- null, CADÊ MEU LIVRO?
- Erm... Pois é - null disse, dando uma risadinha nervosa. - Eles... Bem... É uma longa história!
- Eu gosto de histórias.
- Tá... Já que você pediu - null fez sinal para que null sentasse no sofá - Beeem, eu estava indo pegar um uísque na geladeira e resolvi experimentar com calda de chocolate... Tá, isso não vem ao caso. A coisa é que, quando eu abri a geladeira, seu livro estava lá e eu acabei comendo-o sem querer - null fechou os olhos e se protegeu com os braços, preparada para o ataque de null.
- COMEEEEEEEEEEU? TU COMEU MEU LIVRO????? MAS COMO EU VOU ESTUDAR PARA A PROVA DE DIREÇÃO?
- Faz outro dia!
- Mas eu tenho uma merda de festa de família, e eu não posso fazer outro dia. Senão, como que eu vou chegar lá?
- Beem...
Uma hora depois:
- Não acredito que você me convenceu a lhe deixar dirigir meu carro novinho. Isso só pode dar em merda! - null cobriu o rosto com as mãos se lamentando pelo carro.
- HA HA HA. Do jeito que você fala até parece que eu vou destruir o...
- null! OLHA PRA FRENTE!
- O quê? - quando ela olhou, tudo o que conseguiu ver foi o Günther em seu pára-brisa.
- QUE ABOMINAÇÃO É ESSA? – disse null em pânico, com aquele ser bicudo no pára-brisa de seu null novinho que acabou de sair da manutenção.
- Ah! O Günther! – null muda de humor rapidamente ao perceber a situação. – AH! EU MATEI O GÜNTHER! O QUE SERÁ DA GÜNTHERSHOP? EU NEM COMPREI A MINHA CALCINHA!
- Ótimo, agora temos que nos livrar de um ser moribundo! – null disse, cobrindo os olhos com as palmas das mãos.
- O bico dele é maior do que eu pensava... Será que ele está usando uma cueca da Günthershop? Nossa, ele faz bico mesmo inconsciente, aliás, MORTO!
- null!
- QUE É?
- Distraia aqueles policiais, eu vou me livrar do corpo.
- Como?
- Eu vou jogá-lo no rio Tietê - elas estavam na marginal, quase caindo no rio graças à façanha assassina da null. – Quem sabe assim eles se tocam e limpam essa coisa!
- E para que distrair os tiras?
- Seria comovente para eles me ver jogando um ser no rio...
- Não é qualquer ser! É O GÜNTHER!
- VAI DISTRAIR OS CARAS!
- COMO?
- XAVECA!
- WHAT THE HELL?!
- DÁ EM CIMA DELES!
null fez cara de chocada.
- ELES SÃO FEIOS!
- Não era o sonho do null ser policial se ele não tivesse uma banda?
- É mesmo! – ela brisou por um instante e voltou à realidade – MAS ELES SÃO FEIOS!
- TEM UM LOIRO!
- ONDE?????? – null pulou do null arrebentado feito um leão em caça.
- Legal, agora eu vou jogar o cara do ding ding dong no rio... Que bela coisa para o meu currículo! – null começa a carregar o corpo pesado de Günther para o leito do Tietê. – Nossa! Um terço do peso dele deve ser só do bico!
Com cada vez mais força, null empurrava o cadáver. Finalmente, ela conseguiu. E lá estava ele, boiando alegremente naquela imundice (?), até que ela percebeu uma coisa:
- null.
- AH, VOCÊ TAMBÉM GOSTA DE ? – a amiga falava com os policiais.
- null.
- Você já notou o tanquinho do null? E A BUNDA DO null?
- null.
- Sabe...
- null!
- OOOOOOOOOOOOOOI! – disse com voz forçada.
- A ÁGUA TÁ ROSA!
- PUTA QUE O PARIU, O SANGUE DELE É ROSA??? - null disse, lê-se: gritou até sua voz falhar, olhando para o rio assustada.
- null, não brisa! - null disse com a voz tremida, ainda olhando para a água colorida.
- Não brisar?? A porra ficou rosa!! Meu Deus... - ela arregalou os olhos e virou-se para o carro, apoiando-se no que restava dele. - Você já imaginou o que as Sunshine Girls vão fazer com a gente quando descobrirem?
null olhou para null e deu um riso nervoso:
- NÃO. Não, não, não, não... Nem pensar! NINGUÉM vai poder ficar sabendo que a gente matou o Günther!
- Mas e a água rosa? O que a gente faz? - null parecia desesperada. “Parecia” era amenizar a situação, ela chacoalhava null pela gola de sua camiseta e a garota quase caía dentro do rio.
- , O QUE EU TE DISSE SOBRE BEBER E FUMAR AO MESMO TEMPO? - null berrou, livrando-se das mãos de null e pegando o celular. - O corante da cueca dele deve ter deixado a porcaria da água rosa! - ela discou um número e colocou o telefone no ouvido. - Alô, oi. Vai pra casa, agora. Esquece a porra do bode! A gente está com um problemão. É... Eu sei que eu não devia ter deixado-a dirigir, mas eu precisava ir à... MERDA. A FESTA! - ela desligou o celular e o enfiou dentro da bolsa com tanta força que parecia que iria rasgar. Analisando a expressão confusa de null, acrescentou: - Eu preciso correr! A null já está indo para casa, vai para lá e explica para ela o que aconteceu enquanto eu vou... - ela deu uma pausa. - COMO EU VOU?
null deu um sorriso malicioso.
- Hm... Eu tenho uma ideia - null já estava descrente porque conhecia as 'ideias' da amiga. Mas até que essa poderia funcionar. - null! - ela chamou. - Pede para o seu amigo moreno e saradão - disse com ironia; ele era feio que doía - dar uma carona para a minha amiga aqui até o buffet que ela precisa ir?
null se surpreendeu com a ideia, não era tão estúpida assim! Por enquanto...
- null - null disse indo até o loiro, depois que null já tinha ido com seu amigo. - Você pode me levar... Para casa? - ela jogou todo o seu charme e fez sua pose mais sexy ao falar com o cara.
- Hm... Você não quer passar na minha antes? - ela sabia que não devia ir. Que null e null a matariam! Mas... O lado pervertido de seu cérebro (99,2% dele) sabia que aquela era uma oportunidade única. É, o instinto besteirol venceu.
- Claro!
- Será que a null e a null vão brigar muito comigo? – null pensou no carro de null.
- Hey, null, tem uma música... Eu não sei se você gosta, mas eu amo...! Importa-se de eu colocá-la para tocar? – disse null meio nervoso.
- Ah, relaxa e goza, a vida é rosa!
- O quê?
- Ahnn... Nada – “eu mato a null e aquele bode” pensou null, pronta para ouvir sair algum som pertencente à Mariah Carey daquele rádio.
“null
null (...)”
Tudo o que null conseguiu fazer depois daquilo foi uma cara de orgasmo e pensar: "Quem ia brigar comigo mesmo...?"
***
- Então, do que você gosta? – perguntou o “moreno bonitão e sarado” amigo do null para a null.
- Ahhhnn... É, você não vai querer saber – respondeu rindo da situação imaginada, em que ela contava a ele todas as coisas auspiciosas e não-auspiciosas da sua personalidade; vulgo, o cara chamaria toda a ala psiquiátrica do Hospital das Clínicas. Imaginava como seria se a pergunta tivesse sido dirigida à null: loirinhos, loirinhos, loirinhos e... Ah! null. E null.
- Ah, não me deixe com curiosidade! – disse o “bombadão” sorrindo.
“Papai, eu ficava tão feia assim quando eu usava aparelho fixo?!” – null pensou horrorizada.
- Bem, como eu posso explicar...? É que... – null só conseguiu ouvir o coro de anjos. – AH! É AQUI! OBRIGADA, DEUS TE PAGUE!
null saiu correndo daquele carro e entrou no buffet, pronta para encontrar todas as suas tias, tios, tios-avós, primas e seu primo de quase dois metros.
***
- Pode ficar confortável, eu sei que não é muita coisa, mas é bem aconchegante! – disse null com um jeito fofo ao entrar no seu apartamento com null.
- Ah, que isso! – respondeu, logo pensando: “NÃO É MUITA COISA? POUCA COISA O CACETE DO JOÃO! O CARA TEM VÁRIAS ESTATUETAS CARAS, SOFÁS, UMA TELEVISÃO DE 56 POLEGADAS". - Oba! null! - "E AS PAREDES PINTADAS DE UMA COR QUE PARECE OURO FOLHEADO! Será que as meninas me deixam pintar a nossa casa com essa cor? Ah, é, tem o bode, esquece... De qualquer maneira, esse lugar é o triplo da república!” – Sua casa é linda!
- Obrigado, você é adorável! – disse null.
null estava a um passo de surtar bonito.
- Sabe, antes de qualquer coisa, eu queria compartilhar com você uma coisa, um segredo. É que eu queria que estivéssemos bem próximos em questões sentimentais antes de aprontar, se é que me entende... – ele deu uma risadinha. – Queria que você soubesse do que eu gosto.
- Claro! Isso é genial! – gritou null. Para ela, desde que o que ele mostrasse não envolvesse uma faixa de miss ou escrita: books, homework and null null, estava ótimo.
- É por aqui – falou null, chamando-a enquanto se dirigia ao corredor.
null simplesmente flutuava, mas quando ele abriu o seu closet, ela viu algo bem pior que uma faixa de null, livros ou até mesmo lição de casa: era um santuário do Günther.
- Eu sei que parece, e pode ser, estranho... – falou null pegando a estatueta do homem nu com apenas uma garrafa de champanha entre as pernas. – Mas esse cara... É tudo para mim! Desde que eu ouvi a expressão tralla la, a minha vida nunca mais foi a mesma! Eu até tatuei! – null mostrou o seu bíceps malhado que destacava a frase em letra cursiva: Oh, you touch my tralla La! Hmm, my ding ding dong! – Aqui também tem outra! – e ele mostrou suas lindas costas que exibiam: DO THE NAKED DANCE! – De qualquer forma: null, esse cara representa o mundo para mim! Ele... É incrível! E eu amo aquele bico... Se algo acontecesse com ele ou alguém fizesse algo com ele, não sei o que eu faria... – null começa a chorar de leve com alguns soluços, enquanto apertava o homenzinho contra o peito.
“Oh, ou”, foi TUDO que ela conseguiu pensar.
- Erm... null? - null mordeu os lábios e quis se matar naquela hora. O homem perfeito tinha virado... ISSO! Tá, ela até poderia conviver com um cara gostoso assim mesmo que goste do Günther, mas... ''Se algo acontecesse com ele ou alguém fizesse algo com ele, não sei o que eu faria...''. “Tá. Eu estou morta”, ela pensou.
- O que foi? - ele disse colocando a camiseta de volta.
''Nãão, pode ficar sem, menos trabalho pra mim... '', ela pensou.
- Pois é... Longa história. Mas, sabe o quê? Eu te conto depois, vamos - null disse atropelando as próprias palavras e puxando null pelo braço até o quarto.
''Tá bom que eu vou perder essa chance! O maluco já vai morrer mesmo depois que os noticiários começarem a anunciar... Merda. Os noticiários. Bah, depois eu arrumo um jeito de colocar a culpa no bode!'', pensou mais uma vez a menina.
***
null tinha cumprimentado a sua tia-bisavó (puta que pariu, ela deve beber formol) que fazia 137 anos... E meio. Só não comemorou o aniversário antes porque fez uma plástica nos pés e não conseguia andar de tão deformados que estavam. Mas como ela dizia:
- Quem não daria tudo pra ter o pé igual ao do Shrek?
“Eu sei quem”, null pensou balançando a cabeça.
Ela já estava cansada dessa festa de família, não tinha nada pra fazer além de jogar bingo e comer uma coisa verde. Ela resolveu que iria se despedir de seus parentes e ir embora.
''Pai, pelo amor do cu do cavalo, não deixe que eu fique assim quando envelhecer'', null pensou enquanto se despedia da jovem aniversariante.
***
null chegou em casa às 5:40 da manhã. ''Não faça barulho, porta! Eu juro que se você resolver não ranger agora, amanhã eu dou um jeito de castrar o bode para ele nunca mais mijar em você'', pensou em vão abrindo a porta que não cooperou com ela acordando null.
- Nunca me peça nada, ouviu? – null reclamou para o monte de madeira.
- Hã? – disse a menina que foi acordada.
Cruz credo, a null parecia mais um zumbi verde do que uma garota de pijama.
- Ah... Nada, eu estava falando com a porta - ela respondeu cochichando e apontando para sua ex-amiga cúmplice.
- Ah, tá - ela esfregou os olhos e se virou. null deu graças ao universo que ela não havia se lembrado do que null a havia mandado fazer.
- Espera um pouco... O que the hell você estava fazendo fora de casa às 5 da manhã? – perguntou null.
"Merda. Nota mental: desativar modo besteirol e lembrar-se de ouvir a mamãe da próxima vez que ela falar que objetos elétricos não devem ser jogados de propósito na água", pensou null desapontado com o Cosmo.
- Erm... Eu... Estava na casa de um loiro gostoso e que idolatra o Günther.
- Você o QUÊ? - ela disse um pouco alto demais.
- Que porra é essa? – null disse, mas parou de falar e arregalou os olhos. - NÃO ME DIZ QUE VOCÊ FOI PRA CASA DO BOMBADÃO?
- Entããão, essa é a parte engraçada da história - null sorriu na esperança de que as duas rissem com ela.
"Por que só eu tenho senso de humor nessas horas? Nota mental 2: não beber quando suas amigas estão putas", pensou null com as esperanças quebradas.
- Não gosto mais de histórias - null disse e foi dormir.
- AAAAAAAAAAAAAAAH, UM OVNI!!!!!
- Hã?
- ETs, AQUELA COISA QUE VOA!!!!
- HÃÃ??
- TEM UM OVNI NO QUINTAL!
- E eu sou a Britney Spears.
- AAAAAAAAAAAAAAAAAAAH!!!!
- “Hit me baby one more time” - null começou a cantar quando null - que estava indecisa entrer correr de medo ou pular de emoção - a acordou berrando e apontando para um ser no quintal.
- O QUE O JÔ SOARES TÁ FAZENDO NO QUINTAL????
- Não sei, mas pede para ele voltar mais tarde que agora eu vou dormir... – null disse bocejando.
null arregalou os olhos e travou nas primeiras tentativas de falar:
- Que Jô Soares o quê! É... Não pode ser – aproximou-se mais da janela e terminou a frase sem acreditar nas próprias palavras. – O GÜNTHER VOLTOU PARA PUXAR NOSSOS PÉS!!
- Nossos uma ova! Eu fui contra a null no volante desde o início! – null ergueu as mãos.
- E que outra opção eu tinha? – null falou na defensiva e acrescentou olhando através do vidro. – Ai, meu Pai, ele está vindo para cá!
- ATIRA O BODE NELE! ATIRA O BODE NELE! – null gritava numa estranha mistura de desespero e alegria, livrar-se daquele animal fedorento era sua meta desde que o bicho chegara à casa.
- NÃO! Ninguém vai tacar o Zé Bré em nenhum morto-vivo! – null, a dona do bode, defendeu-o e acrescentou logo em seguida, vendo os olhos de null brilharem – Nem na parede!
- Droga! Não foi dessa vez...
- Sem querer botar pressão, mas... Tem um defunto do lado de fora prestes a invadir a casa e tudo o que vamos fazer é discutir a permanência do bode?
- Tem razão, vamos fugir! No três a gente... – null falava quando a porta abriu.
A sala emudeceu, esfriando. As três prenderam a respiração ao mesmo tempo, sentindo um arrepio percorrer a espinha. Nenhuma tinha coragem de abrir os olhos. Então null quebrou o silêncio ainda sem abrir os olhos:
- Bodes morrem primeiro!
- NÃO!!! ZÉ BRÉ! – null abriu os olhos para abraçar o bode. – Michael Jackson?!
null e null abriram os olhos, enquanto a primeira se atirou nos pés do astro.
- Eu sabia que você não tinha nos deixado!
- Eu não acredito nisso! null, pega a câmera. null, a tesoura. Vamos cortar um fio do cabelo dele e vender as fotos! Vamos enriquecer!
null a fuzilou com o olhar.
- Caramba! Eu disse que isso iria acontecer! Estão falando tanto no cara que ele não consegue partir! – null disse triunfante. – SEGUE A LUZ, MICHAEL JACKSON! ATRAVESSE A LUZ BRANCA... Ai!
- Cala a boca! – null disse, atirando uma almofada na amiga.
- Pô, deixa o cara descansar...
- Nada, vamos lucrar em cima dele! – falou null e, sob o olhar repressor de null, acrescentou – Quê? A família dele também fez isso...
Um som estranho saiu de dentro do Michael... Algo como... Uma risada abafada?
- Ele está engasgando!
- Não, sua besta, ele está rindo!
- Espera aí... Desde quando mortos riem?
- E desde quando eles fazem visitas, null?
O barulho aumentou enquanto Jackson... ARRANCAVA A PRÓPRIA CARA?
null atirou a máscara ainda rindo.
- MEU PAI, ISSO É HORA DA GENTE VIVER UM SONHO ERÓTICO DA null? – null gritou confusa e triste por ter se jogado aos pés de um impostor.
- QUE DA null O QUÊ, ESSE DAÍ TAMBÉM É MEU! – null falou praticamente babando.
null revidou:
- SEU O CARA...
- QUIETAS! – null exclamou.
As três meninas pararam com os olhos arregalados, incrédulas de que aquele deus grego pudesse fazer alguma coisa ruim, mas ainda com medo. Ele começou a falar com um ar doentio:
- Vocês acharam MESMO que eu não descobriria?! Vocês acham que eu tatuaria uma frase daquelas à toa?! MEU, EU SEGUIA O CARA!
- Você não tinha nada melhor pra fazer, não? Quem seguiria um cantor eurodance tarado?! – null perguntou com sua amável ironia.
Naquela hora, depois daquela pergunta, null só conseguia pensar nos novos pés da tia-bisavó seguidos de “eu acho que sei...”.
- LAVA A SUA BOCA ANTES DE FALAR DE MATS SÖDERLUND! ELE ERA ÚNICO! O MEU ÍDOLO - null gritou quase chorando.
null percebeu a confusão das duas:
- Era o nome verdadeiro do Günther.
- TÁ, TÁ, VAMOS PARAR COM ESSA PALHAÇADA – null começou - ESCUTA, SENHOR GOSTOSO: foi um acidente! Eu estava dirigindo o carro da null e... Ah, é! O que a gente fez com o carro?
null simplesmente ficou paralisada e disse:
- Eu disse que só podia dar em merda...! – e sentou-se no sofá com a mão na testa.
- Ah, tá... Voltando ao assunto: eu não olhei pra frente porque eu sou eu e acabei batendo naquele bico sem fim...
- AQUELE BICO ERA SEXY! – gritou null.
- SEXY É VOCÊ! – revidou null.
- CALA A BOCA! – null disse, pondo fim na discussão sobre sensualidade.
- E TÁ, E PÁ, E EU MATEI O CARA! – null disse, infelizmente, e como sempre, rindo. – Mas você gostou de passar a madrugada comigo, né?
- Eu sabia... Como eu pude duvidar? SABIA QUE TINHA SIDO VOCÊ QUEM MATOU! Vim aqui descobrir quem era a culpada e agora, posso ver que eu estava certo o tempo todo! – null caminhava em direção à null.
- Mas como? – null indagou.
- Você tem um ar meio assassino – null brincou.
null mostrou a língua.
- A frase “relaxa e goza! A vida é rosa!” te lembra ALGUMA COISINHA? – null estava parecendo um maníaco.
- Sim. Eu falei, não falei? – null consultava sua memória. – Mas e daí?
- A ÁGUA ESTAVA ROSA, SUA ANTA! – berrou o homem loiro. – Parece que você tirou a ideia de algum lugar, hein?
null se virou para null:
- NUNCA MAIS ME FALE ALGUMA COISA QUE UM LOIRINHO POSSA USAR CONTRA MIM!
- Não tenho culpa que a água ficou rosa e não verde! – null revidou.
- Era para ficar de que cor? – null perguntou.
- MAIS UM BARULHO E O BODE MORRE! – ameaçou null.
- ZÉ! – null tentou agarrá-lo a tempo, mas null a impediu. Não só porque queria o bode fora da casa, mas aquele homem estava fora de controle.
- Não é justo? Vocês levaram a razão do meu viver embora. Agora, eu vou levar a de vocês...! – null sorria.
- Por mim, pode casar com ele! – null falou do sofá.
- Casar não! Essa tarefa é minha! – null gritou.
- Não faz nada com o Zé, moço, por favor! – null implorou.
- Por que não pensaram nisso antes de matar aquele homem maravilhoso? Sabe, ele podia ter mudado o mundo de verdade! Não foi que nem a bosta do Michael Jackson que tinha um monte de grana e só conseguiu fazer besteira!
- EPA, EPA, EPA! – null se levantou do sofá.
- Mas de qualquer forma – ele riu – Que falta UM BODE poderia fazer?
Naquele momento, Zé Bré mordeu o dedo de null, que gritou e deixou-o escapar. Saindo do colo do rapaz, o animal se pôs a urinar nos pés dele.
- Acho que não te castrar foi uma boa ideia... – null pensou alto.
O rosto de null passava de vermelho a roxo, de roxo a azul, e continuava seguindo a escala das cores.
- OWN! Quem é o bodinho lindo da mamãe? Quem é, quem? - null falava com o nariz grudado ao focinho do animal peludo em seu colo.
null admirava a sensualidade de null aumentando de acordo com a mudança de cores em seu lindo e loiro organismo.
- ANGÜEN SHALE IYUH, BABERT LOLI-UH MAMAGYT!! - todos pararam o que estavam fazendo e olharam espantados para null, que explodia em sexyês. Ele revirou os olhos e explicou:
- EU, AO CONTRÁRIO DE VOCÊS, HONRO A LÍNGUA DO DEUS DO...
Eis uma cena que ninguém esperava: null pulou para cima do homem extremamente em forma à sua frente, derrubou-o no chão e o agarrou rolando com ele pela porta de entrada. Quando ele conseguiu se livrar da cidadã em volta de seu pescoço, ele correu para longe dali pretendendo nunca mais voltar para a “Toca da Loucura”.
- null, dessa vez você me surpreendeu. Um plano que funcionou! - null levantou-se do sofá.
- NÃÃÃÃÃÃÃÃO!! NEM DEU TEMPO DE EU PERGUNTAR QUE CONDICIONADOR ELE USA!! - ela caiu de joelhos se lamentando.
- Tá, null, chega de surpresas por hoje, vai perseguir os null que é melhor para todas nós.
***
- OMFG! null, wake up! I had a very crazy dream, man. And if my mind is right, a weird, crazy and purple girl is following us! (null, acorda! Eu tive um sonho muito louco, cara. E se eu estiver certo, uma estranha, louca garota roxa está nos seguindo!).
- null, how many times have I told you that cocaine is not cereal? (null, quantas vezes tenho de dizer para você que cocaína não é cereal?).
***
- Oi, null.
- Oi, null.
- Para onde você vai?
- Itália.
- Haaam, está aprendendo comigo, hein? O que foi dessa vez, o Edward foi fazer feira com os Volturi?
- Naah, Rehab.
- Ah...
- Até daqui a quatro anos!
- Até! Ah, pode me mandar uma banana de lá?
- Beleza.
Cinco anos depois...
- LARGA A MINHA BANANA!! - null puxava a fruta das mãos meladas de null.
- NÃO! ACABARAM AS BANANAS. E MEL SEM BANANA É RUIM!
- null, já é hora de libertá-la, amiga! Você a manteve numa cúpula por um ano... Deixe a fruta seguir a luz! - null segurou em seu ombro.
- Não. Amigos não desistem um do outro assim - uma lágrima caiu dos loiros olhos de null. - Essa banana não é como as outras, ela é... Especial...
- Especial é como chamam os aleijados! LARGA A FRUTA!
null sondou a banana com os olhos e, arrebitando o nariz, falou com sua típica cara de nojenta:
- Pensando bem... Pode ficar com a banana, depois de tanto tempo, ela deve estar podre!
- Isso se ela fosse uma fruta comum...
- Ela fede como uma fruta comum após cinco anos... – provocou null.
- Está reclamando do odor de minha banana?
- Se a casca entrou na fruta...
- Como é? – estranhou null.
- Eu achei que seria mais adequado do que “se a carapuça serviu”... – explicou-se null.
- Pois fique sabendo que a única coisa que fede nessa casa é aquele ser quadrúpede que você só cria para estragar os móveis!
- Não fala assim do Zé Bré que ele se ofende!
- Brééé... – fez o bode como se respondesse, urinando na estante.
null e null trocaram olhares inexpressivos:
- Escuta... – começou null. – Eu estava indo mesmo na feira, eu aproveito e te compro um cacho de banana, solte a da null.
null encarou as duas parecendo pensativa.
- Claro... – ela disse docemente estendendo a banana para null.
Os olhos de null brilhavam quando ela estendeu a mão para receber a fruta...
- Que não! – disse null tomando de volta a banana e a mordendo com vontade, e acrescentou perversamente – Mas você pode ficar com a casca... Cof! Cof!
- Bem feito! – falou null – Quem mandou comer? Engasgou!
null continuou a tossir.
- null, acho que ela engasgou de verdade... – null falou preocupada para a amiga que assobiava enquanto a outra ficava roxa.
- Não, ela deve apenas estar brincando de camaleão...
null continuou engasgando. null suspirou e disse:
- Está bem! null, pegue as chaves do carro da null. Nós vamos ao hospital.
- Mas quem vai dirigir? Ela não está em condições e toda vez que eu vou fazer o teste para tirar a carteira você me apronta uma!
null piscou sorrindo. null parou de tossir.
- Passou! – falou com uma voz estranhamente fina.
- Mas a sua voz...
- A null não vai... Dirigir... Meu carro... Custou muito... Caro... – null falou entre tosses com uma voz ainda mais fina.
null riria disso se a amiga não estivesse adquirindo cada vez mais um tom tão... Púrpura.
- null, lamento lhe dizer, mas não temos outra...
- Ah, temos! Táxi.
- Mas vai custar também... – null falou sorrindo.
null suspirou, ou pelo menos tentou, o resultado foi uma estranha mistura de um suspiro com a tosse que teimava em persistir.
- Chama uma ambulância!
- null, nós não podemos chamar uma ambulância, é só para casos graves...
null e null a encararam. null estava roxa, tossindo há mais de dez minutos e sua voz estava insuportavelmente fina. Aquilo era mais do que grave.
- Ok...
- Espera!
- O que é? - null estava à beira de perder a paciência.
- Eu tenho medo de médicos...
null desatou a rir enquanto null fechou o semblante.
- Está tudo bem, null. Eu conheço um doutor de confiança – null falou sorrindo. – null, liga para a Sagu...
- Samu! - corrigiu mal humorada.
- Tanto faz. Liga para ela, precisamos chegar o quanto antes ao escritório do doutor House!
Após quinze longos e angustiantes minutos, a ambulância chegou. null tentava acalmar null, que parecia que ia ter um bebê, enquanto null tentava fazer suco de mexerica enquanto assistia Bob Esponja ao mesmo tempo, mas ela nunca conseguia encher um copo (pois os seus ataques de risada faziam-na perder o controle e derrubar tudo o que havia feito no chão). A campainha tocou:
- Moça, perdoe-nos, mas vocês chamaram uma ambulância? – perguntou o pára-médico.
- Sim, obrigada por terem vindo tão depressa – null respondeu com simpatia, apesar de pensar exatamente o contrário.
- Por que está tão calma?!
- Relaxa e goza, meu caro, a vida é rosa!
- O quê?!
- Essa frase não presta mesmo, né?
- Escuta, vocês chamaram uma ambulância, portanto deve, aliás, DEVERIA ser algo grave, mas pelo o que posso ver...
Nesse momento, null apareceu simplesmente ROXA, com os olhos esbugalhados e cara de pânico, encarando o homem, que respondeu:
- WOW, acho que isso é um caso grave...
- CLARO QUE É! AGORA, LEVA ESSA MENINA PARA HOSPITAL ANTES QUE EU TE QUEBRE A FUÇA! – null explodiu. – E NÃO DUVIDE DE MIM! EU JÁ MATEI UM HOMEM, ALIÁS, UM TARADO, HÁ CINCO ANOS ATRÁS!
- Mentira! Fui eu! – null gritou da cozinha.
- Então tá, né... – o cara balbuciou depois daquilo.
O homem carregou null até o veículo e deu-lhe uma máscara de oxigênio, para que ela pudesse respirar melhor. null subiu e sentou-se ao lado da amiga, trocando informações com o rapaz. null foi a última a sair de casa, por um ato de sorte, lembrou-se de trancar a porta e depois disso, desabafou:
- Ah, merda, nenhum deles é gato...
- NÃO! ESQUEÇAM, EU NÃO CONSEGUIR FA... – a voz de null falhava cada vez mais.
- AH! EU JÁ ANDEI COM UNS CARAS FEIOS NO MESMO CARRO! – null reclamou. - AGORA É QUE VOCÊ VAI SER ATENDIDA MESMO!
- null, você bem que podia ser mais amável com a sua amiga que está passando por uma experiência quase... Banana mortal? – null tentou.
- AH! Já me basta que a mexerica tenha acabado! OLHA!
null apontou para um cara.
- Quem é? – null sussurrou.
- O null, ele voltou para matar a gente.
null tentou se defenestrar nessa hora, ao mesmo tempo que gritava, ou melhor, tentava gritar:
- ZÉ! FOGE!
- NÃO! ERA BRINCADEIRA – null teve um breve ataque de risada. – É o tiozinho lá... O House.
- É verdade que ele é o melhor médico daqui? – null indagou.
- É! Por que não seria?
Logo, veio a seguinte cena:
- Por que será que analgésicos são tão bons? – House perguntou para a recepcionista.
- O senhor, mesmo sendo médico, sabe que não deveria ficar pegando os medicamentos do hospital desse jeito.
- Ops, pois é. Mas você se esqueceu de uma coisa...
- Do quê?
- Eu sou eu, você é você, o Ronaldo é gordo e o mundo precisa de gente mais... Dopada.
Ele saiu andando com sua bengala enquanto cantava.
- Esse aí é dos meus... – null se sentiu triunfante.
null e null estavam em choque.
- Dr. House? – null chamou.
- Pode me chamar Oompa-Lumpis, mas, sim, o que você quer?
- A nossa amiga aqui está com um pequeno... Problema. Poderia ajudá-la?
- Hmm... Vamos ver: pele roxa, pânico e cara de quem vai vomitar... Vão à cantina, peçam uma mexerica e taquem com toda força no estômago dela.
- MEXERICA!! – null saiu correndo em busca da sua preciosa e amada fruta.
- Dr., exijo um tratamento qualificado – null respondeu.
- E é qualificado! É a melhor e mais bruta forma de fazer sair o que está incomodando-a!
- CHEGA! A MINHA AMIGA ESTÁ PASSANDO MAL, A OUTRA É UMA LOUCA, NÓS MATAMOS UM TARADO, ESPANTAMOS UM CARA GATO, BRIGAMOS POR CAUSA DE UMA BANANA PODRE E AGORA ME VEM VOCÊ! – null berrava no meio do hospital.
- Vocês fumam alguma droga mutante? – House perguntou.
- Mano...
- Cheiram?
- Não...
- Ah, injetam!
- Não! Examina essa guria e depois você me diz o que precisamos fazer!
- Tá legal, “mamãe” – House gozou.
***
- Moça, eu quero uma mexerica, dá pra me arranjar uma? – null disse histérica.
- Vou trrrrrrazerrr uma parrrra você – a moça respondeu.
“Da onde eu conheço esse sotaque?”, null pensou. A mulher lhe entregou a fruta, mas agarrou a mão de null quando ela estava prestes a pegar a sua preciosa:
- Sabe, eu estava atrrrrrás de uma cerrrrta pessoa...
- Ah, eu te entendo. É difícil encontrar o Johnny Depp, não?
- Acho que você não entendeu – pressionou a senhora.
- Como assim, vo... – null ficou paralisada, ela reconheceria aquele bico em qualquer lugar.
Moral da história:
null se pegou com o House enquanto a null morria do lado. House se recusa a socorrer null, pois ele também era fã do Günther. Isso foi uma armadilha porque a banana sempre foi envenenada pelo bode que já morreu há anos, mas foi substituído por um robô do mal. Tudo foi plano de null. Precauções a tomar: não mate astros desconhecidos bicudos e/ou tarados que tenham fãs loiros e/ou médicos. Tenha um bom dia.
Fim
Nota da autora: Oii!!! Gostaram da fic??? Querem mandar-nos a um manicômio??? Comentem.
PS: sim, nós escrevemos isso bêbadas. E sim, o Günther existe mesmo. Por favor, evitem xingamentos explícitos nos comentários... E para quem quiser ver o tal clip do Ding Ding Dong Song estamos colocando o link: