So I Drive
Autora: Nara | Beta-reader: Bia


Já fazia uns bons minutos que eu estava parada em frente ao meu guarda roupa, pensando com que roupa eu iria a esse aniversário. Não era nada especial ou sofisticado. Longe disso. Era apenas uma reunião dos amigos da época do colégio para comer uma pizza em comemoração ao aniversário do Patrick. Porque, dos tempos do ensino médio, a única relação que resistiu foi a minha com o .
Esse grande imbecil que é meu melhor amigo. E o cara que eu sou apaixonada desde os 16 anos. E isso já faz tempo, já que hoje tenho 23.
Não é hora de ficar pensando nele ou no que sinto pelo meu melhor amigo. Somos adultos, somos próximos. Estamos o tempo todo juntos. No trabalho, nos ensaios e shows da banda dele, no bar. Sempre.
Suspirei alto e me joguei na cama, olhando o teto. Por que eu queria tanto estar maravilhosa essa noite? Era apenas uma reunião com o pessoal e depois uma carona para casa.
Desisti de ficar escolhendo. Vou apelar para o básico, já que sempre funciona. Uma calça jeans justa, uma blusinha branca justa de mangas compridas com a minha companheira inseparável: A jaqueta de couro. Nos pés, uma bota preta de salto.
Tomei um longo e relaxante banho, sequei os cabelos e os deixei meio ondulados, como são naturalmente, soltos as minhas costas. Eles eram loiros há muitos anos atrás, mas depois que conheci o , por algum motivo que hoje não me recordo mais, eu pintei meus cabelos de . Não ligo muito para isso, eles ficaram mais bonitos assim.
Cabelos secos e soltos, vestida e calçada. Hora da briga com a maquiagem. Nunca tive muita habilidade nessa coisa. Então novamente o básico. Ele combina muito mais comigo.
Quando eu estava quase pronta, apenas passando perfume, meu celular começou a tocar na sala. Por que diabos eu largo ele em todo lugar?
Corri e olhei no visor: .
- Fale. – tínhamos intimidade o suficiente para pular as partes de oi e tudo bem. E ele odeia telefone.
- Estou na frente da sua casa já faz 10 minutos. Ande logo.
E desligou. Sempre educado. Não sei como diabos eu fui me apaixonar por ele.
Tá eu sei, mas sem detalhes. E não tenho tempo para me perder em pensamentos assim, porque ele já esta me esperando e eu sei o quanto isso o irrita.
Peguei a bolsa e joguei o celular dentro, gritei para minha mãe que estava saindo e que não sabia que horas voltaria. Ela está acostumada.
Bati a porta e fui correndo até a moto do . Eu adoro demais essa moto. Por motivos óbvios: eu que escolhi.
Lembro muito bem do dia em que ele me arrastou para a loja da Harley Davidson e me pediu para o ajudar a escolher. Eu nem sabia que ele tinha grana para comprar uma moto dessas. Mas era alguma coisa com o pai dele ter aparecido de repente querendo compensar ele pelos anos que nunca esteve presente. Interesseiro como apenas meu melhor amigo pode ser, ele pediu a Harley. E o pai dele, trouxa que só, aceitou.
Fui até ele, que estava encostado na moto com os dois capacetes na mão, e dei um beijo no rosto dele.
- Hey, . – cumprimentei-o enquanto ele me passava o meu capacete.
- Hey! Por que você não deixa o seu capacete na sua casa? É uma bosta andar com os dois capacetes na moto o tempo todo.
- Eu não deixo na minha casa porque você sempre usa o meu capacete para levar as suas garotas para o motel.
- Outch, doeu. – sarcástico até o último fio de cabelo. Ele deu aquele sorriso de lado, transbordando veneno. Tá aí um dos motivos de eu amá-lo.
- Doeu é, bebê? QUE DÓ! – eu também não fico muito atrás dele no quesito sarcasmo e veneno. Rimos juntos por um momento, mas logo passou. Coloquei meu capacete ao mesmo tempo em que ele colocava o dele e subia na moto. Eu sou mais desajeitada para isso, então ele me estendeu a mão e me ajudou a subir. Passei meus braços ao redor dele e coloquei as mãos no bolso da jaqueta dele e saímos.
Adoro sentir o vento no rosto, as curvas me deixam apreensiva e isso é estranhamente agradável. não ia devagar e parecia não tomar cuidado nenhum, e isso é estranhamente excitante.
Não demorou muito tempo e chegamos à pizzaria. Estacionamos e fomos andando juntos até o grupo de pessoas que estava em frente à porta.
Eram todos os nossos antigos colegas de colégio. Alguns não mudaram nem um pouco, outros estavam quase irreconhecíveis. Foram cinco anos sem ver todos juntos. Eu ainda saía com alguns deles às vezes, alguns faziam parte da banda do . Mas algumas das pessoas que estavam ali eu não via há muitos anos.
Entramos na pizzaria e ficamos todos lá, comendo e bebendo por um bom tempo.
Eu não havia bebido muito porque sabia que iria beber e quem teria que levar a gente para casa seria eu. Eu estava certa. Ele bebeu bastante, não a ponto de perder a noção das coisas, mas a ponto de eu não o deixar pegar a moto. Qual é, eu gosto muito do meu corpo com as partes dele no lugar.
Saímos da pizzaria bem tarde, quando a mesma estava fechando já. Perdi completamente a noção da hora. Droga.
Por que eu estou reclamando? Simples: está bêbado o suficiente para não conseguir pilotar a moto, então eu terei que fazer isso e levar ele para casa, porém, como já é muito tarde, eu não vou poder pegar ônibus para voltar da casa dele. E, acredite se quiser, nenhum táxi vai até lá à noite. mora no fim do mundo, sério.
Preciso resolver isso, e rápido.
- Hey, , vem aqui. – tive que quase gritar, porque ele estava do outro lado do estacionamento, conversando com umas pessoas que estavam indo embora.
Com toda a agilidade e rapidez que todo bêbado tem, se arrastou até onde eu estava. Ele estava realmente bêbado, que merda.
- Diga, , meu amor! – é oficial, ele está muito bêbado. Chamou-me pelo apelido idiota e de meu amor na mesma frase. Sem contar que se “jogou” em cima de mim, abraçando-me de lado.
- , nós temos que ir embora, mas estou com um probleminha. – eu disse, torcendo os dedos da mão. Seria embaraçoso.
- Eu estou bêbado e não posso pilotar e você vai ter que me levar para casa, certo?
Até que para um idiota ele está sendo esperto.
Isso soou estranho até para mim.
- Isso mesmo. Mas o problema é que... Han, está tarde... E não tem mais ônibus. – gaguejei, tropecei nas palavras. Odeio quando faço isso.
- Dorme lá em casa, sua tonta. Quantas vezes você já fez isso? – o tom de voz dele era daqueles que dizem a uma criança que ela pode fazer algo que ela sabe que pode fazer. O tom de “óbvio”.
Sim, eu já dormi na casa dele várias vezes. Mas em todas elas a mãe dele estava lá. E agora eu sei que ela não está. Sem falar que eu não tô mais aguentando de vontade de beijá-lo. E fazer bem mais que isso. Vai ser uma merda isso, eu estou sentindo.
- Não tem problema mesmo? – eu tinha que me certificar, né? Mesmo que isso soe extremamente ridículo.
- Não, imbecil. Agora pega a minha moto lá que eu preciso dormir.
Grosso, estúpido, imbecil... Eu fui o xingando mentalmente até onde estava a Harley. Eu adoro quando ele me deixa pilotá-la. Subi nela e a levei até onde me esperava. Ajudei-o com o capacete. Só espero que ele não se jogue da moto. Se ele não morresse, eu o mataria.
Com um pouco de drama, ele subiu na moto. Ele realmente se irrita de ir como passageiro. Diz que sente falta do vento e do controle da situação. Controlador dos infernos.
Dei partida na moto e esperei ele se segurar em mim. E, puta merda, por que ele precisa fazer isso? Deve ser de propósito.
Ele passou os braços em torno da minha cintura e cruzou as mãos na minha barriga, deixando o corpo dele totalmente grudado no meu. Agradeci muito pelas nossas jaquetas de couro estarem no meio disso tudo, senão eu iria explodir.
Respirei bem fundo e acelerei, saindo do estacionamento e ganhando as ruas vazias da cidade. não desgrudava nem um centímetro do meu corpo, mas agora ele havia descruzado as mãos que estavam em minha barriga e colocara cada uma em um bolso da minha jaqueta. O vento estava mesmo gelado e nossa viagem não seria tão curta assim, já que ele mora longe.
Acelerando cada vez mais, sentindo o vento no rosto e o corpo cada segundo mais quente. Eu deveria estar sentindo cada pedacinho do meu corpo congelar. É Junho, caralho. Inverno. Está um vento gelado dos infernos e eu só consigo me sentir quente.
Talvez, e só talvez, tenha a ver com o fato de estar fazendo um tipo de carinho com as mãos dentro dos meus bolsos. O forro do bolso é fininho e a minha blusa de baixo não é exatamente grossa. Eu sentia os dedos dele fazendo movimentos circulares com os polegares na minha barriga, mesmo por cima da blusa, e aquilo estava me deixando um rastro de fogo na pele. Não acredito que ele esteja fazendo isso de propósito, deve ser sem pensar.
Ele sempre foi estranho e inquieto mesmo.
Depois de vários minutos em cima da moto com grudado em mim e toda aquela situação estranha, chegamos à casa dele. Estacionei a moto na garagem enquanto ele abria a porta. Enfim eu conseguia respirar direito.
Entramos em casa e eu estava pronta para mandá-lo tomar banho quando joguei os capacetes no sofá, mas ele estava parado no meio da cozinha, secando uma garrafinha de água.
Balancei a cabeça para a cena a minha frente. Ele não precisava ser sexy tomando água. Por Deus, era apenas tomando água.
Peguei meu celular e mandei uma mensagem para minha mãe, explicando que estava na casa do e que voltaria para casa no dia seguinte.
Enquanto enviava a mensagem, ouvi ir para o quarto dele, então quando terminei, fui para lá.
- Vai tomar um banho, . – disse da porta, onde me encostei ao batente e o observei andar pelo quarto, meio às cegas.
- Vá você primeiro, . Você parece com mais frio que eu. – parece que, enfim, ele lembrou o que foi fazer no quarto, abriu as portas do guarda roupa, estendendo-me uma toalha.
Agora que eu não estava com o corpo dele grudado no meu, eu estava realmente sentindo frio. A ponta dos meus dedos estava roxa e meus lábios tremiam um pouco. Nada exagerado, tenho certeza que um banho resolve. Resolvi não discutir e peguei a toalha da mão dele.
Mas, quando eu estava indo para o banheiro, lembrei-me: Que roupa vestir?
- , empresta um pijama?
- Olha para a minha cara de usar pijama, !
Eu sei exatamente como ele dorme, porque já tive que acordá-lo algumas vezes... E pelos deuses, é uma cena linda: apenas de cueca.
Ignore as perversões, . Ignore.
- Ah tá, e você quer que eu vista o quê? Que eu durma de calça jeans e jaqueta?
Ele riu da minha cara. ELE RIU DA MINHA CARA. Que ódio que eu tenho.
- Se você quiser. Mas eu tenho uma ideia melhor... – Por que diabos a cara de tarado dele é tão linda? ESPERA! Eu não devia admirar isso e sim bater nele por ter esse tipo de ideia. Mas, quando eu me preparei para dar uns tapas nesse garoto folgado, ele deu uma risadinha e ergueu as mãos em sinal de espera. – Eu estava querendo dizer que você pode usar uma calça de moletom minha!
Abriu uma das gavetas do quarto e me deu uma calça simples de moletom cinza. Nada sexy. Agradeci e fui para o banheiro.
Com a porta trancada, eu pude respirar por um momento. Os efeitos da presença e proximidade dele estavam cada dia mais fortes. Eu já não consigo resistir. Estou precisando com a máxima urgência liberar toda essa carga de tensão sexual.
Despi-me rapidamente e logo estava feliz e contente esquentando todas as partes do meu corpo na água quente. Eu realmente amo o chuveiro da casa do . É bem melhor que o meu. E definitivamente mais quente. Lavei os cabelos com calma, esfreguei todo meu corpo até estar totalmente ensaboado e aquecido, deixei a água levar o sabonete e todas as minhas neuras pelo ralo. No fim de vários minutos de banho, eu estava relaxada e pronta para encarar mais uma dose massiva de .
Desliguei o chuveiro e me sequei. Vesti-me com a calça do e a minha camiseta branca novamente, enrolei a toalha no cabelo, que estava pingando, peguei minhas roupas e saí do banheiro.
Nossa, dentro dele estava bem mais quentinho. Fui tremendinho para o quarto, só para achar o garoto deitado embaixo de dois edredons que pareciam super quentinhos.
Não precisei pensar duas vezes para largar minhas roupas no chão e me jogar em cima dele, rindo como criança.
Sim, eu sou estranha. Num momento estou que nem consigo ficar perto dele de tensão e no outro estou pulando em cima dele na cama como uma criança. Não tenho culpa, ser apaixonada pelo melhor amigo causa esse tipo de situação.
Ele riu junto comigo, mesmo resmungando um pouco sobre eu estar pesada. Golpe sujo, . Logo estávamos rindo loucamente juntos, mas embaixo das cobertas agora. Bem melhor assim.
Aos poucos, a crise de riso passou e estávamos apenas deitados lado a lado na cama dele.
- Hey, vai tomar seu banho agora. – eu disse baixinho.
- Tá, eu vou enfrentar o frio ártico que está do lado de fora das cobertas. – disse, colocando a mão na testa em forma de drama, com uma voz mais dramática ainda. Ri um pouco da cara dele enquanto o empurrava para fora da cama.
Assisti ele levantar e pegar, na mesma gaveta de antes, uma calça de moletom de cor duvidosa, uma toalha e sair do quarto, sem olhar para trás. Suspirei e me sentei na cama. Melhor ocupar a cabeça antes que comece a pensar bobagens.
Achei uma escova de cabelo perdida nas coisas dele e me pus a pentear os meus. Com toda a calma e atenção que essa tarefa não exige, eu desembaracei todos os fios. Continuei escovando mesmo depois de não ter mais nenhum nó, apenas para me ocupar.
Ouvi o chuveiro ser desligado. Ouvi xingar algo no banheiro. Desastrado e bêbado. Coloquei a escova no lugar, joguei a toalha na cadeira do computador e voltei para a cama, aquecendo-me um pouco nas cobertas, já que logo sairia dali.
saiu do banho apenas com a calça de moletom e a toalha jogada nas costas. Isso é um golpe muito baixo. Respirei fundo e tentei me controlar. Mas fica difícil quando ele resolve jogar a toalha longe e deitar do meu lado.
Por que tão gostoso? Por quê?
- Chega para o canto, . Quero deitar, tá frio.
Fiz o que ele pediu e fui para o canto, encostada na parede, e ele deitou junto comigo. A cama é de solteiro, então não tinha muito jeito de eu ficar sem contato físico com ele. Eu pelo menos estava tentando evitar algumas coisas, mas ele parecia nem ligar para isso. Deitou virado de frente para mim e ficou me olhando.
- Que foi?
É sempre estranho quando ele me olha assim, me dá medo que ele descubra...
- Só olhando você.
Isso matou a conversa toda. O que ele queria me olhando? Principalmente daquele jeito?
O que eu quero dizer é que ele ficou me encarando com uma intensidade quase pornográfica. Assim eu não ia aguentar. Hora de ir para minha cama, longe da cama dele.
- Erm... Bem, agora que você já está aquecido e de banho tomado, eu vou lá para o meu quarto. – que é o quarto de hóspedes da casa dele, que é mais meu do que de qualquer pessoa.
Fui saindo das cobertas e indo em direção aos pés da cama meio me arrastando, até sentir um par de mãos me puxarem para onde eu estava no começo.
- Hey, que diabos...? – fui brutalmente interrompida. Pela boca de .
Ele havia me puxado para o lado dele novamente e me beijou sem qualquer cerimônia. Já havíamos nos beijado antes, mas foi por brincadeiras ou porque estávamos bêbados demais e não reconhecíamos mais ninguém. Desta vez ele me beijou sabendo quem era eu. Isso me pegou de surpresa e não pude responder ao beijo nos primeiros segundos, mas logo eu estava de volta e achei melhor aproveitar. Mesmo que eu não saiba o motivo eu vou aproveitar até onde puder.
Coloquei de maneira tímida os braços nos ombros dele e deixei minhas unhas roçarem em sua pele quente. Esse mínimo movimento causou uma reação um pouco maior. A urgência do nosso beijo aumentou consideravelmente e as mãos na minha cintura se tornaram mais exigentes e começaram a passear pelas minhas costas com uma firmeza deliciosa. me puxou mais para perto e logo eu estava em cima dele, uma perna de cada lado de seu corpo, beijando-o com toda a vontade. Minhas mãos corriam por suas costas, arranhando levemente e eu senti que ele se arrepiava a cada contato das minhas unhas e tive que sorrir. Meu sorriso partiu nosso beijo, mas nem de longe nosso contato físico. Havia uma necessidade, uma urgência nos nossos gestos e olhares. Sua boca desceu de meus lábios para meu pescoço e senti todo o tipo de arrepio pela minha espinha. Ele foi deixando um rastro de beijos pelo meu pescoço, passando para o meu ombro que ele descobriu puxando um pouco minha camisa. Acho que foi aí que ele decidiu que estava em desvantagem e levou as mãos à barra da minha blusa e começou a puxá-la lentamente, olhando-me como se me fizesse uma pergunta. Apenas um sorriso como resposta e logo minha camisa estava no chão do quarto. Ele pareceu um pouco desapontado com o fato de ainda ter o meu sutiã ali, mas deixou isso de lado, passando suas mãos por cada centímetro de pele descoberta, enquanto eu apenas aproveitava o toque quente das mãos dele na minha pele fria. Mas não fiquei parada por muito tempo, eu precisava explorar o corpo dele também, levei meus lábios ao pescoço dele e, neste momento, lembrei-me de um comentário antigo dele: O pescoço é meu ponto fraco. Bingo.
Passei meus lábios de leve sobre a pele, vendo-a ficar arrepiada. Sorri, mas não parei. Distribuí beijos por toda a extensão do pescoço, passando pelo ombro, onde deixei uma mordida e ouvi ofegar e soltei uma risada maldosa. Era divertido ver o efeito que causo nele. Mas é obvio que ele não deixaria barato.
Rapidamente, ele inverteu as posições e eu estava embaixo do corpo dele. Ele começou a descer beijos pelo meu queixo, pescoço, colo até chegar ao meu sutiã. Sem muita delicadeza, ele tirou a peça e jogou do outro lado do quarto. Agora, com livre acesso aos meus seios, ele sorriu e passou a língua calmamente por todo meu seio direito, enquanto a mão dele ainda apertava firmemente minha cintura. Não consegui evitar e soltei o ar ruidosamente pela boca, era impossível segurar. Logo a língua dele não era mais calma e sim exigente em meu seio e eu sentia vez ou outra ele fechar os dentes sobre meu mamilo. A mão que antes estava em minha cintura agora estava em meu outro seio, acariciando, provocando. Eu estava à beira da loucura. De todos os homens que passaram pela minha vida, não foram muitos, é o único que conseguiu me deixar completamente excitada tão rápido.
Depois de me deixar totalmente sem ar e arrepiada com as caricias, senti seus lábios voltarem aos meus, com alguma calma. Deslizei as mãos novamente por suas costas, passando por seus ombros, peito e a barriga perfeita. Parei na barra da calça dele, brincando com os dedos por ali e senti que, mesmo me beijando, ele suspirou.
Sem muita cerimônia, tirou minha calça, deixando-me apenas com a calcinha cuidadosamente escolhida mais cedo, ao mesmo tempo em que eu tirava a dele e jogava ao canto. passou a mão desde meu rosto, passando pelos meus seios, barriga e coxas, deixando um rastro pela pele. Um rastro quente e ao mesmo tempo frio que fez um choque descer por toda minha espinha fazendo meu corpo se arquear.
Não perdi muito tempo olhando, mas a boxer preta dele merecia um elogio, de verdade.
Era hora de tomar o controle. Virei o corpo dele para baixo do meu e, com toda a segurança, fui descendo uma trilha de beijos, mordidas e lambidas pelo corpo dele, até encontrar a barra da boxer. Ele estava parado, apenas me olhando com os olhos escurecidos de luxúria. Não segurei um sorriso de lado antes de me livrar de vez da última peça de roupa dele.
Sem cerimônias, coloquei seu membro na boca e fiz o que deveria ser feito, o que eu queria fazer. Fazendo movimentos lentos, calmos e apenas ouvindo os suspiros e gemidos não tão baixos do garoto a minha frente. É extremamente satisfatório saber o quanto sou capaz de fazê-lo sentir.
não queria perder muito tempo com provocações, pelo que percebi, e logo jogou seu corpo sobre o meu, arrancando minha calcinha sem cuidado algum, passando seus dedos sobre a parte antes coberta e agora exposta e em chamas. Logo senti um dedo dele penetrando meu corpo e soltei um gemido, que foi seguido de vários enquanto me masturbava com maestria, mas não por tempo suficiente para eu chegar ao ápice. Acompanhei ele descer pelo meu corpo e parar entre minhas pernas, a última coisa que vi claramente naquele momento foi o olhar dele sobre o meu, e então eu já não tinha mais controle nenhum. O filho da mãe sabia exatamente o que fazer e como. Gemi, agarrei os lençóis, pedi por mais até não suportar mais e então atingi o primeiro orgasmo da noite em um sonoro gemido.
Pela cara dele, ele não queria mais prolongar a brincadeira. Logo ele esticou o braço e, sem habilidade alguma, procurou o preservativo na gaveta do criado mudo, mas antes que eu pudesse me recompor para ajudá-lo na procura, ele já estava rasgando o pacote e colocando o preservativo.
Pela primeira vez na noite ele estava agindo lentamente, colocando seu corpo sobre o meu quase delicadamente, segurando o peso sobre os braços, tocando a testa na minha enquanto se ajeitava entre minhas pernas. Eu não conseguia parar de olhá-lo, nem mesmo no momento que senti seu membro entrando, suspirei longamente sem afastar os olhos. foi aumentando a velocidade e força das estocadas, nossos corpos movendo em sincronia.
Senti os dentes dele sobre a pele do meu ombro, mas não conseguia sentir dor alguma. Eu estava enterrando minhas unhas em suas costas e ele parecia nem notar. Estávamos presos em nossa bolha particular, porém desta vez tão intimamente conectados que parecia que ele podia saber até mesmo o que eu estava sentindo.
Durante o tempo que estivemos ali, eu fui ao paraíso e voltei várias vezes e estava tão completamente entorpecida que achei que depois daquele momento nada mais me faria voltar para a realidade.
Grande engano.
Assim que atingi o ápice novamente, senti intensificar as estocadas para que ele próprio chegasse ao orgasmo. Senti o corpo todo dele ficar tenso e em seguida relaxar, o último gemido gutural que escapou da garganta dele tinha um som parecido com o meu nome e logo todo o peso daquele corpo estava sobre o meu, descansando depois de uma noite maravilhosa. Quase perfeita, se o imbecil não abrisse a boca.
Alguns minutos de silêncio entre nós, apenas as respirações fortes lentamente voltando ao normal, os corpos grudados e suados. Assim que se recuperou um pouco, ele apoiou o peso do corpo dele sobre os cotovelos, na cama, e ficou com o rosto muito próximo do meu, com uma expressão estranha, diferente.
- , depois dessa noite que passamos juntos eu preciso saber: Você quer casar comigo?
Meu cérebro e meu coração reagiram na velocidade da luz assim que processaram o que ele havia falado. me pedindo em casamento?
Meu corpo gelou e aqueceu ao mesmo tempo, o coração pulou algumas batidas e voltou a bater totalmente descompassado. Aquilo era inesperado vindo dele, totalmente inesperado, mas uma ponta de esperança estava ali me dizendo que ele podia sentir por mim o mesmo que sinto por ele.
O tempo que levei processando toda a informação e formando uma resposta foi curto. Menos de um segundo, acredito. O suficiente de esperança para arruinar toda a noite. E talvez várias que eu ainda passaria lembrando isso.
Ele riu, quase escandalosamente e rolou para o lado na cama, saindo de cima de mim. Riu por vários segundos enquanto eu apenas olhava atônita. O que havia de tão engraçado? Alguma merda tinha ali.
- Já imaginou... Que... Que ridículo... Alguém realmente fa-fazer esse pedido? – Ele falou, entre risadas, quase sem fôlego de tanto rir. Eu não tinha achado graça nenhuma.
Enquanto ele ria, eu juntava os pedaços do meu coração dentro de mim para não parecer devastada. Ele não fazia ideia dos meus sentimentos, eu sempre fui uma excelente atriz. Para ele eu era a melhor amiga, companheira de shows, bebedeiras, festas. A garota que assiste mil vezes o mesmo DVD da banda favorita dele, que traz comida, que viaja junto. Ele jamais vai me ver como uma mulher para viver ao lado dele. Para muitos, podemos parecer um casal, mas aos olhos de , eu sou a melhor amiga. Agora, com benefícios. O que só vai dificultar para mim. Engoli a dor, o choro, o desespero. Forcei um sorriso convincente no rosto, pensando incansavelmente meu mantra para momentos assim: “Sorria e acene”.
- Definitivamente isso soa ridículo.
De tão perfeita atriz que sou, eu ri junto com ele por alguns momentos, mas logo as risadas foram se acalmando e voltamos a ficar sérios.
- Você fez uma cara estranha quando eu disse aquilo... O que foi? – merda, ele percebeu minha surpresa.
- Você me assustou. Seria a coisa mais ridícula que já ouvi na minha vida, . – respondi, mostrando a língua para ele.
- Achei que você fosse toda romântica e esse blábláblá todo.
Odeio quando ele me conhece tão bem. Sentei na cama, jogando as pernas para fora dela, e olhei para ele.
- Não venha com idiotices. Eu não sou romântica. Eu nunca espero essas coisas.
Tão mentirosa que deveria ir para o inferno. Levantei da cama e comecei a juntar as peças de roupa perdidas pelo quarto, joguei as dele na cama e nos vestimos. Quando olhei com atenção para a janela, notei que já era dia, já tinha sol novamente. Eu poderia ir embora e chorar o quanto fosse necessário, para me recompor antes de ver novamente.
- Hey, eu vou para casa, já que já amanheceu. Você me leva?
O que eu menos queria era que ele me levasse, mas eu precisava ser convincente. Eu já estava vestida nas minhas roupas mesmo, só faltava domar o cabelo. Peguei a escova dele novamente e parei no espelho do quarto dele para arrumar o cabelo.
- Ah, , fique aí. Maior preguiça de te levar em casa agora.
Dava para ver que ele estava cansado, todo jogado na cama com o cigarro na boca. Sempre com o cigarro.
Prendi o cabelo num coque para não parecer tão revolto e guardei a escova, sentei na cama ao lado de e roubei o cigarro de seus dedos, tragando-o longamente. Aquilo sempre me dava forças, não importa para quê.
- Não vou ficar aqui, prefiro dormir na minha cama. E você sabe que na sua cama não vamos conseguir dormir. Para de ser chato e me leve embora.
- Mimada dos infernos. Quer ir vá, eu pago um táxi para você. Não saio dessa cama hoje antes das 5 da tarde.
Eu ri da oferta dele. Para ele querer pagar um táxi é porque não tem mesmo condições de levantar da cama. Em outra situação, eu teria pegado a moto dele para ir pra casa e traria para ele mais tarde, mas hoje não pretendo mais vê-lo. Preciso desse tempo. Devolvi o cigarro a ele e levantei da cama, indo pegar minha bolsa no outro canto do quarto.
- Não precisa pagar o táxi, , eu mesma pago, tá? Fica aí e descansa, porque você tá horrível. – falei, olhando para ele com a minha melhor cara de medo.
- Eu nunca fico horrível, . Vá à merda.
Então eu ri de verdade junto com ele. Fui até a cama, roubei o que sobrou do cigarro dele, dei um beijo na bochecha dele e fui até a porta do quarto.
- Qualquer coisa ligue, mas só amanhã. Vou dormir hoje.
A última coisa que vi foi ele acenando afirmativamente para mim antes de fechar a porta. Era o máximo que eu ia aguentar e já senti as lágrimas encherem meus olhos e embaçarem completamente minha visão. Por conhecer a casa dele como se fosse minha, achei a porta da cozinha para ir embora, tranquei a porta e joguei a chave para dentro pela janela. Por pouco ele não me ouviu soluçar, pois passei ao lado do quarto dele no caminho até a rua.
Eu não chamaria táxi nenhum, eu precisava de tempo sozinha, e o caminho da casa dele até a minha é longo suficiente para isso.

’s POV

Eu a vi fechar a porta e a ouvi batendo a porta da cozinha e as chaves serem jogadas para dentro. Acompanhei com meus ouvidos os passos dela em direção à rua. Ela não chamou o táxi, provavelmente para não gastar dinheiro. Eu disse que pagava, mas é uma maldita teimosa.
Deitei no travesseiro e o cheiro dela estava ali. Pelo quarto todo o cheiro dela, os fios do cabelo dela no chão. Na minha cabeça a lembrança do corpo dela nos meus braços.
Por que diabos eu tô pensando isso?
Acendi um cigarro, já que roubou o outro ainda pela metade. Entre uma tragada e outra, um pensamento foi crescendo na minha mente, até o ponto de eu me sentir pressionado por ele. Até o ponto de eu querer levantar e correr atrás dela para saber. Mas é obvio que eu não faria isso.
“E se ela aceitasse?”
Balancei minha cabeça na tentativa de dispersar esse pensamento, terminei o cigarro e me virei pra dormir. Mas, mesmo assim, a última coisa que pensei ainda foi:
“E se fosse sério? Se ela aceitasse?”.

Fim.

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