História por B.F. | Revisão por Gabriella


(Música: Lost In Stereo, All Time Low)


Lost in stereo, lost in stereo
Perdido em estéreo, perdido em estéreo
Lost in stereo, lost in stereo
Perdido em estéreo, perdido em estéreo


Eu estava me sentindo o babaca de sempre.
Tinha dezoito anos, acabara a escola há pouco tempo e me deitava com uma mulher diferente por noite. No entanto, estava me sentindo um virgem no colegial.
E, bem, eu costumava transar com uma mulher por noite... Até vê-la pela primeira vez. E isso havia sido há pelo menos três meses. Agora, se uma mulher aparecia na minha cama por semana, já era muita coisa. Culpa dela. .
Vamos às apresentações. Meu nome é , prazer. Há sete meses, quando acabei a escola, pedi um carro novo pro meu pai. Sabe, ele é rico. Riquíssimo. E viúvo. Ele podia muito bem ter estalado os dedos e me arrumado um carro. Mas não, ele fez algo horrível.
Mandou eu me virar.
Ok, não foi assim. Ele disse que se eu quisesse um carro, teria que aceitar um estágio na empresa dele. Ou isso, ou me virar.
Pois bem, aqui estou eu, me virando. Trabalhando como um condenado, toda noite, de 8 PM às 2 AM, pra juntar um mísero dinheiro para um carro. Como entregador de pizza. Porque eu aceito a morte, menos um trabalho na empresa do meu pai. Tudo por um carro. E não qualquer carro, tem que ser o carro. Mas isso não vem ao caso.
Então, quatro meses depois, a pizzaria recebeu uma ligação de uma gravadora famosa aqui na Inglaterra – que eu nem sei o nome. Então lá fui eu em mais uma jornada cansativa. Eu já estava trabalhando há quatro meses, quase desistindo... Mas ela me fez voltar atrás.
Estava na recepção da gravadora, quando cheguei. Nunca vou me esquecer daquele dia.
Ouvia uma música conhecida, quando a vi pela primeira vez.
Blusão quadriculado com mangas dobradas e aberto, deixando à mostra uma regata branca, shortinho boyfriend jeans que deixava as coxas bem definidas à mostra e um All Star preto surrado. Seu cabelo preto, com mechas rosas (ou rosa com mechas pretas, não deu pra ver bem na hora), estava preso em um coque frouxo, com vários fios caindo por sobre os olhos e seu rosto... Aquele rosto. O cabelo preso deixava mostrava uma tatuagem com alguma frase que eu não consegui ler, na nuca.
Quando virou pra mim, vi mais uma tatuagem na parte do quadril, mas não deu para distinguir o que era por estar parcialmente coberto, e percebi de onde vinha o som.
Estava com fones no ouvido. Apesar disso, a música estava alta o bastante pra que qualquer pessoa que passasse pudesse ouvir. E eu reconheci Don’t Go Away, do Oasis. Acho que foi nesse momento que me apaixonei.
- Bom dia? – ela disse hesitante, ao perceber que eu estava parado há um tempo, sem reação. Ainda fiquei parado, observando seu sorriso, e balancei a cabeça quando ela franziu a testa.
- Pizza. Alguém pediu uma pizza. – falei rápido e apontei afobadamente para a caixa em minhas mãos. Ela abriu ainda mais o sorriso, e minha vontade de sorrir com ela foi quase inevitável. Quase. A minha sorte é que sempre fui um bom ator.
- Fui eu! – exclamou animada. – Eu já estava achando que não iria chegar. Estou faminta!
- Você vai comer uma pizza grande sozinha? – perguntei arqueando uma sobrancelha e sorrindo de lado. Ela arqueou a dela, e tenho certeza que ficou mais sexy do que eu.
- Qual o problema? Pra que comer uma salada sem graça quando se pode comer uma pizza gigante? –perguntou e fez uma careta. – Não sou do tipo saudável. Quanto eu te devo?
E ali, sem nem mesmo saber o seu nome... Ela havia me deixado sem palavras. Era exatamente o tipo de garota que eu sempre quis. Bonita, simpática, não era fresca, despojada, gostava de Oasis... E ainda por cima, trabalhava numa gravadora de rock!
- Ahn, moço? – perguntou, me fazendo despertar de meus devaneios.
- . Pode me chamar de . – ela sorriu.
- Ok, . Quanto eu te devo? – perguntou outra vez, rindo.
- Não me deve nada, se me der seu telefone. –respondi brincando. Ela revirou os olhos, rindo e pegando a carteira. – São treze libras.
Então eu fiquei surpreso quando, junto com as treze libras, recebi um cartão com uma letra delicada, onde estava escrito “ ” e o seu número.
Fui embora com um sorriso idiota no rosto, me sentindo o filho da puta mais sortudo do mundo. Mas é claro que nem tive coragem de ligar.
Tudo bem, vou falar a verdade. Eu perdi o cartão.
Não precisa xingar, eu sei que sou o maior babaca da face da Terra. Fiquei com medo de voltar lá e lhe falar a verdade e ela não querer me dar o telefone de novo porque fui um babaca por perder da primeira vez. Olha, ela tinha uma presença forte.
Eu fiquei com medo de ela me odiar e me meter a porrada, falo mesmo.
Não que eu vá admitir em voz alta pra algum amigo meu.
Mas isso não vem ao caso.
O fato é que, sem telefone, sem ligação. E entre não ligar e ela me odiar, fico com a primeira opção.
E aí eu virei um maníaco. Ok, não um maníaco... Não exatamente.
Todos os dias, antes do trabalho, eu passo na gravadora, e fico na calçada, só olhando para a recepção. Sinto que se ficar sem vê-la por um dia que seja... É um dia perdido.
Eu deixo me chamar de gay. Numa boa.
E então, não me pergunte como, mas descobri coisas sobre ela, nesses três meses que eu tenho a observado.
Ela sempre está com o iPod no ouvido. Ouvindo suas bandas preferidas, na maioria das vezes Oasis, U2, The Beatles, All Time Low ou The Maine. Além das duas tatuagens que eu vi, tem mais uma, no pé. Gosta de ler, e pelo que vi, gosta de Harry Potter. E de dançar. Pelo menos foi o que pareceu, uma vez que a vi rebolando ao som de alguma banda de rock.
A única coisa que eu realmente quero descobrir e provavelmente nunca irei saber, é o sabor dela. A textura. A sensação do seu corpo no meu.
Nunca vou confirmar se ela ficaria tão linda na minha cama quanto fica nos meus sonhos.
Com esse pensamento, joguei a cabeça pra trás e bati de leve no poste, olhando-a sair da gravadora e tirando a chave do seu carro da bolsa.
Ah, esqueci de mencionar que ela tem um carro. E não é qualquer carro. É um New Beetle rosa berrante, da cor de seus cabelos.
Porque ela tem um emprego legal e dinheiro pra comprar um carro foda.
Coisa que todos sabemos que eu – mesmo tendo um pai quase tão rico quanto a família real – não tenho.
Tentei me esconder atrás de um arbusto quando ela passou com o carro e novamente estava me sentindo um babaca. Me responde, dá pra eu não me sentir assim?
Olhei pro relógio, hora de entrar no batente. O que não fazer por um carro?

She works for the weekend
Ela trabalha nos fim-de-semana,
Mix tape of her favorite bands
Ouvindo a mixtape de suas bandas favoritas,
Tearing up the radio
Com volume alto,
Lost in the stereo sound
Perdida no som estéreo



Olhei para o relógio pela quinquagésima vez na noite. Tinha acabado de fazer uma entrega, perto de um pub. Pleno sábado à noite, eu não estava em um pub me divertindo.
Bufei, revirando os olhos pra longe da moto e vendo um New Beetle rosa.
Meu coração congelou com a minha sorte.
Olhei mais uma vez pro relógio. Que mal faria entrar e ficar alguns minutos? E além do mais, era só para conferir... Existem vários New Beetles rosas pelo mundo, certo? Era só conferir...
Dei uma olhada rápida em minha roupa. Nunca fora mal vestido para trabalhar. Poderia ir a qualquer lugar assim. Até em um casamento. Ok, talvez não em um casamento.
De qualquer forma, encostei a moto e entrei no pub.
Tocava Britney Spears e a pista estava cheia. O pub todo estava, mas a pista em especial era o lugar mais cheio. Ao ouvir a voz da mulher cantando, eu soube que se ela estivesse ali, não estaria na pista. Ela não era do tipo que gostava da princesinha do pop.
Graças a Deus.
E foi olhando para o bar que encontrei aquela mistura de preto e rosa que tanto gostei.
Olhei para o relógio.
E que se fodesse o carro. Eu tinha coisas mais importantes pra fazer. Só não sabia como.
Com um estalo na cabeça, soube exatamente o que fazer.
Sentei-me alguns bancos longe dela, que virou pra mim, percebendo minha presença. Encarou-me por segundos antes de revirar os olhos e voltar a atenção para o copo à sua frente. Das duas uma: ou ela demorou a me reconhecer, ou me reconheceu de cara e está puta comigo.
Claro que eu vou chutar na primeira opção.
Fiz a maior cara de tristeza que consegui e esperei que ela me olhasse de novo. Após pedir uma cerveja.
Meu plano foi por água abaixo assim que percebi que ela estava mais triste que eu.
Largou o copo e se levantou. Contrariada, perguntou:
- Quantos anos você tem? – pisquei atônito com a pergunta repentina.
- Dezoito... Por quê? – ela bufou.
- Tá explicado. – disse e começou a se afastar. Fui até ela e a puxei pelo braço. – Você tá me machucando. – disse, fria.
- O que quer dizer com isso? – perguntei no mesmo tom, sem soltá-la. Ela revirou os olhos.

She's trouble in a tank top
Ela é um problema no tanque topo
Pretty little time bomb
Muito pouco tempo bomba
Blowing up
Explodindo
Take you down
Levá-lo para baixo
Living in the radio
Vivendo na rádio
Lost in the stereo sound
Perdida no som estéreo

- Lição número um, garotão: nunca se meta com ninguém imaturo demais. – disse e eu entendi tudo. Arregalei os olhos.
- Quantos anos você tem?
- Vinte e seis. Agora me solta, some da minha vida e vai viver a tua. – respondeu e puxou o braço com força pra se soltar no momento em que começou a tocar uma música de rock.
Pode me chamar de doente, mas aquilo me excitou. E muito.
A mulher mais velha que eu levei pra cama era no máximo três anos mais velha que eu. era oito.
Com aquela aparência tão “sou assim e foda-se a sociedade” ela parecia no máximo um ou dois anos mais velha. Sem contar que eu sou bem mais alto. Sorri e puxei seu braço.
- Você ficou assim porque eu não te liguei? – ela abriu a boca pra falar, mas as palavras não saíram. Sorri de novo. – Eu guardei o cartão no bolso, mas ele caiu enquanto eu estava na moto. – ela fechou a boca e engoliu em seco. Mas tinha uma resposta na ponta da língua.
- Você sabe onde eu trabalho. – se soltou de novo e foi pra pista. Era verdade. Eu sabia. Tanto que ia lá todo dia.
Mas isso, definitivamente, era algo que ela não precisava saber.
Voltei para o bar e a fiquei observando. A pista ainda estava cheia, mas era como se só ela estivesse lá. Pelo menos, meus olhos só tinham espaço pra ela.
E dançou. Os cabelos sacudindo de um lado para o outro, esfregando as mãos pelos lados do corpo e rebolando no ritmo da música. E era pra mim, só pra mim. Tive certeza quando ela me lançou um olhar provocante, como se me desafiasse a ir até ela.
Virou as costas em seguida, ainda dançando. Eu continuei bebendo. Já sentia minha calça ficar apertada, desconfortável... Eu a queria tanto! Ela não parou de dançar. Estava fora de controle, já não ligava para os olhares pervertidos em cima dela. Tão linda...
Perdida no som.

She's dancing alone
Ela está dançando sozinha
I'm ready to go
Estou pronto pra atacar,
But she's so
Mas ela está tão
(Lost in stereo, lost in stereo)
(Perdida no som, perdida no som)
She's out of control
Ela está fora de controle,
So beautiful
Tão linda
(Lost in stereo, lost in stereo)
(Perdida no som, perdida no som)
And I've been
E eu tenho
Waiting for so long
Esperado por tanto tempo,
But she'll never know
Mas ela nunca irá saber
I'm losing hope
Estou perdendo esperança
'Cause she's so
Porque ela está tão
(Lost in stereo, lost in stereo)
(Perdida no som, perdida no som)

Lost in stereo, lost in stereo
Perdido em estéreo, perdido em estéreo



Me levantei antes de pensar no que estava fazendo e fui até ela. Puxei seu corpo pelos quadris, pressionei nossos corpos um contra o outro e a senti estremecer ao sentir minha excitação bem evidente.
Joguei o seu cabelo para um lado e dei leves beijos e chupões pela área exposta. E ali, na pouca luz, consegui ler o que estava escrito em sua nuca.
Sex in stereo”.
E é claro que isso me excitou mais ainda.
Ela levou uma de suas mãos até meus cabelos e botou a outra por cima da minha que estava em sua barriga. Começamos a balançar no ritmo da música, ouvindo os gemidos baixos que escaparam da boca dela ao sentir o atrito dos nossos corpos.
Minha mão desceu até a sua coxa interna, perto o bastante de sua intimidade para fazê-la arfar, olhei ao nosso redor só para ter certeza que ninguém se importava com a nossa presença. Ri baixo quando percebi que nem ao menos chegamos a fazer o que eu tinha vontade desde que botei meus olhos nela.
Afastei a mão de sua perna e a puxei pelo braço para que ficasse de frente pra mim.
- Nunca mais me peça para sair da sua vida. – pedi, a olhando nos olhos, sem sorrir. – Porque eu não consigo. Por mais que fique longe de você, eu sei que ainda estou aí. – apontei para sua cabeça. – E você... – hesitei. – Você ainda tá aqui.
Ela ofegou ao ver que não apontei para minha cabeça e sim para o meu coração. E sem deixá-la falar nada, encostei nossos lábios. Embrenhei os dedos de uma das mãos nos seus cabelos e com a outra, comprimi nossos corpos. Ela deu a passagem para que as nossas línguas se encontrassem pela primeira vez.
Eu não queria parar aquilo nunca. E não teria parado, se não tivesse sentido sua mão apertando minha ereção. Soltei o ar pesadamente, separando o beijo e jogando a cabeça pra trás com os olhos fechados. Ela enfiou a mão por dentro da boxer que eu usava e começou a me masturbar lentamente. Minhas mãos foram automaticamente até sua bunda e eu a apertei com força, um gemido escapando pela minha boca, quando estava prestes a pedir pra ela ir mais rápido.
Um surto de realidade me atingiu e eu olhei em volta. Por sorte, ninguém havia notado a nossa movimentação suspeita.
- Para! – pedi baixo, sem vontade nenhuma. Ela tirou rapidamente a mão da minha calça.
- Parece que alguém aqui está animado... – ela falou divertida.
- Como se você não estivesse. – resmunguei contrariado. Ela sorriu docemente.
- Eu não disse que não estava, garotão.
Aquilo foi o suficiente.
Sorrindo, a puxei pelo cotovelo com pressa. A teria levado para minha casa, mas minha ereção estava me incomodando. Entrei no primeiro banheiro que encontrei, tranquei a porta e a lancei na parede juntando nossos corpos. A beijei furtivamente. Apertei um de seus seios com força, fazendo-a gemer contra meus lábios. Pressionei minha pélvis contra a dela e ela mordeu meu lábio inferior de leve, ofegando.
- Me joga na parede e me chama de lagartixa! – ela disse e gargalhou. Franzi a boca na tentativa de ficar sério.
- Você não devia dizer essas coisas broxantes em momentos como esses. – respondi e ela riu mais alto.
- Considerando a nossa proximidade, acho que posso afirmar que você não broxou com a nossa conversinha! – comentou em tom divertido, como se fosse a coisa mais natural do mundo.
Sorri e, voltando a beijá-la. Puxou minha camisa e a jogou em algum lugar do banheiro. Separei nosso beijo e me ajoelhei perto de seus pés.
Tirei seu sapato de salto, abri e tirei sua calça, deixando à mostra o pequeno e delicado tecido de renda. Não sabia se era pelo fato de saber o que eu estava prestes a fazer ou pelo chão frio, mas ela se arrepiou. De qualquer forma, não tive paciência para perguntar.
se apoiou nos cotovelos para me observar enquanto eu tirei sua calcinha olhando em seus olhos antes de ela os fechar, se deitar novamente e sorrir. Fui até o seu rosto e lhe beijei novamente – ato que ela correspondeu intensamente – e escorreguei dois de meus dedos até sua intimidade, lhe penetrando de uma vez.
Movimentei os dedos lentamente e ela grunhiu, reclamando. Ri pelo nariz, separando nossos lábios e saindo de dentro dela. Ela me olhou indignada.
- O que você tinha dito sobre maturidade?
me encarou incrédula. Eu sorri e cheguei meu rosto mais perto do dela.
Meti três dedos de uma vez nela e ela gritou, surpresa.
- Maturidade e sexo... – ela tentou falar com a voz fraca. – Não... Tem... Nada... A ver. – ela tinha caído na provocação, sorri constatando isso.
- Claro, não vou discutir. – falei, movimentando rapidamente meus dedos dentro dela e ouvindo seus gemidos altos ao pé do meu ouvido. levou as mãos até minhas costas e cravou suas unhas extremamente compridas por lá. Eu nem liguei. Tirei os dedos novamente e tentei tirar sua blusa e seu sutiã ao mesmo tempo, enquanto ela tirou minha calça.
Sua tatuagem no quadril era outra frase que dizia “girls do what they want”. Essa tinha atitude.
Achei que as preliminares haviam chegado ao fim, mas estava enganado. me empurrou para que invertêssemos as posições e ela ficasse sobre mim. Beijou minha boca, maxilar, peito, abdômen e parou perto do elástico das minhas boxers. Sorri extasiado.
Tirou minha única peça de roupa e segurou meu membro pela base. Depositou um beijo em minha glande antes de passara língua pela região, com força, e eu gemi. Fechei os olhos ao senti-la colocar todo o membro na boca em movimentos de vai e vem, chupando com vontade. Agarrei seus cabelos, fazendo pressão em sua cabeça, a estimulando. Meus gemidos estavam ridiculamente altos quando senti o orgasmo próximo, então pedi, com a voz fraca, que ela parasse, e busquei um preservativo em minha carteira. Vesti a camisinha e a coloquei por baixo de mim outra vez.
- Posso não ser maduro o suficiente pra você – comentei -, mas tenho certeza que estou sendo um dos melhores. – ela sorriu.
- Nós estamos no banheiro de um pub! – ela conseguiu dizer com a voz ofegante. – Sendo a melhor, ou não, com certeza é a mais divertida. – sorri vendo meu ato refletido em seu rosto e a penetrei, finalmente.
Investi intercalando movimentos rápidos e lentos entre sussurros desconexos, gemidos abafados e alguns altos demais, marcas deixadas no pescoço, pequenos roxos e, então, chegamos ao orgasmo juntos em completa sincronia.
Meu corpo suado e ofegante caiu por cima do dela que tinha a respiração tão acelerada quanto a minha. A dela se normalizou antes da minha e ela riu.
- Eu que sou a velha e você que se cansa rápido! – disse, divertida.
- Você sabe que não é velha. – ela sorriu. – E se isso for um desafio, nós temos a noite toda, minha linda.
Tentei ignorar o efeito que o pronome possessivo minha provocou em mim.
- Tarado! – falou alto e eu elevei minha boca até seu ouvido.
- Gostosa! – sussurrei para logo depois morder o lóbulo de sua orelha. Ela riu, achando graça, mas eu senti sua pele se arrepiar.
Subitamente, sua boca me pareceu convidativa e eu não demorei a beijá-la. Ela me colocou de volta no chão, subiu em mim e jogou todo o peso de seu corpo, me fazendo sentir cada parte que parecia se moldar tão bem ao meu. Escorreguei as mãos de sua cintura para sua bunda, apertando levemente, sentindo meu amigo dar claros sinais de vida novamente.
Foi quando meu celular tocou.
Pela primeira vez na vida, odiei Blink-182 por tocar em uma hora tão importuna. E me odiei ainda mais por ter esquecido de botar no vibracall quando vi o nome no visor.
- Puta que pariu! – xinguei baixo enquanto colocava a boxer. – Alô? – atendi.
- Onde você se meteu, ? – meu chefe perguntou tão gentilmente quanto aqueles professores que estão sempre de mal humor.
- Me distraí. – respondi e senti vontade de rir. Ouvi se movimentar, mas não me virei pra ela, sabia que estava se vestindo e comecei a fazer o mesmo.
- Apareça em dez minutos! – ele disse e desligou. Eu resmunguei.
- Tem que voltar pro trabalho, garotão? – ela perguntou, completamente vestida e com os cabelos presos.
- Sim. – respondi desanimado, colocando a camisa. – Eu não quero que essa noite acabe. – ela abriu um sorriso tímido.
- Nem eu.
E pela segunda vez na noite, aquilo foi suficiente.
Peguei meu iPhone e anotei meu endereço nas notes. Entreguei a ela junto com as chaves.
- Vai pra esse endereço e deixe a porta destrancada. – falei confiante. – Até daqui a pouco.
A beijei e sem deixá-la contestar, destranquei o banheiro e saí correndo.
Feliz como não ficava há tempos.

Shake down on a Saturday
Agitar num sábado
Sit back
Relaxar
Gotta catch my breath
Preciso tomar fôlego
'Cause every time I see her
Porque toda vez que eu a vejo,
I know she's gonna take it back somehow
Sei que ela estará na dela



- Onde você se meteu? – o chefe perguntou com a mesma gentileza que falou ao telefone. Revirei os olhos, sem me preocupar em esconder esse ato dele.
- Com a mãe dos meus filhos. – disse, brincando. Russolinne piscou os olhos, atônito.
- Você tem filhos? – ri alto.
- Não! É só uma garota que eu gosto. – não sei se foi coisa da minha cabeça, mas a expressão dele se suavizou. – Eu só vim mesmo para...
- Vai atrás da sua garota! – ele falou, abanando a mão em direção à porta. Minha boca ficou aberta.
- Isso é sério? – consegui perguntar. Russolinne costumava ser muito rigoroso quanto ao horário, e ainda eram menos de 11 PM.
- Sim, é claro que sim! Eu já fui adolescente, ! Sei o que é se apaixonar. – ele falou. – E se tem uma coisa que nós, italianos, somos, é romântico. Pode levar a moto. – pisquei algumas vezes e resolvi sair de lá antes que ele mudasse de ideia.
- Ei, Russolinne! – chamei, da porta. – Obrigado.
Ele sorriu e eu saí da pizzaria. Não podia acreditar na minha sorte. Tinha voltado na intenção de me demitir e consegui uma noite inteira de folga.
Dirigi como um louco até o apartamento que minha mãe havia deixado em meu nome antes de morrer. Quando cheguei na portaria, o New Beetle rosa chamou minha atenção. Porque, bem, não é exatamente o que nós podemos chamar de carro discreto.
Meu estômago deu uma cambalhota. Ela estava lá!
Dei um “oi” ao Chuck, porteiro, e corri até o elevador. Apertei o botão do 20° andar e esperei até a porta se abrir, revelando meu apartamento de dois andares, na cobertura.
Assim que a porta abriu, vi um de seus sapatos perto da porta. Alguns metros depois, estava o outro. Mais alguns metros, já na escada, sua calça. Depois a blusa, sutiã e por fim, sua calcinha, na porta de meu quarto.
Abri a porta devagar, mas ela não estava lá. Ouvi um barulho baixo de água e olhei para o banheiro. Sorri e tirei os All Star e meias antes de ir até lá e abri a porta.
Pela porta de vidro, vi seu corpo, de costas para mim. A água escorrendo, suas curvas, seus cabelos... Ela era ainda mais gostosa do que eu imaginava.
Antes que eu pudesse pensar em algo pra fazer ou falar, ela se virou para mim. Me olhava sem pudor, sem vergonha. Com luxúria. Nos encaramos por alguns segundos, a água se arrastando. Eu estava paralisado. Como se algo houvesse estalado em minha cabeça, fui até o box, abri e a puxei pela cintura, juntando nossos corpos embaixo d’água.
Ela agarrou meus cabelos, e nós nos beijamos até minha roupa estar encharcada. puxou minha camisa – que saiu com um pouco de dificuldade – e abriu minha calça, fazendo ela e as boxers escorregarem por minhas pernas. Chutei para longe, sentindo suas mãos envolverem meu membro, já há algum tempo ereto, me masturbando rapidamente. Eu só conseguia pedir por mais, com a cabeça jogada para trás. Ela parou, puxando meus cabelos até que nossas bocas estivessem mais uma vez coladas. O beijo era intenso, quente, carregado de desejo.
A prensei contra a parede, a fazendo entrelaçar suas pernas em meus quadris, desci meus beijos por seu pescoço, seu colo e parei em seus seios. Com uma mão, apertei um deles sem muita força e com minha boca dei chupões e leves mordiscadas em seu mamilo. Voltei a beijar sua boca, depois de me satisfazer com seus gemidos.
Parei o beijo e a penetrei, com os lábios encostados ao dela, com os olhos no dela. Perdemos esse primeiro contato, quando ela fechou os olhos e separou nossas bocas.
- ... – sussurrou para logo depois gemer alto. Sorri, com o rosto enterrado em seu pescoço e gemi baixo, algumas vezes seguidas.
Me movimentei mais rápido até sentir nossos corpos relaxarem ao mesmo tempo. Encostei nossas testas, respirando com dificuldade.
- Desculpa por isso. – pedi baixo, mas sorrindo. Demonstrando que não estava arrependido. sorriu maliciosamente.
- E quem disse que eu não te induzi a isso?
Ri baixo, apertando sua cintura, sem vontade de sair daquela posição. Ali, meu corpo nu em seu corpo nu, parecia o certo. De alguma forma, eu sabia que era o certo.
Com um suspiro, esticou as pernas e eu saí de dentro dela, me afastando e pegando dois roupões felpudos, vestindo um e entregando outro a ela. me olhou com uma careta engraçada, curiosa.
- O quê? – perguntei, achando graça. Ela sorriu antes de responder.
- É só que... Um salário de entregador de pizza, não dá pra pagar isso aqui, dá? – eu sorri.
- Mas é claro... Que não. – eu respondi e ri da expressão confusa que ela fez. – Minha mãe deixou esse apartamento pra mim quando... – respirei fundo e dei um sorriso fraco. – Quando morreu. – apertou minha mão.
- E seu pai? – perguntou baixo.
- Eu só trabalho porque ele não quis me dar um carro... Algo como “aprender a me virar”. Era isso, ou trabalhar com ele. – respondi olhando para nossas mãos. – E ter que aturar meu velho por muito tempo não está na minha lista de tarefas.
A puxei para minha enorme cama, nos deitamos e a abracei, acariciando sua coluna.
Finalmente consegui entender a tatuagem no pé. Era outra frase, mas eu não consegui ler.
- O que tem na sua tatuagem do pé? – perguntei. Ela virou o rosto para olhar nos meus olhos e sorriu, de uma forma triste.

Tattoos and a switchblade attitude
Tatuagens e uma atitude variável
Snakebite heart with a bubblegum smile
Coração de cobra com um sorriso inocente
Sex in stereo
Sexo em estéreo
Don't turn the radio down
Não diminui o volume do radio



- “Home is where the heart is”. – respondeu, ainda triste. Franzi o cenho.
- O que significa?
- Cada tatuagem minha, é sobre algum momento da minha vida. – ela respondeu suspirando. – Essa foi a primeira que fiz, no dia que eu completei dezenove anos. –estremeceu em meus braços. – Eu brigava muito com minha mãe. Sempre briguei. Chegou uma hora em que eu não aguentei. Pouco depois de completar dezoito, nós tivemos a briga mais feia, e eu saí de casa. Desde então, não falo com mais ninguém da família. Quando fiz dezenove anos, comecei a sentir a falta de todos, mas sou muito orgulhosa pra voltar atrás. Daí fiz essa tatuagem. “Home is where the heart is”. – ela deu outro sorriso triste, e uma pequena lágrima caiu do canto de seu olho, a qual ela secou rapidamente.
- Não precisa falar mais. – beijei sua bochecha.
- Eu os amo, . Odeio o fato de meu orgulho falar mais alto do que o meu amor! – a olhei, sem saber o que fazer ou o que dizer.
A beijei intensamente, tentando passar toda minha segurança pra ela. Depois a abracei pela cintura, e antes que percebesse, havia caído em um sono profundo.
Acordei com um feixe de luz que adentrava o quarto e incomodava meus olhos. Tentei voltar a dormir, mas a noite anterior veio à tona na minha memória e eu abri os olhos.
Ela não estava na cama, então eu sorri, indo até o banheiro e abrindo a porta. também não estava lá. Passei pela sala, e entrei na cozinha.
- Você quer mesmo brincar de escon... – parei a frase no meio e meu sorriso sumiu, quando eu li o bilhete que estava pendurado na geladeira.
Então eu não compreendi como alguém tão fria podia sentir falta da família. Porque ela sabia que eu sentia algo a mais por ela. Sabia desde o momento que resolvi jogar na cara dela que ela não saía do meu coração.
Coração de cobra com um sorriso inocente...
Arranquei o bilhete da geladeira, amassei, rasguei e joguei no lixo.
Não tenho bolas o suficiente pra ela? Então foda-se.

She's dancing alone
Ela está dançando sozinha
I'm ready to go
Estou pronto pra atacar,
But she's so
Mas ela está tão
(Lost in stereo, lost in stereo)
(Perdida no som, perdida no som)
She's out of control
Ela está fora de controle,
So beautiful
Tão linda
(Lost in stereo, lost in stereo)
(Perdida no som, perdida no som)
And I've been
E eu tenho
Waiting for so long
Esperado por tanto tempo,
But she'll never know
Mas ela nunca irá saber
I'm losing hope
Estou perdendo esperança
'Cause she's so
Porque ela está tão
(Lost in stereo, lost in stereo)
(Perdida no som, perdida no som)



Acordei com a dor de cabeça característica da ressaca e me virei na cama, entediado. Dei de cara com uma mulher completamente nua ao meu lado.
Respirei com dificuldade e me sentei. Aquilo estava virando rotina, há um mês. Acordar todos os dias com ressaca e uma mulher desconhecida ao meu lado.
Acordava todos os dias com aquelas três palavras ecoando em minha cabeça. Aquela frase que fora escrita em caneta preta em um papel de propaganda de cerveja. Não me procure. Não me procure. Não me procure. O que só fazia a dor piorar.
Olhei para aquela estranha mais uma vez. Era bonita? Era. Gostosa? Porra, e como! Mas não era ela. Não era .
Lá estava eu, mais uma vez, me sentindo um babaca.
Balancei a cabeça negativamente, frustrado por mais uma vez estar lembrando dela. Fui até a cozinha e dei de cara com uma garrafa cheia de Absinto. Peguei-a e comecei a beber, sem pensar muito.
Como diria o bom e velho Charlie Harper: não quer ficar de ressaca, nem lembrar os problemas? É só não parar de beber.

- É isso, Russolinne. Eu não posso mais trabalhar aqui.
Cansei de tudo, me demiti. Todos os dias, acabava passando pela gravadora e – sem querer – acabava vendo ela. Pelo menos, um relance de seu cabelo, era bem chamativo.
E de uma forma de outra, fora por culpa daquele trabalho que eu a conhecera, então...
- Esse trabalho acaba me lembrando dela, isso não está me fazendo bem! – exclamei. Meu chefe, ou ex-chefe, sorriu com pena. Quase o esganei.
Eu realmente não precisava de pena. Não nesse momento.
Ah, sim. Eu estava desabafando com o meu chefe. De qualquer forma, depois da pseudo-noite em que ele me liberou pra vocês-sabem-o-que, nós acabamos virando amigos. Russolinne nem era tão mais velho que eu... Quer dizer, era bem capaz de ele ainda ser mais novo que... vocês-sabem-quem.
- Eu te entendo. Mas e o carro? – ele perguntou. Sempre soube que eu só estava lá pelo carro. E sempre soube que eu só conseguiria dinheiro para um carro ali depois de no mínimo dez anos. Mas só esperou até os últimos momentos para comentar esse fato. Suspirei.
- Acho que nem mesmo um carro vale esse esforço. – sorri. – Eu vou falar com o meu pai.
- Mas o seu pai não vai te dar um carro.
- Vai sim... – suspirei. – É tudo pressão psicológica. Ele quer que eu trabalhe na empresa dele, porque sou o único filho, mas meu sonho era montar uma banda... Não vai dar certo, então que seja. Foda-se o meu orgulho, eu quero um carro, e vou conseguir. – levantei o olhar para Russolinne. – Do pior jeito, mas vou.
Levantei da poltrona do escritório de Russolinne e ele me lançou um sorriso.
- Sabe que vai ser bem-vindo aqui sempre que quiser, não sabe?
- Sei sim. Obrigado. De verdade.

And I'm just like cellophane
E eu sou como celofane
'Cause she sees right through me
Porque ela enxerga através de mim
I know she's glitter and gold
Eu sei que ela é glitter e ouro
And that's just the price I pay
E esse é o preço que eu pago
When I don't even know her name
Quando eu não sei nem o seu nome
She's slipping away
Ela está escapando



- O senhor está te esperando. – ouvi a voz da secretária do escritório de meu pai. Levantei e saí da sala de espera, suspirando.
Tinha sim um jeito de conseguir um carro sem me sacrificar... Não tanto.
Era só eu trabalhar com o meu pai.
Coisa que eu não queria. Sabe como é, eu não gosto muito de usar terno.
Mas é exatamente o que eu estou vestindo agora. Um terno.
- Oi, . – o senhor nada parecido comigo me saudou, sem sorrisos, sem rodeios.
- Oi. – eu respondi. Nós evitávamos nos chamar de pai e filho, porque já não tínhamos uma boa relação antes de mamãe morrer, depois que ela se foi, tudo piorou. Eu sempre fui mais parecido com ela, em personalidade, espírito e aparência.
Resumindo: odeio meu pai e não tenho nada a ver com ele.
- Decidiu? – foi direto ao ponto. Suspirei contrariado.
- Eu aceito.
O velho sorriu e eu senti vontade de vomitar. Abriu uma gaveta e tirou uma chave, lançando para mim em seguida.
- Está na garagem do prédio, o segurança vai lhe mostrar. Esteja aqui amanhã 10 AM. – ele disse e eu lhe dei as costas, indo até a porta. – ? – eu parei, com a mão na maçaneta, sem olhar para ele. – Eu sei que você não vai me decepcionar. Confio em você.
Virei lentamente, até que meu olhar se cruzasse com o dele. Franzi o cenho e encarei seu sorriso sincero por alguns segundos.
- Obrigado. – e saí rapidamente de lá.
Desci até a garagem e falei com o primeiro segurança que encontrei para que me levasse até o carro. Era uma Mercedes preta.
Entrei no carro sem pensar, bati a porta com força e olhei ao redor. Era aconchegante, grande e bonito. Mas faltava algo. Olhei para o banco do carona. Não, não faltava algo.
Faltava alguém.
Botei a chave na ignição e a girei, ligando o carro. Pensamentos me atingiram. Era criança quando minha mãe faleceu. Tinha oito anos. E meu pai trabalhava sem parar, eu não o via. Quando saía eu estava dormindo, quando voltava, eu já estava dormindo. Não tínhamos muito contato e então eu passei a odiá-lo, e tinha certeza de que o sentimento era recíproco.
Até esse sorriso estranho.
Então talvez eu não o odiasse... Era só uma reação negativa ao fato de que nós não convivemos como pai e filho. Quando eu completei dezoito anos, saí de sua casa e fui para o apartamento que minha mãe havia deixado para mim. Parecia com a história que havia me contado. Parecia tanto que até assustava.
Não tanto quanto me assustou perceber que eu estava parado em frente à porta da gravadora.
O rumo dos meus pensamentos havia me levado até ela... De novo. E dessa vez de forma perturbadora.
O que diabos eu estava fazendo no caralho da portaria da gravadora?
Bati a cabeça de leve no volante e levei um susto ao ouvir o barulho da buzina. Ah, ótimo, agora ela estava encarando o carro com curiosidade. Lógico, certo? Qualquer pessoa racional estaria se perguntando “o que uma Mercedes está fazendo parada na porta de uma gravadora de rock?”, certo? Bom, eu estaria. A minha sorte era que os vidros eram escuros e não tinha como ela me ver.
Mas estar ali tão perto dela depois de tudo, me perturbou.
Já devo ter mencionado que deixo me chamar de gay numa boa. É sério.
Olhei em sua direção mais uma vez e agarrei o volante com força. Era melhor sair dali antes que eu fizesse uma besteira. já havia tirado sua atenção do carro e pegara sua bolsa e chaves... Ela estava indo embora.
De repente senti um estalo na minha cabeça. Sabe os desenhos animados em que uma lâmpada se acende em cima da sua cabeça? Então, bem isso.
Sem pensar duas vezes, saí do carro e me encostei, esperando que ela finalmente saísse da gravadora. Estava com uma calça colada, de cintura baixíssima, jeans azul escuro. Uma regata simples, preta e comprida que ia até alguns centímetros abaixo dos quadris, All Star preto e os cabelos soltos, jogados nos ombros e costas.
Ela estancou na porta assim que me viu. Me olhou de cima à baixo e, olhando nos meus olhos, deu um sorriso quase imperceptível.
- Terno? – ela sussurrou. – Não parece o seu estilo, garotão. – não respondi. Não sorri. Só esperei. Ela abaixou a cabeça, o sorriso sumindo. – Desculpa, é só que... Isso foi um erro. Tanto pra mim quanto pra você. – sem me olhar, se virou e começou a ir até seu carro. A puxei pelo braço.
- Erro? Tem certeza?
- Eu sou oito anos mais velha que você!
- E só por isso foi um erro? – perguntei soltando seu braço.
- Não!
- E o que mais?
- Eu... – ela parou e franziu o cenho. – É melhor eu não falar. – ela piscou. – Você está de carro e de terno. É segurança agora? – percebi sua tentativa de mudança de assunto.
- Eu tô trabalhando com o meu pai. O que mais? – ela suspirou.
- Sinto muito... Achei que você não quisesse trabalhar com...
- É! EU NÃO QUERIA! – perdi a paciência. – E quer saber? Para de fingir que se preocupa! – ela se sobressaltou e me olhou mortificada.
- Eu não tô fingindo nada! – falou com a voz fraca.
- Ah, claro que não! – ironizei. – Entra no carro. – ela sorriu de canto, irônica. E isso foi sexy. Muito.
- Por que você acha que eu vou entrar nesse carro com você?
- Porque você pode estar pouco se fodendo pra mim, mas eu me preocupo de verdade!
- E isso é medo de eu entrar no meu carro e bater? Eu dirijo bem! Posso garantir que até melhor que você! – ela fez uma pausa e sorriu. – Sabe como é, mais experiência. – ri pelo nariz, sem humor. Então ela ia partir para as ofensas?
- Engraçado, no banheiro do pub você se encantou com a minha experiência. – ela não disse nada. Só me olhou com raiva, virou as costas e foi com pressa em direção ao seu carro. Suspirei. – Vai ser do jeito difícil? – ela não respondeu.
Sorri e fui até ela. nem viu o que a atingiu.
A peguei no colo e corri para o meu carro, abrindo a porta do carona e a jogando de qualquer jeito no banco. Entrei no lado do motorista antes que ela pudesse sair.
- Onde você morava? – perguntei. Ela semicerrou os olhos, mas respondeu.
- Em Knightsbridge. Por quê?
Não respondi. Saí em disparada até que já estivéssemos fora de West End. A viagem foi silenciosa, nem o rádio nós ligamos. Não trocamos uma palavra, não que precisássemos, era como se o silêncio falasse por nós.
- Rua?
Ela me disse o nome da rua e nós estávamos lá em alguns minutos. Parei em frente a uma casa que me chamava atenção e ela virou para mim.
- Por que tá fazendo isso? – perguntou. Suspirei.
- Hoje, quando fui falar com o meu pai, percebi que nós dois perdemos tempo. Nós poderíamos ter nos dado bem, era só tentar, mas eu estava cego. Home is where the heart is, . – ela me olhou, franzindo o cenho e eu percebi que tinha compreendido.
- Nem fodendo você vai me obrigar a entrar aí! – disparou, cruzando os braços e as pernas, olhando para frente e fazendo bico como uma criança birrenta. Quase sorri. Quase.
- Você vai entrar, deixa de ser orgulhosa uma vez na vida. – pedi. Ela me olhou com a boca franzida.
- Ela vai me matar se me ver com esse cabelo. Sabe como é, eu era loira e nunca tinha tocado numa tinta de cabelo. – arregalei os olhos ao olhar para o seu cabelo, preto e rosa. Era impossível ela um dia ter sido loira, impossível! Ignorando esse fato, comentei:
- Você ainda se preocupa com o que ela vai pensar.
Ela se virou para mim e eu vi medo dentro dos seus olhos.
- Pode ter certeza de que você não sente nem metade da falta que ela sente de você.
Ela se virou pra frente e eu peguei a chave do carro e escondi em sua bolsa. Ela virou pra mim de novo, deu um sorriso fraco, pegou a bolsa e saiu do carro. Esperei até que ela entrasse em uma das casas, saí do carro e andei até o metrô mais próximo.

She works for the weekend
Ela trabalha nos fim-de-semana,
Mix tape of her favorite bands
Ouvindo a mixtape de suas bandas favoritas,
Tearing up the radio
Com volume alto,
Lost in the stereo sound
Perdida no som estéreo



Eu tinha que estar acordado e pronto, na empresa às 10 AM no dia seguinte, mas ali estava eu, de madrugada, sem conseguir dormir. E sem nenhuma mulher.
Sabe como é, geralmente uma pessoa fica com insônia quando empresta seu carro no primeiro dia de uso pra uma garota que parece ser maluca.
Nada que nós não possamos superar.
Ok, esse não é o motivo.
É só que eu queria saber o que tinha acontecido. Se elas haviam brigado ou se estava tudo bem. E eu também queria dormir. Mas querer não é poder.
Certo?
O telefone do apartamento tocou e eu o atendi.
- Tem uma senhora aqui que precisa falar com o senhor, posso mandar subir? – Chuck disse. Senhora? O que uma senhora ia fazer àquela hora da madrugada na casa dos outros?
- Pode sim.
Esperei até ouvir pequenas batidas na porta de meu quarto. Estava de boxers, mas nem me preocupei em vestir algo. Abri a porta e dei de cara com me olhando com um sorriso.
Senhora?
Puta que pariu, Chuck!
- Oi. – ela disse. – Prefiro esses trajes, você fica melhor de boxer do que de terno. – comentou e eu ri. – Aqui sua chave. – ela me entregou as chaves e começou a falar como uma louca – Sabe, quando eu saí da casa da minha mãe, e só vi o seu carro lá, me desesperei. Pensei em te ligar e te xingar de todos os palavrões que vieram à cabeça, e acredite, na hora foram muitos, daí eu lembrei que não tinha seu telefone... Então eu abri a bolsa pra pegar o celular e ligar pra Taylor pra saber se ela não podia me buscar e me trazer de volta, mas acabei encontrando a chave do seu car...
A puxei e a beijei.
Juro que não estava nos meus planos, mas eu a beijei. Apertei sua cintura com força e ela deixou a bolsa cair no chão, fazendo um barulhinho chato. Depois, enterrou os dedos em meus cabelos. Ficamos assim por muito tempo, não tenho certeza do quanto, mas eu senti minhas energias se renovarem. Nossas línguas se moveram com uma sincronia inacreditável para duas pessoas que não se viam há um mês. Mordi seu lábio inferior, separando nossas bocas e depois juntando em vários selinhos.
Foi mais ou menos nessa parte que eu recobrei a consciência.
- Desculpe! – exclamei, separando nossos corpos e nos colocando em uma distância segura para mim e para o meu amigo. A ouvi rir.
- O que foi isso? – perguntou.
- Você não calava a boca, eu sei lá, eu quero saber se foi tudo bem. – disparei. Ela riu mais.
- De qualquer forma, minha boca estaria ocupada demais pra te contar qualquer coisa, não concorda? – eu ri com ela, e nós ficamos em silêncio. Ela sorriu de uma forma fofa. – Nós nos abraçamos e choramos juntas por uns dez minutos. – ela começou. – Vamos sair pra botar a fofoca em dia, amanhã. – ela fez uma careta e eu ri. Sorriu pra mim. – Obrigada.
- Não foi nada. – falei.
Ela me abraçou. Fiquei sem reação alguns segundos, e depois retribuí. Ela riu.
- Isso é muito irônico. – comentou, encostando a boca em meu pescoço. Me arrepiei.
- O que? – perguntei, encostando o queixo em sua cabeça.
- Você mostra ser bem mais maduro do que eu.
Não respondi nada, só refleti. Sim, era muito irônico. Ela separou seu corpo do meu.
- Veja, eu tenho um medo horrível de... – ela parou, piscou algumas vezes e me olhou nos olhos. – Quer saber o outro erro nisso tudo? – perguntou, chegando perto de mim e quebrando o contato de nossos olhos. Nossas bocas estavam próximas. Assenti. – Não é um erro, é só um medo. Eu nunca tive um compromisso, é medo mesmo. Em anos de vida, eu nunca tive namorado. Só casos de uma noite. Eu costumava não pertencer a ninguém, ... – ela voltou a olhar nos meus olhos. – Até você aparecer, junto com uma pizza de calabresa! – rimos fraco, e quando paramos, ela continuou – Você estava certo, eu estava errada. Não dá pra sair da minha vida! Você está aqui pra sempre – apontou pra cabeça -, e aqui também, por tempo indeterminado. – apontou pro coração.
Senti minha respiração vacilar, sem reação. Quando abri a boca pra comentar algo, ela botou o indicador nos meus lábios.
- Não fala nada, por favor. – ela pediu. – Meu orgulho se escondeu hoje, e a culpa é toda sua.
Ri mais uma vez. Não foram necessárias as palavras.
A beijei novamente, de uma forma mais intensa. Então separei nossas bocas.
- Me promete que não vai embora amanhã? – pedi olhando em seus olhos. Ela abriu o sorriso mais lindo que eu já vi.
- Não vou embora amanhã, nem depois, nem nunca mais. Eu não consigo ficar longe de você. – ela fechou o sorriso. – Eu acho que eu te amo.
Ela ficou vermelha e eu ri de novo. E falei a única coisa que podia dizer depois disso tudo.
- Eu tenho certeza que te amo.
Ela sorriu antes de selar nossos lábios, em uma sequência de vários selinhos antes de aprofundar o beijo.
Começou calmo, mas intenso. Eu podia sentir cada pedaço do meu ser vibrando por dentro. Separei o beijo e a levei até a cama, sentando-a no meu colo. sorriu maliciosa ao sentir minha evidente ereção.
- Eu gosto do seu cabelo. –falei botando uma mecha rosa atrás de sua orelha. Ela sorriu docemente.
- Eu gosto de tudo em você. Garotão.
Retribuí o sorriso e voltei a beijá-la. botou uma perna de cada lado de meu corpo e me empurrou para que eu deitasse, ficando por cima de mim. Tudo começou a ficar quente e abafado, eu já começava a suar, mesmo com o ar ligado. Deslizei meus dedos desde sua bunda, levando junto sua regata e a jogando em alguma parte do quarto. Olhei bem para seu sutiã de renda. Preto.
Linda.
Voltei a beijá-la, agarrando seus cabelos com uma mão e apertando sua coxa com outra. Mordi seu lábio inferior e puxei seu cabelo, fazendo com que meus dentes deslizassem por ele. gemeu o meu nome de uma forma que me deixou louco antes de encostar nossos lábios novamente.
Senti suas unhas passearem de leve por meu abdômen e peito, enquanto abri sua calça. Ela mesma a tirou, chutando para longe junto com o All Star e as meias. Abri o fecho de seu sutiã, o tirei e troquei de posição com ela, ficando por cima.
Massageei seus seios com as duas mãos enquanto a beijava, depois desci minha boca até eles, sugando, lambendo e chupando toda sua extensão. Mordisquei seu mamilo enrijecido e fiz movimentos circulares com a língua. Os gemidos e a forma como ela sussurrava o meu nome só me estimulavam mais.
Desci minha boca até sua barriga, a lambendo até chegar ao elástico da calcinha de renda preta que fazia par com o sutiã. Olhei para cima, procurando seus olhos e ela sorriu, respirando com dificuldade.
- Vá em frente. Confio em você.
Comecei a tirar sua calcinha, e fiquei alguns segundos admirando seu corpo. Pude ver meus próprios olhos brilhando. era linda. E era minha.
Abri suas pernas e beijei a parte interna das coxas, sua virilha e enfim cheguei a sua intimidade. A lambi, suguei, estimulei seu clitóris e voltei a subir meus beijos até que chegasse em sua boca, a penetrando com dois dedos e movimentando precisamente até ela gozar pela primeira vez na noite. Me concentrei somente em sua boca, passeando minhas mãos por seu corpo sem restrições, até sentir suas mãos quentes invadirem minhas boxers e em pouco tempo, ela estava no chão. Sua mão envolveu meu membro e me masturbou o mais rápido que conseguiu. Tentei esconder meus gemidos, sem sucesso.
- Chega. – murmurei com a voz fraca e me estiquei até a gaveta da cabeceira da cama, pegando um pacote de preservativo. Quando ia abrir, ela parou minha mão e eu a olhei curioso.
- Deixa que eu faço. – ela pediu, olhando nos meus olhos e ficando por cima de novo. Respondi com um sorriso bobo. Foi a única coisa que consegui fazer.
Tomando os devidos cuidados, vestiu a camisinha em meu membro ereto. Olhou pra mim e sorriu, antes de se deixar cair sobre mim.
Ela rebolou em cima de mim de uma forma que me deixou louco. Conseguiu guiar tudo melhor do que eu, me dando um prazer inacreditável. Movimentos precisos, rápidos e lentos, ela fez de tudo para que aquele momento durasse o máximo possível.
Gozamos juntos, como das outras vezes. Seu corpo caiu sobre o meu totalmente suado e ofegante e procurou minha boca. Beijou-me por alguns segundos e me olhou sorrindo.
- Eu fui bem?
- Melhor do que a encomenda. – respondi rindo e beijei sua testa. – Eu preciso acordar cedo amanhã, não estranhe se eu não estiver aqui quando você levantar. – falei e fiz uma pausa. – Mas se você não estiver aqui quando eu acordar, eu te caço até no inferno. – ela riu.
- Eu acho que preciso fazer outra tatuagem. – ela disse, aconchegando seu corpo no meu e dormiu rapidamente. A observei dormir.
Não preguei o olho, aquela noite.

She's dancing alone
Ela está dançando sozinha
I'm ready to go
Estou pronto pra atacar,
But she's so
Mas ela está tão
(Lost in stereo, lost in stereo)
(Perdida no som, perdida no som)
She's out of control
Ela está fora de controle,
So beautiful
Tão linda
(Lost in stereo, lost in stereo)
(Perdida no som, perdida no som)
And I've been
E eu tenho
Waiting for so long
Esperado por tanto tempo,
But she'll never know
Mas ela nunca irá saber
I'm losing hope
Estou perdendo esperança
'Cause she's so
Porque ela está tão



- ? – meu pai chamou pela trigésima vez no dia. E não eram nem 11 AM. Acontece que, bom, eu não havia dormido nada e estava quase dormindo ali, no escritório. E mesmo que eu não estivesse com sono, tudo o que eu conseguia pensar, era em .
Eu havia saído 9 AM do apartamento e a havia deixado dormindo sozinha. Sim, eu estava morrendo de medo de que ela houvesse ido embora outra vez.
Por mais que eu soubesse que todas aquelas palavras dela eram sinceras, eu sabia que só conseguiria acreditar quando a visse de novo.
- Desculpa, pai... Eu não dormi bem essa noite. – pausa. – A verdade é que eu não dormi nada essa noite.
Ele me olhou sorrindo e eu não comentei nada. Então eu percebi que o havia chamado de pai e senti meu rosto esquentar... Não entendi por que, mas senti vergonha.
- Por que não conseguiu dormir, meu filho? – ele perguntou. Franzi o cenho, em dúvida se contava ou não. – A real razão pra eu ter pedido pra você fazer um estágio aqui, foi pra nós nos aproximarmos. – ele comentou, acendendo um charuto. Foi uma cena engraçada. – Você é meu filho único, não quero brigar pra sempre. – suspirei.
- É a mulher da minha vida. – despejei e meu pai sorriu de novo.
- Namorada? – parei pra pensar. O que eu e éramos? Namorados, ficantes... Sexo casual? Hm.
- É. – respondi.
- E por que eu ainda não a conheço? – ele perguntou com um tom ofendido. Pisquei algumas vezes, atônito.
- É recente. – era verdade, não era? – Eu também não conheço os pais dela.
Pra falar a verdade, eu nem sabia se ela tinha uma pai.
Sejamos sinceros, ela só falava da mãe! Não é como se eu fosse um insensível, nem nada.
- Qual o nome dela?
- . Ela é mais velha que eu. – meu pai ia abrir a boca pra falar algo, quando a secretária bateu na porta e colocou a cabeça pra dentro da sala.
- Senhor , tem alguém aqui que quer falar com você. – meu pai assentiu e se levantou. Quando a secretária saiu da sala, ele se virou pra mim sorrindo mais uma vez.
- Eu quero conhecê-la. – falou simplesmente e saiu da sala.

Sim, eu estava com medo. Quer dizer, eu havia dito ao meu pai que ela era mais velha... Mas como meu pai iria reagir à informação de que a garota da qual eu estava falando era oito anos mais velha que eu? Bom, nunca se sabe.
De qualquer forma, apresentá-los agora que tudo parecia estar dando tão bem, estava fora de cogitação.
Abri a porta de meu apartamento, tirei o terno, os sapatos e as meias, e abri a blusa social, indo até a cozinha.
Ela estava lá, com uma blusa minha, bebendo um líquido escuro, sorrindo. Quase me belisquei. Quase.
- Quer? – ela perguntou se referindo ao líquido. – É suco de uva. – neguei e sorri fraco. – Eu almocei com a minha mãe hoje. Pela primeira vez nós ficamos juntas mais do que alguns minutos sem brigar. – ela falou.
- Eu não briguei o dia inteiro com o meu pai também. Estamos tendo um avanço. – comentei. riu, assentindo, e abriu um sorriso fofo.
- Eu fiz a tatuagem. – ela falou baixo. Sorri.
- Deixa eu ver! – disse empolgado e ela riu. Levantou a blusa até acima do quadril e eu vi.
Ignorando o fato de que ela estava só de calcinha de oncinha embaixo da blusa, li a frase que ia de um lado ao outro de seu quadril, bem onde fica a barra de uma calça. “Don’t be scared, just listen to your heart”.
E sorrindo, eu tomei minha decisão.
A puxei pela nuca, selando nossos lábios. Separando nossas bocas e tirando o sorriso do rosto, perguntei:
- Quer conhecer o meu pai?

Lost in stereo, lost in stereo
Perdida no som, perdida no som



Capítulo betado por Ana Caroline Mello

FIM
Por enquanto...



Nota da Autora: Sacaram que tem uma parte dois?
Bom, talvez tenha. Depende de vocês.
Comentem ou mandem uma reply pra mim, dizendo se gostaram, odiaram e se querem que eu continue. Se a crítica for boa, vou escrever o Sex In Stereo II, e já tenho a história toda pronta na minha mind. :3
Mas enfim, obrigada por ler, de verdade. E prometo que a próxima fic que eu mandar pro site vai ser uma long.

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Outras fics:

Merry Christmas, Baby
Right Girl

Bia. x

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