sugeriu com um olhar brilhante.
- Isso também - suspirou.
Um coro de "aown" ecoou pelo local.

- Um brinde ao nosso homenzinho! - Harry sugeriu em homenagem a Tom.
Ele e os amigos estavam na cozinha.
- Aposto que ele irá compor uma música sobre esse acontecimento - Danny brincou.
- Só se for chamar "Tartaruga's Love Song", porque nunca vi ninguém mais lerdo - Dougie balançou a cabeça.
Riram.
- Ela é tão... tão... - buscava um complemento.
- Hot? - Jones sugeriu com um olhar malicioso.
- Isso também - mordeu os lábios.
Um coro de "aeee" eccou pelo local.

As meninas desceram e encontraram os rapazes, agora na sala.
- Você tem o novo cd dele? - Danny pirava com a confissão de .
- Sim, senhor. Trabalho em uma emissora, esqueceu? - sorria. - Aliás, acho que está no carro, quer emprestado?
Jones faltou dar um mosh na garota.
- Me desculpe Tom, mas... , eu te amo! Casa comigo? - gargalhou o dono das sardinhas.
- Besta! - ela ficou vermelha. Mesmo sendo brincadeira, não é todo dia que se recebe uma proposta dessas. - Vou lá buscar.
Estava sentada entre as pernas de Fletcher. Levantou, deu um selinho no rapaz, pegou as chaves na bolsa da irmã e saiu. Os demais continuaram conversando.

cantarolava.
- Gonna be blood, sweat and tears, gonna be hard work and fears...
Vasculhava a caixa de papelão lotada de cds, papéis e brindes, no banco de trás.
- ... but I ain't gonna stop, no, never stop till I got you.
Estava com a metade do corpo dentro do carro.
- Você é afinadinha.
- Hein? - a garota se assustou e bateu a cabeça ao se levantar. - Ai!
- Oh, me desculpe.
Um par de olhos azuis a encarava preocupado.
mexia a boca mas não saia nenhum som.
- Prazer, meu nome...
- Eu sei seu nome. Sei mesmo - piscava tentando voltar para a realidade.
Ele gargalhou.
- Você é a...?
- . !
- Ok. - brincou. - Preciso de sua ajuda.
Afirmou freneticamente com a cabeça.
- Te vi saindo do "lar, doce lar" do Dougie e preciso muito falar com o Fletcher. Já o procurei no Danny, no Harry e na próprica casa, mas não encontrei ninguém - ergueu um caderno. - Tenho que entregar uma nova letra - piscou.
- Ele... - hesitou por um momento. Sentiu vontade de sair correndo com o caderno embaixo do braço. - Ele está aqui sim - somente sorriu.
- Minha fadinha da sorte - brincou.
Tom! Tom! ela repetiu mentalmente. Precisava se conter. Sorriu sem graça.
- Você tem um sorriso muito bonito.
Tom Fletcher! Tom Fletcher! - repetiu com mais força, ainda em pensamento.
- Aliás, você é muito bonita.
Thomas Michael Fletcher! Thomas Michael Fletcher! - imaginava um letreiro luminoso.
- Eu agradeço - a menina fez o comentário mais broxante do universo.
Ele sorriu e avisou.
- Vou fechar meu carro e já entro - piscou e se virou.
ficou imóvel alguns segundos. Lembrou-se do cd de Danny. Encontrou, trancou o automóvel e caminhou rapidamente.

Abriu a porta da sala bruscamente.
- O Bo-Bo... - estava eufórica.
- Que bobo? - a olhou com cara de interrogação.
- O Bourne! - a mais velha empolgou.
olhou para , que olhou para que fitou a primogênita, que mordeu os lábios ao notar que Fletcher a observava.
- O James Bourne está aí - fingiu desânimo. - E quer te entregar algo - continuou agindo como se fosse uma situação banal, jogando o cd para Jones. - Vou berber água - saiu depressa, antes que surtasse.
- Água! - as três levantaram e correram.
Os meninos se olharam e antes que pudessem comentar, James entrou.

- Aaah! - deu um gritinho. - Ele te elogiou?
- Aham, aham. E sem segundas intenções. Eu é que tinha terceiras, quartas... - brincou.
- Sua tarada! - a caçula a chacoalhava.
- Sério. Ele é tão lindo, educado, cheiroso e apalpável - não era muito boa com descrições.
- Apalpável? - caiu na gargalhada.
- O veja de costas e depois concorde comigo - piscou e mordeu os lábios.

- E finalizamos com essa frase - James mostrava. - Que tal?
- Perfeito, dude. Só acho que nesse trecho, - Dougie pegou a caneta - poderíamos colocar... - continuou falando mas Bourne foi transportado para outro lugar, mais precisamente em um universo paralelo chamado " andando e sorrindo".
- Uau! - deixou escapar.
- Gostou? - Poynter questionou.
- Linda!
- Sabia que essa frase ficaria ótima - Dougie se orgulhou, achando que o elogio era para sua criação.
Harry, Danny e Tom notaram que o linda foi dirigido a alguma das garotas e trataram de fazer as devidas apresentações.
- , minha... ahn... minha... - Jones foi o primeiro e se engasgou. - Bem, essa é a - a abraçou.
Não era preciso um rótulo para James perceber o que a menina representava para o guitarrista.
- Essa é a... - Judd foi interrompido.
- . A groupie ofical do baterista do McFLY - brincou e riram.
- A eu já conheço - sorriu ternamente e Tom não gostou muito, mas relevou. - E você...? - hipnotizou.
- . - estendeu a mão. Cumprimento mais formal impossível, mas era incrível como nenhuma delas sabia agir normalmente perto dele.
- Senta aí e bebe com a gente, dude - Poynter pediu.
- Erm. Eu preciso ir embora - cortou o barato. - Se alguém quiser carona, a hora é agora.
As meninas ficaram desapontadas, mas resolveram seguir a trabalhadora da turma.

Na rua.
- Te ligo - Harry colocou suas mãos no pescoço de , movendo-as para os ombros, fazendo uma leve massagem.
- Aham - sentia uma sensação tão gostosa naqueles movimentos, que não saberia responder mais nada.
A beijou e sem demora, suas línguas se encontraram.
- Há crianças no local! - tampou os olhos de Dougie e todos gargalharam.
Partiram o beijo e ela entrou no carro.

- Me empresta? Só falta ele - pegou o baixista pelas mãos. - Tchau, Pequeno - o abraçou apertado e foi em direção ao veículo.
- Só isso? - ele arqueou a sobrancelha.
Ela parou e o encarou.
- Fico sem te ver esse tempo todo - se aproximava - e você só me abraça enquanto a bicha do Harry faz esse show todo? - riu.
Pegou as mãos da menina e as posicionou em seu ombro. Com suas duas, percorreu as costas de até chegar à cintura. Percebeu que ela sentiu um arrepio e sorriu triunfante. Passou a ponta de sua língua nos lábios dela e a beijou.
- Agora eu é que não posso ver! - cochichou com James e ele riu, desapontado.
- Eles...? - perguntou.
- Eles não sabem o que são mas se pegam. Eu desisti de entender - ela comentou e Bourne apenas abaixou a cabeça.

Dentro da casa, na sala.
- Achou?
- Sim. Meu pobre celular caído no chão - fez bico.
- Enquanto eles se comem lá fora, preciso fazer uma coisa com você... - Danny era tão bom quanto na hora de falar sem pensar.
Ela deu um passo para trás, um pouco assustada e sentiu a parede.
- Tipo? - resolveu perguntar.
- Me despedir decentemente - apoiou uma das mãos onde a garota se encostava e com a outra, acariciou seu rosto.
- Você é linda!
sorriu sem graça e mordeu os lábios.
- E me deixa louco - não aguentou e partiu para o beijo.

Na rua, novamente.
Harry e James conversavam com , que continuava esperando dentro do carro, impaciente.
Tom se aproximou de e a puxou.
- Quero te mostrar uma coisa...

e Dougie paravam o beijo.
- Estou sem fôlego, dude - deixou seu corpo cair sobre o dela, que riu.
- Vou entrar, tá? - apontou para o automóvel e deu um selinho no garoto. Acenou para os outros dois e sentou no banco de trás.

- Mi casa, su casa - Fletcher achou que estava abafando no português.
riu.
- É... - estava de boca aberta e mais uma vez estava sem saber qual adjetivo usar. Era a idade chegando.
Tom a abraçou por trás.
- Quando você tiver mais tempo, te mostro cada pedacinho.
Ok, para completar frases estava péssima, mas para pensar obscenidades era ótima!
Distraiu a poluição mental com um porta-retratos.
- Foi na Disney - ele respondeu quando ela apontou. - Minha irmã Carrie e eu.
o olhou, ficando frente a frente. Sempre fofo, com um sorriso tímido e a covinha aparente.
- Obrigada - o encarou com ternura.
O garoto se aproximou e encostou sua boca na bochecha da menina. Avançou mais um pouco e colou seus lábios na "trave". Sorriu e finalmente a beijou.

- Ela estava com tanta pressa e agora sumiu! - parecia indignada.
- Buzina! - adorava um barraco.
E foi o que a caçula fez. Com certo gosto, pois Harry e Bourne tamparam os ouvidos.

- Estão chamando a gente - afastou Danny, que passou a mão nos cabelos cacheados e suados.
- Vamos.
Deram um selinho e fecharam a porta atrás de si.

e Tom se beijavam deitados no sofá quando escutaram o aviso sonoro.
- É melhor irmos - ela disse.
- Aham - ele confirmou.
Não foram.
Tom estava sem camisa. Era a primeira vez que a garota via a tatuagem de estrela tão perto. Seus hormônios surtaram.
As roupas de frio de estavam no chão. A blusinha que usava por baixo delas poderia ter tido o mesmo fim, mas...
Vestiram com rapidez ao ouvir três vezes seguidas alguém fazer da buzina de seu carro uma massa de pão a ser sovada.

Chegaram ofegantes da corrida. Só da corrida?
- Estava ouvindo uma música...
- Nos fones. Nós dois... - Tom tentava completar.
deu um selinho e entrou no veículo. Deu partida e saiu, evitando qualquer pergunta.
Seguiram um tempo em silêncio.
- Engraçado - riu sarcasticamente. - Não sabia que o Fletcher precisava virar a blusa ao contrário para escutar música...
- Mais um comentário e quem ficará do avesso é você - ameaçou rindo e pegaram a avenida, rumo à casa.

A sexta-feira passava sem grandes acontecimentos.
trabalhou o dia inteiro enquanto a caçula procurava um emprego e as outras saíam para conhecer a cidade.
Os meninos gravavam as últimas canções.
- Sabe guys, a gente podia incluir uma faixa bônus - Tom afinava sua guitarra.
- Mas teríamos que escrever uma música, depois arranjar uma melodia e isso dá trabalho, Fletcher - Danny argumentava.
- Erm, na verdade eu já tenho uma pronta.
- Inteira? - Dougie perguntou e o rapaz confirmou. - Então toca aí, dude.
Pegou seu instrumento e começou.
- Do ya, do ya, do ya love me? Do ya need a little time? Do ya, do ya, do ya want me? To hold you when you cry.
No começo os meninos riram achando a letra meio estranha, mas depois acabaram gostando.
- So tell me do ya, do ya, do ya love me? Cause I wanna know. - finalizou e os garotos aplaudiram.
- Muito boa, cara - Harry bateu nas costas do amigo.
- Por que você não nos contou dessa música antes? - Jones interrogou.
- Por que a fiz logo depois que voltamos do Brasil e ficou esquecida dentro da minha gaveta. Lembrei um dia desses - respondeu colocando sua guitarra no colo.
- Alguma musa inspiradora? - Judd fez uma cara maliciosa.
- A , no tempo em que eu não sabia se ela gostava de mim - corou e os outros riram. - Mas iremos ou não colocar essa faixa no cd?
- Por mim tudo bem, dude - Poynter disse e os outros concordaram.
- Você já mostrou a letra para ela? - o baterista perguntou.
- Ainda não. Pensei em mostrar amanhã, mas acho que vou finalizá-la antes - deu de ombros.
- Vão sair, é?
- Não exatamente. Farei um jantar lá em casa, alugarei alguns filmes...
- Anda roubando idéias, Fletcher?
- Ainda bem que moramos em casas diferentes, dude - sorriu aliviado.
- Acho que chamarei a para ir em algum pub - Jones se levantou e foi pegar uma bebida. - E você, Doug? Não vai sair com a ? - questionou.
- Aham. Estava aqui pensando onde poderia levá-la.
- Por que não experimenta ir até um parque de diversões? - o dono das sardinhas sugeriu bebendo um gole de sua cerveja.
- Uau, Danny Jones tendo uma ótima idéia? Vai ficar para a história! - o baixista riu e o guitarrista mandou o dedo.
- Ok bando de bissexuais, vamos terminar aqui - Harry ordenou, pegando suas baquetas.
- Isso inclui você, certo? - Dougie alfinetou, rindo.
- Claro que sim, amor - saiu correndo até Poynter, que tentou se proteger atrás de Tom.

- Como estou? - perguntou dando uma voltinha. Usava um vestido rosa, cruzado e aberto nas costas.
- Maravilhosa. E nós, como estamos? - e as três giraram também.
A caçula estava com um vestido verde balonê de alcinha, vestia um roxo tomara que caia com uma faixa na região da cintura e usava um prata estampado com flores e tirinhas, que na opinião de , era o charme do vestido.
- Lindíssimas - a menina falou entusiasmada.
- Agora vamos parar de falsidade. Está um baita frio para desfilarmos de vestidos por aí. E o dedão do seu pé ficou roxo, mana - a primogênita apontava.
- Sorte que ficarei dentro da casa do Judd - colocava um casaco e estendia outro para a irmã.
- Ainda bem que o pub é movimentado. Calor humano, yeah! - também vestia algo para proteger do frio.
- Eu tenho o Poynter. Ele me esquenta - caçoou.
Riram maliciosas.
- Vamos, ? - a mais velha não queria se atrasar. - Bom parque, bom pub- gritou.
- Obrigada e bom jantar para vocês - retribuiram, sentando no sofá.
Não esperaram muito e escutaram os dois conversando na rua. Desviaram a atenção do assunto quando elas chegaram.
- Wow, estão lindas - Jones puxou para um beijo.
- Está mais do que linda, está perfeita - Dougie deu um selinho em .
- Você também não está nada mal, Poynter - riu.
- Vamos porque esses dois não vão sair daqui tão cedo - o baixista comentou, dando uma risada maliciosa.

Fletcher abriu a porta e se perdeu na imagem que viu. estava maravilhosa, pensava ele.
- Tom? - a menina o acordou do transe.
- Oi. Entra! - cedeu espaço para que ela passasse. - Está linda! - a segurou pela cintura.
- Obrigada - disse e se inclinou para beijar o rapaz.
- Preparei um jantar para a gente - pegou na mão da garota e a guiou até a cozinha.
Parou na porta e pôs a mão na boca, adimirando a mesa. Ele realmente havia caprichado.
- Gostou? - perguntou, puxando a cadeira.
- Amei - confessou, sentando-se.
Tom se acomodou ao lado dela.
- Quero te mostrar uma coisa depois - comentou servindo-a.
- O quê?
- Surpresa - riu e fez bico.
Passaram o jantar inteiro falando sobre o novo cd do McFLY e da vinda dela e da irmã para Londres.

A música era alta e estava lotado. Normal em um pub.
puxou o guitarrista para a pista.
Danny percebeu o quanto adorava o jeito dela. Aliás, se via nela. Normalmente as garotas que levava nesse tipo de lugar, ficavam sentadas e enchendo a cara, mas era igual a ele: adorava dançar e se divertir e isso fez com que gostasse ainda mais da menina.
- E aí, está curtindo? - perguntou em seu ouvido, pois o barulho não permitia que falasse normalmente.
- Nunca me diverti tanto! - sorriu.
Dançava junto a ele de um jeito bem provocante, nada escandaloso, mas que o deixava louco. Jones envolveu seus braços na cintura de e a puxou para um beijo demorado. Partiram e ela voltou a dançar.
- Vou pegar uma bebida. Quer algo? - a abraçou.
- Vou com você. Preciso me sentar - riram e seguiram para o bar.
Com muito custo, passaram pelas pessoas e conseguiram um lugar para se acomodarem. Danny pediu as bebidas.

- Você que fez a comida? - questionou dando um último gole no vinho.
- Aham. Gostou?
- Estava maravilhosa, obrigada - deu um selinho em Tom.
- Vem! - pegou um lençol e puxou a garota para o quintal de sua casa. Esticou-o na grama e se deitou nele. se posicionou ao lado.
Ficaram olhando as estrelas por algum tempo. Fletcher entrelaçou seus dedos com os da garota.
- Escolhe uma - pediu.
- Hã? Para quê? - se amaldiçoou por sempre falar sem pensar.
- Apenas escolhe - a fitou.
olhou para o céu e escolheu a estrela mais brilhante.
- Aquela ali - apontou.
- Ok. E eu escolho aquela lá - indicou uma ao redor. - A estrela que você escolheu é minha e se chama , e a que eu escolhi é sua e se chama Tom - disse jogando seu corpo em cima dela, que sorriu. - Eu sei que isso é cafona, mas ser romântico, é ser cafona.
- Eu adorei. Agora sempre que olhar para o céu, lembrarei de você - passou as mãos no cabelo dele.
- E eu de você - a beijou.
Ficaram um tempo em um beijo calmo, mas logo decidiram aprofundar fazendo com que os dois se soltassem minutos depois... ofegantes.

- Ah , semana que vem tenho um jogo de futebol com uns amigos meus, sei lá, você não gostaria de ir comigo? - Jones perguntou sorrindo, mas logo a alegria foi desfeita, vendo-a olhar para baixo.
- Volto para o Brasil amanhã, Danny - agora o olhava.
- Mas já? Vocês não podem ficar mais um pouco?
notou a expressão triste no rosto dele.
- Eu tenho que voltar ao trabalho e a também.
- Mas... mas... - pegou em sua mão falando a primeira coisa que passou pela cabeça - Promete que vai me ligar? - deu um meio sorriso.
- Prometo - riu e o puxou para dançar.

- Harry, NÃO! - ria.
- Vamos , tem aquecedor - tentava convencer a menina a entrar na piscina.
- Não Judd, eu não trouxe biquíni e não vou nadar de roupa e também nós acabamos de comer - ria tentando achar uma desculpa.
- Se não nadar por bem, vai nadar por mal - agarrou-a.
A caçula conseguiu se soltar e o baterista correu atrás dela. Pareciam duas crianças. Harry por fim a derrubou na piscina e mergulhou em seguida.
- Eu te odeio, Harry Judd! - reclamava enquanto subia a escadinha, mas ele a puxou de volta.
- E eu te adoro! - colou seu corpo com o da menina na parede da piscina e a beijou com vontade. Partiram o beijo e ele a olhou.
- Ainda quer sair? - encostou sua testa na de .
- Não, mas eu ainda te odeio - riram e tornaram a se beijar.

- Oun, eu adoro aqueles cavalinhos que ficam girando - falava animada.
- Erm, carrossel? - riu ao ver a menina assentir e bater palminhas.
- Vamos na roda gigante, Pequeno! - o pegou pela mão e o puxou até o brinquedo.
Ela se divertia ao andar neles e ele se realizava ao vê-la alegre. O moço parou o brinquedo e ambos se sentaram.
- A vista é linda daqui de cima, mas acho que não foi uma boa idéia - fechou os olhos.
- Porquê? - Dougie passou o braço pelos ombros da garota.
- Estou começando a ficar tonta. Esqueci que tenho um pequeno problema com altura.
- Tenta ocupar a sua cabeça com outra coisa - aconselhava fazendo cafuné nela.
- Com o quê? - encostou sua cabeça no peito do garoto.
- Hum, com um beijo, talvez.
O olhou e encontrou um sorriso malicioso.
Ele pousou as mãos no rosto da garota e passou os dedos em seus lábios.
- Boa idéia - sorriu aproximando seu rosto ao dele dando vários selinhos no canto de sua boca e por fim o beijou.

- Enxuga com essa toalha enquanto eu pego uma roupa para você - Harry se secou no quarto e pegou uma blusa e uma bermuda. - Pode se trocar ali no banheiro.
A menina agradeceu.
Judd colocou um filme e começou a assistir enquanto a esperava.
- O que estamos assistindo? - ela perguntou sentando ao seu lado. Ele a fitou.
- Hum não sei, mas você fica melhor com essas roupas do que eu - levantou a sombrancelha e riu.
- Bobo - disse corando.
- Vem cá - a puxou para deitar no sofá com ele. Ficaram um de frente para o outro. O baterista acariciou as costas de , fazendo-a tremer.
Sorriram e começaram um longo beijo.

- Pára tudo. Eu quero algodão doce - disse com os olhos brilhando e Dougie riu.
- Já disse que esse seu jeitinho de criança me encanta? - comentou abraçando-a.
- Não.
- Pois bem, esse seu jeitinho de criança me encanta. Você me encanta - ela sorriu e deu um selinho nele.
Dougie comprou o algodão doce e sentaram-se em um banquinho.
- Está livre essa semana? - roubou um pedaço do doce da mão da menina, que fez bico.
- Na verdade, tenho que arrumar as minhas malas. Domingo retorno ao Brasil. - falou baixo.
- Hum, e quando vocês voltam para cá? - perguntou olhando para seu tênis.
- Não sei, quem sabe no próximo feriado que tiver lá?
- E isso vai demorar? - questionou furtando outro pedaço do doce.
- Um pouco.
- Então temos que aproveitar hoje, né? - olhou para ela.
- Outra ótima idéia - riram e começaram a se beijar.
N/A Nos capítulos anteriores, citamos "One For the Radio" e "Falling In Love". Nesse, "Do Ya" faz parte de um novo cd. Ok, sabemos que todas são de Radio:Active, mas pedimos encarecidamente que relevem o fato, senão teríamos que compor uma nova canção para nosso amigo Tom. ;) E no inverno de Londres não dá para usar vestido. Não tentem fazer isso em casa.

Capítulo 11

Início de noite de sexta-feira, meados de maio.
- Estou começando a ficar preocupada... - jogou alguns envelopes em cima do balcão.
- Com...? - perguntou, partindo um pedaço de torta de limão.
- Contas - respondeu seca e suspirou.
A caçula a olhou.
- Ok, pela sua cara o negócio é sério. O que houve?
A primogênita mordeu os lábios e pegou um pouco do doce.
- Você sabe como sou neurótica com essa história de dinheiro - viu a mais nova confirmar com a cabeça - e percebi que nossas fontes estão se esgotando - olhou para o prato. - Torramos nossas economias e você não tem emprego fixo
- Mas e o seu trabalho? E o aluguel que as meninas nos pagam?
- Isso é suficiente para garantir nossa "sobrevivência", - fez aspas com os dedos - mas precisamos ter um bom saldo na poupança caso algum imprevisto apareça pelo caminho.
Ficaram em silêncio.
- Resumindo...? - quis saber.
- Temos duas opções. Ou paramos de gastar... - fez uma pausa - e isso inclui cortar as saídas com o Tom e o Har...
- Nem pensar - se adiantou sem dar chances para maiores explicações. - Qual a segunda solução?
- Vender nossa casa no Brasil.

Amanheceu.
escutou um "bzz bzz" e sentiu uma vibração vir do criado.
- Não estou - resmungou colocando o travesseiro na cabeça.
O som continuou. Bateu a mão no celular, que caiu atrás do móvel. Xingou, mas o sono falou mais alto e adormeceu novamente. cambaleou até o quarto da mais velha.
- Que barulho foi esse? - bocejou.
- Hum. Meu coiso caiu - falou enrolada.
A caçula foi se espreguiçando até o criado e resgatou o aparelho junto com algumas teias de aranha.
- O covinha te ligou...
- Dá! Dá! - se ajoelhou na cama, com os cabelos arrepiados e a cara amassada. Sentiu-se tonta por levantar muito rápido. - Dá!
- Você parece um poodle eletrocutado - riu e balançou a cabeça, se jogando no emaranhado de edredons.

- Elas vão? - Dougie comia uma bolacha.
- A não atendeu e a bateria acabou - Tom olhava para o celular apagado.
- Quer ligar do meu? - Danny ofereceu.
- Deixa. Ela deve estar dormindo...
Seguiram para o carro.

- Está tudo embaçado - piscava várias vezes até enxergar o nome do garoto no visor. Apertou "chamar".
- É o amooor, que mexe com minha cabeça e me deixa assiiim... - brincava com as pontas dos cabelos e ganhou um empurrão.
- Ele não atende. Será que ficou bravo?
- Com certeza.
- Sério?
- Claro! E aposto que está se vingando.
- Você acha?
- Sim. Ele deve estar pegando o Jones!
rolou os olhos e mandou o dedo do meio, enquanto a irmã ria.
- Mana, vem cá - pediu para sentar ao seu lado. - Tom está apaixonado por você. Acredite nisso - sorriu ternamente.
A mais velha ficou em silêncio e a outra continuou.
- Lembra de quando xingávamos as namoradas deles? - ambas riram.
- Sim, nos fóruns e no Orkut. Algumas garotas as defendiam, dizendo para a gente se enxergar porque não tínhamos chances... - a primogênita recordou.
- Exato. E olha onde estamos agora! - piscou. - O fato de chamar a... qual o nome daquela ex do Danny, a loira muito sorridente?
- Olivia.
- Isso! Era pecado, feio ou o escambal chamá-la de Olivia 132 Dentes, mas era terapêutico também. Porra, ela estava ao lado de alguém que teoricamente achávamos que seria um bom namorado para nós! - gargalhou. - Sonhos são bacanas. Ruim é quando uma pessoa joga um balde de água fria em cima dos nossos.
- Uma vez tive uma conversa assim com a e joguei o tal "balde" na cabeça dela.
- Sua má - a abraçou, rindo. - Se dê uma chance e aproveite - a beijou na testa. - Agora, falando em ...
- Ainda não liguei para ela - respirou fundo.

Tocaram a campainha e James antendeu.
- Ei, dudes!
Depois de alguns tapas, simulações de beijo na boca e cumprimentos bizarros, entraram e o anfitrião foi buscar cerveja.

- Liga logo e acaba com essa agonia - levantava da cama.
- Ok, mamãe - localizou o número. - Mas e se ela começar a chorar?
- Ela não vai fazer isso. Larga de arrumar desculpas para não contar - falou levemente irritada.
A mais velha sentiu o celular vibrar e leu "". Olhou para a caçula, assustada.
- É a ! - deu um gritinho. - Será que ela ouviu?
- Ai meu Deus, você só pode estar tendo um caso com o Danny... ATENDE!
- Tá bom, tá bom - mordeu o lábio. - A-alô?
- , , você não vai acreditar - saltitava do outro lado da linha.
- Que houve? - fazia cara de interrogação.
- Você vai ficar meio brava comigo e eu entendo, afinal combinamos que o aluguel duraria um ano, mas eu e a teremos que te entregar a casa - deu um gritinho.
Tampou o bocal e sussurrou para a irmã.
- Ela ouviu. Falei, falei - fez cara de vitoriosa e negou com a cabeça.
- ?
- Desculpa, . Sem problemas. Não te matarei por isso. Aliás, você não sabe o alívio que me deu - riu sem graça.
- Como assim?
- Erm. Nada não. Besteira.
ficou sem entender mas a euforia era maior.
- Você não vai perguntar o motivo?
- É verdade - gargalhou. O que aconteceu?
- Adivinha? - falou animada.

Os garotos estavam na sala.
- Muito gata, dude. Pena que o namorado dela achava o mesmo - James arrancou gargalhadas.
Ficaram em silêncio.
- Ok. Somos um bando de losers - Danny riu.
- Mas vocês não estavam com aquelas garotas? - Bourne ficou confuso.
- Eu e o Tom estamos saindo com as irmãs - Harry confessou.
- Para falar a verdade, estou me sentindo meio bicha. Várias fãs lindas berrando meu nome e eu não fico tão empolgado assim - Poynter bebeu um gole.
- ? - Jones questionou.
- Aham.
- Eu cheguei a pegar algumas, mas nada além do momento - o dono das sardinhas equilibrava a garrafa na palma da mão.
Novamente calaram-se.
- O Tom até escreveu uma canção para a amada - Judd o entregou, apertando as próprias bochechas.
Gargalharam.
- Mas a é legal. Acho que vocês combinam - James apoiou. - Vai fundo, dude!
- Legal e hot - Jones completou e recebeu um olhar ameaçador de Fletcher. - Aliás, todas elas são. Com todo respeito! - sorriu malicioso.
- Sejamos francos, elas são... - Dougie fez um gesto de fartura com as mãos.
- Preciso urgentemente ir para o Brasil - James elevou o copo para brindarem.

- O QUÊ? Repete!
- É isso mesmo! - berrou ao fundo.
se sentou na beirada da cama e questionou o que estava havendo.
- Te ligo no final de semana para contar melhor e acertar alguns detalhes - avisou.
Despediram-se.
- Elas... - a mais velha olhava para o nada. - Elas virão para a Inglaterra.
- Mo-morar?
Consentiu.
As duas se fitaram e deram um berro, pulando em cima da cama.

Os meninos foram para os fundos da imensa casa de James. Lembravam sobre as festas ocorridas no local.
Tom estava encostado em um pilar, com uma das mãos no bolso.
- Hey, Danny - viu o amigo olhar - vou pegar seu celular. - avisou ao invés de pedir, indo até a sala.

- Estou sentindo vibrações - comentou.
- Eu também. Vibrações positivas - a mais nova levantou os braços e continuou feito um canguru.
- Não, besta. Vibrações do meu celular - a mais velha olhou o aparelho se remexendo. - É o Danny! - arqueou as sobrancelhas.
- Ah, lá. Sabia que tinham um caso - a caçula brincou.
- Shiiu. Alô?

- ?
- Ué. Tom? - ficou confusa.
Ele sorriu e explicou.
- Realmente, eu estava dormindo - comentou sem graça, coçando a cabeça.
- Você está com a tarde livre?
consultou sua agenda mental: ler a última Vogue; andar de pantufa pela casa; ganhar calorias com chocolate , esparramada no sofá, vendo algum filme água-com-açúcar e ir até a calçada colocar o lixo para fora - o que ela considerava uma caminhada para perder o que ganhou com o doce.
- Tenho algumas coisas, mas posso fazer amanhã - fingiu ser uma mulher muito ocupada.
- Passo aí em alguns minutos e combinamos onde ir.
- Ok - respondeu.
Despediram-se.
- Sai da frente! - a mais velha gritou e saiu em disparada para o banheiro. - Cacete!
- Que foi? - perguntou.
- Bati meu dedinho do pé na porta - deu um tapa na peça de madeira. - Ai! Agora o da mão também dói.
- , te juro que não sei como você é uma profissional tão competente. Você só pode ser bipolar... - rumou até a cozinha para preparar um lanche.

Quarenta e seis minutos depois, Fletcher chegou.
abriu a porta verde - que sempre achou brega - junto com um sorriso.
- A Cinderela já vai descer - brincou e foi abraçada pelo guitarrista. - Quer alguma coisa para beber?
- Obrigado, - negou, sentando no sofá. Passou as mãos pelas pernas.
Um passo pesado foi ouvido na escada. O garoto se virou e deu de cara com , sorrindo envergonhada.
- E-eu... eu tropecei - ela torceu a boca.
- Desastre maior que minha irmã, só um elefante dentro de uma loja com objetos de vidro - caçoou, acenando para Tom e passando pela mais velha, dando um beijo em sua bochecha e sussurrando. - Divirta-se. Te amo! - sorriu e foi para o quarto.
A menina continuou descendo e Fletcher se levantou.
- Me desculpa, mas eu não sabia o que vestir. Acabei colocan...
- Você está linda - a observava com olhos brilhantes. - Você é linda! - acentuou a covinha.
tinha os cabelos soltos e vestia uma calça jeans, uma blusa preta combinando com o all star da mesma cor e uma blusa fina de frio, com zíper, meio aberta, o que possibilitava ver o pingente de pimentinha que usava. Aliás, o acessório combinava muito bem com a cor que ficara após o elogio.
- O-onde iremos? - ela questionou.
- Antes... - Tom a puxou delicadamente, dando um selinho demorado.
Ficaram um tempo de olhos fechados, com os rostos colados. Não precisavam enxergar para saber que sorriam de forma abobada.
- Pensei em te fazer uma surpresa. Espero que não tenha ido ainda.
Ficou intrigada, mas o seguiu até o carro.

Pelo caminho, contou a novidade sobre e .
- Pelo que entendi, a fez um intercâmbio há alguns anos. Cursou não sei o quê - riu ao notar como era ótima com explicações - e arrumou o emprego em São Paulo. Agora a equipe está passando por um processo de reciclagem e chutaram o pessoal para cá - brincou.
- A trabalha com ela? - parou no sinal e a encarou.
- E-e-ela - sentiu um choque na barriga - não - olhou para as mãos, tentando se concentrar na resposta. - Ela virá de penetra igual minha irmã. Na verdade a trabalha por conta própria e tentará arrumar um emprego aqui. Se conseguir, muda de vez.
Terminava a frase quando Tom virou a esquina e estacionou.
- Chegamos - tirou o cinto e se virou para a garota.
Ingenuamente se curvou para o lado de Tom, tentando olhar para fora do carro e enxergar o tal lugar. Ficaram muito próximos. Ele estudava o rosto da menina e sorria involuntariamente.
Fletcher passou o dedo nos lábios de , que fechou os olhos. Sentiu sua boca ser tocada pela dele. Beijaram-se.

O celular tocou. assistia qualquer bobeira na televisão, ainda de pijama.
- Oi, Harry - abriu um sorriso gigante.
- Tem um rapaz muito sexy e gostoso, em frente a sua casa, de camisa xadrez, falando no celular.
- Uau! O Danny está aqui? - gargalhou.
- Sua sem graça - brincou. - Deixa eu entrar?
- Você está falando sério? - arqueou a sobrancelha e saiu em disparada. - Meu Deus! - o avistou pela janela.
Destrancou a porta e o encarou.
- Adoro esse ursinho - apontou para o Pooh estampado no tecido da roupa de dormir.
- Que coisa mais gay - ela riu.
- Verdade. Preciso virar macho novamente - a pegou pela cintura, fechando a porta com os pés e colando seus lábios nos dela.

Partiram o beijo e viu um rapaz passar com um copo de café.
- Você me trouxe na Starbucks? - gritou.
Tom colocou a mão no ouvido e riu.
- Heeein? - brincou.
- Ai, desculpa - deu um selinho.
- Você já tinha vindo? - viu a garota negar. - Que bom. Eu lembrei que em uma de nossas saídas no Brasil, você comentou que gostaria de vir até uma - corou.
- Aoun, meu Deus - o abraçou. - Te am... - parou e tossiu. - Te adoro, Tom - o beijou tentando afastar qualquer situação constrangedora.

Judd beijava o pescoço de .
- Calma, calma - ela riu. - Preciso respirar.
O olhou. Aquele par de olhos azuis, o cabelo arrepiado, suado, os primeiros botões da camisa abertos... chegou a lembrar do tal "tapete do amor", mas desviou seus pensamentos para coisas mais sórdidas. Como ele era sexy!
- Já respirei - o puxou e iniciou um beijo mais caloroso.

Caminhavam lado a lado, a passos lentos. Se divertiam com coisas banais.
- Te juro! Pelo bolinho que acabei de comer - riu. - Você foi meu favorito desde o começo.
Tom fez cara de dúvida, brincando.
- Não. Não acredito - gargalhou.
- Droga, vou ter que provar? - foi beijá-lo mais uma pomba desgovernada a assustou. - Filha da pu... - tampou a boca.
Fletcher precisou se encostar em uma mureta para se recompor do susto e da crise de riso. Óbvio, o escândalo chamou atenção.

- É o guitarrista do McFLY! - uma garota cutucou um rapaz.
- Sou mais eu - o enciumado comentou.
- Ah, não enche. Me dá um papel e uma caneta.
A fã se aproximou educadamente, contendo a histeria.
- Erm. Tom? - ele a olhou. - Você poderia me dar um autógrafo e tirar uma foto?
- Claro - foi atencioso.
- Will me ajuda com a máquina - chamou o acompanhante, que terminava de pagar um sorvete.
olhou para trás e tremeu.
- William? - falou para si, mas a moça escutou.
- Conhece meu irmão?
- Hã? Não! Mais ou menos. Sim. Droga!
Fletcher demorou algum tempo para reconhecê-lo. Quando o fez, emburrou.
- ? - William se espantou. - Uau! Que coincidência.
Muita, ela pensou e apenas sorriu amarelo.
- Meu amigo disse que no Brasil vocês se cumprimentam com dois beijos, não é? - o rapaz se aproximava.
- Bom, depende da região. Na minha é aperto de mão - estendeu, mantendo uma certa distância. Pela primeira vez pensou com rapidez em algo que não a metesse em confusão.
- Você sumiu. Não me ligou...
olhou ao redor e avistou a pomba. Torceu para que ela voasse na cabeça do britânico e com a confusão, ela pudesse fugir com Tom daquela cena, mas o máximo que o bicho fez foi um barulho estranho e bicou algumas migalhas no chão.
Fui abduzida, minha religião não permite, fiquei sem crédito... desculpas esfarrapadas passaram por sua cabeça.
- Me perdoe. O trabalho consumiu muito do meu tempo. Eu... eu não sei - se entregou.
- Tudo bem. Eu imagino como deve ser puxado - sorriu.
Que saco. Ele é tão gentil... mais uma frase borbulhou em sua mente.
- Também gosta de McFLY? - perguntou. - Ela respira esses caras - riu, apontando para a irmã, que alfinetou.
- Britney Spears te lembra alguma coisa?
- Foi uma fase, ok? - a empurrou. - Mas então, você também pedia um autógrafo? - se mostrou interessado.
- Na verdade... - respirou tentando buscar uma saída.
- Na verdade, ela é minha namorada - Tom a abraçou.
- É - ela confirmou e depois percebeu o que havia escutado. - Hein? - o olhou.
- Falta a foto - Fletcher pegou a câmera delicadamente da mão da fã e fez pose. - Ficou boa - sorriu. - Temos que ir. Foi um prazer - acenou e pegou na mão de .
Caminharam apressados para o carro.
- Nossa, que feia. Sou muito melhor que ela - a irmã de William comentou com dor de cotovelo.
O rapaz estava estático, apenas observando o casal dobrar a esquina.

Fletcher desabilitou o alarme e abriu a porta do veículo, sem falar nada.
- Tom - o chamou, parada logo atrás. - Espera.
Ele se virou, sério.
- Quer que eu chame minha irmã para vir me buscar?
- Entra - não disse mais nada e ligou o carro.
Ela o olhou, balançou a cabeça e saiu andando.
- ? - ele gritou, desligando e saindo do automóvel. - !
- Chega! - andava apressada, enxugando o rosto molhado pelas lágrimas.
- O que? Espera - a parou, puxando seu braço.
- Me solta!
- Não! Pára! - a abraçou, aninhando-a em seu peito. Sentiu um ponto de sua camiseta de Star Wars ficar molhado. chorava copiosamente.
- Quando tudo parece bem, acontece algo para atrapalhar. Eu sabia. A veio com um papo que você estava apaixonado, para eu me dar uma chance. Chance o caralho - o afastou. - Isso tudo é uma loucura. E quando aparece um cara, você trata de marcar território inventando que somos namorados.
Na verdade, toda essa frase significava apenas uma pergunta: Por que diabos você disse que eu era sua namorada?
Tom a olhava, sem reação. finalmente se calou, tomando fôlego. Chorar ao mesmo tempo que fazia um discurso sem nexo era cansativo.
- Eu sei que você me viu beijá-lo no pub, mas eu e você não tínhamos nada. Não temos nada.
Novamente: Por que diabos você disse que eu era sua namorada?
Ficaram calados. Ela fungava e alguns clientes da Starbucks os olhavam.
O garoto pegou seu IPod no bolso e estendeu para ela.
- Escuta.
- Como? Olha eu...
- ESCUTA - falou sério.
apertou o play e ouviu a bateria e a guitarra. Uma frase grudou de imediato em sua cabeça: do ya, do ya, do ya.
Reconheceu a voz de Danny, seguida pelo falsete de Tom.
- Nova mús...
Ele a interrompeu.
- Presta atenção na letra - colocou a mão nos bolsos da calça jeans preta e mordeu o lábio inferior.
Dois minutos e poucos, quase três se passaram e ela retirou os fones.
- Diferente e linda - entregou o aparelho, sem encarar o garoto.
- Como você - falou baixo. - E feita para você.
- Hã? - falou alto e atraiu olhares. - Não entendi - mentira. Havia entendido, só queria escutar novamente.
- Escrevi pensando em você.
tremeu. Sentiu sua pressão cair e a vista ficar escura, mas respirou fundo.
- E fiquei com ciúmes - ele confessou.
- Por isso você falou que eu era sua... - levantou o indicador, sem direção.
- Não. Me referi à cara emburrada. Foi por ciúme - se corrigiu. - Sobre a namorada...
- Tom, olha...
- Quer?
paralisou.
- Quer? - repetiu. - Quer ser minha namorada?

e Harry haviam partido o beijo e se aconchegado no sofá.
Assistiam o programa, se beijavam, se amassavam, assistiam mais um pouco... vida boa!
- Quer beber alguma coisa? - a garota perguntou.
- Não, não - ele sorriu e deu um selinho nela.
- Comer?
- Não.
- Ver outro programa?
- Não - ele gargalhou.
- Como você é chato!
- Também não!
- Namorar comigo? - ela brincou.
- Quero!
- Se dissesse não, te arrebentaria - deu um selinho, sorrindo e mudando de canal. Não percebeu que ele estava sério.
- Eu quero!
- Hã? Eu estava brincando - parece que uma baixou na caçula. - Quer dizer.... Harry! Não sei o que eu quero dizer - ela se enrolou e ambos riram.
- Diga apenas que o pedido era real - sussurrou, dando uma mordida na boca de . Foi correspondido com um beijo carinhoso.
Ela interrompeu.
- A gente está namorando? - arqueou a sobrancelha.
- Sim - ele falou calmamente e voltou a beijá-la.

- ? !
- Ela está bem? Não é melhor chamar um médico? - uma mulher se mostrava preocupada.
estava nos braços de Tom, parecendo uma gelatina. Ele conseguiu segurá-la antes que caísse no chão.
- Foi só um desmaio - Fletcher tentava se acalmar. - Vou colocá-la no carro.
- Eu te ajudo - um passante se prontificou.
Levaram-a até o automóvel. Tom abriu as janelas para que o ar batesse no rosto da garota.
Andou poucos metros e a viu se mexer. Estacionou.
- ? - tirou seu cinto e aproximou-se dela.
Piscou algumas vezes e sentiu-se tonta.
- Você desmaiou.
- Ai, que vergonha - cobriu o rosto com as mãos.
- Calma - riu e beijou-lhe a testa. - Vou te levar para a casa.
Ela apenas assentiu.

Estacionaram e Tom reconheceu o carro à frente.
- O Harry está aí.
- Infelizmente vou atrapalhar a festinha. Preciso me deitar - disse descendo do automóvel.
Fletcher a ajudou a subir os degraus.

- A voz da minha irmã. Ela chegou - empurrou Harry e tentou desamassar seu pijama. - Sua blusa! - apontou para todos os botões abertos.
Judd abotoava em baixo e a caçula em cima. Tentaram dar um jeito no cabelo do rapaz mas gel e suor não eram bons companheiros.
- Tá bom, tá bom - ela disse e ambos sentaram no sofá, como se nada tivesse acontecido.
e Tom entraram.
- Hey, mana. Ouch, aconteceu alguma coisa?
- Pressão baixa - a mais velha respondeu e acenou para Harry.
- Eu te ajudo na escada - baterista se posicionou.
Os três subiram lado a lado e foi atrás.
- Quer alguma coisa?
- Não, . Só deitar mesmo. Você me conhece, só quinze minutos de cama são suficientes para tirar minha tontura.
- Você sempre será tonta, - a caçula a beijou na testa, rindo. Ganhou o dedo do meio.
- Qualquer coisa você nos chama, ok? - avisou Tom e junto com Judd, saíram do quarto.
o olhou.
- Se quiser ir embora, não vou te pren...
- Shiiiu. Shiiiu - Tom fez biquinho. - Ficarei aqui até os tais quinze minutos passarem - se levantou e foi fechar as cortinas.
- Tom?
- Oi - estava de costas.
- Eu quero.
Ele se virou.
- Eu quero ser sua namorada - sorriu.

- A pressão da só cai quando ela fica emocionada demais. Aí tem coisa... - se mostrava intrigada.
- Será que ela descobriu meu caso com o Tom? - dobrou uma mão e a outra colocou na testa.
- Mas é um besta mesmo - o beijou.
- Quer fazer alguma coisa à noite? - ele perguntou, a puxando para seu colo.
- Fora agarrar muito meu namorado? - o abraçou e se soltou. O olhou e riu.
- Que foi?
- Meu namorado - gargalhou.
Judd arqueou a sobrancelha.
- Você é meu namorado - ria mais ainda.
- Ok, onde está o telefone do psiquiatra? - caçoou.
- Bobo. É que... é surreal - o fitou, agora séria.
- Você é demais - mordeu o lábio inferior. - Só um pouco doida, mas compensa - levou um tapa e se beijaram novamente.

estava deitada no peito de Tom, que fazia cafuné na garota adormecida.
apareceu na porta e gesticulou. Fletcher fez sinal de positivo com as mãos. Harry surgiu logo atrás, dando tchau.
O casal desceu e se despediram, combinando de se encontrarem mais tarde.
A caçula subiu novamente e avisou o guitarrista que iria tomar banho.
Tom observava sua namorada. O vai e vem suave de sua respiração e a mecha de cabelos caída em seu rosto. Sentiu o coração acelerar. Lembrou do dia em que a conheceu. A sensação de voltar para buscá-la quando havia sido barrada pelo segurança; de enxergá-la ao longe, sozinha; da vontade de protegê-la e de como se divertiu com as trapalhadas dela... Nunca senti isso antes, pensou. E gostou da idéia.

Os quinze minutos duraram o dobro.
Ela acordou se sentindo bem disposta. Conversaram, trocaram alguns beijos e Tom foi para casa.

fechou a porta e saiu correndo até a cozinha.
escutou os passos e jogou o pano de prato longe. Toparam-se no meio do caminho.
- Estou namorando! - falaram juntas.
- Aaaah! - gritaram ao mesmo tempo.
- Jura? - questionaram em uníssono.
- Que lindo! - derreteram sincronizadamente.
Abraçaram-se.
- Respira, respira - a mais velha brincou. - Então o Judd é meu cunhado? - riu alto.
- Sim - os olhos brilharam. - E o covinha é o meu? - tampou a boca, abafando uma gargalhada.
- Isso merece noitada com brigadeiro - a primogênita levantou os braços e abriu o armário atrás dos ingredientes.
- Ai - bateu na testa. - Vou sair com o Harry daqui a pouco - torceu a boca.
- Retificando: isso merece madrugada com brigadeiro.
De fato foi o que aconteceu. voltou e ficaram até quatro e cinquenta e três - de acordo com o rádio-relógio - acordadas, caindo duras um minuto depois, nos sofás da sala.

Capítulo 12

As pernas estavam inquietas e extravasava a ansiedade na caneta - tic, tic, tic. Olhava o relógio e não prestava atenção em nenhuma das piadas mas sorria por educação. Fitou o pulso e pensou só mais alguns minutos. Sentia-se sufocada na pequena sala com móveis pretos, acompanhada por mais três advogados. Um trio de homens charmosos usando terno. adoraria a situação, porém não hoje. O rapaz mais alto discursou e a garota entendeu apenas boa viagem. Apertos de mão, elevador e finalmente se libertou, deixando o vento gelado de São Paulo bater em seu rosto. Agora sim sorria com prazer. Colocou seus fones e cantou junto com Green Day. Parou na banca, comprou duas revistas, alguns chicletes e pegou um táxi.

- Cheguei! - gritou jogando a bolsa em cima de uma caixa.
- Eu não aguento mais mudanças - passou a mão pela testa suada.
- Não esquece que dentro de oito meses você fará outra, retornando para o Brasil - gargalhou e a outra mostrou a língua.
- Falar nisso, quando seus pais virão buscar seus móveis?
- Hoje à noite. Minha mãe ficou feliz por ganhar um sofá novo - foi até a cozinha.
- Traz suco!
- Folgada! - gritou de dentro do cômodo.
- Pior sou eu que tive que vender alguns dos meus.
- Pelo menos foi por um preço bom. Aquela escrivaninha não valia nem uma bolacha água e sal - continuava falando alto e riu ao ser xingada.
Encheu dois copos e pegou um pacote de batata-frita.
- Toma - estendeu para a amiga que estava sentada no chão.
- Você viu isso? - mostrou a página vinte e sete. - Que homem!
- Jesus. O Robert Pattinson é muito hot.
- Sua poser! Há uma semana você nem sabia o que era "Twilight" e agora está toda apaixonadinha - riu.
- E você? Emprestei meu livro e outro dia entrei no seu quarto e notei o quanto empoeirado o pobrezinho estava.
- Eu me rendo! Não saí da página dezesseis. Falta tempo, ok?
- Ou excesso de sono. É você pegar um livro que... - notou que a menina franzia a testa. - O que houve?
Colocou a revista de lado e torceu a boca. Sentiu que algumas lágrimas iriam cair e respirou fundo.
pegou a publicação e leu para si Danny Jones de namorada nova.
- Bo-boato. Imagina o Danny com essa atriz estranha? Nada a ver... sei lá. Não sei - percebeu que falou algo totalmente sem sentido.
- Talvez se você não tivesse pedido para guardarem segredo, ele estaria ciente que você iria morar em Londres e...
- Queria fazer uma surpresa mas quem acabou fazendo foi ele. Isso aconteceria algum dia. Fato! - deu de ombros e rasgou a página, usando-a para enrolar um anjo de biscuit, lutando contra a angústia que sentia.
A tarde foi silenciosa, exceto pelo barulho dos zípers das malas e da fita adesiva lacrando pequenas caixas.

- ... hit me baby one more time! - gargalhava mais do que cantava. Ela sabia que como cantora daria uma ótima costureira.
Tom batia palmas, sentado no balcão da cozinha.
- Mais açúcar? - a garota ofereceu um copo com suco.
Experimentou.
- Não, não. Perfeito - passava a língua nos lábios.
O namoro ia muito bem, obrigada. Por enquanto, as agendas não atrapalhavam os encontros e se viam quase todos os dias à noite. Ficavam em casa - hoje por exemplo, estavam na do guitarrista - aproveitando a companhia um do outro.
- Mais maionese!
- Mais? - ela arregalou os olhos.
Fletcher deu um impulso e se levantou. A abraçou por trás, pegando a colher de sua mão. sentiu uma onda percorrer a espinha quando Tom encostou o queixo em seu ombro e sussurrou.
- Sim - a beijou no pescoço. - Mais.
- Filho da mãe - as pernas amoleceram.
- Adoro fazer isso - disse malicioso e passou os lábios na nuca da garota.
Ela se virou e o encontrou sorrindo. Uma mecha de cabelos loiros caia sobre o olho castanho. Não aguentou e o beijou com vontade.

Harry buscava fôlego.
- Não ri, tá? Isso é muito complicado.
O baterista estava caído no chão, gargalhando da namorada desengonçada.
- Desisto desse tal cri-sei lá.
- Cricket!
- Que seja - largou o taco na grama e entrou.
Judd saiu logo atrás.
- Mas você nem jogou - levantou a sobrancelha. - Só fingiu que rebatia, o que foi bastante engraçado - a imitou.
- É assim, né? - fez bico e ganhou um beijo calmo.
Partiram.
- Adoro quando você fica bravinha - tocou com o indicador na ponta do nariz de .
- E eu adoro você - deu um selinho e sorriu sapeca.
Trocaram mais alguns carinhos e Harry a levou para casa. A caçula acordaria cedo para ajudar as amigas com a mudança.

Dentro do avião, abria um pacote de amendoins.
- Quer? - ofereceu para a que somente negou, olhando pela janela o dia nascer.
Seguiram algumas horas em silêncio.
- Por que não saímos em nenhuma revista como "as novas namoradas do McFLY"?
- Hein? - a outra assustou.
- Nos encontramos várias vezes com eles e nenhuma mísera foto.
- Que eu saiba conseguiram abafar o caso da sua queda e mesmo se tivesse virado notícia, você seria tachada de desastrada e não como namorada - fez piada mas notou que a menina não riu. - Sério, eles vivem saindo e nem sempre são fotografados. Sei lá, tivemos sorte de não ter nenhum paparazzi nos seguindo.
- Ou azar.
- Qual seria a vantagem de ter tudo isso estampado em uma revista se a realidade seria outra? - estava levemente irritada com a situação. - Desculpa, mas...
- Você tem razão - cortou o assunto e tentou absorver o que havia escutado.

- Caixa postal. Eu mato minha irmã! - a mais nova dirigia até o aeroporto de Heathrow.

resmungou com a luz batendo em seu rosto. Apesar do Sol, uma brisa gelada movimentava a cortina. Sentiu a mão do namorado em sua barriga, segurando-a com força. Estavam deitados de conchinha, no tapete felpudo da sala e um lençol os cobria. Demorou alguns segundos até que acordasse por completo e percebesse o que havia acontecido na noite anterior. Sorriu abobada e se aninhou ao corpo quentinho de Tom, voltando a dormir.

- Minha última esperança - discava para a casa de Fletcher.

O telefone tocou.
- Não vai atender? - falou sonolenta.
- Hum?
Riu da disposição do rapaz. Virou-se e beijou seu queixo. Ele gemeu.
- O telefone... - a menina repetiu, recebendo um beijo no colo.
Antes que cedesse à vontade, se lembrou do compromisso e bateu a mão na testa, cortando o clima.
- Meu Deus, meu Deus! - levantou-se e saiu à caça de suas roupas.
- O que houve? - Fletcher se assustou.
- A , a , o aeroporto, a mudança, minha irmã. Cacete! - atropelou todas as palavras.
Colocou a blusa e enquanto vestia a calça, atendeu o aparelho que insistia com o toque agudo.
- Alô?
- Você tem cinco minutos para chegar ao aeroporto. Pegue sua vassoura e venha. Caso contrário, te parto em cinco.
A primogênita riu.
- Qual a graça?
- Sua violência é hilária - ajeitava os cabelos. - Te vejo daqui a pouco, na entrada - desligou sem se despedir.
Tom vestiu sua bermuda e ofereceu carona. aceitou e partiram.

As duas irmãs se encontraram no local combinado e Fletcher voltou para casa.
- Você está muito feliz - notou enquanto seguiam para o saguão. - Oh, céus! - abriu a boca e a tampou com as mãos. - Você e o Tom, o Tom e você...
- Shiiiu, sua louca! - riu. - E não é da sua conta.
- Não acredito! - a chacoalhava. - Me conta, me conta!
Por sorte, uma multidão distraiu a caçula e mudaram de assunto.
Cumprimentaram as amigas com euforia e a caminho do carro, contavam as novidades.
- Ai, desembucha logo criatura! - cutucava .
- Bom, eu e minha mana aqui - passou o braço pelos ombros da mais nova - estamos namorando!
e a outra colocaram a mão na boca. Fez-se um longo silêncio.
- Harry e Tom? - perguntaram juntas.
- Lógico! Quem mais poderia ser? - levaram um pedala.
- Uau, agora sou importante! - levantou os braços.
- Como? - questionou confusa.
- Minhas amigas namoram os McGuys, oras! - tentava se explicar.
- Ok. Nós nos relacionamos e você que é importante? - arregalou os olhos, fingindo surpresa. - Realmente, ...
A menina mostrou a língua e entraram no veículo rumo aos novos lares.
deixou suas coisas na casa que dividiria com um colega de trabalho - sem segundas intenções, pois de acordo com a garota, George Michael era mais macho que ele - e as acompanhou até a moradia de , para ajudá-la com a organização.

- Não sei como agradecê-las por terem encontrado essa casa - colocava as malas no chão.
- Nada como passear com os cachorros dos vizinhos. Literalmente! - riu. - Fico sabendo de tudo. Sorte ter vagado essa perto da nossa - comemorou.
- Sempre sonhei em morar numa casinha dessas. É tão fofa! - comentou com um sorriso estampado no rosto. - Mas agora contem como foram os pedidos.
As irmãs detalhavam e as duas faziam caras e bocas.
- Aaah, não! Vão curtir seus namorados. Podem deixar que eu e a arrumamos tudo - praticamente ordenou.
- Então vou ver se o Dougie e o Danny podem ajudá-las - sugeriu maliciosamente e assentiram.
- Erm , você sabe alguma coisa sobre o novo namoro do Jones? - perguntou olhando para o All Star.
- Hum, ultimamente não tenho o visto muito mas ouvi algo a respeito e acho que é apenas boato. Pelo menos o Tom não comentou nada - a primogênita fitou a amiga, que deu um sorriso fraco.
Pegou o celular e discou para o baixista.
- É, elas se mudaram para Londres. Não falamos porque queríamos fazer surpresa. Doug pára de histeria e vem para cá logo, ok?. Já entendi, nunca mais faremos isso. Tchau - desligou o aparelho e olhou para . - Ele me deu a maior bronca, porque queria ter preparado uma surpresa para você.
Riram mas a menina sentiu seu coração bater mais rápido. Ficaram um tempo conversando antes que eles chegassem e as irmãs fossem embora.

e Dougie desembrulhavam alguns objetos na sala, enquanto os outros dois faziam o mesmo em um dos quartos.
- Linkin Park, Green Day, Boys Like Girls, Paramore... - Poynter falava enquanto passava os cds para a garota. - É, você tem bom gosto para música -bateu na testa. - Lógico, você gosta de McFLY.
Ambos riram.
- Iludido - fez uma careta. - E aí, o que andou fazendo?
- Hum, tenho ajudado os dudes com algumas músicas, bebendo, comendo e dormindo. Você sabe né, só o suficiente para me manter vivo - sorriu e levou um tapa de leve no braço.
O menino desembrulhou uma caixinha e depois a abriu. Às vezes sua curiosidade falava mais alto.
- Você coleciona conchinhas, é? - levantou a sombrancelha.
olhou para as mãos do rapaz e tremeu.
- Na verdade não. Só tenho essas mesmo - respondeu amassando o jornal que protegia um porta-retrato.
- Algum motivo especial para guardá-las? - a olhou.
- Hum, procurar conchas com Dougie Poynter é especial - encontrou seus olhos e deu um sorriso de lado. Sentiu suas bochechas pegarem fogo.
- Eu também guardei as minhas - revelou e olhou surpresa.
- Sério?
- Sim - sorriu - mas bem que você e ele já fizeram coisas mais especiais.
Ela não entendeu por que o garoto falava de si na terceira pessoa, mas gostou da brincadeira.
- Como por exemplo?
- Bom, vocês se beijaram na roda-gigante...
Lembrou-se do dia em que quase passou mal, se não fosse pela distração mais gostosa que existia, e confessou.
- Sou mesmo uma garota de sorte - sentiu um novo tremor ao vê-lo se aproximar.
Dougie passou os dedos pela bochecha da menina fazendo-a sorrir, e depois a puxou para mais perto.
- Ele é que é um garoto de muita sorte - beijou delicadamente a pontinha de seu nariz e depois sua boca, profundamente. Inclinou-se fazendo com que deitasse no sofá e ficasse por cima dela. Partiu o beijo e a olhou.
- Senti saudades. Mais do que devia - sorriu e voltou a beijá-la.

Danny decidiu quebrar o silêncio constrangedor que havia se instalado desde a hora que havia chegado.
- Que surpresa boa vocês se mudarem para cá! - falou animado.
- Verdade - ela, ao contrário, foi seca.
- Está gostando de vir morar em Londres? - continuou empolgado.
- Aham.
Jones estranhou a atitude.
- E cadê a garota falante que eu conheci?
- Ficou no Brasil - retribuiu de forma grosseira.
- Ok. o que está acontecendo? - perguntou olhando-a.
- Nada.
- Claro que está. Você não está se comportando como a pessoa feliz e educada que eu conheço, e sim como uma grossa e estúpida.
- Desculpa, Danny - parecia lutar contra o choro.
- O que está havendo? É alguma coisa com as meninas ou... erm... comigo?
- Não é nada com ninguém - falou desembrulhando alguns objetos. - Quer dizer, na verdade é comigo.
- Algo em que eu possa ajudar? - acariciou as bochechas de .
- Não - deixou escapar algumas lágrimas. - Acho que me iludi pensando que uma coisa impossível poderia acontecer... - levantou-se e correu até o banheiro. Trancou a porta, escorregou pela parede e começou a chorar.
Danny hesitou e chamou por .
A amiga deduziu a hipótese que levou a outra a se isolar e achou melhor que os dois se retirassem, inventando uma desculpa envolvendo TPM com fuso horário. Nada pior do que Harry criaria.
- Passo aqui mais tarde para te ver - Poynter avisou e entrou no carro.

- pára com isso! - Dougie pedia.
- Você me traiu e isso não tem perdão. Agora volta pra casa e me deixa em paz - os dois discutiam.
- Por favor, me dê uma segunda chance - pediu segurando o braço da garota.
- Me larga, Poynter! - se soltou e correu.
Atravessou a rua sem ver o carro que avançava em alta velocidade em sua direção. O rapaz correu até ela, mas era tarde demais.
- Não me deixe, ! Por favor, acorda! - a segurava em seus braços. - Eu... te amo.
Algumas horas depois.
- Ainda não acredito nisso - chorava abraçada a Dougie.
- , eu a amava tanto e nem tive tempo de dizer isso a ela - soluçava.
- Ela também te amava muito, Doug.
- Dorme aqui essa noite, ? Por favor, não me deixe sozinho.
- Claro, claro!
Cada um se acomodou em um sofá e demoraram para pegar no sono. O baixista se revirava fazendo-a acordar.
- Dougie? - ela o balançava.
- ? - ele finalmente acordou.
apenas o abraçou e pode sentir sua blusa molhada pelo choro do menino.
- Então é com ela que você me traia, né Poynter? - olharam em direção a voz e viram segurando um rolo de macarrão.
-? Não, ela só est... - foi enterrompido.
- Não tente me enganar de novo, seu cretino! - apontou o utensílio em direção a garota. - Agora eu e você teremos uma conversinha. Saiu correndo atrás de , que segundos depois estava caída no chão, com o rolo todo ensanguentado.
- Não! - Poynter berrou.
- Não! - sentou-se na cama agitado. Olhou ao seu redor e não percebeu nada de errado. Colocou as mãos no rosto suado. - Um pesadelo. Apenas um pesadelo - suspirou aliviado.

Os meninos passaram a tarde ensaiando e agora guardavam os instrumentos.
- Dude, posso falar com você?
Danny assentiu.
- Que foi?
- Erm, nem sei como começar... - foi interrompido.
- Não me diga que você está pensando em sair da banda? Dougie pensa bem cara, nós estam...
- Não é nada disso sua besta - deu um pedala no amigo. - Você acha que algum dia eu vou ser louco de largar tudo isso?
- Mas o que é então?
Poynter o puxou até um sofá e contou sobre o sonho, ou melhor, o pesadelo que tivera na noite passada.
- Dude, espera aí - o dono das sardinhas começou a rir. - Você está me dizendo que a corria atrás da com um rolo de macarrão? - agora gargalhava.
- Sim, mas presta atenção. Não é nesse ponto que eu quero chegar... - passou a mão no cabelo. - Quando a morreu, foi como se o mundo tivesse acabado. Sabe, eu a curto muito, mas... - parou de falar por um segundo.
- Mas? - Jones olhava para o amigo.
- Acho que não é só curtir. Eu gosto dela, eu...
Jones completou.
- A ama? - perguntou e Dougie balançou a cabeça afirmando. - Isso é incrível, dude. A é uma garota linda, meiga e inteligente. Acho que você deveria tentar uma relação mais séria.
- É - falou observando o guitarrista. - E eu já sei o que eu vou fazer. Obrigado cara, sabia que poderia contar contar com você - deu um tapinha no ombro do companheiro e saiu do estúdio. Pegou o celular e discou um número conhecido.
- Alô?
- ? Que bom ouvir sua voz.
- Alguma coisa errada, Pequeno? - sorriu ao ouvi-la chamar daquele jeito.
- Se você não estiver livre agora, teremos um problema... - riu.
- Estou livre sim, mas por quê? - questionou curiosa.
- Apenas se arrume. Passo aí em meia hora.
- Dougie o que você está planej...
- Te adoro - terminou a ligação.

- Quem era? - , que a visitava, quis saber.
- O Doug. Disse para eu me arrumar que ele está vindo aqui - falou olhando para o celular.
- E o que você está fazendo aí parada? Vai se arrumar - riu ao ver a menina sair correndo. - Eu só tenho amiga lerda mesmo.

Dougie a esperava encostado no carro.
- Ele já chegou. Vai fazer o pobre coitado esperar muito tempo?
- Estou pronta - deu uma rodadinha.
- E linda! - elogiou
sorriu e foi até a porta.
- Pequeno? - o chamou.
Ele encontrou seu olhar e depois percorreu todo seu corpo. A puxou e lhe deu um beijo calmo.
- Está perfeita, como sempre - disse ao partir o beijo.
- Obrigada - sentiu suas bochechas arderem. - Mas onde vamos?
- Ao lugar do nosso primeiro encontro.
- Você vai me levar para o Brasil? - falou sem perceber a alteração em sua voz.
Ele riu.
- Não , do nosso primeiro encontro juntos - deu ênfase a última palavra.
- Erm, claro! Hum, ao parque? - viu o rapaz afirmar. - E o que vamos fazer lá?
- Surpresa!
Seguiram em silêncio até a entrada do local, a não ser pelas três tentativas da menina de saber o que era.
- Certo. E agora, você pode me contar? - cruzou os braços e fez bico.
Ele riu e pegou em sua mão.
- Vem - a guiou até a roda gigante.
- Dougie você sabe que tenho problemas com altura...
- Tenho certeza que não vai nem ligar para isso - se garantiu.
Sentaram na cadeira e o brinquedo começou a se mover. Fitou-a e notou que estava com os olhos fechados.
- Olha para mim, .
Ela encontrou aquele par de olhos azuis que fizeram com que seu coração saltasse.
- Bom, eu andei pensando muito sobre, erm... nós - ele começou.
Aquelas palavras faziam com que o estômago dela girasse. Poynter continuou.
- E descobri que gosto muito de você. Até demais... - acariciou a mão da menina, que o olhava confusa. - Eu queria saber se... - suspirou e a encarou.
- Se?
- , você quer namorar comigo?
Permaceneu parada apenas o observando, com um sorriso nos lábios.
- Olha, vou entender se quiser pensar ou até mesmo não...
Ela se inclinou e deu um selinho demorado nele.
- Quero - foi a única coisa que conseguiu dizer.
Dougie sorriu acariciando as bochechas da namorada e a puxou começando um beijo profundo e apaixonado.

apertou a campainha três vezes seguidas enquanto saltitava em frente à casa das irmãs.
se cobriu com o edredom numa tentativa inútil de não escutar o barulho.
saiu cambaleando. Vê-la andar após acordar de solavanco era como assistir uma aula de um pricipiante em cima de pernas de pau.
- Já vai! - a mais velha falou com voz rouca, em meio a um bocejo.
A caçula saiu da cabana de cobertas e a puxou pelo braço, sussurrando.
- Está louca? E se for um ladrão?
- Que ele me deixe voltar a dormir e roube tudo sem fazer barulho - espreguiçou e desceu as escadas com os olhos semi-abertos. Claro, escorregou duas vezes e meia antes de chegar até o final.
Observou pelo olho-mágico mas sua visão estava embaçada.
- Quem é? - questionou com péssimo humor.
- Adivinha? - a voz propôs.
- Ah, vá se danar - fitou o rádio-relógio. - Uma e oitenta e oito da madrugada e você... - coçou os olhos. Piscou até os números oito virarem zero - Corrigindo, uma hora da madrugada, você me acorda e...
- , chega. É a !
- Ih, mesmo assim. Olha a hora e...
- Se não abrir não conto que estou namorando o baixista mais sexy e lindo do planeta.
- Então não conte - ainda atrás da porta, começava a acordar... ou não.
- Sua doida! - gargalhou.
A primogênita caiu em si e acendeu a luz, procurando as chaves.
- Espera! - berrou e destrancou. - Como?
- Eu e o Dougie. Yeeeah!
pulou em cima da amiga, que na tentativa de equilíbrio saiu rodopiando com a outra agarrada em seu pescoço.
- Filha de uma égua! - gritou quando teve seu dedinho pisoteado.
e riram.
- Não te vi descer, mana - disse se recompondo. - E você está igual àquela garota do filme de terror.
- A Samara - abafou uma risada.
Antes que a mais nova pudesse reclamar, a namorada de Poynter contou - como uma criança feliz - sobre a tarde que passara com o baixista.
- Aoun. Veja que fofos os olhinhos dela - cutucou a mais velha, que complementou.
- Duas lanterninhas - gargalhou.
- Bestas - a menina falou sem graça.
- Agora falando sério. E a ? - a caçula lembrou e as outras se entreolharam.
- Bom, - começou - hoje quando o Tom me ligou, investiguei e... - torceu os lábios - realmente o Danny está saindo com aquela atriz. Nada sério, apenas "se conhecendo melhor" - fez aspas com os dedos.
Suspiraram e ficaram caladas por um tempo.
- Então não devo contar sobre o Dougie...?
- Claro que sim, até por que ela vai acabar descobrindo e melhor saber da sua boca - apontou, aconselhando. - É só tomar cuidado com a maneira que irá dizer. Ela é sua amiga e com certeza vibrará com a novidade - piscou e deu um sorriso terno.
Cortaram o clima pesado falando sobre os namorados e planos, até expulsar alegando que precisava acordar cedo. Como a garota se sentia em casa, não deu bola e se acomodou no sofá, acordando algumas horas depois, com o barulho da mais velha tropeçando na mesa de centro.

Capítulo 13

- Vai, - puxava o corpo mole da amiga, sem sucesso.
- Eu não vou ficar de vela. Não adianta - se soltou e cruzou os braços.
- Você age como se em Londres não tivesse mais nenhum homem bonito - tentava animá-la. - Precisava ver o britânico que minha irmã pegou no pub. Nota dez!
- Sua falsa, você nem o viu e... - parou no meio da frase ao perceber o olhar fulminante que a mais nova lhe deu. - É-é. Nota mil - guaguejou tentando consertar.
riu.
- Vem com a gente. Você precisa se distrair. Dançar, paquerar, rir, sair da rotina "curso e casa - casa e curso".
- É "curso, casa das amigas e casa" - corrigiu tentando fazer piada, mas seu sorriso não foi convincente.
As outras suspiraram.
- Agradeço de coração, mas não serei uma boa companhia. Prefiro ficar aqui, comendo pizza e lamentando sobre homens com meu amigo gay.
Elas se entreolharam.
- Ok, não inistiremos mas jura que nos liga caso mude de idéia? - questionou e recebeu um sinal de positivo da desanimada.
As três se retiraram à caminho da casa de Harry.

- Elas chegaram! - Dougie berrou, abraçando e beijando .
Judd gritou da cozinha para ir encontrá-lo, enquanto Tom se levantava e cumprimentava a namorada.
- Já virou clichê dizer que você está linda - deu um selinho na garota.
- Mentiras sinceras me interessam - a mais velha riu ao citar o trecho de uma música. Ela definitivamente não sabia receber elogios.
olhou ao redor e acenou para Dougie e Danny, que estava sentado assistindo um filme qualquer. Harry apareceu segurando um casaco e desligando as luzes, enquanto vinha atrás, tentando se recompor. Cinco segudos eram suficientes para que os dois se amassassem em um cantinho qualquer.
- Vamos? - sugeriu.
Os demais concordaram, exceto Danny, que desligou a televisão, se levantou e disse.
- A Erinn está no banheiro - o entusiasmo não foi dos maiores ao citar o nome da garota.
As meninas se entreolharam.
- Erm. Então... - começou.
- Vamos beber água - voltou de onde saiu.
- É. Que sede! - riu sem graça e pegou pela mão, a puxando até o cômodo.

- É quem eu estou pensando? - a caçula cochichou.
- Pelo menos era esse o nome que saiu na revista - olhava para a sala, franzindo a testa.
- Agora não sinto mais remorso em ter deixado a em casa - a primogênita confessou. - Ela não aguentaria a cena.
As outras concordaram.
- O que faremos? - a mais nova questionou.
- Arrumamos um calhambeque e passamos em cima da mocréia! - deu a idéia do plano perfeito.
As demais arquearam a sobrancelha e riram.
- Falou, Senhorita "Roberto Carlos". Agora só falta fazer bibi e chamar o Dougie de brotinho - caçoava.
- Tá bom, foi uma piadinha. Mas respondendo sua pergunta, acho que devemos agir normalmente, afinal a moça não nos fez nada.
As irmãs morderam os lábios.
- Você tem razão. Estamos tomando as dores da .
- Igual quando ficamos com raiva das cretinas que namoram os McGuys - completou o pensamento da mais nova.
Elas pararam e se olharam, em meio ao silêncio.
- Nós... - .
- É. Nós! - fitou o nada.
- Céus. Invertemos os papéis! - colocou a mão na boca.

Tom e Harry chegaram na porta e as chamaram.
Caminharam pensativas e responderam tudo bem quando os dois pergutaram se havia acontecido algo.
Passaram pela porta de entrada e avistaram Danny encostado em um dos carros, abraçado em uma loira.
- Meninas! - ele ergueu o braço. - Essas são , e - apresentou, agora mais empolgado.
- Olá - ela estendeu a mão e abriu um sorriso.
- Oi, Erinn! - disse. Queria ter gritado vaca, mas a conversa na cozinha ainda a martelava.
- Prazer! - foi a segunda a cumprimentá-la.
- Hey - resumiu.
- Você me parece familiar... - analisou a moça. - É atriz ou participou de algum teste comigo?
Não, querida, não faço pornô, pensou mas resolveu ser educada e parar com essas idéias, afinal a futura vítima poderia ser ela mesma.
- Não. Na verdade... - suspendeu o que ia dizer e gargalhou. - Você participou de um programa na emissora onde trabalho - estalou os dedos no ar.
Detalharam datas, nomes e alguns fatos do dia, sob os olhares curiosos dos amigos.
- Jamais iria te reconhecer morena - a primogênita comentava.
- Ossos do ofício - brincou. - No próximo filme, estarei ruiva - olhou para Jones e fechou os olhos, recebendo um selinho.
Ainda era difícil assimilar o fato de não estar ali com elas, mas não podiam deixar de concordar que Erinn era gentil, bonita e engraçada. O que gerava uma certa raiva (e ciúme) nas garotas.
Cada casal entrou em um automóvel e seguiram para o teatro.

No dia seguinte.
- ? ? - as chamava do lado de fora da casa.
A primogênita abriu a porta com cara de poucos amigos.
- são sete horas da manhã - avisou.
A garota não ligou e entrou.
- Vocês já viram o jornal hoje?
- Hum, não - respondeu, desabando no sofá.
- Então acho melhor darem uma olhada... - o entregou para a mais velha.
- Mas que merda é essa? - questionou e leu em voz alta. - Namoro ou diversão? Pois é, os garotos do grupo McFLY foram vistos ontem em um teatro acompanhados por quatro belas jovens. Só nos resta saber se é namoro ou pura diversão. Ficaremos de olho para vocês. - respirou fundo. - Juro que mato a pessoa que escreveu isso.
- Como assim diversão? - pegou o jornal das mãos da irmã.
- Odeio tablóides de fofocas - indignou-se.
- Será que eles já viram? - perguntou e viu as duas sem reação.
Ficaram em silêncio por alguns segundos.
- Vamos lá na ver como ela está? - sugeriu como forma de distração.
As duas concordaram e foram trocar de roupa. Logo seguiram para a casa da amiga.

tocava a campainha insistentemente.
- Já vai! - gritava, abrindo a porta.
- A é mais rapida nisso, . Precisa melhorar - riu ao ver a menina mandar o dedo.
- Viemos ver se você melhorou - adiantou a caçula.
- Estou bem, meninas - sorriu - mas aposto que vocês não... - apontou para o jornal em cima da mesa.
- Maldito jornaleco - não escondia sua raiva.
- E pelo visto vocês conheceram a nova namorada do Danny - desviou o olhar para as mãos.
- Erm, é - respondeu.
- E como ela é? - fitou as amigas.
- Não vou mentir, . Ela é legal e um amor de pessoa - a mais velha falou.
- Hum - voltou a analisar suas palmas.
- Mas não achamos que isso vai longe - completou a mais nova.
A garota ergueu a sombrancelha.
- Por quê?
- Bem, ele não parece estar muito empolgado com esse relacionamento - disse . - E eles não combinam muito.
- Além dela pintar o cabelo toda hora - comentou e as outras riram.
ouviu seu celular tocar.
- O Dougie não me deixa em paz - brincou e atendeu. - Oi, meu pequeno. Não, estou na casa da . Ok, vou ver com elas e já te retorno - desligou. - Erm, eles estão querendo sair, o que acham?
- Sinceramente? Não estou a fim de sair hoje - desanimou.
- Pede para eles virem aqui - pediu.
- Tem certeza? - interrogou.
- Estou com saudades deles. Não é por que não quero encarar o Danny que vou me distanciar dos outros.
As meninas sorriram.
- Ok, vou ligar para o Dougie.

Fazia meia hora que haviam chegado e o clima até que estava bom. tentava ao máximo não olhar para Danny, porque sabia que não iria se conter e começaria a chorar.
- Estamos acustumados e não ligamos para as fofocas - Tom disse abraçado à namorada.
- Vocês deveriam fazer o mesmo, porque quando descobrirem a verdade, vocês precisarão comprar o enxoval da criança - Dougie avisou e os outros começaram a rir.
Elas se olharam sem entender nada.
- Como? - questionou.
- Eles dirão que alguma de vocês está gravida - Harry respondeu.
- Mas a gente nem... - ela tentou argumentar mas Judd a calou.
Os demais riram, duvidando da masculinidade do baterista. Um assunto puxou o outro e Dougie teve uma idéia.
- Hey - pediu atenção. - Estava pensando... - foi interrompido por Danny.
- Uau, você pensa? - gargalharam e o garoto mandou o dedo.
- Continuando... como vamos sair em turnê daqui algumas semanas, poderíamos ir à casa que o Danny tem na praia.
- Boa idéia, dude - Judd fez joinha.
- Nós topamos - Tom falou por , que assentiu.
- Eu também - , Danny e falaram ao mesmo tempo.
- E você, ? - o dono da covinha perguntou.
- Eu? Erm...
- É lógico que ela topa, não é? - a olhou feio.
- To-topo sim - respondeu sorrindo de lado.
- Certo. Então vamos sexta à noite e voltamos no domingo - finalizou Poynter.
Estavam empolgados e falavam sem parar. Danny se levantou e caminhou até o banheiro.
Passaram alguns segundos e foi à cozinha alegando estar com sede.
- O que está acontecendo com ela? - Harry perguntou abaixando o tom de sua voz.
- Um problema chamano Danny Jones - respondeu.
- Como assim? - Fletcher questionou confuso.
- Desde que ele começou a namorar, nossa amiga fica assim - a caçula continuou.
- Bom, eles ficaram e tudo mais, mas nunca pensei que a gostasse tanto dele - Dougie passou a mão no cabelo.
- Ela é apaixonada por ele desde... - pensou - sempre!
Riram.
- Quem é apaixonada por quem? - Jones retornou ao local.
- A... a... - a namorada de Dougie guaguejava quando foi salva pelo toque do seu celular. - A . Minha prima - levantou e saiu da sala.
Os demais abafaram um sorriso.

- Te amo! - a menina disse para a parente.
- No mínimo te salvei de algum constrangimento - gargalhou. Não era a primeira vez que isso acontecia.
- Em cheio. Mas me diz, como você está?
Engataram uma longa conversa.

A semana demorou a passar.
dividia seu tempo com o trabalho de babá e o namoro. Segundo ela, não havia muita diferença entre cuidar de um bebê e de Harry. Exagerada, como sempre.
e Tom pareciam recém-casados. Ela dormia quase todos os dias na casa do guitarrista e isso, óbvio, chamou a atenção da mídia. Na quarta-feira, ao sair para trabalhar, foi abordada por um flash. Foi o primeiro casal a ser descoberto.
Dougie e a namorada foram os segundos. A notícia correu a internet e passou o dia trancada no quarto, na companhia de Strongs - seu cachorro caolho de pelúcia - e um pote de sorvete Häagen-Dazs, depois de ler que a "PoYnTeRxInHaH dU dOuGuInHu" a achava uma poser aproveitadora. Sorte que o baixista não concordava e conseguiu acalmá-la.
evitava ler jornais e revistas e criou algumas inimizades ao defender as amigas nas comunidades e fóruns. Na quinta-feira, foi arrastada pelo companheiro de casa até uma boate. Conheceu Peter e não demorou muito para afogar as mágoas com um beijo. Dois. Três. E na tentativa de esquecer Danny, acabou passando o número de seu celular. Pelo menos conseguiu dormir com um sorriso no rosto.
Na mesma noite, Jones e Erinn foram a uma festa. O guitarrista bebeu além da conta, brigaram e ele deu um tapa na garota. Ok, isso segundo aquele jornal. A verdade pára na parte da briga mesmo. A atriz não gostou quando o provocou e recebeu em troca "você me deixa louco... ". Xingou e o deixou no meio da pista. A bebida o fez gargalhar, erguer o copo e simplemente dizer foda-se.

A noite da viagem chegou.
- Olha o tamanho da mala - apontou ao ver contornar a esquina.
- Qual delas? A que carrega ou a carregada? - a primogênita riu, colocando a bagagem no carro.
- Eu ouvi, tá? - riu.
Um táxi chegou e desceu acenando.
- Fiquei sabendo que amanhã fará Sol. Viva o verão de Londres - falou para as amigas e pagou o motorista.
- Sorridente e saltitante. Ou é droga ou... - brincou.
- Ou ela pegou alguém - a caçula completou.
- Ponto para a - as abraçou.
Deram gritinhos e obrigaram a garota a contar os detalhes.
As quatro seguiram até a rua dos garotos.

- Li cada coisa. Me deu tanta raiva que xinguei mesmo - comentava quando a mais velha das irmãs estacionou em frente à casa de Judd.
Cumprimentaram-se e fizeram uma reunião para decidirem quem ia com quem.
- O Pequeno e a Pequena juntos - fez um coração no ar e gargalhou.
- Besta - a empurrou.
- O Danny vai com a gente. Olha o estado dele - Tom apontou.
- É só dor de cabeça - Jones bocejava, lutando contra a ressaca.
- E-eu posso ir sozinha - olhou aflita para a primogênita.
entendeu e ofereceu seu veículo. A outra agradeceu aliviada.
Nos minutos seguintes, a folgadas sentaram no banco do gramado e fofocaram, enquanto os garotos foram escravizados. Dougie sofreu mais com o peso e Tom com a quantidade de malas.
- Vou ao banheiro. Não partam sem mim - saiu em disparada.
As três riram.
- Fiquei sabendo que aquele papo do término do Jones e da Erinn é fato - cochichou. - Sem querer, lá na cozinha, ele me disse.
- O próprio? - questionou.
- Aham.
- Isso significa que... - maliciou.
- Colocaremos nosso plano em ação? - comemorou com os olhos brilhando.
- Isso! - a mais velha empolgou. - Erm. Que plano? - arqueou a sobrancelha ao cair na real.
- É, qual? - a outra irmã riu.
- Não sei. Sempre vi isso nos filmes e achei legal dizer - riu. - Como queremos juntar os dois, digamos que essa será nossa missão para o final de semana - levantou o indicador, autoritária.
- Mas ela disse que está empolgada com o tal Peter - lembrou.
- Lies, lies, lies - a empolgada cantarolou dando de ombros.
- , já desisti de dizer que você é muito estranha - a primogênita comentou rindo.
A outra voltou e logo os meninos berraram que estavam de partida.
Um a um ocupava seu devido lugar.
Até então, Danny e haviam dito apenas um apático olá. Ela entrou no carro e buzinou como despedida.
- Ai, minha cabeça - Jones se irritou.
- Ei bom humor, hein? Que culpa tenho se você bebe e leva fora? - alfinetou e acelerou.
O guitarrista entrou no veículo com Tom e fechou a porta com força.
- Estou vendo que essa viagem vai ser um problema - Judd falou.
- Ou não... - sorriu maliciosa.

Capítulo 14

Chegaram a Brighton & Hove de madrugada.
- Acorda, Pequena - Dougie beijou a testa da namorada.
- Já chegamos? - sorriu e se espreguiçou.
- Aham - disse ternamente, a ajudando com o cinto de segurança.
Do lado esquerdo, Harry estacionava.
- Uau - exclamou ao descer do carro. - Que lugar lindo!
- Aquele moço bêbado também - vinha logo atrás e apontou.
A cidade ficava na costa sul da Inglaterra e Danny a escolheu justamente pelas baladas.
- Opa, equilibra. Ai, coitado - se divertia observando as tropeçadas do rapaz.
- você não presta - riu. - Larga de caçoar do bonitinho e vem ajudar com as bagagens - pediu.
Fletcher a abraçou por trás.
- Bonitinho? - beijou sua nuca.
- Aoun, ficou com ciuminho? - virou-se e apertou as bochechas do namorado.
Beijaram-se.
- Pede ajuda e fica aí se amassando. Vou te contar, viu? - a outra brincou e partiram o beijo.
Fletcher pegava uma mala quando seu celular vibrou. Leu a mensagem e fechou o flip do aparelho, calado.
- Aconteceu alguma coisa? - questionou, preocupada.
- Não. Foi... uma mensagem do Fletch. Ele não me dá folga - sorriu forçado.
A primogênita permaneceu imóvel vendo-o se distanciar.
- ? Tudo bem? - pousou suas mãos no ombro da garota.
- Está. Ainda... - olhou para a amiga e saiu carregando uma mochila.

Cochilaram e acordaram por volta das duas horas, afobados por perderem meio dia de praia.
e preparavam o almoço.
- Que cheiro bom - Danny entrou na cozinha.
- Prova - a mais velha estendeu uma colher.
- Já disse uma vez e repito: casa comigo? - brincou e riram.
- Melhorou da ressaca? - a mais nova se preocupou.
- Uhum - ficou calado.
Elas se entreolharam.
- Erm. Sal. Passa o sal - a caçula pediu, tentando aliviar o clima. - Experimenta isso também, Jones - ofereceu uma porção.

Terminaram de comer e continuaram sentados à mesa.
- Será que aqui tem conchinhas? - perguntou com brilho nos olhos.
- Tem pedra, serve? - riu, lembrando que a praia era lotada delas e certamente tropeçaria e ganharia hematomas como souvenir.
- A vai precisar andar por aí enrolada em um plástico bola - Dougie brincou e a menina fez bico.
- I wish I could bubble wrap my heart... - levantou os braços e cantou.
Gargalharam.
- É uma tonta mesmo - caçoou. - Falar em andar...
- Nem ouse. Quem vai limpar tudo isso? - resmungou.
- Nós cozinhamos, vocês organizam - a mais velha arrastou a cadeira, apontando para todos presentes, exceto sua irmã.
- Justo - a mais nova bateu palmas e puxou a primogênita. - Boa sorte, Tigrão - mandou um beijo no ar para o namorado.
Elas subiram e os demais bufaram iniciando a limpeza e secagem das louças.

- Preciso te contar uma coisa mas se me xingar, apanha - avisou.
- Nossa, ok - riu. - Sou toda ouvidos e zero boca.
A outra sorriu.
- O Tom recebeu um SMS, ficou estranho e não quis me contar o motivo.
A caçula franziu a testa.
- Você deduz o quê?
- Por enquanto, nada. Mas me deixou com a pulga atrás da orelha - riu e zombou. - Faz tempo que não usava essa expressão.
- Besta - brincou. - Mas dessa vez você tem razão. Ele nunca te esconde nada, é todo fofo...
- Certo, agora comecei a deduzir um monte de coisas - sentou na cama.
- Calma, mana. Sem exageros, ok?
- Olha quem fala - mostrou a língua.
- Falando sério, espere mais algum "ato esquisito" - fez aspas - e depois comece a pensar minhocas. Enquanto isso, aproveite esses dois dias - a abraçou.
- Te amo apesar de te odiar algumas vezes - , por incrível que pareça, declarou seu amor pela parente.
- Aoun. Eu também - se jogou em cima dela.

Longe da casa, e Dougie andavam há meia hora.
- Sério Doug, estou cansada - reclamava.
- Mais um pouquinho, . Estamos perto - o garoto riu da cara que a menina fez.
- Então me carrega! - pediu.
- Você abusa de mim, viu - riram e ela pulou em suas costas.
- Ouch, como você é pesada.
- Oh, me desculpe - disse descendo mas Dougie a segurou rindo.
- É brincadeira, - levou um tapinha do braço seguido de um beijo na nuca, que o arrepiou.
Andaram por mais cinco minutos e caminharam sobre o pier. Poynter sentou e se acomodou no meio das pernas do garoto, descansando sua cabeça no peito do namorado.
- Às vezes acho que estou sonhando acordada - confessou sentindo a respiração de Dougie em seu cabelo.
- Por quê? - perguntou acariciando a mão dela.
- Isso tudo é muito... surreal - abriu um sorriso.
O baixista riu.
- Isso tudo é muito real, Pequena - ergueu o queixo da menina e a beijou.
Passaram um tempo apenas sentindo um ao outro, como se nada mais existisse.

- Acho melhor não falar nada - Tom subia as escadas ao lado de Harry.
- Por quê? - Judd interrogou.
- Com certeza isso estragaria o final de semana dela. E é a última coisa que quero - mordeu o lábio internamente.

Três batidas na porta.
- Entra - as irmãs berraram em uníssono.
Ambos apareceram.
- O que aconteceu? - apontou para as barras das blusas ensopadas dos garotos.
- Um tsunami chamado e Jones - o garoto da covinha respondeu.
- Como assim? - elas questionaram.
Explicaram partindo do princípio - a divisão de tarefas: Danny tiraria a mesa, lavaria e Harry e Tom secariam. e Dougie escaparam do serviço prometendo um bolo à tarde.
- Ela o provocava com a história da Erinn - o baterista continuava.
- A sabe que eles terminaram? - se mostrou surpresa.
- Pelas coisas que dizia, sim - o guitarrista falou.
- E antes que se matassem a facadas, - Judd exagerou - os expulsamos da cozinha e colocamos a para secar as louças. Aí deu nisso - mostrou a peça de roupa. - Somos péssimos como "donas de casa".
Gargalharam.
- Mas... - tentava encaixar o quebra-cabeças, cessando as risadas. - Ele terminou, ela sabe e não está feliz?
Ficaram em silêncio.
- Peter - a mais nova lembrou. - Só pode ser...
- Quem é Peter? - Harry ficou curioso.
- Te conto a caminho do shopping Churchill Square - a caçula o pegou pelas mãos e o levou até o quarto para que vestisse uma camisa seca.

Enquanto isso, no andar inferior, se jogava no sofá, conversando no telefone com voz melosa.
- Já cheguei. Aham. Na casa do... - pensou - meu amigo Daniel. Enfim, aqui é bem bonito.
No primeiro encontro com Peter, a garota havia comentado sobre a viagem e ele achou coincidência seu pai ser dono de um café na Bond Street. Justamente no final desse assunto, aconteceu um beijo.
- As praias daqui - interrompeu para falar tchau para e Harry - são bem diferente das do Brasil.
Falaram sobre isso mais algum tempo. No primeiro silêncio, ele arriscou.
- Se eu dissesse que inventei para meu pai que "queria ver como os negócios iam" só para vir até Brighton te ver, estaria forçando alguma barra?
Ela se sentou ereta.
- Vocêestáaqui? - falou com rapidez, atropelando as pausas.
Peter gargalhou.
- Sim. Há menos de quarenta minutos - olhou o relógio caro no pulso esquerdo. - Me diz exatamente onde está que passo para te pegar.
mordeu os lábios.
- Erm. Vou precisar de um auxílio - riu. - Te ligo daqui a pouco - despediu-se.

- Melhor trocar de roupa antes fique gripado. Aqui dentro está frio - se encolheu na cama.
- Verdade. Frio, muito frio - ele atuou, tirando a blusa verde e jogando-a no chão.
Tom se aproximava da garota devagar. Sorria e olhava maliciosamente.
- Essa cara não me engana. O que você quer? - ela riu.
- Calor humano - atirou-se sobre ela.

pensou em todos os integrantes e eliminou Dougie e Harry, que haviam saído.
Levantou-se e subiu até os quartos. A porta de estava fechada e achou melhor não interromper, principalmente ao escutar os gritinhos da amiga, típicos de quando recebia cócegas.
Riu.
Desceu, avistou Danny saindo da cozinha e bufou.
- Ei - o chamou com descaso. - Como faz para vir até aqui saindo da Bond Street?
- É comigo? - ele respondeu.
- Não. Perguntei para o copo que você está segurando.
- Ah, sim. Vou deixá-lo na mesa, assim vocês conversam em particular...
- Idiota. Dá para me ajudar? - ficou mais irritada.
- , você... - foi interrompido.
- Daniel é so me dizer como faz e fim.
Ele a olhou com os olhos semicerrados.
estava com o ego ferido desde que soube do namoro. O fato do casal ter terminado e ela conhecido Peter, era uma forma de vingança e abusava do mau humor gratuito como defesa. No fundo, queria mesmo é ficar ao lado de Danny e tentava afastar esse desejo o encarando como um aproveitador.
- E se puder explicar rápido agradeço, porque meu amigo - demonstrou segundas intenções na voz - precisa de um retorno. Agora são quase cinco horas e odeio deixar alguém me esperando.
- Hum. Vocês dois... - questionou sem terminar a frase.
- Não gosto de falar da minha vida pessoal, Jones. Sei lá, vai que depois vira manchete - riu com sarcasmo enquanto descia o último degrau.
O guitarrista deu passos pesados e a agarrou pelo braço.
- Cansei do jeito que você está me tratando.
- Me solta - desviou e foi parar no centro da sala.
Ficaram calados.
Ela fitou o chão e começou a desabafar, chorando.
- Sempre gostei de você. Primeiro veio o amor platônico pelo integrante do McFLY e depois, quando você me visitou no hospital, senti como se estivesse conhecendo o verdadeiro Daniel Jones - respirou. - Nos beijamos e criei expectativas de que pudéssemos ter algo. Aí... aí você aparece com uma mulher linda ao seu lado e minha auto-estima foi à zero - colocou as mãos nos olhos. - Fora a angústia de ter te perdido.
- ...
- Que ódio eu tenho de você - botava para fora. - Você me enganou - o acusava aos berros.
- Jamais te enganei - se chocou.
- Não? Você me beija e depois começa um namoro. Isso é o quê?
Ele tentava buscar uma forma menos dolorosa de dizer a verdade, porém nada apareceu em sua mente.
- Enganar seria ter te pedido em namoro e ficado com ela ou outra qualquer.
Ela ficou quieta, soluçando.
- Eu nunca te pedi em namoro - ele falou mais para si, temendo a reação da garota.
- Você nunca me pediu em namoro - repetiu. - Se tivesse pedido, provavelmente me trairia.
- Não me acuse.
- É fato. Você sempre foi o mais baladeiro de todos. Fui tão idiota. Trair está no seu gene... - balançava a cabeça, sem medir as palavras.
- Como?
- Seu pai. Fala dele mas é igual.
Jones resistiu para não partir para cima dela. Esmurrou a parede e apontou o indicador para a garota. Tentou dizer alguma coisa mas a raiva era tanta, que não emitiu nenhum som. Descontou jogando o copo no chão e saiu.
estava com o coração disparado.

- Ouviu isso? - questionou e Tom negou.
A barriga gelada de Fletcher a fez arrepiar. O toque de suas mãos e o beijo no pescoço também.
- Te amo - mordeu os lábios de .
- Eu... - o beijou. - Eu também te amo - o abraçou com força.
Ficaram assim por um bom tempo.
- Sabe, hoje de manhã quando você recebeu aquela mensagem...
- - a interrompeu.
Ela somente o olhou.
- Era da Gio.
- O quê? - se levantou bruscamente.
Tom respirou fundo, pegou o celular no bolso, localizou o SMS e estendeu o aparelho.
leu em silêncio.
Eu não posso parar de te amar...
Sentiu uma pontada no estômago. Não sabia definir se era angústia, tristeza, raiva ou tudo junto.
- Vo-você disse que era do Fletch - foi só o que conseguiu falar.
- Me desculpa. Sabia que você ficaria assim e - pausou - eu queria que esses dois dias fossem perfeitos.
A menina fitava o texto em suas mãos e começou a chorar. Agora sabia o significado: ódio.
- Você mentiu - foi direta.
- Mas foi para te preservar.
- Preservar - repetiu com deboche. - Iria continuar com a "preservação" em Londres também? Por que pensa bem, - a voz começava a falhar - eu voltaria feliz dessa porra desse passeio e será que você seria capaz de dilacerar meu bom humor?
Fletcher queria ampará-la mas ficou imóvel.
- Essa foi a primeira. Aliás, espero que tenha sido, afinal andei bem contente esses dias e vai que quis me "preservar" - sempre que citava a palavra, fazia aspas - e resolveu ficar quieto. De qualquer forma, haverão mais. Pobrezinha, ela ainda te ama - ao dizer isso, jogou o aparelho no sofá.
- espera.
- Preciso ficar sozinha.
- Sozinha?
- É - pegava um casaco.
- Onde você vai?
- Andar.
- Mas você não conhece aqui direito e...
- Se eu me perder, te mando uma mensagem no celular, Tom. Aí você me salva - fez joinha, sarcasticamente.
- não faz isso - pulou da cama e a abraçou.
A garota o empurrou.
- Entendo o que fez, mas mentir... - contraiu os lábios. - Não dá para perdoar. Pelo menos não agora - saiu batendo a porta com força.
Tom permaneceu em pé, com os ombros levemente arqueados para frente, sentindo-se desprotegido, com o olhar perdido na parede branca.

- ? - escutou os passos apressados pela escada.
A outra passou pela porta de saída sem dizer nada.

se viu no meio da rua, sem direção.
Observou os dois lados e começou a chorar. Fitou os carros.
- Merda! - falou em voz alta ao se lembrar que as chaves haviam ficado em sua bolsa.
Tentou abrir o de Dougie, mas não teve sucesso. Olhou o de Tom e sentiu raiva. O contornou e colocou a mão na trava do automóvel de Harry.
- Aberta - sussurrou e bateu a porta, apoiando os braços e a cabeça no volante.
Sentiu um movimento e retirou os fones do IPod. Sentou-se e analisou a figura em sua frente. A reconheceu pelos cabelos, diferentes das demais meninas.
- ?
Ela gritou assustada. Colocou a mão no peito e sentiu o coração na garganta. Respirou rapidamente, buscando ar.
- Jo-Jones?
- Desculpa - ensaiou rir. - E-eu estava aqui...
- Fugindo?
Ele aumentou o tamanho de seu sorriso e assentiu. Sentia-se confortável com a presença dela.
- E você? - questinou franzindo a testa.
- O mesmo - suspirou.
Danny se espremeu entre o vão dos bancos da frente e passou para o do passageiro.
- Por quê? - ele arqueou a sobrancelha.
O guitarrista percebeu que uma lágrima escorregou pelo rosto da garota.
- Quer dar uma volta? Você me conta pelo caminho, afogamos as mágoas bebendo - ele apalpou seu bolso - erm, não trouxe minha carteira. Só me conta o que houve mesmo - mostrou os dentes com um jeito sapeca.
gargalhou fraco.
- Ok.
- Mas eu dirijo porque você está estranha. Não quero morrer antes de ter o Dylan - brincou.
Danny saiu do veículo e cedeu espaço para pular para o outro banco.
Partiram.

- Erm. Com licença, você poderia nos dar um autógrafo? - uma menina ruiva sorriu para Harry e .
- Claro - pegou o bloquinho. - Qual seu nome?
- Emily - a menina respondeu.
Assinou e repetiu o procedimento com as outras duas que sorriam para ele e olhavam torto para a namorada. Agradeceram e foram embora.
- Devo ser muito odiada por esse trio - riu e abraçou o rapaz pela cintura.
- Estão com inveja porque você é linda e elas não - o baterista deu um beijo na testa de .
- Tenho outra teoria - riram.
- O que você quer fazer?
- Além de tomar um super sunday? - riu. - Não sei, que tal um cinema?
- Hum, sunday e um lugar escuro? - colocou a mão no queixo. - Nada mal.
- Pervertido - deu um tapinha em seu braço. - Vamos!
Passaram cinco longos minutos na fila do sorvete e outros dez na do cinema. Judd começava a ficar impaciente quando finalmente compraram os ingressos.
- Eu realmente não passei esse tempo todo na fila para assistir esse filme - o garoto reclamava.
- Então não veja - caçoava.
- E o que vou fazer todo esse tempo?
- Tenho algumas idéias - sorriu maliciosa.
- Pervertida - Harry deu um selinho na namorada e a puxou para dentro da sala. Sentaram-se na última fileira.
- O filme deve ser tão bom que não tem ninguém aqui além de nós - Judd continuava suas reclamações.
- Quer sair? - a garota começou a beijar seu pescoço.
- Na verdade - segurou o rosto dela - estou adorando - a puxou para um beijo apaixonado.
Passaram cerca de quinze minutos assim, até que um senhor limpou a garganta para que percebessem que haviam mais pessoas no local. Ambos escorregaram na cadeira.
- Como se ele nunca tivesse feito isso - fazia bico.
Começaram a prestar atenção no filme. Na opinião de Harry, chato era apelido. Ela achou tedioso.
- Antes se tivéssemos visto o que você queria. Pelo menos tinha mais ação - a menina bufou e ele riu.
- Se não fosse aquele senhor, estaríamos fazendo uma coisa muito melhor - sussurrou.
A caçula cruzou os braços.
- Quer saber? - virou a cabeça em direção ao namorado. - Que se danem as pessoas nessa sala - colou seus lábios aos do baterista, que sorriu e correspondeu ao beijo.
O senhor chamou a atenção novamente, dessa vez avisando sobre o término do filme.
O casal caminhava até a saída do cinema, rindo dos comentários que ele fazia para um menino, provavelmente seu neto. A última coisa que conseguiram ouvir foi essa geração está perdida e depois seguiram rumos diferentes.
- O que pretende fazer agora? - Harry questionou abraçando a garota.
- Vamos para casa. Se eu tiver alguma idéia no meio do caminho, a executamos - riu e Judd concordou.

- Calma, Tom. Ela precisa ficar sozinha para absorver o que você fez - o aconselhava, ainda assustada com os fatos.
- O que você fez soa como se eu... - não sabia o que dizer.
- Como se você tivesse feito algo de ruim - ela foi direta. - Querendo ajudá-la ou não, você errou em não contar a verdade.
Ficaram mudos.
- Eu também errei com o Danny - suspirou.
O celular vibrou e a garota leu Peter no visor. Sentiu-se desanimada. O aparelho sassaricava e Tom olhava sem entender.
- Acho que está na hora de resolver as coisas. Fique aqui que eu já volto - ela disse, subindo até o quarto e atendendo a ligação.

e Danny continuavam sem destino certo. Para distraí-la, o guitarrista a levou em alguns pontos turísticos.
- Aqui é lindo - disse mais animada e com um sorriso sincero no rosto.
- Você precisa conhecer o pier.
- Danny, o Harry vai nos matar quando descobrir que fim teve seu combustível - gargalhou.
- Mas nós estamos deprimidos - brincou. - Merecemos distração.
Ao dizer isso, Jones notou que o semblante contente da acompanhante havia desaparecido.
- Ai.
- Tudo bem - ela mordeu o lábio.

- Tell me that you want me baby... - cantava.
- Eu te quero - Dougie respondeu a fazendo rir.
- Tell me that is true - continuou, agora o olhando.
- É verdade - falou e recebeu um selinho. - Te amo, sabia? - se declarou e deram outro selinho.
- Também te amo, Pequeno.
- It's all about you, it's all about you, baby - ele cantava baixinho.
- Prefiro a outra versão - a garota comentou se ajeitando no peito do baixista.
- Qual? - questionou levantando a sombrancelha.
- Erm, deixa quieto - riu.
- Canta para mim - pediu.
- Se rir eu te mato - avisou. - I want to touch you, I want to touch you, baby - tentou omitir o restante, mas o menino notou. Lógico, ela tentava enganar a pessoa que com certeza contribuiu com a paródia.
- Epa, tem mais uma parte aí - gargalhou.
- Esperava que você não percebesse - agradeceu mentalmente por ele não ver o quão vermelha estava.
- ... and sleep with you - riu ao lembrar deles escrevendo a letra. - Também prefiro essa versão - a olhou malicioso.
- Bobo - deu um tapa em seu braço e depois o puxou para um beijo calmo.

- E se fizéssemos um luau? - estava empolgada, andando de mãos dadas com Judd.
- Ótima idéia - Harry concordava com um beijo carinhoso. - Conheço um local na praia perfeito. Sem muita gente, cantos escuros - fez cócegas e ela gargalhou.
- Seu pervertido - o agarrou pelo pescoço. - Vou ligar para as meninas.

- Danny é muito difícil - confessou, do nada. - Namoramos um garoto comum e de bônus, um integrante da banda McFLY. Somos obrigadas a conviver com meninas nos xingando e apalpando vocês, fofocas e turnês.
Jones achou melhor não interromper, apesar de terem conversado durante todo o percurso.
- Eu acredito no Tom - calou-se. - E sinto que ele quis me proteger e que realmente gosta de mim - fitou as mãos. - Mas...
Ele a olhou.
- Mas...?
- Acho que não estou preparada para tudo isso - negava com a cabeça.
- Você vai largá-lo? - arregalou os olhos.
Ela não respondeu. Observavou pela janela do carro e avistou o pier ao longe. Suspirou.
Danny estacionou na areia.
- Eu chamei a Erinn de - ele começou a confissão, do mesmo modo que a garota, ou seja; do nada.
o encarou, atônita.
- Estava na pista, bêbado, a observando dançar. Era hot, mas...
- Agora é minha vez. Mas...? - brincou.
- Não era a .
Calaram-se.
- Comecei a lembrar do dia que fomos ao pub, daquela primeira vez que ela visitou Londres - viu assentir e prosseguiu. - E... uau, dude - passou as mãos pelo rosto.
Ela riu.
- Danny você está me tratando como um menino. Me poupe dos detalhes sórdidos.
Gargalharam.
- Você é bacana, - pousou suas mãos no encosto do banco e fitou os olhos da garota.
O gesto inocente deixou o clima estranho. Na verdade, estranhamente bom, porém proibido.
- Erm. Você falava sobre a troca de nomes, né? - ela desviou para o volante.
Ele gaguejou e deu continuidade.
No final do assunto, sugeriu uma caminhada enquanto o Sol se punha.

apareceu no topo da escada e avisou.
- Tem um celular tocando no seu quarto, Tom.
Ele parou para analisar o toque e reconheceu.
- É o da .
Subiu os degraus de dois em dois e a garota virou-se, entrando no cômodo.
- Ali - mostrou o criado-mudo.
- É a - Fletcher leu e atendeu. - Não. Erm, na verdade eu não sei onde ela está - o garoto não sabia o que dizer.
solicitou o aparelho e o guitarrista pediu um momento para . Estendeu o objeto prateado.
- Ei, . A saiu mas já deve estar voltando. O Tom não sabe po-porque ele não estava aqui. Não, ela não me disse porque eu estava no telefone, mas quer deixar recado? - mordeu o lábio e franziu a testa. - Luau? Claro! Onde? O Fletcher deve saber - sussurrou o local e ele assentiu - Nos encontramos em alguns minutos. Tchau.
- Luau?
- Tom, processa os fatos - riu. - Nossa chance de pedir desculpas.
Ele abriu um sorriso. O primeiro depois da discussão com a namorada.
- Idéia genial.
- Não é? Confesso que estou desanimada com o evento em si, mas não há clima mais perfeito para reconciliações.
Abraçaram-se involuntariamente.
- Vamos deixar um bilhete para os dois e também infernizamos a para ligar novamente para a - Fletcher opinou.
- Boa, boa. Agora vamos nos trocar - ela sugeriu saindo do quarto.
Antes de passar pela porta, o rapaz a chamou.
- E sua "coisa"? - riu. - Conseguiu resolver?
afirmou com a cabeça.
- Demorei por isso - constatou que havia ficado um bom tempo ao telefone. - Disse ao Peter que gostava de outro. De forma mais gentil e subliminar, óbvio - rolou os olhos. - Não dá mais para esconder o que sinto pelo seu amigo sardento, Fletcher - sumiu de vista.

olhou o horizonte e murchou.
- Teremos que caminhar tudo isso de novo? - curvou os braços exagerando na fisionomia de cansaço.
Ele riu e antes que falasse algo, foi interrompido pelo toque do celular da namorada.
- Oi, . Estou saindo do pier.

- Pare exatamente onde está, mocinha - ordenou brincando.
Ouviu perguntar o motivo e explicou sobre o luau.
- Nos encontramos, compramos os suprimentos e abusamos dos nossos cantores particulares. Em todos os sentidos do termo abusar - sorriu. - Topa?
- Aoun, que demais. Claro que topo - saltitava. Típico de .
Desligaram após definirem os detalhes.

- Me conta? - a abraçou por trás, beijando seus ombros.
- Teremos carona - levantou os braços e ficou de frente para o namorado.
- Como assim?
- Na verdade, terá um luau mas o mais legal é que não voltaremos a pé - comemorava.
Ele achou graça da folga da menina.
- Vamos encontrá-los onde?
- Aqui por perto. A marcou no-no-no... - coçou a cabeça. - Ouch, esqueci o nome.
Riram.
- Vamos sentar ali - ela mostrou as mesas do café - enquanto comemos qualquer baboseira e eu ligo para ela.
- Droga, passarei mais tempo a sós com você? - colocou a mão na testa, dramatizando.
fez fico.
- Terei que aproveitar então - a agarrou e ela gritou.
Beijaram-se.

- Céus - berrou, rindo. - Que gelo! - afundou os pés na areia, após uma onda ter congelado seus dedos.
Danny vinha logo atrás, caçoando de .
- Vai rindo, vai - deu um soco fraco no ombro do garoto.
- Quer ir até lá? - apontou com a cabeça para o pier.
Ela concordou, colocando as mãos no bolso do casaco. Tateou e retirou um papel amassado de lá.
- UAU! - riu alto.
- Dinheiro! - ele levantou os braços.
- Dá para comprar alguma bebida ruim e uma bolacha sem graça, que tal?
Ele piscou e entraram no carro.
Compraram algumas guloseimas não identificadas, que com certeza causariam alguma alergia ou intoxicação e partiram. Chegando perto do pier, Jones virou bruscamente o volante.
- O que houve? - questionou assustada.
- Tenho um lugar melhor para fugir - sorriu malicioso.

e Dougie chegavam no local combinado.
- Olha eles ali - Dougie indicou o veículo de Judd.
- Oba, nossa futura carona - comemorou. - Vamos lá.
- Ei, vocês dois - escutaram uma voz feminina chamá-los.
Viraram-se.
- Pensamos que vocês estavam dentro do carro - a namorada do baixista se mostrou confusa.
- Viemos a pé - comunicou.
- M-mas... - apontou - mas aquele é seu carro, não é?
Harry o fitou.
- Aquele é meu carro - exclamou.
- Dude, te roubaram - Dougie comentou.
- Sorte ter encontrado intacto - a namorada falou.
- Não é melhor chamar a polícia? - aconselhou.
No meio de tanto disse-disse, o baterista resolveu agir por conta própria, indo em direção ao automóvel.
Chegando perto, reduziu a velocidade dos passos e ficou arisco. Não notou nenhum movimento no interior do veículo e soltou o ar, aliviado.
- Não tem ninguém - acenou e os demais vieram ao seu encontro.
- E se tiver alguém morto no porta-malas?
- Eaw - as meninas gritaram, fazendo cara de nojo e medo.
- Pior ainda - Dougie aumentava. - E se eles usaram o carro como isca?
- Como assim? - questionou.
- Estacionaram nesse local ermo para curiosos como nós virmos até o aqui e eles... nhac! - aumentou a voz na última palavra e assustou as duas. - Eles nos pegam e sequestram.
- Sequestram? - a namorada do baixista estava impressionada.
Judd ia pedir para Dougie calar a boca, quando escutou a namorada berrar.

A uma distância equivalente a dois quarteirões, encostados em um container, - bom, pelo menos era isso que achavam que era o gigante trambolho fixado na areia - e Danny comiam uma bolacha de gosto duvidoso quando assustaram-se.
- Ouviu isso? - perguntou.
- Abaixa - Jones ordenou.
- Hein?
- Abaixa antes que eles nos vejam.
- Eles quem, santo Deus? - ficava aflita.
- Os ladrões.
- O QUÊ?
- Shiiiu.
- Ladrões gritando? E pareceu grito de mulher - sussurrou.
- , pensa. Deixamos um carro caro, modelo do ano, no meio de uma praia, à noite. Alvo fácil, concorda? - falava calmo. O automóvel não era dele mesmo.
se desesperou.
- E como vamos embora? E se eles nos acharem?
- Por isso eu pedi para você falar baixo e ficar escondida - falou o óbvio.
A garota agachou e apoiou a cabeça nos joelhos. Sua pressão dava sinais que iria cair a qualquer instante. Tentou cantar alguma música para distrair ou se lembrar de algo agradável. Sua mente irônica imediatamente remeteu à briga com Tom e seu estômago revirou.
- Jones, eu não estou legal - sentiu tudo ao redor girar.
Ele a olhou e abaixou.
- , você está pálida - abanou-a com as mãos.
- Esse seu movimento está me deixando mais enjoada.
- Fecha os olhos - sentou-se ao lado dela e apoiou a cabeça da garota em seu ombro.
Danny pedia para respirar fundo enquanto afagava seus cabelos. O cheiro do garoto e a segurança que ele lhe passava, a fez reagir. Novamente, tudo estava em seu devido lugar, exceto os lábios macios de Danny, que agora executavam movimentos sincronizados nos de .

- É da minha irmã. É da minha irmã!
- , acalme-se - Judd a consolava.
- Eles vão matá-la. Eles vão matá-la! - o chacoalhava.
havia encontrado o casaco da mais velha no banco.
- Harry faça algo. Ela vai infartar - abraçava a amiga.
- Vem, Poynter.
- O-onde? - o baixista guaguejou.
- Vocês duas, tentem achar um lugar com mais luz - o baterista tomava as rédeas da situação, abrindo com cuidado o porta-malas. Não achou nenhum cadáver, só seu taco de cricket. O pegou. - Anda, Dougie.
- Não, Pequena, não deixa... - apelava para a namorada.
- Harry, tadinho - chorava de aflição.
- ANDA! - Judd o arrastou.

Caminharam uns vinte passos quando Dougie, que tremia mais que vara verde em vendaval, questionou.
- Se você acha que vou caçar ladrões e sequestradores, está muito enganado.
- Não acho que seja nenhuma das duas opções.
- Espíritos então? - cessou a caminhada. - Olha, eu odiei aquele Ghost Hunting e fiquei sem dormir com a luz apagada durante oito meses e...
- Ca-la-a-bo-ca, dude.
Dougie arregalou os olhos e quando percebeu que o companheiro estava ficando cada vez mais distante, tratou de correr.

Danny segurava o rosto de com as duas mãos e beijava com intensidade. Ela correspondia segurando a bolacha com a mão esquerda e apoiando-se na direita. Jones gemia abafado e impulsionava a garota para trás.
- Jo-jo... Jones - sussurrou, tentando retomar o fôlego.
- Shiiu - a calou com a boca.
Deitou-a na areia e ficou sobre ela.
Já estava tudo perdido, da bolacha ao namorado.
usou a raiva que já nem sentia mais como desculpa para não se sentir culpada. Jones fez o mesmo.
A camisa xadrez do guitarrista foi retirada às pressas assim como a baby look azul e branca da menina.
Danny sentou-se e ficou em seu colo, frente a frente. Suavam, embora o vento soprasse forte.

- O que a gente faz? - olhava a dupla se distanciando.
- O Harry pediu que a gente procur... ai, meu Deus! - um farol cegou .
Ambas se esconderam.
Duas cabecinhas despontavam atrás do carro, observando quem saia do novo veículo.
- Brincando de esconde-esconde? - achava graça.
- ! - ambas berraram e a abraçaram.
- E o Tom - ela mostrou logo atrás.
- Nosso protetor - limpava uma lágrima.
Os recém chegados se entreolharam.
- Espero um bom argumento antes que as leve para a internação - ele brincou.

Jones beijava o pescoço de , que arrepiava.

- Fica atrás de mim, Dougie - Harry pediu, se aproximando do primeiro container.

arranhava as costas de Danny.

Judd se aproximou, respirou e olhou atrás do equipamento utilizado para transporte de cargas. Nada.

Jones deslizava os dedos de encontro ao fecho da lingerie da garota.

Harry continuou.
- Dude, cuidado - suplicou Dougie.

- Dude? É o Dougie? - arregalou os olhos.

O baterista se aproximava do segundo container.

- Merda! - Jones se levantou erguendo a garota pela cintura.
Tentavam colocar as peças de roupa quando a figura de Judd apareceu do lado esquerdo, balançando o taco no ar.
gritou e Danny, na tentativa de protegê-la, tropeçou e caiu sobre ela.

- Ladrões? - Tom tentava entender.
Escutaram o grito da primogênita.
- É minha irmã!
Fletcher saiu correndo e as meninas foram atrás.

- Harry, pára. É o Danny e a - Dougie, que via a cena de fora, avisou aflito.
O baterista parou os movimentos e arqueou a sobrancelha.
- Pirou? - Jones estava irritado.
- Desculpa. E-eu... - largou o taco na areia e coçou a cabeça.
Danny ajudou a se levantar.
Poynter e Judd a olharam com metade da blusa colocada.
- Ei - Jones advertiu os rapazes enquanto ela se recompunha.
Um silêncio pairou no local.

Tom chegava sem ar - e provavelmente muito vermelho, mas a escuridão impedia de enxergar esse detalhe.
- ? - a abraçou.
Ela sentiu uma pontada na boca do estômago.
- Mana - empurrava todo mundo e a apertou. - Eles te fizeram algo?
- Hein? - a olhou. Foi o máximo que conseguiu dizer.
- Os ladrões e sequestradores - vinha atrás, oferecendo um abraço.
- Não tinha ninguém - Judd disse e depois se arrependeu. - Quer dizer. Tinha. Não tinha? - tentou consertar.
Danny estava sem camisa, descabelada e os pacotes de guloseimas no chão.
olhou os dois. Eles desviaram o olhar.
- Eu não acredito - ela disse.
Os demais a fitaram.
- Vocês dois... voc... - negava com a cabeça e sentia repulsa.
Fletcher ligou uma coisa à outra.
- A e o Danny?
e estavam confusas. Olhavam de Tom e para e Danny, como se fosse um jogo de ping pong.
- Não, gente. Imagina - Harry tentava contornar.
- Sua vagabunda e seu galinha escroto - urrou.
- Como? - não gostou, embora merecesse o título.
- Isso que você ouviu.
A irmã mais velha partiu para cima da (ex?) amiga. Quando o argumento falha, sobra a violência.
Puxões de cabelo e chutes desengonçados. Danny segurou enquanto Dougie, .
- Você não passa de uma groupie. Qual o próximo? Cuidado hein, , a vaquinha vai pegar o Poynter - ria como se fosse uma bruxa dos desenhos animados.
- Sua... - engoliu o xingamento avançando para cima da menina, mas dessa vez Tom entrou na frente.
Ela o encarou.
- Jamais pensei que você fosse capaz de fazer uma coisa dessas - a olhou com desprezo.
fitou a areia.
- E você, Daniel... - semicerrou os olhos.
Danny ainda segurava . Estavam paralelos ao guitarrista da covinha.
Antes que chorasse na frente dos traidores, Tom se retirou e foi atrás.
Os quatro restantes estavam sem reação.
- E-eu... - gaguejou.
- Vai atrás dela - pediu. - Vai também, .
- Não, vou ficar aqui com você - a abraçou e chorou copiosamente.
a confortou. Ergueu o rosto da garota e olhou em seus olhos.
- Não importa o que aconteceu. Sou sua amiga até o fim, ok? - uma lágrima escorregou e beijou a testa da primogênita.
chorou mais ainda e assentiu.
Dougie seguiu , sem emitir nenhuma opinião.
- Vamos? Pegarei nossas coisas e voltaremos para Londres - a caçula aconselhou.
- Não. Você continua aqui e eu vou. Quero ficar sozinha.
teimou e por fim, a mais velha aceitou.
Seguiram até o carro de Judd, em silêncio, permanecendo assim até a chegada à casa de Jones.

Óbvio, a viagem havia terminado para todos. Cada um arrumou seus pertences e saíram em horários alternados pela madrugada.
Tom e foram os primeiros. Nenhuma palavra foi dita durante todo o percurso.
e Dougie estavam logo atrás. Escutavam música para abafar o silêncio e conversavam sobre coisas sem importância. Sabiam que seriam os mais afetados. De qual lado ficar?
e Harry oscilavam entre o ocorrido e olhares pervertidos.
e Danny iam por último. O vento batia em seus rostos e bagunçava os cabelos.
- Me desculpa - ele falou rouco.
- Fiz consciente - respondeu direta.
Jones mordeu os lábios e algumas gotas de chuva entraram pela janela.
Não fecharam o vidro. A sensação da água escorrendo na pele aliviava a dor. Ou não...

Capítulo 15

Tom parou o veículo e não desligou o motor.
- Obrigada - desceu, retirou a bagagem do porta-malas e acenou.
Ele assentiu e arrancou.

- Amo as duas igualmente e não tem como escolher de qual lado ficar - desabafou.
- É - Dougie retorceu a boca. - Comigo não é muito diferente. Imagina como o clima estará pesado nos bastidores dessa turnê?
A garota o olhou.
- A... a turnê - franziu a testa.
- Amanhã - mordeu os lábios.

- Não vá, não vá - brincou, agarrando as pernas do baterista.
- Posso entrar, se quiser... - passou os dedos pela barriga da namorada.
- Deixa eu pensar - colocou a mão no queixo e olhou para cima. - Ok, aceito esse sacrifício - saiu correndo e abriu a porta.

estacionou alguns metros longe da casa de Danny, evitando qualquer encontro "desagradável".
- Está entregue - desligou o carro.
Jones retirou o cinto e continuou sentado.
- Nossa turnê começa amanhã.
- É, eu sei. O... - suspirou e não citou nomes. - Ele me disse.
Ficaram calados. O silêncio era um companheiro constante.

seguiu direto para o chuveiro. Água e lágrimas escorriam misturadas até o ralo.
Saiu e encontrou Adam, seu amigo-gay-bacana-e-descolado encostado na parede do corredor.
- Hey - ela disse, sem empolgação.
- Creeedo, que bicho te mordeu? - franziu a testa e a puxou pela mão. - Sente aqui e me conte tu-do. De Peter ao gostosinho do McFLY. Detalhes sórdidos, de preferência - bateu uma palma. - E voltou mais cedo por quê? - a encarou.
o fitou e sentiu o rosto arder e os olhos marejarem. O abraçou e foi confortada.
Antes de pegar no sono e após passar a crise de choro, ela desabafou.

Tom circulava pelas ruas com os vidros do carro fechados, o som ligado no volume baixo e os pensamentos à mil, todos concentrados em .
Como a odiava e a amava, tudo ao mesmo tempo.
Percebeu que o combustível estava no fim e pegou o primeiro retorno. Chegou em casa e a angústia lhe tomou o peito.
Tirou o telefone do gancho e discou. Só ela poderia acalmá-lo.
- Alô? - uma voz doce atendeu.
- Preciso te ver.
- Agora?
- Por favor - suplicou.
Quase meia hora depois, ela chegou. Tom abriu a porta agradecido.
- Obrigada, Carrie.

- Eu estou com medo.
- Do quê, Pequena? - Dougie a abraçou.
- De você se encantar por alguma fã bonitona - fez bico, manhosa.
Ele gargalhou.
- Pára com isso. Eu te amo, sua boba.
sabia que era verdade. Também tinha ciência que amava Tom e no entanto o traiu. Sua cabeça estava confusa e se sentia insegura.
- Dorme aqui? - ela pediu e o baixista aceitou.
Devido ao cansaço, adormeceram logo.

e Judd conversavam enquanto a menina retirava algumas roupas da mala.
- ... ela é impulsiva e age de acordo com o humor.
- Mas trair o Tom? Do nada?
- Harry eu não tive a oportunidade de conversar sério com a , mas tenho certeza absoluta que não foi do nada. Isso não justifica, claro.
Ele se calou.
- Conheço minha irmã. Ela fingirá que está tudo bem, se afastará do universo - exagerou mais uma vez - e quando voltar, resolverá tudo.
O baterista sorriu.
- Preciso de um banho - a caçula mudou de assunto.
- Eu também. Essa vida de super-herói me cansa - passou a mão na testa.
- O banheiro da está disponível. Pegue alguma roupa que trouxe na bagagem e fique à vontade - piscou.
Girou a torneira do chuveiro e berrou quando ele a agarrou por trás.
- A pode chegar a qualquer momento e - beijou seu ombro direito - como ela quer ficar sozinha, não seria justo - encostou os lábios no esquerdo - atrapalhá-la.
estava em transe e só acordou ao sentir as gotas caindo sobre sua cabeça.
- Está molhando minha roupa - ela vociferou.
- Não seja por isso...
Harry a beijou e simultaneamente retirou peça por peça, de ambos. Pelo menos o final de semana deles não foi tão perdido assim.

encontrou o carro de Judd estacionado à sua porta. Parou seu automóvel e perdeu alguns segundos decidindo se entrava ou não. Estava exausta e ao imaginar sua cama, gemeu e amoleceu o corpo. Mudou para a marcha ré quando seu celular acendeu algumas luzes e dançou sobre o painel. Danny, leu em em voz alta.
- Oi - segurou o aparelho entre o rosto e o ombro.
- Não entra.
- Hein? Como sabe que...
- Me segue.
A garota percebeu um veículo emparelhar junto ao seu. Abaixou o vidro e Jones fez sinal para ir em frente. Obedeceu.
- Onde vamos? - voltou a colocar o objeto junto ao ouvido.
- Sabia que é perigoso dirigir falando ao telefone? - ele saiu pela tangente.
- Jura? Como se você não estivesse fazendo o mesmo - bufou.
O guitarrista gargalhou.
- Danny... - o tom foi de repreensão. - Preciso dormir.
Ele ficou alguns segundos em silêncio.
- ...
- Hum?
- Nesse exato momento, só temos um ao outro.
A voz era séria e isso provocou um choque na barriga dela. Precisava contestar.
- Na-nada a ver, Jones. Tenho a - falou como se parecesse lógico.
- Agora quem a tem é o Harry. Sozinhos, último dia juntos... - sorriu malicioso.
- A então. Acho... - ficou confusa e acabou rindo. - Já sei, você vai dizer que ela está com o Dougie e blá blá blá.
- Concorda comigo?
- Se eu concordaaah - gritou e brecou seco.
Danny deu ré. As ruas estavam vazias e faltava algum tempo para amanhecer em definitivo.
- Falei que era perigoso, não falei? - sorriu triunfante ao ver que ela estava bem.
- Gato filho da mãe. Que susto! - tremia.
Ela notou que o rapaz comprimia os lábios.
- Vai, Daniel. Ri. Pode rir - acabou gargalhando também.
- Tem condições de continuar? - ele se preocupou, cessando o riso.
assentiu.
- Dessa vez, coloca no viva-voz - acelerou.
O celular havia caído entre os bancos. Ligou para Danny - afinal a queda fez o aparelho desligar - e acionou a funcionalidade.
Continuaram com o assunto supérfluo e algumas vezes o silêncio aparecia, porém isso não os afetava.
- Essa situação me lembra um filme com o Orlando Bloom. Eliza-alguma-coisa - riu do esquecimento e virou à esquerda.
- Como era?
- Ele e a Kirsten Dunst...
- Uh, a Mary Jane. Hot! - interrompeu.
Ela suspirou com certo mau humor.
- Continue - ele ria.
- Os dois conversavam no celular e depois se encontravam.
- O filme é isso?
- Não, né?! - ela sorriu.
- Não tenho paciência para filmes. Até assisto, mas prefiro ir a uma festa.
- Vi isso em algum lugar - ela lembrou.
- Provavelmente na Bliss Magazine.
- Isso! Li enquanto esperava para entrevistar a Er... - parou de falar e tentou pensar rápido. Foi bem no dia que entrevistou a ex do garoto. Resolveu trocar Erinn por algo similar - a Alanis Morissette.
Ok, não era tão similar assim, mas...
- UAU! - ele se alterou.
Como Danny era ingênuo.
Antes que Jones perguntasse algo, desviou o assunto. Nunca havia visto a cantora pessoalmente e só conhecia seus hits.
- A-a bateria vai acabar.
- Já chegamos.
A curiosa abaixou a cabeça e tentou olhar para fora do veículo. Enxergou casas, um cachorro dormindo no degrau de uma delas e... .
Parou logo atrás do carro de Danny e desceu com a testa franzida. Bocejou involuntariamente enquanto acionava o alarme.
- Vem - ele acenou.
- Vem onde?
O guitarrista não respondeu e sumiu ao virar a esquina. Ela correu para não perdê-lo. Ao fazer o contorno, viu várias árvores enfileiradas, formando um muro no final da rua.
Caminharam juntos e calados.
- Cuidado para não se arranhar - Jones passou por um dos espaços entre os troncos finos.
criava grandes expectativas. Chegou a lembrar de outro filme, dessa vez era "Um Lugar Chamado Notting Hill", na cena em que a personagem de Julia Roberts pulava o muro para se sentar no jardim e o Hugh Grant a acompanhava. Isso aumentava ainda mais sua empolgação. Na trama era de noite e no real o Sol fraco despontava, mas mesmo assim a situação era parecida e, de certa forma e sem segundas intenções, romântica.
- Romântica? - falou alto.
- Como? - ele questinou.
- Estava cantando. Besteira - sorriu falsamente.
A frustação foi inevitável. De Hollywood foi parar em um campinho mal cuidado de futebol. Uma trave - uma - enferrujada, a grama amarelada e terra, muita terra.
- Adoro esse lugar.
Só pode ser piada, ela pensou. Não disse nada. Estava murcha demais para isso e não acreditava que havia perdido seu sono para estar ali.
Danny sentou de costas para .
- Sabe que não fui aceito para a banda V, não é?
Ela soltou um apático "aham".
- O local do teste fica atrás daquela parede.
Opa, pelo menos alguma coisa legal, ela imaginou e ficou nas pontas dos pés. O máximo que enxergou foi o telhado.
- Me senti tão fracassado que chorei.
A garota cessou os passos de bailarina e o olhou.
- Minha mãe estava comigo - sorriu fraco. - Começamos a andar e encontramos esse campo - fitou o redor. - Era bem mais bonito.
Agora quem ria era ela.
- Quando você me deixou em casa, me senti um perdedor - calou-se. - De certa forma, vindo até aqui, me sinto mais próximo da minha mãe e de tudo que ela me falou naquele dia.
Danny queria dizer muita coisa mas - além da lerdeza natural - estava confuso.
agachou a seu lado.
- Vai se sujar - apontou com o queixo na direção do círculo de terra onde a garota estava de joelhos.
- Mais suja do que me sinto, impossível - acabou se referindo a todos os sentidos.
A fitou de modo terno. Jones estava despido da imagem de artista e não passava de um garoto comum, com aflições e uma olheira terrível embaixo dos belos olhos azuis.
- Sou um monstro - era a vez dela falar frases desconexas. - Estava com o Luís, fui feliz por um tempo e descobri que tudo não passava de ilusão e eu queria mesmo era o Tom. Depois, quando o tive... - indicou sua própria boca e, logo em seguida, a do guitarrista.
- Sobre isso, - Jones fez o mesmo gesto, indicando os lábios - eu que comecei.
- Mas eu cedi à tentação - riu torto.
Ele abaixou a cabeça, a apoiando nos joelhos e braços, sorrindo.
- Me sinto péssima - confessou coçando os olhos, lutando contra a exaustão que agora batia mais forte.
- Eu também. Pior ainda por ter gostado.
- Hein? E-eu me referia ao cansaço.
Ele corou e ela riu sem graça, desviando os olhares para o horizonte - uma parede com tinta descascada.
Enquanto arrancava tufos de grama, Danny pensava com mais clareza. Tom é como um irmão, dude. E eu gosto da . Ela é muito parecida comigo. Será por isso? E eu imaginando que ela fosse querer um beijo e nada mais? De qualquer forma, me ferrei. Preciso consertar as coisas, mas como? Droga, por que fui fazer isso? Apesar de todos os boatos sobre suas traições, alguns consumados e outros não, esse era o primeiro que realmente se importava com as consequências. Tanto as que teria quanto as que faria sofrer. Olhou de relance para a garota, que estava entretida com um cascalho e um graveto. A resposta à sua pergunta veio fácil. Ela também é parecida comigo. Engoliu seco. Mas não justifica. Ela estava passando mal e eu aproveitei. Também... ela é linda, dude. E hot. E aquela boca... como ela beija bem. Quando deu por si, estava suando.
continuava jogando com seu brinquedo impovisado. A cena do flagrante passava por sua cabeça em câmera lenta. Viu quando a chamou de vagabunda, groupie e vaquinha. Sentiu o rosto arder e questinou mentalmente. Será que eu realmente gosto do Tom? Na primeira briga desisti e ainda o trai. Com o Luís dei várias chances. Luís? Ah, aquele idiota que se exploda. Droga, que sono. Mas aquela piranha da Gio que começou tudo. Que raiva! Fitou sua fitinha de Nossa Senhora quase arrebentando e permaneceu o olhar por ali, em devaneios novamente. Eu não sou tão amiga da assim. Jamais pegaria o Harry e o Dougie, por exemplo. Disso tenho certeza, independente do Judd ter o peito cabeludo e o Poynter ser bem mais baixo que eu. E o Danny... porra, o Jones é gostoso pra caramba. Olha o tamanho daquelas mãos. Percebeu que salivava.
- Está tudo perdido mesmo - pensaram alto simultaneamente e coincidentemente deram de ombros.
Ambos se olharam. Ela com a testa franzida e ele com a sobrancelha arqueada.
Gargalharam.
- Será que pensamos a mesma coisa? - a garota ficou intrigada.
As risadas cessavam devagar e a boca semi-aberta de Danny era convidativa.
- A pergunta é: será que queremos a mesma coisa? - Jones sussurrou.
Ainda de joelhos, deu um pequeno giro e ficou de frente para o garoto. Essa já era sua resposta afirmativa.
Sem demora, aproximaram-se e a garota deu um berro tão agudo que facilmente ganharia alguma gincana de quebrar copos com o poder do grito. Ela caiu para trás e Danny se protegeu com os braços. Não esperavam por essa surpresa.
A intrusa resolveu falar. Crouw crouw.
- Elas me perseeeguem - se levantava. - Vou te pegar, seu projeto mal feito de frango.
Danny se acabava de rir com a cena. Uma menina desengonçada correndo atrás de uma pombinha.
- Não - arfava - é - buscava fôlego - não é a primeira vez que uma me ataca. Estou começando - respirou - a achar que é algo pessoal - ficou em posição de dançar funk. Não tinha culpa se isso facilitava a entrada de ar em seus pulmões. Jones ergueu-se, ainda rindo.
- Melhor a gente ir - ele disse, com humor.
Ela assentiu.
- Um dia ainda frito uma delas - prometeu para si.
Pelo menos a participação especial da ave fez com que o mesmo erro não fosse cometido duas vezes.

Chegaram nos carros e havia movimento na rua. Danny ficou de costas, temendo ser reconhecido.
- Acho que é a última vez que nos vemos até eu voltar da turnê.
- Sim - mordeu os lábios internamente.
Ficaram quietos.
- Boa sorte. Com o... você sabe. E com os shows - ela sorriu e ele agradeceu.
- Daqui vinte dias faremos um concerto em Manchester. Vá assistir. É o melhor de todos - piscou. - Eu ficaria grato por ter algum rosto familiar na multidão.
- Como se você fosse me enxergar no meio da histeria. Larga de ser falso, Danny Jones! - deu um tapinha, rindo.
Abraçaram-se e a tentação bateu à porta. Um beijo demorado no canto da boca aconteceu, ansiando para derrapar para o meio dos lábios.
Suspiraram e cada um entrou em seu veículo.
Danny seguiu até a casa da menina e de lá, com uma buzina e um aceno escandalosos, partiu para a sua.

O Sol clareava a cidade e o domingo se arrastava.
entrou em casa e encontrou Harry na cozinha.
- Hey - ela disse.
- ? Tudo bem? - perguntou com pé atrás, temendo alguma reação estranha da parte dela.
- Dia lindo, não é? - foi a resposta dada enquanto subia as escadas. - Boa noite - brincou.
tinha razão. A mais velha agiria como se estivesse tudo certo e se isolaria.
Chegando no topo da escada, avistou a caçula com uma toalha na cabeça e de roupão. Riu abafado.
- Onde passou a noite? - a mais nova veio em sua direção, com uma escova de cabelos apontada. Parecia preocupada.
- Por aí. O importante não é onde estive e sim que voltei, não é? Imagina se um bicho papão me pegasse? - falou sarcástica e entrou no quarto, trancando a porta.
Dormiu por cinco horas um sono pesado e sem sonhos. Nem pesadelos...

Enquanto descansava, e Judd cozinhavam.
- Adorei minha última noite antes da turnê - ele a abraçou por trás.
- Ai, Harry. Parece que você vai morrer, credo - fez bico.
Ele gargalhou.
- Vai sentir minha falta? - a namorada perguntou insegura, virando se para o baterista.
Judd beijou a ponta do nariz da menina e a sentou sobre a pia, ficando entre suas pernas, acariciando-as suavemente.
- Eu te amo. E prometo te ligar e voltar vivo - a beijou, antes que sorrisse.
- Vou dormir abraçada no seu pôster - ela choramingava.
- Opa, tive uma idéia - saiu da casa e depois de alguns minutos retornou. - Toma. São minhas baquetas preferidas. Elas me dão sorte, mas acho que ficarão mais felizes com você.
Os olhos da caçula brilhavam.
- E assim você terá um motivo para voltar.
- Como se você não fosse motivo suficiente - a mordeu na maçã do rosto e iniciaram um longo beijo.
Ao partirem, caçoou.
- Já pensou se a situação fosse com a ? Ela furaria o olho ao dormir com seu presente - riu ingênua. - Sorte que você não é namorado dela - fechou a cara ao perceber o que estava dizendo. - Ai, esquece a brincadeira idiota.
Harry calou-se.
- Droga, esse assunto ainda vai longe - ela comentou.
- Não quero nem pensar como serão os shows.
Ficaram sem silêncio e terminaram o almoço. Somente os dois comeram e depois de passarem mais um tempo juntos, Judd foi para casa.

- Que horas - bocejou - são?
- Hum? - Dougie espreguiçou-se.
- Acho que dormimos demais - arrastou a voz.
Cochilaram mais dez minutos e acordaram assustados.
- Ainda é domingo? - ele questionou.
- Espero que sim. Tenho uma reunião com um cliente importantíssimo na segunda - cambaleou ligando a televisão. - Ufa, esse programa só passa de domingo - aliviou-se e correu para o banheiro, escovando os dentes e lavando o rosto. Quando saiu, recebeu uma notícia desagradável.
- De qualquer forma, preciso ir - passou pela namorada, também em direção à pia e fazendo o mesmo que ela.
torceu os lábios e sentou na cama. Não evitou segurar o choro.
- Pequena, conversamos sobre isso. Vou manter o máximo de contato. Prometo - ajoelhou-se e beijou as mãos da garota.
A menina pediu um abraço e foi correspondida. Ficaram em pé e se seguraram com força.
- Dougie?
Ele balançou a cabeça.
- Jura que não deixa nenhuma fã cair em cima de você?
Poynter riu ao se lembrar do dia em que a conheceu.
- Só você pode - a beijou.
A intensidade aumentou e o ar faltou.
A camisola da garota estava no chão, fazendo companhia à camiseta que ele ainda nem havia colocado.
Deitaram novamente, dessa vez não dormiram e não se importaram se era domingo, segunda ou qualquer outro dia da semana. O tempo havia parado.
No começo da noite, Dougie Triple X - agora entendia o porquê - foi embora.

havia evitado as ligações e dormiu boa parte do dia. Chegou a caminhar pela vizinhança mas começou a chorar e voltou a se refugiar.

estava na sala da casa das irmãs.
- Tentei ligar umas quatro vezes e só dava caixa postal. No telefone convencional, ninguém atendia e desisti.
- Ela e a precisam de um tempo - a caçula ofereceu uma taça com sorvete.
- Obrigada e concordo. Mas estou com medo delas se esbarrarem.
- Verdade. As duas pareciam bichos selvagens. Nunca vi minha irmã tão violenta - falou de forma engraçada porém séria.
- Falar nisso, como ela está?
- Trancada no quarto. Veio aqui só para beber água e comer. Pelo visto vai demorar para sair de lá novamente porque a vi carregando garrafinhas e pacotes de baboseiras. Vai sobreviver até sair para o trabalho - sorriu fraco.
hesitou, mas perguntou.
- Você não está nem um pouquinho preocupada?
riu.
- Parece que não, né? O Harry achou o mesmo, mas... - balançou a cabeça afirmamente - estou. Na verdade não é bem preocupação, seria mais uma vontade de arrancar esse sofrimento dela. A tem sua rotina, como já expliquei. Lembra com o Luís? Ela terminou e foi ao show - gargalhou. - Ela finge que não está magoada, mas está. Conheço a peça, porém se eu interrogá-la, capaz de piorar as coisas.
- Entendi - fitou a colher.
O silêncio pairou no ar.
- Se não bastasse esse acontecido, ainda tem essa turnê - os olhos da mais nova encheram de lágrimas.
- Ai, nem me fale - tampou o rosto com as mãos.
Conversaram sobre isso durante horas e se confortaram.

Tom entrou na van com cara de poucos amigos.
- O que deu nele? - Fletch perguntou a Harry.
- A-acho que ele não dormiu bem - Judd sorriu sem mostrar os dentes, tentando disfarçar. Óbvio, a desculpa não foi engolida, mas o empresário tinha mais coisas com o que se preocupar.
Danny sentou no banco de trás ao de Fletcher e logo colocou seus fones.
Seguiram o caminho até o aereoporto em silêncio, exceto baterista e baixista, que faziam imitações bizarras de algumas celebridades.

Os dois guitarristas evitavam se cruzar pelos bastidores. No palco, só quem sabia do ocorrido poderia notar alguma diferença. Comportavam-se normalmente embora não houvessem as clássicas mordidas, lambidas e divisões de microfone entre eles.

Para as meninas, as semanas passavam lentamente.
fazia o curso, voltava para casa, Adam tentava arrastá-la a algum pub, ela negava e se entupia de chocolate. Cinco dias depois, passou a atender aos telefonemas e receber a frequente visita de .
falava com Harry todos os dias, trabalhava e à noite se reunia com para uma sessão sinto-falta-do-meu-namorado-famoso, onde ambas choramingavam e trocavam fatos melosos sobre eles.
Falando na namorada do baixista, ela havia pegado a causa do tal cliente importantíssimo e estava radiante com isso. Mantinha contato diário com Dougie e foi a primeira a entrar na jaula do leão. Da leoa. Erm, de .
A confinada chegava do trabalho quando avistou a irmã e a amiga sentadas na sala, na reunião noturna para falar dos relacionamentos. Acenou apaticamente e subiu. não se conteve e a seguiu. Antes que ela fechasse a porta, a menina iniciou um discurso.
- Oi, .
Retificando: tentou iniciar um discurso, porém se lembrou da violência de e antes que levasse um chute, falou somentes essas duas palavras e ficou pronta para rolar escada abaixo, se fosse preciso para escapar dela.
- Ei, - ela sorriu e a encarou.
sentiu um frio percorrer a espinha. Pronto, estava estática e sem conseguir emitir nenhum som. Era normal da primogênita olhar nos olhos enquanto falava, mas agora todos a temiam. Assim como tinham o mesmo medo de .
- É - respirou. - Tem batatinha lá na sala. Quer?
riu e a outra se sentiu aliviada.
- Ok. Vou tomar um banho e desço - piscou e se virou.
permaneceu na porta por mais alguns segundos, não acreditando que sairia dali sem nenhum arranhão. Chegou no sofá e desabou.
- Sua irmã não me matou.
gargalhou.
- Sinal que o período de recolhimento está no fim. É agora que ela resolve tudo.
- Isso é bom?
A mais nova não respondeu, apenas levantou os ombros.

O celular vibrava no bolso da calça preta.
- Hey, - bebia uma cerveja no balcão do bar do hotel.
- Pode falar?
- Sim. Como você está?
- Bem e você?
- Apesar do clima, ninguém me enforcou ainda, então acho que também estou - Danny deu sua gargalhada gostosa.
Ela riu.
- Como ele está?
- O Tom não fala comigo nem me olha direito, mas parece que a raiva está passando.
- Hum - escutava.
- Hoje e amanhã estaremos de folga e pretendo resolver a situação.
- Boa sorte - falou com voz aflita. - E eu tentarei colocar um ponto final aqui também, com a .
- Meu Deus, outra luta? Aquilo foi excitante.
- JONES! - berrou rindo.
Ele imitou sonoramente a briga.
- Besta - brincou. - E os demais?
- Vão bem. O Dougie que vive empoleirado no computador falando com a no Skype. É engraçado. Nunca vi meu garoto desse jeito.
- Você precisa ouvir a voz dele na caixa de som do pc da . Parece uma drag queen.
O guitarrista novamente gargalhou e deu um suspiro.
- É bom falar com você.
- Sinto o mesmo contigo - ela sorriu sinceramente.
No meio da confusão, se tornaram amigos.
- Preciso ir antes que as duas lá embaixo chamem um resgate. Depois me conte sobre a conversa, ok?
Ele concordou e pediu o mesmo.
- Ah, ... quinta-feira, nove horas, M.E.N. Arena. Reservei cinco ingressos, pode trazer quem quiser. Te espero - desligou sem mais.
A garota continuou com o telefone no ouvido e fitou o nada. Começou a processar as informações e sentiu-se como uma personagem de desenho animado estimulada por um anjinho e um diabinho. O "lado mau" a incentivava a ir. O dono das asinhas reprovava, dizendo que seria pior encontrar com Tom, sendo convidada por Danny. O portador dos chifrinhos a lembrava que até pouco tempo atrás, ela venderia um pulmão para ir a Manchester assisti-los. Balançou a cabeça e desgrudou o aparelho da orelha quente. Resolveu terminar o impasse embaixo do chuveiro.

Desceu devagar e silenciosamente a escada. Escutou as meninas reclamarem sobre a programação na tv e relembrarem os velhos tempos em São Paulo.
- Manchester! - a primogêntia berrou e pulou em cima das duas, que gritaram.
- Que susto! - colocou a mão do lado esquerdo do peito, tremendo.
- MAN - a primogênita beijou a face da caçula - CHES - fez cócegas na amiga - TER! - se levantou e começou a rebolar.
achou graça e comentou.
- Você está parecendo uma fã que vai no seu primeiro show do McFLY - imitou os gestos de e riram.
- Quase isso - piscou.
- Como assim? - a mais nova questinou.
- Tenho alguns ingressos para o concerto da próxima quinta-feira - sorriu largamente, torcendo para que nenhuma perguntasse como havia conseguido.
- Sério? - arregalaram os olhos.
assentiu e, temendo mais questões, combinou o horário de partida e fugiu para a cozinha.
copiou a comemoração da mais velha.
- Se não bastasse uma irmã lesada, agora eu tenho uma amiga também - levantou as mãos.
- Besta, vai dizer que você não está morrendo de vontade de fazer isso? - retrucou.
- Sou uma pessoa decente, ok? - respondeu mas cinco minutos depois começou a rebolar e saltitar.
Arfavam. Já nem sabiam direito o motivo de tanta alegria, mas era engraçado pular feito cangurus.
A namorada do baixista olhou o relógio e cessou os saltos.
- Giiirl - imitou Danny em "Please, Please" - tenho que ir. Combinei com o Pequeno de entrar na internet e matar a saudade - fez cara de apaixonada e ganhou um prolongado "oun" de . Despediu-se com beijinhos no ar e saiu em disparada.

- Esses dois são os mais apaixonados, depois de você e do Tom - comentou equanto abria a geladeira.
não respondeu.
- Erm, desculpa, mana - a caçula se sentiu culpada ao perceber o que havia dito.
- Sem problemas - sorriu fraco. - Vou acabar com isso.
A outra a olhou sem entender e a mais velha riu.
- Pretendo conversar com a - encarou a pia. - Bom, vou tentar resolver uma parte de cada vez, né?
- Tenho certeza que ela irá te escutar.
- Espero.
Voltaram para a sala e ficaram assistindo televisão, embora estivesse com o pensamento longe.

ligou o computador e esperou pacientemente Dougie entrar. Dez minutos, vinte, meia-hora havia se passado. Sentiu uma lágrima escorrer pela bochecha. Pensou em ligar, mas imaginou que ele pudesse estar em alguma reunião ou coisa parecida.
Só pode ser isso, falou para si mesma. Mas... e se ele esqueceu? Não, impossível, preferiu acreditar na primeira hipótese.
Decidiu tomar banho e dar mais algum tempo ao namorado.
Só mais quinze minutos.
Voltou com esperança mas esse sentimento foi substituído por outro: tristeza.
Sentou-se no sofá e fitou as mãos. Precisava falar com alguém e imediatamente seguiu para a casa das irmãs.

Três batidas e abriu a porta. entrou sem nenhuma reação.
- ? - a caçula perguntou.
- Quarenta e cinco minutos. Fiquei esperando e nada dele - segurou o choro.
- Às vezes ele esqueceu - percebeu que a outra a olhava indignada. - Erm, com o cansaço e tudo mais, ele pode não ter se lembrado - tentou consertar.
- Ele nunca fez isso, . Quer dizer... - bufou. - Eu não sei por que estou assim, ele pode ter esquecido claro, mas sinto que não é isso.
- Você não acha que ele está...
- Eu... não sei - balançou a cabeça.
- Acho que não, . O Dougie nunca teria coragem de fazer isso com você - a confortou. - Tenho certeza que ele não ficou online por outro motivo.
apareceu na sala com um pote de sorvete nas mãos.
- , você por aqui? - sentou-se ao seu lado.
revirou os olhos e riu sem muita vontade.
- Sem querer ouvi a última parte da conversa e sei por que seu Pequeno não conectou - pôs uma colher na boca e esperou engolir antes de continuar. - Eles estão de folga hoje e amanhã. Vai ver saíram para espairecer, mas com certeza deve entrar mais tarde - sorriu ingenuamente.
arregalou os olhos e fitou a caçula.
- Não. Tenho certeza que não.
- O quê? - a primogênita olhava de para .
- Ela acha que o Dougie pode estar... erm... - não precisou terminar.
- Não viaja, - observou a garota com cara de reprovação. - Mas se está tão desconfiada, por que não liga para ele?
A menina pensou um pouco e decidiu seguir o conselho da amiga. Discou os números.
- Ninguém atende - falou aflita.
- Calma - disse. - Ele pode estar longe do celular.
- Vai tentando - a namorada do baterista completou.
Três tentativas sem sucesso. Esperou um pouco antes da próxima. Discou mentalizando que seria a última vez. Dougie atendeu.
- Hey, Pequena.
Sorriu involuntariamente ao ouvir sua voz.
- Podia ter me avisado que não ia entrar na internet hoje, Senhor Poynter - riu.
- Oh, desculpa. Te recompenso quando eu voltar.
notou gargalhadas e o início de uma música ao fundo.
- Erm, você es... - parou ao ouvir uma voz feminina.
Vamos Dougie.
- Quem disse isso? - sentiu seu corpo estremesser.
- É uma amiga minha.
Não falou mais nada e sentiu mais uma vez seu corpo vibrar, mas agora de raiva.
- Espera mesmo que eu acredite nisso?
- Mas...
- Eu já devia saber. Como você pode fazer isso comigo, Dougie? - começou a chorar.
As amigas chegaram perto da menina.
- , eu juro que não fiz nada.
- EU TE ODEIO! - urrou e jogou o aparelho no sofá, desabando nos braços da mais nova.
apontou o celular com os olhos e entendeu o recado. O pegou e seguiu até o banheiro, ouvindo a voz aguda de Poynter chamando pela namorada.
- O que você aprontou? - ela questionou.
- Quem é?
- .
- ? Cadê a ?
- Ela está... não interessa. Quem são as donas dessas vozes estridentes ao fundo? - estava brava.
- São minhas amigas.
- Amigas?
Ele bufou.
- São garotas que conheci aqui no pub, mas eu juro...
- Jura que não dormiu com nenhuma e que é um santo - afirmou sarcástica.
O baixista calou-se e a menina percebeu que havia sido dura.
- Dougie, desculpa. Por incrível que pareça, confio em você e sei que não fez nada.
- Realmente não fiz. Estamos bebendo e dançando, mas nenhuma delas me interessa - falou aflito. - Para ter noção, até o Jones as dispensou e está sentado em um canto com o Tom.
sentiu o sorvete rodopiar em seu estômago. Será que eles estavam conversando sobre aquele assunto? Tentou se concentrar no caso + piranhas do pub + Poynter.
- Dougie, vou ver o que posso fazer - desligou.
É, ela não conseguiu tanta concentração assim.

- Que alguma coisa? Água? Dormir aqui essa noite? - a aflita tentava alguma alternativa para a amiga parar com os soluços antes que infartasse.
entrou na sala.
- Quero que ele exploda. E pode esquecer o show. Não vou. Morra Dougie, morra McFLY!
- , calma - a mais velha ajoelhou-se de frente para ela. - E você também, - riu com o canto da boca.
- Como calma? Ele está me traindo...
- Ele não está te traindo - cortou.
- Eu não teria tanta certeza assim...
A primogênita fitou o chão e suspirou.
- Primeiro: ele te ama.
retrucou com um olhar de desprezo.
- Segundo - aumentou a voz - se ele te traísse, correria o risco de sair em todos os jornais e...
- Você, o Danny e o Tom não saíram.
Ambas se fitaram, olhos nos olhos, por segundos que duraram horas.
- Eu... ... desculpa - chorou mais ainda.
se levantou sem movimentos bruscos e antes que subisse as escadas, virou-se e falou.
- Sabe, - pausou - foi exatamente assim, com uma crise neurótica que perdi o Tom - contraiu os lábios. - E você tem razão. Não saímos nos tablóides - se retirou.
Fechou a porta do quarto, olhou sua cama e desligou a luz. Chorou sozinha até pegar no sono.

- Não - impediu de ir até a irmã. - Vai ser pior. Amanhã vocês conversam - beijou a testa da menina.
- Posso ficar aqui mesmo?
- Claro!
Abraçaram-se.
acabou dormindo no sofá, como fazia na maioria das vezes.
a cobriu e também não demorou a ceder ao cansaço, mas antes tirou uma dúvida.
- Alô? - a voz sonolenta atendeu o telefone do quarto do hotel.
A namorada sorriu e teve a certeza que esperava: ele estava dormindo.
- Só liguei para dizer que te amo - desligou sorrindo de orelha a orelha.

Na manhã seguinte, acordou antes das meninas. Estava levemente ressentida mas sabia que havia dito certas coisas por dizer, em um momento de raiva. Onde já se viu querer que o McFLY morra? Riu sozinha enquanto escovava os dentes e resolveu tomar café em alguma Starbucks a caminho do trabalho. Queria adiar a etapa de explicações e pedidos de desculpa que teria que enfrentar ao topar com a amiga.
despertou meia-hora depois, preparou alguma baboseira para comer, foi ao supermercado e posteriormente trabalhar.
acordou quando a mais nova xingou ao queimar seu dedo no fogão. Ofereceu ajuda, tomaram o desjejum e foi para casa. Ligou o monitor e encontrou uma janelinha piscando em sua barra. Idiota, falou alto mas não se aguentou e leu as inúmeras mensagens que Dougie havia deixado. Chorou e se derreteu com as declarações porém como uma típica mulher, fez charme e não retribuiu, mas decidiu deixar sua vaga garantida e enviou um torpedo para , avisando que iria ao show.

- Espero que tenha um bom motivo para me ligar a essa hora - Bourne atendeu com voz de urso que acabou de sair da hibernação.
- Saudades, meu amor - Tom gargalhou.
- Deixa a saber disso - coçou os olhos e bocejou, dando uma risada.
Fletcher ficou mudo.
- Ouch - sentou-se na cama. - Vocês...
- Na verdade - pausou - a gente deu um tempo. Acho... - o guitarrista percebeu que nunca havia usado o termo "acabou" quando se referia à situação.
- Mas por quê, dude?
- A bruxa está solta. O Dougie e a também se desentenderam e não sei se o namoro tem volta - achou melhor mudar de assunto expondo o outro casal e exagerando nos fatos.
- A-a ? Eles terminaram? - questionou meio chocoado, meio alegre e uma micro-porcentagem triste por Poynter. - Espera, eles estavam juntos? - ficou confuso.
- Você não sabia?
James havia falado pela última vez com Tom no dia seguinte em que o garoto havia pedido em namoro. Ficou sabendo disso e da mudança da garota para Londres. Depois viajou para Austrália em suas merecidas férias. Tinha retornado há três dias, alienado com relação a qualquer notícia sobre McFLY, exceto os shows. Ouviu atentamente a explicação de Tom, incluindo a que também residia na capital da Inglaterra.
- Aqui?
- Ahan. Perto da casa da - falou sem perceber e quando notou, sentiu saudade.
- Qual bairro mesmo?
Fletcher respondeu e deu maiores informações da localização, de acordo com o interrogatório de Bourne.
Saciada sua curiosidade, o ex-integrante do Busted comentou sobre sua viagem e um tempo depois desligaram.

[...]
- Acho melhor eu ir embora - Bourne disse pegando seu casaco.
- Perdão, James. Isso não deveria ter acontecido - a menina se desculpou em meio a soluços e o viu sair pela porta...


Capítulo 16
- Vamos, James. Coragem! - sussurrava para si mesmo. Fez menção de bater à porta mas parou. - Não, eles terminaram agora - abaixou a mão e recuou. - E se ela estiver precisando de alguém para conversar? - deu um passo para frente e ergueu o punho. - Ele é um dos meus melhores amigos e isso é errado - virou-se e caminhou até o carro.
- James? - a moradora abriu a porta intrigada com o barulho.
Escutou a voz que mais desejava ouvir e ao mesmo tempo a que menos podia. Isso o faria ficar, ele tinha certeza.
- O-oi - guaguejou.
- O que faz por aqui? - caminhou ao seu encontro e o abraçou.
- Erm, estava passando pelo bairro e resolvi dizer um oi - afastou a menina com cuidado para que ela não percebesse. - Hum, oi.
Os dois riram.
- Jura? Então venha - pegou em sua mão e o puxou.
Entraram.
- Bela casa - Bourne elogiou, analisando a decoração.
Ela revirou os olhos. Mesmo fazendo um bom tempo que havia se mudado, algumas coisas ainda estavam espalhadas pelos cantos, tornando o local uma verdadeira bagunça.
- Boa tentativa de ser gentil - riu. - Fique à vontade, vou trazer alguma coisa para beber. Àgua, suco, cerveja? - perguntou.
- Um suco seria ótimo - a viu entrar na cozinha, colocou seu casaco no sofá e a seguiu.
- Eu disse que você poderia ficar à vontade para se sentar, não para me seguir - viu o garoto ficar vermelho e riu. - Estou brincando, Bourne. Acomode-se - colocou a jarra e dois copos na mesa e puxou uma cadeira ao lado dele.
- Obrigado - disse servindo-se. - Erm, fiquei sabendo que você e o Dougie terminaram. Sinto muito - bebeu um gole.
A garota paralisou. Eles brigaram sim, aliás ela tinha brigado mas não havia colocado um ponto final.
- Quem te falou isso? - questinou intrigada.
- Hum, o Poynter disse para o Tom, que me contou.
- Ele não presta - pensou alto.
- Como? - perguntou confuso.
- Nada não. Vamos lá para a sala - pediu seca.
Sentaram-se um ao lado do outro no sofá e ficaram conversando.
- Você tem alguma coisa para fazer hoje? - interrogou.
- Nenhuma - respondeu estranhando a pergunta.
- Ótimo, assim você pode assistir um filme comigo - sorriu.
- Qual filme?
- Um de terror. Não lembro o nome, só sei que preciso de alguém para eu apertar durante o filme.
Bourne sorriu, porém - pelo amigo - desejava que isso tudo fosse apenas um sonho e que ela nunca tivesse aberto a porta.
A menina colocou o DVD e voltou a se sentar ao lado do cantor. Apenas meia hora havia se passado e já tinha gritado pelo menos umas cem vezes. Como se não bastasse, berrou novamente.
- Esse filme é péssimo, horrível, cretino - reclamava encolhida no sofá.
James apenas ria.
Outra vez o som agudo de seu grito ecoou.
- , quer desligar?
- Não, estou bem - mentiu.
A musiquinha instrumental de suspense começou a tocar.
- Droga, vou me assustar de novo, aposta quanto?
- Toma, segura a minha mão - estendeu-a.
Um episódio de anos atrás veio à tona.

- Segura a minha mão - o garoto falou estendendo-a. - Quando sentir medo, é só apertá-la.
- Ah, não precisa Dou... - terminava de falar quando sentiu Poynter tocar sua palma. Suas pernas tremeram. - Obrigada - sussurrou.
- Não há de quê - piscou para ela e sorriu.


- Obrigada - agarrou a mão macia e esqueceu-se do filme. Sua mente estava confusa, relembrando a cena com o baixista e pensando em Bourne. Ele com certeza era uma bela opção de vingança. Não raciocinava direito mas não se importava mais com isso, já que para Poynter, o namoro havia acabado.
Ajeitou-se no sofá, ficando de frente para o garoto. Ele a olhou.
- James, será que eu posso fazer uma coisa? - aproximou-se dele, que não respondeu nada e continuou a olhá-la.
Sem demora, encostou seus lábios aos dele pedindo permissão para aprofundar o beijo. O rapaz decidiu esquecer tudo e todos. Correspondeu e segurou a menina pela cintura, colocando-a em seu colo. A cada segundo se beijavam mais intensamente e por um minuto a imagem de Dougie passou pela cabeça de James. Interrompeu o ato e a colocou de volta no sofá. Levantou-se.
- Isso não está certo, - a viu começar a chorar.
- E-eu sei - foi a única coisa que disse.
Um breve silêncio tomou conta do ambiente.
- Acho melhor eu ir embora - Bourne disse pegando seu casaco.
- Perdão, James. Isso não deveria ter acontecido - a menina se desculpou em meio a soluços e o viu sair pela porta.

comia uma maçã enquanto colocava seu celular e carteira na bolsa.
- Dezenove e treze, cacete - falou alto olhando o relógio.
Correu até a cozinha e jogou o resto da fruta no lixo. Escutou a campainha do seu telefone móvel anunciar a chegada de uma nova mensagem. Duas. Voltou para a sala, pegou o aparelho e leu o remetente. E lá vem..., pensou.
Vou cuidar da filhinha dos Hughes. Devo ch
Clicou para ler a próxima.
Dã, apertei enviar. Então... devo chegar tarde. Você sobrevive sem mim? ha ha ha
A primogênita rolou os olhos e respondeu para a irmã.
Oh céus, cortarei meus pulsos.
Sentou no sofá para amarrar o cadarço do seu All Star e recebeu outra.
Suspeitava.
Riu e enviou.
Talvez você chegue antes de mim.
Com o aparelho na mão, subiu para escovar os dentes. Recebeu mais uma e clicou visualizar com desdém.
Vai onde?
Fez bochecho e cuspiu. O sinal tocou novamente e dessa vez apertou o botão sem olhar para o visor. empolgava nas mensagens e só parava quando a mais velha inventava que a bateria estava no fim.
Posso te esperar?
Arqueou a sobrancelha. Desde quando a caçula fazia questão dessas sociais? Resolveu caçoá-la. Era sempre terapêutico.
Melhor não. Vou sair com um rapaz e só Deus sabe quando volto...
Desligou a luz e desceu. Enquanto checava se as janelas e portas estavam fechadas, outra chegou.
Hum... ah, então o traga.
Franziu a testa. Levar o "rapaz imaginário" até a casa dos Hughes? Ficou confusa e digitou.
Pirou?
A resposta veio rápida. Dessa vez fitou a tela e leu Danny.
Foi só uma sugestão. É que eu queria muito que você viesse...
arregalou os olhos. Menu + torpedo + caixa de entrada. Viu que somente as três primeiras mensagens eram da irmã. O resto era de Jones. Bateu na testa e discou o número do celular do garoto.
- Poxa ... - foi interrompido.
- Danny, Danny, desculpa. Esquece essas mensagens - explicou resumidamente e ele riu.
- Então você vem?
A garota confirmou e o guitarrista não escondeu a empolgação ao dar as coordenadas sobre a retirada dos ingressos.
- Te vejo amanhã.
- Jones - gritou. - Erm, você e o Tom conversaram?
- Sim. E quero te contar isso ao vivo. Um beijo - desligou.
Danny estava craque na arte de deixar com olhar de peixe morto ao terminar as ligações. A mais velha bufou e respondeu para a irmã, dessa vez se certificando que era para ela mesmo.
Vou na casa de uma amiga. A bateria está no final. Fui.
Mentiu. Em termos.
Apagou a luz da sala e destrancou a porta. Deu um berro e se encostou na parede com a mão no peito.
- , que susto!
- Desculpa, . Posso conversar com você? - questionou entrando.
A penumbra impossibilitou que notasse a vermelhidão no rosto da menina.
- Bem, na verdade estou de saída... - respondeu.
A outra sentou-se no sofá e começou a chorar.
- Ontem te falei aquilo e hoje venho te pedir conselhos. Sou uma idiota. Eu... - parecia não ter escutado que a hora era imprópria.
se abalou com a cena. Iluminou o local e aproximou-se dela, a abraçando.
- Calma. Eu sei que você não falou por mal - sorriu ternamente.
- Me desculpa? - soluçava e repetia a frase.
- Desculpo, claro - a apertou com mais força.
Ficaram um tempo em silêncio, exceto pelas fungadas de .
- Você disse que veio pedir ajuda? - a primogênita perguntou secando a lágrima que escorria no rosto da outra.
tomou o fôlego perdido pela crise.
- O James... eu o beijei.
se afastou e encarou a garota com a boca aberta.
- B-beijou? D-de beijar?
Por um instante, sorriu da feição engraçada que a menina fez.
- Beijei de beijar. Língua e tudo mais - suspirou.
- E foi bom?
- essa não é uma pergunta apropriada.
- Verdade, desculpa - mordeu os lábios.
- O Dougie falou para o Tom, que disse para o James, que me contou que o idiota terminou comigo para sempre! - a história aumentava, igual naquela brincadeira "telefone sem fio".
- Espera, é muita informação - balançou a cabeça. - O Dougie colocou um ponto final sem te informar? Você ficou sabendo pelo Bourne através do fofoqueiro do Fletcher?
- Se não fosse a língua solta dele, estaria me lamentando até agora por ter brigado com aquele filho da... - contraiu a boca.
- Que babaca. Não esperava isso do Poynter.
- E eu então?
- Imagino. Mas não captei uma coisa... onde entra o beijo no James?
- Fiquei confusa e - suspirou - me vinguei.
- Sua safada! Usou o pobrezinho?
riu e confessou.
- Me sinto péssima.
- É. Posso dizer que te compreendo.
Calaram-se.

assistia televisão quando sentiu seu celular vibrar.
- Oooi - arrastou a saudação, com voz manhosa.
- Tudo bem?
- Cansada e com saudade - espreguiçou-se.
- Também sinto sua falta. Vontade de ficar abraçado e... outras coisinhas mais - maliciou.
Ela riu.
- Poderemos matar isso amanhã - fitou a bebê dormindo no berço e voltou a se concentrar na conversa.
- Amanhã? - questionou confuso.
- Não te contei sobre o show? - ouviu o namorado negar. - Que cabeça! Aconteceu tanta coisa que esqueci - deu uma risada sapeca. - Bom, a comprou escondida alguns ingressos e fez surpresa para mim e para a . Vamos até Manchester assisti-los - estava supondo, pois na verdade não sabia como a irmã havia conseguido as entradas.
Harry sentiu seu coração acelerar e comemorou.

- Você estava de saída e te atrapalhei. Me desculpa de novo.
- , você está pior que mocinha de novela mexicana. Chega desse papo de perdão.
- Ok, desculpa.
Riram.
O relógio marcava oito e vinte e sete da noite quando o olhou.
- Realmente preciso sair antes que eu desista. Fique aqui, tem uma torta na geladeira, esquente, distraia-se com algum filme e eu volto em breve - piscou.
saiu atordoada de casa. Entrou no carro e ligou o som. O locutor voltava com a programação e anunciava a próxima banda: McFLY. A garota trocou a estação e tentou não pensar em mais nada, se concentrando em coisas banais que antes passavam despercebidas. Chegou, estacionou atrás de dois carros e desceu. Andou rápido, com a vontade de acabar logo com aquilo. Tocou a campainha e esperou alguns segundos.
- Posso ajudá-la? - um rapaz questionou.
- Sim. Você pode chamar a...
- Quem é? - chegava logo atrás sorridente. Quando enxergou , ficou séria.
Adam percebeu o clima de poucos amigos e fitou a companheira de casa. Ela falou um tudo bem baixo e ele se retirou, acenando com receio para ambas.
- O que você quer? - foi seca.
- Precisamos conversar.
- Quem? Nós? - praticou o cinismo.
suspirou.
- Continue agindo assim. Foi com o Danny, agora comigo... grosseria resolve tudo.
- Está me chamando de ignorante? Olha quem fala, né?
- Primeiro, não chamei. Estou dizendo que você não sabe conversar e expor o que sente. Segundo: não sou ignorante. Tanto que vim até aqui reconhecer meu erro, embora isso não anule nada.
ficou em silêncio, olhando fixo para a menina. ficou receosa, temendo que a outra pulasse em sua jugular.
- Desculpa - virou o rosto e engoliu o choro.
- Podemos?
- Entre - ofereceu passagem.
Adam saiu correndo para a cozinha e escondeu-se atrás do balcão.
guaguejou e não sabia por onde começar. Havia treinado no espelho mas o ao vivo era bem diferente.
- ... e então aconteceu o beijo - finalizou a longa explicação.
- Eu achei que vocês... - deu a entender.
- Não. Só o beijo - achou melhor omitir o fato que se Harry e Dougie não tivessem chegado, com certeza a frase seria "sim, fizemos".
- O Tom também acredita que rolou algo mais.
A outra balançou a cabeça e não deu continuidade.
- A comentou que dei o fora no Peter? - ela sorriu fraco.
- Não.
- Por causa do Danny - mordeu os lábios e contou que iria se declarar. - Mas isso me ajudou a ver o quanto ele não presta e nunca gostou de mim.
Não presta serviu de carapuça para mas tentou não se abalar.
- , o Jones gosta de você. Posso até dizer que bastante - viu a outra rir com escárnio.
- Aham. E fica com várias...
- Você beijou o Peter, e aí? Significa o quê?
- Mas foi diferente.
- Na verdade a única coisa que muda é quem fez primeiro. isso. E esse episódio me fez ver um outro garoto por baixo da imagem do guitarrista da "banda do momento".
arqueou a sobrancelha e prestou mais atenção. Ficou com medo dela dizer que ver um outro garoto fosse o mesmo que estou gostando dele.
- O Jones realmente não é do tipo "formamos um casal meloso"...
- Por isso não daria certo. Eu gosto disso, mesmo sendo meio louca - interrompeu sorrindo.
riu.
- É aí que quero chegar. Ele pode vir a ser esse romântico caso alguma garota desperte essa vontade nele. E convenhamos, você não demonstrou nenhum interesse.
- Mas tivemos pouco tempo juntos...
- Exato. E somando a todos os outros contras, como você espera que ele imagine que você está caidinha por ele e quer algo mais que beijos em pubs e em despedidas?
ficou calada, processando as informações.
- Dê uma chance ao Jones - pediu.
- , eu...
- E a você também - piscou.
Adam derrubou um patinho de enfeite e ambas se assustaram.
- Seu cretino, estava escutando? - a amiga o acusou, com bom humor.
- De-desculpa. Eu estava ali e... ai. Eu só estava ali, a casa também é minha, não é? - fez bico.
Gargalharam.
- Vocês não se conheciam. Essa é a e esse é meu encosto - os apresentou.
Após a etiqueta social, o curioso opinou.
- Perdoe-me mas sem querer escutei o que conversavam e , minha fofa, agarra o bofe.
As duas riram.
- E , apesar de ter te xingado para consolar minha amiga, te achei uma graça e está perdoada - Adam continuou e sugeriu um abraço coletivo.
Separaram-se e olhou a outra garota.
- ... senti sua falta - sorriu chorando. Uma contradição sincera.
- Aoun - a abraçou e beijou-lhe a testa.
- Sei lá, mesmo a gente não sendo tão íntima, gosto de ter você por perto.
- Droga, me sinto tão estúpida por...
- Shiu. Tudo bem. Eu te desculpo. Não podemos culpar nossos hormônios. É o Jones... - gargalhou ainda abraçada. A velha estava de volta.
- Se eu fosse um macho genuíno, ficaria empolgado com essa cena - Adam caçoou e ambas mostraram a língua.
- Bom, eu preciso ir.
A outra assentiu.
- Volte mais vezes - o rapaz gritou ao se despedir e a viu acenar.
As duas estavam na porta quando se lembrou.
- Tenho dois ingressos sobrando para um show deles em Manchester. A e a confirmaram presença. Vamos?
- Ai, . Melhor não. Ainda vou pensar se devo voltar a ver o Danny e...
- O Tom também estará lá e não quero pensar nisso. Prefiro imaginar que terei o melhor show da minha vida.
- Mesmo assim, tenho o curso...
- E eu tenho trabalho, mas nada que uma gripe ou cólica não me afastem por dois dias.
gargalhou.
- Vou pensar com carinho nessa proposta e te ligo amanhã à noite.
- Mas o show é amanhã à noite.
- Então sem condições - gargalhou.
- Por quê?
- Não estou preparada para isso.
- Entendo - entortou a boca. - Te pegamos logo cedo. Esteja pronta - seguiu até seu carro.
- ! - berrou rindo. - Não disse que eu ia.
- Perguntei mais por educação. Está mais do que certo que você vai. Até parece que não conhece suas... - temia em dizer a palavra amigas.
- Amigas? - a outra completou, mostrando que estava tudo bem. - Conheeeço - gargalhou.
- Com licença - Adam tossiu pedindo atenção. - não quero que venha buscar a .
- Isso, me defenda - a companheira de casa pediu socorro.
- Deixe que eu a leve até vocês. Não se incomode - gargalhou.
- Seu filho da mãe! - deu um tapinha nele.
- Você vai nesse concerto nem que eu te amarre - piscou para e se retirou.
- Eu me rendo - levantou os braços. - Vou ao bendito show.
- Assim que se fala. Se quiser, tenho um extra, pode levar o Adam.
- Só um?
- É. Por quê?
- Ele está de caso com um britânico gatérrimo. Quando você o conhecer vai ver o desperdício, mas enfim... - riu. - Provavelmente ele não vai largá-lo aqui - torceu o lábio.
prometeu tentar outra entrada e despediram-se.

- Ai, eles chegaram. Te amo e até amanhã - desligou e abriu um sorriso de sou-a-babá-mais-competente-do-universo. Era fofo.

- Nunca vi meu amor mais feliz - Dougie mandava beijinhos para Judd.
Harry retribuiu com o dedo do meio.
- A-do-ro - Poynter provocou e riram.
- E como ela está? - Tom quis saber.
- Ela ou a irmã? - o baterista não notou que poderia correr risco de morte com a pergunta.
Fletcher ignorou.
- Bom, ela está bem e virá aqui amanhã, trazendo na bagagem, e... .
- Hein? - o baixista e o guitarrista da covinha falaram juntos. Danny ficou mudo.
- A comprou os ingressos para fazer surpresa para as meninas, mas acho que foi para tentar se reconciliar com o Tom - respondeu Harry, aumentando e muito o que havia escutado da namorada.
Jones engasgou.
- Quem disse isso? - o dono das sardinhas questionou.
- A . Na verdade ela só disse até a parte da surpresa. O resto eu deduzi - sorriu triunfante, descobrindo a América.
Danny bebeu um gole de cerveja para não gargalhar.
- Ela virá à toa - Tom se adiantou.
- Dude, não começa - Jones o olhou.
- Eu te disse que não quero mais nada - engoliu seco e retirou-se do quarto, batendo a porta.
Os demais se entreolharam.
- Pelo menos vou poder me entender com a . Ao vivo posso me explicar melhor - Dougie estava esperançoso.
Um tempo depois, Poynter e Judd desceram até o bar do hotel onde passaram a noite bebendo e conversando, milagrosamente sem companhias femininas, exceto uma ou outra fã que pedia autógrafo e ia embora.

saiu do carro e encontrou e na rua, sentadas no degrau da porta de entrada.
- Que amiga é essa que você foi encontrar? - a irmã perguntou curiosa.
- A - tentou passar mas ambas se levantaram, impedindo-a de exercer qualquer movimento.
- O QUÊ?
- Curiosas - a primogênita gargalhou. - Vamos entrar. Eu conto tudo.
- Você não está com olho roxo, então acho que foi uma conversa produtiva - a caçula comentou.
- Mais ou menos. A porrada que dei no nariz da conta para alguma coisa? - fez o gesto do soco e percebeu que as duas a olharam assustadas. Gargalhou. - É brincadeira, né? - bateu na testa das meninas.
- Eu sou tão ingênua - riu de si mesma.
- Está melhor? - a mais velha jogou a bolsa na mesa e sentou-se no sofá.
- Do quê? - questinou.
fitou a amiga, que disfarçadamente fez sinal de que não havia contado para a outra.
- Da dor de dente. Acredita que... - seguiu até a cozinha, inventando uma desculpa qualquer.

Fletcher observava o movimento da rua apoiado no parapeito. O vento frio da madrugada balançava a mecha caída sobre seu olho enquanto as mãos brincavam entre si, tensas. Tentava não pensar em nada mas saber que viria ao show era, no mínimo, desconcertante. Escutou três batidas na porta mas não se mexeu. Insistiram e ele bufou. Destrancou-a e encontrou Danny.
- Hey - Tom deu as costas e voltou para o local onde estava.
O visitante acenou com a cabeça, fechou a peça de madeira e o seguiu.
Nos minutos seguintes, o silêncio fez companhia.

- Agora que estou caindo na real, quero desistir dessa loucura - se jogou na cama de Adam.
- Não ouse! - retrucou.
- Ora, ora. Não foi você que xingou até a décima geração do Daniel? - o fitou.
- Ok, confesso. Mas foi para te animar...
- Seu hipócrita - a menina fingiu-se chocada.
Ele riu.
- Continuo achando que tanto ele quanto sua amiga erraram, só que não adianta ficar se martirizando. E achei super fofa a atitude da .
- É. Eu já tinha dado nossa amizade como perdida - suspirou. - Pensei muito esses dias e... sei lá - riu do quão profunda foi a finalização de sua frase.
- Sono! Sono! - Adam imitou um alarme.
bocejou e ergueu seus braços para ser arrastada pelo companheiro até seu quarto. Ao desligar a luz, ele a olhou com carinho.
- Durma bem. Te acordo daqui a pouco.
Ela deu um gritinho e cobriu o rosto com o travesseiro.

Sentados nas cadeiras da sacada, Tom e Danny argumentavam.
- Eu pretendia desculpá-la quando nos encontrássemos por acaso, não dessa forma forçada. Não estou preparado.
- Dude, vocês não precisam se ver.
- Não sou cego, provavelmente a encontrarei na multidão.
- Quis dizer depois do show.
Fletcher apenas bufou.
- Na verdade... ok, fui eu que dei cinco ingressos para ela.
- O QUÊ? - sentiu raiva e sua face vermelhou. Mais.
- Calma - Jones pediu se afastando um pouco temendo ser arremessado sacada abaixo.
O guitarrista das sardas explicou, tremeu quando o companheiro deu um soco na parede, continuou contando, voltou no assunto da traição que já haviam conversado e por fim, Tom pediu para ficar sozinho e o outro cedeu.

A madrugada avançava e todos já estavam dormindo. Ansiedade, culpa, saudade e outros fatores fizeram com que alguns tivessem o sono picado.
O dia apareceu e a banda teve o privilégio de acordar tarde. Naquele dia, o único compromisso profissional era o show.
Já as fãs...
- Prontas? - fechava o porta-malas.
- Siiim - responderam em uníssono, no melhor estilo sou-uma-líder-de-torcida.
A primogênita riu e antes que pudesse caçoá-las, foi interrompida pela buzina do carro que parou no meio da rua.
As três olharam e logo reconheceram o cabelo bicolor.
- Vão viajar? - James perguntou sem graça, olhando para .
- Sim/Não - afirmou e negou. Fitaram-se.
- Como não? Vamos no show do McFLY em Manchester - a mais nova falou.
- Na verdade... bom, na verdade... - a mais velha não sabia como se sair dessa.
havia se tornado uma estátua. Talvez ainda respirasse.
chegava de carona com Adam. O rapaz acenou, gritando para que se divertissem e partiu.
- Hey, girls - deu beijinhos. - Hey, boy - riu ao ver Bourne. - Não sabia que você ia com a gente.
rangeu os dentes.
- Ele não vai. Não conseguiu ingresso - tentou despistar.
- Ué, simples. Não tem como dar o que era do Adam? - foi cumprimentá-lo.
- Na verdade... bom, na verdade... - ela novamente não sabia como se sair da situação. Olhou aflita para .
- Quantos ingressos você comprou? - interrogou.
- E-eu... - guaguejava. E lá vai sua pressão começar a cair. Até seria bom, assim desmaiava e saia dessa confusão.
Talvez fosse simples dizer "o Danny me deu", porém poderia se sentir estranha com a situação. omitiu o fato de ter se tornado muito próxima de Jones.
- Se a não se importar, eu adoraria. Sou lo-u-co por aqueles ingleses. Me falta o ar - riu e novamente observou .
e gargalharam e ficou sem reação.
O primogênita virou o centro das atenções. As meninas e o cantor viraram-se para ela, pedindo uma resposta. Suou frio.
Cai pressão, cai, implorou mentalmente, mas infelizmente só sentiu uma leve dor de cabeça. Odiava se sentir pressionada.
- Você já combinou com alguém? - a irmã questionou.
Isso. Posso dizer que marquei com outra pessoa. Mas se eu bem conheço a , provavelmente vai perguntar até o nome da mãe desse alguém. Droga, o que eu falo?, pensou enquanto estalava os dedos.
- Não - respondeu desanimada.
- Então fechado. Let's go, Bourne - jogou sua bolsa no banco e entrou no carro da mais velha logo em seguida.
- Isso vai ser demais - comemorava, sentando no banco da frente.
- Me sigam, sei alguns caminhos alternativos - ele riu.
- M-mas e roupa e tudo mais? Não tem como você ir - tentou argumentar e, diga-se de passagem, o não tem como você ir foi uma direta bem direta.
- O Judd pode me emprestar. Somos mais ou menos do mesmo tamanho.
- É. Meu amor é gostoso - sorriu triunfante e ao perceber a comparação, ficou mais vermelha que um Fletcher-pós-corrida. - Ai, meu Deus. Quer dizer... - tampou o rosto com as mãos e se afundou no banco.
aproveitou a situação e fez gracinhas.
Enquanto isso, cochichou com .
- E agora?
- Eu não vou.
- O James vai perceber que é por causa dele.
- Mas é por causa dele.
- você vai no meu carro. Coloca o IPod, dorme, sei lá.
- Durante a viagem é fácil, mas e no show?
- Fica do meu lado. Eu dou um jeito. Entra e vamos acabar logo com isso.
mordeu internamente a boca e fez o que foi pedido. contornou o veículo e deu partida.
- Pronta? - James perguntou à motorista.
Ela assentiu.
Manchester seria palco de um dos momentos mais aguardados pelas quatro, com exceção que, para e , o sonho virava realidade e para e , se tornava um pesadelo.

Capítulo 17

- , isso não vai dar certo - falava com os olhos marejados. - Acho melhor eu pegar um ônibus e voltar.
- a viagem foi fácil, não foi? – a viu concordar - Aqui não será diferente.
- Mas...
- Fica comigo que nada vai dar errado, ok?!
assentiu e limpou algumas lágrimas teimosas.
Seguiram até o local do show, acompanhadas pelos outros três. Estacionaram em duas vagas próximas à entrada e desceram.
- Certo, - pegou seu celular - vou ligar para o Jones vir entregar os ingressos.
- Pa-para o Jo-Jones? Como assim? - arregalou os olhos. Os outros a fitaram sem entender nada.
- É. Foi ele quem me deu as entradas - respondeu ficando vermelha com tantos olhares curiosos para cima dela. - Erm, ele queria que a gente viesse ao show, oras bolas - explicou e saiu.
- Sou só eu ou alguém mais acha que a minha irmã é louca? - arrancou gargalhadas dos amigos.

- Alô? - uma voz grossa atendeu.
- DANNY - a garota falou animada.
- Oi, . Já chegaram?
- Sim, estamos aqui fora.
- Ok, estou indo ai - desligou.
fez o mesmo e voltou aos amigos.

- Ele já está vindo.
- O Jo-Jones? - questionou aflita e a primogênita riu.
- Calma, . Vai dar tudo certo - falou e riu ao se sentir 'A' protetora.
Dois minutos e cinquenta segundos se passaram, de acordo com a contagem de . Viram um rapaz com o rosto coberto por um capuz e óculos de sol sair pela porta lateral e correr em direção a eles.
- James, não sabia que você viria - o dono das sardinhas o abraçou.
- Pois é, resolvi de última hora.
- Por que você está todo coberto? - interrogou, o cumprimentando.
- Você já viu o tanto de fãs histéricas que tem aqui? - respondeu e fez o pessoal rir.
- Hey, Jones da minha vida! - se fez notar e deu um beijo em seu rosto.
- - o rapaz disse e a abraçou. - Aqui os ingressos.
Ela os pegou e comemorou com a amiga, a irmã e Bourne.
Danny olhou para o lado e viu fitando o chão. Sentiu algo em seu peito acelerar, nem fazendo idéia de que o coração da menina estava quase saindo pela boca. Caminhou até ela.
- Erm, oi! - falou.
A garota levantou o rosto, encontrando seus olhos e respondeu com um pequeno sorriso. Jones olhou para o chão e deu meia volta.
- Danny - ela foi em sua direção. - Espera...
O garoto virou-se, encontrando os braços de ao redor de seu pescoço. Sorriu como nunca havia feito antes. Separaram-se e ela derramou uma lágrima ao vê-lo partir.

Com certa dificuldade - já que o segurança os barrou até que o próprio guitarrista foi avisá-lo de que aqueles eram seus convidados - os cinco entraram primeiro que todos os fãs e pegaram um lugar na grade. Segundos depois, o local estava lotado.
- Meu lugar sempre foi no palco, mas aqui embaixo é excitante também - James vibrava.
- É legal, mas bem que o Danny podia ter arrumado uns VIPs - comentou rindo.
O McFLY entrarou no palco e todos foram à loucura, até mesmo Bourne, que pulava e cantava junto com eles.
As coisas tinham voltado ao normal. Jones cantava no mesmo microfone que Tom, que fazia gracinhas com ele e os demais.
- Essa música que tocaremos faz parte do novo cd. Esperamos que vocês curtam - Danny disse fitando , que retribuia enquanto falava alguma coisa com . O rapaz lançou-lhe um olhar perguntando se estava tudo bem entre elas e a garota fez sinal positivo.
Os primeiros acordes foram tocados e as meninas pareciam não se lembrar da canção, exceto , que paralisou. Buscava o olhar dele.

Do ya do ya do ya love me?
Do ya need a little time?
Do ya do ya do ya want me
To hold you when you cry?


Ela fitou Jones, que apenas sorriu de volta. Retornou seu olhar para Fletcher, que ainda parecia querer encontrar alguém. Sentiu lágrimas escorrerem por seu rosto e uma vontade enorme de correr e abraçá-lo. Conteve-se.

Do ya do ya do ya love me?
Don't wanna hear you say maybe
Won't you tell me do ya love me
'cause I wanna know.


Observou o chão, permanecendo assim por alguns minutos. Escutou perguntar se estava tudo bem e logo depois olhar para James e balançar a cabeça. Sentiu-se mal pela amiga.
Ergueu o rosto e automaticamente pousou seu olhar sobre Tom, que agora a observava também. Ficou estática, não sabendo o que fazer. O viu olhar para Danny e depois voltar a olhá-la, sorrindo fracamente. Fez o mesmo, sentindo seus olhos se encherem d'água. Quem sabe Jones não teria lhe proporcionado uma maneira de se reconciliar com Thomas?
O show acabou rapidamente e os cinco seguiram para o camarim, enfrentando problemas novamente com outro segurança.
- Eu teria acabado com ele - James falava indignado. - Quem ele pensa que eu sou? Eu sou James Bourne - arrancava gargalhas das meninas, incluindo .
Encontraram o camarim vazio, pois os meninos estavam atendendo algumas fãs. Acomodaram-se.
James e as irmãs engataram uma conversa sobre bandas. comentava com sobre o show.
Vinte minutos depois, os integrantes entraram. Harry cumprimentou todos e roubou um beijo da namorada. Tom abraçou os amigos e apenas sorriu para , que desviou o olhar e, apesar do clima não estar dos piores, se sentiu sufocada. Pediu um minuto para Bourne e a caçula e saiu, deixando a porta aberta. Ninguém percebeu sua saída... ou talvez só um tenha notado.
- O Dougie já está vindo - Jones avisou. - Ficou empacado lá com uma fã, que exigiu mais de cinquenta mil tipos de fotos com ele.
Todos riram do exagero do garoto.
- Fã, é? - fez uma cara enciumada.
- Peço licença para roubar a um pouquinho - Harry disse, pegando a menina no colo e saindo com uma rindo e batendo em suas costas, dizendo que sabia andar. O pessoal gargalhou.

- Um mês sem seus beijos - Harry abraçou a namorada.
- É quase a morte! - riu.
- Também estava morrendo de saudades - roubou um selinho.
- Mas me conta como foi a turnê...
- Como sempre, cheia de fãs aos meus pés e eu tendo que dispensá-las - levantou a sobrancelha.
- E isso é muito sacrificante? - a caçula questionou, colocando as mãos na cintura.

- Acho que vou procurar o Dougie - comentou com e levantou-se.
James a viu se afastar e decidiu que aquele era o momento de falar com ela. Correu até a garota e a segurou pelo braço.
- Podemos conversar? - ele interrogou.
- Cl-Claro - quis sumir.
- Então, sobre o que aconteceu aquele dia...
- Foi um erro. Eu nunca devia ter te usado daquela maneira.
Bourne a olhou confuso.
- Usado? - perguntou e ela percebeu que tinha falado demais.
- Olha James, eu achava que o Dougie tinha me traído e resolvi dar o troco, - suspirou - só que acabei me vingando de uma maneira errada, com a pessoa errada - o rapaz apenas a fitava. - Perdi a cabeça.
- E-eu... mas... - ele não sabia o que dizer.
- Me perdoa, eu não deveria ter te usado daquele jeito - repetiu e sentiu algumas lágrimas rolarem.
Dougie entrou bem na hora, escutando a última parte da conversa.

Seguiu a menina. A viu sentada com a cabeça baixa em um banco no corredor e não teve coragem de continuar. Virou-se e começou a caminhar no sentido oposto. olhou para o lado, notando a presença do garoto.
- Pode passar por aqui - Tom a fitou. - É só fingir que não me viu - voltou sua visão para o chão.
Fletcher bufou e foi ao seu encontro. Sentou-se ao lado dela, que permaneceu na mesma posição.
- Por que você veio?
- Desculpa, o que você disse? - questionou incrédula.
- Perguntei por que você veio até Manchester - repetiu.
- Pode ter certeza que não foi para tentar uma reconciliação - foi seca.
- Pára de ser estúpida, garota.
- Ah Tom, vá encher o saco da Gio - disse sem pensar.
Os dois ficaram quietos.
- Por que você tinha que metê-la no assunto? - perguntou alterando a voz.
- Por que ela não consegue "parar de te amar" - gritou fazendo aspas com os dedos.
- Pelo menos ela não me traiu - argumentou, sentindo as lágrimas escorrerem.
não conseguiu segurar o choro também.
- A maior besteira que eu já fiz na vida...
De novo, o silêncio apareceu.
- Estou disposto a te perdoar - Fletcher confessou e ela sorriu.
- Mas eu não estou disposta a me perdoar - ficou em pé.

Jones bebia água vendo folhear uma revista no sofá. Olhou para a roupa da menina e não conseguiu não pensar em como ela estava mais bonita a cada dia. Virou-se ficando de frente para um balcão.
A menina olhou para o lado e o viu apoiado. Pensou em como sentia sua falta e como queria voltar a falar com ele. Resolveu acabar de vez com a briga entre os dois. Levantou indo em sua direção.
Danny deixou seu copo d'água em cima do balcão e decidiu que era hora de ir conversar com ela. Tomou coragem e virou-se, dando uma topada com a garota.
- Posso falar com você? - falaram ao mesmo tempo.
- Pode - riram.
- Você primeiro - ela se adiantou.

- Não quando se tem a namorada mais linda do mundo - viu sorrir.
- E eu já disse que tenho o namorado mais sentimental do universo?
Judd fez careta.
- Verdade, preciso me tornar garanhão novamente - agarrou os cabelos dela.
- Dois em um - brincou.
Harry encostou-a na parede, dando-lhe um beijo apaixonado.

- Usado? - ele perguntou, chamando a atenção das duas pessoas paradas na porta. - , o que está acontecendo? - continuou, vendo a garota chorar mais ainda e James arregalar os olhos. - Como assim você o usou?
O silêncio tomou conta do lugar, permitindo que o baixista juntasse as coisas. Poynter olhou para a namorada.
- Você... vocês... - Dougie falava pensativo.
- Doug... - James tentou falar.
- Cala a boca, dude - o interrompeu. - me diz que estou errado? - passou a mão pelos cabelos.
Escutou somente soluços.
- ? - queria uma resposta e sentiu seus olhos lacrimejarem.
- Desculpa - foi tudo o que ela conseguiu dizer.
- Cara, eu posso explicar... - Bourne novamente tentou argumentar.
- Saiam da minha frente! - Dougie pediu irritado. Percebendo que não iriam se mexer, saiu pela porta, passando por Tom e .

- Como assim? - o garoto repetiu o gesto da menina.
- Tom, isso tudo só serviu para me mostrar que não estou preparada para um relacionamento.
- Mas...
- Mesmo te amando mais que tudo nessa vida, acho melhor sermos só amigos - tentou se controlar para não chorar mais. - Se você ainda quiser...
Tom absorveu tudo aquilo, notando o sofrimento da ex-namorada em tentar fazer o que achava certo. Passou seu olhar dos olhos à boca, ficando cada vez mais próximo. podia ouvir sua respiração descompassada. Sentiu Fletcher apertar sua cintura e fechou os olhos. O guitarrista encostou seus lábios nos delas e aprofundou o beijo sem pedir permissão. A garota dava passos para trás, tentando sem muito esforço se afastar. Sentiu a parede gelada em suas costas e um arrepio invadiu sua espinha. Tom a beijava com urgência e ela correspondia ao ato. Colocou suas mãos no peito do garoto, o empurrando de leve e quebrando o beijo.
- Desculpa - ele tentava recuperar o ar, assim como .
- Tom...
- Amigos? - perguntou sorrindo.
A menina apenas o abraçou, afundando seu rosto no pescoço do garoto.

- Erm... é que... bem... - Danny se enrolava.
ria.
- Estava com saudades - ele confessou.
- Você não imagina o quanto - ela retribuiu, sorrindo.
- Eu sei que fiz muita besteira, fui imaturo e... - suspirou, segurando as lágrimas - Me perdoa?
A menina olhou para o chão. Lembrou de tudo que ele havia feito e de como havia sofrido, mas recordou também que não conseguia mais continuar a vida sem tê-lo por perto. O fitou sorridente.
- Não sei mais viver sem você, Daniel - o observou se aproximar.
- E você é uma droga - a viu levantar a sombrancelha - na qual eu viciei - juntou seus lábios aos dela, dando-lhe um beijo calmo e aproveitando cada segundo para matar a abstinência. mordeu o lábio inferior do rapaz, rompendo o beijo. Ficaram com as testas coladas, apenas ouvindo a respiração um do outro.
- Te amo, garota - Danny disse, arrancando mais um sorriso dela.
- Te amo, garoto - repetiu e começou outro beijo.

- Onde você vai? - James perguntou e não ouviu resposta. Somente viu sair apressada para algum lugar.

- Preciso - deu um selinho - encontrar as meninas - sorriu e mordeu a bochecha de Danny, que a abraçou fortemente.
Ele assentiu e a garota subiu em suas costas. Ambos seguiam até a porta, quando um outro casal surgiu.
- Ei, cambada - ergueu a sobrancelha. Ué, cadê todo mundo?
- Sua irmã e o Judd devem estar em algum cantinho escuro se pegando - gargalhou a amiga. - A , o James e o Dougie, não sei - desceu do cavalinho improvisado e o abraçou pela cintura.
A primogênita achou a cena fofa e sorriu involuntariamente até que...
- CACETE! Você falou , Bourne e Poynter? - virou-se e desapareceu.
O trio se entreolhou assustado.

sacou seu celular enquanto andava apressada pelo corredor e discou o número de .
- Alô?
- Onde você está? - a mais velha questionou.
- Eu? No camarim.
- Mas como? Acabei de sair daí.
- sua doida, você conversou comigo - a atendente riu.
- Hein? Quem fala?
- A .
- Ai, que droga de voz parecida. Então o celular dela ficou aí?
- Meio óbvio, não?
A mais velha desligou sem se despedir. Estava preocupada demais para praticar a boa educação.
Caminhou com mais velocidade e um segurança lhe parou.
- Tenho um maldito crachá mas ficou pendurado na alça da minha bolsa.
Parece que não o convenceu.
- Olha aqui, eu já namorei o Tom, o traí com o Danny, o Harry é meu cunhado e estou atrás do Dougie que tem uma relação com minha melhor amiga. Estou levemente irritada e se você não me deixar entrar nessa sala, suborno os garotos até te demitirem, ok? - rodou a baiana.
E assim, foi parar do lado de fora da M.E.N Arena. Como o Sr. Charlie é forte! A ergueu e a levou até a saída do estabelecimento sem derramar uma gotinha de suor.

- Não atende - Judd pediu sem ar ao escutar o celular de .
- Pelo toque - fechou os olhos ao sentir os lábios do rapaz deslizando em seu pescoço - é minha irmã - desistiu de pensar, dizer, respirar...

- Vou matar essa... - a primogênita foi interrompida.
- Você não é a namorada do Tom? - uma garota perguntou.
- Eu? E-eu?
- Seu nome é Gio, não é? - uma outra questionou.
Filha de uma égua sarnenta, pensou e antes que corrigisse, a primeira fã o fez.
- Dã, ela é a - sorriu. - Você pode me dar um autógrafo?

Dougie ligou a luz da pequena sala e se deparou com um casal suado e algumas peças de roupa no chão.
- DUDE! - Harry gritou.
se cobriu com a camisa xadrez do namorado.
- Desculpa - o baixista tampou os olhos e fechou a porta.
- Hey, espera. O que houve? - o baterista notou o rosto vermelho do amigo.
- A me traiu com o James - disparou.
- O quê? - a garota presente se pronunciou. - Não pode ser!
Poynter sentou em um banco e desabafou.

Uma rodinha se formou em torno de .
- Não sou a namorada dele.
- É sósia?
- Hã? - a mais velha estava confusa com tantas perguntas.
- Uau, muito idêntica - uma lá do fundo opinou.
Achou melhor mentir.
- É, sou uma cópia barata dela. Quem sabe ele não se apaixona por mim? - gargalhou forçado e saiu de fininho.
Contornou a bilheteria e parou perto da lixeira. Pelo menos ali ninguém a atrapalharia. Localizou um número na sua agenda e clicou "chamar".
- Alô?
- Finalmente! Quero saber onde você, a e o Dougie estão. Depois, preciso que me resgate.
- Você foi sequestrada? - Bourne alterou a voz.
- Ai, Jesus! Não. Fui expulsa mas te explico mais tarde. E aí? A está com o Poynter?
O suspiro do rapaz a fez tremer.
- Ele descobriu? - perguntou baixo, como se estivesse pensando alto.
- Você sabia?
- Ela precisava desabafar com alguém que a entendesse. Quem mais poderia ser? - falou irônica.
James respirou fundo.
- Vou te buscar. Me diz exatamente onde está...

- Certo, todo mundo desapareceu - preocupou-se.
- Acho que todos estão se pegando - Danny riu.
- Será? - a garota empolgou.
- Olha só: Harry com a , com o Dougie e a com o erm... - parou ao perceber o olhar "estranho" de Tom.
enterrou seu rosto no peito do guitarrista das sardinhas. Não sabia como sair da situação.
- Ai, dude. Ela e ele... erm, nada a ver... - balançou freneticamente a cabeça tentando consertar a besteira que havia falado.
Fletcher somente mordeu a bochecha internamente.

- O que você vai fazer? - Judd quis saber.
- Não vê-la nunca mais - Poynter respondeu seco, embora não fosse sua verdadeira vontade.
Conversaram mais algum tempo e o celular do baterista tocou. Atendeu e em dois minutos desligou.
- Era o Tom. Estão atrás de nós.
- Puxa, esqueci completamente. Preciso voltar para Londres - disse, levantando-se.
Dougie ficou de pé e agradeceu pelo ombro amigo do casal.
- Não vem com a gente? - a menina perguntou.
- Prefiro não esbarrar com nenhum deles. Mande um beijo para a e a - saiu cabisbaixo.
Os dois restantes deram as mãos e seguiram rumo ao camarim.
- Primeiro foi minha irmã e o Fletcher, agora a e o Dougie. Juro que se você fizer algo, te deixo estéril - a menina advertiu e abriu a porta do local, encontrando os demais.

Do lado de fora, um segurança chamou . James a esperava encostado na parede.
- O que aconteceu? - perguntaram ao mesmo tempo.
- Acho que seu caso é mais importante que uma briga minha com um brutamontes. Cadê os dois?
Bourne contou o ocorrido.
- Como não sabe onde ela está? - colocou a mão na testa e entrou em desespero. Não pôde continuar sua cena de novela mexicana, pois seu celular cantarolou desesperadamente em seu bolso. - Fala!
- Ai, mana.
- estou sem tempo para gracinhas. O que você quer?
- Credo, que bicho te mordeu?
- Vou desligar...
- Ok, ok. Eu, meu tigrão - mandou um beijinho no ar - a , o grude do Jones e o Tom estamos no camarim esperando você, o James e a . Onde a senhorita está?
- Com o Bourne, procurando a .
- Ela deve estar em algum canto. Fiquei sabendo de uma coisa...
- Que coisa? - preocupou-se.
- Ela traiu o Poynter - sussurrou.
- Ah, isso? - desdenhou e finalizou rapidamente a ligação.
- E aí? - o cantor perguntou.
- Nada. Onde começamos a busca?
- Banheiros, arredores do palco...
- Qualquer coisa te ligo.
Separaram-se.

Fletch avisou que estava na hora de voltarem para o hotel. As duas meninas se entreolharam.
- Não podem ir com a gente? - Jones sugeriu.
- Minha irmã está por aí... - havia comentado que a primogênita estava atrás da amiga mas não havia contato o motivo - depois nos desencontramos e sabe como é, ela não vive sem mim - riu.
- Eu também não. Ela já passou muito tempo com você, agora é minha vez - a puxou pelas mãos, a levando até o corredor que dava para os fundos, onde uma van os esperavam.
- Ah, se ela pode eu também posso - brincou e correu com Danny até o veículo.
- Ótimo! Sobrei - Tom comentou sozinho. - E ainda tenho que carregar essas bolsas - riu desolado.
O guitarrista mexeu na preta e constatou que era a dona. A pendurou no ombro, sem notar o quanto feminino havia ficado. Abriu o zíper da outra e sorriu ao ver uma carteira do gato Félix. Só podia ser de uma pessoa... Curioso, revistou o acessório descaradamente. Seu coração acelerou quando encontrou uma foto dele e de , quando ainda estavam na condição de ídolo x fã. Ficou distraído por alguns segundos.
- Ei, Tom? Vamos? - o empresário bateu na porta.
- Sim, estou indo - fechou a bolsa e a levou na mão. A foto foi parar na carteira. Dele...

- Desculpa, desculpa! - estava vermelha. Havia entrado no banheiro masculino sem perceber.
Encostou na parede e riu sem graça. Continuou a procura quando seu celular tocou.
- Número desconhecido? - pensou alto. - Alô?
- ? É a .
- Onde você está? Como você está? Com que você está? - e virou um papagaio.
- Estou em um telefone público. Deixei minha bolsa no camarim.
- É, eu sei - torceu a boca e revirou os olhos.
- Saí da Arena e andei pelas ruas e... me perdi - sorriu aflita.
- Meu Deus, como vou te achar? Não sei nada de Manchester, só tenho o mapa que o Danny me passou.
Percebendo que estava chorosa, a mais velha pediu calma e coordenadas.
Terminando a ligação, pegou o carro e achou que conseguiria cumprir a missão sozinha. Mas...
- Jaaames, me perdi - chorava.
- Onde você está?
- Se eu soubesse não te ligaria - fungou.
Bourne foi paciente e pediu maiores explicações. Pegou seu automóvel e a achou. De lá, seguiram para onde estava.
Pelo caminho, avisou a primogênita sobre o hotel e que pousariam lá essa noite. Foi xingada, claro.
Estacionaram e desceram.
- Ela disse que tinha esse boteco pulguento e esperaria perto da cabine telefônica - batia o pé.
O cantor olhava para todas as direções.
- Vou matá-la. Sair em um lugar que não conhecemos e ainda por cima, olha a hora! Eu... - foi interrompida por um grito.
- ? - ambos a chamaram.
Correram até a esquina e viram a garota se desviar de um homem suado, de bigode.
- Solta ela - James chegou na voadora. Na verdade foi só um empurrão, mas para engrandecer o ato, contariam aos demais dessa forma.
foi abraçada por . Tremiam e choravam.
Bourne e o bêbado começaram a discutir. A troca de ofensas passou para violência física. O nojento tentou socar o nariz de James, mas acertou na testa. Abriu um corte e uma gota de sangue escorreu por sua pele branca. O homem ganhou um chute e um "de direita" no rosto. Tropeçou nas próprias pernas e caiu sozinho no chão. Aproveitando a falta de equilíbrio do rival, o cantor gritou para que as garotas entrassem no carro e subiu no seu, dando partida e saindo daquele lugar.
o seguia trêmula e sem fôlego.
- Desculpa, tudo culpa minha.
- Cala a boca antes que eu arrebente seus dentes - a mais velha disse e a amiga não conseguiu identificar se era verdade ou brincadeira. Na dúvida, obedeceu.
Chegaram nos fundo da M.E.N Arena e continuaram no interior dos veículos.
James ligou para , questionando se tudo estava bem. Ela explicou que deveria ir para o hotel e ele ofereceu ajuda com o itinerário, avisando que voltaria para Londres.

e cederam lugar para o manobrista. James não saiu, somente abaixou o vidro, com o motor ainda ligado.
- Obrigada - a primogênita disse ternamente, com olhar agoniado para o machucado. - Cuida disso - o beijou no rosto e fitou a amiga.
deixou uma lágrima escorrer e fez sinal positivo com a cabeça. A mais velha entendeu e indicou que a esperaria no saguão.
A menina contornou o carro, abriu a porta, sentou-se no banco do motorista e fechou, baixando a trava de segurança.
O som do motor e do chaveiro batendo no painel cortavam o silêncio entre os dois. Bourne estava com o rosto apoiado nos braços sobre o volante e a acompanhante esfregava uma mão na outra, olhando-as.
Ele se afastou e encostou as costas no banco. Ela suspirou, fechou os olhos e o beijou. Sem pressa, sem peso na consciência, sem medo...
James virou-se delicamente, ficando frente a frente, possibilitando segurar o rosto da garota com suas mãos, aprofundando o beijo e deixando claro o quanto a queria. Agora e para sempre.

No saguão, olhava o relógio chique na parede. Bocejou e sentou em um dos bancos. Esticou-se e sentiu as costas estralarem. Precisava urgente de uma cama.
O celular-que-tocou-o-dia-todo recebeu sua última chamada.
- Vou voltar para Londres com o James. Realmente, o que você disse aconteceu: deu tudo certo. Te vejo amanhã, te adoro e fique bem - desligou, sem mais.
não piscou e abriu a boca involuntariamente. Recuperada do choque, levantou-se perdida no grande local com luzes e funcionários sorridentes.
Antes que fosse perguntar para algum deles onde diabos poderia se hospedar, viu Tom caminhando em sua direção.
- Posso te ajudar, madame? - ele brincou e a covinha apareceu.
A menina sentiu o rosto corar.
- Um chuveiro e uma cama, senhor. E uma barra de chocolate de uma tonelada também.
Ambos riram e ele ergueu a mão. encaixou sua palma na dele e seguiram para o quarto. Na porta, ele passou o cartão e fez sinal para que ela entrasse.
- Você me deve uma. Era meu quarto. Só meu e de mais ninguém e estou te cedendo. Vou dormir com o Dougie - falou de forma humorada, sem a intenção real de cobrança.
Antes que ela retrucasse com o clichê "não quero incomodar", Fletcher avisou.
- Ele precisa de alguém, está mal.
Assim como havia procurado , Poynter pediu socorro ao único amigo que saberia realmente o que ele estava sentindo.
A primogênita entendeu e sorriu fracamente. Ele desejou boa noite e fechou a porta.
seguiu para o banho e só desligou o chuveiro quando se sentiu renovada. Saiu do banheiro de roupão e enxugando os cabelos em uma toalha. Olhou para a cama e lá estava ele. Seus olhos brilharam.
Não era de uma tonelada, mas era chocolate.

Capítulo 18

- Estou entediada - reclamou.
- Acabamos de chegar de viagem, criatura - a caçula se jogou no sofá.
- E daí? Quero fazer alguma coisa - a primogênita choramingou.
revirou os olhos e opinou.
- Vamos almoçar com as meninas.
- Boa idéia! Você liga para a e eu para a - mal terminou de completar a frase e já discava o número da amiga.
Uma hora depois, todas já se encontravam reunidas em um restaurante perto da casa das irmãs.
- Londres é Londres mas estou morrendo de saudade do Brasil - olhava o cardápio. - Principalmente da comida.
As demais riram, concordando.
- Se vocês pararem para pensar, é até engraçado e um pouco maluco o que aconteceu com a gente - se manifestou. - Éramos quatro garotas normais apaixonadas pelos McGuys. No show, os conhecemos e dois anos depois nos reencontramos. Nos mudamos para cá e agora somos namoradas deles.
- Realmente assustador - falou. - Mas se bem que eu nunca fui namorada de nenhum deles.
- Eu acho que virei ex - demonstrou certa tristeza.
- E eu, com toda a certeza do mundo, sou ex - comentou.
- Parece que a sorte está só com você, - a amiga que se separou do baixista brincou.
- Nossa, vocês me broxam - a namorada do baterista arrancou gargalhadas.
Logo, o garçom veio e anotou os pedidos. Enquanto esperavam e também durante o almoço, conversaram sobre trabalho e outras coisas.
- Eu quero meu tigrão - fez bico, comendo a sobremesa.
- Ai, que amor - caçoou.
- Eles se completam - foi a vez de .
- Uma vez o Dougie me disse que nunca tinha visto o Harry tão apaixonado - percebeu que a irmã corou. - Oun, ela está com vergonha! - riu e fez cosquinha na parente.
- Eu o amo. Fato! - a caçula se declarou.
- Mas conta para a gente como foi sua reconciliação com o Jonão, - a primogênita perguntou.
- Ah, ele disse que foi imaturo e me pediu desculpas - sorriu ao se lembrar.
- E você? - as três perguntaram juntas.
- Disse que não conseguia mais viver sem ele - vermelhou e ouviu um 'oun' das amigas. - E você e o Tom? - ela questionou.
- Nós não voltamos - respondeu encontrando olhares curiosos. - Primeiro brigamos. Depois, ele disse que estava disposto a me perdoar - foi interrompida pela irmã com 'e você não voltou com ele?'. - Não. Eu confessei que esse tempo só serviu para me mostrar que não estou preparada para um relacionamento, e que era melhor nós sermos só amigos - terminou e sentiu três pares de olhos incrédulos para cima dela.
- Se é isso o que você quer... - bufou.
- Mas ficou só nisso? - interrogou. - Ele não disse nada?
riu.
- Realmente ele não disse nada.
- Como assim? - que até agora estava quieta, resolveu tirar sua dúvida.
- Ele me beijou.
- Juro que não entendi nada - comentou.
tentou explicar recriando a cena com .
- Entenderam? - viu as garotas balançarem a cabeça abobalhadas.
- Ô casal complicado - a caçula riu, mas parou ao ver a mais velha quase tirar um rolo de macarrão da bolsa e bater nela. A mente de era bastante criativa.
- Você está tão quieta, - comentou.
- Estou cansada, só isso - respondeu com um pequeno sorriso.
- O que você sente pelo James? - disparou.
- Às vezes você é tão direta - disse e ela bufou.
- ? - viu a amiga encarar o chão.
- Eu não sei.
- Você o ama? - insistiu.
- Me sinto bem ao lado dele.
- Perguntei se você o ama.
Elas observavam uma calada.
- Você ama o Poynter? - tentou novamente.
- , acho me... - se intrometeu.
- Amo - ela respondeu, agora chorando.
- Então por que você fez isso?
- É dificíl estar com alguém famoso feito o Dougie.
- Não é dificíl para mim, - rebateu. - O que falta em você, é um pouquinho mais de confiaça.
- Mas agora já fiz tudo errado.
- E você vai continuar fazendo ou vai tentar consertar?
Ela novamente se calou. As lágrimas foram cessando, dando lugar a um rosto pensativo.
- Por Deus, vamos mudar de assunto - falou.
- Desculpa , só estou tentando abrir seus olhos.
O almoço terminou e cada uma seguiu para sua casa. As irmãs passaram o resto da tarde vendo filmes e se entupindo de pipoca e brigadeiro. saiu para passear com Adam, que contou as novidades sobre o seu romance com o inglês gatérrimo e ela fez o mesmo contando sua reconciliação com o integrante do McFLY. ficou trancada em seu quarto pensando. No início da noite, ela já havia tomado uma decisão. A campainha tocou e a garota correu para atender. Encontrou ele parado do lado de fora. Abriu passagem para que entrasse e comprimentou-lhe com um caloroso beijo. James com certeza, era sua melhor opção.

Algum tempo depois, os garotos já estavam de volta a Londres.
- Lar, doce lar - Danny disse, sentado em uma poltrona.
- O máximo - Harry opinou com os olhos brilhando. - Essa turnê foi simplesmente o máximo.
- Realmente foi muito boa - Tom concordou.
- Não tem cerveja nessa casa não? - o baixista gritou da cozinha.
- Não dude, mas eu vou comprar - Harry levantou. - Se bem conheço o Doug, ele vai encher a cara até não se lembrar quem é a - comentou antes de sair.
Algum tempo depois, o baterista voltou com o álcool e algumas pizzas. Juntou-se aos demais na sala.
- Viva a turnê, dudes! - Tom ergueu a garrafa.
- Viva a minha reconciliação com a ! - Danny gritou.
- Viva a banda! - Harry falou.
- Viva o corno do mês! - Dougie brindou, olhando para o nada. O silêncio tomou conta do local. - Desculpa dudes, um viva ao sucesso! - consertou bebendo um gole de sua bebida.
- Não fica assim - foi tudo que Judd conseguiu dizer.
- Relaxa, cara. Não vou me deixar abalar por causa disso.
Os garotos se entreolharam e acharam melhor deixar quieto.
Conversa vai, conversa vem, e no final o cômodo estava uma zona. Caixas de pizzas e garrafas de cervejas esparramadas para todos os lados.
- Sorry's not goooood enough - um Poynter extremamente bêbado cantava. - Why are we breaking up?
- Hey Danny, como foi sua conversa com a ? - Tom perguntou ao amigo. Eram os únicos ainda sóbrios no local.
- Dude, essa menina é tudo pra mim - explicou detalhadamente. - E você e a ? Ouviu o guitarrista contar sua versão.
- Talvez ela precise de mais algum tempo - bateu no ombro do amigo.
- Relaxa Dan, já tenho meus planos - riu e foi acudir Dougie que tinha caído em cima da mesa de centro e cantava "I Will Survive".

Era de manhãzinha quando saiu de casa para tomar café na Starbucks. Deixou um bilhete para irmã, que ainda durmia.
Estacionou o carro e caminhou até a entrada. Abriu a porta, chamando a atenção das moças que trabalhavam lá. Dois minutos depois, pegou seu pedido e pagou. A caminho de uma mesinha vaga, derrapou em uma poça d'água que tinha no chão, derramando seu café em um garoto loiro.
- Ai Deus, mil descul... - reconheceu seu rosto - Fletcher?
- - disse, dando um beijo em sua bochecha. - Está tudo bem?
- Está sim - observou a blusa do guitarrista. - Desculpa Tom, foi sem querer - tentou secá-la com alguns guardanapos.
- Não tem problema - ele pegou em sua mão. tremeu ao sentir o toque.
- Senta aí, vou pegar outro café para você.
Algum tempo passou e ele voltou.
- Obrigada - a menina agradeceu.
- Você já está me devendo dois favores - brincou.
- Posso saber qual é o primeiro?
Fletcher fez cara de ofendido.
- Então a senhorita não se lembra que cedi meu quarto para você dormir?
- Ouch, é verdade - deu um tapa na testa.
Riram.
- Como o Dougie está? - perguntou.
- Provavelmente com uma baita ressaca - bebeu um gole de sua bebida. - Encheu a cara ontem à noite. E a ?
- Não está tocando muito no assunto, mas a gente percebe que ela está sofrendo - pegou uma bolacha na mesma hora que o garoto, fazendo com que suas mãos se encontrassem. Um arrepio surgiu em sua espinha.
- Pode ficar.
- Erm você pagou, é sua - ela falou desconcertada.
Tom pegou a bolacha e a partiu no meio.
- Sem discussão - entregou o pedaço a ela.
- Obrigada - olhou no relógio. - Droga, preciso ir.
- Então eu também vou.
Caminharam lado a lado para fora do estabelecimento.
- Oh não, não! - xingava Deus e o mundo.
- O que foi? - Fletcher perguntou assustado.
- O pneu do meu carro furou - falou chorosa. - Como que eu vou trabalhar agora?
- Eu te dou uma carona. - ofereceu e sorriu.
- Meu salvador! - gritou e deu um beijo em seu rosto, que corou.
Entraram no veículo e Thomas deu partida. A menina colocou em uma rádio que tocava uma música legal.
- Não, não, era para você ter virado ali - a primogênita se desesperava.
- Calma , a gente faz o retor... - parou de falar ao ver o trânsito que se formava por causa de um desfile.
- Estou ferrada! - colocou as mãos na cabeça.
Dez minutos - segundo a contagem da garota - haviam se passado.
- Isso não vai andar nunca - estava impaciente.
- Daqui a pouco anda - Tom disse, adorando ficar mais tempo com ela. - Posso mudar de estação? - o guitarrista perguntou, e a ex balançou a cabeça afirmando. Sintonizou em uma rádio que acabava de anunciar uma música do quarteto inglês. Não conseguiram ouvir o nome, devido as várias buzinas atrás deles.
- McFLY é muito bom - sorriu vitorioso.
- Iludido - ela retrucava fingindo não gostar.
A canção começou. Tom sorriu malicioso sem que ela visse. estava imóvel. Com certeza aquela música a perseguia.
O dono da covinha batucava no volante e cantava junto, quebrando o silêncio e o clima que havia se formado.
O vendo agir dessa maneira, a menina sorriu. Ele a fitou e continuou.

Do ya do ya do ya love?
Do ya need a little time?


Dando ênfase nessa parte, Fletcher a olhou sério e viu o sorriso da garota se desmanchar, dando lugar a um semblante pensativo e cheio de dúvidas.
- Tom... - tentou falar, mas foi impedida pelo dedo do ex em sua boca. O rapaz foi se aproximando lentamente, para ter certeza de que não haveria nenhuma rejeição. De fato não houve. Suas bocas estavam perigosamente perto, podendo sentir a respiração alheia batendo em seus rostos. Seus lábios estavam quase colados. Uma, duas, três buzinadas fizeram com que ela abrisse os olhos vendo os carros se movimentando. Thomas permanecia imóvel, e até mesmo em outro mundo.
- Tom? - o acordou do transe. - O desfile... acabou - falou sem olhá-lo.
O resto do trajeto foi silencioso. O guitarrista estacionou e a acompanhou até a porta.
- Muito obrigada.
- Três favores - gargalhou.
- Pode ter certeza que eu ainda vou lhe pagar - riu também.
viu uma das assistentes correr em sua direção.
- Melhor você se apressar. O chefe está muito bravo com suas faltas e atrasos - disse.
- Acho que vou ter que procurar outro trabalho amanhã - passou as mãos pelo rosto, aflita.
- Ele vai te demitir por estar fazendo uma entrevista comigo? - Tom se intrometeu, tentando salvar a garota.
- Ela estava te entrevistando? - a assistente questionou. - Bom, se é isso, ele entenderá. Irei avisá-lo.
- É-é isso mesmo - respirou aliviada. Viu a moça balançar a cabeça e ir embora. - Acho que te agradecer já está virando rotina.
- Melhor eu parar de contar os favores - Fletcher brincou e ambos riram.
- Obrigada mesmo - falou e virou-se. Sentiu o rapaz a puxar, dando-lhe um beijo no canto da boca.
- Bom trabalho - ele desejou e saiu.
Se ele queria provocá-la, com certeza estava conseguindo.

Tom atendeu a porta apenas de boxers, provocando um certo tremor em .
- Hey , entra - deu espaço para que entrasse. Percebeu que ela estava radiante. - Aconteceu alguma coisa?
- Aquela história da entrevista que você inventou mais cedo, me rendeu um aumento no salário - o abraçou.
- Sério? - retribuiu o ato, apertando-a na cintura. - Isso é uma ótima notícia - se afastou e Tom a puxou pela mão. - Vem.Ele a levou até a cozinha.
- Nada melhor do que uma cerveja e comida japonesa para comemorar - falou colocando uma toalha na mesa. - Acabou de chegar.
- Amo comida japonesa - ela riu passando a mão na barriga.
- Eu sei - sorriu para a ex, que sentiu suas bochechas pegarem fogo.
Comeram, beberam e riram das besteiras que cada um falava. O clima realmente estava ótimo.
- Pode deixar que eu lavo a louça, - falou pegando os pratos de sua mão.
- Deixa eu te ajudar - ela insistiu.
- OK, eu lavo e você enxuga.
Isso deu certo até que Tom jogou espuma no cabelo de , que devolveu jogando água em seu rosto.Cinco minutos depois, a cozinha estava toda molhada.
- ? - a garota virou, levando um copo d'água no rosto.
Sentiam-se como duas crianças.
- Muito engraçado, Thomas - jogou espuma no rosto do integrante.
- Ai! - rapidamente pegou um pano molhado e encostou em seu olho.
- Desculpa, Tom - colocou os dedos na pálpebra fechada do rapaz. - Como eu sou estúpida.
- Tudo bem - ele falou chegando mais perto. - Só está ardendo um pouco. Você pode assoprar?
- Claro - chegou mais perto e soprou delicadamente. - Melhorou?
- Ainda não - ela se inclinou para assoprar novamente e Tom quebrou mais um pouco a distância entre eles, que agora era miníma. Pousou uma mão sobre o pescoço dela, fazendo seus olhos se encontrarem. Colou seus lábios em um movimento rápido, pedindo permissão para aprofundar o beijo. cedeu, correspondendo ao beijo apaixonado. Fletcher sorriu sem que ela percebesse. Isso estava totalmente incluído em seus planos, e completamente excluídos nos da garota.

- Vamos, Tigrão - gritava apressando Harry.
- Pronto - ele disse, aparecendo na escada.
- Você demora mais do que eu para se arrumar.
- Pelo menos estou bonito - retrucou levantando a sombrancelha.
- Está dizendo que estou feia? - colocou a mão na cintura. - Não adianta dizer isso, porque eu sei que estou linda!
Os dois riram.
- Você está maravilhosa - a puxou dando-lhe um selinho.
- E você, muito sexy. Agora vamos - pegou em seu braço e o empurrou até o carro.
Durante o caminho inteiro os dois riram, exceto quando paravam no sinal porque estavam se beijando, levando vários xingamentos dos motoristas atrás deles. Caminharam até o restaurante e sentaram-se na mesa reservada.
- Lembrei de uma ótima notícia - a namorada disse feliz.
- Qual? - perguntou olhando o cardápio.
- Minha irmã ganhou um aumento.
- Isso é ótimo! A é bem dedicada, ela merece - sorriu.
O garçom apareceu e anotou os pedidos.
- Sim, mas parece que tem o dedo do Tom nessa história - ela riu maliciosa.
- Como assim?
- Ela me contou que o chefe estava bravo com seus atrasos e ele a salvou, dizendo que estavam no meio de uma entrevista ou algo assim - tentava se lembrar da conversa.
Harry riu.
- Ele me disse que eles decidiram ser apenas amigos - bebeu um gole de vinho. - Tom ainda é apaixonado por ela, não entendi o porquê disso.
- Também não captei, já que ela também é louca por ele - pensou um pouco. - Mas eles que se entendam, né?
Judd concordou.
O almoço passou rápido. O casal conversou animadamente e toda hora trocavam carícias. Decidiram que era hora de voltar para casa.

estava deitada no sofá passando os canais na tv. Fazia três dias que ela não falava com os meninos.
Escutou a campainha e com um certo mau humor foi atender a porta.
- Acho que acordei alguém - Judd disse com uma cara culpada.
Ela mostrou os dentes.
- Não acordou, não - falou dando espaço para ele entrar. - O tédio me faz ficar assim.
Riram.
- , a está aqui? - ele perguntou, olhando ao redor.
- Não, mais ela volt...
- Ótimo - o baterista foi direto, a deixando sem entender nada. - Preciso falar com você.
- Pode dizer - pediu e os dois se sentaram no sofá.
- Eu tenho um plano... - Judd começou a explicar.
As reações dela eram as mais variadas possíveis. Primeiramente, não teve reação.Depois, deu um de seus gritos histéricos e pulinhos. Posteriormente, comemorou e prestou atenção no que ele disse.
- ... e é nisso que você precisa me ajudar - finalizou. o abraçou.
- Ainda não acredito - sorria. - Certo, vou dar um jeito de fazer isso.

O celular de vibrou na cômoda ao lado da cama. O pegou e viu uma mensagem de Danny.
Pode ir no futebol comigo?
Sorriu lembrando da última vez em que ele a convidou para assisti-lo jogar. Começou a digitar.
Claro
Mandou. Alguns segundos depois.
Ok. Te pego às 16hs. Beijos.
E como sempre, o tempo voou. Quatro horas em ponto, Danny a pegou e seguiram para o lugar combinado.
- Hey, dudes - Jones gritou para alguns amigos, que vieram lhe cumprimentar.
- Fala, garoto - o abraçaram.
- Essa é minha namorada - apresentou. - , esses são Rick, - apontou para um garoto alto - Cris, - mostrou o mais baixo da turma - e Josh - finalizou exibindo um garoto gordinho.
- Erm, olá - sorriu. Tentou recordar quando Danny tinha lhe pedido em namoro. Lembrou: ele nunca o fez.
Os garotos balançaram a cabeça em forma de cumprimento.
- Vamos, Jones. A partida já vai começar - o menor informou.
- Ok - olhou para . - Vou lá. Senta ali - apontou para a pequena arquibancada e a menina assentiu.
- Danny - o chamou.
- Oi?
- É... nada não, esquece.
O rapaz mandou um beijo no ar e saiu.
Meia hora depois e o placar estava 3x1. Claro, o time do integrante do McFLY estava ganhando e Danny havia feito um gol que dedicou a acompanhante.
- Goool - um Daniel feliz corria pelo campo.
sorriu involuntáriamente. A garota viu o 'namorado' olhá-la e enviou um selinho.
Tempo corrido e o juíz apitou indicando o término do jogo. Jones correu até ela.
- Que orgulho, meu Deus - encostaram rapidamente os lábios.
- Tinha que fazer bonito, já que você está aqui - olhou malicioso e riu.
- Bobo.
- Vamos? Estou doido para tomar um banho - a puxou. - Tchau, dudes.
também se despediu e seguiram para o carro.
O rapaz cantava junto com o Green Day, enquanto a menina olhava pela janela.
- Danny? - o chamou, mas o garoto não ouviu devido a altura da música. - Danny? - nada. - JONES! - gritou e ele a olhou assustado.
- O quê?
Ela riu da cara meiga dele.
- Posso te perguntar uma coisa?
- Fala, fofa.
- Erm... a gente está namorando? Porque você nunca me pediu e... - se enrolava.
O guitarrista riu.
- Na verdade, te considero minha namorada desde o dia em que voltamos - desfez o sorriso. - Mas se você não quiser, vou entender.
ficou em silêncio por alguns segundos e abriu um sorriso.
- É claro que quero - pegou em sua mão. - É o que eu mais quero no mundo.
- Então, minha namorada - Jones disse e ela riu. - Quer passar o resto da tarde comigo?
- Hum... - fingiu pensar. - Ok vai.

- Droga! - parou de andar.
- O quê? - perguntou.
- Esqueci minha bolsa no carro.
- Se você quiser eu vou... - foi cortada.
- Não pode deixar - pegou as compras da mão da irmã. - Faz o seguinte, vai abrindo as portas que eu levo as sacolas.
- Ok - tomou as chaves da mão da irmã. Abriu a porta e estranhou todas as luzes apagadas, já que sempre deixava pelo menos a da sala acesa. Andou até a parede e clicou no interruptor. Notou um cheiro de velas no lugar silêncioso. Ouviu o carro dar partida do lado de fora. Correu e viu sua irmã virar a esquina. Murmurou algo. Sentiu uma mão cobrir seus olhos e levou um pequeno susto.

- Certo, onde irei agora? - falava consigo. Pensou na casa de , mas logo descartou a idéia. Esse não era o melhor momento para contar a novidade a ela. com certeza estaria com Danny. Olhou para o parque se aproximando e viu um balanço vago. Sorriu. Estacionou e caminhou até ele, sentando-se e pegando um pacote de bolachas.

Sorriu ao perceber que a mão que cobria seus olhos era a de seu namorado. Deixou-se guiar.
- Harry onde você está me levando?
- Shhh - beijou o rosto da menina.
Judd a direcionou até a cozinha, onde um jantar estava posto sobre a mesa, e várias velas ao redor. Tirou a palma dos olhos dela lentamente.
sentiu seu coração acelerar. Apenas sorriu e o abraçou.
- Está tudo tão lindo - falava com os olhos brilhando. - Te amo - deram um selinho.
- Também te amo.
- Mas não estou entendendo, porqu...
O baterista se adiantou sabendo o que a menina ia lhe perguntar.
- Eu ia esperar até o final, mas não aguento mais - falou, vendo um tanto apreensiva.
- Harry?
- Eu quero saber se... , quer morar comigo?

Capítulo 19

lia a tabela de calorias da embalagem quando sentiu sua bolsa vibrar. Segurou o pacote entre as pernas, uma bolacha na boca e abriu o zíper, pegando o aparelho.
- Anô moa.
- O quê? Quem está falando? - franziu a testa do outro lado da linha.
retirou o biscoito recheado de entre os dentes, rindo.
- Alô moça. Sou eu mesma.
- Que susto! Achei que fosse um sequestrador e...
- Claro, claro. Que sequestrador em sã consciência deixaria sua vítima atender o telefone?
- Ué, você poderia tê-lo distraído e se escondido em algum canto.
- Ah, sim. Super fácil para alguém que tropeça parada.
A amiga riu.
- E agora é a hora que você veste sua capinha de super-heroína e vem bater no homem mau? - gargalhou.
- Sua chata. Eu toda preocupada e você zombando da minha cara.
- Aoun, toda carente também - a primogênita fez voz manhosa e raspou o recheio de chocolate.
- É, hoje estou. Essa coisa de aniversário mexe com a cabeça da gente.
- Quem está ficando mais velho? - a outra questionou.
- Sua boba. Eu sei que você se lembra porque semana passada me perguntou o que eu queria ganhar.
cuspiu a bolacha. Vasculhou sua agenda e viu "aniversário da " marcado em vermelho, no dia seguinte. Bateu na testa.
- ?
- Hã? Oi. É... uma formiga queria me morder.
- Onde você está?
- No parque.
- Fazendo?
- O Harry vai pedir - lembrou-se que era segredo - pizza e comemorar alguma coisa com minha irmã - inventou.
- Que fofo!
- É, é - as pernas de balançavam aflitas.
- Bom, te liguei para avisar que esse ano não vou fazer festa.
- Por quê?
- Desânimo.
- Credo, ! - a garota riu de leve. - E o Bourne?
- Iremos almoçar juntos. Aí pensei em fazer uma reunião só de garotas à noite. Topa? Afogar as mágoas em potes de sorvete, brigadeiro e filmes água com açúcar.
conhecia a amiga e sabia que o motivo do desânimo era pequeno. Pequeno, loiro e de olhos azuis.
- Se você quer assim, assim será.
Ou não, pensou e desligaram.

parecia um manequim: imóvel, com a boca levemente aberta e olhos arregalados.
Judd prendeu a rápida respiração ao notar que a namorada se encostava na cadeira, com as mãos no rosto.
- Se não quiser responder agora, eu entendo.
- Não...
- Não? Você não quer morar comigo?
- Não, eu disse que quero.
- Morar comigo?
- Não, responder agora.
- E...?
- Tem minha irmã...
- Ela apoiou.
- A sabia?
Harry sinalizou com a cabeça.
- Como ela reagiu?
O baterista imitou as várias reações da cunhada e arrancou gargalhadas da menina à sua frente.
- Por isso que ela me convidou para ir ao supermercado? Bem que achei estranho, já que ela odeia que eu a acompanhe.
- Por quê?
- Por que critico as porcarias que ela compra para comer - riu sem graça.
- Estou ferrado - bateu na testa, dramatizando. - Você vai morrer ao ver nossa despensa - o sorriso brincalhão foi desfeito. - Quer dizer, minha. Nossa? - desviou o olhar para o nada.
A cozinha estava silenciosa e quente, já que o namorado havia exagerado nas velas. levantou-se e abriu uma fresta na janela. Sentiu o ar frio de Londres bater em sua face. Fechou os olhos e respirou fundo.
- É um passo muito grande e tudo aconteceu muito rápido. Sinto medo - continuava na mesma posição - mas eu te amo tanto.
Harry afastou a cadeira e abraçou a garota por trás. Depositou seu queixo no ombro de , que pôde sentir a respiração morna em seu pescoço.
- Quer desacelerar? - ele sussurrou e provocou um arrepio na namorada.
- Sabe, eu tinha pavor de avião até minha irmã dar uma de louca e comprar as passagens para o Rio de Janeiro, para o show do McFLY - sorriu ao se lembrar. - Era algo que eu queria muito e tive que enfrentar minha fobia para ter. Poderia cair, pegar fogo, mas felizmente nada disso aconteceu e eu conheci vocês. Você - virou-se e ficaram cara a cara.
Judd relaxou a postura e sentiu uma palpitação no peito.
- Creio que essa situação seja semelhante. Tenho receio de ir com tudo e me machucar, mas quem disse que nossa relação "vai cair"?
- Só vai pegar fogo - ele sorriu malicioso e ganhou um tapinha no ombro.
- Eu quero. Eu quero morar com você!

Atende, atende, atende.
torcia, sem sucesso.

O celular de tocava na sala, dentro da bolsa, perto da boxer de Danny. Mais adiante, os óculos escuros da garota e a camisa xadrez do guitarrista.
No andar de cima, Jones deslizava seus dedos contornando os braços da menina, adormecida em seu peito. Riu sozinho. Como era boa aquela sensação.
- Odeio que me olhem enquanto durmo.
- Se você está falando, como pode estar dormindo? - fez cócegas na namorada.
- Seu sem graça - ria descontrolada.
Abraçaram-se.
- Você é quentinha - o menino afundou seu rosto no pescoço de .
- E você... - foi abaixando o tom de voz - é muito - mordeu o queixo do rapaz - muito - mordiscou a orelha e por fim sussurrou - bobo - gargalhou ao perceber que seus gestos haviam o atiçado.
- Isso é injusto - a agarrou e iniciaram o segundo round.

olhou ao redor, desolada.
Avistou um casal ao longe, deitado na grama, estilo comercial de margarina. Fez aoun mentalmente e tratou de abrir uma barra de chocolate para curar a carência.
Rodopiou seu celular pensando se "sim" ou se "não" ligaria para ele. Ensaiou vários tipos de "alôs" e se sentiu patética. Guardou o aparelho e mordeu seu doce. Analisou as duas pessoas enamoradas no parque e bateu na testa para matar um mosquito que a perturbava. Sentiu nojo ao ver uma gosma verde do bicho em sua mão. Saltou do balanço e seus pertences caíram no chão.
- Que droga! - falou alto.
- Quer ajuda? - um sotaque britânico pairou no ar.
ficou paralisada ao reconhecê-lo.

- Amanhã te ajudo a encaixotar suas coisas - falou o prestativo baterista.
- Fechado - pulou em seu colo, agora sentados no sofá da sala. - Ei, espera. Amanhã... Ave Maria, amanhã é aniversário da !
Harry riu do desespero que a namorada se encontrava.
- Preciso comprar presente. Preciso ir na manicure. Preciso saber que horas é a festa.
- Também precisa respirar antes que você tenha um colapso - a abraçou, gargalhando.
Um minuto depois.
- Preciso saber onde minha irmã está.

- Wi... William?
O rapaz a olhou e demorou alguns segundos até se lembrar.
- ?
Balançou fracamente a cabeça, afirmando.
O ex-ficante do pub recolheu os objetos do chão.
- Vou usar isso - a menina apontou para um lenço, saindo do transe.
- Como você está? Desde aquele dia não nos falamos mais.
- É... tudo muito corrido - usou a mesma desculpa esfarrapada da última vez.
Olharam para baixo. A pergunta seguinte era inevitável.
- Ainda namorando o...
negou com um "tsc tsc".
- Hum.
Um silêncio constrangedor apareceu para fazer companhia.
- Ahn - a garota ia comentar sobre o clima de Londres quando seu celular a salvou. - ! - falou aliviada.
Escutou interrogá-la, respondeu às perguntas e quando entraram no assunto "festa da ", a mais velha disse que tinha um plano. Despediu-se e olhou para o rapaz à sua frente. Caramba, como ele estava lindo!
- Erm, preciso ir - fez menção de dar as mãos, mas achou muito formal. Cedeu a um abraço rápido e um sorriso apático. Pegou sua bolsa, as poucas sacolas do supermercado, bateu o joelho na quina do balanço, disse "ai" e saiu apressada.

saiu da casa do namorado e foi direto para a residência das irmãs.
Harry, e esperavam a garota, que chegou radiante.
- Vou beber água - a amiga falou ao entrar.
- Aposto que ela e o Danny... - a mais nova deu a entender, com uma cara safada e cutucou a primogênita.
- ! - a mais velha a repreendeu e sorriu.
Um tempo mais tarde, os quatro estavam reunidos ao redor da mesa da cozinha.
- Eu não esqueci. Mas também não lembrei - coçou a cabeça, confusa.
Todos riram.
- Iremos para o inferno. Somos péssimos amigos - comentou.
- Ok, vamos parar com o drama - se intrometeu. - Ela me disse que não iria fazer nada por estar desanimada.
- Mas nada melhor do que uma festa para animar - foi a vez de Judd falar.
- Esse é o espírito - apontou para o único garoto no local.
- Onde faremos?
- Minha casa tem espaço - Harry sugeriu. - Ou melhor, nossa - piscou para a namorada.
- Como assim? - perguntou e perderam um bom tempo explicando e comemorando.
- Gente, gente - bateu palma. - A festa - estalou os dedos. - Concentração.
Depois de jogarem pipoca na mais velha, continuaram a reunião.

O sol fraco despontou na manhã de domingo.
acordou com o telefonema dos pais e alguns amigos do Brasil. e deram carona para e seguiram para a casa de Judd.
- Bom dia, Tigrão - a mais nova destrancou a porta aos berros e ficou estática.
- Graaauw - a primogênita topou na irmã.
- Quer dançar, quer dançar, o tigrão vai te ensinar... - gargalhava atrás, imitando passos de funk. - Pararam porquê? - olhou e endireitou a postura.
Quatro pessoas estavam na sala.
- O-oi - engasgou.
Responderam simpáticos.
Harry saiu da cozinha e abriu um largo sorriso ao encontrar a namorada. Beijou-lhe a testa e cumprimentou as demais com um abraço.
- Venham, vou apresentar minha família.

- Ok - colocou o telefone no gancho e deixou uma lágrima escorrer.
James havia ligado, cancelando o almoço.

- Chris, Emma, Katherine e Thomas - o baterista apontava.
tremia ao apertar cada uma das mãos presentes. e , também tímidas, acenaram.
Praticada a etiqueta social, Harry pediu que as meninas o acompanhassem até um cômodo.
- Meus pais resolveram aparecer de surpresa - falou aflito, passando a mão nos cabelos. - E vão passar a noite aqui.
- E agora? - a namorada questionou.
- Tom ou Danny? - ele lançou a pergunta.
- Danny - e falaram juntas.
- Erm, perdão, não foi por... - a primogênita tentou consertar.
- Eu sei - a amiga piscou.
- Desculpa mana, mas eu voto na casa do Tom.
Obviamente a discussão foi longe.

tentava sem sucesso falar com as amigas. O choro aumentou e desejou estar no colo de sua mãe.

- Decidido. Vamos para lá - Judd abriu a porta do escritório e puxou pela mão.
- Que dó não atender as ligações da - olhava o visor.
- Ela me ligou três vezes e deixou duas mensagens - acompanhava os demais.
Harry passou pela família e avisou que voltaria em breve.

- Hey, dude! - Tom abriu um sorriso e cumprimentou o colega de banda. - , - as abraçou.
- Nosso herói - apertou a covinha e fez o garoto corar.
- A está no carro pegando os enfeites - falou baixinho, com segundas intenções.
- Enfeite? Herói? - Fletcher pareceu intrigado.
- É. A festa da será na sua casa - o baterista mostrou os dentes, de forma sapeca.
- Mas o Harry disse... - o guitarrista mostrou confusão.
- Longa história - passou sua mão por cima dos ombros do menino e começou a explicação.

- Just beat it, beat it, beat it, beat it, no one wants to be defeated - cantarolava no melhor estilo Michael Jackson, usando um dos chapéus de aniversário e chupando um pirulito de morango.
Antes de seguirem para a casa de Harry, as três garotas passaram em uma lojinha e compraram enfeites. sugeriu o tema "Barbie", "Cinderela" e queria contratar um stripper. Na dúvida, desistiram de personagens e apelaram para as cores verde e amarelo.
- Muito mais legal um stripper do que esse chapéuzinho horrendo e apertado - falou sozinha, retirando o acessório ao sentir o elástico apertar seu queixo.
Fechou o porta-malas e seu campo de visão ficou mais amplo, possibilitando ver a chegada de Tom. Cabelos ao vento, câmera lenta, lindo, perfeito...
- Sexy - falou baixo e hipnotizada.
- Precisa de ajuda? - Fletcher lançou um olhar malicioso e retirou delicadamente o doce da boca da menina, colocando-o na sua.
queria pular em cima dele. Que diabos é essa revolução nos meus hormônios?, ela pensou.
- Me segura? Quer dizer, segura para mim? - estendeu uma das sacolas.
O dono da covinha sorriu. Adorava tirá-la do sério.

A tarde passava e a organização ocorria de maneira esperada. Danny e James haviam chegado para ajudar.
- Grande atuação, Bourne - enchia uma bexiga.
- Foi difícil cancelar. Senti que ela ficou triste.
- Mas foi por uma boa causa - o consolou.
Do outro lado, enrolava alguns docinhos e conversava com Tom e Harry.
- E o Poynter? Convidamos ou ocultamos?
- Duvido que ele venha - o namorado falou.
- Sendo assim, o convide. Melhor do que ele ficar sabendo por terceiros - ela sugeriu.
Judd concordou e saiu da cozinha. Passaria na sua casa e depois na de Dougie.
Fletcher roubou um brigadeiro e encostou-se na bancada, olhando para a sala.
- Adoro ver minha irmã sorrindo - esticou o pescoço ao escutar a gargalhada da mais velha, quando uma bexiga escapou da mão de James.
- Eu também - o guitarrista falou automaticamente, absorto.
- Sinto falta dela.
- Eu também.
- Rá! - apontou, como se o incriminasse.
- Quis dizer, eu...
- Não adianta, Thomas. Você confessou - mostrou a língua. - Não entendo o porquê de tanta enrolação. Vocês se gostam, perdoaram os erros e ficam aí, cada um para um canto.
- A deixou claro que não quer nada.
- Balela. Conheço a peça e sei que ela daria tudo para estar com você novamente.
Tom sentiu o coração acelerar. Era agradável ouvir aquilo. Olhou novamente em direção a ex e sorriu involuntariamente.
- Era isso que eu precisava saber, - beijou sua testa e retirou-se.

Docinhos feitos, bolo comprado, enfeites colocados e bexigas estourando sozinhas: tudo pronto.
- Ai! - gritou ao escutar mais uma explodir.
Riram.
- Certo. Agora é tomar banho e cair na farra - bateu palmas, orgulhosa.
Dito e feito. Cada um seguiu seu rumo.
Cerca de duas horas depois, todos encontravam-se reunidos na casa do dono da covinha.
- Mudanças de planos. Ela não me atende! - Bourne fechava o flip do seu celular.
- Deixa eu tentar... - discou o número, sem sucesso.
- E agora? Ela deve estar brava com a gente - também não havia conseguido, assim como .
Danny pediu silêncio.
- ? - ele comemorava mostrando o muque.
Todos olharam incrédulos, em tom de brincadeira.
- O pessoal está te ligando porque o Harry sofreu um acidente. Vem correndo para a casa do Fletcher! - o garoto disse, dramatizando.
O restante do pessoal se entreolhou e deu de ombros.
- Acidente? Onde? Como? Por que ele está na casa do Tom ao invés de estar na dele? Aliás, por que não está no hospital?
- O cara morrendo e você fazendo esse monte de perguntas? Vem logo para cá, dude. E arrumada - desligou.
As pessoas presentes cruzaram os braços.
- Jones você praticamente confessou que tinha uma festa surpresa - deu um tapa na testa do namorado.
- Ela está me ligando - ergueu o aparelho. - Oi, .
- O que está acontecendo?
- Onde?
- O Danny me ligou falando que o Harry sofreu um acidente.
- Não estou sabendo de nada. Aliás, estou saindo de um reunião e...
- No domingo?
e Jones faziam uma dupla perfeita. De idiotas.
- É. Re-reunião de última hora e por isso não atendi aos seus telefonemas. Depois te conto. Mas... mas nossa, acidente? Não é melhor a gente vir - tossiu e corrigiu - ir ver o que está acontecendo? Passo aí e você me conta o motivo de ter me ligado. Tchau - desligou sem mais.
- Definitivamente essa festa será um fiasco - se jogou no sofá.
- Ah, que negativismo - a mais velha pegou a bolsa e saiu.

estava de pijama, comendo bala de goma quando a campainha tocou. Atendeu e deu de cara com toda arrumada e maquiada.
- Que reunião era essa? - a amiga perguntou, intrigada.
- Não é reunião, é sua festa surpresa. Arrume-se e faça cara de "uau, não esperava" quando entrar na casa do Tom, ok?
gargalhou e se sentiu querida, após passar metade do dia chorando agarrada no travesseiro. Havia ignorado a ligação das amigas justamente por estar chateada com tanto descaso em pleno aniversário.
- Que lindo! - abraçou a primogênita.
- Anda, anda. Vamos falar para todos que te convenci a ir até um pub e por isso você se trocou.
- Sim, senhora - bateu continência e correu até o quarto.

Dougie bebia sua quarta cerveja debruçado no balcão da cozinha. Tomou o último gole e jogou a garrafa no lixo. Pegou as chaves e saiu.

- Minha irmã mandou uma mensagem e disse que está chegando - pediu para todos se posicionarem.
- Bourne fica na frente - sugeriu.
Desligaram as luzes.
- Ai, esse chápeu aperta - Danny reclamou.
- Shiiiu, chegaram, chegaram - Harry cochichou.
A maçaneta foi girada.
- SURPRESA! - os amigos jogaram confete e assopraram língua de sogra.
Dougie arqueou a sobrancelha e os demais permaneceram na mesma posição, cada um com seu olhar de peixe morto.
- Tenho a sensação que não deveria ter vindo - o baixista disse seco e fechou a cara ao notar a presença do rival.
- Erm, que isso - sorriu amarelo. - É... - fitou os amigos, buscando apoio.
- Droga, desperdiçamos os confetes - Jones olhava o chão.
Foi a última frase dita. O clima ficou desconfortável.
- Vou embora - decidiu Poynter.
- Surpre... - deu um pulinho com os braços abertos e assim premaneceu, sem terminar a palavra, ficando cara a cara com Dougie.
- Oh, uma fest... - cessou sua atuação ao ter a mesma visão que a amiga.
- Falei que seria um fiasco - comentou com Judd.
- Som - Tom apontou para Jones, que estava perto do aparelho. - Vamos entrar, feliz aniversário, ! - a abraçou e a levou até a cozinha.
saiu do transe e sorriu apaticamente para Dougie.
- Não sei onde eu estava com a cabeça de vir até aqui - ele disse.
- Nela - a garota foi direta. - Fique e não arrume confusão - deu um tapinha no ombro do rapaz e foi até .

Na cozinha, a ex namorada do baixista continuava tensa.
- Ele vai ficar - falou sem cerimônias.
- O quê? - a aniversariante não acreditou.
- Aceite o fato. Vocês possuem amigos em comum.
Ficaram em silêncio. Tom suspirou e acrescentou.
- É uma situação delicada, mas a está certa.
O ex casal se olhou. Algumas lembranças ruins vieram à tona.
- Vamos aproveitar sua festa - a primogênita esticou a mão e a pegou.

Dougie ficou a maior parte do tempo na sala, conversando com e Danny. , Harry, e James se acomodaram no quintal.
havia sequestrado uma bandeja de docinhos e levado para o quarto de hóspedes. Fez um amontoado de almofadas e se aconchegou no chão, sintonizando a televisão em um filme do Ashton Kutcher.
Tom entrou após bater três vezes na porta. A menina estava concentrada demais no ator sem camisa que havia ficado temporariamente surda.
- Fugindo?
- Hum? - piscou algumas vezes.
- Desistiu da festa?
- Só casais - riu torto.
Ele concordou, sorrindo de lado. Precisa dizer que a covinha ficou acentuada?
- Posso? - o guitarrista apontou para um lugar vago ao lado dela.
- Claro - sorriu.
Ficaram assistindo o filme. Na realidade, queria dizer muitas coisas e Tom fazer outras mais, porém permaneceram com os olhos na tela de plasma, evitando qualquer desconforto.

James chamou em um canto e entregou-lhe uma caixinha.
- Espero que goste - abriu aquele sorriso gostoso de criança.
- Aoun, Bourne. Não precisava - mentiu. Adorava ganhar presentes.
Desembrulhou e encontrou um colar.
- Caso ache feio, pode trocar.
- Feio? Ficou louco? - retirou os cabelos da nuca e pediu ajuda para fechá-lo. - Perfeito! - agradeceu com um beijo caloroso.
Dougie abriu a porta do banheiro e viu a cena. Sentiu vontade de afogar James no vaso sanitário, mas optou por sair de fininho, rumo à geladeira.

O filme havia acabado e outro começado. Nenhuma palavra foi dita nesse intervalo.
Tom havia depositado seu braço no encosto do sofá, ansiando por escorregá-lo até o ombro da garota. tossiu e se ajeitou, desejando deitar no peito do rapaz. Nada fizeram, apenas suspiraram.

- Não é melhor levá-lo para casa? - advertiu.
- Concordo - se intrometeu, analisando o estado de Poynter.
- Ei, dude - Harry o chamou. - Vou te levar embora.
- Agora que a festa está começando a ficar boa? - Dougie passou por eles e foi encontrar com uma loira que acabava de chegar.
O baixista a agarrou pela cintura e a recepcionou com um beijo escandaloso.
- Gente, eles vão fazer um filho - disse.
- Que nojo - comentou. - De onde ela surgiu?
- Provavelmente é alguma amiga da irmã dele - Danny respondeu ocultando que a conhecia muito bem.
chegou até o cômodo de mãos dadas com James e cessou os passos ao perceber a pegação desenfreada na porta.
O baixista abriu os olhos e viu que a ex namorada o fitava.
- Dá para ver a goela dela - estava atônita.
- Nem ligo - respondeu sem ninguém perguntar, entrelaçando seus braços no pescoço de Bourne e iniciando um beijo exagerado.
As duas amigas presentes e seus respectivos namorados se entreolharam.
repetiu o gesto de Dougie e notou que ele a observava. Deslizou uma das mãos pelas costas do companheiro e com a outra, puxou delicadamente seus cabelos. Ela sabia como provocar James. E a Poynter também.
- Seu desgraçado - urrou o integrante mais novo do McFLY, partindo para cima do rival.

- ...
- Olha Tom, melhor deixar essa conversa para outro dia.
- Mas...
- Por favor, não insista.
- Eu só ia pedir um doce - o garoto apontou para a bandeja.
desejou possuir o poder da invisibilidade.
- Ah - disse apática e envergonhada.
A ausência de sons voltou a incomodar.
- Que conversa? - Fletcher perguntou de sopetão, confuso.

- Separa, separa! - berrava.
Os dois artistas brigavam de socos e pontapés. James estava com o olho levemente roxo.
Danny e Harry tentaram apartar e o guitarrista acabou levando uma cotovelada nas partes íntimas. Na confusão, saiu distribuindo empurrões.
e a amiga estavam desesperadas, apesar de acharem sexy os quatro amontoados e suados.
- Cadê a e o Tom? - a mais velha questionou tensa.
- Lá em cima? Vamos atrás deles - a outra sugeriu, subindo as escadas correndo.

tentava desviar o assunto mas Tom insistia.
- So-sobre nós - falou por fim.
- ...
Ela o olhou.
- Eu te a... - o garoto foi interrompido por duas descabeladas e arfantes meninas.
- Briga na sala - apontou e saiu apressada.
Fletcher e a ex se olharam e levantaram rápido.
Chegaram ao andar de baixo e Tom pediu calma. Óbvio que ninguém o escutou.
- Ai, meu Deus, minha irmã vai matá-los - a caçula advertiu.
tirou uma de suas botas e se aproximou do grupo. Jogou o calçado sem alvo, somente para assustá-los, porém acertou na cabeça de Dougie.
- Parem já com isso - a menina elevou a voz.
Os quatro a fitaram em silêncio.
- E quem é ela? - a primogênita apontou para a loira-sou-coelhinha-da-Playboy.
Os presentes olharam para Poynter.
- Eu a trouxe.
- Para fazer ciúmes? - a mais velha questionou e viu o rapaz afirmar com a cabeça. - Não acredito!
- Você não pode dizer muita coisa, - o baixista alfinetou.
- O que quer dizer com isso?
- Você sabe - riu com deboche. - Passou pela mesma situação que eu. Ou melhor, criou uma situação semelhante - sorriu sarcástico.
mordeu o lábio internamente, abaixou para pegar sua bota e ao erguer-se, olhou fixo para os olhos de Dougie. Sorriu com gosto e meteu a palma da mão na face do garoto. Saiu sem bolsa e sem adeus.
- - foi atrás.
- Depois te ligo - avisou o namorado e pegou os seus pertences e os da irmã.
ficou como apoio de Danny, que ainda se recuperava do golpe baixo. Literalmente.

- Posso dormir aqui? - pediu e as irmãs permitiram. Ela pegou no sono após meia hora de olhar fixo no teto.
ligou para Harry e ficou sabendo que Danny e foram para a casa do portador das sardinhas.
- E o James e o Dougie? - ela questionou.
- O Poynter dormirá no Tom e o Bourne, que se feriu, está sob os cuidados da sua sogra.
A caçula riu e ficou envergonhada.
- Que crueldade me apresentar todos de uma vez.
Comentaram sobre isso e, após uma despedida melosa, a menina foi dormir.
Fletcher e o baixista conversavam. Dougie estava mais lúcido, com dor de cabeça e dolorido, porém escutava os conselhos do amigo.
se consumia em lágrimas sozinha no banheiro. Estava com sono mas o soluço provocado pela crise de choro a impossibilitava de deitar.
Demorou para pegar seu celular que remexia em cima da cômoda. Era o número da casa de Tom.
- Alô?
- Desculpa... - sussurou uma voz cansada que ela logo reconheceu.
- Devo pedir o mesmo - fungou e sentou-se na cadeira, no quarto escuro.
Ficaram em silêncio, ouvindo a respiração alheia. Ela sabia que continuariam amigos. Ele também.
- Boa noite - bocejou.
- Para você também, Dougie.

- Vai começar - berrou, sentando entre as pernas de Harry.
- Ei, você dois - estendeu uma bacia de pipoca para Danny e que estavam no chão. - Arrumem um quarto - mostrou a língua e se acomodou ao lado de Dougie, no sofá de dois lugares.
O relógio marcava oito e quarenta da noite, de alguns dias passados desde o aniversário de .
Os amigos estavam reunidos na casa de para assistirem à entrevista que ela havia feito com o McFLY.
- Você estava olhando para os peitos da assistente? - a namorada do dono das sardinhas demonstrava ciúme.
- Shiu - a mais nova pediu silêncio. - Adorei essa pergunta que você fez, mana.
piscou para a parente.
- Como sou sexy no vídeo - Judd se orgulhou e ganhou uma almofadada de Fletcher.
A exibição durou sete minutos.
- Amei, - comentou e os demais concordaram.
- Aoun, que fofos - a primogênita estava com os olhos marejados. - Parte do mérito vai para o Tom - o fitou. - Se ele não tivesse inventado a desculpa da entrevista, eu estaria desempregada - continuou com o olhar fixo no ex, que corou mais que o catchup que a caçula usava na batata-frita.
Por um momento, ambos se sentiram em um mundo paralelo. Os amigos conversavam e jogavam coisas uns nos outros, mas ali, olho no olho, nada os atingia. Ou quase.
- Ai, Danny seu filho de uma... - retirou o picles do cabelo. - Vou te fazer engolir essa coisa, mas pelo nariz - levantou e correu atrás do rapaz.

e James caminhavam pelo bairro. Eles não compareceram à reunião por motivos óbvios.
- Adoro o outono em Londres - ele comentou, mordendo mais um pedaço de seu cachorro-quente
Ela concordou com o polegar enquanto mastigava.

e Danny foram os primeiros a irem embora, rumo à casa do guitarrista. Lá, praticariam "motion in the ocean" e mais tarde, o namorado levaria a garota para sua residência. Não a acompanharia até a porta, como de costume, já que se incomodava com o malicioso olhar que Adam lhe lançava de cima a baixo.
e Harry foram em seguida. A notícia que ambos estavam morando juntos logo vazou na mídia, mas não se intimidaram. Os absorventes de vários modelos da namorada espalhados pelo armário eram mais assustadores para o rapaz do que os jornais e sites de fofocas.
Dougie ficou com e Tom, ajudando na organização. Retificando: Poynter roncava no sofá enquanto Fletcher ajudava a ex.
- Tenho uma pipoca dentro da blusa - a garota exclamou.
- E outra grudada no cabelo - o guitarrista retirou.
Ambos riram.
- Não sei como te agradecer por todos os favores que anda me fazendo - a primogênita confessou.
- Eu sei - ele sussurrou, se aproximando.
se esquivou, colocando o pano de prato em cima da mesa.
- Melhor acordar o Dougie - se retirou da cozinha.

- Estamos em setembro. Daqui a pouco é Natal, faltam poucos meses para a retornar para o Brasil... como o tempo passou rápido! - comentou.
Bourne jogou o plástico que envolvia seu lanche no lixo e continuou caminhando ao lado da menina.
- Você... - respirou.
- Eu o quê? - ela fez uma cara engraçada.
- Você vai com ela?
ficou pensativa.
- Sempre amei aqui, mas vim achando que ficaria eternamente com o Dougie, sabe? - falou sem pensar. - Gosto de morar aqui porém seria um gasto desnecessário... - fechou os olhos ao perceber o que havia dito. - Ai, desculpa James.
O rapaz sorriu fraco.
- Pensei que você pudesse gostar de mim...
- Mas eu gosto - interrompeu.
- Pensei que você pudesse gostar de mim a ponto de esquecê-lo - repetiu finalizando seu pensamento.
calou-se e pararam de andar, ficando frente a frente. Ela com os braços cruzados, fitando o chão e ele, com as mãos nos bolsos da frente de sua calça jeans.
- Hoje só nos abraçamos uma vez, que foi ao chegar na sua casa. Perdi a conta das vezes que tentei te beijar e você inventou algum assunto.
A garota continuava muda.
- Desde a festa você está estranha.
- Eu nunca tinha visto o Dougie com outra garota - desabafou e fungou, tentando segurar as lágrimas.
- , tudo bem - a puxou e a envolveu em seus braços.
- Achei que o esqueceria mas... - começou a chorar. - Não pense que te usei, eu juro... - não terminava as frases.
- Eu sei. Não se preocupe - afagou os cabelos da menina.
De fato, James não se sentia uma cobaia. Ele realmente gostava de e achava que as intenções da garota eram sinceras, porém não achava justo continuar com a situação.
Após um breve momento de silêncio, conversaram expondo opiniões e dando conselhos.
- Tchau - falaram juntos, soltando vagarosamente as mãos.
Bourne entrou no carro e partiu. ficou na porta de sua casa, olhando uma folha seca se desprender do alto da árvore e cair no asfalto.

- Dougie. Dougie! Dougie? - chamava baixo para não assustá-lo. - Ele morreu! - virou-se para Tom, que riu.
- Ele e bebida não combinam - o companheiro de banda respondeu.
- O que eu faço?
- Se não se importar em acordar amanhã e dar de cara com essa pequena bicha loira, nada... - deu de ombros.
riu.
- Te acho linda quando sorri.
Ela ficou vermelha.
- Quando cora também.
- T-T-Tom.
- E guagueja.
- Pára!
- Irritadinha então...
entendeu a provocação e - milagrosamente - pensou antes de agir.
- Eu te disse que não estou preparada para ter um relacionamento agora e gostaria que você respeitasse - ela pegou uma almofada do chão e jogou na cadeira.
Ambos falavam baixo mesmo sabendo que Dougie era uma pedra no sofá.
- Eu te amo! - Fletcher foi direto. - Te odiei por ter me traído mas... você não pode negar que sente algo por mim também.
Ela realmente não podia, mas o fez.
- Eu não sinto - balbuciou.
- Repete olhando nos meus olhos - a posicionou de frente para ele. - Vou embora e nunca mais tocamos nesse assunto.
sentiu a pressão balançar.
- Eu...
Tom a olhava com os meigos olhos castanhos e a boca semi-aberta. A covinha não estava aparente.
- Eu não sinto - o encarou, como pedido.
Fletcher a soltou, pegou seu celular e carteira, girou a maçaneta e saiu.

estava sem sono. O choro havia passado, mas a angústia permanecia. Resolveu caminhar para aliviar o aperto no peito.

Eu não acredito no que acabei de fazer, deu um tapa na própria testa.
Dougie falou alguma coisa e mudou de posição. Provavelmente sonhava.

Fletcher escutou uma voz conhecida o chamar.
- Está indo embora?
Ele assentiu para .
Aguenta aí - ela saiu correndo e virou a esquina, rumo a sua casa.
O garoto achou melhor não tentar entender a loucura de e retirou as chaves do carro do bolso. Desativou o alarme.
- Eu sinto!
Sentiu um arrepio percorrer seu corpo.
caminhou apressada em direção ao ex e o encostou no veículo. Não por sedução mas por ser desastrada e não medir sua força na chegada.
- eu...
- Shiiu - colocou o dedo nos lábios do garoto. - Eu também te amo.
Ela tomou a iniciativa do beijo, que começou devagar, com selinhos demorados.

- Achei! - comemorou e antes de sair, foi até o banheiro lavar o rosto.

Tom empurrava porta adentro, abraçando-a apertado, sem romper o beijo. Acionou o alarme do automóvel e jogou o pequeno controle em qualquer lugar da sala. O mesmo fez com celular e carteira. Subiram as escadas as pressas, ainda com os lábios colados e a respiração ofegante. Chegaram no quarto.

- Não acredito! Eu falei para ele esperar - pensou alto, desanimada. Olhou a capa do livro e o carro a sua frente. - Dã, ele deve ter voltado para dentro. Está frio aqui - finalizou o monólogo girando a maçaneta da casa da amiga. Estava aberta.

Tom retirou sua blusa e sentiu o toque dos dedos frios de percorrer seus braços. Gemeu baixo e beijou a orelha da garota.
As mãos ágeis do guitarrista contornavam as curvas do corpo, agora nu, da menina. Quanto tempo perdido à toa quando o que mais queriam eram se perder um na vida do outro.

- Tom? ? - chamou com receio ao notar a escuridão no cômodo.
Caminhou até a cozinha.
- Alguém? - acendeu a luz e deu um grito, tampando a boca.
- O que você faz aqui? - Dougie tossiu com a água.
- Eu é que pergunto.
- Estou na casa de uma amiga.
- Rá! Jura? Eu também - retribuiu irônica.
Ficaram em silêncio, olhando com desdém um para o outro.

Atingiram o clímax com poucos minutos de diferença. Tom afundou seu rosto no pesçoco de . Respiravam com rapidez e sorriam abobados. Entrelaçaram os dedos e fecharam os olhos, pegando no sono.

- O que é isso? - Poynter colocou o copo na pia e fingiu nojo ao questionar.
- Um martelo - zombou fazendo careta. - Dã, é um livro, já ouviu falar?
- Muito engraçado - ele simulou uma risada histérica.
O clima estava patético e ambos notaram.
- É o novo da autora de "Twilight". O Tom queria emprestado mas não sei onde ele está.
Dougie baixou a defesa.
- Eu senti uma coisa acertar minha barriga. Era o controle do carro dele. Não sei como foi parar em mim, aí acordei - coçou a cabeça.
Calaram-se.
- Espera. Controle, porta aberta, Tom e sumidos... - intrigou.
- Será que...?
- Ahan! - deu um gritinho e saltitou.
- Vem cá - Poynter a puxou pelas mãos involuntariamente.
Subiram as escadas a passos lentos e silenciosos. Colaram os ouvidos na porta do quarto de . Nada escutaram.
- Já pensou se eles estão fazendo algo e a gente escuta? Que horror! - cochichou.
Poynter fez piada sobre a perfomance sexual do amigo e a ex não se conteve e riu descontroladamente.
- Cala a boca, dude - ele pediu.
- Não consigo - falou com dificuldade.
Dougie a puxou para o quarto de .
- Ai, minha barriga - se jogou na cama, cessando as gargalhadas.
Os sons sumiram e o clima ficou tenso.
- D... - não conseguiu terminar o nome do menino.
- Vou embora. Não sei o esquema da sobre fechar a casa, mas você deve conhecer. Boa noite - suspirou e saiu.
nunca havia notado como era bonito o teto do cômodo. Pôde fazer isso àquela hora, já que permaneceu um bom tempo olhando para cima antes de ir para seu próprio quarto.

Capítulo 20

- Quem está com fome levanta a mão - a ex do baixista ergueu a sua, se decepcionando quando viu que ninguém a correspondeu.
- Aguenta aí, . Mais tarde a gente sai para comer algo - Harry disse, brincando com o cabelo da namorada que estava deitada em seu colo.
reclamou baixo.
- O que vocês querem fazer? - Dougie perguntou.
O clima entre os dois estava normal. Não se falavam, mas também não brigavam. Haviam aprendido que ter amigos em comum significava passar a maior parte do tempo juntos.
- Queremos que você fique quieto e nos deixe assistir ao filme - Danny riu.
- Grosso - Poynter fingiu estar desapontado e viu Jones lhe mandar um beijinho.
Aparentemente, ele e eram os únicos desinteressados pelo filme.
A garota mexia nos cabelos e, por breves segundos que pareceram longos minutos, Dougie ficou preso nesta imagem.
- Erm, vou ao banheiro - Tom falou, acordando Poynter do transe e lançando um olhar significante para , sem que ninguém visse. Ou quase ninguém.
Um tempo depois a primogênita saiu, dizendo que faria uma ligação relacionada ao trabalho. Subiu as escadas e encontrou Fletcher encostado na porta do quarto. Sorriu para ele, que retribuiu com um olhar malicioso e extremamente sexy na opinião dela.
- Qual foi sua desculpa? - o guitarrista questionou, chegando mais perto.
- Telefonar para a emissora. Sabe como que é, né? - sorriu entrelaçando seus braços ao redor do pescoço do rapaz.
- Sabe... - ele falava entre selinhos - escondido é bem melhor.
riu, dando um tapa leve em seu braço.
- Melhor é a gente descer logo antes que alguém nos pegue aqui e... - não terminou a frase e Tom iniciou um beijo demorado.

cantava baixinho uma música brasileira um tanto quanto infantil.
- Superfantástico, no balão mágico, o mundo fica bem mais divertido... - balançava a cabeça.
Dougie, mesmo sem entender nada, achava bonitinho.
- Sou feliz, por isso est... ai! - olhou para os amigos. - Quem me jogou a almofada?
Imediatamente todos apontaram para Poynter.
- Hey, não fiz nada! - o garoto se defendeu.
- Olha aqui Dou...
- Fui eu, - se entregou rindo. - Você sabe que canta muito bem, mas é que a gente queria ver o filme.
A garota bufou e se indireitou no sofá, xingando baixo.

- T-Tom é sério - disse se separando do ex. Atual. Já não se sabe mais. Namorado.
Fletcher pensou um pouco e puxou a menina pela mão.
- Vem cá - a levou para dentro.
- Tom! No quarto do Dougie?! - a garota o repreendeu.
Ele riu.
- Se eu não soubesse que toda noite há um Poynter nu nessa cama, isso seria uma boa idéia - riram. - Entra aí.
O guitarrista abriu a porta do armário e a empurrou para dentro.
- Ai, Thomas - a mais velha gritou, sentindo seus dedos latejarem.
- Shiiiu - colocou o dedo em sua boca, calando-a. - Desculpa.
- Meus pés ficarão bem - riram.
O silêncio invadiu o móvel. Ouviam apenas a respiração um do outro. Tom subiu seu dedo até a bochecha da menina, que sentiu a outra mão do guitarrista apertar sua cintura. Fechou os olhos passando suas palmas pelo peito do garoto. Fletcher deu um passo pressionando contra a parede do armário. Grudou seus lábios nos dela, permanecendo assim por alguns segundos. Pediu permissão e ela concedeu. Aprofundaram o beijo, que começou calmo mas logo se tornou intenso e apaixonado.
- Vou pegar um cobertor porque esfriou - Dougie se levantou do sofá. - Alguém mais quer?
Viu , e levantarem as mãos. Seguiu para seu quarto.

Tom acariciava as costas de durante o beijo. Se separaram ao ouvirem alguém entrar no local. Olharam-se assustados, conseguindo enxergar seus rostos graças aos pequenos furos na porta do armário que faziam parte do acabamento.
O guitarrista segurava a trava da porta pelo lado de dentro enquanto Dougie tentava abri-la, sem sucesso. Bateu várias vezes e nada. Coçou a cabeça e saiu do quarto.
Perceberam que ele havia deixado o lugar e respiraram aliviados.
- É melhor a gente dar o fora, Tom - a menina disse.
Os dois saíram e o cantor fechou a porta sem trancá-la. foi para outro cômodo e fingiu estar no celular, enquanto Fletcher descia a escada.

- Erm, será que alguém poderia me ajudar a abrir meu guarda-roupas? Acho que emperrou - Poynter disse e notou que os demais fingiam fazer alguma coisa mais interessante. A verdade é que todos queriam o cobertor, mas ninguém queria levantar do sofá.
notou o desânimo dos presentes e se ofereceu, ficando de pé.
- Eu ajudo!
Não era bem isso que Dougie queria, até por que era mulher e ele pensou que ela também não conseguiria, mas qualquer ajuda era bem vinda.
Viram Tom no topo da escada.
- Hey dude, ajuda a gente a abrir meu armário? - o baixista repetiu.
- Nope - respondeu com rapidez.
- Grandes amigos - reclamou. - Vem ... erm - puxou a garota escada a cima.
Viram guardar o celular e descer os degraus.
- , vai querer cobertor? - a ex do baixista perguntou e a amiga fez sinal de positivo.
Caminharam até o quarto de Dougie. sentiu-se estranha por estar ali depois de tudo o que tinha acontecido, mas sorriu ao se recordar das várias tardes que passaram ali.
- Pode tentar - a encarou.
Muitas coisas surgiram na cabeça da menina, como pedir desculpas, agarrar, beijar, mas optou por tentar abrir a porta. Girou a pequena maçaneta fazendo força a mais do que a necessária. A porta abriu facilmente. Ela olhou para o garoto e encontrou um Dougie com olhos arregalados.
- C-Como? - Poynter apontou.
A ex desatou a rir.
- Está precisando fazer uns exercícios hein, Dougie? - se apoiou na parede rindo.
- Eu juro que estava emperrada - se defendeu.
- Aham - ela fingiu acreditar.
O baixista a fitou triste.
- Que seja, você nunca confia em mim - falou e pôde observar a garota parando as risadas.
Ela o olhou séria.
- Dou...
- Eu nunca te dei motivos para desconfiar de mim.
- Dougie, por favor não vamos brigar por causa de uma porta - pediu sentindo vontade e chorar.
- Não se trata mais disso, - mirou o chão. - Desde o começo foi assim, e mesmo nunca te dando motivos, você me traiu.
A menina sentiu seus olhos lacrimejarem e Dougie suspirou.
- Por que você fez tudo isso comigo?
- Eu não queria, eu juro - falou.
- Você começou a namorar com ele logo depois, . Não me venha diz...
- Não estou mais com ele - revelou.
O baixista se calou.
- Nós terminamos e quer saber o por quê? - dizia soluçando. - Por que ele não conseguiu me fazer esquecer você.
Dougie permanecia mudo.
- Eu nunca deveria ter feito as coisas que fiz, me desculpa. Eu...te amo - olhou para o garoto imóvel à sua frente. Sabia que palavras não iriam mudar o passado, mas precisava dizer o que sentia e se desculpar, mesmo que não adiantasse nada.
Dougie pegou alguns cobertores deixando algumas lágrimas rolarem. Parou em frente a porta e enxugou-as.
- É realmente uma pena você ter feito tudo isso - suspirou. - Porque eu ainda te amo também - saiu.
não pôde deixar de ficar feliz ao ouvir isso, afinal de contas, ele ainda era seu.
- Ok dudes, só tem quatro cobertores. Teremos que dividir - Dougie disse ao chegar à sala.
- é minha - Danny se adiantou.
- - Harry disse beijando a namorada.
desceu a escada e foi se sentar junto aos amigos.
- E eu vou ter que dividir com o Tom, né? - falou revirando os olhos e riu.
Poynter fez a distribuição, ficando com um. Olhou para a garota sentada no único sofá ainda disponível.
- Toma - estendeu-o.
- Pode ficar, Dougie. Estou bem - disse sem olhá-lo.
O baixista sentou-se ao lado dela.
- O cobertor é grande, dá para nós dois - jogou-o em cima deles, voltando a ver o filme.

No dia seguinte.
- - Harry passou os dedos na bochecha da namorada. - ! - a beijou ternamente na testa.
- Huuum? - balbuciou espreguiçando-se.
- Você vai perder a hora - o baterista sussurrou, tentando acordá-la.
- O quê? - pulou da cama, tirando sua roupa de dormir e pegando a que havia deixado sobre a cadeira. - Meu Deus, Meu Deus - colocava a blusa afobada.
Judd ria do desespero.
- Acalme-se, minha linda. Você não está atrasada mas se continuasse dormindo acabaria chegando fora do horário.
estava nervosa demais para responder. Correu para o banheiro, lavou o rosto, escovou os dentes e partiu para a cozinha. O namorado ficou no mesmo local, na mesma posição.
A garota havia conseguido emprego em uma universidade e hoje seria o seu primeiro dia.

Do outro lado da cidade, o casal-mais-complicado-da-face-da-Terra continuava se encontrando em segredo.
- ... e um suco de laranja - Tom pediu, sorrindo para a atendente.
agradeceu e a moça saiu.
- Tive a melhor noite da minha vida - Fletcher se esticou para tocar as mãos da ex.
- Eu também - entrelaçou seus dedos aos dele e sentiu seu celular vibrar.

- Me deseje 'bom trabalho'.
- Aoun, minha irmã. Toda a sorte do mundo - a mais velha falou.
- Estou uma pilha - mordeu uma torrada e tomou um gole de leite.
A caçula escutou a primogênita lhe aconselhar e se sentiu confortada. Despediram-se.
- Não quer que eu te deseje nada também? - Harry estava parado à porta, somente de boxer.
abriu um sorriso e foi abraçá-lo.
- Deus foi gentil me dando toda a sensualidade desse mundo - Judd levou um tapa no ombro ao terminar a frase - e por isso resolveu me deixar sem o dom das palavras. Como o Fletcher é feio, esse poder foi dado a ele - viu a namorada gargalhar.
- E o que isso tem a ver com a ocasião?
- Eu não sabia o que dizer e apelei para isso - estendeu uma caixinha azul e dela retirou um anel com as palavras "Not Alone" gravadas.
- Uau, terei você o tempo todo na minha mão - a namorada riu gostoso com o trocadilho e deu um beijo caloroso no baterista.

colocou o aparelho na bolsa e respirou fundo.
- Que suspiro foi esse?
- Nada - ela desconversou.
O par de olhos castanhos à sua frente a derreteu.
- Fala para mim? - insistiu.
- É que... - encheu novamente os pulmões. - Me sinto estranha escondendo das meninas que eu e você estamos juntos novamente.
- Você sabe minha opinião a respeito...
realmente sabia. Por ele, os dois reatariam, assumiriam o namoro e viveriam felizes para sempre. Já ela...
- Nós conversamos sobre isso. Quero ir com calma para não cometer os mesmos erros.
A funcionária do local trouxe os pedidos e se retirou.
- Elas entenderiam mas ao mesmo tempo ficariam me pressionando para namorá-lo de fato - fez gestos exagerados.
- Por isso gosto delas - o dono da covinha sorriu, acentuando sua marca registrada.
- Besta! - mostrou a língua e se aproximou do garoto, iniciando um longo beijo. Conforme a intensidade diminuia, ela dava selinhos e olhava com carinho para o rosto do rapaz.
- Dougie!
Tom se afastou.
- Não acredito que você me chamou de...
A menina apontou para a janela.
Todo saltitante, o baixista do McFLY caminhava rumo ao café onde o casal estava.
- Será que ele viu? - se preocupou. - Vou me esconder no banheiro.
- é só fingir que nos encontramos aqui, afinal eu e você ainda somos amigos - quando percebeu, falava sozinho.
Poynter entrou, fez seu pedido e berrou com voz de galinha d'angola quando avistou o companheiro de banda.
- Dude!
- Hey, o que faz por aqui? - o guitarrista disfarçou.
- Isso - jogou uma sacola com algumas cordas para seu instrumento em cima do colo do amigo. - Estava sem nada para fazer e resolvi... - fez uma pausa. - Tem companhia? - mostrou a cadeira vaga e um pedaço de bolo em cima do prato.
- Erm - tossiu algumas vezes, ganhando tempo enquanto pensava em uma desculpa.
Dougie arqueou a sobrancelha.
- Dude, você está bem?
- Minha garganta - tossiu de novo, com exagero. - Dói muito.
- Se cuida, cara. Não esquece da apresentação no final de semana - deu um tapinha nas costas do outro. - Mas então, está com alguém? - questionou mais uma vez.
- Não - tentou parecer natural.
- Então de quem é isso?
- É meu.
- A gosta muito de chocolate, não é? - Dougie, por incrível que pareça, estava pensando e jogando argumentos certeiros.
- Sei lá - Tom sentiu o rosto ficar mais vermelho que o normal.
- Bom, se está sozinho... - sentou-se e fitou um acessório feminino na outra cadeira. - E essa bolsa?
Fletcher ficou estático e apelou.
- Preciso ir embora.
- O que aconteceu?
- Estou atrasado. Marquei de encontrar com a Carrie lá em casa.
- Ah - deu de ombros. - Então me dá uma carona.
- E seu carro?
- Vim com o Fletch.
Agora sim estava tudo perdido. Se Tom fosse embora, deixaria sem condução. Se ficasse, teria que explicar todas as mentiras contadas.
- Vamos? - Dougie pegou um pedaço do bolo, enfiou na boca e esperou alguma reação do amigo.
O guitarrista estalou os dedos e pousou o olhar na bolsa. Poynter percebeu.
- Acho que você está pensando o mesmo que eu - Dougie disse, chamando uma funcionária.
- Provavelmente não - Tom respondeu baixo.
- Não entendi.
- Nada - despistou. - Por que chamou a atendente?
- Vou entregar a bolsa para ela.
- Não, deixa aí - Fletcher ficou aflito.
- Credo, dude. Não estou te reconhecendo. Você seria o primeiro a dizer para guardar em local seguro - o recriminou. - Alguma cliente esqueceu aqui - estendeu-a para a mulher.
A barriga de Tom se contorcia.
- Vamos? - Dougie pediu e o companheiro se levantou atordoado. - Preciso te contar uma história engraçada - foi na frente e abriu a porta para sairem.
O guitarrista parou bruscamente e pediu para o amigo esperar no carro enquanto buscava um café para a irmã. Foi obedecido. Fletcher discou o celular de mas ninguém atendeu, afinal o aparelho estava na bolsa, em algum lugar tipo "achados e perdidos" do estabelecimento. Foi até a porta do banheiro e sussurrou ? três vezes. Uma senhora saiu e o olhou torto, provavelmente julgou-o como mais um tarado no mundo. Desistiu e pegou um guardanapo. Escreveu ", precisei dar carona para o Dougie mas volto em poucos minutos para te levar ao trabalho. Aguarde na mesa e peça sua bolsa para alguma das funcionárias. Tom". O rapaz entregou o bilhete para a moça do balcão, dando a descrição de . Saiu apressado.

havia chegado pontualmente em seu novo trabalho. Estava cantarolando em frente à máquina de café quando um homem parou ao seu lado.
- É nova por aqui?
Sentiu o delicioso sotaque britânico invadir seus ouvidos.
- Sim. Sou - estendeu a mão e sentiu um firme toque apertá-la.
- Jared - sorriu.
Finalmente um emprego bom. Muito bom.
- Perdão? - ele questionou.
- Hã? Só estava pensando alto. Mas então... - saiu pela tangente iniciando um assunto qualquer.

- Com licença, deixaram esse bilhete para você - a atendente mostrou o pedaço de papel para a moça que havia acabado de sair do banheiro.
- Para mim? - ficou confusa. - Bom, obrigada - o pegou e foi embora.
Trinta segundos depois, saiu do sanitário e dirigiu-se para a mesa. A viu limpa e sem sinal de sua bolsa. Desesperou-se.
Não acredito. Ele deve ter tirado o Dougie daqui e levou minha bolsa junto. Preciso dos papéis que estão lá dentro, pensou aflita, com as mãos na testa. Olhou o relógio e percebeu que faltava pouco mais de sete minutos para entrar na emissora sem se atrasar. Saiu apressada e topou com uma pessoa. Pediu desculpas e correu atrás de um táxi.
A mulher da topada riu e dirigiu-se ao balcão.
- Esse bilhete não é para mim - o entregou e novamente se retirou.

desceu do táxi e encontrou sua assistente. Gritou por ela e pediu que emprestasse o dinheiro da corrida. Pagou o motorista e adentrou a emissora, após ser barrada na entrada por não portar sua identificação. Xingou meio mundo e começou a cogitar seriamente a possibilidade de ter um relacionamento assumido com Tom.
Fletcher, por sua vez, havia vasculhado o café atrás da ex. Sem nenhum sinal, deduziu que ela havia partido. Pegou a bolsa da garota após dar explicações e distribuir autógrafos para as sobrinhas das antendentes. Deixou o acessório na portaria da emissora e um novo bilhete: espere por mim na saída. Tom.

Na manhã posterior.
Danny ainda dormia enquanto estava com a cabeça encostada em seu tronco. Sentiu o garoto se espreguiçar.
- Bom dia, minha linda - beijou o topo de sua cabeça.
- Bom dia - falou sem se mover.
- Acordada há muito tempo? - perguntou.
- Meia hora, mais ou menos - respondeu fazendo cafuné em seu peito.
- Que tal a gente se levantar e ir tomar café na Starbucks?
o olhou e fez careta.
- Certeza?
- Ou podemos ficar mais um tempo na cama - Jones disse e ela sorriu.
- Ótima idéia - beijou-lhe os lábios.
O silêncio tomou conta do quarto. Os dois apenas escutavam o tic-tac do relógio e a respiração alheia. A garota suspirou.
- Posso saber no que está pensando? - Danny questionou, quebrando o silêncio.
- Lembrei que em pouco tempo terei que voltar para o Brasil - terminou e o fitou, que ao absorver a informação, mudou sua expressão.
- Mas já?
- Sim. Vim para ficar apenas oito meses apenas, lembra? - sentiu vontade de chorar. - E sinceramente, eu não quero ir embora agora que estou com você - sentiu algumas lágrimas rolarem e o rapaz as enxugar.
- Vamos resolver isso - abraçou . - Só não posso mais ficar longe de você.
- Jones e se eu tiver mesmo que ir embora? - seu tom era choroso.
- Aí você pede demissão e vem morar comigo - sugeriu e ouviu a garota rir. - O que foi?
- Nada, Danny.
- Daremos um jeito, . Não se preocupe - sorriu.
- Te amo, sabia? - ela falou, passando uma perna por cima dele, ficando sentada em seu quadril.
- Eu também - retribuiu e colocou uma mecha do cabelo dela atrás da orelha.
A garota foi de encontro a boca do rapaz, iniciando um beijo calmo, que foi tomando mais intensidade. Danny escorregou sua mão, que antes estava no pescoço da namorada, até a cintura, jogando-a para o outro lado, ficando por cima dela. A menina riu durante o beijo e mordeu o lábio inferior no guitarrista.
- Danny?
Ele respondeu fazendo um barulho com a boca enquanto beijava o colo da garota.
- Que tal irmos tomar café na Starbucks? - interrogou com um sorriso sapeca. Jones a olhou e riu.
- Isso, provoca e depois recua - deu-lhe um último selinho, antes de sair da posição.
Fizeram a refeição e Danny deixou em casa.

- Opa, mensagem - disse, pegando o celular.
- De quem? - perguntou.
- Do Tom - respondeu à amiga e leu em voz alta.
Reunião na minha casa às 19hs. Tom xxx
- Recebi também - ergueu o aparelho de cima da mesa.
A primogênita sentiu seu celular vibrar dentro da bolsa. O pegou e leu a mesma mensagem em voz alta, escondendo uma segunda parte: Ps: Pode vir antes?
- Erm, preciso ir ao banheiro - disse, subindo a escada e se trancando no cômodo ao lado de seu quarto. Respondeu ao SMS, esperou um pouco e desceu.
- , estou combinando com a de irmos juntas, ok? - a ex do baixista falou.
- Hum então... acho que não vai dar, tenho que sair mais tarde - notou olhares em cima dela. - Trabalho.
- Em pleno domingo? - estranhou.
- Estou quase pedindo demissão - riu tentando convencer a irmã e a amiga. - Encontro vocês lá, certo?
- Tá - falaram juntas.
- Vou ligar para a - avisou.
Conversaram mais um pouco. Já eram três e meia quando decidiram ir ao cinema. Depois disso, voltou com para casa, enquanto ia para o trabalho. Correção: ia dar voltas na cidade para passar o tempo.

- Hey dudes, o Tom está pedindo para eu avisar que vai ter uma reunião lá na casa dele às sete horas - Dougie disse, guardando o celular.
Os três se encontravam na casa de Harry para jogar video game.
- Se ele pediu para você avisar, por que aquela anta me mandou uma mensagem? - Judd o olhava incrédulo.
- E eu que sempre achei que o Tom fosse o mais inteligente de nós quatro - Jones brincou, recebendo um pedala do baixista. -Porra, Poynter - Danny olhou feio.
- Mals aí - se encolheu.
- Eu vou com você, Harry - o guitarrista falou.
- Eles usam e abusam de mim - Judd fazia biquinho no sofá.
- Se é assim, eu também vou - foi a vez do caçula.
- No banco de trás - Jones o olhou, ainda com raiva.
- Sim, senhor - riu.

Fletcher arrumava as coisas quando ouviu a campainha tocar. Sorriu já prevendo quem era. Correu até a porta e a abriu.
- Entra - abriu espaço para a garota passar.
- Algum motivo especial para essa reunião? - quis saber, vendo a guitarrista fechar a porta e encostar na parede.
- Não - sorriu de lado. - Apenas faz tempo que não nos reunimos assim.
- É verdade.
O silêncio se instalou no cômodo. Tom caminhou até a menina, ficando em sua frente. Colocou uma mão em sua cintura e com a outra acariciou sua bochecha. A ex fechou os olhos, sentindo-o apertá-la e puxá-la, fazendo com que ficassem colados. Pousou uma mão na nuca do rapaz, enroscando seus dedos em seus cabelos. abriu os olhos e encontrou um olhar sobre ela. Ficaram um tempo se fitando, analisando cada parte do rosto um do outro. Fletcher aproximou sua face e pôde sentir a respiração quente da garota. Ela novamente fechou os olhos e logo os lábios dele encontrarem os seus. Por um momento, ficaram apenas com as bocas coladas, até que Tom pediu permissão para aprofundar o beijo. No começo era calmo, mas com o tempo foi tomando intensidade. O guitarrista foi empurrando a garota até a sala, sem parti-lo. andava para trás, até que caiu em cima do sofá, se separando dele, fazendo ambos rirem. Fletcher deitou em cima dela, sem depositar todo o seu peso. Beijou seu pescoço e foi subindo os lábios até encontrar os dela novamente, começando um outro beijo.
- Quanto tempo ainda temos? - ela perguntou, quebrando o ato.
Tom olhou no relógio.
- Uma hora - deu pequenos beijos em seu ombro e pescoço.
- Hum... sabe o que eu estou com vontade fazer?
Tom lhe lançou um olhar malicioso.
- Não é nada disso seu pervertido - riu ao ver Fletcher fazer bico. - Estou com vontade fazer brigadeiro.
- E o que é isso?
- Aquele doce que tinha no aniversário da , lembra?
- Lembro. Aquilo é muito bom. Vai fazer?
- Sim - falou vendo Tom sair de cima dela. Levantou-se e o puxou até a cozinha.
Vinte minutos depois e estava pronto. pegou duas colheres e sentou ao lado dele na mesa, lhe entregando uma. Em apenas dez minutos o doce havia acabado e Fletcher raspava a panela, com a boca toda suja.
- Olha para mim - ela pediu e ele se virou. - Você se sujou todo - riu e notou que ele deu um sorriso de lado.
Ela acabou de limpar e Tom lhe roubou um selinho.
- Sabe o que eu estou com vontade fazer? - foi a vez dele.
- O quê? - perguntou rindo.
O guitarrista chegou mais perto da garota.
- Te beijar - grudou seus lábios nos dela.
Alguns minutos depois ouviram a campainha tocar. A garota quebrou o beijo.
- Já? - perguntou.
- Devem ser os caras. Eles sempre chegam antes - bufou. - Esconde a panela e as colheres, enquanto vou atender - riu dando um último selinho.
Caminhou até a porta e a abriu.
- Fala, Fletcher - Harry entrou dando tapinhas nas costas do amigo.
- Hey, dudes.
- Alguém já chegou? - Jones questionou.
- Hum, só a - falou mas não percebeu o olhar de Dougie em cima dele.
- OK, trouxemos bebidas - Danny abriu um sorriso.
- Vou lá na cozinha colocar na geladeira - falou pegando as sacolas. - Sintam-se em casa.
- Como se ela não fosse nossa também - Judd brincou, fazendo todos rirem.
Alguns minutos depois, as meninas já se encontravam na sala do integrante.
estava sentada entre as pernas de Harry em um sofá, estava ao lado de e Danny no outro estofado, e Dougie, Tom e no chão.

- Te juro - Dougie disse rindo. - Ontem saí do show com três calcinhas na mão.
- Essas fãs são doidas. Jogam um monte de coisas no palco - o dono das sardinhas falou. - Outro dia quase acertaram o Tom.
Gargalharam.
- Aposto que você guardou a lingerie, Poynter - o acusou.
- Joguei fora, vai saber se elas tem alguma doença ou coisa do tipo - falou arrancando risadas de todos, até mesmo de .
- Vou buscar mais bebidas, alguém me ajuda? - o baixista lançou um olhar significativo para a ex.
- Erm, eu ajudo - ela disse, e os dois se levantaram.
- Hey, as bebidas acabaram - Tom falou. - Mas eu dou o dinheiro se vocês forem buscar mais.
Dougie olhou para que deu de ombros.
- Já voltamos - pegou as notas e caminharam até seu carro.
O caminho até o supermercado mais próximo foi calado. Poynter comprou algumas garrafas e o ajudou a carregar. Voltaram no mesmo silêncio em que foram.
Dougie estacionou na frente da casa do guitarrista. A garota pegou algumas sacolas e destravou a porta.
- Tom e - ele disse.
- O quê? - questionou sem entender nada.
- Acho que eles voltaram - viro-se para ela.
- Voltaram? Como assim?
- Outro dia eu fui na Starbucks e o Tom estava lá com a . Bom, a eu não vi, só uma bolsa que tenho certeza que é dela - continuou. - Ele garantiu que estava sozinho, mas não me convenceu.
- Acho que você está viajando, Dougie - falou e ele bufou.
- Já os peguei se olhando várias vezes, e hoje quando eu cheguei, ela já estava aí. Com certeza estava há um bom tempo - finalizou.
- Impossível. Ela deve ter chegado um pouco antes. A me disse que tinha um assunto de trabalho para resolver - a garota falou.
- Mentira - Poynter pensou alto.
- Dougie, se eles estivessem juntos, a me contaria.
- Eu não teria tanta certeza.
- Mas eu tenho - disse com raiva.
Ficaram em silêncio por alguns instantes.
- Droga, - Dougie gritou batento as mãos no volante, fazendo a garota se assustar. - Será que dá para você acreditar em mim uma vez na sua vida? - passou uma mão em seu rosto. - Será que é tão dificíl assim, garota?
sentiu seus olhos marejarem. Dougie nunca tinha gritado com ela dessa forma.
- Olha o que você está falando, Poynter - sua voz saiu mais alta do que o planejado. - Está acusando os outros sem ter provas.
- Por que você não acredita em mim? - o rapaz ainda gritava.
- Isso não se trata mais do Tom e da , não é?
- Não - ele respondeu. - E se fosse qualquer outro que te dissesse isso, você acreditaria.
- Não, eu não acre...
- Acreditaria sim - Poynter alterou a voz mais uma vez. - Você confia em todos, menos em mim. O que eu te fiz, hein? - o baxista deixou algumas lágrimas escorrerem.
A ex o olhou, começando a chorar.
- Eu queria confiar mais em você, Dougie - soluçou algumas vezes. - Você nunca me deu motivos para desconfiar, só que o medo de te perder era muito grande - sorriu fraco. - E foi exatamente o que aconteceu. Me arrependo a cada segundo por ter te traído, e me odeio mais por não acreditar em você.
Os dois permaneceram sem falar nada. Poynter olhava para frente, enquanto ela soluçava baixo fitando suas mãos.
- Dougie, por favor me perdoa - falou virando a cabeça para ele. - Eu fui burra, estúpida e completamente idiota, mas por favor...
O baixista virou rápido colocando uma mão na nuca dela, trazendo a menina para mais perto. o olhou assustada, mas não deu tempo de falar nada. Poynter apertou seus lábios contra os delas e iniciou um beijo sem pedir permissão. Um nada calmo e que Dougie tanto desejava. A garota bagunçava o cabelo dele, enquanto ele a puxava para mais perto. Alguns minutos depois, ela mordeu o lábio inferior do garoto procurando oxigênio.
Os dois se separaram ofegantes, recuperando o ar.
Dougie pegou as sacolas da mão da menina.
- Doug... - ela tentou falar algo.
- Não demora para entrar - pediu seco, abrindo a porta do carro e saindo em direção a casa do amigo.

- Dude? - Harry perguntou vendo o baixista passar direto em direção à cozinha.
Logo depois entrou.
- Aconteceu alguma coisa, ? - questionou, olhando a amiga preocupada.
negou com a cabeça e se sentou em um lugar vago no sofá.
- Tem algumas cervejas e vodka na geladeira - Poynter apareceu na sala. - Tom eu vou subir. Estou com dor de cabeça - viu o outro concordar.
Os amigos não acreditaram mas preferiram não perguntar nada.
- Quem quer vodka aqui? - Danny gritou e todos riram.

Treze dias se passaram.
e Tom se encontraram frequentemente. Sem por perto, as visitas do guitarrista à residência da ex ficaram bem mais fáceis. e Dougie evitaram conflitos e optaram por não pisarem no mesmo local onde possivelmente o outro estaria. À noite, a garota sorria abobada ao olhar a foto do baixista e devorava uma caixa de bombons contendo o choro. Ele, por sua vez, dormia abraçado no pijama que ela havia esquecido em sua casa. e Danny não se desgrudaram e ganharam o apelido de "coelhos" devido ao tempo que passaram trancados no quarto. e Harry...
- Não acredito que ouvi isso - a caçula urrou.
Judd se calou ao perceber que havia falado demais.
- O Jared me ligou convidando para um passeio no Museu de História Natural e não para um motel, seu retardado - jogou com força um pano de prato, acertando o rosto do namorado.
- Não acha estranho ele ter chamado você?
- Por Deus, vou ter que explicar de novo que se trata de profissionalismo? Comentei que gosto de história e, ele sendo professor dessa matéria, ia me apresentar o museu.
- E outras coisas mais... - comentou mais para si.
- O que você disse?
- Homem não presta.
- Não se esqueça que você faz parte da raça - argumentou.
- Eu presto - se defendeu. - Nunca te traí.
- Você age como se EU fosse capaz disso.
- Você mesma disse que ele é gentil, engraçado e inteligente - fez voz de pouco caso.
- Sendo assim, como me explica o fato de ter dito ao Tom que suas fãs eram mais gostosas que as dele?
Harry calou-se.
- Vamos, responda. Isso significa que você vai me trair com elas? Hein? - o pressionou.
- Meu caso é totalmente diferente.
- Realmente. Você viaja, elas te apalpam, você se diverte bebendo após os shows, conhece um bilhão de pessoas a cada dia... E eu só trabalho, passo boa parte do tempo em casa e, quando saio, é com meninas que você conhece e minha irmã - o olhou com desprezo.
Fitaram-se durante alguns segundos até que ela tomou a iniciativa de se retirar do cômodo.
Chegou ao quarto e descontou a raiva batendo a porta. Pegou o telefone e discou.
- Hey, meu delicinha - fez sua melhor voz tele-sexo.
- ?
- Hã? ? - a primogênita arregalou os olhos. Ela e Tom haviam combinado de se ligar naquele horário e, como sempre, a garota não viu o identificador de chamadas.
- Eu odeio o Harry. Odeio, odeio! - estava irada demais para questionar quem diabos era "delicinha".
- Ei, calma. O que houve?
escutou calada uma longa e detalhada explicação. Chegou a "dormir" por alguns segundos.
- E ocultei que ele tem uma bundinha linda e barriga definida.
- ! - a repreendeu, "acordando".
- O Jared é atraente, oras bolas. Só que eu sou completamente louca pelo filho da mãe do Judd - respirou fundo. - Droga, viu? - bufou.
- Você sabe muito bem como namorar um McGuy não é fácil.
- Se você acha difícil, por que não termina? - apelou, afinal a irmã havia pegado em seu ponto fraco.
- Porque eu o amo.
- E por quê?
- Como assim?
- Por que o ama?
- Ué, porque ele é carinhoso, companheiro, sexy - respirou fundo. - Ontem após o banho, ele escreveu no espelho "Say the magic words and I'd destroy the world for you". Demorei meia hora para entender aquela letra desgraçada, mas achei tão lindo - riu. - Eu o amo por ser o Harry. Só por isso. Ou tudo isso - sentiu uma lágrima escorrer.
- Pronto, resolvido.
- O quê?
- Você o ama. Sendo assim, desligue esse telefone, corra até ele, o agarre e não solte por nada.
- Mas ele falou...
- Shiu! Ele está com ciúmes.
- Mas...
- um baita gostosão daqueles com ciúme e você acha ruim? Quisera eu ter um Judd enciumadinho e...
- Cala a boca! - gargalhou e mandou para um lugar feio. Desligou na cara e sorriu. Nada melhor que sua irmã para lhe ajudar.Passou a mão no rosto e cabelos, destrancou a porta e saiu correndo. Viu o integrante parado, com as mãos na pia da cozinha.
- , me desc...
- Eu sei, eu sei - obedeceu à irmã e só o soltou para ajudá-lo a se despir.

Novamente o som agudo do telefone ecoou pela casa.
- Alô? - resolveu apelar à normalidade.
- Tentei te ligar antes mas...
- É, a precisou de uns conselhos - interrompeu Tom.
- Posso ir aí te ver?
- Claro. Daqui meia hora? Preciso tomar banho e...
- Tomamos juntos - sugeriu malicioso.
- Como você anda safado, Senhor Fletcher - riu. - Mas não posso negar um convite tão tentador - ficou vermelha com a ousadia.
- Estou indo - avisou e ela notou, através da voz, que ele sorria.
Finalizaram a ligação.

A manhã de domingo despontou pela janela.
Harry e ainda dormiam após uma madrugada de reconciliação. e Tom se despediam às escondidas, em um café próximo à casa da garota. havia acordado cedo para correr. No caminho de volta, foi surpreendida com a ligação de sua prima . Danny estava de pé arrumando sua mala. Havia decidido na noite anterior que precisava dar um passo importante em seu relacionamento.
-Tudo pronto? - Jones questionou para a voz do outro lado da linha.
- Sim, senhor.
- Em alguns minutos estarei aí - desligou.
De fato isso aconteceu. Lá estava Daniel em frente à casa de .
- Ela já acordou? - o guitarrista perguntou a Adam, seu cúmplice.
- Acabei de chamá-la. Ela foi tomar banho reclamando - riu e estremeceu ao ver o rapaz à sua frente tirar a jaqueta. - Inventei que havia terminado com meu namorado e precisava tomar um ar - olhava fixamente para os braços do integrante. Quis contar cada sardinha presente na pele branquinha, mas conteve-se. - Aqui estão as coisas dela - entregou para Jones.
Ambos entraram e sentaram no sofá esperando a cinderela se arrumar. E o assunto magicamente desapareceu. Danny olhava suas mãos, Adam fazia o mesmo e pensava que elas deveriam causar estragos maravilhosos.
- Cheg... - estranhou o namorado na sala e não terminou a frase.
Graças a Deus o cantor respirou aliviado.
- Aconteceu alguma coisa?
- Iremos fazer uma viagem.
- Para onde? - ficou intrigada.
O namorado respondeu que contava no caminho e pediu que se agasalhasse.
- E mala?
- Eu cuidei disso, agora vai se divertir mocréia - Adam brincou e a abraçou.
Saíram de mãos dadas. Danny estampava um sorriso contagiante e um ponto de interrogação.

No início da noite, e jantavam juntas em um restaurante.
- Preciso te contar uma coisa - bebeu um gole de suco e limpou a boca com o guardanapo.
- Diga - a outra mordeu um pedaço de carne.
- Aquele dia na casa do Tom, eu e o Dougie brigamos.
- Todo mundo percebeu, mas não falamos nada. Quer desabafar?
A amiga afirmou com a cabeça. Começou dizendo que haviam se beijado e riu dos olhos arregalados de .
Continuou dando como motivo da discussão, a falta de confiança nele.
- Essa história virou novela mexicana.
- Nem me fale, . O pior é que começou com uma bobeira. Ele disse que você e o Fletcher estão juntos, vê se pode.
sentiu a comida entalar na garganta e começou a tossir.
- ? - se levantou para bater nas costas da menina.
- Á... á...
- Água?
fez joinha e bebeu um copo.
- Passou? - se preocupou.
- Ahan - respirava com dificuldade.
Voltar no assunto seria inevitável. A primogênita não teria como escapar e achou melhor dizer a verdade.
- isso que o Dougie disse...
- É piração. Eu mesma falei e por isso brigamos - interrompeu.
- Na verdade...
O celular de tocou.
- É a - comentou com a amiga. - Alô?
- Adivinha onde estou?
- Nossa, ela está eufórica - avisou , rindo. - Onde?
- Quem está aí?
- A .
- Coloca no viva-voz.
Dito e feito.
- Hey, adivinhem onde eu vim parar?
- Na Transylvania? - a mais velha brincou.
- Sua chata. É sério.
- Hum, vejamos... - tentou matar a charada.
- Ai, esqueçam suas lerdas. Estou em Bolton!
- ONDE? - as duas falaram juntas.
- Terrinha do meu namorado - deu um gritinho. - Mas preciso desligar. Conto tudo depois. Beijo, beijo.
e se olharam e a as feições curiosas de ambas, fizeram com que caissem na gargalhada. Pelo menos o assunto anterior seria adiado por mais algum tempo.

Em Bolton.
- Feche os olhos - Danny pediu, segurando pelas mãos.
- Eu vou cair.
- Eu te seguro - apertou a cintura da garota.
- Como? Você é o ser mais desastrado do planeta. Se bem que a é uma forte concorrente... - riu.
- Sua chata - brincou. - Por aqui. Só mais alguns passos. Isso... chegamos.
sorria. Independente do qual fosse a surpresa, ela estava na cidade natal do guitarrista. Com certeza, essa seria uma história para se contar aos netos.
- Pode abrir - ele disse.
A menina começou pelo olho esquerdo. Ficou com o outro fechado e quando percebeu que a imagem lhe era familiar, abriu o outro e a boca.
- Não me diga que...
Danny sorriu gostoso.
- Meu Deus, meu Deus. Sua casa, aquela que apareceu no clipe de Star Girl - saiu saltitante.
- Gostou? Adoro vir aqui. Mas vai com calma porq...
gritou ao ver o grande cachorro amarrado por uma coleira.
- ... porque tem gente morando aí - Jones gargalhou ao protegê-la em seus braços.
Passado o susto, o integrante explicou à namorada que conhecia os atuais moradores e a levou para conhecer o interior da residência. Depois de provar um bolo e um chá, o casal entrou no carro.
- Amei meu dia - ela disse.
- Você age como se ele tivesse terminado - em sua voz havia malícia.
- Danny, Danny... o que você está aprontando?
Ele riu e deu partida.
Durante o percurso, pensou que ele a levaria para conhecer sua família, mas despistou a idéia. O relacionamento deles era sério mas não a ponto de...
- AIMEUDEUSAQUELAÉSUAIRMÃ? - emendou palavra com palavra.
Jones gargalhava.
- Danny seu filho da mãe, olha minha roupa. E meu cabelo? Estou suada e...
- Shiu. Você está linda. Aliás, é linda - estacionou e saiu do veículo.
A namorada permaneceu estática.
- Vai sair do carro ou quer que eu peça para elas sentarem no banco de trás?
lançou um olhar fulminante mas no fundo estava radiante.
Vicky esperava na varanda com um sorriso típico da família Jones. Atrás, a mãe do guitarrista segurava Bruce, que estava eufórico com a chegada do dono.
A brasileira respirou fundo e desceu. Jogou os cabelos para trás e notou que tremia. O dono das sardinhas segurou firme em sua mão e piscou.
Ambas cumprimentaram calorosamente a visitante. Bruce "roubou" o chaveiro de borracha de sua bolsa, mas ela apenas sorriu, o que fez com que ganhasse maior simpatia da sogra e cunhada.
O tempo passou rápido em meio à risadas, conversas e troca de olhares apaixonados entre e Jones.

- Entregue sã e salva - estacionou e piscou para .
- Obrigada pela carona e pelo jantar. Precisava me distrair - pegou a bolsa e colocou no ombro direito. - E ainda bem que você não morreu engasgada - gargalhou.
A primogênita ficou séria e olhou o painel do carro.
- Bom, preciso ir. Um cliente chatíssimo marcou comigo amanhã de manhã - abriu a porta do veículo, a bateu e curvou-se na janela, dando um último tchau para a amiga.
- , espera...
- Sim?
- O Dougie está certo. Eu e o Tom estamos nos encontrando às escondidas.
fitou a garota e somente disse espero que me entenda. Deu partida e virou a esquina, sem mais. permaneceu na mesma posição, processando os fatos, com cara de tacho. Ela certamente a entenderia, mas não agora.

Capítulo 21

- Eu atendo - correu até a porta.
- Olá - disse, cumprimentando a amiga e entrando. - Desculpem a demora, está chovendo muito e o trânsito está infernal.
- Sem problemas, - Jones falou.
Estavam todos reunidos na casa de Danny para uma noite "entre amigos".
sentou-se entre e Dougie, já que era o único lugar vago. Estremeceu ao encostar sem querer, seu braço no do baixista.
Tom começou um assunto qualquer e logo todos estavam entrosados.
- Meninos vocês se importam se eu roubar as garotas um pouco? - perguntou se levantando.
Eles se entreolharam confusos.
- Não, mas por quê? - Harry questionou.
- Assuntos de mulher, Judd - piscou e saiu com as amigas logo atrás.
- Queria tanto ser uma mosca quando elas dizem isso - o baterista comentou e os demais concordaram.
- "Assuntos de mulher" - Poynter repetiu. - Será que ela está saindo com alguém?
- Acho que não - Tom respondeu. - Mas por que o interesse?
- Não é interesse, é apenas curiosidade - se defendeu.
- Claro - Danny disse. - Como se todo mundo não soubesse que você ainda gosta dela - falou a última parte baixo. Não tanto quanto gostaria, já que todos haviam escutado. - Erm, desculpa, dude.
- Isso já não importa mais - Poynter deu de ombros.

No quarto.
- Agora me diz o porquê de você ter me tirado dos braços do Jones - brincou.
- Nada mais, nada menos que o resto da família Jones. Pode ir contando... - pediu e elas riram.
- Ai meninas, foi tão emocionante - confessou e as amigas fizeram um coro de "oun". - Elas são super simpáticas.
- Então você conquistou a sogrinha? - perguntou.
- Olha, a sogrinha eu não sei, mas o Bruce sim - respondeu arrancando gargalhadas das outras três. - Vocês precisam conhecer a Vicky, ela é tão legal!
Trocaram mais detalhes da visita.
- Agora vamos voltar antes que eles pensem que sequestrei vocês - a ex do baixista falou.

- E se a gente for escutar atrás da porta? - Poynter questionou.
- Dude, larga de ser curioso - Fletcher o repreendeu e viu o amigo mandar o dedo. - Mas e aí Danny, como foi a viagem?
- Melhor impossível - abriu um sorriso. - Finalmente elas gostaram de alguma namorada minha.
Ouviram a porta da sala se abrir e todos direcionaram seus olhares para lá. As namoradas correram até seus respectivos companheiros. e andaram calmamente até seus lugares.
A chuva lá fora aumentava a cada instante. Trovões e relâmpagos cada vez mais fortes. Os oito na sala pareciam não ligar para isso e conversavam sobre assuntos diversos.
Tom mandava beijos discretos para , que ria e fingia ter crise de tosse. e de vez em quando trocavam beijos carinhosos com seus namorados. sentia o olhar de Dougie em cima de si e, quando ela o encarava, ele desviava a atenção. Ria em pensamentos.
- Acho que estou meio bêbado - Danny fez uma cara extremamente estranha, arrancando risadas dos presentes.
- Então vou pegar mais bebidas - o baixista anunciou, se levantando.
- Dude, você não o ouviu dizer que está meio bêbado? - Tom perguntou.
- Ouvi, mas meio não vale - respondeu rindo.
Poynter foi em direção à cozinha, enquanto o resto discutia sobre um novo assunto.
balançava o pé incomodada. Queria conversar com o ex, mas estava nervosa. Olhou ao redor e viu que todos prestavam atenção em algo que o baterista falava. Esse era o melhor momento para ela escapar. Levantou-se e andou calmamente sem que ninguém percebesse. Ou quase ninguém. Olhou para que tinha um olhar confuso e piscou. Seguiu até o cômodo e encontrou o baixista de costas, apoiado na mesa. Não se conteve e o olhou de cima a baixo, mordendo o lábio inferior quando seus olhos chegaram à parte do corpo que ela mais gostava nele. Riu ruidosamente com seu pensamento pervertido, fazendo o garoto se virar. Dougie a olhava com a sobrancelha arqueada e ela mantinha uma expressão assustada.
Vamos , conserte a burrada falando algo.
- Erm, podemos conversar? - chegou mais perto do garoto e o viu assentir. Respirou fundo e fitou o chão. - Dougie, mais uma vez eu queria te pedir desculpas - voltou a encará-lo. - A me contou sobre ela e o Tom.
- Não seria mais fácil você acreditar em mim do que ficar se desculpando toda hora? - Poynter perguntou, dando uns passos e parando na frente da garota com os braços cruzados.
- Seria - riu fraco. - E também não me traria tantas consequências.
- Então por que você faz isso? - colocou as mãos nos bolsos.
- Nem eu sei a resposta para essa pergunta, Dougie - passou os dedos pelo cabelo.
Permaneceram em silêncio. O menino olhou para baixo e respirou fundo.
- Tudo bem - falou.
- Obrigada - agradeceu e virou-se, mas parou ao lembrar que ainda precisava lhe dizer algo. De novo, posicionou de frente e deu um passo.
- E Dou... - parou ao ver o quão próximo eles estavam. Ia continuar, mas o barulho de um trovão invadiu a casa toda e as luzes se apagaram. Por impulso, abraçou o baixista. Ele sentiu o calor do corpo dela grudado ao dele, e não se conteve a abraçando também. Ok, talvez não fosse só pelo calor humano, já que desde pequeno o garoto tinha medo do escuro.

- Ai, não acredito nisso - agarrou o braço do namorado.
- Dude, será que vai demorar para a luz voltar? - Fletcher quis saber.
- Não sei, cara, mas sempre quando acontece, demora uma meia hora mais ou menos - Jones respondeu.
- E agora? - Harry questionou.
- Erm, velas? - sugeriu. - Sai para lá, - falou empurrando alguém, mas sentiu um corpo super definido que definitivamente não era de uma mulher.
- Mas eu estou aqui, - a menina se defendeu do outro sofá.
- Ah, é que... erm... - ela tentava se explicar.
- Então vamos pegar as velas - Tom disse, tentando salvar ele e a menina.
- Eu vou procurar lá no meu quarto enquanto vocês procuram pelo resto da casa - Jones falou.
- Vou com você - se auto-convidou.
Os seis se levantaram e logo começaram a trombar uns com os outros. Danny e a namorada se toparam duas vezes antes de irem para o quarto. Harry seguiu para o banheiro e foi procurar no cômodo de hóspedes. Tom, que estava com a mão entrelaçada na de , a puxou de volta para o sofá.
- Tom você é doido - ela riu baixinho.
- Doido por você - colocou uma das mãos na nuca da menina, puxando-a mais para perto. O guitarrista começou dando leves beijos no ombro da garota e foi subindo, passando pelo pescoço, queixo, bochecha, canto da boca e finalmente selou seus lábios nos dela.
suspirou e deu permissão para que o beijo se aprofundasse. Passou uma mão pelo peito do integrante subindo até sua nuca, onde parou e ficou enroscando seus dedos nos cabelos dele. Jogou seu corpo em cima do dela, fazendo-a deitar no móvel. A garota mordeu o lábio inferior do integrante, quebrando o beijo.
- Eles podem aparecer e... - foi interrompida por Tom.
- Eles vão demorar - deu um selinho na garota. - Danny nunca compra velas, duvido que ele tenha alguma - voltou a beijar a ex com mais intensidade. Ela correspondeu se esquecendo de tudo e todos.

ainda estava abraçada ao baixista. Pensou em pedir desculpas e se afastar, mas notou que ele a abraçava forte. Decidiu que esperaria uma atitude dele. Ela sentiu seu corpo tremer, mas notou que era Poynter quem o fazia.
- Você está tremendo, Dougie - disse em um tom preocupado.
Ele se manteve calado. pensou um pouco e logo obteve a resposta.
- Claro, você tem medo de escuro.
- Você era uma ótima fã - o baixista soltou uma risada nervosa. - Sabe até dos meus medos.
Ela riu.
- Ainda sou sua fã, Poynter - o corrigiu.
- Que bom - ele disse, parando um pouco de sacudir o corpo.
- Quer conversar para ver se você se distrai? - questionou, ouvindo os batimentos do coração dele.
- Aham - respondeu. - Antes da energia cair você ia me dizer alguma coisa, não ia?
- Erm, ia sim - suspirou. - Ia te dizer que se você algum dia me perdoar, eu não vou cometer as mesmas burradas que eu cometi - escutou o coração do menino acelerar. - Eu vou mudar, te prometo - sentiu seus olhos marejarem. - Vou mudar por mim, por você, mas principalmente por nós.
Poynter não disse nada. O único barulho na cozinha era de dois corações batendo com força.
Dougie se afastou da ex, fazendo-a acreditar que ele a largaria lá.
Ela suspirou uma última vez antes de começar a se virar, mas parou ao sentir a mão dele em sua cintura.
O baixista colou seu corpo de novo no da menina, e passou os dedos pela bochecha dela, notando algumas poucas lágrimas. Enxugou-as e colocou uma mecha do cabelo dela atrás da orelha. Delicadamente, Dougie colou sua testa na da garota, sentindo as respirações se misturarem. Ela descansou uma das mãos no ombro do rapaz, e subiu a outra até seu rosto. Fez um pequeno carinho com o polegar na bochecha dele. Sentiu seus lábios sendo pressionados, e logo permitiu que ele seguisse com o beijo. O ato era calmo, mas reconheciam que desejavam isso há muito tempo. Sem mais demora, ele a empurrou, fazendo-a bater na parede. O beijo ganhou mais velocidade e o baixista apertava mais seu corpo contra o dela. Ficaram assim até seus pulmões pedirem oxigênio. Poynter novamente encostou sua testa na dela, recuperando o ar. Procurou a mão de e a apertou, se afastando da menina. No mesmo instante, as luzes se acenderam mostrando os rostos das duas pessoas presentes. Eram feições neutras, mas que tentavam esconder um sorriso de felicidade.
- Acho melhor a gente voltar - Dougie sugeriu, puxando a menina pela mão até a sala.
Ela não entendia o porquê dele fugir toda vez, mas preferiu ficar quieta e o seguir. Encontraram seus amigos parados no meio do cômodo, todos com cara de espanto. Danny olhou para Dougie, e voltou o olhar para onde todos observavam.
cortou o beijo, mas permaneceram de olhos fechados.
- Você não acha que está tudo muito quieto? - a garota estranhou abrindo os olhos, seguida pelo guitarrista.
Os dois ouviram alguém limpar a garganta e uma risada logo em seguida.
A ex arregalou os olhos e os dois viraram o rosto lentamente.
- Erm, se vocês quiserem eu posso apagar a luz - Judd sorriu malicioso.
- Então vocês voltaram? - perguntou.
- Por que você não me contou, ? - a irmã questionou.
- Wow! Que interrogatório, deixem o casal se explicar - Poynter riu.
Os dois se ajeitaram no sofá e Tom lançou um olhar de agradecimento a Dougie.
- Eu e ela... erm... nós... - Tom balbuciava.
- Vocês? - Jones perguntou.
- Estamos namorando - finalizou, fazendo Fletcher a olhar espantado.
- E por que não nos contaram? - falou novamente, com um misto de felicidade e tristeza por sua irmã ter ocultado o fato.
- Bem, no começo eu não queria um compromisso, então decidimos só ficar e não contar nada, mas depois a coisa foi ficando mais séria, e... - riu. - Estava legal nos encontrarmos às escondidas.
- Você deveria ter contado para mim, que sou sua irmã - a namorada do baterista fez bico.
- Me desculpe - mandou beijos para a irmã, que lhe retribiu com o dedo do meio, mas depois começou a rir.
- Oun, que bonitinho! - bateu palminhas. - Agora só falta o Dou... - Jones a cutucou, fazendo-a perceber o que estava prestes a falar. - Erm... YAY - olhou para em pedido de desculpas. A garota riu baixo.
- Precisamos comemorar - o baterista falou. - Dougie, cadê as bebidas?
- E-eu esqueci, já volto.
O baixista saiu e caminhou até , enquanto os outros conversavam com Tom.
- Sabe, os outros podem não ter percebido, mas eu vi vocês dois de mãos dadas - falou dando um sorriso malicioso.
A ex do baixista sentiu suas bochechas corarem.
- Não aconteceu nada demais, nós só conversamos.
- E...?
- Ele me beijou - as duas abafaram um riso.
- E agora?
- Nem eu sei, - desfez o sorriso. - Mas você não me disse que estava namorando o Fletcher.
- E não estava até agora pouco - a olhou sem entender nada. - Acontece que... eu quero o Tom para mim - sorriu recebendo um 'oun' da amiga.
- Com licença, senhoritas - o dono da covinha parou na frente das duas. - Será que posso conversar com a uns minutinhos?
- Ela é toda sua, cavalheiro - riram e a menina saiu.
Ele abraçou a namorada e deu-lhe um selinho.
- Você tem certeza disso?
- Disso o quê?
- Que quer ser minha de novo?
sorriu.
- Absoluta.
- Só minha?
- Só sua.
Ele sorriu e lhe deu um beijo rápido.
- Você sabe que eu sou seu - disse afundando seu rosto nos cabelos de .
- Só meu?- perguntou rindo e Tom a olhou.
- Só seu - encostou seus lábios nos dela começando um beijo longo.

Capítulo 22

O vôo está atrasado - olhava o relógio, impaciente.
- Isso tudo é saudade da sua prima? - questionou, sentada em uma cadeira, enquanto folheava uma revista.
- Não, é vontade do doce que eu pedi para ela trazer do Brasil - mostrou a língua. - Estou brincando. Ok, não muito... - riu.
- Ela sabe de quem somos namoradas? - perguntou.
- Claro! A considero uma grande amiga, além do mais, acha que eu não tiraria vantagem?
- ! - a reeprendeu em tom de brincadeira e gargalhou. - Que coisa feia!
A amiga fez careta e se distraiu ao notar que uma figura conhecida se aproximava.
- É ela! - abriu um sorriso e saiu apressada, com os braços abertos.
- Onde? - desviou a atenção das páginas da publicação.
- Sei lá, tem tanta menina do jeito que ela descreveu a - franziu a testa.
- Acho que é aquela de verde - apontou.
- Mas aquilo é um menino - a caçula arqueoou a sobrancelha.
- É a idade chegando, né ? - deu um tapinha nas costas da primogênita. - Como diria nosso grande rei Roberto Carlos "use e abuse dos óculos" - riu.
A mais velha deu um pedala na menina e saiu atrás de . As demais a acompanharam.
- Que saudade - abraçou a parente. - Como você está linda!
- Aoun, digo o mesmo. Esse corte de cabelo ficou perfeito para você.
, e se entreolharam e abafaram um sorriso, mas gesticularam como peruas, caçoando dos trejeitos das primas.
- Vou te apresentar minhas três pestes - apontou e disse o nome de cada uma.
- A quarta está no estúdio - a irmã mais nova, referindo-se ao baixista do McFLY, brincou.
- Nossa, vou conhecer a banda - bateu uma palma, eufórica.
- Contenha-se - advertiu.
- Dã, calma. Não vou dar vexame - piscou. - Além do mais, sabe que meu coração é ocupado pelo Bon Jovi.
- Shot through the heart and you're to blame, you give love a bad name - enrolou a revista e fez de microfone e
usou a garrafa de água como guitarra.
As demais gargalharam.
- Essas duas não prestam - brincou.
- Olha quem fala - a mais velha passou o braço pelo ombro da amiga e saiu cantarolando "Crazy". - Adoro Bon Jovi!
- , isso é Aerosmith - avisou.
- Claro que não.
- Até tem um clipe com a Alicia Silverstone e a filha do Steven Tyler... como é o nome? - estalou os dedos.
- Liv Tyler - se lembrou.
- Isso! É Aerosmith mesmo - gargalhou.
mostrou a língua e mudou a música. Dessa vez, ela sabia muito bem de quem era.
- She's got a lip ring and five colours in her hair...
As meninas seguiram para a casa de para deixar seus pertences, tomar um banho e descansar alguns minutos.
Conversaram sobre Londres, Brasil e claro, McFLY.
- Céus, esse doce é di-vi-no - elogiou, de boca cheia.
- Agora entendo o porquê da querer tanto que você viesse - brincou, mordendo mais um pedaço.
Por volta do meio-dia, as cinco dirigiram-se para a casa de Tom.

estacionou o carro em frente à residência do namorado.
- Impressão minha ou você está tremendo? - questionou para , descendo do veículo.
- Acho que é o ventinho gelado desse lugar - sorriu apática, disfarçando o nervosismo.
Quatro garotas estavam chegando à porta, quando notaram a ausência de uma.
- Cadê a ? - perguntou.
- No carro e penteando o cabelo - apontou.
- Depois ela reclama dos nossos atrasos - saiu pisando forte. - Vamos, noiva! - bateu a mão no vidro do automóvel, assustando a irmã.
- Ai - a mais velha tossiu exageradamente. - Engoli a bala.
não sabia se ria ou acudia. Fez os dois.
A primogênita levantou do banco, percorreu o caminho até a campainha e a tocou.
- Que saudad... - Tom foi jogado de lado. - O quê?
- Pelo drama, parece que ela engoliu um elefante, mas foi só uma balinha - o cumprimentou.
veio em seguida e abraçou o cunhado. foi a seguinte e puxou a prima pela mão.
- Fletcher, essa é a - sorriu e entrou para falar com os demais.
estava estática. Apenas respirava e piscava. Tom a olhou com um sorriso intrigado, esperando alguma atitude. O clima era constrangedor.
Ela é muda? Dude, não sei a linguagem dos sinais, e agora?, o dono da covinha pensou.
que vexame, fala oi, fala oi, a garota mentalizou.
Para evitar qualquer embaraço maior, Tom estendeu sua mão. O retorno veio instantâneo.
- AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH!
- O que foi isso? - veio correndo.
escutou o grito da cozinha e também foi ver o que acontecia, trazendo um copo d'água consigo.
e pularam do colo dos namorados e apareceram na porta.
Ao notar que Danny, Dougie e Harry despontaram atrás de Tom, trocou o berro por frases religiosas.
- Ai meu Deus, ai Meu Deus - dava pulinhos com os olhos marejados. - Vocês... vocês são muito lindos - colocou a mão na boca.
- Eu não acredito - fechou os olhos e sentiu a pele do rosto arder.
As outras três meninas presentes seguravam o riso.
- E são reais - ergueu o dedo em direção ao braço do baterista.
- Ei, ei, mocinha - abraçou o namorado. - Ele é de carne, osso e meu - frisou a última palavra, com cara de poucos amigos.
se adiantou e puxou o namorado.
- E esse é de carne, osso, meu e com sardinhas - o beijou.
Tom olhou para .
- Ah é, então... tudo isso, menos as sardinhas. E veio faltando uma covinha - colocou o dedo na bochecha direita de Fletcher.
Dougie olhou para .
- Erm. A-aquele é o Poynter. E... - não sabia o que dizer. - Que vergonha - torceu a boca.
caiu em si e corou.
- Desculpa - falou baixo. - Não sei o que me deu para agir desse jei...
- Desentalou - ergueu os braços comemorando.
Os presentes se entreolharam e começaram a gargalhar.
- Que dia mais bizarro! - puxou Harry para o sofá, negando com a cabeça.
- Ah, qual é gente? Quase morri - a mais velha fez bico e foi consolada pelo namorado.
e Danny foram para a cozinha, Dougie abriu uma cerveja e ficou no quintal, enquanto tentava se justificar.
- Foi uma situação constrangedora, mas te entendo - disse, encostada na parede, com o olhar perdido em Dougie. Se não o tivesse como distração, provavelmente teria arrancado as cordas vocais da prima.
O tempo passou rápido e o ataque histérico de não foi mais citado. Bom, até aquele momento.
- Poderíamos ir em algum pub hoje à noite - Danny sugeriu, brincando com os cabelos de .
- Por mim... - falou.
- Eu topo - levantou a mão.
- Eu também - Fletcher concordou, assim como Harry, Dougie e .
ficou quieta.
- E você? - Jones apontou a garrafa de cerveja e logo em seguida bebeu um gole.
A garota ficou quieta.
- Ai meu Deus, ela vai gritar de novo - tampou os ouvidos.
Os garotos se fitaram e deram um sorriso sacana.
- Ei, você não é a , prima da ? - Judd se levantou.
- Dudes, não acredito - Dougie depositou as palmas sobre as bochechas e abriu a boca.
- AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH! - os quatro berraram em uníssono.
As meninas arregalaram os olhos com feições interrogativas e deu um pulinho de susto.
Os garotos continuaram interpretando fãs histéricas e as convidadas desataram a rir, exceto a vítima, que a essa altura, desejava diminuir de tamanho e caber em qualquer buraquinho no chão.
- Estamos quites - Harry falou para , fazendo positivo.
- O grito do Dougie parece de uma galinha d'angola - comentou.
- Ai, tadinho - defendeu o ex automaticamente e notou que todos a olhavam. - Ahn, vamos voltar a falar do pub, certo?
Passaram o restante do tempo combinando como e com quem iriam.
- Iremos todos juntos? - perguntou.
- Acho melhor vocês irem no carro da e os dudes vão comigo - Harry disse. - Vocês passam aqui quando estiverem prontas -finalizou vendo todas assentirem.
- Boa dude, assim não teremos que esperar uma eternidade para elas ficarem prontas - Jones falou rindo.
- Calúnia - a namorada do garoto se defendeu, mas logo depois concordou e começou a rir.
As meninas começaram uma discussão para ver quem demorava mais. Os garotos tentavam opinar, mas eram cortados.
- CHEGA! - Harry gritou, assustando-as. - Assim vocês vão amendrontar a no seu primeiro dia com a gente - as viu concordar.
- Mas é a que demora mais - soltou e viu sua amiga a olhar feio.
- Pelo menos fico bonita - disse olhando para as unhas.
- Está dizendo que eu não fico? Eu fico, não é Jones? - apelou, provocando uma nova discussão.
Os garotos se entreolharam, perplexos. Danny soltou um ''eu desisto'' e levantou as mãos.
Dez minutos depois.
- AGORA CHEGA! - Poynter gritou mais alto que elas. O silêncio reinou na sala e as meninas o olharam. - Todas ficam lindas - apontou para cada uma. Seu dedo mirou a ex, e o menino deu um pequeno sorriso. - Agora deixem a falar um pouco dela.
Os olhares se voltaram para a nova integrante do grupo.
- O que vocês querem saber exatamente? - perguntou sem saber o que falar.
- Dude, qualquer coisa da sua vida - o dono das sardinhas comentou. - Mas rápido porque já estou vendo a abrir a boca. - sentiu a amiga o fuzilar com os olhos.
- Bem, teve uma vez em que... - começou a contar coisas engraçadas que havia vivido, alguns rolos em que tinha se metido, namoros mal acabados e algumas travessuras que ela e aprontaram.
Logo as garotas se retiraram alegando que precisavam se arrumar, mas antes a namorada do covinha avisou que iria cronometrar cada uma das amigas para ver quem demorava mais, recebendo vários pedalas.

- Dudes, elas já estão aqui - Judd avisou. - Vamos logo.
- O Doug ainda está se arrumando - Tom sentou no sofá.
- Será que ele pensa que vai casar? - o baterista brincou fazendo o barulho da marcha nupcial com a boca e riram. - Vou lá chamá-lo.
- Estou aqui já, Harry - chegou um Poynter muito bem arrumado. - Vamos?
- Aleluia - Jones brincou.
Os quatro caminharam até o carro onde as meninas estavam.
- Vocês falam da gente, mas demoram igual - comentou.
- Culpa do nosso baixista que pensa que é uma noiva - Fletcher arrancou risadas de todos, menos do garoto.
- Vamos né? - o membro caçula do McFLY falou bravo, vendo os outros concordarem. Seguiram até o carro de Harry e partiram rumo ao pub.

As meninas caminhavam na frente com seus respectivos namorados, enquanto Dougie os seguia sozinho. Atrás, vinham e .
- Espera, não entendi - a prima da garota disse.
- O quê? - bufou.
- Ele ainda gosta de você, certo? - perguntou observando o baixista andar com as mãos nos bolsos.
- Acho que sim - respondeu. Espero que sim, disse a última frase para si.
- Espero que vocês se entendam - sorriu. - Afinal ele tem um corpinho lindo - arrancou risadas de .
- É - concordou ainda rindo. - A parte de trás sempre foi minha preferida - fez movimentos com as mãos, como se ela estivesse apertando algo.
- Tarada!
Riram.

O som lá dentro estava alto, várias pessoas dançando e bebendo. correu com e para o meio da pista e começaram a dançar. Tom, Harry e Danny foram pegar bebidas enquanto , e Dougie procuravam uma mesa.
- Ok, isso é aqui é DEMAIS! - a prima disse com os olhos brilhando.
Sentaram-se próximos ao bar.
- Estou me vendo em você alguns meses atrás - a garota comentou, rindo com a prima.
Poynter prestava atenção na conversa das duas com um sorriso.
- Mas então, , me conte o que a aprontava quando era adolescente - o baixista perguntou notando o olhar da ex em cima dele.
- Pergunte diretamente para mim, Poynter - riu.
- Você esconderia qualquer coisa suja - respondeu piscando. - E então, ?
A garota olhou para a prima, na dúvida.
- Vai fundo - deu de ombros e riu.
- A era muito capeta quando menor, vivia sendo expulsa das aulas e coisas desse tipo.
- Nunca gostei de ir à escola - se defendeu.
- Muitas meninas a odiavam porque seus namorados as largavam para tentarem algo com a - riu novamente.
- Não tenho culpa se sou linda e gostosa - recebeu um pedala da prima e um sorriso de Dougie.
- Sempre foi modesta - a prima falou.
- Senti uma certa ironia...
- Claro que não - fez uma cara indignada, rindo logo em seguida. - Basicamente isso, Doug.
- Satisfeito, Sr. Poynter? - perguntou, olhando para aquele par de olhos azuis que ela tanto amava.
- Muito - sustentou o olhar dela no seu por alguns segundos pois logo os garotos chegaram falando sobre algo que o barman tinha feito.
- Vamos dançar! - gritou e puxou a prima para a pista.

Dançavam sem notar a existência de rapazes ao redor fitando-as, porém um chamou a atenção de . Ela abriu um sorriso e tornou a puxar a prima.
- James! - gritou, recebendo um sorriso do garoto.
- Oi, - a abraçou, dando um beijo em seu rosto.
- Essa é a , minha prima - a apresentou. - , esse é o James Bourne.
- Tudo bem? - ele interrogou, vendo a garota assentir.
- , vou voltar para a mesa, ok? Prazer em te conhecer, Bourne - se retirou.
- E você, como está? - perguntou.
- Estou bem - respondeu. - Compondo algumas músicas novas.
- Quero escutá-las depois - sorriu. - Posso?
- Claro!
- Quer sentar conosco?
- O Dougie está aí?
- Está - viu o garoto fazer uma careta.
- Acho melhor não, .

- Voltei - sentou-se ao lado de , que também tinha acabado de voltar da pista.
- Onde está a ?
- Encontrou um amigo - bebeu um pouco do líquido que estava no copo da nova amiga. - James-alguma-coisa.
Todos ficaram em silêncio. arregalou os olhos e direcionou seu olhar para Dougie, que estava com os pulsos fechados.
- Bourne - o baixista completou.
- Isso - disse. - Esse nome não me é estranho, acho que alguém já tinha me falado dele - fez uma cara pensativa.
- Erm , a não te contou? - a namorada do guitarrista perguntou em voz baixa.
A outra pensou um pouco e logo obteve a resposta.
- Então esse é o tal James. - abaixou o tom de voz e a primogênita assentiu. - Ops!

- Você não precisa se privar dos seus amigos por causa dele - falou.
- Eu sei, mas é melhor não arrumar confusão essa noite - disse. - Além do mais, sua prima está aqui e o clima não seria dos mais agradáveis.
- Você está certo, vamos poupá-la. - concordou. - Só por hoje - lançou um olhar significativo.
- Quer algo para beber? Estou indo pegar...
- Te acompanho.

- Daniel Alan David Jones! - esbravejou.
- MEU NOME - respondeu um pouco alterado por causa do álcool.
- Você está totalmente bêbado.
- Não estou não, amor - soluçou entre uma palavra e outra.
- Meu namorado é um alcoólatra - fez voz de choro.
- Nossos namorados - chegou carregando Harry. - Esse traste também está.
- Não fala assim de mim perto da - o garoto pediu. - O que ela pode pensar, fofa? - começou a girar.
- Chega de pub para os dois - apontou para o namorado e para o amigo, que continuava girando. - Vamos com o carro do Judd, e depois a leva o restante. - viu os amigos concordarem. - , faz seu namorado parar de girar para irmos?
o pegou pelo braço e o arrastou para fora do pub, seguidos por Jones e a amiga.
- Ali a - Tom apontou e Dougie olhou para a garota.
- Erm, e o James atrás - completou.
- Ótimo! - Poynter bufou.
- Relaxa dude, eles são só amigos.
- Não me importo - foi seco.
- Se não se importasse não estava com essa cara fechada aí - Fletcher mostrou o bico formado no rosto do baixista, que ficou em silêncio.

- Viemos parar bem em frente à sua mesa - James riu. - E o Poynter não está me olhando com uma cara boa.
- Vocês ainda vão se entender - sorriu.
- Espero - desejou. - E vocês dois, como estão?
- Acho que estamos bem - respondeu. - Amigos, pelo menos.
- Que bom.

- Dude, pára de olhar para eles - Tom repreendeu.
- Certeza que eles ainda tem alguma coisa - o baixista pensou alto.
- Se tivessem, estariam se pegando e não conversando - falou o óbvio.
- Dougie você gosta dela, certo? - o amigo questionou.
O garoto fitou a ex rindo com James e suspirou.
- Gosto.
- Ela te ama - foi direta.
- Então - Tom continuou - acho que está na hora de vocês se entenderem.

- , tenho que ir agora - Bourne falou. - Deixei um amigo meu me esperando.
- Ai, coitado. Vai lá então - riu. - Foi bom conversar com você - deu um abraço no garoto.
- Digo o mesmo - sorriu. - Aliás, beleza é uma coisa muito comum na sua família, né? - piscou e saiu.
A garota demorou para entender o porquê daquela frase, mas quando conseguiu, surgiu um sorriso malicioso em sua face.

- Ele acabou de sair - notou. - Vai lá.
O baixista olhou para a ex, que terminava de beber algo, mas desviou o olhar para baixo.
- Não se...
- Vamos Dougie, você quer fazer isso tanto quanto nós queremos que você faça - disse em tom autoritário. O garoto a olhou surpreso. - Desculpe, eu sei que sou nova aqui - suspirou - mas isso está escrito na sua testa.
Poynter deu um pequeno sorriso para a prima da ex e seu olhar encontrou com o de .
- Ok, me desejem sorte - riu com o próprio comentário.
- Sorte, dude.
- Boa sorte - falou.
- Você não precisa, Doug - disse e ele a olhou. - Você sabe que ela é sua.
Ele abriu um sorriso com o que a amiga havia dito. Levantou-se e inspirou bastante ar antes de seguir em direção a .
No meio do caminho, um amigo em comum com James parou Dougie e, levemente bêbado, iniciou uma papo sobre surf. O baixista tentou se esquivar, mas o rapaz não parava de falar.
- Não acredito! - e falaram juntas.
Tom deu risada.
- Vou ao banheiro e aproveito para livrar nosso amigo - deu um selinho na namorada e se levantou. havia se virado para o balcão e tomava sua bebida, Fletcher simulou um mal estar e pediu que Dougie o acompanhasse e e iniciaram uma conversa.
- Deixa eu entender - a mais velha se ajeitou na cadeira. - Você gosta de McFLY mas não conhece nada de James Bourne?
- Ok, ok, eu me rendo - levantou as mãos. - Eu sou quase uma poser - gargalhou.
- Ah, então está explicado o motivo da histeria.
- Aquilo não se explica. Foi um lapso - continuou rindo. - Mas sério, adoro as músicas e, com todo respeito, os acho quatro pedaços de mau caminho, mas nunca fiquei pesquisando como o grupo começou, quem namora ou deixa de namorar. Só decorei os nomes e passei a gostar mais depois que a começou a me ligar e de cada cinco palavras, novecentas eram "McFLY".
Ambas riram e Tom chegou.
- Estavam falando do casalzinho? - ele brincou.
- É, é - a namorada despistou. - Relembrando fatos dos dois - piscou para a nova amiga.
- Olha ele se aproximando dela - os olhos da prima brilharam.

No balcão, deu um leve pulinho ao sentir uma palma tocar seu ombro.
- Vamos conversar? - falou normal.
- Claro! - gritou e se levantou, seguindo até a pista.
Dougie franziu a testa.
- Só não me desaponte fazendo a dança do robô - em tom alto, a garota brincou.
- O que você entendeu? - dessa vez, questinou de modo que a ex o escutasse corretamente.
- Como assim? Você não queria vir dançar?
- Não - riu. - Perguntei se poderíamos con...
foi empurrada por uma garota que girava ao som da música, movida pelo álcool que circulava em suas veias.

- Putz! - bateu na testa.
- Eu desisto desses dois - cruzou os braços em cima da mesa e abaixou a cabeça.

- Você está bem? - Dougie quis saber.
- Estou - estava de joelhos e se recompôs.
A menina bêbada tentou se desculpar e, antes que filosofasse mais, pegou na mão de Poynter e o levou para um canto.
- Não estou entendendo nada. O que você queria? - o olhou.

- Ali, eles foram para a esquerda - Tom apontou e as duas meninas esticaram o pescoço.

Dougie abriu a boca mas hesitou.
- Nada, eu... - suspirou. - Eu ia dizer que você está muito bonita hoje - mordeu o lábio.
- Aoun, obrigada, Poynter - o abraçou.

- Aaah! Que lindo, eles voltaram? - cutucou o namorado.
- Será que vão se beijar? - apertou o braço da amiga.
- Eles estão vindo - Tom alertou.
- De mãos dadas? - a primogênita questionou.
- Deixa eu ver... ué, não - a parente notou.
- Oi, meninas e menino - chegou cumprimentando.
- Pelo menos ela está feliz - sussurrou para a mais velha. - Oi, ! - disfarçou.
Conversaram e tomaram o resto de suas bebidas.
Na saída do pub, Fletcher topou com Steve Rushton.
Alguns cumprimentos afoitos depois, as três garotas foram apresentadas e Dougie veio por último, com um abraço e brincadeiras que fizeram as meninas duvidarem da masculinidade dos integrantes do McFLY e do Son of Dork.
Conversaram rapidamente e Steve sugeriu que fossem para o hotel onde ele estava hospedado, a poucas quadras dali.
e estavam cansadas e rezaram mentalmente para que Dougie e Tom negassem mas...
- Claro, dude. Vamos! - Poynter bateu uma palma e seguiu para o carro de .
- Carona? - Rushton indicou o automóvel da primogênita, que assentiu.
A mais velha entregou as chaves para Fletcher, que dirigiu até o local.
Lá, conversarem, beberam, encontraram com mais alguns amigos em comum e permaneceram até metade da madrugada. vibrava com tudo, e bocejavam.
- , preciso ir. Tenho que encontrar com um cliente daqui poucas horas - a amiga olhou o relógio e cochichou.
- Vou te usar como desculpa e aproveito para ir embora também - sentiu alívio, pensando em quão quentinha sua cama estaria.
chamou pelo namorado e avisou que precisava se retirar. Com certo custo, conseguiu.
e as duas outras garotas entraram no elevador.
- Agora conta tudo! - a prima pediu.
- Contar o quê? - não entendeu.
- Ah, safadinha - brincou. - Nada de esconder o que ele te disse.
- Por Deus, quem disse o quê?
e se entreolharam.
- Espera aí - a mais velha começou a pensar. - Se ela tivesse se entendido com ele, teriam dado um beijo de Hollywood na despedia - entortou os lábios.
A porta do elevador se abriu.
- Espera aí digo eu. Parem já as duas - colocou as mãos impedindo a passagem. - Querem me explicar o que está acontecendo?
- O Poynter não falou com você? - a prima questionou.
- Sim, ele falou que eu estava bonita e conversamos poucas coisas no quarto do hotel, como vocês viram...
- Mas nada específico do tipo... - não completou.
- Do tipo?
- Eu te amo, te desejo, fica comigo?
ficou sem ação.
- Eu não sei o que dizer. eu te acho o máximo mas... mas você sabe que eu gosto de meninos.
deu uma gargalhada exagerada.
- Depois é o pobre Jones que tem neurônios a menos. Vou te poupar porque sei que está com sono - fez a amiga sentar em um banco, ainda no saguão. - O Dougie não disse que ele te ama e blá blá blá?
- Por que ele diria?
- Nossa, está difícil - começava a perder a paciência.

- Você é um idiota - Steve falava para Poynter.
- Mas...
- Mas nada. O Bourne é outro também, mas isso não vem ao caso. Se a garota ainda gosta de você e você dela, o James não está mais no páreo e você está disposto a perdoar, larga de perder tempo - deu um tapa nas costas do amigo.
- Eu disse a mesma coisa - Tom avisou.

- Deixa que eu explico - pediu. - O Dougie foi te procurar para dizer que te ama, mas houve uma série de contratempos e ele deu para trás.
se levantou, perdida.
- Você tem paciência. Eu já ia chacoalhá-la - riu.
- O que eu faço? - perguntou.
- Bom, sabendo que ele é devagar, sou a favor de você ir atrás dele - a primogênita sugeriu.
Antes que concordasse, voltou para o elevador.

- Amanhã eu falo com ela.
- Por que não aproveita hoje? - um dos rapazes se meteu. - Elas ainda não sairam.
- Como você sabe? - Steve questionou.
- Estou vendo pela janela. O manobrista não trouxe o carro da namorada do Fletcher.
- Dude, corre - um terceiro incentivou Dougie.
Poynter estufou o peito e abriu a porta, rumo ao elevador.
- Por que você está olhando a maldita janela? - Rushton interrogou o amigo.
- Porque queria ver a pela última vez - corou.
Os garotos gritaram e jogaram almofadas, petiscos e latinhas amassadas em cima do pobre rapaz.

Dougie apertou o botão e a porta se abriu. estava com as mãos juntas, batendo os pés de ansiedade. Os olhares se cruzaram.
O elevador ameaçou fechar.
- Não! - deu um gritinho.
Poynter bateu a palma na porta, impedindo. Puxou a menina pela mão, a posicionando no corredor.
- Doug...
- Shiu - colocou o indicador sobre os lábios da ex. - Queria te dizer tanta coisa, mas... - colocou sua testa na dela e sussurrou - eu te amo.
Dougie a beijou na ponta do nariz e a olhou.
- Eu também te amo - ela sentiu uma lágrima escorrer.
O baixista colocou suas mãos no rosto da garota e aproximou os lábios, beijando delicadamente, vezes seguidas, demoradamente. Escorregou os dedos pelos seus ombros e braços, parando na cintura, pressionando com força e puxando o corpo de para si. A garota sentiu a língua de Dougie massagear a sua, em movimentos suaves. Deixaram-se levar e aumentaram a intensidade. Ele a empurrou contra a parede e ela cruzou suas pernas no quadril de Dougie, entrelaçando seus braços no pescoço do garoto, como apoio. Ofegantes, partiram o beijo simultaneamente e ela deslizou até encostar seus pés no chão.
- Vamos para minha casa? - ele sugeriu.
- É o que eu mais quero mas... - foi interrompida com o olhar murcho que surgira na face do ex. - Mas quer saber? Meu cliente que se foda - abriu um sorriso e deu um selinho demorado no baixista.
- Tudo bem se não pu...
- Shiu - foi a vez dela pedir silêncio. - Meu cliente não tem essa bundinha - o beliscou e saiu correndo até o próximo elevador, com um Poynter saltitante atrás.

- Será que eles se acertaram? - estava aflita.
- Se eles brigarem mais uma vez, eu os prendo em uma salinha e só sairão de lá quando a parir um mini-Dougie! - , exagerando, torcia pelo fim daquela situação.
Alguns segundos depois, as duas viram o casal descer o elevador. Ambas se levantaram e olharam, esperando alguma atitude.
- Seu idiota. Te odeio! - disse.
- Eu pouco me importo com você. Meu amor é a , já te disse! - Dougie veio em direção à amiga.
- M-m-as... - a primogênita ficou dura.
- Larga ela, seu cretino. Quem a ama sou eu - veio correndo e deu um pulinho em cima da amiga.
- Vocês dois são uns filhos de uma p... - parou ao ver ambos se beijando. - Aaah, não acredito! - bateu palminhas.
- Então vocês voltaram? - a prima perguntou.
- Ahan - a parente sorriu e deu mais um selinho no namorado.
deu carona para os amigos.
- Me perdoa mesmo por te deixar sozinha na sua primeira noite em Londres? - quis saber.
- É por uma boa causa. Muito boa - fez sinal de fartura com as mãos e recebeu um tapinha da prima.
No fim, Dougie e seguiram para a casa do baixista e foi dormir na residência da mais velha.
Finalmente todos haviam se acertado e a contagem regressiva para o final do ano começava.

Capítulo 23

Alguns dias depois.
- Pode ficar com o troco - Dougie disse para a moça, pegando seu café e seu casaco - que pesava uns cinco quilos por causa do frio de Londres - rumo à saída.
Parou na banca e comprou um jornal. Caminhava lentamente enquanto lia e tomava sua bebida, sem perceber que um homem escutando música e de cabeça baixa vinha em sua direção.
- Me desculpe - Poynter falou, tentando limpar inutilmente sua blusa, agora cheia de café por causa da trombada.
O rapaz tirou os fones e olhou para o outro à sua frente, coçando a cabeça.
- Não foi nada, Dougie.
O baixista o fitou e entortou a boca.
- Que bom - mirou o chão brevemente. - Bom, com licença, James - começou a andar no mesmo sentido de antes.
- Espera! - Dougie sentiu uma mão em seu braço e virou.- Podemos conversar? - Bourne perguntou já sabendo a resposta, só não tinha certeza se viria de forma gentil ou se ganharia um soco na cara.
- Erm, ok.
"Ok"? Ótimo James, ele disse sim e você nem ao menos sabe o que falar..., pensou. - Ahn, é... - passou a mão pelos cabelos.
Boa Poynter, você deveria ter quebrado a cara dele, mas não, está apenas assistindo ele se embolar. Pensando bem, isso pode ser divertido..., imaginou.
- Na verdade, eu esperava que você respondesse "não" ou me desse um soco - viu Dougie dar um pequeno sorriso. - Que seja, eu queria te pedir desculpas.
- Bour...
- Sério, dude, eu nunca deveria ter feito aquilo, mas eu gostava dela - notou o amigo enrijecer. - Percebi que nós dois somos bem melhores como amigos.
Dougie continuou calado.
- Estou te pedindo desculpas, porque sinceramente eu sinto saudade da nossa amizade - James finalizou.
O baixista abaixou o olhar e passou a encarar seu All Star sujo.
Depois de alguns minutos.
- Está bem - viu o amigo sorrir e lhe abraçar. - Dude, sai de mim!
- Obrigada, Dougie - soltou o integrante do McFLY. - Fiquei sabendo que você a voltaram. Fico feliz por vocês.
- Valeu, Bourne - riu. - Inclusive estava indo para a casa da . Ela está preparando alguma surpresa e todos estarão lá - sorriu. - Não quer ir também?
James concordou contente.
- Só vamos parar para comprar algumas bebidas, porque fiquei me sentindo meio gay depois dessa conversa. Preciso virar homem de novo - fez Poynter gargalhar. - Aliás, desculpe pela camiseta.
- Nada não! Vamos.

- , a campainha - gritou para a amiga que estava no quarto.
- Abre para mim, - pediu derrubando algumas coisas de seu armário. - Estou pegando um negócio.
A primogênita caminhou em direção à porta dançando e prestando atenção no clipe dos "Backstreet Boys" que passava na tv. Girou a maçaneta e deu de cara com o baixista do McFLY rindo, juntamente com o vocalista do Son of Dork. Arregalou os olhos e apontou o dedo para os dois.
- Sério? - viu os amigos assentirem e abriu um sorriso. - Mas que boa notícia - abriu espaço para que entrassem.
- O que é uma boa notícia, amor? - Tom chegou por trás da mais velha.
O guitarrista, , os outros integrantes e suas respectivas namoradas que estavam presentes, tiverem a mesma reação que a garota do covinha. - É uma ótima notícia, não boa - Fletcher exclamou.
- Hey, dudes! - Dougie e James cumprimentaram os presentes sincronizadamente.
- Mas que gracinha - Jones disse. - Eles até falam juntos.
- Por que você não cala a boca, Danny? - Poynter pediu e James mandou o dedo.
- O que todos estão olhando com uma cara de... - percebeu a presença de mais duas pessoas em sua sala - James? Dougie?
- Eles voltaram a se falar - bateu palminhas.
- Jura? - a namorada do baixista abriu um sorriso. - Vocês não sabem o quanto estou feliz - deu um abraço no ex e um selinho no atual.
- Ok, o momento de felicidade acabou e eu estou morrendo de curiosidade para saber qual é a surpresa - Harry sentou-se novamente.
Todos concordaram e fizeram o mesmo para ouvir .
- Vamos fazer um amigo secreto - deu pulinhos.
- Uau, mas que surpresa! E o melhor de tudo, teremos que pagar pelos presentes - Danny fez sua melhor cara de choque.
- Cala a boca, Jones - o olhou feio e o guitarrista riu.
- Estou brincando, - mandou um beijo no ar. - Eu realmente dorei a idéia.
- Todos nós estamos dentro - Judd disse e os olhos da amiga brilharam.
- E quando vai ser? - Tom perguntou.
- No Natal, é lógico. Mas vamos sortear hoje - ela respondeu. - Vou colocar o James também - foi até a mesa e escreveu o nome dele no papel e o colocou dentro da caixinha. A prima a seguiu.
- eu vou embora antes do dia vinte e cinco, então não poderei participar - entortou a boca.
- O quê? Na-não, você precisa - a prima insistiu. - Passe o Natal com a gente...
- Mas...
- Por favor, você tem que ficar - pediu juntando as mãos e dando um sorriso sapeca.
- Tá bom, você venceu - disse e a prima a abraçou. - Naquele dia do pub, não tinha reparado bem, mas o James é um pedaço de mau caminho, hein? - deu risadinhas.
A prima sorriu maliciosa.
- Ficou interessada, é? - questionou.
- Bem... é... - tentou disfarçar.
- Sabe o que ele me disse? - viu a prima negar. - Que beleza é muito comum na minha família - piscou e saiu com as caixas debaixo do braço.
abriu um sorriso discreto.
dobrava os papéis em um canto da sala, tentando arrumar um jeito de fazer com que o Bourne pegasse o papel escrito e ela, o dele.
- Quer ajuda, amiga? - interrogou.
- Erm, quero sim - puxou a namorada do guitarrista. - Preciso que a caia com o Bourne e vice-versa.
- Perdi alguma coisa? - não entendeu nada.
- A está interessada nele e o James me disse que a achou bonita - explicou, vendo a amiga dar um sorriso.
- E você quer juntá-los, certo?
- Correto, só não sei como fazer para eles pegarem os nomes.
- Faz o seguinte - começou. - Separe os dois papéis e os deixe por último. Quando eles forem pegar, eu dou um jeito de distrair os outros.
- Ok. Obrigada, - agradeceu. - Já que está aqui, pegue o seu - a amiga pegou e foi se sentar junto aos demais.
- Para ficar mais emocionate, separei por sexo. Nessa caixa só tem nomes de meninas e os garotos irão pegá-los. Nessa, só de meninos e nós iremos sorteá-los. Entenderam? - a anfitriã perguntou e os demais assentiram. - Harry, pegue o seu - o chamou.
Isso aconteceu com o restante.
- .
começou um papo com os amigos, evitando que eles vissem o que fazia.
- James, só sobrou esse papel - entregou ao ex.
- Meu presente vai ser o melhor - Dougie disse com os olhos brilhando.
- Ixi, pobre da pessoa que cair com ele - o baterista brincou e recebeu o dedo do meio.
- Que tal irmos almoçar no shopping? - perguntou. - Assim nós já compramos os presentes.
- Nós topamos - Poynter abraçou a namorada.
- Idem - falou junto ao namorado.
- Estou dentro - Danny disse e concordou balançando a cabeça.
- Eu vou - e James falaram sincronizadamente. Deram um sorriso tímido, passando despercebido pelos outros, mas não por e , que sorriram maliciosas.

Os dez já estavam no shopping Westfield a algum tempo. Combinaram de se encontrar na praça de alimentação principal assim que todos estivessem com seus presentes comprados.
As garotas começaram a ver as lojas dos corredores da direita, enquanto os rapazes seguiram em direção oposta.
- Não faço a mínima idéia do que comprar para essa pessoa - disse.
- Nem eu - falou. - Já fui em mil lojas e não encontrei nada que tenha a cara de quem eu tirei.
- Eu já comprei - comemorou. - Achei na primeira loja que entrei - viu a olhar feio. - Ok, não acho que vai combinar com a pessoa, mas o vendedor era muito gato e não resisti - arrancou risadas das amigas.
- Eu não conheço nenhum deles direito, então não sei o que comprar - falou. - Vou acabar apelando para aquele porta-retrato de gatinho - riu. - Era tão bonitinho!
- Também não achei nada - a namorada do baixista comentou. - Vamos para outra loja então? - perguntou e as garotas concordaram.
- Acho que vou ter que comprar outro presente - entortou a boca.
- Isso é para você aprender a não cair na conversa de vendedores gatos e sarados - sua irmã disse rindo e a mais velha mostrou a língua.

- Dudes, olha esse porta-latinhas - Jones mostrou com os olhos brilhando.
- A pessoa que eu tirei com certeza não vai gostar disso - Judd disse.
- Nem a minha, mas eu vou comprar para mim - o dono das sardinhas pegou o objeto.
Tom correu até os amigos.
- Finalmente! Encontrei o presente perfeito - mostrou a sacola com um embrulho dentro.
- Agora só falta o Danny, o Harry e o James, certo? - Dougie perguntou.
- Ué, e você? - O vocalista do Son of Dork perguntou.
- Vou comprá-lo mais para frente.
- Cara, não quero nem ver o que você vai ser - o baterista falou.
Os cinco caminharam até a saída, e apóas flashes e autógrafos, começaram a procurar em outras lojas os presentes que faltavam.

Do lado oposto do shopping.
- Essa é a vigésima sexta loja que entramos - falou. - Tem que ter alguma coisa que você goste, .
- Sério, amiga, nós todas já compramos os presente e estamos cansadas - comentou. - Ou você compra alguma coisa aqui, ou dá o presente do vendedor gato mesmo.
- Ou eu te espanco na frente de todo mundo - ameaçou fazendo todas rirem.
- Não será preciso irmãzinha, acabei de achar - disse e correu para pegar sem que nenhuma delas visse o que era.
pagou e foi até as amigas.
- Vamos agora? Estou morrendo de fome - falou.

- Será que elas vão demorar? - Fletcher questionou.
- Elas estão vindo ali - Bourne apontou.
Segundos depois as meninas já estavam na mesa, sentadas com seus devidos namorados.
- Então, todos compraram? - a namorada do pequeno perguntou.
- O Dougie não - Danny falou. - Disse que vai comprar um pouco antes do Natal.
o olhou.
- É um presente especial, Pequena -deu-lhe um selinho.
Fizeram o pedido e um tempo depois, o garçom já tinha lhes servido. Comeram e ficaram mais algum tempo conversando, até cada um seguir para sua devida casa.

Na semana seguinte.
- Dá um jeito no seu namorado? - pediu, vendo Dougie se enroscar no fio do pisca-pisca.
se matava de rir tentando desenrolar o garoto.
- Era essa caixa que você queria? - chegou na sala, trazendo alguns enfeites.
- Isso, obrigada - a mais velha disse.
- Que horas vamos para o Tom? - a caçula quis saber.
- Vou terminar de arrumar nossa árvore e podemos ir.
As irmãs estavam acompanhadas por Poynter e . De lá, seguiriam para a casa de Fletcher, o ajudariam com a decoração natalina e jantariam na residência de Harry. foi remarcar sua volta ao Brasil com a ajuda de .
Por volta das onze horas, os quatro chegaram ao lar de Tom.
apertou a campainha. Uma garota de cabelos cacheados atendeu.
- Você é a ? - perguntou ternamente.
A primogênita arregalou os olhos.
- Ca-Carrie?
Ela assentiu.
- Ok, estou tremendo - a namorada do guitarrista da covinha confessou.
A irmã de Tom se aproximou e abraçou a cunhada. e deixaram escapar um baixo "aoun".
- Meu irmão tem bom gosto - sorriu.
corou. Carrie cumprimentou os demais e pediu que entrassem.
- O Tom está terminando de tomar banho - ela falou. - Bebem alguma coisa?
- Cerveja - Dougie se levantou e seguiu até a cozinha.
- Tão educado - a namorada comentou e Carrie gargalhou.
pediu licença e subiu até o quarto de Tom. Encontrou a porta semi-aberta e a empurrou. Ao entrar, sentiu o vapor saindo do banheiro e respirou fundo o cheiro de sabonete no ar.
- Perdeu algo, mocinha? - Fletcher apareceu de toalha.
- Pelo contrário, ganhei... o meu dia - sorriu maliciosa.
Ao se aproximarem, iniciaram um beijo apaixonado. Pouco tempo depois, o pano felpudo que revestia o corpo de Fletcher estava no chão, junto às roupas de .

No andar de baixo, os outros conversavam.
- Foram fabricar os enfeites? - interrogou o casal que descia as escadas.
- Sim, no Pólo Norte - a irmã respondeu. - E o Papai Noel disse para você ficar calada senão não ganhará presentes - apertou as bochechas da mais nova e riu.
Almoçaram e iniciaram uma tarde de decorações. Danny apareceu para ajudar. Ou atrapalhar, dependendo do ponto de vista.
Harry ligou para pedindo socorro.
- Tadinho, ele tampou o macarrão, a água escorreu e não cozinhou nada - a namorada riu, comentando para os amigos.
- Nossa, melhor a gente pedir uma pizza - caçoou .
- Ou um sal de frutas - entrou na brincadeira.
mostrou a língua e se retirou, indo até a casa de Judd.

A mais nova bateu duas vezes na porta e o baterista a abriu.
- Que cheiro - fungou duas vezes - é esse?
- O molho queimou - o integrante do McFLY fez bico, enxugando as mãos no avental.
- Eu esperava por isso - sorriu e o abraçou.
Entraram e a garota salvou o jantar, preparando uma torta.

À noite.
- Quanta coisa aconteceu esse ano - exclamou.
- Vish, lá vem o momento retrospectiva. E ela nem está bêbada - a primogênita disse e os demais riram.
- Besta - a amiga mandou o dedo.
- Pelo visto a vida de vocês mudaram completamente - Carrie falou, fitando as meninas.
As brasileiras concordaram.
- Falar nisso, tenho uma novidade - pediu atenção. - Me demiti - fitou Tom.
- Por quê? - alguns questionaram.
- O que você vai fazer agora? - a irmã se preocupou.
- Ah, vou trabalhar para a BBC - fingiu desdém e notou olhares eufóricos para cima dela.
- Não acredito! - gritou.
- Top of the Pops, baby - a mais velha comemorou, ganhando um beijo de Tom e congratulações dos amigos.
- Ok, agora é minha vez - a namorada do baixista falou. - Ganhei uma causa e com ela uma grana boa para me garantir mais algum tempo em Londres - bateu uma palma.
Os presentes a abraçaram e de Dougie, ganhou um beijo de cinema.
- Exagerado - brincou, dando um tapinha nas costas de Poynter.
- Vou aproveitar esse momento de confissão e dizer que consegui remarcar meu vôo para o dia vinte e seis.
- Aeee! - um coro ecoou pelo local.
estava quieta. Participava com apáticos comentários e , que sentava ao seu lado, percebeu.
- O que está acontecendo?
- Nada - a namorada de Jones bebeu um gole de vinho.
- eu te conheço. Brigou com o Danny? Tem algo errado no seu emprego?
A outra respirou fundo e sentiu que uma lágrima iria escorrer.
- Fiquei sabendo hoje que terei que voltar para o Brasil dia quinze de dezembro - falou no silêncio coletivo.
Todos a olharam.
- A gente aqui brindando e você chateada, sem falar nada? - deu uma leve bronca.
- Não queria estragar a felicidade de vocês...
Ficaram calados.
- Você vai para o Brasil e retorna quando para Londres? - Jones quis saber.
- Por isso estou triste - fez uma pausa. - Eu não volto...
Os amigos se entreolharam.
- Eu te disse que em oito meses esse curso acabaria... - chorava e foi amparada pelas meninas, exceto Carrie, que não entendia o que estava acontecendo.
- Mas eu achava que... - Danny estava confuso e levemente irritado. - Pensei que você iria mas depois voltaria para morar em Londres.
- Você não pode largar esse emprego? - Dougie tentou ajudar.
- É, tem tantos outros por aqui... - Tom complementou.
- Eu confesso que tentei mas não consegui nada. A até foi comigo em algumas entrevistas - a menina disse e viu a amiga assentir.
Poynter, Fletcher e Judd suspiraram. Carrie mordia o lábio internamente, passando uma mão na outra, aflita. , e estavam encostadas na cadeira de e alisavam seus ombros e braços, dando conforto. roía sua unha, buscando alguma solução. Danny olhava o nada.
Um silêncio doloroso pairou no ar. Jones deu um murro na mesa e assustou todo mundo. Empurrou sua cadeira e saiu, batendo a porta com força.
queria ir atrás do namorado mas sabia que nada iria resolver.
Danny parou na beirada da calçada e agachou, chorando. Ele não se reconhecia por sofrer tanto por uma garota. Se para outra ele cantava "eu queria ter me apaixonado", para ele poderia dizer "Eu não queria ter me apaixonado". Mas seria impossível... ela era o que Jones havia procurado a vida toda e agora teria que dizer adeus.

Capítulo 24 - Primeira parte do fim.

Décimo quinto dia do mês frio de dezembro.
- Esse treco não está funcionando - a primogênita reclamava do aquecedor do veículo.
, no banco do passageiro, tentava ajudar mexendo nos botões.
e , sentadas atrás, estavam caladas. , no mesmo local, observava em silêncio as paisagens cobertas por neve.
estacionou o carro e respirou fundo.
- Chegamos - disse apática, fitando o volante.
Permaneceram alguns minutos no interior do automóvel.
- Não acredito - falou, fungando.
- Vamos acabar logo com isso - abriu a porta e desceu.
As demais se entreolharam e fizeram o mesmo.
Harry, Tom e Dougie, que vinham em outro carro, as acompanharam.
No saguão, rostos levemente vermelhos e olhos marejados, faziam companhia à falta de assunto. se sentia confortada com a presença dos amigos, mas faltava a dele.
Danny e a namorada não se falaram desde o dia do jantar na casa de Judd. Ela hesitou em procurá-lo e vice-versa. Jones foi convidado para a festa surpresa de despedida, mas não compareceu.
- Ele não vem - rompeu o silêncio e os demais se assustaram.
- Erm... - tentou dizer alguma coisa.
- Falta um tempo para seu vôo. Capaz dele chegar, não é, gente? - precisou buscar ajuda.
- Claro, claro - os companheiros da banda falaram em uníssono.
e somente suspiraram.
Os ponteiros do relógio insistiam em passar depressa. As cinco garotas sentadas e os três meninos de pé, olhavam em direções opostas, torcendo para que alguém arrumasse um assunto agradável.
- São eles - duas meninas chegaram berrando.
- Ai, meu Deus - se levantou.
- Me dá um autógrafo? - outra veio por trás, cutucando Dougie.
- Não creio - disse.
- Eu também não - uma das fãs comentou, achando que a brasileira se referia ao fato deles estarem lá.
franziu a testa e achou melhor não arrumar confusão. e observavam quietas e agiu.
- Melhor vocês irem. Não é, Harry? - o olhou feio.
- Sim - o namorado obedeceu, dando um último autógrafo, um sorriso para a foto e abraçando a amiga que voltaria para o Brasil. - Se cuida!
Dougie e Tom copiaram o ato do baterista.
- Vocês são as namoradas deles? - uma poser se pronunciou, interrompendo a despedida.
- Não, somos personal trainers - , altamente irritada, respondeu sarcástica.
Uma menina ao lado de a olhou de cima a baixo.
- Que foi? Não me achou gostosona o suficiente? É que sou a mãe de santo da banda - sorriu sacana, fingindo que pegaria um fio de cabelo dela para fazer trabalho.
- Vamos embora? - a tal garota pediu, se esquivando das mãos da mais velha.
- Cadê o Danny? - a mais alta do grupo questionou.
, , , , Fletcher, Poynter e Judd depositaram seus olhares fulminates na maldita.
- F-falei algo errado? - ela gaguejou, corando.
As amigas dela se entreolharam.
- Garota some da minha frente - apontou o dedo.
- Iiih, a outra acha que é dona do... - estava zombando até perceber que todas cruzaram os braços atrás de . - Amo vocês - falou rápido para os rapazes e saiu correndo com as demais.
- Eu iria rir dessa cena se não fosse... - fitou , com os cotovelos apoiados nos joelhos e as mãos no rosto.
- Eu mato o Jones - sussurrou para Dougie.
sentou ao lado de e a abraçou.
- Não chora - a mais nova disse.
- Melhor vocês irem agora - a primogênita pediu novamente aos integrantes.
Um último adeus e sairam. As amigas se juntaram ao redor da menina.
Alguns minutos depois, Adam chegou. Colega de trabalho de , ele também voltaria ao Brasil.
- Última chama para o vôo... - uma voz ecoou pelo local.
- É o meu - falou sem forças.
Levantaram-se e, em um abraço coletivo, choraram. Individualmente, se despediram.
- Você pode vir nos visitar... - falou após desgrudarem-se. - Venha com ela, Adam - piscou.
O rapaz agradeceu e somente assentiu.
Os dois caminharam até o balcão, mostraram as passagens e a menina olhou para trás, acenando.
As demais levantaram os braços e a viram sumir.

- Dude? - Dougie bateu na porta da residência do guitarrista.
Danny não saia de casa e também não atendia as ligações dos amigos.
Estava sentado em seu sofá, bebendo a terceira garrafa de cerveja do dia, em meio a latinhas, embalagens de chips e mais algumas porcarias espalhadas pela sala. Escutou Poynter o chamar e bater na porta novamente. Bufou e foi atendê-lo.
- Eu realmente quero ficar sozinho - disse baixo ao ver as três pessoas paradas no lado de fora.
- Jones, você não atende mais o celular, desaparece por quase duas semanas e quer que a gente vá embora? - Tom falou. - Está na cara que você precisa da gente, e dude, você está um lixo - finalizou olhando-o de cima a baixo, podendo perceber olheiras pofundas e cabelos sem serem penteados há dias.
Danny sentiu algumas lágrimas aparecerem mas tratou de engoli-las e dar um pequeno sorriso, abrindo espaço para os meninos passarem.
Entraram e observaram a sala, que estava um pouco pior que o guitarrista. Trocaram olhares preocupados.
- ficou arrasada por você não ter ido se despedir - Dougie disse, vendo o dono das sardinhas abaixar a cabeça.
- Não tive coragem - desabafou e viu Harry atender seu celular.
- Estamos com o Danny. Ele está bem na medida do possível... Depois eu te ligo, ok? Beijos. Também te amo.
- Onde elas estão? - Jones quis saber.
- Indo para a cara da . Disseram que mais tarde passam aqui - Judd respondeu e o garoto sorriu sem mostrar os dentes.
- Dude, eu sei que isso está sendo difícil, - Fletcher começou - mas você não pode se maltratar desse jeito.
- É verdade, Danny - o baterista continuou. - O que você pretende tomando todas essas cervejas? Ficar bêbado e esquecê-la? - o viu assentir. - E está dando certo?
Jones suspirou triste e respondeu.
- Não - sentou-se no sofá e apoiou as duas mãos no rosto. - Eu não consigo nem por um segundo.
Os meninos se calaram, ouvindo apenas algumas fungadas de Danny.
- Vai tomar um banho, você está precisando - Judd pediu. - Enquanto isso, vamos dar um jeito no local - apontou para as garrafas e embalagens.
Jones se levantou e rumou em direção ao banheiro.
- Dudes... - parou na porta, antes de sair do cômodo. - Obrigado - sorriu, vendo os demais fazerem o mesmo.
Uma hora depois.
As meninas já haviam chegado e eles ainda esperavam por Danny, que perdera a noção do tempo ao sentir as gotas d'água cairem por seu corpo.
- Será que ele vai demorar muito? - perguntou.
- Nunca o vi desse jeito por nenhuma garota - Fletcher abraçou a namorada. - Foi um pouco surpreendente. Ouviram passos e logo a porta se abriu.
- Desculpem - falou. - Eu realmente precisava disso - sorriu, ganhando um abraço das amigas.
- Como está se sentindo? - Dougie perguntou.
- Um pouco melhor, mas a falta que ela me faz é inevitável.
- A nós também - sentiu seus olhos marejarem.
- Daremos um jeito - o confortou, aconchegada ao namorado. - Nem que a gente tenha que ir para o Brasil buscá-la - arrancou risadas de todos.
- Nessas horas que eu agradeço por ter vocês - o guitarrista comentou e recebeu um coro de "oun" das meninas, tapinhas nas costas de Harry e Tom, e um falso beijo de cinema de Dougie.
- Pequeno, às vezes tenho sérias dúvidas quanto a sua masculinidade - riu, vendo os amigos zoarem e ele sibilar um "te mostro depois...".
Mais algumas horas correram e Danny se sentia bem novamente. Nada comparado se ela estivesse entre eles, mas já era o suficiente para aguentar.
- Vou pedir pizza - Fletcher avisou. - Jones está precisando se alimentar de verdade - disse e recebeu um pedala da namorada, fazendo todos rirem.
- Quero de mussarela - desejou, iniciando uma briga para decidir quais sabores pedir.
Mais tarde todos foram embora, deixando o guitarrista sozinho. Danny aproveitou para pensar em sua vida e em como ela seria daqui para frente. Deixou uma lágrima escorrer ao pensar em fora dela. Foi até o seu guarda-roupas e pegou um pijama que ela havia esquecido na última vez em que havia passado a noite na casa do namorado. Dormiu sentindo o cheiro que ele tanto amava.

No dia seguinte, e Harry tomavam café da manhã.
- O Natal não será o mesmo sem a - ela comentou. - E você viu como o Danny estava acabado?
Ele assentiu e ficaram em silêncio.
A menina encheu sua xícara com chá e emendou.
- Sabe, acho que o Jones poderia ter pedido a em casamento.
Judd engasgou com o farelo de torrada.
- O Danny? Casando? - soltou uma gargalhada.
- Credo! - ela não se conteve e riu. - E por que não?
- Conheço meu garoto. Ele jamais entraria dentro de uma igreja e...
- Ai, mas não disse nesse sentido - interrompeu. - Talvez se ele tivesse feito a proposta de morarem juntos...
- Duvido muito. Ele não foi capaz nem de ir se despedir.
- É verdade - lembrou o fato e comentou apática.
Novamente calaram-se.
A mais nova se levantou e colocou a louça na pia.
- Você seria capaz de fazer isso comigo?
Harry a olhou.
- Sim - falou docemente.
o observou.
- Como você é frio! - jogou a colher e saiu em direção ao quarto, porém o namorado a impediu, a segurando pelo braço.
- O que deu em você? - ele perguntou.
- O que deu em mim? - repetiu. - Eu te perguntei se você seria capaz de me deixar plantada no aeroporto e você diz que sim na maior cara de pau... seu cretino!
O baterista soltou uma risada e logo ficou sério ao perceber a cara de poucos amigos da namorada.
- Minha linda, eu disse que me casaria com você.
- Hein?
- Achei que a pergunta fosse relacionada ao casamento.
abriu a boca e nada saiu.
- Eu não iria me despedir porque jamais te deixaria partir.
A garota sentiu as pernas tremerem.
Harry ajoelhou e pegou uma rosquinha.
- Você aceita? - ele sussurrou, colocando o pequeno pão doce circular no dedo da menina.
riu da aliança improvisada.
- De véu e grinalda? - ela quis saber.
- Aham.
- Com a e a de damas de honra, naqueles vestidos com mangas bufantes? - caçoou.
- E o Dougie levando as alianças.
Gargalharam.
- Tem certeza?
- Absoluta - ele disse.
- Eu não acredito - deu um gritinho e entrelaçou seus braços junto ao pescoço do agora noivo.
- Eu te amo tanto.
- Eu te amo mais - a beijou calmamente e a abraçou, sentindo o coração alheio bater tão acelerado quanto o seu.

Mais tarde.
- Pequenos, obrigada por virem comigo até o shopping - , que já os chamava pelo apelido, disse. - Ir às compras sozinha não tem graça - riram.
- Imagina, prima - falou. - Vamos pegar um cinema? Está passando um filme ótimo.
- Vamos! - o namorado respondeu. - Qual o nome?
- Erm... esqueci - ela fez biquinho e outros gargalharam.
- Ok, eu aceito ser vela - a parente sorriu.
Ouviram uma voz os chamar e viraram-se. Era James, caminhando até eles.
- E aí, dude? - Dougie cumprimentou o amigo.
- Hey, - o guitarrista deu um beijo no rosto da ex e olhou para a menina que estava ao seu lado.
- Oi, - deram um sorriso tímido e trocaram um selinho na bochecha.
- Cara, estávamos indo ao cinema - o baixista avisou. - Junte-se a nós.
James coçou a cabeça pensativo.
- Que filme?
- A madame não se lembra - Dougie apontou para , que fechou a cara.
- Não sou obrigada a saber tudo - ficou bicuda novamente mas caiu na risada depois.
- Minha tia vai lá em casa, mas que se dane - James falou divertido. - Depois digo que... sei lá, sofri um acidente.
- Pobre mulher - comentou rindo.
Seguiram para o cinema. Bourne e Poynter na frente, conversando sobre algo aparentemente engraçado, pois não paravam de rir. e os seguiam mais atrás.
- Então, agora que ele apareceu do nada, você não precisa mais ficar de vela - comentou e sorriu maliciosa. - Adoro essas coincidências!
- Ai, - encabulada, a prima deu um tapinha no braço da outra. - Nós somos só amigos - fitou o rapaz à sua frente, desceu o olhar e mordeu o lábio inferior.
A namorada de Dougie se informou sobre o nome do filme e compraram os ingressos. Poynter e sua acompanhante entraram na sala para pegarem lugares melhores, enquanto os outros dois compravam pipoca e bebidas.
- Não sei como vou carregar tanto refrigerante - falou.
- Até te ajudaria se não tivesse que levar tantas pipocas.
- Eles definitivamente são uns cretinos. Ficaram com a parte mais fácil - desabafou e riram.
O vocalista cessou as risadas e olhou para a menina.
- Sabia que você fica mais linda quando sorri? - elogiou e a garota ficou séria, corando em um tom quase catchup. - E fica mais ainda quando está envergonhada.
- James! - o repreendeu. - Você está me deixando sem graça - riu fraco.
- Desculpe - entortou a boca. - Não foi minha intenção.
Ouviram o atendente chamar "próximo!" e foram até o balcão, fazendo o pedido. Caminharam em silêncio até a sala do cinema.
e Dougie viram os dois subirem os degraus desengonçadamente.
- Que demora! - a prima disse e recebeu um olhar fulminante de .
- Pega e não reclama - falou e a outra obedeceu.
Meia hora depois, a parente de limpava as lágrimas que escorriam e James xingava a ex - mentalmente - por ter escolhido um drama. No pensamento dele, o filme era "dramaticamente dramático". Ouviram um gemido, olharam para o lado e viram os namorados se beijando sem se importarem com o local. Bourne deu uma risadinha e voltou a assistir o filme.
- Arrumem um quarto - sussurrou e recebeu o dedo do meio da parente. Riu e fitou a tela novamente.
Sentiu uma mão pousar sobre a sua e se arrepiou. O garoto provavelmente notara, pois entrelaçou seus dedos aos dela. Fingiu não ligar e continuou a prestar atenção. James se aproximou mais.
- Você realmente está gostando dessa porcaria? - perguntou.
virou o rosto para responder, percebendo o quão perto ele estava.
- Erm, é bem... - analisou cada pedaço do rosto dele - lindo! - balançou a cabeça acordando de seus pensamentos e olhou para frente.
- Hum - Bourne fez um barulho com a boca. - Sabe, eu estou entediado já...
- Uhum - disse, se arrepiando cada vez mais.
- E eu acho que você pode me ajudar a acabar com isso - se aproximou mais.
A garota já sentia a respiração do rapaz em seu pescoço.
- E-eu acho que não, James - ouviu o garoto bufar e soltar sua mão, voltando ao seu lugar. A menina suspirou e voltou realmente sua atenção ao filme.
Alguns minutos depois, os namorados anunciaram que iriam ao banheiro. Os outros concordaram e eles sairam.
- Vai dizer que você não me quer - Robert colou seu corpo ao da mulher. - Que não se arrepia quando eu chego perto assim - passou levemente seus dedos no braço dela. - Que não adora quando eu falo na sua orelha - sussurrou em seu ouvido. - E que não ama quando eu te beijo - deu um longo e intenso em Kathy.
- Amo - a mulher revelou. - Amo tudo isso e você - sorriram e iniciaram mais um beijo apaixonado.

deixou mais uma lágrima escorrer. Sentiu alguém passar os lábios em seu pescoço e estremeceu. Percebeu que James a encarava, mas continuou olhando para frente. Dez segundos depois, pensando que ele tinha desistido, o sentiu novamente, no mesmo lugar.
- Tem certeza que você não pode me ajudar? - Bourne continuou a distribuir carícias por todo o pescoço de .
A garota o fitou e os dois sustentaram o olhar por algum tempo.
- Não... - sentiu seu coração acelerar.
James deu um pequeno sorriso e aproximou seu rosto, encostando suas bocas em um selinho demorado. Segurou o rosto da menina de um lado só e contornou os lábios dela com sua língua. Ela o deixou aprofundar o beijo. Bourne deslizou sua mão até o pescoço de , enquanto a mesma não se decidia entre o peito ou a nuca dele. Ela rompeu o beijo à procura de oxigênio. Seus olhares se encontraram e ela riu sem graça. O vocalista colocou uma mecha de cabelo da garota atrás da orelha.
- Adoro te ver envergonhada - sorriu e a viu fazer o mesmo.
James alternava seus beijos entre pescoço, queixo e bochecha. se arrepiava a cada ato. Aproveitou um deles para puxá-lo, iniciando um na boca.
e Dougie voltaram e sentaram-se.
- Pequeno - ela o chamou. - Olha! - apontou.
- Bem que eu notei umas trocas de olharem entre eles - maliciou. Tentou trazer a namorada para si, para beijá-la, porém chamou a prima para conversar. Sussurrando, ela perguntava sobre tudo, mandando Poynter esperar a cada vez que ele tentava algo.
O filme acabou e os quatro dirigiam-se até a saída do shopping.
- Gostei de ver vocês dois juntos - o baixista confessou. - Formam um belo par.
e James sorriram.
- Bourne, será que você pode dar uma carona pra ? É que eu vou para a casa do Dougie agora... - pediu com um sorriso malicioso.
- Claro - afirmou e deu um beijo na bochecha de .
Despediram-se e cada casal tomou um caminho.

Poynter jogou a chave do carro em cima da mesinha e seguiu para o banheiro. Vieram todo o percurso em silêncio e achou estranha a atitude do garoto. O seguiu e encostou-se no batente da porta, o vendo tirar a roupa e ficar só de boxer. Aproximou-se e começou a dar leves beijos em suas costas, mas o menino se desvencilhou e foi para o quarto. A namorada bufou e o seguiu.
- O que você tem, Dougie? - cruzou os braços.
- Nada - respondeu indiferente.
- Nada? - questionou. - Fui te fazer um carinho e você saiu andando.
Alguns segundos depois.
- Quando eu quis o seu carinho, você não deu - falou baixinho, apenas para si.
- O quê? - quis saber.
- Eu disse que quando eu queria os seus beijos, você estava mais interessada na sua prima e no Bourne - deitou na cama.
Ela bufou.
- Não acredito que você está assim por isso - sentou ao lado dele.
- E ainda tive que assistir àquele filme idiota - fitou o teto.
riu.
- O filme não era idiota.
- Você viu? - a olhou.
- Erm... não - fitou as mãos.
- Então, pronto! - voltou a olhar para cima.
- Ah, Pequeno, me desculpe - deslizou sua mão pelo peitoral do rapaz.
- É que eu fiquei tão animada pelos dois - O garoto a olhou e a viu fazer bico. Sabia que não conseguiria dizer não.
- Promete que não vai mais me deixar de lado, assistindo um filme chato? - seus olhinhos brilhavam.
Ela deu uma leve gargalhada.
- Prometo! - passou uma perna por cima dele e Poynter ficou preso. Deu vários beijos na barriga do rapaz, assistindo-o se contrair. Subiu e chegou em seu pescoço. O garoto colocou suas mãos por baixo da blusa da namorada tirou-a por completo. Puxou para um beijo, enquanto a mesma passava suas unhas pelo corpo dele, fazendo-o gemer baixinho. Pegou-a pela cintura e a jogou contra a cama, ficando por cima dela. Os restos das roupas de foram parar longe, juntamente com a boxer de Dougie. Um tempo depois, o baixista caiu ofegante ao lado dela. A menina encostou sua cabeça no ombro dele, respirando profudamente. Poynter depositou um beijo na cabeça da menina, fazendo-a olhar para cima e lhe dar um selinho demorado.
- Te amo, minha Pequena - disse sorrindo.
- Te amo, meu Pequeno - o imitou e iniciaram um beijo. E outro, e outro, e começaram tudo de novo.

Na mesma noite.
- Cansei - desabou no sofá.
- Adorei nosso passeio - Carrie a imitou.
- Preciso de uma banheira com sais.
- Hum, com um potinho de morango e chocolate ao lado, que tal? - a cunhada complementou.
- Você é das minhas - riu.
Tom chegou na sala.
- Como foi o dia das minhas duas garotas? - beijou a testa de ambas.
e Carrie apontaram para sacolas, bolhas nos pés e rostos cansados, contando alguns fatos.
- Resumindo: perfeito! - a namorada abriu um sorriso.
Fletcher fez o mesmo e acentuou a covinha, feliz por as duas terem se dado tão bem.
- Sem querer abusar, tem como me levar para casa? - a irmã pediu. - Liguei para a mamãe, mas ela estava se arrumando para o amigo secreto da senhora McCain.
- É hoje? - o garoto questionou.
- Sim - ela olhou o relógio.
- Já deve ter começado.
- Dá tempo - pegou um casaco e as chaves do carro.
arqueou a sobrancelha.
- V-você vai participar? Cadê o presente? - a mais velha quis saber.
- Não. Vou lá, faço minha melhor cara de "bom menino" e ganho bengalinhas de açúcar - colocou sua proteção contra o frio e seguiu em direção à porta.
- Eu não acredito. E eu achando que ele tinha vinte e poucos anos - Carrie gargalhou e sairam.
No caminho, os irmãos contaram para algumas histórias engraçadas dos amigos secretos na residência da vizinha.
Chegando, Carrie desceu primeiro, se adiantando e tocando a campainha.
- Eu espero aqui - a mais velha falou.
- Por quê? - Tom questionou.
- Estou suada, cansada... - inventou desculpas.
Fletcher a olhou.
- Ok ok, estou com medo de conhecer sua mãe. Pronto, falei - cruzou os braços.
O menino gargalhou.
- Qual a graça? - fez bico.
- Eu te amo - a beijou. - Agora vamos porque ela já te viu.
- Hã? - arregalou os olhos e viu Debbie acenando na porta.
tremia e engolia seco. Sentiu a garganta fechar e torceu para sua pressão permanecer estável. Respirou fundo e caminhou de mãos dadas com Tom.
- Olá, querida - a sogra a abraçou.
- Oi - disse, se movimentando tanto quanto uma pedra.
Debbie os convidou para entrar e o filho bateu duas palmas.
- Garotas, essa é minha nora - pediu atenção e colocou à sua frente, a segurando pelos ombros.
"Garotas" onde?, a primogênita fitou as mulheres presentes. Tinha uma que poderia ser esposa do faraó Tutankamon. Após o pensamento, ela caiu na real e corou. Todas a olhavam, com ares de "que gracinha".
- Oi - repetiu e só se moveu porque perdeu o equilíbrio. Ela tropeçava parada.
Debbie contou rapidamente como e Fletcher se conheceram.
A menina sorria mecanicamente, desejando que aquilo acabasse logo.
- Posso roubá-la? - Tom apareceu, a puxando pelas mãos enquanto a mãe falava sobre a ida do filho ao Brasil.
- Que vergonha - a mais velha falou baixo, sentindo o rosto arder.
- Um presentinho por ter se comportado bem - ele brincou e mostrou uma bengala branca e vermelha.
- Hum, o famoso docinho - deu um pulinho.
- Já comi uns cinco.
- Nossa, o discurso da sua mãe durou tudo isso? - riu.
- Espere até eu te levar para almoçar com ela. Capaz de precisar pedir dispensa do trabalho - exagerou.
A namorada fingiu estar apavorada.
- Vou te levar para casa - ele falou.
- Agradeço - soltou o ar e deixou os ombros leves.
Tom e se despediram e Carrie aproveitou para ir embora também.
No caminho de volta, o trânsito e a neve fizeram pegar no sono.
- ... - Tom passou os dedos na bochecha da namorada.
- Hm?
- Chegamos.
A menina espreguiçou-se e abriu os olhos.
- Eu sonhei?
- Com...?
- Sua mãe, bengalinhas, senhoras e um bolo de frutas estranho em cima de uma mesa enfeitada.
Tom riu.
- Foi real - tirou dois docinhos do bolso do casaco.
franziu a testa, de olhos fechados.
- Quer entrar? - perguntou em seguida, voltando à feição normal.
- Preciso voltar. Deixei o Marvin trancado dentro do estúdio - sorriu fraco.
- Tudo bem - o beijou profundamente e desceu do veículo.
Abriu a porta e deu um último aceno.
Tom deu partida e foi para casa. Colocou as chaves na mesa e seguiu para o cômodo onde seu gato estava.
- Vem cá, garoto - o pegou e afagou seus pêlos.
Caminhou até a sala e ligou a televisão.
- Na terceira posição do nosso especial de videoclipes de Natal, McFLY! - anunciou o VJ de voz anasalada com sotaque britânico carregado.
Do Ya começou e Fletcher sorriu. Sentiu uma onda de arrepios percorrer seu corpo. Ele tinha alguém que diria "sim" às perguntas da canção. Marvin miou e sentou à sua frente. Tom o fitou, e observou a tela, e voltou a olhar seu gato.

havia tomado banho e estava de pantufa e pijama felpudo. Comendo uma barra de chocolate, sentou na cama e zapeou os canais. Sentiu uma vibração vinda de sua bolsa.
- Vinte e duas ligações perdidas e doze mensagens da minha irmã? - falou em voz alta.
Atende, tenho uma novidade, viu o primeiro torpedo.
É coisa boa, não vou pedir dinheiro, leu o segundo e seu celular apagou.
havia se divertido ao lado de Carrie o dia todo e esqueceu de olhar seu aparelho. Ao final da tarde, a bateria estava no fim e agora deu seu último suspiro.
Procurou o carregador na gaveta e o colocou na tomada. Fitou o relógio e viu que estava tarde.
- Amanhã eu retorno - disse para si, quase inaudível.
Desligou a luz do quarto e deixou a televisão iluminá-lo. Programou para que ela desligasse sozinha. Os olhos fechavam lentamente e respirava cada vez mais fundo.

- eu... - balançou a cabeça e tossiu. - , você... droga!
Fletcher ensaiava.
Suspirou e encaixou as chaves que ela lhe dera na fechadura. Entrou na ponta do pé.
- ? - falou baixo, duas vezes.
Subiu as escadas e viu a porta do quarto semi-aberta. Fitou encolhida embaixo das cobertas e um filme duvidoso na televisão.
Tom colocou Marvin em cima da cama e o gatinho foi em direção ao rosto da garota. Deu uma lambida e se mexeu. Ele miou. A primogênita abriu os olhos e gritou. O animal se arrepiou e, na tentativa de se defender, mostrou as garras. Sem reconhecer o pobre gato, puxou o edredom e Marvin caiu no chão. Tom pediu calma e a menina berrou.
- sou eu - tentou colocar ordem na situação.
Ela pôs uma mão no peito e outra na testa.
- Que susto! Eu estava dormindo - tremia. - É o Marvin?
- Era... - Fletcher brincou, pegando o gato e alisando seus pêlos.
- Ai, pobrezinho - foi em direção aos dois e deu um abraço no animal.
- Eu vim aqui te... - pausou.
- O que é isso? - ela questionou passando o dedo na coleira do animal. - Um anel? - acendeu a luz. - Meu Deus - emendou ao ver uma aliança. - Tom... - disse, sem terminar.
- Quer casar comigo? - contrariou tudo o que havia ensaiado.
ficou imóvel, olhando o objeto dourado.
- Como... como fez isso?
- Lembra aquele dia que estávamos enfeitando a árvore e peguei uma fita e enrolei no seu dedo? - a viu assentir. - Foi proposital - riu.
abriu a boca em um leve choque.
- Na manhã seguinte, fui a uma joalheria e encomendei. Inclusive, espero que sirva - tirou a aliança da coleira e o Marvin das mãos da namorada. - Ia te dar na noite de Natal, mas não há motivos para esperar tanto tempo.
Ficaram poucos segundos em silêncio.
- , você quer?
Um gemido saiu da caixa de som da televisão. Ambos olharam a tela.
- Ok, eu deveria saber que tipo de filme passa a essa hora e desligar o aparelho antes de ir dormir - riu sem graça.
jogou o controle na cama e fitou os olhos castanhos no garoto.
- Mais que tudo - respondeu e o beijou.
Tom partiu o beijo e colocou a aliança no dedo da menina.
- Queria ter feito uma música para esse momento - falou, apoiando sua testa na da noiva.
- Em certas horas, o silêncio basta - o observou.
Ficaram se olhando e sorrindo abobalhadamente.
- Eu te amo - sussurraram ao mesmo tempo e iniciaram em seguida um longo beijo.
Marvin notou que não teria atenção e foi comer o resto de chocolate que havia deixado no criado.

Na manhã seguinte.
- Eu te liguei um bilhão de vezes - iniciou o sermão.
- Bom dia para você também, maninha do meu coração.
A mais nova arqueou a sobrancelha.
- Você de bom humor? O que aconteceu?
- Conte sua novidade e depois conto a minha. Aposto que você vai ficar histérica.
- Du-vi-do! Você nem imagina o que tenho para te dizer.
- Ok, então falamos ao mesmo tempo.
- Fechado.
- No três. Um, dois, três...
- Estou noiva - comentaram dois milésimos de segundos de diferença.
- O quê? - juntas novamente.
- O Harry/Tom te pediu em casamento? - questionaram sincronizadamente.
- Erm, chega - a mais velha pediu. - Me conta isso.
estava eufórica, pelas duas. Relatou o ocorrido e ouviu a irmã fazer o mesmo.
- Igual quando começamos a namorar. Ambas no mesmo dia - lembrou.
- Mas fui pedida primeiro.
- Dã, e daí? Pelo menos a minha aliança não derrete com leite!
fez bico do outro lado da linha.
- Precisamos almoçar juntas.
- Concordo. Ao meio-dia, naquele restaurante italiano? - a primogênita sugeriu.
- Combinado.
- Leve sua rosquinha - gargalhou e desligaram.

Três dias depois.
- Eu não consigo acreditar que vocês vão se casar - fez cara de choro.
Estavam todos reunidos na casa de Danny.
- Nem eu - as irmãs disseram juntas e gargalharam
- Parabéns de novo - Jones falou, dando um pequeno sorriso. - Vocês - apontou para o casal Fletcher - e vocês - agora para os Judd's - ficam lindos juntos - e derramaram uma lágrima.
- Obrigada, Danny - a primogênita falou.
- É, obrigada, dude - Harry sorriu.
- Acho que seremos os próximos, Pequena - Dougie comentou.
- Tudo ao seu tempo, Pequeno, tudo ao seu tempo - deu três tapinhas na perna do garoto.
Poynter fez uma cara afetada, fazendo todos rirem.
- Cadê a ? - perguntou.
- Disse que tinha que lavar umas roupas e separar algumas coisas para usar nos próximos dias - respondeu.
- Para mim, ela foi se encontrar com o Bourne - Tom maliciou.
Conversavam sobre vários assuntos, de pizza à rainha da Inglaterra.
- Vou ao banheiro - Jones se levantou e sumiu pela porta.
Os amigos se entreolharam.
- Estamos conversando faz tempo e tudo o que ele disse foi "sim", "não" e "calabresa" - a noiva do baterista exagerou.
- O Jones está começando a me preocupar - Poynter disse olhandoolhou para a porta por onde o amigo havia sumido.
- A mim também - Fletcher concordou. - Acho que deveríamos falar com ele.
Os amigos concordaram. e roíam as unhas, batucava nas próprias pernas, Tom e Harry falavam sobre uma música nova para a banda, e Dougie estava impaciente, olhando para a porta toda hora. Todos esperavam Danny voltar.
O menino apareceu e parou ao receber tantos olhares.
- O quê? - perguntou confuso.
- Jones, pela contagem da , em todo esse tempo você só disse três palavras - Judd começou.
- Isso está começando a nos preocupar, cara - foi a vez do baixista.
- Estou bem - Danny disse se sentando.
- Todos nós podemos ver que você não está - falou.
- Queremos te ajudar - se pronunciou.
O garoto suspirou.
- Vocês não tem idéia de como está sendo difícil sem ela aqui comigo - desabafou com a voz baixa.
- Acredite, dá para perceber - Dougie avisou.
- Você teria duas opções - Harry falou. - Uma é esperá-la voltar, o que está fora de cogitação pelo que a própria disse - suspirou.
- E a segunda? - Jones perguntou.
- Esquecê-la, dude - viu o olhar desesperado do amigo.
- Nunca! - sentiu seus olhos marejarem. - Isso sim está fora de cogitação.
- Vocês estão a um continente de distância - falou, sentindo a agonia do amigo crescer dentro dela.
- Vocês estão vendo apenas o lado mais fácil - comentou. - Limitaram-se somente a duas - tentava procurar uma solução para o problema.
- É verdade - a noiva do baterista concordou. - Deve ter alguma saída. Aliás, tem que haver.
- Desculpem garotas, aparentemente não há - Fletcher finalizou.
Jones olhou para Dougie com um olhar de súplica.
- Encontraremos um jeito - disse. - Mas nos prometa que você irá se animar mais...
- Prometo - ele disse por fim.
Ficaram em silêncio por algum tempo. olhou para as pessoas em volta e se empolgou.
- Vamos a um pub - falou alegre. - Sair para se divertir...
- Estou dentro - e Dougie disseram ao mesmo tempo.
- Eu também - Tom concordou.
Harry e balançaram a cabeça postivamente.
- Danny? - a noiva do covinha perguntou, o fitando. O garoto direcionou seu olhar para Poynter, que balançou a cabeça.
- Erm, vou - deu um sorriso.
- Ok, então nos encontramos mais tarde no pub de sempre - falou e todos concordaram.
Despediram-se do dono das sardinhas e foram embora.

- Seis dias para o Natal - ergueu os braços e comemorou.
- Quero só ver o que vou ganhar de amigo secreto - falou.
- Falar nisso, Pequeno, você comprou o presente? - a namorada do baixista questionou.
- Já encomendei. Vou buscá-lo na véspera.
- Nossa, que mistério - Tom, abraçando a primogênita por trás, comentou.
Os amigos estavam dentro do pub, em uma mesa no canto.
- Cadê o Senhor Danny Jones? - olhou o relógio.
Alguns suspiraram e entortaram a boca.
- Melhor ligar? - quis saber.
- Vamos esperar. Pressioná-lo não vai adiantar em nada - a mais nova argumentou.
O restante concordou.

Fletch buzinou e Danny acenou da janela. Desligou a luz da sala, pegou alguns pertences e trancou a porta.
- Obrigada pela carona - o guitarrista abriu um sorriso, o maior desde que sua namorada havia partido.
- Eu poderia estar dormindo... - o empresário bocejou.
- E eu poderia estar no Brasil - piscou e colocou o cinto.
Partiram.

Quinze minutos se passaram desde que havia comentado do horário.
- Ele não vai vir - Judd bebeu um gole de sua bebida e pousou a mão na perna da noiva.
sacou seu celular.
- O que vai fazer? - a irmã perguntou.
- Lixar a unha - rolou os olhos. - O que diabos eu faria com um celular? Vou ligar para a casa do Jones. E não me venha com o papo de pressão. Acho que estamos bonzinhos demais.
- Talvez a tenha razão. Precisamos chacoalhá-lo - complementou.
deu de ombros e a mais velha discou.
- Está chamando - avisou e esperou. - Ninguém atende - fechou o flip do aparelho.
- Ele deve estar chegando - Dougie ficou contente.
Decidiram esperar.
- Vou dançar um pouco, me acompanham? - falou e Poynter, e toparam. Tom e Harry ficaram conversando sobre noivado, carros e Twitter. Retificando: Tom falou sobre Twitter.
- Adoro essa música - Dougie gritou e cantou junto com Lady Gaga, colocando a mão no joelho e rebolando. Os demais caíram na gargalhada.
- , você consegue ser mais homem do que o seu namorado - caçoou.
Continuaram na pista.
foi buscar água, os namorados dançavam colados e ficou ao lado; de olhos fechados, mexendo conforme o ritmo da música que começava.
- Que desperdício você dançar sozinha, gata - um bêbado chegou colocando as mãos na cintura da mais nova.
- O que é isso? - ela tentou se esquivar, chamando a atenção de e Dougie.
O homem passou a língua pelos lábios e sorriu maliciosamente.
chegou segurando uma garrafinha e parou ao ver a cena.
- Larga ela, seu animal - partiu para cima dele.
Uma rodinha se formou em volta.
- Faz algo, Dougie - o empurrou.
- E-eu? - assustou-se.
- HARRY! - o chamou.
- Larga de ser frouxo - a namorada o repreendeu e foi ajudar , que havia caído no chão, em cima do bêbado.
chutava o braço do rapaz enquanto a primogênita dava socos no peitoral dele.
- Briga! - um dos presentes gritou e mais pessoas se aproximaram.
Tom e Harry olharam a rodinha e se levantaram.
- As meninas estavam lá - Fletcher apontou e saiu correndo. O outro o acompanhou.
Ambos chegaram e passaram pelo aglomerado de gente. abraçou o noivo e contou o ocorrido, chorando.
Tom levantou e entrelaçou seus braços em volta do corpo dela.
- Calma - Judd pediu e colocou a noiva ao lado de . - Desgraçado - apontou para o homem sentado no chão e o ergueu pela blusa, dando um soco em seu nariz.
- Uhul, bem feito - a mais velha comemorou.
- Leve as duas para a mesa - Tom pediu para , se referindo às irmãs.
- Vamos, Dougie.
- M-mas... - o baixista foi puxado contra vontade e partiram para cima do rapaz.
Dois seguranças chegaram e separaram os briguentos.
- Delegacia? - chocou-se.
Os três garotos e o anônimo seguiram com a polícia. dirigiu o carro do noivo até o local da queixa.
Um tempo de explicação, algumas assinaturas e um café sem gosto depois, McFLY e acompanhantes foram dispensados.
- Você não deveria ter partido para cima dele - acariciou o rosto do baterista. - Meu herói - o beijou.
- A chutou o saco dele - Dougie riu.
- E você não fez porra nenhuma, né? - a primogênita negou com a cabeça.
- Poxa, te elogio e você fala isso? - o baixista fez bico.
Entraram no carro de Fletcher e foram buscar os automóveis de Poynter e Judd, deixados em frente ao pub.
- Gente, e o Danny? - lembrou.
- Será que ele está aí dentro? - a mais nova questionou.
- Ele teria nos ligados perguntando onde estávamos, não acham? - Harry falou o óbvio.
- Ou vai ver que foi nos procurar e encontrou alguma miss e "nhac" - fez barulho de mordida.
- Ou nem veio - Tom deu outra opção.
Ficaram se olhando.
- Não é mais fácil apelarmos para o celular? - disse.
- Ergh - riu e bateu na testa. - Eu ligo!
Discou e novamente ninguém atendeu.
- Caixa postal - ela avisou.
- Ok, ou ele está se atracando ou não veio. Estou exausta e quero ir embora - a caçula choramingou.
Os demais concordaram e seguiram cada casal para seu destino.

Acordaram perto do horário do almoço. Viram as notícias da noite passada em alguns tablóides e resolveram ignorar.
Tom iria com em um restaurante, e comeriam em casa, e Harry apelaram para comida congelada e Dougie esquentou um restante de pizza. Estavam de ressaca, apesar de nenhum ter ficado bêbado.
No meio da tarde, o baixista saiu para passear com seu cachorro. Na volta, tocou a campainha da residência de Danny. Esperou e Flea começou a cavar um buraco na grama. Ficou entretido com a arte do animal e não notou que havia passado algum tempo, sem resposta do dono do local. Apertou mais uma vez, deu três toques fortes na porta e chamou o amigo. Sacou o celular e ligou. Escutou o telefone tocar e ninguém antender. Saiu correndo com o cachorro atrás.
- Harry, Harry - berrou e espancou a porta.
- O que foi? - Judd apareceu de boxer e atrás, um pouco mais vestida.
- O Danny morreu!
- COMO? - os dois gritaram e sairam em disparada para a casa do guitarrista.
- Jones! - batiam, chamavam, apertavam a campainha e tentavam arrombar a peça de madeira.
tremia e chorava.

- Não acredito que você escreveu isso no Twitter - deu um tapa no ombro do noivo.
- Minhas fãs gostam de você - a beijou.
- Mas após lerem "pedi a mão dela em casamento", acho que será o contrário - sentou no colo dele.
- O Harry abandonou o dele, né? - a primogênita riu e viu o noivo assentir.
- Olha essa foto do Dougie - Tom gargalhou.
Clicaram em outros links e chegaram na página de Danny.
- Meu Deus - colocou a mão na boca e Fletcher não piscou os olhos.

- Vou ligar para a , vou ligar para a - repetia, tirando o celular das mãos de Dougie.
A mais nova discou.
- Alô?
- , o Jones morreu!
- O QUÊ? - ela se levantou e Tom assustou.
- Estamos em frente a casa dele. Já fizemos de tudo e ninguém antende a maldita porta.
- Ah, por isso? Achei que tivesse acontecido algo pelo caminho. Que susto!
- Como assim "por isso"? ele morreu.
- , leia o twitter.
- Como você consegue me falar disso agora com um fato tão...
- Ele não morreu, cacete - a mais velha disse brava.
- O que aconteceu então?

- Danny? - abriu a porta e sentiu pernas e braços perderem as forças.

- Brasil? - gritou e Dougie e Harry a olharam. - Ele foi para lá - ela falou para ambos.
- Ele deixou um tweet - o leu.
- Não acredito! Que safadinho - a mais nova abriu um sorriso.

continuava sem reação.
Jones jogou a mochila no chão e a agarrou pela cintura, a erguendo e iniciando um beijo apaixonado.
- Como? - ela questionou ao partirem o ato.
- Saudade, Fletch e passagem. Isso basta - ele lhe deu um selinho demorado.
- Estou tremendo - ela mostrou as mãos. - Não sei o que dizer nem o que fazer - riu tensa.
- Está feliz?
A garota o olhou chocada.
- Óbvio! - deu um beijo estalado em sua boca. - Só não esperava - sentiu os olhos marejarem. - Meu Deus, entra - apontou o caminho. - Todos saíram para compras de Natal.
Ele assentiu e novamente foi para perto dela.

e desligaram e a primogênita fitou o namorado.
- Que lindo o que o Jones fez - fingiu chorar de emoção.
- Meu pedido de casamento foi bem mais romântico - Fletcher fez bico.
- Ai, ciumento - o beijou. - Apesar de quase ter matado o Marvin, achei perfeito - riram.
- Como será que ele conseguiu tudo isso? - franziu a testa e entortou a boca.

- Vou pegar algo para bebermos - rodopiava perdida. - Me conta direito sobre essa vinda misteriosa. Fiquei curiosa!
- Ok - ele sentou em uma cadeira na cozinha.
Explicou que na manhã anterior, quando os amigos foram embora de sua casa, havia analisado as duas possibilidades que Harry sugeriu. Sentiu a cabeça doer e tentou buscar momentos alegres dos quais pudesse se apoiar. Pensou nos companheiros de banda e nas meninas. Novamente foi remetido à . Respirou fundo e tentou recordar das piadas que e contaram na primeira visita pós-partida da namorada. Conseguiu dar um sorriso. Continuou buscando na memória tudo o que havia sido dito.
- Aí lembrei da falando "nem que a gente tenha que ir para o Brasil buscá-la" - riu.
- Santa - a menina gargalhou e estendeu um copo para o guitarrista, puxando uma cadeira e sentando-se encostada nele. - Prossiga, prossiga - falou empolgada.
Danny riu e deu um selinho nela.
- Aí liguei para o Fletch...
- Coitado, sempre sobra para ele - continuou sorrindo.
- No começo ele me chamou de louco, mas insisti e ele cedeu.
- E como conseguiu passagens de última hora? Ainda mais nessa época do ano?
- Um milagre - ele acariciou a bochecha de . - Na verdade acho que tinha sobrando porque o horário era ruim mesmo - gargalhou.
- E o melhor, como descobriu onde eu morava? - ela arqueou a sobrancelha.
- Uma coisa de cada vez - beijou a pontinha do nariz da namorada. - Primeiro fiquei desesperado atrás da passagem.
- Você não, o Fletch - corrigiu.

- Não acredito. Fui ingênua! - abriu a boca.
- Por quê?
- O Danny me mandou uma mensagem no celular uma meia hora depois que fomos embora... ele me usou! - gargalhou.

- Depois pensei em como te achar - Danny continuou. Cogitei de ligar para a empresa onde você fez o curso, mas provavelmente eles não passariam o endereço.
- Segurança, claro - concordou.
- Lembrei do Adam me secando, não sei o porquê - fez uma cara de nojo engraçada. - Mas depois descobri...
- Oh, Deus te mandou uma mensagem subliminar - ela brincou.
- Exatamente. E eu enviei uma mensagem via celular mesmo para a , pedindo o telefone dele. Caramba, ela deve pensar que fiquei na seca após te perder e agora quero ter um caso com ele - gargalharam.
- Ela passou, você ligou para aquele filho da mãe que acabou de sair daqui e ele te deu todas as coordenadas, certo? - deu um tapinha na mesa, fingindo revolta.
Danny assentiu.
Passaram o resto do dia conversando e aproveitando o tempo perdido. Jones foi apresentado para a família de e dormiu no quarto de hóspedes, embora a namorada tenha o visitado durante a madrugada.

Capítulo 24 - Última parte do fim.

Véspera de Natal.
- ... aí eu pressionei o Fletch e ele me contou - Tom disse.
- Quem diria, a era o neurônio que o Danny precisava para pensar - comentou.
, Harry e Dougie caçoaram da situação.
- Estou trazendo os pratos, fiquem longe - brincou.
- Ainda bem que não é a - a mais nova apontou e ganhou o dedo do meio.
contava as pessoas.
- ... sete e oito. - A foi embora e agora nem o Danny temos mais - entortou a boca.
Ficaram em silêncio.
- Pelo menos eles estão juntos - Dougie comentou.
Assentiram.
- Ai, gente, é Natal, vamos nos animar - empolgou.
e Bourne foram arrumar os presentes embaixo da árvore e os demais continuaram suas tarefas.
- Vou olhar o peru - Tom disse.
- Acho que a gente vai precisar pedir pizza - a noiva brincou e ele mostrou a língua.
Dougie chegou perto da namorada e avisou.
- Vou lá em casa buscar o presente do amigo secreto.
- Pequeno, estou com medo - ela riu. - Tanto mistério...
- Um dia te darei um também - piscou, deu um beijo em sua bochecha e saiu.
Poynter pegou a grande caixa e caminhava desengonçado até a porta de Fletcher. Tentou abri-la mas não conseguiu.
- Quer ajuda? - uma menina disse.
Dougie arregalou os olhos. abriu a porta e mostrou o presente, não o que estava na caixa.
- G-gente - o baixista chamou e todos pararam para olhá-lo.
e Bourne levantaram-se, Tom chegou com uma colher de pau e vestindo um avental, deixou duas uvas cairem no chão, Harry e depositaram os talheres na mesa e quase derrubou um copo.
As sete pessoas presentes gritaram em uníssono e saíram correndo para abraçar e Danny.

- Quero uma explicação - Poynter disse com voz afetada fazendo todos rirem.
- Simples, fui para o Brasil e a convenci de voltar comigo - Danny estufou o peito.
- Queremos detalhes - pediu rindo.
- Ele apertou a campainha, eu abri a porta e fiz uma cara de espanto enquanto ele sorria - caçoou.
A noiva do baterista mandou a língua.
- Não tem muito o que contar - Jones avisou. - A convenci com um beijo.
- Danny! - o repreendeu rindo. - Não foi assim...
- Como foi então? - perguntou.
- Foram dois beijos - levantando dois dedos e todos riram.
- O importante é que ela voltou comigo - o guitarrista falou e roubou-lhe um selinho.
- Assim eu fico até "emocionada" - Tom fingiu que estava chorando.
- Já não chega o Dougie, agora meu noivo... - deu um tapa no braço do rapaz.
- Mas e o seu emprego, ? - quis saber.
- Hoje não queria falar sobre isso...
- Verdade, é dia de festa. Estou tão feliz - a primogênita bateu palminhas e gargalharam.
olhou no relógio e sorriu.
- Está na hora - levantou-se num pulo, assustando os demais.
- De quê? - Bourne questionou.
- De trocar os presentes, oras!
- Ai, o presente do meu amigo secreto - disse para as meninas, colocando a mão na testa.
- O que tem ele? - questionou.
Os demais faziam algazarra pela sala.
- Deixei no Brasil - entortou o lábio.
- O que houve? - chegava com um embrulho nas mãos e perguntou ao notar a cara de preocupada da amiga.
- Ela não tem presente para dar - a caçula se adiantou.
- Já sei - estalou os dedos.
As garotas a olharam.
- Toma - estendeu um dos pacotes. - Não, espera. Esse não pode - pegou de volta. - É esse - riu da confusão.
- Mas...
- Tenho certeza que vai servir e ele vai gostar - piscou. - Todos usam. O Jones fez moda no grupo - deu uma risada e foi de encontro ao noivo.
- Hum, se é algo a ver com o Danny, ou é cerveja, loira ou xadrez - a mais nova gargalhou e puxou as outras para o centro da sala.
Acomodaram-se.
- Eu começo - disse Jones animado. - Minha amiga secreta é linda...
- Todas aqui são, idiota - Judd deu um tapa no amigo.
- Continuando... ela é linda e namora um cara super chato - finalizou.
- Que fácil, é a - Poynter falou orgulhoso.
- Ei, eu não sou chato! - Tom se defendeu.
- Errou Dougie, é a - entregou um pacote para a caçula.
- Acerto minhas contas com você mais tarde, sardento - o baterista ameaçou e o amigo lhe mandou um beijo.
- Aoun, o Dougie me acha linda! - simulou uma rosnada sexy e eles riram, exceto Fletcher, que estava enciumado.
Enquanto isso, os demais estavam curiosos.
- O que você ganhou, ? - perguntou.
- Vamos ver - rasgou o embrulho. - Ganhei um... livro de piadas? - ouviu todos gargalharem.
- Gostou? - o guitarrista questionou com os olhos brilhando.
- Nossa Danny, eu... - fitou o livro em suas mãos. - Estou sem palavras!
Jones abriu um sorriso.
- O que diabos ela vai fazer com um livro de piadas? - cochichou com , e .
Ele tirou o livro das mãos da mais nova e abriu um uma página qualquer.
- Escutem isso - começou a ler. - O que é um pontinho rosa no palco?
- Ai, meu Deus. Danny já é retardado sem livro, imagina munido de um? - sussurrou para as amigas.
- O quê? - as garotas fingiram ânimo.
- O Pink Floyd - respondeu e gargalhou alto, fazendo , que estava ao seu lado, se assustar.
- Uau, dude, muito boa - Harry deu uma risada falsa.
- Continuo sem palavras - falou. - Bom, minha vez, certo?
- Salve a noite, - a namorada do baixista brincou.
- Ok , meu amigo secreto é gigante - fez mistério.
- O maior de nós quatro é o Harry - Tom falou.
- Mas o Jones tem a mão grande - Dougie brincou, recebendo um tapa do amigo.
- Gostou da mão grande nas suas costas?
Poynter mandou o dedo.
- Gente, concentração - estalou os dedos. - Exagerar é uma marca minha, segundo minha irmã.
- Rá, então é o Dougie! - apontou para o menino e gargalhou.
- Não entendi - fez bico.
- Se a exagera e ela disse que caiu com alguém gigante, só pode ser o seu Pequeno. Hã hã - a primogênita explicou.
- A acertou - a caçula abraçou Poynter e sussurrou "você pode ser baixinho mas tem um coração gigante". - Espero que goste - deu-lhe um beijo na bochecha e estendeu uma caixinha enfeitada com laço.
Abriu o presente e um sorriso enorme.
- Dude, eu amei - mostrou o cd do Blink 182 para os outros. - Era o que faltava para completar.
- Que sorte que você não comprou um que ele já tinha - Tom comentou.
- Obrigada, - abraçou a menina. - Foi o melhor presente que eu já ganhei.
- Ih, fiquei enciumada - brincou e ganhou um selinho do namorado.
- É uma edição limitada - mostrou um selo grudado no encarte. - Se não me engano, só quinze pessoas no mundo todo tem. E dessa vez, não é exagero da minha parte - riu.
- Pelo menos alguém ganhou algo que presta - falou e depois tampou a boca ao notar a cara de interrogação de Danny.
- Erm, Dougie, você é o próximo - salvou a amiga.
- Finalmente, o tão misterioso presente do Pequeno - Harry riu.
Poynter pegou a caixa.
- Minha amiga secreta caiu em um buraco... - falou.
- Que droga de pista é essa, Dougie? - Danny coçou a cabeça.
- Vou complementar, ok? - viu os amigos assentirem. - Minha amiga secreta caiu em um buraco enorme, fundo, do lado esquerdo...
Foi interrompido pela risada alta do baterista.
- Fletcher, ele está falando do buraco na sua bochecha - disse e todos começaram a rir, menos o guitarrista.
- ! - Danny adivinhou. - A é sua amiga secreta.
Dougie sorriu e entregou a caixa.
- Ai, que emoção - levantou-se saltitante e abraçou o baixista. - Nossa, que caixona - bateu palminhas e se ajoelhou de frente para o presente.
- Abre logo - e gritaram juntas.
- Calma! - a primogênita começou a desfazer o laço. - Ai, algo vibrou aqui dentro - falou e olhou para cima, encarando um Dougie sorridente.
- Que aflição - estalava os dedos.
- Tchanam - a mais velha retirou a fita de cetim vermelha. - Vamos lá - respirou fundo e abriu a tampa.
Um grito ecoou pelo local e caiu sentada para trás.
- UM BICHO!
As meninas berraram juntas e cada uma tentou se esconder onde pôde. foi a mais sortuda e se afundou no peito de Jones.
- Não acredito nisso - Tom gagalhou com os outros.
- Poynter, como você dá um lagarto para a menina? - Judd quis saber.
O baixista pegou o bicho de dentro da caixa.
- Mas o Pitoco é tão bonitinho - sorriu para o animal.
Os demais se entreolharam.
- Eu pergunto - Jones disse. - Pitoco?
- Foi o nome que eu dei para ele, mas se a quiser trocar, pode...
- O que eu fiz para merecer isso? - se levantou com a ajuda de Harry e Tom. Poynter a olhou.
- Erm, quer dizer. Ah, Dougie, quer dizer que eu tenho medo disso. Pronto, falei. Ele parece um dinossauro - estendeu o dedo e cutucou o animal. Arrepiou e fez cara de nojo.
- Até que ele é fofinho - chegou atrás.
- Ai, ele está me olhando - comentou.
- Ele é filhotinho - falou.
- Onde eu vou colocar isso? - a primogênita questionou.
- Se você tem medo, quem vai ficar com ele? - James que até então estava quieto, resolveu se meter.
- Se nenhuma das meninas quiserem, eu fico com o Pitoco - os olhos de Dougie brilhavam.
- Aí , você ganhou um filho - Jones brincou. - Pequeno Junior.
A garota colocou a mão na testa e riu.
- Se ferrou, Pequena - Judd falou e ela mostrou a língua.
- Caso resolvido - Tom finalizou. - Próximo presente.
- Bom, minha vez - foi para o centro da sala fitando o lagarto. - Dougie ele está me mostrando a língua - sentiu outro arrepio percorrer seu corpo e o baixista colocou Pitoco novamente na caixa, dessa vez deixou a tampa semi-aberta para que ele respirasse.
A primogênita recuperou o fôlego.
- Ele sou eu.
- Essa dica foi pior que a do Dougie - Tom comentou confuso.
- Também não entendi - Bourne fez cara de interrogação.
- "Ele sou eu" - Jones repetia a frase que a amiga acabara de dizer. - Hã?
- Outra dica, por favor? - o baixista pediu.
- Sou desastrada, demoro para entender certas coisas e adoro beijar e lamber o Tom - gargalhou na última parte.
- Já sei! - gritou. - Se seu amigo secreto é você, só pode ser o Danny. Ele é sua versão masculina, mana - sorriu triunfante.
- Palmas para a - a mais velha brincou e Danny foi abraçá-la, todo feliz. - Passamos por maus momentos nesse ano, mas graças a eles, nos tornamos mais amigos - falou baixo, para que somente Jones escutasse. O abraçou com força.
Danny abriu o embrulho sorrindo.
- E eu ganhei um... - retirou o que havia dentro do papel - ... uma meia? - levantou a sobrancelha imitando o baterista.
Os demais gargalhavam.
- Deixa eu ver isso, Jones - Fletcher arrancou o par da mão do amigo e parou de rir. Olhou para a namorada e deu um sorriso.
- Esse presente foi pior que o do Danny - Bourne comentou rindo, recebendo o dedo do guitarrista.
Tom lhe devolveu o presente.
- Poxa , você ainda me dá toda rabiscada? - olhou triste para o pano em sua mão.
rolou os olhos.
- Danny, querido... - rasgou o celofane azul que cobria as meias. - Olha direito o que está escrito.
O garoto tornou a fazê-lo.
- Bru-Bruce Springsteen? - alguns segundos depois, fitou . - Não entendi.
- Nossa, Jones! - Harry lhe deu um tapa.
- Por que você escreveu isso? - o guitarrista perguntou massageando o local.
- Por que ela escreveria isso, dude? - Poynter alfinetou.
Danny pensou um pouco e abriu um sorriso.
- Opa, nem demorou tanto dessa vez - Bourne brincou.
- Não acredito! - abraçou a garota com força, dando-lhe um beijo na bochecha.
- Ai, meu Deus, ainda bem que ele é gostoso, porque o cérebro... - brincou com as amigas.
- Gostou? - questionou e viu Jones abraçar o par de meias e sorrir feito criança.
- Como conseguiu isso? - a caçula quis saber.
- Simples... um colega de trabalho foi entrevistá-lo e aproveitei a oportunidade.
- Não era mais fácil dar um papel ao invés de meias? - perguntou.
- A graça está nisso - bateu na testa da outra. - Esqueceu que o Jones não as tirou quando dormiu com uma garota pela primeira vez?
Um coro de "aaah" ecoou pelo local e todos cairam na gargalhada.
- Ai, gente, depois o pobre Danny que é lerdo - a primogênita falou.
- Dude, tinha me esquecido desse episódio - Judd deu três leves palmadas nas costas do amigo.
- Me erra, Harry - falou rindo. - , vou pendurá-las na cabeceira da minha cama - beijou o presente.
- Tomara que sejam novas - Dougie comentou com Tom e riram.
- O melhor presente de todos os tempos! - puxou a amiga para mais um abraço apertado. - Obrigada, - sussurrou.
- Danny, sua vez - James alertou.
- Erm, o Jones saiu comigo - fitou o livro e entortou os lábios. - Quem ainda não foi?
Entreolharam-se.
- EU! - Judd gritou.
- Credo, dude, que desespero - Poynter brincou.
- Minha amiga secreta é lerdinha...
- ! - Jones gritou, assustando todo mundo.
- Dude, a já foi - James riu da cara que o guitarrista fez.
- Continuando... - Harry prosseguiu. - Lerdinha, dorminhoca... - mais uma vez foi interrompido.
- Minha! - o baixista disse.
- Sua? - Fletcher perguntou.
- Hã? - Danny ficou confuso.
- Minha namorada! - mandou um beijo para ela.
- Aoun, meu Pequeno sabe tudo sobre mim - piscou para o baixista e se levantou, dando um beijo no rosto de Judd. - Vejamos... é fino e leve - passou a mão pelo embrulho.
- Uma foto do Dougie nu - brincou.
- Eu escutei - fez cara de brava e ao rasgar o papel, arqueoou a sobrancelha. - U-uma foto sua, Harry?
- Sim, não gostou? - o baterista fez bico.
- Olha, tem até a assinatura dele - Tom apontou para o rabisco na foto.
- Cara, que exibido! - gargalhou. - Deixa eu ver...
- Uau, que sexy - falou baixinho.
- Verdade - comentou olhando por cima dos ombros da parente de .
- Hey, já tem dona, ouviram? - demonstrou ciúme.
- Ahn, mas... - a namorada de Dougie não sabia o que falar.
- Se você não quiser, não tem problema - esticou a mão para pegar a foto.
- Não sei o que é pior... - Fletcher comentou. - Um livro de piadas ou uma foto do Harry.
- A foto - James e Danny falaram ao mesmo tempo.
- Livro de piadas - Poynter disse rindo e todos o olharam. - Ai, o Judd é tão gostoso - fez voz afetada e arrancou gargalhadas dos amigos.
- Obrigada, Harry. Vou colocá-la no meu mural para apreciá-la. Com todo respeito, - sorriu sapeca.
- Não gostei dessa história - a mais nova retrucou.
- Ah, mana, não fica assim - a mais velha passou seu braço pelos ombros da outra. - Pensa, a não te oferece perigo nenhum. Já o Dougie...
- Capaz de lamber o mural todo santo dia - continuou a brincadeira.
Nossa, como vocês são engraçadas - Dougie riu ironicamente e puxou a namorada para junto dele.
- Você sabe que eu te amo, meu Pequeno - Harry fez um coração com as mãos.
- Seus gays! - James riu.
- Acho que tem alguém enciumado - Fletcher mandou um beijo para Bourne.
- ... - o baterista estendeu uma caixinha, chamando a atenção em meio às brincadeiras.
- O que é isso? - seus olhos brilharam e escutou "abre". Obedeceu.
- Aeee - , e gritaram.
- Ok, agora sim eu fiquei mordida de ciúmes - falou.
- Estava sem palavras e nesse momento também estou sem ar - ergueu um colar. - Coloca em mim, coloca em mim - pediu empolgada e Poynter o fez.
A garota agarrou Harry e repetiu pelo menos cinco vezes a frase "obrigada, eu amei", em meio a pulinhos e palmas.
- Eu sei como agradar uma mulher - ele disse orgulhoso.
- Idiota! - ouviu os meninos reclamarem.
- , agora é sua vez - Jones avisou.
- Ok, ok - sorria abobada.
- Ih, ela pegou a doença da - comentou. - Quando fica feliz repete as mesmas palavras - deu uma gargalhada.
- Boba - mostrou a língua. - Bom, meu amigo secreto foi mais lerdo que eu!
- Bom, só pode ser o Tom ou o Bourne - Dougie deu de ombros. - E convenhamos, os dois são lerdos.
- Cala a boca, Poynter - os dois mencionados falaram em sincronia.
- Mais uma pista, - Danny pediu.
- Acho que não precisa de pista. Se for lerdo da maneira que estou pensando, é o Tom - a mais nova falou com sabedoria.
- Coitado - passou a mão no rosto do noivo.
- Pensa... o James foi rápido para conquistar a . Já o Tom, demorou um bilhão de anos para desencalhar minha irmã - exagerou.
- Credo! - a mais velha chocou-se.
Em meio a risadas, assentiu e entregou um pacote grande para o dono da covinha.
- Sou demais mesmo - comemorou.
- Ah lá, já pegou a mania do Judd - riu.
- Apesar de ter me chamado de lerdo, eu te adoro, Pequena - abriu o pacote, revelando vários bonequinhos do filme "Back to the Future".
- Dude, você vai me emprestar para eu brincar com eles? - Dougie implorou sorrindo.
- Crianças... - Judd jogou uma almofada no baixista.
- , eu amei - seus olhos brilhavam. - A coleção completa!
- Agora o Fletcher vai mandar colocar alarme no quarto dele - Jones brincou.
- Deus, como eu amei isso - abraçou a amiga. - Obrigado mesmo.
- Que bonito, perdi meu noivo. Acho que vou namorar o lagarto - entortou os lábios e ganhou um selinho de Fletcher, que logo voltou sua atenção aos bonecos.
- Próximo! - berrou.
- Sou eu - Tom disse. - Minha amiga secreta gosta de manchas.
- Nossa, dude, não precisava dizer que minhas sardinhas são manchas - Danny emburrou.
- Uau! - Dougie disse assustado.
- O quê? - Judd perguntou.
- O Danny pensou - respondeu e começou a rir.
- Verdade cara, você associou manchas com sardas - James constatou e o guitarrista sorriu vitorioso.
Todos riram e Fletcher entregou a caixa para .
- Que pesado! Não é outro Pitoco não, né? - caçoou e rasgou apressada o papel. - Que tudo! - berrou.
- Troca comigo? - pediu fazendo bico.
- Que mané trocar... eu amei, Tom - deu um beijo em sua covinha.
A garota havia ganhado a coleção completa de "Friends".
- Teremos o que fazer nos dias que eles forem gravar os cds - comentou.
pensou na volta ao Brasil, respirou fundo e resolveu não estragar a felicidade das meninas. Sorriu, engolindo seco.
- Agora sou eu, certo? - bateu uma palma. - Posso fazer uma mímica?
- Faça - Tom permitiu.
- Só não faça algo complicado, porque o Jones não consegue acompanhar - Harry brincou e levou um peteleco do amigo.
ergueu as mãos, simulando que arranhava algo. As colocou no joelho e deu uma abaixada.
- Harry! - todas as garotas falaram juntas, caindo na risada. Os meninos se entreolharam assustados.
- Não entendemos - Dougie disse.
- Eu não faço esses movimentos... estranhos - Judd falou fazendo gestos.
- Dude, que dancinha é essa? - Jones perguntou rindo.
- Aposto que você vai fazer a te ensinar mais tarde - Bourne comentou e riram. O amigo lhe mandou o dedo.
As garotas se entreolharam, ainda gargalhando.
- Como não, Harry? - retrucou. - Você é praticamente um frequentador ativo de baile funk - riu alto.
Percebendo que uma discussão iria se iniciar, interrompeu.
- Seu presente, vem cá me dar um abraço - sorriu. - Espero que goste, do que eu nem sei o que é - falou o último trecho em voz baixa.
Harry agradeceu lhe dando um beijo no rosto.
- Se não gostar, você pode colocar a culpa na - Tom disse e a noiva lhe deu um tapinha.
- Não te conto mais nada - sussurrou a primogênita para o dono da covinha.
O baterista riu sem entender e abriu o pacote.
- Dude, que linda - mostrou a camisa xadrez para os amigos. - Ainda não tinha com essas cores.
- Amor, você vai me emprestar, não vai? - Danny questionou com voz afetada e os demais gargalharam.
- Claro que sim, paixão - enviou um beijo para Jones.
- Ai, quanta bichisse - Poynter colocou a mão na testa e riram.
- , amei a camisa - a abraçou novamente. - Obrigada.
- De nada, Judd. Comprei com muito amor - lançou um olhar para e piscou.
- Bom, sobraram... e Bourne - constatou.
- Aoun, que lindo. Se eu não confiasse na , até acharia que ela havia forjado o resultado - a primogênita abafou uma risada.
- Quem começa? - , sem graça, perguntou.
- Como a gente já sabe quem caiu com quem, que entreguem os presentes juntos! - a mais nova disse.
- Por mim... - deu de ombros e se aproximou de James. - Feliz Natal - deu um selinho tímido no rapaz.
- Feliz Natal - sorriu, lhe entregando o embrulho.
Os abriram sob os olhares curiosos dos amigos.
- Vejam, uma foto com todos nós - Tom apontou para o que James havia ganhado.
O vocalista do Son of Dork fitou e sorriu sapeca.
- Espera aí - arqueou a sobrancelha. - Deixa eu ver - pegou os dois presentes e caiu na risada. - Vocês se deram um porta-retrato com a mesma foto.
Os demais se aproximaram e gargalharam.
- Que amigo secreto mais furado - a caçula falou.
- É nada, eu amei meu colar - colocou suas mãos no acessório que usava.
- Eu também gostei do meu - abraçou seu box.
- Bom, eu até fui com a cara do Pitoco - olhou a caixa grande no canto da sala. - Mas só quando ele está longe de mim - riu.
Comentaram sobre a troca de presentes até que Tom foi verificar novamente o seu peru. As meninas sentaram nos sofás e os demais garotos se reuniram ao lado da árvore de Natal.
- Você pode distraí-las? - Jones quis saber.
- Claro, finjo que vou pegar algo no carro - Bourne falou.
- Quinze minutos - Dougie pediu.
- Fechado - James sorriu e dispersaram-se.
- Meninas, preciso de uma grande ajuda.
Todas o fitaram e o cantor ficou vermelho.
- Erm, lá fora...
- James ficou com "vergoinha" - brincou e se levantou. As outras a seguiram.
- Tom - Harry gritou. - Vamos, não temos muito tempo.

Do lado de fora, Bourne inventava desculpas esfarrapadas.
- Mas já não pegamos essa caixa? - questionou.
- Aliás, acho que você é forte o suficiente para levá-la sozinho - entortou os lábios.
- Na verdade... eu estou tão triste - ele falou.
- O que houve? - colocou a mão em seu ombro.
- Eu... eu... - buscava algum motivo. - Eu não consigo mais escrever músicas - fingiu que chorava e o coração mole das meninas foi afetado.
- Ai, não fica assim, vai ver é uma fase. Você tem composições ótimas - a primogênita o consolou.
E assim, Bourne garantiu mais alguns minutos.
- Aqui está muito frio. Vamos entrar e ler o livro de piadas que a ganhou - caçoou.
- Aí ele só vai piorar, né? - continuou a brincadeira.
Os seis entraram e deram de topa com os quatro integrantes do McFLY, cada qual munido de seu instrumento, no meio da sala.
As garotas estavam com diversas expressões: e chocadas; sorria; e , séria.
- Seu idiota - a mais nova olhou para Bourne. - Você nos fez ouvir toda aquela história para eles conseguirem tempo?
O garoto concordou. levantou os braços e James se encolheu, mas se surpreendeu quando a garota lhe abraçou.
- Cara, que lindo! - ela falou.
Fletcher as chamou.
- Temos trabalhado em uma nova música, espero que gostem.
- Aliás, ela foi feita para vocês - Jones completou.
Sincronizadamente as garotas bateram palminhas, parecendo quatro foquinhas.
Danny estalou os dedos e elas puderam ouvir Tom começar a cantar.

You don't have to have money
To make it in this world
You don't have to be skinny baby
If you wanna be my girl...


balançava a cabeça conforme o ritmo, enquanto as outras estalavam os dedos junto a Fletcher.

Oh you just got to be happy
But sometimes that's hard
So just remember to smile, smile, smile
And that's a good enough start...


, que estava abraçada a James, comentou baixinho.
- Eles são tão fofos.
O garoto riu.
- Que tal nós irmos lá para fora? - sorriu malicioso.
- Acho uma ótima idéia - deu-lhe um selinho.
- Aliás, vou fazer uma música para você - Bourne avisou, puxando a menina.
- Vai?
- Aham, também quero ser chamado de fofo.
gargalhou.
- Você não precisa escrever uma canção para ouvir isso.

So if you ain't good looking
Don't you let it get you down
And if your love life ain't cooking baby
There will be more fish around...


Danny agora cantava fazendo caretas.
Mais alguns versos e encerarram.
Todas as noivas e namoradas correram em direção aos seus respectivos amores.
- Uau! - disse, dando um selinho em Dougie.
- Isso foi demais - completou.
- Maravilhosa - abraçou Danny.
- Ok, estou sem palavras - recebeu um beijo na bochecha de Tom.
- Gostaram mesmo? - Harry perguntou sorrindo.
- Amamos! - as quatro falaram juntas e gargalharam.
não aguentou e puxou Tom para um beijo de cinema.
Harry decidiu copiar e fez igual com a namorada.
e Danny deram de ombros, e começaram o mesmo ato.
- Não vou sobrar de jeito nenhum - Dougie resmungou antes de empurrar a namorada até a parede e a beijar.
Minutos depois, cada casa casal estava jogado em canto da sala. Ouviram um click.
- MEU PERU! - Tom se separou da noiva e correu até a cozinha.
Os demais riram e seguiram o amigo.

- Estou doida para comer o seu peru, Tom - falou, se servindo.
- Só quem pode isso é a - comentou e todos riram com o trocadilho.
Em meio às brincadeiras, as cinco brasileiras e o quinteto britânico brindaram, provando que a amizade e o amor, vencem sempre.

Epílogo

Viraram à direita e percorreram um longo corredor.
- Por aqui! – indicou uma porta com o aviso “Maternidade” pintado de azul. Agradeceram a enfermeira que indicou o corredor.
- Número. Precisamos de número – exclamou. - Aiii, meu pé! - resmungou. – Porra, Danny, olha por onde anda...
Uma onda ansiedade percorreu seus corpos.
- Vamos por aqui - falou.
- Achei o quarto - apontou.
Abriram a porta.
- ?! - as meninas gritaram.
- Quietas! - falou uma voz masculina, em inglês britânico, seguida por um “shiu”.
- Socorrooo! – pediu paras as amigas.
sentiu uma mão encostar em suas costas e Tom empurrá-la.
- Também quero ver - o dono da covinha disse.
Os amigos se aproximaram da cama.
- A boca, os cabelos, enfim, tudo é do pai - falou.
- E o branco dos olhos puxou à mãe - Jones finalizou.
sorriu tensa.
- Ele é muito pequenininho - a mamãe de primeira viagem disse.
- Também, olha de quem ele é filho - disse e Dougie se mostrou inconformado com o comentário.
- Dude, meu filho é lindo - Poynter desabafou, segurando a mãozinha da criança.
- Você não disse isso do nosso filho, Dougie Poynter - Harry fingiu choro.
- É por que ele é parecido com você, amor - o baixista deu um sorriso sapeca.
Riram baixo.
- Ele está acordando - se derreteu. - Que bom ter dado tudo certo e eu ter conseguido me mudar para cá para presenciar esse momento - deixou uma lágrima escapar.
Os amigos suspiraram.
- E de pensar que isso tudo começou quando resolvemos comprar ingressos de cambistas... - lembrou, ganhando de seu namorado um beijo no topo da cabeça.
- O que me rendeu um machucado... - falou e sentiu os dedos de Tom caminharem pela inotável cicatriz em sua barriga. Sorriram um para o outro.
- E diga-se de passagem, muita correria... - fitou o baixista e ganhou um beijo na testa.
- Não podemos esquecer das crises de choro - apontou para o rosto vermelho e molhado.
Os meninos se fitaram.
- Uma história com pouco sangue... - Tom falou.
- ...muito suor... - Dougie complementou.
- ... e algumas lágrimas - Harry disse.
Ficaram em silêncio e unidos, olhando o novo integrante que acabara de chegar para a turma.
- Mas agora, - Danny fungou - as lágrimas são de alegria.

FIM.



Nota das autoras:
"The time has come to say goodbye..."

Agradecendo em conjunto:
- Nana, Amanda e Paty Papa, nossas queridas amigas que emprestaram seus lindos nomes para que alguns meninos não ficassem chupando o dedo na fic.
- Izzy, que betou dezessete capítulos dessa fic.
- Todas as meninas que fizeram com que o nosso sorriso aumentasse a cada atualização: amamos todos os comentários fofíssimos.

Agradecimento Flá (Orkut + Twitter ):
A pessoa que eu mais quero agradecer é a Line (ou Strongs, como ela preferir hahaha), que fez com que eu desse uns amassos com o pequeno Dougie Poynter... pelo menos em fic, né? hahaha. Mas eu ainda vou dar o troco pela velinha me atrapalhando com sua pomada mágica. Well, anyway...
- Obrigada por cada idéia, que foram muitas!
- Pela paciência com as minhas enrolações ahuahauha
- Por cada risada que você me fez dar durante todo esse tempo... e que foram MUITAS, pode ter certeza.
Próxima parada: Bourne's wedding *-*
Por mais diferente que os finais sejam..."...everybody knows the end..."

Agradecimento Line (Twitter ):
Flávinha, vulgo Strongs,
A idéia começou como uma brincadeira, foi tomando forma e não é que escrevemos uma fic? Diga-se de passagem, com muito sangue, suor, lágrimas e azar hahaha.
Agradeço por todas as cenas apaixonantes do Tom com minha personagem e desculpa pela velhinha te atrapalhando, mas te compensei com o Bigodinho te agarrando, não é? :x hahahahah
Te adoro! E let's go para o casamento do Bourne :)
E tenho função dupla nessa budega, sou a beta (à partir do capítulo 18). Encontrou algum erro de português ou HTML? Puxe minha orelha através do e-mail.

"I'm dying to thank you all"

Propagandinha básica: Almost Crashed The Wedding

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